Coluna 100% A Escola Postural dos Trabalhadores

Transcrição

1 Coluna 100% A Escola Postural dos Trabalhadores Aline Cristina Hirata Pinetti de Assis, M.Sc. Jefferson Rosa Cardoso, Dr. Karen Obrara, M.Sc, Mariana Goeldner Grott, M.Sc

2 Coluna 100% A Escola Postural dos Trabalhadores da Indústria Introdução Deve-se considerar que existe uma gama de aspectos que podem vir a influenciar no bem estar do trabalhador à execução da sua tarefa, sendo a postura um dos fatores mais relevante na causa do desconforto e mal estar. (MAIA, 2008) Dentre as regiões mais acometidas pelas doenças relacionadas ao trabalho, a coluna lombar é uma das mais afetada, apresentado uma prevalência que varia de 50 a 70%. (CIRIELLO, 2001)

3 Coluna 100% A Escola Postural dos Trabalhadores da Indústria Introdução De acordo com a Previdência Social, no período de janeiro a novembro/2009, foram concedidos benefícios de auxílio-doença acidentário devido a problemas de coluna vertebral. (MPS, 2009) Segundo o DSEV realizado de julho/2007 a agosto/2009, de trabalhadores entrevistados no PR, 15,6% referiram problemas de coluna ou dores na região. (SESI, 2009) Gastos enormes estão atribuídos aos custos tangíveis (assistência médica e pagamentos de indenizações) e aos não tangíveis (perda de produção e retrabalho) (CHOI et. al, 2010)

4 Objetivo Tendo em vista os impactos negativos que a lombalgia pode trazer para saúde do trabalhador, consequentemente para a sua qualidade de vida, e além dos impactos financeiros para as indústrias, o projeto teve como objetivo desenvolver e aplicar um programa de educação postural direcionado aos trabalhadores da indústria. A sua finalidade é promover o bem estar e a qualidade de vida nos indivíduos com queixa de lombalgia.

5 Coluna 100% A Escola Postural dos Trabalhadores A empresa envolvida: trabalhadores (grupo total 350) -há mais de 50 anos no mercado - produz mobiliários para quartos

6 Metodologia - Comitê de Pesquisa e Ética da UEL (resolução 196/96) - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - Coleta de dados: -equipe do projeto -agosto de aplicação do Questionário Nórdico de Queixas Osteomusculares (NMQ)

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8 Metodologia Questionário Nórdico de Queixas Osteomusculares (NMQ) Prevalência de lombalgia nos entrevistados Lombalgia crônica e aguda referida 11% 42% 58% 58% 31% Lombalgia referida Sem lombalgia referida Aguda (últimos 7 dias) Crônica (últimos 12 meses) Sem queixa De acordo com Deyo(1987) de 60 a 90% da população tem o risco de desenvolver lombalgia em alguma fase da vida. Dos indivíduos que desenvolvem lombalgia aguda, 30% evoluem para a crônica (BOWMAN, 1991). Esses dados vão de encontro com os achados em nosso estudo, que observou que 31% dos trabalhadores referiram lombalgia crônica.

9 Metodologia Questionário Nórdico de Queixas Osteomusculares (NMQ) 20 Dorlombarnosúltimos12 meses Com frequência e sempre 17 Fériasnaetapada avaliação Não poderia realizar duas sessões por semana(portaria) 12 1 Pósoperatório 1 Recusa 3 Desligamento

10 Metodologia QUESTIONÁRIOS Sociodemográfico WHOQOL-Bref(OMS) Índicede Capacidadeparao Trabalho(ICT) Índicede Funcionalidaede Oswestry para Lombar Perfil dos trabalhadores Qualidade de vida (físico, psicológico, social e ambiental) Capacidade para o trabalho Incapacidade devido a lombalgia

11 Metodologia Dados antropométricos Teste de uma repetição máxima em um minuto da musculatura abdominal AVALIAÇÃO FÍSICA Peso e altura Abdominal Teste de sentar e alcançar de Wells Flexibilidade Avaliação Postural Postura Plataforma de sensores Controle Postural Eletromiografia(EMG) Atividade elétrica muscular

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13 Escola Postural - Orientações posturais: - cotidiano e trabalho - Exercícios posturais: - alongamento e fortalecimento Sessões: 2 vezes por semana 45 minutos de duração 4 meses (setembro à dezembro)

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17 Sociodemográfico - 50% mulheres e 50% homens - 66,7% casado e 33,3% solteiro - média de idade de 37 (+9,40) anos. A lombalgia é a maior causa isolada de transtorno de saúde relacionado ao trabalho e ao absenteísmo. A média da idade encontrada nesse projeto corrobora com outros estudos que dizem quea lombalgia é a causa mais comum de incapacidade em trabalhadores com menos de 45 anos de idade, tem predileção por adultos jovens e é responsável por aproximadamente 1 / 4 dos casos de invalidez prematura(marras, 2000; IGUTI, 2003; SILVA et al., 2004; KATZ, 2006).

18 Sociodemográfico Percentual de trabalhadores com crônica referida e os setores de trabalho 8% 8% 8% 17% 9% acabamento almoxarifado assistencia 8% 9% embalagem engenharia 8% 8% 17% expedição lixa pátio seccionadora usinagem

19 Sociodemográfico Percepção da Postura Avaliação Reavaliação Boa postura 25% 58,3% Postura regular 58,3% 33,3% Postura ruim 16,7% 8,30%

20 WHOQOL-Bref Qualidade de Vida A lombalgia, que além de comprometer a qualidade de vida influencia negativamente sua atividade laboral. Tendo em vista o resultado fornecido pelo WHOQOL-Bref podese dizer que a Escola Postural aplicada nesse estudo foi favorável na promoção da qualidade de vida nos aspecto geral e no físico. Em um estudo realizado por Tsukimotoet. al (2006) sobre Escola de Postura para lombalgia crônica e qualidade de vida foi observado que o efeito desse tipo de intervenção foi maior sobre aspectos físicos que envolviam as atividades de vida diária dos pacientes, implicando em maior capacidade na realização de tarefas, menor solicitação muscular e de cargas.

21 Índice de Capacidade para o Trabalho (ICT) Não foi observada uma melhora significativa no ICT. É importante reconhecer que muitos trabalhadores passam por uma perda na capacidade de trabalho com o envelhecimento, principalmente quando as medidas preventivas são ausentes ou ineficazes (WALSH; CORRAL-MILATO; FRANCO; CANETTI; ALEM; COURY, 2004). Ressaltamos que no presente estudo não foi abordada nenhum tipo de medida preventiva no setor de trabalho, podendo assim explicar o resultado encontrado.

22 Índice de Funcionalidade de Oswestry para Lombar Índice de Funcionaliade de Oswestry 8% 17% 75% Melhora Piora Sem alteração

23 Índice de Funcionalidade de Oswestry para Lombar Quanto menor o valor, melhor a funcionalidade. Esse resultado é de extrema importância pois a capacidade funcional vai muito além do desempenho físico, ela está relacionada à forma como o indivíduo realiza suas atividades diárias, tais como vestir-se, banhar-se, caminhar, entre outros. A funcionalidade reflete como o paciente lida no seu cotidiano com o impacto causado pela doença (FREIRE et al., 2007). Melhorar o desempenho do trabalhador no seu dia a dia apesar da lombalgia é promover a qualidade de vida e produtividade.

24 Teste de Abdominal por Minuto Ao comprar os resultados do teste de abdominal por minuto antes e depois não foi encontrada diferença significativa estatisticamente (P< 0,08) com média de - 3,25 (+5,95) abdominais por minuto. Esses achados discordam de resultados encontrados por Macedo et. al (2010) que encontraram resultados significativos após 30 sessões de Isostretching.

25 Teste de Sentar e Alcançar (flexibilidade) Teste Sentar e Alcançar 25% 75% Melhora Piora

26 Teste de Sentar e Alcançar (flexibilidade) Foi encontrado melhora significativa na flexibilidade. Existe o interesse em se investigar os músculos isquiotibiais(musculatura posterior de coxa) e a mensuração de seu comprimento devido às possíveis disfunções e lesões que podem ser causadas pela alteração de sua flexibilidade (CARDOSO, 2007). Reis et. al (2003) realizaram um estudo com trabalhadores e concluíram que existe uma forte relação entre o encurtamento de isquiotibiaise a presença de lombalgia. Promover o aumento da amplitude do movimento tem sido associado com diminuição de sintomas nas lombalgias agudas e crônicas, podendo ser observada em muitos programas de tratamento e reabilitação (BIGOS, S.;1990).

27 Avaliação Postural Avaliação Postural 42% 33% 25% Melhora Piora Sem alteração A incapacidade de estabilização da coluna vertebral ocasionada pelo desequilíbrio entre a efetividade dos músculos flexores e extensores do tronco é um grande indicativo para o desenvolvimento de distúrbios da coluna lombar, e as posturas inadequadas impõem esforços adicionais nas estruturas, podendo atingir a coluna vertebral e as extremidades superiores e inferiores (LEE; HOSHINO; NAKAMURA; KARIYA; SAITA; ITO, 1999; RIBEIRO; SANTOS; GOMES; 2006) Assim, como os exercícios propostos pela terapia que tiveram por finalidade promover o reequilíbrio muscular acredita-se que isso explica os achados. Talvez se o tempo de atendimento tivesse sido maior, poderia ser que percentual de melhora também seria maior.

28 Eletromiografia atividade elétrica muscular Os trabalhadores apresentaram uma melhora da resistência muscular. Há evidências de que exercícios posturais para musculatura extensora lombar reduzem o quadro de dor lombar (MOON, 2013). Foi observado em um estudo que os baixos desempenho podem estar associados a episódios recorrentes de lombalgia (LUOTO et. al, 1995).

29 Eletromiografia atividade elétrica muscular Foi observada melhora n ativação dos músculos extensores da lombar. É conhecido que a fadiga do músculo pode ser definida como qualquer redução induzida pelo exercício, na capacidade máxima para gerar a força ou a potência (VØLLESTAD, 1997). Com os resultados obtidos nesse estudo acredita-se que os trabalhadores tenham reduzido a fadiga dos músculos extensores de lombar.

30 Controle Postural Os dados fornecidos pela plataforma de sensores demonstraram melhora estatisticamente significativa em relação ao controle postural. Muitos fatores estão envolvidos no controle postural para manter o equilíbrio, incluindo fatores ambientais, pessoais, neurofisiológicos e demográficos (PARREIRA, 2013). No estudo realizado por Helbostadet. al foi evidenciado a existência da relação entre a musculatura de tronco e o controle postural.com base nesses achados, a melhora do controle postural no presente estudo pode estar relacionada com a otimização da resistência muscular.

31 Muito obrigada pela atenção!