Drenagem de Águas Residuais da Cidade de Lisboa

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Drenagem de Águas Residuais da Cidade de Lisboa"

Transcrição

1 Artigo O Plano Geral de Drenagem de Águas Residuais da Cidade de Lisboa José de Saldanha Matos Professor, Consultor da HIDRA, Hidráulica e Ambiente, Lda. Rodrigo Proença de Oliveira Professor, Sócio da CHIRON, Sistemas de Informação, Lda. António Monteiro Professor, Consultor da ENGIDRO, Estudos de Engenharia, Lda. Manuel Lacerda Presidente do Conselho de Administração da EMARLIS, Lisboa, Portugal. A cidade de Lisboa enfrenta actualmente importantes desafios no que respeita a drenagem de águas residuais: parte considerável da rede encontra-se envelhecida, o sistema recebe águas residuais dos concelhos vizinhos, os colectores são maioritariamente unitários ou comportam-se como tal, as marés do Tejo condicionam as descargas e afluem ao sistema, e nem todos os efluentes são conduzidos às ETAR existentes. Adicionalmente, a complexidade do sistema de drenagem de Lisboa (redes por vezes em malha, descarregadores e sifões invertidos, entre outros componentes), tornam a problemática do controlo das inundações e da poluição do estuário do rio Tejo especialmente difícil. A cidade carece, ainda, de importantes intervenções ao nível do saneamento. 4 Janeiro/Abril

2 É neste contexto que se apresenta, no presente artigo, o Plano Geral de Drenagem da cidade de Lisboa (PGDL), actualmente em desenvolvimento, e que tem por objectivo principal a definição de estratégias e o planeamento de acções que permitam ultrapassar os grandes desafios que se colocam, neste início de século. Descrevem-se as diversas fases de evolução do PGDL e do Sistema de Apoio à Decisão que o integra, discutindo-se as principais especificidades, condicionalismos, desafios e perspectivas de evolução do saneamento, de forma a potenciar a gestão integrada do sistema de drenagem, como já ocorre nalgumas modernas capitais europeias. Em síntese, com este estudo pretende-se dotar a cidade com um Plano Geral de Drenagem coerente e actualizado, por forma a dispor-se de uma estratégia de actuação e evolução em termos de planeamento, projecto, construção e exploração das infra-estruturas, tendo em vista contribuir para a redução dos riscos de inundação na cidade e de poluição e contaminação do estuário do rio Tejo, com custos mínimos, em termos económicos, sociais e ambientais. 1. INTRODUÇÃO Ao longo dos tempos e até à Idade Moderna, as obras de drenagem não constituíram, senão a título excepcional, infra-estruturas consideradas necessárias e condicionantes do desenvolvimento e ordenamento dos núcleos urbanos. Data de 1844 o primeiro projecto nacional de saneamento para a cidade de Lisboa. No fim do século XIX e primeiros três quartéis do século XX realizaram-se diversas obras importantes de drenagem. Datam de há mais de duas décadas as obras para construção das ETAR de Alcântara e de Chelas, entretanto já diversas vezes sujeitas a beneficiação do nível de tratamento. No entanto, a cidade carece, ainda, de importantes intervenções. De facto, o Município de Lisboa não dispõe, actualmente, de um Plano Geral de Saneamento actualizado, para a rede em baixa e, embora tenha procedido à digitalização do cadastro (entre 1995 e 2006), não dispõe de um sistema de informação que agregue todos os dados relativos às infra estruturas existentes (o sistema actual não se encontra totalmente validado e apresenta erros e lacunas). Por outro lado, a cidade de Lisboa enfrenta hoje importantes desafios no que respeita a drenagem de águas residuais: parte considerável da rede encontra-se envelhecida, o sistema recebe águas residuais dos concelhos vizinhos, os colectores são maioritariamente unitários ou comportam-se como tal, as marés do Tejo condicionam as descargas e afluem ao sistema e nem todos os efluentes são conduzidos às ETAR existentes. SÍNTESE DE PRINCIPAIS ESTUDOS E PRO- JECTOS DE DRENAGEM DA CIDADE DE LISBOA 1. Considerações gerais Neste capítulo, apresenta-se uma síntese dos principais estudos e projectos de drenagem de águas residuais desenvolvidos para a cidade de Lisboa, com ênfase na perspectiva histórica, e em estudos desenvolvidos entre o fim do séc. XIX e meados do século passado. Posteriormente, foram efectuados diversos estudos e projectos, alguns deles de dimensão significativa, como os conduzidos pelo então Gabinete de Águas Residuais da Cidade de Lisboa (GARLIS) nas últimas duas décadas do século passado, por diversos Gabinetes de Engenharia, ou, no domínio da modelação matemática, pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e pelo Instituto Superior Técnico (IST). 2. O projecto de Gotto & Beesley, 1877 Em Lisboa, crê-se que o primeiro projecto integrado de drenagem, tratamento (pré tratamento) e lançamento em meio receptor de águas residuais data de 1877, tendo sido desenvolvido por Gotto & Beesley, de Londres. A solução então adoptada foi a de conduzir as águas negras de Lisboa até um ponto de descarga na praia das Saínhas (mais conhecida hoje por praia de Carcavelos), a curta distância da Torre de S. Julião da Barra, por meio de um emissor em conduta forçada constituído por uma tubagem de ferro com 1,30 m de diâmetro. A circulação nesta conduta era conseguida pela construção no início do emissor de uma torre que sustentaria um depósito elevado à altura de 21 metros, sobre o nível de referência (nível das marés médias). Esta torre, juntamente com a edificação para as máquinas elevatórias, caldeiras e depósitos de carvão e com a edificação destinada a habitação do pessoal, escritórios e administração, foi localizada na Rocha do Conde de Óbidos. O emissor foi previsto para o escoamento não só das águas negras da cidade, como também das águas pluviais correspondentes a uma precipitação uniforme de 25 mm em 24 horas. A extensão total do emissor era de metros e terminava por três colectores de descarga em tubagem de ferro com 0,91 m de diâmetro, embebidos num maciço de betão e com cerca de 100 metros de comprimento. 3. O projecto de Ressano Garcia, 1884 Ressano Garcia, no âmbito da Comissão nomeada pelo Governo em 1 de Agosto de 1880 para o estudo dos princípios gerais a que deveria obedecer o sistema de evacuação a aplicar a Lisboa e do programa dos trabalhos necessários para a execução do sistema preconizado, actualizou e desenvolveu, de forma detalhada, os estudos de Gotto & Beesley. Ressano Garcia estabeleceu o princípio da condução dos esgotos a uma grande distância da cidade por um emissor impermeável e convenientemente arejado. A cidade deveria ser dividida em duas zonas: a zona alta e a zona baixa. As águas da zona alta deveriam ser evacuadas directamente por acção da gravidade. Na Fig.1 apresenta-se a planta geral da cidade de Lisboa, alvo do projecto Ressano Garcia, com identificação da zona alta (unitária, a rosa) e da zona baixa (pretendida como separativa ou pseudo-separativa, a azul). No Projecto Ressano Garcia, a população provável admitida para 1940 foi de habitantes e o volume máximo das águas de abastecimento previsto para o mesmo ano foi de m 3 /dia. Quanto às águas pluviais a transportar, o valor adoptado correspondia a uma precipitação de 25 mm em 24 horas, na totalidade da área da zona alta - drenada por rede unitária, e na zona baixa, drenada por rede parcialmente separativa, que servia também os pátios interiores dos prédios e as abas dos telhados para esses pátios inclinadas. A conjugação destas situações resulta em poluição e contaminação do estuário do rio Tejo e, em algumas zonas, em riscos consideráveis de ocorrência de inundações por ocasião de precipitações intensas. Grandes problemas resultam, em regra, em grandes desafios, e desafios constituem oportunidades de mudança. É neste contexto que se apresenta, no presente artigo, o Plano Geral de Drenagem da cidade de Lisboa (PGDL), actualmente em desenvolvimento, e que tem por objectivo principal a definição de estratégias e o planeamento de acções que permitam ultrapassar os grandes desafios que se colocam à capital do País, neste início de século. Figura 1 - Planta geral da cidade de Lisboa (fotografada do Projecto Ressano Garcia, de 1884.) 6 Janeiro/Abril

3 As canalizações da zona alta deveriam receber todas as águas de chuva, de lavagens da via pública e de rega, não absorvidas ou evaporadas, estabelecendo-se, no entanto, em pontos convenientemente localizados, descarregadores de superfície em ligação com galerias de descarga, destinadas a conduzir directamente ao Tejo as águas pluviais que pudessem considerar-se extraordinárias. As águas pluviais poluídas, correspondentes às precipitações de menor intensidade, deveriam ser transportadas juntamente com as águas residuais domésticas para o exterior da cidade. Sabese, agora, que essas precipitações têm frequência média de, aproximadamente, sete vezes por ano. Na zona baixa, as canalizações existentes deveriam ser utilizadas apenas para a evacuação directa para o rio das águas pluviais caídas directamente nas vias públicas ou aí lançadas pelos tubos de queda das edificações, bem como das águas de lavagem e rega daquelas vias. Para a evacuação dos esgotos, acrescidos das águas pluviais caídas nos pátios interiores e nas abas correspondentes dos telhados, seria construída uma nova rede de canalizações cujos esgotos seriam conduzidos por um interceptor marginal até à margem esquerda da Ribeira de Alcântara, onde seriam elevados e lançados no emissor. O interceptor marginal teria a sua origem em Santa Apolónia, em frente da Travessa Lázaro Leitão, à cota 6,70 m e iria terminar, depois de um percurso de m, na margem esquerda da Ribeira de Alcântara, na Horta Navia, à cota 2 m abaixo do plano das águas médias, junto das instalações de máquinas elevatórias previstas no projecto. Na generalidade do traçado, adoptou-se a inclinação uniforme de 1/1320. O caudal de dimensionamento do emissor final foi de 4,2 m 3 /s. 4. Os estudos de Arantes e Oliveira, 1941 O estudo Esgotos de Lisboa, da autoria de Arantes e Oliveira, é um trabalho de grande profundidade e detalhe que abrange os seguintes aspectos principais: volume e composição dos esgotos de Lisboa, regime de chuvas em Lisboa, estudos hidrográficos e relativos à poluição e à depuração natural no estuário do Tejo e tratamento e evacuação dos esgotos de Lisboa. Arantes e Oliveira considera Lisboa dividida em sete grandes bacias de drenagem (A a G). Para o Horizonte de Projecto (1965) previu uma área de atendimento total servida por rede de saneamento de ha e uma população de projecto de hab. O caudal máximo de tempo seco foi de 3,77 m 3 /s, excluindo as contribuições da ribeira de Algés e Sacavém. Esta população de projecto nunca se veio a atingir. De facto, a população residente actual de Lisboa não chega a habitantes. Para o tratamento dos esgotos de Lisboa, Arantes e Oliveira prevê duas ETAR: a ETAR Ocidental e a ETAR Oriental. A ETAR Ocidental deveria servir, em 1965, cerca de hab., com caudal médio de tempo seco de m 3 /dia (2,72 m 3 /s). A ETAR Oriental deveria servir hab., com caudal médio de tempo seco de m 3 /dia (1,04 m 3 /s). A relação entre os caudais máximos e os caudais médios a tratar nas ETAR seriam, respectivamente, de 3,7 e 3,6. Ou seja, previu-se um caudal máximo de tempo de chuva de 10 m 3 /s na ETAR Ocidental e de 3,7 m 3 /s na ETAR Oriental. Arantes e Oliveira admite a possibilidade de decantação assistida com reagentes, não por razões de redução da CBO5 (pois entendia-se que as condições favoráveis do meio receptor não o exigiam), mas por razões de minimização do impacte da visibilidade do efluente nas imediações do ponto de lançamento ou optimização da dose do agente desinfectante. 5. O Anteprojecto de Celestino da Costa (1955) e sua concretização Apenas em meados do século passado a cidade de Lisboa passou a dispor de um plano geral completo da rede de águas pluviais, com base no qual se procedeu á construção de muitas dezenas de quilómetros de novos grandes colectores pluviais, integrados num esquema geral coerente. O Anteprojecto de Saneamento da Cidade de Lisboa, de Celestino da Costa, datado de 1955, constitui o seguimento natural dos estudos de Arantes e Oliveira. Nesse projecto é advogado o Método Racional Generalizado para o cálculo de pluviais da cidade e traçam-se, com rigor, os principais colectores e interceptores da cidade. De acordo com o Anteprojecto, dadas as características topográficas da cidade, as zonas altas de Lisboa seriam dotadas de emissários pluviais, sem serviço de percurso nas zonas baixas marginais. Estas, de forma a não entrarem em carga em caso de ocorrência simultânea de preia-mar e precipitação, deveriam dispor de rede pluvial e doméstica independente, sendo, assim, do tipo separativo. Durante as décadas de 60 e 70 concretizou-se, em grande parte, esse projecto, mas ficou por concluir a implantação do sistema separativo nas zonas baixas. No que respeita às frentes de drenagem de águas residuais de Lisboa, o processo teve uma evolução, em termos de obra, distinta do que preconizou Celestino da Costa, que defendia uma única ETAR de tratamento secundário para a cidade de Lisboa, em Beirolas. Com a construção, nos anos 90, de sistemas interceptores nas frentes Algés Alcântara e Cais do Sodré Alcântara, procedeu-se à intercepção dos caudais domésticos provenientes das zonas altas, mantendo-se, no entanto, a problemática da influência da maré nas zonas baixas marginais, dado que se encontravam, e ainda se encontram, ligadas aos emissários pluviais com descarga directa no rio Tejo, não sendo as respectivas descargas, usualmente, dotadas de válvulas de maré. O estudo Esgotos de Lisboa, da autoria de Arantes e Oliveira, é um trabalho de grande profundidade e detalhe que abrange os seguintes aspectos principais: volume e composição dos esgotos de Lisboa, regime de chuvas em Lisboa, estudos hidrográficos e relativos à poluição e à depuração natural no estuário do Tejo e tratamento e evacuação dos esgotos de Lisboa. 8 Janeiro/Abril

4 O Plano Geral em Desenvolvimento 1. Objectivos Em resultado da sua evolução histórica, o sistema de drenagem de águas residuais da cidade de Lisboa apresenta, actualmente, elevada complexidade que resulta, fundamentalmente, das seguintes circunstâncias (CHIRON/ENGIDRO/HIDRA, 2006a): 4existência de um sistema misto incluindo, em parte, redes separativas, redes pseudo separativas e redes unitárias; 4existência de redes ramificadas, malhadas ou pseudo-malhadas, isto é, que se comportam como redes ramificadas, apenas até certo limite de caudal; 4o meio receptor apresenta flutuações muito significativas (a diferença de cotas entre a mínima baixa-mar e máxima preia-mar é de quase 4 m), de que decorrem constrangimentos hidráulicos nas descargas; 4grande parte da rede em baixa é antiga, apresentando deficiências estruturais, hidráulicas e ambientais; 4o sistema desenvolve-se a jusante de outros sistemas de concelhos vizinhos, recebendo os seus efluentes, nomeadamente dos concelhos de Oeiras e Amadora, que drenam para a bacia de Alcântara, e do concelho de Loures, que drena para a bacia de Beirolas. Estas situações são, em parte, potencialmente criadoras das seguintes ocorrências que correspondem a deficiências ou riscos de comportamento do sistema: 4inundações de frequência superior à desejada; 4entrada de água do mar no sis- tema, através de descarregadores mal posicionados e de colectores pluviais ligados a colectores domésticos; 4descarga directa de águas residuais domésticas não tratadas para o meio receptor, visto ainda não disporem, na totalidade de sistemas de intercepção, de recolha e de bombagem para as ETAR; 4descarga de águas residuais domésticas não tratadas (embora diluídas) em tempo de chuva, devido à falta de capacidade de reserva e de tratamento (poluição intermitente); 4riscos de libertação de odores nas frentes de drenagem com condutas elevatórias em que os tempos de retenção são elevados. O Plano Geral de Drenagem de Lisboa, em elaboração, tem por objectivo final a definição da estratégia e o planeamento das acções que permitam ultrapassar estas deficiências. Em concreto, pretende-se: 4avaliar o desempenho do actual sistema de drenagem, diagnosticando os principais problemas existentes no que diz respeito à capacidade de escoamento dos caudais gerados na área servida pelo sistema, as condições de auto-limpeza e os riscos de ocorrência de erosão; 4prever a evolução das necessidades de drenagem para um horizonte de projecto de 40 anos; identificar e caracterizar soluções estruturais e não estruturais que visem dar resposta aos problemas detectados e preparar o sistema para os desafios do futuro, identificando as necessárias soluções de reforço e/ou de substituição das infra-estruturas instaladas; 4analisar, do ponto de vista técnico, económico e ambiental, as soluções alternativas; 4planear a solução proposta e aprovada para um horizonte de projecto de 40 anos. Um dos principais objectivos dos trabalhos em curso, em paralelo com a elaboração do Plano de Drenagem, é o desenvolvimento de um Sistema de Apoio à Decisão (SAD) que, a prazo, venha constituir-se como a principal ferramenta de análise, diagnóstico, monitorização e gestão das infra-estruturas. Trata-se de um objectivo ambicioso que deverá ser concretizado com a contribuição de outros projectos, designadamente a implementação de um sistema de informação e de um sistema de monitorização e de telegestão. A sua concretização exige ainda a consideração de um conjunto de questões da área da organização, formação, recursos humanos e informática, que ultrapassam claramente as questões específicas do domínio técnico-científico da hidrologia e hidráulica urbana. O Sistema de Apoio à Decisão deverá garantir, entre outros aspectos, a avaliação das necessidades e condições de drenagem actuais e futuras, por bacia e sub-bacia hidrográfica; a avaliação da capacidade de drenagem das infraestruturas; a análise comparativa do desempenho de diversas acções, projectos ou obras que visem ultrapassar problemas existentes ou previstos. O Sistema de Apoio à Decisão inclui um Sistema de Informação Geográfica e diversas ferramentas de modelação matemática que permitem assegurar estes aspectos e que, simplificando o sistema real, retêm os factores e características que condicionam as opções a tomar. O modelo recorre a conceitos e operações de informação geográfica, e em particular de análise de redes. É um modelo que se pretende que considere redes unitárias e redes separativas e ainda permita simular, de forma simplificada, o comportamento dos descarregadores. Tendo sido inteiramente implementado sobre o software ArcGIS, da ESRI, o modelo permite estimar os caudais em tempo seco e em tempo húmido, associados a diversas condições demográficas e diferentes períodos de retorno. Em paralelo, é também calculado para cada colector, e em condições de regime permanente e uniforme, a altura e a velocidade de escoamento, e ainda o tempo de percurso. O modelo baseia-se em três classes de objectos geográficos que constituem os dados de entrada: bacia (polígono), troço de colector (linha) e nó (ponto). A área em análise é dividida em várias bacias justapostas. Cada bacia tem associados dois nós de ligação à rede de drenagem, que coincidem no caso das bacias com rede unitárias. No caso de áreas com redes separativas, ou no caso de redes unitárias a montante de descarregadores que desviem o caudal de águas residuais, os dois nós de ligação da bacia não coincidem. Os nós correspondem, na maior parte dos casos, a câmaras de visita, mas podem também estar associados a câmaras cegas ou descarregadores. As secções onde ocorrem alterações das características dos trechos de colector são também consideradas nós. 2. Faseamento A elaboração do PGDL desenvolvese ao longo de um conjunto de seis fases, cuja conclusão está prevista para 2007: Fase A Análise de informação de base; Fase B Diagnóstico e desempenho do sistema; Fase C Desenvolvimento do Plano Geral de Drenagem; Fase D Desenvolvimento da solução; Fase E Implementação do Sistema de Apoio à Decisão; Fase F Transferência de ferramentas e know-how. A Fase A, já concluída, engloba a inventariação, a recolha e a organização de todos os dados e outros elementos necessários à elaboração do Plano Geral e ao desenvolvimento do Sistema de Apoio à Decisão. Todos os dados recolhidos foram objecto de organização e uniformização de formatos, tendo em conta os objectivos do projecto. Foi também realizada uma análise preliminar da qualidade dos dados recolhidos, corrigindo, se possível, os erros mais grosseiros. Na Fase B, também já concluída, procedeu-se à avaliação de caudais de projecto, à avaliação da capacidade do sistema existente e à identificação de insuficiências hidráulicas e locais de risco de inundações. Ainda no âmbito desta tarefa, foi avaliado, de forma sumária, o desempenho ambiental das redes das diversas bacias de drenagem, identificando as bacias cujos efluentes não são sujeitos a tratamento e aquelas cujos efluentes, em tempo de cheia, descarregam caudais poluentes no estuário. Uma vez concluído o diagnóstico e identificados os pontos críticos, proceder-se-á, na Fase C, à definição das soluções técnicas alternativas que se afigurem elegíveis. Estas soluções serão discutidas num fórum alargado, de forma a receber contributos exteriores à equipa técnica e validar as soluções propostas. O PGDL prolonga-se na Fase D, que incluirá a pormenorização da solução recomendada, a definição do cronograma e do respectivo programa de investimentos, e acções específicas, no sentido da implementação da solução recomendada. 3. A área de atendimento e o sistema existente. A área de interesse para o Plano Geral de Drenagem de Lisboa é de ha e abrange o concelho de Lisboa e parcelas dos concelhos da Amadora, Oeiras e Loures (8.430 ha, ha Imagem 1 - Os novos softwares de informação geográfica são uma importante ferramenta para a elaboração de sistemas de apio à decisão 10 Janeiro/Abril

5 Figura 3 Colectores da cidade de Lisboa: tipo saimel, cascões, oval, arco abatido, rectangular e circular. e 630 ha, respectivamente). Do concelho de Lisboa, 19% da área drena para os concelhos vizinhos de Odivelas e Loures. A área de atendimento integra dezasseis bacias hidrográficas principais que, em estudos anteriores, foram designadas pelas letras de A a Q. No âmbito do PGDL mantiveram-se estas designações para facilitar a leitura comparativa dos vários trabalhos, tendo-se definido mais quatro bacias que completam a área do sistema. Entre estas grandes bacias destacam-se, pela sua área, as bacias E (de Alcântara), que drena uma parte muito significativa do concelho da Amadora, a bacia O (Chelas) e a bacia Q (Beirolas). A bacia Oc1 abrange áreas dos concelhos de Oeiras (Algés) e da Amadora e drena para o concelho de Lisboa. As bacias K e R correspondem às zonas baixas do sistema. Existem ainda três bacias adjacentes (S, T e U) que drenam para outros concelhos. Finalmente, realce-se que a bacia Q inclui uma área situada no concelho de Loures. Na Figura 2 apresenta-se o limite destas grandes bacias. O concelho de Lisboa, situado junto do estuário do rio Tejo, apresenta uma posição geográfica e características topográficas que tornam difícil a centralização das águas residuais num único local. Em consequência, o sistema de drenagem de águas residuais domésticas da cidade encontra-se dividido em três sistemas de drenagem principais, designadamente Alcântara, Chelas e Beirolas, como se segue: 4Sistema de Alcântara Drena para a ETAR de Alcântara, sendo constituído pelas bacias Oc1, A0, A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, L, M1 e K. A rede integra maioritariamente troços unitários, embora existam também troços pseudo-separativos e separativos. 4Sistema de Chelas Aflui à ETAR de Chelas, servindo as bacias O, M2 e N. Apesar deste sistema ter sido idealizado como separativo, verifica-se que grande parte dos troços estão a funcionar como unitários. 4Sistema de Beirolas Aflui à ETAR de Beirolas e integra as bacias Q, P e R. A rede de drenagem apresenta zonas com comportamento unitário Figura 2 Bacias da área servida pelo sistema de drenagem de Lisboa e outras zonas com comportamento separativo. A discretização espacial apresentada na Figura 2 serve o propósito de identificar e caracterizar os grandes sub-sistemas que compõem o sistema de drenagem de Lisboa, mas é pouco detalhada para permitir a avaliação, com o rigor adequado, dos caudais escoados pela rede de drenagem. Nesse sentido, a área servida pelo sistema de drenagem de Lisboa foi subdividida num conjunto de sub-bacias definidas pelas secções significativas dos principais colectores da rede de drenagem. A definição das secções significativas resultou de uma análise mais detalhada da rede que exigiu a definição das bacias domésticas, pluviais e unitárias, a identificação das características geométricas dos troços de colector e a definição das interligações entre bacias, nós e troços de colectores. A área do PGDL foi sub-dividida em 371 sub-bacias com áreas a variar entre 0,1 e 660 ha. Foram incluídos no modelo 173 km de colectores e 781 nós, que representam ligações a sub bacias, confluências de colectores ou descarregadores. As secções significativas correspondem aos 781 nós da rede conceptual. Em cada nó, os resultados estão separados em dois conjuntos de valores, um correspondente às bacias que drenam directamente para esse nó, isto é, aquelas que tem esse nó como a sua ligação à rede, e outro referente à área a montante que aflui ao nó, através da rede de drenagem. No que se reporta ao sistema de drenagem da cidade de Lisboa, tal como referido anteriormente, este apresenta elevada diversidade e complexidade, dispondo designadamente de descarregadores destinados a desviar os efluentes domésticos das redes unitárias e conduzi-los para o sistema em alta. Recentemente, começaram a ser previstos, pela SIMTEJO, S.A., a Entidade que gere o sistema em alta, sistemas de controlo de caudal nos descarregadores de ligação ao sistema. Do sistema de drenagem existente fazem parte antigos colectores Pombalinos, implantados na Baixa de Lisboa, que se designam usualmente por saimeis e são constituídos por pedra. Apresentam, em regra, melhor estado de conservação que os ulteriores cascões, também denominados por rateiros, que não garantem condições de estanquicidade e de verificação de auto-limpeza. Grande parte da rede de drenagem de Lisboa construída a partir dos fins do século XIX, nomeadamente nas chamadas Avenidas Novas e no Campo de Ourique ou Ajuda, integra colectores ovóides de alvenaria de pedra, assentes em vala. Posteriormente, com a utilização de materiais como o betão, grês ou as tubagens plásticas (e.g., PVC, PEAD e PP), foram construídos colectores com secções ovais, em arco abatido (do tipo do Caneiro de Alcântara), rectangulares e circulares. Na Figura 3 apresenta-se, a título exemplificativo, algumas das secções de colectores da cidade. Na Figura 4 apresenta-se a proporção, em termos percentuais, do tipo de secção dos colectores da cidade, face aos respectivos comprimentos totais, que ascendem a cerca de 1400 km: observa se que 75% dos colectores são circulares, 21% têm secção oval e que os colectores mais antigos (saimeis e cascões) representam cerca de 3,3% da extensão total da rede. Na Figura 5 é apresentada uma análise similar, relacionando a dimensão dos colectores existentes (secção transversal) e os comprimentos totais. É possível concluir que 58% da rede é constituída por tubagens de diâmetro, ou diâmetro equivalente, inferior a 500 mm, 28% apresenta diâmetro equivalente entre 500 e 1000 mm e apenas 0,6% apresenta diâmetro superior a 3000 m. Saimel (Pombalino) Arco abatido Figura 4 - Materiais e extensão total de tubagens da cidade de Lisboa. 27,8% mm 57,5% < 500 mm mm mm mm mm mm mm > 4000 mm 0,6% 9,9% 0,7% 1,1% 2,4% Figura 5 - Dimensão e extensão total das tubagens da cidade de Lisboa. Cascões Rectangular Oval Circular (Grês cerâmico) 4. Populações e caudais de tempo seco e de tempo húmido. Condições de escoamento A população residente na área servida pelo sistema de drenagem de Lisboa em 2001 era de cerca de 720 mil habitantes: destes, cerca de 78% da população servida residia em Lisboa, 17% na Amadora e 5% em Oeiras, prevendo-se que esta distribuição se mantenha aproximadamente até O Plano Geral prevê que em 2045 a população servida atinja 765 mil habitantes (a que corresponde uma taxa geométrica de evolução da população de 0,20%, no período de , e de 0,08% para os restantes 20 anos). Na Figura 6 apresenta-se a distribuição espacial da população residente, nas grandes bacias do sistema de drenagem da cidade, no ano ,09% 0,21% 0,34% Os caudais de tempo seco foram estimados com base nos registos de consumo de água da EPAL, no concelho de Lisboa, e de elementos dos Serviços Municipalizados, nas bacias de Algés e Algés-Falagueira, dos concelhos de Oeiras e Amadora. Em Lisboa, registos de ramais da EPAL permitiram concluir que são actualmente consumidos cerca de 59 hm3 de água por ano, sendo o sector doméstico responsável por cerca de 50% deste valor, seguido pelo comércio e indústria (23%) e pelos serviços (15%). Os serviços municipais são responsáveis por 11% do consumo de água do concelho. 12 Janeiro/Abril

6 Figura 6 - Distribuição da densidade populacional na cidade de Lisboa (ano 2001). Figura 7 Magnitude de caudais de ponta de tempo seco, em Os caudais de ponta pluviais foram estimados pelo Método Racional Generalizado, para precipitação de períodos de retorno de 2, 5, 10, 20 e 50 anos, para as principais bacias do sistema. O caudal de ponta total gerado em 2001 e em tempo seco no sistema de drenagem é de cerca de 4,3 m3/s. Este valor é composto por uma parcela de 1,8 m3/s, associada a origens domésticas, e outra de 1,5 m3/s associada a outras fontes, sendo o remanescente o caudal de infiltração (que se admite, face aos poucos registos disponíveis, representar cerca de 50% a 70% do caudal médio doméstico). Prevê-se que os caudais médios de tempo seco cresçam muito ligeiramente até o ano de horizonte de projecto, ano O caudal gerado em tempo húmido é muitíssimo superior ao de tempo seco. As precipitações com um período de retorno de 2 anos dão origem a um caudal de ponta total (considerando a soma dos caudais de ponta das diversas bacias, nos respectivos trechos finais) de cerca de 340 m3/s, e este valor praticamente duplica para eventos com um período de retorno de 50 anos. Face ao exposto, os resultados já alcançados incluem os valores de caudal total afluente a cada secção significativa da rede de drenagem, decomposto em todas as suas parcelas, para combinações de três horizontes temporais e cinco períodos de retorno. Estão também disponíveis dados relativos às condições de escoamento, que permitem conhecer, para tempo seco e em tempo de chuva, a altura de escoamento, a velocidade de escoamento e o tempo de percurso em cada trecho considerado (CHIRON/ENGIDRO/ HIDRA, 2006b). Este vasto conjunto de resultados podem ser analisado em ambiente gráfico, como é ilustrado nas Figuras 7 a 9. Na Figura 7 apresenta-se a distribuição de caudais de ponta em tempo seco gerados em 2001, destacando-se a bacia de Alcântara. Grande parte dos caudais de tempo seco são desviados, actualmente, para as ETAR de Alcântara, Chelas e Beirolas, geridas pela SIMTEJO, S.A.. Na Figura 8 apresenta-se a magnitude dos caudais pluviais nas secções de descarga no estuário do rio Tejo, para um período de retorno de 2 anos. Conhecidas as solicitações a que o sistema de drenagem está sujeito, é possível avaliar e apreciar a capacidade de transporte hidráulico, para diversos cenários, dos diversos trechos. A Figura 9 diz respeito à avaliação da capacidade de drenagem do sistema, em tempo seco, em termos de razão entre caudal de ponta a transportar (Q) e caudal de secção cheia (Qscheia), em cada trecho. 5. Perspectivas futuras Para além do Plano Geral de Drenagem de Lisboa, que inclui um Sistema de Apoio à Decisão (SAD), diversas ferramentas estão a ser pensadas e articuladas numa lógica de visão da cidade de Lisboa do século XXI, com o intuito de se dispor, em matéria de gestão do ambiente e de infra estruturas de saneamento, de instrumentos necessários a um correcto planeamento, projecto, construção e exploração das infra-estruturas. Prevê-se que a filosofia dos estudos, projectos e obras em fase de arranque se baseiem, entre outros, nos seguintes princípios de referência ou ideias chave, a desenvolver designadamente em fases posteriores do Plano (Fases C e D): 4intercepção e tratamento completo das águas residuais domésticas e industriais, antes da descarga dos caudais pluviais no estuário do rio Tejo; 4separação tendencial, quando possível, de redes de águas residuais e de redes de águas pluviais; 4adopção de soluções de controlo na origem para as águas pluviais, isto é, soluções que tirem partido da capacidade de reserva e infiltração dos solos, das áreas verdes e dos pavimentos (designadamente trincheiras de infiltração, valas com coberto vegetal e pavimentos porosos); 4criação de volumes de reserva de águas pluviais, em locais estratégicos; 4gestão das infra-estruturas em tempo real, recorrendo aos conhecimentos e possibilidades trazidas pela instalação do sistema de informação, futura instalação Figura 8 Magnitude de caudais de ponta pluvial, para um período de retorno de 2 anos (T = 2 anos) Figura 9 - Avaliação da capacidade de drenagem do sistema, para o caudal de ponta em tempo seco, em Janeiro/Abril

7 Drenagem águas residuais na Cidade de Lisboa Drenagem águas residuais na Cidade de Lisboa No âmbito das modernas tendências da concepção e beneficiação de sistemas de drenagem unitários, a gestão avançada do comportamento dos sisde rede de monitorização e da implementação do Sistema de Apoio à Decisão. A erradicação de descargas cruzadas (de colectores domésticos para linhas de água e de colectores pluviais para colectores domésticos separativos) pressupõe exaustivo trabalho de campo. O controlo de caudais de afluência a sistemas interceptores, nomeadamente com origem em redes unitárias, pode exigir a instalação de dispositivos de controlo de caudal (Matias et al., 2006). Para a intercepção e tratamento da totalidade das águas residuais da cidade, a SIMTEJO já dispõe, em grande parte, e para a rede em alta dos estudos e projectos necessários para a execução das obras. A concretização da separação tendencial de redes de águas residuais e pluviais pode ser levada a cabo, nomeadamente nas zonas menos antigas da cidade, como os bairros do Restelo ou Olivais, com urna atitude persistente e sistemática de intervenção, tirando partido de um conhecimento actualizado e detalhado das infra-estruturas existentes. A separação tendencial de águas pluviais das águas residuais domésticas deve ser promovida, sempre que possível, com o transporte das águas pluviais para soluções de controlo na origem (com vista à redução da extensão e dimensão das infra-estruturas de transporte). Essas soluções, que incluem trincheiras de infiltração, pavimentos porosos, poços absorventes e bacias de infiltração, devem preferencialmente ser encaradas na fase inicial do planeamento e incidir, sobretudo, em zonas urbanas não muito impermeabilizadas e consolidadas (Ferreira et al., 2002). Em Portugal, conhecem-se vários exemplos da aplicação de pavimentos porosos, designadamente em locais na margem do rio Tejo (Doca de Alcântara e Algés), Figura 10 - Vista de pavimentos porosos na doca de Alcântara (adaptada de Ferreira, 1999). como é ilustrado na Figura 10. A criação de reservatórios ou volumes de reserva, tão comuns em França, Alemanha ou Holanda, podem constituir soluções apropriadas para a redução dos riscos de inundações em áreas críticas da cidade. Estes reservatórios são concebidos, em regra, para armazenar caudais pluviais correspondentes a hidrogramas de projecto com períodos de retorno da ordem de 10 anos e apresentam, frequentemente, capacidade de várias dezenas de milhares de m3, sendo inteiramente enterrados e dispondo de inclinação de soleira e equipamentos que permitem a sua limpeza automática, após os eventos de precipitação e condição de enchimento. Em Barcelona, por exemplo, existem nove reservatórios enterrados deste tipo, com capacidade total instalada de cerca de m3. Na Figura 11 apresenta-se, a título ilustrativo, imagens de uma fase do processo de construção de um reservatório, com posterior cobertura. Em Lisboa, a existência desses volumes de reserva pode ser equacionada e encarada, designadamente, nas bacias de Alcântara, da Almirante Reis e de Chelas, com o objectivo de minorar problemas de inundações. temas e a minimização dos impactes adversos resultantes das descargas directas nos meios receptores passa pelo recurso a utilização de equipamentos automáticos e semi-automáticos (válvulas e adufas motorizadas, por exemplo), controladas em tempo real (em terminologia anglo-saxónica real time control ), por forma a aproveitar-se ao máximo as potencialidades do sistema (Sebastião et al., 2006). De forma a implementar soluções de controlo em tempo real, é necessário dispor de ferramentas informatizadas que integrem informação precisa, exaustiva e actualizada do sistema: para além da cartografia pertinente, deverá disporse de uma extensa base de dados que concentre toda a informação referente à localização, características, dados hidráulicos, altimetria e estado de conservação das diversas infra-estruturas (como colectores, bacias, comportas, válvulas, descarregadores, estações elevatórias e sensores). No que se refere aos sistemas de monitorização, estes devem ser instalados em secções criteriosamente seleccionadas da rede de drenagem, a fim de recolher e armazenar informação referente ao respectivo funcionamento dinâmico. Esta informação será transmitida posteriormente ao centro de controlo, auxiliando a tomada de decisões de operação das diversas infraestruturas que integram o sistema (como o accionamento de comportas, válvulas e grupos electrobomba). A informação dos sensores deve servir propósitos de projecto, exploração e manutenção, de forma a permitir gerir, a custos mínimos e de forma sustentável, o controlo de inundações e a redução de riscos de poluição. Resumidamente, os sistemas de controlo em tempo real (ou em tempo desfasado) incluem cadastros informatizados e Sistemas de Informação Geográfica (SIG), redes de monitorização (para controlo da quantidade e qualidade da água), sistemas de Figura 11 - Construção de um reservatório subterrâneo e posterior cobertura em Barcelona (adaptada de Sebastião et al., 2006). teletransmissão da informação, actuadores (tais como válvulas e adufas motorizadas) e modelos de simulação. A informação transmitida, que caracteriza o estado do sistema, é utilizada conjuntamente com os dados de previsão meteorológica (em regra, obtidos por imagens de radar) e resultados de modelos matemáticos, a fim de prever os caudais futuros e telecomandar, em tempo real, a operação do sistema. Considerações Finais A complexidade do sistema de drenagem de Lisboa, com as suas redes unitárias, colectores por vezes em malha, descarregadores, sifões invertidos e interfaces com os interceptores de águas residuais, tornam a problemática do controlo das inundações e da poluição do meio receptor (rio Tejo) especialmente difícil. Neste quadro, a filosofia do Plano Geral deve assentar em bases que potenciem uma gestão adequada dos sistemas de drenagem e tratamento, como já ocorre nalgumas modernas capitais europeias. Entre as soluções que podem vir a ser adoptadas, para além da beneficiação e reabilitação de infra-estruturas, destacam-se as No caso da cidade de Lisboa, o sistema deve pode vir a de uma rede de telesupervisão com transmissão de informação que possibilite a modelação matemática para predição de caudais, e telecomando com recolha de informação (alturas de água e caudais), com sensores convenientemente calibrados e actuadores automáticos (designadamente válvulas) em tempo real. A informação dos sensores deve servir propósitos de projecto, exploração e manutenção, por forma seguintes: 4A eventual separação tendencial, em algumas zonas da cidade, de águas residuais pluviais e águas domésticas, com as primeiras, se possível, a ser desviadas para dispositivos de reserva e infiltração - soluções de controlo na origem. 4A construção de reservas que atenuem os valores de caudal de ponta e riscos de inundações frequentes, ou evitem a descarga de águas unitárias poluídas e contaminadas para o meio receptor, por ocasião de precipitações frequentes. 4A utilização de equipamentos automáticos e semi-automáticos (válvulas e adufas motorizadas, por a permitir gerir, a custos mínimos e de forma sustentável, o controlo de inundações e a redução de riscos de poluição do rio Tejo, melhorando a qualidade de vida dos habitantes da cidade e o Ambiente, em geral. A rede gerida pela Câmara Municipal de Lisboa deve funcionar, idealmente, de modo integrado com o sistema gerido pela SIMTEJO, a fim de se optimizarem as potencialidades globais do sistema conjunto redes-interceptores-etarmeio receptor. exemplo), de forma a controlar-se o caudal descarregado para a rede em alta e aproveitar-se ao máximo as potencialidades do sistema. Em síntese, com este estudo pretendese dotar a cidade com um Plano Geral de Drenagem coerente e actualizado, por forma a dispor-se de uma estratégia de actuação e evolução em termos de planeamento, projecto, construção e exploração das infra-estruturas, tendo em vista contribuir para a redução dos riscos de inundação na cidade e de poluição e contaminação do estuário do rio Tejo, com custos mínimos, em termos económicos, sociais e ambientais. 16 Janeiro/Abril

A APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DA ÁGUA EM LISBOA PELA VALORIZAÇÃO DOS EFLUENTES LÍQUIDOS DAS SUAS ETAR

A APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DA ÁGUA EM LISBOA PELA VALORIZAÇÃO DOS EFLUENTES LÍQUIDOS DAS SUAS ETAR A APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DA ÁGUA EM LISBOA PELA VALORIZAÇÃO DOS EFLUENTES LÍQUIDOS DAS SUAS ETAR Amílcar AMBRÓSIO (1) ;Ana AMBRÓSIO DE SOUSA (2) RESUMO A Câmara Municipal de Lisboa, na previsão

Leia mais

VALÊNCIAS AMBIENTAIS EM ENGENHARIA (VAE) (2ºano MEAmbi) Mestrado Integrado em Engª do Ambiente (2015/2016) Sala QA1.4

VALÊNCIAS AMBIENTAIS EM ENGENHARIA (VAE) (2ºano MEAmbi) Mestrado Integrado em Engª do Ambiente (2015/2016) Sala QA1.4 DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E GEORRECURSOS VALÊNCIAS AMBIENTAIS EM ENGENHARIA (VAE) (2ºano MEAmbi) Mestrado Integrado em Engª do Ambiente (2015/2016) Sala QA1.4 SISTEMAS DE ABASTECIMENTO

Leia mais

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E ARQUITECTURA. VALÊNCIAS AMBIENTAIS EM ENGENHARIA (VAE) Mestrado Integrado em Engª do Ambiente

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E ARQUITECTURA. VALÊNCIAS AMBIENTAIS EM ENGENHARIA (VAE) Mestrado Integrado em Engª do Ambiente DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E ARQUITECTURA VALÊNCIAS AMBIENTAIS EM ENGENHARIA (VAE) Mestrado Integrado em Engª do Ambiente SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E SANEAMENTO José Saldanha Matos (DECivil)

Leia mais

ELEMENTOS NECESSÁRIOS À INSTRUÇÃO DO PEDIDO DE LICENÇA DE UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS DESCARGA DE ÁGUAS RESIDUAIS

ELEMENTOS NECESSÁRIOS À INSTRUÇÃO DO PEDIDO DE LICENÇA DE UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS DESCARGA DE ÁGUAS RESIDUAIS ELEMENTOS NECESSÁRIOS À INSTRUÇÃO DO PEDIDO DE LICENÇA DE UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS DESCARGA DE ÁGUAS RESIDUAIS I IDENTIFICAÇÃO DO REQUERENTE Nome/Denominação social, identificação fiscal n.º, bilhete

Leia mais

PROJETO COLABORATIVO DE GESTÃO DE CAUDAIS INDEVIDOS NO GRUPO AQUAPOR LUSÁGUA

PROJETO COLABORATIVO DE GESTÃO DE CAUDAIS INDEVIDOS NO GRUPO AQUAPOR LUSÁGUA PROJETO COLABORATIVO DE GESTÃO DE CAUDAIS INDEVIDOS NO GRUPO AQUAPOR LUSÁGUA Sara CARRIÇO 1 ; Susana BARRETO 2 ; Filipe ALPUIM 3 ; Paulo OLIVEIRA 4 RESUMO A melhoria da eficiência dos sistemas de drenagem

Leia mais

Posição da SPEA sobre a Energia Eólica em Portugal. Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves

Posição da SPEA sobre a Energia Eólica em Portugal. Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves Posição da SPEA sobre a Energia Eólica em Portugal Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves 1. Introdução A energia eólica é a fonte de energia que regista maior crescimento em todo o mundo. A percentagem

Leia mais

DECLARAÇÃO AMBIENTAL

DECLARAÇÃO AMBIENTAL C Â M A R A M U N I C I P A L D E S I N E S DECLARAÇÃO AMBIENTAL Atento ao parecer das entidades consultadas e às conclusões da Consulta Pública, relativos ao procedimento de Avaliação Ambiental Estratégica

Leia mais

SANEAMENTO AMBIENTAL I CAPTAÇÕES DE ÁGUA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E ARQUITECTURA EDUARDO RIBEIRO DE SOUSA

SANEAMENTO AMBIENTAL I CAPTAÇÕES DE ÁGUA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E ARQUITECTURA EDUARDO RIBEIRO DE SOUSA SANEAMENTO AMBIENTAL I CAPTAÇÕES DE ÁGUA EDUARDO RIBEIRO DE SOUSA LISBOA, SETEMBRO DE 2001 ÍNDICE DO TEXTO 1. INTRODUÇÃO... 1 2. CAPTAÇÕES DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS... 1 3. CAPTAÇÕES DE ÁGUAS SUPERFICIAIS...

Leia mais

Plano de Pormenor da Margem Direita da Foz do Rio Jamor Programa de Execução e Plano de Financiamento Janeiro 2014

Plano de Pormenor da Margem Direita da Foz do Rio Jamor Programa de Execução e Plano de Financiamento Janeiro 2014 PROGRAMA DE EXECUÇÃO E PLANO DE FINANCIAMENTO DO PLANO PORMENOR DA MARGEM DIREITA DA FOZ DO RIO JAMOR - OEIRAS Câmara Municipal de Oeiras ÍNDICE 1 INTRODUÇÃO... 2 2 OBJECTIVOS DO PP... 2 2.1 Objectivos

Leia mais

CONCEPÇÃO DE REDES INTERIORES DE ÁGUAS E ESGOTOS EM EDIFÍCIOS PRINCÍPIOS GERAIS ORIENTADORES NOTA TÉCNICA

CONCEPÇÃO DE REDES INTERIORES DE ÁGUAS E ESGOTOS EM EDIFÍCIOS PRINCÍPIOS GERAIS ORIENTADORES NOTA TÉCNICA CONCEPÇÃO DE REDES INTERIORES DE ÁGUAS E ESGOTOS EM EDIFÍCIOS PRINCÍPIOS GERAIS ORIENTADORES NOTA TÉCNICA 1. ÂMBITO DA NOTA TÉCNICA A presente nota técnica diz respeito aos princípios gerais orientadores

Leia mais

1 INTRODUÇÃO... 3 2 Documentos do Projectista... 4 3 DESCRIÇÃO E PRESSUPOSTOS DO EDIFÍCIO... 7 3.1 Aparelhos Sanitários... 7 3.

1 INTRODUÇÃO... 3 2 Documentos do Projectista... 4 3 DESCRIÇÃO E PRESSUPOSTOS DO EDIFÍCIO... 7 3.1 Aparelhos Sanitários... 7 3. PROJECTO DA REDE PREDIAL DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS E PLUVIAIS Memória Descritiva e Justificativa COMUNICAÇÃO PRÉVIA, Mata do Duque 2ª Fase, 58A 59B, Santo Estêvão, Benavente Requerente: Karen Simpson

Leia mais

APROVEITAMENTO HIDROELÉCTRICO DE AGILDE

APROVEITAMENTO HIDROELÉCTRICO DE AGILDE APROVEITAMENTO HIDROELÉCTRICO DE AGILDE Ribeira de Santa Natália Concelho de Celorico de Basto Acesso rodoviário Açude Canal e conduta forçada Câmara de carga Central hidroeléctrica O aproveitamento hidroeléctrico

Leia mais

IV Fórum do Sector Segurador e Fundos de Pensões. Lisboa, 15 de Abril de 2009

IV Fórum do Sector Segurador e Fundos de Pensões. Lisboa, 15 de Abril de 2009 IV Fórum do Sector Segurador e Fundos de Pensões Lisboa, 15 de Abril de 2009 Foi com todo o gosto e enorme interesse que aceitei o convite do Diário Económico para estar presente neste IV Fórum do sector

Leia mais

ASPECTOS SOBRE SISTEMAS DE DRENAGEM EM PEDREIRAS A CÉU ABERTO

ASPECTOS SOBRE SISTEMAS DE DRENAGEM EM PEDREIRAS A CÉU ABERTO ASPECTOS SOBRE SISTEMAS DE DRENAGEM EM PEDREIRAS A CÉU ABERTO Mário J. N. Bastos Engenheiro de Minas INTRODUÇÃO A drenagem de águas superficiais é uma das operações auxiliares mais importantes nas pedreiras

Leia mais

BETUMINOSOS NO CONCELHO DE VIANA DO ALENTEJO 3.1 MEMÓRIA DESCRITIVA

BETUMINOSOS NO CONCELHO DE VIANA DO ALENTEJO 3.1 MEMÓRIA DESCRITIVA BETUMINOSOS NO CONCELHO DE VIANA DO ALENTEJO 3.1 MEMÓRIA DESCRITIVA 3.1.1 INTRODUÇÃO A Câmara Municipal de Viana do Alentejo pretende, com este projecto, proceder à construção/reparação/reforço do pavimento

Leia mais

EFICIÊNCIA HÍDRICA. Relatório de experiência realizada no Colégio xxxxxxxxx de Campo de Ourique. Experiência de 13/09 a 09/11 de 2010

EFICIÊNCIA HÍDRICA. Relatório de experiência realizada no Colégio xxxxxxxxx de Campo de Ourique. Experiência de 13/09 a 09/11 de 2010 EFICIÊNCIA HÍDRICA Relatório de experiência realizada no Colégio xxxxxxxxx de Campo de Ourique Experiência de 13/09 a 09/11 de 2010 Novembro de 2010 1. Introdução A água é um bem essencial à vida e indispensável

Leia mais

As áreas temáticas visadas na construção da síntese de diagnóstico apresentam-se no Quadro 2.77

As áreas temáticas visadas na construção da síntese de diagnóstico apresentam-se no Quadro 2.77 2.7 síntese de diagnóstico A síntese de diagnóstico perspectiva desenhar a realidade insular de Santa Maria materializada em indicadores-chave, permitindo estabelecer a situação de referência no que concerne

Leia mais

INSTALAÇÃO DE UM NOVO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL NO VIADUTO DO LOUREIRO

INSTALAÇÃO DE UM NOVO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL NO VIADUTO DO LOUREIRO INSTALAÇÃO DE UM NOVO SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL NO VIADUTO DO LOUREIRO Manuel Lorena 1 1 COBA, Consultores de Engenharia e Ambiente, Serviço de Vias de Comunicação, Núcleo Rodoviário Av. 5 de Outubro

Leia mais

4. PRINCÍPIOS DE PLANEAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS

4. PRINCÍPIOS DE PLANEAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS 4. PRINCÍPIOS DE PLANEAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS A abordagem estratégica que se pretende implementar com o Plano Regional da Água deverá ser baseada num conjunto de princípios nucleares que, sendo unanimemente

Leia mais

FEUP - 2010 RELATÓRIO DE CONTAS BALANÇO

FEUP - 2010 RELATÓRIO DE CONTAS BALANÇO relatório de contas 2 FEUP - 2010 RELATÓRIO DE CONTAS BALANÇO FEUP - 2010 RELATÓRIO DE CONTAS 3 4 FEUP - 2010 RELATÓRIO DE CONTAS DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS POR NATUREZAS DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA

Leia mais

INQUÉRITO ÀS ENTIDADES GESTORAS NORMA ISO 24510 1 OBJECTIVO DO INQUÉRITO 2 CONSTITUIÇÃO DO INQUÉRITO RELATÓRIO FINAL

INQUÉRITO ÀS ENTIDADES GESTORAS NORMA ISO 24510 1 OBJECTIVO DO INQUÉRITO 2 CONSTITUIÇÃO DO INQUÉRITO RELATÓRIO FINAL INQUÉRITO ÀS ENTIDADES GESTORAS NORMA ISO 24510 RELATÓRIO FINAL 1 OBJECTIVO DO INQUÉRITO A publicação das normas ISO 24500 (ISO 24510, ISO 24511 e ISO 24512), que constituem o primeiro conjunto de normas

Leia mais

AULA 23 ÓRGÃOS ESPECIAIS EM SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS. SANEAMENTO Aula 23 - Sumário

AULA 23 ÓRGÃOS ESPECIAIS EM SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS. SANEAMENTO Aula 23 - Sumário SANEAMENTO Aula 23 - Sumário AULA 23 ÓRGÃOS ESPECIAIS EM SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS Sifões invertidos, descarregadores e instalações elevatórias. Saneamento [A23.1] SIFÕES INVERTIDOS (Artº

Leia mais

Área de Intervenção IV: Qualidade de vida do idoso

Área de Intervenção IV: Qualidade de vida do idoso Área de Intervenção IV: Qualidade de vida do idoso 64 ÁREA DE INTERVENÇÃO IV: QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO 1 Síntese do Problemas Prioritários Antes de serem apresentadas as estratégias e objectivos para

Leia mais

1. INTRODUÇÃO 2 2. OBJECTO 2 3. RESPONSÁVEL DE SEGURANÇA 2 4. MEDIDAS DE PREVENÇÃO 2 ANEXO - LISTA DE VERIFICAÇÕES 7

1. INTRODUÇÃO 2 2. OBJECTO 2 3. RESPONSÁVEL DE SEGURANÇA 2 4. MEDIDAS DE PREVENÇÃO 2 ANEXO - LISTA DE VERIFICAÇÕES 7 Directivas Técnicas 01-02/2007 Prevenção de incêndios em hospitais Ficha técnica Número 01-02/2007 Data de publicação MAI 2007 Data última revisão MAI 2008 Revisão obrigatória MAI 2009 Autoria e edição

Leia mais

DESARROLLO DE EXPERIENCIAS DE REFERENCIA FICHA FINAL

DESARROLLO DE EXPERIENCIAS DE REFERENCIA FICHA FINAL DESARROLLO DE EXPERIENCIAS DE REFERENCIA FICHA FINAL SOCIO TÍTULO DE LA EXPERIENCIA DE REFERENCIA Recuperação do antigo sistema hídrico de águas naturais para o abastecimento de água para os jardins da

Leia mais

CASO DE ESTUDO SOBRE SIG

CASO DE ESTUDO SOBRE SIG Laboratório Regional de Engenharia Civil Agência Regional da Energia e Ambiente da Região Autónoma da Madeira Câmara Municipal do Funchal Sistema Integrado para a Implementação de Sustentabilidade CASO

Leia mais

BRISA AUTO-ESTRADAS DE PORTUGAL, S.A.

BRISA AUTO-ESTRADAS DE PORTUGAL, S.A. BRISA AUTO-ESTRADAS DE PORTUGAL, S.A. A12 AUTO-ESTRADA SETÚBAL / MONTIJO SUBLANÇOS MONTIJO / PINHAL NOVO / / NÓ A2-A12 / SETÚBAL MAPA ESTRATÉGICO DE RUÍDO RESUMO NÃO TÉCNICO BRISA AUTO-ESTRADAS DE PORTUGAL,

Leia mais

PLANO DE GESTÃO DE RESIDUOS ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO... 3 2. IDENTIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS PRODUZIDOS... 4 3. MODO OPERATIVO... 5 4. RESPONSABILIDADES...

PLANO DE GESTÃO DE RESIDUOS ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO... 3 2. IDENTIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS PRODUZIDOS... 4 3. MODO OPERATIVO... 5 4. RESPONSABILIDADES... PLANO DE GESTÃO DE RESIDUOS ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO... 3 2. IDENTIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS PRODUZIDOS... 4 3. MODO OPERATIVO... 5 3.1. FASE DE PLANEAMENTO (PRÉ-OBRA)...5 3.2. FASE DE CONSTRUÇÃO...5 3.2.1. Deposição

Leia mais

Barómetro Regional da Qualidade Avaliação da Satisfação dos Utentes dos Serviços de Saúde

Barómetro Regional da Qualidade Avaliação da Satisfação dos Utentes dos Serviços de Saúde Avaliação da Satisfação dos Utentes dos Serviços de Saúde Entidade Promotora Concepção e Realização Enquadramento Avaliação da Satisfação dos Utentes dos Serviços de Saúde Índice RESUMO EXECUTIVO...

Leia mais

Consulta pública. Sistema de Cobertura do Risco de Fenómenos Sísmicos

Consulta pública. Sistema de Cobertura do Risco de Fenómenos Sísmicos MINISTÉRIO DAS FINANÇAS E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Consulta pública Sistema de Cobertura do Risco de Fenómenos Sísmicos - Fundo Sísmico - Fundo de Solidariedade Outubro de 2010 1 ÍNDICE 1. Enquadramento

Leia mais

C e n t ro O p e r a t i vo e d e Te c n o l o g i a d e R e ga d i o. Laboratório de Testes de Equipamentos de Rega

C e n t ro O p e r a t i vo e d e Te c n o l o g i a d e R e ga d i o. Laboratório de Testes de Equipamentos de Rega C e n t ro O p e r a t i vo e d e Te c n o l o g i a d e R e ga d i o Laboratório de Testes de Equipamentos de Rega C e n t r o O p e r a t i v o e d e T e c n o l o g i a d e R e g a d i o 1 Introdução

Leia mais

II.3.1.1.1. Medidas adoptadas por motivos ambientais e de escassez

II.3.1.1.1. Medidas adoptadas por motivos ambientais e de escassez 66/12 II.3. CARACTERIZAÇÃO ECONÓMICO-FINANCEIRA II.3.1. ABASTECIMENTO DE ÁGUA II.3.1.1. Problemas Ambientais e de Escassez II.3.1.1.1. Medidas adoptadas por motivos ambientais e de escassez A captação

Leia mais

Análise jurídica para a ratificação da Convenção 102 da OIT

Análise jurídica para a ratificação da Convenção 102 da OIT Análise jurídica para a ratificação da Convenção 102 da OIT A análise do quadro jurídico para a ratificação da Convenção 102 da OIT por Cabo Verde, inscreve-se no quadro geral da cooperação técnica prestada

Leia mais

Condições SMQVU Ambientais

Condições SMQVU Ambientais Condições SMQVU Ambientais O estado do ambiente condiciona decisivamente a qualidade de vida das pessoas. No inquérito realizado à população residente no Porto, em 23, foi pedido aos entrevistados que

Leia mais

CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA. Bruxelas, 26 de Outubro de 2010 (04.11) (OR. en) 15449/10 AUDIO 37 COMPET 311 CULT 98

CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA. Bruxelas, 26 de Outubro de 2010 (04.11) (OR. en) 15449/10 AUDIO 37 COMPET 311 CULT 98 CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA Bruxelas, 26 de Outubro de 2010 (04.11) (OR. en) 15449/10 AUDIO 37 COMPET 311 CULT 98 NOTA de: Secretariado-Geral do Conselho para: Comité de Representantes Permanentes (1.ª

Leia mais

A ETAR da Ponta. Pág. 1 de 6

A ETAR da Ponta. Pág. 1 de 6 A ETAR da Ponta A Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) da Ponta, localizada na encosta poente do Pico Ana Ferreira, junto ao açude da Ponta, trata todas as águas residuais domésticas da ilha

Leia mais

VALOR DOS DIREITOS DE PROPRIEDADE INTELECTUAL NO SECTOR CULTURAL E CRIATIVO

VALOR DOS DIREITOS DE PROPRIEDADE INTELECTUAL NO SECTOR CULTURAL E CRIATIVO VALOR DOS DIREITOS DE PROPRIEDADE INTELECTUAL NO SECTOR CULTURAL E CRIATIVO A presente Nota Estatística visa apresentar informação relativa ao valor dos direitos de propriedade intelectual 1 no sector

Leia mais

1 Introdução. 2 Exemplo de aplicação

1 Introdução. 2 Exemplo de aplicação Os problemas da utilização de métodos de simulação de cargas térmicas e consumo energético na auditoria energética para verificação dos Requisitos Energéticos dos edifícios por Luís Roriz e Alexandre Gonçalves

Leia mais

ASSUNTO: Processo de Auto-avaliação da Adequação do Capital Interno (ICAAP)

ASSUNTO: Processo de Auto-avaliação da Adequação do Capital Interno (ICAAP) Manual de Instruções do Banco de Portugal Instrução nº 15/2007 ASSUNTO: Processo de Auto-avaliação da Adequação do Capital Interno (ICAAP) A avaliação e a determinação com rigor do nível de capital interno

Leia mais

Mod 10-381 rev 0. Manual de Boas Práticas Ambientais. Prestadores de Serviços de Manutenção de Material Circulante

Mod 10-381 rev 0. Manual de Boas Práticas Ambientais. Prestadores de Serviços de Manutenção de Material Circulante Mod 10-381 rev 0 Manual de Boas Práticas Ambientais Prestadores de Serviços de Manutenção de Material Circulante Mensagem do Conselho de Administração Mensagem do Conselho de Administração A implementação

Leia mais

B. Qualidade de Crédito dos Investimentos das Empresas de Seguros e dos Fundos de Pensões. 1. Introdução. 2. Âmbito

B. Qualidade de Crédito dos Investimentos das Empresas de Seguros e dos Fundos de Pensões. 1. Introdução. 2. Âmbito B. Qualidade de Crédito dos Investimentos das Empresas de Seguros e dos Fundos de Pensões 1. Introdução A mensuração, mitigação e controlo do nível de risco assumido pelos investidores institucionais (e

Leia mais

FÓRUM CIDADE GRUPO 8

FÓRUM CIDADE GRUPO 8 FÓRUM CIDADE GRUPO 8 UMA NOVA POLÍTICA URBANA Durante os doze anos (1990/2001) que esteve à frente dos destinos de Lisboa, a coligação liderada pelo Partido Socialista demonstrou uma vitalidade e uma capacidade

Leia mais

Resposta da Sonaecom Serviços de Comunicações, SA (Sonaecom) à consulta pública sobre o Quadro Nacional de Atribuição de Frequências 2010 (QNAF 2010)

Resposta da Sonaecom Serviços de Comunicações, SA (Sonaecom) à consulta pública sobre o Quadro Nacional de Atribuição de Frequências 2010 (QNAF 2010) Resposta da Sonaecom Serviços de Comunicações, SA (Sonaecom) à consulta pública sobre o Quadro Nacional de Atribuição de Frequências 2010 (QNAF 2010) I. Introdução O espectro radioeléctrico é um recurso

Leia mais

NOTA DE APRESENTAÇÃO

NOTA DE APRESENTAÇÃO NOTA DE APRESENTAÇÃO 1. O presente estudo dá continuidade ao trabalho de natureza estatística relativo às liquidações das declarações do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares iniciado e divulgado

Leia mais

DOMÓTICA, VIDEOPORTEIRO E SISTEMAS DE SEGURANÇA

DOMÓTICA, VIDEOPORTEIRO E SISTEMAS DE SEGURANÇA 17 DOMÓTICA, VIDEOPORTEIRO E SISTEMAS DE SEGURANÇA 207 17. DOMÓTICA, VIDEOPORTEIRO E SISTEMAS DE SEGURANÇA 17.1 INTRODUÇÃO Para que os investidores, operadores e ocupantes possam usufruir dos edifícios

Leia mais

Desigualdade Económica em Portugal

Desigualdade Económica em Portugal Desigualdade Económica em Portugal A publicação anual pelo Eurostat e pelo INE de indicadores de desigualdade na distribuição pessoal do rendimento em Portugal, e a sua comparação com os dos restantes

Leia mais

ÓRGÃOS DE MANOBRA E CONTROLO. Tipos, função e localização

ÓRGÃOS DE MANOBRA E CONTROLO. Tipos, função e localização ÓRGÃOS DE MANOBRA E CONTROLO Tipos, função e localização Órgãos de manobra e controlo de um sistema adutor Principais tipos de órgãos Válvulas de manobra e segurança (manuais ou de funcionamento autónomo)

Leia mais

A PRODUTIVIDADE NA EXECUÇÃO DE ADUTORAS DE ÁGUA

A PRODUTIVIDADE NA EXECUÇÃO DE ADUTORAS DE ÁGUA A PRODUTIVIDADE NA EXECUÇÃO DE ADUTORAS DE ÁGUA Odívio da S. Rezende Neto (1); Ubiraci E. L. de Souza (2); Carla A. Sautchúk (3) (1) Dep. de Construção Civil, Escola Politécnica da USP, odivio.rezende@poli.usp.br

Leia mais

Escola Superior de Tecnologia de Setúbal. Modelação e Identificação de Sistemas. Controlo. Ângelo Carmo - 1579 Luis Santos - 2717

Escola Superior de Tecnologia de Setúbal. Modelação e Identificação de Sistemas. Controlo. Ângelo Carmo - 1579 Luis Santos - 2717 Escola Superior de Tecnologia de Setúbal Curso de Licenciatura em Engenharia de Automação, Controlo e Instrumentação Modelação e Identificação de Sistemas Controlo Sistema de Transporte e Compactação de

Leia mais

Divisão de Assuntos Sociais

Divisão de Assuntos Sociais Divisão de Assuntos Sociais Programa de Apoio às Entidades Sociais de Odivelas (PAESO) Índice Pág. Preâmbulo 1 1. Objectivos 2 2. Destinatários 2 3. Modalidades de Apoio 2 3.1. Subprograma A - Apoio à

Leia mais

Manual do Revisor Oficial de Contas. Projecto de Directriz de Revisão/Auditoria 860

Manual do Revisor Oficial de Contas. Projecto de Directriz de Revisão/Auditoria 860 Índice Projecto de Directriz de Revisão/Auditoria 860 PROJECTO DE DIRECTRIZ DE REVISÃO/AUDITORIA 860 Dezembro de 2008 Relatório Sobre o Sistema de Controlo Interno das Instituições de Crédito e Sociedades

Leia mais

Ecologia para Aldeias de Pesquisa para a Paz

Ecologia para Aldeias de Pesquisa para a Paz Ecologia para Aldeias de Pesquisa para a Paz O Centro de Pesquisa para a Paz Tamera está a desenvolver um modelo de grande escala para renaturalização da paisagem e produção de alimentos em cooperação

Leia mais

FERRAMENTAS DA QUALIDADE

FERRAMENTAS DA QUALIDADE FERRAMENTAS DA QUALIDADE Docente: Dr. José Carlos Marques Discentes: Estêvão Andrade N.º 2089206 Maria da Luz Abreu N.º 2405797 Teodoto Silva N.º 2094306 Vitalina Cunha N.º 2010607 FERRAMENTAS DA QUALIDADE

Leia mais

EVOLUÇÃO DO SEGURO DE SAÚDE EM PORTUGAL

EVOLUÇÃO DO SEGURO DE SAÚDE EM PORTUGAL EVOLUÇÃO DO SEGURO DE SAÚDE EM PORTUGAL Ana Rita Ramos 1 Cristina Silva 2 1 Departamento de Análise de Riscos e Solvência do ISP 2 Departamento de Estatística e Controlo de Informação do ISP As opiniões

Leia mais

A Avaliação Ambiental Estratégica no Sector Energético:

A Avaliação Ambiental Estratégica no Sector Energético: A Avaliação Ambiental Estratégica no Sector Energético: O Caso do Planeamento das Redes de Transporte de Electricidade 4ª Conferência Nacional de Avaliação de Impactes Vila Real 20 de Outubro de 2010 Autores:

Leia mais

PROGRAMA DO INTERNATO MÉDICO DE SAÚDE PÚBLICA

PROGRAMA DO INTERNATO MÉDICO DE SAÚDE PÚBLICA Coordenação do Internato Médico de Saúde Pública PROGRAMA DO INTERNATO MÉDICO DE SAÚDE PÚBLICA (Aprovado pela Portaria 47/2011, de 26 de Janeiro) Internato 2012/2016 ÍNDICE GERAL INTRODUÇÃO 1 1. DURAÇÃO

Leia mais

SITUAÇÃO ACTUAL DA GESTÃO DO REGULAMENTO DE DESCARGA DE ÁGUAS RESIDUAIS INDUSTRIAIS DO MUNICÍPIO DE LOURES

SITUAÇÃO ACTUAL DA GESTÃO DO REGULAMENTO DE DESCARGA DE ÁGUAS RESIDUAIS INDUSTRIAIS DO MUNICÍPIO DE LOURES SITUAÇÃO ACTUAL DA GESTÃO DO REGULAMENTO DE DESCARGA DE ÁGUAS RESIDUAIS INDUSTRIAIS DO MUNICÍPIO DE LOURES Ana M. da MATA(1); Carlos M. MARTINS(2); Maria Cristina CORTEZ(3) RESUMO Faz-se uma breve caracterização

Leia mais

REGRAS BÁSICAS PARA UMA BOA INSTALAÇÃO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL

REGRAS BÁSICAS PARA UMA BOA INSTALAÇÃO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL REGRAS BÁSICAS PARA UMA BOA INSTALAÇÃO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL O presente documento visa servir o interesse do cliente da EPAL, dando a conhecer algumas das condições ideais de construção, de

Leia mais

Conteúdo Gestão Avançada de Sistemas de Abastecimento de Água. Factores que influenciam as perdas reais. Factores que influenciam as perdas aparentes

Conteúdo Gestão Avançada de Sistemas de Abastecimento de Água. Factores que influenciam as perdas reais. Factores que influenciam as perdas aparentes Gestão Avançada de Sistemas de Abastecimento de Tema 5 - Gestão da eficiência dos s Parte II: Controlo de perdas de Dídia Covas didia.covas@civil.ist.utl.pt; didia.covas@gmail.com) IST, 2, 9 e 16 de Junho

Leia mais

PROJETO DE INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA FRIA REGISTRO DE INSPEÇÃO DE PROJETOS

PROJETO DE INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA FRIA REGISTRO DE INSPEÇÃO DE PROJETOS Página 1 GRUPO RESPONSÁVEL PELA ELA- BORAÇÃO DO PROJETO: REGISTRO DE INSPEÇÃO DE PROJETOS PROJETO INSPECIONADO: DATA DA INSPEÇÃO: AUTOR DESTE CHECKLIST MARCOS LUÍS ALVES DA SILVA Sistema de instalações

Leia mais

GUIA DE FUNCIONAMENTO DA UNIDADE CURRICULAR

GUIA DE FUNCIONAMENTO DA UNIDADE CURRICULAR Curso ENGENHARIA CIVIL Ano letivo 2011-2012 Unidade Curricular INSTALAÇÕES DE EDIFÍCIOS ECTS 5 Regime Obrigatório Ano 2º Semestre 2º Semestre Horas de trabalho globais Docente(s) José António Furtado Figueiredo

Leia mais

Plano de Acção para a Sustentabilidade Energética de Lisboa

Plano de Acção para a Sustentabilidade Energética de Lisboa Plano de Acção para a Sustentabilidade Energética de Lisboa desenvolvido no seguimento da adesão da ao Pacto dos Autarcas no âmbito da Estratégia Energético-Ambiental para Lisboa Elaborado por: Título:

Leia mais

MESTRADO EM PSICOLOGIA SOCIAL E DAS ORGANIZAÇÕES GUIA DE ORGANIZAÇÃO E DE FUNCIONAMENTO DOS ESTÁGIOS

MESTRADO EM PSICOLOGIA SOCIAL E DAS ORGANIZAÇÕES GUIA DE ORGANIZAÇÃO E DE FUNCIONAMENTO DOS ESTÁGIOS INSTI INSTUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DO TRABALHO E DA EMPRESA DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA SOCIAL E DAS ORGANIZAÇÕES MESTRADO EM PSICOLOGIA SOCIAL E DAS ORGANIZAÇÕES GUIA DE ORGANIZAÇÃO E DE FUNCIONAMENTO

Leia mais

EXAME NACIONAL DO ENSINO SECUNDÁRIO VERSÃO 1

EXAME NACIONAL DO ENSINO SECUNDÁRIO VERSÃO 1 EXAME NACIONAL DO ENSINO SECUNDÁRIO 11.º Ano de Escolaridade (Decreto-Lei n.º 74/2004, de 26 de Março) Curso Científico-Humanístico de Ciências Socioeconómicas PROVA 712/12 Págs. Duração da prova: 120

Leia mais

10 Redes de infra-estruturas. 10.1 Sistema de saneamento da cidade de Lisboa. Evolução da Rede de Drenagem desde 1990

10 Redes de infra-estruturas. 10.1 Sistema de saneamento da cidade de Lisboa. Evolução da Rede de Drenagem desde 1990 10 Redes de infra-estruturas 10.1 Sistema de saneamento da cidade de Lisboa Evolução da Rede de Drenagem desde 1990 Breve descrição Com o objectivo de interceptar os esgotos da cidade de Lisboa, A CML

Leia mais

Regulamento de Edificabilidade do Pólo Industrial da Lagoa Cortes - Monção

Regulamento de Edificabilidade do Pólo Industrial da Lagoa Cortes - Monção Regulamento de Edificabilidade do Pólo Industrial da Lagoa Cortes - Monção CAPÍTULO I Disposições gerais Artigo 1º Âmbito e aplicação Para efeitos de uso do solo e de licenciamento de quaisquer obras de

Leia mais

TV CABO PORTUGAL, S.A.

TV CABO PORTUGAL, S.A. Alteração da decisão de 14 de maio de 2014 relativa à transmissão para a Optimus Comunicações S.A. dos direitos de utilização de números detidos pela ZON TV CABO PORTUGAL, S.A. 1. Enquadramento Em 14 de

Leia mais

Semapa - Sociedade de Investimento e Gestão, SGPS, S.A. Sociedade Aberta

Semapa - Sociedade de Investimento e Gestão, SGPS, S.A. Sociedade Aberta Semapa - Sociedade de Investimento e Gestão, SGPS, S.A. Sociedade Aberta Sede: Av. Fontes Pereira de Melo, 14 10º -1050-121 Lisboa Capital Social: 118.332.445 Euros - NIPC e Mat. na C.R.C. de Lisboa sob

Leia mais

UVW 9. SÍNTESE DE IMPACTES

UVW 9. SÍNTESE DE IMPACTES 9. SÍNTESE DE IMPACTES Um dos objectivos fundamentais deste Estudo de Ambiental é o de identificar os impactes diferenciais da utilização de RIP como combustíveis alternativos. Assim, a existência ou não

Leia mais

L 129/52 Jornal Oficial da União Europeia 28.5.2010

L 129/52 Jornal Oficial da União Europeia 28.5.2010 L 129/52 Jornal Oficial da União Europeia 28.5.2010 REGULAMENTO (UE) N. o 461/2010 DA COMISSÃO de 27 de Maio de 2010 relativo à aplicação do artigo 101. o, n. o 3, do Tratado sobre o Funcionamento da União

Leia mais

TIPOLOGIA SÓCIO-ECONÓMICA DA ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA

TIPOLOGIA SÓCIO-ECONÓMICA DA ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA Informação à Comunicação Social 3 de Fevereiro de 2000 TIPOLOGIA SÓCIO-ECONÓMICA DA ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA Introdução Este estudo procura caracterizar as estruturas territoriais na Área Metropolitana

Leia mais

O Hypercluster da Economia do Mar em Portugal. (Resumo)

O Hypercluster da Economia do Mar em Portugal. (Resumo) O Hypercluster da Economia do Mar em Portugal (Resumo) O Hypercluster da Economia do Mar em Portugal Um novo domínio estratégico e um factor de afirmação A economia portuguesa está a sofrer uma descontinuidade

Leia mais

TROÇO IC2 BATALHA SUL / PORTO (IC1) PLANO DE ACÇÃO RESUMO NÃO TÉCNICO

TROÇO IC2 BATALHA SUL / PORTO (IC1) PLANO DE ACÇÃO RESUMO NÃO TÉCNICO ESTRADAS DE PORTUGAL, S.A. TROÇO IC2 BATALHA SUL / PORTO (IC1) PLANO DE ACÇÃO RESUMO NÃO TÉCNICO Lisboa, Abril de 2015 Esta página foi deixada propositadamente em branco 2 ESTRADAS DE PORTUGAL, S.A. TROÇO

Leia mais

PARLAMENTO EUROPEU. Comissão dos Assuntos Jurídicos. 10.6.2005 PE 360.003v01-00

PARLAMENTO EUROPEU. Comissão dos Assuntos Jurídicos. 10.6.2005 PE 360.003v01-00 PARLAMENTO EUROPEU 2004 ««««««««««««Comissão dos Assuntos Jurídicos 2009 10.6.2005 PE 360.003v01-00 ALTERAÇÕES 1-17 Projecto de recomendação para segunda leitura Michel Rocard Patenteabilidade das invenções

Leia mais

SISTEMAS URBANOS DE ÁGUAS RESIDUAIS E PLUVIAIS Um olhar sobre Lisboa

SISTEMAS URBANOS DE ÁGUAS RESIDUAIS E PLUVIAIS Um olhar sobre Lisboa SISTEMAS URBANOS DE ÁGUAS RESIDUAIS E PLUVIAIS Um olhar sobre Lisboa Maria do Céu Almeida e Rafaela Matos LNEC, Departamento de Hidráulica e Ambiente AML, 27 de Fevereiro 2015 1. Introdução Desafios na

Leia mais

POLÍTICA DE SEGURANÇA DA RCTS

POLÍTICA DE SEGURANÇA DA RCTS POLÍTICA DE SEGURANÇA DA RCTS ACTA DA REUNIÃO Nº 1 Data: 27/01/2011 10:00 Ordem de trabalhos: Ponto um: Enquadramento do trabalho a desenvolver neste grupo Ponto dois: Definição do âmbito da política de

Leia mais

OS NOSSOS SERVIÇOS! TIROMATO Limpeza e Proteção Florestal, Lda. Qualidade e Profissionalismo

OS NOSSOS SERVIÇOS! TIROMATO Limpeza e Proteção Florestal, Lda. Qualidade e Profissionalismo TIROMATO Limpeza e Proteção Florestal, Lda. A responsabilidade social e a preservação ambiental significa um compromisso com a vida. OS NOSSOS SERVIÇOS! Qualidade e Profissionalismo TIROMATO, Lda. A limpeza

Leia mais

MORADIA RELVA NORDELA SÃO MIGUEL

MORADIA RELVA NORDELA SÃO MIGUEL MORADIA RELVA NORDELA SÃO MIGUEL NOTA TÉCNICA DE PATOLOGIAS (Elaborado por António Barbosa de Campos, AATAE CP3309, Pós-graduação em Engenharia de Qualidade) 1. INTRODUÇÃO O objeto da presente Nota Técnica

Leia mais

Contributo da APRITEL. 16 de Outubro de 2007. APRITEL BoasPraticasAP 20071022b.doc 1/9

Contributo da APRITEL. 16 de Outubro de 2007. APRITEL BoasPraticasAP 20071022b.doc 1/9 Aquisição de serviços na área das comunicações pela Administração Pública Ofertas de Referência Boas Práticas para a melhoria do processo e para a promoção da concorrência Contributo da APRITEL 16 de Outubro

Leia mais

Plataforma móvel de trabalho em altura Manual de Instruções

Plataforma móvel de trabalho em altura Manual de Instruções Spot Picker V 0.1 Plataforma móvel de trabalho em altura Manual de Instruções SPOT JET Serviços de Manutenção Industrial, Lda Rua D. Luís de Noronha n.º 22, 4 Dto. 1050-072 Lisboa Portugal Tel. (+351)

Leia mais

Um sistema bem dimensionado permite poupar, em média, 70% a 80% da energia necessária para o aquecimento de água que usamos em casa.

Um sistema bem dimensionado permite poupar, em média, 70% a 80% da energia necessária para o aquecimento de água que usamos em casa. Mais Questões Isildo M. C. Benta, Assistência Técnica Certificada de Sistemas Solares Quanto poupo se instalar um painel solar térmico? Um sistema bem dimensionado permite poupar, em média, 70% a 80% da

Leia mais

5.7 Murtosa. 5.6.4.4 Tarifário de água O Quadro 5.66 apresenta o tarifário da água da rede de abastecimento público no concelho de Mira.

5.7 Murtosa. 5.6.4.4 Tarifário de água O Quadro 5.66 apresenta o tarifário da água da rede de abastecimento público no concelho de Mira. 5.6.4.3 Tratamento de água para consumo humano A água captada pela Câmara (captação da Lagoa) é sujeita a tratamento de filtragem e cloragem. 5.6.4.4 Tarifário de água O Quadro 5.66 apresenta o tarifário

Leia mais

PROGRAMA DE ACÇÃO COMUNITÁRIO RELATIVO À VIGILÂNCIA DA SAÚDE. PROGRAMA DE TRABALHO PARA 2000 (Nº 2, alínea b), do artigo 5º da Decisão nº 1400/97/CE)

PROGRAMA DE ACÇÃO COMUNITÁRIO RELATIVO À VIGILÂNCIA DA SAÚDE. PROGRAMA DE TRABALHO PARA 2000 (Nº 2, alínea b), do artigo 5º da Decisão nº 1400/97/CE) PROGRAMA DE ACÇÃO COMUNITÁRIO RELATIVO À VIGILÂNCIA DA SAÚDE VERSION FINALE PROGRAMA DE TRABALHO PARA 2000 (Nº 2, alínea b), do artigo 5º da Decisão nº 1400/97/CE) 1. INTRODUÇÃO As actividades da União

Leia mais

Quadro 4.3 - Relação de chuvas de diferentes durações. Valor Médio Obtido pelo DNOS. 5 min / 30 min 0,34 1 h / 24 h 0,42

Quadro 4.3 - Relação de chuvas de diferentes durações. Valor Médio Obtido pelo DNOS. 5 min / 30 min 0,34 1 h / 24 h 0,42 Determinação da Intensidade de Chuva Para obtenção das intensidades de chuvas de curta duração, em função de diversos tempos de recorrência, aplicaram-se procedimentos a seguir descritos: Primeiramente

Leia mais

Resolução da Assembleia da República n.º 64/98 Convenção n.º 162 da Organização Internacional do Trabalho, sobre a segurança na utilização do amianto.

Resolução da Assembleia da República n.º 64/98 Convenção n.º 162 da Organização Internacional do Trabalho, sobre a segurança na utilização do amianto. Resolução da Assembleia da República n.º 64/98 Convenção n.º 162 da Organização Internacional do Trabalho, sobre a segurança na utilização do amianto. Aprova, para ratificação, a Convenção n.º 162 da Organização

Leia mais

Projecto de SCIE e medidas de autoprotecção em lares de idosos e edifícios hospitalares

Projecto de SCIE e medidas de autoprotecção em lares de idosos e edifícios hospitalares Título 1 Projecto de SCIE e medidas de autoprotecção em lares de idosos e edifícios hospitalares 2 Sumário Breve caracterização do risco de incêndio Medidas de segurança de natureza física Projecto de

Leia mais

NOVO REGIME JURÍDICO DA REABILITAÇÃO URBANA. Decreto-Lei n.º 309/2007, de 23 de Outubro Workshop IHRU 12 Abril 2010

NOVO REGIME JURÍDICO DA REABILITAÇÃO URBANA. Decreto-Lei n.º 309/2007, de 23 de Outubro Workshop IHRU 12 Abril 2010 NOVO REGIME JURÍDICO DA REABILITAÇÃO URBANA Decreto-Lei n.º 309/2007, de 23 de Outubro Workshop IHRU 12 Abril 2010 DOIS CONCEITOS FUNDAMENTAIS «área de reabilitação urbana» - cuja delimitação pelo município

Leia mais

P L A N O D E A C T I V I D A D E S

P L A N O D E A C T I V I D A D E S Agência Regional de Energia e Ambiente do Norte Alentejano e Tejo P L A N O D E A C T I V I D A D E S = 2008 = Janeiro de 2008 ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO... 3 2. ACTIVIDADES A DESENVOLVER NO ANO DE 2008... 5

Leia mais

PROJECTO DE CARTA-CIRCULAR SOBRE POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

PROJECTO DE CARTA-CIRCULAR SOBRE POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS PROJECTO DE CARTA-CIRCULAR SOBRE POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS No âmbito da avaliação realizada, a nível internacional, sobre os fundamentos da crise financeira iniciada no Verão

Leia mais

Escolas. Segurança nas. Escolas. nas. Segurança. Escolas. Segurança das Escolas ajudar os órgãos de gestão dos estabelecimentos.

Escolas. Segurança nas. Escolas. nas. Segurança. Escolas. Segurança das Escolas ajudar os órgãos de gestão dos estabelecimentos. egurança Segurança Segurança A segurança deve ser uma preocupação comum a todos os membros da comunidade educativa pessoal docente e não docente, alunos, pais, encarregados de educação e representantes

Leia mais

Projecto REDE CICLÁVEL DO BARREIRO Síntese Descritiva

Projecto REDE CICLÁVEL DO BARREIRO Síntese Descritiva 1. INTRODUÇÃO Pretende-se com o presente trabalho, desenvolver uma rede de percursos cicláveis para todo o território do Município do Barreiro, de modo a promover a integração da bicicleta no sistema de

Leia mais

L 276/4 PT Jornal Oficial da União Europeia. DECISÃO N. o 190. de 18 de Junho de 2003

L 276/4 PT Jornal Oficial da União Europeia. DECISÃO N. o 190. de 18 de Junho de 2003 L 276/4 PT Jornal Oficial da União Europeia DECISÃO N. o 190 de 18 de Junho de 2003 relativa às características técnicas do cartão europeu de seguro de doença (Texto relevante para efeitos do EEE e do

Leia mais

MINISTÉRIO DO TRABALHO E DA SOLIDARIEDADE SOCIAL Gabinete do Ministro

MINISTÉRIO DO TRABALHO E DA SOLIDARIEDADE SOCIAL Gabinete do Ministro Parecer do Governo Português relativo ao Livro Verde Modernizar o direito do trabalho para enfrentar os desafios do sec. XXI Introdução O presente documento consubstancia o parecer do Governo Português

Leia mais

PROJECTO DA REDE DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS

PROJECTO DA REDE DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS PROJECTO DA REDE DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS CONSTRUÇÃO DE ARRUAMENTO DESDE A ROTUNDA DANMARIE - LÉS - LYS À AV. ENGº CASTRO CALDAS - A2 ARCOS DE VALDEVEZ ÍNDICE 1) Planta de Localização 2) Termo de

Leia mais

Desenvolvimento Sustentável para controlo da população humana.

Desenvolvimento Sustentável para controlo da população humana. Desenvolvimento Sustentável para controlo da população humana. O aumento da população humana é frequentemente citado como a principal causa de problemas para o planeta. De facto a humanidade está a crescer

Leia mais

PROPOSTA DE LEI N. /2011 REGIME DA DÍVIDA PÚBLICA

PROPOSTA DE LEI N. /2011 REGIME DA DÍVIDA PÚBLICA Proposed law on Public Debt, provided by the Government to Parliament in June 2011. Scanned by La o Hamutuk. For more information, see http://www.laohamutuk.org/econ/debt/09borrowing.htm. PROPOSTA DE LEI

Leia mais

Análise de Percolação em Barragem de Terra Utilizando o Programa SEEP/W

Análise de Percolação em Barragem de Terra Utilizando o Programa SEEP/W Análise de Percolação em Barragem de Terra Utilizando o Programa SEEP/W José Waldomiro Jiménez Rojas, Anderson Fonini. Programa de Pós Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande

Leia mais

O ACOMPANHAMENTO TÉCNICO COMO CONTRIBUTO PARA A MELHORIA DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA EXTRACTIVA

O ACOMPANHAMENTO TÉCNICO COMO CONTRIBUTO PARA A MELHORIA DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA EXTRACTIVA O ACOMPANHAMENTO TÉCNICO COMO CONTRIBUTO PARA A MELHORIA DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA EXTRACTIVA Guerreiro, Humberto Eng. de Minas - Visa Consultores, S.A., Oeiras. 1. INTRODUÇÃO Na exploração de minas e

Leia mais

GAPTEC. Estudos de Orientação Para o Planeamento do Concelho de Odivelas. Relatório Final Volume II. Maio 2003

GAPTEC. Estudos de Orientação Para o Planeamento do Concelho de Odivelas. Relatório Final Volume II. Maio 2003 GAPTEC Departamento de Planeamento Estratégico Divisão do Plano Director Municipal Estudos de Orientação Para o Planeamento do Concelho de Odivelas Maio 2003 Relatório Final Volume II EQUIPA Coordenadores

Leia mais

PROJECTO DE NORMA REGULAMENTAR. Relatório de auditoria para efeitos de supervisão prudencial das empresas de seguros

PROJECTO DE NORMA REGULAMENTAR. Relatório de auditoria para efeitos de supervisão prudencial das empresas de seguros PROJECTO DE NORMA REGULAMENTAR Relatório de auditoria para efeitos de supervisão prudencial das empresas de seguros O revisor oficial de contas (ROC) é reconhecido na legislação e regulamentação em vigor

Leia mais