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1 EBSERH-AL Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares Assistente Administrativo Língua Portuguesa ÍNDICE 1. Interpretação de texto Conhecimento de língua: ortografia/acentuação gráfica...09 Classes de palavras: substantivo: classificação, flexão e grau; adjetivo: classificação, flexão e grau; advérbio: classificação, locução adverbial e grau; pronome: classificação, emprego e colocação dos pronomes oblíquos átonos; verbo: classificação, conjugação, emprego de tempos e modos; preposição e conjunção: classificação e emprego;...16 Estrutura das palavras e seus processos de formação;...15 Estrutura da oração e do período;...31 Concordância verbal e nominal;...33 Regência verbal e nominal,...34 Crase...13 Pontuação...12 Figuras de linguagem (principais);...13 Variação linguística: as diversas modalidades do uso da língua Raciocínio Lógico e Matemático Resolução de problemas envolvendo frações, conjuntos, porcentagens, sequências (com números, com figuras, de palavras) Raciocínio lógico-matemático: proposições, conectivos, equivalência e implicação lógica, argumentos válidos Legislação Aplicada à EBSERH 1 Lei Federal nº , de 15 de dezembro de Decreto nº 7.661, de 28 de dezembro de Regimento Interno da EBSERH Legislação Aplicada ao SUS 1 Evolução histórica da organização do sistema de saúde no Brasil e a construção do Sistema Único de Saúde (SUS) princípios, diretrizes e arcabouço legal Controle social no SUS Resolução no 453/2012, do Conselho Nacional de Saúde Constituição Federal, artigos de 194 a Lei Orgânica da Saúde Lei no 8.080/1990, Lei no 8.142/1990 e Decreto Presidencial no 7.508, de 28 de junho de Determinantes sociais da saúde Sistemas de informação em saúde Assistente Administrativo

2 Conhecimentos Específicos 1 Qualidade no atendimento ao público. Comunicabilidade, apresentação, atenção, cortesia, interesse, presteza, eficiência, tolerância, discrição, conduta e objetividade Trabalho em equipe. 2.1 Personalidade e relacionamento. 2.2 Eficácia no comportamento interpessoal. 2.3 Fatores positivos do relacionamento. 2.4 Comportamento receptivo e defensivo, empatia e compreensão mútua Conhecimentos básicos de administração. 3.1 Características das organizações formais: tipos de estrutura organizacional, natureza, finalidades e critérios de departamentalização. 3.2 Processo organizacional: planejamento, direção, comunicação, controle e avaliação. 3.3 Comportamento organizacional: motivação, liderança e desempenho Patrimônio. 4.1 Conceito. 4.2 Componentes. 4.3 Variações e configurações Hierarquia e autoridade Eficiência, eficácia, produtividade e competitividade Processo decisório Planejamento administrativo e operacional Divisão do trabalho Controle e avaliação Motivação e desempenho Liderança Gestão da qualidade Técnicas de arquivamento: classificação, organização, arquivos correntes e protocolo Noções de cidadania Noções de uso e conservação de equipamentos de escritório Compras na Administração Pública Licitações e contratos Princípios básicos da licitação Legislação pertinente Conduta ética dos profissionais da área de saúde Princípios gerais de segurança no trabalho Prevenção e causas dos acidentes do trabalho Princípios de ergonomia no trabalho Códigos e símbolos específicos de Saúde e Segurança no Trabalho Assistente Administrativo

3 A PRESENTE APOSTILA NÃO ESTÁ VINCULADA A EMPRESA ORGANIZADORA DO CONCURSO PÚBLICO A QUE SE DESTINA, ASSIM COMO SUA AQUISIÇÃO NÃO GARANTE A INSCRIÇÃO DO CANDIDATO OU MESMO O SEU INGRESSO NA CARREIRA PÚBLICA. O CONTEÚDO DESTA APOSTILA ALMEJA ENGLOBAR AS EXIGENCIAS DO EDITAL, PORÉM, ISSO NÃO IMPEDE QUE SE UTILIZE O MANUSEIO DE LIVROS, SITES, JORNAIS, REVISTAS, ENTRE OUTROS MEIOS QUE AMPLIEM OS CONHECIMENTOS DO CANDIDATO, PARA SUA MELHOR PREPARAÇÃO. ATUALIZAÇÕES LEGISLATIVAS, QUE NÃO TENHAM SIDO COLOCADAS À DISPOSIÇÃO ATÉ A DATA DA ELABORAÇÃO DA APOSTILA, PODERÃO SER ENCONTRADAS GRATUITAMENTE NO SITE DA, OU NOS SITES GOVERNAMENTAIS. INFORMAMOS QUE NÃO SÃO DE NOSSA RESPONSABILIDADE AS ALTERAÇÕES E RETIFICAÇÕES NOS EDITAIS DOS CONCURSOS, ASSIM COMO A DISTRIBUIÇÃO GRATUITA DO MATERIAL RETIFICADO, NA VERSÃO IMPRESSA, TENDO EM VISTA QUE NOSSAS APOSTILAS SÃO ELABORADAS DE ACORDO COM O EDITAL INICIAL. QUANDO ISSO OCORRER, INSERIMOS EM NOSSO SITE, NO LINK ERRATAS, A MATÉRIA ALTERADA, E DISPONIBILIZAMOS GRATUITAMENTE O CONTEÚDO ALTERADO NA VERSÃO VIRTUAL PARA NOSSOS CLIENTES. CASO HAJA ALGUMA DÚVIDA QUANTO AO CONTEÚDO DESTA APOSTILA, O ADQUIRENTE DESTA DEVE ACESSAR O SITE E ENVIAR SUA DÚVIDA, A QUAL SERÁ RESPONDIDA O MAIS BREVE POSSÍVEL, ASSIM COMO PARA CONSULTAR ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS E POSSÍVEIS ERRATAS. TAMBÉM FICAM À DISPOSIÇÃO DO ADQUIRENTE DESTA APOSTILA O TELEFONE (11) , DENTRO DO HORÁRIO COMERCIAL, PARA EVENTUAIS CONSULTAS. EVENTUAIS RECLAMAÇÕES DEVERÃO SER ENCAMINHADAS POR ESCRITO, RESPEITANDO OS PRAZOS ESTITUÍDOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. É PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTA APOSTILA, DE ACORDO COM O ARTIGO 184 DO CÓDIGO PENAL.

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5 adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por isso, uma resposta pode estar certa para responder à pergunta, mas não ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra alternativa mais completa. 1. INTERPRETAÇÃO DE TEXTO. VARIAÇÃO LINGUÍSTI- CA: AS DIVERSAS MODALIDADES DO USO DA LÍNGUA Os concursos apresentam questões interpretativas que têm por finalidade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de necessitar de um bom léxico internalizado. As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um confronto entre todas as partes que compõem o texto. Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por trás do texto e as inferências a que ele remete. Este procedimento justificase por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do autor diante de uma temática qualquer. Denotação e Conotação Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expressão gráfica, palavra) e significado, por esta ligação representar uma convenção. É baseado neste conceito de signo linguístico (significante + significado) que se constroem as noções de denotação e conotação. O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, o chamado sentido verdadeiro, real. Já o uso conotativo das palavras é a atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compreensão, depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada construção frasal, uma nova relação entre significante e significado. Os textos literários exploram bastante as construções de base conotativa, numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações diferenciadas em seus leitores. Ainda com base no signo linguístico, encontra-se o conceito de polissemia (que tem muitas significações). Algumas palavras, dependendo do contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz... Neste caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e esclareçam o sentido. Como Ler e Entender Bem um Texto Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extraem-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para resumir a ideia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça a memória visual, favorecendo o entendimento. Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva, há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim de responder às interpretações que a banca considerou como pertinentes. No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momentos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica da fonte e na identificação do autor. A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não, exceto, errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha adequada. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais Língua Portuguesa 1 Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descontextualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta será mais consciente e segura. Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de texto. Para isso, devemos observar o seguinte: 01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto; 02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá até o fim, ininterruptamente; 03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo monos umas três vezes ou mais; 04. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas; 05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar; 06. Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor; 07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor compreensão; 08. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto correspondente; 09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão; 10. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de...), não, correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se perguntou e o que se pediu; 11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais exata ou a mais completa; 12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de lógica objetiva; 13. Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais; 14. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta, mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto; 15. Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a resposta; 16. Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor, definindo o tema e a mensagem; 17. O autor defende ideias e você deve percebê-las; 18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantíssimos na interpretação do texto. Ex.: Ele morreu de fome. de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização do fato (= morte de "ele"). Ex.: Ele morreu faminto. faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava quando morreu.; 19. As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as ideias estão coordenadas entre si; 20. Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado. Eraldo Cunegundes ELEMENTOS CONSTITUTIVOS TEXTO NARRATIVO As personagens: São as pessoas, ou seres, viventes ou não, forças naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desenrolar dos fatos. Toda narrativa tem um protagonista que é a figura central, o herói ou heroína, personagem principal da história. O personagem, pessoa ou objeto, que se opõe aos designos do protagonista, chama-se antagonista, e é com ele que a personagem principal contracena em primeiro plano. As personagens secundárias, que são chamadas também de comparsas, são os figurantes de influencia menor, indireta, não decisiva na narração.

6 O narrador que está a contar a história também é uma personagem, pode ser o protagonista ou uma das outras personagens de menor importância, ou ainda uma pessoa estranha à história. Formas de apresentação da fala das personagens Como já sabemos, nas histórias, as personagens agem e falam. Há três maneiras de comunicar as falas das personagens. Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de personagem: as planas: que são definidas por um traço característico, elas não alteram seu comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos e tendem à caricatura; as redondas: são mais complexas tendo uma dimensão psicológica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas reações perante os acontecimentos. Sequência dos fatos (enredo): Enredo é a sequência dos fatos, a trama dos acontecimentos e das ações dos personagens. No enredo podemos distinguir, com maior ou menor nitidez, três ou quatro estágios progressivos: a exposição (nem sempre ocorre), a complicação, o climax, o desenlace ou desfecho. Na exposição o narrador situa a história quanto à época, o ambiente, as personagens e certas circunstâncias. Nem sempre esse estágio ocorre, na maioria das vezes, principalmente nos textos literários mais recentes, a história começa a ser narrada no meio dos acontecimentos ( in média ), ou seja, no estágio da complicação quando ocorre e conflito, choque de interesses entre as personagens. O clímax é o ápice da história, quando ocorre o estágio de maior tensão do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho, ou seja, a conclusão da história com a resolução dos conflitos. Os fatos: São os acontecimentos de que as personagens participam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o gênero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento cotidiano constitui uma crônica, o relato de um drama social é um romance social, e assim por diante. Em toda narrativa há um fato central, que estabelece o caráter do texto, e há os fatos secundários, relacionados ao principal. Espaço: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lugares, ou mesmo em um só lugar. O texto narrativo precisa conter informações sobre o espaço, onde os fatos acontecem. Muitas vezes, principalmente nos textos literários, essas informações são extensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos textos narrativo. Tempo: Os fatos que compõem a narrativa desenvolvem-se num determinado tempo, que consiste na identificação do momento, dia, mês, ano ou época em que ocorre o fato. A temporalidade salienta as relações passado/presente/futuro do texto, essas relações podem ser linear, isto é, seguindo a ordem cronológica dos fatos, ou sofre inversões, quando o narrador nos diz que antes de um fato que aconteceu depois. O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O cronológico é o tempo material em que se desenrola à ação, isto é, aquele que é medido pela natureza ou pelo relógio. O psicológico não é mensurável pelos padrões fixos, porque é aquele que ocorre no interior da personagem, depende da sua percepção da realidade, da duração de um dado acontecimento no seu espírito. Narrador: observador e personagem: O narrador, como já dissemos, é a personagem que está a contar a história. A posição em que se coloca o narrador para contar a história constitui o foco, o aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracterizado por: - visão por detrás : o narrador conhece tudo o que diz respeito às personagens e à história, tendo uma visão panorâmica dos acontecimentos e a narração é feita em 3 a pessoa. - visão com : o narrador é personagem e ocupa o centro da narrativa que é feito em 1 a pessoa. - visão de fora : o narrador descreve e narra apenas o que vê, aquilo que é observável exteriormente no comportamento da personagem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narrador é um observador e a narrativa é feita em 3 a pessoa. Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de apresentar um foco narrativo, isto é, o ponto de vista através do qual a história está sendo contada. Como já vimos, a narração é feita em 1 a pessoa ou 3 a pessoa. Língua Portuguesa 2 Discurso Direto: É a representação da fala das personagens através do diálogo. Exemplo: Zé Lins continuou: carnaval é festa do povo. O povo é dono da verdade. Vem a polícia e começa a falar em ordem pública. No carnaval a cidade é do povo e de ninguém mais. No discurso direto é frequente o uso dos verbo de locução ou descendi: dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e de travessões. Porém, quando as falas das personagens são curtas ou rápidas os verbos de locução podem ser omitidos. Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas próprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens. Exemplo: Zé Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passados, os meus primeiros passos em liberdade, a fraternidade que nos reunia naquele momento, a minha literatura e os menos sombrios por vir. Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se mistura à fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narração. Exemplo: Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando alto. Quando me viram, sem chapéu, de pijama, por aqueles lugares, deram-me bons-dias desconfiados. Talvez pensassem que estivesse doido. Como poderia andar um homem àquela hora, sem fazer nada de cabeça no tempo, um branco de pés no chão como eles? Só sendo doido mesmo. (José Lins do Rego) TEXTO DESCRITIVO Descrever é fazer uma representação verbal dos aspectos mais característicos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc. As perspectivas que o observador tem do objeto são muito importantes, tanto na descrição literária quanto na descrição técnica. É esta atitude que vai determinar a ordem na enumeração dos traços característicos para que o leitor possa combinar suas impressões isoladas formando uma imagem unificada. Uma boa descrição vai apresentando o objeto progressivamente, variando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a pouco. Podemos encontrar distinções entre uma descrição literária e outra técnica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas: Descrição Literária: A finalidade maior da descrição literária é transmitir a impressão que a coisa vista desperta em nossa mente através do sentidos. Daí decorrem dois tipos de descrição: a subjetiva, que reflete o estado de espírito do observador, suas preferências, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e não o que vê realmente; já a objetiva traduz a realidade do mundo objetivo, fenomênico, ela é exata e dimensional. Descrição de Personagem: É utilizada para caracterização das personagens, pela acumulação de traços físicos e psicológicos, ela enumeração de seus hábitos, gestos, aptidões e temperamento, com a finalidade de situar personagens no contexto cultural, social e econômico. Descrição de Paisagem: Neste tipo de descrição, geralmente o observador abrange de uma só vez a globalidade do panorama, para depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as partes mais típicas desse todo. Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes dos interiores, dos ambientes em que ocorrem as ações, tentando dar ao leitor uma visualização das suas particularidades, de seus traços distintivos e típicos. Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição movimentada, que se desenvolve progressivamente no tempo. É a descrição de um incêndio, de uma briga, de um naufrágio.

7 Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das características gerais da literatura, com a distinção de que nela se utiliza um vocabulário mais preciso, salientando-se com exatidão os pormenores. É predominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer convencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanismos, a fenômenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc. TEXTO DISSERTATIVO Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertação consta de uma série de juízos a respeito de um determinado assunto ou questão, e pressupõe um exame critico do assunto sobre o qual se vai escrever com clareza, coerência e objetividade. A dissertação pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questão. A linguagem usada é a referencial, centrada na mensagem, enfatizando o contexto. Quanto à forma, ela pode ser tripartida em: Introdução: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados fundamentais do assunto que está tratando. É a enunciação direta e objetiva da definição do ponto de vista do autor. Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias colocadas na introdução serão definidas com os dados mais relevantes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideias articuladas entre si, de forma que a sucessão deles resulte num conjunto coerente e unitário que se encaixa na introdução e desencadeia a conclusão. Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado pela síntese da ideia central. Na conclusão o autor reforça sua opinião, retomando a introdução e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer em um dissertação, cabe fazermos a distinção entre fatos, hipótese e opinião. - Fato: É o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; é a obra ou ação que realmente se praticou. - Hipótese: É a suposição feita acerca de uma coisa possível ou não, e de que se tiram diversas conclusões; é uma afirmação sobre o desconhecido, feita com base no que já é conhecido. - Opinião: Opinar é julgar ou inserir expressões de aprovação ou desaprovação pessoal diante de acontecimentos, pessoas e objetos descritos, é um parecer particular, um sentimento que se tem a respeito de algo. O TEXTO ARGUMENTATIVO Baseado em Adilson Citelli A linguagem é capaz de criar e representar realidades, sendo caracterizada pela identificação de um elemento de constituição de sentidos. Os discursos verbais podem ser formados de várias maneiras, para dissertar ou argumentar, descrever ou narrar, colocamos em práticas um conjunto de referências codificadas há muito tempo e dadas como estruturadoras do tipo de texto solicitado. Para se persuadir por meio de muitos recursos da língua é necessário que um texto possua um caráter argumentativo/descritivo. A construção de um ponto de vista de alguma pessoa sobre algo, varia de acordo com a sua análise e esta dar-se-á a partir do momento em que a compreensão do conteúdo, ou daquilo que fora tratado seja concretado. A formação discursiva é responsável pelo emassamento do conteúdo que se deseja transmitir, ou persuadir, e nele teremos a formação do ponto de vista do sujeito, suas análises das coisas e suas opiniões. Nelas, as opiniões o que fazemos é soltar concepções que tendem a ser orientadas no meio em que o indivíduo viva. Vemos que o sujeito lança suas opiniões com o simples e decisivo intuito de persuadir e fazer suas explanações renderem o convencimento do ponto de vista de algo/alguém. Na escrita, o que fazemos é buscar intenções de sermos entendidos e desejamos estabelecer um contato verbal com os ouvintes e leitores, e todas as frases ou palavras articuladas produzem significações dotadas de Língua Portuguesa 3 intencionalidade, criando assim unidades textuais ou discursivas. Dentro deste contexto da escrita, temos que levar em conta que a coerência é de relevada importância para a produção textual, pois nela se dará uma sequência das ideias e da progressão de argumentos a serem explanadas. Sendo a argumentação o procedimento que tornará a tese aceitável, a apresentação de argumentos atingirá os seus interlocutores em seus objetivos; isto se dará através do convencimento da persuasão. Os mecanismos da coesão e da coerência serão então responsáveis pela unidade da formação textual. Dentro dos mecanismos coesivos, podem realizar-se em contextos verbais mais amplos, como por jogos de elipses, por força semântica, por recorrências lexicais, por estratégias de substituição de enunciados. Um mecanismo mais fácil de fazer a comunicação entre as pessoas é a linguagem, quando ela é em forma da escrita e após a leitura, (o que ocorre agora), podemos dizer que há de ter alguém que transmita algo, e outro que o receba. Nesta brincadeira é que entra a formação de argumentos com o intuito de persuadir para se qualificar a comunicação; nisto, estes argumentos explanados serão o germe de futuras tentativas da comunicação ser objetiva e dotada de intencionalidade, (ver Linguagem e Persuasão). Sabe-se que a leitura e escrita, ou seja, ler e escrever; não tem em sua unidade a mono característica da dominação do idioma/língua, e sim o propósito de executar a interação do meio e cultura de cada indivíduo. As relações intertextuais são de grande valia para fazer de um texto uma alusão à outros textos, isto proporciona que a imersão que os argumentos dão tornem esta produção altamente evocativa. A paráfrase é também outro recurso bastante utilizado para trazer a um texto um aspecto dinâmico e com intento. Juntamente com a paródia, a paráfrase utiliza-se de textos já escritos, por alguém, e que tornam-se algo espetacularmente incrível. A diferença é que muitas vezes a paráfrase não possui a necessidade de persuadir as pessoas com a repetição de argumentos, e sim de esquematizar novas formas de textos, sendo estes diferentes. A criação de um texto requer bem mais do que simplesmente a junção de palavras a uma frase, requer algo mais que isto. É necessário ter na escolha das palavras e do vocabulário o cuidado de se requisitá-las, bem como para se adotá-las. Um texto não é totalmente auto-explicativo, daí vem a necessidade de que o leitor tenha um emassado em seu histórico uma relação interdiscursiva e intertextual. As metáforas, metonímias, onomatopeias ou figuras de linguagem, entram em ação inseridos num texto como um conjunto de estratégias capazes de contribuir para os efeitos persuasivos dele. A ironia também é muito utilizada para causar este efeito, umas de suas características salientes, é que a ironia dá ênfase à gozação, além de desvalorizar ideias, valores da oposição, tudo isto em forma de piada. Uma das últimas, porém não menos importantes, formas de persuadir através de argumentos, é a Alusão ("Ler não é apenas reconhecer o dito, mais também o não-dito"). Nela, o escritor trabalha com valores, ideias ou conceitos pré estabelecidos, sem porém com objetivos de forma clara e concisa. O que acontece é a formação de um ambiente poético e sugerível, capaz de evocar nos leitores algo, digamos, uma sensação... Texto Base: CITELLI, Adilson; O Texto Argumentativo São Paulo SP, Editora..Scipione, ª edição. TIPOLOGIA TEXTUAL A todo o momento nos deparamos com vários textos, sejam eles verbais e não verbais. Em todos há a presença do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo que está sendo transmitido entre os interlocutores. Esses interlocutores são as peças principais em um diálogo ou em um texto escrito, pois nunca escrevemos para nós mesmos, nem mesmo falamos sozinhos. É de fundamental importância sabermos classificar os textos dos quais travamos convivência no nosso dia a dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais e gêneros textuais.

8 Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opinião sobre determinado assunto, ou descrevemos algum lugar pelo qual visitamos, e ainda, fazemos um retrato verbal sobre alguém que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente nestas situações corriqueiras que classificamos os nossos textos naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e Dissertação. Para melhor exemplificarmos o que foi dito, tomamos como exemplo um Editorial, no qual o autor expõe seu ponto de vista sobre determinado assunto, uma descrição de um ambiente e um texto literário escrito em prosa. Em se tratando de gêneros textuais, a situação não é diferente, pois se conceituam como gêneros textuais as diversas situações sociocomunciativas que participam da nossa vida em sociedade. Como exemplo, temos: uma receita culinária, um , uma reportagem, uma monografia, e assim por diante. Respectivamente, tais textos classificar-seiam como: instrucional, correspondência pessoal (em meio eletrônico), texto do ramo jornalístico e, por último, um texto de cunho científico. Mas como toda escrita perfaz-se de uma técnica para compô-la, é extremamente importante que saibamos a maneira correta de produzir esta gama de textos. À medida que a praticamos, vamos nos aperfeiçoando mais e mais na sua performance estrutural. Por Vânia Duarte O Conto É um relato em prosa de fatos fictícios. Consta de três momentos perfeitamente diferenciados: começa apresentando um estado inicial de equilíbrio; segue com a intervenção de uma força, com a aparição de um conflito, que dá lugar a uma série de episódios; encerra com a resolução desse conflito que permite, no estágio final, a recuperação do equilíbrio perdido. Todo conto tem ações centrais, núcleos narrativos, que estabelecem entre si uma relação causal. Entre estas ações, aparecem elementos de recheio (secundários ou catalíticos), cuja função é manter o suspense. Tanto os núcleos como as ações secundárias colocam em cena personagens que as cumprem em um determinado lugar e tempo. Para a apresentação das características destes personagens, assim como para as indicações de lugar e tempo, apela-se a recursos descritivos. Um recurso de uso frequente nos contos é a introdução do diálogo das personagens, apresentado com os sinais gráficos correspondentes (os travessões, para indicar a mudança de interlocutor). A observação da coerência temporal permite ver se o autor mantém a linha temporal ou prefere surpreender o leitor com rupturas de tempo na apresentação dos acontecimentos (saltos ao passado ou avanços ao futuro). A demarcação do tempo aparece, geralmente, no parágrafo inicial. Os contos tradicionais apresentam fórmulas características de introdução de temporalidade difusa: "Era uma vez...", "Certa vez...". Os tempos verbais desempenham um papel importante na construção e na interpretação dos contos. Os pretéritos imperfeito e o perfeito predominam na narração, enquanto que o tempo presente aparece nas descrições e nos diálogos. O pretérito imperfeito apresenta a ação em processo, cuja incidência chega ao momento da narração: "Rosário olhava timidamente seu pretendente, enquanto sua mãe, da sala, fazia comentários banais sobre a história familiar." O perfeito, ao contrário, apresenta as ações concluídas no passado: "De repente, chegou o pai com suas botas sujas de barro, olhou sua filha, depois o pretendente, e, sem dizer nada, entrou furioso na sala". A apresentação das personagens ajusta-se à estratégia da definibilidade: são introduzidas mediante uma construção nominal iniciada por um artigo indefinido (ou elemento equivalente), que depois é substituído pelo definido, por um nome, um pronome, etc.: "Uma mulher muito bonita entrou apressadamente na sala de embarque e olhou à volta, procurando alguém impacientemente. A mulher parecia ter fugido de um filme romântico dos anos 40." O narrador é uma figura criada pelo autor para apresentar os fatos que constituem o relato, é a voz que conta o que está acontecendo. Esta voz pode ser de uma personagem, ou de uma testemunha que conta os fatos Língua Portuguesa 4 na primeira pessoa ou, também, pode ser a voz de uma terceira pessoa que não intervém nem como ator nem como testemunha. Além disso, o narrador pode adotar diferentes posições, diferentes pontos de vista: pode conhecer somente o que está acontecendo, isto é, o que as personagens estão fazendo ou, ao contrário, saber de tudo: o que fazem, pensam, sentem as personagens, o que lhes aconteceu e o que lhes acontecerá. Estes narradores que sabem tudo são chamados oniscientes. A Novela É semelhante ao conto, mas tem mais personagens, maior número de complicações, passagens mais extensas com descrições e diálogos. As personagens adquirem uma definição mais acabada, e as ações secundárias podem chegar a adquirir tal relevância, de modo que terminam por converter-se, em alguns textos, em unidades narrativas independentes. A Obra Teatral Os textos literários que conhecemos como obras de teatro (dramas, tragédias, comédias, etc.) vão tecendo diferentes histórias, vão desenvolvendo diversos conflitos, mediante a interação linguística das personagens, quer dizer, através das conversações que têm lugar entre os participantes nas situações comunicativas registradas no mundo de ficção construído pelo texto. Nas obras teatrais, não existe um narrador que conta os fatos, mas um leitor que vai conhecendo-os através dos diálogos e/ ou monólogos das personagens. Devido à trama conversacional destes textos, torna-se possível encontrar neles vestígios de oralidade (que se manifestam na linguagem espontânea das personagens, através de numerosas interjeições, de alterações da sintaxe normal, de digressões, de repetições, de dêiticos de lugar e tempo. Os sinais de interrogação, exclamação e sinais auxiliares servem para moldar as propostas e as réplicas e, ao mesmo tempo, estabelecem os turnos de palavras. As obras de teatro atingem toda sua potencialidade através da representação cênica: elas são construídas para serem representadas. O diretor e os atores orientam sua interpretação. Estes textos são organizados em atos, que estabelecem a progressão temática: desenvolvem uma unidade informativa relevante para cada contato apresentado. Cada ato contém, por sua vez, diferentes cenas, determinadas pelas entradas e saídas das personagens e/ou por diferentes quadros, que correspondem a mudanças de cenografias. Nas obras teatrais são incluídos textos de trama descritiva: são as chamadas notações cênicas, através das quais o autor dá indicações aos atores sobre a entonação e a gestualidade e caracteriza as diferentes cenografias que considera pertinentes para o desenvolvimento da ação. Estas notações apresentam com frequência orações unimembres e/ou bimembres de predicado não verbal. O Poema Texto literário, geralmente escrito em verso, com uma distribuição espacial muito particular: as linhas curtas e os agrupamentos em estrofe dão relevância aos espaços em branco; então, o texto emerge da página com uma silhueta especial que nos prepara para sermos introduzidos nos misteriosos labirintos da linguagem figurada. Pede uma leitura em voz alta, para captar o ritmo dos versos, e promove uma tarefa de abordagem que pretende extrair a significação dos recursos estilísticos empregados pelo poeta, quer seja para expressar seus sentimentos, suas emoções, sua versão da realidade, ou para criar atmosferas de mistério de surrealismo, relatar epopeias (como nos romances tradicionais), ou, ainda, para apresentar ensinamentos morais (como nas fábulas). O ritmo - este movimento regular e medido - que recorre ao valor sonoro das palavras e às pausas para dar musicalidade ao poema, é parte essencial do verso: o verso é uma unidade rítmica constituída por uma série métrica de sílabas fônicas. A distribuição dos acentos das palavras que compõem os versos tem uma importância capital para o ritmo: a musicalidade depende desta distribuição. Lembramos que, para medir o verso, devemos atender unicamente à distância sonora das sílabas. As sílabas fônicas apresentam algumas diferenças das sílabas ortográficas. Estas diferenças constituem as chamadas licenças poéticas: a diérese, que permite separar os ditongos em suas

9 sílabas; a sinérese, que une em uma sílaba duas vogais que não constituem um ditongo; a sinalefa, que une em uma só sílaba a sílaba final de uma palavra terminada em vogal, com a inicial de outra que inicie com vogal ou h; o hiato, que anula a possibilidade da sinalefa. Os acentos finais também incidem no levantamento das sílabas do verso. Se a última palavra é paroxítona, não se altera o número de sílabas; se é oxítona, soma-se uma sílaba; se é proparoxítona, diminui-se uma. A rima é uma característica distintiva, mas não obrigatória dos versos, pois existem versos sem rima (os versos brancos ou soltos de uso frequente na poesia moderna). A rima consiste na coincidência total ou parcial dos últimos fonemas do verso. Existem dois tipos de rimas: a consoante (coincidência total de vogais e consoante a partir da última vogal acentuada) e a assonante (coincidência unicamente das vogais a partir da última vogal acentuada). A métrica mais frequente dos versos vai desde duas até dezesseis sílabas. Os versos monossílabos não existem, já que, pelo acento, são considerados dissílabos. As estrofes agrupam versos de igual medida e de duas medidas diferentes combinadas regularmente. Estes agrupamentos vinculam-se à progressão temática do texto: com frequência, desenvolvem uma unidade informativa vinculada ao tema central. Os trabalhos dentro do paradigma e do sintagma, através dos mecanismos de substituição e de combinação, respectivamente, culminam com a criação de metáforas, símbolos, configurações sugestionadoras de vocábulos, metonímias, jogo de significados, associações livres e outros recursos estilísticos que dão ambiguidade ao poema. TEXTOS JORNALÍSTICOS Os textos denominados de textos jornalísticos, em função de seu portador ( jornais, periódicos, revistas), mostram um claro predomínio da função informativa da linguagem: trazem os fatos mais relevantes no momento em que acontecem. Esta adesão ao presente, esta primazia da atualidade, condena-os a uma vida efêmera. Propõem-se a difundir as novidades produzidas em diferentes partes do mundo, sobre os mais variados temas. De acordo com este propósito, são agrupados em diferentes seções: informação nacional, informação internacional, informação local, sociedade, economia, cultura, esportes, espetáculos e entretenimentos. A ordem de apresentação dessas seções, assim como a extensão e o tratamento dado aos textos que incluem, são indicadores importantes tanto da ideologia como da posição adotada pela publicação sobre o tema abordado. Os textos jornalísticos apresentam diferentes seções. As mais comuns são as notícias, os artigos de opinião, as entrevistas, as reportagens, as crônicas, as resenhas de espetáculos. A publicidade é um componente constante dos jornais e revistas, à medida que permite o financiamento de suas edições. Mas os textos publicitários aparecem não só nos periódicos como também em outros meios amplamente conhecidos como os cartazes, folhetos, etc.; por isso, nos referiremos a eles em outro momento. Em geral, aceita-se que os textos jornalísticos, em qualquer uma de suas seções, devem cumprir certos requisitos de apresentação, entre os quais destacamos: uma tipografia perfeitamente legível, uma diagramação cuidada, fotografias adequadas que sirvam para complementar a informação linguística, inclusão de gráficos ilustrativos que fundamentam as explicações do texto. É pertinente observar como os textos jornalísticos distribuem-se na publicação para melhor conhecer a ideologia da mesma. Fundamentalmente, a primeira página, as páginas ímpares e o extremo superior das folhas dos jornais trazem as informações que se quer destacar. Esta localização antecipa ao leitor a importância que a publicação deu ao conteúdo desses textos. O corpo da letra dos títulos também é um indicador a considerar sobre a posição adotada pela redação. A Notícia Transmite uma nova informação sobre acontecimentos, objetos ou pessoas. As notícias apresentam-se como unidades informativas completas, que contêm todos os dados necessários para que o leitor compreenda a informação, sem necessidade ou de recorrer a textos anteriores (por exemplo, não é necessário ter lido os jornais do dia anterior para interpretá-la), ou de ligá-la a outros textos contidos na mesma publicação ou em publicações similares. É comum que este texto use a técnica da pirâmide invertida: começa pelo fato mais importante para finalizar com os detalhes. Consta de três partes claramente diferenciadas: o título, a introdução e o desenvolvimento. O título cumpre uma dupla função - sintetizar o tema central e atrair a atenção do leitor. Os manuais de estilo dos jornais (por exemplo: do Jornal El País, 1991) sugerem geralmente que os títulos não excedam treze palavras. A introdução contém o principal da informação, sem chegar a ser um resumo de todo o texto. No desenvolvimento, incluem-se os detalhes que não aparecem na introdução. A notícia é redigida na terceira pessoa. O redator deve manter-se à margem do que conta, razão pela qual não é permitido o emprego da primeira pessoa do singular nem do plural. Isso implica que, além de omitir o eu ou o nós, também não deve recorrer aos possessivos (por exemplo, não se referirá à Argentina ou a Buenos Aires com expressões tais como nosso país ou minha cidade). Esse texto se caracteriza por sua exigência de objetividade e veracidade: somente apresenta os dados. Quando o jornalista não consegue comprovar de forma fidedigna os dados apresentados, costuma recorrer a certas fórmulas para salvar sua responsabilidade: parece, não está descartado que. Quando o redator menciona o que foi dito por alguma fonte, recorre ao discurso direto, como, por exemplo: O ministro afirmou: "O tema dos aposentados será tratado na Câmara dos Deputados durante a próxima semana. O estilo que corresponde a este tipo de texto é o formal. Nesse tipo de texto, são empregados, principalmente, orações enunciativas, breves, que respeitam a ordem sintática canônica. Apesar das notícias preferencialmente utilizarem os verbos na voz ativa, também é frequente o uso da voz passiva: Os delinquentes foram perseguidos pela polícia; e das formas impessoais: A perseguição aos delinquentes foi feita por um patrulheiro. A progressão temática das notícias gira em tomo das perguntas o quê? quem? como? quando? por quê e para quê?. O Artigo de Opinião Contém comentários, avaliações, expectativas sobre um tema da atualidade que, por sua transcendência, no plano nacional ou internacional, já é considerado, ou merece ser, objeto de debate. Nessa categoria, incluem-se os editoriais, artigos de análise ou pesquisa e as colunas que levam o nome de seu autor. Os editoriais expressam a posição adotada pelo jornal ou revista em concordância com sua ideologia, enquanto que os artigos assinados e as colunas transmitem as opiniões de seus redatores, o que pode nos levar a encontrar, muitas vezes, opiniões divergentes e até antagônicas em uma mesma página. Embora estes textos possam ter distintas superestruturas, em geral se organizam seguindo uma linha argumentativa que se inicia com a identificação do tema em questão, acompanhado de seus antecedentes e alcance, e que segue com uma tomada de posição, isto é, com a formulação de uma tese; depois, apresentam-se os diferentes argumentos de forma a justificar esta tese; para encerrar, faz-se uma reafirmação da posição adotada no início do texto. A efetividade do texto tem relação direta não só com a pertinência dos argumentos expostos como também com as estratégias discursivas usadas para persuadir o leitor. Entre estas estratégias, podemos encontrar as seguintes: as acusações claras aos oponentes, as ironias, as insinuações, as digressões, as apelações à sensibilidade ou, ao contrário, a tomada de distância através do uso das construções impessoais, para dar objetividade e consenso à análise realizada; a retenção em recursos descritivos - detalhados e precisos, ou em relatos em que as diferentes etapas de pesquisa estão bem especificadas com uma minuciosa enumeração das fontes da Língua Portuguesa 5

10 informação. Todos eles são recursos que servem para fundamentar os argumentos usados na validade da tese. A progressão temática ocorre geralmente através de um esquema de temas derivados. Cada argumento pode encerrar um tópico com seus respectivos comentários. Estes artigos, em virtude de sua intencionalidade informativa, apresentam uma preeminência de orações enunciativas, embora também incluam, com frequência, orações dubitativas e exortativas devido à sua trama argumentativa. As primeiras servem para relativizar os alcances e o valor da informação de base, o assunto em questão; as últimas, para convencer o leitor a aceitar suas premissas como verdadeiras. No decorrer destes artigos, opta-se por orações complexas que incluem proposições causais para as fundamentações, consecutivas para dar ênfase aos efeitos, concessivas e condicionais. Para interpretar estes textos, é indispensável captar a postura ideológica do autor, identificar os interesses a que serve e precisar sob que circunstâncias e com que propósito foi organizada a informação exposta. Para cumprir os requisitos desta abordagem, necessitaremos utilizar estratégias tais como a referência exofórica, a integração crítica dos dados do texto com os recolhidos em outras fontes e a leitura atenta das entrelinhas a fim de converter em explícito o que está implícito. Embora todo texto exija para sua interpretação o uso das estratégias mencionadas, é necessário recorrer a elas quando estivermos frente a um texto de trama argumentativa, através do qual o autor procura que o leitor aceite ou avalie cenas, ideias ou crenças como verdadeiras ou falsas, cenas e opiniões como positivas ou negativas. A Reportagem É uma variedade do texto jornalístico de trama conversacional que, para informar sobre determinado tema, recorre ao testemunho de uma figurachave para o conhecimento deste tópico. A conversação desenvolve-se entre um jornalista que representa a publicação e um personagem cuja atividade suscita ou merece despertar a atenção dos leitores. A reportagem inclui uma sumária apresentação do entrevistado, realizada com recursos descritivos, e, imediatamente, desenvolve o diálogo. As perguntas são breves e concisas, à medida que estão orientadas para divulgar as opiniões e ideias do entrevistado e não as do entrevistador. A Entrevista Da mesma forma que reportagem, configura-se preferentemente mediante uma trama conversacional, mas combina com frequência este tecido com fios argumentativos e descritivos. Admite, então, uma maior liberdade, uma vez que não se ajusta estritamente à fórmula pergunta-resposta, mas detém-se em comentários e descrições sobre o entrevistado e transcreve somente alguns fragmentos do diálogo, indicando com travessões a mudança de interlocutor. É permitido apresentar uma introdução extensa com os aspectos mais significativos da conversação mantida, e as perguntas podem ser acompanhadas de comentários, confirmações ou refutações sobre as declarações do entrevistado. Por tratar-se de um texto jornalístico, a entrevista deve necessariamente incluir um tema atual, ou com incidência na atualidade, embora a conversação possa derivar para outros temas, o que ocasiona que muitas destas entrevistas se ajustem a uma progressão temática linear ou a temas derivados. Como ocorre em qualquer texto de trama conversacional, não existe uma garantia de diálogo verdadeiro; uma vez que se pode respeitar a vez de quem fala, a progressão temática não se ajusta ao jogo argumentativo de propostas e de réplicas. TEXTOS DE INFORMAÇÃO CIENTÍFICA Esta categoria inclui textos cujos conteúdos provêm do campo das ciências em geral. Os referentes dos textos que vamos desenvolver situam-se tanto nas Ciências Sociais como nas Ciências Naturais. Apesar das diferenças existentes entre os métodos de pesquisa destas ciências, os textos têm algumas características que são comuns a todas suas variedades: neles predominam, como em todos os textos informativos, as orações enunciativas de estrutura bimembre e prefere-se a ordem sintática canônica (sujeito-verbo-predicado). Incluem frases claras, em que não há ambiguidade sintática ou semântica, e levam em consideração o significado mais conhecido, mais difundido das palavras. O vocabulário é preciso. Geralmente, estes textos não incluem vocábulos a que possam ser atribuídos um multiplicidade de significados, isto é, evitam os termos polissêmicos e, quando isso não é possível, estabelecem mediante definições operatórias o significado que deve ser atribuído ao termo polissêmico nesse contexto. A Definição Expande o significado de um termo mediante uma trama descritiva, que determina de forma clara e precisa as características genéricas e diferenciais do objeto ao qual se refere. Essa descrição contém uma configuração de elementos que se relacionam semanticamente com o termo a definir através de um processo de sinonímia. Recordemos a definição clássica de "homem", porque é o exemplo por excelência da definição lógica, uma das construções mais generalizadas dentro deste tipo de texto: O homem é um animal racional. A expansão do termo "homem" - "animal racional" - apresenta o gênero a que pertence, "animal", e a diferença específica, "racional": a racionalidade é o traço que nos permite diferenciar a espécie humana dentro do gênero animal. Usualmente, as definições incluídas nos dicionários, seus portadores mais qualificados, apresentam os traços essenciais daqueles a que se referem: Fiscis (do lat. piscis). s.p.m. Astron. Duodécimo e último signo ou parte do Zodíaco, de 30 de amplitude, que o Sol percorre aparentemente antes de terminar o inverno. Como podemos observar nessa definição extraída do Dicionário de La Real Academia Espa1ioJa (RAE, 1982), o significado de um tema base ou introdução desenvolve-se através de uma descrição que contém seus traços mais relevantes, expressa, com frequência, através de orações unimembres, constituídos por construções endocêntricas (em nosso exemplo temos uma construção endocêntrica substantiva - o núcleo é um substantivo rodeado de modificadores "duodécimo e último signo ou parte do Zodíaco, de 30 de amplitude..."), que incorporam maior informação mediante proposições subordinadas adjetivas: "que o Sol percorre aparentemente antes de terminar o inverno". As definições contêm, também, informações complementares relacionadas, por exemplo, com a ciência ou com a disciplina em cujo léxico se inclui o termo a definir (Piscis: Astron.); a origem etimológica do vocábulo ("do lat. piscis"); a sua classificação gramatical (s.p.m.), etc. Essas informações complementares contêm frequentemente abreviaturas, cujo significado aparece nas primeiras páginas do Dicionário: Lat., Latim; Astron., Astronomia; s.p.m., substantivo próprio masculino, etc. O tema-base (introdução) e sua expansão descritiva - categorias básicas da estrutura da definição - distribuem-se espacialmente em blocos, nos quais diferentes informações costumam ser codificadas através de tipografias diferentes (negrito para o vocabulário a definir; itálico para as etimologias, etc.). Os diversos significados aparecem demarcados em bloco mediante barras paralelas e /ou números. Prorrogar (Do Jat. prorrogare) V.t.d. l. Continuar, dilatar, estender uma coisa por um período determinado Ampliar, prolongar 113. Fazer continuar em exercício; adiar o término de. A Nota de Enciclopédia Apresenta, como a definição, um tema-base e uma expansão de trama descritiva; porém, diferencia-se da definição pela organização e pela amplitude desta expansão. A progressão temática mais comum nas notas de enciclopédia é a de temas derivados: os comentários que se referem ao tema-base constituemse, por sua vez, em temas de distintos parágrafos demarcados por subtítulos. Por exemplo, no tema República Argentina, podemos encontrar os Língua Portuguesa 6

11 temas derivados: traços geológicos, relevo, clima, hidrografia, biogeografia, população, cidades, economia, comunicação, transportes, cultura, etc. Estes textos empregam, com frequência, esquemas taxionômicos, nos quais os elementos se agrupam em classes inclusivas e incluídas. Por exemplo: descreve-se "mamífero" como membro da classe dos vertebrados; depois, são apresentados os traços distintivos de suas diversas variedades: terrestres e aquáticos. Uma vez que nestas notas há predomínio da função informativa da linguagem, a expansão é construída sobre a base da descrição científica, que responde às exigências de concisão e de precisão. As características inerentes aos objetos apresentados aparecem através de adjetivos descritivos - peixe de cor amarelada escura, com manchas pretas no dorso, e parte inferior prateada, cabeça quase cônica, olhos muito juntos, boca oblíqua e duas aletas dorsais - que ampliam a base informativa dos substantivos e, como é possível observar em nosso exemplo, agregam qualidades próprias daquilo a que se referem. O uso do presente marca a temporalidade da descrição, em cujo tecido predominam os verbos estáticos - apresentar, mostrar, ter, etc. - e os de ligação - ser, estar, parecer, etc. O Relato de Experimentos Contém a descrição detalhada de um projeto que consiste em manipular o ambiente para obter uma nova informação, ou seja, são textos que descrevem experimentos. O ponto de partida destes experimentos é algo que se deseja saber, mas que não se pode encontrar observando as coisas tais como estão; é necessário, então, estabelecer algumas condições, criar certas situações para concluir a observação e extrair conclusões. Muda-se algo para constatar o que acontece. Por exemplo, se se deseja saber em que condições uma planta de determinada espécie cresce mais rapidamente, pode-se colocar suas sementes em diferentes recipientes sob diferentes condições de luminosidade; em diferentes lugares, areia, terra, água; com diferentes fertilizantes orgânicos, químicos etc., para observar e precisar em que circunstâncias obtém-se um melhor crescimento. A macroestrutura desses relatos contém, primordialmente, duas categorias: uma corresponde às condições em que o experimento se realiza, isto é, ao registro da situação de experimentação; a outra, ao processo observado. Nesses textos, então, são utilizadas com frequência orações que começam com se (condicionais) e com quando (condicional temporal): Se coloco a semente em um composto de areia, terra preta, húmus, a planta crescerá mais rápido. Quando rego as plantas duas vezes ao dia, os talos começam a mostrar manchas marrons devido ao excesso de umidade. Estes relatos adotam uma trama descritiva de processo. A variável tempo aparece através de numerais ordinais: Em uma primeira etapa, é possível observar... em uma segunda etapa, aparecem os primeiros brotos...; de advérbios ou de locuções adverbiais: Jogo, antes de, depois de, no mesmo momento que, etc., dado que a variável temporal é um componente essencial de todo processo. O texto enfatiza os aspectos descritivos, apresenta as características dos elementos, os traços distintivos de cada uma das etapas do processo. O relato pode estar redigido de forma impessoal: coloca-se, colocado em um recipiente... Jogo se observa/foi observado que, etc., ou na primeira pessoa do singular, coloco/coloquei em um recipiente... Jogo observo/observei que... etc., ou do plural: colocamos em um recipiente... Jogo observamos que... etc. O uso do impessoal enfatiza a distância existente entre o experimentador e o experimento, enquanto que a primeira pessoa, do plural e do singular enfatiza o compromisso de ambos. A Monografia Este tipo de texto privilegia a análise e a crítica; a informação sobre um determinado tema é recolhida em diferentes fontes. Os textos monográficos não necessariamente devem ser realizados com base em consultas bibliográficas, uma vez que é possível terem como fonte, por exemplo, o testemunho dos protagonistas dos fatos, testemunhos qualificados ou de especialistas no tema. As monografias exigem uma seleção rigorosa e uma organização coerente dos dados recolhidos. A seleção e organização dos dados servem como indicador do propósito que orientou o trabalho. Se pretendemos, por exemplo, mostrar que as fontes consultadas nos permitem sustentar que os aspectos positivos da gestão governamental de um determinado personagem histórico têm maior relevância e valor do que os aspectos negativos, teremos de apresentar e de categorizar os dados obtidos de tal forma que esta valorização fique explícita. Nas monografias, é indispensável determinar, no primeiro parágrafo, o tema a ser tratado, para abrir espaço à cooperação ativa do leitor que, conjugando seus conhecimentos prévios e seus propósitos de leitura, fará as primeiras antecipações sobre a informação que espera encontrar e formulará as hipóteses que guiarão sua leitura. Uma vez determinado o tema, estes textos transcrevem, mediante o uso da técnica de resumo, o que cada uma das fontes consultadas sustenta sobre o tema, as quais estarão listadas nas referências bibliográficas, de acordo com as normas que regem a apresentação da bibliografia. O trabalho intertextual (incorporação de textos de outros no tecido do texto que estamos elaborando) manifesta-se nas monografias através de construções de discurso direto ou de discurso indireto. Nas primeiras, incorpora-se o enunciado de outro autor, sem modificações, tal como foi produzido. Ricardo Ortiz declara: "O processo da economia dirigida conduziu a uma centralização na Capital Federal de toda tramitação referente ao comércio exterior'] Os dois pontos que prenunciam a palavra de outro, as aspas que servem para demarcá-la, os traços que incluem o nome do autor do texto citado, 'o processo da economia dirigida - declara Ricardo Ortiz - conduziu a uma centralização...') são alguns dos sinais que distinguem frequentemente o discurso direto. Quando se recorre ao discurso indireto, relata-se o que foi dito por outro, em vez de transcrever textualmente, com a inclusão de elementos subordinadores e dependendo do caso - as conseguintes modificações, pronomes pessoais, tempos verbais, advérbios, sinais de pontuação, sinais auxiliares, etc. Discurso direto: Ás raízes de meu pensamento afirmou Echeverría - nutrem-se do liberalismo Discurso indireto: 'Écheverría afirmou que as raízes de seu pensamento nutriam -se do liberalismo' Os textos monográficos recorrem, com frequência, aos verbos discendi (dizer, expressar, declarar, afirmar, opinar, etc.), tanto para introduzir os enunciados das fontes como para incorporar os comentários e opiniões do emissor. Se o propósito da monografia é somente organizar os dados que o autor recolheu sobre o tema de acordo com um determinado critério de classificação explícito (por exemplo, organizar os dados em tomo do tipo de fonte consultada), sua efetividade dependerá da coerência existente entre os dados apresentados e o princípio de classificação adotado. Se a monografia pretende justificar uma opinião ou validar uma hipótese, sua efetividade, então, dependerá da confiabilidade e veracidade das fontes consultadas, da consistência lógica dos argumentos e da coerência estabelecida entre os fatos e a conclusão. Estes textos podem ajustar-se a diferentes esquemas lógicos do tipo problema /solução, premissas /conclusão, causas / efeitos. Os conectores lógicos oracionais e extra-oracionais são marcas linguísticas relevantes para analisar as distintas relações que se estabelecem entre os dados e para avaliar sua coerência. A Biografia É uma narração feita por alguém acerca da vida de outra(s) pessoa(s). Quando o autor conta sua própria vida, considera-se uma autobiografia. Estes textos são empregados com frequência na escola, para apresentar ou a vida ou algumas etapas decisivas da existência de personagens cuja ação foi qualificada como relevante na história. Os dados biográficos ordenam-se, em geral, cronologicamente, e, dado que a temporalidade é uma variável essencial do tecido das biografias, em sua construção, predominam recursos linguísticos que asseguram a conectividade temporal: advérbios, construções de valor semântico adverbial (Seus Língua Portuguesa 7

12 cinco primeiros anos transcorreram na tranquila segurança de sua cidade natal Depois, mudou-se com a família para La Prata), proposições temporais (Quando se introduzia obsessivamente nos tortuosos caminhos da novela, seus estudos de física ajudavam-no a reinstalar-se na realidade), etc. A veracidade que exigem os textos de informação científica manifesta-se nas biografias através das citações textuais das fontes dos dados apresentados, enquanto a ótica do autor é expressa na seleção e no modo de apresentação destes dados. Pode-se empregar a técnica de acumulação simples de dados organizados cronologicamente, ou cada um destes dados pode aparecer acompanhado pelas valorações do autor, de acordo com a importância que a eles atribui. Atualmente, há grande difusão das chamadas "biografias não autorizadas" de personagens da política, ou do mundo da Arte. Uma característica que parece ser comum nestas biografias é a intencionalidade de revelar a personagem através de uma profusa acumulação de aspectos negativos, especialmente aqueles que se relacionam a defeitos ou a vícios altamente reprovados pela opinião pública. TEXTOS INSTRUCIONAIS Estes textos dão orientações precisas para a realização das mais diversas atividades, como jogar, preparar uma comida, cuidar de plantas ou animais domésticos, usar um aparelho eletrônico, consertar um carro, etc. Dentro desta categoria, encontramos desde as mais simples receitas culinárias até os complexos manuais de instrução para montar o motor de um avião. Existem numerosas variedades de textos instrucionais: além de receitas e manuais, estão os regulamentos, estatutos, contratos, instruções, etc. Mas todos eles, independente de sua complexidade, compartilham da função apelativa, à medida que prescrevem ações e empregam a trama descritiva para representar o processo a ser seguido na tarefa empreendida. A construção de muitos destes textos ajusta-se a modelos convencionais cunhados institucionalmente. Por exemplo, em nossa comunidade, estão amplamente difundidos os modelos de regulamentos de co-propriedade; então, qualquer pessoa que se encarrega da redação de um texto deste tipo recorre ao modelo e somente altera os dados de identificação para introduzir, se necessário, algumas modificações parciais nos direitos e deveres das partes envolvidas. Em nosso cotidiano, deparamo-nos constantemente com textos instrucionais, que nos ajudam a usar corretamente tanto um processador de alimentos como um computador; a fazer uma comida saborosa, ou a seguir uma dieta para emagrecer. A habilidade alcançada no domínio destes textos incide diretamente em nossa atividade concreta. Seu emprego frequente e sua utilidade imediata justificam o trabalho escolar de abordagem e de produção de algumas de suas variedades, como as receitas e as instruções. As Receitas e as Instruções Referimo-nos às receitas culinárias e aos textos que trazem instruções para organizar um jogo, realizar um experimento, construir um artefato, fabricar um móvel, consertar um objeto, etc. Estes textos têm duas partes que se distinguem geralmente a partir da especialização: uma, contém listas de elementos a serem utilizados (lista de ingredientes das receitas, materiais que são manipulados no experimento, ferramentas para consertar algo, diferentes partes de um aparelho, etc.), a outra, desenvolve as instruções. As listas, que são similares em sua construção às que usamos habitualmente para fazer as compras, apresentam substantivos concretos acompanhados de numerais (cardinais, partitivos e múltiplos). As instruções configuram-se, habitualmente, com orações bimembres, com verbos no modo imperativo (misture a farinha com o fermento), ou orações unimembres formadas por construções com o verbo no infinitivo (misturar a farinha com o açúcar). Tanto os verbos nos modos imperativo, subjuntivo e indicativo como as construções com formas nominais gerúndio, particípio, infinitivo aparecem acompanhados por advérbios palavras ou por locuções adverbiais que expressam o modo como devem ser realizadas determinadas ações (separe cuidadosamente as claras das gemas, ou separe com muito cuidado as claras das gemas). Os propósitos dessas ações aparecem estruturados visando a um objetivo (mexa lentamente para diluir o conteúdo do pacote em água fria), ou com valor temporal final (bata o creme com as claras até que fique numa consistência espessa). Nestes textos inclui-se, com frequência, o tempo do receptor através do uso do dêixis de lugar e de tempo: Aqui, deve acrescentar uma gema. Agora, poderá mexer novamente. Neste momento, terá que correr rapidamente até o lado oposto da cancha. Aqui pode intervir outro membro da equipe. TEXTOS EPISTOLARES Os textos epistolares procuram estabelecer uma comunicação por escrito com um destinatário ausente, identificado no texto através do cabeçalho. Pode tratar-se de um indivíduo (um amigo, um parente, o gerente de uma empresa, o diretor de um colégio), ou de um conjunto de indivíduos designados de forma coletiva (conselho editorial, junta diretora). Estes textos reconhecem como portador este pedaço de papel que, de forma metonímica, denomina-se carta, convite ou solicitação, dependendo das características contidas no texto. Apresentam uma estrutura que se reflete claramente em sua organização espacial, cujos componentes são os seguintes: cabeçalho, que estabelece o lugar e o tempo da produção, os dados do destinatário e a forma de tratamento empregada para estabelecer o contato: o corpo, parte do texto em que se desenvolve a mensagem, e a despedida, que inclui a saudação e a assinatura, através da qual se introduz o autor no texto. O grau de familiaridade existente entre emissor e destinatário é o princípio que orienta a escolha do estilo: se o texto é dirigido a um familiar ou a um amigo, optase por um estilo informal; caso contrário, se o destinatário é desconhecido ou ocupa o nível superior em uma relação assimétrica (empregador em relação ao empregado, diretor em relação ao aluno, etc.), impõe-se o estilo formal. A Carta As cartas podem ser construídas com diferentes tramas (narrativa e argumentativa), em tomo das diferentes funções da linguagem (informativa, expressiva e apelativa). Referimo-nos aqui, em particular, às cartas familiares e amistosas, isto é, aqueles escritos através dos quais o autor conta a um parente ou a um amigo eventos particulares de sua vida. Estas cartas contêm acontecimentos, sentimentos, emoções, experimentados por um emissor que percebe o receptor como cúmplice, ou seja, como um destinatário comprometido afetivamente nessa situação de comunicação e, portanto, capaz de extrair a dimensão expressiva da mensagem. Uma vez que se trata de um diálogo à distância com um receptor conhecido, opta-se por um estilo espontâneo e informal, que deixa transparecer marcas da oralidade: frases inconclusas, nas quais as reticências habilitam múltiplas interpretações do receptor na tentativa de concluí-las; perguntas que procuram suas respostas nos destinatários; perguntas que encerram em si suas próprias respostas (perguntas retóricas); pontos de exclamação que expressam a ênfase que o emissor dá a determinadas expressões que refletem suas alegrias, suas preocupações, suas dúvidas. Estes textos reúnem em si as diferentes classes de orações. As enunciativas, que aparecem nos fragmentos informativos, alternam-se com as dubitativas, desiderativas, interrogativas, exclamativas, para manifestar a subjetividade do autor. Esta subjetividade determina também o uso de diminutivos e aumentativos, a presença frequente de adjetivos qualificativos, a ambiguidade lexical e sintática, as repetições, as interjeições. A Solicitação É dirigida a um receptor que, nessa situação comunicativa estabelecida pela carta, está revestido de autoridade à medida que possui algo ou tem a possibilidade de outorgar algo que é considerado valioso pelo emissor: um emprego, uma vaga em uma escola, etc. Esta assimetria entre autor e leitor um que pede e outro que pode ceder ou não ao pedido, obriga o primeiro a optar por um estilo formal, que recorre ao uso de fórmulas de cortesia já estabelecidas convencionalmente para a abertura e encerramento (atenciosamente..com votos de estima e consideração... / despeço-me de vós respeitosamente.../ Saúdo-vos com o maior respeito), e às frases feitas com que se iniciam e encerram-se estes textos (Dirijo-me a vós a fim de solicitar-lhe que... O abaixo-assinado, Antônio Língua Portuguesa 8

13 Gonzalez, D.NJ , dirigi-se ao Senhor Diretor do Instituto Politécnico a fim de solicitar-lhe...) As solicitações podem ser redigidas na primeira ou terceira pessoa do singular. As que são redigidas na primeira pessoa introduzem o emissor através da assinatura, enquanto que as redigidas na terceira pessoa identificam-no no corpo do texto (O abaixo assinado, Juan Antonio Pérez, dirigese a...). A progressão temática dá-se através de dois núcleos informativos: o primeiro determina o que o solicitante pretende; o segundo, as condições que reúne para alcançar aquilo que pretende. Estes núcleos, demarcados por frases feitas de abertura e encerramento, podem aparecer invertidos em algumas solicitações, quando o solicitante quer enfatizar suas condições; por isso, as situa em um lugar preferencial para dar maior força à sua apelação. Essas solicitações, embora cumpram uma função apelativa, mostram um amplo predomínio das orações enunciativas complexas, com inclusão tanto de proposições causais, consecutivas e condicionais, que permitem desenvolver fundamentações, condicionamentos e efeitos a alcançar, como de construções de infinitivo ou de gerúndio: para alcançar essa posição, o solicitante lhe apresenta os seguintes antecedentes... (o infinitivo salienta os fins a que se persegue), ou alcançando a posição de... (o gerúndio enfatiza os antecedentes que legitimam o pedido). A argumentação destas solicitações institucionalizaram-se de tal maneira que aparece contida nas instruções de formulários de emprego, de solicitação de bolsas de estudo, etc. Texto extraído de: ESCOLA, LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS, Ana Maria Kaufman, Artes Médicas, Porto Alegre, RS. 2. CONHECIMENTO DE LÍNGUA: ORTOGRAFIA/ACENTUAÇÃO GRÁFICA As dificuldades para a ortografia devem-se ao fato de que há fonemas que podem ser representados por mais de uma letra, o que não é feito de modo arbitrário, mas fundamentado na história da língua. Eis algumas observações úteis: DISTINÇÃO ENTRE J E G 1. Escrevem-se com J: a) As palavras de origem árabe, africana ou ameríndia: canjica. cafajeste, canjerê, pajé, etc. b) As palavras derivadas de outras que já têm j: laranjal (laranja), enrijecer, (rijo), anjinho (anjo), granjear (granja), etc. c) As formas dos verbos que têm o infinitivo em JAR. despejar: despejei, despeje; arranjar: arranjei, arranje; viajar: viajei, viajeis. d) O final AJE: laje, traje, ultraje, etc. e) Algumas formas dos verbos terminados em GER e GIR, os quais mudam o G em J antes de A e O: reger: rejo, reja; dirigir: dirijo, dirija. 2. Escrevem-se com G: a) O final dos substantivos AGEM, IGEM, UGEM: coragem, vertigem, ferrugem, etc. b) Exceções: pajem, lambujem. Os finais: ÁGIO, ÉGIO, ÓGIO e ÍGIO: estágio, egrégio, relógio refúgio, prodígio, etc. c) Os verbos em GER e GIR: fugir, mugir, fingir. DISTINÇÃO ENTRE S E Z 1. Escrevem-se com S: a) O sufixo OSO: cremoso (creme + oso), leitoso, vaidoso, etc. b) O sufixo ÊS e a forma feminina ESA, formadores dos adjetivos pátrios ou que indicam profissão, título honorífico, posição social, etc.: português portuguesa, camponês camponesa, marquês marquesa, burguês burguesa, montês, pedrês, princesa, etc. c) O sufixo ISA. sacerdotisa, poetisa, diaconisa, etc. d) Os finais ASE, ESE, ISE e OSE, na grande maioria se o vocábulo for erudito ou de aplicação científica, não haverá dúvida, hipótese, exegese análise, trombose, etc. e) As palavras nas quais o S aparece depois de ditongos: coisa, Neusa, causa. f) O sufixo ISAR dos verbos referentes a substantivos cujo radical termina em S: pesquisar (pesquisa), analisar (análise), avisar (aviso), etc. Língua Portuguesa 9 g) Quando for possível a correlação ND - NS: escandir: escansão; pretender: pretensão; repreender: repreensão, etc. 2. Escrevem-se em Z. a) O sufixo IZAR, de origem grega, nos verbos e nas palavras que têm o mesmo radical. Civilizar: civilização, civilizado; organizar: organização, organizado; realizar: realização, realizado, etc. b) Os sufixos EZ e EZA formadores de substantivos abstratos derivados de adjetivos limpidez (limpo), pobreza (pobre), rigidez (rijo), etc. c) Os derivados em -ZAL, -ZEIRO, -ZINHO e ZITO: cafezal, cinzeiro, chapeuzinho, cãozito, etc. DISTINÇÃO ENTRE X E CH: 1. Escrevem-se com X a) Os vocábulos em que o X é o precedido de ditongo: faixa, caixote, feixe, etc. c) Maioria das palavras iniciadas por ME: mexerico, mexer, mexerica, etc. d) EXCEÇÃO: recauchutar (mais seus derivados) e caucho (espécie de árvore que produz o látex). e) Observação: palavras como "enchente, encharcar, enchiqueirar, enchapelar, enchumaçar", embora se iniciem pela sílaba "en", são grafadas com "ch", porque são palavras formadas por prefixação, ou seja, pelo prefixo en + o radical de palavras que tenham o ch (enchente, encher e seus derivados: prefixo en + radical de cheio; encharcar: en + radical de charco; enchiqueirar: en + radical de chiqueiro; enchapelar: en + radical de chapéu; enchumaçar: en + radical de chumaço). 2. Escrevem-se com CH: a) charque, chiste, chicória, chimarrão, ficha, cochicho, cochichar, estrebuchar, fantoche, flecha, inchar, pechincha, pechinchar, penacho, salsicha, broche, arrocho, apetrecho, bochecha, brecha, chuchu, cachimbo, comichão, chope, chute, debochar, fachada, fechar, linchar, mochila, piche, pichar, tchau. b) Existem vários casos de palavras homófonas, isto é, palavras que possuem a mesma pronúncia, mas a grafia diferente. Nelas, a grafia se distingue pelo contraste entre o x e o ch. Exemplos: brocha (pequeno prego) broxa (pincel para caiação de paredes) chá (planta para preparo de bebida) xá (título do antigo soberano do Irã) chalé (casa campestre de estilo suíço) xale (cobertura para os ombros) chácara (propriedade rural) xácara (narrativa popular em versos) cheque (ordem de pagamento) xeque (jogada do xadrez) cocho (vasilha para alimentar animais) coxo (capenga, imperfeito) DISTINÇÃO ENTRE S, SS, Ç E C Observe o quadro das correlações: Correlações t - c ter-tenção rg - rs rt - rs pel - puls corr - curs sent - sens ced - cess gred - gress prim - press tir - ssão Exemplos ato - ação; infrator - infração; Marte - marcial abster - abstenção; ater - atenção; conter - contenção, deter - detenção; reter - retenção aspergir - aspersão; imergir - imersão; submergir - submersão; inverter - inversão; divertir - diversão impelir - impulsão; expelir - expulsão; repelir - repulsão correr - curso - cursivo - discurso; excursão - incursão sentir - senso, sensível, consenso ceder - cessão - conceder - concessão; interceder - intercessão. exceder - excessivo (exceto exceção) agredir - agressão - agressivo; progredir - progressão - progresso - progressivo imprimir - impressão; oprimir - opressão; reprimir - repressão. admitir - admissão; discutir - discussão, permitir - permissão. (re)percutir - (re)percussão

14 Língua Portuguesa PALAVRAS COM CERTAS DIFICULDADES ONDE-AONDE Emprega-se AONDE com os verbos que dão ideia de movimento. Equivale sempre a PARA ONDE. AONDE você vai? AONDE nos leva com tal rapidez? Naturalmente, com os verbos que não dão ideia de movimento emprega-se ONDE ONDE estão os livros? Não sei ONDE te encontrar. MAU - MAL MAU é adjetivo (seu antônimo é bom). Escolheu um MAU momento. Era um MAU aluno. MAL pode ser: a) advérbio de modo (antônimo de bem). Ele se comportou MAL. Seu argumento está MAL estruturado b) conjunção temporal (equivale a assim que). MAL chegou, saiu c) substantivo: O MAL não tem remédio, Ela foi atacada por um MAL incurável. CESÃO/SESSÃO/SECÇÃO/SEÇÃO CESSÃO significa o ato de ceder. Ele fez a CESSÃO dos seus direitos autorais. A CESSÃO do terreno para a construção do estádio agradou a todos os torcedores. SESSÃO é o intervalo de tempo que dura uma reunião: Assistimos a uma SESSÃO de cinema. Reuniram-se em SESSÃO extraordinária. SECÇÃO (ou SEÇÃO) significa parte de um todo, subdivisão: Lemos a noticia na SECÇÃO (ou SEÇÃO) de esportes. Compramos os presentes na SECÇÃO (ou SEÇÃO) de brinquedos. HÁ / A Na indicação de tempo, emprega-se: HÁ para indicar tempo passado (equivale a faz): HÁ dois meses que ele não aparece. Ele chegou da Europa HÁ um ano. A para indicar tempo futuro: Daqui A dois meses ele aparecerá. Ela voltará daqui A um ano. FORMAS VARIANTES Existem palavras que apresentam duas grafias. Nesse caso, qualquer uma delas é considerada correta. Eis alguns exemplos. aluguel ou aluguer alpartaca, alpercata ou alpargata amídala ou amígdala assobiar ou assoviar assobio ou assovio azaléa ou azaleia bêbado ou bêbedo bílis ou bile cãibra ou cãimbra carroçaria ou carroceria chimpanzé ou chipanzé debulhar ou desbulhar fleugma ou fleuma hem? ou hein? imundície ou imundícia infarto ou enfarte laje ou lajem lantejoula ou lentejoula nenê ou nenen nhambu, inhambu ou nambu quatorze ou catorze surripiar ou surrupiar taramela ou tramela relampejar, relampear, relampeguear ou relampar porcentagem ou percentagem EMPREGO DE MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS Escrevem-se com letra inicial maiúscula: 1) a primeira palavra de período ou citação. Diz um provérbio árabe: "A agulha veste os outros e vive nua." 10 No início dos versos que não abrem período é facultativo o uso da letra maiúscula. 2) substantivos próprios (antropônimos, alcunhas, topônimos, nomes sagrados, mitológicos, astronômicos): José, Tiradentes, Brasil, Amazônia, Campinas, Deus, Maria Santíssima, Tupã, Minerva, Via- Láctea, Marte, Cruzeiro do Sul, etc. O deus pagão, os deuses pagãos, a deusa Juno. 3) nomes de épocas históricas, datas e fatos importantes, festas religiosas: Idade Média, Renascença, Centenário da Independência do Brasil, a Páscoa, o Natal, o Dia das Mães, etc. 4) nomes de altos cargos e dignidades: Papa, Presidente da República, etc. 5) nomes de altos conceitos religiosos ou políticos: Igreja, Nação, Estado, Pátria, União, República, etc. 6) nomes de ruas, praças, edifícios, estabelecimentos, agremiações, órgãos públicos, etc.: Rua do 0uvidor, Praça da Paz, Academia Brasileira de Letras, Banco do Brasil, Teatro Municipal, Colégio Santista, etc. 7) nomes de artes, ciências, títulos de produções artísticas, literárias e científicas, títulos de jornais e revistas: Medicina, Arquitetura, Os Lusíadas, 0 Guarani, Dicionário Geográfico Brasileiro, Correio da Manhã, Manchete, etc. 8) expressões de tratamento: Vossa Excelência, Sr. Presidente, Excelentíssimo Senhor Ministro, Senhor Diretor, etc. 9) nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões: Os povos do Oriente, o falar do Norte. Mas: Corri o país de norte a sul. O Sol nasce a leste. 10) nomes comuns, quando personificados ou individuados: o Amor, o Ódio, a Morte, o Jabuti (nas fábulas), etc. Escrevem-se com letra inicial minúscula: 1) nomes de meses, de festas pagãs ou populares, nomes gentílicos, nomes próprios tornados comuns: maia, bacanais, carnaval, ingleses, ave-maria, um havana, etc. 2) os nomes a que se referem os itens 4 e 5 acima, quando empregados em sentido geral: São Pedro foi o primeiro papa. Todos amam sua pátria. 3) nomes comuns antepostos a nomes próprios geográficos: o rio Amazonas, a baía de Guanabara, o pico da Neblina, etc. 4) palavras, depois de dois pontos, não se tratando de citação direta: "Qual deles: o hortelão ou o advogado?" (Machado de Assis) "Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incenso, mirra." (Manuel Bandeira) ACENTUAÇÃO GRÁFICA Por Paula Perin dos Santos O Novo Acordo Ortográfico visa simplificar as regras ortográficas da Língua Portuguesa e aumentar o prestígio social da língua no cenário internacional. Sua implementação no Brasil segue os seguintes parâmetros: 2009 vigência ainda não obrigatória, 2010 a 2012 adaptação completa dos livros didáticos às novas regras; e a partir de 2013 vigência obrigatória em todo o território nacional. Cabe lembrar que esse Novo Acordo Ortográfico já se encontrava assinado desde 1990 por oito países que falam a língua portuguesa, inclusive pelo Brasil, mas só agora é que teve sua implementação. É equívoco afirmar que este acordo visa uniformizar a língua, já que uma língua não existe apenas em função de sua ortografia. Vale lembrar que a ortografia é apenas um aspecto superficial da escrita da língua, e que as diferenças entre o Português falado nos diversos países lusófonos subsistirão em questões referentes à pronúncia, vocabulário e gramática. Uma língua muda em função de seus falantes e do tempo, não por meio de Leis ou Acordos. A queixa de muitos estudantes e usuários da língua escrita é que, depois de internalizada uma regra, é difícil desaprendê-la. Então, cabe aqui uma dica: quando se tiver uma dúvida sobre a escrita de alguma palavra, o ideal é consultar o Novo Acordo (tenha um sempre em fácil acesso) ou, na melhor das hipóteses, use um sinônimo para referir-se a tal palavra. Mostraremos nessa série de artigos o Novo Acordo de uma maneira descomplicada, apontando como é que fica estabelecido de hoje em diante a Ortografia Oficial do Português falado no Brasil.

15 Alfabeto A influência do inglês no nosso idioma agora é oficial. Há muito tempo as letras k, w e y faziam parte do nosso idioma, isto não é nenhuma novidade. Elas já apareciam em unidades de medidas, nomes próprios e palavras importadas do idioma inglês, como: km quilômetro, kg quilograma Show, Shakespeare, Byron, Newton, dentre outros. Trema Não se usa mais o trema em palavras do português. Quem digita muito textos científicos no computador sabe o quanto dava trabalho escrever linguística, frequência. Ele só vai permanecer em nomes próprios e seus derivados, de origem estrangeira. Por exemplo, Gisele Bündchen não vai deixar de usar o trema em seu nome, pois é de origem alemã. (neste caso, o ü lê-se i ) QUANTO À POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA 1. Acentuam-se as oxítonas terminadas em A, E, O, seguidas ou não de S, inclusive as formas verbais quando seguidas de LO(s) ou LA(s). Também recebem acento as oxítonas terminadas em ditongos abertos, como ÉI, ÉU, ÓI, seguidos ou não de S Ex. Chá Mês nós Gás Sapé cipó Dará Café avós Pará Vocês compôs vatapá pontapés só Aliás português robô dá-lo vê-lo avó recuperá-los Conhecê-los pô-los guardá-la Fé compô-los réis (moeda) Véu dói méis céu mói pastéis Chapéus anzóis ninguém parabéns Jerusalém Resumindo: Só não acentuamos oxítonas terminadas em I ou U, a não ser que seja um caso de hiato. Por exemplo: as palavras baú, aí, Esaú e atraílo são acentuadas porque as semivogais i e u estão tônicas nestas palavras. 2. Acentuamos as palavras paroxítonas quando terminadas em: L afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível. N pólen, abdômen, sêmen, abdômen. R câncer, caráter, néctar, repórter. X tórax, látex, ônix, fênix. PS fórceps, Quéops, bíceps. Ã(S) ímã, órfãs, ímãs, Bálcãs. ÃO(S) órgão, bênção, sótão, órfão. I(S) júri, táxi, lápis, grátis, oásis, miosótis. ON(S) náilon, próton, elétrons, cânon. UM(S) álbum, fórum, médium, álbuns. US ânus, bônus, vírus, Vênus. Também acentuamos as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes (semivogal+vogal): Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, férias, lírio. 3. Todas as proparoxítonas são acentuadas. Ex. México, música, mágico, lâmpada, pálido, pálido, sândalo, crisântemo, público, pároco, proparoxítona. QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS ENCONTROS VOCÁLICOS 4. Acentuamos as vogais I e U dos hiatos, quando: Formarem sílabas sozinhos ou com S Ex. Ju-í-zo, Lu-ís, ca-fe-í-na, ra-í-zes, sa-í-da, e-go-ís-ta. IMPORTANTE Por que não acentuamos ba-i-nha, fei-u-ra, ru-im, ca-ir, Ra-ul, se todos são i e u tônicas, portanto hiatos? Porque o i tônico de bainha vem seguido de NH. O u e o i tônicos de ruim, cair e Raul formam sílabas com m, r e l respectivamente. Essas consoantes já soam forte por natureza, tornando naturalmente a sílaba tônica, sem precisar de acento que reforce isso. 5. Trema Não se usa mais o trema em palavras da língua portuguesa. Ele só vai permanecer em nomes próprios e seus derivados, de origem estrangeira, como Bündchen, Müller, mülleriano (neste caso, o ü lê-se i ) 6. Acento Diferencial O acento diferencial permanece nas palavras: pôde (passado), pode (presente) pôr (verbo), por (preposição) Nas formas verbais, cuja finalidade é determinar se a 3ª pessoa do verbo está no singular ou plural: SINGULAR PLURAL Ele tem Ele vem Eles têm Eles vêm Essa regra se aplica a todos os verbos derivados de ter e vir, como: conter, manter, intervir, deter, sobrevir, reter, etc. DIVISÃO SILÁBICA Não se separam as letras que formam os dígrafos CH, NH, LH, QU, GU. 1- chave: cha-ve aquele: a-que-le palha: pa-lha manhã: ma-nhã guizo: gui-zo Não se separam as letras dos encontros consonantais que apresentam a seguinte formação: consoante + L ou consoante + R 2- emblema: reclamar: flagelo: globo: implicar: atleta: prato: em-ble-ma re-cla-mar fla-ge-lo glo-bo im-pli-car a-tle-ta pra-to abraço: recrutar: drama: fraco: agrado: atraso: a-bra-ço re-cru-tar dra-ma fra-co a-gra-do a-tra-so Separam-se as letras dos dígrafos RR, SS, SC, SÇ, XC. cor-rer desçam: pas-sar exceto: fas-ci-nar 3- correr: passar: fascinar: des-çam ex-ce-to Não se separam as letras que representam um ditongo. 4- mistério: cárie: mis-té-rio cá-rie herdeiro: her-dei-ro Separam-se as letras que representam um hiato. sa-ú-de cruel: ra-i-nha enjoo: 5- saúde: rainha: cru-el en-jo-o Não se separam as letras que representam um tritongo. 6- Paraguai: Pa-ra-guai saguão: sa-guão Consoante não seguida de vogal, no interior da palavra, fica na sílaba que a antecede. 7- torna: tor-na núpcias: núp-cias técnica: téc-ni-ca submeter: sub-me-ter absoluto: ab-so-lu-to perspicaz: pers-pi-caz Língua Portuguesa 11

16 Consoante não seguida de vogal, no início da palavra, junta-se à sílaba que a segue 8- pneumático: pneu-má-ti-co gnomo: gno-mo psicologia: psi-co-lo-gia No grupo BL, às vezes cada consoante é pronunciada separadamente, mantendo sua autonomia fonética. Nesse caso, tais consoantes ficam em sílabas separadas. 9- sublingual: sublinhar: sublocar: sub-lin-gual sub-li-nhar sub-lo-car Preste atenção nas seguintes palavras: trei-no so-cie-da-de gai-o-la ba-lei-a des-mai-a-do im-bui-a ra-diou-vin-te ca-o-lho te-a-tro co-e-lho du-e-lo ví-a-mos a-mné-sia gno-mo co-lhei-ta quei-jo pneu-mo-ni-a fe-é-ri-co dig-no e-nig-ma e-clip-se Is-ra-el mag-nó-lia Língua Portuguesa PONTUAÇÃO Pontuação é o conjunto de sinais gráficos que indica na escrita as pausas da linguagem oral. PONTO O ponto é empregado em geral para indicar o final de uma frase declarativa. Ao término de um texto, o ponto é conhecido como final. Nos casos comuns ele é chamado de simples. Também é usado nas abreviaturas: Sr. (Senhor), d.c. (depois de Cristo), a.c. (antes de Cristo), E.V. (Érico Veríssimo). PONTO DE INTERROGAÇÃO É usado para indicar pergunta direta. Onde está seu irmão? Às vezes, pode combinar-se com o ponto de exclamação. A mim?! Que ideia! PONTO DE EXCLAMAÇÃO É usado depois das interjeições, locuções ou frases exclamativas. Céus! Que injustiça! Oh! Meus amores! Que bela vitória! Ó jovens! Lutemos! VÍRGULA A vírgula deve ser empregada toda vez que houver uma pequena pausa na fala. Emprega-se a vírgula: Nas datas e nos endereços: São Paulo, 17 de setembro de Largo do Paissandu, 128. No vocativo e no aposto: Meninos, prestem atenção! Termópilas, o meu amigo, é escritor. Nos termos independentes entre si: O cinema, o teatro, a praia e a música são as suas diversões. Com certas expressões explicativas como: isto é, por exemplo. Neste caso é usado o duplo emprego da vírgula: Ontem teve início a maior festa da minha cidade, isto é, a festa da padroeira. Após alguns adjuntos adverbiais: No dia seguinte, viajamos para o litoral. Com certas conjunções. Neste caso também é usado o duplo emprego da vírgula: Isso, entretanto, não foi suficiente para agradar o diretor. 12 Após a primeira parte de um provérbio. O que os olhos não vêem, o coração não sente. Em alguns casos de termos oclusos: Eu gostava de maçã, de pêra e de abacate. RETICÊNCIAS São usadas para indicar suspensão ou interrupção do pensamento. Não me disseste que era teu pai que... Para realçar uma palavra ou expressão. Hoje em dia, mulher casa com "pão" e passa fome... Para indicar ironia, malícia ou qualquer outro sentimento. Aqui jaz minha mulher. Agora ela repousa, e eu também... PONTO E VÍRGULA Separar orações coordenadas de certa extensão ou que mantém alguma simetria entre si. "Depois, lracema quebrou a flecha homicida; deu a haste ao desconhecido, guardando consigo a ponta farpada. " Para separar orações coordenadas já marcadas por vírgula ou no seu interior. Eu, apressadamente, queria chamar Socorro; o motorista, porém, mais calmo, resolveu o problema sozinho. DOIS PONTOS Enunciar a fala dos personagens: Ele retrucou: Não vês por onde pisas? Para indicar uma citação alheia: Ouvia-se, no meio da confusão, a voz da central de informações de passageiros do voo das nove: queiram dirigir-se ao portão de embarque". Para explicar ou desenvolver melhor uma palavra ou expressão anterior: Desastre em Roma: dois trens colidiram frontalmente. Enumeração após os apostos: Como três tipos de alimento: vegetais, carnes e amido. TRAVESSÃO Marca, nos diálogos, a mudança de interlocutor, ou serve para isolar palavras ou frases "Quais são os símbolos da pátria? Que pátria? Da nossa pátria, ora bolas!" (P. M Campos). "Mesmo com o tempo revoltoso - chovia, parava, chovia, parava outra vez. a claridade devia ser suficiente p'ra mulher ter avistado mais alguma coisa". (M. Palmério). Usa-se para separar orações do tipo: Avante!- Gritou o general. A lua foi alcançada, afinal - cantava o poeta. Usa-se também para ligar palavras ou grupo de palavras que formam uma cadeia de frase: A estrada de ferro Santos Jundiaí. A ponte Rio Niterói. A linha aérea São Paulo Porto Alegre. ASPAS São usadas para: Indicar citações textuais de outra autoria. "A bomba não tem endereço certo." (G. Meireles) Para indicar palavras ou expressões alheias ao idioma em que se expressa o autor: estrangeirismo, gírias, arcaismo, formas populares: Há quem goste de jazz-band. Não achei nada "legal" aquela aula de inglês. Para enfatizar palavras ou expressões: Apesar de todo esforço, achei-a irreconhecível" naquela noite. Títulos de obras literárias ou artísticas, jornais, revistas, etc. "Fogo Morto" é uma obra-prima do regionalismo brasileiro. Em casos de ironia: A "inteligência" dela me sensibiliza profundamente. Veja como ele é educado" - cuspiu no chão.

17 PARÊNTESES Empregamos os parênteses: Nas indicações bibliográficas. "Sede assim qualquer coisa. serena, isenta, fiel". (Meireles, Cecília, "Flor de Poemas"). Nas indicações cênicas dos textos teatrais: "Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as mãos, com os olhos fora das órbitas. Amália se volta)". (G. Figueiredo) Quando se intercala num texto uma ideia ou indicação acessória: "E a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-lo, morrendo de fome." (C. Lispector) Para isolar orações intercaladas: "Estou certo que eu (se lhe ponho Minha mão na testa alçada) Sou eu para ela." (M. Bandeira) COLCHETES [ ] Os colchetes são muito empregados na linguagem científica. ASTERISCO O asterisco é muito empregado para chamar a atenção do leitor para alguma nota (observação). BARRA A barra é muito empregada nas abreviações das datas e em algumas abreviaturas. CRASE Antes de numeral, seguido da palavra "hora", mesmo subentendida: Às 8 e 15 o despertador soou. Antes de substantivo, quando se puder subentender as palavras moda ou "maneira": Aos domingos, trajava-se à inglesa. Cortavam-se os cabelos à Príncipe Danilo. Antes da palavra casa, se estiver determinada: Referia-se à Casa Gebara. Não há crase quando a palavra "casa" se refere ao próprio lar. Não tive tempo de ir a casa apanhar os papéis. (Venho de casa). Antes da palavra "terra", se esta não for antônima de bordo. Voltou à terra onde nascera. Chegamos à terra dos nossos ancestrais. Mas: Os marinheiros vieram a terra. O comandante desceu a terra. Se a preposição ATÉ vier seguida de palavra feminina que aceite o artigo, poderá ou não ocorrer a crase, indiferentemente: Vou até a (á ) chácara. Cheguei até a(à) muralha A QUE - À QUE Se, com antecedente masculino ocorrer AO QUE, com o feminino ocorrerá crase: Houve um palpite anterior ao que você deu. Houve uma sugestão anterior à que você deu. Se, com antecedente masculino, ocorrer A QUE, com o feminino não ocorrerá crase. Não gostei do filme a que você se referia. Não gostei da peça a que você se referia. O mesmo fenômeno de crase (preposição A) - pronome demonstrativo A que ocorre antes do QUE (pronome relativo), pode ocorrer antes do de: Meu palpite é igual ao de todos Minha opinião é igual à de todos. Crase é a fusão da preposição A com outro A. Fomos a a feira ontem = Fomos à feira ontem. EMPREGO DA CRASE em locuções adverbiais: à vezes, às pressas, à toa... em locuções prepositivas: em frente à, à procura de... em locuções conjuntivas: à medida que, à proporção que... pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, a, as Fui ontem àquele restaurante. Falamos apenas àquelas pessoas que estavam no salão: Refiro-me àquilo e não a isto. A CRASE É FACULTATIVA diante de pronomes possessivos femininos: Entreguei o livro a(à) sua secretária. diante de substantivos próprios femininos: Dei o livro à(a) Sônia. CASOS ESPECIAIS DO USO DA CRASE Antes dos nomes de localidades, quando tais nomes admitirem o artigo A: Viajaremos à Colômbia. (Observe: A Colômbia é bela - Venho da Colômbia) Nem todos os nomes de localidades aceitam o artigo: Curitiba, Brasília, Fortaleza, Goiás, Ilhéus, Pelotas, Porto Alegre, São Paulo, Madri, Veneza, etc. Viajaremos a Curitiba. (Observe: Curitiba é uma bela cidade - Venho de Curitiba). Haverá crase se o substantivo vier acompanhado de adjunto que o modifique. Ela se referiu à saudosa Lisboa. Vou à Curitiba dos meus sonhos. NÃO OCORRE CRASE antes de nomes masculinos: Andei a pé. Andamos a cavalo. antes de verbos: Ela começa a chorar. Cheguei a escrever um poema. em expressões formadas por palavras repetidas: Estamos cara a cara. antes de pronomes de tratamento, exceto senhora, senhorita e dona: Dirigiu-se a V. Sa com aspereza. Escrevi a Vossa Excelência. Dirigiu-se gentilmente à senhora. quando um A (sem o S de plural) preceder um nome plural: Não falo a pessoas estranhas. Jamais vamos a festas. Semântica FIGURAS DE LINGUAGEM (PRINCIPAIS) Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Semântica (do grego σηµαντικός, sēmantiká, plural neutro de sēmantikós, derivado de sema, sinal), é o estudo do significado. Incide Língua Portuguesa 13

18 sobre a relação entre significantes, tais como palavras, frases, sinais e símbolos, e o que eles representam, a sua denotação. A semântica linguística estuda o significado usado por seres humanos para se expressar através da linguagem. Outras formas de semântica incluem a semântica nas linguagens de programação, lógica formal, e semiótica. A semântica contrapõe-se com frequência à sintaxe, caso em que a primeira se ocupa do que algo significa, enquanto a segunda se debruça sobre as estruturas ou padrões formais do modo como esse algo é expresso(por exemplo, escritos ou falados). Dependendo da concepção de significado que se tenha, têm-se diferentes semânticas. A semântica formal, a semântica da enunciação ou argumentativa e a semântica cognitiva, fenômeno, mas com conceitos e enfoques diferentes. Na língua portuguesa, o significado das palavras leva em consideração: Sinonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos: Exemplos: Cômico - engraçado / Débil - fraco, frágil / Distante - afastado, remoto. Antonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados diferentes, contrários, isto é, os antônimos: Exemplos: Economizar - gastar / Bem - mal / Bom - ruim. Homonímia: É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica, ou seja, os homônimos: As homônimas podem ser: Homógrafas: palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia. Exemplos: gosto (substantivo) - gosto / (1ª pessoa singular presente indicativo do verbo gostar) / conserto (substantivo) - conserto (1ª pessoa singular presente indicativo do verbo consertar); Homófonas: palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita. Exemplos: cela (substantivo) - sela (verbo) / cessão (substantivo) - sessão (substantivo) / cerrar (verbo) - serrar ( verbo); Perfeitas: palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos: cura (verbo) - cura (substantivo) / verão (verbo) - verão (substantivo) / cedo (verbo) - cedo (advérbio); Paronímia: É a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita, isto é, os parônimos: Exemplos: cavaleiro - cavalheiro / absolver - absorver / comprimento - cumprimento/ aura (atmosfera) - áurea (dourada)/ conjectura (suposição) - conjuntura (situação decorrente dos acontecimentos)/ descriminar (desculpabilizar) - discriminar (diferenciar)/ desfolhar (tirar ou perder as folhas) - folhear (passar as folhas de uma publicação)/ despercebido (não notado) - desapercebido (desacautelado)/ geminada (duplicada) - germinada (que germinou)/ mugir (soltar mugidos) - mungir (ordenhar)/ percursor (que percorre) - precursor (que antecipa os outros)/ sobrescrever (endereçar) - subscrever (aprovar, assinar)/ veicular (transmitir) - vincular (ligar) / descrição - discrição / onicolor - unicolor. Polissemia: É a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários significados. Exemplos: Ele ocupa um alto posto na empresa. / Abasteci meu carro no posto da esquina. / Os convites eram de graça. / Os fiéis agradecem a graça recebida. Homonímia: Identidade fonética entre formas de significados e origem completamente distintos. Exemplos: São(Presente do verbo ser) - São (santo) Conotação e Denotação: Conotação é o uso da palavra com um significado diferente do original, criado pelo contexto. Exemplos: Você tem um coração de pedra. Denotação é o uso da palavra com o seu sentido original. Exemplos: Pedra é um corpo duro e sólido, da natureza das rochas. Sinônimo Sinônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado idêntico ou muito semelhante à outra. Exemplos: carro e automóvel, cão e cachorro. O conhecimento e o uso dos sinônimos é importante para que se evitem repetições desnecessárias na construção de textos, evitando que se tornem enfadonhos. Eufemismo Alguns sinônimos são também utilizados para minimizar o impacto, normalmente negativo, de algumas palavras (figura de linguagem conhecida como eufemismo). Exemplos: gordo - obeso morrer - falecer Sinônimos Perfeitos e Imperfeitos Os sinônimos podem ser perfeitos ou imperfeitos. Sinônimos Perfeitos Se o significado é idêntico. Exemplos: avaro avarento, léxico vocabulário, falecer morrer, escarradeira cuspideira, língua idioma catorze - quatorze Sinônimos Imperfeitos Se os significados são próximos, porém não idênticos. Exemplos: córrego riacho, belo formoso Antônimo Antônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado contrário (também oposto ou inverso) à outra. O emprego de antônimos na construção de frases pode ser um recurso estilístico que confere ao trecho empregado uma forma mais erudita ou que chame atenção do leitor ou do ouvinte. Palavra Antônimo aberto alto bem bom bonito demais doce forte gordo salgado amor seco grosso duro doce grande soberba louvar fechado baixo mal mau feio de menos salgado fraco magro insosso ódio molhado fino mole amargo pequeno humildade censurar bendizer maldizer ativo inativo simpático antipático progredir regredir rápido sair sozinho lento entrar acompanhado Língua Portuguesa 14

19 concórdia discórdia pesado quente leve frio presente ausente escuro inveja claro admiração Homógrafo Homógrafos são palavras iguais ou parecidas na escrita e diferentes na pronúncia. Exemplos rego (subst.) e rego (verbo); colher (verbo) e colher (subst.); jogo (subst.) e jogo (verbo); Sede: lugar e Sede: avidez; Seca: pôr a secar e Seca: falta de água. Homófono Palavras homófonas são palavras de pronúncias iguais. Existem dois tipos de palavras homófonas, que são: Homófonas heterográficas Homófonas homográficas Homófonas heterográficas Como o nome já diz, são palavras homófonas (iguais na pronúncia), mas heterográficas (diferentes na escrita). Exemplos cozer / coser; cozido / cosido; censo / senso consertar / concertar conselho / concelho paço / passo noz / nós hera / era ouve / houve voz / vós cem / sem acento / assento Homófonas homográficas Como o nome já diz, são palavras homófonas (iguais na pronúncia), e homográficas (iguais na escrita). Exemplos Ele janta (verbo) / A janta está pronta (substantivo); No caso, janta é inexistente na língua portuguesa por enquanto, já que deriva do substantivo jantar, e está classificado como neologismo. Eu passeio pela rua (verbo) / O passeio que fizemos foi bonito (substantivo). Parônimo Parônimo é uma palavra que apresenta sentido diferente e forma semelhante a outra, que provoca, com alguma frequência, confusão. Essas palavras apresentam grafia e pronúncia parecida, mas com significados diferentes. O parônimos pode ser também palavras homófonas, ou seja, a pronúncia de palavras parônimas pode ser a mesma.palavras parônimas são aquelas que têm grafia e pronúncia parecida. Exemplos Veja alguns exemplos de palavras parônimas: acender. verbo - ascender. subir acento. inflexão tônica - assento. dispositivo para sentar-se cartola. chapéu alto - quartola. pequena pipa comprimento. extensão - cumprimento. saudação coro (cantores) - couro (pele de animal) deferimento. concessão - diferimento. adiamento delatar. denunciar - dilatar. retardar, estender descrição. representação - discrição. reserva descriminar. inocentar - discriminar. distinguir despensa. compartimento - dispensa. desobriga destratar. insultar - distratar. desfazer(contrato) emergir. vir à tona - imergir. mergulhar eminência. altura, excelência - iminência. proximidade de ocorrência emitir. lançar fora de si - imitir. fazer entrar enfestar. dobrar ao meio - infestar. assolar enformar. meter em fôrma - informar. avisar entender. compreender - intender. exercer vigilância lenimento. suavizante - linimento. medicamento para fricções migrar. mudar de um local para outro - emigrar. deixar um país para morar em outro - imigrar. entrar num país vindo de outro peão. que anda a pé - pião. espécie de brinquedo recrear. divertir - recriar. criar de novo se. pronome átono, conjugação - si. espécie de brinquedo vadear. passar o vau - vadiar. passar vida ociosa venoso. relativo a veias - vinoso. que produz vinho vez. ocasião, momento - vês. verbo ver na 2ª pessoa do singular DENOTAÇAO E CONOTAÇAO A denotação é a propriedade que possui uma palavra de limitar-se a seu próprio conceito, de trazer apenas o seu significado primitivo, original. A conotação é a propriedade que possui uma palavra de ampliar-se no seu campo semântico, dentro de um contexto, podendo causar várias interpretações. Observe os exemplos: Denotação As estrelas do céu. Vesti-me de verde. O fogo do isqueiro. Conotação As estrelas do cinema. O jardim vestiu-se de flores O fogo da paixão SENTIDO PRÓPRIO E SENTIDO FIGURADO As palavras podem ser empregadas no sentido próprio ou no sentido figurado: Construí um muro de pedra - sentido próprio Maria tem um coração de pedra sentido figurado. A água pingava lentamente sentido próprio. ESTRUTURA DAS PALAVRAS E SEUS PROCESSOS DE FORMAÇÃO As palavras, em Língua Portuguesa, podem ser decompostas em vários elementos chamados elementos mórficos ou elementos de estrutura das palavras. Exs.: cinzeiro = cinza + eiro endoidecer = en + doido + ecer predizer = pre + dizer Os principais elementos móficos são: RADICAL É o elemento mórfico em que está a ideia principal da palavra. Exs.: amarelecer = amarelo + ecer enterrar = en + terra + ar pronome = pro + nome PREFIXO É o elemento mórfico que vem antes do radical. Exs.: anti - herói in - feliz SUFIXO É o elemento mórfico que vem depois do radical. Exs.: med - onho cear ense FORMAÇÃO DAS PALAVRAS As palavras estão em constante processo de evolução, o que torna a língua um fenômeno vivo que acompanha o homem. Por isso alguns vocá- Língua Portuguesa 15

20 bulos caem em desuso (arcaísmos), enquanto outros nascem (neologismos) e outros mudam de significado com o passar do tempo. Na Língua Portuguesa, em função da estruturação e origem das palavras encontramos a seguinte divisão: palavras primitivas - não derivam de outras (casa, flor) palavras derivadas - derivam de outras (casebre, florzinha) palavras simples - só possuem um radical (couve, flor) palavras compostas - possuem mais de um radical (couve-flor, aguardente) Para a formação das palavras portuguesas, é necessário o conhecimento dos seguintes processos de formação: Composição - processo em que ocorre a junção de dois ou mais radicais. São dois tipos de composição. justaposição: quando não ocorre a alteração fonética (girassol, sexta-feira); aglutinação: quando ocorre a alteração fonética, com perda de elementos (pernalta, de perna + alta). Derivação - processo em que a palavra primitiva (1º radical) sofre o acréscimo de afixos. São cinco tipos de derivação. prefixal: acréscimo de prefixo à palavra primitiva (in-útil); sufixal: acréscimo de sufixo à palavra primitiva (clara-mente); parassintética ou parassíntese: acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo, à palavra primitiva (em + lata + ado). Esse processo é responsável pela formação de verbos, de base substantiva ou adjetiva; regressiva: redução da palavra primitiva. Nesse processo forma-se substantivos abstratos por derivação regressiva de formas verbais (ajuda / de ajudar); imprópria: é a alteração da classe gramatical da palavra primitiva ("o jantar" - de verbo para substantivo, "é um judas" - de substantivo próprio a comum). Além desses processos, a língua portuguesa também possui outros processos para formação de palavras, como: Hibridismo: são palavras compostas, ou derivadas, constituídas por elementos originários de línguas diferentes (automóvel e monóculo, grego e latim / sociologia, bígamo, bicicleta, latim e grego / alcalóide, alcoômetro, árabe e grego / caiporismo: tupi e grego / bananal - africano e latino / sambódromo - africano e grego / burocracia - francês e grego); Onomatopeia: reprodução imitativa de sons (pingue-pingue, zunzum, miau); Abreviação vocabular: redução da palavra até o limite de sua compreensão (metrô, moto, pneu, extra, dr., obs.) Siglas: a formação de siglas utiliza as letras iniciais de uma seqüência de palavras (Academia Brasileira de Letras - ABL). A partir de siglas, formam-se outras palavras também (aidético, petista) Neologismo: nome dado ao processo de criação de novas palavras, ou para palavras que adquirem um novo significado. pciconcursos CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO: CLASSIFICAÇÃO, FLEXÃO E GRAU; ADJETIVO: CLASSIFICAÇÃO, FLEXÃO E GRAU; ADVÉRBIO: CLASSIFICAÇÃO, LOCUÇÃO ADVERBIAL E GRAU; PRONOME: CLASSIFICAÇÃO, EMPREGO E COLOCA- ÇÃO DOS PRONOMES OBLÍQUOS ÁTONOS; VERBO: CLASSI- FICAÇÃO, CONJUGAÇÃO, EMPREGO DE TEMPOS E MODOS; PREPOSIÇÃO E CONJUNÇÃO: CLASSIFICAÇÃO E EMPREGO SUBSTANTIVOS Substantivo é a palavra variável em gênero, número e grau, que dá nome aos seres em geral. São, portanto, substantivos. a) os nomes de coisas, pessoas, animais e lugares: livro, cadeira, cachorra, Valéria, Talita, Humberto, Paris, Roma, Descalvado. b) os nomes de ações, estados ou qualidades, tomados como seres: trabalho, corrida, tristeza beleza altura. CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS a) COMUM - quando designa genericamente qualquer elemento da espécie: rio, cidade, pais, menino, aluno b) PRÓPRIO - quando designa especificamente um determinado elemento. Os substantivos próprios são sempre grafados com inicial maiúscula: Tocantins, Porto Alegre, Brasil, Martini, Nair. c) CONCRETO - quando designa os seres de existência real ou não, propriamente ditos, tais como: coisas, pessoas, animais, lugares, etc. Verifique que é sempre possível visualizar em nossa mente o substantivo concreto, mesmo que ele não possua existência real: casa, cadeira, caneta, fada, bruxa, saci. d) ABSTRATO - quando designa as coisas que não existem por si, isto é, só existem em nossa consciência, como fruto de uma abstração, sendo, pois, impossível visualizá-lo como um ser. Os substantivos abstratos vão, portanto, designar ações, estados ou qualidades, tomados como seres: trabalho, corrida, estudo, altura, largura, beleza. Os substantivos abstratos, via de regra, são derivados de verbos ou adjetivos trabalhar - trabalho correr - corrida alto - altura belo - beleza FORMAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS a) PRIMITIVO: quando não provém de outra palavra existente na língua portuguesa: flor, pedra, ferro, casa, jornal. b) DERIVADO: quando provem de outra palavra da língua portuguesa: florista, pedreiro, ferreiro, casebre, jornaleiro. c) SIMPLES: quando é formado por um só radical: água, pé, couve, ódio, tempo, sol. d) COMPOSTO: quando é formado por mais de um radical: água-decolônia, pé-de-moleque, couve-flor, amor-perfeito, girassol. COLETIVOS Coletivo é o substantivo que, mesmo sendo singular, designa um grupo de seres da mesma espécie. Veja alguns coletivos que merecem destaque: alavão - de ovelhas leiteiras alcateia - de lobos álbum - de fotografias, de selos antologia - de trechos literários escolhidos armada - de navios de guerra armento - de gado grande (búfalo, elefantes, etc) arquipélago - de ilhas assembleia - de parlamentares, de membros de associações atilho - de espigas de milho atlas - de cartas geográficas, de mapas banca - de examinadores bandeira - de garimpeiros, de exploradores de minérios bando - de aves, de pessoal em geral cabido - de cônegos cacho - de uvas, de bananas cáfila - de camelos cambada - de ladrões, de caranguejos, de chaves cancioneiro - de poemas, de canções caravana - de viajantes cardume - de peixes clero - de sacerdotes colmeia - de abelhas concílio - de bispos conclave - de cardeais em reunião para eleger o papa congregação - de professores, de religiosos congresso - de parlamentares, de cientistas conselho - de ministros consistório - de cardeais sob a presidência do papa constelação - de estrelas corja - de vadios elenco - de artistas enxame - de abelhas enxoval - de roupas esquadra - de navios de guerra Língua Portuguesa 16

21 esquadrilha - de aviões falange - de soldados, de anjos farândola - de maltrapilhos fato - de cabras fauna - de animais de uma região feixe - de lenha, de raios luminosos flora - de vegetais de uma região frota - de navios mercantes, de táxis, de ônibus girândola - de fogos de artifício horda - de invasores, de selvagens, de bárbaros junta - de bois, médicos, de examinadores júri - de jurados legião - de anjos, de soldados, de demônios malta - de desordeiros manada - de bois, de elefantes matilha - de cães de caça ninhada - de pintos nuvem - de gafanhotos, de fumaça panapaná - de borboletas pelotão - de soldados penca - de bananas, de chaves pinacoteca - de pinturas plantel - de animais de raça, de atletas quadrilha - de ladrões, de bandidos ramalhete - de flores réstia - de alhos, de cebolas récua - de animais de carga romanceiro - de poesias populares resma - de papel revoada - de pássaros súcia - de pessoas desonestas vara - de porcos vocabulário - de palavras FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS Como já assinalamos, os substantivos variam de gênero, número e grau. Gênero Em Português, o substantivo pode ser do gênero masculino ou feminino: o lápis, o caderno, a borracha, a caneta. Podemos classificar os substantivos em: a) SUBSTANTIVOS BIFORMES, são os que apresentam duas formas, uma para o masculino, outra para o feminino: aluno/aluna homem/mulher menino /menina carneiro/ovelha Quando a mudança de gênero não é marcada pela desinência, mas pela alteração do radical, o substantivo denomina-se heterônimo: padrinho/madrinha bode/cabra cavaleiro/amazona pai/mãe b) SUBSTANTIVOS UNIFORMES: são os que apresentam uma única forma, tanto para o masculino como para o feminino. Subdividem-se em: 1. Substantivos epicenos: são substantivos uniformes, que designam animais: onça, jacaré, tigre, borboleta, foca. Caso se queira fazer a distinção entre o masculino e o feminino, devemos acrescentar as palavras macho ou fêmea: onça macho, jacaré fêmea 2. Substantivos comuns de dois gêneros: são substantivos uniformes que designam pessoas. Neste caso, a diferença de gênero é feita pelo artigo, ou outro determinante qualquer: o artista, a artista, o estudante, a estudante, este dentista. 3. Substantivos sobrecomuns: são substantivos uniformes que designam pessoas. Neste caso, a diferença de gênero não é especificada por artigos ou outros determinantes, que serão invariáveis: a criança, o cônjuge, a pessoa, a criatura. Caso se queira especificar o gênero, procede-se assim: uma criança do sexo masculino / o cônjuge do sexo feminino. Alguns substantivos que apresentam problema quanto ao Gênero: São masculinos São femininos o anátema o telefonema o teorema o trema o edema o eclipse o lança-perfume o fibroma o estratagema o proclama o grama (unidade de peso) o dó (pena, compaixão) o ágape o caudal o champanha o alvará o formicida o guaraná o plasma o clã a abusão a aluvião a análise a cal a cataplasma a dinamite a comichão a aguardente a derme a omoplata a usucapião a bacanal a líbido a sentinela a hélice Mudança de Gênero com mudança de sentido Alguns substantivos, quando mudam de gênero, mudam de sentido. Veja alguns exemplos: o cabeça (o chefe, o líder) o capital (dinheiro, bens) o rádio (aparelho receptor) o moral (ânimo) o lotação (veículo) o lente (o professor) a cabeça (parte do corpo) a capital (cidade principal) a rádio (estação transmissora) a moral (parte da Filosofia, conclusão) a lotação (capacidade) a lente (vidro de aumento) Plural dos Nomes Simples 1. Aos substantivos terminados em vogal ou ditongo acrescenta-se S: casa, casas; pai, pais; imã, imãs; mãe, mães. 2. Os substantivos terminados em ÃO formam o plural em: a) ÕES (a maioria deles e todos os aumentativos): balcão, balcões; coração, corações; grandalhão, grandalhões. b) ÃES (um pequeno número): cão, cães; capitão, capitães; guardião, guardiães. c) ÃOS (todos os paroxítonos e um pequeno número de oxítonos): cristão, cristãos; irmão, irmãos; órfão, órfãos; sótão, sótãos. Muitos substantivos com esta terminação apresentam mais de uma forma de plural: aldeão, aldeãos ou aldeães; charlatão, charlatões ou charlatães; ermitão, ermitãos ou ermitães; tabelião, tabeliões ou tabeliães, etc. 3. Os substantivos terminados em M mudam o M para NS. armazém, armazéns; harém, haréns; jejum, jejuns. 4. Aos substantivos terminados em R, Z e N acrescenta-se-lhes ES: lar, lares; xadrez, xadrezes; abdômen, abdomens (ou abdômenes); hífen, hífens (ou hífenes). Obs: caráter, caracteres; Lúcifer, Lúciferes; cânon, cânones. 5. Os substantivos terminados em AL, EL, OL e UL o l por is: animal, animais; papel, papéis; anzol, anzóis; paul, pauis. Obs.: mal, males; real (moeda), reais; cônsul, cônsules. 6. Os substantivos paroxítonos terminados em IL fazem o plural em: fóssil, fósseis; réptil, répteis. Os substantivos oxítonos terminados em IL mudam o l para S: barril, barris; fuzil, fuzis; projétil, projéteis. 7. Os substantivos terminados em S são invariáveis, quando paroxítonos: o pires, os pires; o lápis, os lápis. Quando oxítonas ou monossílabos tônicos, junta-se-lhes ES, retira-se o acento gráfico, português, portugueses; burguês, burgueses; mês, meses; ás, ases. São invariáveis: o cais, os cais; o xis, os xis. São invariáveis, também, os substantivos terminados em X com valor de KS: o tórax, os tórax; o ônix, os ônix. 8. Os diminutivos em ZINHO e ZITO fazem o plural flexionando-se o substantivo primitivo e o sufixo, suprimindo-se, porém, o S do substantivo primitivo: coração, coraçõezinhos; papelzinho, papeizinhos; cãozinho, cãezitos. Substantivos só usados no plural afazeres anais arredores belas-artes cãs condolências confins exéquias férias fezes núpcias óculos olheiras pêsames viveres copas, espadas, ouros e paus (naipes) Língua Portuguesa 17

22 Plural dos Nomes Compostos 1. Somente o último elemento varia: a) nos compostos grafados sem hífen: aguardente, aguardentes; claraboia, claraboias; malmequer, malmequeres; vaivém, vaivéns; b) nos compostos com os prefixos grão, grã e bel: grão-mestre, grãomestres; grã-cruz, grã-cruzes; bel-prazer, bel-prazeres; c) nos compostos de verbo ou palavra invariável seguida de substantivo ou adjetivo: beija-flor, beija-flores; quebra-sol, quebra-sóis; guardacomida, guarda-comidas; vice-reitor, vice-reitores; sempre-viva, sempre-vivas. Nos compostos de palavras repetidas mela-mela, melamelas; recoreco, recorecos; tique-tique, tique-tiques) 2. Somente o primeiro elemento é flexionado: a) nos compostos ligados por preposição: copo-de-leite, copos-de-leite; pinho-de-riga, pinhos-de-riga; pé-de-meia, pés-de-meia; burro-semrabo, burros-sem-rabo; b) nos compostos de dois substantivos, o segundo indicando finalidade ou limitando a significação do primeiro: pombo-correio, pomboscorreio; navio-escola, navios-escola; peixe-espada, peixes-espada; banana-maçã, bananas-maçã. A tendência moderna é de pluralizar os dois elementos: pomboscorreios, homens-rãs, navios-escolas, etc. 3. Ambos os elementos são flexionados: a) nos compostos de substantivo + substantivo: couve-flor, couvesflores; redator-chefe, redatores-chefes; carta-compromisso, cartascompromissos. b) nos compostos de substantivo + adjetivo (ou vice-versa): amorperfeito, amores-perfeitos; gentil-homem, gentis-homens; cara-pálida, caras-pálidas. São invariáveis: a) os compostos de verbo + advérbio: o fala-pouco, os fala-pouco; o pisa-mansinho, os pisa-mansinho; o cola-tudo, os cola-tudo; b) as expressões substantivas: o chove-não-molha, os chove-nãomolha; o não-bebe-nem-desocupa-o-copo, os não-bebe-nemdesocupa-o-copo; c) os compostos de verbos antônimos: o leva-e-traz, os leva-e-traz; o perde-ganha, os perde-ganha. Obs: Alguns compostos admitem mais de um plural, como é o caso por exemplo, de: fruta-pão, fruta-pães ou frutas-pães; guardamarinha, guarda-marinhas ou guardas-marinhas; padre-nosso, padres-nossos ou padre-nossos; salvo-conduto, salvos-condutos ou salvo-condutos; xeque-mate, xeques-mates ou xeques-mate. Adjetivos Compostos Nos adjetivos compostos, apenas o último elemento se flexiona. Ex.:histórico-geográfico, histórico-geográficos; latino-americanos, latinoamericanos; cívico-militar, cívico-militares. 1) Os adjetivos compostos referentes a cores são invariáveis, quando o segundo elemento é um substantivo: lentes verde-garrafa, tecidos amarelo-ouro, paredes azul-piscina. 2) No adjetivo composto surdo-mudo, os dois elementos variam: surdos-mudos > surdas-mudas. 3) O composto azul-marinho é invariável: gravatas azul-marinho. Graus do substantivo Dois são os graus do substantivo - o aumentativo e o diminutivo, os quais podem ser: sintéticos ou analíticos. Analítico Utiliza-se um adjetivo que indique o aumento ou a diminuição do tamanho: boca pequena, prédio imenso, livro grande. Sintético Constrói-se com o auxílio de sufixos nominais aqui apresentados. Principais sufixos aumentativos AÇA, AÇO, ALHÃO, ANZIL, ÃO, ARÉU, ARRA, ARRÃO, ASTRO, ÁZIO, ORRA, AZ, UÇA. Ex.: A barcaça, ricaço, grandalhão, corpanzil, caldeirão, povaréu, bocarra, homenzarrão, poetastro, copázio, cabeçorra, lobaz, dentuça. Principais Sufixos Diminutivos ACHO, CHULO, EBRE, ECO, EJO, ELA, ETE, ETO, ICO, TIM, ZINHO, ISCO, ITO, OLA, OTE, UCHO, ULO, ÚNCULO, ULA, USCO. Exs.: lobacho, montículo, casebre, livresco, arejo, viela, vagonete, poemeto, burrico, flautim, pratinho, florzinha, chuvisco, rapazito, bandeirola, saiote, papelucho, glóbulo, homúncula, apícula, velhusco. Observações: Alguns aumentativos e diminutivos, em determinados contextos, adquirem valor pejorativo: medicastro, poetastro, velhusco, mulherzinha, etc. Outros associam o valor aumentativo ao coletivo: povaréu, fogaréu, etc. É usual o emprego dos sufixos diminutivos dando às palavras valor afetivo: Joãozinho, amorzinho, etc. Há casos em que o sufixo aumentativo ou diminutivo é meramente formal, pois não dão à palavra nenhum daqueles dois sentidos: cartaz, ferrão, papelão, cartão, folhinha, etc. Muitos adjetivos flexionam-se para indicar os graus aumentativo e diminutivo, quase sempre de maneira afetiva: bonitinho, grandinho, bonzinho, pequenito. Apresentamos alguns substantivos heterônimos ou desconexos. Em lugar de indicarem o gênero pela flexão ou pelo artigo, apresentam radicais diferentes para designar o sexo: bode - cabra burro - besta carneiro - ovelha cão - cadela cavalheiro - dama compadre - comadre frade - freira frei soror FLEXÃO DOS ADJETIVOS ADJETIVOS genro - nora padre - madre padrasto - madrasta padrinho - madrinha pai - mãe veado - cerva zangão - abelha etc. Gênero Quanto ao gênero, o adjetivo pode ser: a) Uniforme: quando apresenta uma única forma para os dois gêneros: homem inteligente - mulher inteligente; homem simples - mulher simples; aluno feliz - aluna feliz. b) Biforme: quando apresenta duas formas: uma para o masculino, outra para o feminino: homem simpático / mulher simpática / homem alto / mulher alta / aluno estudioso / aluna estudiosa Observação: no que se refere ao gênero, a flexão dos adjetivos é semelhante a dos substantivos. Número a) Adjetivo simples Os adjetivos simples formam o plural da mesma maneira que os substantivos simples: pessoa honesta pessoas honestas regra fácil regras fáceis homem feliz homens felizes Observação: os substantivos empregados como adjetivos ficam invariáveis: blusa vinho blusas vinho camisa rosa camisas rosa b) Adjetivos compostos Como regra geral, nos adjetivos compostos somente o último elemento varia, tanto em gênero quanto em número: acordos sócio-político-econômico acordos sócio-político-econômicos causa sócio-político-econômica causas sócio-político-econômicas acordo luso-franco-brasileiro acordo luso-franco-brasileiros lente côncavo-convexa lentes côncavo-convexas camisa verde-clara camisas verde-claras sapato marrom-escuro sapatos marrom-escuros Observações: 1) Se o último elemento for substantivo, o adjetivo composto fica invariável: camisa verde-abacate camisas verde-abacate sapato marrom-café sapatos marrom-café blusa amarelo-ouro blusas amarelo-ouro Língua Portuguesa 18

23 2) Os adjetivos compostos azul-marinho e azul-celeste ficam invariáveis: blusa azul-marinho blusas azul-marinho camisa azul-celeste camisas azul-celeste 3) No adjetivo composto (como já vimos) surdo-mudo, ambos os elementos variam: menino surdo-mudo meninos surdos-mudos menina surda-muda meninas surdas-mudas Graus do Adjetivo As variações de intensidade significativa dos adjetivos podem ser expressas em dois graus: - o comparativo - o superlativo Comparativo Ao compararmos a qualidade de um ser com a de outro, ou com uma outra qualidade que o próprio ser possui, podemos concluir que ela é igual, superior ou inferior. Daí os três tipos de comparativo: - Comparativo de igualdade: O espelho é tão valioso como (ou quanto) o vitral. Pedro é tão saudável como (ou quanto) inteligente. - Comparativo de superioridade: O aço é mais resistente que (ou do que) o ferro. Este automóvel é mais confortável que (ou do que) econômico. - Comparativo de inferioridade: A prata é menos valiosa que (ou do que) o ouro. Este automóvel é menos econômico que (ou do que) confortável. Ao expressarmos uma qualidade no seu mais elevado grau de intensidade, usamos o superlativo, que pode ser absoluto ou relativo: - Superlativo absoluto Neste caso não comparamos a qualidade com a de outro ser: Esta cidade é poluidíssima. Esta cidade é muito poluída. - Superlativo relativo Consideramos o elevado grau de uma qualidade, relacionando-a a outros seres: Este rio é o mais poluído de todos. Este rio é o menos poluído de todos. Observe que o superlativo absoluto pode ser sintético ou analítico: - Analítico: expresso com o auxílio de um advérbio de intensidade - muito trabalhador, excessivamente frágil, etc. - Sintético: expresso por uma só palavra (adjetivo + sufixo) antiquíssimo: cristianíssimo, sapientíssimo, etc. Os adjetivos: bom, mau, grande e pequeno possuem, para o comparativo e o superlativo, as seguintes formas especiais: NORMAL COM. SUP. SUPERLATIVO ABSOLUTO RELATIVO bom melhor ótimo melhor mau pior péssimo pior grande maior máximo maior pequeno menor mínimo menor Eis, para consulta, alguns superlativos absolutos sintéticos: acre - acérrimo ágil - agílimo agradável - agradabilíssimo agudo - acutíssimo amargo - amaríssimo amável - amabilíssimo amigo - amicíssimo antigo - antiquíssimo áspero - aspérrimo atroz - atrocíssimo audaz - audacíssimo benéfico - beneficentíssimo benévolo - benevolentíssimo capaz - capacíssimo célebre - celebérrimo cristão - cristianíssimo cruel - crudelíssimo doce - dulcíssimo eficaz - eficacíssimo feroz - ferocíssimo fiel - fidelíssimo frágil - fragilíssimo frio - frigidíssimo humilde - humílimo (humildíssimo) incrível - incredibilíssimo inimigo - inimicíssimo íntegro - integérrimo jovem - juveníssimo Língua Portuguesa 19 livre - libérrimo magro - macérrimo manso - mansuetíssimo negro - nigérrimo (negríssimo) pessoal - personalíssimo possível - possibilíssimo próspero - prospérrimo público - publicíssimo sábio - sapientíssimo salubre - salubérrimo simples simplicíssimo terrível - terribilíssimo velho - vetérrimo voraz - voracíssimo Adjetivos Gentílicos e Pátrios Argélia argelino Bizâncio - bizantino Bóston - bostoniano Bragança - bragantino Bucareste - bucarestino, - bucarestense Cairo - cairota Canaã - cananeu Catalunha - catalão Chicago - chicaguense Coimbra - coimbrão, conimbricense Córsega - corso Croácia - croata Egito - egípcio Equador - equatoriano Filipinas - filipino Florianópolis - florianopolitano Fortaleza - fortalezense Gabão - gabonês Genebra - genebrino Goiânia - goianense Groenlândia - groenlandês Guiné - guinéu, guineense Himalaia - himalaico Hungria - húngaro, magiar Iraque - iraquiano João Pessoa - pessoense La Paz - pacense, pacenho Macapá - macapaense Maceió - maceioense Madri - madrileno Marajó - marajoara Moçambique - moçambicano Montevidéu - montevideano Normândia - normando Pequim - pequinês Porto - portuense Quito - quitenho Santiago - santiaguense São Paulo (Est.) - paulista São Paulo (cid.) - paulistano Terra do Fogo - fueguino Três Corações - tricordiano Tripoli - tripolitano Veneza - veneziano magnífico - magnificentíssimo maléfico - maleficentíssimo miúdo - minutíssimo nobre - nobilíssimo pobre - paupérrimo (pobríssimo) preguiçoso - pigérrimo provável - probabilíssimo pudico - pudicíssimo sagrado - sacratíssimo sensível - sensibilíssimo tenro - tenerissimo tétrico - tetérrimo visível - visibilíssimo vulnerável - vuinerabilíssimo Bagdá - bagdali Bogotá - bogotano Braga - bracarense Brasília - brasiliense Buenos Aires - portenho, buenairense Campos - campista Caracas - caraquenho Ceilão - cingalês Chipre - cipriota Córdova - cordovês Creta - cretense Cuiabá - cuiabano EI Salvador - salvadorenho Espírito Santo - espírito-santense, capixaba Évora - eborense Finlândia - finlandês Formosa - formosano Foz do lguaçu - iguaçuense Galiza - galego Gibraltar - gibraltarino Granada - granadino Guatemala - guatemalteco Haiti - haitiano Honduras - hondurenho Ilhéus - ilheense Jerusalém - hierosolimita Juiz de Fora - juiz-forense Lima - limenho Macau - macaense Madagáscar - malgaxe Manaus - manauense Minho - minhoto Mônaco - monegasco Natal - natalense Nova lguaçu - iguaçuano Pisa - pisano Póvoa do Varzim - poveiro Rio de Janeiro (Est.) - fluminense Rio de Janeiro (cid.) - carioca Rio Grande do Norte - potiguar Salvador salvadorenho, soteropolitano Toledo - toledano Rio Grande do Sul - gaúcho Varsóvia - varsoviano Vitória - vitoriense Locuções Adjetivas As expressões de valor adjetivo, formadas de preposições mais substantivos, chamam-se LOCUÇÕES ADJETIVAS. Estas, geralmente, podem ser substituídas por um adjetivo correspondente. PRONOMES Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa, que representa ou acompanha o substantivo, indicando-o como pessoa do discurso.

24 Quando o pronome representa o substantivo, dizemos tratar-se de pronome substantivo. Ele chegou. (ele) Convidei-o. (o) Quando o pronome vem determinando o substantivo, restringindo a extensão de seu significado, dizemos tratar-se de pronome adjetivo. Esta casa é antiga. (esta) Meu livro é antigo. (meu) Classificação dos Pronomes Há, em Português, seis espécies de pronomes: pessoais: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e as formas oblíquas de tratamento: possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e flexões; demonstrativos: este, esse, aquele e flexões; isto, isso, aquilo; relativos: o qual, cujo, quanto e flexões; que, quem, onde; indefinidos: algum, nenhum, todo, outro, muito, certo, pouco, vários, tanto quanto, qualquer e flexões; alguém, ninguém, tudo, outrem, nada, cada, algo. interrogativos: que, quem, qual, quanto, empregados em frases interrogativas. PRONOMES PESSOAIS Pronomes pessoais são aqueles que representam as pessoas do discurso: 1ª pessoa: quem fala, o emissor. Eu sai (eu) Nós saímos (nós) Convidaram-me (me) Convidaram-nos (nós) 2ª pessoa: com quem se fala, o receptor. Tu saíste (tu) Vós saístes (vós) Convidaram-te (te) Convidaram-vos (vós) 3ª pessoa: de que ou de quem se fala, o referente. Ele saiu (ele) Eles sairam (eles) Convidei-o (o) Convidei-os (os) Os pronomes pessoais são os seguintes: NÚMERO PESSOA CASO RETO CASO OBLÍQUO singular 1ª 2ª 3ª eu tu ele, ela me, mim, comigo te, ti, contigo se, si, consigo, o, a, lhe plural 1ª 2ª 3ª Língua Portuguesa nós vós eles, elas nós, conosco vós, convosco se, si, consigo, os, as, lhes PRONOMES DE TRATAMENTO Na categoria dos pronomes pessoais, incluem-se os pronomes de tratamento. Referem-se à pessoa a quem se fala, embora a concordância deva ser feita com a terceira pessoa. Convém notar que, exceção feita a você, esses pronomes são empregados no tratamento cerimonioso. Veja, a seguir, alguns desses pronomes: PRONOME ABREV. EMPREGO Vossa Alteza V. A. príncipes, duques Vossa Eminência V.Em a cardeais Vossa Excelência V.Ex a altas autoridades em geral Vossa Magnificência V. Mag a reitores de universidades Vossa Reverendíssima V. Revm a sacerdotes em geral Vossa Santidade V.S. papas Vossa Senhoria V.S a funcionários graduados Vossa Majestade V.M. reis, imperadores São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, você, vocês. EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS 1. Os pronomes pessoais do caso reto (EU, TU, ELE/ELA, NÓS, VÓS, ELES/ELAS) devem ser empregados na função sintática de sujeito. Considera-se errado seu emprego como complemento: 20 Convidaram ELE para a festa (errado) Receberam NÓS com atenção (errado) EU cheguei atrasado (certo) ELE compareceu à festa (certo) 2. Na função de complemento, usam-se os pronomes oblíquos e não os pronomes retos: Convidei ELE (errado) Chamaram NÓS (errado) Convidei-o. (certo) Chamaram-NOS. (certo) 3. Os pronomes retos (exceto EU e TU), quando antecipados de preposição, passam a funcionar como oblíquos. Neste caso, considera-se correto seu emprego como complemento: Informaram a ELE os reais motivos. Emprestaram a NÓS os livros. Eles gostam muito de NÓS. 4. As formas EU e TU só podem funcionar como sujeito. Considera-se errado seu emprego como complemento: Nunca houve desentendimento entre eu e tu. (errado) Nunca houve desentendimento entre mim e ti. (certo) Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando precedidas de preposição, não se usam as formas retas EU e TU, mas as formas oblíquas MIM e TI: Ninguém irá sem EU. (errado) Nunca houve discussões entre EU e TU. (errado) Ninguém irá sem MIM. (certo) Nunca houve discussões entre MIM e TI. (certo) Há, no entanto, um caso em que se empregam as formas retas EU e TU mesmo precedidas por preposição: quando essas formas funcionam como sujeito de um verbo no infinitivo. Deram o livro para EU ler (ler: sujeito) Deram o livro para TU leres (leres: sujeito) Verifique que, neste caso, o emprego das formas retas EU e TU é obrigatório, na medida em que tais pronomes exercem a função sintática de sujeito. 5. Os pronomes oblíquos SE, SI, CONSIGO devem ser empregados somente como reflexivos. Considera-se errada qualquer construção em que os referidos pronomes não sejam reflexivos: Querida, gosto muito de SI. (errado) Preciso muito falar CONSIGO. (errado) Querida, gosto muito de você. (certo) Preciso muito falar com você. (certo) Observe que nos exemplos que seguem não há erro algum, pois os pronomes SE, SI, CONSIGO, foram empregados como reflexivos: Ele feriu-se Cada um faça por si mesmo a redação O professor trouxe as provas consigo 6. Os pronomes oblíquos CONOSCO e CONVOSCO são utilizados normalmente em sua forma sintética. Caso haja palavra de reforço, tais pronomes devem ser substituídos pela forma analítica: Queriam falar conosco = Queriam falar com nós dois Queriam conversar convosco = Queriam conversar com vós próprios. 7. Os pronomes oblíquos podem aparecer combinados entre si. As combinações possíveis são as seguintes: me+o=mo me + os = mos te+o=to te + os = tos lhe+o=lho lhe + os = lhos nos + o = no-lo nos + os = no-los vos + o = vo-lo vos + os = vo-los lhes + o = lho lhes + os = lhos A combinação também é possível com os pronomes oblíquos femininos a, as. me+a=ma me + as = mas te+a=ta te + as = tas - Você pagou o livro ao livreiro? - Sim, paguei-lho.

25 Verifique que a forma combinada LHO resulta da fusão de LHE (que representa o livreiro) com O (que representa o livro). 8. As formas oblíquas O, A, OS, AS são sempre empregadas como complemento de verbos transitivos diretos, ao passo que as formas LHE, LHES são empregadas como complemento de verbos transitivos indiretos: O menino convidou-a. (V.T.D ) O filho obedece-lhe. (V.T. l ) Consideram-se erradas construções em que o pronome O (e flexões) aparece como complemento de verbos transitivos indiretos, assim como as construções em que o nome LHE (LHES) aparece como complemento de verbos transitivos diretos: Eu lhe vi ontem. (errado) Nunca o obedeci. (errado) Eu o vi ontem. (certo) Nunca lhe obedeci. (certo) 9. Há pouquíssimos casos em que o pronome oblíquo pode funcionar como sujeito. Isto ocorre com os verbos: deixar, fazer, ouvir, mandar, sentir, ver, seguidos de infinitivo. O nome oblíquo será sujeito desse infinitivo: Deixei-o sair. Vi-o chegar. Sofia deixou-se estar à janela. É fácil perceber a função do sujeito dos pronomes oblíquos, desenvolvendo as orações reduzidas de infinitivo: Deixei-o sair = Deixei que ele saísse. 10. Não se considera errada a repetição de pronomes oblíquos: A mim, ninguém me engana. A ti tocou-te a máquina mercante. Nesses casos, a repetição do pronome oblíquo não constitui pleonasmo vicioso e sim ênfase. 11. Muitas vezes os pronomes oblíquos equivalem a pronomes possessivo, exercendo função sintática de adjunto adnominal: Roubaram-me o livro = Roubaram meu livro. Não escutei-lhe os conselhos = Não escutei os seus conselhos. 12. As formas plurais NÓS e VÓS podem ser empregadas para representar uma única pessoa (singular), adquirindo valor cerimonioso ou de modéstia: Nós - disse o prefeito - procuramos resolver o problema das enchentes. Vós sois minha salvação, meu Deus! 13. Os pronomes de tratamento devem vir precedidos de VOSSA, quando nos dirigimos à pessoa representada pelo pronome, e por SUA, quando falamos dessa pessoa: Ao encontrar o governador, perguntou-lhe: Vossa Excelência já aprovou os projetos? Sua Excelência, o governador, deverá estar presente na inauguração. 14. VOCÊ e os demais pronomes de tratamento (VOSSA MAJESTADE, VOSSA ALTEZA) embora se refiram à pessoa com quem falamos (2ª pessoa, portanto), do ponto de vista gramatical, comportam-se como pronomes de terceira pessoa: Você trouxe seus documentos? Vossa Excelência não precisa incomodar-se com seus problemas. COLOCAÇÃO DE PRONOMES Em relação ao verbo, os pronomes átonos (ME, TE, SE, LHE, O, A, NÓS, VÓS, LHES, OS, AS) podem ocupar três posições: 1. Antes do verbo - próclise Eu te observo há dias. 2. Depois do verbo - ênclise Observo-te há dias. 3. No interior do verbo - mesóclise Observar-te-ei sempre. Ênclise Na linguagem culta, a colocação que pode ser considerada normal é a ênclise: o pronome depois do verbo, funcionando como seu complemento direto ou indireto. Língua Portuguesa 21 O pai esperava-o na estação agitada. Expliquei-lhe o motivo das férias. Ainda na linguagem culta, em escritos formais e de estilo cuidadoso, a ênclise é a colocação recomendada nos seguintes casos: 1. Quando o verbo iniciar a oração: Voltei-me em seguida para o céu límpido. 2. Quando o verbo iniciar a oração principal precedida de pausa: Como eu achasse muito breve, explicou-se. 3. Com o imperativo afirmativo: Companheiros, escutai-me. 4. Com o infinitivo impessoal: A menina não entendera que engorda-las seria apressar-lhes um destino na mesa. 5. Com o gerúndio, não precedido da preposição EM: E saltou, chamando-me pelo nome, conversou comigo. 6. Com o verbo que inicia a coordenada assindética. A velha amiga trouxe um lenço, pediu-me uma pequena moeda de meio franco. Próclise Na linguagem culta, a próclise é recomendada: 1. Quando o verbo estiver precedido de pronomes relativos, indefinidos, interrogativos e conjunções. As crianças que me serviram durante anos eram bichos. Tudo me parecia que ia ser comida de avião. Quem lhe ensinou esses modos? Quem os ouvia, não os amou. Que lhes importa a eles a recompensa? Emília tinha quatorze anos quando a vi pela primeira vez. 2. Nas orações optativas (que exprimem desejo): Papai do céu o abençoe. A terra lhes seja leve. 3. Com o gerúndio precedido da preposição EM: Em se animando, começa a contagiar-nos. Bromil era o suco em se tratando de combater a tosse. 4. Com advérbios pronunciados juntamente com o verbo, sem que haja pausa entre eles. Aquela voz sempre lhe comunicava vida nova. Antes, falava-se tão-somente na aguardente da terra. Mesóclise Usa-se o pronome no interior das formas verbais do futuro do presente e do futuro do pretérito do indicativo, desde que estes verbos não estejam precedidos de palavras que reclamem a próclise. Lembrar-me-ei de alguns belos dias em Paris. Dir-se-ia vir do oco da terra. Mas: Não me lembrarei de alguns belos dias em Paris. Jamais se diria vir do oco da terra. Com essas formas verbais a ênclise é inadmissível: Lembrarei-me (!?) Diria-se (!?) O Pronome Átono nas Locuções Verbais 1. Auxiliar + infinitivo ou gerúndio - o pronome pode vir proclítico ou enclítico ao auxiliar, ou depois do verbo principal. Podemos contar-lhe o ocorrido. Podemos-lhe contar o ocorrido. Não lhes podemos contar o ocorrido. O menino foi-se descontraindo. O menino foi descontraindo-se. O menino não se foi descontraindo. 2. Auxiliar + particípio passado - o pronome deve vir enclítico ou proclítico ao auxiliar, mas nunca enclítico ao particípio. "Outro mérito do positivismo em relação a mim foi ter-me levado a Descartes." Tenho-me levantado cedo. Não me tenho levantado cedo. O uso do pronome átono solto entre o auxiliar e o infinitivo, ou entre o auxiliar e o gerúndio, já está generalizado, mesmo na linguagem culta.

26 Outro aspecto evidente, sobretudo na linguagem coloquial e popular, é o da colocação do pronome no início da oração, o que se deve evitar na linguagem escrita. PRONOMES POSSESSIVOS Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de alguma coisa. Quando digo, por exemplo, meu livro, a palavra meu informa que o livro pertence a 1ª pessoa (eu) Eis as formas dos pronomes possessivos: 1ª pessoa singular: MEU, MINHA, MEUS, MINHAS. 2ª pessoa singular: TEU, TUA, TEUS, TUAS. 3ª pessoa singular: SEU, SUA, SEUS, SUAS. 1ª pessoa plural: NOSSO, NOSSA, NOSSOS, NOSSAS. 2ª pessoa plural: VOSSO, VOSSA, VOSSOS, VOSSAS. 3ª pessoa plural: SEU, SUA, SEUS, SUAS. Os possessivos SEU(S), SUA(S) tanto podem referir-se à 3ª pessoa (seu pai = o pai dele), como à 2ª pessoa do discurso (seu pai = o pai de você). Por isso, toda vez que os ditos possessivos derem margem a ambiguidade, devem ser substituídos pelas expressões dele(s), dela(s). Ex.:Você bem sabe que eu não sigo a opinião dele. A opinião dela era que Camilo devia tornar à casa deles. Eles batizaram com o nome delas as águas deste rio. Os possessivos devem ser usados com critério. Substituí-los pelos pronomes oblíquos comunica á frase desenvoltura e elegância. Crispim Soares beijou-lhes as mãos agradecido (em vez de: beijou as suas mãos). Não me respeitava a adolescência. A repulsa estampava-se-lhe nos músculos da face. O vento vindo do mar acariciava-lhe os cabelos. Além da ideia de posse, podem ainda os pronomes exprimir: 1. Cálculo aproximado, estimativa: Ele poderá ter seus quarenta e cinco anos 2. Familiaridade ou ironia, aludindo-se á personagem de uma história O nosso homem não se deu por vencido. Chama-se Falcão o meu homem 3. O mesmo que os indefinidos certo, algum Eu cá tenho minhas dúvidas Cornélio teve suas horas amargas 4. Afetividade, cortesia Como vai, meu menino? Não os culpo, minha boa senhora, não os culpo No plural usam-se os possessivos substantivados no sentido de parentes de família. É assim que um moço deve zelar o nome dos seus? Podem os possessivos ser modificados por um advérbio de intensidade. Levaria a mão ao colar de pérolas, com aquele gesto tão seu, quando não sabia o que dizer. PRONOMES DEMONSTRATIVOS São aqueles que determinam, no tempo ou no espaço, a posição da coisa designada em relação à pessoa gramatical. Quando digo este livro, estou afirmando que o livro se encontra perto de mim a pessoa que fala. Por outro lado, esse livro indica que o livro está longe da pessoa que fala e próximo da que ouve; aquele livro indica que o livro está longe de ambas as pessoas. Os pronomes demonstrativos são estes: ESTE (e variações), isto = 1ª pessoa ESSE (e variações), isso = 2ª pessoa AQUELE (e variações), próprio (e variações) MESMO (e variações), próprio (e variações) SEMELHANTE (e variação), tal (e variação) Emprego dos Demonstrativos 1. ESTE (e variações) e ISTO usam-se: a) Para indicar o que está próximo ou junto da 1ª pessoa (aquela que fala). Este documento que tenho nas mãos não é meu. Isto que carregamos pesa 5 kg. Língua Portuguesa 22 b) Para indicar o que está em nós ou o que nos abrange fisicamente: Este coração não pode me trair. Esta alma não traz pecados. Tudo se fez por este país. c) Para indicar o momento em que falamos: Neste instante estou tranquilo. Deste minuto em diante vou modificar-me. d) Para indicar tempo vindouro ou mesmo passado, mas próximo do momento em que falamos: Esta noite (= a noite vindoura) vou a um baile. Esta noite (= a noite que passou) não dormi bem. Um dia destes estive em Porto Alegre. e) Para indicar que o período de tempo é mais ou menos extenso e no qual se inclui o momento em que falamos: Nesta semana não choveu. Neste mês a inflação foi maior. Este ano será bom para nós. Este século terminará breve. f) Para indicar aquilo de que estamos tratando: Este assunto já foi discutido ontem. Tudo isto que estou dizendo já é velho. g) Para indicar aquilo que vamos mencionar: Só posso lhe dizer isto: nada somos. Os tipos de artigo são estes: definidos e indefinidos. 2. ESSE (e variações) e ISSO usam-se: a) Para indicar o que está próximo ou junto da 2ª pessoa (aquela com quem se fala): Esse documento que tens na mão é teu? Isso que carregas pesa 5 kg. b) Para indicar o que está na 2ª pessoa ou que a abrange fisicamente: Esse teu coração me traiu. Essa alma traz inúmeros pecados. Quantos vivem nesse pais? c) Para indicar o que se encontra distante de nós, ou aquilo de que desejamos distância: O povo já não confia nesses políticos. Não quero mais pensar nisso. d) Para indicar aquilo que já foi mencionado pela 2 ª pessoa: Nessa tua pergunta muita matreirice se esconde. O que você quer dizer com isso? e) Para indicar tempo passado, não muito próximo do momento em que falamos: Um dia desses estive em Porto Alegre. Comi naquele restaurante dia desses. f) Para indicar aquilo que já mencionamos: Fugir aos problemas? Isso não é do meu feitio. Ainda hei de conseguir o que desejo, e esse dia não está muito distante. 3. AQUELE (e variações) e AQUILO usam-se: a) Para indicar o que está longe das duas primeiras pessoas e refere-se á 3ª. Aquele documento que lá está é teu? Aquilo que eles carregam pesa 5 kg. b) Para indicar tempo passado mais ou menos distante. Naquele instante estava preocupado. Daquele instante em diante modifiquei-me. Usamos, ainda, aquela semana, aquele mês, aquele ano, aquele século, para exprimir que o tempo já decorreu. 4. Quando se faz referência a duas pessoas ou coisas já mencionadas, usa-se este (ou variações) para a última pessoa ou coisa e aquele (ou variações) para a primeira: Ao conversar com lsabel e Luís, notei que este se encontrava nervoso e aquela tranquila. 5. Os pronomes demonstrativos, quando regidos pela preposição DE, pospostos a substantivos, usam-se apenas no plural: Você teria coragem de proferir um palavrão desses, Rose? Com um frio destes não se pode sair de casa. Nunca vi uma coisa daquelas. 6. MESMO e PRÓPRIO variam em gênero e número quando têm caráter reforçativo: Zilma mesma (ou própria) costura seus vestidos. Luís e Luísa mesmos (ou próprios) arrumam suas camas.

27 7. O (e variações) é pronome demonstrativo quando equivale a AQUILO, ISSO ou AQUELE (e variações). Nem tudo (aquilo) que reluz é ouro. O (aquele) que tem muitos vícios tem muitos mestres. Das meninas, Jeni a (aquela) que mais sobressaiu nos exames. A sorte é mulher e bem o (isso) demonstra de fato, ela não ama os homens superiores. 8. NISTO, em início de frase, significa ENTÃO, no mesmo instante: A menina ia cair, nisto, o pai a segurou 9. Tal é pronome demonstrativo quando tomado na acepção DE ESTE, ISTO, ESSE, ISSO, AQUELE, AQUILO. Tal era a situação do país. Não disse tal. Tal não pôde comparecer. Pronome adjetivo quando acompanha substantivo ou pronome (atitudes tais merecem cadeia, esses tais merecem cadeia), quando acompanha QUE, formando a expressão que tal? (? que lhe parece?) em frases como Que tal minha filha? Que tais minhas filhas? e quando correlativo DE QUAL ou OUTRO TAL: Suas manias eram tais quais as minhas. A mãe era tal quais as filhas. Os filhos são tais qual o pai. Tal pai, tal filho. É pronome substantivo em frases como: Não encontrarei tal (= tal coisa). Não creio em tal (= tal coisa) PRONOMES RELATIVOS Veja este exemplo: Armando comprou a casa QUE lhe convinha. A palavra que representa o nome casa, relacionando-se com o termo casa é um pronome relativo. PRONOMES RELATIVOS são palavras que representam nomes já referidos, com os quais estão relacionados. Daí denominarem-se relativos. A palavra que o pronome relativo representa chama-se antecedente. No exemplo dado, o antecedente é casa. Outros exemplos de pronomes relativos: Sejamos gratos a Deus, a quem tudo devemos. O lugar onde paramos era deserto. Traga tudo quanto lhe pertence. Leve tantos ingressos quantos quiser. Posso saber o motivo por que (ou pelo qual) desistiu do concurso? Eis o quadro dos pronomes relativos: VARIÁVEIS INVARIÁVEIS Masculino Feminino o qual os quais a qual as quais quem cujo cujos cuja cujas que quanto quantos quanta quantas onde PRONOMES INDEFINIDOS Estes pronomes se referem à 3ª pessoa do discurso, designando-a de modo vago, impreciso, indeterminado. 1. São pronomes indefinidos substantivos: ALGO, ALGUÉM, FULANO, SICRANO, BELTRANO, NADA, NINGUÉM, OUTREM, QUEM, TUDO Exemplos: Algo o incomoda? Acreditam em tudo o que fulano diz ou sicrano escreve. Não faças a outrem o que não queres que te façam. Quem avisa amigo é. Encontrei quem me pode ajudar. Ele gosta de quem o elogia. 2. São pronomes indefinidos adjetivos: CADA, CERTO, CERTOS, CERTA CERTAS. Cada povo tem seus costumes. Certas pessoas exercem várias profissões. Certo dia apareceu em casa um repórter famoso. PRONOMES INTERROGATIVOS Aparecem em frases interrogativas. Como os indefinidos, referem-se de modo impreciso à 3ª pessoa do discurso. Exemplos: Que há? Que dia é hoje? Reagir contra quê? Por que motivo não veio? Quem foi? Qual será? Quantos vêm? Quantas irmãs tens? VERBO CONCEITO As palavras em destaque no texto abaixo exprimem ações, situandoas no tempo. Queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me a receita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais açúcar, farinha e gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria dentro elas. Assim fiz. Morreram. (Clarice Lispector) Essas palavras são verbos. O verbo também pode exprimir: a) Estado: Não sou alegre nem sou triste. Sou poeta. b) Mudança de estado: Meu avô foi buscar ouro. Mas o ouro virou terra. c) Fenômeno: Chove. O céu dorme. VERBO é a palavra variável que exprime ação, estado, mudança de estado e fenômeno, situando-se no tempo. Observações: 1. O pronome relativo QUEM só se aplica a pessoas, tem antecedente, vem sempre antecedido de preposição, e equivale a O QUAL. O médico de quem falo é meu conterrâneo. 2. Os pronomes CUJO, CUJA significam do qual, da qual, e precedem sempre um substantivo sem artigo. Qual será o animal cujo nome a autora não quis revelar? 3. QUANTO(s) e QUANTA(s) são pronomes relativos quando precedidos de um dos pronomes indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas. Tenho tudo quanto quero. Leve tantos quantos precisar. Nenhum ovo, de todos quantos levei, se quebrou. 4. ONDE, como pronome relativo, tem sempre antecedente e equivale a EM QUE. A casa onde (= em que) moro foi de meu avô. Língua Portuguesa 23 FLEXÕES O verbo é a classe de palavras que apresenta o maior número de flexões na língua portuguesa. Graças a isso, uma forma verbal pode trazer em si diversas informações. A forma CANTÁVAMOS, por exemplo, indica: a ação de cantar. a pessoa gramatical que pratica essa ação (nós). o número gramatical (plural). o tempo em que tal ação ocorreu (pretérito). o modo como é encarada a ação: um fato realmente acontecido no passado (indicativo). que o sujeito pratica a ação (voz ativa). Portanto, o verbo flexiona-se em número, pessoa, modo, tempo e voz. 1. NÚMERO: o verbo admite singular e plural: O menino olhou para o animal com olhos alegres. (singular). Os meninos olharam para o animal com olhos alegres. (plural). 2. PESSOA: servem de sujeito ao verbo as três pessoas gramaticais: 1ª pessoa: aquela que fala. Pode ser

28 a) do singular - corresponde ao pronome pessoal EU. Ex.: Eu adormeço. b) do plural - corresponde ao pronome pessoal NÓS. Ex.: Nós adormecemos. 2ª pessoa: aquela que ouve. Pode ser a) do singular - corresponde ao pronome pessoal TU. Ex.:Tu adormeces. b) do plural - corresponde ao pronome pessoal VÓS. Ex.:Vós adormeceis. 3ª pessoa: aquela de quem se fala. Pode ser a) do singular - corresponde aos pronomes pessoais ELE, ELA. Ex.: Ela adormece. b) do plural - corresponde aos pronomes pessoas ELES, ELAS. Ex.: Eles adormecem. 3. MODO: é a propriedade que tem o verbo de indicar a atitude do falante em relação ao fato que comunica. Há três modos em português. a) indicativo: a atitude do falante é de certeza diante do fato. A cachorra Baleia corria na frente. b) subjuntivo: a atitude do falante é de dúvida diante do fato. Talvez a cachorra Baleia corra na frente. c) imperativo: o fato é enunciado como uma ordem, um conselho, um pedido Corra na frente, Baleia. 4. TEMPO: é a propriedade que tem o verbo de localizar o fato no tempo, em relação ao momento em que se fala. Os três tempos básicos são: a) presente: a ação ocorre no momento em que se fala: Fecho os olhos, agito a cabeça. b) pretérito (passado): a ação transcorreu num momento anterior àquele em que se fala: Fechei os olhos, agitei a cabeça. c) futuro: a ação poderá ocorrer após o momento em que se fala: Fecharei os olhos, agitarei a cabeça. O pretérito e o futuro admitem subdivisões, o que não ocorre com o presente. b) irregulares - são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou nas desinências: faço - fiz - farei - fizesse. c) defectivos - são aqueles que não apresentam conjugação completa, como por exemplo, os verbos falir, abolir e os verbos que indicam fenômenos naturais, como CHOVER, TROVEJAR, etc. d) abundantes - são aqueles que possuem mais de uma forma com o mesmo valor. Geralmente, essa característica ocorre no particípio: matado - morto - enxugado - enxuto. e) anômalos - são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. verbo ser: sou - fui verbo ir: vou - ia QUANTO À EXISTÊNCIA OU NÃO DO SUJEITO 1. Pessoais: são aqueles que se referem a qualquer sujeito implícito ou explícito. Quase todos os verbos são pessoais. O Nino apareceu na porta. 2. Impessoais: são aqueles que não se referem a qualquer sujeito implícito ou explícito. São utilizados sempre na 3ª pessoa. São impessoais: a) verbos que indicam fenômenos meteorológicos: chover, nevar, ventar, etc. Garoava na madrugada roxa. b) HAVER, no sentido de existir, ocorrer, acontecer: Houve um espetáculo ontem. Há alunos na sala. Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Anica com seus olhos claros. c) FAZER, indicando tempo decorrido ou fenômeno meteorológico. Fazia dois anos que eu estava casado. Faz muito frio nesta região? Veja o esquema dos tempos simples em português: Presente (falo) INDICATIVO Pretérito perfeito ( falei) Imperfeito (falava) Mais- que-perfeito (falara) Futuro do presente (falarei) do pretérito (falaria) Presente (fale) SUBJUNTIVO Pretérito imperfeito (falasse) Futuro (falar) Há ainda três formas que não exprimem exatamente o tempo em que se dá o fato expresso. São as formas nominais, que completam o esquema dos tempos simples. Infinitivo impessoal (falar) Pessoal (falar eu, falares tu, etc.) FORMAS NOMINAIS Gerúndio (falando) Particípio (falado) 5. VOZ: o sujeito do verbo pode ser: a) agente do fato expresso. O carroceiro disse um palavrão. (sujeito agente) O verbo está na voz ativa. b) paciente do fato expresso: Um palavrão foi dito pelo carroceiro. (sujeito paciente) O verbo está na voz passiva. c) agente e paciente do fato expresso: O carroceiro machucou-se. (sujeito agente e paciente) O verbo está na voz reflexiva. 6. FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS: dá-se o nome de rizotônica à forma verbal cujo acento tônico está no radical. Falo - Estudam. Dá-se o nome de arrizotônica à forma verbal cujo acento tônico está fora do radical. Falamos - Estudarei. 7. CLASSIFICACÃO DOS VERBOS: os verbos classificam-se em: a) regulares - são aqueles que possuem as desinências normais de sua conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical: canto - cantei - cantarei cantava - cantasse. O VERBO HAVER (empregado impessoalmente) O verbo haver é impessoal - sendo, portanto, usado invariavelmente na 3ª pessoa do singular - quando significa: 1) EXISTIR Há pessoas que nos querem bem. Criaturas infalíveis nunca houve nem haverá. Brigavam à toa, sem que houvesse motivos sérios. Livros, havia-os de sobra; o que faltava eram leitores. 2) ACONTECER, SUCEDER Houve casos difíceis na minha profissão de médico. Não haja desavenças entre vós. Naquele presídio havia frequentes rebeliões de presos. 3) DECORRER, FAZER, com referência ao tempo passado: Há meses que não o vejo. Haverá nove dias que ele nos visitou. Havia já duas semanas que Marcos não trabalhava. O fato aconteceu há cerca de oito meses. Quando pode ser substituído por FAZIA, o verbo HAVER concorda no pretérito imperfeito, e não no presente: Havia (e não HÁ) meses que a escola estava fechada. Morávamos ali havia (e não HÁ) dois anos. Ela conseguira emprego havia (e não HÁ) pouco tempo. Havia (e não HÁ) muito tempo que a policia o procurava. 4) REALIZAR-SE Houve festas e jogos. Se não chovesse, teria havido outros espetáculos. Todas as noites havia ensaios das escolas de samba. 5) Ser possível, existir possibilidade ou motivo (em frases negativas e seguido de infinitivo): Em pontos de ciência não há transigir. Não há contê-lo, então, no ímpeto. Não havia descrer na sinceridade de ambos. Mas olha, Tomásia, que não há fiar nestas afeiçõezinhas. E não houve convencê-lo do contrário. Não havia por que ficar ali a recriminar-se. Como impessoal o verbo HAVER forma ainda a locução adverbial de há muito (= desde muito tempo, há muito tempo): De há muito que esta árvore não dá frutos. De há muito não o vejo. Língua Portuguesa 24

29 O verbo HAVER transmite a sua impessoalidade aos verbos que com ele formam locução, os quais, por isso, permanecem invariáveis na 3ª pessoa do singular: Vai haver eleições em outubro. Começou a haver reclamações. Não pode haver umas sem as outras. Parecia haver mais curiosos do que interessados. Mas haveria outros defeitos, devia haver outros. A expressão correta é HAJA VISTA, e não HAJA VISTO. Pode ser construída de três modos: Hajam vista os livros desse autor. Haja vista os livros desse autor. Haja vista aos livros desse autor. CONVERSÃO DA VOZ ATIVA NA PASSIVA Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o sentido da frase. Exemplo: Gutenberg inventou a imprensa. (voz ativa) A imprensa foi inventada por Gutenberg. (voz passiva) Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ativa passará a agente da passiva e o verbo assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo. Outros exemplos: Os calores intensos provocam as chuvas. As chuvas são provocadas pelos calores intensos. Eu o acompanharei. Ele será acompanhado por mim. Todos te louvariam. Serias louvado por todos. Prejudicaram-me. Fui prejudicado. Condenar-te-iam. Serias condenado. EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS a) Presente Emprega-se o presente do indicativo para assinalar: - um fato que ocorre no momento em que se fala. Eles estudam silenciosamente. Eles estão estudando silenciosamente. - uma ação habitual. Corra todas as manhãs. - uma verdade universal (ou tida como tal): O homem é mortal. A mulher ama ou odeia, não há outra alternativa. - fatos já passados. Usa-se o presente em lugar do pretérito para dar maior realce à narrativa. Em 1748, Montesquieu publica a obra "O Espírito das Leis". É o chamado presente histórico ou narrativo. - fatos futuros não muito distantes, ou mesmo incertos: Amanhã vou à escola. Qualquer dia eu te telefono. b) Pretérito Imperfeito Emprega-se o pretérito imperfeito do indicativo para designar: - um fato passado contínuo, habitual, permanente: Ele andava à toa. Nós vendíamos sempre fiado. - um fato passado, mas de incerta localização no tempo. É o que ocorre por exemplo, no inicio das fábulas, lendas, histórias infantis. Era uma vez... - um fato presente em relação a outro fato passado. Eu lia quando ele chegou. c) Pretérito Perfeito Emprega-se o pretérito perfeito do indicativo para referir um fato já ocorrido, concluído. Estudei a noite inteira. Usa-se a forma composta para indicar uma ação que se prolonga até o momento presente. Tenho estudado todas as noites. Língua Portuguesa 25 d) Pretérito mais-que-perfeito Chama-se mais-que-perfeito porque indica uma ação passada em relação a outro fato passado (ou seja, é o passado do passado): A bola já ultrapassara a linha quando o jogador a alcançou. e) Futuro do Presente Emprega-se o futuro do presente do indicativo para apontar um fato futuro em relação ao momento em que se fala. Irei à escola. f) Futuro do Pretérito Emprega-se o futuro do pretérito do indicativo para assinalar: - um fato futuro, em relação a outro fato passado. - Eu jogaria se não tivesse chovido. - um fato futuro, mas duvidoso, incerto. - Seria realmente agradável ter de sair? Um fato presente: nesse caso, o futuro do pretérito indica polidez e às vezes, ironia. - Daria para fazer silêncio?! Modo Subjuntivo a) Presente Emprega-se o presente do subjuntivo para mostrar: - um fato presente, mas duvidoso, incerto. Talvez eles estudem... não sei. - um desejo, uma vontade: Que eles estudem, este é o desejo dos pais e dos professores. b) Pretérito Imperfeito Emprega-se o pretérito imperfeito do subjuntivo para indicar uma hipótese, uma condição. Se eu estudasse, a história seria outra. Nós combinamos que se chovesse não haveria jogo. e) Pretérito Perfeito Emprega-se o pretérito perfeito composto do subjuntivo para apontar um fato passado, mas incerto, hipotético, duvidoso (que são, afinal, as características do modo subjuntivo). Que tenha estudado bastante é o que espero. d) Pretérito Mais-Que-Perfeito - Emprega-se o pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo para indicar um fato passado em relação a outro fato passado, sempre de acordo com as regras típicas do modo subjuntivo: Se não tivéssemos saído da sala, teríamos terminado a prova tranquilamente. e) Futuro Emprega-se o futuro do subjuntivo para indicar um fato futuro já concluído em relação a outro fato futuro. Quando eu voltar, saberei o que fazer. VERBOS IRREGULARES DAR Presente do indicativo dou, dás, dá, damos, dais, dão Pretérito perfeito dei, deste, deu, demos, destes, deram Pretérito mais-que-perfeito dera, deras, dera, déramos, déreis, deram Presente do subjuntivo dê, dês, dê, demos, deis, dêem Imperfeito do subjuntivo desse, desses, desse, déssemos, désseis, dessem Futuro do subjuntivo der, deres, der, dermos, derdes, derem MOBILIAR Presente do indicativo mobilio, mobílias, mobília, mobiliamos, mobiliais, mobiliam Presente do subjuntivo mobilie, mobilies, mobílie, mobiliemos, mobilieis, mobiliem Imperativo mobília, mobilie, mobiliemos, mobiliai, mobiliem AGUAR Presente do indicativo águo, águas, água, aguamos, aguais, águam Pretérito perfeito aguei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram Presente do subjuntivo águe, agues, ague, aguemos, agueis, águem MAGOAR Presente do indicativo magoo, magoas, magoa, magoamos, magoais, magoam Pretérito perfeito magoei, magoaste, magoou, magoamos, magoastes, magoaram Presente do subjuntivo magoe, magoes, magoe, magoemos, magoeis, magoem Conjugam-se como magoar, abençoar, abotoar, caçoar, voar e perdoar APIEDAR-SE Presente do indicativo: apiado-me, apiadas-te, apiada-se, apiedamo-nos, apiedaisvos, apiadam-se Presente do subjuntivo apiade-me, apiades-te, apiade-se, apiedemo-nos, apiedeivos, apiedem-se Nas formas rizotônicas, o E do radical é substituído por A

30 MOSCAR Presente do indicativo musco, muscas, musca, moscamos, moscais, muscam Presente do subjuntivo musque, musques, musque, mosquemos, mosqueis, musquem Nas formas rizotônicas, o O do radical é substituído por U RESFOLEGAR Presente do indicativo resfolgo, resfolgas, resfolga, resfolegamos, resfolegais, resfolgam Presente do subjuntivo resfolgue, resfolgues, resfolgue, resfoleguemos, resfolegueis, resfolguem Nas formas rizotônicas, o E do radical desaparece NOMEAR Presente da indicativo nomeio, nomeias, nomeia, nomeamos, nomeais, nomeiam Pretérito imperfeito nomeava, nomeavas, nomeava, nomeávamos, nomeáveis, nomeavam Pretérito perfeito nomeei, nomeaste, nomeou, nomeamos, nomeastes, nomearam Presente do subjuntivo nomeie, nomeies, nomeie, nomeemos, nomeeis, nomeiem Imperativo afirmativo nomeia, nomeie, nomeemos, nomeai, nomeiem Conjugam-se como nomear, cear, hastear, peritear, recear, passear COPIAR Presente do indicativo copio, copias, copia, copiamos, copiais, copiam Pretérito imperfeito copiei, copiaste, copiou, copiamos, copiastes, copiaram Pretérito mais-que-perfeito copiara, copiaras, copiara, copiáramos, copiáreis, copiaram Presente do subjuntivo copie, copies, copie, copiemos, copieis, copiem Imperativo afirmativo copia, copie, copiemos, copiai, copiem ODIAR Presente do indicativo odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam Pretérito imperfeito odiava, odiavas, odiava, odiávamos, odiáveis, odiavam Pretérito perfeito odiei, odiaste, odiou, odiamos, odiastes, odiaram Pretérito mais-que-perfeito odiara, odiaras, odiara, odiáramos, odiáreis, odiaram Presente do subjuntivo odeie, odeies, odeie, odiemos, odieis, odeiem Conjugam-se como odiar, mediar, remediar, incendiar, ansiar Futuro do subjuntivo fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem Conjugam-se como fazer, desfazer, refazer satisfazer PERDER Presente do indicativo perco, perdes, perde, perdemos, perdeis, perdem Presente do subjuntivo perca, percas, perca, percamos, percais. percam Imperativo afirmativo perde, perca, percamos, perdei, percam PODER Presente do Indicativo posso, podes, pode, podemos, podeis, podem Pretérito Imperfeito podia, podias, podia, podíamos, podíeis, podiam Pretérito perfeito pude, pudeste, pôde, pudemos, pudestes, puderam Pretérito mais-que-perfeito pudera, puderas, pudera, pudéramos, pudéreis, puderam Presente do subjuntivo possa, possas, possa, possamos, possais, possam Pretérito imperfeito pudesse, pudesses, pudesse, pudéssemos, pudésseis, pudessem Futuro puder, puderes, puder, pudermos, puderdes, puderem Infinitivo pessoal pode, poderes, poder, podermos, poderdes, poderem Gerúndio podendo Particípio podido O verbo PODER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no imperativo negativo PROVER Presente do indicativo provejo, provês, provê, provemos, provedes, provêem Pretérito imperfeito provia, provias, provia, províamos, províeis, proviam Pretérito perfeito provi, proveste, proveu, provemos, provestes, proveram Pretérito mais-que-perfeito provera, proveras, provera, provêramos, provêreis, proveram Futuro do presente proverei, proverás, proverá, proveremos, provereis, proverão Futuro do pretérito proveria, proverias, proveria, proveríamos, proveríeis, proveriam Imperativo provê, proveja, provejamos, provede, provejam Presente do subjuntivo proveja, provejas, proveja, provejamos, provejais. provejam Pretérito imperfeito provesse, provesses, provesse, provêssemos, provêsseis, provessem Futuro prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem Gerúndio provendo Particípio provido CABER Presente do indicativo caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem Pretérito perfeito coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes, couberam Pretérito mais-que-perfeito coubera, couberas, coubera, coubéramos, coubéreis, couberam Presente do subjuntivo caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais, caibam Imperfeito do subjuntivo coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos, coubésseis, coubessem Futuro do subjuntivo couber, couberes, couber, coubermos, couberdes, couberem O verbo CABER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no imperativo negativo CRER Presente do indicativo creio, crês, crê, cremos, credes, crêem Presente do subjuntivo creia, creias, creia, creiamos, creiais, creiam Imperativo afirmativo crê, creia, creiamos, crede, creiam Conjugam-se como crer, ler e descrer DIZER Presente do indicativo digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem Pretérito perfeito disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram Pretérito mais-que-perfeito dissera, disseras, dissera, disséramos, disséreis, disseram Futuro do presente direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão Futuro do pretérito diria, dirias, diria, diríamos, diríeis, diriam Presente do subjuntivo diga, digas, diga, digamos, digais, digam Pretérito imperfeito dissesse, dissesses, dissesse, disséssemos, dissésseis, dissesse Futuro disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disserem Particípio dito Conjugam-se como dizer, bendizer, desdizer, predizer, maldizer FAZER Presente do indicativo faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem Pretérito perfeito fiz, fizeste, fez, fizemos fizestes, fizeram Pretérito mais-que-perfeito fizera, fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis, fizeram Futuro do presente farei, farás, fará, faremos, fareis, farão Futuro do pretérito faria, farias, faria, faríamos, faríeis, fariam Imperativo afirmativo faze, faça, façamos, fazei, façam Presente do subjuntivo faça, faças, faça, façamos, façais, façam Imperfeito do subjuntivo fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, fizésseis, fizessem Língua Portuguesa 26 QUERER Presente do indicativo quero, queres, quer, queremos, quereis, querem Pretérito perfeito quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram Pretérito mais-que-perfeito quisera, quiseras, quisera, quiséramos, quiséreis, quiseram Presente do subjuntivo queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram Pretérito imperfeito quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos quisésseis, quisessem Futuro quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem REQUERER Presente do indicativo requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis. requerem Pretérito perfeito requeri, requereste, requereu, requeremos, requereste, requereram Pretérito mais-que-perfeito requerera, requereras, requerera, requereramos, requerereis, requereram Futuro do presente requererei, requererás requererá, requereremos, requerereis, requererão Futuro do pretérito requereria, requererias, requereria, requereríamos, requereríeis, requereriam Imperativo requere, requeira, requeiramos, requerer, requeiram Presente do subjuntivo requeira, requeiras, requeira, requeiramos, requeirais, requeiram Pretérito Imperfeito requeresse, requeresses, requeresse, requerêssemos, requerêsseis, requeressem, Futuro requerer, requereres, requerer, requerermos, requererdes, requerem Gerúndio requerendo Particípio requerido O verbo REQUERER não se conjuga como querer. REAVER Presente do indicativo reavemos, reaveis Pretérito perfeito reouve, reouveste, reouve, reouvemos, reouvestes, reouveram Pretérito mais-que-perfeito reouvera, reouveras, reouvera, reouvéramos, reouvéreis, reouveram Pretérito imperf. do subjuntivo reouvesse, reouvesses, reouvesse, reouvéssemos, reouvésseis, reouvessem Futuro reouver, reouveres, reouver, reouvermos, reouverdes, reouverem

31 O verbo REAVER conjuga-se como haver, mas só nas formas em que esse apresenta a letra v SABER Presente do indicativo sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis, sabem Pretérito perfeito soube, soubeste, soube, soubemos, soubestes, souberam Pretérito mais-que-perfeito soubera, souberas, soubera, soubéramos, soubéreis, souberam Pretérito imperfeito sabia, sabias, sabia, sabíamos, sabíeis, sabiam Presente do subjuntivo soubesse, soubesses, soubesse, soubéssemos, soubésseis, soubessem Futuro souber, souberes, souber, soubermos, souberdes, souberem VALER Presente do indicativo valho, vales, vale, valemos, valeis, valem Presente do subjuntivo valha, valhas, valha, valhamos, valhais, valham Imperativo afirmativo vale, valha, valhamos, valei, valham TRAZER Presente do indicativo trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem Pretérito imperfeito trazia, trazias, trazia, trazíamos, trazíeis, traziam Pretérito perfeito trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram Pretérito mais-que-perfeito trouxera, trouxeras, trouxera, trouxéramos, trouxéreis, trouxeram Futuro do presente trarei, trarás, trará, traremos, trareis, trarão Futuro do pretérito traria, trarias, traria, traríamos, traríeis, trariam Imperativo traze, traga, tragamos, trazei, tragam Presente do subjuntivo traga, tragas, traga, tragamos, tragais, tragam Pretérito imperfeito trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxéssemos, trouxésseis, trouxessem Futuro trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, trouxerem Infinitivo pessoal trazer, trazeres, trazer, trazermos, trazerdes, trazerem Gerúndio trazendo Particípio trazido VER Presente do indicativo vejo, vês, vê, vemos, vedes, vêem Pretérito perfeito vi, viste, viu, vimos, vistes, viram Pretérito mais-que-perfeito vira, viras, vira, viramos, vireis, viram Imperativo afirmativo vê, veja, vejamos, vede vós, vejam vocês Presente do subjuntivo veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam Pretérito imperfeito visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem Futuro vir, vires, vir, virmos, virdes, virem Particípio visto ABOLIR Presente do indicativo aboles, abole abolimos, abolis, abolem Pretérito imperfeito abolia, abolias, abolia, abolíamos, abolíeis, aboliam Pretérito perfeito aboli, aboliste, aboliu, abolimos, abolistes, aboliram Pretérito mais-que-perfeito abolira, aboliras, abolira, abolíramos, abolíreis, aboliram Futuro do presente abolirei, abolirás, abolirá, aboliremos, abolireis, abolirão Futuro do pretérito aboliria, abolirias, aboliria, aboliríamos, aboliríeis, aboliriam Presente do subjuntivo não há Presente imperfeito abolisse, abolisses, abolisse, abolíssemos, abolísseis, abolissem Futuro abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem Imperativo afirmativo abole, aboli Imperativo negativo não há Infinitivo pessoal abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem Infinitivo impessoal abolir Gerúndio abolindo Particípio abolido O verbo ABOLIR é conjugado só nas formas em que depois do L do radical há E ou I. AGREDIR Presente do indicativo agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem Presente do subjuntivo agrida, agridas, agrida, agridamos, agridais, agridam Imperativo agride, agrida, agridamos, agredi, agridam Nas formas rizotônicas, o verbo AGREDIR apresenta o E do radical substituído por I. COBRIR Presente do indicativo cubro, cobres, cobre, cobrimos, cobris, cobrem Presente do subjuntivo cubra, cubras, cubra, cubramos, cubrais, cubram Imperativo cobre, cubra, cubramos, cobri, cubram Particípio coberto Conjugam-se como COBRIR, dormir, tossir, descobrir, engolir FALIR Presente do indicativo falimos, falis Pretérito imperfeito falia, falias, falia, falíamos, falíeis, faliam Pretérito mais-que-perfeito falira, faliras, falira, falíramos, falireis, faliram Pretérito perfeito fali, faliste, faliu, falimos, falistes, faliram Futuro do presente falirei, falirás, falirá, faliremos, falireis, falirão Futuro do pretérito faliria, falirias, faliria, faliríamos, faliríeis, faliriam Presente do subjuntivo não há Pretérito imperfeito falisse, falisses, falisse, falíssemos, falísseis, falissem Futuro falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem Imperativo afirmativo fali (vós) Imperativo negativo não há Infinitivo pessoal falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem Gerúndio falindo Particípio falido FERIR Presente do indicativo firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem Presente do subjuntivo fira, firas, fira, firamos, firais, firam Conjugam-se como FERIR: competir, vestir, inserir e seus derivados. MENTIR Presente do indicativo minto, mentes, mente, mentimos, mentis, mentem Presente do subjuntivo minta, mintas, minta, mintamos, mintais, mintam Imperativo mente, minta, mintamos, menti, mintam Conjugam-se como MENTIR: sentir, cerzir, competir, consentir, pressentir. FUGIR Presente do indicativo fujo, foges, foge, fugimos, fugis, fogem Imperativo foge, fuja, fujamos, fugi, fujam Presente do subjuntivo fuja, fujas, fuja, fujamos, fujais, fujam IR Presente do indicativo vou, vais, vai, vamos, ides, vão Pretérito imperfeito ia, ias, ia, íamos, íeis, iam Pretérito perfeito fui, foste, foi, fomos, fostes, foram Pretérito mais-que-perfeito fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram Futuro do presente irei, irás, irá, iremos, ireis, irão Futuro do pretérito iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam Imperativo afirmativo vai, vá, vamos, ide, vão Imperativo negativo não vão, não vá, não vamos, não vades, não vão Presente do subjuntivo vá, vás, vá, vamos, vades, vão Pretérito imperfeito fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem Futuro for, fores, for, formos, fordes, forem Infinitivo pessoal ir, ires, ir, irmos, irdes, irem Gerúndio indo Particípio ido OUVIR Presente do indicativo ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, ouvem Presente do subjuntivo ouça, ouças, ouça, ouçamos, ouçais, ouçam Imperativo ouve, ouça, ouçamos, ouvi, ouçam Particípio ouvido PEDIR Presente do indicativo peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem Pretérito perfeito pedi, pediste, pediu, pedimos, pedistes, pediram Presente do subjuntivo peça, peças, peça, peçamos, peçais, peçam Imperativo pede, peça, peçamos, pedi, peçam Conjugam-se como pedir: medir, despedir, impedir, expedir POLIR Presente do indicativo pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem Presente do subjuntivo pula, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam Imperativo pule, pula, pulamos, poli, pulam REMIR Presente do indicativo redimo, redimes, redime, redimimos, redimis, redimem Presente do subjuntivo redima, redimas, redima, redimamos, redimais, redimam RIR Presente do indicativo rio, ris, ri, rimos, rides, riem Pretérito imperfeito ria, rias, ria, riamos, ríeis, riam Pretérito perfeito ri, riste, riu, rimos, ristes, riram Pretérito mais-que-perfeito rira, riras, rira, ríramos, rireis, riram Futuro do presente rirei, rirás, rirá, riremos, rireis, rirão Futuro do pretérito riria, ririas, riria, riríamos, riríeis, ririam Imperativo afirmativo ri, ria, riamos, ride, riam Presente do subjuntivo ria, rias, ria, riamos, riais, riam Pretérito imperfeito risse, risses, risse, ríssemos, rísseis, rissem Futuro rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem Infinitivo pessoal rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem Gerúndio rindo Particípio rido Conjuga-se como rir: sorrir Língua Portuguesa 27

32 VIR Presente do indicativo venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm Pretérito imperfeito vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham Pretérito perfeito vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram Pretérito mais-que-perfeito viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram Futuro do presente virei, virás, virá, viremos, vireis, virão Futuro do pretérito viria, virias, viria, viríamos, viríeis, viriam Imperativo afirmativo vem, venha, venhamos, vinde, venham Presente do subjuntivo venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham Pretérito imperfeito viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem Futuro vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem Infinitivo pessoal vir, vires, vir, virmos, virdes, virem Gerúndio vindo Particípio vindo Conjugam-se como vir: intervir, advir, convir, provir, sobrevir NUMERAL Numeral é a palavra que indica quantidade, ordem, múltiplo ou fração. O numeral classifica-se em: - cardinal - quando indica quantidade. - ordinal - quando indica ordem. - multiplicativo - quando indica multiplicação. - fracionário - quando indica fracionamento. Exemplos: Silvia comprou dois livros. Antônio marcou o primeiro gol. Na semana seguinte, o anel custará o dobro do preço. O galinheiro ocupava um quarto da quintal. SUMIR Presente do indicativo sumo, somes, some, sumimos, sumis, somem Presente do subjuntivo suma, sumas, suma, sumamos, sumais, sumam Imperativo some, suma, sumamos, sumi, sumam Conjugam-se como SUMIR: subir, acudir, bulir, escapulir, fugir, consumir, cuspir Língua Portuguesa ADVÉRBIO Advérbio é a palavra que modifica a verbo, o adjetivo ou o próprio advérbio, exprimindo uma circunstância. Os advérbios dividem-se em: 1) LUGAR: aqui, cá, lá, acolá, ali, aí, aquém, além, algures, alhures, nenhures, atrás, fora, dentro, perto, longe, adiante, diante, onde, avante, através, defronte, aonde, etc. 2) TEMPO: hoje, amanhã, depois, antes, agora, anteontem, sempre, nunca, já, cedo, logo, tarde, ora, afinal, outrora, então, amiúde, breve, brevemente, entrementes, raramente, imediatamente, etc. 3) MODO: bem, mal, assim, depressa, devagar, como, debalde, pior, melhor, suavemente, tenazmente, comumente, etc. 4) ITENSIDADE: muito, pouco, assaz, mais, menos, tão, bastante, demasiado, meio, completamente, profundamente, quanto, quão, tanto, bem, mal, quase, apenas, etc. 5) AFIRMAÇÃO: sim, deveras, certamente, realmente, efefivamente, etc. 6) NEGAÇÃO: não. 7) DÚVIDA: talvez, acaso, porventura, possivelmente, quiçá, decerto, provavelmente, etc. Há Muitas Locuções Adverbiais 1) DE LUGAR: à esquerda, à direita, à tona, à distância, à frente, à entrada, à saída, ao lado, ao fundo, ao longo, de fora, de lado, etc. 2) TEMPO: em breve, nunca mais, hoje em dia, de tarde, à tarde, à noite, às ave-marias, ao entardecer, de manhã, de noite, por ora, por fim, de repente, de vez em quando, de longe em longe, etc. 3) MODO: à vontade, à toa, ao léu, ao acaso, a contento, a esmo, de bom grado, de cor, de mansinho, de chofre, a rigor, de preferência, em geral, a cada passo, às avessas, ao invés, às claras, a pique, a olhos vistos, de propósito, de súbito, por um triz, etc. 4) MEIO OU INSTRUMENTO: a pau, a pé, a cavalo, a martelo, a máquina, a tinta, a paulada, a mão, a facadas, a picareta, etc. 5) AFIRMAÇÃO: na verdade, de fato, de certo, etc. 6) NEGAÇAO: de modo algum, de modo nenhum, em hipótese alguma, etc. 7) DÚVIDA: por certo, quem sabe, com certeza, etc. Advérbios Interrogativos Onde?, aonde?, donde?, quando?, porque?, como? Palavras Denotativas Certas palavras, por não se poderem enquadrar entre os advérbios, terão classificação à parte. São palavras que denotam exclusão, inclusão, situação, designação, realce, retificação, afetividade, etc. 1) DE EXCLUSÃO - só, salvo, apenas, senão, etc. 2) DE INCLUSÃO - também, até, mesmo, inclusive, etc. 3) DE SITUAÇÃO - mas, então, agora, afinal, etc. 4) DE DESIGNAÇÃO - eis. 5) DE RETIFICAÇÃO - aliás, isto é, ou melhor, ou antes, etc. 6) DE REALCE - cá, lá, sã, é que, ainda, mas, etc. Você lá sabe o que está dizendo, homem... Mas que olhos lindos! Veja só que maravilha! 28 QUADRO BÁSICO DOS NUMERAIS Algarismos Numerais Romanocotivos Arábi- Cardinais Ordinais Multiplica- Fracionários I 1 um primeiro simples - II 2 dois segundo duplo meio dobro III 3 três terceiro tríplice terço IV 4 quatro quarto quádruplo quarto V 5 cinco quinto quíntuplo quinto VI 6 seis sexto sêxtuplo sexto VII 7 sete sétimo sétuplo sétimo VIII 8 oito oitavo óctuplo oitavo IX 9 nove nono nônuplo nono X 10 dez décimo décuplo décimo XI 11 onze décimo onze avos primeiro XII 12 doze décimo doze avos segundo XIII 13 treze décimo treze avos terceiro XIV 14 quatorze décimo quarto quatorze avos XV 15 quinze décimo quinze avos quinto XVI 16 dezesseis décimo sexto dezesseis avos XVII 17 dezessete décimo sétimo dezessete avos XVIII 18 dezoito décimo dezoito avos oitavo XIX 19 dezenove décimo nono dezenove avos XX 20 vinte vigésimo vinte avos XXX 30 trinta trigésimo trinta avos XL 40 quarenta quadragésimo quarenta avos L 50 cinquenta quinquagésimo cinquenta avos LX 60 sessenta sexagésimo sessenta avos LXX 70 setenta septuagésimo setenta avos LXXX 80 oitenta octogésimo oitenta avos XC 90 noventa nonagésimo noventa avos C 100 cem centésimo centésimo CC 200 duzentos ducentésimo ducentésimo CCC 300 trezentos trecentésimo trecentésimo CD 400 quatrocentos quadringentésimo quadringentésimo D 500 quinhentos quingentésimo quingentésimo DC 600 seiscentos sexcentésimo sexcentésimo

33 DCC 700 setecentos septingentésimo septingentésimo DCCC 800 oitocentos octingentésimo octingentésimo CM 900 novecentos nongentésimo nongentésimo M 1000 mil milésimo milésimo Emprego do Numeral Na sucessão de papas, reis, príncipes, anos, séculos, capítulos, etc. empregam-se de 1 a 10 os ordinais. João Paulo I I (segundo) ano lll (ano terceiro) Luis X (décimo) ano I (primeiro) Pio lx (nono) século lv (quarto) De 11 em diante, empregam-se os cardinais: Leão Xlll (treze) ano Xl (onze) Pio Xll (doze) século XVI (dezesseis) Luis XV (quinze) capitulo XX (vinte) Se o numeral aparece antes, é lido como ordinal. XX Salão do Automóvel (vigésimo) VI Festival da Canção (sexto) lv Bienal do Livro (quarta) XVI capítulo da telenovela (décimo sexto) Quando se trata do primeiro dia do mês, deve-se dar preferência ao emprego do ordinal. Hoje é primeiro de setembro Não é aconselhável iniciar período com algarismos 16 anos tinha Patrícia = Dezesseis anos tinha Patrícia A título de brevidade, usamos constantemente os cardinais pelos ordinais. Ex.: casa vinte e um (= a vigésima primeira casa), página trinta e dois (= a trigésima segunda página). Os cardinais um e dois não variam nesse caso porque está subentendida a palavra número. Casa número vinte e um, página número trinta e dois. Por isso, deve-se dizer e escrever também: a folha vinte e um, a folha trinta e dois. Na linguagem forense, vemos o numeral flexionado: a folhas vinte e uma a folhas trinta e duas. ARTIGO Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para determinálos. Indica-lhes, ao mesmo tempo, o gênero e o número. Dividem-se em definidos: O, A, OS, AS indefinidos: UM, UMA, UNS, UMAS. Os definidos determinam os substantivos de modo preciso, particular. Viajei com o médico. (Um médico referido, conhecido, determinado). Os indefinidos determinam os substantivos de modo vago, impreciso, geral. Viajei com um médico. (Um médico não referido, desconhecido, indeterminado). lsoladamente, os artigos são palavras de todo vazias de sentido. CONJUNÇÃO Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações. Conjunções Coordenativas 1) ADITIVAS: e, nem, também, mas, também, etc. 2) ADVERSATIVAS: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no entanto, etc. 3) ALTERNATIVAS: ou, ou.., ou, ora... ora, já... já, quer, quer, etc. 4) CONCLUSIVAS. logo, pois, portanto, por conseguinte, por consequência. 5) EXPLICATIVAS: isto é, por exemplo, a saber, que, porque, pois, etc. Conjunções Subordinativas 1) CONDICIONAIS: se, caso, salvo se, contanto que, uma vez que, etc. 2) CAUSAIS: porque, já que, visto que, que, pois, porquanto, etc. 3) COMPARATIVAS: como, assim como, tal qual, tal como, mais que, etc. 4) CONFORMATIVAS: segundo, conforme, consoante, como, etc. 5) CONCESSIVAS: embora, ainda que, mesmo que, posto que, se bem que, etc. 6) INTEGRANTES: que, se, etc. 7) FINAIS: para que, a fim de que, que, etc. 8) CONSECUTIVAS: tal... qual, tão... que, tamanho... que, de sorte que, de forma que, de modo que, etc. 9) PROPORCIONAIS: à proporção que, à medida que, quanto... tanto mais, etc. 10) TEMPORAIS: quando, enquanto, logo que, depois que, etc. VALOR LÓGICO E SINTÁTICO DAS CONJUNÇÕES Examinemos estes exemplos: 1º) Tristeza e alegria não moram juntas. 2º) Os livros ensinam e divertem. 3º) Saímos de casa quando amanhecia. No primeiro exemplo, a palavra E liga duas palavras da mesma oração: é uma conjunção. No segundo a terceiro exemplos, as palavras E e QUANDO estão ligando orações: são também conjunções. Conjunção é uma palavra invariável que liga orações ou palavras da mesma oração. No 2º exemplo, a conjunção liga as orações sem fazer que uma dependa da outra, sem que a segunda complete o sentido da primeira: por isso, a conjunção E é coordenativa. No 3º exemplo, a conjunção liga duas orações que se completam uma à outra e faz com que a segunda dependa da primeira: por isso, a conjunção QUANDO é subordinativa. As conjunções, portanto, dividem-se em coordenativas e subordinativas. CONJUNÇÕES COORDENATIVAS As conjunções coordenativas podem ser: 1) Aditivas, que dão ideia de adição, acrescentamento: e, nem, mas também, mas ainda, senão também, como também, bem como. O agricultor colheu o trigo e o vendeu. Não aprovo nem permitirei essas coisas. Os livros não só instruem mas também divertem. As abelhas não apenas produzem mel e cera mas ainda polinizam as flores. 2) Adversativas, que exprimem oposição, contraste, ressalva, compensação: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, sendo, ao passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não obstante, apesar disso, em todo caso. Querem ter dinheiro, mas não trabalham. Ela não era bonita, contudo cativava pela simpatia. Não vemos a planta crescer, no entanto, ela cresce. A culpa não a atribuo a vós, senão a ele. O professor não proíbe, antes estimula as perguntas em aula. O exército do rei parecia invencível, não obstante, foi derrotado. Você já sabe bastante, porém deve estudar mais. Eu sou pobre, ao passo que ele é rico. Hoje não atendo, em todo caso, entre. 3) Alternativas, que exprimem alternativa, alternância ou, ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer, etc. Os sequestradores deviam render-se ou seriam mortos. Ou você estuda ou arruma um emprego. Ora triste, ora alegre, a vida segue o seu ritmo. Quer reagisse, quer se calasse, sempre acabava apanhando. "Já chora, já se ri, já se enfurece." (Luís de Camões) 4) Conclusivas, que iniciam uma conclusão: logo, portanto, por conseguinte, pois (posposto ao verbo), por isso. As árvores balançam, logo está ventando. Você é o proprietário do carro, portanto é o responsável. O mal é irremediável; deves, pois, conformar-te. Língua Portuguesa 29

34 5) Explicativas, que precedem uma explicação, um motivo: que, porque, porquanto, pois (anteposto ao verbo). Não solte balões, que (ou porque, ou pois, ou porquanto) podem causar incêndios. Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas. Observação: A conjunção A pode apresentar-se com sentido adversativo: Sofrem duras privações a [= mas] não se queixam. "Quis dizer mais alguma coisa a não pôde." (Jorge Amado) Conjunções subordinativas As conjunções subordinativas ligam duas orações, subordinando uma à outra. Com exceção das integrantes, essas conjunções iniciam orações que traduzem circunstâncias (causa, comparação, concessão, condição ou hipótese, conformidade, consequência, finalidade, proporção, tempo). Abrangem as seguintes classes: 1) Causais: porque, que, pois, como, porquanto, visto que, visto como, já que, uma vez que, desde que. O tambor soa porque é oco. (porque é oco: causa; o tambor soa: efeito). Como estivesse de luto, não nos recebeu. Desde que é impossível, não insistirei. 2) Comparativas: como, (tal) qual, tal a qual, assim como, (tal) como, (tão ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, (tanto) quanto, que nem, feito (= como, do mesmo modo que), o mesmo que (= como). Ele era arrastado pela vida como uma folha pelo vento. O exército avançava pela planície qual uma serpente imensa. "Os cães, tal qual os homens, podem participar das três categorias." (Paulo Mendes Campos) "Sou o mesmo que um cisco em minha própria casa." (Antônio Olavo Pereira) "E pia tal a qual a caça procurada." (Amadeu de Queirós) "Por que ficou me olhando assim feito boba?" (Carlos Drummond de Andrade) Os pedestres se cruzavam pelas ruas que nem formigas apressadas. Nada nos anima tanto como (ou quanto) um elogio sincero. Os governantes realizam menos do que prometem. 3) Concessivas: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que (= embora não). Célia vestia-se bem, embora fosse pobre. A vida tem um sentido, por mais absurda que possa parecer. Beba, nem que seja um pouco. Dez minutos que fossem, para mim, seria muito tempo. Fez tudo direito, sem que eu lhe ensinasse. Em que pese à autoridade deste cientista, não podemos aceitar suas afirmações. Não sei dirigir, e, dado que soubesse, não dirigiria de noite. 4) Condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que (= se não), a não ser que, a menos que, dado que. Ficaremos sentidos, se você não vier. Comprarei o quadro, desde que não seja caro. Não sairás daqui sem que antes me confesses tudo. "Eleutério decidiu logo dormir repimpadamente sobre a areia, a menos que os mosquitos se opusessem." (Ferreira de Castro) 5) Conformativas: como, conforme, segundo, consoante. As coisas não são como (ou conforme) dizem. "Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi narrar." (Machado de Assis) 6) Consecutivas: que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto, tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de modo que, de forma que, de maneira que, sem que, que (não). Minha mão tremia tanto que mal podia escrever. Falou com uma calma que todos ficaram atônitos. Ontem estive doente, de sorte que (ou de modo que) não saí. Não podem ver um cachorro na rua sem que o persigam. Não podem ver um brinquedo que não o queiram comprar. 7) Finais: para que, a fim de que, que (= para que). Afastou-se depressa para que não o víssemos. Falei-lhe com bons termos, a fim de que não se ofendesse. Fiz-lhe sinal que se calasse. 8) Proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos), quanto menos... (tanto mais), quanto mais... (mais), (tanto)... quanto. À medida que se vive, mais se aprende. À proporção que subíamos, o ar ia ficando mais leve. Quanto mais as cidades crescem, mais problemas vão tendo. Os soldados respondiam, à medida que eram chamados. Observação: São incorretas as locuções proporcionais à medida em que, na medida que e na medida em que. A forma correta é à medida que: "À medida que os anos passam, as minhas possibilidades diminuem." (Maria José de Queirós) 9) Temporais: quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre que, assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que, etc. Venha quando você quiser. Não fale enquanto come. Ela me reconheceu, mal lhe dirigi a palavra. Desde que o mundo existe, sempre houve guerras. Agora que o tempo esquentou, podemos ir à praia. "Ninguém o arredava dali, até que eu voltasse." (Carlos Povina Cavalcânti) 10) Integrantes: que, se. Sabemos que a vida é breve. Veja se falta alguma coisa. Observação: Em frases como Sairás sem que te vejam, Morreu sem que ninguém o chorasse, consideramos sem que conjunção subordinativa modal. A NGB, porém, não consigna esta espécie de conjunção. Locuções conjuntivas: no entanto, visto que, desde que, se bem que, por mais que, ainda quando, à medida que, logo que, a rim de que, etc. Muitas conjunções não têm classificação única, imutável, devendo, portanto, ser classificadas de acordo com o sentido que apresentam no contexto. Assim, a conjunção que pode ser: 1) Aditiva (= e): Esfrega que esfrega, mas a nódoa não sai. A nós que não a eles, compete fazê-lo. 2) Explicativa (= pois, porque): Apressemo-nos, que chove. 3) Integrante: Diga-lhe que não irei. 4) Consecutiva: Tanto se esforçou que conseguiu vencer. Não vão a uma festa que não voltem cansados. Onde estavas, que não te vi? 5) Comparativa (= do que, como): A luz é mais veloz que o som. Ficou vermelho que nem brasa. 6) Concessiva (= embora, ainda que): Alguns minutos que fossem, ainda assim seria muito tempo. Beba, um pouco que seja. 7) Temporal (= depois que, logo que): Chegados que fomos, dirigimo-nos ao hotel. 8) Final (= pare que): Vendo-me à janela, fez sinal que descesse. 9) Causal (= porque, visto que): "Velho que sou, apenas conheço as flores do meu tempo." (Vivaldo Coaraci) A locução conjuntiva sem que, pode ser, conforme a frase: 1) Concessiva: Nós lhe dávamos roupa a comida, sem que ele pedisse. (sem que = embora não) 2) Condicional: Ninguém será bom cientista, sem que estude muito. (sem que = se não,caso não) 3) Consecutiva: Não vão a uma festa sem que voltem cansados. (sem que = que não) 4) Modal: Sairás sem que te vejam. (sem que = de modo que não) Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações. Língua Portuguesa 30

35 PREPOSIÇÃO Preposições são palavras que estabelecem um vínculo entre dois termos de uma oração. O primeiro, um subordinante ou antecedente, e o segundo, um subordinado ou consequente. Exemplos: Chegaram a Porto Alegre. Discorda de você. Fui até a esquina. Casa de Paulo. Preposições Essenciais e Acidentais As preposições essenciais são: A, ANTE, APÓS, ATÉ, COM, CONTRA, DE, DESDE, EM, ENTRE, PARA, PERANTE, POR, SEM, SOB, SOBRE e ATRÁS. Certas palavras ora aparecem como preposições, ora pertencem a outras classes, sendo chamadas, por isso, de preposições acidentais: afora, conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, não obstante, salvo, segundo, senão, tirante, visto, etc. INTERJEIÇÃO Interjeição é a palavra que comunica emoção. As interjeições podem ser: - alegria: ahl oh! oba! eh! - animação: coragem! avante! eia! - admiração: puxa! ih! oh! nossa! - aplauso: bravo! viva! bis! - desejo: tomara! oxalá! - dor: aí! ui! - silêncio: psiu! silêncio! - suspensão: alto! basta! LOCUÇÃO INTERJETIVA é a conjunto de palavras que têm o mesmo valor de uma interjeição. Minha Nossa Senhora! Puxa vida! Deus me livre! Raios te partam! Meu Deus! Que maravilha! Ora bolas! Ai de mim! ESTRUTURA DA ORAÇÃO E DO PERÍODO FRASE Frase é um conjunto de palavras que têm sentido completo. O tempo está nublado. Socorro! Que calor! ORAÇÃO Oração é a frase que apresenta verbo ou locução verbal. A fanfarra desfilou na avenida. As festas juninas estão chegando. PERÍODO Período é a frase estruturada em oração ou orações. O período pode ser: simples - aquele constituído por uma só oração (oração absoluta). Fui à livraria ontem. composto - quando constituído por mais de uma oração. Fui à livraria ontem e comprei um livro. TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO São dois os termos essenciais da oração: SUJEITO Sujeito é o ser ou termo sobre o qual se diz alguma coisa. Os bandeirantes capturavam os índios. (sujeito = bandeirantes) O sujeito pode ser: - simples: quando tem um só núcleo As rosas têm espinhos. (sujeito: as rosas; núcleo: rosas) - composto: quando tem mais de um núcleo O burro e o cavalo saíram em disparada. (suj: o burro e o cavalo; núcleo burro, cavalo) - oculto: ou elíptico ou implícito na desinência verbal Chegaste com certo atraso. (suj.: oculto: tu) - indeterminado: quando não se indica o agente da ação verbal Come-se bem naquele restaurante. - Inexistente: quando a oração não tem sujeito Choveu ontem. Há plantas venenosas. PREDICADO Predicado é o termo da oração que declara alguma coisa do sujeito. O predicado classifica-se em: 1. Nominal: é aquele que se constitui de verbo de ligação mais predicativo do sujeito. Nosso colega está doente. Principais verbos de ligação: SER, ESTAR, PARECER, PERMANECER, etc. Predicativo do sujeito é o termo que ajuda o verbo de ligação a comunicar estado ou qualidade do sujeito. Nosso colega está doente. A moça permaneceu sentada. 2. Predicado verbal é aquele que se constitui de verbo intransitivo ou transitivo. O avião sobrevoou a praia. Verbo intransitivo é aquele que não necessita de complemento. O sabiá voou alto. Verbo transitivo é aquele que necessita de complemento. Transitivo direto: é o verbo que necessita de complemento sem auxílio de proposição. Minha equipe venceu a partida. Transitivo indireto: é o verbo que necessita de complemento com auxílio de preposição. Ele precisa de um esparadrapo. Transitivo direto e indireto (bitransitivo) é o verbo que necessita ao mesmo tempo de complemento sem auxílio de preposição e de complemento com auxilio de preposição. Damos uma simples colaboração a vocês. 3. Predicado verbo nominal: é aquele que se constitui de verbo intransitivo mais predicativo do sujeito ou de verbo transitivo mais predicativo do sujeito. Os rapazes voltaram vitoriosos. Predicativo do sujeito: é o termo que, no predicado verbo-nominal, ajuda o verbo intransitivo a comunicar estado ou qualidade do sujeito. Ele morreu rico. Predicativo do objeto é o termo que, que no predicado verbo-nominal, ajuda o verbo transitivo a comunicar estado ou qualidade do objeto direto ou indireto. Elegemos o nosso candidato vereador. TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO Chama-se termos integrantes da oração os que completam a significação transitiva dos verbos e dos nomes. São indispensáveis à compreensão do enunciado. 1. OBJETO DIRETO Objeto direto é o termo da oração que completa o sentido do verbo transitivo direto. Ex.: Mamãe comprou PEIXE. 2. OBJETO INDIRETO Objeto indireto é o termo da oração que completa o sentido do verbo transitivo indireto. As crianças precisam de CARINHO. 3. COMPLEMENTO NOMINAL Complemento nominal é o termo da oração que completa o sentido de um nome com auxílio de preposição. Esse nome pode ser representado por um substantivo, por um adjetivo ou por um advérbio. Toda criança tem amor aos pais. - AMOR (substantivo) O menino estava cheio de vontade. - CHEIO (adjetivo) Nós agíamos favoravelmente às discussões. - FAVORAVELMENTE (advérbio). Língua Portuguesa 31

36 4. AGENTE DA PASSIVA Agente da passiva é o termo da oração que pratica a ação do verbo na voz passiva. A mãe é amada PELO FILHO. O cantor foi aplaudido PELA MULTIDÃO. Os melhores alunos foram premiados PELA DIREÇÃO. TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO TERMOS ACESSÓRIOS são os que desempenham na oração uma função secundária, limitando o sentido dos substantivos ou exprimindo alguma circunstância. São termos acessórios da oração: 1. ADJUNTO ADNOMINAL Adjunto adnominal é o termo que caracteriza ou determina os substantivos. Pode ser expresso: pelos adjetivos: água fresca, pelos artigos: o mundo, as ruas pelos pronomes adjetivos: nosso tio, muitas coisas pelos numerais: três garotos; sexto ano pelas locuções adjetivas: casa do rei; homem sem escrúpulos 2. ADJUNTO ADVERBIAL Adjunto adverbial é o termo que exprime uma circunstância (de tempo, lugar, modo etc.), modificando o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. Cheguei cedo. José reside em São Paulo. 3. APOSTO Aposto é uma palavra ou expressão que explica ou esclarece, desenvolve ou resume outro termo da oração. Dr. João, cirurgião-dentista, Rapaz impulsivo, Mário não se conteve. O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado. 4. VOCATIVO Vocativo é o termo (nome, título, apelido) usado para chamar ou interpelar alguém ou alguma coisa. Tem compaixão de nós, ó Cristo. Professor, o sinal tocou. Rapazes, a prova é na próxima semana. PERÍODO COMPOSTO - PERÍODO SIMPLES No período simples há apenas uma oração, a qual se diz absoluta. Fui ao cinema. O pássaro voou. PERÍODO COMPOSTO No período composto há mais de uma oração. (Não sabem) (que nos calores do verão a terra dorme) (e os homens folgam.) Período composto por coordenação Apresenta orações independentes. (Fui à cidade), (comprei alguns remédios) (e voltei cedo.) Período composto por subordinação Apresenta orações dependentes. (É bom) (que você estude.) Período composto por coordenação e subordinação Apresenta tanto orações dependentes como independentes. Este período é também conhecido como misto. (Ele disse) (que viria logo,) (mas não pôde.) ORAÇÃO COORDENADA Oração coordenada é aquela que é independente. As orações coordenadas podem ser: - Sindética: Aquela que é independente e é introduzida por uma conjunção coordenativa. Viajo amanhã, mas volto logo. Língua Portuguesa 32 - Assindética: Aquela que é independente e aparece separada por uma vírgula ou ponto e vírgula. Chegou, olhou, partiu. A oração coordenada sindética pode ser: 1. ADITIVA: Expressa adição, sequência de pensamento. (e, nem = e não), mas, também: Ele falava E EU FICAVA OUVINDO. Meus atiradores nem fumam NEM BEBEM. A doença vem a cavalo E VOLTA A PÉ. 2. ADVERSATIVA: Ligam orações, dando-lhes uma ideia de compensação ou de contraste (mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no entanto, etc). A espada vence MAS NÃO CONVENCE. O tambor faz um grande barulho, MAS É VAZIO POR DENTRO. Apressou-se, CONTUDO NÃO CHEGOU A TEMPO. 3. ALTERNATIVAS: Ligam palavras ou orações de sentido separado, uma excluindo a outra (ou, ou...ou, já...já, ora...ora, quer...quer, etc). Mudou o natal OU MUDEI EU? OU SE CALÇA A LUVA e não se põe o anel, OU SE PÕE O ANEL e não se calça a luva! (C. Meireles) 4. CONCLUSIVAS: Ligam uma oração a outra que exprime conclusão (LOGO, POIS, PORTANTO, POR CONSEGUINTE, POR ISTO, ASSIM, DE MODO QUE, etc). Ele está mal de notas; LOGO, SERÁ REPROVADO. Vives mentindo; LOGO, NÃO MERECES FÉ. 5. EXPLICATIVAS: Ligam a uma oração, geralmente com o verbo no imperativo, outro que a explica, dando um motivo (pois, porque, portanto, que, etc.) Alegra-te, POIS A QUI ESTOU. Não mintas, PORQUE É PIOR. Anda depressa, QUE A PROVA É ÀS 8 HORAS. ORAÇÃO INTERCALADA OU INTERFERENTE É aquela que vem entre os termos de uma outra oração. O réu, DISSERAM OS JORNAIS, foi absolvido. A oração intercalada ou interferente aparece com os verbos: CONTINUAR, DIZER, EXCLAMAR, FALAR etc. ORAÇÃO PRINCIPAL Oração principal é a mais importante do período e não é introduzida por um conectivo. ELES DISSERAM que voltarão logo. ELE AFIRMOU que não virá. PEDI que tivessem calma. (= Pedi calma) ORAÇÃO SUBORDINADA Oração subordinada é a oração dependente que normalmente é introduzida por um conectivo subordinativo. Note que a oração principal nem sempre é a primeira do período. Quando ele voltar, eu saio de férias. Oração principal: EU SAIO DE FÉRIAS Oração subordinada: QUANDO ELE VOLTAR ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA Oração subordinada substantiva é aquela que tem o valor e a função de um substantivo. Por terem as funções do substantivo, as orações subordinadas substantivas classificam-se em: 1) SUBJETIVA (sujeito) Convém que você estude mais. Importa que saibas isso bem.. É necessário que você colabore. (SUA COLABORAÇÃO) é necessária. 2) OBJETIVA DIRETA (objeto direto) Desejo QUE VENHAM TODOS. Pergunto QUEM ESTÁ AI.

37 3) OBJETIVA INDIRETA (objeto indireto) Aconselho-o A QUE TRABALHE MAIS. Tudo dependerá DE QUE SEJAS CONSTANTE. Daremos o prêmio A QUEM O MERECER. 4) COMPLETIVA NOMINAL Complemento nominal. Ser grato A QUEM TE ENSINA. Sou favorável A QUE O PRENDAM. 5) PREDICATIVA (predicativo) Seu receio era QUE CHOVESSE. = Seu receio era (A CHUVA) Minha esperança era QUE ELE DESISTISSE. Não sou QUEM VOCÊ PENSA. 6) APOSITIVAS (servem de aposto) Só desejo uma coisa: QUE VIVAM FELIZES = (A SUA FELICIDADE) Só lhe peço isto: HONRE O NOSSO NOME. 7) AGENTE DA PASSIVA O quadro foi comprado POR QUEM O FEZ = (PELO SEU AUTOR) A obra foi apreciada POR QUANTOS A VIRAM. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS Oração subordinada adjetiva é aquela que tem o valor e a função de um adjetivo. Há dois tipos de orações subordinadas adjetivas: 1) EXPLICATIVAS: Explicam ou esclarecem, à maneira de aposto, o termo antecedente, atribuindo-lhe uma qualidade que lhe é inerente ou acrescentando-lhe uma informação. Deus, QUE É NOSSO PAI, nos salvará. Ele, QUE NASCEU RICO, acabou na miséria. 7) FINAIS: exprimem finalidade, objeto: Fiz-lhe sinal QUE SE CALASSE. Aproximei-me A FIM DE QUE ME OUVISSE MELHOR. 8) PROPORCIONAIS: denotam proporcionalidade: À MEDIDA QUE SE VIVE, mais se aprende. QUANTO MAIOR FOR A ALTURA, maior será o tombo. 9) TEMPORAIS: indicam o tempo em que se realiza o fato expresso na oração principal: ENQUANTO FOI RICO todos o procuravam. QUANDO OS TIRANOS CAEM, os povos se levantam. 10) MODAIS: exprimem modo, maneira: Entrou na sala SEM QUE NOS CUMPRIMENTASSE. Aqui viverás em paz, SEM QUE NINGUÉM TE INCOMODE. ORAÇÕES REDUZIDAS Oração reduzida é aquela que tem o verbo numa das formas nominais: gerúndio, infinitivo e particípio. Exemplos: Penso ESTAR PREPARADO = Penso QUE ESTOU PREPARADO. Dizem TER ESTADO LÁ = Dizem QUE ESTIVERAM LÁ. FAZENDO ASSIM, conseguirás = SE FIZERES ASSIM, conseguirás. É bom FICARMOS ATENTOS. = É bom QUE FIQUEMOS ATENTOS. AO SABER DISSO, entristeceu-se = QUANDO SOUBE DISSO, entristeceu-se. É interesse ESTUDARES MAIS = É interessante QUE ESTUDES MAIS. SAINDO DAQUI, procure-me. = QUANDO SAIR DAQUI, procureme. 2) RESTRITIVAS: Restringem ou limitam a significação do termo antecedente, sendo indispensáveis ao sentido da frase: Pedra QUE ROLA não cria limo. As pessoas A QUE A GENTE SE DIRIGE sorriem. Ele, QUE SEMPRE NOS INCENTIVOU, não está mais aqui. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS Oração subordinada adverbial é aquela que tem o valor e a função de um advérbio. As orações subordinadas adverbiais classificam-se em: 1) CAUSAIS: exprimem causa, motivo, razão: Desprezam-me, POR ISSO QUE SOU POBRE. O tambor soa PORQUE É OCO. 2) COMPARATIVAS: representam o segundo termo de uma comparação. O som é menos veloz QUE A LUZ. Parou perplexo COMO SE ESPERASSE UM GUIA. 3) CONCESSIVAS: exprimem um fato que se concede, que se admite: POR MAIS QUE GRITASSE, não me ouviram. Os louvores, PEQUENOS QUE SEJAM, são ouvidos com agrado. CHOVESSE OU FIZESSE SOL, o Major não faltava. 4) CONDICIONAIS: exprimem condição, hipótese: SE O CONHECESSES, não o condenarias. Que diria o pai SE SOUBESSE DISSO? 5) CONFORMATIVAS: exprimem acordo ou conformidade de um fato com outro: Fiz tudo COMO ME DISSERAM. Vim hoje, CONFORME LHE PROMETI. 6) CONSECUTIVAS: exprimem uma consequência, um resultado: A fumaça era tanta QUE EU MAL PODIA ABRIR OS OLHOS. Bebia QUE ERA UMA LÁSTIMA! Tenho medo disso QUE ME PÉLO! Língua Portuguesa 33 CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL Concordância é o processo sintático no qual uma palavra determinante se adapta a uma palavra determinada, por meio de suas flexões. Principais Casos de Concordância Nominal 1) O artigo, o adjetivo, o pronome relativo e o numeral concordam em gênero e número com o substantivo. As primeiras alunas da classe foram passear no zoológico. 2) O adjetivo ligado a substantivos do mesmo gênero e número vão normalmente para o plural. Pai e filho estudiosos ganharam o prêmio. 3) O adjetivo ligado a substantivos de gêneros e número diferentes vai para o masculino plural. Alunos e alunas estudiosos ganharam vários prêmios. 4) O adjetivo posposto concorda em gênero com o substantivo mais próximo: Trouxe livros e revista especializada. 5) O adjetivo anteposto pode concordar com o substantivo mais próximo. Dedico esta música à querida tia e sobrinhos. 6) O adjetivo que funciona como predicativo do sujeito concorda com o sujeito. Meus amigos estão atrapalhados. 7) O pronome de tratamento que funciona como sujeito pede o predicativo no gênero da pessoa a quem se refere. Sua excelência, o Governador, foi compreensivo. 8) Os substantivos acompanhados de numerais precedidos de artigo vão para o singular ou para o plural. Já estudei o primeiro e o segundo livro (livros). 9) Os substantivos acompanhados de numerais em que o primeiro vier precedido de artigo e o segundo não vão para o plural. Já estudei o primeiro e segundo livros. 10) O substantivo anteposto aos numerais vai para o plural. Já li os capítulos primeiro e segundo do novo livro. 11) As palavras: MESMO, PRÓPRIO e SÓ concordam com o nome a que se referem. Ela mesma veio até aqui. Eles chegaram sós. Eles próprios escreveram.

38 12) A palavra OBRIGADO concorda com o nome a que se refere. Muito obrigado. (masculino singular) Muito obrigada. (feminino singular). 13) A palavra MEIO concorda com o substantivo quando é adjetivo e fica invariável quando é advérbio. Quero meio quilo de café. Minha mãe está meio exausta. É meio-dia e meia. (hora) 14) As palavras ANEXO, INCLUSO e JUNTO concordam com o substantivo a que se referem. Trouxe anexas as fotografias que você me pediu. A expressão em anexo é invariável. Trouxe em anexo estas fotos. 15) Os adjetivos ALTO, BARATO, CONFUSO, FALSO, etc, que substituem advérbios em MENTE, permanecem invariáveis. Vocês falaram alto demais. O combustível custava barato. Você leu confuso. Ela jura falso. 16) CARO, BASTANTE, LONGE, se advérbios, não variam, se adjetivos, sofrem variação normalmente. Esses pneus custam caro. Conversei bastante com eles. Conversei com bastantes pessoas. Estas crianças moram longe. Conheci longes terras. CONCORDÂNCIA VERBAL CASOS GERAIS 1) O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa. O menino chegou. Os meninos chegaram. 2) Sujeito representado por nome coletivo deixa o verbo no singular. O pessoal ainda não chegou. A turma não gostou disso. Um bando de pássaros pousou na árvore. 3) Se o núcleo do sujeito é um nome terminado em S, o verbo só irá ao plural se tal núcleo vier acompanhado de artigo no plural. Os Estados Unidos são um grande país. Os Lusíadas imortalizaram Camões. Os Alpes vivem cobertos de neve. Em qualquer outra circunstância, o verbo ficará no singular. Flores já não leva acento. O Amazonas deságua no Atlântico. Campos foi a primeira cidade na América do Sul a ter luz elétrica. 4) Coletivos primitivos (indicam uma parte do todo) seguidos de nome no plural deixam o verbo no singular ou levam-no ao plural, indiferentemente. A maioria das crianças recebeu, (ou receberam) prêmios. A maior parte dos brasileiros votou (ou votaram). 5) O verbo transitivo direto ao lado do pronome SE concorda com o sujeito paciente. Vende-se um apartamento. Vendem-se alguns apartamentos. 6) O pronome SE como símbolo de indeterminação do sujeito leva o verbo para a 3ª pessoa do singular. Precisa-se de funcionários. 7) A expressão UM E OUTRO pede o substantivo que a acompanha no singular e o verbo no singular ou no plural. Um e outro texto me satisfaz. (ou satisfazem) 8) A expressão UM DOS QUE pede o verbo no singular ou no plural. Ele é um dos autores que viajou (viajaram) para o Sul. 9) A expressão MAIS DE UM pede o verbo no singular. Mais de um jurado fez justiça à minha música. 10) As palavras: TUDO, NADA, ALGUÉM, ALGO, NINGUÉM, quando empregadas como sujeito e derem ideia de síntese, pedem o verbo no singular. As casas, as fábricas, as ruas, tudo parecia poluição. 11) Os verbos DAR, BATER e SOAR, indicando hora, acompanham o sujeito. Deu uma hora. Deram três horas. Bateram cinco horas. Naquele relógio já soaram duas horas. Língua Portuguesa 34 12) A partícula expletiva ou de realce É QUE é invariável e o verbo da frase em que é empregada concorda normalmente com o sujeito. Ela é que faz as bolas. Eu é que escrevo os programas. 13) O verbo concorda com o pronome antecedente quando o sujeito é um pronome relativo. Ele, que chegou atrasado, fez a melhor prova. Fui eu que fiz a lição Quando a LIÇÃO é pronome relativo, há várias construções possíveis. que: Fui eu que fiz a lição. quem: Fui eu quem fez a lição. o que: Fui eu o que fez a lição. 14) Verbos impessoais - como não possuem sujeito, deixam o verbo na terceira pessoa do singular. Acompanhados de auxiliar, transmitem a este sua impessoalidade. Chove a cântaros. Ventou muito ontem. Deve haver muitas pessoas na fila. Pode haver brigas e discussões. CONCORDÂNCIA DOS VERBOS SER E PARECER 1) Nos predicados nominais, com o sujeito representado por um dos pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO, os verbos SER e PA- RECER concordam com o predicativo. Tudo são esperanças. Aquilo parecem ilusões. Aquilo é ilusão. 2) Nas orações iniciadas por pronomes interrogativos, o verbo SER concorda sempre com o nome ou pronome que vier depois. Que são florestas equatoriais? Quem eram aqueles homens? 3) Nas indicações de horas, datas, distâncias, a concordância se fará com a expressão numérica. São oito horas. Hoje são 19 de setembro. De Botafogo ao Leblon são oito quilômetros. 4) Com o predicado nominal indicando suficiência ou falta, o verbo SER fica no singular. Três batalhões é muito pouco. Trinta milhões de dólares é muito dinheiro. 5) Quando o sujeito é pessoa, o verbo SER fica no singular. Maria era as flores da casa. O homem é cinzas. 6) Quando o sujeito é constituído de verbos no infinitivo, o verbo SER concorda com o predicativo. Dançar e cantar é a sua atividade. Estudar e trabalhar são as minhas atividades. 7) Quando o sujeito ou o predicativo for pronome pessoal, o verbo SER concorda com o pronome. A ciência, mestres, sois vós. Em minha turma, o líder sou eu. 8) Quando o verbo PARECER estiver seguido de outro verbo no infinitivo, apenas um deles deve ser flexionado. Os meninos parecem gostar dos brinquedos. Os meninos parece gostarem dos brinquedos. REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL Regência é o processo sintático no qual um termo depende gramaticalmente do outro. A regência nominal trata dos complementos dos nomes (substantivos e adjetivos). Exemplos: - acesso: A = aproximação - AMOR: A, DE, PARA, PARA COM EM = promoção - aversão: A, EM, PARA, POR

39 PARA = passagem A regência verbal trata dos complementos do verbo. ALGUNS VERBOS E SUA REGÊNCIA CORRETA 1. ASPIRAR - atrair para os pulmões (transitivo direto) pretender (transitivo indireto) No sítio, aspiro o ar puro da montanha. Nossa equipe aspira ao troféu de campeã. 2. OBEDECER - transitivo indireto Devemos obedecer aos sinais de trânsito. 3. PAGAR - transitivo direto e indireto Já paguei um jantar a você. 4. PERDOAR - transitivo direto e indireto. Já perdoei aos meus inimigos as ofensas. 5. PREFERIR - (= gostar mais de) transitivo direto e indireto Prefiro Comunicação à Matemática. 6. INFORMAR - transitivo direto e indireto. Informei-lhe o problema. 7. ASSISTIR - morar, residir: Assisto em Porto Alegre. amparar, socorrer, objeto direto O médico assistiu o doente. PRESENCIAR, ESTAR PRESENTE - objeto direto Assistimos a um belo espetáculo. SER-LHE PERMITIDO - objeto indireto Assiste-lhe o direito. emprestar - Emprestei dinheiro ao colega. ensinar - Ensino a tabuada aos alunos. agradecer - Agradeço as graças a Deus. pedir - Pedi um favor ao colega. 16. IMPLICAR - no sentido de acarretar, resultar, exige objeto direto: O amor implica renúncia. no sentido de antipatizar, ter má vontade, constrói-se com a preposição COM: O professor implicava com os alunos no sentido de envolver-se, comprometer-se, constrói-se com a preposição EM: Implicou-se na briga e saiu ferido 17. IR - quando indica tempo definido, determinado, requer a preposição A: Ele foi a São Paulo para resolver negócios. quando indica tempo indefinido, indeterminado, requer PARA: Depois de aposentado, irá definitivamente para o Mato Grosso. 18. CUSTAR - Empregado com o sentido de ser difícil, não tem pessoa como sujeito: O sujeito será sempre "a coisa difícil", e ele só poderá aparecer na 3ª pessoa do singular, acompanhada do pronome oblíquo. Quem sente dificuldade, será objeto indireto. Custou-me confiar nele novamente. Custar-te-á aceitá-la como nora. 8. ATENDER - dar atenção Atendi ao pedido do aluno. CONSIDERAR, ACOLHER COM ATENÇÃO - objeto direto Atenderam o freguês com simpatia. 9. QUERER - desejar, querer, possuir - objeto direto A moça queria um vestido novo. GOSTAR DE, ESTIMAR, PREZAR - objeto indireto O professor queria muito a seus alunos. 10. VISAR - almejar, desejar - objeto indireto Todos visamos a um futuro melhor. APONTAR, MIRAR - objeto direto O artilheiro visou a meta quando fez o gol. pôr o sinal de visto - objeto direto O gerente visou todos os cheques que entraram naquele dia. 11. OBEDECER e DESOBEDECER - constrói-se com objeto indireto Devemos obedecer aos superiores. Desobedeceram às leis do trânsito. 12. MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE, ESTABELECER-SE exigem na sua regência a preposição EM O armazém está situado na Farrapos. Ele estabeleceu-se na Avenida São João. 13. PROCEDER - no sentido de "ter fundamento" é intransitivo. Essas tuas justificativas não procedem. no sentido de originar-se, descender, derivar, proceder, constrói-se com a preposição DE. Algumas palavras da Língua Portuguesa procedem do tupi-guarani no sentido de dar início, realizar, é construído com a preposição A. O secretário procedeu à leitura da carta. 14. ESQUECER E LEMBRAR quando não forem pronominais, constrói-se com objeto direto: Esqueci o nome desta aluna. Lembrei o recado, assim que o vi. quando forem pronominais, constrói-se com objeto indireto: Esqueceram-se da reunião de hoje. Lembrei-me da sua fisionomia. 15. Verbos que exigem objeto direto para coisa e indireto para pessoa. perdoar - Perdoei as ofensas aos inimigos. pagar - Pago o 13 aos professores. dar - Daremos esmolas ao pobre. Língua Portuguesa 35 PROVA SIMULADA 01. Assinale a alternativa correta quanto ao uso e à grafia das palavras. (A) Na atual conjetura, nada mais se pode fazer. (B) O chefe deferia da opinião dos subordinados. (C) O processo foi julgado em segunda estância. (D) O problema passou despercebido na votação. (E) Os criminosos espiariam suas culpas no exílio. 02. A alternativa correta quanto ao uso dos verbos é: (A) Quando ele vir suas notas, ficará muito feliz. (B) Ele reaveu, logo, os bens que havia perdido. (C) A colega não se contera diante da situação. (D) Se ele ver você na rua, não ficará contente. (E) Quando você vir estudar, traga seus livros. 03. O particípio verbal está corretamente empregado em: (A) Não estaríamos salvados sem a ajuda dos barcos. (B) Os garis tinham chego às ruas às dezessete horas. (C) O criminoso foi pego na noite seguinte à do crime. (D) O rapaz já tinha abrido as portas quando chegamos. (E) A faxineira tinha refazido a limpeza da casa toda. 04. Assinale a alternativa que dá continuidade ao texto abaixo, em conformidade com a norma culta. Nem só de beleza vive a madrepérola ou nácar. Essa substância do interior da concha de moluscos reúne outras características interessantes, como resistência e flexibilidade. (A) Se puder ser moldada, daria ótimo material para a confecção de componentes para a indústria. (B) Se pudesse ser moldada, dá ótimo material para a confecção de componentes para a indústria. (C) Se pode ser moldada, dá ótimo material para a confecção de componentes para a indústria. (D) Se puder ser moldada, dava ótimo material para a confecção de componentes para a indústria. (E) Se pudesse ser moldada, daria ótimo material para a confecção de componentes para a indústria. 05. O uso indiscriminado do gerúndio tem-se constituído num problema para a expressão culta da língua. Indique a única alternativa em que ele está empregado conforme o padrão culto. (A) Após aquele treinamento, a corretora está falando muito bem. (B) Nós vamos estar analisando seus dados cadastrais ainda hoje. (C) Não haverá demora, o senhor pode estar aguardando na linha.

40 (D) (E) No próximo sábado, procuraremos estar liberando o seu carro. Breve, queremos estar entregando as chaves de sua nova casa. 06. De acordo com a norma culta, a concordância nominal e verbal está correta em: (A) As características do solo são as mais variadas possível. (B) A olhos vistos Lúcia envelhecia mais do que rapidamente. (C) Envio-lhe, em anexos, a declaração de bens solicitada. (D) Ela parecia meia confusa ao dar aquelas explicações. (E) Qualquer que sejam as dúvidas, procure saná-las logo. 07. Assinale a alternativa em que se respeitam as normas cultas de flexão de grau. (A) Nas situações críticas, protegia o colega de quem era amiquíssimo. (B) Mesmo sendo o Canadá friosíssimo, optou por permanecer lá durante as férias. (C) No salto, sem concorrentes, seu desempenho era melhor de todos. (D) Diante dos problemas, ansiava por um resultado mais bom que ruim. (E) Comprou uns copos baratos, de cristal, da mais malíssima qualidade. Nas questões de números 08 e 09, assinale a alternativa cujas palavras completam, correta e respectivamente, as frases dadas. 08. Os pesquisadores trataram de avaliar visão público financiamento estatal ciência e tecnologia. (A) à... sobre o... do... para (B) a... ao... do... para (C) à... do... sobre o... a (D) à... ao... sobre o... à (E) a... do... sobre o... à 09. Quanto perfil desejado, com vistas qualidade dos candidatos, a franqueadora procura ser muito mais criteriosa ao contratá-los, pois eles devem estar aptos comercializar seus produtos. (A) ao... a... à (B) àquele... à... à (C) àquele...à... a (D) ao... à... à (E) àquele... a... a 10. Assinale a alternativa gramaticalmente correta de acordo com a norma culta. (A) Bancos de dados científicos terão seu alcance ampliado. E isso trarão grandes benefícios às pesquisas. (B) Fazem vários anos que essa empresa constrói parques, colaborando com o meio ambiente. (C) Laboratórios de análise clínica tem investido em institutos, desenvolvendo projetos na área médica. (D) Havia algumas estatísticas auspiciosas e outras preocupantes apresentadas pelos economistas. (E) Os efeitos nocivos aos recifes de corais surge para quem vive no litoral ou aproveitam férias ali. 11. A frase correta de acordo com o padrão culto é: (A) Não vejo mal no Presidente emitir medidas de emergência devido às chuvas. (B) Antes de estes requisitos serem cumpridos, não receberemos reclamações. (C) Para mim construir um país mais justo, preciso de maior apoio à cultura. (D) Apesar do advogado ter defendido o réu, este não foi poupado da culpa. (E) Faltam conferir três pacotes da mercadoria. 13. Assinale a alternativa em que se colocam os pronomes de acordo com o padrão culto. (A) Quando possível, transmitirei-lhes mais informações. (B) Estas ordens, espero que cumpram-se religiosamente. (C) O diálogo a que me propus ontem, continua válido. (D) Sua decisão não causou-lhe a felicidade esperada. (E) Me transmita as novidades quando chegar de Paris. 14. O pronome oblíquo representa a combinação das funções de objeto direto e indireto em: (A) Apresentou-se agora uma boa ocasião. (B) A lição, vou fazê-la ainda hoje mesmo. (C) Atribuímos-lhes agora uma pesada tarefa. (D) A conta, deixamo-la para ser revisada. (E) Essa história, contar-lha-ei assim que puder. 15. Desejava o diploma, por isso lutou para obtê-lo. Substituindo-se as formas verbais de desejar, lutar e obter pelos respectivos substantivos a elas correspondentes, a frase correta é: (A) O desejo do diploma levou-o a lutar por sua obtenção. (B) O desejo do diploma levou-o à luta em obtê-lo. (C) O desejo do diploma levou-o à luta pela sua obtenção. (D) Desejoso do diploma foi à luta pela sua obtenção. (E) Desejoso do diploma foi lutar por obtê-lo. 16. Ao Senhor Diretor de Relações Públicas da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Face à proximidade da data de inauguração de nosso Teatro Educativo, por ordem de, Doutor XXX, Digníssimo Secretário da Educação do Estado de YYY, solicitamos a máxima urgência na antecipação do envio dos primeiros convites para o Excelentíssimo Senhor Governador do Estado de São Paulo, o Reverendíssimo Cardeal da Arquidiocese de São Paulo e os Reitores das Universidades Paulistas, para que essas autoridades possam se programar e participar do referido evento. Atenciosamente, ZZZ Assistente de Gabinete. De acordo com os cargos das diferentes autoridades, as lacunas são correta e adequadamente preenchidas, respectivamente, por (A) Ilustríssimo... Sua Excelência... Magníficos (B) Excelentíssimo... Sua Senhoria... Magníficos (C) Ilustríssimo... Vossa Excelência... Excelentíssimos (D) Excelentíssimo... Sua Senhoria... Excelentíssimos (E) Ilustríssimo... Vossa Senhoria... Digníssimos 17. Assinale a alternativa em que, de acordo com a norma culta, se respeitam as regras de pontuação. (A) Por sinal, o próprio Senhor Governador, na última entrevista, revelou, que temos uma arrecadação bem maior que a prevista. (B) Indagamos, sabendo que a resposta é obvia: que se deve a uma sociedade inerte diante do desrespeito à sua própria lei? Nada. (C) O cidadão, foi preso em flagrante e, interrogado pela Autoridade Policial, confessou sua participação no referido furto. (D) Quer-nos parecer, todavia, que a melhor solução, no caso deste funcionário, seja aquela sugerida, pela própria chefia. (E) Impunha-se, pois, a recuperação dos documentos: as certidões negativas, de débitos e os extratos, bancários solicitados. 12. A maior parte das empresas de franquia pretende expandir os negócios das empresas de franquia pelo contato direto com os possíveis investidores, por meio de entrevistas. Esse contato para fins de seleção não só permite às empresas avaliar os investidores com relação aos negócios, mas também identificar o perfil desejado dos investidores. (Texto adaptado) Para eliminar as repetições, os pronomes apropriados para substituir as expressões: das empresas de franquia, às empresas, os investidores e dos investidores, no texto, são, respectivamente: (A) seus... lhes... los... lhes (B) delas... a elas... lhes... deles (C) seus... nas... los... deles (D) delas... a elas... lhes... seu (E) seus... lhes... eles... neles 18. O termo oração, entendido como uma construção com sujeito e predicado que formam um período simples, se aplica, adequadamente, apenas a: (A) Amanhã, tempo instável, sujeito a chuvas esparsas no litoral. (B) O vigia abandonou a guarita, assim que cumpriu seu período. (C) O passeio foi adiado para julho, por não ser época de chuvas. (D) Muito riso, pouco siso provérbio apropriado à falta de juízo. (E) Os concorrentes à vaga de carteiro submeteram-se a exames. Leia o período para responder às questões de números 19 e 20. O livro de registro do processo que você procurava era o que estava sobre o balcão. Língua Portuguesa 36

41 19. No período, os pronomes o e que, na respectiva sequência, remetem a (A) processo e livro. (B) livro do processo. (C) processos e processo. (D) livro de registro. (E) registro e processo. 20. Analise as proposições de números I a IV com base no período acima: I. há, no período, duas orações; II. o livro de registro do processo era o, é a oração principal; III. os dois quê(s) introduzem orações adverbiais; IV. de registro é um adjunto adnominal de livro. Está correto o contido apenas em (A) II e IV. (B) III e IV. (C) I, II e III. (D) I, II e IV. (E) I, III e IV. 21. O Meretíssimo Juiz da 1.ª Vara Cível devia providenciar a leitura do acórdão, e ainda não o fez. Analise os itens relativos a esse trecho: I. as palavras Meretíssimo e Cível estão incorretamente grafadas; II. ainda é um adjunto adverbial que exclui a possibilidade da leitura pelo Juiz; III. o e foi usado para indicar oposição, com valor adversativo equivalente ao da palavra mas; IV. em ainda não o fez, o o equivale a isso, significando leitura do acórdão, e fez adquire o respectivo sentido de devia providenciar. Está correto o contido apenas em (A) II e IV. (B) III e IV. (C) I, II e III. (D) I, III e IV. (E) II, III e IV. 22. O rapaz era campeão de tênis. O nome do rapaz saiu nos jornais. Ao transformar os dois períodos simples num único período composto, a alternativa correta é: (A) O rapaz cujo nome saiu nos jornais era campeão de tênis. (B) O rapaz que o nome saiu nos jornais era campeão de tênis. (C) O rapaz era campeão de tênis, já que seu nome saiu nos jornais. (D) O nome do rapaz onde era campeão de tênis saiu nos jornais. (E) O nome do rapaz que saiu nos jornais era campeão de tênis. 23. O jardineiro daquele vizinho cuidadoso podou, ontem, os enfraquecidos galhos da velha árvore. Assinale a alternativa correta para interrogar, respectivamente, sobre o adjunto adnominal de jardineiro e o objeto direto de podar. (A) Quem podou? e Quando podou? (B) Qual jardineiro? e Galhos de quê? (C) Que jardineiro? e Podou o quê? (D) Que vizinho? e Que galhos? (E) Quando podou? e Podou o quê? 24. O público observava a agitação dos lanterninhas da plateia. Sem pontuação e sem entonação, a frase acima tem duas possibilidades de leitura. Elimina-se essa ambiguidade pelo estabelecimento correto das relações entre seus termos e pela sua adequada pontuação em: (A) O público da plateia, observava a agitação dos lanterninhas. (B) O público observava a agitação da plateia, dos lanterninhas. (C) O público observava a agitação, dos lanterninhas da plateia. (D) Da plateia o público, observava a agitação dos lanterninhas. (E) Da plateia, o público observava a agitação dos lanterninhas. 25. Felizmente, ninguém se machucou. Lentamente, o navio foi se afastando da costa. Considere: I. felizmente completa o sentido do verbo machucar; II. felizmente e lentamente classificam-se como adjuntos adverbiais de modo; Língua Portuguesa 37 III. felizmente se refere ao modo como o falante se coloca diante do fato; IV. lentamente especifica a forma de o navio se afastar; V. felizmente e lentamente são caracterizadores de substantivos. Está correto o contido apenas em (A) I, II e III. (B) I, II e IV. (C) I, III e IV. (D) II, III e IV. (E) III, IV e V. 26. O segmento adequado para ampliar a frase Ele comprou o carro..., indicando concessão, é: (A) para poder trabalhar fora. (B) como havia programado. (C) assim que recebeu o prêmio. (D) porque conseguiu um desconto. (E) apesar do preço muito elevado. 27. É importante que todos participem da reunião. O segmento que todos participem da reunião, em relação a É importante, é uma oração subordinada (A) adjetiva com valor restritivo. (B) substantiva com a função de sujeito. (C) substantiva com a função de objeto direto. (D) adverbial com valor condicional. (E) substantiva com a função de predicativo. 28. Ele realizou o trabalho como seu chefe o orientou. A relação estabelecida pelo termo como é de (A) comparatividade. (B) adição. (C) conformidade. (D) explicação. (E) consequência. 29. A região alvo da expansão das empresas,, das redes de franquias, é a Sudeste, as demais regiões também serão contempladas em diferentes proporções; haverá,, planos diversificados de acordo com as possibilidades de investimento dos possíveis franqueados. A alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas e relaciona corretamente as ideias do texto, é: (A) digo... portanto... mas (B) como... pois... mas (C) ou seja... embora... pois (D) ou seja... mas... portanto (E) isto é... mas... como 30. Assim que as empresas concluírem o processo de seleção dos investidores, os locais das futuras lojas de franquia serão divulgados. A alternativa correta para substituir Assim que as empresas concluírem o processo de seleção dos investidores por uma oração reduzida, sem alterar o sentido da frase, é: (A) Porque concluindo o processo de seleção dos investidores... (B) Concluído o processo de seleção dos investidores... (C) Depois que concluíssem o processo de seleção dos investidores... (D) Se concluído do processo de seleção dos investidores... (E) Quando tiverem concluído o processo de seleção dos investidores... RESPOSTAS 01. D 11. B 21. B 02. A 12. A 22. A 03. C 13. C 23. C 04. E 14. E 24. E 05. A 15. C 25. D 06. B 16. A 26. E 07. D 17. B 27. B 08. E 18. E 28. C 09. C 19. D 29. D 10. D 20. A 30. B

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43 RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS ENVOLVENDO FRAÇÕES, CONJUNTOS, PORCENTAGENS, SEQUÊNCIAS (COM NÚMEROS, COM FIGURAS, DE PALAVRAS). NÚMEROS RACIONAIS Os números racionais são representados por um numeral em forma de fração ou razão, a b ser diferente de zero., sendo a e b números naturais, com a condição de b 1. NÚMERO FRACIONARIO. A todo par ordenado (a, b) de números a naturais, sendo b 0, corresponde um número fracionário.o termo a chama-se numerador e o termo b denominador. 2. TODO NÚMERO NATURAL pode ser representado por uma fração de denominador 1. Logo, é possível reunir tanto os números naturais como os fracionários num único conjunto, denominado conjunto dos números racionais absolutos, ou simplesmente conjunto dos números racionais Q. b b) próprias: aquelas que representam quantidades menores do que ,, =, etc. c) impróprias: as que indicam quantidades iguais ou maiores que 1 = 5 8 9,,, etc. d) aparentes: todas as que simbolizam um número natural = = 5, = 4 2, etc. e) ordinárias: é o nome geral dado a todas as frações, com exceção daquelas que possuem como denominador 10, 10 2, f) frações iguais: são as que possuem os termos iguais = = 3 8, =, etc g) forma mista de uma fração: é o nome dado ao numeral formado por uma parte natural e uma parte fracionária; 2 A parte natural é 2 e a parte fracionária h) irredutível: é aquela que não pode ser mais simplificada, por ter seus termos primos entre si. 3 4, 5 12, 3 7, etc. Qual seria a definição de um número racional absoluto ou simplesmente racional? A definição depende das seguintes considerações: a) O número representado por uma fração não muda de valor quando multiplicamos ou dividimos tanto o numerador como o denominador por um mesmo número natural, diferente de zero. Exemplos: usando um novo símbolo: é o símbolo de equivalência para frações b) Classe de equivalência. É o conjunto de todas as frações equivalentes a uma fração dada. 3, 1 6, ,, (classe de equivalência da fração: ) Agora já podemos definir número racional : número racional é aquele definido por uma classe de equivalência da qual cada fração é um representante. NÚMERO RACIONAL NATURAL ou NÚMERO NATURAL: 0 0 = = = (definido pela classe de equivalência que representa o mesmo número racional 0) = = = (definido pela classe de equivalência que re- 1 2 presenta o mesmo número racional 1) e assim por diante. NÚMERO RACIONAL FRACIONÁRIO ou NÚMERO FRACIONÁRIO: = = = Raciocínio Lógico e Matemático (definido pela classe de equivalência que representa o mesmo número racional 1/2). NOMES DADOS ÀS FRAÇÕES DIVERSAS a) decimais: quando têm como denominador 10 ou uma potência de 5 7, =, etc PARA SIMPLIFICAR UMA FRAÇÃO, desde que não possua termos primos entre si, basta dividir os dois ternos pelo seu divisor comum. 8 = 12 8 : 4 12 : 4 2 = 3 5. COMPARAÇÃO DE FRAÇÕES. Para comparar duas ou mais frações quaisquer primeiramente convertemos em frações equivalentes de mesmo denominador. De duas frações que têm o mesmo denominador, a maior é a que tem maior numerador. Logo: 6 8 < < (ordem crescente) 1 2 < 2 3 De duas frações que têm o mesmo numerador, a maior é a que tem menor denominador. Exemplo: 7 > < 3 4 OPERAÇÕES COM FRAÇÕES ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO A soma ou a diferença de duas frações é uma outra fração, cujo calculo recai em um dos dois casos seguintes: 1º CASO: Frações com mesmo denominador. Observemos as figuras seguintes:

44 Indicamos por: Indicamos por: = = Assim, para adicionar ou subtrair frações de mesmo denominador, procedemos do seguinte modo: adicionamos ou subtraímos os numeradores e mantemos o denominador comum. simplificamos o resultado, sempre que possível. 2 6 Exemplos a) + + = = = = = b) = = = = = = 24 Havendo número misto, devemos transformá-lo em fração imprópria: Exemplo: = = = = Exemplos: = = = = = = = = = = = 7 7 Observação: A subtração só pode ser efetuada quando o minuendo é maior que o subtraendo, ou igual a ele. 2º CASO: Frações com denominadores diferentes: Neste caso, para adicionar ou subtrair frações com denominadores diferentes, procedemos do seguinte modo: Reduzimos as frações ao mesmo denominador. Efetuamos a operação indicada, de acordo com o caso anterior. Simplificamos o resultado (quando possível). Exemplos: 1 2 1) + = = + = = = = = Raciocínio Lógico e Matemático 0 5 2) 8 = = = = 24 3 = 6 12 = = Observações: Para adicionar mais de duas frações, reduzimos todas ao mesmo denominador e, em seguida, efetuamos a operação Se a expressão apresenta os sinais de parênteses ( ), colchetes [ ] e chaves { }, observamos a mesma ordem: 1º) efetuamos as operações no interior dos parênteses; 2º) as operações no interior dos colchetes; 3º) as operações no interior das chaves. Exemplos: 2 3 1) = = = = = = = 5 + = = 6 6 = = = = = = = ) = = 5 + = =

45 NÚMEROS RACIONAIS Calcular o mmc (3,4): MMC(3,4) = ( 12 : 3 ) 1 ( 4 ) 3 e = e 12 : temos: e Um círculo foi dividido em duas partes iguais. Dizemos que uma unidade dividida em duas partes iguais e indicamos 1/2. onde: 1 = numerador e 2 = denominador A fração 3 1 é equivalente a A fração 4 3 equivalente Um círculo dividido em 3 partes iguais indicamos (das três partes hachuramos 2). Quando o numerador é menor que o denominador temos uma fração própria. Observe: Observe: Quando o numerador é maior que o denominador temos uma fração imprópria. FRAÇÕES EQUIVALENTES Duas ou mais frações são equivalentes, quando representam a mesma quantidade. Exercícios: 1) Achar três frações equivalentes às seguintes frações: 1 2 1) 2) Respostas: 1),, 2),, COMPARAÇÃO DE FRAÇÕES a) Frações de denominadores iguais. Se duas frações tem denominadores iguais a maior será aquela: que tiver maior numerador. 3 1 Ex.: > 4 4 ou 1 4 < 3 4 b) Frações com numeradores iguais Se duas frações tiverem numeradores iguais, a menor será aquela que tiver maior denominador. 7 7 Ex.: > 4 5 ou 7 5 < 7 4 c) Frações com numeradores e denominadores receptivamente diferentes. Reduzimos ao mesmo denominador e depois comparamos. Exemplos: 2 1 > denominadores iguais (ordem decrescente) > numeradores iguais (ordem crescente) 5 3 Simplificação de frações Para simplificar frações devemos dividir o numerador e o denominador por um número diferente de zero. Dizemos que: 1 2 = Raciocínio Lógico e Matemático = - Para obter frações equivalentes, devemos multiplicar ou dividir o numerador por mesmo número diferente de zero Ex: = ou. = Para simplificar frações devemos dividir o numerador e o denominador, por um mesmo número diferente de zero. Quando não for mais possível efetuar as divisões dizemos que a fração é irredutível. Exemplo: 18 : Exemplo: = e = Fração Irredutível ou Simplificada 3 Quando não for mais possível efetuar as divisões, dizemos que a fração é irredutível. Exemplo: 18 : 2 9 : 3 3 = = 12 : 2 6 : 3 2 Fração irredutível ou simplificada. 9 Exercícios: Simplificar 1) 12 3 Respostas: 1) ) 45 2) 4 5 Redução de frações ao menor denominador comum Ex.: 1 3 e 3 4

46 Calcular o mmc (3,4) = ( 12 : 3 ) 1 ( 4 ) 3 e = e 12 : temos: e A fração é equivalente a. A fração equivalente Exercícios: Calcular: ) 2) 3) Respostas: 1) = 2) = 3) DIVISÃO DE FRAÇÕES Exemplo: 2 4? numeradores diferentes e denominadores diferentes 3 5 = m.m.c.(3, 5) = 15 (15 : 3).2 (15.5) ? = < (ordem crescente) Exercícios: Colocar em ordem crescente: ) e 2) e 3), e Respostas: 1) < 2) < ) < < OPERAÇÕES COM FRAÇÕES 1) Adição e Subtração a) Com denominadores iguais somam-se ou subtraem-se os numeradores e conserva-se o denominador comum Ex: + + = = = = b) Com denominadores diferentes reduz ao mesmo denominador depois soma ou subtrai. Ex: ) + + = mmc. (2, 4, 3) = (12 : 2).1+ (12 : 4).3 + (12.3) = = ) = mmc. (3,9) = (9 : 3).4 - (9 : 9) = = 9 Exercícios. Calcular: ) + + 2) 3) Respostas: 1) 2) = 3) MULTIPLICAÇÃO DE FRAÇÕES Para multiplicar duas ou mais frações devemos multiplicar os numeradores das frações entre si, assim como os seus denominadores. Exemplo: = x = Raciocínio Lógico e Matemático = Para dividir duas frações conserva-se a primeira e multiplica-se pelo inverso da Segunda. 4 4 Exemplo: 2 : 5 3 =. 5 Exercícios. Calcular: ) : 2) : Respostas: 1) 6 2) = = ) + : ) 1 POTENCIAÇÃO DE FRAÇÕES Eleva o numerador e o denominador ao expoente dado. Exemplo: = = Exercícios. Efetuar: ) 2) Respostas: 1) ) 3 1 2) ) 72 RADICIAÇÃO DE FRAÇÕES Extrai raiz do numerador e do denominador. Exemplo: 4 9 = Exercícios. Efetuar: 1) 1 9 Respostas: 1) 3 1 2) 4 9 = ) 5 4 3) 3) CONJUNTOS NUMÉRICOS 1. Conjunto dos números naturais Chamamos de conjunto dos números naturais, e indicamos com ln, o seguinte conjunto: ln = { 0; 1; 2; 3; 4;...} 2. Conjunto dos números inteiros Chamamos de conjuntos dos números inteiros, e indicamos com Z, o seguinte conjunto: Z = {...; -2; -1; 0; 1; 2;...) 3. Conjunto dos números racionais: Chamamos de conjunto dos números racionais, e indicamos com Q, o seguinte conjunto: p Q = x = p,q Z e q 0 q Observe que os números racionais são aqueles que podem ser escritos como quocientes de dois inteiros. 2

47 Exemplos 5 a) =5; logo 5 Q 1 2 b) = 0,4 ; logo 0,4 Q 5 15 c) = 2,5 ; logo 2,5 Q 6 1 d) = 0, ; logo 0, Q 3 Observação: Números como 5, 0,4 e 2,5 são números racionais com representação decimal finita, ou seja, podemos escrevê-los, em sua forma decimal, com um número finito de algarismos. O número 0,333..., por sua vez, é um número racional com representação decimal infinita e periódica, ou seja, só podemos escrevê-lo, em sua forma decimal, com um número infinito de algarismos, embora, a partir de um determinado ponto, haja uma repetição de algarismos até o fim. Outro exemplo de número, que admite representação decimal infinita e periódica, é 2, Observação Importante Todos os números que tenham representação decimal finita ou infinita e periódica são números racionais, ou seja, pertencem a Q.. 4. Conjunto dos números reais: Há números que não admitem representação decimal finita nem representação decimal infinita e periódica, como, por exemplo: n = 3, = 1, = 1, = 2, Estes números não são racionais: n Q, 2 Q, 3 Q, 5 Q; e, por isso mesmo, são chamados de irracionais. Podemos então definir os irracionais como sendo aqueles números que possuem uma representação decimal infinita e não-periódica. Chamamos então de conjunto dos números reais, e indicamos com IR, o seguinte conjunto: IR = ( x Í x é racional ou x é irracional ) Como vemos, o conjunto IR é a união do conjunto dos números racionais com o conjunto dos números irracionais. Usaremos o símbolo estrela (* ) quando quisermos indicar que o número zero foi excluído de um conjunto. Exemplo: N * = { 1 ; 2; 3; 4;...} ; o zero foi excluído de N. Usaremos o símbolo mais (+) quando quisermos indicar que os números negativos foram excluídos de um conjunto. Exemplo: Z+ = { 0; 1; 2;... } ; os negativos foram excluídos de Z. Usaremos o símbolo menos ( - ) quando quisermos indicar que os números positivos foram excluídos de um conjunto. Exemplo: Z- = {... ; -2; -1; 0 } ; os positivos foram excluídos de Z. Algumas vezes combinamos o símbolo (*) com o símbolo (+) ou com o símbolo (-). Exemplos * a) Z = { 1; 2; 3;... } ; o zero e os negativos foram excluídos de Z. b) * Z + = {... ; -3; -2; -1 }; o zero e os positivos foram excluídos de Z. OPERAÇÕES COM CONJUNTOS 2. Notação Normalmente adotamos, na teoria dos conjuntos, a seguinte notação: os conjuntos são indicados por letras maiúsculas: A, B, C,... ; os elementos são indicados por letras minúsculas: a, b, c, x, y,... ; o fato de um elemento x pertencer a um conjunto C é indicado com x e C; o fato de um elemento y não pertencer a um conjunto C é indicado mm y t C. 3. Representação dos conjuntos Um conjunto pode ser representado de três maneiras: por enumeração de seus elementos; por descrição de uma propriedade característica do conjunto; através de uma representação gráfica. Um conjunto é representado por enumeração quando todos os seus elementos são indicados e colocados dentro de um par de chaves. Exemplo: a) A = ( 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 ) indica o conjunto formado pelos algarismos do nosso sistema de numeração. b) B = ( a, b, c, d, e, f, g, h, 1, j,1, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, x, z ) indica o conjunto formado pelas letras do nosso alfabeto. c) Quando um conjunto possui número elevado de elementos, porém apresenta lei de formação bem clara, podemos representalo, por enumeração, indicando os primeiros e os últimos elementos, intercalados por reticências. Assim: C = ( 2; 4; 6;... ; 98 ) indica o conjunto dos números pares positivos, menores do que100. d) Ainda usando reticências, podemos representar, por enumeração, conjuntos com infinitas elementos que tenham uma lei de formação bem clara, como os seguintes: D = ( 0; 1; 2; 3;... ) indica o conjunto dos números inteiros não negativos; E = (... ; -2; -1; 0; 1; 2;... ) indica o conjunto dos números inteiros; F = ( 1; 3; 5; 7;... ) indica o conjunto dos números ímpares positivos. A representação de um conjunto por meio da descrição de uma propriedade característica é mais sintética que sua representação por enumeração. Neste caso, um conjunto C, de elementos x, será representado da seguinte maneira: C = { x x possui uma determinada propriedade } que se lê: C é o conjunto dos elementos x tal que possui uma determinada propriedade: Exemplos a) O conjunto A = { 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 } pode ser representado por descrição da seguinte maneira: A = { x x é algarismo do nosso sistema de numeração } b) O conjunto G = { a; e ;i; o, u } pode ser representado por descrição da seguinte maneira: G = { x x é vogal do nosso alfabeto } c) O conjunto H = { 2; 4; 6; 8;... } pode ser representado por descrição da seguinte maneira: H = { x x é par positivo } A representação gráfica de um conjunto é bastante cômoda. Através dela, os elementos de um conjunto são representados por pontos interiores a uma linha fechada que não se entrelaça. Os pontos exteriores a esta linha representam os elementos que não pertencem ao conjunto. Exemplo 1. Conceitos primitivos Antes de mais nada devemos saber que conceitos primitivos são noções que adotamos sem definição. Adotaremos aqui três conceitos primitivos: o de conjunto, o de elemento e o de pertinência de um elemento a um conjunto. Assim, devemos entender perfeitamente a frase: determinado elemento pertence a um conjunto, sem que tenhamos definido o que é conjunto, o que é elemento e o que significa dizer que um elemento pertence ou não a um conjunto. Raciocínio Lógico e Matemático 5 Por esse tipo de representação gráfica, chamada diagrama de Euler- Venn, percebemos que x C, y C, z C; e que a C, b C, c C, d C.

48 Exercícios resolvidos Sendo A = {1; 2; 4; 4; 5}, B={2; 4; 6; 8} e C = {4; 5}, assinale V (verdadeiro) ou F (falso): a) 1 A ( V ) b) 1 B ( F ) c) 1 C ( F ) d) 4 A ( V ) e) 4 B ( V ) f) 4 C ( V ) g) 7 A ( F ) h) 7 B ( F ) i) 7 C ( F ) l) 1 A ou 1 B ( V ) m) 1 A e 1 B ( F ) n) 4 A ou 4 B ( V ) o) 4 A e 4 B ( V ) p) 7 A ou 7 B ( F ) q) 7 A e 7 B ( F ) Represente, por enumeração, os seguintes conjuntos: a) A = { x x é mês do nosso calendário } b) B = { x x é mês do nosso calendário que não possui a letra r } c) C = { x x é letra da palavra amor } d) D = { x x é par compreendido entre 1e 11} e) E = {x x 2 = 100 } d) observe que: 2 = 2. 1 é o 1º par positivo 4 = 2. 2 é o 2 par positivo 6 = 2. 3 é o 3º par positivo 8 = 2. 4 é o 4º par positivo = é o 49º par positivo logo: n(d) = 49 e) As duas retas, esquematizadas na figura, possuem apenas um ponto comum. Logo, n( E ) = 1, e o conjunto E é, portanto, unitário. 6. Igualdade de conjuntos Vamos dizer que dois conjuntos A e 8 são iguais, e indicaremos com A = 8, se ambos possuírem os mesmos elementos. Quando isto não ocorrer, diremos que os conjuntos são diferentes e indicaremos com A B. Exemplos. a) {a;e;i;o;u} = {a;e;i;o;u} b) {a;e;i;o,u} = {i;u;o,e;a} c) {a;e;i;o;u} = {a;a;e;i;i;i;o;u;u} d) {a;e;i;o;u} {a;e;i;o} e) { x x 2 = 100} = {10; -10} f) { x x 2 = 400} {20} Resolução a) A = ( janeiro ; fevereiro; março; abril; maio ; junho; julho ; agosto ; setembro ; outubro ; novembro ; dezembro ). b) B = (maio; junho; julho; agosto ) c) C = (a; m; o; r ) d) D = ( 2; 4; 6; 8; ia ) e) E = ( 10; -10 ), pois 10 2 = 100 e -(-10 2 ) = Número de elementos de um conjunto Consideremos um conjunto C. Chamamos de número de elementos deste conjunto, e indicamos com n lcl, ao número de elementos diferentes entre si, que pertencem ao conjunto. Exemplos a) O conjunto A = { a; e; i; o; u } é tal que n(a) = 5. b) O conjunto B = { 0; 1; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 } é tal que n(b) = 10. c) O conjunto C = ( 1; 2; 3; 4;... ; 99 ) é tal que n (C) = Conjunto unitário e conjunto vazio Chamamos de conjunto unitário a todo conjunto C, tal que n (C) = 1. Exemplo: C = ( 3 ) E chamamos de conjunto vazio a todo conjunto c, tal que n(c) = 0. Exemplo: M = { x x 2 = -25} O conjunto vazio é representado por { } ou por. Exercício resolvido Determine o número de elementos dos seguintes com juntos : a) A = { x x é letra da palavra amor } b) B = { x x é letra da palavra alegria } c) c é o conjunto esquematizado a seguir d) D = ( 2; 4; 6;... ; 98 ) e) E é o conjunto dos pontos comuns às relas r e s, esquematizadas a seguir : Resolução a) n(a) = 4 b) n(b) = 6,'pois a palavra alegria, apesar de possuir dote letras, possui apenas seis letras distintas entre si. c) n(c) = 2, pois há dois elementos que pertencem a C: c e C e d e C Raciocínio Lógico e Matemático 6 7. Subconjuntos de um conjunto Dizemos que um conjunto A é um subconjunto de um conjunto B se todo elemento, que pertencer a A, também pertencer a B. Neste caso, usando os diagramas de Euler-Venn, o conjunto A estará "totalmente dentro" do conjunto B: Indicamos que A é um subconjunto de B de duas maneiras: a) A B; que deve ser lido : A é subconjunto de B ou A está contido em B ou A é parte de B; b) B A; que deve ser lido: B contém A ou B inclui A. Exemplo Sejam os conjuntos A = {x x é mineiro} e B = {x x é brasileiro} ; temos então que A B e que B A. Observações: Quando A não é subconjunto de B, indicamos com A B ou B A. Admitiremos que o conjunto vazio está contido em qualquer conjunto. 8. Número de subconjuntos de um conjunto dado Pode-se mostrar que, se um conjunto possui n elementos, então este conjunto terá 2 n subconjuntos. Exemplo O conjunto C = {1; 2 } possui dois elementos; logo, ele terá 2 2 = 4 subconjuntos. Exercício resolvido: 1. Determine o número de subconjuntos do conjunto C = la; e; 1; o; u ). Resolução: Como o conjunto C possui cinco elementos, o número dos seus subconjuntos será 2 5 = 32. Exercícios propostas: 2. Determine o número de subconjuntos do conjunto C = { 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 } Resposta: Determine o número de subconjuntos do conjunto C = ; ; ; ; ; Resposta: 32

49 OPERAÇÕES COM CONJUNTOS Resolução 1. União de conjuntos Dados dois conjuntos A e B, chamamos união ou reunião de A com B, e indicamos com A B, ao conjunto constituído por todos os elementos que pertencem a A ou a B. Usando os diagramas de Euler-Venn, e representando com hachuras a interseção dos conjuntos, temos: Exemplos a) {a;b;c} U {d;e}= {a;b;c;d;e} b) {a;b;c} U {b;c;d}={a;b;c;d} c) {a;b;c} U {a;c}={a;b;c} 2. Intersecção de conjuntos Dados dois conjuntos A e B, chamamos de interseção de A com B, e indicamos com A B, ao conjunto constituído por todos os elementos que pertencem a A e a B. Usando os diagramas de Euler-Venn, e representando com hachuras a intersecção dos conjuntos, temos: Exemplos a) {a;b;c} {d;e} = b) {a;b;c} {b;c,d} = {b;c} c) {a;b;c} {a;c} = {a;c} Quando a intersecção de dois conjuntos é vazia, como no exemplo a, dizemos que os conjuntos são disjuntos. Exercícios resolvidos 1. Sendo A = ( x; y; z ); B = ( x; w; v ) e C = ( y; u; t), determinar os seguintes conjuntos: a) A B f) B C b) A B g) A B C c) A C h) A B C d) A C e) B C i) (A B) U (A C) Resolução a) A B = {x; y; z; w; v } b) c) A B = {x } A C = {x; y;z; u; t } d) e) A C = {y } B C={x;w;v;y;u;t} f) B C= g) A B C= {x;y;z;w;v;u;t} h) A B C= i) (A B) u (A C)={x} {y}={x;y} 2. Dado o diagrama seguinte, represente com hachuras os conjuntos: a) A B C b) (A B) (A C) 3. No diagrama seguinte temos: n(a) = 20 n(b) = 30 n(a B) = 5 Determine n(a B). Resolução Se juntarmos, aos 20 elementos de A, os 30 elementos de B, estaremos considerando os 5 elementos de A n B duas vezes; o que, evidentemente, é incorreto; e, para corrigir este erro, devemos subtrair uma vez os 5 elementos de A n B; teremos então: n(a B) = n(a) + n(b) - n(a B) ou seja: n(a B) = e então: n(a B) = Conjunto complementar Dados dois conjuntos A e B, com B A, chamamos de conjunto complementar de B em relação a A, e indicamos com CA B, ao conjunto A - B. Observação: O complementar é um caso particular de diferença em que o segundo conjunto é subconjunto do primeiro. Usando os diagramas de Euler-Venn, e representando com hachuras o complementar de B em relação a A, temos: Exemplo: {a;b;c;d;e;f} - {b;d;e}= {a;c;f} Observação: O conjunto complementar de B em relação a A é formado pelos elementos que faltam para "B chegar a A"; isto é, para B se igualar a A. PORCENTAGEM 1. INTRODUÇÃO Quando você abre o jornal, liga a televisão ou olha vitrinas, frequentemente se vê às voltas com expressões do tipo: "O índice de reajuste salarial de março é de 16,19%." "O rendimento da caderneta de poupança em fevereiro foi de 18,55%." "A inflação acumulada nos últimos 12 meses foi de 381,1351. "Os preços foram reduzidos em até 0,5%." Mesmo supondo que essas expressões não sejam completamente desconhecidas para uma pessoa, é importante fazermos um estudo organizado do assunto porcentagem, uma vez que o seu conhecimento é ferramenta indispensável para a maioria dos problemas relativos à Matemática Comercial. Raciocínio Lógico e Matemático 7 2. PORCENTAGEM O estudo da porcentagem é ainda um modo de comparar números usando a proporção direta. Só que uma das razões da proporção é um fração de denominador 100. Vamos deixar isso mais claro: numa situação em que você tiver de calcular 40% de $ 300,00, o seu trabalho será deter-

50 minar um valor que represente, em 300, o mesmo que 40 em 100. Isso pode ser resumido na proporção: 40 = x Então, o valor de x será de $ 120,00. Sabendo que em cálculos de porcentagem será necessário utilizar sempre proporções diretas, fica claro, então, que qualquer problema dessa natureza poderá ser resolvido com regra de três simples. 2) Existem 4 caminhos ligando os pontos A e B, e 5 caminhos ligando os pontos B e C. Para ir de A a C, passando pelo ponto B, qual o número de trajetos diferentes que podem ser realizados? Solução: Escolher um trajeto de A a C significa escolher um caminho de A a B e depois outro, de B a C. 3. TAXA PORCENTUAL O uso de regra de três simples no cálculo de porcentagens é um recurso que torna fácil o entendimento do assunto, mas não é o único caminho possível e nem sequer o mais prático. Para simplificar os cálculos numéricos, é necessário, inicialmente, dar nomes a alguns termos. Veremos isso a partir de um exemplo. Exemplo: Calcular 20% de 800. Calcular 20%, ou de 800 é dividir 800 em 100 partes e tomar 20 dessas partes. Como a centésima parte de 800 é 8, então 20 dessas partes será 160. Chamamos: 20% de taxa porcentual; 800 de principal; 160 de porcentagem. Temos, portanto: Principal: número sobre o qual se vai calcular a porcentagem. Taxa: valor fixo, tomado a partir de cada 100 partes do principal. Porcentagem: número que se obtém somando cada uma das 100 partes do principal até conseguir a taxa. A partir dessas definições, deve ficar claro que, ao calcularmos uma porcentagem de um principal conhecido, não é necessário utilizar a montagem de uma regra de três. Basta dividir o principal por 100 e tomarmos tantas destas partes quanto for a taxa. Vejamos outro exemplo. Exemplo: Calcular 32% de Primeiro dividimos por 100 e obtemos 40, que é a centésima parte de Agora, somando 32 partes iguais a 40, obtemos ou que é a resposta para o problema. Observe que dividir o principal por 100 e multiplicar o resultado dessa 32 divisão por 32 é o mesmo que multiplicar o principal por ou 0, Vamos usar esse raciocínio de agora em diante : Como para cada percurso escolhido de A a B temos ainda 5 possibilidades para ir de B a C, o número de trajetos pedido é dado por: 4. 5 = 20. Esquema: Percurso AB Percurso BC 4. 5 = 20 3) Quantos números de três algarismos podemos escrever com os algarismos ímpares? Solução: Os números devem ser formados com os algarismos: 1, 3, 5, 7, 9. Existem 5 possibilidades para a escolha do algarismo das centenas, 5 possibilidades para o das dezenas e 5 para o das unidades. Assim, temos, para a escolha do número, = 125. algarismos da centena algarismos da dezena algarismos da unidade = 125 4) Quantas placas poderão ser confeccionadas se forem utilizados três letras e três algarismos para a identificação de um veículo? (Considerar 26 letras, supondo que não há nenhuma restrição.) Solução: Como dispomos de 26 letras, temos 26 possibilidades para cada posição a ser preenchida por letras. Por outro lado, como dispomos de dez algarismos (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9), temos 10 possibilidades para cada posição a ser preenchida por algarismos. Portanto, pelo PFC o número total de placas é dado por: Porcentagem = taxa X principal Princípio fundamental da contagem (PFC) Se um primeiro evento pode ocorrer de m maneiras diferentes e um segundo evento, de k maneiras diferentes, então, para ocorrerem os dois sucessivamente, existem m. k maneiras diferentes. Aplicações 1) Uma moça dispõe de 4 blusas e 3 saias. De quantos modos distintos ela pode se vestir? Solução: A escolho de uma blusa pode ser feita de 4 maneiras diferentes e a de uma saia, de 3 maneiras diferentes. 5) Quantos números de 2 algarismos distintos podemos formar com os algarismos 1, 2, 3 e 4? Solução: Observe que temos 4 possibilidades para o primeiro algarismo e, para cada uma delas, 3 possibilidades para o segundo, visto que não é permitida a repetição. Assim, o número total de possibilidades é: 4. 3 =12 Esquema: Pelo PFC, temos: 4. 3 = 12 possibilidades para a escolha da blusa e saia. Podemos resumir a resolução no seguinte esquema; Blusa saia 4. 3 = 12 modos diferentes Raciocínio Lógico e Matemático 8

51 6) Quantos números de 3 algarismos distintos podemos formar com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9? Solução: Existem 9 possibi1idades para o primeiro algarismo, apenas 8 para o segundo e apenas 7 para o terceiro. Assim, o número total de possibilidades é: = 504 Esquema: 7) Quantos são os números de 3 algarismos distintos? Solução: Existem 10 algarismos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9. Temos 9 possibilidades para a escolha do primeiro algarismo, pois ele não pode ser igual a zero. Para o segundo algarismo, temos também 9 possibilidades, pois um deles foi usado anteriormente. Para o terceiro algarismo existem, então, 8 possibilidades, pois dois deles já foram usados. O número total de possibilidades é: = 648 Esquema: 8) Quantos números entre 2000 e 5000 podemos formar com os algarismos pares, sem os repetir? Solução: Os candidatos a formar os números são : 0, 2, 4, 6 e 8. Como os números devem estar compreendidos entre 2000 e 5000, o primeiro algarismo só pode ser 2 ou 4. Assim, temos apenas duas possibilidades para o primeiro algarismo e 4 para o segundo, três para o terceiro e duas paia o quarto. O número total de possibilidades é: = 48 Esquema: 11) Quantos números, com 4 algarismos distintos, podemos formar com os algarismos ímpares? 12) Quantos números, com 4 algarismos distintos, podemos formar com o nosso sistema de numeração? 13) Quantos números ímpares com 3 algarismos distintos podemos formar com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5 e 6? 14) Quantos números múltiplos de 5 e com 4 algarismos podemos formar com os algarismos 1, 2, 4, 5 e 7, sem os repetir? 15) Quantos números pares, de 3 algarismos distintos, podemos formar com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7? E quantos ímpares? 16) Obtenha o total de números de 3 algarismos distintos, escolhidos entre os elementos do conjunto (1, 2, 4, 5, 9), que contêm 1 e não contêm 9. 17) Quantos números compreendidos entre 2000 e 7000 podemos escrever com os algarismos ímpares, sem os repetir? 18) Quantos números de 3 algarismos distintos possuem o zero como algarismo de dezena? 19) Quantos números de 5 algarismos distintos possuem o zero como algarismo das dezenas e começam por um algarismo ímpar? 20) Quantos números de 4 algarismos diferentes tem o algarismo da unidade de milhar igual a 2? 21) Quantos números se podem escrever com os algarismos ímpares, sem os repetir, que estejam compreendidos entre 700 e 1 500? 22) Em um ônibus há cinco lugares vagos. Duas pessoas tomam o ônibus. De quantas maneiras diferentes elas podem ocupar os lugares? 23) Dez times participam de um campeonato de futebol. De quantas formas se podem obter os três primeiros colocados? 24) A placa de um automóvel é formada por duas letras seguidas e um número de quatro algarismos. Com as letras A e R e os algarismos pares, quantas placas diferentes podem ser confeccionadas, de modo que o número não tenha nenhum algarismo repetido? 25) Calcular quantos números múltiplos de 3 de quatro algarismos distintos podem ser formados com 2, 3, 4, 6 e 9. 26) Obtenha o total de números múltiplos de 4 com quatro algarismos distintos que podem ser formados com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5 e 6. ARRANJOS SIMPLES Exercícios 1) Uma indústria automobilística oferece um determinado veículo em três padrões quanto ao luxo, três tipos de motores e sete tonalidades de cor. Quantas são as opções para um comprador desse carro? 2) Sabendo-se que num prédio existem 3 entradas diferentes, que o prédio é dotado de 4 elevadores e que cada apartamento possui uma única porta de entrada, de quantos modos diferentes um morador pode chegar à rua? 3) Se um quarto tem 5 portas, qual o número de maneiras distintas de se entrar nele e sair do mesmo por uma porta diferente da que se utilizou para entrar? 4) Existem 3 linhas de ônibus ligando a cidade A á cidade B, e 4 outras ligando B à cidade C. Uma pessoa deseja viajar de A a C, passando por B. Quantas linhas de ônibus diferentes poderá utilizar na viagem de ida e volta, sem utilizar duas vezes a mesma linha? 5) Quantas placas poderão ser confeccionadas para a identificação de um veículo se forem utilizados duas letras e quatro algarismos? (Observação: dispomos de 26 letras e supomos que não haverá nenhuma restrição) 6) No exercício anterior, quantas placas poderão ser confeccionadas se forem utilizados 4 letras e 2 algarismos? 7) Quantos números de 3 algarismos podemos formar com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5 e 6? 8) Quantos números de três algarismos podemos formar com os algarismos 0, 1, 2, 3, 4 e 5? 9) Quantos números de 4 algarismos distintos podemos escrever com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5 e 6? 10) Quantos números de 5 algarismos não repetidos podemos formar com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7? Raciocínio Lógico e Matemático 9 Introdução: Na aplicação An,p, calculamos quantos números de 2 algarismos distintos podemos formar com 1, 2, 3 e 4. Os números são : Observe que os números em questão diferem ou pela ordem dentro do agrupamento (12 21) ou pelos elementos componentes (13 24). Cada número se comporta como uma sequência, isto é : (1,2) (2,1) e (1,3) (3,4) A esse tipo de agrupamento chamamos arranjo simples. Definição: Seja l um conjunto com n elementos. Chama-se arranjo simples dos n elementos de /, tomados p a p, a toda sequência de p elementos distintos, escolhidos entre os elementos de l ( P n). O número de arranjos simples dos n elementos, tomados p a p, é indicado por An,p Fórmula: A n,p = n. (n -1). (n 2)... (n (p 1)), p n e p, n Aplicações 1) Calcular: a) A7,1 b) A7,2 c) A7,3 d) A7,4 Solução: { } N a) A7,1 = 7 c) A7,3 = = 210 b) A7,2 = 7. 6 = 42 d) A7,4 = = 840

52 2) Resolver a equação Ax,3 = 3. Ax,2. Solução: x. ( x - 1). ( x 2 ) = 3. x. ( x - 1) x ( x 1) (x 2) - 3x ( x 1) =0 x( x 1)[ x 2 3 ] = 0 x = 0 (não convém) ou x = 1 ( não convém) ou x = 5 (convém) S = { 5 } 3) Quantos números de 3 algarismos distintos podemos escrever com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9? Solução: Essa mesma aplicação já foi feita, usando-se o principio fundamental da contagem. Utilizando-se a fórmula, o número de arranjos simples é: A9, 3 = = 504 números 2) Obter n, de modo que An,2 = 30. Solução: Utilizando a fórmula, vem : n! n ( n - 1) ( n - 2)! = 30 = 30 (n - 2)! (n - 2)! n = 6 n 2 - n - 30 = 0 ou n = -5 ( não convém) 3) Obter n, tal que: 4. An-1,3 = 3. An,3. Solução: 4 ( n - 1 )! = 3 n - 4! n! n - ( ) ( 3) 4 ( n - 3 )( n - 4) ( n - 4)!! n = 3 4n 12 = 3n n = 12 4! ( ) ( n - 1 )! n - 1! ( n - 3 )! ( ) = n! 3 n - 4! ( n - 1 )! Observação: Podemos resolver os problemas sobre arranjos simples usando apenas o principio fundamental da contagem. Exercícios 1) Calcule: a) A8,1 b) A8,2 c ) A8,3 d) A8,4 2) Efetue: a) A7,1 + 7A5,2 2A4,3 - A 10,2 b) 3) Resolva as equações: a) Ax,2 = Ax,3 b) Ax,2 = 12 c) Ax,3 = 3x(x - 1) FATORIAL Raciocínio Lógico e Matemático A A 8,2 5,2 + A A 7,4 10,1 Definição: Chama-se fatorial de um número natural n, n 2, ao produto de todos os números naturais de 1 até n. Assim : n! = n( n - 1) (n - 2) , n 2 (lê-se: n fatorial) 1! = l 0! = 1 Fórmula de arranjos simples com o auxílio de fatorial: Aplicações 1) Calcular: a) 5! c) b) 5! 4! A N, P = n! ( n p) 8! 6! Solução: a) 5! = = 120 5! 5 4! b) = = 5 4! 4! 8! 8 7 6! c) = = 56 6! 6! 11! + 10! 11 10! + 10! d) = 10! 10! n! n ( n - 1) ( n - 2) e) = (n - 2)! n - 2! ( ), p n! e { p,n} ln e) 11! + 10! d) 10! ( 11+ 1) 10! = 10!! = n 2 n n! (n - 2)! = ( n + 2 )! - ( n + 1)! 4) Obter n, tal que : = 4 n! Solução: ( n + 2 )! (n + 1 ) 2 = 4 n! ( n ( n + 1)! n! + 2 ) n! n! - ( n [ n + 2-1] + 1) n! = 4 = 4 n + 1 = 2 n =1 n + 1 = -2 n = -3 (não convém ) Exercícios 1) Assinale a alternativa correta: 10! a) 10! = 5! + 5! d) = 5 2! b) 10! = 2!. 5! e) 10! = ! c) 10! = 11! -1! 2) Assinale a alternativa falsa; a) n! = n ( n-1)! d) ( n 1)! = (n- 1)(n-2)! b) n! = n(n - 1) (n - 2)! e) (n - 1)! = n(n -1) c) n! = n(n 1) (n - 2) (n - 3)! 3) Calcule: 12! a) 10! 7! + 5! b) 5! 4) Simplifique: a) n! ( n - 1)! ( n + 2 )! b) [( n + 1 )! ] 2 c) n! n! + ( n + 1)! n! 5) Obtenha n, em: (n + 1)! a) = 10 n! 7! c) 3! 4! 8! - 6! d) 5! d) e) n! n ( n - 1)! 5M! - 2 ( M - 1)! M! b) n!+( n - 1)! = 6 ( n - 1)!

53 n (n - 1)! c) = 6 d) (n - 1)! = 120 (n - 2)! 6) Efetuando a) b) 2 (n + 1)! 1 n! 1 n! n, obtém-se: (n + 1)! d) 2n + 1 (n + 1)! e) 0 c) n! ( n + 1)! n - 1 d) considerando a sílaba TRE como um único elemento, devemos permutar entre si 6 elementos, 7) Resolva as equações: a) Ax,3 = 8Ax,2 b) Ax,3 = 3. ( x - 1) (n + 2)! + (n + 1)! 8) obtenha n, que verifique 8n! = n + 1 e) Devemos permutar entre si 6 elementos, tendo considerado as letras T, R, E como um único elemento: 9) o número n está para o número de seus arranjos 3 a 3 como 1 está para 240, obtenha n. PERMUTAÇÕES SIMPLES Introdução: Consideremos os números de três algarismos distintos formados com os algarismos 1, 2 e 3. Esses números são : A quantidade desses números é dada por A3,3= 6. Esses números diferem entre si somente pela posição de seus elementos. Cada número é chamado de permutação simples, obtida com os algarismos 1, 2 e 3. Definição: Seja I um conjunto com n elementos. Chama-se permutação simples dos n elementos de l a toda a sequência dos n elementos. O número de permutações simples de n elementos é indicado por Pn. OBSERVA ÇÃO: Pn = An,n. Fórmula: Aplicações 1) Considere a palavra ATREVIDO. a) quantos anagramas (permutações simples) podemos formar? b) quantos anagramas começam por A? c) quantos anagramas começam pela sílaba TRE? d) quantos anagramas possuem a sílaba TR E? e) quantos anagramas possuem as letras T, R e E juntas? f) quantos anagramas começam por vogal e terminam em consoante? Solução: a) Devemos distribuir as 8 letras em 8 posições disponíveis. Assim: Ou então, P8 = 8! = anagramas b) A primeira posição deve ser ocupada pela letra A; assim, devemos distribuir as 7 letras restantes em 7 posições, Então: c) Como as 3 primeiras posições ficam ocupadas pela sílaba TRE, devemos distribuir as 5 letras restantes em 5 posições. Então: Raciocínio Lógico e Matemático 11 Devemos também permutar as letras T, R, E, pois não foi especificada a ordem : Para cada agrupamento formado, as letras T, R, E podem ser dispostas de P3 maneiras. Assim, para P6 agrupamentos, temos P6. P3 anagramas. Então: P6. P3 = 6!. 3! = = anagramas f) A palavra ATREVIDO possui 4 vogais e 4 consoantes. Assim: Exercícios 1) Considere a palavra CAPITULO: a) quantos anagramas podemos formar? b) quantos anagramas começam por C? c) quantos anagramas começam pelas letras C, A e P juntas e nesta ordem? d) quantos anagramas possuem as letras C, A e P juntas e nesta ordem? e) quantos anagramas possuem as letras C, A e P juntas? f) quantos anagramas começam por vogal e terminam em consoante? 2) Quantos anagramas da palavra MOLEZA começam e terminam por vogal? 3) Quantos anagramas da palavra ESCOLA possuem as vogais e consoantes alternadas? 4) De quantos modos diferentes podemos dispor as letras da palavra ESPANTO, de modo que as vogais e consoantes apareçam juntas, em qualquer ordem? 5) obtenha o número de anagramas formados com as letras da palavra REPÚBLICA nas quais as vogais se mantenham nas respectivas posições.

54 PERMUTAÇÕES SIMPLES, COM ELEMENTOS REPETIDOS Dados n elementos, dos quais : α 1 são iguais a a1 a1,a1,..., a1 α 2 são iguais a α r são iguais a a a 1 2 a2, a2,..., a2 r Pn = n! α α 2 a, a,..., a r r αr r 3) Quantos números de 5 algarismos podemos formar com os algarismos 3 e 4 de maneira que o 3 apareça três vezes em todos os números? a) 10 c) 120 e) 6 b) 20 d) 24 4) Quantos números pares de cinco algarismos podemos escrever apenas com os dígitos 1, 1, 2, 2 e 3, respeitadas as repetições apresentadas? a) 120 c) 20 e) 6 b) 24 d) 12 5) Quantos anagramas da palavra MATEMÁTICA terminam pela sílaba MA? a) c) e) b) d) sendo ainda que: α + α α = n, e indicando-se por 1 2 n 1 2 p ( α, α,... α ) o número das permutações simples dos n elementos, tem-se que: r Aplicações 1) Obter a quantidade de números de 4 algarismos formados pelos algarismos 2 e 3 de maneira que cada um apareça duas vezes na formação do número. r COMBINAÇÕES SIMPLES Introdução: Consideremos as retas determinadas pelos quatro pontos, conforme a figura. Solução: 2233 os números são A quantidade desses números pode ser obtida por: ( ) 4! 4 3 2! P 2, 2 4 = = = 6 números 2! 2! 2! 2 1 2) Quantos anagramas podemos formar com as letras da palavra AMADA? solução: Temos: Assim: ( 3,1,1 ) 5! p = 3!1!1! 5 = 4 3! 3! 5 = 20 anagramas 3) Quantos anagramas da palavra GARRAFA começam pela sílaba RA? Solução: Usando R e A nas duas primeiras posições, restam 5 letras para serem permutadas, sendo que: Assim, temos: ( 2,1,1 ) 5 p = A, A, 4 3 2! 2! 5 = 3 A M D G 1 { 1 1 A, 2 A R { { 1 F 1 60 anagramas Só temos 6 retas distintas ( AB, BC, CD, AC,BD e AD) porque AB e BA,..., CD e DC representam retas coincidentes. Os agrupamentos {A, B}, {A, C} etc. constituem subconjuntos do conjunto formado por A, B, C e D. Seja l um conjunto com n elementos. Chama-se combinação simples dos n elementos de /, tomados p a p, a qualquer subconjunto de p elementos do conjunto l. Diferem entre si apenas pelos elementos componentes, e são chamados combinações simples dos 4 elementos tomados 2 a 2. O número de combinações simples dos n elementos tomados p a p é n indicado por Cn,p ou. p OBSERVAÇÃO: Cn,p. p! = An,p. Fórmula: C n, p = n!, p! ( n - p )! p n n! pn( α 1, α2,... αr ) = α! α!... α! 1 e { p, n } r ln Exercícios 1) o número de anagramas que podemos formar com as letras da palavra ARARA é: a) 120 c) 20 e) 30 b) 60 d) 10 2) o número de permutações distintas possíveis com as oito letras da palavra PARALELA, começando todas com a letra P, será de ; a) 120 c) 420 e) 360 b) 720 d) 24 Aplicações 1) calcular: a) C7,1 b) C7,2 c) C7,3 d) C7,4 Solução: a) 7! 7 6! C7,1 = = = 7 1! 6! 6! b) 7! 7 6 5! C7,2 = = = 21 2! 5! 2 1 5! Raciocínio Lógico e Matemático 12

55 7! ! c) C7,3 = = = 35 4! 3! ! 7! ! d) C7,4= = = 35 4! 3! 4! ) Quantos subconjuntos de 3 elementos tem um conjunto de 5 elementos? 5! 5 4 3! C 5,3 = = = 10 subconjuntos 3! 2! 3! 2 1 3) obter n, tal que Solução: n! 3! ( n - 3 )! = n! 2! ( n - 2 )! 4 3 C C n,3 = n,2 4 3 n! 3! ( n - 3 ) 2 ( n - 2 ) ( n - 3 )! = 3 2 ( n - 3 )! n = 6 convém 4) Obter n, tal que Cn,2 = 28. Solução: n! = 28 2! ( n - 2 ) n 2 n 56 = ! ( n - 2 )! n! n - 2 = 4 n ( n - 1) ( n - 2 )! (n 2)! n = 8 n = -7 (não convém) = 56 4 = 3 5) Numa circunferência marcam-se 8 pontos, 2 a 2 distintos. Obter o número de triângulos que podemos formar com vértice nos pontos indicados: escolher 2 moças: C5,2= 5! 2! 3! = 10 modos Como para cada uma das 20 triplas de rapazes temos 10 pares de moças para compor cada comissão, então, o total de comissões é C6,3. C5,2 = ) Sobre uma reta são marcados 6 pontos, e sobre uma outra reta, paralela á primeira, 4 pontos. a) Quantas retas esses pontos determinam? b) Quantos triângulos existem com vértices em três desses pontos? Solução: a) C10,2 - C6,2 - C4,2 + 2 = 26 retas onde C6,2 é o maior número de retas possíveis de serem determinadas por seis pontos C4,2 é o maior número de retas possíveis de serem determinadas por quatro pontos b) C10,3 C6,3 -- C4,3 = 96 triângulos onde C6,3 é o total de combinações determinadas por três pontos alinhados em uma das retas, pois pontos colineares não determinam triângulo. C4,3 é o total de combinações determinadas por três pontos alinhados da outra reta. 8) Uma urna contém 10 bolas brancas e 6 pretas. De quantos modos é possível tirar 7 bolas das quais pelo menos 4 sejam pretas? Solução: As retiradas podem ser efetuadas da seguinte forma: 4 pretas e 3 brancas C6,4. C10,3 = ou 5 pretas e 2 brancas C6,5. C10,2 = 270 ou 6 pretas e1 branca C6,6. C10,1 = 10 Logo = modos Exercícios 1) Calcule: a) C8,1 + C9,2 - C7,7 + C10,0 b) C5,2 +P2 - C5,3 c) An,p. Pp Solução: Um triângulo fica identificado quando escolhemos 3 desses pontos, não importando a ordem. Assim, o número de triângulos é dado por: 8! C 8,3 = = = 56 3! 5! 3 2 6) Em uma reunião estão presentes 6 rapazes e 5 moças. Quantas comissões de 5 pessoas, 3 rapazes e 2 moças, podem ser formadas? Solução: Na escolha de elementos para formar uma comissão, não importa a ordem. Sendo assim : 6! escolher 3 rapazes: C6,3 = = 20 modos 3! 3! 2) Obtenha n, tal que : a) Cn,2 = 21 b) Cn-1,2 = 36 c) 5. Cn,n Cn,n -3 = An,3 3) Resolva a equação Cx,2 = x. 4) Quantos subconjuntos de 4 elementos possui um conjunto de 8 elementos? 5) Numa reunião de 7 pessoas, quantas comissões de 3 pessoas podemos formar? 6) Um conjunto A tem 45 subconjuntos de 2 elementos. Obtenha o número de elementos de A, Ap,3 7) Obtenha o valor de p na equação: = 12. C p,4 Raciocínio Lógico e Matemático 13 8) Obtenha x na equação Cx,3 = 3. Ax.2.

56 9) Numa circunferência marcam-se 7 pontos distintos. Obtenha: a) o número de retas distintas que esses pontos determinam; b) o número de triângulos com vértices nesses pontos; c) o número de quadriláteros com vértices nesses pontos; d) o número de hexágonos com vértices nesses pontos. 10) A diretoria de uma firma é constituída por 7 diretores brasileiros e 4 japoneses. Quantas comissões de 3 brasileiros e 3 japoneses podem ser formadas? 11) Uma urna contém 10 bolas brancas e 4 bolas pretas. De quantos modos é possível tirar 5 bolas, das quais duas sejam brancas e 3 sejam pretas? 12) Em uma prova existem 10 questões para que os alunos escolham 5 delas. De quantos modos isto pode ser feito? 13) De quantas maneiras distintas um grupo de 10 pessoas pode ser dividido em 3 grupos contendo, respectivamente, 5, 3 e duas pessoas? 14) Quantas diagonais possui um polígono de n lados? 15) São dadas duas retas distintas e paralelas. Sobre a primeira marcam-se 8 pontos e sobre a segunda marcam-se 4 pontos. Obter: a) o número de triângulos com vértices nos pontos marcados; b) o número de quadriláteros convexos com vértices nos pontos marcados. 16) São dados 12 pontos em um plano, dos quais 5, e somente 5, estão alinhados. Quantos triângulos distintos podem ser formados com vértices em três quaisquer dos 12 pontos? d) 4 e) 10 24) O número de triângulos que podem ser traçados utilizando-se 12 pontos de um plano, não havendo 3 pontos em linha reta, é: a) 4368 b) 220 c) 48 d) 144 e) ) O time de futebol é formado por 1 goleiro, 4 defensores, 3 jogadores de meio de campo e 3 atacantes. Um técnico dispõe de 21 jogadores, sendo 3 goleiros, 7 defensores, 6 jogadores de meio campo e 5 atacantes. De quantas maneiras poderá escalar sua equipe? a) 630 b) c) 2, d) e) n.d.a. 26) Sendo 5. Cn, n Cn, n - 3, calcular n. 27) Um conjunto A possui n elementos, sendo n 4. O número de subconjuntos de A com 4 elementos é: [ n! ] a) c) ( n 4 )! e) 4! 24( n - 4 ) b) n! ( n - 4 ) d) n! 17) Uma urna contém 5 bolas brancas, 3 bolas pretas e 4 azuis. De quantos modos podemos tirar 6 bolas das quais: a) nenhuma seja azul b) três bolas sejam azuis c) pelo menos três sejam azuis 18) De quantos modos podemos separar os números de 1 a 8 em dois conjuntos de 4 elementos? 19) De quantos modos podemos separar os números de 1 a 8 em dois conjuntos de 4 elementos, de modo que o 2 e o 6 não estejam no mesmo conjunto? 20) Dentre 5 números positivos e 5 números negativos, de quantos modos podemos escolher quatro números cujo produto seja positivo? 21) Em um piano marcam-se vinte pontos, não alinhados 3 a 3, exceto cinco que estão sobre uma reta. O número de retas determinadas por estes pontos é: a) 180 b) 1140 c) 380 d) 190 e) ) Quantos paralelogramos são determinados por um conjunto de sete retas paralelas, interceptando um outro conjunto de quatro retas paralelas? a) 162 b) 126 c) 106 d) 84 e) 33 23) Uma lanchonete que vende cachorro quente oferece ao freguês: pimenta, cebola, mostarda e molho de tomate, como tempero adicional. Quantos tipos de cachorros quentes diferentes (Pela adição ou não de algum tempero) podem ser vendidos? a) 12 b) 24 c) 16 Raciocínio Lógico e Matemático 14 28) No cardápio de uma festa constam 10 diferentes tipos de salgadinhos, dos quais apenas 4 serão servidos quentes. O garçom encarregado de arrumar a travessa e servi-la foi instruído para que a mesma contenha sempre só dois tipos diferentes de salgadinhos frios e dois diferentes dos quentes. De quantos modos diversos pode o garçom, respeitando as instruções, selecionar os salgadinhos para compor a travessa? a) 90 d) 38 b) 21 e) n.d.a. c) ) Em uma sacola há 20 bolas de mesma dimensão: 4 são azuis e as restantes, vermelhas. De quantas maneiras distintas podemos extrair um conjunto de 4 bolas desta sacola, de modo que haja pelo menos uma azul entre elas? 20! 16! a) 16! 12! 20! b) 4!16! 20! c) 16! 1 20! 16! d) 4! 16! 12! e) n.d.a. 30) Uma classe tem 10 meninos e 9 meninas. Quantas comissões diferentes podemos formar com 4 meninos e 3 meninas, incluindo obrigatoriamente o melhor aluno dentre os meninos e a melhor aluna dentre as meninas? a) A10,4. A9,3 c) A9,2 A8,3 e) C19,7 b) C10,4 - C9, 3 d) C9,3 - C8,2 31) Numa classe de 10 estudantes, um grupo de 4 será selecionado para uma excursão, De quantas maneiras distintas o grupo pode ser formado, sabendo que dos dez estudantes dois são marido e mulher e apenas irão se juntos? a) 126 b) 98 c) 115 d)165 e) 122

57 1) 63 2) 12 3) 20 4) 72 5) ) ) 216 8) 180 9) ) ) ) ) 60 RESPOSTAS Princípio fundamental da contagem Arranjos simples 1) a) 8 c) 336 b) 56 d) ) a) 9 b) 89,6 3) a) s = {3} b) S = {4} c) S = {5} 14) 24 15) 90 par e 120 impares 16) 18 17) 48 18) 72 19) ) ) 30 22) 20 23) ) ) 72 26) 96 Fatorial 1) e 2) e 3) a) 132 b) 43 c) 35 d) 330 4) a) n n + 2 b) n + 1 c) n + 2 d) 1 e) 5) n = 9 b) n = 5 c) n = 3 d) n = 6 6) a 7) a) S = {10} b) S = {3} 8) n = 5 9) n = 17 Permutações simples 1) a) d) 720 b) e) c) 120 f) ) 144 3) 72 4) 288 5) 120 Permutações simples com elementos repetidos 1) d 2) c 3) a 4) d 5) b Combinações simples 1) a) 44 n!p! c) (n p)! b) 2 2) a) n = 7 b) n = 10 c) n = 4 3) S = {3} 4) 70 5) 35 6) 10 7) p=5 8) S={20} 9) a) 21 c) 35 b) 35 d) 7 10) ) ) ) ) n(n 3) 2 5M 2 M 15) a) 160 b) ) ) a) 28 c) 252 b) ) 70 19) 55 20) ) e 22) b 23) c 24) b 25) d 26) n =4 27) a 28) a 29) d 30) d 31) b RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO: PROPOSIÇÕES, CONECTIVOS, EQUIVALÊNCIA E IMPLI- CAÇÃO LÓGICA, ARGUMENTOS VÁLIDOS. COMPREENSÃO DE ESTRUTURAS LÓGICAS INTRODUÇÃO Neste roteiro, o principal objetivo será a investigação da validade de ARGUMENTOS: conjunto de enunciados dos quais um é a CONCLUSÃO e os demais PREMISSAS. Os argumentos estão tradicionalmente divididos em DEDUTIVOS e INDUTIVOS. ARGUMENTO DEDUTIVO: é válido quando suas premissas, se verdadeiras, a conclusão é também verdadeira. Premissa : "Todo homem é mortal." Premissa : "João é homem." Conclusão : "João é mortal." Esses argumentos serão objeto de estudo neste roteiro. ARGUMENTO INDUTIVO: a verdade das premissas não basta para assegurar a verdade da conclusão. Premissa : "É comum após a chuva ficar nublado." Premissa : "Está chovendo." Conclusão: "Ficará nublado." Não trataremos do estudo desses argumentos neste roteiro. As premissas e a conclusão de um argumento, formuladas em uma linguagem estruturada, permitem que o argumento possa ter uma análise lógica apropriada para a verificação de sua validade. Tais técnicas de análise serão tratadas no decorrer deste roteiro. UMA CLASSIFICAÇÃO DA LÓGICA LÓGICA INDUTIVA: útil no estudo da teoria da probabilidade, não será abordada neste roteiro. LÓGICA DEDUTIVA: que pode ser dividida em: LÓGICA CLÁSSICA- Considerada como o núcleo da lógica dedutiva. É o que chamamos hoje de CÁLCULO DE PREDICADOS DE 1 a ORDEM com ou sem igualdade e de alguns de seus subsistemas. Três Princípios (entre outros) regem a Lógica Clássica: da IDEN- TIDADE, da CONTRADIÇÃO e do TERCEIRO EXCLUÍDO os quais serão abordados mais adiante. LÓGICAS COMPLEMENTARES DA CLÁSSICA: Complementam de algum modo a lógica clássica estendendo o seu domínio. Exemplos: lógicas modal, deôntica, epistêmica, etc. LÓGICAS NÃO - CLÁSSICAS: Assim caracterizadas por derrogarem algum ou alguns dos princípios da lógica clássica. Exemplos: paracompletas e intuicionistas (derrogam o princípio do terceiro excluído); paraconsistentes (derrogam o princípio da contradição); não-aléticas (derrogam o terceiro excluído e o da contradição); não-reflexivas (derrogam o princípio da identidade); probabilísticas, polivalentes, fuzzy-logic, etc... "ESBOÇO" DO DESENVOLVIMENTO DA LÓGICA PERÍODO ARISTOTÉLICO (390 a.c. a 1840 d.c.) A história da Lógica tem início com o filósofo grego ARISTÓTELES ( a.C.) de Estagira (hoje Estavo) na Macedônia. Aristóteles criou a ciência da Lógica cuja essência era a teoria do silogismo (certa forma de argumento válido). Seus escritos foram reunidos na obra denominada Organon ou Instrumento da Ciência. Na Grécia, distinguiram-se duas grandes escolas de Lógica, a PERI- PATÉTICA (que derivava de Aristóteles) e a ESTÓICA fundada por Zenão ( a.C.). A escola ESTÓICA foi desenvolvida por Crisipo ( a.C.) a partir da escola MEGÁRIA (fundada por Euclides, um seguidor de Sócrates). Segundo Kneale e Kneale (O Desenvolvimento da Lógica), houve durante muitos anos uma certa Raciocínio Lógico e Matemático 15

58 rivalidade entre os Peripatéticos e os Megários e que isto talvez tenha prejudicado o desenvolvimento da lógica, embora na verdade as teorias destas escolas fossem complementares. GOTTFRIED WILHELM LEIBNIZ ( ) merece ser citado, apesar de seus trabalhos terem tido pouca influência nos 200 anos seguidos e só foram apreciados e conhecidos no século XIX. PERÍODO BOOLEANO: (1840 a 1910) Inicia-se com GEORGE BOOLE ( ) e AUGUSTUS DE MORGAN ( ). Publicaram os fundamentos da chamada Álgebra da lógica, respectivamente com MATHEMATICAL ANALYSIS OF LOGIC e FORMAL LOGIC. GOTLOB FREGE ( ) um grande passo no desenvolvimento da lógica com a obra BEGRIFFSSCHRIFT de As ideias de Frege só foram reconhecidas pelos lógicos mais ou menos a partir de É devido a Frege o desenvolvimento da lógica que se seguiu. GIUSEPPE PEANO ( ) e sua escola com Burali-Forti, Vacca, Pieri, Pádoa, Vailati, etc. Quase toda simbologia da matemática se deve a essa escola italiana. - PERÍODO ATUAL: ( ) Com BERTRAND RUSSELL ( ) e ALFRED NORTH WHITEHEAD ( ) se inicia o período atual da lógica, com a obra PRINCIPIA MATHEMATICA. DAVID HILBERT ( ) e sua escola alemã com von Neuman, Bernays, Ackerman e outros. KURT GÖDEL ( ) e ALFRED TARSKI ( ) com suas importantes contribuições. Surgem as Lógicas não-clássicas: N.C.A. DA COSTA (Universidade de São Paulo) com as lógicas paraconsistentes, L. A. ZADEH (Universidade de Berkeley-USA) com a lógica "fuzzy" e as contribuições dessas lógicas para a Informática, no campo da Inteligência Artificial com os Sistemas Especialistas. Hoje as especialidades se multiplicam e as pesquisas em Lógica englobam muitas áreas do conhecimento. CÁLCULO PROPOSICIONAL Como primeira e indispensável parte da Lógica Matemática temos o CÁLCULO PROPOSICIONAL ou CÁLCULO SENTENCIAL ou ainda CÁLCULO DAS SENTENÇAS. CONCEITO DE PROPOSIÇÃO PROPOSIÇÃO: sentenças declarativas afirmativas (expressão de uma linguagem) da qual tenha sentido afirmar que seja verdadeira ou que seja falsa. A lua é quadrada. A neve é branca. Matemática é uma ciência. Não serão objeto de estudo as sentenças interrogativas ou exclamativas. OS SÍMBOLOS DA LINGUAGEM DO CÁLCULO PROPOSICIONAL VARIÁVEIS PROPOSICIONAIS: letras latinas minúsculas p,q,r,s,... para indicar as proposições (fórmulas atômicas). Exemplos: A lua é quadrada: p A neve é branca : q CONECTIVOS LÓGICOS: As fórmulas atômicas podem ser combinadas entre si e, para representar tais combinações usaremos os conectivos lógicos : : e, : ou, : se...então, : se e somente se, : não Exemplos: A lua é quadrada e a neve é branca. : p q (p e q são chamados conjunctos) A lua é quadrada ou a neve é branca. : p q ( p e q são chamados disjunctos) Raciocínio Lógico e Matemático 16 Se a lua é quadrada então a neve é branca. : p q (p é o antecedente e q o consequente) A lua é quadrada se e somente se a neve é branca. : p q A lua não é quadrada. : p SÍMBOLOS AUXILIARES: ( ), parênteses que servem para denotar o "alcance" dos conectivos; Exemplos: Se a lua é quadrada e a neve é branca então a lua não é quadrada. : ((p q) p) A lua não é quadrada se e somente se a neve é branca. : (( p) q)) DEFINIÇÃO DE FÓRMULA : 1. Toda fórmula atômica é uma fórmula. 2. Se A e B são fórmulas então (A B), (A B), (A B), (A B) e ( A) também são fórmulas. 3. São fórmulas apenas as obtidas por 1. e 2.. Com o mesmo conectivo adotaremos a convenção pela direita. Exemplo: a fórmula p q r p q deve ser entendida como (((p q) ( r)) ( p ( q))) AS TABELAS VERDADE A lógica clássica é governada por três princípios (entre outros) que podem ser formulados como segue: Princípio da Identidade: Todo objeto é idêntico a si mesmo. Princípio da Contradição: Dadas duas proposições contraditórias (uma é negação da outra), uma delas é falsa. Princípio do Terceiro Excluído: Dadas duas proposições contraditórias, uma delas é verdadeira. Com base nesses princípios as proposições simples são ou verdadeiras ou falsas - sendo mutuamente exclusivos os dois casos; daí dizer que a lógica clássica é bivalente. Para determinar o valor (verdade ou falsidade) das proposições compostas (moleculares), conhecidos os valores das proposições simples (atômicas) que as compõem usaremos tabelas-verdade : 1.Tabela verdade da "negação" : ~p é verdadeira (falsa) se e somente se p é falsa (verdadeira). p ~p V F 2. Tabela verdade da "conjunção": a conjunção é verdadeira se e somente os conjunctos são verdadeiros. F V p q p q V V V V F F F V F F F F 3. Tabela verdade da "disjunção" : a disjunção é falsa se, e somente, os disjunctos são falsos. p q p q V V V V F V F V V F F F

59 4. Tabela verdade da "implicação": a implicação é falsa se, e somente se, o antecedente é verdadeiro e o consequente é falso. p q p q V V V V F F F V V F F V 5. Tabela verdade da "bi-implicação": a bi-implicação é verdadeira se, e somente se seus componentes são ou ambos verdadeiros ou ambos falsos p q p q V V V V F F F V F F F V Exemplo: Construir a tabela verdade da fórmula : ((p q) ~p) (q p) p q ((p q) p) (q p) V V V F F V V V F V F F V F F V V V V F F F F F V V F F NÚMERO DE LINHAS DE UMA TABELA-VERDADE: Cada proposição simples (atômica) tem dois valores V ou F, que se excluem. Para n atômicas distintas, há tantas possibilidades quantos são os arranjos com repetição de 2 (V e F) elementos n a n. Segue-se que o número de linhas da tabela verdade é 2 n. Assim, para duas proposições são 2 2 = 4 linhas; para 3 proposições são 2 3 = 8; etc. Exemplo: a tabela - verdade da fórmula ((p q) r) terá 8 linhas como segue: p q r ((p q) r ) V V V V V V V F V F V F V F V V F F F V F V V F V F V F F V F F V F V F F F V NOTA: "OU EXCLUSIVO" É importante observar que "ou" pode ter dois sentidos na linguagem habitual: inclusivo (disjunção) ("vel") e exclusivo ( "aut") onde p q significa ((p q) (p q)). p q ((p q) (p q)) V V V F F V V F V V V F F V V V V F F F F F V F CONSTRUÇÃO DE TABELAS-VERDADE 1. TABELA-VERDADE DE UMA PROPOSIÇÃO COMPOSTA Dadas várias proposições simples p, q, r,..., podemos combiná-las pelos conectivos lógicos:, Λ, V,, e construir proposições compostas, tais como: P (p, q) = p V (p q) Q (p, q) = (p q) Λq R (p, q, r) = ( p q V r ) Λ ( q V ( p r ) ) Então, com o emprego das tabelas-verdade das operações lógicas fundamentais: p, p Λ q, p V q, p q, p q é possível construir a tabela-verdade correspondente a qualquer proposição composta dada, tabela-verdade esta que mostrará exatamente os casos em que a proposição composta será verdadeira(v) ou falsa(f), admitindo-se, como é sabido, que o seu valor lógico só depende dos valores lógicos das proposições simples componentes. 2. NÚMERO DE LINHAS DE UMA TABELA-VERDADE O número de linhas da tabela-verdade de uma proposição composta depende do número de proposições simples que a integram, sendo dado pelo seguinte teorema: A tabela-verdade de uma proposição composta com n proposições simples componentes contém 2 n linhas. Dem. Com efeito, toda proposição simples tem dois valores lógicos: V e F, que se excluem. Portanto, para uma proposição composta P(p1, p2,... pn) com n proposições simples componentes p1, p2,... pn há tantas possibilidades de atribuição dos valores lógicos V e F a tais componentes quantos são os arranjos com repetição n a n dos dois elementos V e F, isto é, A2, n = 2 n, segundo ensina a Análise Combinatória. 3. CONSTRUÇÃO DA TABELA-VERDADE DE UMA PROPOSIÇÃO COMPOSTA Para a construção prática da tabela-verdade de uma proposição composta começa-se por contar o número de proposições simples que a integram. Se há n proposições simples componentes: p1, p2,... pn então a tabela-verdade contém 2 n linhas. Posto isto, à 1ª proposição simples p1 atribuem-se 2 n /2 = 2 n - 1 valores V seguidos de 2 n 2 valores F; à 2ª proposição simples p2 atribuem-se 2 n /4 = 2 n - 2 valores V, seguidos de 2 n - 2 valores F, seguidos de 2 n - 2 valores V,seguidos, finalmente, de 2 n - 2 valores F; e assim por diante. De modo genérico, a k-ésima proposição simples pk(k n) atribuem-se alternadamente 2n/ 2 k = 2 n - k valores V seguidos de igual número de valores F. No caso, p. ex., de uma proposição composta com cinco (5) proposições simples componentes, a tabela-verdade contém 2 5 = 32 linhas, e os grupos de valores V e F se alternam de 16 em 16 para a 1ª proposição simples p1, de 8 em 8 para a 2ª proposição simples p2, de 4 em 4 para a 3ª proposição simples p3, de 2 em 2 para a 4ª proposição simples p4, e, enfim, de 1 em 1 para a 5ª proposição simples p5. 4. EXEMPLIFICAÇAO (1) Construir a tabela-verdade da proposição: P ( p, q) = (p Λ q) 1ª Resolução - Forma-se, em primeiro lugar, o par de colunas correspondentes às duas proposições simples componentes p e q. Em seguida, forma-se a coluna para q. Depois, forma-se a coluna para p Λ q. Afinal, forma-se a coluna relativa aos valores lógicos da proposição composta dada. p q q p Λ q (p Λ q) V V F F V V F V V F F V F F V F F V F V Raciocínio Lógico e Matemático 17

60 2.ª Resolução Formam-se primeiro as colunas correspondentes às duas proposições simples p e q. Em seguida, à direita, traça-se uma coluna para cada uma dessas proposições e para cada um dos conectivos que figuram na proposição composta dada. p q (p Λ q) V V F F F V V F 1ª Resolução: p q p Λ q q p ( p Λ q) (q p) ( p Λ q) V (q p) V V V V F F F V F F F V V V F V F F V V V F F F V V F V 2ª Resolução: Depois, numa certa ordem, completam-se essas colunas, escrevendo cm cada uma delas os valores lógicos convenientes, no modo abaixo indicado: p q (p Λ q) V V V V F F F V F F V V V F F V V F F F V F F V F F V F Os valores lógicos da proposição composta dada encontram-se na coluna completada em último lugar (coluna 4). Portanto, os valores lógicos da proposição composta dada correspondentes a todas as possíveis atribuições dos valores lógicos V e F às proposições simples componentes p e q (VV, VF, FV e FF) são V, F, V e V, isto é, simbolicamente: P(VV)=V, P(VF)=F, P(FV)=V, P(FF)=V ou seja, abreviadamente: P(VV, VF, FV, FF) = VFVV p q ( p Λ q) V (q p) V V F V V V F F V V V V F V V F F V V F F V F V V F F V V V V F F F F V F F F V F F V F Portanto, simbolicamente: P(VV)=F, P(VF)=V, P(FV)=V, P(FF)=V ou seja, abreviadamente: P(VV, VF, FV, FF) = FVVV Observe-se que P(p, a) outra coisa não é que uma função de U = { VV, VF, FV, FF} em (V, F}, cuja representação gráfica por um diagrama sagital é a seguinte: Observe-se que a proposição P(p, q) associa a cada um dos elementos do conjunto U { VV, VF, FV, FF } um único elemento do conjunto {V, F} isto é, P(p, q) outra coisa não é que uma função de U em {V, F} P(p,q) : U {V,F} cuja representação gráfica por um diagrama sagital é a seguinte: 3ª Resolução: ( p Λ q) V (q p) F V V V F F V V V V V F F V V F F V V F F V V V V F F V F F F V F F V F ª Resolução Resulta de suprimir na tabela-verdade anterior as duas primeiras colunas da esquerda relativas às proposições simples componentes p e q que dá a seguinte tabela-verdade simplificada para a proposição composta dada: (p Λ q) V V F F V F V V V F V F F F V V F F V F (2) Construir a tabela-verdade da proposição: P (p, q) = ( p Λ q) V (q p) (3) Construir a tabela-verdade da proposição: P(p, q, r) = p V r q Λ r 1ª Resolução: p q r r p V r q Λ r p V r q Λ r V V V F V F F V V F V V V V V F V F V F F V F F V V F F F V V F F F V F V F V V V V F F V F F F V F F F V V F F Raciocínio Lógico e Matemático 18

61 2ª Resolução: p q r p V r q Λ r V V V V V F V F V F F V V V F V V V F V V V V F V F V V V F V F F F F V V F F V V V F F F F V F F V V F F F V V V F F V F V F F V V F V V V V F F F V F F F V V F F F V F F F F V V F F F F V F Portanto, simbolicamente: P(VVV) = V, P(VVF) = V, P(VFV) = V, P(VFF) = V P(FVV) = V, P(FVF) V, P(FFV) = V, P(FFF) = V ou seja, abreviadamente: P(VVV, VVF, VFV, VFF, FVV, FVF, FFV, FFF) = VVVVVVVV Observe-se que a última coluna (coluna 4) da tabela-verdade da proposição P(p, q, r) só encerra a letra V(verdade), isto é, o valor lógico desta proposição é sempre V quaisquer que sejam os valores lógicos das proposições componentes p, q e r. (5) Construir a tabela-verdade da proposição: P(p, q, r) =(p ( ~ q V r )) Λ ~ (q V (p ~ r)) Portanto, simbolicamente: P(VVV) = F, P(VVF) = V, P(VFV) = F, P(VFF) = F P(FVV) = V, P(FVF) V, P(FFV) = V, P(FFF) = F ou seja, abreviadamente: P(VVV, VVF, VFV, VFF, FVV, FVF, FFV, FFF) = FVFFVVVF Observe-se que a proposição P(p, q, r) outra coisa n~o é que uma função de U = {VVV, VVF, VFV, VFF, FVV, FVF, FFV, FFF} em {V, F}, cuja representação gráfica por um diagrama sagital é a seguinte: Resolução: (p ( ~ q V r )) Λ ~ (q V (p ~ r)) V V F V V V F F V V V F F V V F F V F F F F V V V V V F V V V F V V V V F F V F F V V V V F V F F F F V V V V F F V F V V V F F V V F V F V F V F V F F F F V V F F V F F V V F V V F F F V F V F V F V V F V F V V F F F F V F Note-se que é uma tabela-verdade simplificada da proposição P(p, q, r), pois, não encerra as colunas relativas às proposições componentes p, q e r. 3ª Resolução: p V r q Λ r V V F V F V F F V V V V F V V V V F V V F V F F F F V V V V F F F F V F F F F V V V F F V F V V F V V V V F F F F V V F F F V F V V F F F F V F (4) Construir a tabela-verdade da proposição: P(p, q, r) = (p q) Λ (q r) (p r) Resolução: p q r (p q) Λ (q r) (p r) V V V V V V V V V V V V V V V V F V V V F V F F V V F F V F V V F F F F V V V V V V V F F V F F F F V F V V F F F V V F V V V V V V V F V V F V F F V V F V F F V F V F F F V F V F V F V V V F V V F F F F V F V F V F V F V F Portanto, simbolicamente: P(VVV) = F, P(VVF) = F, P(VFV) = V, P(VFF) = F P(FVV) = F, P(FVF)= F, P(PFV) = F, P(FFF) = V ou seja, abreviadamente: P(VVV, VVF, VFV, VFF, FVV, FVF, FFV, FFF) = FFVFFFFV 5. VALOR LÓGICO DE UMA PROPOSIÇÃO COMPOSTA Dada uma proposição composta P(p, q, r,...), pode-se sempre determinar o seu valor lógico (V ou F) quando são dados ou conhecidos os valores lógicos respectivos das proposições componentes p, q, r. Exemplos: (1) Sabendo que os valores lógicos das proposições p e q são respectivamente V e F, determinar o valor lógico (V ou F) da proposição: P(p, q) = (p V q) p Λ q Resolução Temos, sucessivamente: V(P) = (V V F) V Λ F = V F Λ V = F F = V π Sejam as proposições p: π =3 e q: sen =0. Determinar o valor lógico (V ou F) da proposição: P(p, q) = (p q) (p p Λ q) Resolução As proposições componentes p e q são ambas falsas, isto é, V(p) = F e V(q) = F. Portanto: V(P) = (F F) (F F Λ F) = V (F F) = V V = V (3) Sabendo que V(p) = V, V(q) = F e V(r) E, determinar o valor lógico (V ou F) da proposição: =P(p, q, r) = (q (r p)) V (( q p) r) 2 Raciocínio Lógico e Matemático 19

62 Resolução - Temos, sucessivamente: V(P) = ( F ( F V)) V (( F V ) F) = = ( F ( F F)) V ((V V ) F) = = ( F V)) V (( V F ) = F V F = F (4) Sabendo que V(r) V, determinar o valor lógico (V ou F) da proposição: p q V r. Resolução Como r é verdadeira (V), a disjunção q V r é verdadeira(v). Logo, a condicional dada é verdadeira(v), pois, o seu consequente é verdadeiro (V). A validade de um argumento depende exclusivamente da relação existente entre as premissas e a conclusão. Portanto, afirmar que um dado argumento é válido significa afirmar que as premissas estão de tal modo relacionadas com a conclusão que não é possível ter a conclusão falsa se as premissas são verdadeiras. 3. CRITÉRIO DE VALIDADE DE UM ARGUMENTO Teorema Um argumento P1, P2,..., Pn Q é válido se e somente se a condicional: (P1 Λ P2 Λ... Λ Pn ) Q (1) é tautológica. (5) Sabendo que V(q) = V, determinar o valor lógico (V ou F) da proposição:: (p q) ( q p). Resolução Como q é verdadeira (V), então q é falsa (F). Logo, a condicional q p é verdadeira(v), pois, o seu antecedente é falso(f). Por consequência, a condicional dada é verdadeira(v), pois, o seu consequente é verdadeiro(v). (6) Sabendo que as proposições x = 0, e x = y são verdadeiras e que a proposição y = z é falsa, determinar o valor lógico (V ou F) da proposição: x 0 V x y y z Resolução - Temos, sucessivamente: V V V F = F V F V = F V = V ARGUMENTOS. REGRAS DE INFERÊNCIA 1. DEFINIÇÃO DE ARGUMENTO Sejam P1, P2,..., Pn ( n 1) e Q proposições quaisquer, simples ou compostas. Definição - Chama-se argumento toda a afirmação de que uma dada sequência finita P1, P2,..., Pn ( n 1) de proposições tem como consequência ou acarreta uma proposição final Q. As proposições P1, P2,..., Pn dizem-se as premissas do argumento, e a proposição final Q diz-se a conclusão do argumento. Um argumento de premissas P1, P2,..., Pn e de conclusão Q indica-se por: P1, P2,..., Pn Q e se lê de uma das seguintes maneiras: (i) P1, P2,..., Pn acarretam Q (ii) Q decorre de P1, P2,..., Pn (iii) Q se deduz de P1, P2,..., Pn (iv) Q se infere de P1, P2,..., Pn Um argumento que consiste em duas premissas e uma conclusão chama-se silogismo. 2. VALIDADE DE UM ARGUMENTO Definição - Um argumento P1, P2,..., Pn Q diz-se válido se e somente se a conclusão Q é verdadeira todas as vezes que as premissas P1, P2,..., Pn são verdadeiras. Em outros termos, um argumento P1, P2,..., Pn Q é válido se e somente se for V o valor lógico da conclusão Q todas as vezes que as premissas P1, P2,..., Pn tiverem o valor lógico V. Portanto, todo argumento válido goza da seguinte propriedade característica: A verdade das premissas é incompatível com a falsidade da conclusão. Um argumento não-válido diz-se um sofisma. Deste modo, todo argumento tem um valor lógico, digamos V se é válido (correto, legítimo) ou F se é um sofisma (incorreto, ilegítimo). As premissas dos argumentos são verdadeiras ou, pelo menos admitidas como tal. Aliás, a Lógica só se preocupa com a validade dos argumentos e não com a verdade ou a falsidade das premissas e das conclusões. Dem. Com efeito, as premissas P1, P2,..., Pn são todas verdadeiras se e somente se a proposição P1 Λ P2 Λ... Λ Pn é verdadeira. Logo, o argumento P1, P2,..., Pn Q é válido se e somente se a conclusão Q é verdadeira todas as vezes que a proposição P1 Λ P2 Λ... Λ Pn é verdadeira, ou seja, se e somente se a proposição P1 Λ P2 Λ... Λ Pn implica logicamente a conclusão Q: P1 Λ P2 Λ... Λ Pn Q ou, o que é equivalente, se a condicional (1) é tautológica. NOTA - Se o argumento P1 (p, q, r,...),..., Pn(p, q, r,...) Q(p, q, r,...) é válido, então o argumento da mesma forma : P1 (P, Q, R,...),..., Pn(P, Q, R,...) Q(P, Q, R,...) também é válido, quaisquer que sejam as proposições R, S, T,... Exemplificando, do argumento válido p p V q (1) segue-se a validade dos argumentos: (~p Λ r) (~ p Λ r) V (~ s r ); (p V s) (p r V s) V (~ r Λ s) pois, ambos têm a mesma forma de (1). Portanto, a validade ou não-validade de um argumento depende apenas da sua forma e não de seu conteúdo ou da verdade c falsidade das proposições que o integram. Argumentos diversos podem ter a mesma forma, e como é a forma que determina a validade, é lícito falar da validade de uma dada forma ao invés de falar da validade de um dado argumento. E afirmar que uma dada forma é válida equivale a asseverar que não existe argumento algum dessa forma com premissas verdadeiras e uma conclusão falsa, isto é, todo argumento de forma válida é um argumento válido. Vice-versa, dizer que um argumento é válido equivale a dizer que tem forma válida. 4. CONDICIONAL ASSOCIADA A UM ARGUMENTO Consoante o Teorema anterior ( 3), dado um argumento qualquer: P1, P2,..., Pn Q a este argumento corresponde a condicional: (P1 Λ P2 Λ... Λ Pn ) Q com antecedente é a conjunção das premissas e cujo consequente é a conclusão, denominada condicional associada ao argumento dado. Reciprocamente, a toda condicional corresponde um argumento cujas premissas são as diferentes proposições cuja conjunção formam o antecedente e cuja conclusão é o consequente. Exemplificando, a condicional associada ao argumento: p Λ ~q, p ~ r, q V ~ s ~ (r V s) é ( p Λ ~q) Λ ( p ~ r) Λ ( q V ~ s) ~ (r V s) e o argumento correspondente à condicional: ( p q V r ) Λ ~ s Λ ( q V r s) ( s p V ~q ) Raciocínio Lógico e Matemático 20

63 é p q V r, ~ s, q V r s s p V ~q 5. ARGUMENTOS VÁLIDOS FUNDAMENTAIS São argumentos válidos fundamentais ou básicos (de uso corrente) os constantes da seguinte lista: I. Adição (AD): (i) p p V q; (ii) p q V p VII. p q ~ q ~ p Regra do Silogismo disjuntivo (SD): (i) p V q (ii) p V q ~ p ~ q q p II. III. Simplificação (SIMP): (i) p Λ q p; Conjunção (CONJ): (i) p, q p Λ q; (ii) p Λ q q (ii) p, q q Λ p VIII. Regra do Silogismo hipotético (SH): p q q r p r IV. Absorção (ABS): p q p ( p Λ q) V. Modus ponens (MP): p q, p q VI. Modus tollens (MI): p q, ~ q p IX. Regra do Dilema construtivo (DC): p q r s p V r q V s VII. Silogismo disjuntivo (SD): (i) p V q, ~ p q; (ii) p V q, ~ q p VIII. Silogismo hipotético (5H): p q, q r p r IX. Dilema construtivo (DC): p q, r s, p V r q V s X. Dilema destrutivo (DD): p q, r s, ~ q V ~ s ~ p V ~ r A validade destes dez argumentos é consequência imediata das tabelas-verdade. 6. REGRAS DE INFERÊNCIA Os argumentos básicos da lista anterior são usados para fazer inferências, isto é, executar os passos de uma dedução ou demonstração, e por isso chamam-se também, regras de inferência, sendo habitual escrevêlos na forma padronizada abaixo indicada colocando as premissas sobre um traço horizontal e, em seguida, a conclusão sob o mesmo traço. I. Regra da Adição (AD): (i) p (ii) p p V q q V p II. Regra de Simplificação (SIMP): (i) p Λ q (ii) p Λ q p q III. Regra da Conjunção (CONJ): p p (i) q (ii) q p V q q V p IV. Regra da Absorção (ABS): p q p (p Λ q) V. Regra Modus ponens (MP): p q p q VI: Regra Modus tollens (MI): Raciocínio Lógico e Matemático 21 X. Regra do Dilema destrutivo (DD): p q r s ~ q V ~ s ~ p V ~ r Com o auxílio destas dez regras de inferência pode-se demonstrar a validade de uni grande número de argumentos mais complexos. 7. EXEMPLOS DO USO DAS REGRAS DE INFERÊNCIA Damos a seguir exemplos simples do uso de cada uma das regras de inferência na dedução de conclusões a partir de premissas dadas. 1. Regra da Adição - Dada uma proposição p, dela se pode deduzir a sua disjunção com qualquer outra proposição, isto é, deduzir p V q, ou p V r, ou s V p, ou t V p, etc. Exemplos: (a) (1) p P (b) (1) ~ p P (2) p V ~ q (2) q V ~ p (c) (1) p Λ q P (b) (1) p V q P (2) (p Λ q) V r (2) (r Λ s) V (p V q) (c) (1) x 0 P (b) (1) x 0 P (2) x 0 V x 1 (2) x = 2 V x < 1 II. Regra da Simplificação Da conjunção p Λ q de duas proposições se pode deduzir cada uma das proposições, p ou q. Exemplos: (a) (1) (p V q) Λ r P (b) (1) p Λ ~ q P (2) p V q (2) ~ q (c) (1) x > 0 Λ x 1 P (b) (1) x A Λ x B P (2) x 1 (2) x A III. Regra da Conjunção -- Permite deduzir de duas proposições dadas p e q (premissas) a sua conjunção p Λ q ou q Λ p (conclusão). (a) (1) p V q P (b) (1) p V q P (2) ~ r P (2) q V r P

64 (3) (p V q) Λ ~ r (3) (p Λ q) V (q V r) (c) (1) x < 5 P (d) (1) x A P (2) x > 1 P (2) x B P (3) x > 1Λ x < 5 (3) x B Λ x A IV. Regra da Absorção Esta regra permite, dada uma condicional - como premissa, dela deduzir como conclusão uma outra condicional com o mesmo antecedente p e cujo consequente é a conjunção p Λ q das duas proposições que integram a premissa, isto é, p p Λ q. Exemplos: (a) (1) x = 2 x < 3 P (2) x = 2 x = 2 Λ x < 3 (b) (1) x A x A B P (2) x A x A Λ x A B V. Regra Modus ponens - Também é chamada Regra de separação e permite deduzir q (conclusão) a partir de p q e p (premissas). Exemplos: (a) (1) ~ p ~ q P (b) (1) p Λ q r P (2) ~ p (2) p Λ q P P (3) ~ q (3) r (b) (1) p q Λ r (c) (1) ~ p V r s Λ ~ q P P (2) p P (2) ~ p V r P (3) q Λ r (3) s Λ ~ q (e) (1) x 0 x + y > 1 P (f) (1) x A B x A P (2) x 0 (2) x A B P P (3) x + y > 1 (3) x A VI. Regra Modus tollens - Permite, a partir das premissas p q (condicional) o ~ q (negação do consequente), deduzir como conclusão ~ p (negação do antecedente). Exemplos: (a) (1) q Λ r s P (2) ~ s P (3) ~ (q Λ r) (b) (1) p ~ q P (2) ~ ~ q P (3) ~ p (c) (1) p q Λ r P (2) ~(q Λ r) P (3) ~ p (d) (1) x 0 x = y P (2) x y P (3) x = 0 VII. Regra do Silogismo disjuntivo Permite deduzir da disjunção p V q de duas proposições e da negação ~ p (ou ~ q) de uma delas a outra proposição q (ou p). Exemplos: (a) (1) (p Λ q) V r P (b) (1) ~ p V ~ q P Raciocínio Lógico e Matemático 22 (2) ~ r (2) ~~ p (3) p Λ q (3) ~ q (b) (1) x = 0 V x = 1 P (d) (1) ~ (p q) V r P (2) x 1 P (2) ~ ~ (p q) P (3) x = 0 (3) r VIII. Regra do Silogismo hipotético Esta regra permite, dadas duas condicionais: p q e q r (premissas), tais que o consequente da primeira coincide com o antecedente da segunda, deduzir uma terceira condicional p r (conclusão) cujo antecedente e consequente são respectivamente o antecedente da premissa p q e o consequente da outra premissa q r (transitividade da seta ). IX. (a) (1) ~ p ~ q P (b) (1) ~ p q V r P (2) ~ q ~ r P (2) q V r ~ s P (3) ~ p ~ r (3) ~ p ~s (c) (1) (p q) r P (d) (1) x = 0 x = 0 P (2) r (q Λ s) P (2) x = 0 x + 1 = 1 P (3) (p q) (q Λ s) (3) x = 0 x + 1 = 1 Regra do Dilema construtivo Nesta regra, as premissas são duas condicionais e a disjunção dos seus antecedentes, e a conclusão é a disjunção dos consequentes destas condicionais. (a) (1) (p Λ q) ~ r P (b) (1) x < y x = 2 P (2) s t P (2) x < y x = 2 P (3) (p Λ q) V s P (3) x < y V x < y P (4) ~ r V t (4) x = 2 V x > 2 X. Regra do Dilema destrutivo Nesta regra, as premissas são duas condicionais e a disjunção da negação dos seus consequentes, e a conclusão é a disjunção da negação dos antecedentes destas condicionais. (a) (1) ~ q r P (b) (1) x + y = 7 x = 2 P (2) p ~ s P (2) y - x =2 x = 3 P (3) ~ r V ~~s P (3) x 2 V x 3 P (4) ~~ q V ~p (4) x + y 7 V y x 2 TESTES 1. Todos os marinheiros são republicanos. Assim sendo, (A) o conjunto dos marinheiros contém o conjunto dos republicanos. (B) o conjunto dos republicanos contém o conjunto dos marinheiros. (C) todos os republicanos são marinheiros. (D) algum marinheiro não é republicano. (E) nenhum marinheiro é republicano. 2. Assinale a alternativa que apresenta uma contradição. (A) Todo espião não é vegetariano e algum vegetariano é espião. (B) Todo espião é vegetariano e algum vegetariano não é espião. (C) Nenhum espião é vegetariano e algum es pião não é vegetariano. (D) Algum espião é vegetariano e algum es pião não é vegetariano. (E) Todo vegetariano é espião e algum espião não é vegetariano. 3. Todos os que conhecem João e Maria admiram Maria. Alguns que conhecem Maria não a admiram. Logo, (A) todos os que conhecem Maria a admiram. (B) ninguém admira Maria. (C) alguns que conhecem Maria não conhecem João.

65 (D) (E) quem conhece João admira Maria. só quem conhece João e Maria conhece Maria. 4. Válter tem inveja de quem é mais rico do que ele. Geraldo não é mais rico do que quem o inveja. Logo, (A) quem não é mais rico do que Válter é mais pobre do que Válter. (B) Geraldo é mais rico do que Válter. (C) Válter não tem inveja de quem não é mais rico do que ele. (D) Válter inveja só quem é mais rico do que ele. (E) Geraldo não é mais rico do que Válter. 5. Em uma avenida reta, a padaria fica entre o posto de gasolina e a banca de jornal, e o posto de gasolina fica entre a banca de jornal e a sapataria. Logo, (A) a sapataria fica entre a banca de jornal e a padaria. (B) a banca de jornal fica entre o posto de gasolina e a padaria. (C) o posto de gasolina fica entre a padaria e a banca de jornal. (D) a padaria fica entre a sapataria e o posto de gasolina. (E) o posto de gasolina fica entre a sapataria e a padaria. 6. Um técnica de futebol, animado com as vitórias obtidas pela sua equipe nos últimos quatro jogos, decide apostar que essa equipe também vencerá o próximo jogo. Indique a Informação adicional que tornaria menos provável a vitória esperada. (A) Sua equipe venceu os últimos seis jogos, em vez de apenas quatro. (B) Choveu nos últimos quatro jogos e há previsão de que não choverá no próximo jogo. (C) Cada um dos últimos quatro jogos foi ganho por uma diferença de mais de um gol. (D) O artilheiro de sua equipe recuperou-se do estiramento muscular. (E) Dois dos últimos quatro jogos foram realizados em seu campo e os outros dois, em campo adversário. 7. Marta corre tanto quanto Rita e menos do que Juliana. Fátima corre tanto quanto Juliana. Logo, (A) Fátima corre menos do que Rita. (B) Fátima corre mais do que Marta. (C) Juliana corre menos do que Rita. (D) Marta corre mais do que Juliana. (E) Juliana corre menos do que Marta. 8. Há 4 caminhos para se ir de X a Y e 6 caminhos para se ir de Y a Z. O número de caminhos de X a Z que passam por Y é (A) 10. (B) 12. (C) 18. (D) 24. (E) Todas as plantas verdes têm clorofila. Algumas plantas que tem clorofila são comestíveis. Logo, (A) algumas plantas verdes são comestíveis. (B) algumas plantas verdes não são comestíveis. (C) algumas plantas comestíveis têm clorofila. (D) todas as plantas que têm clorofila são comestíveis. (E) todas as plantas vendes são comestíveis. 10. A proposição 'É necessário que todo acontecimento tenha causa' é equivalente a (A) É possível que algum acontecimento não tenha causa. (B) Não é possível que algum acontecimento não tenha causa. (C) É necessário que algum acontecimento não tenha causa. (D) Não é necessário que todo acontecimento tenha causa. (E) É impossível que algum acontecimento tenha causa. 11. Continuando a sequência 47, 42, 37, 33, 29, 26,..., temos (A) 21. (B) 22. (C) 23. (D) 24. (E) '... ó pensador crítico precisa ter uma tolerância e até predileção por estados cognitivos de conflito, em que o problema ainda não é totalmente compreendido. Se ele ficar aflito quando não sabe 'a resposta correta', essa ansiedade pode impedir a exploração mais completa do problema.' (David Canaher, Senso Crítico). O autor quer dizer que o pensador crítico (A) precisa tolerar respostas corretas. (B) nunca sabe a resposta correta. (C) precisa gostar dos estados em que não sabe a resposta correta. (D) que não fica aflito explora com mais dificuldades os problemas. (E) não deve tolerar estados cognitivos de conflito. 13. As rosas são mais baratas do que os lírios. Não tenho dinheiro suficiente para comprar duas dúzias de rosas. Logo, (A) tenho dinheiro suficiente para comprar uma dúzia de rosas. (B) não tenho dinheiro suficiente para comprar uma dúzia de rosas. (C) não tenho dinheiro. suficiente para comprar meia dúzia de lírios. (D) não tenho dinheiro suficiente para comprar duas dúzias de lírios. (E) tenho dinheiro suficiente para comprar uma dúzia de lírios. 14. Se você se esforçar, então irá vencer. Assim sendo, (A) seu esforço é condição suficiente para vencer. (8) seu esforço é condição necessária para vencer. (C) se você não se esforçar, então não irá vencer. (D) você vencerá só se se esforçar. (E) mesmo que se esforce, você não vencerá. 15. Se os tios de músicos sempre são músicos, então (A) os sobrinhos de não músicos nunca são músicos. (B) os sobrinhos de não músicos sempre são músicos. (C) os sobrinhos de músicos sempre são músicos. (D) os sobrinhos de músicos nunca são músicos. (E) os sobrinhos de músicos quase sempre são músicos. 16. O paciente não pode estar bem e ainda ter febre. O paciente está bem. Logo, o paciente (A) tem febre e não está bem. (B) tem febre ou não está bem. (C) tem febre. (D) não tem febre. (E) não está bem. INSTRUÇÃO: Utilize o texto a seguir para responder às questões de nº 17 e 18. "O primeiro impacto da nova tecnologia de aprendizado será sobre a educação universal. Através dos tempos, as escolas, em sua maioria, gastaram horas intermináveis tentando ensinar coisas que eram melhor aprendidas do que ensinadas, isto é, coisas que são aprendidas de forma comportamental e através de exercícios, repetição e feedback. Pertencem a esta categoria todas as matérias ensinadas no primeiro grau, mas também muitas daquelas ensinadas em estágios posteriores do processo educacional. Essas matérias - seja ler e escrever, aritmética, ortografia, história, biologia, ou mesmo matérias avançadas como neurocirurgia, diagnóstico médico e a maior parte da engenharia - são melhor aprendidas através de programas de computador. O professor motiva, dirige, incentiva. Na verdade, ele passa a ser um líder e um recurso. Raciocínio Lógico e Matemático 23

66 Na escola de amanhã os estudantes serão seus próprios instrutores, com programas de computador como ferramentas. Na verdade, quanto mais jovens forem os estudantes, maior o apelo do computador para eles e maior o seu sucesso na sua orientação e instrução. Historicamente, a escola de primeiro grau tem sido totalmente intensiva de mão-de-obra. A escola de primeiro grau de amanhã será fortemente intensiva de capital. Contudo, apesar da tecnologia disponível, a educação universal apresenta tremendos desafios. Os conceitos tradicionais de educação não são mais suficientes. Ler, escrever e aritmética continuarão a ser necessários como hoje, mas a educação precisará ir muito além desses itens básicos. Ela irá exigir familiaridade com números e cálculos; uma compreensão básica de ciência e da dinâmica da tecnologia; conhecimento de línguas estrangeiras. Também será necessário aprender a ser eficaz como membro de uma organização, como empregado." (Peter Drucker, A sociedade póscapitalista). INSTRUÇÃO: Utilize o texto a seguir para responder às questões de nº 23 e 24. "Os homens atribuem autoridade a comunicações de posições superiores, com a condição de que estas comunicações sejam razoavelmente consistentes com as vantagens de escopo e perspectiva que são creditadas a estas posições. Esta autoridade é, até um grau considerável, independente da habilidade pessoal do sujeito que ocupa a posição. E muitas vezes reconhecido que, embora este sujeito possa ter habilidade pessoal limitada, sua recomendação deve ser superior pela simples razão da vantagem de posição. Esta é a autoridade de posição. Mas é óbvio que alguns homens têm habilidade superior. O seu conhecimento e a sua compreensão, independentemente da posição, geram respeito. Os homens atribuem autoridade ao que eles dizem, em uma organização, apenas por esta razão. Esta é a autoridade de liderança.' (Chester Barnard, The Functions of the Executive). 17. Para Peter Drucker, o ensino de matérias como aritmética, ortografia, história e biologia (A) deve ocorrer apenas no primeiro grau. (B) deve ser diferente do ensino de matérias como neurocirurgia e diagnóstico médico. (C) será afetado pelo desenvolvimento da informática. (D) não deverá se modificar, nas próximas décadas. (E) deve se dar através de meras repetições e exercícios. 18. Para o autor, neste novo cenário, o computador (A) terá maior eficácia educacional quanto mais jovem for o estudante. (B) tende a substituir totalmente o professor em sala de aula. (C) será a ferramenta de aprendizado para os professores. (D) tende a ser mais utilizado por médicos. (E) será uma ferramenta acessória na educação. 19. Assinale a alternativa em que se chega a uma conclusão por um processo de dedução. (A) Vejo um cisne branco, outro cisne branco, outro cisne branco... então todos os cisnes são brancos. (B) Vi um cisne, então ele é branco. (C) Vi dois cisnes brancos, então outros cisnes devem ser brancos. (D) Todos os cisnes são brancos, então este cisne é branco. (E) Todos os cisnes são brancos, então este cisne pode ser branco. 20. Cátia é mais gorda do que Bruna. Vera é menos gorda do que Bruna. Logo, (A) Vera é mais gorda do que Bruna. (B) Cátia é menos gorda do que Bruna. (C) Bruna é mais gorda do que Cátia. (D) Vera é menos gorda do que Cátia. (E) Bruna é menos gorda do que Vera. 21. Todo cavalo é um animal. Logo, (A) toda cabeça de animal é cabeça de cavalo. (B) toda cabeça de cavalo é cabeça de animal. (C) todo animal é cavalo. (D) nem todo cavalo é animal. (E) nenhum animal é cavalo. 22. Em uma classe, há 20 alunos que praticam futebol mas não praticam vôlei e há 8 alunos que praticam vôlei mas não praticam futebol. O total dos que praticam vôlei é 15. Ao todo, existem 17 alunos que não praticam futebol. O número de alunos da classe é (A) 30. (B) 35. (C) 37. (D) 42. (E) Para o autor, (A) autoridade de posição e autoridade de liderança são sinônimos. (B) autoridade de posição é uma autoridade superior à autoridade de liderança. (C) a autoridade de liderança se estabelece por características individuais de alguns homens. (D) a autoridade de posição se estabelece por habilidades pessoais superiores de alguns líderes. (E) tanto a autoridade de posição quanto a autoridade de liderança são ineficazes. 24. Durante o texto, o autor procura mostrar que as pessoas (A) não costumam respeitar a autoridade de posição. (B) também respeitam autoridade que não esteja ligada a posições hierárquicas superiores. (C) respeitam mais a autoridade de liderança do que de posição. (D) acham incompatíveis os dois tipos de autoridade. (E) confundem autoridade de posição e liderança. 25. Utilizando-se de um conjunto de hipóteses, um cientista deduz uma predição sobre a ocorrência de um certo eclipse solar. Todavia, sua predição mostra-se falsa. O cientista deve logicamente concluir que (A) todas as hipóteses desse conjunto são falsas. (B) a maioria das hipóteses desse conjunto é falsa. (C) pelo menos uma hipótese desse conjunto é falsa. (D) pelo menos uma hipótese desse conjunto é verdadeira. (E) a maioria das hipóteses desse conjunto é verdadeira. 26. Se Francisco desviou dinheiro da campanha assistencial, então ele cometeu um grave delito. Mas Francisco não desviou dinheiro da campanha assistencial. Logo, (A) Francisco desviou dinheiro da campanha assistencial. (B) Francisco não cometeu um grave delito. (C) Francisco cometeu um grave delito. (D) alguém desviou dinheiro da campanha assistencial. (E) alguém não desviou dinheiro da campanha assistencial. 27. Se Rodrigo mentiu, então ele é culpado. Logo, (A) se Rodrigo não é culpado, então ele não mentiu. (B) Rodrigo é culpado. (C) se Rodrigo não mentiu. então ele não é culpado. (D) Rodrigo mentiu. (E) se Rodrigo é culpado, então ele mentiu. 28. Continuando a sequência de letras F, N, G, M, H.....,..., temos, respectivamente, (A) O, P. Raciocínio Lógico e Matemático 24

67 (B) I, O. (C) E, P. (D) L, I. (E) D, L. 29. Continuando a sequência 4, 10, 28, 82,..., temos (A) 236. (B) 244. (C) 246. (D) 254. (E) Assinale a alternativa em que ocorre uma conclusão verdadeira (que corresponde à realidade) e o argumento inválido (do ponto de vista lógico). (A) Sócrates é homem, e todo homem é mortal, portanto Sócrates é mortal. (B) Toda pedra é um homem, pois alguma pedra é um ser, e todo ser é homem. (C) Todo cachorro mia, e nenhum gato mia, portanto cachorros não são gatos. (D) Todo pensamento é um raciocínio, portanto, todo pensamento é um movimento, visto que todos os raciocínios são movimentos. (E) Toda cadeira é um objeto, e todo objeto tem cinco pés, portanto algumas cadeiras tem quatro pés. Resposta: C São Paulo, Campinas, Santos e Franca são cidades do Estado de São Paulo, ao passo que Porto Alegre não é cidade do nosso Estado. Exercício 2 Assinale o número que completa a sequência apresentada: 1, 3, 5, 7, 9,... a) 13 b) 11 c) 15 d) 17 e) 19 Resposta: b Os números 1, 3, 5, 7, 9 formam uma sequência, ou seja, a sequência dos números ímpares. Portanto, o próximo número é 11. Exercício 3 REAL está para BRASIL assim como DÓLAR está para... a) Estados Unidos b) França c) Canadá d) Austrália e) Alemanha Resposta A - Real é a moeda brasileira e dólar é a moeda dos Estados Unidos. 31. Cinco ciclistas apostaram uma corrida. "A" chegou depois de "B". "C" e "E" chegaram ao mesmo tempo. "D" chegou antes de "B". quem ganhou, chegou sozinho. Quem ganhou a corrida foi (A) A. (B) B. (C) C. (D) D. (E) E. Gabarito: 1-B; 2-A; 3-C; 4-E; 5-E; 6-B; 7-B; 8-D; 9-C; 10-B; 11-C; 12-C; 13-D; 14-A; 15-A; 16-D; 17-C; 18-A; 19-D; 20-D; 21-B; 22-E; 23-C; 24-B; 25-C; 26-E; 27-A; 28-D; 29-B; 30-E; 31-D. RACIOCÍNIO LÓGICO Os problemas seguintes requerem raciocínio para sua solução. A fim de provar que uma resposta é correta, uma vez encontrada, necessita-se de um raciocínio cujas premissas estejam contidas no enunciado do problema, e cuja conclusão seja a resposta ao mesmo. Se a resposta é correta, poder-se-á construir um raciocínio válido. 0 leitor é solicitado, ao trabalhar com estes problemas, a preocupar-se não só em encontrar as respostas corretas, mas em formular também os raciocínios que provem a correção das respostas. Daremos, a seguir, alguns exercícios resolvidos para que o candidato possa inteirar-se do funcionamento do assunto. Exercício 1 Assinale a alternativa que não faz parte do conjunto dado: a) São Paulo b) Campinas c) Porto Alegre d) Santos e) Franca Exercício 4 O carro amarelo anda mais rapidamente do que o vermelho e este mais rapidamente que o azul. Qual o carro que está se movimentando com maior velocidade? a) o amarelo b) o azul c) o vermelho d) o vermelho e o azul e) impossível responder Resposta A Lendo direitinho o enunciado vemos claramente que o carro amarelo anda mais depressa. Exercício 5 Um tijolo pesa 1 quilo mais meio tijolo. Quanto pesam três tijolos? a) 5 kg b) 4 kg c) 4,5 kg d) 5,5 kg e) 3,5 kg Resposta C Pelo enunciado, um tijolo pesa um quilo e meio. Portanto, três tijolos deverão pesar 3 x 1,5 = 4,5 kg. Enunciado para as próximas questões: Cinco moças estão sentadas na primeira fila da sala de aula: são Maria, Mariana, Marina, Marisa e Matilde. Marisa está numa extremidade e Marina na outra. Mariana senta-se ao lado de Marina e Matilde, ao lado de Marisa. Responda as perguntas: 6. Quantas estão entre Marina e Marisa? 7. Quem está no meio? 8. Quem está entre Matilde e Mariana? 9. Quem está entre Marina e Maria? 10. Quantas estão entre Marisa e Mariana? Raciocínio Lógico e Matemático 25

68 Se lermos direitinho o enunciado podemos concluir e fazer um desenho para ilustrar e assim responder a todas as perguntas: MARISA MATILDE MARIA MARIANA MARINA Respostas: 6. três 7. Maria 8. Maria 9. Mariana 10. duas Exercício 11 Qual o número que falta no quadro a seguir? Resposta: 7 A soma dos extremos é o número central = = = 10 Exercício 12 Qual a palavra que não faz parte do grupo? a) LIVRO b) REVISTA c) JORNAL d) ENCICLOPÉDIA e) CARNE Resposta E Os quatro primeiros são vendidos em livrarias e carne não. Exercício 13 ALTO está para BAIXO, assim como GRANDE está para... a) nanico b) baixinho c) pequeno d) gabiru e) mínimo Resposta: C O contrário de grande é pequeno. Exercício 14 Assinale a alternativa que não tem as mesmas características das demais, quanto às patas: a) formiga b) aranha c) abelha d) traça e) borboleta Resposta b Aranha tem oito patas. As outras têm seis. Exercício 15 Assinale qual destes animais, cujos nomes estão ocultos entre as letras, é o menor: a) OSÃBI b) TOGA c) LIVAJA d) ATOR e) RAFAGI Resposta: D RATO (as outras: bisão, gato, javali, girafa) Exercício 16 Escreva o número que falta: Resposta: = 17; 17 3 = 14; 14 3 = 11; 11 3 = 8; 8 3 = 5 Exercício 17 O vaqueiro está tocando as vaca numa estrada. Uma delas anda na frente de duas outras, uma anda entre duas e uma anda atrás de duas. Quantas eram as vacas? Resposta: 3 VACA VACA VACA Exercício 18 Como dispor oito oitos de forma que a soma seja 1.000? Resposta: = Exercício 19 A mãe de Takada tem cinco filhos: Tanaco, Taneco, Tanico, Tanoco. Qual é o quinto filho? a) Tanuco b) Takuda c) Tanuka d) Takada Resposta: D Takada. É claro que é Takada, que também é sua filha, de acordo com o enunciado do problema. Exercício 20 Sabendo-se que seis raposas, em seis minutos, comem seis galinhas, pergunta-se: Quantas raposas, em sessenta minutos, comem sessenta galinhas? Resposta: 6 raposas (é só fazer o cálculo). Exercício 21 Coloque a sílaba que completa a primeira palavra e começa a segunda e com ambas forma uma terceira. RE (...) TA Resposta: GA REGA GATA REGATA Exercício 22 Assinale qual das marcas a seguir não é de carro: a) ROFD b) OLWVGASKNE c) VROCHETEL d) TONREMING e) TAIF Resposta: REMINGTON é máquina de escrever e as outras marcas de automóvel (Ford, Volkswagen, Chevrolet, Fiat). Exercício 23 Complete o número que falta: a) 27 b) 31 c) 33 d) 29 Resposta: a ( = 27) Raciocínio Lógico e Matemático 26

69 Exercício 24 Ao medir uma vara verificou-se que ela tem 5 metros mais a metade de seu próprio comprimento. Qual o real comprimento da vara? a) 12 metros b) 10 metros c) 8 metros d) 16 metros Resposta: B Exercício 25 O pai do meu neto é o neto de meu pai. Quantas pessoas estão envolvidas nesse relacionamento de parentesco? Resposta: 4 Exercício 32 Assinale o número que continua a sequência: a) 78 b) 76 c) 62 d) 98 Resposta: A (os números pulam de 22 cada vez: = 34 etc.) Exercício 33 Para que haja uma representação teatral não pode faltar: a) palco b) bilheteria c) ator (ou atriz) d) auditório e) texto Resposta C (é impossível uma representação teatral sem ator ou atriz). Exercício 26 Um macaco caiu no fundo de um poço de 30 metros de profundidade. Em cada hora ele sobe 5 m e escorrega 4 m. Depois de quantas horas sairá do poço? a) 30 horas b) 24 horas c) 28 horas d) 26 horas Resposta: D 26 horas Exercício 27 A sala tem quatro cantos. Cada canto tem um gato. Cada gato vê três gatos. Quantos gatos estão na sala: Resposta: 4 gatos. Exercício 28 Porque prefere o barbeiro carioca cortar o cabelo de dois capixabas a cortar o cabelo de um paulista? a) porque ganha o dobro do dinheiro b) porque paulista gosta de pedir desconto c) porque paulista gosta de dar o calote d) porque paulista não corta cabelo com carioca Resposta: A Exercício 29 Assinale o número que falta: Resposta: 21 (21 é a soma dos dois números superiores: = 21). Exercício 30 Coloque a letra que falta: A C E G I... A resposta é K, pois as letras pulam de duas em duas. Sempre que aparecerem problemas com letras, deve-se levar em conta a letra K. Exercício 31 Escreva o número que falta: Resposta: 30 (os números decrescem de cinco em cinco). TESTES 01) Considere as afirmações: A) se Patrícia é uma boa amiga, Vítor diz a verdade; B) se Vítor diz a verdade, Helena não é uma boa amiga; C) se Helena não é uma boa amiga, Patrícia é uma boa amiga. A análise do encadeamento lógico dessas três afirmações permite concluir que elas: a) implicam necessariamente que Patrícia é uma boa amiga b) são consistentes entre si, quer Patrícia seja uma boa amiga, quer Patrícia não seja uma boa amiga c) implicam necessariamente que Vítor diz a verdade e que Helena não é uma boa amiga d) são equivalentes a dizer que Patrícia é uma boa amiga 02) Na questão, observe que há uma relação entre o primeiro e o segundo grupos de letras. A mesma relação deverá existir entre o terceiro grupo e um dos cinco grupos que aparecem nas alternativas, ou seja, aquele que substitui corretamente o ponto de interrogação. Considere que a ordem alfabética adotada é a oficial e exclui as letras K, W e Y. CASA : LATA : : LOBO :? a) SOCO b) TOCO c) TOMO d) VOLO 03) Uma das formas mais simples de argumentar consiste em duas frases, uma das quais é conclusão da outra, que é chamada premissa. Dentre as opções a seguir, assinale aquela em que a associação está correta. a) Premissa: Os exames finais devem ser extintos. Conclusão: Os exames finais dão muito trabalho a alunos e a professores. b) Premissa: Os índios brasileiros eram culturalmente primitivos. Conclusão: Os índios brasileiros cultuavam vários deuses. c) Premissa: N é um número inteiro múltiplo de 6. Conclusão: N não é um número ímpar. d) Premissa: É possível que um candidato ganhe as eleições presidenciais. Conclusão: O tal candidato tem muitos eleitores no interior do país. 04) Em uma carpintaria há mestres-carpinteiros e aprendizes. Os mestres têm todos a mesma capacidade de trabalho. Os aprendizes, também. Se 8 mestres juntamente com 6 aprendizes têm a mesma capacidade de produção de 6 mestres juntamente com 10 aprendizes, a capacidade de um dos mestres, sozinho, corresponde à de: a) 2 aprendizes. b) 3 aprendizes. c) 4 aprendizes. d) 5 aprendizes. Raciocínio Lógico e Matemático 27

70 05) Regina e Roberto viajaram recentemente e voltaram três dias antes do dia depois do dia de antes de amanhã. Hoje é terça-feira. Em que dia Regina e Roberto voltaram? a) Quarta-feira. b) Quinta-feira. c) Sexta-feira. d) Domingo. 06) Considere as seguintes afirmativas: I. Todas as pessoas inteligentes gostam de cinema; II. Existem pessoas antipáticas e inteligentes. Admitindo-se que as afirmações acima são corretas, pode-se concluir que: a) todas as pessoas que gostam de cinema são inteligentes. b) toda pessoa antipática é inteligente. c) podem existir pessoas antipáticas que não gostem de cinema. d) as afirmações a, b e c são todas falsas. 07) Considere uma pergunta e duas informações as quais assumiremos como verdadeiras. Pergunta: Entre João, Nuno e Luís, quem é o mais baixo? Informação 1: João é mais alto do que Luís. Informação 2: Nuno é mais alto do que Luís. Diante desses dados conclui-se que: a) a primeira informação, sozinha, é suficiente para que se responda corretamente à pergunta, e a segunda, insuficiente. b) a segunda informação, sozinha, é suficiente para que se responda corretamente à pergunta, e a primeira, insuficiente. c) as duas informações, em conjunto, são suficientes para que se responda corretamente à pergunta, e cada uma delas, sozinha, é insuficiente. d) as duas informações, em conjunto, são insuficientes para que se responda corretamente à pergunta. 08) Se Lucia é pintora, então ela é feliz. Portanto: a) Se Lucia não é feliz, então ela não é pintora. b) Se Lucia é feliz, então ela é pintora. c) Se Lucia é feliz, então ela não é pintora. d) Se Lucia não é pintora, então ela é feliz. 09) Considere que, em um determinado instante, P passageiros aguardavam seu voo em uma sala de embarque de certo aeroporto. Na primeira chamada embarcaram os idosos, que correspondiam à metade de P; na segunda, embarcaram as mulheres não idosas, cuja quantidade correspondia à metade do número de passageiros que haviam ficado na sala; na terceira, embarcaram alguns homens, em quantidade igual à metade do número de passageiros que ainda restavam na sala. Se, logo após as três chamadas, chegaram à sala mais 24 passageiros e, nesse momento, o total de passageiros na sala passou a ser a metade de P, então na: a) primeira chamada embarcaram 34 passageiros. b) primeira chamada embarcaram 36 passageiros. c) segunda chamada embarcaram 16 passageiros. d) segunda chamada embarcaram 18 passageiros. 10) Dizer que "André é artista ou Bernardo não é engenheiro" é logicamente equivalente a dizer que: a) André é artista se e somente se Bernardo não é engenheiro. b) Se André é artista, então Bernardo não é engenheiro. c) Se André não é artista, então Bernardo é engenheiro d) Se Bernardo é engenheiro, então André é artista. 11) Um trapézio ABCD, com altura igual a h, possui bases AB = a e CD = b, com a > b. As diagonais deste trapézio determinam quatro triângulos. A diferença entre as áreas dos triângulos que têm por bases AB e CD respectivamente e por vértices opostos a interseção das diagonais do trapézio é igual a: a) (a + b)/2 b) (a + b)h/2 c) (a - b)h/2 d) (a - b)/2 12) Um psicólogo faz terapia de grupo com quatro pessoas: João, Pedro, Paulo e José. Em um determinado dia, sua sessão foi realizada em uma mesa retangular com dois lugares de cada lado oposto da mesa e com o psicólogo e Paulo nas cabeceiras. Sendo assim, um lugar na mesa estava vago e este não estava perto do psicólogo. Dado esse cenário, pode-se afirmar, com certeza, que: a) o lugar vago estava perto do Paulo. b) o lugar vago estava perto do José. c) o lugar vago estava perto do João. d) o lugar vago estava perto do Pedro. 13) Se o jardim não é florido, então o gato mia. Se o jardim é florido, então o passarinho não canta. Ora, o passarinho canta. Logo: a) o jardim é florido e o gato mia b) o jardim é florido e o gato não mia c) o jardim não é florido e o gato mia d) o jardim não é florido e o gato não mia 14) Três amigas, Tânia, Janete e Angélica, estão sentadas lado a lado em um teatro. Tânia sempre fala a verdade; Janete às vezes fala a verdade; Angélica nunca fala a verdade. A que está sentada à esquerda diz: "Tânia é quem está sentada no meio". A que está sentada no meio diz: "Eu sou Janete". Finalmente, a que está sentada à direita diz: "Angélica é quem está sentada no meio". A que está sentada à esquerda, a que está sentada no meio e a que está sentada à direita são, respectivamente: a) Janete, Tânia e Angélica b) Janete, Angélica e Tânia c) Angélica, Janete e Tânia d) Angélica, Tânia e Janete 15) Com a promulgação de uma nova lei, um determinado concurso deixou de ser realizado por meio de provas, passando a análise curricular a ser o único material para aprovação dos candidatos. Neste caso, todos os candidatos seriam aceitos, caso preenchessem e entregassem a ficha de inscrição e tivessem curso superior, a não ser que não tivessem nascido no Brasil e/ou tivessem idade superior a 35 anos. José preencheu e entregou a ficha de inscrição e possuía curso superior, mas não passou no concurso. Considerando o texto acima e suas restrições, qual das alternativas abaixo, caso verdadeira, criaria uma contradição com a desclassificação de José? a) José tem menos de 35 anos e preencheu a ficha de inscrição corretamente. b) José tem mais de 35 anos, mas nasceu no Brasil. c) José tem menos de 35 anos e curso superior completo. d) José tem menos de 35 anos e nasceu no Brasil. 16) Se Beatriz não é mãe de Ana, é tia de Paula. Se Beatriz é irmã de Flávio, é mãe de Ana. Se Beatriz é mãe de Ana, não é irmã de Flávio. Se Beatriz não é irmã de Flávio, não é tia de Paula. Logo, Beatriz: a) não é mãe de Ana, é irmã de Flávio e não é tia de Paula. b) é mãe de Ana, é irmã de Flávio e não é tia de Paula. c) não é mãe de Ana, é irmã de Flávio e é tia de Paula. d) é mãe de Ana, não é irmã de Flávio e não é tia de Paula. 17) Em uma empresa, há 12 dirigentes de níveis hierárquicos distintos capacitados para a elaboração de determinado estudo: 5 diretores e 7 gerentes. Para isso, entre esses 12 dirigentes, 4 serão sorteados aleatoriamente para integrarem um grupo que realizará o referido estudo. A probabilidade de os 4 dirigentes sorteados serem do mesmo nível hierárquico está entre: a) 0,01 e 0,05. b) 0,06 e 0,10. c) 0,11 e 0,15. d) 0,16 e 0,20. Raciocínio Lógico e Matemático 28

71 18) Estava olhando para o Norte. Girei 90º para a esquerda e passei, portanto, a olhar para o Oeste. Girei 180º e depois girei 45º à esquerda. Depois girei 90º à esquerda e, depois, 135º à direita. Passei, nesse momento, a olhar para o: a) Norte; b) Leste; c) Nordeste; d) Sudeste; 19) O rei ir à caça é condição necessária para o duque sair do castelo, e é condição suficiente para a duquesa ir ao jardim. Por outro lado, o conde encontrar a princesa é condição necessária e suficiente para o barão sorrir e é condição necessária para a duquesa ir ao jardim. O barão não sorriu. Logo: a) A duquesa foi ao jardim ou o conde encontrou a princesa. b) Se o duque não saiu do castelo, então o conde encontrou a princesa. c) O rei não foi à caça e o conde não encontrou a princesa. d) O rei foi à caça e a duquesa não foi ao jardim. 20) Antônio, Bento, Ciro e Dorival são profissionais liberais. Um deles é advogado, outro é paisagista, outro é veterinário e outro é professor. Sabe-se que: o veterinário não é Antônio e nem Ciro; Bento não é veterinário e nem paisagista; Ciro não é advogado e nem paisagista. A conclusão correta quanto à correspondência entre carreira e profissional está indicada em: a) advogado Dorival b) paisagista - Dorival c) paisagista Antônio d) advogado - Antônio 21) Um psicólogo faz terapia de grupo com quatro pessoas: João, Pedro, Paulo e José. Em um determinado dia, sua sessão foi realizada em uma mesa retangular com dois lugares de cada lado oposto da mesa e com o psicólogo e Paulo nas cabeceiras. Sendo assim, um lugar na mesa estava vago e este não estava perto do psicólogo. Dado esse cenário, pode-se afirmar, com certeza, que: a) o lugar vago estava perto do Paulo. b) o lugar vago estava perto do José. c) o lugar vago estava perto do João. d) o lugar vago estava perto do Pedro. 22) Em um certo aeroporto, Ana caminhava à razão de um metro por segundo. Ao utilizar uma esteira rolante de 210 metros, que se movimenta no mesmo sentido em que ela caminhava, continuou andando no mesmo passo. Ao chegar ao final da esteira, Ana verificou ter levado exatamente 1 minuto para percorrer toda a extensão da esteira. Se Ana não tivesse continuado a caminhar quando estava sobre a esteira, o tempo que levaria para ser transportada do início ao fim da esteira seria igual a: a) 1 minuto e 20 segundos. b) 1 minuto e 24 segundos. c) 1 minuto e 30 segundos. d) 1 minuto e 40 segundos. 23) Um crime foi cometido por uma e apenas uma pessoa de um grupo de cinco suspeitos: Armando, Celso, Edu, Juarez e Tarso. Perguntados sobre quem era o culpado, cada um deles respondeu: Armando: "Sou inocente" Celso: "Edu é o culpado" Edu: "Tarso é o culpado" Juarez: "Armando Disse a verdade" Tarso: "Celso mentiu" Sabendo-se que apenas um dos suspeitos mentiu e que todos os outros disseram a verdade, pode-se concluir que o culpado é: a) Armando b) Celso c) Edu d) Tarso Raciocínio Lógico e Matemático 29 24) Três amigos, Mário, Nilo e Oscar, juntamente com suas esposas, sentaram-se, lado a lado, à beira do cais, para apreciar o pôr-do-sol. Um deles é flamenguista, outro é palmeirense, e outro vascaíno. Sabe-se, também, que um é arquiteto, outro é biólogo, e outro é cozinheiro. Nenhum deles sentou-se ao lado da esposa, e nenhuma pessoa sentou-se ao lado de outra do mesmo sexo. As esposas chamam-se, não necessariamente nesta ordem, Regina, Sandra e Tânia. O arquiteto sentou-se em um dos dois lugares do meio, ficando mais próximo de Regina do que de Oscar ou do que do flamenguista. O vascaíno está sentado em uma das pontas, e a esposa do cozinheiro está sentada à sua direita. Mário está sentado entre Tânia, que está à sua esquerda, e Sandra. As esposas de Nilo e de Oscar são, respectivamente: a) Regina e Sandra b) Tânia e Sandra c) Sandra e Tânia d) Regina e Tânia 25) Se é verdade que Nenhum artista é atleta, então também será verdade que: a) todos não-artistas são não-atletas b) nenhum atleta é não-artista c) nenhum artista é não-atleta d) pelo menos um não-atleta é artista 26) Os advogados Clóvis, Rui e Raimundo trabalham em agências diferentes de um mesmo banco, denominadas Norte, Sul e Leste. Exercem, não necessariamente nesta ordem, suas funções nos setores de Financiamento, Cobrança e Ouvidoria. Sabe-se, ainda, que: Clóvis e o advogado da Agência Leste não trabalham na Ouvidoria. O advogado da Agência Norte não é Clóvis nem Rui. Na Agência Sul, o advogado não trabalha na Ouvidoria nem no Financiamento. É possível concluir que: a) Clóvis trabalha no setor de Cobranças da Agência Norte. b) Rui, o advogado da Agência Leste, trabalha no setor de Ouvidoria. c) nem Raimundo, nem Rui trabalham no setor de Financiamento. d) nas Agências Sul e Norte, os advogados não trabalham com Financiamento. 27) Uma grande empresa multinacional oferece a seus funcionários cursos de português, inglês e italiano. Sabe-se que 20 funcionários cursam italiano e inglês; 60 funcionários cursam português e 65 cursam inglês; 21 funcionários não cursam nem português nem italiano; o número de funcionários que praticam só português é idêntico ao número dos funcionários que praticam só italiano; 17 funcionários praticam português e italiano; 45 funcionários praticam português e inglês; 30, entre os 45, não praticam italiano. Com estas informações pode-se concluir que a diferença entre o total de funcionários da empresa e o total de funcionários que não estão matriculados em qualquer um dos cursos é igual a: a) 93 b) 83 c) 103 d) ) Suponha que exista uma pessoa que só fala mentiras às terças, quartas e quintas-feiras, enquanto que, nos demais dias da semana, só fala a verdade. Nessas condições, somente em quais dias da semana seria possível ela fazer a afirmação "Eu menti ontem e também mentirei amanhã."? a) Terça e quinta-feira. b) Terça e sexta-feira. c) Quarta e quinta-feira. d) Quarta-feira e sábado. 29) Paulo, João, Beto, Marcio e Alfredo estão numa festa. Sabendo-se que cada um deles possui diferentes profissões: advogado, administrador, psicólogo, físico e médico. Temos: o advogado gosta de conversar com beto, Marcio e João, mas odeia conversar com o médico Beto joga futebol com o físico Paulo, Beto e marcio jogam vôlei com o administrador alfredo move uma ação trabalhista contra o médico. Podemos afirmar que Paulo é... a) Paulo é o advogado, João é o administrador

72 b) Alfredo é o advogado, Paulo é o médico. c) Marcio é o psicólogo, Alfredo é o médico d) Beto é o físico, Alfredo é o administrador 30) Considerando-se que todos os Gringles são Jirnes e que nenhum Jirnes é Trumps, a afirmação de que nenhum Trumps pode ser Gringles é: a) Necessariamente verdadeira. b) Verdadeira, mas não necessariamente. c) Necessariamente falsa. d) Falsa, mas não necessariamente. 37) Para asfaltar 1 quilômetro de estrada, 30 homens gastaram 12 dias trabalhando 8 horas por dia, enquanto que 20 homens, para asfaltarem 2 quilômetros da mesma estrada, trabalhando 12 horas por dia, gastam x dias. Calcule o valor de x. a) 30 b) 22 c) 25 d) 24 38) Uma circunferência sobre um plano determina duas regiões nesse mesmo plano. Duas circunferências distintas sobre um mesmo plano determinam, no máximo, 4 regiões. Quantas regiões, no máximo, 3 circunferências distintas sobre um mesmo plano podem determinar nesse plano? a) 4 b) 7 c) 5 d) 8 31) Para entrar na sala da diretoria de uma empresa é preciso abrir dois cadeados. Cada cadeado é aberto por meio de uma senha. Cada senha é constituída por 3 algarismos distintos. Nessas condições, o número máximo de tentativas para abrir os cadeados é a) b) c) 720 d) ) Uma companhia de ônibus realiza viagens entre as cidades de Corumbá e Bonito. Dois ônibus saem simultaneamente, um de cada cidade, para percorrerem o mesmo trajeto em sentido oposto. O ônibus 165 sai de Corumbá e percorre o trajeto a uma velocidade de 120 km/h. Enquanto isso, o 175 sai de Bonito e faz a sua viagem a 90 km/h. Considerando que nenhum dos dois realizou nenhuma parada no trajeto, podemos afirmar que: I - Quando os dois se cruzarem na estrada, o ônibus 175 estará mais perto de Bonito do que o 165. II - Quando os dois se cruzarem na estrada, o ônibus 165 terá andado mais tempo do que o 175. a) Somente a hipótese (I) está errada. b) Somente a hipótese (II) está errada. c) Ambas as hipóteses estão erradas. d) Nenhuma das hipóteses está errada. 33) A hipotenusa de um triangulo retângulo mede 10 cm, e um de seus catetos mede 6 cm. A área deste triangulo é igual a: a) 24 cm2 b) 30 cm2 c) 40 cm2 d) 48 cm2 34) O menor complementar de um elemento genérico xij de uma matriz X é o determinante que se obtém suprimindo a linha e a coluna em que esse elemento se localiza. Uma matriz Y = yij, de terceira ordem, é a matriz resultante da soma das matrizes A = (aij) e B = (bij). Sabendose que (aij) = (i+j) 2 e que bij = i 2, então o menor complementar do elemento y 23 é igual a: a) 0 b) -8 c) -80 d) 8 35) Maria vai de carona no carro de sua amiga e se propõe a pagar a tarifa do pedágio, que é de R$ 3,80. Verificou que tem no seu portaníqueis moedas de todos os valores do atual sistema monetário brasileiro, sendo: duas moedas do menor valor, três do maior valor e uma moeda de cada um dos outros valores. Sendo assim, ela tem o suficiente para pagar a tarifa e ainda lhe sobrarão: a) doze centavos. b) onze centavos. c) dez centavos. d) nove centavos. 36) Existem três caixas I, II e III contendo transistores. Um técnico constatou que: se passasse 15 transistores da caixa I para a caixa II, esta ficaria com 46 transistores a mais do que a caixa I tinha inicialmente; se passasse 8 transistores da caixa II para a caixa III, esta ficaria com 30 transistores a mais do que a caixa II tinha inicialmente. Se o total de transistores nas três caixas era de 183, então o número inicial de transistores em: a) I era um número par. b) II era um número ímpar. c) III era um número menor que 85. d) I e III era igual a 119. Raciocínio Lógico e Matemático 30 39) Luís é prisioneiro do temível imperador Ivan. Ivan coloca Luís à frente de três portas e lhe diz: Atrás de uma destas portas encontra-se uma barra de ouro, atrás de cada uma das outras, um tigre feroz. Eu sei onde cada um deles está. Podes escolher uma porta qualquer. Feita tua escolha, abrirei uma das portas, entre as que não escolheste, atrás da qual sei que se encontra um dos tigres, para que tu mesmo vejas uma das feras. Aí, se quiseres, poderás mudar a tua escolha. Luís, então, escolhe uma porta e o imperador abre uma das portas não-escolhidas por Luís e lhe mostra um tigre. Luís, após ver a fera, e aproveitando-se do que dissera o imperador, muda sua escolha e diz: Temível imperador, não quero mais a porta que escolhi; quero, entre as duas portas que eu não havia escolhido, aquela que não abriste. A probabilidade de que, agora, nessa nova escolha, Luís tenha escolhido a porta que conduz à barra de ouro é igual a: a) 1/2. b) 1/3. c) 2/3. d) 2/5. 40) Num concurso para preencher uma vaga para o cargo de gerente administrativo da empresa M, exatamente quatro candidatos obtiveram a nota máxima. São eles, André, Bruno, Célio e Diogo. Para decidir qual deles ocuparia a vaga, os quatro foram submetidos a uma bateria de testes e a algumas entrevistas. Ao término dessa etapa, cada candidato fez as seguintes declarações: André declarou: Se Diogo não foi selecionado, então Bruno foi selecionado. Bruno declarou: André foi selecionado ou eu não fui selecionado. Célio declarou: Se Bruno foi selecionado, então eu não fui selecionado. Diogo declarou: Se André não foi selecionado, então Célio foi. Admitindo-se que, das quatro afirmações acima, apenas a declaração de Diogo seja falsa, é correto concluir que o candidato selecionado para preencher a vaga de gerente administrativo foi: a) Célio b) André c) Bruno d) Diogo 41) Os 61 aprovados em um concurso, cujas notas foram todas distintas, foram distribuídos em duas turmas, de acordo com a nota obtida no concurso: os 31 primeiros foram colocados na turma A e os 30 seguintes na turma B. As médias das duas turmas no concurso foram calculadas. Depois, no entanto, decidiu-se passar o último colocado da turma A para a turma B. Com isso: a) A média da turma A melhorou, mas a da B piorou. b) A média da turma A piorou, mas a da B melhorou. c) As médias de ambas as turmas melhoraram. d) As médias de ambas as turmas pioraram. 42) Chama-se tautologia a toda proposição que é sempre verdadeira, independentemente da verdade dos termos que a compõem. Um exemplo de tautologia é: a) se João é alto, então João é alto ou Guilherme é gordo b) se João é alto, então João é alto e Guilherme é gordo c) se João é alto ou Guilherme é gordo, então Guilherme é gordo d) se João é alto ou Guilherme é gordo, então João é alto e Guilherme é gordo

73 43) Na Consoantelândia, fala-se o consoantês. Nessa língua, existem 10 letras: 6 do tipo I e 4 do tipo II. As letras do tipo I são: b, d, h, k, l, t. As letras do tipo II são: g, p, q, y. Nessa língua, só há uma regra de acentuação: uma palavra só será acentuada se tiver uma letra do tipo II precedendo uma letra do tipo I. Pode-se afirmar que: a) dhtby é acentuada. b) pyg é acentuada. c) kpth não é acentuada. d) kydd é acentuada. 44) A seção "Dia a dia", do Jornal da Tarde de 6 de janeiro de 1996, trazia esta nota:"técnicos da CETESB já tinham retirado, até o fim da tarde de ontem, 75 litros da gasolina que penetrou nas galerias de águas pluviais da Rua João Boemer, no Pari, Zona Norte. A gasolina se espalhou pela galeria devido ao tombamento de um tambor num posto de gasolina desativado." De acordo com a nota, a que conclusão se pode chegar a respeito da quantidade de litros de gasolina vazada do tambor para as galerias pluviais? a) Corresponde a 75 litros. b) É menor do que 75 litros. c) É maior do que 75 litros. d) É impossível ter qualquer ideia a respeito da quantidade de gasolina. 45) Certo dia, durante o expediente do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, três funcionários Antero, Boris e Carmo executaram as tarefas de arquivar um lote de processos, protocolar um lote de documentos e prestar atendimento ao público, não necessariamente nesta ordem. Considere que: - cada um deles executou somente uma das tarefas mencionadas; - todos os processos do lote, todos os documentos do lote e todas as pessoas atendidas eram procedentes de apenas uma das cidades: Belo Horizonte, Uberaba e Uberlândia, não respectivamente; - Antero arquivou os processos; - os documentos protocolados eram procedentes de Belo Horizonte; - a tarefa executada por Carmo era procedente de Uberlândia. Nessas condições, é correto afirmar que: a) Carmo protocolou documentos. b) a tarefa executada por Boris era procedente de Belo Horizonte. c) Boris atendeu às pessoas procedentes de Uberaba. d) as pessoas atendidas por Antero não eram procedentes de Uberaba. 46) Se Rasputin não tivesse existido, Lenin também não existiria. Lenin existiu. Logo, a) Lenin e Rasputin não existiram. b) Lenin não existiu. c) Rasputin existiu. d) Rasputin não existiu. 49) Se todos os jaguadartes são momorrengos e todos os momorrengos são cronópios então pode-se concluir que: a) É possível existir um jaguadarte que não seja momorrengo. b) É possível existir um momorrengo que não seja jaguadarte. c) Todos os momorrengos são jaguadartes. d) É possível existir um jaguadarte que não seja cronópio. 50) Em uma urna temos 3 bolas azuis, cada uma com 5 cm³ de volume, 3 cubos pretos, cada um com 2 cm³ de volume e 1 cubo azul de 3 cm³ de volume. Retirando-se quatro objetos da urna, sem reposição, necessariamente um deles: a) terá volume menor do que 3 cm³. b) terá volume maior do que 3 cm³. c) será uma bola. d) será azul. RESPOSTAS 01. B 02. B 03. C 04. A 05. D 06. C 07. C 08. A 09. C 10. D 11. C 12. A 13. C 14. B 15. D 16. D 17. B 18. B 19. C 20. C 21. A 22. B 23. D 24. C 25. D 26. D 27. A 28. A 29. B 30. A 31. B 32. C 33. A 34. C 35. A 36. D 37. D 38. D 39. C 40. D TESTE DE HABILIDADE VERBAL 1) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que se relaciona com as demais. PARA LAVAR (...) DE GUERRA 2) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que completa a primeira e inicia a segunda. DE (...) NEL 3) Assinale a palavra que não se relaciona com as demais. B O U F E T L C E T S O L O B V I L O B L O L I V E R O I R 41. C 42. A 43. D 44. C 45. B 46. C 47. D 48. A 49. A 50. D 4) Escreva, dentro do parêntese, o termo que admite os seguintes prefixos, formando palavras correntes da língua. 47) Assinale a alternativa correspondente ao número de cinco dígitos no qual o quinto dígito é a metade do quarto e um quarto do terceiro dígito. O terceiro dígito é a metade do primeiro e o dobro do quarto. O segundo dígito é três vezes o quarto e tem cinco unidades a mais que o quinto. a) b) c) d) ) De quantos modos é possível formar um subconjunto, com exatamente 3 elementos, do conjunto {1, 2, 3, 4, 5, 6} no qual NÃO haja elementos consecutivos? a) 4 b) 6 c) 8 d) 18 5) Escreva, dentro do parêntese, a palavra sinônima das demais. RE- PREENSÃO (...) CACHIMBO 6) Escreva a sílaba que completa a primeira palavra, inicia a segunda e com ambas forma uma terceira. B R E (...) D A 7) Assinale a palavra que não se relaciona com as demais. G I O S Á M I S N A ACERÁ C O E R F Raciocínio Lógico e Matemático 31

74 8) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que precede as demais, constituindo-se com elas unidades semânticas. DA RUA DA CARA (...) D`GUA DE- PEIXE 19) Escreva, dentro do parêntese,- a palavra que tem o mesmo significado que as duas outras. U N E (...) R E S I D Ê N C I A 20) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que corresponde às duas outras. INSETO (...) ALVO DE TIRO 9) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que se relaciona com as duas outras. RECENTE (...) NOTÍCIA 10) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que completa a primeira, inicia a segunda e com ambas forma uma terceira. AR (...) R 11) Assinale a palavra que não se relaciona com as demais. F R N A Ê C S N Ê G L S I O R G E L I Ó S E A H P N O L 12) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que precede as demais, constituindo-se com elas unidades semânticas. - CIVIL - LIVRO (...) - ROUPA - CHUVA 21) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que significa as duas outras. INSTRUMENTO DE DESENHO (...) RITMO 22) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que completa a primeira, inicia a segunda e com ambas forma uma terceira. B (...) C O Conceito final: flutua 23) Assinale a palavra que não se relaciona com as demais. M D É I O C E T I S N D A T E M B R O S T E V O D A A G O D 24) Escreva, dentro do parêntese, o termo que admite esses prefixos, formando com eles palavras correntes da língua. 13) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que completa a primeira, inicia a segunda e com ambas forma uma terceira. C (...) DO Conceito: peça do vestuário. 14) Escreva, dentro do parêntese, a palavra sinônima das duas outras. FISIONOMIA (...) VENTO 15) Assinale a palavra que não se relaciona com as demais. T R O A T R S Ô C A B L O H C A A B I O S C T O I T G R I E 25) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que completa a primeira, inicia a segunda, e com ambas forma uma terceira. A L (...) C E 26) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que tem o mesmo significado que as duas outras. POESIA (...) ATRÁS. 16) Escreva, dentro do parêntese, o termo que admite esses prefixos, formando com eles palavras correntes da língua. 17) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que completa a primeira, inicia a segunda e com ambas forma uma terceira. R E (...) T E R Conceito: voltar 18) Assinale a palavra que não se relaciona com as demais. A R C O V A J E N A L S O R A A M A G R I D A R í L O R I 27) Escreva, dentro do parêntese, o termo que admite esses prefixos, formando com eles palavras correntes da língua, 28) Assinale a palavra que não tem relação com as demais. A B R Í L A S I E C F I E R C R T U I I A B T O S P E E R Raciocínio Lógico e Matemático 32

75 29) Escreva, dentro do parêntese, o termo que completa a primeira palavra, inicia a segunda, e com ambas formas uma terceira. A T O R (...) D O R. 39) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que corresponde às duas outras. ANIMAL (...) CALOURO 30) Escreva, dentro do parêntese, o termo que admite esses prefixos formando com eles palavras correntes da língua. 40) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que completa a primeira, inicia a segunda e, com ambas, forma uma terceira. T R A N S (...) T E 41) Escreva, dentro do parêntese, o termo que admite esses prefixos formando com eles palavras correntes da língua. 31) Assinale a palavra que não se relaciona com as demais. A L C R A I E A I M C E T N O Ó V I T R A I 32) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que completa a primeira, inicia a segunda e com ambas forma uma terceira. D E S (...) R. Conceito final: separar 33) Assinale a palavra que não se relaciona com as demais. Z E R C I U O R L I A B R N T A E R A Z U D L Ó R A P E T S E A 34) Escreva, dentro do parêntese, o termo que admite esses prefixos formando com eles palavras correntes da língua. 42) Assinale a palavra que não se relaciona com as demais. P E O R A B P H N I O A T U T E C D O R 43) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que corresponde às duas outras. MAMÍFERO MARINHO, JORNALISTA NOVATO (...) 44) Escreva, dentro do parêntese, o termo que admite esses prefixos formando com eles palavras correntes da língua. 35) Escreva, dentro do parêntese, o termo que completa a primeira palavra, inicia a segunda e forma com ambas uma terceira. L (...) R Conceito final: justiçar 36) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que corresponde as duas outras, T A B A C O (...) L U T O 37) Escreva, dentro parêntese, o termo.que admite esses prefixos formando com eles palavras correntes da língua 45) Assinale a palavra que não se relaciona com as demais. M E R I N A M E R I N A L E V T A G L E S R O V T E E L A I N A M 46) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que completa a primeira, inicia a segunda, e com ambas formas uma terceira, E (...) R Conceito final: publicar. 47) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que completa a primeira, inicia a segunda e com ambas formas uma terceira. DES (...)R. Conceito final: cuidar 48) Escreva, dentro do parêntese, o termo que admite esses prefixos formando com eles palavras correntes da língua. 38) Assinale o nome que não se relaciona com os demais. U E C L I D E S A D C N U H A O W S L A O D C Z R U U H M B R E O T E D A C P O M S A M D O H A C E D S I S A S Raciocínio Lógico e Matemático 33

76 49) Escreva, dentro do parêntese o termo que admite esses prefixos formando com eles palavras correntes da língua. 50) Assinale a palavra que não se relaciona com as demais. A M R É I A M R É I A C I S Á E U A R E M S E R T F I C R Á A O C I N Á A E RESPOSTA DO TESTE DE HABILIDADE VERBAL 1 TANQUE. 2 CORO. 3 LIVREIRO.(As demais palavras referem-se a esportes: futebol, cestobol, volibol). 4 UMA. 5 PITO. 6 CA. 7 COFRE. (Todas as demais palavras referem-se a Estados do Brasil: Minas,Goiás, Ceará). 8 OLHO. 9 NOVA. 10 RASA. 11 RELÓGIO. (As demais palavras referem-se a nacionalidades: francês, inglês espanhol). 12 GUARDA. 13 ALÇA. 14 AR. 15 TIGRE ou (GRITE) (As demais palavras correspondem a alimentos: rosca bolacha, biscoito, torta). 16. ORA. 17. VER. 18. JANELA. (As demais palavras correspondem a flores: cravo, rosa, margarida, lírio). 19. CASA. 20. MOSCA. 21 COMPASSO. 22. AR. 23. SETEMBRO. (As demais palavras correspondem a profissões: médico, dentista, advogado). 34. ELA. 25. FA. 26. VERSO. 27. ATO. 28. ESPERTO. (As demais palavras correspondem a capitais: Brasília, Recife, Curitiba). 29. DOA. 30. EIA. 31 VITÓRIA. (As demais palavras correspondem a material de construção: cal, areia, cimento). 32 LIGA. 33 NATUREZA. (As demais palavras correspondem a moedas: cruzeiro, libra, dólar, peseta). 34 ACA. 35 INCHA. 36 FUMO. 37 AMA. 38 OSWALDO CRUZ. (Célebre como médico sanitarista; os demais são homens de letras, escritores: Euclides da Cunha, Machado de Assis, Humberto de Campos). 39 BICHO. 40 POR. 41 ALO. 42 TATU. (As demais palavras correspondem a variedades de madeira: peroba, pinho, cedro). 43 FOCA. 44. OLA. 45 SORVETE. (As demais palavras correspondem aos reinos da natureza: mineral, vegetal, animal). 46 DITA. 47 VELA. 48 OTE. 49 IRA. 50 MESTRE (As demais palavras correspondem aos continentes América, Eurásia, África, Oceânia). TESTE DE HABILIDADE NUMÉRICA 1) Escreva o número que falta ? 2) Escreva o número que falta. 3) Escreva o número que falta ? 4) Escreva o número que falta. 5) Escreva o número que falta ? 6) Escreva, dentro do parêntese, o número que falta. 17 (112) (... ) 49 7) Escreva o número que falta ? Raciocínio Lógico e Matemático 34

77 8) Escreva o número que falta ? 9) Escreva, dentro do parêntese, o número que falta. 234 (333) (...) ) Escreva o número que falta. 21) Escreva o número que falta. 22) Escreva, dentro do parêntese, o número que falta. 341 (250) (...) ) Escreva o número que falta. 11) Escreva o número que falta ? 12) Escreva o número que falta ? 13) Escreva o número que falta ? 24) Escreva, dentro do parêntese, o número que falta. 12 (336) (...) 16 25) Escreva o número que falta ? 26) Escreva o número que falta ? 27) Escreva o número que falta. 14) Escreva o número que falta ? 15) Escreva, dentro do parêntese, o número que falta. 718 (26) (...) ) Escreva o número que falta. 28) Escreva, dentro do parêntese, o número que falta. 17 (102) (...) 11 29) Escreva o número que falta ? 30) Escreva o número que falta ? 17) Escreva o número que falta ? 31) Escreva o número que falta. 18) Escreva o número que falta ? 19) Escreva o número que falta ? ) Escreva o número que falta. 20) Escreva o número que falta ? Raciocínio Lógico e Matemático 35

78 33) Escreva o número que falta ? 44) Escreva o número que falta. 34) Escreva o número que falta ? ) Escreva, dentro do parêntese, o número que falta. 447 (336) (...) ) Escreva o número que falta ? 45) Escreva o número que falta. 37) Escreva o número que falta ? 38) Escreva o número que falta. 46) Escreva o número que falta ? 47) Escreva o número que falta. 48) Escreva o número que falta. 39) Escreva os números que faltam. 40) Escreva o número que falta. 49) Escreva o número que falta. 41) Escreva, dentro do parêntese e fora deste os números que faltam. 9 (45) 81 8 (36) (.. )? 42) Escreva, dentro do parêntese, o número que falta. 643 (111) (...) ? 50) Escreva o número que falta ? TESTE DE HABILIDADE VÍSUO-ESPACIAL 1) Assinale a figura que não tem relação* com as demais. 43) Escreva o número que falta. Raciocínio Lógico e Matemático 36

79 2) Assinale a figura que não tem relação com as demais. 10) Assinale a figura que não tem relação com as demais. 3) Assinale a figura que não tem relação com as demais. 11) Assinale a figura que não tem relação com as demais. 4) Escolha, dentre as numeradas, a figura que corresponde à incógnita. 12) Assinale a figura que não tem relação com as demais. 5) Assinale a figura que não tem relação com as demais. 13) Assinale a figura que não tem relação com as demais. 6) Assinale a figura que não tem relação com as demais. 14) Assinale a figura que não tem relação com as demais. 7) Assinale a figura que não tem relação com as demais. 15) Assinale a figura que não tem relação com as demais. 8) Assinale a figura que não tem relação com as demais. 16) Assinale a figura que não tem relação com as demais. 17) Assinale a figura que não tem relação com as demais. 9) Assinale a figura que não tem relação com as demais. * Não ter relação no sentido de não conservar as mesmas relações com as demais, por questão de detalhe, posição etc. Raciocínio Lógico e Matemático 37

80 18) Assinale a figura que não tem relação com as demais. 25) Assinale afigura que não tem relação com es demais. 19) Assinale a figura que não tem relação com as demais. 26) Assinale a figura que não tem relação com as demais. 20) Assinale a figura que não tem relação com as demais. 21) Assinale a figura que não tem relação com as demais. 27) Assinale a figura que não tem relação com as demais. 28) Assinale a figura que não tem relação com as demais. 22) Assinale a figura que não tem relação com as demais. 29) Assinale a figura que não tem relação com as demais. 23) Assinale a figura que não tem relação com as demais. 30) Escolha, dentre as figuras numeradas, a que corresponde à incógnita. 24) Assinale a figura que não tem relação com as demais. Raciocínio Lógico e Matemático 38

81 31) Assinale a figura que não tem relação com as demais. 37) Assinale a figura que não tem relação com as demais. 32) Assinale a figura que não tem relação com as demais. 38) Escolha, dentre as figuras numeradas, a que corresponde à incógnita. 33) Assinale as figuras que não têm relação com as demais. 39) Assinale as três figuras que não têm relação com as demais. 34) Assinale as duas figuras que não tem relação com as demais. 35) Escolha, dentre as figuras numeradas, a que corresponde à incógnita. 40) Assinale as figuras que não têm relação com as demais. 36) Assinale a figura que não tem relação com as demais. 41) Escolha, dentre as figuras numeradas, a que corresponde à incógnita. Raciocínio Lógico e Matemático 39

82 42) Assinale a figura que não tem relação com as demais. 45) Assinale as três figuras que não têm relação com as demais. 46) Assinale as duas figuras que não têm relação com as demais. 43) Escolha, dentre as figuras numeradas, a que corresponde à incógnita. 47) Assinale as três figuras que não têm relação com as demais. 44) Assinale as três figuras que não têm relação com as demais. 48) Assinale as três figuras que não têm relação com as demais. Raciocínio Lógico e Matemático 40

83 49) Assinale as três figuras que não têm relação com as demais (No sentido dos ponteiros do relógio, multiplique por 3) (Existem duas séries alternadas: uma diminui de 3 em 3; a outra de 2 em 2) (Cada fileira soma 14) (Dobre cada termo e subtraia 10 para obter o seguinte) (Os números diminuem em saltos iguais, 3 na primeira fileira, 2 na segunda e 3 na terceira) (Os números são o dobro de seus opostos diametralmente). 50) Escolha, dentre as figuras numeradas, a que corresponde à incógnita (Subtraia a parte esquerda da parte direita e multiplique o resultado por dois) (Os números aumentam em intervalos de 2, 4, 6 e 8) (O número inserto no parêntese é o dobro do produto dos números de fora do mesmo) (A terceira coluna é o dobro da diferença entre a primeira e a segunda). TESTE DE HABILIDADE NUMËRICA - Respostas (Some 2, 4, 8 e, finalmente 16) (No sentido contrário aos ponteiros do relógio, os números aumentam em 2, 3, 4, 5 e 6) (Subtraia 33 de cada número) (Os braços para cima se somam e os para baixo se subtraem, para obter o número da cabeça) (Existem duas séries alternadas, uma que aumenta de 4 em 4 e a outra de 3 em 3) (Some os números de fora do parêntese e multiplique por 2) (Multiplique o número por dois e subtraia 1, 2, 3 e 4) (Subtraia os números das duas primeiras colunas e divida por 2) (Subtraia o número da esquerda do número da direita para obter o número inserto no parêntese) (O número da cabeça é igual a semi--soma dos números dos pés) (A série aumenta em 1, 2, 4, 8 e 16 unidades sucessivamente) (Multiplique cada termo por 2 e subtraia 5 para obter o seguinte) (Os números da terceira coluna são a semi-soma dos números das outras duas colunas) (A série diminui em 16, 8, 4, 2 e 1 sucessivamente) (Some os números de fora do parêntese e divida por 50 para obter o número inserto no mesmo). Raciocínio Lógico e Matemático (Existem duas séries, uma aumenta de 3, 4 e 5; a outra diminui de 2 e 3 sucessivamente) (Subtraia a soma da segunda e da quarta patas da soma da primeira e terceira patas para obter o número da cauda) (O número inserto no parêntese é a metade do produto dos números de fora do parêntese) (Divida por dois cada número e subtraia 2 para obter o termo seguinte) (Some o dobro da diferença entre os números sucessivos a cada um, para obter o seguinte) (Multiplique por dois cada número e some 1 para obter o número do setor oposto) (Junte 1 a cada número e logo multiplique-o por dois para obter o número seguinte) (A série aumenta em 3, 5, 7 e 9) (Existem duas séries alternadas; uma que aumenta de 2 em 2 e outra que aumenta de 1 em 1) (O número inserto no parêntese é o dobro da diferença dos números que estão fora do mesmo), (Há duas séries alternadas; uma que aumenta de 5 em 5 e outra que aumenta de 4 em 4) (Os números da segunda coluna se formam tomando os da primeira, multiplicando-os por 2 e juntando 1; os da terceira coluna, tomando os da segunda, multiplicando-os por 2 e juntando 2. Assim: [2 x 19] + 2 = 40) (Subtraia a soma dos números das pernas, da soma dos números dos braços para obter o número da cabeça).

84 39 (Os numeradores aumentam de 3,4, 5 e 6, enquanto que os denominadores aumentam de 4, 5, 6 e 7) (A figura principal gira 180 e o círculo pequeno passa para o outro lado) (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem) (Multiplique cada número por 2 e some 2, 3, 4, 5 e 6) e 100. (O número procurado atrás do parêntese é igual ao quadrado do número diante do parêntese. O número inserto no parêntese é igual à semi--soma dos números de fora do mesmo) (O número inserto no parêntese é a metade da diferença dos números de fora do parêntese) (Multiplique por 2 o número precedente, no sentido dos ponteiros do relógio e subtraia 2) (Cada número se obtém multiplicando por dois o precedente e juntando-se 1, 3, 5, 7 e finalmente 9) (Há duas séries alternadas. Cada uma se eleva ao quadrado e se soma um 2 constante). A primeira é: O Quadrado; O Mais dois: A segunda é Quadrado: Mais dois: (Some 1 ao primeiro número (7+1 = 8), junte esta soma ao segundo número ( = 27) e seguir até que se obtenha: (125 +o número que falta =?). As somas obtidas até aqui formam a série 1, 8, 27, 64, 125 que são os cubos 1, 2, 3, 4 e 5. Para completar a série, tome-se o cubo de 6 que é = 216). Assim, [125.+? = 216] (Os números e respectivos quadrados ficam em setores opostos) (Some todos os números que se acham nos ângulos dos triângulos e subtraia os que estão fora. Obtém-se, assim, o número do círculo) (A diferença se multiplica por dois cada vez, e se soma ou se subtrai alternadamente dos números sucessivos) (Começar a série: Multiplicar por 3 O Elevar ao quadrado: O Somar 5: ). TESTE DE HABILIDADE VÍSUO ESPACIAL Respostas 1 4. (Todas as outras figuras podem inverterem-se sem qualquer diferença) (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem) (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem) (A figura gira 90 cada vez, em sentido contrario aos ponteiros do relógio, exceto a 4 que gira no sentido dos mencionados ponteiros) (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem) (A figura gira 90 cada vez em sentido contrario aos ponteiros do relógio, exceto o 4 que gira no mesmo sentido dos mencionados ponteiros) (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem no plano do papel) (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem) (As outras três figuras são esquemas de urna mão esquerda; a de n. 3 é o esquema de urna mão direita) (A figura gira 45 cada vez em sentido contrario aos ponteiros do relógio, porém o sombreado preto avança urna posição a mais, exceto em 3, que é, portanto, a figura que não corresponde as demais) (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem) (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem) (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem) (O conjunto completo de 4 círculos gira num ângulo de 90 cada vez. Em 5 os círculos com + e o com x trocaram suas posições. Em todas as demais figuras o + está na mesma fileira que o círculo preto) (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem) (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem) (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem) (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem) (1 e 3, e 2 e 4 são duplas que podem se sobreporem girando 45. A figura 5 não pode sobrepor-se porque a cruz e o circulo interiores ficariam em posição diferente) (Os setores preto, branco ou hachur giram em sentido contrario aos ponteiros do relógio; na figura 4 os setores branco e hachur estão em posição diferente) (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem) (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem) (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem) (1 e 4 formam urna dupla e o mesmo ocorre com 2 e 5. Em cada dupla os retângulos preto e hachur alternam sua posição; a figura 3 tem o sombreado em posição diferente) (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem). Raciocínio Lógico e Matemático 42

85 28 6. (As outras figuras podem girar até se sobreporem). PROVA SIMULADA I (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem) (A figura principal gira no sentido dos ponteiros do relógio; a seta, no sentido contrario) (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem) (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem) e 2. (As outras figuras podem girar até se sobreporem; 1 e 2 não o podem). 2 e 5. (As outras figuras podem girar até se sobreporem; 2 e 5 não o podem) (A figura principal gira 90 no sentido contrario aos ponteiros do relógio junto com as figuras pequenas, que por sua vez trocam por sua oposta após o giro; isto é, as da parte superior passam para a base e as da base á parte superior) (As outras figuras podem girar até se sobreporem) (Todas as outras figuras seguem a regra de que o desenho completo gira 90 cada vez; na figura 3 o sombreado gira incorretamente). 38 3, (A figura principal gira 180 (de cima para baixo) e as três listras pretas passaram a ser duas; as três pequenas alteram sua posição passando á contígua em sentido contrario aos ponteiros do relógio). 39 1, 3 e 6. (As outras figuras podem girar até se sobreporem) e 6. (As outras figuras podem girar até se sobreporem) (O que na primeira figura é redondo torna-se quadrado; o que aponta para cima passa a apontar para baíxo) (Todas as figuras podem girar até se sobreporem) (As figuras superior e inferior alteram suas posições; a figura interior superior permanece; porém o sombreado da figura da base troca com o da parte não sombreada. Os contornos da direita e esquerda da figura principal alternam sua posição). 44 5, 6 e 8. (As outras figuras podem girar até se sobreporem). 45 2, 6 e 7. (As outras figuras podem girar até se sobreporem) e 4. (As outras figuras podem girar até se sobreporem). 47 1, 6 e 8. (As outras figuras podem girar até se sobreporem). 48 1, 6 e 7. (As outras figuras podem girar até se sobreporem). 49 2, 3 e 7. (As outras figuras podem girar até se sobreporem) (O sombreado passa das figuras exteriores as interiores e viceversa; a posição vertical ou horizontal permanece constante). Testes extraídos de: FAÇA SEU TESTE - Volumes 1 a 7 Editora Mestre Jou - São Paulo Raciocínio Lógico e Matemático Imagine que seu relógio adiante exatamente 4 minutos em 24 horas. Quando eram 7,30 da manhã, ele marcava 7 horas e 30 minutos e meio. Que horas estará marcando quando forem 12 horas do mesmo dia?: a) 12 horas, 1 minuto e 15 segundos; b) 12 horas e 1 minuto; c) 12 horas e 45 segundos; d) 12 horas e 30 segundos; e) 12 horas e 30 minutos. 02. Quantas dezenas há no número 469?: a) nenhuma b) 4,6; c) 6; d) 6,9; e) Quantos quartos de quilo existem em meia tonelada?: a) 500; b) 1000; c) 1500; d) 2000; e) O carro azul é maior do que o vermelho e o vermelho é menor do que o amarelo. Qual o maior dos carros?: a) o vermelho; b) o amarelo; c) o azul; d) o azul e o amarelo; e) impossível responder. 05. O carro amarelo anda mais rapidamente do que o vermelho e este mais rapidamente do que o azul. Qual o carro que está se movimentando com maior velocidade?: a) o amarelo; b) o azul; c) o vermelho; d) o vermelho e o azul; e) impossível responder. 06. Para que haja uma representação teatral não pode faltar: a) palco: b) bilheteria; c) ator; d) auditório; e) texto. 07. João e José têm, juntos, 125 anos. João tem 11 anos menos que Júlio e 7 mais que José. Quantos anos tem Júlio?: a) 83; b) 77; c) 71: d) 66: e) Na série de números colocada a seguir, sempre que dois algarismos vizinhos somados proporcionem o total de 10, faça a soma. E indique o total geral desta forma encontrado : a) 45: b) 50:

86 c) 60: d) 70: e) Qual o número que colocado no lugar do traço deixará o conjunto coerente?: a) 19; b) 35: c) 38; d) 57; e) 85; 10. O time azul, jogando uma partida de futebol com o time verde, tem 70% de possibilidade de ganhar, atuando durante o dia; mas sob a luz dos refletores, sua possibilidade (por motivos ignorados) desce para 20%, Qual sua possibilidade ganhar num jogo que terá, dos 90 minutos regulamentares, 18 jogados ainda de dia e 72 disputados já com os refletores acesos : a) 80%; b) 60%; c) 50%; d) 45%; e) 30%. 11. Qual o menor número de carros que nos permite armar o seguinte conjunto de afirmações: Nesta rua vimos passar 2 carros na frente de 2, 2 atrás de 2 e 2 entre 2?: a) 12; b) 8; c) 6; d) 4; e) Qual o número que, acrescido da 3, dá metade de 9 vezes um oitavo de 32?: a) 15; b) 16; c) 21; d) 27; e) 34; 13. Esta a situação: Cinco moças estão sentadas na primeira fila da sala de aula: são Maria, Mariana, Marina, Marisa e Matilde. Marisa está numa extremidade e Marina na outra. Mariana senta-se ao lado de Marina e Matilde, ao lado de Marisa.. Este o esquema para responder: Para quantidades Para nomes a) = 1 a) = Mariana b) =2 b) = Maria c) = 3 c) = Matilde d) = 4 d) = Marina e) = 5 e) = Marisa 17 Quantas estão entre Marisa e Mariana? 18 Imagine dois recipientes opacos, com a forma de garrafa de boca estreita, que vamos chamar A e B. E bolas brancas e pretas, que podem ser colocadas nos recipientes e que irão ser retiradas como se fosse um sorteio. O problema é este: de qual recipiente você terá mais chance de retirar uma bola preta numa. primeira e única tentativa, havendo, em A 2 bolas pretas e 4 brancas em B 3 bolas pretas e 7 brancas? Opções: a) do A; b) do B; c) é indiferente; d) impossível responder por falta de dados; e) impossível responder por estarem os dados mal colocados. 19. O mesmo problema, com as mesmas opções anteriores: havendo, em A 4 bolas pretas e 8 brancas em B 6 bolas pretas e 12 brancas. 20. ldem, havendo, em 1 bola preta e 3 brancas em B 2 bolas pretas e 5 brancas. 21. ldem, havendo, em A 6 bolas pretas e 10 brancas em B 3 bolas pretas e 6 brancas. 22. Considere, agora, três recipientes, permanecendo o mesmo problema: havendo, em A 5 bolas pretas e 10 brancas em B 4 bolas pretas e 7 brancas em C 2 bolas pretas e 5 brancas. As opções, para este caso 22, são as seguintes: a) do A; b) do B; c) do C; d) é indiferente; e) é impossível responder. 23. Indique entre as opções o melhor sinônimo: Para "pecúlio": a) roubo; b) porção; c) bens; d) herança; e) criação. 24. Para "misantropia": a) religiosidade; b) sociabilidade; c) aversão; d) ira; e) caridade. 25. Para "exasperação": a) alisamento; b) espera; c) evocação; d) exatidão; e) irritação. E estas as perguntas: Quantas estão entre Marina e Marisa?: 14. Quem está no meio?: 15. Quem está entre Matilde e Mariana?: 16 Quem está entre Marina e Maria?: 26. está para assim como está para a) b) c) d) e) Raciocínio Lógico e Matemático 44

87 27 Uma família gastou 1/4 de seu salário mensal em alimentação e 1/3 do restante em pagamento de prestações. Que porcentagem de salário lhe restou?: a) 15% b) 25%; c) 35%; d) 45%; e) 50% _ a) 24; b) 30; c) 33; d) 60; e) Sendo este quadro um código - linhas e colunas -, o que está representando a fórmula ? a) Ele; b) Fae; c) lnrl; d) Deus; e) Jesus. 30. Descobriu-se num código, até então secreto, que o número 12=8=4 realmente significava 9=5=1. Daí, como se espera que esteja escrito "revolução" : a) vibapegia; b) tgyqnxebq; c) obslirzxl; d) sfxpmvdbp; e) uhzroyfdr a) 45; b) 26; c) 25; d) 22; e) Afirmando que o fogo é "frio" e que o açúcar é "salgado", poderíamos dizer que o perito é alguém: a) inábil b) experimentado; c) sábio; d) prático; e) culto. 33. Seguem-se alguns raciocínios (duas premissas e uma conclusão) que você deve julgar como verdadeiros ou falsos, isto é, se a conclusão é correta ou não, dadas como verdadeiras as premissas: 1. A não é B B não é C logo, A não é C. Raciocínio Lógico e Matemático Algum B é C algum C é A logo, algum A é B. 3. Nenhum D é A todo A é C logo, nenhum D é C. 4. Todo C é B algum B é A logo, todo A é C, 5. Algum D é B nenhum B é A logo, algum D é A. E assinale conforme as seguintes opções: a) Todos os raciocínios são falsos; b) Todos os raciocínios são verdadeiros; c) Apenas o terceiro é verdadeiro; d) Apenas os raciocínios 2 e 4 são falsos; e) Nenhum dos casos anteriores. 34. Confira os raciocínios seguintes: 1. Todo P é O ora, R é P logo, R é O. 2. Todo R é S ora, P não é S logo, P não é R, 3. Todo S é P todo S é O logo, algum P é O. 4. Todo P é O todo O é R logo, P é R. 5. Nenhum S é T...ora, R é T...logo, R não é S. E assinale conforme as seguintes opções a) Todos os raciocínios são verdadeiros; b) São falsos os raciocínios 4 e 5; c) São verdadeiros apenas os de números 1 e 3; d) São falsos todos os raciocínios; e) Nenhum dos casos anteriores. 35. O contrário do contrário de exato é: a) duvidoso; b) provável; c) inexato; d) errado; e) certo. 36. Quantos cubos você necessária para reproduzir a construção apresentada a seguir a) 60; b) 40; c) 32; d) 24; e) E esta outra a) 10; b) 16; c) 17; d) 20; e) 24.

88 38. Medo está para coragem assim como esperança está para: a) fé; b) cólera; c) desespero; d) tristeza; e) melancolia. 39. Admitindo que cada quadra é percorrida em 5 minutos e que para atravessar uma rua sempre pelas faixas situadas junto às esquinas -,você dispenderá 50 segundos, permanecendo 10 minutos em cada local, qual a sequência que você seguirá para ir, o mais rapidamente possível, de sua casa até a livraria, e voltar, passando, na ida ou na volta, pelo correio, pela panificadora, pela casa de lanches e pelo banco? 44. Há uma lesma que pretende subir um muro de 8 metros de altura - e ela sabe percorrer um caminho exatamente perpendicular. Das 6 ás 18 horas, ela sobe 3 metros. Dai, descansa, e das 18 ás 6 horas, desce, deslizando, 2 metros. Tendo iniciado a subida ás 6 horas de uma segunda feira, quando atingirá os 8 metros? a) às 18 horas de sábado; b) às 6 horas de domingo; c) ás 18 horas de domingo; d) às 6 horas da segunda feira seguinte; e) ás 18 horas da segunda feira seguinte. 45. O número que continua a sequência a) 65; b) 68; c) 75; d) 76; e) 78. CO = correio CL = casa de lanches L = livraria P = panificadora C = casa B = banco a) é indiferente; b) livraria - correio - casa de lanches - panificadora - banco; c) banco - panificadora - casa de lanches - livraria - correio; d) livraria - casa de lanches - panificadora - correio - banco: e) correio - panificadora - casa de lanches - livraria - banco. 40. Fogo está para fumaça assim como velhice está para: a) mocidade; b) imaturidade; c) cansaço d) cãs; e) morte. 41. Precoce está para cedo assim como tardio está para: a) inverno; b) manhã; c) serôdio; d) inoportuno; e) inicial. 42. Direita está para esquerda assim como destro está para: a) ágil; b) esperto; c) sinistro; d) inábil; e) reto. 43. Franco está para a França assim como Lira está para: a) Música; b) Mentiroso; c) Bulgária; d) Itália; e) Espanha. 46. São apresentados cinco raciocínios, isto é, algumas premissas, seguidas de uma conclusão. Aceitando como verdadeiras as premissas, verifique se a conclusão é verdadeira ou não. 1. Quadrados são figuras que têm ângulos. Esta figura não tem nenhum ângulo. Logo, esta figura é necessariamente um círculo. 2. Se o mar é pequeno, a ilha é grande. Se o lago é médio, também a ponte é média. Mas, ou o mar é pequeno ou a ilha é média, nunca os dois juntos. Então, tanto a ponte como a ilha são médios. 3. Eu moro entre o estádio e o centro da cidade. O estádio fica entre a rodoviária e o centro da cidade. Logo, eu moro mais perto do estádio do que da rodoviária. 4. Somente quando domingo é lua cheia. Segunda é lua nova. Terça é lua cheia ou lua nova somente quando segunda não é lua nova. Logo, quando domingo é lua cheia, Terça não é nem lua cheia nem lua nova. 5. Enquanto rabanete for vermelho, alface será verde. Alface não sendo verde, o repolho será amarelo. Porém o repolho nunca será amarelo enquanto o rabanete for vermelho. Logo, desde que o repolho seja amarelo, a alface será verde. Assinale conforme as seguintes hipóteses. a) todas as conclusões são falsas; b) são falsas as conclusões 2, 3 e 5: c) são verdadeiras as conclusões 1 e 2; d) são verdadeiras as conclusões 3 e 4; e) nenhum dos casos anteriores. 47. O diretor de um presídio resolve dar uma chance a um condenado á morte e lhe propõe o seguinte: Vá até o fim desse corredor e lá você encontrará duas portas, cada uma com um guarda. Uma delas conduz á câmara de gás e a outra á liberdade. Os guardas sabem onde vai dar cada uma das portas. Você tem o direito de fazer somente um pedido a um deles. Mas um dos guardas sempre faz o contrário do que lhe pedem e o outro sempre obedece cegamente. Que pedido deve fazer o prisioneiro para sair pela porta da liberdade?. 48. Quatro irmãs dividem uma herança de 70 milhões de maneira que cada uma recebe 3 milhões a mais que a irmã imediatamente mais velha. Quanto recebe exatamente cada uma das quatro?: 49. Um rei, na iminência de contratar um cobrador de impostos, propõe a ele o seguinte problema: "Você tem aqui dez sacos cheios de moedas, todos iguais, mas um deles só contém moedas falsas. As verdadeiras pesam 10 gramas cada uma e as falsas, 9 gramas. Você tem que descobrir qual é o saco que contém moedas falsas, usando uma balança de um prato só e fazendo apenas uma pesagem". O cobrador de impostos conseguiu passar no teste. Como? Raciocínio Lógico e Matemático 46

89 50. Polycrato pergunta a Pitágoras quantos alunos ele tem em sua escola. Pitágoras lhe responde o seguinte: - a metade estuda matemática - um quarto estuda ciências - um sétimo estuda filosofia - e há mais três mulheres. Quantos são os discípulos de Pitágoras RESPOSTAS 01. Se o relógio adianta 4 minutos em 24 horas, ou seja, em minutos, então ele adianta 10s por hora. Entre 7h30 e 12h temos 4h30, ou seja, um adiantamento de 45s. Acrescendo estes 45s aos 30s que o relógio já marcava às 7h30 teremos às 12h a marcação 12 h/min e 15 segundos. 02. No número 469 temos mais exatamente 46,9 dezenas, mas se considerarmos apenas os inteiros, temos então 46 dezenas. 03. Para sabermos quantos quartos de kilo temos em meia tonelada basta dividirmos os 500 kg que equivalem a uma tonelada por 0.25kg, que é um quarto de kilo. Assim sendo, temos quartos de kilo em meia tonelada. 04. É impossível responder qual é o maior dos carros, sabe-se apenas que o vermelho é o menor entre eles. 05. O carro que dentre os três está se movimentando com maior rapidez é o amarelo. 06. Para que haja uma representação teatral aquilo que absolutamente imprescindível é que exista um ator ou uma atriz. 07. Chamando de x a idade de João, y a de José e z a de Júlio, teremos o seguinte sistema de equações: x + y = 125. Resolvendo por x = y + 7 substituição encontraremos que João tem 66 anos. Portanto Júlio, que é 11 anos mais velho tem 77 anos. 08. Teste fácil, cuja resposta correta é a letra D. 09. Questão sobre lei de formação, que neste caso é começar a linha pelo segundo termo da linha anterior e terminá-la com o primeiro termo da anterior. Desta maneira o número a ser colocado no espaço em branco é Para resolvermos este problema basta fazermos uma média ponderada: durante 4/5 de jogo, ou seja, 80% é dia durante 20% de jogo à noite, ou seja, há o uso dos refletores. Basta multiplicarmos cada fração do jogo pela chance do time azul, ou seja, fazermos: 80% x 70% + 20% x 20%, o que resulta em 60% de chance de vitória. 11. O menor número de carros que nos permite armar o conjunto proposto é 6. Suponhamos que à frente dos 6 tenhamos os carros azuis; atrás destes os vermelhos e por último dois amarelos. Consequentemente teremos duas possibilidades para vermos passarem 2 na frente de 2. Teremos 3 possibilidades de vermos 2 atrás de 2 e uma possibilidade de termos 2 entre Um oitavo de 32 é 4. 9 vezes isto é 36. A metade de 36 é 18. Portanto o número que acrescido de 3 dá metade de 9 vezes um oitavo de 32 é Devemos responder com a letra C pois há 3 moças entre Marina e Marisa. 14. No meio das 5 encontra-se sentada Maria. 15. Quem está entre Matilde e Marina é Maria, a que está no meio-de todas. 16. Entre Marina e Maria está sentada Mariana. 17. Duas estão entre Marisa e Mariana: Matilde e Maria. 18. No recipiente A a possibilidade de tirarmos uma bola preta é maior que no recipiente B, pois a fração 2/6 é maior que 3/10, pois em decimais temos respectivamente 0, e 0, Neste caso é diferente porque a proporção de bolas pretas para o total é a mesma: 1 para É maior agora a possibilidade de tirarmos uma bola preta do recipiente B, pois a fração 2/7 é maior que 1/4, em decimais, respectivamente 0,285 e 0, A fração 6/16 é maior que 3/9, portanto no recipiente A a possibilidade de tirarmos primeiro uma bola preta é maior. 22. A maior probabilidade de tirarmos uma bola preta em primeiro lugar é a do recipiente B, pois a fração 4/7 é a maior de todas e corresponde a uma chance de 57,14%. 23. A definição mais exata de pecúlio é soma ou quantidade de dinheiro que alguém conseguiu acumular pelo seu trabalho e economia, porém o sinônimo bens não é incorreto. 24. Misantropia é um tipo de aversão, mais especificamente aversão social, aversão ao contato com pessoas. 25. O sinônimo mais correto para exasperação é o contido na alternativa E: irritação. 26. A figura que corresponde ao par de figuras anteriores se encontra na letra B, pois o que foi feito foi uma repetição do mesmo desenho original dobrado. 27. Se a família gastou 1/4, então lhe restam 3/4. Gastando 1/3 do que restou, isso significa mais um quarto, pois 1/3 de 3/4 é 1/4. Desta maneira a família ainda dispõe de 50% do salário total. 28. Pela lei de formação deste problema, repete-se o segundo número e substitui-se o primeiro pelo seu consecutivo. Assim sendo, o número que deve ser colocado no espaço é Se é um quadro de linhas e colunas, então devemos analisar cada par de números, sendo o primeiro número do paro que designa a linha e o segundo o que designa a coluna. Desta maneira a fórmula dada corresponde a Deus. 30. Pelo código apresentado, cada termo deve ser substituído por outras três unidades inferiores. Assim as letras devem ser substituídas por outras que as precedem 3 vezes. Por exemplo d corresponde à letra a. Transcrevendo então resolução obteremos uma palavra análoga à contida na alternativa C. 31. O número que deve ser colocado no espaço em branco é 25, de acordo com o estabelecido nas linhas anteriores à incompleta. 32. Se as afirmações são ao contrário; então podemos dizer que o perito é alguém inábil. 33. De acordo com o nosso raciocínio apenas a terceira afirmação é perfeitamente condizente. 34. De acordo com nossa opinião todos os raciocínios apresentados estão corretos. 35. O contrário do contrário de algo é o próprio algo. Portanto o contrário do contrário do exato é certo. 36. São precisos 40 cubos para erguermos uma construção igual à apresentada. 37. São precisos 20 cubos para fazermos uma construção análoga à desenhada no enunciado. 38. As coisas estão com valor inverso, portanto esperança está para desespero, assim como medo está para coragem. 39. Cremos que o itinerário contido na alternativa C é o que despende menor quantidade de tempo. 40. Fogo está para fumaça assim como velhice está para cãs, ou seja, fumaça é um sinal de fogo assim como cãs o é de velhice. 41. Precoce está para cedo assim como tardio está para serôdio. 42. Destro é sinônimo de direito, que usa a mão direita. Portanto de acordo com a proposição feita devemos associá-lo a sinistro, que é a pessoa que usa a mão esquerda. 43. Franco é a moeda da França, assim como a libra o é da ltália. 44. se a lesma subir neste ritmo chegará ao topo do muro às 18 horas de sábado, quando deixará de escorregar porque já chegou ao topo. 45. A sequência apresentada é uma P.A. de razão 22, portanto o quarto termo é Acreditamos que apenas as posições lll e lv são verdadeiras, o que nos leva a assinalar a letra D. 47. O condenado deve pedir a qualquer dos guardas que mande o outro mostrar a porta que conduz à morte e poderá, com toda a segurança, sair pela porta que o guarda indicar. Se ele se dirigir ao guarda do contra, ele >mandará o outro mostrar a porta da liberdade. E. na hipótese de ele se dirigir ao guarda obediente, ele mandará o outro mostrar a porta da morte, mas a porta mostrada será a da liberdade. 48. Da mais velha à mais moça: 13, 16, 19 e 22 milhões. Raciocínio Lógico e Matemático 47

90 49. Ele numerou as sacolas de 1 a 10 e tirou de cada uma delas tantas moedas quanto fosse o número da sacola. Pesou então todas as moedas. Se fosse verdadeiras, o resultado seria 550 gramas. A diferença a menos desse peso indica quantas moedas falsas foram pesadas. E o número de moedas é igual ao número da sacola de onde elas foram tiradas. 50. Com efeito os homens reunidos fazem = = de toda a escola. Os restantes são compostos por três mulheres, donde - é igual a 1 estudan te. Portanto, a escola ter 28 alunos. Raciocínio Lógico e Matemático 48

91 1 Lei Federal nº , de 15 de dezembro de Autoriza o Poder Executivo a criar a empresa pública denominada Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares - EBSERH; acrescenta dispositivos ao Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de Código Penal; e dá outras providências. Art. 1o Fica o Poder Executivo autorizado a criar empresa pública unipessoal, na forma definida no inciso II do art. 5o do Decreto-Lei no 200, de 25 de fevereiro de 1967, e no art. 5o do Decreto-Lei no 900, de 29 de setembro de 1969, denominada Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares - EBSERH, com personalidade jurídica de direito privado e patrimônio próprio, vinculada ao Ministério da Educação, com prazo de duração indeterminado. 1o A EBSERH terá sede e foro em Brasília, Distrito Federal, e poderá manter escritórios, representações, dependências e filiais em outras unidades da Federação. 2o Fica a EBSERH autorizada a criar subsidiárias para o desenvolvimento de atividades inerentes ao seu objeto social, com as mesmas características estabelecidas no caput deste artigo, aplicando-se a essas subsidiárias o disposto nos arts. 2o a 8o, no caput e nos 1o, 4o e 5o do art. 9o e, ainda, nos arts. 10 a 15 desta Lei. Art. 2o A EBSERH terá seu capital social integralmente sob a propriedade da União. Parágrafo único. A integralização do capital social será realizada com recursos oriundos de dotações consignadas no orçamento da União, bem como pela incorporação de qualquer espécie de bens e direitos suscetíveis de avaliação em dinheiro. Art. 3o A EBSERH terá por finalidade a prestação de serviços gratuitos de assistência médico-hospitalar, ambulatorial e de apoio diagnóstico e terapêutico à comunidade, assim como a prestação às instituições públicas federais de ensino ou instituições congêneres de serviços de apoio ao ensino, à pesquisa e à extensão, ao ensino-aprendizagem e à formação de pessoas no campo da saúde pública, observada, nos termos do art. 207 da Constituição Federal, a autonomia universitária. 1o As atividades de prestação de serviços de assistência à saúde de que trata o caput estarão inseridas integral e exclusivamente no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS. 2o No desenvolvimento de suas atividades de assistência à saúde, a EBSERH observará as orientações da Política Nacional de Saúde, de responsabilidade do Ministério da Saúde. 3o É assegurado à EBSERH o ressarcimento das despesas com o atendimento de consumidores e respectivos dependentes de planos privados de assistência à saúde, na forma estabelecida pelo art. 32 da Lei no 9.656, de 3 de junho de 1998, observados os valores de referência estabelecidos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar. Art. 4o Compete à EBSERH: I - administrar unidades hospitalares, bem como prestar serviços de assistência médico-hospitalar, ambulatorial e de apoio diagnóstico e terapêutico à comunidade, no âmbito do SUS; II - prestar às instituições federais de ensino superior e a outras instituições congêneres serviços de apoio ao ensino, à pesquisa e à extensão, ao ensino-aprendizagem e à formação de pessoas no campo da saúde pública, mediante as condições que forem fixadas em seu estatuto social; III - apoiar a execução de planos de ensino e pesquisa de instituições federais de ensino superior e de outras instituições congêneres, cuja vinculação com o campo da saúde pública ou com outros aspectos da sua atividade torne necessária essa cooperação, em especial na implementação das residências médica, multiprofissional e em área profissional da saúde, nas especialidades e regiões estratégicas para o SUS; IV - prestar serviços de apoio à geração do conhecimento em pesquisas básicas, clínicas e aplicadas nos hospitais universitários federais e a outras instituições congêneres; V - prestar serviços de apoio ao processo de gestão dos hospitais universitários e federais e a outras instituições congêneres, com implementação de sistema de gestão único com geração de indicadores quantitativos e qualitativos para o estabelecimento de metas; e VI - exercer outras atividades inerentes às suas finalidades, nos termos do seu estatuto social. Art. 5o É dispensada a licitação para a contratação da EBSERH pela administração pública para realizar atividades relacionadas ao seu objeto social. Art. 6o A EBSERH, respeitado o princípio da autonomia universitária, poderá prestar os serviços relacionados às suas competências mediante contrato com as instituições federais de ensino ou instituições congêneres. 1o O contrato de que trata o caput estabelecerá, entre outras: I - as obrigações dos signatários; II - as metas de desempenho, indicadores e prazos de execução a serem observados pelas partes; III - a respectiva sistemática de acompanhamento e avaliação, contendo critérios e parâmetros a serem aplicados; e IV - a previsão de que a avaliação de resultados obtidos, no cumprimento de metas de desempenho e observância de prazos pelas unidades da EBSERH, será usada para o aprimoramento de pessoal e melhorias estratégicas na atuação perante a população e as instituições federais de ensino ou instituições congêneres, visando ao melhor aproveitamento dos recursos destinados à EBSERH. 2o Ao contrato firmado será dada ampla divulgação por intermédio dos sítios da EBSERH e da entidade contratante na internet. 3o Consideram-se instituições congêneres, para efeitos desta Lei, as instituições públicas que desenvolvam atividades de ensino e de pesquisa na área da saúde e que prestem serviços no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS. Art. 7o No âmbito dos contratos previstos no art. 6o, os servidores titulares de cargo efetivo em exercício na instituição federal de ensino ou instituição congênere que exerçam atividades relacionadas ao objeto da EBSERH poderão ser a ela cedidos para a realização de atividades de assistência à saúde e administrativas. 1o Ficam assegurados aos servidores referidos no caput os direitos e as vantagens a que façam jus no órgão ou entidade de origem. 2o A cessão de que trata o caput ocorrerá com ônus para o cessionário. Art. 8o Constituem recursos da EBSERH: I - recursos oriundos de dotações consignadas no orçamento da União; II - as receitas decorrentes: a) da prestação de serviços compreendidos em seu objeto; b) da alienação de bens e direitos; c) das aplicações financeiras que realizar; d) dos direitos patrimoniais, tais como aluguéis, foros, dividendos e bonificações; e e) dos acordos e convênios que realizar com entidades nacionais e internacionais; III - doações, legados, subvenções e outros recursos que lhe forem destinados por pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado; e IV - rendas provenientes de outras fontes. Parágrafo único. O lucro líquido da EBSERH será reinvestido para a- tendimento do objeto social da empresa, excetuadas as parcelas decorrentes da reserva legal e da reserva para contingência. Art. 9o A EBSERH será administrada por um Conselho de Administração, com funções deliberativas, e por uma Diretoria Executiva e contará ainda com um Conselho Fiscal e um Conselho Consultivo. 1o O estatuto social da EBSERH definirá a composição, as atribuições e o funcionamento dos órgãos referidos no caput. 2o (VETADO). 3o (VETADO). 4o A atuação de membros da sociedade civil no Conselho Consultivo não será remunerada e será considerada como função relevante. 5o Ato do Poder Executivo aprovará o estatuto da EBSERH. Art. 10. O regime de pessoal permanente da EBSERH será o da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e legislação complementar, condicionada a contratação à prévia aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos, observadas as normas específicas editadas pelo Conselho de Administração. Legislação Aplicada à EBSERH 1

92 Parágrafo único. Os editais de concursos públicos para o preenchimento de emprego no âmbito da EBSERH poderão estabelecer, como título, o cômputo do tempo de exercício em atividades correlatas às atribuições do respectivo emprego. Art. 11. Fica a EBSERH, para fins de sua implantação, autorizada a contratar, mediante processo seletivo simplificado, pessoal técnico e administrativo por tempo determinado. 1o Os contratos temporários de emprego de que trata o caput somente poderão ser celebrados durante os 2 (dois) anos subsequentes à constituição da EBSERH e, quando destinados ao cumprimento de contrato celebrado nos termos do art. 6o, nos primeiros 180 (cento e oitenta) dias de vigência dele. 2o Os contratos temporários de emprego de que trata o caput poderão ser prorrogados uma única vez, desde que a soma dos 2 (dois) períodos não ultrapasse 5 (cinco) anos. Art. 12. A EBSERH poderá celebrar contratos temporários de emprego com base nas alíneas a e b do 2º do art. 443 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, mediante processo seletivo simplificado, observado o prazo máximo de duração estabelecido no seu art Art. 13. Ficam as instituições públicas federais de ensino e instituições congêneres autorizadas a ceder à EBSERH, no âmbito e durante a vigência do contrato de que trata o art. 6o, bens e direitos necessários à sua execução. Parágrafo único. Ao término do contrato, os bens serão devolvidos à instituição cedente. Art. 14. A EBSERH e suas subsidiárias estarão sujeitas à fiscalização dos órgãos de controle interno do Poder Executivo e ao controle externo exercido pelo Congresso Nacional, com auxílio do Tribunal de Contas da União. Art. 15. A EBSERH fica autorizada a patrocinar entidade fechada de previdência privada, nos termos da legislação vigente. Parágrafo único. O patrocínio de que trata o caput poderá ser feito mediante adesão a entidade fechada de previdência privada já existente. Art. 16. A partir da assinatura do contrato entre a EBSERH e a instituição de ensino superior, a EBSERH disporá de prazo de até 1 (um) ano para reativação de leitos e serviço inativos por falta de pessoal. Art. 17. Os Estados poderão autorizar a criação de empresas públicas de serviços hospitalares. Art. 18. O art. 47 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de Código Penal, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso V: Art V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. (NR) Art. 19. O Título X da Parte Especial do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de Código Penal, passa a vigorar acrescido do seguinte Capítulo V: CAPÍTULO V das fraudes em certames de interesse público Fraudes em certames de interesse público Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de: I - concurso público; II - avaliação ou exame públicos; III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 1o Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informações mencionadas no caput. 2o Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 3o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido por funcionário público. (NR) Art. 20. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 2 Decreto nº 7.661, de 28 de dezembro de Art. 1o Fica aprovado o Estatuto Social da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares - EBSERH, nos termos do Anexo, empresa pública federal, unipessoal, vinculada ao Ministério da Educação. Art. 2o A constituição inicial do capital social da EBSERH será de R$ ,00 (cinco milhões de reais), a ser integralizado pela União. Art. 3o O disposto no art. 1o, inciso II do caput, do Decreto no 757, de 19 de fevereiro de 1993, não se aplica à EBSERH. Art. 4o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. ANEXO ESTATUTO SOCIAL DA EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES S.A. - EBSERH CAPÍTULO I DA NATUREZA, FINALIDADE, SEDE E DURAÇÃO Art. 1o A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares - EBSERH, empresa pública dotada de personalidade jurídica de direito privado e patrimônio próprio, reger-se-á pelo presente Estatuto Social e pelas disposições legais que lhe forem aplicáveis. Parágrafo único. A EBSERH fica sujeita à supervisão do Ministro de Estado da Educação. Art. 2o A EBSERH tem sede e foro em Brasília, Distrito Federal, e atuação em todo o território nacional, podendo criar subsidiárias, sucursais, filiais ou escritórios e representações no país. Art. 3o A EBSERH terá por finalidade a prestação de serviços gratuitos de assistência médico-hospitalar, ambulatorial e de apoio diagnóstico e terapêutico à comunidade, assim como a prestação às instituições públicas federais de ensino ou instituições congêneres de serviços de apoio ao ensino, à pesquisa e à extensão, ao ensino-aprendizagem e à formação de pessoas no campo da saúde pública, observada, nos termos do art. 207 da Constituição, a autonomia universitária. 1o As atividades de prestação de serviços de assistência à saúde de que trata o caput estarão inseridas integral e exclusivamente no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS. 2o No desenvolvimento de suas atividades de assistência à saúde, a EBSERH observará as diretrizes e políticas estabelecidas pelo Ministério da Saúde. 3o A execução das atividades mencionadas neste artigo dar-se-á por meio da celebração de contrato específico para este fim, pactuado de comum acordo entre a EBSERH e cada uma das instituições de ensino ou instituições congêneres, respeitado o princípio da autonomia das universidades. 4o A EBSERH, no exercício de suas atividades, deverá estar orientada pelas políticas acadêmicas estabelecidas no âmbito das instituições de ensino com as quais estabelecer contrato de prestação de serviços. Art. 4o O prazo de duração da EBSERH é indeterminado. Art. 5o A EBSERH sujeitar-se-á ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários. CAPÍTULO II DO CAPITAL SOCIAL E DOS RECURSOS Art. 6o O capital social da EBSERH é de R$ ,00 (cinco milhões de reais), integralmente sob a propriedade da União. Parágrafo único. O capital social da EBSERH poderá ser aumentado e integralizado com recursos oriundos de dotações consignadas no orçamento da União, bem como pela incorporação de qualquer espécie de bens e direitos suscetíveis de avaliação em dinheiro. Art. 7o Constituem recursos da EBSERH: I - as dotações que lhe forem consignadas no orçamento da União; II - as receitas decorrentes: a) da prestação de serviços compreendidos em seu objeto; b) da alienação de bens e direitos; c) das aplicações financeiras que realizar; d) dos direitos patrimoniais, tais como aluguéis, foros, dividendos e bonificações; e e) dos acordos e convênios que realizar com entidades nacionais e internacionais; Legislação Aplicada à EBSERH 2

93 III - doações, legados, subvenções e outros recursos que lhe forem destinados por pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado; IV - os oriundos de operações de crédito, assim entendidos os provenientes de empréstimos e financiamentos obtidos pela entidade; e V - rendas provenientes de outras fontes. Parágrafo único. O lucro líquido da EBSERH será reinvestido para a- tendimento do objeto social da empresa, excetuadas as parcelas decorrentes da reserva legal e da reserva para contingência. CAPÍTULO III DA COMPETÊNCIA Art. 8o A EBSERH exercerá atividades relacionadas com suas finalidades, competindo-lhe, particularmente: I - administrar unidades hospitalares, bem como prestar serviços de assistência médico-hospitalar, ambulatorial e de apoio diagnóstico e terapêutico à comunidade, integralmente disponibilizados ao Sistema Único de Saúde; II - prestar, às instituições federais de ensino superior e a outras instituições públicas congêneres, serviços de apoio ao ensino e à pesquisa e à extensão, ao ensino-aprendizagem e à formação de pessoas no campo da saúde publica, em consonância com as diretrizes do Poder Executivo; III - apoiar a execução de planos de ensino e pesquisa de instituições federais de ensino superior e de outras instituições públicas congêneres, cuja vinculação com o campo da saúde pública ou com outros aspectos da sua atividade torne necessária essa cooperação, em especial na implementação de residência médica ou multiprofissional e em área profissional da saúde, nas especialidades e regiões estratégicas para o SUS; IV - prestar serviços de apoio à geração do conhecimento em pesquisas básicas, clínicas e aplicadas nos hospitais universitários federais e a outras instituições públicas congêneres; V - prestar serviços de apoio ao processo de gestão dos hospitais universitários e federais e a outras instituições públicas congêneres, com a implementação de sistema de gestão único com geração de indicadores quantitativos e qualitativos para o estabelecimento de metas; e VI - exercer outras atividades inerentes às suas finalidades. Art. 9o A EBSERH prestará os serviços relacionados às suas competências mediante contrato com as instituições federais de ensino ou instituições públicas congêneres, o qual conterá, obrigatoriamente: I - as obrigações dos signatários; II - as metas de desempenho, indicadores e prazos de execução a serem observados pelas partes; e III - a respectiva sistemática de acompanhamento e avaliação, contendo critérios e parâmetros a serem aplicados. Parágrafo único. A EBSERH dará ampla publicidade aos contratos firmados, inclusive por meio de sítio na Internet. CAPÍTULO IV DOS ÓRGÃOS ESTATUTÁRIOS Art. 10. São órgãos estatutários da EBSERH: I - o Conselho de Administração; II - a Diretoria Executiva; III - o Conselho Fiscal; e IV - o Conselho Consultivo. Art. 11. Não podem participar dos órgãos da EBSERH, além dos impedidos por lei: I - os que detenham controle ou participação relevante no capital social de pessoa jurídica inadimplente com a EBSERH ou que lhe tenha causado prejuízo ainda não ressarcido, estendendo-se esse impedimento aos que tenham ocupado cargo de administração em pessoa jurídica nessa situação, no exercício social imediatamente anterior à data da eleição ou nomeação; II - os que houverem sido condenados por crime falimentar, de sonegação fiscal, de prevaricação, de corrupção ativa ou passiva, de concussão, de peculato, contra a economia popular, contra a fé pública, contra a propriedade ou que houverem sido condenados a pena criminal que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; III - os declarados inabilitados para cargos de administração em empresas sujeitas a autorização, controle e fiscalização de órgãos e entidades da administração pública direta e indireta; IV - os declarados falidos ou insolventes; V - os que detiveram o controle ou participaram da administração de pessoa jurídica concordatária, falida ou insolvente, no período de cinco anos anteriores à data da eleição ou nomeação, salvo na condição de síndico, comissário ou administrador judicial; VI - sócio, ascendente, descendente ou parente colateral ou afim, até o terceiro grau, de membro do Conselho de Administração, da Diretoria Executiva e do Conselho Fiscal; VII - os que tiverem interesse conflitante com a sociedade. 1o Aos integrantes dos órgãos de administração é vedado intervir em operação em que, direta ou indiretamente, sejam interessadas sociedades de que detenham o controle ou participação superior a cinco por cento do capital social. 2o O impedimento referido no 1o aplica-se, ainda, quando se tratar de empresa em que ocupem ou tenham ocupado, em período imediatamente anterior à investidura na EBSERH, cargo de gestão. CAPÍTULO V DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Art. 12. O órgão de orientação superior da EBSERH é o Conselho de Administração, composto por nove membros, nomeados pelo Ministro de Estado da Educação, obedecendo a seguinte composição: I - três membros indicados pelo Ministro de Estado da Educação, sendo que um será o Presidente do Conselho e outro substituto nas suas ausências e impedimentos; II - o Presidente da Empresa, que não poderá exercer a Presidência do Conselho, ainda que interinamente; III - um membro indicado pelo Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão; IV - dois membros indicados pelo Ministro de Estado da Saúde; V - um representante dos empregados e respectivo suplente, na forma da Lei nº , de 28 de dezembro de 2010; e VI - um membro indicado pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior - ANDIFES, sendo reitor de universidade federal ou diretor de hospital universitário federal. 1o O prazo de gestão dos membros do Conselho de Administração será de dois anos contados a partir da data de publicação do ato de nomeação, podendo ser reconduzidos por igual período. 2o O representante dos empregados, de que trata o inciso V deste artigo, e seu respectivo suplente, serão escolhidos dentre os empregados ativos da EBSERH, pelo voto direto de seus pares, em eleição organizada pela empresa em conjunto com as entidades sindicais que os representem, na forma da Lei no , de 2010, e sua regulamentação. 3o O representante dos empregados não participará das discussões e deliberações sobre assuntos que envolvam relações sindicais, remuneração, benefícios e vantagens, inclusive assistenciais ou de previdência complementar, hipóteses em que fica configurado o conflito de interesse, sendo tais assuntos deliberados em reunião separada e exclusiva para tal fim. 4o A investidura dos membros do Conselho de Administração far-seá mediante assinatura em livro de termo de posse. 5o Na hipótese de recondução, o prazo de nova gestão conta-se a partir da data do término do prazo de gestão anterior. 6o Findo o prazo de gestão, o membro do Conselho de Administração permanecerá no exercício da função até a investidura de substituto. 7o No caso de vacância definitiva do cargo de Conselheiro, o substituto será nomeado pelos Conselheiros remanescentes e servirá até a designação do novo representante, exceto no caso do representante dos empregados. 8o O suplente do representante dos empregados exercerá suas funções apenas no caso de vacância definitiva do seu titular. 9o Salvo impedimento legal, os membros do Conselho de Administração farão jus a honorários mensais correspondentes a dez por cento da remuneração média mensal dos Diretores da EBSERH, além do reembolso, obrigatório, das despesas de locomoção e estada necessárias ao desempenho da função. 10. Além dos casos de morte, renúncia, destituição e outros previstos em lei, considerar-se-á vaga a função de membro do Conselho de Administração que, sem causa formalmente justificada, não comparecer a duas reuniões consecutivas ou três alternadas, no intervalo de um ano, salvo caso de forca maior ou caso fortuito. Art. 13. Compete ao Conselho de Administração: I - fixar as orientações gerais das atividades da EBSERH; II - examinar e aprovar, por proposta do Presidente da EBSERH, políticas gerais e programas de atuação a curto, médio e longo prazo, em har- Legislação Aplicada à EBSERH 3

94 monia com a política de educação, com a política de saúde e com a política econômico-financeira do Governo Federal; III - aprovar o regimento interno da EBSERH, que deverá conter, dentre outros aspectos, a estrutura básica da empresa e os níveis de alçada decisória da Diretoria e do Presidente, para fins de aprovação de operações; IV - aprovar o orçamento e programa de investimentos e acompanhar a sua execução; V - aprovar os contratos previstos no art. 6o da Lei no , de 2011; VI - apreciar os relatórios anuais de auditoria e as informações sobre os resultados da ação da EBSERH, bem como sobre os principais projetos por esta apoiados; VII - autorizar a contratação de auditores independentes; VIII - opinar e submeter à aprovação do Ministro de Estado da Fazenda, por intermédio do Ministro de Estado da Educação: a) o relatório de administração e as demonstrações contábeis anuais da EBSERH; b) a proposta de destinação de lucros ou resultados; c) a proposta de criação de subsidiárias; e d) a proposta de dissolução, cisão, fusão e incorporação que envolva a EBSERH. IX - deliberar sobre alteração do capital e do estatuto social da EBSE- RH; X - deliberar, mediante proposta da Diretoria Executiva, sobre: a) o regulamento de licitação; b) o regulamento de pessoal, incluindo o regime disciplinar e as normas sobre apuração de responsabilidade; c) o quadro de pessoal, com a indicação do total de vagas autorizadas; e d) o plano de salários, benefícios, vantagens e quaisquer outras parcelas que componham a retribuição de seus empregados; XI - autorizar a aquisição, alienação e a oneração de bens imóveis e valores mobiliários; XII - autorizar a contratação de empréstimos no interesse da EBSERH; XIII - designar e destituir o titular da auditoria interna, após aprovação da Controladoria Geral da União; e XIV - dirimir questões em que não haja previsão estatutária, aplicando, subsidiariamente, a Lei no 6.404, de 15 de dezembro de Art. 14. O Conselho de Administração reunir-se-á, ordinariamente, mensalmente e, extraordinariamente, sempre que for convocado pelo Presidente, a seu critério, ou por solicitação de, pelo menos, quatro de seus membros. 1o O Conselho somente deliberará com a presença da maioria absoluta dos seus membros. 2o As deliberações do Conselho serão tomadas por maioria simples de votos dos presentes, respeitado o quorum do 1o, e registradas em atas, cabendo ao Presidente, além do voto ordinário, o voto de qualidade. CAPÍTULO VI DA DIRETORIA Art. 15. A EBSERH será administrada por uma Diretoria Executiva, composta pelo Presidente e até seis Diretores, todos nomeados e destituíveis, a qualquer tempo, pelo Presidente da República, por indicação do Ministro de Estado da Educação. 1o A investidura dos membros da Diretoria far-se-á mediante assinatura em livro de termo de posse. 2o O Presidente e Diretores da EBSERH serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos: I - idoneidade moral e reputação ilibada; II - notórios conhecimentos na área de gestão, da atenção hospitalar e do ensino em saúde; e III - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior. Art. 16. Compete à Diretoria: I - administrar e dirigir os bens, serviços e negócios da EBSERH e decidir, por proposta dos responsáveis pelas respectivas áreas de coordenação, sobre operações de responsabilidade situadas no respectivo nível de alçada decisória estabelecido pelo Conselho de Administração; II - propor e implementar as linhas orientadoras da ação da EBSERH; III - apreciar e submeter ao Conselho de Administração o orçamento e programa de investimentos da EBSERH; IV - deliberar sobre operações, situadas no respectivo nível de alçada decisória estabelecido pelo Conselho de Administração; Legislação Aplicada à EBSERH 4 V - autorizar a aquisição, alienação e oneração de bens móveis, exceto valores mobiliários, podendo estabelecer normas e delegar poderes; VI - analisar e submeter à aprovação do Conselho de Administração propostas de aquisição, alienação e oneração de bens imóveis e valores mobiliários; VII - estabelecer normas e delegar poderes, no âmbito de sua competência; VIII - elaborar as demonstrações financeiras de encerramento de exercício; IX - autorizar a realização de acordos, contratos e convênios que constituam ônus, obrigações ou compromissos para a EBSERH, exceto os constantes do art. 6o da Lei no , de 2011; e X - pronunciar-se sobre todas as matérias que devam ser submetidas ao Conselho de Administração. Art. 17. A Diretoria reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por semana e, extraordinariamente, sempre que convocada pelo Presidente da EBSERH, deliberando com a presença da maioria de seus membros. 1o As deliberações da Diretoria serão tomadas por maioria de votos e registradas em atas, cabendo ao Presidente, além do voto ordinário, o de qualidade. 2o O Presidente poderá vetar as deliberações da Diretoria, submetendo-as, neste caso, ao Conselho de Administração. Art. 18. Compete ao Presidente: I - representar a EBSERH, em juízo ou fora dele, podendo delegar essa atribuição, em casos específicos, e, em nome da entidade, constituir mandatários ou procuradores; II - convocar e presidir as reuniões da Diretoria; III - coordenar o trabalho das unidades da EBSERH, podendo delegar competência executiva e decisória e distribuir, entre os Diretores, a coordenação dos serviços da empresa; IV - editar normas necessárias ao funcionamento dos órgãos e serviços da EBSERH, de acordo com a organização interna e a respectiva distribuição de competências estabelecidas pela Diretoria; V - admitir, promover, punir, dispensar e praticar os demais atos compreendidos na administração de pessoal, de acordo com as normas e critérios previstos em lei e aprovados pela Diretoria, podendo delegar esta atribuição no todo ou em parte; VI - designar substitutos para os membros da Diretoria, em seus impedimentos temporários, que não possam ser atendidos mediante redistribuição de tarefas, e, no caso de vaga, até o seu preenchimento; e VII - apresentar, trimestralmente, ao Conselho de Administração relatório das atividades da EBSERH. Art. 19. Aos Diretores compete auxiliar o Presidente na direção e coordenação das atividades da EBSERH e exercer as tarefas de coordenação que lhe forem atribuídas em regimento ou delegadas pelo Presidente. Art. 20. Os contratos que a EBSERH celebrar ou em que vier a intervir e os atos que envolvam obrigações ou responsabilidades por parte da empresa serão assinados pelo Presidente, em conjunto com um Diretor. 1o Os títulos ou documentos emitidos em decorrência de obrigações contratuais, bem como os cheques e outras obrigações de pagamento serão assinados pelo Presidente, que poderá delegar esta atribuição. 2o Na hipótese de delegação da atribuição referida no 1o, os títulos, documentos, cheques e outras obrigações deverão conter, pelo menos, duas assinaturas. CAPÍTULO VII DO CONSELHO FISCAL Art. 21. O Conselho Fiscal, como órgão permanente da EBSERH, compõe-se de três membros efetivos e respectivos suplentes, nomeados pelo Ministro de Estado da Educação, sendo: I - um membro indicado pelo Ministro de Estado da Educação, que e- xercerá a sua presidência; II - um membro indicado pelo Ministro de Estado da Saúde; e III - um membro indicado pelo Ministro de Estado da Fazenda como representante do Tesouro Nacional. 1o A investidura dos membros do Conselho Fiscal far-se-á mediante registro na ata da primeira reunião de que participarem. 2o O mandato dos membros do Conselho Fiscal será de dois anos contados a partir da data de publicação do ato de nomeação, podendo ser reconduzidos por igual período. 3o Salvo impedimento legal, os membros do Conselho Fiscal farão jus a honorários mensais correspondentes a dez por cento da remuneração média mensal dos Diretores da EBSERH, além do reembolso, obrigatório, das despesas de locomoção e estada necessárias ao desempenho da função.

95 Art. 22. Cabe ao Conselho Fiscal: I - fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos dos administradores e verificar o cumprimento dos seus deveres legais e estatutários; II - opinar sobre o relatório anual da administração e demonstrações financeiras do exercício social; III - opinar sobre a modificação do capital social, planos de investimento ou orçamentos de capital, transformação, incorporação, fusão ou cisão; IV - denunciar, por qualquer de seus membros, os erros, fraudes ou crimes que descobrirem, e sugerir providências úteis; V - analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e demais demonstrações financeiras elaboradas periodicamente pela EBSERH; e VI - acompanhar a execução patrimonial, financeira e orçamentária, podendo examinar livros e quaisquer outros documentos e requisitar informações. 1o A Diretoria e o Conselho de Administração são obrigados a disponibilizar, por meio de comunicação formal, aos membros em exercício do Conselho Fiscal, dentro de dez dias, cópia das atas de suas reuniões e, dentro de quinze dias de sua elaboração, cópias dos balancetes e demais demonstrações financeiras elaboradas periodicamente, bem como dos relatórios de execução do orçamento. 2o O Conselho Fiscal reunir-se-á, ordinariamente, a cada mês e, extraordinariamente, quando convocado pelo seu Presidente. 3o Em caso de renúncia, falecimento ou impedimento, os membros efetivos do Conselho Fiscal serão substituídos pelos seus suplentes, até a nomeação de novo membro. 4o Além dos casos de morte, renúncia, destituição e outros previstos em lei, considerar-se-á vaga a função de membro do Conselho Fiscal que, sem causa formalmente justificada, não comparecer a duas reuniões consecutivas ou três alternadas, no intervalo de um ano, salvo caso de forca maior ou caso fortuito. CAPÍTULO VIII DO CONSELHO CONSULTIVO Art. 23. Conselho Consultivo é órgão permanente da EBSERH que tem as finalidades de consulta, controle social e apoio à Diretoria Executiva e ao Conselho de Administração, e é constituído pelos seguintes membros: I- o Presidente da EBSERH, que o preside; II - dois representantes do Ministério da Educação; III - um representante do Ministério da Saúde; IV - um representante dos usuários dos serviços de saúde dos hospitais universitários federais, indicado pelo Conselho Nacional de Saúde; V - um representante dos residentes em saúde dos hospitais universitários federais, indicado pelo conjunto de entidades representativas; VI - um reitor ou diretor de hospital universitário, indicado pela ANDI- FES; e VII - um representante dos trabalhadores dos hospitais universitários federais administrados pela EBSERH, indicado pela respectiva entidade representativa. 1o Os membros do Conselho Consultivo serão indicados bienalmente pelos respectivos órgãos e entidades e designados pelo Ministro de Estado da Educação, sendo sua investidura feita mediante registro na ata da primeira reunião de que participarem. 2o A atuação de membros da sociedade civil no Conselho Consultivo não será remunerada e será considerada como função relevante, assegurado o reembolso das despesas de locomoção e estada necessárias ao desempenho da função. Art. 24. Compete ao Conselho Consultivo: I - opinar sobre as linhas gerais das políticas, diretrizes e estratégias da EBSERH, orientando o Conselho de Administração e a Diretoria Executiva no cumprimento de suas atribuições; II - propor linhas de ação, programas, estudos, projetos, formas de atuação ou outras medidas, orientando para que a EBSERH atinja os objetivos para a qual foi criada; III - acompanhar e avaliar periodicamente o desempenho da EBSERH; e IV - assistir à Diretoria e ao Conselho de Administração em suas funções, sobretudo na formulação, implementação e avaliação das estratégias de ação da EBSERH. Art. 25. O Conselho Consultivo reunir-se-á ordinariamente pelo menos uma vez por ano e, extraordinariamente, sempre que convocado pelo presidente, por sua iniciativa ou por solicitação do Conselho de Administração, ou a pedido de um terço dos seus membros. Legislação Aplicada à EBSERH 5 CAPÍTULO IX DO EXERCÍCIO SOCIAL, DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E DOS LUCROS Art. 26. O exercício social da EBSERH coincidirá com o ano civil. Art. 27. A EBSERH levantará demonstrações financeiras e procederá à apuração do resultado em 31 de dezembro de cada exercício. Art. 28. Do resultado do exercício, feita a dedução para atender a prejuízos acumulados e a provisão para imposto sobre a renda, o Conselho de Administração proporá ao Ministro de Estado da Fazenda a sua destinação, observando a parcela de cinco por cento para a constituição da reserva legal, até o limite de vinte por cento do capital social. Parágrafo único. Os prejuízos acumulados devem, preferencialmente, ser deduzidos do capital social. CAPÍTULO X DA ORGANIZAÇÃO INTERNA E DO PESSOAL Art. 29. A estrutura organizacional da EBSERH e a respectiva distribuição de competências serão estabelecidas pelo Conselho de Administração, mediante proposta da Diretoria Executiva. Parágrafo único. O órgão de auditoria interna da EBSERH vincula-se diretamente ao Conselho de Administração. Art. 30. Aplica-se ao pessoal da EBSERH o regime jurídico estabelecido pela legislação vigente para as relações de emprego privado. Parágrafo único. O ingresso do pessoal far-se-á mediante concurso público de provas ou de provas e títulos, observadas as normas específicas expedidas pela Diretoria, respeitado o disposto no art. 10 da Lei nº , de CAPÍTULO XI DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS Art. 31. Os membros do Conselho de Administração, da Diretoria Executiva, do Conselho Fiscal e os ocupantes de cargos de confiança, direção, assessoramento ou chefia, ao assumirem suas funções, apresentarão declaração de bens e renda, anualmente renovada. Art. 32. A EBSERH, na forma previamente definida pelo Conselho de Administração, assegurará aos integrantes e ex-integrantes dos Conselhos de Administração e Fiscal e da Diretoria Executiva a defesa em processos judiciais e administrativos contra eles instaurados pela prática de atos no exercício do cargo ou função, nos casos em que não houver incompatibilidade com os interesses da empresa. Parágrafo único. A defesa prevista no caput aplica-se, no que couber, e a critério do Conselho de Administração, aos empregados ocupantes e ex-ocupantes de cargo ou de função de confiança. Art. 33. A EBSERH rege-se pela Lei no , de 2011, pela Lei no 6.404, de 1976, por este Estatuto e pelas demais normas que lhe sejam aplicáveis. 3 Regimento Interno da EBSERH. CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 1º A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares EBSERH, empresa pública dotada de personalidade jurídica de direito privado e patrimônio próprio, autorizada pela Lei nº , de 15 de dezembro de 2011, e com Estatuto Social aprovado pelo Decreto nº 7.661, de 28 de dezembro de 2011, reger-se-á pelas disposições legais que lhe forem aplicáveis e pelos dispositivos constantes deste Regimento. Parágrafo único. A EBSERH tem sede e foro em Brasília, Distrito Federal, e atuação em todo o território nacional, podendo criar subsidiárias, sucursais, filiais ou escritórios e representações no país. Art. 2º A EBSERH tem por finalidade a prestação de serviços gratuitos de assistência médico-hospitalar, ambulatorial e de apoio diagnóstico e terapêutico à comunidade, assim como a prestação às instituições públicas federais de ensino ou instituições congêneres de serviços de apoio ao ensino, à pesquisa e à extensão, ao ensino-aprendizagem e à formação de pessoas no campo da saúde, observada, nos termos do art. 207 da Constituição Federal, a autonomia universitária. 1º As atividades de prestação de serviços de assistência à saúde de que trata o caput estarão inseridas integral e exclusivamente no âmbito do Sistema Único de Saúde -SUS.

96 2º No desenvolvimento de suas atividades de assistência à saúde, a EBSERH observará as diretrizes e políticas estabelecidas pelo Ministério da Saúde. 3º A execução das atividades da EBSERH dar-se-á por meio da celebração de contrato específico para este fim, pactuado de comum acordo entre a EBSERH e cada uma das instituições de ensino ou instituições congêneres. Art. 3º O prazo de duração da EBSERH é indeterminado. Art. 4º A EBSERH sujeitar-se-á ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributárias. Art. 5º A EBSERH exercerá atividades relacionadas com suas finalidades, competindo-lhe, particularmente: I. administrar unidades hospitalares, bem como prestar serviços de assistência médico-hospitalar, ambulatorial e de apoio diagnóstico e terapêutico à comunidade, integralmente disponibilizados ao Sistema Único de Saúde; II. prestar, às instituições federais de ensino superior e a outras instituições públicas congêneres, serviços de apoio ao ensino e à pesquisa e à extensão, ao ensino-aprendizagem e à formação de pessoas no campo da saúde pública, em consonância com as diretrizes do Poder Executivo; III. apoiar a execução de planos de ensino e pesquisa de instituições federais de ensino superior e de outras instituições públicas congêneres, cuja vinculação com o campo da saúde pública ou com outros aspectos da sua atividade torne necessária essa cooperação, em especial na implementação de residência médica ou multiprofissional e em área profissional da saúde, nas especialidades e regiões estratégicas para o SUS; IV. prestar serviços de apoio à geração doconhecimento em pesquisas básicas, clínicas e aplicadas nos hospitais universitários federais e a outras instituições públicas congêneres; V. prestar serviços de apoio ao processo de gestão dos hospitais universitários e federais e a outras instituições públicas congêneres, com a implementação de sistema de gestão único com geração de indicadores quantitativos e qualitativos para o estabelecimento de metas; e VI. exercer outras atividades inerentes às suas finalidades. CAPÍTULO II - DAS INSTÂNCIAS DE GOVERNANÇA Seção I Da Estrutura Organizacional Art. 6º Para cumprimento das suas competências legais, a EBSERH a- presenta a seguinte estrutura de governança: 1º Órgãos de administração: I. Conselho de Administração; II. Diretoria Executiva composta por: a) Presidência: b) Diretoria de Atenção à Saúde e Gestão de Contratos; c) Diretoria de Logística e Infraestrutura Hospitalar; d) Diretoria Administrativa Financeira; e) Diretoria de Gestão de Pessoas; e f) Diretoria de Gestão de Processos e Tecnologia da Informação III. Conselho Consultivo. 2º Órgãos de fiscalização: a) Conselho Fiscal; b) Auditoria Interna. Seção II Dos Órgãos de Administração Art. 7º Os órgãos de administração da EBSERH serão integrados por brasileiros dotados de notórios conhecimentos, inclusive sobre as melhores práticas de governança corporativa, experiência, idoneidade moral, reputação ilibada e capacidade técnica compatível com o cargo, todos residentes no País. 1º Os membros da Diretoria-Executiva deverão ter experiência profissional mínima de 10 anos em suas respectivas áreas de atuação. 2º A experiência a que alude o parágrafo anterior deverá ser comprovada através de declarações, documentos e certidões públicas ou particulares. Art. 8º Não podem participar dos órgãos de administração da EBSERH, além dos impedidos por lei: I. os que detenham controle ou participação relevante no capital social de pessoa jurídica inadimplente com a EBSERH ou que lhe tenha causado prejuízo ainda não ressarcido, estendendo-se esse impedimento aos que tenham ocupado cargo de administração em pessoa jurídica nessa situação, no exercício social imediatamente anterior à data da eleição ou nomeação; II. os que houverem sido condenados por crime falimentar, de sonegação fiscal, de prevaricação, de corrupção ativa ou passiva, de concussão, de peculato, contra a economia popular, contra a fé pública, contra a propriedade ou que houverem sido condenados a pena criminal que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; III. os declarados inabilitados para cargos de administração em empresas sujeitas a autorização, controle e fiscalização de órgãos e entidades da administração pública direta e indireta; IV. os declarados falidos ou insolventes; V. os que detiveram o controle ou participaram da administração de pessoa jurídica concordatária,falida ou insolvente, no período de cinco anos anteriores à data da eleição ou nomeação, salvo na condição de síndico, comissário ou administrador judicial; VI. sócio, ascendente, descendente ou parente colateral ou afim, até o terceiro grau, de membro do Conselho de Administração, da Diretoria Executiva e do Conselho Fiscal; e VII. os que tiverem interesse conflitante com a sociedade. 1º Aos integrantes dos órgãos de administração é vedado intervir em operação em que, direta ou indiretamente, sejam interessadas sociedades de que detenham o controle ou participação superior a cinco por cento do capital social. 2º O impedimento referido no 1º aplica-se, ainda, quando se tratar de empresa em que ocupem ou tenham ocupado, em período imediatamente anterior à investidura na EBSERH, cargo de gestão. Subseção IDo Conselho de Administração Art. 9ºO órgão de orientação superior da EBSERH é o Conselho de Administração, composto por nove membros, nomeados pelo Ministro de Estado da Educação, obedecendo a seguintecomposição: I. três membros indicados pelo Ministro de Estado da Educação, sendo que um será o Presidente do Conselho e outro substituto nas suas ausências e impedimentos; Legislação Aplicada à EBSERH 6

97 II. o Presidente da Empresa, que não poderá exercer a Presidência do Conselho, ainda queinterinamente; III. um membro indicado pelo Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão; IV. dois membros indicados pelo Ministro de Estado da Saúde; V. um representante dos empregados e respectivo suplente, na forma da Lei nº , de 28 de dezembro de 2010; e VI. um membro indicado pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior -ANDIFES, sendo reitor de universidade federal ou diretor de hospital universitário federal. 1º O prazo de gestão dos membros do Conselhode Administração será de dois anos contados a partir da data de publicação do ato de nomeação, podendo ser reconduzidos por igual período. 2º O representante dos empregados, de que trata o inciso V deste artigo, e seu respectivo suplente, serão escolhidos dentre os empregados ativos da EBSERH, pelo voto direto de seus pares, em eleição organizada pela empresa em conjunto com as entidades sindicais que os representem, na forma da Lei no , de 2010, e sua regulamentação. 3º O representante dos empregados não participará das discussões e deliberações sobre assuntos que envolvam relações sindicais, remuneração, benefícios e vantagens, inclusive assistenciais ou de previdência complementar, hipóteses em que fica configurado o conflito de interesse, sendo tais assuntos deliberados em reunião separada e exclusiva para tal fim. 4º A investidura dos membros do Conselho de Administração far-se-á mediante assinatura em livro de termo de posse. 5º Na hipótese de recondução, o prazo de nova gestão conta-se a partir da data do término do prazo de gestão anterior. 6º Findo o prazo de gestão, o membro do Conselho de Administração permanecerá no exercício da função até a investidura de substituto. 7º No caso de vacância definitiva do cargo de Conselheiro, o substituto será nomeado pelos Conselheiros remanescentes e servirá até a designação do novo representante, exceto no caso do representante dos empregados. 8º O suplente do representante dos empregados exercerá suas funções apenas no caso de vacância definitiva do seu titular. 9º Salvo impedimento legal, os membros do Conselho de Administração farão jus a honorários mensais correspondentes a dez por cento da remuneração média mensal dos Diretores da EBSERH, além do reembolso, obrigatório, das despesas de locomoção e estada necessárias ao desempenho da função. 10 Além dos casos de morte, renúncia, destituição e outros previstos em lei, considerar-se-á vaga a função de membro do Conselho de Administração que, sem causa formalmente justificada, não comparecer a duas reuniões consecutivas ou três alternadas, no intervalo de um ano, salvo caso de força maior ou caso fortuito. 11 Por tratar-se de um órgão colegiado, os atos do Conselho de Administração dependerão de deliberação da maioria dos presentes, tomada em reunião regularmente convocada e instalada. Art. 10 O Conselho de Administração aprovará em ato próprio seu Regimento Interno. Art. 11 Compete ao Conselho de Administração: I. fixar as orientações gerais das atividades da EBSERH; II. examinar e aprovar, por proposta do Presidente da EBSERH, políticas gerais e programas de atuação a curto, médio e longo prazo, em harmonia com a política de educação, com a política de saúde e com a política econômico-financeira do Governo Federal; III. aprovar o regimento interno da EBSERH e suas alterações supervenientes, que deverá conter, dentre outros aspectos, a estrutura básica da empresa e os níveis de alçada decisória da Diretoria e do Presidente, para fins de aprovação de operações; IV. aprovar o orçamento e programa de investimentos e acompanhar a sua execução; V. aprovar os contratos previstos no art. 6º da Lei nº , de 15 de dezembro de 2011; VI. apreciar os relatórios anuais de auditoria e as informações sobre os resultados da ação da EBSERH, bem como sobre os principais projetos por esta apoiados; VII. autorizar a contratação de auditores independentes; VIII. opinar e submeter à aprovação do Ministro de Estado da Fazenda, por intermédio do Ministro de Estado da Educação: a) o relatóriode administração e as demonstrações contábeis anuais da EBSERH; b) a proposta de destinação de lucros ou resultados; c) a proposta de criação de subsidiárias; e d) a proposta de dissolução, cisão, fusão e incorporação que envolva a EBSERH. IX. deliberar sobre alteração do capital e do estatuto social da EBSERH; X. deliberar, mediante proposta da Diretoria Executiva, sobre: a) o regulamento de licitação; b) o regulamento de pessoal, incluindo o regime disciplinar e as normas sobre apuração de responsabilidade; c) o quadro de pessoal, com a indicação do total de vagas autorizadas; e d) o plano de salários, benefícios, vantagens e quaisquer outras parcelas que componham a retribuição de seus empregados; XI. autorizar a aquisição, alienação e a oneração de bensimóveis e valores mobiliários; XII. autorizar a contratação de empréstimos no interesse da EBSERH; XIII. designar e destituir o titular da auditoria interna, após aprovação da Controladoria Geral da União; e XIV. dirimir questões em que não haja previsão estatutária,aplicando, subsidiariamente, a Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de Art. 12 O Conselho de Administração reunir-se-á, ordinariamente, mensalmente e, extraordinariamente, sempre que for convocado pelo Presidente, a seu critério, ou por solicitação de,pelo menos, quatro de seus membros. 1º O Conselho somente deliberará com a presença da maioria absoluta dos seus membros. 2º As deliberações do Conselho serão tomadas por maioria simples de votos dos presentes, respeitado o quórumdo 1º, e registradas em atas, cabendo ao Presidente, além do voto ordinário, o voto de qualidade. Subseção II Da Diretoria Executiva Legislação Aplicada à EBSERH 7

98 Art. 13 A EBSERH será administrada por uma Diretoria Executiva, composta pelo Presidente e até seis Diretores, todos nomeados e destituíveis, a qualquer tempo, pelo Presidente da República, por indicação do Ministro de Estado da Educação. 1º A investidura dos membros da Diretoria far-se-á mediante assinatura em livro de termo de posse. 2º O Presidente e Diretores da EBSERH serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos: I. idoneidade moral e reputação ilibada; II. notórios conhecimentos na área de gestão, da atenção hospitalar e do ensino em saúde; e III. mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior. Art. 14 Compete à Diretoria: I. administrar e dirigir os bens, serviços e negócios da EBSERH e decidir, por proposta dos responsáveis pelas respectivas áreas de coordenação, sobre operações de responsabilidade situadas no respectivo nível de alçada decisória estabelecido pelo Conselho de Administração; II. propor e implementar as linhas orientadoras da ação da EBSERH; III. apreciar e submeter ao Conselho de Administração o orçamento e programa de investimentos da EBSERH; IV. deliberar sobre operações, situadas no respectivo nível de alçada decisória estabelecido pelo Conselho de Administração; V. autorizar a aquisição, alienação e oneração de bens móveis, exceto valores mobiliários, podendo estabelecer normas e delegar poderes; VI. analisar e submeter à aprovação do Conselho de Administração propostas de aquisição, alienação e oneração de bens imóveis e valores mobiliários; VII. estabelecer normas e delegar poderes, no âmbito de sua competência; VIII. elaboraras demonstrações financeiras de encerramento de exercício; IX. autorizar a realização de acordos, contratos e convênios que constituam ônus, obrigações ou compromissos para a EBSERH, exceto os constantes do art. 6º da Lei no , de 15 de dezembro de 2011; X. pronunciar-se sobre todas as matérias que devam ser submetidas ao Conselho de Administração; XI. fornecer todas e quaisquer informações solicitadas por conselheiro do Conselho de Administração; XII. fornecer ao Conselho de Administração os recursos necessários ao seu funcionamento; e XIII. instituir a Comissão de Ética da EBSERH. Art. 15 A Diretoria reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por semana e, extraordinariamente, sempre que convocada pelo Presidente da EBSERH, deliberando com a presença da maioria de seus membros. 1º As deliberações da Diretoria serão tomadas por maioria de votos e registradas em atas, cabendo ao Presidente, além do voto ordinário, o de qualidade. Subseção III - Do Conselho Consultivo Art. 16 O Conselho Consultivo é o órgão permanente daebserh que tem as finalidades de consulta, controle social e apoio à Diretoria Executiva e ao Conselho de Administração, e é constituído pelos seguintes membros: I. o Presidente da EBSERH, que o preside; II. dois representantes do Ministério da Educação; III. um representante do Ministério da Saúde; IV. um representante dos usuários dos serviços de saúde dos hospitais universitários federais, indicado pelo Conselho Nacional de Saúde; V. um representante dos residentes em saúde dos hospitais universitários federais, indicado pelo conjunto de entidades representativas; VI. um reitor ou diretor de hospital universitário, indicado pela ANDIFES; e VII. um representante dos trabalhadores dos hospitais universitários federais administrados pela EBSERH, indicado pela respectiva entidade representativa. 1º Os membros do Conselho Consultivo serão indicados bienalmente pelos respectivos órgãos ou entidades e designados pelo Ministro de Estado da Educação, sendo sua investidura feita mediante registro na ata da primeira reunião de que participarem. 2º A atuação de membros da sociedade civil no Conselho Consultivo não será remunerada e será considerada como função relevante, assegurado o reembolso das despesas de locomoção e estada necessárias ao desempenho da função. Art. 17 Compete ao Conselho Consultivo: I. opinar sobre as linhas gerais das políticas, diretrizes e estratégias da EBSERH, orientando o Conselho de Administração e a Diretoria Executiva no cumprimento de suas atribuições; II. propor linhas de ação, programas, estudos, projetos, formas de atuação ou outras medidas, orientando para que a EBSERH atinja os objetivos para a qual foi criada; III. acompanhar e avaliar periodicamente o desempenho da EBSERH; e IV. assistir à Diretoria e ao Conselho de Administração em suas funções, sobretudo na formulação, implementação e avaliação das estratégias de ação da EBSERH. Art. 18O Conselho Consultivo reunir-se-á ordinariamente pelo menos uma vez por ano e, extraordinariamente, sempre que convocado pelo presidente, por sua iniciativa ou por solicitação do Conselho de Administração, ou a pedido de um terço dos seus membros. Seção III Dos Órgãos de Fiscalização Subseção I Do Conselho Fiscal Art. 19 O Conselho Fiscal, como órgão permanente da EBSERH, compõe-se de três membros efetivos e respectivos suplentes, nomeados pelo Ministro de Estado da Educação, sendo: I. um membro indicado pelo Ministro de Estado da Educação, que exercerá a sua presidência; II. um membro indicado pelo Ministro de Estado da Saúde; e III. um membro indicado pelo Ministro de Estado dafazenda como representante do Tesouro Nacional. 1º A investidura dos membros do Conselho Fiscal far-se-á mediante registro na ata da primeira reunião de que participarem. Legislação Aplicada à EBSERH 8

99 2º O mandato dos membros do Conselho Fiscal será de dois anos contados a partir da data de publicação do ato de nomeação, podendo ser reconduzidos por igual período. 3º Salvo impedimento legal, os membros do Conselho Fiscal farão jus a honorários mensais correspondentes a dez por cento da remuneração média mensal dos Diretores daebserh, além do reembolso, obrigatório, das despesas de locomoção e estada necessárias ao desempenho da função. Art. 20 Cabe ao Conselho Fiscal: I. fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos dos administradores e verificar o cumprimento dos seus deveres legais e estatutários; II. opinar sobre o relatório anual da administração e demonstrações financeiras do exercício social; III. opinar sobre a modificação do capital social, planos de investimento ou orçamentos de capital, transformação, incorporação, fusão ou cisão; IV. denunciar, por qualquer de seus membros, os erros, fraudes ou crimes que descobrirem, e sugerir providências úteis; V. analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e demais demonstrações financeiras elaboradas periodicamente pela EBSERH; e VI. acompanhar a execução patrimonial, financeira e orçamentária, podendo examinar livros e quaisquer outros documentos e requisitar informações. 1º A Diretoria e o Conselho de Administração são obrigados a disponibilizar, por meio de comunicação formal, aosmembros em exercício do Conselho Fiscal, dentro de dez dias, cópia das atas de suas reuniões e, dentro de quinze dias de sua elaboração, cópias dos balancetes e demais demonstrações financeiras elaboradas periodicamente, bem como dos relatórios de execução do orçamento. 2º O Conselho Fiscal reunir-se-á, ordinariamente, a cada mês e, extraordinariamente, quando convocado pelo seu Presidente. 3º Em caso de renúncia, falecimento ou impedimento, os membros efetivos do Conselho Fiscal serão substituídos pelos seus suplentes, até a nomeação de novo membro. 4º Além dos casos de morte, renúncia, destituição e outros previstos em lei, considerar-se-á vaga a função de membro do Conselho Fiscal que, sem causa formalmente justificada, não comparecer a duas reuniões consecutivas ou três alternadas, no intervalo de um ano, salvo caso de forca maior ou caso fortuito. Subseção II Da Auditoria Interna Art. 21 O órgão de Auditoria Interna da EBSERH vincula-se diretamente ao Conselho de Administração, nos termos do art. 15, 3º, do Decreto nº 3.591, de 6 de setembro de 2000 e terá suporte administrativo da Presidência da EBSERH, que proverá os meios e condições necessárias à execução das suas atribuições, competindo-lhe: I. elaborar e submeter à aprovação do Conselho de Administração da EBSERH o Plano Anual de Atividades de Auditoria Interna PAINT, de acordo com o disposto na legislação; II. elaborar o Relatório Anual de Atividades de Auditoria Interna RAINT, e apresentar ao Conselho de Administração da EBSERH, de acordo com o disposto na legislação; III. estabelecer estratégias com o objetivo de avaliar a legalidade e acompanhar os resultados da gestão orçamentária, financeira, patrimonial e de recursos humanos da matriz e unidades descentralizadas da EBSERH; IV. definir metase procedimentos para auditoria e fiscalização, por meio de ações preventivas e corretivas na matriz e unidades descentralizadas da EBSERH; V. definir estratégias para a execução de Ações de Controle nas entidades públicas e privadas sob contrato de gestão com a matriz e unidades descentralizadas da EBSERH; VI. examinar e emitir parecer quanto à Prestação de Contas semestral da EBSERH; e VII. elaborar e encaminhar anualmente, ou sempre que solicitado, ao Conselho de Administração e ao Presidente da EBSERH, relatórios gerenciais e operacionais das auditorias realizadas, das decisões e recomendações proferidas pelos órgãos de controle interno e externo e propor medidas preventivas e corretivas. Parágrafo único. A nomeação, designação, exoneração ou dispensa do AuditorGeral, titular da Unidade de Auditoria Interna será submetida, pelo Presidente da EBSERH, à aprovação do Conselho de Administração, e após, à aprovação da Controladoria-Geral da União, nos termos do art. 15, 5º, do Decreto nº 3.591, de 6 de setembro de Subseção III Da Organização Interna Art. 22 A estrutura organizacional da EBSERH será estabelecida no organograma aprovado pelo Conselho de Administração, assim como o Plano de Cargos Carreiras e Salários, Plano de Benefícios e Plano de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas. 1º Após aprovação pelo Conselho de Administração os Planos serão submetidos à aprovação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e do Ministério do Trabalho. 2º Alterações na estrutura organizacional e as respectivas mudanças na distribuição de competências poderão ser estabelecidas a qualquer tempo pelo Conselho de Administração, mediante proposta da Diretoria Executiva. CAPÍTULO IIIDO CORPO DIRETIVO Art. 23 O corpo diretivo da EBSERH é constituído pelo Presidente e pelos Diretores que compõem a Diretoria Executiva. Seção I Da Presidência Art. 24 São estruturas de assessoria diretamente vinculadas à Presidência: I. a Chefia de Gabinete II. a Coordenadoria Jurídica; III. a Assessoria de Planejamento e Avaliação; IV. a Assessoria de Comunicação; e V. a Ouvidoria. Parágrafo único. Compete aos Assessores auxiliarem a autoridade a que estão subordinados no exercício de suas respectivas atribuições. Art. 25 Ao Presidente compete: I. representar a EBSERH, em juízo ou fora dele,podendo delegar essa a- tribuição, em casos específicos, e, em nome da entidade, constituir mandatários ou procuradores; II. convocar e presidir as reuniões da Diretoria; III. coordenar o trabalho das unidades da EBSERH, podendo delegar competência executiva e decisória e distribuir, entre os Diretores, a coordenação dos serviços da empresa; Legislação Aplicada à EBSERH 9

100 IV. editar normas necessárias ao funcionamento dos órgãos e serviços da EBSERH, bem como aprovar a regulamentação do quadro de pessoal de cada Diretoria; V. editar normas de acordo com a organização interna e a respectiva distribuição de competências estabelecidas pela Diretoria; VI. admitir, promover, punir, dispensar e praticar os demais atos compreendidos na administração de pessoal, de acordo com as normas e critérios previstos em lei e aprovados pela Diretoria, podendo delegar esta atribuição no todo ou em parte; VII. designar substitutos para os membros da Diretoria, em seus impedimentos temporários, que não possam ser atendidos mediante redistribuição de tarefas, e, no caso de vaga, até o seu preenchimento; VIII. submeter, por critério de relevância matérias da Diretoria Executiva ao Conselho de Administração e apresentar, trimestralmente, ao Conselho de Administração, relatório das atividades da EBSERH; IX. submeter a nomeação, designação, exoneração ou dispensa do Auditor Geral, titular da Unidade de Auditoria Interna, à aprovação do Conselho de Administração, e, após, à aprovação da Controladoria-Geral da União, nos termos do art. 15, 5º, do Decreto nº 3.591, de 6 de setembro de 2000; X. aprovar o Código de Ética da EBSERH; XI. emitir portarias e resoluções necessárias ao cumprimento das metas da EBSERH e autorizar a divulgação das decisões da empresa, quando for o caso; XII. constituir comissões especiais temporárias, integradas por conselheiros ou especialistas, para realizarem estudos de interesse da EBSERH; XIII. operacionalizar a criação de subsidiárias, escritórios, representações, dependências e filiais em outras unidades da Federação para o desenvolvimento de atividades inerentes ao seu objeto social, conforme 1oe 2odo artigo 1oda Lei no12.550, de 15 de dezembro de 2011, bem como extinguilas, nos termos da legislação vigente; XIV. instituir instrumentos internos de controle administrativo de desempenho, aplicação dos recursos públicos e da guarda dos bens públicos, nos termos do art. 17, do Decreto nº 3.591, de 6 de setembro de 2000; XV. assinar conjuntamente com um diretor os contratos que a EBSERH celebrar ou em que vier a intervir e os atos que envolvam obrigações ou responsabilidades por parte da Empresa; XVI. assinar os títulos ou documentos emitidos em decorrência de obrigações contratuais, bem como os cheques e outras obrigações de pagamento ou delegar essa atribuição; e XVII. outras atribuições previstas no Estatuto e Regimento da EBSERH. Parágrafo único. Na hipótese de delegação da atribuição referida no 1º, os títulos, documentos, cheques e outras obrigações deverão conter, pelo menos, duas assinaturas. Art. 26 Nas suas ausências e impedimentos, o Presidente será substituído por Diretor por eledesignado dentre os membros da Diretoria Executiva. Art. 27 Compete à Chefia de Gabinete: I. prestar assistência direta e imediata ao Presidente, no preparo, na análise e despacho do expediente; II. organizar as agendas, preparar a documentação e supervisionar o secretariado das reuniões do Conselho de Administração, Conselho Fiscal, Conselho Consultivo e da Diretoria Executiva, lavrar as respectivas atas, controlar os documentos pertinentes e divulgar as decisões do colegiado; III. subsidiar, organizar e acompanhar pronunciamentos públicos da Presidência e auxiliar o Presidente na preparação de documentos para apresentação em eventos internos e externos à EBSERH; IV. participar de grupos de trabalho, reuniões e acompanhamento de projetos e atividades desenvolvidos no âmbito das Assessorias da Presidência; V. redigir, revisar e movimentar correspondências e outros documentos do Presidente; VI. responder pela gestão interna do Gabinete da Presidência, garantindo a infraestrutura e suporte necessários ao seu funcionamento, em articulação com as demais Assessorias e Assessores da Presidência; VII. acompanhar e orientar as ações e matérias de interesse da Empresa relativas a assuntos legislativos; e VIII. exercer outras atribuições determinadas pelo Presidente. Art. 28 Compete à Coordenadoria Jurídica: I. assessorar juridicamente o Presidente, a Diretoria Executiva, o Conselho de Administração, o Conselho Fiscal e o Conselho Consultivo da EBSE- RH; II. responder pela advocacia preventiva na EBSERH, atendendo e propondo soluções jurídicas paraa empresa; III. supervisionar, bem como estabelecer as teses jurídicas das unidades hospitalares geridas pela Empresa, subsidiárias, escritórios, representações, dependências e filiais; IV. representar a Empresa judicial e extrajudicialmente, com a outorga do Presidente, coordenando a representação ativa e passiva da EBSERH na via judicial e administrativa; V. emitir parecer jurídico relativo à publicação de editais, dispensas e inexigibilidades de licitação, bem como quanto à formalização de contratos, convênios,acordos, ajustes e instrumentos congêneres, inclusive quanto aos aspectos de legalidade e conformidade da instrução processual; VI. elaborar informações em mandado de segurança, a ser assinado por autoridade competente que estiver sendo demandada no âmbito da EBSERH; VII. analisar e emitir parecer jurídico referente à legalidade de conclusões de relatórios de comissões de sindicância e consequentes proposições de medidas disciplinares ou imputação de responsabilidade administrativa ou civil; VIII. acompanhar a atualização de legislação de interesse da Empresa; IX. examinar previamente a legalidade dos atos relativos ao direito de pessoal e assessorar a Diretoria de Gestão de Pessoas; X. defender os integrantes e ex-integrantes dos Conselhos de Administração e Fiscal e da Diretoria Executiva em processos judiciais e administrativos contra eles instaurados pela prática de atos no exercício do cargo ou função, nos casos em que não houver incompatibilidade com os interesses da empresa; XI. exercer outras atribuições determinadas pelo Presidente. Art. 29 Compete à Assessoria de Planejamento e Avaliação: I. assessorar a Presidência na formulação de políticas e diretrizes institucionais e na coordenação do planejamento institucional; II. subsidiar e apoiar a Diretoria Executiva da EBSERH na coordenação dos processos de planejamento estratégico, organizacional, avaliação e aperfeiçoamento institucional; III. formular, promover e coordenar a elaboração de planos, programas e projetos e garantir seu alinhamento no âmbito institucional, setorial e governamental; Legislação Aplicada à EBSERH 10

101 IV. promover a melhoria das práticas e processos organizacionais e a a- doção de instrumentos de monitoramento do desempenho; V. coordenar e fornecer o suporte técnico ao processo de avaliação do desempenho e das metas institucionais; VI. coordenar a participação da EBSERH no âmbito dos sistemas federais de planejamento, orçamento e de modernização da gestão do Governo Federal; VII. articular e apoiar tecnicamente as ações de fortalecimento institucional e estruturação de áreas e processos; VIII. participarda elaboração da proposta orçamentária anual da EBSE- RH; IX. coordenar e elaborar o plano de ação da EBSERH; X. coordenar a elaboração do Relatório de Gestão e do Balanço Geral da União; XI. assessorar a Diretoria Executiva da EBSERH na definição dos critérios para aprovação e priorização de projetos, cooperações, convênios e instrumentos afins; XII. coordenar o monitoramento e a avaliação dos programas, projetos e convênios aprovados pela Diretoria Executiva; XIII. promover diagnósticos, estabelecer referências e indicadores que permitam embasamento e melhor compreensão do progresso das finalidades da Empresa e XIV. exercer outras atribuições determinadas pelo Presidente. Art. 30 Compete à Assessoria de Comunicação: I. elaborar e acompanhar a execução do Plano de Comunicação Social da EBSERH; II. planejar, coordenar e supervisionar as atividades de comunicação social da Empresa, no que compete às ações relacionadas com imprensa, publicidade e relações públicas; III. promover a divulgação da imagem, missão e objetivos estratégicos da EBSERH junto ao público interno e externo; IV. prestar assessoramento à Direção da Empresa em assuntos relacionados à comunicação social; V. divulgar as informações institucionais sobre a EBSERH na internet, por todos os meios, observando os preceitos da transparência administrativa, e em articulação com o Ministério da Educação e Ministério da Saúde, observadas as diretrizes governamentais; VI. difundir, em articulação com as unidades hospitalares vinculadas, os objetivos e ações executadas pela Empresa; VII. coordenar a elaboração da Mensagem Presidencial e VIII. exercer outras atribuições determinadas pelo Presidente. Art. 31 Compete à Ouvidoria: I. coordenar o atendimento aos cidadãos em geral, direta ou indiretamente relacionados à EBSERH, dando encaminhamento às reclamações, críticas, elogios, sugestões ou denúncias, visando o aperfeiçoamento do modelo administrativo, das ações institucionais e a constante melhoria dos processos, a qual será objeto de regulamento específico e; II. prestar informações ao público sobre a EBSERH em cumprimento à Lei nº , de 18 de novembro de 2011; 1º O titular da Ouvidoria da EBSERH, denominado Ouvidor-Geral, será de livre escolha do Presidente e deverá tratar com absoluta confidencialidade as informações recebidas, interagindo com os diversos setores para o atendimento das manifestações. 2º As ouvidorias das unidades hospitalares se reportarão ao respectivo diretor ou superintendente e integrarão um Sistema de Ouvidorias descentralizado, não sendo subordinadas entre si, mas atuandode forma articulada na padronização dos processos e na unificação dos dados nacionais para a produção de relatórios estatísticos e de gestão. Seção IIDas Diretorias Art. 32 As Diretorias que compõem a EBSERH elaborarão seus Regulamentos próprios e o submeterão à aprovação da Diretoria Executiva. Parágrafo único. Os diretores indicarão seus substitutos legais, dentre os coordenadores subordinados, e submeterão à aprovação do Presidente da EBSERH. Art. 33 Compete à Diretoria de Atenção à Saúde e Gestãode Contratos: I. promover o alinhamento da EBSERH às políticas e diretrizes do Ministério da Educação e do Ministério da Saúde; II. proceder a gestão dos contratos estabelecidos entre a EBSERH e instituições federais de ensino superior e instituições congêneres. III.promover a articulação com os gestores de saúde, no âmbito federal, estadual e municipal, de forma a desenvolver suas ações em consonância com as políticas públicas de saúde e contribuir com a consolidação e aprimoramento do Sistema Únicode Saúde; IV. proceder a gestão dos contratos estabelecidos entre os hospitais universitários federais e instituições congêneres e a gestão do SUS e definir metas de desempenho de prestação de serviços de saúde à população; V.redefinir, em parceria com os gestores do SUS, hospitais universitários federais e instituições congêneres, o modelo de atenção à saúde e o perfil assistencial das instituições, de acordo com as necessidades de saúde da população e em consonância com as políticas públicas de Saúde; VI. articular com as instituições federais de ensino superior e instituições congêneres a formulação e implementação de política de pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica em consonância com as políticas públicas de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde; VII.promover a articulação entre a atenção à saúde realizada nos hospitais universitários federais e instituições congêneres e a produção de conhecimento e formação de recursos humanos na área da saúde; VIII. apoiar a estruturação dos hospitais universitários federais e instituições congêneres para o processo de certificação como Hospital de Ensino; IX. apoiar a institucionalização da pesquisa e do processo de capacitação permanente dos profissionais de acordo com as diretrizes do SUS, em parceria com as universidades; X. instituir instrumentos internos de controle administrativo de desempenho, de aplicação dos recursos públicos e da guarda dos bens públicos, na sua área de atuação, nos termos do art. 17, do Decreto nº 3.591, de 6 de setembro de 2000; e XI. apoiar o Ministério da Educação no processo de certificação dos Hospitais de Ensino. Art. 34 Compete à Diretoria de Logística e Infraestrutura Hospitalar: I. planejar, coordenar e implementar os processos envolvidos no provimento de adequadas condições de infraestrutura física e de equipamentos, bem como de suprimento dos insumos necessários ao funcionamento da EBSERH e das unidades hospitalares por ela administrados; Legislação Aplicada à EBSERH 11

102 II. propor e implementar política de gestão de infraestrutura física, tecnologias duras e insumos para os hospitais universitários federais e instituições congêneres, orientada na ampliação e qualificação do seu parque tecnológico, incorporação e uso racional de insumos e novas tecnologias; III. articular, junto às demais Diretorias da EBSERH de forma a otimizar os processos de definição e aquisição de insumos e novas tecnologias; IV. articular junto ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Inmetro e outros afins, de forma a otimizar os processos de definição e aquisição de insumos e novas tecnologias; V. submeter ao Conselho de Administração da EBSERH as propostas de implementação de infraestrutura e aquisição de insumos e novas tecnologias; VI. contribuir junto às demais Diretorias na formulação e implementação da política de recursos humanos da EBSERH com ênfase na área de infraestrutura, logística e gestão de tecnologias; VII. coordenar o processo de articulação para o planejamento, a logística e a manutenção de tecnologias e insumos junto aos hospitais universitários federais e instituições congêneres; VIII. estabelecer normas técnicas e delegar poderes, no âmbito de suas competências; controle de contratos, serviços e recursos no âmbito da EBSERH e das unidades hospitalares por ela administrados, zelando pelo seu cumprimento integral; XI. gerenciar o patrimônio da Empresa, inventariando e zelando pela manutenção de seus bens; XII. implementar a política organizacional definida pelas instâncias competentes da EBSERH; e XIII. instituir instrumentos internos de controle administrativo de desempenho, de aplicação dos recursos públicos e da guarda dos bens públicos, na sua área de atuação, nos termos do art. 17, do Decreto nº 3.591, de 6 de setembro de Art. 36 Compete à Diretoria de Gestão de Pessoas: I. propor e gerir a Política de Gestão de Pessoas da EBSERH; II. planejar, administrar e desenvolver a força de trabalho própria (celetista) e cedida (estatutária) da sede, filiais ou quaisquer outras unidades hospitalares da EBSERH que venham a ser criadas; III. contribuir com todas as instâncias de gestão da EBSERH no processo de planejamento e avaliação das ações e de desenvolvimento de atividades inerentes à gestão de pessoas; e IX. contribuir com o processo de monitoramento e avaliação da EBSERH; IV. articular, com outras entidades públicas ou privadas, projetos e ações com vista à melhoria dos processos de gestão de pessoas; X. instituir instrumentos internos de controle administrativo de desempenho, de aplicação dos recursos públicos e da guarda dos bens públicos, na sua área de atuação, nos termos do art. 17, do Decreto nº 3.591, de 6 de setembro de Art. 35 Compete à Diretoria Administrativa e Financeira: I. planejar, coordenar, gerenciar e implementar as políticas de gestão administrativa, orçamentária, financeira e contábil no âmbito da EBSERH e das unidades hospitalares por ela administrados; II. planejar e articular as diretrizes administrativas entre a EBSERH, hospitais universitários federais e instituições congêneres, garantindo as condições de cumprimento de sua missão institucional; III. definir as políticas de gestão administrativa, orçamentária,financeira e contábil no âmbito da EBSERH e das unidades hospitalares por ela administrados; IV. planejar, junto às demais Diretorias, monitorar a execução e acompanhar o desempenho do orçamento da Empresa, subsidiando o Presidente, o Conselho de Administração e o Conselho Fiscal com as informações necessárias para a tomada de decisões; V. elaborar o orçamento da Empresa de acordo com o planejamento plurianual pré-estabelecido; VI. realizar o gerenciamento financeiro, cuidando para a saúde financeira daebserh; VII. realizar o registro e gerenciamento contábil da Empresa, de forma a possibilitar a transparência dos resultados institucionais; VIII. acompanhar os custos hospitalares de cada unidade produtiva da EBSERH, cuidando para a maior eficiência douso dos recursos financeiros; IX. estabelecer metodologias, fluxos e diretrizes de gerenciamento de compras e aquisições de bens e contratação de serviços necessários para subsidiar o funcionamento da EBSERH e das unidades hospitalares por ela administrados; X. elaborar, gerenciar e estabelecer normatizações e metodologias de V. identificar e sistematizar os processos de trabalho relacionados à gestão de pessoas, no âmbito do funcionamento da sede, filiais ou quaisquer outras unidades da EBSERH que venham a ser criadas; VI. elaborar estudos para dimensionar, em consonância com os processos de trabalho, as necessidades quantitativas e qualitativas de recursos humanos para a sede, filiais ou quaisquer outras unidades da EBSERH que venham a ser criadas; VII. formular, propor e implementar política de contratação de recursos humanos para a sede, filiais ouquaisquer outras unidades da EBSERH que venham a ser criadas, por meio da elaboração de editais de concurso público, realização de processos seletivos e divulgação de seus resultados; VIII. elaborar, propor e monitorar a aplicação do Plano de Cargos, Carreirase Salários; do Plano Benefícios e do Plano de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas da EBSERH para a sede, filiais ou quaisquer outras unidades da EBSERH; IX. formular, propor e implementar política de formação, capacitação e avaliação de recursos humanos para a sede, filiais ou quaisquer outras unidades da EBSERH, em consonância com o Planejamento Estratégico da Instituição; X. estabelecer processos e promover eventos e meios de integração entre a sede, filiais ou quaisquer outras unidades da EBSERH que venham a ser criadas; XI. promover a integração, por meio de programas, tanto para os novos empregados como para os servidores dos demais regimes, lotados na sede, filiais ou quaisquer outras unidades da EBSERH que venham a ser criadas; XII. estabelecer metodologiae monitorar a implantação do processo de avaliação de desempenho para os empregados da sede, filiais ou quaisquer outras unidades da EBSERH que venham a ser criadas; XIII. estabelecer metodologia e monitorar a implantação do processo de avaliação de estágio probatório para os empregados da sede, filiais ou quaisquer outras unidades da EBSERH que venham a ser criadas; XIV. divulgar as normas, os procedimentos e os documentos técnicos relacionados à política de recursos humanos da EBSERH; Legislação Aplicada à EBSERH 12

103 XV. promover a disseminação de informações sobre direitos e deveres dos empregados da EBSERH; XVI. coordenar e monitorar a implementação das ações de Segurança e Medicina do Trabalho no âmbito da sede, filiais ou quaisquer outras unidades da EBSERH que venham a ser criadas; XVII. articular juntamente com representantes de órgãos de classe e sindicais, de forma a dar consecução às suas atribuições; XVIII. negociar acordos coletivos de trabaiho; e XIX. instituir instrumentos internos de controle administrativo de desempenho, de aplicação dos recursos públicos e da guarda dos bens públicos, na sua área de atuação, nos termos do art. 17, do Decreto nº 3.591, de 6 de setembro de Art. 37 Compete à Diretoria de Gestão de Processos e Tecnologia da Informação: I. coordenar a implantação e o desenvolvimento permanente de modelos de gestão padronizados e unificados, com foco no processo assistencial e de formação de recursos humanos para a saúde; II. coordenar o desenvolvimento e implantação de sistemas de informação para apoiar estes modelos de gestão, nas unidadeshospitalares administradas pela EBSERH; III. coordenar, planejar, implementar e avaliar os fluxos e processos assistenciais e administrativos da EBSERH e das unidades hospitalares vinculadas; IV. desenvolver, em conjunto com as demais Diretorias, e implementar procedimentos operacionais padrão para a EBSERH e unidades hospitalares vinculadas que auxiliem na gestão e monitoramento das ações permitindo um controle interno prévio e efetivo; V. monitorar e avaliar os indicadores e metas de desempenho dos contratos deprestação de serviços firmados entre a EBSERH e as universidades e instituições congêneres, em parceria com as demais diretorias; VI. monitorar e avaliar os indicadores de desempenho dos contratos de prestação de serviços de saúde firmados entre os hospitaise os gestores do SUS; VII. coordenar, planejar, desenvolver ou contratar sistemas de informação, em discussão conjunta com as demais diretorias, que auxiliem na avaliação e implementação dos fluxos e processos de trabalhos da EBSERH; VIII. planejar, implementar eavaliar os aplicativos de gestão e sistemas de informação a serem utilizados pelas unidades hospitalares; IX. promover a integração dos dados das unidades hospitalares com o sistema de informações da EBSERH; X. promover a integração dos sistemas de informações da EBSERH com os sistemas de informação congêneres da Esfera Federal para a qualificação dos sistemas internos; XI. planejar e implementar a segurança da logística física de equipamentos e tecnologias das redes e sistemas de informação da EBSERH; e; XII. realizara gestão da informação no âmbito da EBSERH; XIII. elaborar e implementar o Plano Diretor de Tecnologia da Informação XIV. instituir instrumentos internos de controle administrativo de desempenho, de aplicação dos recursos públicos e da guarda dos bens públicos, na sua área de atuação, nos termos do art. 17, do Decreto nº 3.591, de 6 de setembro de Seção III Das Reuniões dos Conselhos Art. 38A inclusão de matérias na pauta da reunião ordinária dos Conselhos de Administração, do Conselho Fiscal e do Conselho Consultivo serão solicitadas à Chefia de Gabinete do Presidente até 72h (setenta e duas horas) antes do dia de realização das reuniões. Art. 39 A pauta das reuniões será divulgada pela Chefia de Gabinete aos demais Diretores e membros dos Conselhos até 5 (cinco) dias úteis antes do dia de realização das reuniões. Art. 40 Em sendo encaminhada matéria fora do prazo previsto no art. 38, caberá ao respectivo Conselho decidir pela sua deliberação em extra-pauta. Art. 41 As reuniões ordinárias dos Conselhos serão realizadas conforme calendário aprovado por estes em reunião, em data previamente fixada, podendo vir a ser alterado, com a aprovação dos respectivos; Art.42. O Conselho de Administração reunir-se-á, ordinariamente, mensalmente e, extraordinariamente, sempre que for convocado pelo Presidente, a seu critério, ou por solicitação de, pelo menos, quatro de seus membros. 1º O Conselho somente deliberará com a presença da maioria absoluta dos seus membros. 2º As deliberações do Conselho serão tomadas por maioria simples de votos dos presentes, respeitado o quorum do 1º, e registradas em atas, cabendo ao Presidente, além do voto ordinário, o voto de qualidade. 3º A proposta de alteração deste Regimento Interno deverá ser aprovada em reunião do Conselho de Administração instalada com a presença da maioria dos membros. Subseção I Das Reuniões da Diretoria Executiva Art. 43 As reuniões da Diretoria Executiva ocorrerão, ordinariamente, a cada semana e extraordinariamente, sempre que convocadas pelo Presidente. 1º O Presidente poderá alterar a data da reunião com a comunicação prévia aos membros da Diretoria. 2º Em caso de ausências e eventuais impedimentos, participarão da reunião, com direito a voto, seus substitutos. CAPÍTULO IVDO CONTRATO DE ADESÃO COM A EBSERH Art. 44 As instituições federais de ensino ou instituições congêneres aderirão à EBSERH por meio de Termo de Adesão e Contrato. 1º O Termo de Adesão é o instrumento pelo qual a instituição federal de ensino ou instituição congênere assume o compromisso de adesão ao projeto da EBSERH e lhe concede plenos poderes para a realização de diagnostico situacional do hospital, que precederá o estabelecimento do contrato. 2º O contrato disposto no caput deste artigo conterá, entre outras: I. as obrigações dos signatários; II. as metas de desempenho, indicadores e prazos de execução; III. a respectiva sistemática de acompanhamento e avaliação, contendo critérios e parâmetros a serem aplicados; IV. a previsão de que a avaliação de resultados obtidos, no cumprimento de metas de desempenho e observância de prazos pelas unidades da EB- SERH, será usada para o aprimoramento de pessoal e melhorias estratégicas na atuação perante a população e as instituições federais de ensino ou instituições congêneres, visando ao melhor aproveitamento dos recursos destinados à EBSERH e; Legislação Aplicada à EBSERH 13

104 V. mecanismos de controle social; 3º o contrato será proposto pela Diretoria Executiva e aprovado pelo Conselho de Administração. Art. 45 Ao contrato firmado será dada ampla divulgação por intermédio dos sítios da EBSERH e da entidade contratante na internet. Seção I Da Estrutura de Governança das Unidades Hospitalares administradas pela EBSERH Art. 46. As unidades hospitalares administradas pela EBSERH em decorrência dos contratos previstos pelo Art. 6º da Lei nº , de 15 de dezembro de 2011 contarão com uma estrutura de governança constituída pela seguinte instância: I. Um Colegiado Executivo composto: a) pelo Superintendente do hospital; b) pelo Gerente de Atenção à Saúde; c) pelo Gerente Administrativo; e d) pelo Gerente de Ensino e Pesquisa, quando se tratar de hospitais universitários ou de ensino. 1º Os cargos de Superintendente e de Gerentes serão de livre nomeação; 2º O Superintendente, no caso dos Hospitais Universitários, será selecionado pelo Reitor preferencialmente no quadro permanente da universidade contratante da EBSERH, obedecendo a critérios estabelecidos de titulação acadêmica e comprovada experiência em gestão pública na área de saúde, definidos em conjunto entre a Reitoria e a Empresa, nos termos do art. 6º da Lei nº , de 15 de dezembro de º As Gerências serão ocupadas por pessoas selecionadas por um comitê composto por membros da Diretoria Executiva da EBSERH e o Superintendente selecionado para a respectiva unidade hospitalar,a partir de análise curricular que comprove qualificação para o atendimento das competências específicas de cada Gerência. 4º O modelo de estrutura de governança poderá ser redesenhado, em se tratando de complexo hospitalar ou de alguma excepcionalidade detectada das unidades hospitalares, mediante aprovação do Conselho de Administração. Art. 47 Ao Colegiado Executivo das unidades hospitalares compete: I. propor, implementar e avaliar o planejamento de atividades de assistência, ensino e pesquisa a serem desenvolvidas no âmbito do hospital, em consonância com as diretrizes estabelecidas pela EBSERH, as orientações da universidade à qual o hospital estiver vinculado e às políticas de saúde e educação do país; vigente. CAPÍTULO V - DO PESSOAL Art. 48 Integram o quadro de pessoal da sede da EBSERH os ocupantes dos cargos de Presidente e Diretor estabelecidos no Estatuto da Empresa; os cargos ou funções gratificadas; os empregados públicos admitidos na forma do art. 10 da Lei nº , de 15 de dezembro de 2011 e os servidores públicos requisitados de outros órgãos. Parágrafo único. As formas e requisitos para ingresso na Empresa, a política do desenvolvimento na carreira, a estratégia de remuneração e a política de concessão dos benefícios sociais a serem concedidos aos empregadosserão disciplinadas pelos Planos de Cargos, Carreiras e Salários; de Benefícios; de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas e pelo Regulamento de Pessoal da EBSERH. Art. 49. Os empregados temporários contratados na forma dos arts.11, 1º e 2º e 12 da Lei nº , de 15 de dezembro de 2011 não farão parte do quadro de pessoal próprio da EBSERH e de seus escritórios, representações, dependências, filiais e subsidiárias e, não poderão integrar o Plano de Cargos, Carreiras e Salários da Empresa. Art. 50. No âmbito da EBSERH, são vedadas as nomeações, contratações ou designações de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta ou colateral, por consanguinidade ou afinidade, até 3º (terceiro) grau, dos membros dos conselhos, da diretoria executiva e ocupantes de cargos de livre provimento, salvo de servidor do quadro de pessoal da EBSERH na forma do art. 10 da Lei , de 15 de dezembro de CAPÍTULO VI - DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 51 Todos os órgãos que integram a EBSERH deverão manter colaboração recíproca e intercâmbio de informações, a fim de permitir, da melhor forma, a consecução dos objetivos da empresa. Art. 52 Os casos omissos e as dúvidas referentes à aplicação desse Regimento Interno, não solucionadas no âmbito da Diretoria Executiva, serão dirimidas pela Presidência. Art. 53 As regulamentações previstas neste Regimento deverão ser editadas no prazo de até 180 dias contados a partir da sua publicação. Art. 54O presente Regimento Interno entra em vigor na data da publicaçãodo seu extrato no Diário Oficial da União e será disponibilizado, na íntegra, na página oficial da EBSERH. REGIMENTO INTERNO Versão Atualizada Outubro 2012 fonte: pdf II. garantir a execução das diretrizes da EBSERH e o cumprimento dos contratos firmados; III. elaborar, implementar, monitorar e avaliar o Plano Diretor da unidade hospitalar; IV. estabelecer normas e delegar poderes, no âmbito de sua competência; V. intermediar o relacionamento da unidade hospitalar com a universidade e com a EBSERH; VI. fornecer todas e quaisquer informações requeridas pela Diretoria Executiva da EBSERH; e VII. instituir as respectivas Comissões de Ética, nos termos da legislação Legislação Aplicada à EBSERH 14

105 Com a expansão do modo de produção capitalista, as sociedades se organizaram em basicamente dois grupos: os patrões e os trabalhadores (empregados), estes, detentores da força de trabalho e aqueles proprietários dos meios de produção. Nesta forma de organização da produção, o indivíduo sobrevive através de um emprego e a própria forma de vida o impede de cuidar dos velhos e doentes, pois deve trabalhar para viver. 1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE SAÚDE NO BRASIL E A CONSTRU- ÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) PRINCÍPIOS, DIRETRIZES E ARCABOUÇO LEGAL. SAÚDE NO BRASIL: TRAJETÓRIAS DE UMA POLÍTICA ASSISTENCIAL Ângelo Giuseppe Roncalli da Costa Oliveira Elizabethe Cristina Fagundes de Souza Introdução "A saúde é um direito de todos e um dever do Estado". Esta frase, cunhada na atual Constituição Brasileira (1988) pode ser considerada como a representação de uma das maiores conquistas da sociedade brasileira no campo das políticas sociais. Mas por que, somente em 1988 este direito foi conquistado? Por que a saúde deve ser direito de todos? Por que o Estado tem que suprir seus cidadãos com assistência à saúde? E, mais ainda, por que isto não está acontecendo no Brasil? Como sabemos, a saúde do brasileiro vai mal, e aliado a isso, um sem número de indicadores sociais coloca o Brasil numa das mais vergonhosas posições no cenário mundial. Ocupamos há vários anos o posto de número um do mundo em pior distribuição de renda, ou seja, o fosso entre os muito ricos e os muito pobres é cada dia maior. Convivemos com doenças há muito erradicadas em outras nações, temos uma taxa de analfabetismo altíssima (cerca de 28 milhões de pessoas não sabem ler), mais de dois terços da população não dispõe de renda suficiente para assegurar o acesso a condições dignas de vida. Sessenta em cada mil crianças que nascem, morrem antes de completar um ano de vida e perto de trinta e dois milhões de brasileiros passam fome. Inúmeras razões podem ser apontadas como causas deste quadro as quais, em sua maioria têm sua discussão mais aprofundada situada além dos limites deste texto. É fato, contudo, que as condições de saúde de uma população são um reflexo de como são estabelecidas as relações entre o Estado e a sociedade. Uma das formas de expressão dessa relação Estado-sociedade são as Políticas Sociais, nas quais estão incluídas as Políticas de Saúde. Neste sentido, para que seja possível compreender o quadro atual da saúde no Brasil, torna-se necessário definir todos estes termos, bem como nos remetermos às determinações históricas de todo esse processo. O ESTADO E AS POLÍTICAS SOCIAIS Numa definição bastante simples, o Estado pode ser considerado como a expressão maior de organização política da sociedade. O Estado surge, pois, como um aperfeiçoamento da relação entre as pessoas de uma sociedade. Não é sinônimo de governo, como é comumente confundido, mas compreende todas as formas de gerência e de controle da sociedade, aí incluídos os conceitos de território, instituições e, também, o próprio governo. Este, por seu turno, compreende um conjunto coordenado de pessoas que controlam os cargos de decisão política e dão a direção principal ao Estado num momento determinado. Em princípio, o Estado existe para promover o bem comum, ou seja, desde que as primeiras pessoas se organizaram em comunidades e definiram uma série de regras de convivência, tinham em mente este princípio norteador. Hoje as formas de organização social estão bem mais complexas e o Estado, na forma como o conhecemos hoje, é relativamente novo: o chamado Estado Moderno surgiu somente no século XVIII. Legislação Aplicada ao SUS 1 Assim, o princípio da prestação de assistência aos menos favorecidos, pelo Estado, é o da solidariedade. É como se a sociedade fosse uma grande família onde todos colaboram mutuamente e quem pode mais ajuda a quem pode menos. É fácil identificar este princípio numa das formas de assistência mais comuns do Estado: a Previdência Social. Este sistema é organizado em nome da solidariedade social, ou seja, os jovens aparecem contribuindo para a aposentadoria dos velhos, para o tratamento dos doentes, os empregados para os desempregados, os ativos para os inativos e assim por diante. Desta forma, a partir dos princípios de colaboração, proteção social, harmonia e paz social, foram delineadas as diversas formas de relação entre o Estado e os seus cidadãos. A magnitude da oferta de benefícios à população varia, pois, de acordo com a forma como o Estado é organizado política e economicamente. Algumas formas de organização de corte mais liberal (os Estados Unidos são um exemplo) defendem que o Estado deve restringir sua ação aos mais carentes. No caso da saúde, os serviços gratuitos são restritos apenas aos velhos e pobres e a grande maioria paga pela prestação de serviços de saúde. Na maioria dos países capitalistas europeus, contudo, o princípio é o da igualdade e não da solidariedade. Assim o Estado dispõe de uma política de seguridade social que garante serviços e benefícios ao cidadão desde o nascimento até sua morte. Este "acesso geral" à educação, saúde e justiça, existente na Europa, decorre de direitos estabelecidos e se justifica em nome da cidadania. "O cidadão é um sujeito de direitos sociais que tem igualdade de tratamento perante as políticas sociais existentes". Este tipo de organização estatal, no âmbito das políticas sociais, é conhecido com Welfare State ou Estado de Bem -Estar Social. Uma vez que a saúde pode ser considerada como uma das formas de expressão das políticas sociais e tendo em vista que essas políticas podem ser encaradas de diferentes formas nas várias organizações sociais, é conveniente discutir: a saúde é, portanto, um dever do Estado e um direito do cidadão? É preciso, primeiramente, definir o que é direito à saúde. A noção desse direito vem sendo difundida já há algum tempo como um componente da doutrina dos direitos humanos. Isto quer dizer que "todo indivíduo, independente da cor, situação sócio-econômica, religião e credo político, deve ter sua saúde preservada". Deste modo, torna-se necessário um esforço social "visando a mobilização dos recursos necessários para promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde". Num raciocínio simplista, a saúde não pode ser colocada no mesmo plano de quaisquer outras formas de direito, uma vez que é uma condição de sobrevivência e manutenção da espécie. A sociedade e, portanto, suas formas de gerência e controle como é o Estado, tem a obrigação de preservar a saúde de todos. Contudo, é importante não confundir direito à saúde com direito à assistência à saúde. Como sabemos, a saúde é resultante das condições objetivas de existência, ou seja, resulta das condições de vida biológica social e cultural e, particularmente, das relações que os homens estabelecem entre si e com a natureza, através do trabalho. A saúde, portanto, deve ser mantida através de mecanismos que incrementem a qualidade da vida, e não somente da assistência. Isso exige uma articulação de todos os setores sociais e econômicos e, desta forma, o direito à saúde não seria o pressuposto que apenas nortearia as políticas setoriais de saúde, mas seria "um elo integrador que teria de permear todas as políticas sociais do Estado e balizar a elaboração e a implementação das políticas econômicas". Isto significa uma ação articulada com todo o conjunto de políticas sociais mais amplas como as relativas ao emprego, moradia, saneamento, alimentação, educação etc. Este raciocínio, todavia, não visa diminuir a importância das políticas de assistência à saúde, muito pelo contrário. Os serviços de saúde têm uma grande responsabilidade na manutenção da saúde dos cidadãos e a defesa de um serviço que seja igualitário, eficaz e resolutivo deve fazer parte da defesa pela democracia.

106 Neste capítulo, portanto, discutiremos, principalmente, como se deu, historicamente, a implementação das políticas de assistência à saúde no Brasil. Tal conhecimento é fundamental para compreendermos o estado atual em que se encontra a prestação de serviços de saúde no país. Não pretendemos, contudo, e nem seria possível, esgotar o assunto, mas apenas apresentar algumas noções a respeito do tema que deve ser aprofundado a partir da literatura recomendada no final do capítulo. POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL Até fins do século passado, o Estado brasileiro não tinha uma forma de atuação sistemática sobre a saúde de seus habitantes; apenas esporadicamente atuava de forma pontual em situações de epidemias. A economia brasileira na virada do século era essencialmente agrícola e as divisas necessárias para o crescimento do país advinham principalmente da exportação de produtos da agricultura, em especial a cafeeira e a açucareira. Assim, o foco da atenção do governo brasileiro se situava, estrategicamente, nos chamados "espaços de circulação de mercadorias", ou seja, as estradas e os portos, principalmente os do Rio de Janeiro e de Santos. Além disso, era importante para o Estado criar condições para incrementar a política de imigração, incentivando a incorporação de mão-de-obra imigrante para as culturas cafeeiras. Nesse sentido foram tomadas as primeiras providências pelo então presidente Rodrigues Alves que, em 1902, lança o programa de saneamento do Rio de Janeiro e o combate à febre amarela urbana em São Paulo. Portanto, as primeiras iniciativas do governo no campo da atenção à saúde se dão a partir de interesses puramente mercantis. As regiões que não tinham importância estratégica para a economia do país ficavam resignadas à própria sorte em termos de práticas sanitárias. Não se pode dizer, então, que à essa altura se tinha uma política nacional de saúde pública, com objetivos claros de melhorar as condições de vida da população. O primeiro marco da atuação do governo federal na saúde se deu somente em 1923 com a criação do Departamento Nacional de Saúde Pública. Foram então definidas as áreas de atuação do governo na saúde: o saneamento urbano e rural, a propaganda sanitária, as higienes infantil, industrial e profissional, as atividades de supervisão e fiscalização, a saúde dos portos e o combate às endemias rurais. Entretanto, com o crescimento das CAPs (em 1930 já existiam 47 delas, cobrindo mais de 140 mil associados), são criados os Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs), onde a participação do Estado já se dá de forma mais clara. A contribuição passa a ser tripartite, entrando o Estado como contribuinte. Os IAPs passam a se organizar por categorias e o primeiro a surgir é o dos marítimos (IAPM) em 1933, seguido dos comerciários e dos bancários em Enquanto as CAPs privilegiavam a assistência médica como um dos principais benefícios, os IAPs, já com a participação do governo e, portanto, com uma política mais contencionista, privilegiam a previdência social, mantendo a assistência médica num segundo plano. Em resumo, o que se observa, nos primórdios da ação governamental na saúde, no Brasil, é que as ações de caráter coletivo, como imunização, controle de epidemias e saneamento se dão no campo da saúde pública, com uma vinculação clara com a conjuntura econômica vigente. As ações de assistência à saúde a nível individual começaram a partir da estruturação da previdência social, vinculando a assistência médica ao princípio do seguro social e colocando-a no mesmo plano de benefícios como as aposentadorias, pensões por invalidez etc. Este é um aspecto extremamente importante, pois foi a partir desse modelo de prestação de serviços de saúde que se chegou ao quadro caótico que hoje temos na saúde. O que se observou a partir da criação dos IAPs, foi uma crescente centralização das ações de saúde no âmbito federal. Era de interesse do governo criar um sistema de seguro social que garantisse a integridade do novo foco de atenção das ações do governo: o corpo do trabalhador. Explica-se: com o crescimento da industrialização, o modelo agro-exportador passa a não ser mais hegemônico, deslocando-se a necessidade de sanear os espaços de circulação de mercadorias para a atuação sobre o corpo do trabalhador, a fim de manter e restaurar sua capacidade produtiva. A conjuntura política da época se caracterizava pelo Estado populista, onde diversas outras medidas foram tomadas, dentro das políticas sociais, no sentido mais de cooptar as categorias de trabalhadores que, a cada dia, avançavam em sua organização, e menos de responder aos problemas estruturais de vida daqueles trabalhadores. É criada, então, durante o governo Vargas, a legislação trabalhista, a montagem do sistema previdenciário, a regulação das relações sindicais etc. A medida que este sistema crescia, tornava-se cada vez mais centralizado no Estado e ficava mais clara a dicotomia entre as ações de saúde pública e a assistência médica. Como discutido anteriormente, a institucionalização das ações de saúde pública se deu na forma de uma centralização crescente em torno do governo, sendo este modelo predominante até 1960 e permanecendo praticamente inalterado até os dias atuais. A partir do final da década de 50, a Medicina Previdenciária, torna-se cada vez mais importante para o Estado, conquistando espaço e assumindo sua predominância em meados dos anos 60 quando se dá a unificação de todos os Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs) numa única instituição estatal: o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). Estas eram ações que se davam no campo coletivo, ou seja, as chamadas ações de saúde pública. No campo da assistência individual, ainda inexistiam práticas de assistência à saúde e a atenção médica e odontológica ainda era essencialmente liberal, ou seja, financiada pelos próprios indivíduos. Contudo, ainda em 1923, com a Lei Elói Chaves, é criado o primeiro embrião do que hoje conhecemos como previdência social: as Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs). As CAPs eram organizadas por empresas e mantidas e geridas pelos patrões e empregados. Seu surgimento obedeceu também à mesma lógica: as empresas que eram estratégicas para a economia nacional fundaram suas caixas. As primeiras foram as dos trabalhadores das companhias de via férrea e portuários. Funcionavam como uma espécie de seguro social (tem direito aquele que paga contribuição) que garantiria certos benefícios como a aposentadoria e, principalmente a assistência médica. Como tinham caráter privado, ou seja, eram mantidas por empresas, ainda não se configuravam como iniciativas do Estado, muito embora os presidentes das Caixas fossem nomeados pelo Presidente da República e houvesse um interesse claro do governo na manutenção deste sistema. Legislação Aplicada ao SUS 2 A criação do INPS consolidou o modelo brasileiro de seguro social e de prestação de serviços médicos. O direito à assistência à saúde não era uma condição de cidadania, mas uma prerrogativa dos trabalhadores que tinham carteira assinada e, portanto, contribuíam com a previdência. Com o advento do regime militar após 1964, uma gigantesca estrutura foi criada em torno da Previdência Social, com uma clara vinculação com os interesses do capital nacional e estrangeiro. O Estado passa a ser o grande gerenciador do sistema de seguro social, na medida que aumentou seu poder em duas frentes: econômica e política. No primeiro caso, a partir do aumento das alíquotas de contribuição, o que aumentou consideravelmente os recursos financeiros disponíveis. No campo político, é abolida a participação dos usuários na gestão da previdência social (que existia na época das CAPs e dos IAPs), aumentando ainda mais o controle governamental. É estabelecido, então, o que ficou conhecido como "complexo previdenciário", que era composto de três sistemas: o sistema próprio, formado pela rede de hospitais e unidades de saúde de propriedade da Previdência Social, além dos recursos humanos assalariados pelo Estado e o sistema contratado, que era subdividido no sistema contratado credenciado (com sistema de pagamento por unidades de serviço) e no sistema contratado conveniado (sistema de pré-pagamento). O modelo de prestação de serviços de saúde pelo INPS privilegiava a forma conveniada, ou seja, o governo comprava os serviços de assistência médica às grandes corporações médicas privadas, principalmente hospitais e multinacionais fabricantes de medicamentos. Era um excelente negócio. O Estado tinha renda garantida, uma vez que a contribuição previdenciária era obrigatória - tanto que estimulava cada vez mais a expansão das contribuições através do incentivo à prática do trabalho assalariado - e passou

107 a ser o grande comprador de serviços de saúde às empresas médicas, expandindo o capital privado na área de saúde. Em 1977 é criado o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS) onde as ações relativas à previdência e a assistência médica ficam divididas. O SINPAS é, então, formado pelo IAPAS (Instituto de Administração Financeira da Previdência Social), que, como o próprio nome indica, cuidava da parte financeira da Previdência, e pelo INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social), responsável pela assistência médica. O INAMPS passa, então, a ser o grande catalisador das ações de assistência médica no Brasil, continuando com a mesma política de privilegiamento do setor privado. Passa a ser difundido o discurso de que o aumento dos serviços através de convênios é, tecnicamente, a alternativa mais correta. Em síntese, apesar de ser uma ação com características de uma assistência à saúde estatal, tratava-se de uma crescente privatização do setor saúde. A participação do setor privado na assistência médica, através dos convênios e credenciamentos, tornava-se cada dia maior, com o governo investindo cada vez menos em sua rede própria. No início da década de 80, por exemplo, cerca de 70% das verbas destinadas à assistência médica ia para as mãos dos empresários da saúde, e o INAMPS chegou a comprar, naquela mesma época, 300 mil leitos a hospitais particulares e disponibilizar apenas de sua rede própria. Este modelo de prestação de serviços era extremamente perverso. A- lém de excludente - pois só tinha acesso ao serviço quem contribuía com a previdência - possuía características em sua prática que não guardavam nenhum compromisso com a melhoria dos níveis de saúde da população. Era um tipo de prática médica essencialmente curativista, centrada na técnica, privilegiando as ações de maior sofisticação tecnológica. Isto acontecia por motivos óbvios: esse tipo de prática médica, apesar de limitado na redução dos índices de morbi-mortalidade da população, gerava maiores lucros. Além disso era um tipo de serviço que, pelo fato de ser uma produção privada de serviços, paga pelo Estado através da Previdência, criava um estímulo à corrupção. Ficaram bastante conhecidos, na década de 70, os famosos escândalos da Previdência Social, onde hospitais privados consumiam o dinheiro do contribuinte com procedimentos e pacientes fantasmas. A partir do início da década de 80, este sistema começa a mostrar sinais de esgotamento. As intermináveis filas, baixos salários, precárias condições de trabalho, geravam uma insatisfação crescente da população com a qualidade da assistência. A má-gerência dos recursos, aliada aos episódios cada vez mais crescentes de corrupção, levaram a Previdência a um colapso. Como fator agravante, à essa época a previdência começa a "envelhecer" e a fase de captação de recursos começa a dar lugar a uma fase de maiores gastos. Ou seja, durante os primeiros anos de sua existência, a Previdência Social apenas recebeu contribuições que proporcionaram um volume de recursos e um patrimônio consideráveis. Com o aparecimento das primeiras aposentadorias e pensões, a Previdência passa a ter que gastar um dinheiro que não mais tem. É importante ressaltar, também, que este sistema já era por demais criticado. Tais críticas não vieram à tona na ocasião, pois, durante o período mais repressor do regime militar, até fins dos anos 70, o sistema foi mantido à força. As lideranças sindicais haviam sido praticamente extintas à essa época e a participação dos trabalhadores nas discussões sobre o sistema de prestação de serviços médicos inexistia. Com a abertura política, a partir do início dos anos 80, vão se reestruturando os movimentos em defesa de uma política de saúde mais abrangente, democrática e disponível para todos. Esse movimento, que surgiu a partir de discussões acadêmicas sobre as políticas de saúde e da reestruturação das organizações de trabalhadores da saúde, ficou conhecido como Movimento Sanitário e teve uma atuação marcante nos destinos do sistema de saúde brasileiro. O MOVIMENTO PELA REFORMA SANITÁRIA O Movimento pela Reforma Sanitária teve suas raízes em profissionais da saúde que, de posse de diversos estudos feitos por intelectuais ligados à área de saúde, passaram a criticar o modelo vigente e propor alternativas para a sua reestruturação. À medida que o processo de abertura política se ampliava, com a oposição tendo vitórias significativas nas eleições parlamentares, o movimento foi se ampliando e a ele foram se incorporando lideranças políticas, sindicais e populares, bem como parlamentares interessados na causa. O primeiro marco desse movimento se deu em 1979, no I Simpósio Nacional de Política de Saúde, realizado pela comissão de saúde da Câmara dos Deputados. Na ocasião, o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES) era o legítimo representante do movimento sanitário e apresentou e discutiu publicamente, pela primeira vez, uma proposta de reorganização do sistema de saúde. Essa proposta, que já se chamava, na época, de Sistema Único de Saúde, contemplava diversos conceitos oriundos de experiências bem sucedidas em outros países, como a universalização do direito à saúde, racionalização e integralidade das ações, democratização e participação popular, bem como algumas experiências de atenção primária e de extensão de cobertura desenvolvidas no país, como o Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Sanemaneto (PIASS) que foram implementadas em áreas rurais do Nordeste e o Projeto Montes Claros em Minas Gerais. Num primeiro momento, as propostas foram ignoradas pelo Governo, mas aos poucos o movimento foi crescendo, legitimado pelos movimentos populares e pela atuação de seus militantes a nível parlamentar e em algumas instituições de saúde. Com o agravamento da crise do sistema de saúde previdenciário, as i- niciativas de extensão de cobertura assistencial a nível estadual e municipal são reforçadas pelo discurso oficial. O próprio governo elaborou seu plano de reorganização da assistência à saúde, que possuía características muito semelhantes ao projeto da Reforma Sanitária, pois previa a implantação de uma rede de serviços básicos, apontava para a descentralização do setor, pregava a participação popular e a integração dos Ministérios da Saúde e da Previdência. Esse projeto, discutido em 1980, chamou-se PREV- SAÚDE, sofreu muitas pressões e não saiu da gaveta. Enfim, havia um reconhecimento da falência e, sobretudo, da obsolescência do sistema de saúde também por parte de alguns técnicos do governo. Ocorre que os anos anteriores de absoluta anuência do governo com o capital privado criou uma rede de influências que não era fácil quebrar. As grandes corporações e associações médicas, particularmente a Federação Brasileira de Hospitais (FBH) ainda defendiam com unhas e dentes o modelo que tantos lucros lhe geravam. Mesmo assim, algumas conquistas foram sendo obtidas paulatinamente. Com a criação do CONASP (Conselho Consultivo da Administração de Saúde Previdenciária), em 1981, foi elaborado o Plano de Reorientação da Assistência à Saúde no âmbito da Previdência Social, conhecido como Plano CONASP, que incorporava diversas propostas da Reforma Sanitária. A efetivação desse plano se deu, estrategicamente a partir das Ações Integradas de Saúde (AIS), que se constituíram na primeira experiência de um sistema mais articulado e integrado. As AIS propiciaram o surgimento das Comissões Inter-institucionais de Saúde (CIS), os embriões dos atuais Conselhos de Saúde e foram a base para a implantação, mais tarde, do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), a primeira aproximação estratégica para Sistema Único de Saúde (SUS). Essa sucessão de planos, siglas, propostas frustradas, caracterizaram a efervescência da produção intelectual do movimento sanitário brasileiro. Era preciso por em prática todos esses conceitos que, apenas timidamente, com iniciativas isoladas, ainda não impactavam sobre a saúde do país. O momento político era propício, com o advento da Nova República e a redemocratização do país após o fim do regime militar. Em 1985, após a eleição de Tancredo Neves/Sarney, os movimentos sociais se intensificam e uma maior discussão foi possível sobre os novos rumos que deveria tomar o sistema de saúde. Com a previsão da eleição da Assembleia Nacional Constituinte, que se encarregaria da elaboração da nova Constituição Brasileira, é convocada a 8 a Conferência Nacional de Saúde, para discutir a nova proposta de estrutura e de política de saúde para o país. Legislação Aplicada ao SUS 3

108 A 8 A CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE E A NOVA CONSTITU- IÇÃO BRASILEIRA A Oitava Conferência é, hoje, considerada como um divisor de águas no Movimento Sanitário. Com uma ampla participação (cerca de pessoas entre trabalhadores da saúde, usuários, técnicos, políticos, lideranças sindicais e populares), a 8 a Conferência se constituiu no maior fórum de debates sobre a situação de saúde do país e seu relatório serviu de base para a proposta de restruturação do sistema de saúde brasileiro que deveria ser defendida na Constituinte. Entre as propostas constantes no relatório constam o conceito ampliado de saúde, onde esta é entendida como resultante das condições de vida, alimentação, lazer, acesso e posse da terra, transporte, emprego, moradia. De acordo com o relatório, "a saúde não é um conceito abstrato. Define-se no contexto histórico de determinada sociedade e num dado momento de seu desenvolvimento, devendo ser conquistada pela população em suas lutas cotidianas" (grifo nosso). Além disso, a saúde é colocada como direito de todos e dever do Estado. A concretização das propostas da Reforma Sanitária se dá, no plano jurídico e institucional, na implementação do Sistema Único de Saúde, o SUS. Com a aprovação da nova Constituição Brasileira em 1988, foi incluído, pela primeira vez, uma seção sobre a Saúde, a qual incorporou em grande parte, os conceitos e propostas contemplados no Relatório da 8 a Conferência, ou seja, a Constituição incorporou as propostas da Reforma Sanitária. A Constituição Brasileira passou a ser, então, considerada como uma das mais avançadas do mundo no que diz respeito à saúde. SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - PRINCÍPIOS E DIRETRIZES O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS É comum, no entanto, se terem notícias muito ruins sobre o SUS, atualmente. Os meios de comunicação, frequentemente, veiculam notícias aterradoras sobre a ineficiência do sistema, grandes filas, corredores lotados, hospitais sucateados, profissionais mal-remunerados. Por que, então, isso ocorre? Por que o SUS ainda não conseguiu ser implantado em sua plenitude? Em primeiro lugar, é preciso conhecer os princípios deste sistema que estão contemplados na lei. O sanitarista Eleutério Rodrigues Neto explica como deve ser o SUS: "Primeiramente, o SUS é um sistema, ou seja, é formado por várias instituições dos três níveis de governo (União, Estados e Municípios) e pelo setor privado contratado e conveniado, como se fosse um mesmo corpo. Assim, o serviço privado, quando é contratado pelo SUS, deve atuar como se fosse público, usando as mesmas normas do serviço público. Depois, é único, isto é tem a mesma doutrina e a mesma filosofia de atuação em todo o território nacional e é organizado de acordo com uma mesma sistemática. que sejam oferecidos ações e serviços de acordo com as necessidades da população, e não como é hoje, onde em muitos lugares há serviços hospitalares mas não há serviços básicos de saúde; ou há um aparelho altamente sofisticado, mas não há médico geral, só o especialista. Para isso o SUS deve se organizar a partir de pequenas regiões e ser planejado para suas populações, de acordo com o que elas precisam e não com o que alguém decide 'lá em cima'. Isso inclui a decisão sobre a necessidade de se contratar ou não serviços privados; e quando se decide pela contratação, que o contrato seja feito nesse nível, para cumprir funções bem definidas e sob controle direto da instituição pública contratante. É essencial, conforme o princípio da descentralização, que essas decisões sejam tomadas por uma autoridade de saúde de nível local. É a isso que se chama de Distrito Sanitário. Deve ser eficaz e eficiente. Isto é, deve produzir resultados positivos quando as pessoas o procuram ou quando um problema se apresenta na comunidade; para tanto, precisa ter qualidade. Mas não basta: é necessário que utilize as técnicas mais adequadas, de acordo com a realidade local e a disponibilidade de recursos, eliminando o desperdício e fazendo com que os recursos públicos sejam aplicados da melhor maneira possível. Isso implica necessidades não só de equipamentos adequados e pessoal qualificado e comprometido com o serviço e a população, como a adoção de técnicas modernas de administração dos serviços de saúde. Deve ser democrático, ou seja, deve assegurar o direito de participação de todos os segmentos envolvidos com o sistema - dirigentes institucionais, prestadores de serviços, trabalhadores de saúde e principalmente, a comunidade, a população, os usuários do serviço de saúde. Esse direito implica a participação de todos esses segmentos no processo de tomada de decisão sobre as políticas que são definidas no seu nível de atuação, assim como no controle sobre a execução das ações e serviços de saúde. (...) Por isso, a ideia e a estratégia de organização dos Conselhos de Saúde - nacional, estaduais e municipais, para exercerem esse controle social sobre o SUS, devendo respeitar o critério de composição paritária: participação igual entre usuários e os demais; além de ter poder de decisão (não ser apenas consultivo)." Todos esses princípios, para serem colocados em prática exigem mudanças profundas e complexas, até mesmo por que questiona muitos interesses ainda muito presentes na vida política brasileira. Com a aprovação do SUS na Constituição, poderia até se pensar que a batalha estava ganha e o sistema de saúde brasileiro seria, finalmente o ideal. Só que a parte mais difícil ainda estava por vir: a implementação, na prática, das conquistas obtidas na lei. Além disso, o SUS tem as seguintes características principais: Deve atender a todos, de acordo com suas necessidades, independentemente de que a pessoa pague ou não Previdência Social e sem cobrar nada pelo atendimento. Deve atuar de maneira integral, isto é, não deve ver a pessoa como um amontoado de partes, mas como um todo, que faz parte de uma sociedade, o que significa que as ações de saúde devem estar voltadas, ao mesmo tempo, para o indivíduo e para a comunidade, para a prevenção e para o tratamento e respeitar e dignidade humana. Deve ser descentralizado, ou seja, o poder de decisão deve ser daqueles que são responsáveis pela execução das ações, pois, quanto mais perto do problema, mais chance se tem de acertar sobre a sua solução. Isso significa que as ações e serviços que atendem à população de um município devem ser municipais; as que servem e alcançam vários municípios devem ser estaduais e aquelas que são dirigidas a todo o território nacional devem ser federais. Dessa forma deverá haver uma inversão na situação atual, quando a maioria dos serviços de saúde que têm sido vinculados ao nível federal, como o INAMPS, devem passar para os níveis estadual e municipal, principalmente para este último, produzindo o que se tem chamado de municipalização da saúde. Deve ser racional. Ou seja, o SUS deve se organizar de maneira Legislação Aplicada ao SUS 4 A Constituição remetia a regulamentação do sistema para a chamada Lei Orgânica da Saúde, que foi, constantemente relegada a um segundo plano durante o governo de Fernando Collor, e, somente em 1990 foi aprovada, depois de muita negociação do Ministério da Saúde com o movimento da Reforma Sanitária. Ainda assim, a Lei Orgânica, personificada nas leis 8080 e 8142, saiu com muitas restrições. E mesmo após a sua aprovação, houve muita dificuldade de implantação, com resistências claras do Ministério da Saúde ao processo de descentralização, ao repasse automático de recursos para os Estados e Municípios. Ainda se continuou com a prática dos convênios e outros expedientes centralizadores, facilitadores do clientelismo e da corrupção. No entanto, algumas experiências inovadoras foram desenvolvidas em alguns municípios que encararam de frente o processo de municipalização. Havia um consenso de que o aparato jurídico já estava definido e era preciso ter a "ousadia de cumprir e fazer cumprir a lei". E sob esta afirmação foram geradas as principais discussões na 9 a Conferência Nacional de Saúde que deveria ter ocorrido em 1990, mas só veio a acontecer em Como um desdobramento da 9 a Conferência, já no governo Itamar, a- pós a queda de Collor, é publicada, pelo Ministério da Saúde, a Norma Operacional Básica (NOB) n 0 1, de maio de 1993, que regulamentava o processo de descentralização das ações de saúde para Estados e Municí-

109 pios. A NOB funcionou como uma espécie de manual para o processo de municipalização, com regras claras sobre a participação dos diversos níveis e explicitando os estágios crescentes de municipalização. Definia ainda as formas de controle social através da atuação dos Conselhos de Saúde. Ainda assim, o SUS enfrenta hoje grandes dificuldades de implementação. O Ministério da Saúde vem enfrentando sucessivas crises e o financiamento do setor, ainda dependente dos recursos da previdência, sofre com os sucessivos cortes. O gasto per capita com saúde no Brasil é um dos menores do mundo (menos de 50 dólares por ano) e vem apresentando um declínio nos últimos anos. Toda essa situação ocorre por que, apesar de temos uma legislação avançada no campo da saúde, os governos que deveriam pô-la em prática têm uma outra visão de saúde, de políticas sociais e de relação Estadosociedade. É comum ouvirmos alguns setores, principalmente os trabalhadores organizados divulgarem que devemos lutar contra a política neoliberal do governo de Fernando Henrique Cardoso. Mas o que significa isso e quais são os seus reflexos sobre o campo da saúde? Como vimos inicialmente, as políticas sociais adquirem aspectos variados, de acordo com as formas de organização política e econômica dos países. A política neo-liberal defende a existência de um Estado mínimo, ou seja a interferência do Estado na vida das pessoas deve ser reduzida ao máximo. Isso explica a política de privatização, a abertura ao capital estrangeiro e, no campo das políticas sociais, um total abandono, uma vez que, no entendimento dos neo-liberais, o Estado não deve se responsabilizar por estas questões. Desnecessário se faz discutir novamente a condição de saúde como dever do Estado, no entanto, o raciocínio neo-liberal ignora esse conceito. A estratégia dos últimos governos, de caráter neo-liberal, foi de ignorar a legislação relativa ao SUS, pois não é do interesse deles manter um sistema como esse. O que se configurou, no sistema de saúde a partir dos anos 90 foi uma expansão da chamada medicina supletiva, cujos maiores representantes são os planos de saúde privados. Mas como isso foi acontecer justo na hora em que o SUS deveria se firmar como o sistema de saúde para todos os brasileiros? Ocorreu um fenômeno que Eugênio Vilaça chama de universalização excludente. Com o advento do SUS, a assistência à saúde foi universalizada, ou seja, não era preciso mais ser contribuinte da previdência para ter acesso aos serviços de saúde; bastava ser cidadão. Com o aumento da demanda, não foram criadas estratégias para dar conta desse aumento, nem a nível de financiamento, nem a nível de implementação de medidas racionalizadoras como a municipalização, distritalização e controle social. Assim, o SUS apenas aumentou o contingente de pessoas que se acotovelavam para ter acesso aos serviços de saúde, sem aumentar a qualidade nem a quantidade da prestação da assistência. Por seu turno, o governo ignorava as mudanças estruturais que deveriam ser implementadas, trazendo prejuízos ao funcionamento do serviço. Com o estrangulamento da classe média, também provocado pela política econômica, houve um crescimento vertiginoso da assistência médica privada oferecida pelos planos de saúde. A chamada Medicina de Grupo cresceu a níveis assustadores nos últimos anos às expensas da falência premeditada do serviço público de saúde e da fuga da classe média dos consultórios privados, provocada pelo achatamento salarial. Este modelo de prestação de serviços é típico de países de política neo-liberal, onde um mínimo de assistência é dado aos pobres e indigentes e o restante da população fica à mercê da medicina privada. A estratégia das grandes corporações médicas acabou dando certo e o que eles não tinham conseguido na Constituição, acabaram conseguindo por outros meios, com a conivência do governo brasileiro. Ocorre que o SUS não foi criado para servir como o sistema de saúde dos pobres e indigentes. Ele foi criado para ser o sistema de saúde de todos os brasileiros, de qualidade, eficiente, eficaz, resolutivo e democrático. Devem sempre ser ressaltadas as iniciativas que deram e que estão dando certo. Os municípios que encararam a municipalização com seriedade estão colhendo os frutos de um serviço público de saúde mais eficiente e universal. Este foi o tema da Décima Conferência que ocorreu este ano: o SUS que deu certo. A partir do entendimento que todos nós temos de saúde enquanto direito, é nosso dever lutar para que este sistema seja desenvolvido em sua plenitude. Essa é uma forma de, inclusive, promover mais justiça social, mais democracia e mais humanidade dentro da sociedade. Para compreender as propostas do SUS, serão abordados seus princípios, ou seja, suas características principais: Universalidade - deve atender, gratuitamente, a todos de acordo com suas necessidades. Integralidade - deve atuar de maneira integral, de forma holística, a fim de prestar assistência, objetivando a promoção da saúde, prevenção e cura da doença. Descentralizado - deve permitir aos níveis estadual e municipal coordenar as ações de modo que a implantação do SUS esteja de acordo com seus princípios. As ações devem estar concentradas no nível municipal, já que ocorreu a municipalização da saúde, privilegiando e respeitando as características particulares de cada município, fazendo com que o nível federal apenas transfira o pagamento para os demais níveis administrarem as ações. Racional - deve-se disponibilizar ações nos diferentes níveis de atenção, atentando para as características da clientela em cada setor, a fim de suprir e solucionar suas necessidades. Também é necessário atentar para a contratação ou não de serviços privados, realizando o contrato em nível municipal, podendo atuar no controle e qualidade dos serviços prestados pelos mesmos. Eficaz e Eficiente - deve ser capaz de solucionar o problema de quem o procura, ou seja, garantir qualidade e resolutividade do serviço. Para que isso ocorra, também há a necessidade de a- dequar-se à realidade da comunidade e à disponibilidade de recursos, administrando os recursos públicos de modo eficiente. Democrático - deve permitir a participação de todos os segmentos envolvidos com o sistema, ajudando a delimitar a política no seu nível de atuação, auxiliando no melhor modo de administração que garanta qualidade de vida e do serviço à comunidade. Há os Conselhos de Saúde nos três níveis, exercendo controle social do SUS, a fim de garantir a sua implantação. Estes princípios do SUS foram estabelecidos legalmente, porém há a necessidade de que o SUS seja implantado de forma a respeitá-los e, principalmente, garantir à população o acesso a um serviço de saúde com qualidade, contribuindo para manter uma melhor qualidade de vida e de saúde da população. 2 CONTROLE SOCIAL NO SUS SUS e CONTROLE SOCIAL Sociedade precisa ter participação garantida e efetiva no Sistema Único de Saúde. Pesquisa do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) realizada em 2002 mostrou que apenas 35% dos brasileiros sabem o que significa a sigla "SUS". Ou seja, Mais de 65% desconhecem o que a sigla quer dizer Sistema Único de Saúde. Essa realidade ganha importância quando se sabe que um dos pilares do SUS Sistema Único de Saúde é justamente o Controle Social, exercido por meio dos Conselhos de Saúde, onde os usuários acompanham e fiscalizam a execução da política de saúde e participam da formulação das estratégias do SUS. Por outro lado, ninguém pode dizer que não utiliza o SUS. Mesmo a- queles que têm plano de saúde usam, indiretamente, o SUS, quer através das ações de vigilância sanitária dos alimentos que consome, quer do controle de doenças infecciosas e de epidemias como a da dengue, quer da avaliação do sangue usado para transfusão em hospitais públicos e privados, além de outras. No Brasil, mais de 90% das cirurgias cardíacas, transplantes, e outros procedimentos de alta complexidade, são ofertados pelo SUS. Muitas pessoas que pagam seguro privado de saúde o SUS para realização de hemodiálise e recebem medicamentos de alto custo para tratamento da Aids e outras doenças. Todavia, muitos deles nem sabem que é o SUS que Legislação Aplicada ao SUS 5

110 financia esses serviços. O SUS compreende o conjunto de ações e serviços de saúde oferecidos pelo Governo Federal, estados, Distrito Federal e municípios que cumprem funções e competências específicas. O SUS garante atenção integral à saúde, participação da sociedade e a descentralização dos serviços. Cerca de 98% da população brasileira são usuários do SUS, mesmo que não seja de forma exclusiva. Ainda segundo a pesquisa acima citada, 61% das pessoas entrevistadas, se disseram satisfeitas em relação às atividades de prevenção promovidas pelo SUS, como, por exemplo, as campanhas para evitar doenças como a hipertensão arterial, a diabetes, a aids, etc. Por outro lado, há grande insatisfação no que diz respeito ao tempo de espera para atendimento no SUS (demora na fila, na marcação de consultas e no resultado de exames). Mas, dentre aqueles que conseguem ter acesso aos serviços, a satisfação é grande. A questão da agilidade no atendimento do SUS se deve, muitas vezes, à falta de informação, leitos insuficientes, desorganização dos protocolos e atendimentos por ordem de chegada e não por gravidade. A falta de um sistema organizado de atendimento de urgência e emergência nos municípios é outro foco de insatisfação do usuário do SUS. Dentre as medidas prioritárias para se agilizar e melhorar o atendimento do SUS, estão a ampliação do acesso aos serviços de saúde, sobretudo os de urgência e emergência, o reforço da atenção básica nos postos e centros de saúde e a intensificação das ações de controle de doenças. O Controle Social Quando se fala em Controle Social no SUS, se está falando, fundamentalmente, no papel dos Conselhos de Saúde. Isto porque é neles que se dá a participação da comunidade na fiscalização e na condução das políticas de saúde, garantida a partir da Lei N 8.142, de 28/12/1990, que instituiu os Conselhos e as Conferências de Saúde como instância de controle social do SUS nas três esferas de governo - nacional, municipal e estadual. Atualmente, se estima que existam mais de 100 mil conselheiros de saúde em todo o país. A principal característica dos Conselhos de Saúde é o seu caráter deliberativo sobre a formulação das estratégias de atenção à saúde do País. Cinquenta por cento da composição dos conselhos é formada por representantes de usuários do SUS, 25% por trabalhadores de saúde e 25% por prestadores e gestores. O SUS garante aos estados, Distrito Federal e municípios a autonomia para administrar os recursos da saúde, de acordo com a sua condição de gestão (gestão plena da atenção básica e gestão plena do sistema municipal). Para isso, é preciso que cada região tenha seu Conselho de Saúde funcionando de forma adequada. Assim, os recursos federais são repassados, do Fundo Nacional para os Fundos Estaduais ou Municipais de Saúde ou, ainda, dos Fundos Estaduais para os Fundos Municipais de Saúde. Para participar de um Conselho de Saúde o cidadão precisa pertencer a alguma entidade, a qual representará no colegiado. A maioria dos Conselhos de Saúde estabelece formatos eleitorais em que a população pode se candidatar para participar. Em geral, a população organizada é mais ativa nesse processo. Os conselhos se reúnem constantemente para discutir uma pauta pré-definida e elaborar estratégias de um planejamento anual. 3 RESOLUÇÃO NO 453/2012, DO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. RESOLUÇÃO N o 453, DE 10 DE MAIO DE 2012 O Plenário do Conselho Nacional de Saúde, em sua Ducentésima Trigésima Terceira Reunião Ordinária, realizada nos dias 9 e 10 de maio de 2012, no uso de suas competências regimentais e atribuições conferidas pela Lei n o 8.080, de 19 de setembro de 1990, e pela Lei n o 8.142, de 28 de dezembro de 1990, e pelo Decreto n o 5.839, de 11 de julho de 2006, e Considerando os debates ocorridos nos Conselhos de Saúde, nas três esferas de Governo, na X Plenária Nacional de Conselhos de Saúde, nas Plenárias Regionais e Estaduais de Conselhos de Saúde, nas 9 a, 10 a e 11 a Conferências Nacionais de Saúde, e nas Conferências Estaduais, do Distrito Federal e Municipais de Saúde; Considerando a experiência acumulada do Controle Social da Saúde à necessidade de aprimoramento do Controle Social da Saúde no âmbito nacional e as reiteradas demandas dos Conselhos Estaduais e Municipais referentes às propostas de composição, organização e funcionamento, conforme o 5 o inciso II art. 1 o da Lei n o 8.142, de 28 de dezembro de 1990; Considerando a ampla discussão da Resolução do CNS n o 333/03 realizada nos espaços de Controle Social, entre os quais se destacam as Plenárias de Conselhos de Saúde; Considerando os objetivos de consolidar, fortalecer, ampliar e acelerar o processo de Controle Social do SUS, por intermédio dos Conselhos Nacional, Estaduais, Municipais, das Conferências de Saúde e Plenárias de Conselhos de Saúde; Considerando que os Conselhos de Saúde, consagrados pela efetiva participação da sociedade civil organizada, representam polos de qualificação de cidadãos para o Controle Social nas esferas da ação do Estado; e Considerando o que disciplina a Lei Complementar n o 141, de 13 de janeiro de 2012, e o Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011, que regulamentam a Lei Orgânica da Saúde. Resolve: Aprovar as seguintes diretrizes para instituição, reformulação, reestruturação e funcionamento dos Conselhos de Saúde: DA DEFINIÇÃO DE CONSELHO DE SAÚDE Primeira Diretriz: o Conselho de Saúde é uma instância colegiada, deliberativa e permanente do Sistema Único de Saúde (SUS) em cada esfera de Governo, integrante da estrutura organizacional do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com composição, organização e competência fixadas na Lei n o 8.142/90. O processo bem-sucedido de descentralização da saúde promoveu o surgimento de Conselhos Regionais, Conselhos Locais, Conselhos Distritais de Saúde, incluindo os Conselhos dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas, sob a coordenação dos Conselhos de Saúde da esfera correspondente. Assim, os Conselhos de Saúde são espaços instituídos de participação da comunidade nas políticas públicas e na administração da saúde. Parágrafo único. Como Subsistema da Seguridade Social, o Conselho de Saúde atua na formulação e proposição de estratégias e no controle da execução das Políticas de Saúde, inclusive nos seus aspectos econômicos e financeiros. DA INSTITUIÇÃO E REFORMULAÇÃO DOS CONSELHOS DE SAÚDE Segunda Diretriz: a instituição dos Conselhos de Saúde é estabelecida por lei federal, estadual, do Distrito Federal e municipal, obedecida a Lei n o 8.142/90. Parágrafo único. Na instituição e reformulação dos Conselhos de Saúde o Poder Executivo, respeitando os princípios da democracia, deverá acolher as demandas da população aprovadas nas Conferências de Saúde, e em consonância com a legislação. A ORGANIZAÇÃO DOS CONSELHOS DE SAÚDE Terceira Diretriz: a participação da sociedade organizada, garantida na legislação, torna os Conselhos de Saúde uma instância privilegiada na proposição, discussão, acompanhamento, deliberação, avaliação e fiscalização da implementação da Política de Saúde, inclusive nos seus aspectos econômicos e financeiros. A legislação estabelece, ainda, a composição paritária de usuários em relação ao conjunto dos demais segmentos representados. O Conselho de Saúde será composto por representantes de entidades, instituições e movimentos representativos de Legislação Aplicada ao SUS 6

111 usuários, de entidades representativas de trabalhadores da área da saúde, do governo e de entidades representativas de prestadores de serviços de saúde, sendo o seu presidente eleito entre os membros do Conselho, em reunião plenária. Nos Municípios onde não existem entidades, instituições e movimentos organizados em número suficiente para compor o Conselho, a eleição da representação será realizada em plenária no Município, promovida pelo Conselho Municipal de maneira ampla e democrática. I - O número de conselheiros será definido pelos Conselhos de Saúde e constituído em lei. II - Mantendo o que propôs as Resoluções n os 33/92 e 333/03 do CNS e consoante com as Recomendações da 10 a e 11 a Conferências Nacionais de Saúde, as vagas deverão ser distribuídas da seguinte forma: a) 50% de entidades e movimentos representativos de usuários; b) 25% de entidades representativas dos trabalhadores da área de saúde; c) 25% de representação de governo e prestadores de serviços privados conveniados, ou sem fins lucrativos. III - A participação de órgãos, entidades e movimentos sociais terá como critério a representatividade, a abrangência e a complementaridade do conjunto da sociedade, no âmbito de atuação do Conselho de Saúde. De acordo com as especificidades locais, aplicando o princípio da paridade, serão contempladas, dentre outras, as seguintes representações: a) associações de pessoas com patologias; b) associações de pessoas com deficiências; c) entidades indígenas; d) movimentos sociais e populares, organizados (movimento negro, LGBT...); e) movimentos organizados de mulheres, em saúde; f) entidades de aposentados e pensionistas; g) entidades congregadas de sindicatos, centrais sindicais, confederações e federações de trabalhadores urbanos e rurais; h) entidades de defesa do consumidor; i) organizações de moradores; j) entidades ambientalistas; k) organizações religiosas; l) trabalhadores da área de saúde: associações, confederações, conselhos de profissões regulamentadas, federações e sindicatos, obedecendo as instâncias federativas; m) comunidade científica; n) entidades públicas, de hospitais universitários e hospitais campo de estágio, de pesquisa e desenvolvimento; o) entidades patronais; p) entidades dos prestadores de serviço de saúde; e q) governo. IV - As entidades, movimentos e instituições eleitas no Conselho de Saúde terão os conselheiros indicados, por escrito, conforme processos estabelecidos pelas respectivas entidades, movimentos e instituições e de acordo com a sua organização, com a recomendação de que ocorra renovação de seus representantes. V - Recomenda-se que, a cada eleição, os segmentos de representações de usuários, trabalhadores e prestadores de serviços, ao seu critério, promovam a renovação de, no mínimo, 30% de suas entidades representativas. VI - A representação nos segmentos deve ser distinta e autônoma em relação aos demais segmentos que compõem o Conselho, por isso, um profissional com cargo de direção ou de confiança na gestão do SUS, ou como prestador de serviços de saúde não pode ser representante dos(as) Usuários(as) ou de Trabalhadores(as). VII - A ocupação de funções na área da saúde que interfiram na autonomia representativa do Conselheiro(a) deve ser avaliada como possível impedimento da representação de Usuário(a) e Trabalhador(a), e, a juízo da entidade, indicativo de substituição do Conselheiro(a). VIII - A participação dos membros eleitos do Poder Legislativo, representação do Poder Judiciário e do Ministério Público, como conselheiros, não é permitida nos Conselhos de Saúde. IX - Quando não houver Conselho de Saúde constituído ou em atividade no Município, caberá ao Conselho Estadual de Saúde assumir, junto ao executivo municipal, a convocação e realização da Conferência Municipal de Saúde, que terá como um de seus objetivos a estruturação e composição do Conselho Municipal. O mesmo será atribuído ao Conselho Nacional de Saúde, quando não houver Conselho Estadual de Saúde constituído ou em funcionamento. X - As funções, como membro do Conselho de Saúde, não serão remuneradas, considerando-se o seu exercício de relevância pública e, portanto, garante a dispensa do trabalho sem prejuízo para o conselheiro. Para fins de justificativa junto aos órgãos, entidades competentes e instituições, o Conselho de Saúde emitirá declaração de participação de seus membros durante o período das reuniões, representações, capacitações e outras atividades específicas. XI - O conselheiro, no exercício de sua função, responde pelos seus atos conforme legislação vigente. ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS DE SAÚDE Quarta Diretriz: as três esferas de Governo garantirão autonomia administrativa para o pleno funcionamento do Conselho de Saúde, dotação orçamentária, autonomia financeira e organização da secretaria-executiva com a necessária infraestrutura e apoio técnico: I - cabe ao Conselho de Saúde deliberar em relação à sua estrutura administrativa e o quadro de pessoal; II - o Conselho de Saúde contará com uma secretaria-executiva coordenada por pessoa preparada para a função, para o suporte técnico e administrativo, subordinada ao Plenário do Conselho de Saúde, que definirá sua estrutura e dimensão; III - o Conselho de Saúde decide sobre o seu orçamento; IV - o Plenário do Conselho de Saúde se reunirá, no mínimo, a cada mês e, extraordinariamente, quando necessário, e terá como base o seu Regimento Interno. A pauta e o material de apoio às reuniões devem ser encaminhados aos conselheiros com antecedência mínima de 10 (dez) dias; V - as reuniões plenárias dos Conselhos de Saúde são abertas ao público e deverão acontecer em espaços e horários que possibilitem a participação da sociedade; VI - o Conselho de Saúde exerce suas atribuições mediante o funcionamento do Plenário, que, além das comissões intersetoriais, estabelecidas na Lei n o 8.080/90, instalará outras comissões intersetoriais e grupos de trabalho de conselheiros para ações transitórias. As comissões poderão contar com integrantes não conselheiros; VII - o Conselho de Saúde constituirá uma Mesa Diretora eleita em Plenário, respeitando a paridade expressa nesta Resolução; VIII - as decisões do Conselho de Saúde serão adotadas mediante quórum mínimo (metade mais um) dos seus integrantes, ressalvados os casos regimentais nos quais se exija quórum especial, ou maioria qualificada de votos; a) entende-se por maioria simples o número inteiro imediatamente superior à metade dos membros presentes; b) entende-se por maioria absoluta o número inteiro imediatamente superior à metade de membros do Conselho; c) entende-se por maioria qualificada 2/3 (dois terços) do total de membros do Conselho; IX - qualquer alteração na organização dos Conselhos de Saúde preservará o que está garantido em lei e deve ser proposta pelo próprio Conselho e votada em reunião plenária, com quórum qualificado, para depois ser alterada em seu Regimento Interno e homologada pelo gestor da esfera correspondente; X - a cada quadrimestre deverá constar dos itens da pauta o pronunciamento do gestor, das respectivas esferas de governo, para que faça a prestação de contas, em relatório detalhado, sobre andamento do plano de saúde, agenda da saúde pactuada, relatório de gestão, dados sobre o montante e a forma de aplicação dos recursos, as auditorias iniciadas e Legislação Aplicada ao SUS 7

112 concluídas no período, bem como a produção e a oferta de serviços na rede assistencial própria, contratada ou conveniada, de acordo com o art. 12 da Lei n o 8.689/93 e com a Lei Complementar n o 141/2012; XI - os Conselhos de Saúde, com a devida justificativa, buscarão auditorias externas e independentes sobre as contas e atividades do Gestor do SUS; e XII - o Pleno do Conselho de Saúde deverá manifestar-se por meio de resoluções, recomendações, moções e outros atos deliberativos. As resoluções serão obrigatoriamente homologadas pelo chefe do poder constituído em cada esfera de governo, em um prazo de 30 (trinta) dias, dando-se-lhes publicidade oficial. Decorrido o prazo mencionado e não sendo homologada a resolução e nem enviada justificativa pelo gestor ao Conselho de Saúde com proposta de alteração ou rejeição a ser apreciada na reunião seguinte, as entidades que integram o Conselho de Saúde podem buscar a validação das resoluções, recorrendo à justiça e ao Ministério Público, quando necessário. Quinta Diretriz: aos Conselhos de Saúde Nacional, Estaduais, Municipais e do Distrito Federal, que têm competências definidas nas leis federais, bem como em indicações advindas das Conferências de Saúde, compete: I - fortalecer a participação e o Controle Social no SUS, mobilizar e articular a sociedade de forma permanente na defesa dos princípios constitucionais que fundamentam o SUS; funcionamento; II - elaborar o Regimento Interno do Conselho e outras normas de III - discutir, elaborar e aprovar propostas de operacionalização das diretrizes aprovadas pelas Conferências de Saúde; IV - atuar na formulação e no controle da execução da política de saúde, incluindo os seus aspectos econômicos e financeiros, e propor estratégias para a sua aplicação aos setores público e privado; V - definir diretrizes para elaboração dos planos de saúde e deliberar sobre o seu conteúdo, conforme as diversas situações epidemiológicas e a capacidade organizacional dos serviços; VI - anualmente deliberar sobre a aprovação ou não do relatório de gestão; VII - estabelecer estratégias e procedimentos de acompanhamento da gestão do SUS, articulando-se com os demais colegiados, a exemplo dos de seguridade social, meio ambiente, justiça, educação, trabalho, agricultura, idosos, criança e adolescente e outros; VIII - proceder à revisão periódica dos planos de saúde; IX - deliberar sobre os programas de saúde e aprovar projetos a serem encaminhados ao Poder Legislativo, propor a adoção de critérios definidores de qualidade e resolutividade, atualizando-os face ao processo de incorporação dos avanços científicos e tecnológicos na área da Saúde; X - avaliar, explicitando os critérios utilizados, a organização e o funcionamento do Sistema Único de Saúde do SUS; XI - avaliar e deliberar sobre contratos, consórcios e convênios, conforme as diretrizes dos Planos de Saúde Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Municipais; XII - acompanhar e controlar a atuação do setor privado credenciado mediante contrato ou convênio na área de saúde; XIII - aprovar a proposta orçamentária anual da saúde, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias, observado o princípio do processo de planejamento e orçamento ascendentes, conforme legislação vigente; XIV - propor critérios para programação e execução financeira e orçamentária dos Fundos de Saúde e acompanhar a movimentação e destino dos recursos; XV - fiscalizar e controlar gastos e deliberar sobre critérios de movimentação de recursos da Saúde, incluindo o Fundo de Saúde e os recursos transferidos e próprios do Município, Estado, Distrito Federal e da União, com base no que a lei disciplina; XVI - analisar, discutir e aprovar o relatório de gestão, com a prestação de contas e informações financeiras, repassadas em tempo hábil aos conselheiros, e garantia do devido assessoramento; XVII - fiscalizar e acompanhar o desenvolvimento das ações e dos serviços de saúde e encaminhar denúncias aos respectivos órgãos de controle interno e externo, conforme legislação vigente; XVIII - examinar propostas e denúncias de indícios de irregularidades, responder no seu âmbito a consultas sobre assuntos pertinentes às ações e aos serviços de saúde, bem como apreciar recursos a respeito de deliberações do Conselho nas suas respectivas instâncias; XIX - estabelecer a periodicidade de convocação e organizar as Conferências de Saúde, propor sua convocação ordinária ou extraordinária e estruturar a comissão organizadora, submeter o respectivo regimento e programa ao Pleno do Conselho de Saúde correspondente, convocar a sociedade para a participação nas pré-conferências e conferências de saúde; XX - estimular articulação e intercâmbio entre os Conselhos de Saúde, entidades, movimentos populares, instituições públicas e privadas para a promoção da Saúde; XXI - estimular, apoiar e promover estudos e pesquisas sobre assuntos e temas na área de saúde pertinente ao desenvolvimento do Sistema Único de Saúde (SUS); XXII - acompanhar o processo de desenvolvimento e incorporação científica e tecnológica, observados os padrões éticos compatíveis com o desenvolvimento sociocultural do País; XXIII - estabelecer ações de informação, educação e comunicação em saúde, divulgar as funções e competências do Conselho de Saúde, seus trabalhos e decisões nos meios de comunicação, incluindo informações sobre as agendas, datas e local das reuniões e dos eventos; XXIV - deliberar, elaborar, apoiar e promover a educação permanente para o controle social, de acordo com as Diretrizes e a Política Nacional de Educação Permanente para o Controle Social do SUS; XXV - incrementar e aperfeiçoar o relacionamento sistemático com os poderes constituídos, Ministério Público, Judiciário e Legislativo, meios de comunicação, bem como setores relevantes não representados nos conselhos; XXVI - acompanhar a aplicação das normas sobre ética em pesquisas aprovadas pelo CNS; XXVII - deliberar, encaminhar e avaliar a Política de Gestão do Trabalho e Educação para a Saúde no SUS; XXVIII - acompanhar a implementação das propostas constantes do relatório das plenárias dos Conselhos de Saúde; e XXIX - atualizar periodicamente as informações sobre o Conselho de Saúde no Sistema de Acompanhamento dos Conselhos de Saúde (SIACS) Fica revogada a Resolução do CNS n o 333, de 4 de novembro de ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA Presidente do Conselho Nacional de Saúde Homologo a Resolução CNS n o 453, de 10 de maio de 2012, nos termos do Decreto nº 5.839, de 11 de julho de ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA Ministro de Estado da Saúde Republicada por ter saído com incorreção no original, publicado no Diário Oficial da União nº 109, Seção 1, página 138 Legislação Aplicada ao SUS 8

113 4 CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ARTIGOS DE 194 A 200 Art A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: I - universalidade da cobertura e do atendimento; II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; V - equidade na forma de participação no custeio; VI - diversidade da base de financiamento; VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) Art A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) III - sobre a receita de concursos de prognósticos. IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de ) 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União. 2º - A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos. 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b". 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-deobra, do porte da Legislação Aplicada ao SUS 9 empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão nãocumulativas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de ) 13. Aplica-se o disposto no 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de ) Seção II DA SAÚDE Art A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Art São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. Art As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III - participação da comunidade. 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. (Parágrafo único renumerado para 1º pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) I - no caso da União, na forma definida nos termos da lei complementar prevista no 3º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e 3º.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos, estabelecerá:(incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) Regulamento I - os percentuais de que trata o 2º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) II - os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva redução das disparidades regionais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) III - as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) IV - as normas de cálculo do montante a ser aplicado pela União.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir a- gentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio

114 de processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação..(incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006) 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido piso salarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 63, de 2010) 6º Além das hipóteses previstas no 1º do art. 41 e no 4º do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu exercício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006) Art A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. 1º - As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei. 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. Art Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico; V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico; VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano; VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. 5 LEI ORGÂNICA DA SAÚDE - LEI Nº 8.080/1990, LEI Nº 8.142/1990 E DECRETO PRESIDENCIAL Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. DISPOSIÇÃO PRELIMINAR Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde, executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito Público ou privado. TÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade. Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País. Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social. TÍTULO II DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DISPOSIÇÃO PRELIMINAR Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS). 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições públicas federais, estaduais e municipais de controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos, inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipamentos para saúde. 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde (SUS), em caráter complementar. CAPÍTULO I Dos Objetivos e Atribuições Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS: I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde; II - a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e social, a observância do disposto no 1º do art. 2º desta lei; III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas. Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS): I - a execução de ações: a) de vigilância sanitária; b) de vigilância epidemiológica; c) de saúde do trabalhador; e d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica; II - a participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico; III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde; IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar; V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho; VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção; VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a saúde; VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano; IX - a participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e tecnológico; XI - a formulação e execução da política de sangue e seus derivados. 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos. Legislação Aplicada ao SUS 10

115 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho, abrangendo: I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador de doença profissional e do trabalho; II - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo de trabalho; III - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e controle das condições de produção, extração, armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentam riscos à saúde do trabalhador; IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde; V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às empresas sobre os riscos de acidentes de trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames de saúde, de admissão, periódicos e de demissão, respeitados os preceitos da ética profissional; VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas; VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração das entidades sindicais; e VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores. CAPÍTULO II Dos Princípios e Diretrizes Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios: I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência; II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema; III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral; IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie; V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde; VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário; VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática; VIII - participação da comunidade; IX - descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo: a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios; b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde; X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico; XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da população; XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos. CAPÍTULO III Da Organização, da Direção e da Gestão Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou mediante participação complementar da iniciativa privada, serão organizados de forma regionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade crescente. Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de acordo com o inciso I do art. 198 da Constituição Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos seguintes órgãos: I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde; II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; e III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente. Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para desenvolver em conjunto as ações e os serviços de saúde que lhes correspondam. 1º Aplica-se aos consórcios administrativos intermunicipais o princípio da direção única, e os respectivos atos constitutivos disporão sobre sua observância. 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS), poderá organizar-se em distritos de forma a integrar e articular recursos, técnicas e práticas voltadas para a cobertura total das ações de saúde. Art. 11. (Vetado). Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacional, subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde, integradas pelos Ministérios e órgãos competentes e por entidades representativas da sociedade civil. Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a finalidade de articular políticas e programas de interesse para a saúde, cuja execução envolva áreas não compreendidas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo das comissões intersetoriais, abrangerá, em especial, as seguintes atividades: I - alimentação e nutrição; II - saneamento e meio ambiente; III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia; IV - recursos humanos; V - ciência e tecnologia; e VI - saúde do trabalhador. Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes de integração entre os serviços de saúde e as instituições de ensino profissional e superior. Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por finalidade propor prioridades, métodos e estratégias para a formação e educação continuada dos recursos humanos do Sistema Único de Saúde (SUS), na esfera correspondente, assim como em relação à pesquisa e à cooperação técnica entre essas instituições. Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite são reconhecidas como foros de negociação e pactuação entre gestores, quanto aos aspectos operacionais do Sistema Único de Saúde (SUS). (Incluído pela Lei nº , de 2011). Parágrafo único. A atuação das Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite terá por objetivo: (Incluído pela Lei nº , de 2011). I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e administrativos da gestão compartilhada do SUS, em conformidade com a definição da política consubstanciada em planos de saúde, aprovados pelos conselhos de saúde; (Incluído pela Lei nº , de 2011). II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e intermunicipal, a respeito da organização das redes de ações e serviços de saúde, principalmente no tocante à sua governança institucional e à integração das ações e serviços dos entes federados; (Incluído pela Lei nº , de 2011). III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito sanitário, integração de territórios, referência e contrarreferência e demais aspectos vinculados à integração das ações e serviços de saúde entre os entes federados. (Incluído pela Lei nº , de 2011). Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) são reconhecidos como entidades representativas dos entes estaduais e municipais para tratar de matérias referentes à saúde e declarados de utilidade pública e de relevante função social, na forma do regulamento. (Incluído pela Lei nº , de 2011). 1o O Conass e o Conasems receberão recursos do orçamento geral da União por meio do Fundo Nacional de Saúde, para auxiliar no custeio de suas despesas institucionais, podendo ainda celebrar convênios com a União. (Incluído pela Lei nº , de 2011). 2o Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) são reconhecidos como entidades que representam os entes municipais, no âmbito estadual, para tratar de matérias referentes à saúde, desde que Legislação Aplicada ao SUS 11

116 vinculados institucionalmente ao Conasems, na forma que dispuserem seus estatutos. (Incluído pela Lei nº , de 2011). CAPÍTULO IV Da Competência e das Atribuições Seção I Das Atribuições Comuns Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão, em seu âmbito administrativo, as seguintes atribuições: I - definição das instâncias e mecanismos de controle, avaliação e de fiscalização das ações e serviços de saúde; II - administração dos recursos orçamentários e financeiros destinados, em cada ano, à saúde; III - acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de saúde da população e das condições ambientais; IV - organização e coordenação do sistema de informação de saúde; V - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de qualidade e parâmetros de custos que caracterizam a assistência à saúde; VI - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de qualidade para promoção da saúde do trabalhador; VII - participação de formulação da política e da execução das ações de saneamento básico e colaboração na proteção e recuperação do meio ambiente; VIII - elaboração e atualização periódica do plano de saúde; IX - participação na formulação e na execução da política de formação e desenvolvimento de recursos humanos para a saúde; X - elaboração da proposta orçamentária do Sistema Único de Saúde (SUS), de conformidade com o plano de saúde; XI - elaboração de normas para regular as atividades de serviços privados de saúde, tendo em vista a sua relevância pública; XII - realização de operações externas de natureza financeira de interesse da saúde, autorizadas pelo Senado Federal; XIII - para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigo iminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitar bens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização; XIV - implementar o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivados; XV - propor a celebração de convênios, acordos e protocolos internacionais relativos à saúde, saneamento e meio ambiente; XVI - elaborar normas técnico-científicas de promoção, proteção e recuperação da saúde; XVII - promover articulação com os órgãos de fiscalização do exercício profissional e outras entidades representativas da sociedade civil para a definição e controle dos padrões éticos para pesquisa, ações e serviços de saúde; XVIII - promover a articulação da política e dos planos de saúde; XIX - realizar pesquisas e estudos na área de saúde; XX - definir as instâncias e mecanismos de controle e fiscalização inerentes ao poder de polícia sanitária; XXI - fomentar, coordenar e executar programas e projetos estratégicos e de atendimento emergencial. Seção II Da Competência Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saúde (SUS) compete: I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutrição; II - participar na formulação e na implementação das políticas: a) de controle das agressões ao meio ambiente; b) de saneamento básico; e c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho; III - definir e coordenar os sistemas: a) de redes integradas de assistência de alta complexidade; b) de rede de laboratórios de saúde pública; c) de vigilância epidemiológica; e d) vigilância sanitária; IV - participar da definição de normas e mecanismos de controle, com órgão afins, de agravo sobre o meio ambiente ou dele decorrentes, que tenham repercussão na saúde humana; V - participar da definição de normas, critérios e padrões para o controle das condições e dos ambientes de trabalho e coordenar a política de saúde do trabalhador; VI - coordenar e participar na execução das ações de vigilância epidemiológica; VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras, podendo a execução ser complementada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios; VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o controle da qualidade sanitária de produtos, substâncias e serviços de consumo e uso humano; IX - promover articulação com os órgãos educacionais e de fiscalização do exercício profissional, bem como com entidades representativas de formação de recursos humanos na área de saúde; X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na execução da política nacional e produção de insumos e equipamentos para a saúde, em articulação com os demais órgãos governamentais; XI - identificar os serviços estaduais e municipais de referência nacional para o estabelecimento de padrões técnicos de assistência à saúde; XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde; XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o aperfeiçoamento da sua atuação institucional; XIV - elaborar normas para regular as relações entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e os serviços privados contratados de assistência à saúde; XV - promover a descentralização para as Unidades Federadas e para os Municípios, dos serviços e ações de saúde, respectivamente, de abrangência estadual e municipal; XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivados; XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde, respeitadas as competências estaduais e municipais; XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no âmbito do SUS, em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal; XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coordenar a avaliação técnica e financeira do SUS em todo o Território Nacional em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal. Parágrafo único. A União poderá executar ações de vigilância epidemiológica e sanitária em circunstâncias especiais, como na ocorrência de agravos inusitados à saúde, que possam escapar do controle da direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou que representem risco de disseminação nacional. Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) compete: I - promover a descentralização para os Municípios dos serviços e das ações de saúde; II - acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do Sistema Único de Saúde (SUS); III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e executar supletivamente ações e serviços de saúde; IV - coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços: a) de vigilância epidemiológica; b) de vigilância sanitária; c) de alimentação e nutrição; e d) de saúde do trabalhador; V - participar, junto com os órgãos afins, do controle dos agravos do meio ambiente que tenham repercussão na saúde humana; VI - participar da formulação da política e da execução de ações de saneamento básico; VII - participar das ações de controle e avaliação das condições e dos ambientes de trabalho; VIII - em caráter suplementar, formular, executar, acompanhar e avaliar a política de insumos e equipamentos para a saúde; IX - identificar estabelecimentos hospitalares de referência e gerir sistemas públicos de alta complexidade, de referência estadual e regional; X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública e hemocentros, e gerir as unidades que permaneçam em sua organização administrativa; XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para o controle e avaliação das ações e serviços de saúde; XII - formular normas e estabelecer padrões, em caráter suplementar, de procedimentos de controle de qualidade para produtos e substâncias de consumo humano; XIII - colaborar com a União na execução da vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras; Legislação Aplicada ao SUS 12

117 XIV - o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos indicadores de morbidade e mortalidade no âmbito da unidade federada. Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) compete: I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde e gerir e executar os serviços públicos de saúde; II - participar do planejamento, programação e organização da rede regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Saúde (SUS), em articulação com sua direção estadual; III - participar da execução, controle e avaliação das ações referentes às condições e aos ambientes de trabalho; IV - executar serviços: a) de vigilância epidemiológica; b) vigilância sanitária; c) de alimentação e nutrição; d) de saneamento básico; e e) de saúde do trabalhador; V - dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e equipamentos para a saúde; VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente que tenham repercussão sobre a saúde humana e atuar, junto aos órgãos municipais, estaduais e federais competentes, para controlá-las; VII - formar consórcios administrativos intermunicipais; VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros; IX - colaborar com a União e os Estados na execução da vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras; X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar contratos e convênios com entidades prestadoras de serviços privados de saúde, bem como controlar e avaliar sua execução; XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços privados de saúde; XII - normatizar complementarmente as ações e serviços públicos de saúde no seu âmbito de atuação. Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições reservadas aos Estados e aos Municípios. CAPÍTULO V Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o atendimento das populações indígenas, em todo o território nacional, coletiva ou individualmente, obedecerão ao disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, componente do Sistema Único de Saúde SUS, criado e definido por esta Lei, e pela Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, com o qual funcionará em perfeita integração. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, financiar o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema instituído por esta Lei com os órgãos responsáveis pela Política Indígena do País. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições governamentais e não-governamentais poderão atuar complementarmente no custeio e execução das ações. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em consideração a realidade local e as especificidades da cultura dos povos indígenas e o modelo a ser adotado para a atenção à saúde indígena, que se deve pautar por uma abordagem diferenciada e global, contemplando os aspectos de assistência à saúde, saneamento básico, nutrição, habitação, meio ambiente, demarcação de terras, educação sanitária e integração institucional. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena deverá ser, como o SUS, descentralizado, hierarquizado e regionalizado.(incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) 1o O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá como base os Distritos Sanitários Especiais Indígenas. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) 2o O SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, devendo, para isso, ocorrer adaptações na estrutura e organização do SUS nas regiões onde residem as populações indígenas, para propiciar essa integração e o atendimento necessário em todos os níveis, sem discriminações. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) 3o As populações indígenas devem ter acesso garantido ao SUS, em âmbito local, regional e de centros especializados, de acordo com suas necessidades, compreendendo a atenção primária, secundária e terciária à saúde. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a participar dos organismos colegiados de formulação, acompanhamento e avaliação das políticas de saúde, tais como o Conselho Nacional de Saúde e os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde, quando for o caso. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) CAPÍTULO VI DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO DOMICILIAR (Incluído pela Lei nº , de 2002) Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único de Saúde, o atendimento domiciliar e a internação domiciliar. (Incluído pela Lei nº , de 2002) 1o Na modalidade de assistência de atendimento e internação domiciliares incluem-se, principalmente, os procedimentos médicos, de enfermagem, fisioterapêuticos, psicológicos e de assistência social, entre outros necessários ao cuidado integral dos pacientes em seu domicílio. (Incluído pela Lei nº , de 2002) 2o O atendimento e a internação domiciliares serão realizados por equipes multidisciplinares que atuarão nos níveis da medicina preventiva, terapêutica e reabilitadora. (Incluído pela Lei nº , de 2002) 3o O atendimento e a internação domiciliares só poderão ser realizados por indicação médica, com expressa concordância do paciente e de sua família. (Incluído pela Lei nº , de 2002) CAPÍTULO VII DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURANTE O TRABALHO DE PARTO, PARTO E PÓS-PARTO IMEDIATO (Incluído pela Lei nº , de 2005) Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - SUS, da rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um) acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato. (Incluído pela Lei nº , de 2005) 1o O acompanhante de que trata o caput deste artigo será indicado pela parturiente. (Incluído pela Lei nº , de 2005) 2o As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício dos direitos de que trata este artigo constarão do regulamento da lei, a ser elaborado pelo órgão competente do Poder Executivo. (Incluído pela Lei nº , de 2005) Art. 19-L. (VETADO) (Incluído pela Lei nº , de 2005) CAPÍTULO VIII (Incluído pela Lei nº , de 2011) DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA INCORPORAÇÃO DE TECNO- LOGIA EM SAÚDE Art. 19-M. A assistência terapêutica integral a que se refere a alínea d do inciso I do art. 6o consiste em: (Incluído pela Lei nº , de 2011) I - dispensação de medicamentos e produtos de interesse para a saúde, cuja prescrição esteja em conformidade com as diretrizes terapêuticas definidas em protocolo clínico para a doença ou o agravo à saúde a ser tratado ou, na falta do protocolo, em conformidade com o disposto no art. 19-P; (Incluído pela Lei nº , de 2011) II - oferta de procedimentos terapêuticos, em regime domiciliar, ambulatorial e hospitalar, constantes de tabelas elaboradas pelo gestor federal do Sistema Único de Saúde - SUS, realizados no território nacional por serviço próprio, conveniado ou contratado. Art. 19-N. Para os efeitos do disposto no art. 19-M, são adotadas as seguintes definições: I - produtos de interesse para a saúde: órteses, próteses, bolsas coletoras e equipamentos médicos; II - protocolo clínico e diretriz terapêutica: documento que estabelece critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais produtos apropriados, quando couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS. (Incluído pela Lei nº , de 2011) Art. 19-O. Os protocolos clínicos e as diretrizes terapêuticas deverão estabelecer os medicamentos ou produtos necessários nas diferentes fases evolutivas da doença ou do agravo à saúde de que tratam, bem como aqueles indicados em casos de perda de eficácia e de surgimento de intolerância ou reação adversa relevante, provocadas pelo medicamento, Legislação Aplicada ao SUS 13

118 produto ou procedimento de primeira escolha. (Incluído pela Lei nº , de 2011) Parágrafo único. Em qualquer caso, os medicamentos ou produtos de que trata o caput deste artigo serão aqueles avaliados quanto à sua eficácia, segurança, efetividade e custo-efetividade para as diferentes fases evolutivas da doença ou do agravo à saúde de que trata o protocolo. (Incluído pela Lei nº , de 2011) Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou de diretriz terapêutica, a dispensação será realizada: (Incluído pela Lei nº , de 2011) I - com base nas relações de medicamentos instituídas pelo gestor federal do SUS, observadas as competências estabelecidas nesta Lei, e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada na Comissão Intergestores Tripartite; (Incluído pela Lei nº , de 2011) II - no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de forma suplementar, com base nas relações de medicamentos instituídas pelos gestores estaduais do SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada na Comissão Intergestores Bipartite; (Incluído pela Lei nº , de 2011) III - no âmbito de cada Município, de forma suplementar, com base nas relações de medicamentos instituídas pelos gestores municipais do SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada no Conselho Municipal de Saúde. (Incluído pela Lei nº , de 2011) Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a alteração pelo SUS de novos medicamentos, produtos e procedimentos, bem como a constituição ou a alteração de protocolo clínico ou de diretriz terapêutica, são atribuições do Ministério da Saúde, assessorado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS. (Incluído pela Lei nº , de 2011) 1o A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS, cuja composição e regimento são definidos em regulamento, contará com a participação de 1 (um) representante indicado pelo Conselho Nacional de Saúde e de 1 (um) representante, especialista na área, indicado pelo Conselho Federal de Medicina. (Incluído pela Lei nº , de 2011) 2o O relatório da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS levará em consideração, necessariamente: (Incluído pela Lei nº , de 2011) I - as evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia, a efetividade e a segurança do medicamento, produto ou procedimento objeto do processo, acatadas pelo órgão competente para o registro ou a autorização de uso; (Incluído pela Lei nº , de 2011) II - a avaliação econômica comparativa dos benefícios e dos custos em relação às tecnologias já incorporadas, inclusive no que se refere aos atendimentos domiciliar, ambulatorial ou hospitalar, quando cabível. (Incluído pela Lei nº , de 2011) Art. 19-R. A incorporação, a exclusão e a alteração a que se refere o art. 19-Q serão efetuadas mediante a instauração de processo administrativo, a ser concluído em prazo não superior a 180 (cento e oitenta) dias, contado da data em que foi protocolado o pedido, admitida a sua prorrogação por 90 (noventa) dias corridos, quando as circunstâncias exigirem. (Incluído pela Lei nº , de 2011) 1o O processo de que trata o caput deste artigo observará, no que couber, o disposto na Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, e as seguintes determinações especiais: (Incluído pela Lei nº , de 2011) I - apresentação pelo interessado dos documentos e, se cabível, das amostras de produtos, na forma do regulamento, com informações necessárias para o atendimento do disposto no 2o do art. 19-Q; (Incluído pela Lei nº , de 2011) II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº , de 2011) III - realização de consulta pública que inclua a divulgação do parecer emitido pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS; (Incluído pela Lei nº , de 2011) IV - realização de audiência pública, antes da tomada de decisão, se a relevância da matéria justificar o evento. (Incluído pela Lei nº , de 2011) 2o (VETADO). (Incluído pela Lei nº , de 2011) Art. 19-S. (VETADO). (Incluído pela Lei nº , de 2011) Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas de gestão do SUS: (Incluído pela Lei nº , de 2011) I - o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de medicamento, produto e procedimento clínico ou cirúrgico experimental, ou de uso não autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA; (Incluído pela Lei nº , de 2011) II - a dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de medicamento e produto, nacional ou importado, sem registro na Anvisa. Art. 19-U. A responsabilidade financeira pelo fornecimento de medicamentos, produtos de interesse para a saúde ou procedimentos de que trata este Capítulo será pactuada na Comissão Intergestores Tripartite. (Incluído pela Lei nº , de 2011) TÍTULO III DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÙDE CAPÍTULO I Do Funcionamento Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde caracterizam-se pela atuação, por iniciativa própria, de profissionais liberais, legalmente habilitados, e de pessoas jurídicas de direito privado na promoção, proteção e recuperação da saúde. Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. Art. 22. Na prestação de serviços privados de assistência à saúde, serão observados os princípios éticos e as normas expedidas pelo órgão de direção do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto às condições para seu funcionamento. Art. 23. É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou de capitais estrangeiros na assistência à saúde, salvo através de doações de organismos internacionais vinculados à Organização das Nações Unidas, de entidades de cooperação técnica e de financiamento e empréstimos. 1 Em qualquer caso é obrigatória a autorização do órgão de direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), submetendo-se a seu controle as atividades que forem desenvolvidas e os instrumentos que forem firmados. 2 Excetuam-se do disposto neste artigo os serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa, por empresas, para atendimento de seus empregados e dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade social. CAPÍTULO II Da Participação Complementar Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para garantir a cobertura assistencial à população de uma determinada área, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderá recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa privada. Parágrafo único. A participação complementar dos serviços privados será formalizada mediante contrato ou convênio, observadas, a respeito, as normas de direito público. Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos terão preferência para participar do Sistema Único de Saúde (SUS). Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de serviços e os parâmetros de cobertura assistencial serão estabelecidos pela direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), aprovados no Conselho Nacional de Saúde. 1 Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste e de pagamento da remuneração aludida neste artigo, a direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) deverá fundamentar seu ato em demonstrativo econômico-financeiro que garanta a efetiva qualidade de execução dos serviços contratados. 2 Os serviços contratados submeter-se-ão às normas técnicas e administrativas e aos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), mantido o equilíbrio econômico e financeiro do contrato. 3 (Vetado). 4 Aos proprietários, administradores e dirigentes de entidades ou serviços contratados é vedado exercer cargo de chefia ou função de confiança no Sistema Único de Saúde (SUS). TÍTULO IV DOS RECURSOS HUMANOS Art. 27. A política de recursos humanos na área da saúde será formalizada e executada, articuladamente, pelas diferentes esferas de governo, em cumprimento dos seguintes objetivos: I - organização de um sistema de formação de recursos humanos em todos os níveis de ensino, inclusive de pós-graduação, além da elaboração de programas de permanente aperfeiçoamento de pessoal; II - (Vetado) III - (Vetado) IV - valorização da dedicação exclusiva aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Parágrafo único. Os serviços públicos que integram o Sistema Único de Saúde (SUS) constituem campo de prática para ensino e pesquisa, mediante normas específicas, elaboradas conjuntamente com o sistema educacional. Legislação Aplicada ao SUS 14

119 Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e assessoramento, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), só poderão ser exercidas em regime de tempo integral. 1 Os servidores que legalmente acumulam dois cargos ou empregos poderão exercer suas atividades em mais de um estabelecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). 2 O disposto no parágrafo anterior aplica-se também aos servidores em regime de tempo integral, com exceção dos ocupantes de cargos ou função de chefia, direção ou assessoramento. Art. 29. (Vetado). Art. 30. As especializações na forma de treinamento em serviço sob supervisão serão regulamentadas por Comissão Nacional, instituída de acordo com o art. 12 desta Lei, garantida a participação das entidades profissionais correspondentes. TÍTULO V DO FINANCIAMENTO CAPÍTULO I Dos Recursos Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará ao Sistema Único de Saúde (SUS) de acordo com a receita estimada, os recursos necessários à realização de suas finalidades, previstos em proposta elaborada pela sua direção nacional, com a participação dos órgãos da Previdência Social e da Assistência Social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos provenientes de: I - (Vetado) II - Serviços que possam ser prestados sem prejuízo da assistência à saúde; III - ajuda, contribuições, doações e donativos; IV - alienações patrimoniais e rendimentos de capital; V - taxas, multas, emolumentos e preços públicos arrecadados no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS); e VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais. 1 Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá metade da receita de que trata o inciso I deste artigo, apurada mensalmente, a qual será destinada à recuperação de viciados. 2 As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) serão creditadas diretamente em contas especiais, movimentadas pela sua direção, na esfera de poder onde forem arrecadadas. 3º As ações de saneamento que venham a ser executadas supletivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), serão financiadas por recursos tarifários específicos e outros da União, Estados, Distrito Federal, Municípios e, em particular, do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). 4º (Vetado). 5º As atividades de pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico em saúde serão co-financiadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pelas universidades e pelo orçamento fiscal, além de recursos de instituições de fomento e financiamento ou de origem externa e receita própria das instituições executoras. 6º (Vetado). CAPÍTULO II Da Gestão Financeira Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) serão depositados em conta especial, em cada esfera de sua atuação, e movimentados sob fiscalização dos respectivos Conselhos de Saúde. 1º Na esfera federal, os recursos financeiros, originários do Orçamento da Seguridade Social, de outros Orçamentos da União, além de outras fontes, serão administrados pelo Ministério da Saúde, através do Fundo Nacional de Saúde. 2º (Vetado). 3º (Vetado). 4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de seu sistema de auditoria, a conformidade à programação aprovada da aplicação dos recursos repassados a Estados e Municípios. Constatada a malversação, desvio ou não aplicação dos recursos, caberá ao Ministério da Saúde aplicar as medidas previstas em lei. Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição da receita efetivamente arrecadada transferirão automaticamente ao Fundo Nacional de Saúde (FNS), observado o critério do parágrafo único deste artigo, os recursos financeiros correspondentes às dotações consignadas no Orçamento da Seguridade Social, a projetos e atividades a serem executados no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Parágrafo único. Na distribuição dos recursos financeiros da Seguridade Social será observada a mesma proporção da despesa prevista de cada área, no Orçamento da Seguridade Social. Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem transferidos a Estados, Distrito Federal e Municípios, será utilizada a combinação dos seguintes critérios, segundo análise técnica de programas e projetos: I - perfil demográfico da região; II - perfil epidemiológico da população a ser coberta; III - características quantitativas e qualitativas da rede de saúde na á- rea; IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no período anterior; V - níveis de participação do setor saúde nos orçamentos estaduais e municipais; VI - previsão do plano quinquenal de investimentos da rede; VII - ressarcimento do atendimento a serviços prestados para outras esferas de governo. 1º (Revogado pela Lei Complementar nº 141, de 2012) 2º Nos casos de Estados e Municípios sujeitos a notório processo de migração, os critérios demográficos mencionados nesta lei serão ponderados por outros indicadores de crescimento populacional, em especial o número de eleitores registrados. 3º (Vetado). 4º (Vetado). 5º (Vetado). 6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica a atuação dos órgãos de controle interno e externo e nem a aplicação de penalidades previstas em lei, em caso de irregularidades verificadas na gestão dos recursos transferidos. CAPÍTULO III Do Planejamento e do Orçamento Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do Sistema Único de Saúde (SUS) será ascendente, do nível local até o federal, ouvidos seus órgãos deliberativos, compatibilizando-se as necessidades da política de saúde com a disponibilidade de recursos em planos de saúde dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e da União. 1º Os planos de saúde serão a base das atividades e programações de cada nível de direção do Sistema Único de Saúde (SUS), e seu financiamento será previsto na respectiva proposta orçamentária. 2º É vedada a transferência de recursos para o financiamento de a- ções não previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde. Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos de saúde, em função das características epidemiológicas e da organização dos serviços em cada jurisdição administrativa. Art. 38. Não será permitida a destinação de subvenções e auxílios a instituições prestadoras de serviços de saúde com finalidade lucrativa. DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 39. (Vetado). 1º (Vetado). 2º (Vetado). 3º (Vetado). 4º (Vetado). 5º A cessão de uso dos imóveis de propriedade do Inamps para órgãos integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS) será feita de modo a preservá-los como patrimônio da Seguridade Social. 6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior serão inventariados com todos os seus acessórios, equipamentos e outros 7º (Vetado). 8º O acesso aos serviços de informática e bases de dados, mantidos pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, será assegurado às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde ou órgãos congêneres, como suporte ao processo de gestão, de forma a permitir a gerencia informatizada das contas e a disseminação de estatísticas sanitárias e epidemiológicas médico-hospitalares. Art. 40. (Vetado) Art. 41. As ações desenvolvidas pela Fundação das Pioneiras Sociais e pelo Instituto Nacional do Câncer, supervisionadas pela direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), permanecerão como referencial de prestação de serviços, formação de recursos humanos e para transferência de tecnologia. Legislação Aplicada ao SUS 15

120 Art. 42. (Vetado). Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de saúde fica preservada nos serviços públicos contratados, ressalvando-se as cláusulas dos contratos ou convênios estabelecidos com as entidades privadas. Art. 44. (Vetado). Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais universitários e de ensino integram-se ao Sistema Único de Saúde (SUS), mediante convênio, preservada a sua autonomia administrativa, em relação ao patrimônio, aos recursos humanos e financeiros, ensino, pesquisa e extensão nos limites conferidos pelas instituições a que estejam vinculados. 1º Os serviços de saúde de sistemas estaduais e municipais de previdência social deverão integrar-se à direção correspondente do Sistema Único de Saúde (SUS), conforme seu âmbito de atuação, bem como quaisquer outros órgãos e serviços de saúde. 2º Em tempo de paz e havendo interesse recíproco, os serviços de saúde das Forças Armadas poderão integrar-se ao Sistema Único de Saúde (SUS), conforme se dispuser em convênio que, para esse fim, for firmado. Art. 46. o Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecerá mecanismos de incentivos à participação do setor privado no investimento em ciência e tecnologia e estimulará a transferência de tecnologia das universidades e institutos de pesquisa aos serviços de saúde nos Estados, Distrito Federal e Municípios, e às empresas nacionais. Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação com os níveis estaduais e municipais do Sistema Único de Saúde (SUS), organizará, no prazo de dois anos, um sistema nacional de informações em saúde, integrado em todo o território nacional, abrangendo questões epidemiológicas e de prestação de serviços. Art. 48. (Vetado). Art. 49. (Vetado). Art. 50. Os convênios entre a União, os Estados e os Municípios, celebrados para implantação dos Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde, ficarão rescindidos à proporção que seu objeto for sendo absorvido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Art. 51. (Vetado). Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, constitui crime de emprego irregular de verbas ou rendas públicas (Código Penal, art. 315) a utilização de recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) em finalidades diversas das previstas nesta lei. Art. 53. (Vetado). Art. 54. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 55. São revogadas a Lei nº , de 3 de setembro de 1954, a Lei nº , de 17 de julho de 1975, e demais disposições em contrário. LEI Nº 8.142, DE 28 DE DEZEMBRO DE Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS} e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. Art. 1 O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei n 8.080, de 19 de setembro de 1990, contará, em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias colegiadas: I - a Conferência de Saúde; e II - o Conselho de Saúde. 1 A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, por esta ou pelo Conselho de Saúde. 2 O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado composto por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo. 3 O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) terão representação no Conselho Nacional de Saúde. 4 A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e Conferências será paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos. 5 As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde terão sua organização e normas de funcionamento definidas em regimento próprio, aprovadas pelo respectivo conselho. Art. 2 Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) serão alocados como: I - despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus órgãos e entidades, da administração direta e indireta; II - investimentos previstos em lei orçamentária, de iniciativa do Poder Legislativo e aprovados pelo Congresso Nacional; III - investimentos previstos no Plano Quinquenal do Ministério da Saúde; IV - cobertura das ações e serviços de saúde a serem implementados pelos Municípios, Estados e Distrito Federal. Parágrafo único. Os recursos referidos no inciso IV deste artigo destinar-se-ão a investimentos na rede de serviços, à cobertura assistencial ambulatorial e hospitalar e às demais ações de saúde. Art. 3 Os recursos referidos no inciso IV do art. 2 desta lei serão repassados de forma regular e automática para os Municípios, Estados e Distrito Federal, de acordo com os critérios previstos no art. 35 da Lei n 8.080, de 19 de setembro de Enquanto não for regulamentada a aplicação dos critérios previstos no art. 35 da Lei n 8.080, de 19 de setembro de 1990, será utilizado, para o repasse de recursos, exclusivamente o critério estabelecido no 1 do mesmo artigo. 2 Os recursos referidos neste artigo serão destinados, pelo menos setenta por cento, aos Municípios, afetando-se o restante aos Estados. 3 Os Municípios poderão estabelecer consórcio para execução de ações e serviços de saúde, remanejando, entre si, parcelas de recursos previstos no inciso IV do art. 2 desta lei. Art. 4 Para receberem os recursos, de que trata o art. 3 desta lei, os Municípios, os Estados e o Distrito Federal deverão contar com: I - Fundo de Saúde; II - Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo com o Decreto n , de 7 de agosto de 1990; III - plano de saúde; IV - relatórios de gestão que permitam o controle de que trata o 4 do art. 33 da Lei n 8.080, de 19 de setembro de 1990; V - contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento; VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), previsto o prazo de dois anos para sua implantação. Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios, ou pelos Estados, ou pelo Distrito Federal, dos requisitos estabelecidos neste artigo, implicará em que os recursos concernentes sejam administrados, respectivamente, pelos Estados ou pela União. Art. 5 É o Ministério da Saúde, mediante portaria do Ministro de Estado, autorizado a estabelecer condições para aplicação desta lei. Art. 6 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 7 Revogam-se as disposições em contrário. DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE Regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras providências. CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 1o Este Decreto regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa. Art. 2o Para efeito deste Decreto, considera-se: I - Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde; II - Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde - acordo de colaboração firmado entre entes federativos com a finalidade de organizar e integrar as ações e serviços de saúde na rede regionalizada e hierarquizada, com definição de responsabilidades, indicadores e metas de saúde, critérios de avaliação de desempenho, recursos financeiros que serão disponibilizados, forma de controle e fiscalização de sua execução e demais elementos necessários à implementação integrada das ações e servi- Legislação Aplicada ao SUS 16

121 ços de saúde; III - Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial à saúde do u- suário no SUS; IV - Comissões Intergestores - instâncias de pactuação consensual entre os entes federativos para definição das regras da gestão compartilhada do SUS; V - Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribuição de recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, considerando-se a capacidade instalada existente, os investimentos e o desempenho aferido a partir dos indicadores de saúde do sistema; VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde; VII - Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de saúde específicos para o atendimento da pessoa que, em razão de agravo ou de situação laboral, necessita de atendimento especial; e VIII - Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - documento que estabelece: critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais produtos apropriados, quando couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS. CAPÍTULO II DA ORGANIZAÇÃO DO SUS Art. 3o O SUS é constituído pela conjugação das ações e serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde executados pelos entes federativos, de forma direta ou indireta, mediante a participação complementar da iniciativa privada, sendo organizado de forma regionalizada e hierarquizada. Seção I Das Regiões de Saúde Art. 4o As Regiões de Saúde serão instituídas pelo Estado, em articulação com os Municípios, respeitadas as diretrizes gerais pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite - CIT a que se refere o inciso I do art o Poderão ser instituídas Regiões de Saúde interestaduais, compostas por Municípios limítrofes, por ato conjunto dos respectivos Estados em articulação com os Municípios. 2o A instituição de Regiões de Saúde situadas em áreas de fronteira com outros países deverá respeitar as normas que regem as relações internacionais. Art. 5o Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter, no mínimo, ações e serviços de: I - atenção primária; II - urgência e emergência; III - atenção psicossocial; IV - atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e V - vigilância em saúde. Parágrafo único. A instituição das Regiões de Saúde observará cronograma pactuado nas Comissões Intergestores. Art. 6o As Regiões de Saúde serão referência para as transferências de recursos entre os entes federativos. Art. 7o As Redes de Atenção à Saúde estarão compreendidas no âmbito de uma Região de Saúde, ou de várias delas, em consonância com diretrizes pactuadas nas Comissões Intergestores. Parágrafo único. Os entes federativos definirão os seguintes elementos em relação às Regiões de Saúde: I - seus limites geográficos; II - população usuária das ações e serviços; III - rol de ações e serviços que serão ofertados; e IV - respectivas responsabilidades, critérios de acessibilidade e escala para conformação dos serviços. Seção II Da Hierarquização Art. 8o O acesso universal, igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde se inicia pelas Portas de Entrada do SUS e se completa na rede regionalizada e hierarquizada, de acordo com a complexidade do serviço. Art. 9o São Portas de Entrada às ações e aos serviços de saúde nas Redes de Atenção à Saúde os serviços: I - de atenção primária; II - de atenção de urgência e emergência; III - de atenção psicossocial; e IV - especiais de acesso aberto. Parágrafo único. Mediante justificativa técnica e de acordo com o pactuado nas Comissões Intergestores, os entes federativos poderão criar novas Portas de Entrada às ações e serviços de saúde, considerando as características da Região de Saúde. Art. 10. Os serviços de atenção hospitalar e os ambulatoriais especializados, entre outros de maior complexidade e densidade tecnológica, serão referenciados pelas Portas de Entrada de que trata o art. 9o. Art. 11. O acesso universal e igualitário às ações e aos serviços de saúde será ordenado pela atenção primária e deve ser fundado na avaliação da gravidade do risco individual e coletivo e no critério cronológico, observadas as especificidades previstas para pessoas com proteção especial, conforme legislação vigente. Parágrafo único. A população indígena contará com regramentos diferenciados de acesso, compatíveis com suas especificidades e com a necessidade de assistência integral à sua saúde, de acordo com disposições do Ministério da Saúde. Art. 12. Ao usuário será assegurada a continuidade do cuidado em saúde, em todas as suas modalidades, nos serviços, hospitais e em outras unidades integrantes da rede de atenção da respectiva região. Parágrafo único. As Comissões Intergestores pactuarão as regras de continuidade do acesso às ações e aos serviços de saúde na respectiva área de atuação. Art. 13. Para assegurar ao usuário o acesso universal, igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde do SUS, caberá aos entes federativos, além de outras atribuições que venham a ser pactuadas pelas Comissões Intergestores: I - garantir a transparência, a integralidade e a equidade no acesso às ações e aos serviços de saúde; II - orientar e ordenar os fluxos das ações e dos serviços de saúde; III - monitorar o acesso às ações e aos serviços de saúde; e IV - ofertar regionalmente as ações e os serviços de saúde. Art. 14. O Ministério da Saúde disporá sobre critérios, diretrizes, procedimentos e demais medidas que auxiliem os entes federativos no cumprimento das atribuições previstas no art. 13. CAPÍTULO III DO PLANEJAMENTO DA SAÚDE Art. 15. O processo de planejamento da saúde será ascendente e integrado, do nível local até o federal, ouvidos os respectivos Conselhos de Saúde, compatibilizando-se as necessidades das políticas de saúde com a disponibilidade de recursos financeiros. 1o O planejamento da saúde é obrigatório para os entes públicos e será indutor de políticas para a iniciativa privada. 2o A compatibilização de que trata o caput será efetuada no âmbito dos planos de saúde, os quais serão resultado do planejamento integrado dos entes federativos, e deverão conter metas de saúde. 3o O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos de saúde, de acordo com as características epidemiológicas e da organização de serviços nos entes federativos e nas Regiões de Saúde. Art. 16. No planejamento devem ser considerados os serviços e as a- ções prestados pela iniciativa privada, de forma complementar ou não ao SUS, os quais deverão compor os Mapas da Saúde regional, estadual e nacional. Art. 17. O Mapa da Saúde será utilizado na identificação das necessidades de saúde e orientará o planejamento integrado dos entes federativos, contribuindo para o estabelecimento de metas de saúde. Art. 18. O planejamento da saúde em âmbito estadual deve ser realizado de maneira regionalizada, a partir das necessidades dos Municípios, considerando o estabelecimento de metas de saúde. Art. 19. Compete à Comissão Intergestores Bipartite - CIB de que trata o inciso II do art. 30 pactuar as etapas do processo e os prazos do planejamento municipal em consonância com os planejamentos estadual e nacional. CAPÍTULO IV DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE Art. 20. A integralidade da assistência à saúde se inicia e se completa na Rede de Atenção à Saúde, mediante referenciamento do usuário na rede regional e interestadual, conforme pactuado nas Comissões Intergestores. Seção I Da Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde - RENASES Legislação Aplicada ao SUS 17

122 Art. 21. A Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde - RENASES compreende todas as ações e serviços que o SUS oferece ao usuário para atendimento da integralidade da assistência à saúde. Art. 22. O Ministério da Saúde disporá sobre a RENASES em âmbito nacional, observadas as diretrizes pactuadas pela CIT. Parágrafo único. A cada dois anos, o Ministério da Saúde consolidará e publicará as atualizações da RENASES. Art. 23. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios pactuarão nas respectivas Comissões Intergestores as suas responsabilidades em relação ao rol de ações e serviços constantes da RENASES. Art. 24. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão adotar relações específicas e complementares de ações e serviços de saúde, em consonância com a RENASES, respeitadas as responsabilidades dos entes pelo seu financiamento, de acordo com o pactuado nas Comissões Intergestores. Seção II Da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais - RENAME Art. 25. A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais - RENAME compreende a seleção e a padronização de medicamentos indicados para atendimento de doenças ou de agravos no âmbito do SUS. Parágrafo único. A RENAME será acompanhada do Formulário Terapêutico Nacional - FTN que subsidiará a prescrição, a dispensação e o uso dos seus medicamentos. Art. 26. O Ministério da Saúde é o órgão competente para dispor sobre a RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas em âmbito nacional, observadas as diretrizes pactuadas pela CIT. Parágrafo único. A cada dois anos, o Ministério da Saúde consolidará e publicará as atualizações da RENAME, do respectivo FTN e dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas. Art. 27. O Estado, o Distrito Federal e o Município poderão adotar relações específicas e complementares de medicamentos, em consonância com a RENAME, respeitadas as responsabilidades dos entes pelo financiamento de medicamentos, de acordo com o pactuado nas Comissões Intergestores. Art. 28. O acesso universal e igualitário à assistência farmacêutica pressupõe, cumulativamente: I - estar o usuário assistido por ações e serviços de saúde do SUS; II - ter o medicamento sido prescrito por profissional de saúde, no exercício regular de suas funções no SUS; III - estar a prescrição em conformidade com a RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas ou com a relação específica complementar estadual, distrital ou municipal de medicamentos; e IV - ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas pela direção do SUS. 1o Os entes federativos poderão ampliar o acesso do usuário à assistência farmacêutica, desde que questões de saúde pública o justifiquem. 2o O Ministério da Saúde poderá estabelecer regras diferenciadas de acesso a medicamentos de caráter especializado. Art. 29. A RENAME e a relação específica complementar estadual, distrital ou municipal de medicamentos somente poderão conter produtos com registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. CAPÍTULO V DA ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA Seção I Das Comissões Intergestores Art. 30. As Comissões Intergestores pactuarão a organização e o funcionamento das ações e serviços de saúde integrados em redes de atenção à saúde, sendo: I - a CIT, no âmbito da União, vinculada ao Ministério da Saúde para efeitos administrativos e operacionais; II - a CIB, no âmbito do Estado, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde para efeitos administrativos e operacionais; e III - a Comissão Intergestores Regional - CIR, no âmbito regional, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde para efeitos administrativos e operacionais, devendo observar as diretrizes da CIB. Art. 31. Nas Comissões Intergestores, os gestores públicos de saúde poderão ser representados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS, pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde - CONASEMS e pelo Conselho Estadual de Secretarias Municipais de Saúde - COSEMS. Art. 32. As Comissões Intergestores pactuarão: I - aspectos operacionais, financeiros e administrativos da gestão compartilhada do SUS, de acordo com a definição da política de saúde dos entes federativos, consubstanciada nos seus planos de saúde, aprovados pelos respectivos conselhos de saúde; II - diretrizes gerais sobre Regiões de Saúde, integração de limites geográficos, referência e contrarreferência e demais aspectos vinculados à integração das ações e serviços de saúde entre os entes federativos; III - diretrizes de âmbito nacional, estadual, regional e interestadual, a respeito da organização das redes de atenção à saúde, principalmente no tocante à gestão institucional e à integração das ações e serviços dos entes federativos; IV - responsabilidades dos entes federativos na Rede de Atenção à Saúde, de acordo com o seu porte demográfico e seu desenvolvimento econômico-financeiro, estabelecendo as responsabilidades individuais e as solidárias; e V - referências das regiões intraestaduais e interestaduais de atenção à saúde para o atendimento da integralidade da assistência. Parágrafo único. Serão de competência exclusiva da CIT a pactuação: I - das diretrizes gerais para a composição da RENASES; II - dos critérios para o planejamento integrado das ações e serviços de saúde da Região de Saúde, em razão do compartilhamento da gestão; e III - das diretrizes nacionais, do financiamento e das questões operacionais das Regiões de Saúde situadas em fronteiras com outros países, respeitadas, em todos os casos, as normas que regem as relações internacionais. Seção II Do Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde Art. 33. O acordo de colaboração entre os entes federativos para a organização da rede interfederativa de atenção à saúde será firmado por meio de Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde. Art. 34. O objeto do Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde é a organização e a integração das ações e dos serviços de saúde, sob a responsabilidade dos entes federativos em uma Região de Saúde, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência aos usuários. Parágrafo único. O Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde resultará da integração dos planos de saúde dos entes federativos na Rede de Atenção à Saúde, tendo como fundamento as pactuações estabelecidas pela CIT. Art. 35. O Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde definirá as responsabilidades individuais e solidárias dos entes federativos com relação às ações e serviços de saúde, os indicadores e as metas de saúde, os critérios de avaliação de desempenho, os recursos financeiros que serão disponibilizados, a forma de controle e fiscalização da sua execução e demais elementos necessários à implementação integrada das ações e serviços de saúde. 1o O Ministério da Saúde definirá indicadores nacionais de garantia de acesso às ações e aos serviços de saúde no âmbito do SUS, a partir de diretrizes estabelecidas pelo Plano Nacional de Saúde. 2o O desempenho aferido a partir dos indicadores nacionais de garantia de acesso servirá como parâmetro para avaliação do desempenho da prestação das ações e dos serviços definidos no Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde em todas as Regiões de Saúde, considerando-se as especificidades municipais, regionais e estaduais. Art. 36. O Contrato Organizativo da Ação Pública de Saúde conterá as seguintes disposições essenciais: I - identificação das necessidades de saúde locais e regionais; II - oferta de ações e serviços de vigilância em saúde, promoção, proteção e recuperação da saúde em âmbito regional e inter-regional; III - responsabilidades assumidas pelos entes federativos perante a população no processo de regionalização, as quais serão estabelecidas de forma individualizada, de acordo com o perfil, a organização e a capacidade de prestação das ações e dos serviços de cada ente federativo da Região de Saúde; IV - indicadores e metas de saúde; V - estratégias para a melhoria das ações e serviços de saúde; VI - critérios de avaliação dos resultados e forma de monitoramento permanente; VII - adequação das ações e dos serviços dos entes federativos em relação às atualizações realizadas na RENASES; VIII - investimentos na rede de serviços e as respectivas responsabilidades; e IX - recursos financeiros que serão disponibilizados por cada um dos Legislação Aplicada ao SUS 18

123 partícipes para sua execução. Parágrafo único. O Ministério da Saúde poderá instituir formas de incentivo ao cumprimento das metas de saúde e à melhoria das ações e serviços de saúde. Art. 37. O Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde observará as seguintes diretrizes básicas para fins de garantia da gestão participativa: I - estabelecimento de estratégias que incorporem a avaliação do usuário das ações e dos serviços, como ferramenta de sua melhoria; II - apuração permanente das necessidades e interesses do usuário; e III - publicidade dos direitos e deveres do usuário na saúde em todas as unidades de saúde do SUS, inclusive nas unidades privadas que dele participem de forma complementar. Art. 38. A humanização do atendimento do usuário será fator determinante para o estabelecimento das metas de saúde previstas no Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde. Art. 39. As normas de elaboração e fluxos do Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde serão pactuados pelo CIT, cabendo à Secretaria de Saúde Estadual coordenar a sua implementação. Art. 40. O Sistema Nacional de Auditoria e Avaliação do SUS, por meio de serviço especializado, fará o controle e a fiscalização do Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde. 1o O Relatório de Gestão a que se refere o inciso IV do art. 4o da Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, conterá seção específica relativa aos compromissos assumidos no âmbito do Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde. 2o O disposto neste artigo será implementado em conformidade com as demais formas de controle e fiscalização previstas em Lei. Art. 41. Aos partícipes caberá monitorar e avaliar a execução do Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde, em relação ao cumprimento das metas estabelecidas, ao seu desempenho e à aplicação dos recursos disponibilizados. Parágrafo único. Os partícipes incluirão dados sobre o Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde no sistema de informações em saúde organizado pelo Ministério da Saúde e os encaminhará ao respectivo Conselho de Saúde para monitoramento. CAPÍTULO VI DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 42. Sem prejuízo das outras providências legais, o Ministério da Saúde informará aos órgãos de controle interno e externo: I - o descumprimento injustificado de responsabilidades na prestação de ações e serviços de saúde e de outras obrigações previstas neste Decreto; II - a não apresentação do Relatório de Gestão a que se refere o inciso IV do art. 4º da Lei no 8.142, de 1990; III - a não aplicação, malversação ou desvio de recursos financeiros; e IV - outros atos de natureza ilícita de que tiver conhecimento. Art. 43. A primeira RENASES é a somatória de todas as ações e serviços de saúde que na data da publicação deste Decreto são ofertados pelo SUS à população, por meio dos entes federados, de forma direta ou indireta. Art. 44. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes de que trata o 3o do art. 15 no prazo de cento e oitenta dias a partir da publicação deste Decreto. Art. 45. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. 6 DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE. Que se entende por determinantes sociais da saúde? As diversas definições de determinantes sociais de saúde (DSS) expressam, com maior ou menor nível de detalhe, o conceito atualmente bastante generalizado de que as condições de vida e trabalho dos indivíduos e de grupos da população estão relacionadas com sua situação de saúde. Para a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), os DSS são os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população. A comissão homônima da Organização Mundial da Saúde (OMS) adota uma definição mais curta, segundo a qual os DSS são as condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham. Nancy Krieger (2001) introduz um elemento de intervenção, ao defini-los como os fatores e mecanismos através dos quais as condições sociais afetam a saúde e que potencialmente podem Legislação Aplicada ao SUS 19 ser alterados através de ações baseadas em informação. Tarlov (1996) propõe, finalmente, uma definição bastante sintética, ao entendê-los como as características sociais dentro das quais a vida transcorre. Embora, como já mencionado, tenha-se hoje alcançado certo consenso sobre a importância dos DSS na situação de saúde, esse consenso foi sendo construído ao longo da história. Entre os diversos paradigmas explicativos para os problemas de saúde, em meados do século XIX predominava a teoria miasmática, que conseguia responder às importantes mudanças sociais e práticas de saúde observadas no âmbito dos novos processos de urbanização e industrialização ocorridos naquele momento histórico. Estudos sobre a contaminação da água e dos alimentos, assim como sobre riscos ocupacionais, trouxeram importante reforço para o conceito de miasma e para as ações de saúde pública (SUSSER, 1998). Virchow, um dos mais destacados cientistas vinculados a essa teoria, entendia que a ciência médica é intrínseca e essencialmente uma ciência social, que as condições econômicas e sociais exercem um efeito importante sobre a saúde e a doença e que tais relações devem ser submetidas à pesquisa científica. Entendia também que o próprio termo saúde pública expressa seu caráter político e que sua prática implica necessariamente a intervenção na vida política e social para identificar e eliminar os fatores que prejudicam a saúde da população (ROSEN, 1980). Outros autores que merecem destaque nessa corrente de pensamento são Chadwick, com seu Report on the sanitary condition of the labouring population of Great Britain, de 1842, Villermé, com Tableau de l état physique et moral des ouvriers de Paris, de 1840, e Engels, com A situação das classes trabalhadoras na Inglaterra, Londres, de Nas últimas décadas do século XIX, com o extraordinário trabalho de bacteriologistas como Koch e Pasteur, afirma-se um novo paradigma para a explicação do processo saúde-doença. A história da criação da primeira escola de saúde pública nos Estados Unidos, na Universidade Johns Hopkins, é um interessante exemplo do processo de afirmação da hegemonia desse paradigma bacteriológico. Desde 1913, quando a Fundação Rockefeller decide propor o estabelecimento de uma escola para treinar os profissionais de saúde pública, até a decisão, em 1916, de financiar sua implantação em Johns Hopkins, há um importante debate entre diversas correntes e concepções sobre a estruturação do campo da saúde pública. No centro do debate estiveram questões como: deve a saúde pública tratar do estudo de doenças específicas, como um ramo especializado da medicina, baseando-se fundamentalmente na microbiologia e nos sucessos da teoria dos germes ou deve centrar-se no estudo da influência das condições sociais, econômicas e ambientais na saúde dos indivíduos? Outras questões relacionadas: a saúde e a doença devem ser pesquisadas no laboratório, com o estudo biológico dos organismos infecciosos, ou nas casas, nas fábricas e nos campos, buscando conhecer as condições de vida e os hábitos de seus hospedeiros? Como se pode ver, o conflito entre saúde pública e medicina e entre os enfoques biológico e social do processo saúde-doença estiveram no centro do debate sobre a configuração desse novo campo de conhecimento, de prática e de educação. Ao final desse processo, Hopkins foi escolhida pela excelência de sua escola de medicina, de seu hospital e de seu corpo de pesquisadores médicos. Esta decisão representou o predomínio do conceito da saúde pública orientada ao controle de doenças específicas, fundamentada no conhecimento científico baseado na bacteriologia e contribuiu para estreitar o foco da saúde pública, que passa a distanciar-se das questões políticas e dos esforços por reformas sociais e sanitárias de caráter mais amplo. A influência desse processo e do modelo por ele gerado não se limita à escola de saúde pública de Hopkins, estendendo-se por todo o país e internacionalmente. O modelo serviu para que nos anos seguintes a Fundação Rockefeller apoiasse o estabelecimento de escolas de saúde pública no Brasil (Faculdade de Higiene e Saúde Pública de São Paulo), Bulgária, Canadá, Checoslováquia, Inglaterra, Hungria, Índia, Itália, Japão, Noruega, Filipinas, Polônia, Romênia, Suécia, Turquia e Iugoslávia (FEE, 1987). Apesar da preponderância do enfoque médico biológico na conformação inicial da saúde pública como campo científico, em detrimento dos enfoques sociopolíticos e ambientais, observa-se, ao longo do século XX, uma permanente tensão entre essas diversas abordagens. A própria história da OMS oferece interessantes exemplos dessa tensão, observando-se períodos de forte preponderância de enfoques mais centrados em aspectos biológicos, individuais e tecnológicos, intercalados com outros em que se destacam fatores sociais e ambientais. A definição de saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não meramente a

124 ausência de doença ou enfermidade, inserida na Constituição da OMS no momento de sua fundação, em 1948, é uma clara expressão de uma concepção bastante ampla da saúde, para além de um enfoque centrado na doença. Entretanto, na década de 50, com o sucesso da erradicação da varíola, há uma ênfase nas campanhas de combate a doenças específicas, com a aplicação de tecnologias de prevenção ou cura. A Conferência de Alma-Ata, no final dos anos 70, e as atividades inspiradas no lema Saúde para todos no ano 2000 recolocam em destaque o tema dos determinantes sociais. Na década de 80, o predomínio do enfoque da saúde como um bem privado desloca novamente o pêndulo para uma concepção centrada na assistência médica individual, a qual, na década seguinte, com o debate sobre as Metas do Milênio, novamente dá lugar a uma ênfase nos determinantes sociais que se afirma com a criação da Comissão sobre Determinantes Sociais da Saúde da OMS, em O estudo dos determinantes sociais da saúde Nas últimas décadas, tanto na literatura nacional, como internacional, observa-se um extraordinário avanço no estudo das relações entre a maneira como se organiza e se desenvolve uma determinada sociedade e a situação de saúde de sua população (ALMEIDA-FILHO, 2002). Esse avanço é particularmente marcante no estudo das iniquidades em saúde, ou seja, daquelas desigualdades de saúde entre grupos populacionais que, além de sistemáticas e relevantes, são também evitáveis, injustas e desnecessárias (WHITEHEAD, 2000). Segundo Nancy Adler (2006), podemos identificar três gerações de estudos sobre as iniquidades em saúde. A primeira geração se dedicou a descrever as relações entre pobreza e saúde; a segunda, a descrever os gradientes de saúde de acordo com vários critérios de estratificação socioeconômica; e a terceira e atual geração está dedicada principalmente aos estudos dos mecanismos de produção das iniquidades ou, para usar a expressão de Adler, está dedicada a responder à pergunta: como a estratificação econômico-social consegue entrar no corpo humano? O principal desafio dos estudos sobre as relações entre determinantes sociais e saúde consiste em estabelecer uma hierarquia de determinações entre os fatores mais gerais de natureza social, econômica, política e as mediações através das quais esses fatores incidem sobre a situação de saúde de grupos e pessoas, já que a relação de determinação não é uma simples relação direta de causa-efeito. É através do conhecimento deste complexo de mediações que se pode entender, por exemplo, por que não há uma correlação constante entre os macroindicadores de riqueza de uma sociedade, como o PIB, com os indicadores de saúde. Embora o volume de riqueza gerado por uma sociedade seja um elemento fundamental para viabilizar melhores condições de vida e de saúde, o estudo dessas mediações permite entender por que existem países com um PIB total ou PIB per capita muito superior a outros que, no entanto, possuem indicadores de saúde muito mais satisfatórios. O estudo dessa cadeia de mediações permite também identificar onde e como devem ser feitas as intervenções, com o objetivo de reduzir as iniquidades de saúde, ou seja, os pontos mais sensíveis onde tais intervenções podem provocar maior impacto. Outro desafio importante em termos conceituais e metodológicos se refere à distinção entre os determinantes de saúde dos indivíduos e os de grupos e populações, pois alguns fatores que são importantes para explicar as diferenças no estado de saúde dos indivíduos não explicam as diferenças entre grupos de uma sociedade ou entre sociedades diversas. Em outras palavras, não basta somar os determinantes de saúde identificados em estudos com indivíduos para conhecer os determinantes de saúde no nível da sociedade. As importantes diferenças de mortalidade constatadas entre classes sociais ou grupos ocupacionais não podem ser explicadas pelos mesmos fatores aos quais se atribuem as diferenças entre indivíduos, pois se controlamos esses fatores (hábito de fumar, dieta, sedentarismo etc.), as diferenças entre estes estratos sociais permanecem quase inalteradas. Enquanto os fatores individuais são importantes para identificar que indivíduos no interior de um grupo estão submetidos a maior risco, as diferenças nos níveis de saúde entre grupos e países estão mais relacionadas com outros fatores, principalmente o grau de equidade na distribuição de renda. Por exemplo, o Japão é o país com a maior expectativa de vida ao nascer, não porque os japoneses fumam menos ou fazem mais exercícios, mas porque o Japão é um dos países mais igualitários do mundo. Ao confundir os níveis de análise e tratar de explicar a saúde das populações a partir de resultados de estudos realizados com indivíduos, estaríamos Legislação Aplicada ao SUS 20 aceitando o contrário da chamada falácia ecológica (KAWACHI et al., 1997; WILKINSON, 1997; PELEGRINI FILHO, 2000). O clássico estudo de Rose e Marmot (1981) sobre a mortalidade por doença coronariana em funcionários públicos ingleses ilustra muito bem esta situação. Fixando como um o risco relativo de morrer por esta doença no grupo ocupacional de mais alto nível na hierarquia funcional, os funcionários de níveis hierárquicos inferiores, como profissional/executivo, atendentes e outros, teriam risco relativo aproximadamente duas, três e quatro vezes maiores, respectivamente. Os autores encontraram que os fatores de risco individuais, como colesterol, hábito de fumar, hipertensão arterial e outros explicavam apenas 35 a 40% da diferença, sendo que os restantes 60-65% estavam basicamente relacionados aos DSS. Há várias abordagens para o estudo dos mecanismos através dos quais os DSS provocam as iniquidades de saúde. A primeira delas privilegia os aspectos físico-materiais na produção da saúde e da doença, entendendo que as diferenças de renda influenciam a saúde pela escassez de recursos dos indivíduos e pela ausência de investimentos em infra-estrutura comunitária (educação, transporte, saneamento, habitação, serviços de saúde etc.), decorrentes de processos econômicos e de decisões políticas. Outro enfoque privilegia os fatores psicosociais, explorando as relações entre percepções de desigualdades sociais, mecanismos psicobiológicos e situação de saúde, com base no conceito de que as percepções e as experiências de pessoas em sociedades desiguais provocam estresse e prejuízos à saúde. Os enfoques ecossociais e os chamados enfoques multiníveis buscam integrar as abordagens individuais e grupais, sociais e biológicas numa perspectiva dinâmica, histórica e ecológica. Finalmente, há os enfoques que buscam analisar as relações entre a saúde das populações, as desigualdades nas condições de vida e o grau de desenvolvimento da trama de vínculos e associações entre indivíduos e grupos. Esses estudos identificam o desgaste do chamado capital social, ou seja, das relações de solidariedade e confiança entre pessoas e grupos, como um importante mecanismo através do qual as iniquidades de renda impactam negativamente a situação de saúde. Países com frágeis laços de coesão social, ocasionados pelas iniquidades de renda, são os que menos investem em capital humano e em redes de apoio social, fundamentais para a promoção e proteção da saúde individual e coletiva. Esses estudos também procuram mostrar por que não são as sociedades mais ricas as que possuem melhores níveis de saúde, mas as que são mais igualitárias e com alta coesão social. Diversos são os modelos que procuram esquematizar a trama de relações entre os diversos fatores estudados através desses diversos enfoques. Dois modelos serão analisados a seguir: o modelo de Dahlgren e Whitehead (GUNNING-SCHEPERS, 1999) e o modelo de Didericksen e outros (EVANS et al., 2001). O modelo de Dahlgren e Whitehead inclui os DSS dispostos em diferentes camadas, desde uma camada mais próxima dos determinantes individuais até uma camada distal, onde se situam os macrodeterminantes. Apesar da facilidade da visualização gráfica dos DSS e sua distribuição em camadas, segundo seu nível de abrangência, o modelo não pretende explicar com detalhes as relações e mediações entre os diversos níveis e a gênese das iniquidades. Como se pode ver na figura 1, os indivíduos estão na base do modelo, com suas características individuais de idade, sexo e fatores genéticos que, evidentemente, exercem influência sobre seu potencial e suas condições de saúde. Na camada imediatamente externa aparecem o comportamento e os estilos de vida individuais. Esta camada está situada no limiar entre os fatores individuais e os DSS, já que os comportamentos, muitas vezes entendidos apenas como de responsabilidade individual, dependentes de opções feitas pelo livre arbítrio das pessoas, na realidade podem também ser considerados parte dos DSS, já que essas opções estão fortemente condicionadas por determinantes sociais - como informações, propaganda, pressão dos pares, possibilidades de acesso a alimentos saudáveis e espaços de lazer etc. A camada seguinte destaca a influência das redes comunitárias e de apoio, cuja maior ou menor riqueza expressa o nível de coesão social que, como vimos, é de fundamental importância para a saúde da sociedade como um todo. No próximo nível estão representados os fatores relacionados a condições de vida e de trabalho, disponibilidade de alimentos e acesso a ambientes e serviços essenciais, como saúde e educação, indicando que as pessoas em desvantagem social correm um risco diferenciado, criado por condições habitacionais mais humildes, exposição a condições mais perigosas ou estressantes de trabalho e acesso menor aos serviços. Finalmente, no último nível estão situados os macrodeterminantes

125 relacionados às condições econômicas, culturais e ambientais da sociedade e que possuem grande influência sobre as demais camadas. Necessário mencionar, pela crescente influência sobre as condições sociais, econômicas e culturais dos países, o fenômeno da globalização. Suas principais características, assim como a influência da globalização sobre a pobreza e as condições de saúde, e sobre as condições de vida em geral foram analisadas por Buss (2006). O modelo de Diderichsen e Hallqvist, de 1998, foi adaptado por Diderichsen, Evans e Whitehead (2001). Esse modelo enfatiza a estratificação social gerada pelo contexto social, que confere aos indivíduos posições sociais distintas, as quais por sua vez provocam diferenciais de saúde. No diagrama abaixo (figura 2), (I) representa o processo segundo o qual cada indivíduo ocupa determinada posição social como resultado de diversos mecanismos sociais, como o sistema educacional e o mercado de trabalho. De acordo com a posição social ocupada pelos diferentes indivíduos, aparecem diferenciais, como o de exposição a riscos que causam danos à saúde (II); o diferencial de vulnerabilidade à ocorrência de doença, uma vez exposto a estes riscos (III); e o diferencial de consequências sociais ou físicas, uma vez contraída a doença (IV). Por consequências sociais entende-se o impacto que a doença pode ter sobre a situação socioeconômica do indivíduo e sua família. As intervenções sobre os determinantes sociais da saúde O modelo de Dahlgren e Whitehead e o de Diderichsen permitem identificar pontos para intervenções de políticas, no sentido de minimizar os diferenciais de DSS originados pela posição social dos indivíduos e grupos. Tomando o modelo de camadas de Dahlgren e Whitehead, o primeiro nível relacionado aos fatores comportamentais e de estilos de vida indica que estes estão fortemente influenciados pelos DSS, pois é muito difícil mudar comportamentos de risco sem mudar as normas culturais que os influenciam. Atuando-se exclusivamente sobre os indivíduos, às vezes se consegue que alguns deles mudem de comportamento, mas logo eles serão substituídos por outros (ROSE, 1992). Para atuar nesse nível de maneira eficaz, são necessárias políticas de abrangência populacional que promovam mudanças de comportamento, através de programas educativos, comunicação social, acesso facilitado a alimentos saudáveis, criação de espaços públicos para a prática de esportes e exercícios físicos, bem como proibição à propaganda do tabaco e do álcool em todas as suas formas. O segundo nível corresponde às comunidades e suas redes de relações. Como já mencionado, os laços de coesão social e as relações de solidariedade e confiança entre pessoas e grupos são fundamentais para a promoção e proteção da saúde individual e coletiva. Aqui se incluem políticas que busquem estabelecer redes de apoio e fortalecer a organização e participação das pessoas e das comunidades, especialmente dos grupos vulneráveis, em ações coletivas para a melhoria de suas condições de saúde e bem-estar, e para que se constituam em atores sociais e participantes ativos das decisões da vida social. O terceiro nível se refere à atuação das políticas sobre as condições materiais e psicossociais nas quais as pessoas vivem e trabalham, buscando assegurar melhor acesso à água limpa, esgoto, habitação adequada, alimentos saudáveis e nutritivos, emprego seguro e realizador, ambientes de trabalho saudáveis, serviços de saúde e de educação de qualidade e outros. Em geral essas políticas são responsabilidade de setores distintos, que frequentemente operam de maneira independente, obrigando o estabelecimento de mecanismos que permitam uma ação integrada. O quarto nível de atuação se refere à atuação ao nível dos macrodeterminantes, através de políticas macroeconômicas e de mercado de trabalho, de proteção ambiental e de promoção de uma cultura de paz e solidariedade que visem a promover um desenvolvimento sustentável, reduzindo as desigualdades sociais e econômicas, as violências, a degradação ambiental e seus efeitos sobre a sociedade (CNDSS, 2006; PELEGRINI FILHO, 2006). O outro modelo, proposto por Diderichsen et al., permite também identificar alguns pontos de incidência de políticas que atuem sobre os mecanismos de estratificação social e sobre os diferenciais de exposição, de vulnerabilidade e de suas consequências. Embora a intervenção sobre os mecanismos de estratificação social seja de responsabilidade de outros setores, ela é das mais cruciais para combater as iniquidades de saúde. Aqui se incluem políticas que diminuam as diferenças sociais, como as relacionadas ao mercado de trabalho, educação e seguridade social, além de um sistemático acompanhamento de políticas econômicas e sociais para avaliar seu impacto e diminuir seus efeitos sobre a estratificação social. O segundo conjunto de políticas busca diminuir os diferenciais de exposição a riscos, tendo como alvo, por exemplo, os grupos que vivem em condições de habitação insalubres, trabalham em ambientes pouco seguros ou estão expostos a deficiências nutricionais. Aqui se incluem também políticas de fortalecimento de redes de apoio a grupos vulneráveis para mitigar os efeitos de condições materiais e psicossociais adversas. Quanto ao enfrentamento dos diferenciais de vulnerabilidade, são mais efetivas as intervenções que buscam fortalecer a resistência a diversas exposições, como por exemplo, a educação das mulheres para diminuir sua própria vulnerabilidade e a de seus filhos. A intervenção no sistema de saúde busca reduzir os diferenciais de consequências ocasionadas pela doença, aqui incluindo a melhoria da qualidade dos serviços a toda a população, apoio a deficientes, acesso a cuidados de reabilitação e mecanismos de financiamento equitativos, que impeçam o empobrecimento adicional causado pela doença. Essas intervenções sobre níveis macro, intermediário ou micro de DSS, com vistas a diminuir as iniquidades relacionadas à estratificação social, além de obrigarem a uma atuação coordenada intersetorial abarcando diversos níveis da administração pública, devem estar também acompanhadas por políticas mais gerais de caráter transversal que busquem fortalecer a coesão e ampliar o capital social das comunidades vulneráveis, e promover a participação social no desenho e implementação de políticas e programas (CSDH, 2006). A evolução conceitual e prática do movimento de promoção da saúde em nível mundial indica uma ênfase cada vez maior na atuação sobre os DSS, constituindo importante apoio para a implantação das políticas e intervenções acima mencionadas. A Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS) O conhecimento e as intervenções sobre os DSS no Brasil deverão receber importante impulso, com a criação da Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS). Essa Comissão foi estabelecida em 13 de março de 2006, através de Decreto Presidencial, com um mandato de dois anos. A criação da CNDSS é uma resposta ao movimento global em torno dos DSS desencadeado pela OMS, que em março de 2005 criou a Comissão sobre Determinantes Sociais da Saúde (Commission on Social Determinants of Health - CSDH), com o objetivo de promover, em âmbito internacional, uma tomada de consciência sobre a importância dos determinantes sociais na situação de saúde de indivíduos e populações e sobre a necessidade do combate às iniquidades de saúde por eles geradas. A CNDSS está integrada por 16 personalidades expressivas de nossa vida social, cultural, científica e empresarial.1 Sua constituição diversificada é uma expressão do reconhecimento de que a saúde é um bem público, construído com a participação solidária de todos os setores da sociedade brasileira. O Decreto Presidencial que criou a CNDSS constituiu também um Grupo de Trabalho Intersetorial, integrado por diversos ministérios relacionados com os DSS, além dos Conselhos Nacionais de Secretários Estaduais e Municipais de Saúde (CONASS e CONASEMS). O trabalho articulado da CNDSS com esse Grupo permite que se multipliquem ações integradas entre as diversas esferas da administração pública, e que as já existentes ganhem maior coerência e efetividade. As atividades da CNDSS têm como referência o conceito de saúde, tal como a concebe a OMS - um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença ou enfermidade - e o preceito constitucional de reconhecer a saúde como um direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação (artigo 196 da Constituição brasileira de 1988). Três compromissos vêm orientando a atuação da Comissão: Compromisso com a ação: implica apresentar recomendações concretas de políticas, programas e intervenções para o combate às iniquidades de saúde geradas pelos DSS. Compromisso com a equidade: a promoção da equidade em saúde é fundamentalmente um compromisso ético e uma posição política que orienta as ações da CNDSS para assegurar o direito universal à saúde. Legislação Aplicada ao SUS 21

126 Compromisso com a evidência: as recomendações da Comissão devem estar solidamente fundamentadas em evidências científicas, que permitam, por um lado, entender como operam os determinantes sociais na geração das iniquidades em saúde e, por outro, como e onde devem incidir as intervenções para combatê-las e que resultados podem ser esperados em termos de efetividade e eficiência. Os principais objetivos da CNDSS são: produzir conhecimentos e informações sobre os DSS no Brasil; apoiar o desenvolvimento de políticas e programas para a promoção da equidade em saúde; promover atividades de mobilização da sociedade civil para tomada de consciência e atuação sobre os DSS. Para o alcance desses objetivos, a CNDSS vem desenvolvendo as seguintes linhas de atuação: 1) Produção de conhecimentos e informações sobre as relações entre os determinantes sociais e a situação de saúde, particularmente as iniquidades de saúde, com vistas a fundamentar políticas e programas. No âmbito desta linha de atuação, a CNDSS, o Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde e o CNPq lançaram um edital de pesquisa que permitiu apoiar projetos de pesquisa sobre DSS por um montante de cerca de quatro milhões de reais. Os pesquisadores responsáveis por esses projetos e gestores locais e estaduais convidados estão conformando uma rede de colaboração e intercâmbio para seguimento dos projetos e discussão de implicações para políticas de seus resultados intermediários. Ainda no âmbito desta linha de atuação, foram identificados e avaliados sistemas de informação de abrangência nacional sobre DSS e foi realizado um seminário internacional sobre metodologias de avaliação de intervenções sobre os DSS. Os resultados dessas atividades estarão em breve disponíveis no site da CNDSS. 2) Promoção, apoio, seguimento e avaliação de políticas, programas e intervenções governamentais e não-governamentais realizadas em nível local, regional e nacional. O GT Intersetorial deve constituir o principal instrumento para o desenvolvimento desta linha de atuação. 3) Desenvolvimento de ações de promoção e mobilização junto a diversos setores da sociedade civil, para a tomada de consciência sobre a importância das relações entre saúde e condições de vida e sobre as possibilidades de atuação para diminuição das iniquidades de saúde. Membros da CNDSS e da secretaria técnica vêm participando de congressos e reuniões nacionais e internacionais e utilizando meios de comunicação de massa para o desenvolvimento desta linha de atuação. Em breve será organizado um fórum de discussão nacional e regional, com a participação de organizações não governamentais que atuam em áreas relacionadas com os DSS. 4) Portal sobre DSS: a CNDSS mantém uma página institucional ( com informações sobre as atividades que vem desenvolvendo, além de publicações de interesse. Em breve será lançado um Portal sobre DSS, onde, além de informações sobre as atividades da CNDSS, serão incluídos dados, informações e conhecimentos sobre DSS existentes nos sistemas de informação e na literatura mundial e nacional. Esse portal deve também se constituir num espaço de interação para intercâmbio e discussão de grupos estratégicos relacionados aos DSS, como pesquisadores, tomadores de decisão, profissionais de comunicação e outros. A partir do segundo semestre de 2007, a CNDSS começará a publicar seu relatório final em fascículos, para prestar contas sobre o cumprimento de seus objetivos, traçar um panorama geral da situação de saúde do país e propor políticas e programas relacionados aos DSS. Estamos convencidos de que as atividades da CNDSS e seus desdobramentos futuros serão uma valiosa contribuição para o avanço do processo de reforma sanitária brasileira e para a construção de uma sociedade mais humana e justa. Referências ADLER, N. Behavioral and social sciences research contributions in NIH Conference on Understanding and Reducing Disparities in Health, October 23-24, 2006 NIH Campus, Bethesda, Maryland. Disponível em: obssr.od.nih.gov/healthdisparities/presentation.html. Acesso em: 14/02/07. ALMEIDA FILHO, N. et al. Research on health inequalities in Latin America and the Caribbean: Bibliometric analysis ( ) and descriptive content analysis ( ). Am J Public Health, n. 93, p , Legislação Aplicada ao SUS 22 BUSS, P. M. Globalização, pobreza e saúde. Conferência Leavell apresentada ao VIII Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva e XI Congresso Mundial de Saúde Pública, Rio de Janeiro, agosto de Disponível em: Acesso em: 14/02/07. COMISSÃO NACIONAL SOBRE OS DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE (CNDSS). Carta aberta aos candidatos à Presidência da República. Setembro de Disponível em: Acesso em: 15/02/07. COMMISSION ON SOCIAL DETERMINANTS OF HEALTH (CSDH). A conceptual framework for action on social determinants of health. Disponível em Acesso em: 10/02/07. EVANS, T. et al. Challenging inequities in health from ethics to action. Oxford: Oxford University Press, FEE, E. Disease and discovery: a history of the Johns Hopkins School of Hygiene and Public Health. Baltimore :The Johns Hopkins University Press, GUNNING-SCHEPERS, L. J. Models: instruments for evidence based policy. J Epidemiology Community Health, n. 53, p. 263, KAWACHI, I. et al. Social capital, income inequality and mortality. Am J Public Health, n. 87, p , KRIEGER N. A Glossary for social epidemiology. J. Epidemiology Community Health, n. 55, p , PELLEGRINI FILHO A. Compromisso com a ação. Radis, n. 47, p.12-14, jul PELLEGRINI FILHO, A. Ciencia en pro de la Salud. Publicación científica y técnica no Washington DC: OPS/OMS, ROSE, G. The strategy of preventive medicine. Oxford: Oxford University Press, ROSE, G.; MARMOT, M. Social class and coronary heart disease. 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São membros da CNDSS: Adib Jatene, Aloysio Teixeira, César Victora, Dalmo Dallari, Eduardo Eugênio Gouveia Vieira, Elza Berquó, Jaguar, Jairnilson Paim, Lucélia Santos, Moacyr Scliar, Roberto Esmeraldi, Rubem César Fernandes, Sandra de Sá, Sonia Fleury, Zilda Arns e Paulo M. Buss (coordenador). Fonte: 7 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE. A Rede Nacional de Informações de Saúde (RNIS) tem como objetivo integrar e disseminar as informações de saúde no país. Criada como um projeto do Ministério da Saúde, a RNIS está integrando, através da Internet, todos os municípios brasileiros, facilitando o acesso e o intercâmbio das informações em saúde. Com isso, a Rede pretende contribuir para a melhoria da gestão, do controle social, do planejamento e da pesquisa de gestores, agentes e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). INFORMAÇÕES DE SAÚDE APRESENTAÇÃO O Datasus disponibiliza informações que poderão servir de subsídios para: análise objetiva da situação sanitária, tomada de decisões baseadas em evidências e programação de ações de saúde. A mensuração do estado de saúde da população é uma tradição em saúde pública. Teve seu início com o registro sistemático de dados de mortalidade e de sobrevivência (estatísticas vitais). Com os avanços no controle das doenças infecciosas (informações epidemiológicas e morbidade), e com a melhor compreensão do conceito de saúde e de seus determinantes populacionais, a análise da situação sanitária passou a incorporar outras dimensões do estado de saúde. Dados de morbidade, incapacidade, acesso a serviços, qualidade da atenção, condições de vida e fatores ambientais passaram a ser métricas

127 utilizadas na construção de indicadores de saúde, que se traduzem em informação relevante para a quantificação e a avaliação das informações em saúde. Disseminamos, também nesta seção, informações sobre assistência a saúde da população, os cadastros (rede assistencial) das redes hospitalares e ambulatoriais, o cadastro dos estabelecimentos de saúde, além de informações sobre recursos financeiros e informações demográficas e socioeconômicas. Além disso, em saúde suplementar, são apresentados links para as páginas de informações da Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Características gerais Sistema de informação (S.I.): é um sistema, automatizado ou manual, que inclua pessoas, máquinas, e/ou métodos organizados para recolher, processar, transmitir e disseminar dados que representam informação para o utilizador. Normalmente é composto por Software (Símbolos e Linguagem, Modelo computacional) e por Hardware. Objetivos A implementação de sistemas de informação em saúde têm normalmente pelo menos um dos seguintes objetivos: administrativos - pretende-se registrar os dados demográficos dos doentes, bem como os dados do funcionamento de instituição (ex.: datas de internamentos de doentes) financeiros - pretende-se registrar dados relativos aos custos ou receitas de serviços prestados (ex.: despesas a apresentar a subsistemas de saúde) stocks - pretende-se fazer a gestão de stocks de uma instituição (ex.: fármacos) clínicos - pretende-se registrar os dados de saúde e doença de utentes Utilizadores Cada sistema pode estar direcionado para ter os seguintes tipos de utilizadores: Pessoal administrativo Profissionais de saúde - médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde Gestores - diretores de serviço, administração clínica Utentes Tecnologias Estes sistemas podem fazer uso de uma grande diversidade de tecnologias. Quanto ao aspecto da interface com o utilizador podem ser aplicações: em modo texto, gráficas, ou ambiente Web A estrutura destes sistemas depende da dimensão da instituição e da qualidade do sistema. Podem ser: stand-alone - funcionam apenas num computador cliente-servidor - a aplicação é instalada em vários computadores, mas o servidor de base de dados encontra-se num único servidor em ambiente Web - a aplicação é um conjunto de páginas que se pode aceder de vários computadores, estando assim dados e aplicação no servidor de acesso remoto - utilizando remote-desktops ou thin-clients para aceder a ambientes que se encontram no servidor Os componentes tradicionais de um sistema de informação hospitalar são: administrativo, clínico e de apoio. Cuidados primários A área dos sistemas de informação para cuidados primários é hoje considerada como em crescimento na Europa. Os avanços na tecnologia e a constatação dos seus benefícios, forçam a sua implementação pelos governos dos vários países. Com exemplos de redução de custos noutros mercados europeus, a utilização das tecnologias de informação nos cuidados primários já não é de baixa prioridade. Apesar de muito do esforço de informatização estar centrado em hospitais, sabe-se que é através do Legislação Aplicada ao SUS 23 aumento da eficiência dos cuidados primários que se consegue obter um impacto positivo a longo prazo nos custos da prestação de cuidados de saúde. São exemplos de países com projetos em funcionamento o Reino Unido (NHS Connecting for Health - CfH), a Alemanha e a França. Sistemas de informação clínicos Os sistemas de informação clínicos para os cuidados primários são sistemas que ajudam na gestão clínica do paciente ao nível da prática médica, e incluem funcionalidades como agendamento, registro da consulta e de tratamentos, dados laboratoriais e de imagem, e prescrição médica. Também podem incluir sistemas de apoio à decisão, sistemas de gestão de doença e acesso a apoio clínico on-line. Alguns sistemas possuem ainda ferramentas de análise para criar tabelas, gráficos e mapas dos dados existentes para apoio aos cuidados primários. Sistemas de informação administrativos Os sistemas de informação administrativos para os cuidados primários são sistemas que ajudam na gestão dos pacientes e do funcionamento de uma instituição de cuidados primários, e incluem funcionalidades como gestão de doentes, agendamento, orçamentação e arquivo documental. Alguns sistemas incluem sistemas de informação clínicos e administrativos num único. Hospitais Um sistema de informação hospitalar pode ser descrito como sendo um sistema desenhado para auxiliar na gestão de toda a informação clínica e administrativa da instituição, e melhorar a qualidade da prestação de cuidados de saúde. Um sistema de informação hospitalar tem por objetivo integrar outros sistemas já existentes. Os sistemas de informação existentes num hospital normalmente refletem os vários departamentos existentes dentro da instituição. Eis uma divisão possível de um hospital: Serviços administrativos Gestão Serviços financeiros Pessoal Gestão de informação Arquivo Estatísticas Comunicações Logística Cozinhas Lavanderia Manutenção Serviços clínicos Consultas Urgências Serviços médicos Serviços cirúrgicos Serviços de apoio Bioquímica Hematologia Bacteriologia e virologia Imunologia Função respiratória Citologia Radiologia Endoscopia Farmácia Administrativos Estes componentes incluem subsistemas de gestão: médico-administrativa - identificação de utentes; pré-admissão, admissão, alta e transferências; correspondência e ligações a companhias de seguros financeira - contabilidade; controlo administrativo inventarial - compras, planejamento da atividade hospitalares - gestão de recursos (camas, consultas), relatórios estatísticos e de atividades; gestão de recursos humanos Clínicos Os serviços agrupam as funções relacionadas com a prestação de

128 cuidados e outras atividades médicas em geral. Por isso são muito complexas e difíceis de modelar. Estas funções podem ser divididas em três subsistemas: subsistema que cria o Registro Clínico Eletrônico - muitos destes sistemas tomam a forma de registros clínicos eletrônicos de diferentes especialidades médicas (ex.: obstetrícia, pneumologia, cuidados intensivos,...). Estes registros contêm considerações, achados, resultados de meios complementares de diagnóstico e informações sobre o tratamento do processo patológico. subsistema que executa tarefas de requisição de exames e retorno de resultados subsistema que controla e verifica estas atividades (workflow) Os componentes do subsistema de prestação de cuidados são: Gestão de dados de pacientes Observações, entrevistas, exames, diagnósticos e prognósticos Gestão de atividades (procedimentos e prescrição) Reportar (relatórios, sumários, gráficos) Comunicações Com unidades de prestação de cuidados internas e externas Com unidades fora do hospital Gestão da prestação de cuidados Logística Administração e contabilidade Estatísticas de atividades Ensino e investigação Acesso a conhecimento médico e protocolos Consulta a bases de dados Apoio Estes componentes cobrem todas as atividades dos laboratórios biológicos e serviços de imagem. Os componentes do subsistema de apoio médico são: Exames Registro de pedidos Impressão de documentos Aquisição de dados (manual, ligação a analisadores) Validação Impressão e distribuição Arquivo Gestão laboratorial Administração e contabilidade Controlo de qualidade Estatística de atividades Integração entre Sistemas de Informação Com a disseminação de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), muitos departamentos hospitalares ou profissionais de saúde individualmente adquiriram software médico ou criaram as suas bases de dados informáticas, de forma a armazenar e gerir registros contendo dados relevantes dos seus doentes. Infelizmente, muitos destes sistemas não foram desenhados de forma a permitir a comunicação entre si, tornando ineficiente a utilização e partilha de informação clínica. Para além deste fato, a multiplicação de sistemas não articulados gera a existência de dados replicados ou contraditórios, e a não utilização de normas de terminologia ou até de identificadores únicos de doentes pode dificultar a sua integração, impossibilitando o acesso integrado a toda a informação existente de um doente. Nesta situação, o custo dos recursos humanos e técnicos necessários para a recolha, integração e armazenamento não automático de informação clínica é elevado. A ideia de um sistema que assente em sistemas de informação previamente existentes, pode ajudar no processo de integração e facilitar a comunicação entre sistemas, sem pôr em risco os dados já existentes ou interferir com as suas atualizações. (Exemplo: HSJ.ICU - Informação Clínica de Utente) No caso de sistemas de informação hospitalares existem vários tipos de sistemas e organização: vários registros clínico eletrônicos departamentais, adaptados às necessidades da especialidade, com uma base de dados do sistema de informação e sem relação com os outros sistemas de registros clínicos; vários registros clínico eletrônicos departamentais, semelhantes aos anteriores mas onde as bases de dados comunicam entre si; um único sistema de registros clínico eletrônico hospitalar, em que todas as especialidades trabalham com o mesmo registro clínico eletrônico, embora os interfaces de introdução de dados possam ser adaptados a cada uma delas. Neste caso os sistemas de apoio clínico, que correspondem aos sistemas de informação de radiologia, de patologia (exames de anatomia patológica), de hematologia e bioquímica e de laboratórios que avaliam a função (como ECG, testes de função respiratória) alimentam ou não o Registro Clínico Eletrônico; vários registros clínicos eletrônicos departamentais, mas o armazenamento da informação clínica é feita em várias bases de dados hospitalares não diretamente associados aos registros eletrônicos. Existe uma plataforma comum a todos os sistemas de informação que permite a comunicação dos dados entre cada um. Um dos aspectos mais importantes para a existência de um sistema de informação hospitalar desta natureza é a compatibilidade entre os vários sistemas informáticos. Sistemas para utentes Atualmente os utentes são responsáveis por fazer a gestão e manutenção de informação relevante para a sua saúde (história familiar, análises, radiografias, boletins de vacinas, ). Estes dados existem normalmente em suportes pouco eficazes e de difícil organização, por se encontrarem em múltiplos documentos em papel dispersos ou na memória dos cidadãos. Existem sistemas que fornecem num portal um ambiente personalizado por cidadão que permite concentrar informação útil e de caráter pessoal, que pode ser atualizada pelo cidadão, e onde posteriormente se podem obter registros informais relativos ao seu histórico de saúde, registros anatômicos, histórico das suas atividades relativas às suas consultas e/ou exames ou outros. Podendo também garantir de forma voluntária a subscrição dos cidadãos a serviços extras consolidados por portais das instituições prestadoras de cuidados de saúde da região (exemplo: consolidação de informação e mecanismos para chegar informação útil de caráter generalizado ou personalizado tal como alertas a disponibilizar por ou outro canal de distribuição relativamente à prestação de cuidados de saúde). SISTEMA DE INFORMAÇÃO NO SUS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE O conhecimento atualizado das condições de saúde da população decorre da realização de estudos e análises das informações disponíveis, especialmente as referentes ao conjunto de indicadores básicos selecionados para acompanhamento periódico. A precisão desse conhecimento, por sua vez, depende, em grande parte, da qualidade dos dados gerados nos sistemas de informação de saúde, o que pode estar influenciado por múltiplos fatores, técnicos e operacionais. O uso regular desses dados, por serviços e instituições acadêmicas da área de saúde, contribui decisivamente para o progressivo aprimoramento dos sistemas e bases de dados e, consequentemente, para a consistência das análises realizadas. Em relação à Vigilância Epidemiológica nada se faz sem a obtenção de informações. Por outro lado, um bom sistema de informações depende da periodicidade do fluxo de fornecimento dos dados e do criterioso preenchimento dos instrumentos de coleta (fichas de notificação e investigação, declaração de óbito, declaração de nascido vivo, boletins de atendimento, autorizações de internação, relatórios etc). A transformação desses dados (valor quantitativo obtido para caracterizar um fato ou circunstância) em informações (análise descritiva dos dados) pode ser feita em todos os níveis do sistema de saúde. Para isso, faz-se necessário organizá-los em tabelas e gráficos, que, dependendo do grau de complexidade das análises, podem ser realizados por todos os profissionais, ou por alguns com capacitação específica. A Lei Orgânica da Saúde - Lei 8080/90 prevê, em seu artigo 47, a organização pelo Ministério da Saúde, em articulação com os níveis estaduais e municipais do SUS, de um Sistema Nacional de Informações em Saúde - SIS, integrado em todo o território nacional, abrangendo questões Legislação Aplicada ao SUS 24

129 epidemiológicas e de prestação de serviços. Denomina-se Sistema de informações ao conjunto de unidades de produção, análise e divulgação de dados, que atuam com a finalidade de atender às necessidades de informações de instituições, programas, serviços. Podem ser informatizados ou manuais. Os Sistemas de Informações em Saúde (SIS) são aqueles desenvolvidos e implantados com o objetivo de facilitar a formulação e avaliação das políticas, planos e programas de saúde, subsidiando o processo de tomada de decisões, a fim de contribuir para melhorar a situação de saúde individual e coletiva. São funções dos SIS: planejamento; coordenação; supervisão dos processos de seleção, coleta, aquisição, registro, armazenamento, processamento, recuperação, análise e difusão de dados e geração de informações. É importante salientar que, para a área de saúde, também são de interesse dados produzidos fora do setor (demográficos, de saneamento, documentais e administrativos). Dados não rotineiros e que são coletados esporadicamente, obtidos através de inquéritos, levantamentos e estudos especiais, também são muito úteis às análises da situação de saúde e da vigilância epidemiológica. A coleta de dados deve ser racional e objetiva, visando a construção de indicadores epidemiológicos ou operacionais que atendam aos objetivos de cada programa ou instituição, evitando-se descrédito do sistema e desperdício de tempo e recursos. Denominam-se Indicadores as informações produzidas com periodicidade definida e critérios constantes, que revelam o comportamento de um fenômeno em um dado espaço de tempo. Para isso, faz-se necessário a disponibilidade do dado, bem como, uniformidade e sinteticidade na coleta, simplicidade técnica na elaboração e bom poder discriminatório do indicador. Os principais Sistemas de Informação em Saúde para a operacionalização do SUS, sendo que os principais são: Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN Em 1975, a lei que instituiu o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica também criou a obrigatoriedade da notificação compulsória de algumas doenças, que era feita pelas Unidades de Saúde semanalmente, através do preenchimento do Boletim Semanal de Doenças. As Secretarias Estaduais faziam um consolidado mensal e o enviavam por aerograma para o Ministério da Saúde. Esse Sistema de Notificação Compulsória de Doenças (SNCD) sempre apresentou problemas de sub-notificação e supria limitadamente as necessidades mínimas de informação de morbidade do país. Como consequência disso e visando melhorar a geração de informação, diversos sistemas paralelos foram criados nos diferentes níveis, incluindo o nacional. O Sistema de Informações de Agravos de Notificação - SINAN foi idealizado para racionalizar o processo de coleta e transferência de dados relacionados às doenças e agravos de notificação compulsória, embora o número de doenças e agravos por ele contemplados venha aumentando, sem relação direta com a compulsoriedade de sua notificação. O formulário padrão contém duas partes: a Ficha Individual de Notificação (FIN), que deve ser preenchida por profissionais das unidades assistenciais da rede privada, conveniada e pública; e a Ficha Individual de Investigação (FII), que, em geral, é preenchida pelo responsável da investigação. Os principais indicadores gerados pelo SINAN e SNCD são: taxa ou coeficiente de incidência, taxa ou coeficiente de prevalência, taxa ou coeficiente de letalidade. Com as fichas de investigação, muitas outras informações podem ser obtidas, como percentual de sequelas, impacto das medidas de controle, percentual de casos suspeitos e confirmados, entre outras. Sistema de Informação de Mortalidade - SIM Este sistema oferece informações da maior relevância para a definição de prioridades nos programas de prevenção e controle de doenças, a partir das declarações de óbito coletadas pelas Secretarias Estaduais de Saúde. Sua Base de Dados é nacional, gerada e administrada pelo Centro Nacional de Epidemiologia - CENEPI em cooperação com o Departamento de Informática do SUS - DATASUS. Legislação Aplicada ao SUS 25 Sua operacionalização é feita a partir de um único documento padrão - a Declaração de Óbito (DO), sendo ele o documento de entrada do sistema nos estados e municípios. Os dados coletados são de grande importância para a vigilância sanitária e análise epidemiológica, além de estatísticas de saúde e demografia. Os dados de Mortalidade podem ser obtidos através de: Arquivos do CD-ROM, distribuído pela Secretaria de Vigilância em Saúde; consultas na home-page do DATASUS, em Informações de Saúde - Mortalidade; e Também se encontra disponível uma FAQ, ou seja, respostas às perguntas mais frequentes, do sistema SIM. Para abrir a FAQ, clique aqui. O SIM foi criado pelo Ministério da Saúde em 1975 e, até recentemente, só era operado na administração central das Secretarias Estaduais de Saúde (SES). Com o desenvolvimento de um sistema informatizado de seleção de causa básica de óbito, está sendo iniciada a sua descentralização para as Secretarias Municipais de Saúde (SMS). O formulário de entrada de dados é a Declaração de Óbito (DO). Os dados do SIM permitem calcular importantes indicadores para a VE, como: taxa ou coeficiente de mortalidade e mortalidade proporcional por grandes grupos de causas, por causas específicas, faixa etária, sexo, escolaridade, ocupação, e outras características do falecido constantes nas declarações de óbitos. Sistema de Nascidos Vivos - SINASC Este sistema, implantado oficialmente em 1990, concebido e montado à semelhança do SIM, propicia um aporte significativo de dados sobre nascidos vivos, com suas características mais importantes, como sexo, local onde ocorreu o nascimento, tipo de parto e peso ao nascer, entre outras. Sua Base de Dados é nacional, gerada e administrada pelo Centro Nacional de Epidemiologia - CENEPI em cooperação com o Departamento de Informática do SUS - DATASUS. Sua operacionalização é feita a partir de um único documento padrão - a Declaração de Nascimento (DN) e o programa para operação em microcomputadores, em todos os Estados. Os dados, coletados a partir de 1992, são de grande importância para análise epidemiológica, estatística e demográfica. Os dados de Nascidos Vivos podem ser obtidos através de: Arquivos do CD-ROM, distribuído pela Secretaria de Vigilância em Saúde; consultas na home-page do DATASUS, em Informações de Saúde - Nascidos Vivos; e Dentre os indicadores que podem ser construídos a partir desse sistema, incluem-se proporção de nascidos vivos de baixo peso, proporção de prematuridade, proporção de partos hospitalares, proporção de nascidos vivos por faixa etária da mãe, taxa bruta de natalidade e taxa de fecundidade. Nascido Vivo, segundo definição da Organização Mundial da Saúde - OMS, é todo produto da concepção que, independentemente do tempo de gestação, depois de expulso ou extraído do corpo da mãe, respira ou apresenta outro sinal de vida, tal como batimento cardíaco, pulsação do cordão umbilical ou movimentos efetivos dos músculos de contração voluntária, estando ou não desprendida a placenta. Sistema de Informações Hospitalares - SIH/SUS O SIH-SUS representa importante fonte de informação por registrar em torno de 70% (setenta por cento) das internações hospitalares realizadas no Brasil e por gerar diversos indicadores: mortalidade hospitalar geral (segundo alguma causa ou segundo algum procedimento específico); taxa de utilização por faixa etária e/ou sexo, geral ou por causa; índice de hospitalização por faixa etária e/ou sexo, geral ou por causa; índice de gasto com hospitalização por faixa etária e/ou sexo, geral ou por causa; tempo médio de permanência geral ou por alguma causa específica; valor médio da internação, geral ou por alguma causa específica; proporção de internação por causa ou procedimento selecionado; utilização de UTI e outros. Por outro lado, este sistema contém informações que viabilizam efetuar o pagamento dos serviços hospitalares prestados pelo SUS, através da captação de dados em disquete das Autorizações de Internação Hospitalar - AIH - relativas a mais de internações/mês. E mais, sendo o

130 sistema que processa as AIHs, dispõe de informações sobre recursos destinados a cada hospital que integra a rede do SUS, as principais causas de internações no Brasil, a relação dos procedimentos mais frequentes realizados mensalmente em cada hospital, município e estado, a quantidade de leitos existentes para cada especialidade e o tempo médio de permanência do paciente no hospital. Suas informações facilitam as atividades de Controle e Avaliação e Vigilância Epidemiológica em âmbito nacional e estão disponíveis para consulta, através de produtos desenvolvidos pelo DATASUS, gerados a partir do processamento da AIH: o BDAIH, o VALAIH, o CD-ROM, o MS-BBS, através das tabulações disbonibilizadas via Internet, bem como o SÍNTESE. A captação dos dados das Autorizações de Internação Hospitalar é feita através de meio magnético - disquetes - que são gerados no próprio hospital, através de programa desenvolvido pelo DATASUS e distribuído gratuitamente às Unidades Hospitalares. Esta forma de captação de dados abrange atualmente 100% das AIH/mês possibilitando a implantação nos municípios de bases de dados locais - Módulo Gerencial Básico - através da leitura e gravação nas Secretarias Municipais de Saúde que estiverem capacitadas, dos disquetes gerados pelas Unidades Hospitalares. Estas bases de dados locais permitirão, às Secretarias Municipais de Saúde, aos Conselhos Municipais de Saúde e ao público em geral, o acesso às informações referentes às internações ocorridas no município e, ainda, a interferência da auditoria nas internações indevidas antes do efetivo pagamento. Possibilita ainda aos municípios o processamento do faturamento mensal das internações (descentralização do sistema AIH). Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS - SIA/SUS Oferece à sociedade em geral e, particularmente, aos gestores, gerentes, trabalhadores e usuários do Sistema Único de Saúde - SUS, em conformidade com as normas do Ministério da Saúde, instrumentos para a operacionalização das funções de cadastramento, controle orçamentário, controle e cálculo da produção, assim como para a geração de informações relativas à Rede Ambulatorial e à Produção Ambulatorial do SUS. Estas informações, por sua vez, são necessárias, respectivamente, ao gerenciamento da oferta de serviços e da capacidade instalada, visando o orçamento e repasse de recursos financeiros pelo governo federal ao Distrito Federal, estados e municípios, e aos demais prestadores de serviços do SUS, para o custeio e pagamento das ações de caráter ambulatorial. Este sistema não registra os códigos da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas relacionados à Saúde - CID, do(s) diagnóstico(s) dos pacientes, o que torna difícil a sua utilização como fonte de informação epidemiológica. Entretanto, é capaz de gerar indicadores operacionais que podem ser importantes como complemento das análises epidemiológicas, por exemplo: número de consultas médicas por habitante ao ano, número de consultas médicas por consultório, número de exames/terapias realizados pelo quantitativo de consultas médicas. Sistema de Informação da Atenção Básica - SIAB Este sistema de informação, implantado em 1998 em substituição ao Sistema de Informação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde - SIPACS, pela então Coordenação da Saúde da Comunidade/Secretaria de Assistência à Saúde, hoje Departamento de Atenção Básica/Secretaria de Atenção à Saúde, em conjunto com o Departamento de Informação e Informática do SUS/Datasus/SE, tem por objetivo o acompanhamento das ações e dos resultados das atividades realizadas pelas equipes do Programa Saúde da Família - PSF. Os dados que os Agentes Comunitários de Saúde - ACS e a Equipe de Saúde da Família - ESF coletam regularmente sobre é que alimentam esse sistema, permitindo acompanhar os casos de doenças, a vacinação, a gestação, o crescimento e desenvolvimento das crianças e os óbitos. As informações fornecidas por esse sistema são bastante abrangentes e, quando alimentado corretamente (fichas preenchidas e digitadas corretamente), é possível acompanhar somente através dele os principais indicadores de saúde da população. Desenvolvido como instrumento gerencial dos Sistemas Locais de Saúde, incorporou em sua formulação conceitos como território, problema e responsabilidade sanitária completamente inserido no contexto de reorganização do SUS no país, o que fez com que assumisse características distintas dos demais sistemas existentes. Tais características significaram avanços concretos no campo da informação em saúde. Dentre elas, destacamos: micro-espacialização de problemas de saúde e de avaliação de intervenções; utilização mais ágil e oportuna da informação; produção de indicadores capazes de cobrir todo o ciclo de organização das ações de saúde a partir da identificação de problemas; consolidação progressiva da informação, partindo de níveis menos agregados para mais agregados. Por meio dele obtêm-se informações sobre cadastros de famílias, condições de moradia e saneamento, situação de saúde, produção e composição das equipes de saúde. Principal instrumento de monitoramento das ações do Saúde da Família, tem sua gestão na Coordenação de Acompanhamento e Avaliação/DAB/SAS (CAA/DAB/SAS), cuja missão é monitorar e avaliar a atenção básica, instrumentalizando a gestão e fomentar /consolidar a cultura avaliativa nas três instâncias de gestão do SUS. A disponibilização da base de dados do SIAB na internet, faz parte das ações estratégicas da política definida pelo Ministério da Saúde com o objetivo de fornecer informações que subsidiem a tomada de decisão pelos gestores do SUS, e a instrumentalização pelas instâncias de Controle Social, publicizando, assim, os dados para o uso de todos os atores envolvidos na consolidação do SUS. Atualmente, para que o sistema se transforme, de fato, num sistema que permita o monitoramento e favoreça a avaliação da atenção básica, o Departamento de Atenção Básica/SAS em conjunto com o Departamento de Informação e Informática do SUS/Datasus/SE vem investindo em sua reformulação, articulada com os demais sistemas de informação dos outros níveis de atenção. Este processo está envolvendo todas as áreas técnicas do MS que implementam ações básicas de saúde e, posteriormente, será discutido nas instâncias de deliberação do SUS. A conclusão do desenvolvimento do sistema está prevista para o 1º semestre de Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (PNI) - SI-PNI Este sistema de informação por objetivo possibilitar aos gestores envolvidos no programa, a avaliação do risco quanto à ocorrência de surtos ou epidemias, a partir do registro dos imunobiológicos aplicados e quantitativo populacional vacinado, que são agregados por faixa etária, em determinado período de tempo, em uma área geográfica. Por outro lado, possibilita o controle do estoque de imunobiológicos, necessário aos administradores que têm a incumbência de programar sua aquisição e distribuição. O SI- PNI é formado por dois subsistemas: Subsistema de Avaliação do Programa de Imunizações API que fornece informações sobre a cobertura vacinal (em rotina e em campanhas), taxa de abandono e controle do envio de boletins de imunização. Pode ser utilizado nos níveis Federal, Estadual, Regional e Municipal. Subsistema de Estoque e Distribuição de Imunobiológicos EDI que controla o estoque e a distribuição dos imunobiológicos em âmbito Estadual e Federal. O Programa Nacional de Imunizações (PNI), formulado em 1973, a partir de uma proposta básica elaborada por técnicos do Departamento Nacional de Profilaxia e Controle de Doenças (Ministério da Saúde e da Central de Medicamentos CEME - Presidência da República) e renomados sanitaristas e infectologistas, visa contribuir para o controle ou erradicação das doenças infecto-contagiosas e imunopreviníveis, tais como a poliomielite (paralisia infantil), sarampo, difteria, tétano, coqueluche, tuberculose e outras, mediante a imunização sistemática da população.. O PNI é parte integrante do Programa da Organização Mundial de Saúde, com o apoio técnico, operacional e financeiro da UNICEF e contribuições do Rotary Internacional e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). A gestão nacional do PNI compete à Coordenação de Imunizações e Auto-Suficiência em Imunobiológicos CIAIM do Centro Nacional de Epidemiologia (CENEPI) da Fundação Nacional de Saúde. Legislação Aplicada ao SUS 26

131 A informatização do PNI foi desenvolvida pelo DATASUS (GTSA), segundo especificação da CIAIM. Sistema de Informação do Câncer da Mulher - SISCAM Este sistema de informação, desenvolvido pelo Departamento de Informática do SUS - DATASUS, em parceria com o INCA, tem com dados de entrada a identificação da mulher e os laudos dos exames citopatológicos e histopatológicos são digitados, constituindo, hoje, um dos principais instrumentos na consolidação do Viva Mulher - Programa Nacional de Controle do Câncer do Colo do Útero e de Mama, no sentido do gerenciamento das informações geradas pelas unidades de saúde. Por meio do SISCAM pode-se: obter informações referentes aos exames realizados nas mulheres, assim como a frequência das lesões précancerosas e do câncer invasivo, além da qualidade das coletas, das leituras das lâminas; conferir os valores de exames pagos em relação aos dados dos exames apresentados; proceder o monitoramento externo da qualidade dos exames citopatológicos e, assim, orientar os gerentes estaduais sobre a qualidade dos laboratórios responsáveis pela leitura dos exames no município. Sistema de Informações de Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN Instrumento de políticas federais focalizadas e compensatórias (Programa Leite é Saúde ), atualmente implantado em aproximadamente municípios brasileiros considerados de risco para a mortalidade infantil. Sistema de Informações sobre Malária - SISMAL Utilizado para o registro de informações sobre os casos de malária: somente municípios com casos de malária operacionalizam esse sistema. Além de informações sobre o doente, esse sistema informa se a infecção ocorreu no próprio município ou se o caso é de fora e houve somente o atendimento. Essas informações são importantes para que o município de origem dos casos tome as medidas de controle. Sistema de Informações sobre Orçamento Público de Saúde - SI- OPS Utilizado para o acompanhamento das receitas e despesas do município no setor saúde. Esse sistema emite relatórios da execução orçamentária para o Prefeito e o Conselho Municipal de Saúde. O sistema está disponível na internet, no endereço do DATASUS: Após o preenchimento das planilhas, as informações devem ser enviadas pela internet para o DATASUS. Sala de Situação A Sala de Situação é outra ferramenta indispensável que possibilita ao Gestor Municipal integrar dados dos principais Sistemas de Informação inclusive do pacto da atenção Básica, Controle Social, SIOPS e dados de Recursos Humanos, através de gráficos e planilhas construindo automaticamente indicadores de saúde através de gráficos e planilhas, constituindo-se em ferramenta indispensável para condução das ações de Saúde a nível local. Esta ferramenta esta disponível no endereço do DATASUS: na página Rede Nacional de Saúde - RNIS/ Sala de Situação, disponibilizando instruções para instalação e operação. Além das informações decorrentes dos sistemas acima descritos, existem outras grandes bases de dados de interesse para o setor saúde que apresentam padronização e abrangência nacionais. Entre elas, devem ser citadas as disponibilizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE (particularmente no que se refere ao Censo Demográfico, Pesquisa Brasileira por Amostragem de Domicílios-PNAD e a Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária-AMS) e pelos Conselhos de Classe (como o Conselho Federal de Medicina-CFM, Conselho Federal de Enfermagem- COFEN e Conselho Federal de Odontologia-CFO). São, ainda, importantes fontes de dados, as pesquisas realizadas pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada-IPEA, relatórios e outras publicações de associações e empresas que atuam no setor médico supletivo (medicina de grupo, seguradoras, autogestão e planos de administração). Coleta e Divulgação das Informações É dever de todo o profissional de saúde da rede pública, conveniada e privada comunicar, à autoridade sanitária mais próxima, todos os casos suspeitos de doenças de notificação compulsória que compõem a lista brasileira, independente da confirmação diagnóstica, bem como as que foram acrescentadas nos âmbitos estaduais e municipais. Essa notificação pode ser feita em formulário próprio, por telefone, fax ou outro meio. O objetivo da notificação é a adoção de medidas de controle pertinentes e a alimentação dos sistemas de informações. A notificação de casos suspeitos justifica-se pela necessidade de rapidez na execução de medidas de controle para algumas patologias, que podem não ter impacto se executadas tardiamente. A retroalimentação dos sistemas deve ser considerada como um dos aspectos fundamentais para o processo continuado de aperfeiçoamento, gerência e controle da qualidade dos dados. Tal prática deve ocorrer em seus diversos níveis, de modo sistemático, com periodicidade previamente definida, de modo a permitir a utilização das informações nas atividades de planejamento, definição de prioridades, alocação de recursos e avaliação dos programas desenvolvidos. Fluxo dos Sistemas de Informações O fluxo desses sistemas é basicamente o mesmo para todos, com exceção do SIH, onde o prestador de serviços entrega o banco de dados mensal ao gestor municipal. As Secretarias Municipais de Saúde são responsáveis pela coleta das informações e entrada dos dados nos sistemas. Nos casos em que o sistema informatizado não foi descentralizado, o município deve enviar os formulários para as Regionais de Proteção Social, que os repassará ao setor responsável, na Secretaria de Estado de Saúde. Para um município organizar um sistema local de informações é muito simples. Primeiramente, é necessário definir quais as informações que são importantes para se conhecer a situação da morbidade e da mortalidade, isto é: quais doenças são mais comuns? quem adoeceu? onde moram? quando aconteceu? quantos morreram devido a quais doenças ou agravos? com qual idade? Com essas informações, é possível saber se estão ocorrendo doenças ou agravos preveníveis por vacinação ou tratamento precoce, ou por informação sobre higiene, cuidados pessoais, saneamento, prevenção de acidentes de trabalho etc., e então planejar as ações necessárias para diminuir ou eliminar o problema. Ao mesmo tempo, é necessário conhecer quantos Postos e Centros de Saúde existem e os serviços que oferecem; quantos profissionais de saúde existem e de quais áreas; se há agentes comunitários de saúde; equipes de saúde da família; laboratórios próprios ou contratados; se há leitos do SUS ou contratados no município; outros serviços de apoio e diagnóstico; quantas pessoas são consultadas; quantas são internadas e por qual doença ou agravo etc. Por último é necessário definir os recursos para viabilizar tudo isso, quanto o município recebe do Ministério da Saúde, da Secretaria de Estado de Saúde e, principalmente, da própria Prefeitura. A análise dos gastos com a atenção básica, a assistência e a vigilância sanitária vai permitir ao gestor identificar áreas problemáticas, acompanhar a execução de ações e priorizar medidas. Os dados mais utilizados para a análise da situação de saúde do município através de indicadores são o número absoluto, a percentagem e as taxas. O número absoluto é o número bruto: número de crianças vacinadas, número de partos normais, etc. A percentagem é a proporção de eventos de determinado tipo dentre todos os eventos: 10% de óbitos de crianças menores de 1 ano, 60% de partos normais. A taxa ou coeficiente indica o risco de determinado evento acontecer: por exemplo, o coeficiente de mortalidade infantil é calculado levando-se em conta quantas crianças menores de 1 ano morreram dentre todas as nascidas naquele ano. Se, em determinado município, o coeficiente de mortalidade infantil é de 20 óbitos por nascidos vivos, isto significa que, a cada grupo de crianças nascidas vivas, 20 morrem por ano. Estes são apenas alguns exemplos de indicadores que cada município pode utilizar para os mais diversos tipos de dados. É interessante que cada município defina quais indicadores são necessários para a sua realidade e os acompanhe regularmente. Na Secretaria Estadual de Saúde do Pará - SESPA, os Sistemas de Informações são distribuídos entre os diversos setores que são os responsáveis pelos diversos. NÚCLEO DE EPIDEMIOLOGIA SIM SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MORTALIDADE SINASC SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE NASCIDOS VIVOS Legislação Aplicada ao SUS 27

132 SINAN SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVO E NOTIFI- CAÇÃO SI-API SISTEMA DE AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE IMUNI- ZAÇÃO SI-EDI SISTEMA DE ESTOQUE E DISTRIBUIÇÃO DE IMUNI- ZAÇÃO SI-EAPV SISTEMAS DE EFETITOS ADVERSOS PÓS VACINAS SI-PAIS SISTEMA DE INF. DO PROG DE AVALIAÇÃO DE INS- TR. E SUPERVISÃO RCBP REGISTRO DE CANCER DE BASE POPULACIONAL NÚCLEO DE ENDEMIAS: SISMAL SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MALÁRIA SISFAD SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE FEBRE AMARELA E DENGUE DIRETORIA TÉCNICA: SISVAN - SITEMA DE VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL SISCOLO - SISTEMA DE CONTROLE DO CANCER DO COLO UTERINO SISDST/AIDS - SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE DST/AIDS SIHIPERDIA - SISTEMA DE CONTROLE DE HIPERTENÇOS SIAB - SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA SIAB-PLUS - SISTEMA DE INF. DA ATENÇÃO BÁSICA (Implantação outubro/2002 pelo MS) SISPACTO - SISTEMA DO PACTO DA ATENÇÃO BÁSICA DIRETORIA DE DESENVOLVIMENTO E AUDITORIA DOS SERVI- ÇOS DE SAÚDE: SIASUS SISTEMA DE INFORMAÇÃO AMBULATORIAL SIHSUS - SISTEMA DE INFORMAÇÃO HOSPITALAR SISREG SISTEMA DE REGULAÇÃO DIRETORIA ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA: SIAFEM - SISTEMAS DE INFORMAÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA PARA ESTADOS E MUNICÍPIOS SIOPS - SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE ORÇAMENTOS PÚ- BLICOS EM SAÚDE NÚCLEO DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE E PLANEJAMENTO: SISPPI - SISTEMA DE PACTUAÇÃO PROGRAMADA E INTE- GRADA SPIV - SISTEMA DE INFORMAÇÃO DO PROJETO VIGISUS CADSUS - CADASTRAMENTO DO SUS SCNS - SISTEMA CARTÃO NACIONAL DE SAÚDE(a ser implantado pelo MS para operacionalização do Projeto CARTÃO) DIVISÃO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA: HEMOCAD CADASTRO DE UNIDADES HENOTERÁPICAS HEMOPROD PRODUÇÃO MENSAL DAS UNIDADES HEMO- TERÁPICAS PRODIR PROGRAMA DESOBRIGADOR DE REGISTRO LABORATÓRIO CENTRAL: HOSPUB SISTEMA PARA HOSPITAIS PÚBLICOS SISCEL SIST. DE CONTROLE DE EXAMES LABORATORIAIS DE CD4/CD8 E CARGA VIRAL SISCAN SISTEMA DE INFORMAÇÃO DO CANCER SILTB SISTEMA INF. LABORATORIAL DE TUBERCULOSE PROMOSAN PROGRAMA NACIONAL DE MONITORAMENTO DE PRODUTOS SANEANTES DOMISSANITÁRIOS Os setores responsáveis pelos Sistemas de Base Estadual são: DEPARTAMENTO ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO SISGP-PARÁ- SISTEMA DE GESTÃO DE PROGRAMAS DO ES- TADO DO PARÁ SIMAS- SISTEMAS DE INFORMAÇÕES DE MATERIAIS E SER- VIÇOS NUCLEO DE EPDEMIOLOGIA MDDA MONITORAMENTO DAS DOENÇAS DIARRÉICAS A- GUDAS Legislação Aplicada ao SUS 28 SECRETARIA DO GABINETE: SISPRO SISTEMA DE PROTOCOLO NÚCLEO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO: SIG SISTEMA DE INFORMAÇÕES GOVERNAMENTAIS Os dados disponíveis nesta parte da nossa home page são oriundos, principalmente dos Sistemas de Informações em Saúde - SIS, gerenciados pelo DATASUS, Secretaria de Assistência à Saúde - SAS e outros órgãos do Ministério da Saúde, em conjunto com as demais Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde. Quase todos os dados que alimentam esses Sistemas de Informações em Saúde são gerados nos municípios ou nos estados e enviados ao Ministério da Saúde, que os processa e disponibiliza através da Internet. Além da Internet, o Ministério da Saúde coloca à disposição da comunidade diversos meios para obter informações sobre a gestão da saúde, dentre eles: Banco de Dados da AIH (BDAIH) - permite consultas mais detalhadas a informações dos hospitais e dos prestadores de serviço. CD-ROM das AIH: CD-ROMs mensais (completos, desde novembro/94) e anuais (reduzidos, com as informações principais, desde 93), distribuídos através das unidades regionais do Ministério da Saúde; Transferência de arquivos pela Internet (FTP): podem ser transferidos os arquivos reduzidos, assim como os programas, documentos e utilitários diversos; Transferência de arquivos pelo MS-BBS: podem ser transferidos os arquivos reduzidos, assim como programas, documentos e utilitários diversos; Tabulações especiais: podem ser solicitados ao DATASUS. Podem também ser obtidas algumas informações do extinto Cadastro de Estabelecimento do Ministério da Saúde (1988). Formas de contato com o DATASUS: Por correspondência ou ofício: Ministério da Saúde Secretaria Executiva Departamento de Informática do SUS Coordenação Geral de Informações de Saúde Rua México, 128, 8º andar CEP Castelo Rio de Janeiro - RJ Por fax: (21) Por info@datasus.gov.br Pode ser utilizado para contato, também, o MS-BBS (Bulletim Board System) do DATASUS, através do telefone (21) , em velocidade de até 56 Kbps, configuração 8-N-1, 24 horas por dia. Neste BBS, podem ser copiados (download) para o seu micro novas versões dos softwares distribuídos, assim como outros utilitários e arquivos de interesse para a área de saúde. O aplicativo utilizado para realização de tabulações na Internet é o TabNet, cuja versão atual é a 2:2. O programa TabNet foi elaborado com a finalidade de permitir às equipes técnicas do Ministério da Saúde, das Secretarias Estaduais de Saúde e das Secretarias Municipais de Saúde a realização de tabulações rápidas sobre os arquivos.dbf, que constituem os componentes básicos dos Sistemas de Informações do Sistema Único de Saúde dentro de suas Intranets ou em seus sites Internet. Os seguintes requisitos foram considerados essenciais para permitir a ampla utilização do programa: Ser suficientemente rápido, de forma a permitir a tabulação de grandes massas de dados em servidores linha Intel, equipamentos de baixo custo. Interface simples de interação com o usuário concentrando todas as opções de tabulação em um único questionário - FORM (formulário HTML). Forma aberta de inclusão de novas definições de arquivos e de tabelas de conversão de variáveis sem alterar o programa, de manei-

133 ra a permitir que, no campo, as equipes técnicas das Secretarias de Saúde o utilizassem para realizar tabulações de outros tipos de.dbf. Concatenar logicamente arquivos de anos ou meses diferentes produzindo séries históricas dos dados. Transferir para o usuário, via Intranet ou Internet, os dados no formato do TABWIN para permitir aos mesmos integrar em uma mesma planilha dados de bases diferentes, calcular indicadores, e produzir gráficos e mapas a partir dessas informações. O CARTÃO NACIONAL DE SAÚDE: INSTRUMENTO PARA UM NO- VO MODELO DE ATENÇÃO? Janete Maria Ferreira Médica, técnica da Gerência de Epidemiologia e Informação Este texto está fortemente baseado em um artigo de difusão técnicocientífico do Ministério da Saúde, onde são feitos alguns apontamentos acerca da relação entre conceitos e ações para promoção da saúde, reorientação do modelo de atenção e o Cartão Nacional de Saúde. Segundo esse artigo, "o nível federal deve colocar a disposição dos demais gestores instrumentos que possam estimular, subsidiar e dar suporte à administração e aperfeiçoamento dos sistemas estaduais e municipais e às transformações do modelo e reorganizações dos sistemas e redes de atenção" e " sob tal enfoque o Cartão Nacional de Saúde é um desses instrumentos". O Cartão SUS está fundamentado na necessidade de identificação individualizada dos usuários. Segundo seus idealizadores, a partir de um Cadastro do SUS, baseado no número do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de Assistência ao Servidor Público (PASEP), cada cidadão terá um cartão identificador de abrangência nacional. A introdução desse mecanismo de registro vem atender à necessidade apresentada, qual seja, conhecer o fluxo dos usuários entre os diversos serviços de saúde, na medida em que são associadas as informações sobre os atendimentos ou ações de saúde à clientela atendida nos diversos níveis do sistema. Ao vincular a informação ao usuário (e não ao procedimento) torna-se possível o cruzamento de dados entre os sistemas e prestadores, ampliando-se a capacidade de controle e auditoria. De fato, os sistemas de informações de base nacional atualmente existentes captam, primariamente, informações referentes aos eventos da vida relacionados à saúde: nascimentos, ações assistenciais, ocorrências de agravos, diagnósticos, terapias e óbitos. Entretanto, nenhum desses sistemas consegue identificar a clientela do Sistema Único de Saúde (SUS) e explicitar sua vinculação a um gestor sanitário ou a cobertura pretendida pelas ações praticadas. Nesse sentido, o Cartão Nacional de Saúde tem como objetivo a modernização dos instrumentos de gerenciamento da atenção a saúde e sua característica principal será a possibilidade de identificação dos usuários. Para tanto, será utilizado o Cadastro Nacional de Usuários, baseado no número do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de Assistência ao Servidor Público (PASEP). Cada cidadão receberá um Cartão identificador que identificará o usuário em todos os seus contatos com o SUS e acompanhará a sua evolução dentro do sistema, com efeitos na atenção individual e no planejamento das ações de saúde. Em relação aos sistemas de informação de base nacional, essa identificação permitirá (1) a integração entre os eventos de vida e as ações desenvolvidas e (2) a avaliação de processo e impacto dessas ações, conforme detalhado a seguir. Legislação Aplicada ao SUS 29 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES DE BASE NACIONAL: - Sistema de Informações de Nascidos Vivos (SINASC): Implantado em Belo Horizonte a partir de 1992 e em vigor nacionalmente desde 1994, coleta as Declarações de Nascidos vivos (DN), preenchidas nos estabelecimentos de saúde ou em cartórios (em caso de parto domiciliar). Esse sistema permite a vigilância à saúde dos recém-nascidos, além de fornecer uma série de indicadores estatísticos, permitindo avaliar a qualidade e cobertura da atenção prénatal e ao parto. - Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM): É o mais antigo sistema de informação de saúde no país; implantado em 1976, vigora nacionalmente desde Sua fonte de informação é a Declaração de Óbito (DO. Como se relaciona ao evento final, os indicadores sobre mortalidade permitem avaliar o impacto das a- ções de saúde, assim como diagnósticos de saúde da população. Com a identificação a partir do Cartão, será possível relacionar o evento às ações desenvolvidas pelo SUS, avaliando a qualidade e cobertura da assistência. - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH-SUS): A- brange todas as internações realizadas pelo SUS, tanto na rede pública quanto contratada, sendo oriundo do antigo INAMPS- MPAS. As informações de entrada no sistema são oriundas dos dados da AIH, a Autorização de Internação Hospitalar. Com a identificação do Cartão será possível reconhecer o indivíduo internado (atualmente cada internação gera um número diferente) e com isso, conhecer os casos de reinternação e de internações sucessivas. Através do cruzamento com outros bancos de dados, a identificação do usuário permite enfocar a sequência de eventos e a- ções: nascimentos, internações e óbitos. Além disso, as informações hospitalares podem, enquanto evento sentinela, avaliar as ações básicas desenvolvidas pelos municípios. - Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA-SUS): Registra a produção de serviços ambulatoriais realizadas pela rede SUS, com 60 mil unidades prestadoras em todo o país. Ao contrário do SIH-SUS o registro não é individualizado, principalmente devido ao volume de atendimentos realizados. Com a implantação do Cartão SUS (associado a tecnologias da informação) é possível individualizar os dados, tornando possível a construção de informações sobre o perfil do usuário (sexo, faixa etária), diagnóstico do atendimento (morbidade ambulatorial) e cobertura das ações assistenciais. Dentro do SIA-SUS, foi recentemente desenvolvido o Sistema APAC - Autorização para Procedimentos de Alto Custo-Complexidade - que trata da assistência ambulatorial em procedimentos de alto custo ou alta complexidade, como hemodiálise e oncologia. A identificação do usuário permitirá o cruzamento das informações da APAC com o sistema hospitalar (importante função para controle de fraudes, uma vez que, sem a identificação do indivíduo, os procedimentos podem ser constar tanto na APAC quanto no SIH-SUS) e com o sistema de óbitos (importante função para controle de fraudes, uma vez que, sem a identificação do indivíduo, os procedimentos podem ser cobrados mesmo após o óbito). - Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN): Tem como objetivo coletar, transmitir e disseminar dados rotineiramente gerados pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica, permitindo a investigação e acompanhamento de agravos e fornecendo informações para análise do perfil de morbidade. Através do cruzamento com outros bancos de dados, a identificação do usuário permite enfocar a sequência de eventos e ações de saúde, construindo indicadores de incidência e prevalência e relação causal. - Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (PNI): Tem como objetivo contribuir para o controle, eliminação e/ou erradicação das doenças transmissíveis e imunopreviníveis, com a imunização sistemática da população. Com o Cartão SUS e a identificação do usuário, será possível o cálculo preciso de índices de cobertura, especialmente em pequenos espaços, tais como, micro-áreas, áreas de abrangência de Centros de Saúde e Distritos Sanitários - Sistema de Informações de Atenção Básica (SIAB): Coleta informações para o planejamento, acompanhamento e avaliação das ações desenvolvidas pelos Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e pelas equipes de Saúde da família (PSF). Com a implantação do Cartão SUS (associado a tecnologias da informação) será possível individualizar os dados, tornando possível a construção de informações sobre a cobertura das ações desenvolvidas e acompanhamento dos indicadores de saúde da população assistida. Em resumo, o Cartão SUS traz como característica fundamental a possibilidade de identificação individualizada dos usuários do SUS, em todos os seus contatos com os serviços de saúde, acompanhando sua evolução dentro do Sistema. Esse acompanhamento, com efeitos na atenção individual e no planejamento das ações de saúde, oferece novos recursos para auditoria, combate às fraudes e reorganização dos sistemas e redes de

134 atenção a saúde no Brasil Nesses termos, retorna-se à assertiva que inaugura este texto, que diz respeito a relação entre o Cartão SUS e o modelo assistencial. O CARTÃO NACIONAL E A ATENÇÃO A SAÚDE Pelos preceitos e conceitos discutidos até aqui, o Cartão Nacional de Saúde pode ser entendido como um importante instrumento para a gestão dos sistemas de saúde no país. Segundo o Ministério da Saúde, para atender a essa expectativa o sistema do cartão SUS deverá ser capaz de: - integrar os diversos sistemas de informações em saúde de Base Nacional existentes, tornando factível o intercâmbio de dados e ensejando a rediscussão das metodologias de coleta dos dados e de geração das informações de saúde; - promover uma vinculação entre atendimento em estabelecimento de saúde do SUS e usuário de serviços de saúde, permitindo a i- dentificação da clientela do sistema e a individualização dos procedimentos. Essas características conferem ao projeto uma grande importância para a reorganização da atenção à saúde no país, subsidiando (1) a definição das prioridades nas ações de saúde, (2) o acompanhamento das políticas realizadas, (3) a mensuração da cobertura das atividades desenvolvidas e (4) a detecção de pontos de estrangulamento do sistema de saúde. Entretanto, a construção de um arcabouço informacional adequado não garante, por sí só, a redefinição dos processos de atenção à saúde. Para isso, é necessário assegurar que a implementação do Cartão Nacional seja acompanhada de uso intensivo e efetivo do arsenal de dados por ele gerado. Os avanços atingidos pela implantação do Cartão SUS não podem ficar restritos apenas a disponibilidade das informações necessárias ao planejamento e à tomada de decisões. As informações não são "automaticamente" incorporadas ao processo decisório. De fato, a efetividade no uso de qualquer sistema de informação exige que as organizações de saúde assumam a responsabilidade de transformar a informação numa ferramenta de compreensão da realidade que, por sua vez, se transforme na base para a reorientação das ações hoje desenvolvidas. A meu ver, é necessário buscar a efetiva compreensão e utilização do arcabouço informacional a ser gerado pela implantação do Cartão SUS, como forma de melhorar a qualidade dos dados coletados e transformar a informação em recurso para a tomada de decisão. Utilizando-se desses fundamentos, as organizações públicas de saúde poderiam buscar a efetividade dos serviços oferecidos aos cidadãos e ampliar a capacidade de gestão do sistema. Com efeito, uma estratégia orientada para a utilização do conhecimento na área pública de saúde pode contabilizar êxitos, cada vez maiores, na construção de um novo modelo de atenção. PROVA SIMULADA 1. A figura abaixo ilustra o ciclo reprodutivo do parasita: a) Ancylostcma b) Ascaris c) Taenia d) Schistosoma e) Plasmnodium 2. A seta A, na figura da questão anterior, indica: a) cisto b) indivíduo adulto c) miracidio d) ovo não-fecundado e) larva que infecta o homem 3. (CESCEM) A poluição de um rio depende da proporção existente entre a quantidade de poluentes e a vazão do rio que a recebe. Considerando: I vazão do rio II III quantidade de poluentes poluição podemos afirmar que: a) se I e li aumentam, III diminui sensivelmente b) se I aumenta e II é constante, III tende a diminuir c) se I diminui e II é constante, III tende a diminuir d) se I e II forem constantes, III tende a aumentar 4. (CESCEM) Os gráficos abaixo referem-se As populações de organismos de dois rios de uma bacia hidrográfica, poluída pela eliminação de resíduos das indústrias da região. Os números das abscissas representam as espécies estudadas. Nas ordenadas estão os números de indivíduos de cada espécie. A análise desses dados mostra que: a) A poluição pode reduzir o número de algumas formas de vida e aumentar ode outras. b) A poluição aumenta a competição entre as espécies sobreviventes quê, por isso, passam a ter menor número de indivíduos. c) O número de indivíduos de todas as populações reduz-se drasticamente, qualquer que seja o grau de poluição. d) Todas as espécies têm o mesmo grau de tolerância á poluição. 5. (CESCEM) A malária é causada por uni protozoário do gênero Plasmodium, que é transmitido ao homem pelas fêmeas dos mosquitos do gênero Anophdes, as quais depositam ovos no funil formado pelas folhas de Bromeliáceas, onde a água se acumula. Do ponto de vista da manutenção do equilíbrio ecológico de uma região, qual seria a medida mais indicada? a) Erradicação dos insetos transmissores com DDT. b) Extermínio das Bromeliáceas. c) Uso de (a) e (b). d) Eliminação das aves que se alimentam dos insetos transmissores. e) Somente tratando o doente. 6. (CESCEM) O hospedeiro intermediário do S histosoma é um: a) percevejo (hemiptero) b) pernilongo (diptero) c) carrapato (ácaro) Legislação Aplicada ao SUS 30

135 d) caramujo (gastrópode) e) mosquito 7. (CESCEM) Como medidas preventivas contra a infestação pelos parasitos Schistosoma mansoni e Taenia saginata. deve-se evitar, respectivamente: a) comer carne bovina mal cozida; nadar em reservatórios de água doce desconhecidos. b) andar descalço; nadar em reservatórios de água doce desconhecidos. c) nadar em reservatórios de água doce desconhecidos; comer verduras mal lavadas. d) nadar em reservatórios de água doce desconhecidos; comer carne bovina mal cozida. 8. (CESCEM) O barbeiro, agente transmissor do Mal de Chagas (Tripanossomiase), é um: a) mosquito b) percevejo c) besouro d) carrapato e) pernilongo 9. Assinale a alternativa que contiver as doenças endêmicas causadas, exclusivamente, por vermes: a) amarelão, teniase (solitária) e ascaridíase (lombriga) b) bócio (papo), sarampo e meningite c) esquistossomose, varíola e febre amarela d) difteria. coqueluche e doença de Chagas e) sarampo, amarelão e Mal de Chagas. 10. A doença do sono é causada por: a) Trypanosoma cruzi d) Plasnzodium vivax b) Trypanosoma gambiensi e) Necator americanus c) Leishmania spp. 11. O Art. 198 da Constituição Federal refere à descentralização como uma das diretrizes do Sistema Único de Saúde. Na perspectiva da gestão municipal da saúde, o Recife é divido em: A) 4 distritos sanitários. B) 5 distritos sanitários. C) 6 distritos sanitários. D) 7 distritos sanitários. E) 8 distritos sanitários. 12. A Lei Orgânica da Saúde (Lei 8080, de 19 de setembro de 1990) recomenda o uso da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática do Sistema Único de Saúde. O primeiro momento do processo de planejamento que usa dados e informações epidemiológicas para conhecer a situação de saúde-doença de uma determinada população é denominado: A) diagnóstico. B) normativo. C) operacional. D) tático. E) estratégico. 13. A Norma Operacional da Assistência à Saúde NOAS-SUS 01/2001 estabelece as responsabilidades do gestor municipal, os requisitos relativos às modalidades de gestão e as prerrogativas que favorecem o seu desempenho. Segundo essa norma, os municípios podem habilitar-se nas condições de: A) Gestão Incipiente da Atenção Básica Ampliada e Gestão Parcial do Sistema Municipal. B) Gestão Semiplena da Atenção Básica Ampliada e Gestão Plena do Sistema Municipal. C) Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada e Gestão Plena do Sistema Municipal. D) Gestão Parcial da Atenção Básica Ampliada e Gestão Semiplena do Sistema Municipal. E) Gestão Incipiente da Atenção Básica Ampliada e Gestão Plena do Sistema Municipal. Minha principal convicção hoje é que o alcoolismo é um problema de Legislação Aplicada ao SUS 31 dimensões trágicas ainda subdimensionadas. O maior dano do alcoolismo é a destruição de famílias inteiras. O alcoolismo é resultado de um cérebro que perdeu a capacidade de decidir quando começar a beber e quando parar. Os japoneses têm um provérbio que diz: "Primeiro o homem toma uma bebida, e depois a bebida toma o homem". O indivíduo alcoólatra é alguém que perdeu a liberdade de escolha. 14. Um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos. Esse texto, extraído da Lei Orgânica da Saúde, se refere à: A) vigilância entomológica. B) vigilância sanitária. C) vigilância epidemiológica. D) vigilância clínica. E) vigilância ocupacional. 15. São princípios do Sistema Único de Saúde (SUS): 1) universalidade de acesso aos serviços de saúde, em todos os níveis de assistência. 2) participação da comunidade. 3) igualdade de assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie. 4) integralidade da assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo de ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso, em todos os níveis de complexidade do sistema. 5) descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo. Estão corretas: A) 1, 2 e 4 apenas B) 3, 4 e 5 apenas C) 2 e 4 apenas D) 1, 3 e 5 apenas E) 1, 2, 3, 4 e A Lei Orgânica da Saúde, Lei de 19 de setembro de 1990, e a Lei de 28 de dezembro de 1990 estabelecem, com relação ao financiamento e à gestão financeira do SUS, que: A) o orçamento da Previdência Social destinará ao SUS, de acordo com a receita estimada, os recursos necessários à realização de suas finalidades. B) os valores a serem transferidos pelo Governo Federal aos municípios obedecerão à lógica do pagamento por produção, aliado à consideração do perfil epidemiológico da população. C) as transferências intergovernamentais para a saúde serão distribuídas proporcionalmente ao número de habitantes. D) os recursos financeiros do SUS serão depositados em conta especial, em cada esfera de atuação, e movimentados sob fiscalização dos respectivos conselhos de saúde. E) a fim de receberem os recursos do Fundo Nacional de Saúde, para cobertura de ações e serviços de saúde, é suficiente que os municípios tenham Fundo de Saúde, Conselho de Saúde e Conferência de Saúde. 17. A Norma Operacional Básica da Assistência à Saúde NOAS-SUS 01/01 - considera que a estratégia da Saúde da Família encontra-se em expansão e vem se consolidando como um eixo estruturante para a organização da atenção à saúde. Os Programas de Saúde da Família (PSF) e os Programas de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), compõem o modelo assistencial, na perspectiva de: A) garantir os cuidados suficientes às necessidades da população, privilegiando a atenção básica e simplificando o modelo assistencial. B) privilegiar o modelo assistencialista de atenção à saúde, tendo o médico como sujeito central e fundamental no processo de saúde. C) funcionar como porta de entrada do sistema de saúde, articulando-se com a atenção secundária e terciária. D) responder ao perfil epidemiológico predominante no país, pelo qual o adoecimento deve-se a problemas de saúde coletiva. E) estruturar os sistemas municipais de saúde, com base na predominância de níveis secundários de atenção.

136 18. De acordo com a Lei 8080/90, são da competência das três esferas de governo as ações abaixo citadas, exceto aquelas relacionadas: A) ao saneamento básico. B) à vigilância sanitária. C) à saúde do trabalhador. D) à vigilância epidemiológica. E) ao controle da natalidade. 19. A vigilância sanitária consiste em um conjunto de ações: A) capazes de eliminar, diminuir e prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente. B) destinadas à detecção de determinadas doenças que afetam as comunidades da periferia urbana. C) voltadas exclusivamente à fiscalização de alimentos destinados aos centros de distribuição. D) programadas para avaliação e controle do valor nutricional dos alimentos hortigranjeiros. E) destinadas à fiscalização do meio ambiente, sobretudo em regiões afetadas por grandes estiagens. 20. Em relação à saúde do trabalhador, a Lei 8080/90 contém atividades que abrangem: 1) recursos humanos destinados à proteção permanente do ambiente de trabalho. 2) estudos, pesquisas, avaliação e controle de riscos e agravos potenciais à saúde presentes em situações de trabalho. 3) assistência ao trabalhador vítima de acidente de trabalho. 4) avaliação do impacto que as tecnologias causam à saúde. 5) participação do Sindicato dos Trabalhadores na defesa dos mesmos, quando existir risco iminente de agravo à saúde. Estão corretas apenas: A) 1, 3, 4 e 5 B) 1, 2 e 5 C) 1 e 4 D) 2, 3 e 4 E) 2, 3, 4 e D 02. C 03. B 04. A 05. B 06. D 07. D 08. B 09. A 10. B RESPOSTAS Legislação Aplicada ao SUS 11. C 12. A 13. C 14. C 15. E 16. D 17. C 18. E 19. A 20. E 32

137 1 QUALIDADE NO ATENDIMENTO AO PÚBLICO. COMUNICABILIDADE, APRESENTAÇÃO, ATEN- ÇÃO, CORTESIA, INTERESSE, PRESTEZA, EFICI- ÊNCIA, TOLERÂNCIA, DISCRIÇÃO, CONDUTA E OBJETIVIDADE. Qualidade no atendimento ao público A qualidade no atendimento é pré-requisito de qualquer serviço prestado no mercado, tanto no setor público quanto no privado. Aqui, interessa que essa qualidade esteja voltada também para os pré-requisitos constitucionais do ato administrativo e dos princípios gerais da administração pública, já comentados nos tópicos de Direito Administrativo e constitucional. Mas também estão relacionados a: Comunicabilidade Tanto na sua divulgação (publicidade) quanto na entrega do serviço, o ato de atendimento público deve ser livre de embaraços e complicações na sua prestabilidade. Deve chegar como informação completa e eficaz, capaz de realizar-se como atendimento às necessidades a que se propõe satisfazer. Mas também é pré-requisito ligado diretamente ao comportamento do servidor que entrega o serviço, que deverá portar-se de maneira gentil, objetiva e eficaz, na mesma proporção e com os mesmos objetivos no atendimento. Apresentação A apresentação se refere ao servidor, que deverá estar sempre de a- cordo com a prestação a que se determinou. Assim, é importante que esteja adequadamente trajado, demonstrando higiene e organização pessoal. Atenção Refere-se à atenciosidade desprendida no ato do atendimento. É imprescindível para a conclusão de eficiência do atendimento. Cortesia Ser cortês e polido é obrigação que provém da urbanidade, requisito constitucional do ato de atendimento. Interesse e presteza São importantíssimos para concluir o atendimento em eficiência. Estão expressos na boa vontade e determinação em atingir os objetivos do atendimento, até fim. Eficiência Requisito já comentado, é o cerne da realização do ato de atendimento. É tão importante que está prescrito no texto da Constituição Federal como princípio da administração pública. Tolerância Leia-se aqui paciência, para não se confundir com favorecimento mediante benevolência. Deve o funcionário ser tolerante com o público atendido ou assistido, no sentido de compreender suas dificuldades e viabilizar a melhor e mais adequada solução do problema apresentado. Discrição Recomenda-se que seja o servidor discreto no atendimento, evitando situações de constrangimento para os atendidos, não adentrando em situações particulares ou impertinentes. É comum o atendido expor certas situações pessoais (atendimento médico, por exemplo) ou segredos de família (atendimento jurídico) que devem ser tratadas com a devida reserva e respeito. Conduta É o conjunto de todas essas recomendações e práticas, no ato do a- tendimento, dentro dos critérios de urbanidade já mencionados. Mas também é a livre condução de sua vida privada, que deverá ser sempre condizente com o exercício do cargo que ocupa. Ex.: as restrições de comportamento social inadequado por que passam os juízes e promotores, sob risco de comprometerem a qualidade e credibilidade dos seus trabalhos. Objetividade Ligado à eficiência e à presteza. Devem ser os atendimentos feitos com loquacidade, tornando-se práticos e simplificados ao máximo para o atendido. Alcançar o objetivo do atendimento, sem rodeios ou dificuldades adicionais. 2 TRABALHO EM EQUIPE. 2.1 PERSONALIDADE E RELACIONAMENTO. 2.2 EFICÁCIA NO COMPOR- TAMENTO INTERPESSOAL. 2.3 FATORES POSITI- VOS DO RELACIONAMENTO. 2.4 COMPORTAMEN- TO RECEPTIVO E DEFENSIVO, EMPATIA E COM- PREENSÃO MÚTUA. Servidor e opinião pública (o órgão e a opinião pública) Nos dias de hoje, um dos elementos de mensuração da qualidade é a opinião pública. Mas aqui, trata-se mais da imagem que tem o servidor e o órgão público a que pertence. Tomemos como exemplo o INSS e a sua já clássica má fama no atendimento ao público. Muitas vezes isso decorre, mas da desorganização dos serviços prestados, do mau planejamento, da inadequação de práticas administrativas do que da real conduta de seus servidores. Isso torna a imagem do serviço e por conseqüência, do órgão, associada à má qualidade, o que gera uma imagem pública ruim. Outro exemplo é o atendimento médico na saúde pública, que dispensa maiores comentários. Essa imagem de descaso e ineficiência reflete na opinião que o público em geral tem desses serviços. Fatores positivos do relacionamento Chamamos de fatores positivos todos aqueles que, num somatório geral, irão contribuir para uma boa qualidade no atendimento. Assim, desde que cumpridos ou atendidos todos os requisitos antes mencionados para o concurso de um bom atendimento, estaremos falando de um bom relacionamento entre servidor e atendidos. Os níveis de relacionamento aqui devem ser elevados, tendo em vista sempre o direito de cada assistido de receber com qualidade a supressão de suas necessidades. Comportamento receptivo e defensivo Receptivo, como o próprio nome já diz, é o comportamento que transcorre naturalmente aberto, solícito, prestativo, objetivo, claro, sem rodeios, indo direto ao ponto da necessidade do atendido. Defensivo, ao contrário, é aquele em que o servidor cria obstáculos e dificuldades para livrar-se do encargo, obstruindo a qualidade. Empatia e compreensão mútua E empatia é resultado de uma preparação do servidor em atender. De sua dedicação ao exercício da função. Deve ser natural e quase pessoal. Pode estar resumido no aspecto daquele servidor que gosta do que faz. Será muito mais fácil transmitir empatias nesses casos. O resultado da empatia, mesmo que consciente e provocada com gentileza, é a compreensão mútua, que certamente facilitará o atendimento e a conclusão pela eficiência. Trabalho em equipe Dez ótimas dicas para o trabalho em equipe Cada vez mais o trabalho em equipe é valorizado. Porque ativa a criatividade e quase sempre produz melhores resultados do que o trabalho individual, já que "1+1= 3". Por tudo isto aqui ficam dez dicas para trabalhar bem em equipe. 1. Seja paciente Nem sempre é fácil conciliar opiniões diversas, afinal "cada cabeça uma sentença". Por isso é importante que seja paciente. Procure expor os seus pontos de vista com moderação e procure ouvir o que os outros têm a Conhecimentos Específicos 1

138 dizer. Respeite sempre os outros, mesmo que não esteja de acordo com as suas opiniões. 2. Aceite as ideias dos outros As vezes é difícil aceitar ideias novas ou admitir que não temos razão; mas é importante saber reconhecer que a ideia de um colega pode ser melhor do que a nossa. Afinal de contas, mais importante do que o nosso orgulho, é o objetivo comum que o grupo pretende alcançar. 3. Não critique os colegas As vezes podem surgir conflitos entre os colegas de grupo; é muito importante não deixar que isso interfira no trabalho em equipe. Avalie as ideias do colega, independentemente daquilo que achar dele. Critique as ideias, nunca a pessoa. 4. Saiba dividir Ao trabalhar em equipe, é importante dividir tarefas. Não parta do princípio que é o único que pode e sabe realizar uma determinada tarefa. Compartilhar responsabilidades e informação é fundamental. 5. Trabalhe Não é por trabalhar em equipe que deve esquecer suas obrigações. Dividir tarefas é uma coisa, deixar de trabalhar é outra completamente diferente. 6. Seja participativo e solidário Procure dar o seu melhor e procure ajudar os seus colegas, sempre que seja necessário. Da mesma forma, não deverá sentir-se constrangido quando necessitar pedir ajuda. 7. Dialogue Ao sentir-se desconfortável com alguma situação ou função que lhe tenha sido atribuída, é importante que explique o problema, para que seja possível alcançar uma solução de compromisso, que agrade a todos. 8. Planeje Quando várias pessoas trabalham em conjunto, é natural que surja uma tendência para se dispersarem; o planejamento e a organização são ferramentas importantes para que o trabalho em equipe seja eficiente e eficaz. É importante fazer o balanço entre as metas a que o grupo se propôs e o que conseguiu alcançar no tempo previsto. 9. Evite cair no "pensamento de grupo" Quando todas as barreiras já foram ultrapassadas, e um grupo é muito coeso e homogêneo, existe a possibilidade de se tornar resistente a mudanças e a opiniões discordantes. É importante que o grupo ouça opiniões externas e que aceite a ideia de que pode errar. Aproveite o trabalho em equipe Afinal o trabalho de equipe, acaba por ser uma oportunidade de conviver mais perto de seus colegas, e também de aprender com eles. Trabalho em equipe É da essência do trabalho em órgãos públicos o inter-relacionamento de qualidade ímpar, devido ao alto grau de responsabilidade desejado. Como os órgãos obedecem a estruturas pré-determinadas por Lei, as repartições, seções, departamentos, etc. já trazem pronta a sua funcionabilidade e todas elas, sem exceção, dependem de trabalho em equipe. É o perfil principal da administração moderna, que se projeta na administração pública como solução inteligente (isso ocorre já há alguns anos). Assim, o trabalho em equipe deixa de ser uma característica para ser uma determinante superior de funcionabilidade do setor público. Ainda que funcione isoladamente, sozinho num posto de atendimento, o servidor terá vinculada a sua rotina a de outros colegas, que recebem sua produção ou lhe enviam informações e procedimentos a serem cumpridos. Não há muito que se falar em personalidade do servidor e tampouco do setor em que funciona, pois as instruções que normatizam sua prestabilidade são determinadas em escala decrescente (vêm de cima para baixo, já prontas) e sua conduta profissional está amarrada no código de ética do serviço público. Tanto com os colegas de trabalho quanto no atendimento ao público, sua personalidade deve ser moldada segundo os princípios que regem o atendimento público, como vimos no texto sobre a ética no serviço público. Comportando-se de acordo com aqueles princípios, o servidor estará atendendo perfeitamente ao perfil de personalidade desejado para o exercício da função pública. Eficácia no comportamento interpessoal Está ligada diretamente ao princípio de mesmo nome, que norteia o serviço público, a administração pública e demais atividades em que o interesse público é alvo ou cliente. Significa que o servidor não pode se interpor, em atitude de cunho pessoal, ante os interesses coletivos, sem risco de comprometer a eficácia, a segurança da realização do serviço, do atendimento, da prestação pública. Os funcionários públicos são treinados para atuarem segundo o que hoje se chama etiqueta profissional, uma espécie de código de conduta convencional, nascido no próprio mercado, das relações modernas do mundo dos negócios e que permeou para a qualidade de atendimento e inter-relacionamentos no setor público. O saber se comportar e a aparência são questões cada vez mais exigidas para o funcionário público. As administrações desenvolvem cursos e treinamento para prepararem seus funcionários. Quem faz o curso aprende ainda: a) a criticar com resultados positivos; b) transformar reclamações em resultados e lidar com colegas e clientes de temperamento difícil; c) apresentar ideias e projetos com eficiência; d) conduzir reuniões e até mesmo contornar situações mais graves, como o assédio sexual, por exemplo NOÇÕES DE RELAÇÕES HUMANAS 1 - Introdução Vivemos num tempo em que o avanço dos transportes, da urbanização, da comunicação de massa, da tecnologia e da informática coloca o ser humano em maior contato com o mundo, com a sua própria nação e consigo mesmo. No entanto, toda essa evolução dificulta, de certa forma, o envolvimento entre os seres humanos, pois a atenção do homem está voltada para a tecnologia, muito mais do que para as relações humanas. Este distanciamento do homem para com o próprio homem gera insatisfações, angustias, vazios e ansiedade nos indivíduos. Podemos ver um lado positivo em nossa época, que é a tendência de, ao nos isolarmos, sermos levados a tomar consciência de nós mesmos. Quanto maior a nossa disponibilidade em relação a nós mesmos, maior abertura teremos para com os outros e cada vez mais o nosso ser pessoal se tornará social. Isto porque já não teremos receio dos outros e/ou do ambiente, pois o ser pessoal aprendeu a lidar consigo mesmo. Durante toda a vida, somos afetados pôr nossa habilidade de nos relacionarmos com outras pessoas, quer com indivíduos quer com grupos. É uma das habilidades mais importantes que o ser humano pode desenvolver e a comunicação interpessoal. Podemos ajudar o indivíduo a abrir-se para uma experiência total de si mesmo, para um relacionamento humano eficaz e para ser um comunicador mais eficiente, oferecendo-lhe a oportunidade de estabelecer bons relacionamentos dentro do grupo ao qual pertence, seja este profissional, familiar, social, religioso, político, etc. Em tal grupo, o indivíduo deve ser respeitado como uma pessoa específica, com suas inibições, frustrações, angustias, satisfações, ansiedades, enfim, pela sua individualidade enquanto ser humano. Personalidade e relacionamento no trabalho Conhecimentos Específicos Relações Humanas

139 Comumente, entende-se a expressão "relações humanas" como sendo os contatos que se processam, em todas as situações, entre os seres humanos. Muitas pessoas podem falar sobre relações humanas, discuti-las em conferências, discursos e mesmo em conversas informais, mas não são capazes de concretizar essas relações. Efetuar "relações humanas", significa, portanto, muito mais do que estabelecermos e/ou mantermos contatos com outros indivíduos. Significa entender o relacionamento entre as pessoas, compreende-las, respeitando a sua personalidade, cuja estrutura é, sem duvida, diferente da nossa. Além de compreender os indivíduos, precisamos ter flexibilidade de a- ção (comportamento), ou seja, adequar o nosso comportamento, apropriadamente, a uma situação dada, com determinadas pessoas. Dentro de um sistema empresarial, existe a organização técnica e a organização humana. Estas organizações estão inter-relacionadas e são interdependentes. A organização humana de uma fabrica é muito mais do que um simples conjunto, um agrupamento de indivíduos, pois cada um deles tem seus próprios sentimentos, interesses, desejos, frustrações, necessidades físicas e sociais, associados a sua própria história de vida. Tais indivíduos, dentro desse sistema empresarial, estabelecem freqüentes inter-relações, cada qual com uma forma particular de se comunicar. É claro que uma grande parte dessas relações é criada pelas características do trabalho, como, por exemplo, os técnicos de segurança que, por imposição de suas próprias tarefas, passam a maior parte do tempo estabelecendo e mantendo contatos com todos os operários das varias seções da fábrica. Quase toda a atividade executada pelos técnicos de segurança envolve relacionamento com outras pessoas. Por este motivo, ele deve estar atento a essas relações, deve procurar manter um ambiente, onde as comunicações possam se processar de forma aberta, confiante e adequada. Um ponto importante, que devemos levar em consideração, são as diferenças entre as pessoas. Saber que cada pessoa é especifica, original e possui reações próprias; que, em sua formação, cada uma foi marcada por realidades diferentes: meio familiar, escolar, cultural, social profissional, etc, e que cada indivíduo atuará em função de sua própria experiência de vida. Devemos saber, também que toda pessoa tem necessidades que dirigem o seu comportamento, as quais ela procura constantemente satisfazer. Não só as pessoas são diferentes entre si, mas também as necessidades variam de indivíduo para indivíduo. Esta grande diversidade pode se constituir em uma imensa riqueza humana, mas, de início, pode ser fonte de oposições violentas entre os indivíduos. Por estes motivos, devemos estar aberto para respeitar tais diferenças. Outro fator relevante é o que se refere aos Juízos de Valor acerca das pessoas. Normalmente, temos tendência para julgar os atos e as palavras dos outros em função da nossa própria experiência e de certos preconceitos. Este conformismo no julgamento é muito grave, pois nos arriscamos a classificar as pessoas por categorias e de forma definitiva. Deixamos, pois, de perceber o indivíduo tal como ele é, e de manter o diálogo, se não reagirmos rápida e eficazmente contra este tipo de atitude. Outro ponto a ser considerado é o Uso da Linguagem. A nossa linguagem pode constituir um obstáculo a comunicação e consequentemente afetar o relacionamento humano. E preciso, sempre, nos colocarmos no lugar da pessoa que esta nos ouvindo. Conhecimentos Específicos 3 Devemos usar um vocabulário adaptado à realidade com a qual estamos trabalhando, um vocabulário compreensível para todos. Um outro aspecto a ser focalizado é a Falta de Abertura. Muitas vezes, temos uma ideia ou tomamos uma posição para a qual tentamos, simplesmente, obter a aprovação dos outros, sem ouvi-los, sem dar atenção ao que eles pensam e dizem. Se nós fecharmos sobre nós mesmos, ficaremos limitados ao monologo, deixando de receber e aprender muitas informações valiosas para o nosso crescimento, e mesmo o aperfeiçoamento humano, em geral, estará sendo prejudicado. Estar disponível em relação ao outro exige um esforço permanente, mas compensador, porque, só assim, poderemos manter um autentico e profundo relacionamento, que invariavelmente gera satisfação. Como podemos observar, se as verdadeiras relações humanas são proveitosas e importantes de se praticarem pois evitam comportamentos desajustados que foram gerados por insatisfações; mantém o bem-estar individual e coletivo e, acima de tudo, proporcionam segurança, paz e tranqüilidade aos indivíduos e à empresa. 3 - Dinâmica de Grupo Kurt Lewin, psicólogo alemão, e reconhecido por todos no campo da Psicologia de Grupo foi um dos primeiros teóricos e experimentadores das leis dinâmicas que regem o comportamento dos indivíduos em grupo. Para este autor, todos os grupos devem ser compreendidos como totalidade dinâmicas que resultam das interações entre os membros. Estes grupos adotam formas de equilíbrio no seio de um campo de forças, tensões e pelo campo perceptivo dos indivíduos". Estas forças, tais como: movimento, ação, interação, reação, etc., é que constituem o aspecto dinâmico do grupo e, consequentemente, afetam a sua conduta. A Dinâmica de Grupo como disciplina moderna dentro do campo da Psicologia Social, estuda e analisa a conduta do grupo como um todo, as variações da conduta individual de seus membros, as reações entre os grupos ao formular leis e princípios, e ao introduzir técnicas que aumentem a eficácia dos grupos. No campo da Psicologia Social, o grupo pode ser definido como uma reunião de duas ou mais pessoas que compartilham normas, e cujos papeis sociais estão estritamente intervinculados. No campo da Dinâmica de Grupo, os grupos são classificados em primários e secundários. O grupo primário é composto por um número reduzido de pessoas que se relacionam "face a face", ligadas por laços emocionais com relações diretas, mantendo-se um processo de associação e cooperação íntima. Exemplo: grupo de amigos, grupo familiar, grupo de estudo e o próprio grupo de trabalho. O fato de um grupo ser pequeno, não significa sempre que é um grupo primário. Para que exista, é preciso que haja interação entre os participantes, no qual cada membro deverá perceber cada um como pessoas individuais. Nos grupos secundários as relações se mantém mais frias, impessoais e formais. Estas se estabelecem através de comunicações indiretas, como é o caso das empresas, instituições, etc. O comportamento do grupo depende em grande parte do número de participantes. Este é um fator importante, no que diz respeito a produção e ao nível de desenvolvimento grupal. A delimitação exata de um pequeno grupo e de um grande grupo, varia segundo os diferentes autores. Estudiosos no assunto são unânimes em afirmar que o pequeno grupo não deve ultrapassar de 20 participantes, e que o ideal para a sua constituição é de 5 a 12 elementos, possibilitando

140 assim, maior coesão, interação e participação. 4 - Objetivos da dinâmica de grupo a) ajudar o indivíduo a adquirir e desenvolver comportamentos mais funcionais que os utilizados até o momento; b) colaborar com o indivíduo no sentido de descentra-lo de si mesmo e situa-lo em relação aos outros; c) levar o membro do grupo a se perceber honestamente, em uma autocrítica objetiva e construtiva, onde o indivíduo terá possibilidades de perceber e solucionar seus problemas; d) ajudar o indivíduo a perceber o seu crescimento como algo positivo, dando ênfase ao potencial de cada um; e) oferecer condições para que o indivíduo tenha noção do seu próprio valor; f) levar o membro do grupo a um nível de responsabilidade individual pelos seus atos; g) desenvolver no indivíduo tolerância consigo e com os outros; h) levar o indivíduo a respeitar a variedade de opiniões e atos que e- xistem nas pessoas; i) levar o indivíduo a integração e ajustamento nos grupos em que participa para uma atuação cada vez mais satisfatória, e uma participação cada vez maior. 5 - Desenvolvimento interpessoal - Treinamento em grupo Todo grupo é composto por pessoas que diferem uma das outras em sua maneira de ser e de executar um trabalho. Os indivíduos trazem para o grupo certas características que lhes são peculiares tais como: interesses, aptidões, desejos, inibições, frustrações, em outras palavras, suas personalidades. Todas essas características atuam como forças na dinâmica de grupo. Outras forças podem resultar da interação das pessoas. A integração e a transformação de todas essas forcas é a própria Dinâmica Interna do Grupo, e uma das forças internas mais importantes é a participação, o empenho pessoal e psicológico dos indivíduos no grupo. Quanto maior essa participação, mais favoráveis serão as atitudes dos indivíduos para com o grupo e tanto maior seu interesse pelo grupo. As pessoas que mais participam, são as que compreendem as finalidades e funções básicas do grupo, sentem-se seguras no desempenho de suas funções, conhecem a importância delas para o objetivo final e o funcionamento do grupo. A vida de um grupo passa por varias fases, e em cada uma delas, os membros atuam de formas diferentes, tanto em relação à etapa de vida do grupo como em relação aos demais membros. Dependendo do tipo de grupo (formal, informal, profissional, social, treinamento, etc.) e da fase em que se encontra, haverá certas funções a serem executadas por seus componentes. Algumas funções soam mais genéricas que outras, existindo em todos os grupos, e são desempenhadas pelos membros, para que o grupo possa mover-se ou progredir em direção às suas metas. O complexo processo de interação humana, exige de cada participante um determinado desempenho, o qual variará em função da dinâmica de sua personalidade e da dinâmica grupal na situação, momento ou contexto. Em todos os grupos em funcionamento, seus membros podem desempenhar eventualmente, alguns papeis nao-construtivos, dificultando a tarefa do grupo, criando obstáculos e canalizando energias para atividades e comportamentos não condizentes com os objetivos comuns do grupo. Estes papéis correspondem às necessidades individuais, às motivações de cunho pessoal, à problemas de personalidade, ou, muitas vezes, decorrem de falhas de estruturação ou da dinâmica do próprio grupo. 6. Responsabilidades de um bom participante Conhecimentos Específicos 4 Podem ser diversas as razões que motivam a nossa participação numa dinâmica de grupo, ou qualquer tipo de grupo, mas devemos estar abertos e atentos para os seguintes pontos básicos: ajudar a estabelecer um clima positivo no grupo, tentando, quando possível, auxiliar os outros, sendo cooperativo; participar e contribuir para as discussões; ter consciência das suas necessidades; visar principalmente as necessidades grupais; perceber como as interações individuais afetam o grupo; auxiliar os participantes quando estes tiverem dificuldade em comunicar-se; respeitar os membros do grupo como seres humanos; manter o dialogo e não o monologo; discutir as dificuldades que você tem em relação ao grupo; controlar as reações agressivas; expor com clareza as sugestões e pontos de vista; não permitir que você ou outros membros, assumam papeis de a- judante; comunicar-se clara e objetivamente; ouvir e atender o outro participante; integrar-se totalmente a vida do grupo, sem perder a sua própria individualidade e originalidade. 7 - Papel do coordenador na Dinâmica de Grupo O coordenador da Dinâmica de Grupo deve ser acima de tudo um educador. Sua tarefa prioritária é criar condições tais, que os treinandos possam aprender e crescer como pessoas, confiando em si e nos outros, como recursos valiosos para a aprendizagem. Isto é possível quando o coordenador expressa expectativas positivas e incentiva a participação de cada treinando; quando e capaz de aprender com os outros membros a fornecer e receber informações; quando respeita e aceita todos os membros do grupo. Deve ouvir atentamente, todas as pessoas do mesmo modo, mesmo que tenha ideias preconcebidas sobre este ou aquele participante. A vida do grupo será mais fecunda se cada membro do grupo e coordenador fornecer a sua contribuição, colocando a serviço de todos a competência e as qualidades que possui. A integração não se realizará no interior de um grupo e, em conseqüência, sua criatividade não poderá ser duradoura, se as relações interpessoais entre todos os membros do grupo não estiverem baseadas em comunicações abertas, confiantes e adequadas. Grupo de interesse A função geral de vincular governantes e governados é desempenhada por vários tipos de instituição, como partidos políticos, movimentos sociais ou meios de comunicação de massa. Tal tarefa, no entanto, pode ser exercida por grupos de interesse, expressão que os cientistas políticos contemporâneos preferem à tradicional "grupos de pressão", por ser mais abrangente do que aquela. Grupo de interesse é o conjunto de indivíduos que procura defender determinada causa comum junto a órgãos oficiais, para o que utiliza os meios legítimos ou tolerados que estiveram a seu alcance. Do ponto de vista do governo, essa é também uma oportunidade de se manter informado das necessidades e reivindicações dos diferentes setores da sociedade. O interesse em torno do qual o grupo se organiza deve ser entendido em sentido amplo. Seu conteúdo pode coincidir com uma reivindicação de caráter estritamente econômico até a defesa de uma causa concernente ao bem-estar da sociedade, ou a posições ideológicas que expressam o ponto de vista de uma camada da população. A expressão "grupo de interesse" pode ser aplicada, portanto, a associações patronais, a sindicatos de empregados, a associações profissionais e aos diversos grupos que se organi-

141 zam para pleitear algo em favor dos moradores de um bairro, dos praticantes de uma religião, dos defensores de causas beneficentes, ideais, morais e outras. É próprio do grupo de interesse não pretender ocupar o lugar do governo, mas apenas influir sobre as decisões oficiais. Desse modo, os grupos de interesse distinguem-se claramente dos partidos políticos. Atuação. Os padrões de relacionamento entre os grupos e o governo podem ser formais ou informais. São exemplo dos primeiros as relações institucionalizadas que têm lugar mediante canais legais de acesso ao governo, e compreendem o comparecimento perante comissões legislativas, órgãos ministeriais, departamentos ou agências do executivo. Outro padrão consiste nos contatos informais, que incluem vasta gama de relações. Os grupos, ou seus representantes, podem estabelecer relações informais com legisladores ou funcionários públicos, valendo-se da existência de pontos de aproximação, como é o caso de pessoas de mesma origem regional ou social, que freqüentaram a mesma escola ou têm amigos ou parentes comuns. Além disso, são ainda usados como recursos para a criação e manutenção dessas relações informais a participação em reuniões, almoços, passeios e outras formas de entretenimento. Com base nos contatos assim estabelecidos, as relações podem assumir formas que vão da persuasão e troca de favores até o suborno. A representação direta no governo é uma possibilidade facultada aos grupos que dispõem de meios para tanto. Assim, um sindicato que conte com grande número de filiados e se disponha a articular-se com um partido político tem chances de pôr seus próprios representantes nos órgãos legislativos. Já para os grupos pouco expressivos quanto ao número de associados, mas economicamente poderosos, torna-se mais fácil influir na escolha de funcionários para as assessorias burocráticas ou técnicas, e mesmo na nomeação de ministros, do que guindar seus próprios representantes ao nível das posições legislativas. Legitimidade. Os métodos utilizados pelos grupos tendem a variar em cada sociedade, em função do grau de legitimidade atribuído a suas atividades. No Reino Unido, por exemplo, a interação entre os administradores e os representantes dos grupos tende a ser freqüente, aberta e institucionalizada, uma vez que ambas as partes encaram como necessária e normal a adoção do sistema de consulta mútua como método de tomada de decisões. Na Itália, a influência exercida pelos grupos tende a ser vista com desconfiança e não se acredita que dela possam resultar reais benefícios para a coletividade. Em conseqüência disso, os grupos tendem a adotar um estilo de atuação mais encoberto e menos formalizado. Nos Estados Unidos, onde certas atividades dos grupos de interesse são regulamentadas por lei, existem escritórios de assessoria dedicados a promover, em caráter profissional, os interesses de qualquer cliente que contrate seus serviços. O Federal Regulation of Lobbying Act (regulamento federal da lei sobre grupos de interesse), de 1946, obriga todas as pessoas que pretendam influir no processo legislativo a se registrarem no Congresso, declarando a que projeto de lei se opõem ou qual defendem, quem as está empregando e quais são as despesas envolvidas no caso, desde a remuneração que recebem até os gastos que pretendem fazer para conquistar a colaboração de funcionários e políticos. No Brasil, a atividade dos grupos de interesse é mais conhecida pela palavra inglesa lobby. Reveste sentido pejorativo quando se refere à prática tradicional dos representantes ("lobistas") de grandes empresas, especialmente empreiteiras interessadas em contratar irregularmente obras públicas milionárias. Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. DINÂMICA DE GRUPOS Os grupos humanos têm vida própria e peculiar, que ultrapassa as características dos indivíduos que os compõem e se manifesta não só na relação de um grupo com outro, mas também, e principalmente, nas relações que os membros de um grupo mantêm entre si. Do ponto de vista teórico, a dinâmica de grupos é uma área das ciências sociais, em particular da sociologia e da psicologia, que procura aplicar métodos científicos ao estudo dos fenômenos grupais. Do ponto de vista aplicado ou técnico, a dinâmica de grupos é o método de trabalho baseado nessa teoria. O estudo da dinâmica de grupos iniciou-se em 1946, quando teve início a atividade de Kurt Lewin e alguns de seus colaboradores no Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Em cada grupo, composto de aproximadamente dez membros, eram levadas a termo discussões e dramatizações, cuja evolução era observada por um pesquisador. Não demorou a descobrir-se que aquele era um poderoso método de educação e terapia. O novo método recebeu o nome de T-Group, grupo de aprendizagem ativo no qual cada participante encontra seu papel, que não é definido de antemão, e explicita sua capacidade ou sua resistência para executar a tarefa, bem como para submeter-se à influência dos demais participantes. Nesse sentido, a dinâmica de grupos se configura como instrumento de adaptação e meio de integração pessoal. Terapia de grupos. Após a segunda guerra mundial, o grande número de soldados que necessitavam de tratamento psicológico incentivou os psiquiatras a experimentarem a terapia de grupo. Até então, embora reconhecessem a influência dos grupos no comportamento das pessoas, os médicos defendiam a importância da privacidade da relação entre médico e paciente. Os novos métodos se revelaram eficazes e, nos anos do pósguerra, a terapia de grupo se desenvolveu rapidamente e acabou se estendendo ao trabalho de psicologia clínica e de aconselhamento, bem como ao de assistentes sociais. As técnicas de terapia de grupos são tão variadas quanto as de terapia individual, mas todas se assemelham na ênfase que dão ao alívio das tensões mediante ações diretas ou na criação de uma atmosfera grupal favorável ao autoconhecimento e ao amadurecimento pessoal. Psicologia humanista. Antes mesmo de 1960, o psicólogo americano Carl Rogers passou a trabalhar com grupos mais orientados para os aspectos emocionais do que para a aprendizagem de comportamentos. Rogers, junto com Fritz Perls, desenvolveu uma prática que denominou psicologia humanista cuja aplicação grupal devia permitir o desenvolvimento das aptidões pessoais num ambiente de equilíbrio e de integração pessoal, e favorecer o encontro profundo com o outro. Esse encontro, que pode ser ou não pessoal, é favorecido quando existe uma transparência e disponibilidade, permitindo que se transcenda a individualidade e se atinja um estado de paz e felicidade. Nesse caso, o grupo se transforma num ponto de encontro básico, com apoio de um moderador que deve atuar como catalisador dos processos afetivos interpessoais. Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. Empatia Você pratica a empatia com alguém? Descubra por Rosemeire Zago Como você se sente quando está contando algo muito triste que te a- conteceu e percebe que a pessoa que supostamente está te ouvindo demonstra um leve sorriso no rosto ou continua atenta ao que está passando na TV? Ou ainda, muda de assunto com uma piada nada conveniente para o momento? Péssimo, não é mesmo? Sente-se como tivesse falando com uma parede ou pedra, fria, insensível, dura! Alguém que demonstra ser incapaz de sentir o que você está sentindo. Você se sente incompreendido, e muitas vezes até se arrepende de ter contado aquilo para tal pessoa. Promete a si mesmo que não contará mais nada para ela devido a sua falta de sensibilidade. Não é apenas o que a outra pessoa nos fala que faz com que nos sintamos compreendidos, mas principalmente suas expressões faciais, seu corpo, se nos envolve, se nos toca com um profundo abraço, se nos compreende com seu olhar ou se nos olha com indiferença ou com alguma expressão contrária aquilo que estamos sentindo. Mas e aquelas pessoas que fazem com que nos sintamos à vontade e temos cada vez mais desejo de falar, falar? Elas têm o que chamamos de empatia, ou seja, a capacidade de se colocar no lugar da outra pessoa e tentar "ver com os olhos dela". Conhecimentos Específicos 5

142 O que é empatia O termo empatia foi utilizado pela primeira vez por E.B. Titchener, psicólogo, e o termo origina-se do termo grego empátheia, que significa "entrar no sentimento". Para alcançarmos este estágio é necessário deixar de lado nossos próprios pontos de vista e valores para poder entrar no mundo do outro sem julgamentos. E como isso é difícil de fazer! Geralmente, nem acabamos de falar e já estamos sendo julgados. Isso, quando não tentam nos interromper com opiniões, ainda que nem tenhamos pedido, só queríamos falar, desabafar. Sabemos que isso nem sempre é fácil de encontrarmos nas relações, mas é o que esperamos quando contamos algo para alguém: sermos ouvido em todos os sentidos e mais importante, sentir que o outro está nos compreendendo, seja com um gesto ou um simples olhar, mas que demonstra de alguma forma sentir nossa dor. É preciso deixar claro que empatia não tem nada a ver com necessidade compulsiva de realizar desejo alheios, de ajudar e de servir. E também é muito diferente da simpatia, que é algo que sentimos pelo que o outro está vivenciando, sem entretanto, sentir o que ele está sentindo. E muito menos tem haver com alexitimia, que se refere a pessoas que não conseguem identificar e nem descrever seus sentimentos. A empatia também é a primeira condição para a prática da psicoterapia. É preciso ter uma percepção do mundo do outro como se fosse o seu próprio, o que leva a pessoa a desenvolver sua auto-estima, pois sente que é importante e que seus sentimentos são considerados. A empatia muitas vezes é tudo que uma pessoa precisa, pois geralmente não encontra isso dentro da própria família. E é a falta dessa compreensão que faz com que muitos relacionamentos terminem. Como desenvolver a empatia Mas como alguém pode saber o que sentimos? Entrando em sintonia com nossa dor física ou emocional. É reconhecer as emoções ou necessidades do outro. E para desenvolver essa capacidade é preciso que a pessoa saiba antes de tudo ouvir e respeitar as próprias necessidades e dores. Tratar-se com empatia, ser compreensivo consigo mesmo como gostaria que fossem com você é característica básica para o autoconhecimento. Empatia começa com a capacidade de estar bem consigo mesmo, de perceber as coisas que não gosta dentro de você e as coisas desagradáveis da sua personalidade. Pessoas com dificuldade de entender o outro muitas vezes demonstram que possivelmente não receberam compreensão em suas necessidade e sentimentos durante sua vida. Se suas próprias necessidades não foram supridas como poderá entender as necessidades de alguém? A base e a prática da empatia A empatia se baseia na capacidade de se colocar no lugar do outro; na percepção daquilo que as pessoas estão sentindo ou passando e na habilidade de ouvir com carinho e atenção aquilo que estão nos comunicando e isso deve ser feito não só através de palavras, mas também nos gestos, o tom de voz, e especialmente, nas expressões faciais. É preciso colocar o sentimento à frente das palavras. Conseguindo se colocar no lugar do outro, você se sensibiliza com as dificuldades e o sofrimento, e é isso que nos torna mais humanos e nos possibilita realmente ajudar alguém. Entrar em contato com os próprios sentimentos é a base para desenvolver a empatia. Como alguém que despreza as próprias necessidades e sentimentos poderá compreender as necessidades do outro? Para desenvolver a empatia procure ouvir com a intenção de entender e não de argumentar, como faz a maioria das pessoas, sempre atentas para saberem onde podem discordar. Deixe as pedras de lado se deseja ter uma comunicação verdadeira com alguém. A essência de escutar com empatia não é concordar, mas entender profundamente o que o outro quer dizer e principalmente, o que está sentindo. Como é reconfortante ter alguém que nos compreenda e a sensibilidade é a principal característica para essa sintonia. Sensibilidade não só com Conhecimentos Específicos 6 o outro, mas para consigo mesmo. As pessoas que têm empatia aprenderam desde cedo que os sentimentos devem ser respeitados, começando pelos próprios. E se não receberam isso na infância, sempre é tempo de aprender. Um bom exercício para isso é aprender a escutar a si mesmo, respeitando acima de tudo, os próprios sentimentos. Afinal, só conseguimos dar ao outro aquilo que temos por nós mesmos! IMPORTÂNCIA DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS NA EMPRESA As Relações Interpessoais desenvolvem-se em decorrência do processo de interação. Em situações de trabalho, compartilhadas por duas ou mais pessoas, há atividades predeterminadas a serem executadas, bem como interações e sentimentos recomendados, tais como: comunicação, cooperação, respeito e amizade. Na medida em que as atividades e interações prosseguem, os sentimentos podem ser diferentes dos indicados inicialmente e então, inevitavelmente, os sentimentos influenciarão as interações e as próprias atividades. Assim, sentimentos positivos de simpatia e atração provocarão aumento de produtividade. Esse ciclo "atividades-interações-sentimentos" não se relaciona diretamente com a competência técnica de cada pessoa e sim com o equilíbrio emocional de cada indivíduo originando a harmonia do grupo. Quando uma pessoa começa a participar de um grupo, há uma base interna de diferenças que englobam conhecimentos, informações, opiniões, preconceitos, atitudes, experiências anteriores, gostos, heranças, valores e estilos comportamentais, o que traz inevitáveis diferenças de percepções e opiniões em relação a cada situação compartilhada pelo grupo. Como essas diferenças são encaradas e tratadas determinará a modalidade de relacionamento entre o membro do grupo, seus colegas de trabalho, superiores e camadas hierárquicas abaixo dele. A maneira de lidar com diferenças individuais cria um certo clima entre as pessoas e tem forte influência sobre toda a vida em grupo, principalmente nos processos de comunicação, no relacionamento interpessoal, no comportamento organizacional e na produtividade. O relacionamento interpessoal pode tornar-se produtivo a partir do desenvolvimento pessoal e manter-se harmonioso e prazeroso, permitindo o trabalho cooperativo em equipe, com integração de esforços, conjugando energias, conhecimentos e experiências ou tornar-se muito tenso, conflitivo, levando à desintegração de esforços, à divisão de energias e crescente deterioração do desempenho grupal quando por falta de visão, de consciência do ser humano em relação ao seu desenvolvimento pessoal, emocional e profissional. A liderança e a participação eficaz em grupo dependem, essencialmente, da competência interpessoal do líder e dos seus membros. O trabalho em equipe só terá expressão real se alcançar a tão desejada e propalada sinergia para obter muito mais do que a simples soma das competências técnicas individuais como resultado conjunto do grupo. O caminho para essa convivência salutar deve partir daquele que conhece, enfim, a natureza do seu papel na sociedade e tem consciência de sua responsabilidade perante seu grupo social e profissional. Yolanda Fernandes Liderança A ideia da liderança vinculada aos atributos pessoais do líder predominou até o início do século XX. Modernamente, entende-se liderança como uma função organizacional, subordinada à dinâmica de grupo. Liderança é o processo de estímulo pelo qual, mediante ações recíprocas bem-sucedidas, as diferenças individuais são controladas e a energia humana que delas deriva se encaminha em benefício de uma causa comum. Esse conceito, decorrente das contribuições do movimento gestaltista, apoiado nas obras dos psicólogos Kurt Lewin e Kurt Koffka, contraria o que predominava no início do século XX, segundo o qual a liderança se vincula estritamente aos atributos pessoais do líder. Tal conceito se expressa, de forma radicalizada, na tese do líder nato. Segundo a perspectiva que subordina a liderança à dinâmica de grupo, o estudo da matéria deve envolver não apenas a pessoa do líder como os

143 demais integrantes do grupo; não apenas as pessoas, como também as relações que se estabelecem entre elas; não apenas o meio, como os fatores históricos e culturais que sobre ele atuam. A liderança, portanto, não é condição passiva ou reunião de certos traços ou combinações de traços, mas se produz na interação dos membros do grupo como expressão de ativa participação e demonstração de capacidade para conduzir cooperativamente à realização de metas. Dentro dessa perspectiva, equiparou-se o líder a uma figura que emerge de um fundo ou contexto e a ele permanece vinculado por meio de contínua troca de influências. Formas de liderança. Distinguem-se várias formas de liderança, combinando diferentes critérios de classificação, fundados na origem dessa capacidade, em sua extensão ou na técnica de exercitá-los. Carismática. Assim denominada por Max Weber, a liderança carismática, supostamente de origem sobrenatural, é aceita pelo grupo em períodos de pesadas frustrações e depressões coletivas. Reformista. Os representantes da liderança reformista se caracterizam pela imensa carga de hostilidade e agressão de que são portadores. Seus dotes oratórios e capacidade de persuasão são capazes de gerar notáveis efeitos de destruição no campo das instituições e sistemas de organização social. Executiva. Supostamente presente nas grandes organizações, a liderança executiva se caracteriza principalmente pela habilidade organizadora e capacidade de orientação das forças coletivas. Coercitiva. A liderança coercitiva, também chamada autoritária, caracteriza-se pela total absorção do poder de decisão e peculiar distância social que separa a personalidade que a exerce da coletividade sobre a qual atua. De tarefa e socioemocional. A liderança de tarefa tem como característica principal a estruturação de ideias e a iniciativa na solução de problemas, enquanto a liderança socioemocional funciona como fator de escoamento de tensões e promoção do moral. Estatutária e espontânea. O poder de influência e as funções de direção do líder por delegação estatutária decorrem de imposições legais. A rigor, tais líderes não se revestem de autenticidade e em pouco tempo se deixam anular pela maior habilidade de organização e iniciativa dos líderes espontâneos, ou passam a exercer formas autoritárias de ação. Autoritária e democrática ou liberal. O conceito de liderança autoritária coincide com o da coercitiva. Define-se pela competência exclusiva do líder na determinação dos objetivos do grupo, em cuja discussão e fixação os liderados são totalmente excluídos. A liderança democrática se caracteriza pela preocupação de, tanto quanto possível, incorporar os liderados nas tarefas de direção. Funções desempenhadas pelos líderes. As funções de que se investem os líderes podem ser primárias, quando se mostram essenciais ao desempenho da liderança, ou secundárias, quando decorrem da própria posição assumida pelo líder. São funções primárias: (1) a de diretor ou coordenador das atividades do grupo, que pode ser distribuída e delegada; (2) a de planejador dos meios capazes de possibilitar a total realização dos objetivos visados pelo grupo; (3) a de especialista e centro de informações; (4) a de representante externo do grupo; (5) a de árbitro e mediador, com a decorrência natural de punir e distribuir recompensas. São funções secundárias: (1) a de apresentar-se como símbolo do grupo; (2) a de ideólogo que, como a anterior, está muito vinculada à liderança autoritária, mais que à liberal; (3) a de figura paternal; (4) a de bode expiatório ou vítima propiciatória, em condições de crise ou conseqüente estado de depressão. No que toca às expectativas em torno da conduta dos líderes, há que observar algumas: (1) o líder deve agir de maneira a ser percebido pelos integrantes do grupo como um de seus membros; (2) os valores e as normas consagradas pela coletividade devem ter sido incorporados no líder; (3) o grupo deve poder beneficiar-se da investidura do líder, destacado dos demais por suas qualificações; (4) ao líder cabe a tarefa de corresponder às Conhecimentos Específicos 7 expectativas do grupo. As sociedades modernas deram origem a vasto número de situações potenciais de liderança nos setores de política, economia, lazer, trabalho etc. Ante a complexidade dos grupos de interesses sociais, a autoridade subdividiu-se, de forma a suprir as necessidades situacionais e atingir os objetivos específicos de cada grupo. A exigência de uma liderança eficiente e empreendedora no campo político decorre do crescimento do estado e da economia, particularmente no século XX, em face da rivalidade internacional com vistas ao progresso econômico. O líder moderno deve ser recrutado para cumprir objetivos sociais e políticos, com base no merecimento e no conhecimento especializado. Seu campo de ação é regulado por leis e normas jurídicas. Essa conceituação moderna difere essencialmente da tradicional, em que poderosos e rígidos sistemas autocráticos e de classes fechadas atribuíam aos líderes valores especiais de dominação. Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. Personalidade De persona, "máscara" ou "personagem de teatro", veio a palavra personalidade, o conjunto de qualidades que definem uma pessoa. A psicologia estuda as diferenças e semelhanças entre as pessoas e busca terapias para corrigir os transtornos de personalidade. Personalidade é o termo utilizado para designar a organização dinâmica do conjunto de sistemas psicofísicos que determinam os ajustamentos do indivíduo ao meio em que vive. Tem, pois, várias características: (1) é única, própria a um só indivíduo, ainda que este tenha traços comuns a outros indivíduos; (2) é uma integração das diversas funções, e mesmo que esta integração ainda não esteja concretizada, existe uma tendência à integração que confere à personalidade o caráter de centro organizador; (3) é temporal, pois é sempre a de um indivíduo que vive historicamente; (4) não é estímulo nem resposta, mas uma variável intermediária que se afirma, portanto, como um estilo pela conduta. No estudo da personalidade registram-se duas teorias opostas: a caracterologia e a psicologia das personalidades, ou personologia, na terminologia de Henry Alexander Murray. Para a primeira, personalidade é um conjunto de traços mais ou menos fundamentais que, agrupados, formam tipos em número limitado, aos quais podem ser reduzidos todos os indivíduos. A personalidade será então uma estrutura fundamental estável, analisada em seu comportamento atual. Já a personologia busca os fatores dinâmicos da conduta, as motivações, os complexos centrais que influem na integração da personalidade. No que tange à psicologia da personalidade, a teoria volta-se para sua função integrativa, considerando-a de um ponto de vista histórico, num esquema evolutivo. Aspectos. No estudo da personalidade devem ser observados quatro aspectos: (1) Dados psicofisiológicos, provenientes da hereditariedade e maturação em relação constante com o adquirido. O ponto de vista mais aceito quanto à relação entre hereditariedade e meio é o de uma interação. Os efeitos da hereditariedade e do ambiente não são meramente somados, mas a extensão da influência de um fator depende da contribuição do outro. Os dados psicofisiológicos podem ser considerados como produto da hereditariedade e do meio. Assim, uma pequena diferença de hereditariedade e uma ligeira modificação do ambiente podem produzir uma enorme diferença da personalidade. (2) Transformações da conduta e fixação de tipos de comportamento. As transformações dependem de diversos fatores: (a) tendências elementares ou adquiridas, inatas ou surgidas com a maturação, que suscitam e dirigem o comportamento; (b) operações já existentes, instintivas ou adquiridas, que formam o fundamento da transformação, seja por assimilação a um novo todo, seja por dissociação; (c) obstáculos sociais ou modelos culturais, cuja influência foi valorizada pela psicanálise; (d) variabilidade pessoal, a personalidade em formação, que proíbe ou facilita certas possibilidades, na qual se destaca o funcionamento da autodeterminação. A fixação das condutas mais complexas que substituem as condutas inadequadas pode ser explicada pelo que a psicologia experimental chama de lei do efeito, e a psicanálise de princípio da realidade: permanecem as condu-

144 tas que levam a um resultado favorável. (3) Determinismo social e cultura. Observações de psicólogos e antropólogos dão exemplos de diversidade de comportamento com referência à percepção, memória e julgamento estético, segundo o tipo de grupo social. As diferenças culturais também interferem no conceito de comportamento normal e anormal, que exigem referência a um tipo determinado de norma social. Mesmo comportamentos anteriormente considerados básicos da natureza humana são entendidos, na atualidade, como produtos de determinado tipo de cultura. (4) Condições de unidade do ego e de identidade pessoal. Tais condições são estudadas pela psicologia evolutiva e pela psicanálise. A tarefa principal do indivíduo será manter essa unidade, apesar das modificações do tempo e das situações dispersivas. A história individual deve ser vista em seu quadro social, no âmbito do movimento evolutivo das sociedades. Métodos experimentais. São estes os principais métodos experimentais empregados no estudo da personalidade: (1) escalas de avaliação, nas quais os traços aparecem numa escala e o examinador deve classificar o examinado pela cotação dos diversos traços: (2) questionários, série de perguntas ao examinado, sobre motivações, atitudes, interesses etc.; (3) técnicas projetivas, com estímulos pouco estruturados, algumas mais sujeitas que outras a alguma correção. De todos esses métodos, o mais utilizado é o da entrevista, raramente dispensada pelo avaliador da personalidade de um indivíduo. Existem vários tipos de entrevista e os dados obtidos por esse meio com freqüência modificam a avaliação final da personalidade cujos dados haviam sido indicados anteriormente por outros métodos. Durante muito tempo, a psicologia atribuiu grande importância aos métodos ditos morfológicos de descrição da personalidade, tais como os elaborados por especialistas como William Herbert Sheldon e Ernst Kretschmer, ambos proponentes de tipologias em que determinadas características de personalidade eram associadas a tipos físicos. A relação entre biótipo e tipo psicológico não é mais considerada tão importante pelos especialistas, embora não deixe de fornecer subsídios ao estudo da personalidade humana. Teorias psicanalíticas. Para Sigmund Freud, a estrutura da personalidade é formada por três instâncias: id, ego e superego. O id é inato, e dele deriva a energia necessária à formação do ego e do superego. Tanto o que é herdado psicologicamente quanto os instintos já existem no id no momento do nascimento. As necessidades do id são atendidas pelos processos primários e pelos atos reflexos. À medida que a criança entra em interação com o ambiente, atos reflexos e processos primários passam a ser insuficientes para reduzir a tensão psicológica provocada por agentes internos e externos, e o ego se estrutura para estabelecer contato com a realidade exterior. Por intermédio dos processos secundários, encontra então na realidade os objetos adequados à reestruturação do equilíbrio desestabilizado por tensões psíquicas. O prosseguimento das interações com o meio conduz à formação do superego, ou seja, a internalização do julgamento moral, em que atuam o eu-ideal e a consciência. O eu-ideal se manifesta por meio de injunções a respeito de como a pessoa deve agir em relação a suas aspirações e a consciência estabelece o que ela não pode fazer. Personalidade básica. O conceito de personalidade básica surgiu da colaboração entre o antropólogo Ralph Linton e o psicanalista Abraham Kardiner. Com base em trabalhos de Linton sobre populações de Madagascar e das ilhas Marquesas, Kardiner realizou análises para verificar a existência de correlações entre as instituições da cultura e a personalidade. Desses primeiros estudos, base de trabalhos posteriores sobre cultura e personalidade, surgiu o conceito (mais produto de reflexão teórica que de trabalho de campo) de personalidade-base, ou personalidade básica, para definir condutas e atitudes comuns à maioria dos integrantes de um grupo. Só após as primeiras ideias formuladas por Kardiner é que se fizeram experiências de campo, na década de Kardiner compreendia a existência de certos padrões fixos de pensamento e ação, aceitos em geral por um grupo de indivíduos e que podem causar distúrbios a estes, quando violados. As instituições primárias são formadas por certos desejos do indivíduo, independentemente de seu controle (como apetite, sensualidade Conhecimentos Específicos 8 etc.), e vão compor a estrutura da personalidade-base. Esta estrutura dá origem a outras instituições, de caráter secundário, que atuam para aliviar tensões. É exemplo de uma instituição secundária a maneira pela qual os membros de uma cultura solicitam a proteção divina. Se bem que o conceito de divindade seja universal, o modo de solicitar sua proteção varia enormemente de povo para povo, em geral como decorrência de experiências criadas na mentalidade da criança e dos objetivos definidos pela sociedade. Esta variação de experiências indica que a estrutura da personalidade-base é formada de elementos comuns à personalidade da maioria dos membros individuais de uma cultura dada. Surgida na década de 1930, a formulação do conceito de personalidade-base teve seu mais amplo desenvolvimento na década seguinte, quando foi comprovado por experiências de campo. Cora Dubois estudou os nativos da ilha de Alor, na Melanésia, e encontrou três componentes da personalidade: uma estrutura básica que pode ser fisiológica e comum a toda a humanidade; tendências individuais da personalidade; e formas culturais que atuam sobre os dois primeiros componentes e ocasionam certas tendências centrais, que podem ser denominadas personalidade modal. Nesse mesmo período, Linton realizou estudos que comprovaram sua hipótese de que a estrutura básica da personalidade se refere mais a certos denominadores comuns da personalidade de todos os membros de um grupo. A teoria da personalidade-base trouxe considerável avanço para as relações entre antropologia e psicologia, e sua aplicação por especialistas de uma ou de outra dessas disciplinas conduziu a uma soma de dados e de material científico valiosa para o desenvolvimento das ciências sociais. Com a segunda guerra mundial, aumentaram os estudos sobre diferentes culturas, e o conceito de personalidade-base tomou a denominação de caráter nacional. Os estudos sobre o caráter nacional desenvolveram-se principalmente a partir de uma unidade psíquica da humanidade, diferenciando-se cada cultura como resultado de escolhas e rejeições operadas sobre os dados culturais comuns a uma certa área geográfica. Foi este o método utilizado por Ruth Benedict ao estudar o caráter nacional japonês, em seu livro The Chrysanthemum and the Sword (1946; O crisântemo e a espada). Além de descrever a cultura japonesa, a autora conceituou o princípio da configuração única de cada cultura e de cada conjunto de tradições históricas. O comportamento de cada grupo nacional pode ser analisado em relação a situações particulares e a atitudes e comportamentos de outros grupos nacionais. Este é o caráter nacional, que a rigor é o mesmo conceito de personalidade-base, ou seja, uma configuração psicológica particular própria dos membros de uma sociedade dada, que se manifesta por um certo estilo de vida sobre o qual os indivíduos limitam suas variantes singulares. Esta configuração é formada por um conjunto de traços. É a personalidade-base não porque constitua exatamente uma personalidade, mas por ser a base da personalidade dos membros do grupo, a matriz sobre a qual os traços de caráter se fixam e se desenvolvem. Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. Uma Nova Imagem para o Servidor Público Durante as últimas décadas, o Servidor Público foi alvo, por parte da mídia, de um processo deliberado de formação de uma caricatura, que transformou sua imagem no estereótipo do cidadão que trabalha pouco, ganha muito, não pode ser demitido e é invariavelmente malandro e corrupto. Com raríssimas exceções, presentes aliás em qualquer profissão ou ramo social, sabemos que tal imagem é falsa e ardilosamente mentirosa. Sabemos também que é difícil contrapor, mesmo com argumentos verdadeiros e inteligentes, a tantos anos de bem feita propaganda negativa pela mídia. Essa verdadeira lavagem cerebral é levada a cabo a mando de segmentos sociais privilegiados, que sentem-se prejudicados em não poder exercer plenamente os desmandos do capital e do poder. O bloqueio das ingerências dessa classe dominante dá-se, visivelmente, por conta do heroísmo das diversas instituições do poder público e seus servidores, as quais somente conduzidas e representadas por servidores públicos estáveis, capacitados e bem remunerados, podem refutar os ataques subversivos da alternância do poder e do crescimento e concentração do capital. Assim urge necessária uma nova estratégia, permanente e progressiva, de esclarecimento da sociedade civil, a fim de desmistificar a função públi-

145 ca, mostrando o porquê de sua existência e necessidade, o porquê de sua necessária e constante valorização. O cidadão, mesmo bem atendido por um servidor público, o que sabemos que é a regra, embora só sejam divulgadas as exceções, não consegue sustentar uma boa imagem do serviço e do servidor públicos, pois a mídia e o estereótipo negativo por ela criado tratam logo de desmanchar a boa impressão, convencendo o cidadão, em seu íntimo, de que aquele bom atendimento recebido fora, quem sabe, sorte. O convencimento da opinião pública através da mídia é uma prática política e social largamente utilizada por quase todos os setores sociais, a fim de defender seus interesses e promover sua reivindicações. Infelizmente tal ação é praticada, principalmente as de maior poder de penetração social, para defesa de interesses puramente econômicos. Raras são as campanhas de mídia e tentativas de convencimento e formação de opinião pública que defendem o interesse coletivo, estas geralmente patrocinadas por organizações não governamentais de defesa da infância, do meioambiente, sindicatos, entre outras. Não estamos falando aqui de campanhas milionárias de marketing. Vemos diariamente na mídia esses setores sociais organizados praticando seus lobbies, influindo nas pautas dos Jornais e Telejornais, dos programas de auditório e dominicais e até na criação das telenovelas, trazendo à tona não a discussão sobre o tema, mas o seu próprio posicionamento, a fim de influir a opinião pública, induzindo a sociedade a pensar dessa ou daquela maneira. Senhores respeitáveis, críticos de revistas, jornais e noticiários de televisão, moldam o pensamento popular ao bel prazer de seus endinheirados anunciantes, em clara oposição ao interesse público. A estratégia aqui rascunhada, para obter resultados satisfatórios, deve ser implementada, necessariamente, em caráter permanente e de longo prazo, já que desmistificar um estereótipo social é sabidamente uma tarefa de paciência e que demanda, principalmente, tempo. Para o sucesso de uma campanha institucional deste porte é imprescindível a continuidade das ações, sob pena de os valiosos e dispendiosos esforços depreendidos na conquista de posições favoráveis à imagem do Servidor Público percam-se em uma breve interrupção das ações institucionais, pois os ataques da mídia ao serviço público certamente não cessarão. Essa continuidade de ações, por seu tempo, depende de garantia por parte dos sindicatos, federações e até das confederações e coordenações nacionais, se possível de forma estatutária, dos recursos necessários, humanos e financeiros, de modo que se possa tornar tal campanha institucional como uma rubrica indispensável nos orçamentos e planejamentos das administrações sindicais. Muitas ideias simples, baratas e de fácil implementação, para positivar a imagem do servidor público e acabar com o estereótipo do paletó na cadeira, pipocam por este país, nos mais diversos setores do serviço público. Porém, são ações que, de forma isolada, dificilmente surtiriam algum efeito positivo, o que as faz se dissiparem antes mesmo de postas em prática. O que faz falta é a canalização e aprimoramento desses assuntos por uma equipe multidisciplinar, a fim de transformarem-se ideias em iniciativas positivas e, na prática, de forma lenta, sistemática e contínua, através da utilização dos vários mecanismos de convencimento e de mídia, iniciar o processo que resultará numa sociedade na qual se possa defender o servidor público como um esteio das instituições democráticas, primordiais para a soberania, liberdade e defesa dos direitos mais elementares. Por menores a mais demorados que sejam os resultados, serão sempre satisfatórios e de longa duração, pois desde sempre a impopularidade do serviço público só cresce e, a estagnação ou o recuo deste quadro de impopularidade serão vitórias demoradas mas imprescindíveis para alavancar e facilitar as demais conquistas almejadas por esses valorosos cidadãos brasileiros: os servidores públicos municipais, estaduais e federais das três esferas de poder. Sergio Amorim dos Santos A OPINIÃO PÚBLICA, OS RICOS E O "CANSEI" - ATUALIZADO Conhecimentos Específicos 9 (20/08) Há uma hostilidade contra o "Cansei" que é compreensível. Ela provém do pessoal que apóia o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. É razoável que quem apóia o governo tente desqualificar quem é contra o governo, vocês não acham? Não é desejável, mas é compreensível. Especialmente num ambiente de radicalização política. Incompreensível, para mim, é a atitude das pessoas que vivem descendo a lenha no governo federal e também achincalham o "Cansei". Pensei um pouco antes de escrever este post, porque normalmente reluto quando é para discutir o comportamento da opinião pública. Mas como este texto tratará de generalidades e abstrações acho que ninguém vai se ofender. Aquela hostilidade contra o "Cansei" que nasce exatamente da oposição a Lula me deixa, como disse, com a pulga atrás da orelha. Matutando e tentando ligar as coisas. Faz tempo, por exemplo, que eu desconfio da tese de que a opinião pública (uso a expressão a partir do método gramsciano, o desenvolvido na cadeia) é vaquinha de presépio da oposição. É o contrário. A oposição é que está refém da opinião pública. Por sinal, nessa parceria entre a opinião pública e a oposição só quem tem se dado bem é a opinião pública -que de tempos em tempos exibe o seu poder, enquanto a oposição não consegue ganhar umazinha sequer. Na eleição do ano passado, por exemplo, a oposição foi atrás dos conselhos da opinião pública e se deu mal. A opinião pública vem com suas maluquices e acaba arrastando a oposição a situações que a oposição não planejou nem desejou. Dura tem sido a vida da nossa oposição, nesse cabresto que lhe foi colocado pela opinião pública. Não se sabe o que a oposição deseja ou propõe para o Brasil, pois ela se limita a reverberar os movimento espasmódicos da opinião pública. É nessa conjuntura que aparece o "Cansei", um movimento orgânico de oposição ao governo federal mas que não nasceu da opinião pública. Aliás, um registro. O "Cansei" conseguiu em poucas semanas mobilizar mais gente contra o governo do que dois anos de campanha da opinião pública contra Lula. Querem saber? Eu aposto que o problema da opinião pública com o Cansei é porque o "Cansei" não veio da opinião pública, e portanto não está encabrestado por ela. A opinião pública está com ciúmes do "Cansei", que não lhe pediu licença para ir às ruas gritar "Fora Lula". Eu me oponho politicamente ao "Cansei". Eu defendo que Lula está fazendo um bom governo e deve ficar no cargo até o fim do mandato. Se o governo fosse meu, eu faria coisas diferentes. Mas o fato é que os votos foram do Lula e não meus. É uma premissa fundamental. Eu me limito a analisar e criticar as realizações do governo Lula no âmbito do que Lula prometeu quando pediu os votos dos eleitores em 2002 e Não no âmbito do que eu acho que o Lula deveria fazer. Mas este post não é sobre o governo. É sobre as relações entre a oposição, a opinião pública e o "Cansei". Eu saudei desde o início o movimento, pois nada há de mais saudável do que as pessoas descontentes com o governo irem para a rua dizer que estão descontentes. Eu não estou nem aí para o fato de haver gente rica no "Cansei". O problema do Brasil não são os ricos. A China, por exemplo, tem hoje muito mais ricos do que tinha trinta anos atrás. E a China está muito melhor do que estava trinta anos atrás. Enriquecer é glorioso, afirmava o arquiteto da China contemporânea, Deng Xiaoping. Ele tinha razão. Quem é rico tem dinheiro sobrando para investir e, portanto, propiciar oportunidades econômicas a quem não é tão rico assim. O Brasil deveria copiar a China nesse aspecto. Precisamos de ricos em maior quantidade, e de ricos mais ricos. Acho que nisso o pessoal do "Cansei" concorda comigo. Onde é que talvez esteja a nossa maior discordância? Pode ser que a turma do "Cansei" ache que o Brasil estaria melhor se os ricos além de ficarem cada vez mais ricos também mandassem no país. Eu penso que não, que o melhor é os ricos cuidarem de enriquecer enquanto os não tão ricos assim governam. Mas é apenas uma diferença de pontos de vista. Não é motivo para ficar brigando. Até porque quem vai decidir a parada não somos nem eu nem a turma do "Cansei". Muito menos a opinião pública. É o povo, na urna. Esse, por sinal, talvez seja o maior problema do pessoal do "Cansei" e também da opinião pública: depois dos discursos, contar o voto na urna. Blog do Alon ABSENTEÍSMO NO SERVIÇO PÚBLICO Texto extraído do Jus Navigandi Luís Fernando Quinteiro de Souza delegado seccional de Polícia de Ourinhos (SP), professor de Direito Administrativo e Direito Processual Penal nas Faculdades Integradas de Ourinhos

146 O estudo da Administração Pública, partindo do conceito jurídico de Estado, compreende, inicialmente, a organização soberana, com a instituição constitucional dos três Poderes que compõem o Governo, na clássica tripartição de Montesquieu, isto é, Legislativo, Executivo e Judiciário, independentes e harmônicos entre si, com funções precípuas e imanentes do Estado. Sequencialmente, segue-se a organização da Administração, consistindo na estruturação legal das entidades e órgãos que irão desempenhar as funções, através de agentes públicos e o rol de suas atividades, numa concepção moderna de desenvolvimento e funcionamento dos serviços a serem prestados aos administrados, ou seja, à coletividade, de forma generalizada. No contexto global da Administração Pública a representação humana se faz através dos agentes públicos, conceituados pelo consagrado Hely Lopes Meirelles: "como pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal" [01]. Ainda, o gênero agente público, comporta as espécies agentes políticos, agentes administrativos, agentes honoríficos e agentes delegados, com algumas sub-espécies, que em outra oportunidade poderão ser objeto de análise mais específica. Os órgãos públicos, como centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais, têm seus cargos ocupados por pessoas físicas que atuam como seus agentes, com parcelas de seu poder, ou seja, a máquina estatal somente exteriorizará e concretizará sua vontade política através de seus servidores públicos, que ocuparão os cargos existentes e desempenharão, nos limites dos princípios que norteiam a Administração Pública, o serviço pretendido pelo governante, em benefício da sociedade. Nosso propósito é demonstrar as dificuldades e os problemas que resultam ao Poder Público, consequentemente, à coletividade, quando a figura relevante do agente público pratica, de modo espontâneo ou não, o absenteísmo, culminando na prestação de um serviço de má qualidade ou deficitário, com sérios prejuízos aos seus destinatários. Absenteísmo, palavra de origem francesa, absentéisme, significa pessoa que falta ao trabalho, ou ainda, ausência no serviço por inúmeros motivos, propositais ou por circunstâncias alheias à vontade do trabalhador. Trazendo o conceito acima para o serviço público, o Administrador da Coisa Pública, como dirigente e fiscalizador de um órgão estatal, se depara com graves situações concretas com resultados nefastos e jamais pretendidos pelo Estado. O absenteísmo tem se tornado problema crucial tanto para as organizações particulares como para as estatais e, respectivamente, aos seus administradores, os quais percebem a repercussão no quantitativo de recursos humanos e, por via de conseqüência, o reflexo na qualidade do serviço prestado. Suas causas estão ligadas a múltiplos fatores, tornando-o complexo e de difícil gerenciamento, pois, inúmeras situações pessoais do servidor podem desencadear no seu surgimento, como exemplo problemas de ordem pessoal, biológica, ambiental, social, familiar, financeira, funcional, etc. Segundo Gaidzinski, que desenvolveu um estudo para dimensionar o quadro de pessoal para os serviços, classificou as ausências em previstas e não previstas. Constituem a primeira classe aquelas permitidas e de direito ao servidor, podendo ser planejadas com antecedência como férias, folgas e feriados. As ausências não previstas são as que efetivamente caracterizam o absenteísmo, pelo seu caráter imprevisível, como faltas abonadas e injustificadas, licenças médicas, acidente de trabalho, licenças maternidade e paternidade, período de nojo, de gala, de cursos de especialização e outras situações que impedirão o servidor ao trabalho. Em quaisquer, das hipóteses, este fenômeno ocasiona não só custos diretos, mas também indiretos, representados pela diminuição da produtividade porque haverá menos servidores em ação, com redução da qualidade do serviço uma vez que um outro funcionário em atividade executará também o serviço do ausente, ocasionando, certamente, a diminuição da eficiência e eficácia nos resultados esperados. Apesar da possibilidade de rotatividade de pessoal, de modo célere, que a iniciativa privada têm a seu alcance, diante do regime jurídico adotado para a contratação e demissão, nos moldes da Consolidação das Leis do Trabalho, ainda assim é oneroso a qualquer empresa privada, pelas responsabilidades trabalhistas decorrentes de demissão e de admissão de novo empregado, com a respectiva capacitação, mas, de qualquer forma, é sempre bom realçar, em que pese tais encargos, constitui num verdadeiro e autêntico privilégio constitucional, à disposição do empregador, do qual não dispõe o Administrador Público, diante de funcionário ausente por desídia ou necessidade premente, o qual, para submeter-se a um processo disciplinar administrativo, goza de um elenco de situações privilegiadas, que demanda muito tempo a concretizar-se. É de extrema relevância que o servidor público (que um dia, por critérios de seleção e por meio de concurso público, se destacou entre seus inúmeros pares, foi aprovado e vislumbrou a possibilidade de fazer carreira na atividade de governo, com segurança e estabilidade, características inexistentes na iniciativa privada), atue, de modo perene, com a consciência voltada à importância de seu trabalho assíduo e permanente, para o desenvolvimento de seu país, de seu Estado e de sua cidade, além de seu crescimento interior, dignificando o seu nome e sua atividade laborativa, tanto para conhecimento próprio e servir de exemplo à sua linha ascendente como para sua descendência, destacando-se entre seus pares. Entretanto, concomitantemente, com a grande massa de servidores que pensam, ajam e atuam de maneira sóbria e responsável, concretizando e materializando os anseios do Poder Central e, reconhecidos como dignos paladinos estatais, temos um insignificante segmento de funcionários, mal contratados e mal formados, despidos de qualquer senso de responsabilidade e respeito para com seus pares e para com sua entidade estatal, os quais absorvem proventos correspondentes, sem prestar uma atividade sequer, sobrecarregando o colega de trabalho e que por meio de subterfúgios legais, arcaicos e absurdos como reiteradas e descabidas licenças médicas, por patologias relativamente simples, conseguem burlar a Administração Pública, de modo a impedi-la de torná-lo readaptado para outra atividade, culminando, por vezes, em permanecer claro o seu cargo, até por décadas, sem, inclusive, a viabilização de uma aposentadoria precoce, o que ensejaria o preenchimento do claro existente naquela carreira, com conseqüências externas, que atingem o público em geral, como menor qualidade e desempenho do serviço prestado. Por outro lado, o Administrador Público inovador, diante de situações dessa natureza, para a qual não concorreu e sequer deu causa, tem a oportunidade de, também com supedâneo aos princípios informadores do Estado de Direito, fazer uso de sua imaginação, criando ou buscando alternativas permitidas, para sobrepor àquelas carências provocadas pelo absenteísmo e, consequentemente, minimizando o estado de ira e revolta no ambiente de trabalho, promovendo cursos de capacitação, prêmios de incentivo e de valorização profissional, procurando recursos para modernizar o labor e, assim, ofertando melhores meios ao desenvolvimento de qualquer atividade a que está incumbido o Estado. FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA OPINIÃO PÚBLICA Sidineia Gomes Freitas INTRODUÇÃO Falar de opinião pública é assunto apaixonante e controverso. Isto posto, fica ainda mais difícil darmos um passo além e analisarmos o tema: Formação e desenvolvimento da opinião pública. Pela profundidade do assunto, temos consciência de que não o esgotaremos, mas sim indicaremos alguns parâmetros para a sua discussão. CONCEITO DE OPINIÃO PÚBLICA Na verdade, o conceito de opinião pública vem se transformando através dos tempos. No século XIX ocorreu a primeira revolução industrial, surgiu a imprensa e as reivindicações deixaram de representar apenas os interesses de um grupo dominante, abrangendo caráter não só político, mas também social e econômico. Conhecimentos Específicos 10

147 Os estudiosos da opinião pública consideram-na, antes de mais nada, um estudo essencialmente interdisciplinar que envolve a Sociologia, a Psicologia Social, a Ciência Política e outras. O senso comum utiliza o termo opinião pública com naturalidade (grande parte de nossos representantes políticos assim agem), mas ao investigador interessa saber o que é opinião pública. A reflexão nos leva, automaticamente, a lembrarmos de grupo, de público, de atitude de maioria, de opinião, do indivíduo no grupo, no público. A professora Sarah Chucid da Viá refere-se à definição de Kimbal Young: Opinião é conjunto de crenças a respeito de temas controvertidos ou relacionados com interpretação valorativa ou o significado moral de certos fatos. Monique Augras afirma a opinião é um fenômeno social. Existe apenas em relação a um grupo, é um dos modos de expressão desse grupo e difunde-se utilizando as redes de comunicação do grupo. De fato, a opinião tem sua origem nos grupos, mas só assim não caracterizaremos a opinião pública, porque esses grupos transformam-se em públicos quando se organizam em torno das controvérsias, com ou sem contigüidade espacial, discutem, informam-se, refletem, criticam e procuram uma atitude comum, e atitude para a professora Sarah Chucid da Viá é uma tendência para atuar, agir. Relaciona-se com os hábitos, com os comportamentos e transforma-se em opinião quando adquire um caráter verbal e simbólico, mas onde fica o indivíduo na opinião pública? Ora, todos nós sabemos que o indivíduo, o ser humano, é um ser social e não vive sozinho. No mínimo pertencerá ao grupo primário família. Na verdade, ainda não se sabe qual é a real natureza do termo opinião pública, mas analisando o que dizem os especialistas podemos encontrar pontos de destaque sobre o assunto. Vejamos: a opinião pública está diretamente relacionada a um fenômeno social que poderá ou não ter caráter político; é um pouco mais que a simples soma das opiniões; é influenciada pelo sistema social de um país, de uma comunidade; é influenciada pelos veículos de comunicação massiva; poderá ou não ter origem na opinião resultante da formação do público; não deve ser confundida com a vontade popular, pois esta se relaciona aos sentimentos individuais mais profundos; depende e resulta de uma elaboração maior; não é estática, é dinâmica. Convém aqui destacar que a opinião de um grupo não é a opinião do público, e a melhor forma de esclarecermos o assunto ainda é o exemplo. Assim, sabemos que no grupo primário família, a hierarquia, bem como a comunicação face a face, interfere na discussão que é mais do tipo democrático direto, onde geralmente a opinião preponderante é a do líder do grupo (o chefe da família, por exemplo). No grupo primário família, os problemas são mais concretos, mas nas sociedades mais complexas, os grupos secundários (escola, igreja) caracterizam-se por apresentarem indivíduos com multiplicidade de tarefas e de atividades, e os problemas tornam-se mais abstratos, bem como as relações também se tornam mais abstratas e surge a controvérsia que, a meu ver, é a origem da formação do público. A essa altura, surge o indivíduo no público que, segundo o Prof. Dr. Cândido Teobaldo de Souza Andrade: não perde a faculdade de crítica e autocontrole; está disposto a intensificar sua habilidade de crítica e de discussão frente a controvérsia; age racionalmente através de sua opinião, mas está disposto a fazer concessões e compartilhar de experiência alheia. Seria bom se estivéssemos sempre diante de públicos e de indivíduos no público, mas Monique Augras nos diz que A opinião pública é, declaradamente, uma alavanca na mão do demagogo. Daí em diante aparecerá um duplo aspecto: expressão genuína da vontade do povo e meio de manipulação desse povo. Nas sociedades complexas nem sempre a opinião pública influencia e determina ações, sejam tais ações de caráter puramente social, ou de caráter político e econômico. Por isso, precisamos verificar que fatores interferem na formação e no desenvolvimento da opinião pública. OPINIÃO PÚBLICA: FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO Além da classificação dos grupos, os fatores sociais, os psicológicos, a persuasão e os veículos de comunicação massiva interferem na formação e desenvolvimento da opinião pública. No sentido de facilitarmos a análise isolaremos as interferências. Fatores Sociais O tipo de sociedade ao qual pertencemos, nossa classe social e as várias relações estabelecidas interferem na formação da opinião pública. Nas sociedades mais estáticas as opiniões são mais permanentes e se aproximam mais de crenças, enquanto que em sociedades mais dinâmicas os indivíduos tendem a mudar de opinião e devido à grande mobilidade social, opiniões se transformam ou até mesmo desaparecem. Os grandes centros urbanos apresentam grande mobilidade social diferenciando-se da população concentrada em aldeias rurais, onde há mais dificuldades nos contatos e nas informações. A classe social também interfere na formação da opinião. Marx afirma que toda a opinião é opinião de classe, uma opinião determinada pelo grupo social em que se vive, nos lembra a professora Sarah C. da Via. Os Fatores Psicológicos e a Persuasão Os fatores psicológicos são os que melhor explicam a formação da o- pinião pública, pois opinião relaciona-se com o conjunto de crença e ideologia de um indivíduo que tem disposição para expressar-se (caso não se expresse trata-se de uma atitude latente) e a opinião seria um dos modos de expressão dessa disposição, surgindo a propósito de um acontecimento determinado. Sendo essencialmente expressão, a opinião é de natureza comunicativa e interpessoal. Serve de mediadora entre o mundo exterior e a pessoa sob dois aspectos: 1) adaptação à realidade e ao grupo; 2) exteriorização, nos lembra a professora Sarah C. da Viá. Ocorre que a adaptação à realidade e ao grupo, bem como a exteriorização, envolvem a identificação, a projeção e a rejeição que verificamos no relacionamento social, e não é difícil observarmos isto nas representações coletivas, pois todos desejam a aprovação social. As opiniões consideradas pelo indivíduo com a maior cautela; inversamente, se alguém tiver necessidade de agressão e de autonomia, expressá-la-ás sem restrições, analisa a professora Sarah C. da Viá. Ainda considerando a identificação, a projeção e a rejeição iremos encontrar os estereótipos criados nas sociedades de massa onde os fatores afetivos e irracionais funcionam com maior intensidade. Os estereótipos apresentam algumas características que auxiliam sobremaneira a formação e desenvolvimento da opinião pública. Vejamos: o estereótipo é persistente, pode permanecer por gerações; é elaborado por um grupo para definir-se ou definir outro grupo; apresenta ma imagem idealizada do próprio grupo; apresenta a esquematização, onde as qualidades de um objeto são reduzidas a uma só; engloba todos em único conceito; tem função compensatória de frustrações, assim, o outro grupo passa a ser responsabilizado pelas frustrações. Os estereótipos são, de fato, fantasias, mas fantasias que determinam atitudes que podem levar à ação. Pessoas, frases, modelos podem transformar-se em estereótipos. Conhecimentos Específicos 11

148 Criar estereótipos, alterar e induzir opiniões irá requerer a persuasão. A persuasão tem na propaganda sua melhor arma de ação, pois a propaganda pode ser definida como técnica que manipula as representações, os estereótipos e influencia nas ações humanas, nas atitudes das pessoas. Por outro lado, sabemos que o homem é um ser social, é passível de influência e, portanto, pode ser persuadido. Quer e deseja a aprovação social. De fato, a persuasão e a propaganda andam de mãos dadas, pois o professor Cândido Teobaldo de Souza Andrade nos diz: A propaganda é considerada suspeita, porque na área da discussão pública, ela molda opiniões e julgamentos, não baseada apenas no mérito da controvérsia, mas, principalmente, agindo sobre os sentimentos. O objetivo precípuo da propaganda é implantar uma atitude que vem a ser sentida pelas pessoas como natural, certa e espontânea. Deseja assim a propaganda criar uma convicção e obter ação de acordo com essa convicção. Os Veículos de Comunicação Massiva Somos constantemente bombardeados pelos veículos de comunicação massiva que agem sobre nossas opiniões, nossas atitudes, nossas ações. Bombardeiam nossos lares e formam nossas crianças. A interferência desses veículos vem sendo lembrada a todo momento nos problemas levantados em nosso curso. Os veículos de comunicação massiva usam e abusam da propaganda. Basta nos colocarmos diante de um aparelho de televisão realizarmos uma simples contagem do número de comerciais veiculados. Estamos diante de veículos onerosos e somente grupos poderosos podem mantê-los e manejá-los, mas a opinião pública existe, não pode continuar a ser manipulada de maneira abusiva e desejamos chegar mais próximos da verdade. Porque ao invés de negarmos o poder de tais veículos, não utilizá-los de modo mais racional e eqüitativo? Os grupos de interesse agem. PÚBLICO E OPINIÃO PÚBLICA O professor Cândido Teobaldo de Souza Andrade e quase todas as o- bras que falam de Relações Públicas admitem a existência de grupos, mas sabem que um grupo pode ou não se constituir como um público. Desta forma, chegamos às características da opinião pública que, segundo o professor Teobaldo, fica assim caracterizada: não é uma opinião unânime; não é, necessariamente, a opinião da maioria; normalmente é diferente da opinião de qualquer elemento do público; é uma opinião composta, formada das diversas opiniões existentes no público; está em contínuo processo de formação das diversas opiniões e- xistentes no público; está em contínuo processo de formação e em direção a um consenso completo, sem nunca alcançá-lo. Sabemos que os grupos de interesse, as pessoas interessadas e os espectadores constituem o público. Os grupos de interesse têm importante papel na formação da opinião pública e, mais uma vez, o professor Teobaldo nos lembra que os grupos de interesse colocam a controvérsia e esforçam-se para obter aliados entre os desinteressados. Desta forma o desinteresse, e a não informação contribuem para a ação dos grupos de interesse. Esses grupos de interesse, no seu esforço para moldar opiniões, podem provocar, pela propaganda, o estabelecimento de atitudes emocionais e sentimentos. A contrapropaganda faz aparecer, novamente, a controvérsia e o processo de discussão. Assim, pode-se notar que a propaganda é prejudicial somente quando existe apenas uma propaganda. De fato, a opinião pública deve funcionar como fiscal necessário e, para que isto ocorra, os seres racionais devem tornar-se cada vez mais racionais, mas vivemos em uma sociedade de massas onde o interesse privado geralmente se sobrepõe ao interesse público. Hoje, o que temos é a multidão, que foi característica da antiguidade e da Idade Média. Temos a massa de consumidores. Onde está o público? A opinião pública não é resultado do impulso de multidões passageiras que, excitadas por um fato novo e na fantasia criada pelos estereótipos e apaixonada por seus oradores, precisam adquirir a exata consciência de nação. Precisamos não só informar, mas principalmente formar, e Canfield já registrava: No seu papel de divulgar informações ao público, o profissional de Relações Públicas ocupa uma posição chave na formação de uma opinião pública esclarecida. OBSERVAÇÕES FINAIS A controvérsia deve ser vista como fato natural em uma sociedade mais evoluída. Assim, a iniciativa privada e o governo devem acostumar-se a discutir. Não é porque uma empresa é alvo de críticas, que deixará de existir. Pelo contrário, é necessário que se estabeleça o diálogo e que os empresários assumam sua responsabilidade social, pois o público não só deseja, mas principalmente merece explicações. Hoje, mais do que ontem, a humanidade tem como seu alicerce a opinião pública e exclusivamente sobre essa base o mundo pode sobreviver. A sociedade de massas precisa ser substituída pela comunidade de públicos, pela evasão do pensamento coletivo, mediante apelos dirigidos à razão e à reflexão. A humanidade só poderá viver em harmonia se existir ampla e livre comunicação, sob pena de sofrermos uma imprevisível rebelião das massas, nos lembra o professor Teobaldo. Childs nos diz: Os grupos de pressão identificam seus interesses com o interesse público. Essa identificação não se pode efetivar com um simples movimento de pena ou agir de mão. O público está sempre interessado em decisões mais sábias e racionais quanto a assuntos de relevância para ele. Suas competência para decidir sabiamente depende, em grande parte, do grau em que os grupos de pressão esclarecem o seu espírito, e não da extensão em que despertam instintos animais. Childs continua sua análise, demonstrando as condições básicas para o exercício da democracia que são: direito de escolha; liberdade de expressão; substituição de apelos irracionais por apelos menos irracionais, já que as emoções e os sentimentos não podem ser esquecidos; mais informação às massas e muita reflexão; educação; uso adequado da propaganda. Childs apresenta ainda os pontos fundamentais que Relações Públicas deve observar, no que se refere ao controle social, quando falamos em opinião pública. Vejamos: Relações Públicas, em seu sentido mais amplo, referem-se àqueles aspectos do nosso comportamento individual ou institucional que tem implicações sociais; O problema fundamental de relações públicas é por essas relações em conformidade com o interesse público um interesse que está sendo constantemente redefinido pela opinião das massas; Temos não só o dever de sujeitar-nos à opinião pública, mas também a responsabilidade e a oportunidade de modelá-la e guiá-la; Agindo assim, precisamos estar conscientes do significado social da propaganda do papel que cabe na teoria democrática e das condições essenciais para o seu correto funcionamento; Em última análise, a opinião pública é aquilo que, coletivamente, fazemos com que ela seja. Só quando procuramos, de todas as maneiras possíveis, melhorar a sua qualidade é que nos libertamos dos perigos do conformismo. A estes aspectos, devemos incluir a administração da controvérsia e, neste caso, a profa. Sarah C. da Viá nos traz as diferenças no tratamento da informação, quando diz: Numa comunidade de públicos, a discussão é Conhecimentos Específicos 12

149 o meio de comunicação fundamental, e os veículos de comunicação de massa, quando existem, apenas ampliam e animam a discussão, ligando um grupo primário com as discussões de outro. E continua: Numa sociedade de massas, o tipo de comunicação dominante é o veículo formal, e os públicos se tornam apenas simples mercados dos veículos de comunicação de massa. 3 CONHECIMENTOS BÁSICOS DE ADMINISTRA- ÇÃO. 3.1 CARACTERÍSTICAS DAS ORGANIZAÇÕES FORMAIS: TIPOS DE ESTRUTURA ORGANIZACIO- NAL, NATUREZA, FINALIDADES E CRITÉRIOS DE DEPARTAMENTALIZAÇÃO. 3.2 PROCESSO ORGA- NIZACIONAL: PLANEJAMENTO, DIREÇÃO, COMU- NICAÇÃO, CONTROLE E AVALIAÇÃO. 3.3 COM- PORTAMENTO ORGANIZACIONAL: MOTIVAÇÃO, LIDERANÇA E DESEMPENHO. O administrador é a pessoa responsável pelo desempenho do trabalho de outras pessoas. A administração é o processo de utilização dos recursos organizacionais para atingir objetivos específicos através das funções de planejar, organizar e alocar pessoas, liderar e controlar. Os níveis de organização compreendem administradores de alto nível, nível médio, de nível operacional e colaboradores individuais. As categorias de administradores incluem administradores funcionais e administradoresgerais, administradores de serviços públicos (sobretudo administradores em organizações sem fins lucrativos), empreendedores (aqueles que começam negócios inovadores), proprietários de pequenos negócios e líderes de equipes. Para atingir as metas de organização, os administradores de recursos a levam a cabo as funções administrativas básica. Os recursos são divididos em categorias:humanos, financeiros, físicos e informativos. Os administradores de alto nível valorizam o planejamento estratégico, enquanto os de nível operacional se concentram na liderança face a face. Para realizar suas tarefas, os administradores necessitam de habilidades interpessoais, conceituais, diagnósticas e políticas. Um modo eficaz de desenvolver habilidades administrativas é seguir um modelo de aprendizado geral. O modelo envolve conhecimento conceitual, linhas gerais de comportamento, exemplos a seguir, exercícios de desenvolvimento de habilidade e feedback. As habilidades administrativas são também adquiridas através de uma combinação de cultura e experiência. O ambiente externo da empresa é dividido em forças ambientais gerais e especificas. As forças ambientais gerais são: econômicas, sociais/culturais, políticas/legais, tecnológicas e internacionais. As forças ambientais especificas são os clientes, fornecedores de créditos/fornecedores, mercados de trabalho, agências regulatórias e os concorrentes. Os maiores desafios para os administradores incluem: ênfase sobre a qualidade total, organizações baseadas em equipe, downsinzing corporativos, reengenharias, ambiente de trabalho polarizado (empregos de alta habilitação versus emprego de baixa habilitação), integração das demandas de trabalho e da família ênfase na ética. Outro desafio é o de lidar com os sindicatos, porque eles são afetados pelos outros desafios. As crises geram a necessidade de mudança, mas para mudar certo é preciso primeiro identificar qual é o real problema para depois pensar nas possíveis soluções. Pior que estar doente é tomar o remédio errado, ou o remédio certo porem em doses equivocadas. Algumas das principais novidades em tecnologia de gestão produzidas nas últimas décadas e que provaram ter valor : Reinventando as organizações Os autores John Naisbitt e Patrícia Aburdene apontam algumas características do que denominas reinvenções das organizações: O novo papel do dirigente é o de cultivar e manter um ambiente propicio ao desenvolvimento pessoal; Os sistemas de remuneração devem atuar como estímulos e recompensarem o desempenho e a inovação; O emprego permanente e de tempo integral perde terreno para outras formas de prestação de serviço. O que se pode dizer da estabilidade no serviço? O estilo de gestão autoritário e hierarquizado cede lugar à administração tipo rede. A organização do futuro será uma federação de empreendedores internos. Nessa nova organização, o fator de qualidade será primordial e a intuição passa a assumir um papel cada vez mais relevante. O centro de interesse se desloca da infra-estrutura para a qualidade de vida. Downsinzing Nas décadas de hiper desenvolvimento que se seguiram à segunda grande guerra todas as empresas incharam suas estruturas no intuito de estarem presentes em diversos mercados. Pode até ter sido a opção correta na época. Porém o mundo mudou, a tecnologia evoluiu, e nenhuma organização consegue sustentar estruturas administrativas pesadas, havendo, portanto necessidade de eliminar o excesso de gorduras. O downsinzing não se refere à demissão de Office boy e auxiliares como forma de redução de custo de pessoal, mas sim a técnica de adequação do tamanho e da qualidade da estrutura com vistas à consecução dos objetivos com máxima produtividade. Administração Participativa Apesar de não ser técnica muito recente, essa teoria ganhou vulto maior na década de 80, notadamente entre os brasileiros. Sua lógica é muito simples, os níveis hierárquicos inferiores possuem tanta ou mais informações sobre o dia a dia dos clientes e dos concorrentes que os próprios gerentes. Desenvolver mecanismos de escuta e coleta de informações e sugestões pode resultar em significativa economia de tempo, dinheiro e demais recursos. Foi-se o tempo em que somente os donos, os principais diretores e uns poucos iluminados detinham o saber nas organizações. Mas a administração participativa não é apenas instalar uma caixinha de sugestões nem transferir responsabilidade para os empregados. Administração da Qualidade Total Foi-se também o tempo em que era assunto da engenharia, da produção ou da assistência técnica. Na organização moderna, qualidade é atributi de todos e deve estar presente em toda parte, em todas as tarefas, em todas as pessoas, produtos e serviços. O certificado ISO 9000 virou mania e muitas empresas gastaram pequenas fortunas nesse sentido, muitas vezes por puro marketing, acabando por perdê-la poucas auditorias mais tarde. Na maioria das vezes eram casos em que a cúpula queria por que queria a certificação e exigiu que toda a organização, exceto a própria cúpula, se empenhasse em obtêla. Descobriram que perderam tempo e dinheiro, pois a política da qualidade total começa pelo comprometimento da cúpula. Reengenharia Em determinadas circunstâncias aperfeiçoar o que já existe pode até trazer alguma lehoria, mas começar de novo livrando-se dos vícios da estrutura e do modelo anterior, pode propriciar melhorias da ordem de 80 a 90%. Reengenharia é uma mudança drática na forma de produzir e gerenciar, orientada para o obajetivo maior da organização e não apenas a busca de pequenas melhorias. Não apenas organizações em extrema dificuldade podem reengenheirar, mas também aquelas que estão em situação relativamente cômoda hoje mas vislubram a continuidade desse estado num futuro próximo. ÉTICA NOS NEGÓCIOS Compreender e praticar bons negócios é uma parte importante do trabalho de um administrador. Uma das muitas razões pelas quais a ética é importante é a de que os clientes e fornecedores preferem lidar com empresas éticas. A ética é o estudo da obrigação moral, ou a separação do certo e do errado. Quando decidirem sobre o que é certo ou errado, as pessoas podem focalizar as consequências; responsabilidades, obrigações e princípios; ou integridade. Focalizar as consequências é chamado de utilitarismo, porque o tomador de decisão está preocupado com a utilidade da decisão. Examinar as próprias responsabilidades na tomada de decisão é a abordagem deontológica, que se baseia nos princípios universais como honestidade e equidade. De acordo com a abordagem da virtude, se o tomador de decisão tem bom caráter e motivações e intenções genuínas, ele está se comportando eticamente. Os padrões e valores morais de uma empresa ajudam a nortear uma atitude ética na tomada de decisão. Os valores de uma pessoa também influem no tipo de comportamentos que ela acredita são éticos. De acordo com uma administração eticamente centrada, a alta qualidade de um produto final tem precedência sobre a obtenção do prazo de entrega. Conhecimentos Específicos 13

150 Verdadeiras catástrofes podem advir quando a administração não e eticamente centrada. Os fatores que mais contribuem para o comportamento antiético são a cobiça e ambição, além de uma atmosfera organizacional que tolera o comportamento antiético. Tentações e violações éticas são usuais, inclusive atos criminais, incluem: roubar dos empregadores e clientes, copiar software ilegalmente, tratar as pessoas de modo desigual, assédio sexual, conflito de interesses, divulgação de informações confidenciais e apropriação indébita de recursos corporativos. O comportamento ética e socialmente responsável parece ser custoefetivo ou ao menos custo-neutro e também resulta em bem social. Esse comportamento pode também atrair e reter empregados e clientes valiosos. ADMINISTRAÇÃO GERENCIAL A reforma do Estado tornou-se o tema central da agenda política mundial. A origem deste processo ocorreu quando o modelo de Estado montado pelos países desenvolvidos no pós-guerra, responsável por uma era de prosperidade sem igual no capitalismo, entrou em crise no final da década de 70. Num primeiro momento, a resposta foi a neoliberalconservadora. Dada a imperiosa necessidade de reformar o Estado, restabelecer seu equilíbrio fiscal, e equilibrar o balanço de pagamento dos países em crise, aproveitou-se à oportunidade para se propor, simplesmente, a redução do tamanho do Estado e o predomínio total do mercado. A proposta, entretanto, fazia pouco sentido econômico ou político. Depois de algum tempo constatou-se que a solução não estaria no desmantelamento do aparelho estatal, mas em sua reconstrução. A construção de um novo tipo de Estado é também a grande questão para a Brasil. Mas embora haja um contexto global de reformas, há importantes peculiaridades latino-americanas. Primeiro, no que diz respeito à situação inicial da crise do Estado, cuja gravidade era bem maior do que a existente no mundo desenvolvido. Não só estes países entravam em uma séria crise fiscal como ainda o modelo anterior de desenvolvimento econômico (modelo de substituição de importações) exauria-se. Ademais, o problema da dívida externa tornou-se crônico em quase todo o continente. A não resolução destes problemas estruturais fez com que a década de 80 fosse marcada, para a maioria das nações latino-americanas, pela estagnação e por altas taxas de inflação. Diante deste cenário econômico, o ângulo financeiro da crise do Estado foi priorizado pela primeira geração de reformas. Assim, as reformas orientadas para o mercado, sobretudo a abertura comercial, e o ajustamento fiscal foram as principais medidas tomadas nos anos 80. A busca da estabilização da economia ante o perigo hiperinflacionário foi, na maior parte dos casos, o êxito mais importante desta primeira rodada de reformas. A mudança do papel do Estado nos setores econômicos e sociais é outra tendência estrutural. Sua atuação deve estar voltada primordialmente para a área social, assegurando a universalidade dos serviços de saúde e educação, e para a criação de instrumentos que ajudem a promover o desenvolvimento econômico, garantindo as condições macroeconômicas favoráveis ao investimento privado e o aumento da competitividade sistêmica do país, através de políticas fortes nos setores de ciência e tecnologia e comércio exterior. A grande modificação no papel do Estado, contudo, tem de ocorrer na forma de intervenção, no plano econômico e no plano político. Neste sentido, em termos econômicos, em vez da intervenção direta como produtor, o aparelho estatal deve concentrar suas atividades na regulação. Privatizações e a criação de agências reguladoras fazem parte deste processo. Além disso, o Estado deve desenvolver sua capacidade estratégica de atuar junto ao setor privado e à universidade para criar um entorno adequado ao aumento da competitividade das empresas. Ressaltese que Estado também deve atuar para que os novos ciclos de desenvolvimento e a elevação da produtividade sejam virtuosos no que se refere ao uso dos recursos naturais, ao incremento da base tecnológica e à distribuição de renda, saindo assim do círculo vicioso do crescimento empobrecedor que caracterizou a Brasil no passado. Na área social, o caminho é reforçar o papel do Estado como formulador e financiador das políticas públicas Para isso, torna-se fundamental o desenvolvimento da capacidade catalisadora dos governos em atrair a comunidade, as empresas ou o Terceiro setor para compartilhar a responsabilidade pela execução dos serviços públicos, principalmente os de saúde e educação básica. Mas um primeiro alerta deve ser feito para o caso latino-americano: é necessário manter o poder de intervenção estatal direta quando não houver as condições sociais mínimas para compartilhar as atividades com a sociedade. Portanto, é preciso diferenciar as situações nas quais os serviços poderão ser prestados por mais de um provedor e/ou por entidades públicas não-estatais daquelas em que o aparato estatal será o único a garantir a uniformidade e a realização continuada das políticas públicas. A - Reconstruindo o Estado e Recuperando a Governança A reconstrução da capacidade estatal é uma condição essencial para que os países latino-americanos enfrentem com mais sucesso as questões da redemocratização, do desenvolvimento econômico e da distribuição de riqueza. Neste contexto, a implantação da Reforma Gerencial é um aspecto fundamental para aumentar a governança do Estado bem como para melhorar a governabilidade democrática do sistema político. A Reforma Gerencial vem ocorrendo na administração pública de vários países, como mostram diversos estudos. No entanto, apesar das características comuns às experiências de reforma, não há um sentido unívoco, um único paradigma organizacional que guie a todas as nações. Neste sentido, procuraremos definir a Reforma Gerencial que mais se adapta à realidade e às necessidades dos países latino-americanos. O modelo gerencial tem como inspiração às transformações organizacionais ocorridas no setor privado, as quais têm alterado a forma burocrática-piramidal de administração, flexibilizando a gestão, diminuindo os níveis hierárquicos e, por conseguinte, aumentando a autonomia de decisão dos gerentes - daí o nome gerencial. Com estas mudanças, saiu-se de uma estrutura baseada em normas centralizadas para outra ancorada na responsabilização dos administradores, avaliados pelos resultados efetivamente produzidos. Este novo modelo busca responder mais rapidamente às grandes mudanças ambientais que acontecem na economia e na sociedade contemporâneas. Embora inspirado na iniciativa privada, o modelo gerencial deve impreterivelmente se adequar ao contexto político democrático no qual está inserido o setor público. A especificidade da organização governamental deriva, em primeiro lugar, da motivação que a guia: enquanto as empresas buscam o lucro, os gestores públicos devem atuar conforme o interesse público. É bem verdade que os políticos também se orientam pelo desejo de reeleição e os burocratas podem ser capturados pelos interesses econômicos. Mas é a necessidade de ser ter o crivo democrático que torna a ação de políticos e burocratas passível de controle público. Controle este presente nos arranjos da democracia representativa, nos mecanismos de democracia direta ou, mais recentemente, na participação dos cidadãos na avaliação e na gestão de políticas públicas, formas típicas do modelo gerencial. Este tipo de controle democrático não encontra similar nas organizações privadas. No processo de decisão encontra-se outra diferença entre o setor público e o privado. No setor privado, o número de participantes é restrito e a capacidade para tomar decisões mais rápidas é maior. O governo, por sua vez, toma suas decisões segundo procedimento democrático, que envolvem um número maior de atores e maior demora na tomada de decisões, sobretudo porque tal sistema pressupõe o controle mútuo entre os Poderes e a fiscalização da oposição. Por fim, a legitimidade de uma empresa resulta de sua sobrevivência à competição no mercado, ao passo que os governos se legitimam pela via democrática. Em suma, como bem tem sido afirmado, o governo não pode ser uma empresa, mas pode se tornar mais empresarial, isto é, pode ser mais ágil e flexível frente às gigantescas mudanças ambientais que atingem a todas as organizações. A administração pública burocrática, em primeiro lugar, não deu conta do problema da eficiência. Com a diminuição dos recursos à disposição dos governos, tornou-se fundamental aumentar a eficiência administrativa. Tal questão é ainda mais importante na Brasil, onde o Estado é mais pobre, a sociedade é mais desigual e, portanto, é imprescindível a otimização dos recursos usados nas políticas sociais. A Reforma Gerencial é uma modificação estrutural do aparelho de Estado. Não pode ser confundida com a mera implementação de novas formas de gestão, como a da qualidade total. Trata-se de mudar os incentivos institucionais do sistema, de modo a transformar as regras burocráticas mais gerais, o que permitiria aos administradores públicos adotar estratégias e técnicas de gestão mais adequadas. A implantação de uma reforma institucional não implica, porém, a criação de um extenso e detalhado arcabouço de regras jurídicas. Essa é a Conhecimentos Específicos 14

151 tradição latino-americana - na verdade, ibero-americana -, cujos resultados têm sido perversos, criando um Direito Administrativo extremamente rígido que atrapalha a flexibilização da Administração Pública, importante requisito da Reforma Gerencial do Estado. Além do mais, o formalismo administrativo vigente na Brasil tem instaurado uma poluição legal que pode significar, na verdade, o primado da informalidade, isto é, o comportamento burocrático real não corresponde ao universo jurídico estabelecido, favorecendo assim o estabelecimento de máfias administrativas ou de ineficiência generalizada. O sucesso das mudanças institucionais rumo ao modelo gerencial depende, primeiro, da criação de regras gerais e claras que modifiquem os incentivos à atuação dos atores, o que, em suma, constituir-se-ia em um novo contrato entre os políticos, os funcionários públicos e a sociedade. É preciso, ainda, uma aplicação contínua das reformas, monitorando-as e estabelecendo junto à burocracia uma nova cultura administrativa. Desse modo, transformações das regras e da cultura administrativas fazem parte de um mesmo processo. B - Características e Objetivos da Reforma Gerencial A Reforma Gerencial assegura os mecanismos necessários ao aumento da eficácia, eficiência e efetividade da administração pública, além de criar novas condições que possibilitam tornar mais democrática a relação entre o Estado e a sociedade. As principais características deste modelo administrativo são as seguintes: B1) A profissionalização da alta burocracia é o ponto de partida da Reforma Gerencial. Para isso, deve-se constituir um núcleo estatal estratégico, fundamental na formulação, supervisão e regulação das políticas, e formada por uma elite burocrática tecnicamente preparada e motivada. Esta elite burocrática terá também que desenvolver a capacidade de negociação e responsabilização perante o sistema político. Isto a torna bastante distinta da tecnocracia estruturada nos regimes autoritários latinoamericanos, que acreditava na superioridade de seu saber e prática em relação ao comportamento da classe política - classificado como oportunista e irracional do ponto de vista técnico. Decerto que é preciso reduzir o clientelismo e a politização da alta burocracia presentes na Brasil, mas não se pode fazê-lo insulando os funcionários públicos da necessária supervisão democrática dos políticos e da sociedade. É bem verdade que o grau de profissionalização da administração pública não será o mesmo por todo o funcionalismo. Seguindo tendência mundial de reformas gerenciais, o Brasil não pode adotar um padrão único de regime jurídico ou de contratação, tratando os burocratas igualmente em termos de direitos e deveres, até porque parte das atividades públicas poderá ser realizada por profissionais que não necessariamente serão servidores públicos. Determinadas tarefas auxiliares ou de apoio ao núcleo duro do Estado serão de modo geral terceirizadas, desde as mais simples, como limpeza, até as mais complexas, como serviços de informática. Apesar disto, cabe ter uma política ativa para dignificar todos aqueles que exercerem função pública, valorizando-os e exigindo em troca a observância de rígidos padrões éticos. B2) A administração pública deve ser transparente e seus administradores, responsabilizados democraticamente perante a sociedade. Isto porque a profissionalização da burocracia não a torna completamente imune à corrupção, fenômeno mundial que tem aumentado demasiadamente no Brasil. Neste ponto, vários estudos comparados e o Relatório do Banco Mundial de 1997 são unânimes: é preciso atuar diretamente na relação entre política e administração, diminuindo a politização da máquina governamental, tornando mais transparentes as decisões públicas e investindo no reforço dos padrões salariais e éticos do funcionalismo. Ao tornar os administradores públicos mais autônomos e mais responsabilizados perante a sociedade, a Administração Pública Gerencial constitui-se em um instrumento fundamental na defesa do patrimônio público e dos princípios republicanos. B3) Descentralizar a execução dos serviços públicos é tarefa essencial no caminho da modernização gerencial do Estado latinoamericano. Primordialmente, as funções que podem ser realizadas pelos governos subnacionais e que antes estavam centralizadas, devem ser descentralizadas. Esta medida busca não somente ganhos de eficiência e efetividade, mas também aumentar a fiscalização e o controle social dos cidadãos sobre as políticas públicas. O Governo opta normativamente pela descentralização, mas faz ressalvas quanto à adoção de uma perspectiva em que o processo descentralizador seja sempre, em qualquer circunstância, o único modo de resolver os problemas da administração pública. Isto porque, em primeiro lugar, a relação entre a centralização e a descentralização não é dicotômica e sim complementar. O Governo Central continuará tendo um papel estratégico para garantir a equidade, sobretudo em países com grandes desequilíbrios socioeconômicos regionais, financiando parte da provisão dos serviços públicos. A descentralização realizada sem contrapartidas aos lugares mais pobres tende a reproduzir a desigualdade social existente, mantendo assim o padrão histórico de desenvolvimento perverso do continente latino-americano. B4) Nas atividades exclusivas de Estado que permanecerem a cargo do Governo Central, a administração deve ser baseada na desconcentração organizacional. Os órgãos centrais devem delegar a execução das funções para agências descentralizadas. O princípio que norteia esta mudança é o de que deve haver uma separação funcional entre as estruturas responsáveis pela formulação de políticas e as unidades descentralizadas e autônomas, executora dos serviços, e, dessa maneira, orientar a administração pública pelo controle dos resultados obtidos pelas agências autônomas. Nestes espaços, a Reforma Gerencial modifica os pressupostos que guiaram a administração pública burocrática ao longo deste século e que já não dão mais conta dos problemas atuais. Com o controle a posteriori dos resultados, em primeiro lugar, o pressuposto norteador é o da confiança limitada e não da desconfiança total em relação aos funcionários públicos. A administração baseada no controle a posteriori dos resultados também obriga a organização a definir claramente seus objetivos, analisados em sua substância e não como processo administrativo. Desse modo, a avaliação da burocracia se faz predominantemente através do cumprimento ou não de metas, e não a partir do respeito a regras que por muitas vezes são autoreferidas. A avaliação do desempenho burocrático não serve apenas para aferir se as metas foram ou não cumpridas. A administração pública gerencial utiliza-se do controle a posteriori dos resultados como um instrumento técnico capaz de fazer as organizações aprenderem com seus erros e, a partir disso, elaborarem suas estratégias futuras. Isto é o que tem sido denominado princípio do aprendizado organizacional, fundamental para que a administração por objetivos não seja meramente uma forma de punir ou encontrar responsáveis pelo eventual mau desempenho dos órgãos públicos, mas sim consiga desenvolver a capacidade de aprender com sua performance e melhorar continuamente a prestação dos serviços públicos. O primeiro mecanismo é o estabelecimento de um modelo contratual entre o órgão central e as agências descentralizadas. É o chamado contrato de gestão, que tem como base metas quantitativas e qualitativas definidas a priori e posteriormente avaliadas. O contrato de gestão também deve definir o que fazer após a avaliação, em termos de penalidades, premiações ou formas de corrigir os erros. Em suma, o contrato de gestão constitui um instrumento que permite tanto uma aferição mais rigorosa da eficiência, da eficácia e da efetividade, bem como aumentar a transparência da administração pública, uma vez que a sociedade pode saber de antemão quais são de fato os objetivos de cada órgão público, seus resultados e o que poderá ser feito para porventura mudar um mau desempenho. B5) A maior autonomia gerencial das agências e de seus gestores deve ser complementada por novas formas de controle. O controle deixa de ser o primordialmente burocrático, que buscava aferir se todos os procedimentos tinham sido cumpridos de forma correta, para se preocupar mais com os ganhos de eficiência e efetividade das políticas. Com a Reforma Gerencial do Estado, o controle que antes era realizado apenas pelos administradores e estruturas internas de controle externo e interno, passa a ser, adicionalmente, a combinação de quatro tipos de controle: Controle de resultados, realizado a partir de indicadores de desempenho estipulados de forma precisa nos contratos de gestão. Controle contábil de custos, que estará preocupado não somente com a checagem dos gastos realizados, mas também com a descoberta de formas mais econômicas e eficientes de fazer as políticas públicas. A aquisição desta última habilidade foi chamada na reforma administrativa inglesa de incorporação da consciência de custos no serviço público. A partir disso, os funcionários públicos começaram a valorizar o bom uso do dinheiro público e, assim, respeitar mais a população pensada como contribuinte. Controle por competição administrada, ou por quase-mercados, nos quais as diversas agências buscam oferecer o melhor serviço público aos usuários. Essa competição pode trazer ganhos de eficiência e efetividade Conhecimentos Específicos 15

152 ao sistema, já que a disputa obriga a uma utilização mais racional dos recursos e porque a tendência é aumentar o leque de serviços à disposição dos cidadãos. E, por fim, o controle social, por meio do qual os cidadãos avaliarão os serviços públicos ou participaram de sua gestão. O controle social é um instrumento fundamental para lidar com a complexa relação entre os cidadãos e seus agentes, os políticos e os burocratas. Obviamente o controle da burocracia feito pelos políticos é essencial na democracia representativa, mas seguramente ele não é o único que garante a informação necessária à população avaliar o caráter público das ações do Estado. Tem mostrado-se que controle da população sobre a burocracia - supervisão de tipo alarme de incêndio - é o que assegura a maior otimização da relação entre o principal (cidadãos) e seus agentes governamentais, uma vez que o custo da informação é menor do que na relação estabelecida entre políticos e burocratas e os ganhos imediatos à sociedade são maiores. Além destes controles vinculados ao modelo da Reforma Gerencial do Estado, é preciso reforçar o controle judicial sobre atos ilícitos e para garantir a uniformidade de tratamento aos cidadãos. Esta questão é extremamente relevante no Brasil, dada a histórica fragilidade dos órgãos judiciários na região, ao contrário da experiência norte-americana ou mesmo europeia. Duas razões justificam atualmente o reforço do controle judicial como um aspecto importante do processo de reforma do Estado. A primeira é que a confiança dos agentes econômicos no Judiciário, sobretudo em sua relação de fiscalização do Poder público, é fundamental para estabelecer o bom funcionamento do mercado. E mais importante, é fundamental aprimorar o controle judicial no continente latino-americano, pois os direitos civis e a efetividade da lei não são respeitados integralmente pelo Poder público. Cabe lembrar que os usuários dos serviços públicos em nosso continente de modo geral não têm protegidos os seus direitos de consumidores. De fato, o modelo gerencial pode mudar muito esta situação, mas fica a pergunta: e quando tais direitos não forem respeitados? Os controles gerenciais, em suma, precisam ter como salvaguarda última o controle judicial. Com relação ao segundo tipo de agência descentralizada, que atua nos serviços sociais e científicos, o Governo defende que o Estado deve continuar atuando na formulação geral, na regulação e no financiamento das políticas sociais e de desenvolvimento científico-tecnológico, mas que é possível transferir o provimento desses serviços a um setor público não estatal em várias situações. De antemão, é preciso frisar que não se trata da privatização dos serviços públicos na área social. O Estado continuará sendo o principal financiador e, mais do que isso terá um papel regulador no sentido de continuar definindo as diretrizes gerais e poder retirar a provisão de determinadas políticas caso seus mantenedores não estejam realizando um trabalho de acordo com o esperado pelos cidadãos. Essa confusão conceitual provém de uma visão dicotômica que contrapõe o estatal ao privado. Assim, se o Estado não está realizando diretamente a prestação dos serviços, logo eles foram privatizados. Além disso, os grupos sociais que assumem esse espaço público não-estatal, em sua maioria, possuem uma motivação que vai além da pecuniária. Isto ocorre, sobretudo porque o compromisso ideológico com a causa em questão - serviços na área educacional ou assistência à velhice, por exemplo - estreita os vínculos dos membros dessas organizações, sendo mais relevante do que os preceitos organizacionais burocráticos ou aqueles voltados ao lucro. Em políticas como as da área social, é de importância capital a dedicação humana, mais presente em organizações cuja base é a solidariedade. Uma outra vantagem trazida pelo conceito de público não-estatal é mostrar que o Estado precisa aumentar sua capacidade de cooperação com a comunidade, o Terceiro Setor e o mercado. Sem isso, os governos terão dificuldade de melhorar a prestação dos serviços públicos. Finalmente, o setor público não-estatal tem a grande vantagem de tornar mais democrática a prestação e a gestão dos serviços públicos. Esse é um aspecto capital do modelo gerencial, tal como mostramos logo adiante. B6) Outra característica importante da Reforma Gerencial do Estado é a orientação da prestação dos serviços para o cidadão-usuário. Com esta mudança, os cidadãos devem participar tanto da avaliação como da gestão das políticas públicas, especialmente na área social. No caso da avaliação, várias reformas administrativas pelo mundo estão introduzindo instrumentos de aferição dos resultados dos serviços públicos através da consulta popular. No que se refere à gestão, as comunidades estão assumindo a responsabilidade por programas nas áreas da educação, saúde e habitação, como se pode ver em diversas experiências bem sucedidas na Brasil. C - Uma Reforma Democrática e Progressista A Reforma Gerencial do Estado precisa assumir uma estratégia diferente da assumida pelas reformas até então. Primeiro, utilizando-se do aprendizado adquirido diante dos erros cometidos. Segundo, e mais importante, os objetivos da Reforma Gerencial são diferentes dos presentes nas primeiras reformas implantadas na Brasil. A primeira rodada de reforma, de cunho mais neoliberal, colocou a burocracia pública e a esquerda tradicional na defensiva, já que estes grupos insistiam em fechar os olhos para a grave crise que assolava o Estado latino-americano. Mas sabemos hoje que os meios utilizados por essas reformas não levaram à resolução dos problemas. No que se refere à administração pública, as medidas inicialmente tomadas enfatizaram a demissão de funcionários (downsinzing), a eficiência a qualquer custo e a identificação pura e simples da administração pública com a administração de empresas. A Reforma Gerencial do Estado posiciona-se contra esta receita. Ela vê na demissão apenas um recurso - e certamente não o mais relevante - para se alcançar equilíbrio fiscal e eficiência. Mais do que isso, o critério de que a redução de pessoal não deve ser abordada como um fim em si mesma ou como uma mera reação a problemas fiscais. Sem planejamento cuidadoso dos programas de corte, o risco de curto prazo é o êxodo dos melhores. Os riscos de longo prazo incluem a desmoralização dos funcionários públicos, a qualidade inferior do serviço e a perda de credibilidade se os cortes forem percebidos como arbitrários e opacos. A Reforma Gerencial do Estado também não busca a eficiência a qualquer custo. Primeiro porque a eficiência não pode ser descolada da efetividade, pois otimizar os recursos públicos sem oferecer bons serviços ou resolver os problemas sociais é incompatível com os valores que estamos defendendo. Além disso, o modelo gerencial deve subordinar a eficiência ou qualquer outro critério racional administrativo ao critério democrático, expresso na vontade popular. São os critérios definidos nos espaços públicos que devem prevalecer sobre qualquer racionalidade técnica, e por isso a Reforma Gerencial do Estado se afasta de qualquer visão tecnocrática de gestão. Desse modo, a Reforma gerencial não opta pelos princípios do mercado como o ordenador por excelência dos novos rumos do setor público. A proposta do CLAD é de que o caminho para modernizar a administração pública passa pela redefinição das relações entre a sociedade e o Estado, construindo uma esfera pública que de fato envolva a sociedade e os cidadãos na gestão das políticas públicas. Por fim, a Reforma Gerencial do Estado, como definimos anteriormente, tem muito clara a distinção entre a administração pública e a administração de empresas. Portanto, não se trata de uma proposta contra os servidores públicos. Procura-se compatibilizar a profissionalização dos setores fundamentais da burocracia com o aumento da responsabilização dos funcionários públicos frente à sociedade e ao sistema político. O Governo propõe uma nova burocracia, e não o seu fim. Com novos estímulos no ambiente de trabalho, dada a mudança gerencial da gestão, os funcionários tornar-se-ão mais autônomos e responsáveis (empowerment) e não peças de uma engrenagem sem vida. Certamente terão que ser mais treinados e bem pagos, contudo terão que responder precisamente às metas do contrato de gestão e às demandas do cidadãousuário. Para parte do funcionalismo, os contratos de trabalho serão flexibilizados, mas continuará sendo objetivo do Estado dignificar a função pública. A Reforma Gerencial do Estado também não é conservadora, como alardeiam alguns grupos, muitos deles temerosos de perder o seu statu quo. Ao contrário, ela é uma proposta essencialmente progressista, pois: - Afirma a responsabilidade do Estado pelos direitos sociais e o seu papel financiador na área dos serviços sociais de educação, saúde e cultura. - Pressupõe que a função do Estado no plano do emprego não é dar emprego, mas criar condições favoráveis ao pleno emprego. Para isso, é preciso garantir condições macroeconômicas saudáveis e, sobretudo, investir maciçamente em educação, grande porta para a empregabilidade no século XXI. Conhecimentos Específicos 16

153 - Busca ampliar o espaço público, com a criação do conceito do público não-estatal e procura aumentar as formas de participação popular na avaliação e controle dos serviços públicos. O Brasil passou por uma grande crise na década de 80 e está buscando sua superação ao longo dos anos 90. A consciência dos erros das reformas anteriores já existe, e por isso é preciso assumir a Reforma Gerencial, para a qual o Brasil já está preparado, como o instrumento fundamental para tornar o Estado capaz de atuar positivamente em prol do desenvolvimento econômico sustentado, da melhor distribuição de renda e da consolidação da democracia. Processo administrativo. Funções da administração: planejamento, organização, direção e controle. Estrutura organizacional. Cultura organizacional. A administração pública pode ser definida objetivamente com CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DAS ORGANIZAÇÕES FORMAIS Uma organização é uma combinação de esforços individuais que tem por finalidade realizar propósitos coletivos. Além de pessoas, as organizações utilizam outros recursos, como máquinas e equipamentos, dinheiro, tempo, espaço e conhecimentos. Por meio de uma organização, é possível perseguir e alcançar objetivos que seriam inatingíveis para uma pessoa. Uma grande empresa ou uma pequena oficina, um laboratório de análises ou um corpo de bombeiros, um hospital ou uma escola são todos exemplos de organizações. As organizações têm características importantes que as diferenciam de outros grupos sociais, como a família, as multidões, os passageiros de um veículo coletivo e a massa de consumidores de determinado produto. As principais são: Propósito Divisão do trabalho, e Coordenação. Todas as organizações formais são burocracias, ou seja, há excesso de regulamentos, há gente demais para fazer pouca coisa, há muitas tramitações a serem percorridas num processo. ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL Qualquer empreendimento pode ter seu propósito básico dividido numa sequência de funções ou operações principais. Um primeiro critério que se pode adotar, para dividir a organização em departamentos, consiste em usar funções como base para a divisão do trabalho. Assim uma organização segue o critério funcional de departamentalização quando cada departamento corresponde a uma função principal. Há um administrador geral que comanda o conjunto todo e, logo abaixo, cada integrante do primeiro escalão hierárquico é responsável por uma atividade especifica: produção, vendas, finanças, e assim por diante. O modelo funcional de departamentalização presta-se a um grande número de utilidades. Ele é usado em primeiro lugar, por organizadores que: Estão no começo de sua vida São de pequeno porte; Manufaturam apenas um produto. O modelo funcional também é usado por grandes empresas quando as seguintes condições estejam presentes: Pequena diversificação tecnológica ou de produtos: há um número pequeno de produtos, ou todos são fabricados usando a mesma tecnologia básica. Venda e distribuição dos produtos pelos mesmos tipos de canais Execução de operações numa mesma área geográfica Ambiente externo estável (consumo, fornecimento e concorrência relativamente constantes). O critério funcional também pode ser usado sucessivamente, nas partes menores dos departamentos, dividindo-se o trabalho de acordo com as operações principais dessas partes. Em todos os casos onde é utilizada, a estrutura funcional apresenta algumas características como: A administração geral tem pleno controle dos destinos da empresa e há segurança de que a ação esteja orientada para a missão, porque é muito fácil atribuir, localizar e cobrar responsabilidades dentro de uma estrutura onde a divisão de tarefas é muito cristalina Há pequena confusão em relação sobre quem tem que fazer o que já que as responsabilidades estão muito bem definidas. O número de gerentes tende a ser econômico O desenvolvimento da experiência e da competência técnica fica favorecido, porque os especialistas funcionais ficam juntos. Com o aumento da especialização e da competência, torna-se fácil absorver novas técnicas e conceitos relacionados com as operações de cada área. Há uma tendência à administração eficaz. Se o tamanho aumenta muito, certos problemas podem surgir. Entre eles, o da excessiva especialização, porque as funções vão subdividindo-se sucessivamente e com isso criam-se novas camadas funcionais e novos cargos especializados. A estrutura tende a tornar-se complexa e feudalizada, acarretando um distanciamento dos objetivos gerais. ORGANIZAÇÃO TERRITORIAL A alternativa da organização territorial torna-se uma exigência quando a empresa opera em lugares físicos diferentes e em cada local é necessário alocar certo volume de recursos ou certa autonomia, e também quando é possível promover algum tipo de agregação por proximidade. Quando a organização usa este critério geográfico de departamentalização, cada unidade de trabalho corresponde a um território. O gerente dessa unidade é responsável por tudo aquilo que aconteça dentro de seu território ou região. O critério territorial é usado no primeiro escalão quando há um grau elevado de dispersão geográfica de todas as atividades. Este é o caso que será analisado adiante, no segmento divisionalização. ORGANIZAÇÃO POR PRODUTO Quando a empresa trabalha com vários produtos, que apresentam diferenças importantes entre si pode ser melhor tratá-los separadamente, no que diz respeito aos processos de fabricá-los e comercializá-los Isto conduz a uma forma de organizar onde a responsabilidade é atribuída tendo o produto como critério. Cada unidade de trabalho, consequentemente, tem responsabilidade sobre um grupo de operações ou sobre a totalidade das operações relativas a um produto. Esta alternativa pode ser usada tanto em empresas industrias, para estruturar linhas de produção, ou comerciais, para especializar o trabalho de vendas. ORGANIZAÇÃO POR FASES Dentro da função de produção das empresas industriais e em outras operações, mesmo de escritório, que envolvem a montagem de um produto final, uma possibilidade de organização frequentemente empregada é a criação de departamentos que têm responsabilidades sobre cada um dos estágios pelos quais passam os materiais até se transformarem no produto final. Neste caso, os indivíduos e os recursos por eles utilizados são agrupados em função de sua posição na sequência dos estágios que foram definidos pela administração. Esses estágios - ou fases - podem abranger todo o processo de montagem ou fabricação, ou uma parte dele que se julgue mais importante. ORGANIZAÇÃO POR CLIENTE Assim como a organização por produto é a escolha natural no caso de haver distinções marcantes entre os produtos, à diversificação dos clientes é o fator que determina a escolha da organização por cliente. O Volume de compras, a intensidade e a frequência do atendimento exigido e outros fatores diferenciam os clientes uns dos outros. O ponto extremo da organização por cliente é a criação de um departamento para cada cliente, ou pelo menos, para cada um dos clientes,mais trabalho ou do faturamento da organização. Agências de publicidade e empregar esta opção, onde cada cliente é uma conta. ORGANIZAÇÃO DISCIPLINAR Organizações como escolas, laboratórios industriais e centros de pesquisa, que têm como objetivos a educação e a produção de informações costumam empregar a alternativa da divisão do trabalho segundo os ramos do conhecimento, disciplinas ou especializações profissionais. Neste caso, casa departamento corresponde a um grupo de especialistas em determinada área do conhecimento, que procuram alcançar objetivos como: Obter novos conhecimentos por meio de pesquisa. Aplicar o conhecimento disponível à solução de problemas Transmitir o conhecimento a estudantes ou à comunidade em geral. ORGANIZAÇÃO POR PERÍODO Atividade que devem ser executadas ininterruptamente, ou que vão além do chamado horário comercial de trabalho, podem ser divididas em períodos, chamados turnos. Neste caso, cada turno corresponde a um grupo diferente de indivíduos que trabalham em determinado horário, sendo Conhecimentos Específicos 17

154 o chefe do turno responsável pelas tarefas executadas durante aquele período de trabalho. Esta alternativa é muito empregada em determinados tipos de linhas de produção e prestação de serviços, como hospitais segurança pública e agências bancárias. ORGANIZAÇÃO POR QUANTIDADE A organização por quantidade é o que o próprio nome diz: as pessoas são agrupadas em quantias, em função do volume de trabalho a ser realizado o qual geralmente é o mesmo para cada uma das quantias. É provavelmente o critério de organização sobre o qual primeiro se escreveu, estando registrado na Bíblia como a forma empregada por Moisés, seguindo o conselho de Jetro, para dividir os hebreus em grupos. As forças armadas, com sua estrutura de divisões, regimentos e batalhões, também o empregam desde a antiguidade. As empresas modernas quando têm que lidar com grandes volumes de produção fazem a mesma coisa. O volume total é dividido em linhas de produção, cada uma delas correspondendo a uma gerência, que fazem todas a mesma coisa. DIVISIONALIZAÇÃO A divisionalização é um processo de atividades e de autoridade pelo qual cada unidade de trabalho passa a desfrutar de grande autonomia - com uma dose correspondente de responsabilidade. Essa descentralização torna-se uma necessidade quando a organização cresce, passando a atuar em grandes extensões geográficas, a atender a mercados muito diferentes uns dos outros, ou a operar linhas muito diversificadas de produtos e serviços Quando se emprega a divisionalização, os produtos ou as áreas geográficas vêm em primeiro lugar, logo abaixo do administrador geral, ás funções, seguem-se as gerências de produto ou território. Uma divisão, portanto, é uma unidade de trabalho que tem responsabilidade sobre um produto ou sobre um território e, de maneira geral, engloba todos os recursos necessários à produção e comercialização do respectivo produto na respectivo território. ORGANIZAÇÕES DE PROJETOS As diversas possibilidades da estrutura funcional e a estrutura divisional prestam-se a atividades ou organizações cujas atividades são rotineiras e programadas. Certos empreendimentos, no entanto, não seguem nenhum padrão de uniformidade. Eles podem ser muito esporádicos, ou ocorrer uma única vez na vida da organização e mesmo repetir-se, mas nunca duas vezes do mesmo jeito. Nesse caso, por exemplo, estão atividades como: Certos tipos de industria que trabalham por encomenda, em particular a indústria de grandes equipamentos. Certos tipos de serviços prestados também sob encomendas, como congressos e convenções, programas de treinamento, corridas de automóveis, eleições presidenciais e grandes competições esportivas. Implantação de mudanças organizacionais de larga escala e foco bem definido - novos métodos, procedimentos e tecnologia. Pesquisa, desenvolvimento e lançamento de novos produtos. Implantação e operação de novas instalações fabris, ou transferência de sede de um cidade para outra Para organizar as pessoas e os recursos empenhados em atividades como as destes exemplos, que têm começo e fim definidos, a alternativa a ser considerada é alguma forma de organização de projeto. Um projeto compreende todas as tarefas necessárias para realizar um objetivo específico, e a pessoas que nelas trabalham formam a equipe do projeto. Há pelo menos três alternativas para a organização de projetos. Projetos puros A primeira possibilidade para organizar projetos é estruturar toda a empresa em forças tarefas, com exceção de um grupo centralizado de pessoas que respondem pelos serviços de infra-estrutura administrativa. Neste modelo, cada um dos projetos corresponde a uma equipe diferente das demais, com responsabilidade sobre um produto final ou serviço específico. Este modelo de organização de projeto tem a vantagem evidente de possibilitar a concentração da equipe nos objetivos de seu projeto e de orientá-la eficazmente em direção ao problema a ser resolvido. No entanto tem a desvantagem evidente da ociosidade de cada equipe, uma vez que seu projeto termine, tornando-se necessário desmobilizá-la ou demitir seus integrantes se não houver possibilidade de distribuí-los entre as demais equipes. Projetos Autônomos Um projeto autônomo é uma força tarefa encaixada dentro de uma estrutura maior, que pode estar organizada segundo qualquer um dos critérios anteriores. Esta é uma solução interessante quando a organização tem uma predominância de atividades rotineiras, combinadas com a ocorrência muito esporádica de projetos, ou quando há uma atividade importante demais para ser tratada de modo comum. Estrutura Matricial A estrutura do tipo matricial pode ser empregada quando for necessário conduzir diversos projetos de natureza similar, utilizando os mesmos recursos humanos. Em seu modelo ideal este tipo de estrutura consiste em uma organização funcional estável combinada com uma estrutura consiste em uma organização funcional estável combinada com uma estrutura horizontal de coordenação que comanda e orienta os recursos humanos especializados para a execução de um mais projeto. A vantagem da estrutura matricial decorre da combinação de dois outros tipos de estrutura. Enquanto a organização funcional favorece a especialização e a acumulação de conhecimentos, a organização por projetos favorece a orientação para algum tipo de resultado ou problema a ser resolvido. Uma análise dessa combinação de vantagens foi feita pelo professor Roberto Sbragia que estudou a ocorrência da estrutura matricial em institutos de pesquisa. Neste tipo de empresa, em geral organiza por meio de uma estrutura disciplinar, as divisões técnicas realizam algumas atividades continuamente, tais como ensaios, testes, atendimento de consultas, pesquisas produção de materiais diversos em pequenas quantidades. De outro lado, a estrutura matricial compromete os princípios clássicos da unidade de comando e da equivalência entre responsabilidade e autoridade, por causa da dupla subordinação e porque nem sempre o gerente de projeto tem a dose necessária de poderes formais para garantir o desempenho dos profissionais que lhe são emprestados. COMO ESCOLHER UMA ESTRUTURA Qual é o tipo especifico de estrutura organizacional que se deve usar? Para selecionar o padrão estrutural mais apropriado, é preciso levar em conta diversos fatores. Alguns deles são os seguintes: Diversidade ou homogeneidade de operações, por causa da tecnologia empregada, por exemplo, na produção ou nas matérias-primas. Diversidade ou homogeneidade dos canais de distribuição das fontes de recursos e das necessidades do consumidor ou usuário. Natureza da organização (pública, privada, banco, sindicato, escola etc.) Ênfase estratégia (estabilidade e eficiência ou expansão e eficácia). Proporção entre atividades de rotina e de inovação: uma das duas predomina ou têm a mesma importância? Turbulência em contraposição a tranquilidade no ambiente: estabilidade ou instabilidade no comportamento de clientes, fornecedores e outros segmentos do ambiente organizacional. Participação de cada um dos produtos serviços ou linhas no volume total de recursos empregados ou resultados obtidos pela empresa. Ênfase da administração superior na centralização ou descentralização de autoridade e atividades. Num determinado estudo, os diferentes fatores que influenciam a estrutura, como os dessa relação, forma simplificada e agrupada em três categorias principais: Grau de diversificação de produtos e clientes; Ênfase dos planos e objetivos; e Alocação dos recursos A tarefa de organizar não termina com a divisão do trabalho e a escolha de uma estrutura. Não apenas é preciso acompanhar e avaliar a estrutura escolhida, como também há muitas outras decisões que se deve tomar a fim de torná-la viável. NATUREZA Por estrutura entende-se um sistema estável formado de vários elementos coordenados ou relacionado de determinada maneira. Se o termo refere à estrutura da empresa, então admitem-se várias acepções. A mais elementar delas é a que define a estrutura como uma equipe de homens da qual derivam todas as realizações da empresa. Uma segunda acepção é aquela que considera a estrutura como um conjunto de níveis hierárquicos e de inter-relações entre diferentes grupos de homens ao desenvolverem sua atividade profissional. Diz-se também que a estrutura é Conhecimentos Específicos 18

155 um esquema de organização que determina quem depende de quem, e como se dividem e se integram as tarefas. Esta última acepção pressupõe que na empresa se realizem trabalhos diretivos e operativos. Os primeiros relacionados com as tomadas de decisões apontam os objetivos determinados, que se alcançam mediante uma condução adequada dos homens e com a autoridade que a competência específica confere. Os segundos são as atividades padronizadas, que se repetem sob essa condução. Os instrumentos a que se refere esta acepção são os meios disponíveis para essa atividade. FINALIDADES As finalidade seriam: melhorar o produto, melhorar o volume de vendas e os serviços, aumentar a rentabilidade, melhorar a imagem junto ao público, melhorar as relações humanas dentro da organização e melhorar a capacidade organizacional de resposta a situações futuras. CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO Uma das questões enfrentadas por organizações de grande porte, ou que passam por processos de mudanças ou crescimento diz respeito à concentração ou dispersão do poder e de certas atividades. Esta questão envolve decisões de centralizar ou descentralizar que se referem a dois aspectos das organizações: a autoridade e as atividades. Atividades A descentralização de atividades é também chamada de dispersão geográfica. Há centralização quando as atividades são executadas num mesmo local; inversamente, há descentralização quando diferentes locais abrigam atividades de uma mesma natureza. Esta configuração significa que as atividades relativas à função de recursos humanos estão descentralizadas (dispersas) no nível de cada fábrica, de forma que as questões locais são tratadas localmente. Autoridade Autoridade está centralizada quando o poder de decisão sobre determinados assuntos permanece nas mãos de uma pessoa ou grupo de pessoas, sem que os executores da decisão ou outros interessados possam participar do processo. Inversamente, quando o poder de decisão está distribuído, diz-se que a autoridade foi descentralizada, ou que há delegação de autoridade. Por exemplo, quando o diretor industrial permite que o gerente de produção estabeleça suas metas de fabricação mediante entendimentos diretos com o gerente de vendas subordinado do diretor comercial, está havendo delegação de autoridade nesse assunto específico. Centralizar ou Descentralizar? Tanto a centralização quanto a descentralização oferecem vantagens e há inúmeros fatores que influem em cada uma das duas possibilidades. Uma grande empresa tem em sua área industrial, um setor de fabricação, organizado por produtos e dois laboratórios, um de análise de matériaprima e outro de análise de produtos acabados. Essa mesma organização tem em sua área administrativa, um setor de suprimentos, que administra um grande almoxarifado central, cujos itens de estoque atendem à maior parte das necessidades da empresa. Dessa forma, as atividades de prestação de serviços ficam descentralizadas, facilitando o atendimento adaptado às necessidades e, ao mesmo tempo, a autoridade pelas compras fica centralizada, preservando a economia de compras, cadastro de fornecedores, licitações, e assim por diante. Essa é a vantagem de especialização que favorece a descentralização. Entretanto, se a especialização é uma vantagem da descentralização, a necessidade de coordenação é um motivo que provoca a centralização. É esse papel que exercem os conselhos de administração e as holdings, que procuram preservar a uniformidade de conduta em suas diferentes empresas. A necessidade de economia é outro fator que costuma provocar a centralização. Como a dispersão de atividades e de autoridade normalmente implicam o aumento do número de pessoas e instalações, organizações com problemas de dinheiro ou em épocas de crise procuram evitá-las. PROCESSO ORGANIZACIONAL Na operação diária de uma organização principalmente aquelas que estão em processo de amadurecimento e consolidação, é possível que ocorram indefinições de responsabilidade e autoridade, tais como duplicação de esforços ou omissão; certas atividades são executadas por mais de uma pessoa ou certas coisas deixam de ser feitas, porque alguém acha é incumbência de outro. Com a mudança de pessoas, que normalmente ocorre em qualquer empresa, em com o simples passar do tempo, também é possível que a divisão do trabalho comece a ficar confusa. A estrutura organizacional necessita de revisão e de manutenção periodicamente, e para isso existem ferramentas apropriadas. Uma delas é o organograma linear, que aplica particularmente às situações exemplificadas acima. O organograma linear é um recurso gráfico no qual está embutida uma técnica para analisar três coisas, simultaneamente: Atividades. Departamentos envolvidos na execução dessas atividades. Divisão de autoridade e responsabilidade dos departamentos na execução das atividades. COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL: MOTIVAÇÃO A motivação (derivada do latim motivus, movere, mover) indica o conjunto de razões ou motivos que explicam, induzem, incentivam, estimulam ou provocam algum tipo de ação ou comportamento. Dentro de campos especializados, a palavra motivação adquire significados específicos. Por exemplo, motivação do consumidor refere-se às razões que induzem o comportamento de comprar; a pesquisa motivacional é o estudo das atitudes do consumidor em relação a produtos e serviços. A motivação para o trabalho é uma expressão que indica um estado psicológico de disposição ou vontade de perseguir uma meta ou realizar uma tarefa. Uma pessoa motivada para o trabalho é uma pessoa com disposição favorável para perseguir a meta ou realizar a tarefa. Estudar a motivação para o trabalho é procurar entender quais são as razões ou motivos que influenciam o desempenho das pessoas, que é a mola propulsora da produção de bens e da prestação de serviços. MOTIVOS INTERNOS Os motivos internos são as necessidades, aptidões, interesses e habilidades do indivíduo, que o fazem capaz de realizar certas tarefas e não outras; que o fazem valorizar certos comportamentos e menosprezar outros. São impulsos interiores, de natureza fisiológica e psicológica, afetadas por fatores sociológicos necessidades, frustração, aptidões, habilidades, atitudes e interesses. Entre os motivos mais importantes estão as necessidades humanas. A fome, por exemplo, é uma necessidade que motiva o organismo a procurar alimento. Quanto mais forte essa necessidade, maior será o empenho em satisfazê-la - mais intensa será a motivação. Uma vez satisfeita a necessidade, o organismo entra num estado de saciedade ou satisfação, e o objeto do comportamento - no caso da fome, o alimento - deixa de representar um estímulo, porque se extinguiu o impulso interno para persegui-lo. Necessidades inerentes à condição humana, como as de alimentação, reprodução, abrigo e segurança, são básicas ou primárias. Elas tornam todos os indivíduos iguais uns aos outros. São também chamadas necessidades de sobrevivência. Hierarquia das necessidades A noção de que as necessidades humanas estão organizadas numa espécie de ordem ou hierarquia desempenha papel importante campo do comportamento humano nas organizações Necessidades básicas: Abrigo, Vestimenta, Fome, Sede, Sexo, Conforto. Necessidades de segurança: Proteção, Ordem, Consciência dos perigos e riscos, Senso de responsabilidade. Necessidades de participação: Amizade, Inter-relacionamento humano, Amor. Necessidades de estima: Status, Egocentrismo, Ambição, Exceção. Necessidades de auto - realização : Crescimento pessoal, Aceitação de desafios, Sucesso pessoal, Autonomia. De acordo com Maslow: As necessidades básicas manifestam-se em primeiro lugar, e as pessoas procuram satisfazê-las antes de se preocupar com as de nível mais elevado. Uma necessidade de uma categoria qualquer entre as cinco precisa ser atendida antes que a necessidade de uma categoria seguinte represente uma preocupação. Em outras palavras, se uma necessidade não for satisfeita, a pessoa ficará estacionada nesse nível de motivação. Uma vez atendida, uma necessidade deixa de representar uma preocupação. Em outras palavras, se uma necessidade não for satisfeita, a pessoa ficará estacionada nesse nível de motivação. Conhecimentos Específicos 19

156 Uma vez atendida, uma necessidade deixa de representar uma preocupação, e a pessoa a ser motivada pela ordem seguinte de necessidades. MOTIVOS EXTERNOS Os motivos externos são estímulos ou incentivos que o ambiente oferece ou objetos que a pessoa persegue porque satisfazem a uma necessidade, despertam um sentimento de interesse ou representam a recompensa a ser alcançada. Um discurso de exortação feito por um líder político, um desafio proposto pelo gerente de vendas, uma escala de progressão salarial, o que eu quero ser quando crescer e até mesmo o chicote usado pelos antigos feitores de escravos são exemplos desses estímulos externos. Os motivos externos podem ser divididos em duas categorias principais - o trabalho - segundo uma classificação feita numa teoria proposta por Frederick Herzberg, que exerceu grande influência nos estudos sobre a motivação. A estes aspectos foi dado o nome de fatores intrínsecos ou fatores de motivação propriamente dita entre estes encontravam-se os seguintes: O trabalho em si. A realização de algo importante O exercício da responsabilidade A possibilidade de crescimento Teoria dos dois fatores Por outro lado, os aspectos insatisfatórios diziam respeito mais ao contexto do trabalho, ou seja, às condições dentro das quais o trabalho era executado. A estes aspectos foi dado o nome fatores extrínsecos ou higiênicos e eram: Estilo de supervisão Relações pessoais Salário Políticas de administração de pessoal Condições físicas e segurança do trabalho. Incentivos monetários A premiação em dinheiro é a mais simples que uma empresa pode usar. É também muito tradicional e largamente usada: comissões de vendas, bonificações por peças produzidas, participação nos lucros e prêmios por sugestões são apenas alguns dos inúmeros exemplos que esta modalidade de premiação oferece. O dinheiro é fácil de manejar; é algo de que todos precisam e tem a vantagem de que o ganhador pode escolher o que fazer com ele. Os incentivos monetários também podem ser combinados com outras modalidades de premiação. Pode-se oferecê-los em ocasiões especiais, como um salário extra atingimento de uma meta de desempenho. LIDERANÇA É mais fácil apontar alguém que tem liderança do que tentar definir o que seja liderança. Não apenas é extremamente difícil dizer o que é liderança, como também o conceito do que é o líder varia de pessoa para pessoa, de grupo para grupo, e de situação para situação. Teremos todos que concordar que o Papa, por exemplo, tem essa capacidade, apesar que aqueles que não são católicos não a aceitam. Mesmo estes, no entanto, não poderão deixar de reconhecer que ela existe dentro de determinado universo de valores. Além disso, ficamos em dúvida sobre a base de sua liderança : ela está no indivíduo, na posição que ele ocupa ou na instituição que ele simboliza? Definição Há muitas definições desse fenômeno social complexo que é a liderança. A explicação mais simples diz que o indivíduo A é um líder (ou tem liderança) quando consegue conduzir as ações ou influenciar com sucesso o comportamento dos indivíduos B, C, D etc. Nessa definição, está caracterizada a natureza da liderança como fenômeno, sem discutirmos, ainda, os motivos pelos quais os indivíduos B,C, D etc. concordam em ser conduzidos ou deixam que seu comportamento seja influenciado pelo indivíduo A. Outra definição diz o seguinte: Liderança é a realização de uma meta por meio da direção de colaboradores humanos. O homem que comanda com sucesso seus colaboradores para alcançar finalidades específicas é um líder. Um grande líder é aquele que tem essa capacidade dia após dia, ano após ano, numa grande variedade de situações. Conhecimentos Específicos 20 Quem são os líderes? Um líder não é apenas um personagem proeminente, que pertence à história ou tem uma aura de sobrenaturalidade a seu redor. Há muitas situações nas organizações e na vida social que envolvem essa capacidade de comandar visando à realização de objetivos. Que tipos de líderes há? Em segundo lugar, é importante distinguir administradores formais de lideres informais. Não que os dois sejam mutuamente exclusivos, mas há diferença entre por exemplo, o presidente de uma empresa e o dirigente sindical que mobiliza seus empregados numa manifestação ou greve contra essa mesma empresa. A diferença é que o primeiro tem poder formal (ou autoridade formal) sobre seus funcionários, enquanto o segundo está exercendo uma liderança informal, ou simplesmente liderança, sobre os mesmos funcionários, visando a meta de fazer manifestação ou greve. Por que há liderados? O terceiro aspecto importante no fenômeno da liderança envolve os motivos que levam um grupo a concordar com a influência de um líder sobre seu comportamento. A compreensão do fenômeno da liderança precisamente nesse ponto: os motivos que levam uma pessoa a ser capaz de influenciar o comportamento alheio. Esta é a questão essencial, que abrange as duas anteriores. Felizmente, o conhecimento disponível oferece-nos uma classificação desses motivos, chamado bases da autoridade. ESTILOS DE LIDERANÇA Uma ideia bastante disseminada sobre os estilos de liderança coloca os três comportamentos - autocrático, democrático e liberal - não como categorias totalmente distintas e isoladas umas das outras, mas como pontos de referência dentro de uma escala. Comportamentos autocráticos Os comportamentos autocráticos correspondem ao uso propriamente dito da autoridade formal e de seus instrumentos, e suprimem a participação ou influencia dos subordinados no processo decisório do dirigente. A autocracia, como comportamento do dirigente, pode ser suave ou forte. Comportamentos democráticos Os comportamentos do tipo democrático pressupõem alguma espécie de influência ou participação dos subordinados no processo de decisão ou de uso da autoridade por parte do dirigente. Aqui também, temos mais e menos democracia. Comportamentos Liberais No caso dos comportamentos liberais, o gerente ou líder transfere sua autoridade para os subordinados, conferindo-lhes o poder de tomar decisões que os afetam e que afetam o próprio gerente ou líder. Ser liberal, em termos de comportamento do líder, implica a decisão de abdicar racionalmente do poder de decisão. LIDERANÇA SITUACIONAL Um dos modelos mais populares de liderança que se baseiam na ideia de dois estilos - tarefa versus pessoa - é a grade gerencial (managerial grid, no original), de Blake e Mouton. Autoridade versus liberdade Dos autores que disseminaram a ideia da liderança situacional, Tanenbaum e Schmit estão entre os primeiros que tentaram definir os fatores que poderiam influenciar a escolha do estilo de liderança e a eficácia do dirigente. Eles desenvolveram a ideia de um continuum ou spectrum da liderança, dentro do qual a autoridade do gerente e a liberdade do subordinado se combinam em proporções variadas, e propuseram que três conjuntos de forças ( ou fatores da situação) pesam na escolha do estilo de liderança entre essas diferenças possibilidades: Resumindo A liderança foi considerada, como produto de diversos aspectos da personalidade e do comportamento e da capacidade de utilizar o conceito de liderança situacional No entanto, é uma assunto por demais complexo para caber numa apostila, e sobre o qual nunca é demais estudar, não apenas em livros de administração, mas também em outras disciplinas e na observação que no dia-a-dia podemos dos líderes que nos cercam. DESEMPENHO É necessário, portanto, haver sintonia entre os motivos internos e os externos. As necessidades, interesses a aptidões, de um lado, e os estímulos que lhes correspondem, de outro, agem simultaneamente para

157 motivar o comportamento. A carência de algo que parece importante a pessoa a perseguí-lo. Enquanto permanecer a carência, permanecerá o comportamento de busca da satisfação. Em outras palavras, para que um estímulo de qualquer natureza tenha efeito motivador, é preciso que seja visto como recompensa - algo que a satisfaz uma necessidade ou responde a um interesse. Dessa forma, o principal efeito que empresta maior ou menor força a determinado fator de motivação ou satisfação vem do próprio indivíduo, de sua forma de encarar o mundo, seus interesses e aptidões. Esses fatores individuais, tão numerosos quanto os indivíduos, exercem o mesmo tipo de influência que os fatores sociais ou grupais analisados a seguir. INFLUÊNCIA NO DESEMPENHO O limite do desempenho não é estático e altera-se com a aquisição de novos conhecimentos, com o aprimoramento das habilidades e com a mudança de atitudes e interesses, por meio de treinamento, educação, interação social ou da experiência trazida pela passagem do tempo. Essa evolução constante oferece a cada indivíduo um grande leque de possibilidades, cada uma das quais pode concretizar-se ou não, uma vez que uma pessoa em particular pode estar obrigada a permanecer em determinado patamar de aproveitamento de potencialidades, seja pela falta de oportunidade para progredir, pela falta de incentivos, ou por alguma outra razão. Efeito Pigmalião nas relações humanas Saindo do plano sociológico para o psicólogo, o fator desencadeador tem analogia com a lenda de Pigmalião, da mitologia grega, que se apaixonou pela estátua da mulher perfeita que havia esculpido. Vênus deu vida à uma estátua e transformou em realidade a expectativa de Pigmalião, de que ela fosse uma mulher de verdade. Por causa disso, o fator desencadeador analisado por Merton como um fenômeno sociológico é também conhecido como efeito Pigmalião, quando transposto para a esfera das relações humanas. O Experimento de Rosenthal Para comprovar esse conceito, inúmeros experimentos foram, realizados. Um dos mais interessantes, cuja concepção forneceu o modelo para os demais, foi levado a efeito por Robert Rosenthal, e consistiu em dizer a uma professora de uma escola primária americana que metade de seus alunos haviam sido indicados como intelectualmente promissores num teste de QI, e que ao longo do curso esses alunos mostrariam um desempenho excepcionalmente elevado. O efeito Pigmalião nas organizações Aplicado ao trabalho dos gerentes, o conceito do efeito Pigmalião propõe que o desenvolvimento, a motivação e o desempenho de uma pessoa dependem em parte da forma como ela é tratada por outros, em particular por aqueles outros que têm sobre ela alguma espécie de ascendência, como é o caso de seus chefes. Esse tratamento, por sua vez, é produto das expectativas que a segunda pessoa tem em relação aos alunos. INFLUÊNCIA DA PERCEPÇÃO A percepção pode ser definida como um processo de aquisição e interpretação de informações. Uma pessoa faminta vê a comida de forma diferente de outra satisfeita, porque aquilo que ocorre em seu organismo altera psicologicamente as propriedades intrínsecas do estímulo, emprestando-lhe um significado particular. Por isso, é a percepção: a maneira como o estímulo é visto e interpretado. A percepção resulta de todos os fatores anteriormente analisados: a sociedade, o grupo e o próprio indivíduo. Cada um destes exerce sua influência particular, para que o estímulo seja percebido de maneira peculiar por um indivíduo. PRINCÍPIOS E SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO FEDERAL Segundo o artigo 4º do Decreto-lei nº 200, de , a administração Federal compreende : I - a Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura da Presidência da República e dos Ministérios. II - a Administração Pública Indireta que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: Autarquia; empresas públicas; sociedades de economia mista. 1º - As entidades compreendidas na Administração Indireta consideram-se vinculadas ao Ministério em cuja área de competência estiver enquadrada sua principal atividade. Pelo Decreto-lei nº 900 de , em seu artigo 3º, Não constituem entidades da Administração Indireta as fundações instituídas em virtude de lei federal, aplicando-se-lhes, entretanto, quando recebem subvenções ou transferências à conta do orçamento da União, a supervisão ministerial. Entretanto o Decreto-lei nº 2.299, de , em seu artigo 1º, introduziu o 2º ao artigo 4º do Decreto-lei nº 200/67, integrando à Administração Federal Indireta as fundações instituídas em virtude de lei federal ou de cujos recursos participe a União. E o 3º exclui as fundações universitárias e as destinadas à pesquisa, ao ensino e às atividades culturais, mas apenas para efeitos de inclusão de seus cargos, empregos, funções e respectivos titulares no Plano de Classificação de Cargos instituídos pela Lei nº 5.645, de Referidos parágrafos foram revogados pelo artigo 10 da Lei nº 7.569, de Essa mesma lei inclui as fundações públicas entre as entidades constantes do inciso II do art. 4º do Decreto-lei nº 200/67 (alínea d). O artigo 5º do Decreto-lei nº 200/67 define os seguintes tipos de entidades: autarquia => serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada; empresa pública => entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio e capital exclusivo da união criada por lei para a exploração da atividade econômica que o Governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa, podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito; sociedade de economia mista => entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam, em sua maioria, à União ou à entidade da Administração Indireta, mas somente a União quando a atividade for submetida a regime de monopólio estatal. O Poder Executivo assegurará autonomia administrativa e financeira, no grau conveniente, aos serviços, institutos e estabelecimentos incumbidos da execução de atividades de pesquisa ou ensino ou de caráter industrial, comercial ou agrícola que, por suas peculiaridades de organização e funcionamento, exijam tratamento diverso do aplicável aos demais órgãos da Administração Direta, observada sempre a supervisão ministerial Os órgão a que se refere este artigo terão a denominação genérica de órgãos autônomos. Vê-se, pois, que os órgãos autônomos fazem parte da Administração Direta De acordo o 2º, incluído pelo Decreto-lei nº 900/67, Nos casos de concessão de autonomia financeira, fica o Poder Executivo autorizado a instituir fundos especiais, de natureza contábil, a cujo crédito se levarão todos os recursos vinculados às atividades do órgão autônomo orçamentários, inclusive a receita própria. Recentemente, o Decreto nº /86, em seu artigo 71, denominou Fundo Especial, para os fins daquele Decreto (o que faria supor a existência de tais fundos em outras circunstâncias) a modalidade de gestão de parcela de recursos do Tesouro Nacional, vinculados por lei à realização de determinados objetivos de política econômica, social ou administrativa do Governo. O distingue, das demais, os de natureza contábil os primeiros, referentes a este capítulo, são os constituídos por disponibilidades financeiras evidenciadas em registros contábeis, destinados a atender a saques a serem efetuados diretamente contra a caixa do Tesouro Nacional. A contabilização dos fundos especiais a que se faz referência é de responsabilidade do órgão de contabilidade do Sistema de Controle Interno, onde, inclusive, ficarão arquivados os respectivos documentos. Quando se tratar especificamente dos controles interno, poder-se-á constatar que a abrangência do controle governamental é bem mais ampla que o campo de aplicação da Contabilidade Pública e o dos próprios órgãos e entidades que integram a estrutura da Administração Pública. Objetivos das empresas públicas Diz-se que as empresas públicas têm, por exemplo, os seguintes objetivos: promover o desenvolvimento e superar uma alta aversão privada ao risco; coordenar atividades infra e intersetoriais; assegurar o controle estatal sobre os setores considerados básicos, assim como administrador dos monopólios; limitar as práticas monopolísticas ou oligopolísticas e frear Conhecimentos Específicos 21

158 a intervenção das empresas multinacionais; contribuir para a instrumentalização da prática econômica governamental, na atenuação ou compensação dos desequilíbrios regionais etc. O desenvolvimento das empresas públicas pode ser explicado pela concorrência de quatro tipos de causas: 1. Fatores políticos. Derivam das contradições geradas pelo próprio sistema capitalista e que obrigam o Estado a participar da produção direta de bens e serviços 2. Instrumento de política econômica. O governo utiliza a empresa pública para intervir sobre variáveis econômicas, como emprego, investimento, redução dos desequilíbrios regionais,crescimento, reestruturação setorial e promoção da reindustrialização. 3. Condições técnicas que impedem uma empresa regida pela ótica privada de alcançar a otimização individual, compatível com otimização social e sem incorrer em perdas de bem-estar. 4. Vincular sua criação à função que é objetivo dos executivos das empresas públicas, como meio para aumentar sua autonomia e seu poder. A forma utilizada nestes casos é a criação de filiais e subfiliais. 4 PATRIMÔNIO. 4.1 CONCEITO. 4.2 COMPONEN- TES. 4.3 VARIAÇÕES E CONFIGURAÇÕES. Direito de propriedade Fundamentos A propriedade, objeto imediato dos direitos fundamentais (art. 5º, caput), é garantida pelo inciso XXII e constitui princípio da ordem econômica (art. 170, II). O direito de propriedade é abrangente de todo o patrimônio, isto é, os direitos reais, pessoais e a propriedade literária, a artística, a de invenções e descoberta. A conceituação de patrimônio inclui o conjunto de direitos e obrigações economicamente apreciáveis, atingindo, consequentemente, as coisas, créditos e os débitos, todas as relações jurídicas de conteúdo econômico das quais participe a pessoa, ativa ou passivamente, ensina Ylves José de Miranda Guimarães. Para o Direito Natural, a propriedade antecede ao Estado e à própria sociedade, e não poderá ser abolida, mas seu uso poderá ser regulado em função do bem comum. 5 HIERARQUIA E AUTORIDADE. 6 EFICIÊNCIA, E- FICÁCIA, PRODUTIVIDADE E COMPETITIVIDADE. 7 PROCESSO DECISÓRIO. 8 PLANEJAMENTO ADMINISTRATIVO E OPERACIONAL. 9 DIVISÃO DO TRABALHO. 10 CONTROLE E AVALIAÇÃO. 11 MOTIVAÇÃO E DESEMPENHO. 12 LIDERANÇA. 13 GESTÃO DA QUALIDADE. 16 NOÇÕES DE USO E CONSERVAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE ESCRITÓRIO. Administração: noções de organização, sistemas e métodos. Administração de empresas A tarefa de administrar uma empresa -- planejar seus objetivos, mobilizar os meios necessários para atingi-los e controlar os resultados obtidos -- tem sido considerada tradicionalmente mais uma arte ou uma qualificação adquirida pela experiência do que um conjunto de técnicas baseadas no conhecimento científico. No mundo contemporâneo, contudo, os administradores de empresas, se desejam permanecer atualizados, aproveitar todas as oportunidades e enfrentar a concorrência, devem aplicar técnicas extremamente complexas, como a mercadologia, a análise financeira, a programação linear e outras que exigem sólida formação profissional e aprendizado permanente. Natureza e quadro jurídico da empresa Define-se uma empresa como um conjunto de pessoas e meios materiais cuja atividade é orientada para a produção de bens econômicos, isto é, bens ou serviços que satisfazem às necessidades humanas. Essa definição se aplica tanto às empresas capitalistas, próprias do sistema de livre mercado, que buscam a obtenção de lucro e decidem sua própria política econômica, quanto àquelas que atuam em um sistema econômico coletivizado, e que têm como objetivo o cumprimento de metas impostas através de um plano traçado pelas autoridades econômicas do estado. Mesmo nos países de economia de mercado existem empresas de propriedade pública, como é em geral o caso das redes de transporte urbano, das companhias estatais de petróleo etc., para as quais a obtenção de lucro pode ou não constituir o objetivo primordial. O que dá a uma instituição o caráter de empresa, seja qual for o sistema econômico e social em que esteja inserida, é sua atividade e não seu objetivo. Uma empresa é a combinação de bens materiais e de trabalho humano com a finalidade de produzir bens ou serviços. O conceito de empresa, surgido na área econômica, é de difícil apreensão do ponto de vista jurídico. Constituída por um conjunto de bens, regulado pelas normas do direito patrimonial, uma empresa é também uma reunião de pessoas. Trata-se, assim, de uma entidade de conteúdo econômico, ao mesmo tempo, social. Em consequência disso, aplicam-se ao campo empresarial diversos ramos da ciência jurídica, tais como o direito comercial, trabalhista etc. Por outro lado, a diversidade de formas que uma empresa pode assumir determina também as normas legais a ela aplicáveis. Direção e administração de empresas Quando a empresa é constituída de uma só pessoa, cabe a esta a determinação de objetivos e a escolha dos meios que serão empregados para sua consecução. Entretanto, de modo geral, as empresas se compõem de um grupo de indivíduos entre os quais alguns são responsáveis pela tomada de decisões. A questão se mostra mais complexa quando as contribuições das diversas pessoas que compõem a empresa não são iguais, e também porque umas contribuem, por exemplo, com capital e outras com trabalho. No mundo moderno a empresa é, na maior parte dos casos, uma associação de elementos muito heterogêneos, cujos interesses nem sempre coincidem, e podem mesmo mostrar-se diametralmente opostos. Esses interesses estão normalmente submetidos a uma regulamentação jurídica muito complexa. Em consequência disso, surge a figura do diretor ou administrador de empresas, que pode ou não ser a pessoa que detém a maior parte do capital. Pode acontecer que a empresa, em seu processo de crescimento, alcance dimensões tais que os dirigentes da entidade perdem o controle sobre a totalidade de seus processos. Torna-se então manifesta a necessidade de adotar uma adequada política de descentralização, que aplique também à alta direção o princípio da divisão do trabalho. Todavia, ocorre com frequência, sobretudo em empresas de tamanho médio ou em companhias familiares, cujo crescimento se dá com rapidez em determinadas circunstâncias, que a diretoria -- por inércia, desconfiança ou simples incapacidade de delegar um número cada vez maior de funções diretivas -- pretenda continuar controlando todo o processo empresarial. A incapacidade material de abranger todas essas funções dá origem a um verdadeiro gargalo, que pode prejudicar seriamente a tomada de decisões e outros aspectos da atividade empresarial. Conhecimentos Específicos 22

159 Organograma funcional Funções de direção Os órgãos de direção da empresa têm a função específica, que só a eles compete, de determinar as políticas empresariais a curto e a longo prazo. Outra função da direção da empresa è a coordenação dos diferentes setores. Uma empresa pode ser comparada a uma máquina grande e complexa, cujas peças devem se adaptar entre si de modo a atingir uma otimização de seu funcionamento geral. Para pôr em prática sua missão, a direção da empresa dispõe de diferentes procedimentos que podem ser classificados como instrumentos de planejamento, de organização e de controle. Planejamento. Planejar é antecipar a forma em que se darão no futuro determinados acontecimentos. Por meio do planejamento se estabelece a ordem futura dos fatos que constituem o desempenho da empresa. Dessa maneira se assegura o funcionamento correto da entidade frente a interferências não previstas em seu processo produtivo. Pode-se considerar o planejamento como um conjunto de decisões antecipadas tendentes a guiar a empresa até seus objetivos. A forma de planejamento varia de acordo com o tipo de empresa. Existem setores produtivos em que as oscilações imprevistas do mercado, a escolha de opções que implicam grandes riscos e outras circunstâncias -- intrínsecas ou extrínsecas à empresa -- impõem um sistema de planejamento flexível, capaz de adaptar-se a qualquer momento a um ambiente em mutação. Por outro lado, há setores em que o planejamento deve ser muito rígido, com um grau bastante preciso de explicitação numérica dos resultados em cada uma das seções da empresa. É este habitualmente o caso das empresas estatais nos países de economia dirigida. O planejamento global da empresa deve ater-se, a curto prazo, às limitações que lhe impõe o setor mais fraco de todos os que constituem a entidade, adaptando o conjunto ao gargalo formado pelo referido setor. Assim, por exemplo, se a empresa tem diante de si um mercado de grandes possibilidades, mas sua capacidade de produção é insuficiente, o planejamento a curto prazo deverá tomar como referência essa capacidade limitada de produção, já que as potencialidades comerciais não poderão ser utilizadas em sua totalidade pela falta de produtos para vender. A longo prazo, ao contrário, o objetivo do planejamento deverá ser a redução da distância entre o setor fraco e os demais elementos da empresa. No caso citado anteriormente, seria necessário planejar a compra de novas máquinas, a contratação de pessoal e a disposição adequada de todos os elementos essenciais, com o objetivo de evitar que a capacidade produtiva da empresa constitua um obstáculo para sua expansão comercial. Organização. A finalidade da organização é conseguir a maior eficácia possível no conjunto de operações que compõem a atividade da empresa. Para isso, a direção deve definir as funções, obrigações e responsabilidades dos diversos cargos e níveis hierárquicos, tratando de evitar lacunas e superposições. Além disso é preciso elaborar a rede geral de informações da empresa, através da qual as ordens e diretrizes circulem da maneira mais fluente possível, desde os escalões superiores até os mais inferiores, enquanto os resultados e das informações referentes ao controle fluem em sentido contrário. Graças à organização, as operações de caráter repetitivo se mecanizam, de forma a tornar dispensável um processo de reflexão particularizado. Sua execução se faz automaticamente, com o consequente ganho de tempo e rendimento. Organograma matricial A organização, quando bem imaginada e executada, deve permitir que a direção da empresa se ocupe exclusivamente das questões importantes. Os problemas menos relevantes se solucionam em níveis inferiores da estrutura, sem que a alta direção tenha que lhes dedicar seus esforços. O fato de que os diretores se vejam forçados a tomar decisões em assuntos de pouca importância denuncia falha na organização da empresa. O planejamento e a organização são dois fatores complementares: sem planejamento, uma empresa, apesar de perfeitamente organizada, não poderá funcionar adequadamente. Do mesmo modo, uma ideia, por melhor que seja, permanece parada na fase de planejamento se não houver uma organização adequada para levá-la a cabo. Princípios de organização empresarial Para a elaboração da estrutura organizacional correta de uma empresa é necessário considerar certos princípios, alguns de caráter geral e outros mais específicos. (1) Princípio da unidade de objetivos. A estrutura organizacional da empresa deve facilitar a contribuição de cada indivíduo, departamento ou órgão para atingir os objetivos da entidade. (2) Princípio da eficiência. A estrutura é eficiente se facilitar a consecução dos objetivos com um mínimo de custos. (3) Amplitude da autoridade. A expressão "amplitude de autoridade" é empregada com referência ao número de subordinados sobre os quais um chefe exerce controle direto e efetivo. Quanto maior essa amplitude, isto é, quanto maior o número de subordinados diretos, mais difícil e, para o chefe, manter um controle eficaz sobre suas atividades. Por outro lado, se numa organização se restringe demais essa amplitude, cria-se um número excessivo de escalões hierárquicos e a informação que deve circular entre eles terá que percorrer vários passos sucessivos até chegar ao indivíduo que dela necessita. Isso provoca maior lentidão no processo decisório e se traduz em falta de eficácia. É preciso encontrar um ponto de equilíbrio, em que a amplitude de autoridade seja suficientemente pequena para permitir o controle dos subordinados e aberta o bastante para não obstar o fluxo de informações nos vários escalões da empresa. (4) Divisão e especialização do trabalho. Aplica-se aos casos de tarefas repetitivas e rotineiras, que são as mais frequentes no cotidiano de uma empresa. A divisão de trabalho entre vários indivíduos ou grupos, dedicados a atividades específicas, permite centralizar a atenção em um número menor de operações ou problemas, trazendo maior rendimento com o mesmo esforço. Ainda que se reconheça a conveniência da divisão do trabalho e a consequente especialização dos membros da empresa, deve-se considerar que, levada essa prática além de certo limite, os resultados podem ser contraproducentes. De um lado surge o perigo de que a estrutura organizacional fique sobrecarregada, por tornar-se excessivamente complexa. De outro ângulo, é possível que o trabalhador venha a perder a sensação de realizar um trabalho útil, o que reduz sua motivação e faz diminuir a produtividade. (5) Unidade de comando. Um subordinado tem, em geral, um chefe do qual depende diretamente em seu trabalho. Na prática, contudo, é frequente o cruzamento dos fluxos de autoridade. Assim, por exemplo, o trabalhador de uma oficina depende de seu capataz, mas em questões referentes à disciplina pode estar subordinado ao chefe do pessoal. Em princípio, a unidade de comando significa que a organização deve estar disposta de modo tal que, em caso de conflito entre ordens emanadas de autoridades diferentes, fique clara a precedência de uma delas sobre as outras. Conhecimentos Específicos 23

160 (6) Autoridade e hierarquia. A autoridade consiste, nas palavras de Henri Fayol, no "direito de mandar e no poder de fazer-se obedecer". A par da autoridade se situa a responsabilidade; quem exerce a autoridade deve assumir a responsabilidade consequente. A hierarquia é uma estrutura dentro da qual cada indivíduo está subordinado a outro e, por sua vez, tem outros indivíduos a ele subordinados. A função da hierarquia baseia-se na descentralização das diretrizes de trabalho, mediante a delegação de autoridade. Isso permite a transmissão descentralizada de ordens, em sentido descendente, e a centralização das informações sobre os resultados, em sentido ascendente. Departamentalização da empresa. O princípio da hierarquia e da autoridade produz uma diferenciação vertical de atividades na empresa. O princípio da divisão e da especialização do trabalho estabelece, por sua vez, uma diferenciação horizontal. A conjunção de ambas as diferenciações dá o perfil da estrutura organizacional. A departamentalização se refere à reunião das diversas atividades da empresa em seções, departamentos, setores etc. Esse agrupamento pode obedecer a diferentes critérios, dos quais o mais comum é o do agrupamento por funções. A departamentalização funcional se ajusta bem ao princípio da especialização e favorece o controle exercido pela alta direção da empresa. A departamentalização por produto é própria de empresas que fabricam ou comercializam um grande número de artigos diferentes. Favorece a diversificação da produção e o estabelecimento da administração por objetivos. Sua principal desvantagem em relação à departamentalização funcional, reside numa maior dificuldade para exercer um controle eficaz sobre o conjunto da empresa. Existem muitos outros critérios de departamentalização: por áreas geográficas, por processos produtivos etc. É possível também adotar uma departamentalização mista, que obedeça de forma simultânea a diversos critérios. Coordenação de atividades. A departamentalização divide as atividades da empresa em grupos (departamentos). É preciso que haja coordenação e integração dessas atividades, de modo que todas elas se articulem adequadamente, visando atingir os objetivos da entidade. Para essa finalidade podem-se utilizar diversos procedimentos: o primeiro consiste na aplicação do princípio hierárquico, segundo o qual a integração se realiza mediante uma autoridade central, sistema que se mostra muito eficaz em organizações de pequeno tamanho. Em organizações de certa complexidade, o sistema hierárquico se mostra insuficiente e deve ser complementado com sistemas administrativos, que são procedimentos formais que levam à realização automática do trabalho rotineiro de coordenação. Outro meio de coordenação é a criação de comissões, que são grupos de pessoas, normalmente procedentes de diferentes seções ou departamentos, encarregadas de realizar em conjunto uma determinada tarefa. Por fim, a atuação, à margem da estrutura organizacional formal, de certas pessoas que agem como pontos de ligação facilita bastante a coordenação entre setores distintos de uma organização. Modelos comuns da estrutura organizacional A estrutura organizacional geralmente obedece a um dos três modelos básicos seguintes: linear, funcional ou matricial. A organização linear estará rigidamente fundamentada nos princípios da hierarquia e unidade de comando. Nela, cada subordinado obedece seu chefe imediato e não há comunicação direta entre os diferentes grupos ou departamentos. A coordenação se efetua exclusivamente por meio da escala hierárquica. A organização funcional é aquela que se propõe a estabelecer a departamentalização por funções em todos os níveis da empresa. Nos casos em que se combinam numa mesma estrutura a organização funcional e uma organização orientada para a realização de projetos concretos, surge a chamada organização matricial. A característica determinante da organização matricial é a interação dos fluxos de autoridade: um deles, vertical, corresponde à organização funcional, o outro, horizontal, emana da autoridade técnica ou de projeto. Órgãos de assessoria. A designação órgão de assessoria, ou simplesmente assessoria, engloba pessoas ou departamentos desprovidos de autoridade e que, portanto, não se encaixam no esquema linear senão como adjuntos a órgãos de comando, com os quais colaboram na tomada de decisões. Controle. O controle tem a finalidade de avaliar em que medida são atingidos os objetivos da empresa, localizar possíveis desvios e pôr em execução mecanismos que permitam sua correção. Quando se realiza depois de efetuada a tarefa, o controle se denomina realimentação. Também é possível estabelecer um controle de pré-alimentação, que se exerce sobre as variáveis que intervêm, no processo antes que este ocorra. Existem muitos tipos diferentes de controle nas empresas, ou, em sentido mais geral, nas organizações. O controle de qualidade determina se um produto preenche os requisitos prefixados. O controle integrado de gestão consiste no emprego de um conjunto de subsistemas de controle, que fiscalizam todos os aspectos da atividade empresarial e produzem periodicamente quadros de comando, quadros de pontos fracos e fortes, quadros comparativos com as demais empresas do setor etc., que refletem o estado da empresa em dado momento. O chamado PPBS (Planning- Programming-Budgeting System, ou Sistema de Planejamento, Programação e Orçamento) é um sistema integrado de controle de programas e orçamentos, postos em prática pela primeira vez em 1961 no Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Mais tarde esse sistema se generalizou entre os órgãos do governo federal daquele país e também entre numerosas entidades públicas e empresas privadas. Evolução da administração de empresas Muitas atividades humanas que são hoje objeto de tratamento científico passaram por uma fase inicial em que eram tidas como arte ou como conjunto de conhecimento empíricos, só adquiridos pela experiência individual. A atividade empresarial não escapou a essa regra. Até o início do século XX essa atividade era vista como uma habilidade especial ou decorrente da intuição de certas pessoas. Mais tarde, com o descobrimento das leis que regem o funcionamento das empresas, multiplicaram-se em todo o mundo as instituições de ensino da administração. A análise operacional, a psicologia industrial, a mercadologia, a informática e a organização administrativa, entre outras, se tornaram disciplinas científicas cujo domínio é obrigatório para quem dirige as empresas. A chamada reciclagem, ou seja, a atualização permanente de conhecimentos específicos, é hoje prática indispensável para os profissionais da administração que desejam adaptar-se a novas técnicas e conceitos. Organização científica do trabalho: Taylor O americano Frederick Winslow Taylor foi o primeiro a dar tratamento científico aos problemas referentes à organização do trabalho. Na obra The Principles of Scientific Management (1911; Princípios de administração científica) Taylor desenvolveu duas teses fundamentais, extraídas da análise de um grande número de casos, e sistematizou suas observações sobre o funcionamento de diversas empresas em seu país. O pensamento de Taylor foi elaborado em torno de três eixos principais. Em primeiro lugar está a distribuição das tarefas, a qual deve ser feita com extremo cuidado, estabelecendo-se diversos escalões intermediários entre a direção da empresa e o operário que realiza o trabalho material. Taylor examinou em minúcias a função de controladores, chefes de equipe etc., e propôs pela primeira vez um sistema de comunicação interno para a empresa, de cima para baixo -- isto é, dos escalões superiores para os inferiores --, mediante instruções escritas, estudadas e preparadas com antecipação suficiente para a realização concreta das tarefas correspondentes. A segunda vertente básica do chamado taylorismo é o estudo detalhado dos movimentos e tempos necessários para realizar as tarefas, divididas em seus componentes mais elementares. Assim, pode-se chegar a uma fórmula capaz de otimizar métodos e tempos, de modo que o trabalho seja realizado com menor esforço e maior velocidade possível. Intimamente relacionado com o anterior está o terceiro fator: o estudo das máquinas necessárias para o processo produtivo e sua localização correta, com o objetivo de obter o máximo rendimento. As fórmulas de organização estabelecidas por Taylor tiveram êxito imediato. Rapidamente aplicadas pelas empresas nos anos que se seguiram à primeira guerra mundial, contribuíram para elevar consideravelmente a produção geral do sistema. Entretanto, o taylorismo teve pouca influência além da organização material das oficinas. Fayol e o fayolismo. Quase ao mesmo tempo em que Taylor realizava seus estudos nos Estados Unidos, surgiram na França os de Henri Fayol, engenheiro de minas. A análise de Fayol teve um enfoque oposto ao de Taylor. O autor francês dirigiu sua atenção à estrutura organizacional da empresa, começando pela cúpula desta. Distinguiu então seis diferentes classes de funções: técnica, comercial, financeira, de segurança, contábil, e administrativa. Destacou que a função de alta direção da empresa é quase exclusivamente administrativa e fixou princípios da administração, alguns Conhecimentos Específicos 24

161 dos quais já foram tratados aqui especificamente. As ideias de Fayol, que encarava o fenômeno empresarial sob uma ótica mais ampla que a de Taylor, tiveram grande repercussão e foram adotadas inclusive por algumas administrações públicas europeias. Entretanto, como aconteceu com o taylorismo, as empresas privadas americanas passaram a pôr em prática as ideias de Fayol antes mesmo de suas congêneres da Europa. Nascimento da moderna sociologia industrial. As concepções tayloristas e fayolistas (a chamada escola clássica de administração de empresas) partem de um princípio muito simples no que diz respeito à psicologia do trabalhador: o comportamento do homem frente ao trabalho é guiado unicamente pelo interesse material. Por isso, para que o trabalhador renuncie a sua espontaneidade natural e se adapte ao trabalho como um mero prolongamento da máquina -- requisito imprescindível para se conseguir a maior produtividade possível -- é necessário dar-lhe um incentivo. Só há duas maneiras de se conseguir isso: mediante aumento dos salários ou melhoria das condições de trabalho, como por exemplo, a diminuição da jornada. Os fundamentos psicológicos do taylorismo começaram a cair por terra a partir das experiências levadas a cabo por uma equipe dirigida pelo australiano Elton Mayo nas oficinas da companhia Western Electric, no estado de Illinois, Estados Unidos, entre 1927 e Com a finalidade de melhorar a produtividade dos operários, e dentro da lógica plenamente racional da escola da organização científica do trabalho, foram estudadas as condições ideais de iluminação das oficinas. Experimentaram-se vários tipos de iluminação, desde uma extremamente fraca até outra bastante intensa, conseguindo-se melhora de produtividade em todos os casos. Esse resultado era imcompreensível do ponto de vista da organização científica do trabalho. Mayo e seus colaboradores demonstraram, contudo, que o aumento da produtividade não se devia a nenhuma causa material, mas sim à mudança ocorrida -- no momento da realização das experiências -- nas relações sociais entre a direção da empresa e os trabalhadores e, em consequência, à mudança entre os próprios trabalhadores. Depois de longos estudos, Mayo e sua equipe chegaram às seguintes conclusões: (1) o comportamento do trabalhador não é simplesmente individual e deve ser apreciado dentro do contexto do grau ao qual ele pertence; (2) há outras formas de motivação para o trabalho, além daquelas reconhecidas pela escola clássica; (3) além da organização formal, estudada racionalmente pela escola clássica, existe uma organização informal -- redes de amizade, liderança pessoal etc. -- que afeta o funcionamento do grupo. As pesquisas realizadas por Mayo vieram a constituir a base da sociedade industrial, desenvolvida sobretudo depois da segunda guerra mundial. Seu conhecimento é fundamental para a moderna administração de empresas. Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. Empresa Como unidade básica da produção de bens, a empresa tem sido tradicionalmente objeto de estudo da economia e do direito. A progressiva concentração industrial, a aparição das grandes sociedades multinacionais e a extensão da iniciativa empresarial a novos setores da vida social têm feito com que a realidade da empresa interesse também, cada vez mais, à teoria política, à sociologia e às ciências sociais e humanas em geral. Empresa é a entidade econômica que administra e controla uma ou mais unidades técnicas de produção, distribuição ou prestação de serviços. A empresa pode ser matriz de um conglomerado, de um grupo de empresas associadas (empresas do tipo holding) ou sede de um grupo de empresas filiais, sucursais ou subsidiárias. Nesses casos, a empresa-matriz ou empresa-sede funciona como centro das decisões sobre a linha de ação a seguir pelas demais unidades do grupo. Desde o surgimento das empresas familiares, próprias da fase da manufatura, quando ainda predominavam o trabalho domiciliar e a produção sob encomenda, até o estabelecimento das fábricas modernas (factory system), a empresa foi alvo de importantes modificações devidas a diferentes fatores: (1) o crescimento populacional, que possibilitou a divisão do trabalho e a ampliação dos mercados; (2) o progresso técnico decorrente do uso da máquina e o consequente aumento da produtividade; e (3) a acumulação e a concentração do capital. A empresa se configura como um complexo de atividades econômicas sob controle de uma entidade jurídica (pessoa física, sociedade mercantil, sociedade cooperativa, instituição privada sem fins lucrativos e organização estatal). Origens da empresa moderna. Remontam à expansão do capital comercial as origens da empresa moderna. No século XVI surgiram as bolsas de mercadorias e de valores e as sociedades por ações. No século seguinte foram organizadas as grandes companhias coloniais, ao mesmo tempo em que se instalavam na França as chamadas manufaturas reais. A consolidação e a expansão da empresa moderna acompanharam a evolução do capitalismo industrial. A primeira fase de expansão significativa da empresa confunde-se com a revolução industrial, que teve início na segunda metade do século XVIII na Inglaterra, de onde se estendeu a toda a Europa ocidental e, posteriormente, aos Estados Unidos. As empresas industriais pioneiras dedicavam-se à fiação e tecelagem, primeiros setores beneficiados pelo avanço tecnológico, incentivado pela expansão do mercado consumidor. A empresa plurissetorial, com múltiplas funções, nasceu nos Estados Unidos. Classificação das empresas. Segundo os fins que perseguem e conforme recomenda o Conselho Econômico e Social da Organização das Nações Unidas, as empresas se classificam em: (1) de agricultura, caça, silvicultura e pesca; (2) de exploração de recursos minerais; (3) de indústria manufatureira; (4) de eletricidade, gás e água; (5) de construção; (6) de comércio; (7) de transporte, armazenagem e comunicações; (8) financeiras, de seguro, imobiliárias e de serviços; (9) de serviços comunitários, sociais e pessoais; (10) outras atividades não especificadas. De acordo com o tipo de organização a que pertencem, as empresas podem ser singulares, quando de propriedade de uma só pessoa física, e coletivas, quando constituídas de uma associação de pessoas. As empresas coletivas podem ser públicas ou privadas. A empresa pública pode: (1) estar subordinada diretamente à administração central, caso em que constitui um serviço público industrial (casa da moeda, correios e telégrafos, serviço de abastecimento de água etc.); (2) estar organizada sob a forma de autarquia, entidade dotada de personalidade jurídica, com autonomia administrativa e financeira; (3) estar organizada sob a forma de sociedade anônima, de que o estado é o único acionista, caso em que se constitui a empresa pública propriamente dita. As empresas privadas são civis ou comerciais. Quando as sociedades civis visam a uma finalidade de ordem econômica -- sociedades cooperativas, de exploração agrícola ou de prestação de serviços -- organizam-se como empresas. As sociedades comerciais, que se constituem sempre como empresas, podem revestir-se de uma das seguintes formas: sociedade em nome coletivo; sociedade por quotas de responsabilidade limitada; sociedade de capital e indústria; sociedade em comandita simples ou por ações; sociedade por ações ou sociedade anônima. Geralmente, a grande empresa se forma como sociedade por ações, também denominada companhia. Algumas vezes, a empresa é uma sociedade anônima de que participam, como acionista majoritário, o estado e, como acionistas minoritários, pessoas físicas ou pessoas jurídicas privadas. Nesse caso, a empresa é de economia mista. Empresas multinacionais. As grandes empresas transnacionais se organizaram para atender ao duplo propósito de suprir o mercado interno e atender à demanda do mercado internacional, em escala capaz de multiplicar várias vezes os lucros. Com a expansão de suas operações, essas empresas modificaram sua intervenção no mercado internacional: ao invés de adquirir matéria-prima no exterior e vender produtos acabados, passaram a instalar empresas subsidiárias nos próprios países onde adquirem a matéria-prima, utilizando tecnologia própria e mão-de-obra local, e vendendo produtos industrializados. De exportadoras de mercadorias elas evoluíram para exportadoras de serviços e investidoras diretas de capital. A grande empresa transformou-se numa constelação de empresas disseminadas por todo o mundo, todas, porém, subordinadas à holding com sede no país de origem. A produção de uma só grande empresa multinacional -- a General Motors -- supera o produto nacional bruto da grande maioria dos países. As cem maiores empresas industriais do mundo têm sede nos Estados Unidos, Europa e Japão. Estão ausentes da relação todos os países da América Latina, África e resto da Ásia. Para ser classificada na categoria de transnacional, uma empresa privada deve possuir as seguintes características: (1) operações em mais de um país; (2) vendas que ultrapassem cem milhões de dólares; (3) direção coordenada e em nível estratégico, global, dada pela matriz no país-base; e (4) as subsidiárias nos outros países devem representar pelo menos vinte por cento dos haveres totais da empresa. Conhecimentos Específicos 25

162 O crescimento acelerado das multinacionais deve-se aos gigantescos recursos financeiros de que dispõem, o que lhes permite também investir pesadamente em pesquisa, e também aos modernos métodos gerenciais. Os avanços em tecnologia ou mercadologia conseguidos por uma das subsidiárias são transmitidos -- por intermédio da matriz -- às demais. Por sua vez, cada subsidiária mantém a matriz informada não só da evolução da economia do país em que opera como também de eventos políticos e sociais que a podem afetar. Para governos e povos, os eventuais abusos de poder econômico pelas multinacionais têm sido vistos de modo diferente. Enquanto na maioria dos países subdesenvolvidos o problema é encarado em termos políticos, como confronto entre a soberania nacional e o perigo da dominação econômica estrangeira, nos Estados Unidos, onde tem sua base a imensa maioria das multinacionais, as duas preocupações principais são a "exportação de empregos" e a deterioração do balanço de pagamentos. Os dirigentes trabalhistas acusam as multinacionais de seu país não só de implantar novas fábricas em países de mão-de-obra barata, como também de transferirem fábricas existentes nos Estados Unidos para tais países. Após a segunda guerra mundial, registrou-se uma expansão das multinacionais em novos setores industriais, além dos até então tradicionais, que eram mineração e petróleo. As multinacionais americanas tomaram a iniciativa, diante da abertura de novos mercados nos países europeus em fase de reconstrução e recuperação, assim como a oportunidade de fabricar mais barato na Europa artigos para o mercado dos Estados Unidos. Os investimentos diretos de multinacionais americanas no estrangeiro, que somavam apenas 11,8 bilhões de dólares em 1950, passaram a 32 bilhões em 1960 e a 82 bilhões em Mais de dois terços desses investimentos foram aplicados em países da Europa ocidental. A expansão da indústria americana na Europa caracterizou-se pela concentração em setores de tecnologia avançada: indústria automobilística, eletrônica, química e de informática. No fim da década de 1960 esboçou-se um movimento em sentido contrário. Muitas empresas de países da Comunidade Europeia que se haviam tornado "transeuropeias" instalaram-se também nos Estados Unidos. Sucessivas desvalorizações do dólar contribuíram para acelerar essa tendência. As empresas japonesas só cogitaram de se tornar multinacionais muito depois das americanas e europeias. Durante a década de 1960, o vertiginoso crescimento econômico do Japão foi devido quase exclusivamente ao superávit das exportações. No fim daquele decênio, os investimentos diretos das empresas japonesas no estrangeiro não chegavam a cinco bilhões de dólares. A política econômica mudou radicalmente a partir de Os Estados Unidos e outros países ameaçaram reagir com medidas de protecionismo em relação às exportações japonesas e Tóquio relaxou as restrições que fazia à exportação de capitais. Empresa na economia socialista. Criada no capitalismo, a grande empresa como complexo de atividade econômica tornou-se a base da economia socialista. Na extinta União Soviética, a empresa se estabelecia sob as duas formas de propriedade socialista (propriedade estatal e propriedade cooperativa). Assim como a empresa capitalista, a empresa socialista buscava igualmente a otimização da rentabilidade e empregava técnicas administrativas e métodos de gestão condizentes com esse objetivo. Com a progressiva atenuação da guerra fria entre o bloco de países liderados pela União Soviética e o Ocidente, as nações do leste europeu, de economia centralizada e regime socialista, passaram a ser alvo da expansão das multinacionais. Um dos primeiros grandes investimentos, da ordem de cinquenta milhões de dólares, foi feito pela Fiat, que instalou uma fábrica de automóveis na própria União Soviética. O principal impulso ao investimento estrangeiro na área de influência soviética foi dado pelos acordos de cooperação econômica assinados em Moscou em 1972, entre os Estados Unidos e a União Soviética, no qual se tornava evidente a decisão soviética de recorrer à tecnologia mais avançada do Ocidente. A partir de 1991, com o fim do bloco socialista, as multinacionais passaram a investir mais intensamente nas repúblicas que integravam a antiga União Soviética e demais países do leste europeu, atraídas por um novo e vasto mercado. Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. A Nova Lógica das Organizações Conhecimentos Específicos FRANCISCO BITTENCOURT CONSULTOR DO INSTITUTO MVC 26 " Você tem o desempenho que você paga" Edward Lawler III, From the ground up Imaginemos uma sociedade onde as reflexões que se seguem fossem tomadas como paradigmas organizacionais: A visão da organização como uma unidade econômica deve ser revista; Gestores devem se prover de ferramentas intelectuais que os permitam desenvolver habilidades e políticas e se entrosar com diversas áreas de conhecimento); Gerentes efetivos devem adotar estilos que não inibam o comprometimento e a motivação dos outros; Há uma necessidade de se reconhecer, por parte dos gerentes, diferenças individuais; Organizações podem tornar-se lugares onde as pessoas possam desenvolver experiências de crescimento, equilibrando o poder entre intelecto e anseios pessoais com o poder da intuição e do amor; As pessoas querem coerência e um senso lógico no sentido de atingirem uma situação de bem estar e de harmonia uns com os outros; Gerentes efetivos dialogam e interagem responsavelmente com os outros, conseguindo compreender de forma enfática o conceito de tudo que o universo onde operam, e promovem união e qualidade no relacionamento em seu contexto social); Gerentes verão a si próprios como administradores, gerenciando o crescimento, a coesão e o renasciment); Organizações começam timidamente com pequenas inovações e progridem para uma dimensão em que introduzem sistemas, estruturas, onde a descentralização e a liderança pessoal são vistas em todos os níveis Esta é nossa sociedade contemporânea. Globalizada, competitiva, infestada por uma megatonelagem de informações e vivenciando um cenário de mudanças em constante processo de transformação. Este cenário nos mostra um constante movimento de mudanças, e nem sempre estamos em condições de dominá-lo. Há determinadas situações onde sequer conhecemos os perfis destas mudanças, sabemos tão somente onde elas vão acontecer, e quais suas consequências. Em outras situações até conhecemos estes perfis, mas as mudanças se revelam em níveis inalcançáveis, e nada podemos contra elas. Nos dois cenários de mudanças que nos restam estamos em condições de influenciá-las ou até mesmo controlá-las, mas, sem dúvida, são fenômenos de dimensões, volume e quantidade inferiores aos outros dois. Neste momento é que percebemos a necessidade de enfrentar este cenário de mudanças com estruturas internas, nas organizações baseadas em equipes fortes, sinérgicas, com estruturas de sustentação sólidas, gerando o que Kotter chamou de coalizões poderosas. Este cenário, que está representado pelas reflexões que abrem este texto, geram o que denominamos A NOVA LÓGICA DAS ORGANIZA- ÇÕES. Sob esta nova lógica, os líderes destas organizações devem dar início a uma mudança significativa em seus paradigmas de gestão: A própria estrutura organizacional deve funcionar como um diferencial competitivo, por sua dinâmica, sua linha de atuação, suas políticas e seus perfis de dominância interna, preferivelmente integrada lideranças e bases produtivas; Cada um dos colaboradores destas organizações devem estar conscientes de que, com suas atitudes, comportamentos e posturas devem agregar valores significativos ao resultado final; Nestas organizações modelos de abordagem da liderança devem ser mais importantes do que estilos pessoais de liderança; líderes devem ser reconhecidos como tal por sua capacidade de influenciar pessoas e gerar resultados através estas pessoas, segundo Drucker); O núcleo superior de decisão dessas organizações devem entender que carisma, empatia e popularidade até podem ser importantes na relação interna nas organizações, mas não significam liderança; o que caracteriza a liderança é a capacidade efetiva de gerar resultados por intermédio das pessoas; Nas organizações que se proponham adotar a nova lógica é fundamental entender que a gestão de pessoas se faz em toda a organização; unidades de recursos humanos funcionam como consultores internos, gerando recursos e condições para um efetivo gerenciamento do talento, conhecimento e do capital humano disponível;

163 Processos seletivos, atividades de treinamento, aperfeiçoamento e desenvolvimento devem ter como foco as habilidades individuais e o objetivo a geração de resultados, com a meta de minimizar custos, otimizar recursos e investimentos e maximizar resultados e lucros; A formação e consolidação de equipes internas produtivas, gerando coalizões poderosas (como Kotter definiu), e onde o principal instrumento de ação é a negociação; O instrumento básico de controle dessas organizações que adotam a nova lógica é o comprometimento compromisso com obrigação, representado por uma linha de ação divulgada e entendida por toda a base de colaboradores: estratégias, ou a direção a ser tomada objetivos, ou as ações a serem implementadas metas, ou a dimensão valorativa destes objetivos Alguns outros aspectos são fundamentais no processo de efetivação desta forma de gestão e com eles, as organizações complementam seu universo interno: a linguagem praticada pela organização deve ser construída com base no mecanismo da linguagem de gerência objetivo, resultado e lucro (é sempre assim que as organizações ditas produtivas, no modelo neoliberal se manifestam); a linguagem entendida pelos colaboradores deve ser arquitetada pelas lideranças internas com base no mecanismo da linguagem de estimulação reconhecimento, oportunidade e participação (contrapartida social ao neoliberalismo organizacional); esta linguagem de estimulação leva ao envolvimento e ao comprometimento; o mecanismo de comunicação interna deve ser desenvolvido por um processo de comunicação não ameaçadora, caracterizado por: abordagens espontâneas mensagens com sentido (entendidas e internalizadas) perfis de linguagem questionadoras e não julgadoras posturas assertivas e não agressivas, francas e não rudes A organização deve ser construída e desenvolver seus processos de evolução e liderança em torno de dois componentes básicos: clientes e produtos. Processos participativos de gestão são bem vindos. Mas devem ser entendidos como processos onde mecanismos de proteção, paternalistas, autocráticos ou liberais são vistos com desconfiança. Para que, nesta nova lógica, esses paradigmas resultem em contribuições efetivas para o negócio, deve-se entender que: gerenciar a atenção é uma necessidade fundamental, na medida em que a percepção (estar atento a tudo o que se desenvolve no cenário) é o primeiro passo para consolidar mudanças comportamentais; gerenciar o significado, de forma a que a todo o instante as mensagens trocadas na organização façam sentido, não só para quem emita, como para quem receba; gerenciar a confiança, de maneira a que seja praticado o autogerenciamento, forma de comprometimento do indivíduo com seu próprio crescimento, e uma das chaves fundamentais da nova lógica; A necessidade de se construir, na organização unidades de negócio interdependentes, onde seus membros estão conscientes de processos de gestão por resultados formais, acompanhados de gestão do desempenho (negociados internamente) levam a real efetividade = eficiência + eficácia, instrumentaliza a organização para enfrentar o cenário mencionado no início desta matéria. As organizações adeptas da nova lógica têm a necessidade de entender que profissionais cuja retribuição ao trabalho é compatível com o nível de exigência, em relação a resultados, padrões de qualidade e comprometimento esperam que se concretize a máxima que abriu este texto: a organização tem o desempenho que paga. Isto é pensar sob a nova lógica. O que significa organização Segundo Maximiano(1992) 1 "uma organização é uma combinação de esforços individuais que tem por finalidade realizar propósitos coletivos. Por meio de uma organização torna-se possível perseguir e alcançar objetivos que seriam inatingíveis para uma pessoa. Uma grande empresa ou uma pequena oficina, um laboratório ou o corpo de bombeiros, um hospital ou uma escola são todos exemplos de organizações." Conhecimentos Específicos 27 Uma organização é formada pelo soma de pessoas, máquinas e outros equipamentos, recursos financeiros e outros. A organização então é o resultado da combinação de todos estes elementos orientados a um objetivo comum. A qualidade é o resultado de um trabalho de organização. A importância da organização Podemos ter uma ideia porque a organização é importante compreendendo que um dos primeiros passos para uma empresa implantar um processo TQM - gerenciamento total da qualidade (total quality management). Esse primeiro passo tem início no uso dos conhecidos 5 S, que significam, a partir das palavras japonesas: SEIRI que corresponde a eliminar o desnecessário separando-o do necessário. SEITON que significa colocar em ordem, guardando de forma ordenada tudo que é necessário. SEISO que significa limpeza, eliminação da sujeira, acabando com as fontes dos problemas. SEIKETSU que significa asseio, padronização, higiene, e também o estágio onde se evita que as etapas anteriores retrocedam. SHITSUKE que significa disciplina, com a cumprimento rigoroso de tudo que foi estabelecido pelo grupo. Os cinco S somente terão sucesso se forem praticados de forma sistemática e contínua, bem como sejam resultado do consenso do grupo envolvido neste processo. Jules Henri Fayol (Istambul, 29 de Julho de 1841 Paris, 19 de Novembro de 1925) foi um engenheiro de minas francês e um dos teóricos clássicos da Ciência da Administração, sendo o fundador da Teoria Clássica da Administração[1] e autor de Administração Industrial e Geral (título original: Administration industrielle et générale - prévoyance organisation - commandement, coordination contrôle). Vida Fayol era filho de pais franceses. Seu pai André Fayol, um contramestre em metalurgia. Casou-se com Adélaïde Saulé e teve três filhos, Marie Henriette, Madeleine e Henri Joseph, o último sempre hostil às ideias do pai. Criou o Centro de Estudos Administrativos, onde se reuniam semanalmente pessoas interessadas na administração de negócios comerciais, industriais e governamentais, contribuindo para a difusão das doutrinas administrativas. Entre seus seguidores estavam Luther Guilick, James D. Mooney, Oliver Sheldon e Lyndal F. Urwick. Também direcionou seu trabalho para a empresa como um todo, ou seja, procurando cuidar da empresa de cima para baixo, ao contrário das ideias adotadas por Taylor e Ford. Juntamente com Taylor e Ford são considerados os pioneiros da administração. Sua visão, diferentemente de Taylor (trabalhador) e Ford (dono), foi a de um Gerente ou Diretor. Em 1888, aos 47 anos, assumiu a direção geral da mineradora de carvão francesa Commentry- Fourchambault-Decazeville, em falência. Reestabeleceu a saúde econômica-financeira da companhia. Após 58 anos de estudos, pesquisa e observação reuniu suas teorias na obra Administração Industrial Geral (Administration Industrielle et Generale), em Só foi traduzida para o inglês em Fayol sempre afirmava que seu êxito se devia não só às suas qualidades pessoais, mas aos métodos que empregava. Pesquisas Henri Fayol é um dos principais contribuintes para o desenvolvimento do conhecimento administrativo moderno. Uma das contribuições da teoria criada e divulgada por ele foi o desenvolvimento a abordagem conhecida como Gestão Administrativa ou processo administrativo, onde pela primeira vez falou-se em administração como disciplina e profissão, que por sua vez, poderia ser ensinada através de uma Teoria Geral da Administração. Outra contribuição da teoria de Fayol é a identificação das atuais quatro funções da Administração que são: Planejar, Organizar, Liderar e Controlar, à qual Fayol ainda acrescenta a função de Coordenar. Segundo Fayol a Administração é uma função distinta das outras funções, como finanças, produção e distribuição, e o trabalho do gerente está distinto das operações técnicas das empresas. Com essa distinção Fayol contribuiu para que se torne mais nítido o papel dos executivos. Identificou catorze princípios que devem ser seguidos para que a

164 Administração seja eficaz. Esses princípios se tornaram uma espécie de prescrição administrativa universal, que segundo Fayol devem ser aplicadas de modo flexível. Os catorze princípios são: 1. Divisão do Trabalho: dividir o trabalho em tarefas especializadas e destinar responsabilidades a indivíduos específicos; 2. Autoridade e Responsabilidade: a autoridade sendo o poder de dar ordens e no poder de se fazer obedecer. Estatutária ( normas legais) e Pessoal (projeção das qualidades do chefe). Responsabilidade resumindo na obrigação de prestar contas, ambas sendo delegadas mutuamente; 3. Disciplina: tornar as expectativas claras e punir as violações; 4. Unidade de Comando: cada agente, para cada ação só deve receber ordens, ou seja, se reportar à um único chefe/gerente; 5. Unidade de Direção: os esforços dos empregados devem centra-se no atingimento dos objetivos organizacionais; 6. Subordinação: prevalência dos interesses gerais da organização; 7. Remuneração do pessoal: sistematicamente recompensar os esforços que sustentam a direção da organização. Deve ser justa, evitandose a exploração; 8. Centralização: um único núcleo de comando centralizado, atuando de forma similar ao cérebro, que comanda o organismo. Considera que centralizar é aumentar a importância da carga de trabalho do chefe e que descentralizar é distribuir de forma mais homogênea as atribuições e tarefas; 9. Hierarquia: cadeia de comando (cadeia escalar). Também recomendava uma comunicação horizontal embrião do mecanismo de coordenação); 10. Ordem: ordenar as tarefas e os materiais para que possam auxiliar a direção da organização. 11. Equidade: disciplina e ordem juntas melhoram o comportamento dos empregados. 12. Estabilidade do Pessoal: promover a lealdade e a longevidade do empregado. Segurança no emprego, as organizações devem buscar reter seus funcionários, evitando o prejuízo/custos decorrente de novos processos de seleção, treinamento e adaptações; 13. Iniciativa: estimular em seus liderados a inciativa para solução dos problemas que se apresentem.cita Fayol: o chefe deve saber sacrificar algumas vezes o seu amor próprio, para dar satisfações desta natureza a seus subordinados ; 14. Espírito de Equipe (União): cultiva o espírito de corpo, a harmonia e o entendimento entre os membros de uma organização. Consciência da identidade de objetivos e esforços. Destinos interligados. A administração é função distinta das demais (finanças, produção, distribuição, segurança e contabilidade) Funções do Administrador Jules Henri Fayol atribuiu cinco funções ao administrador dentro de uma estrutura organizacional, chamadas de PO3C: 1. Prever e planejar (prévoir - visualizar o futuro e traçar o programa de ação) 2. Organizar (organiser - constituir o duplo organismo material e social da empresa) 3. Comandar (commander - dirigir e orientar a organização) 4. Coordenar (coordonner - unir e harmonizar os atos e esforços coletivos) 5. Controlar (contrôler - verificar se as normas e regras estabelecidas estão sendo seguidas) Tais ações conduziriam à uma administração eficaz das atividades da organização.[2] Posteriormente, as funções de Comando e Coordenação foram reunidas sob o nome de Direção, passando as iniciais para PODC: Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar. E ainda Planejar, Organizar, Executar e Avaliar, assim passando as iniciais para POEA. Além destas ainda temos: Motivar Comunicar Decidir Assessorar e outras Organização. A finalidade da organização é conseguir a maior eficácia possível no conjunto de operações que compõem a atividade da empresa. Para isso, a direção deve definir as funções, obrigações e responsabilidades dos diversos cargos e níveis hierárquicos, tratando de evitar lacunas e superposições. Além disso é preciso elaborar a rede geral de informações da empresa, através da qual as ordens e diretrizes circulem da maneira mais fluente possível, desde os escalões superiores até os mais inferiores, enquanto os resultados e das informações referentes ao controle fluem em sentido contrário. Graças à organização, as operações de caráter repetitivo se mecanizam, de forma a tornar dispensável um processo de reflexão particularizado. Sua execução se faz automaticamente, com o consequente ganho de tempo e rendimento. A organização, quando bem imaginada e executada, deve permitir que a direção da empresa se ocupe exclusivamente das questões importantes. Os problemas menos relevantes se solucionam em níveis inferiores da estrutura, sem que a alta direção tenha que lhes dedicar seus esforços. O fato de que os diretores se vejam forçados a tomar decisões em assuntos de pouca importância denuncia falha na organização da empresa. O planejamento e a organização são dois fatores complementares: sem planejamento, uma empresa, apesar de perfeitamente organizada, não poderá funcionar adequadamente. Do mesmo modo, uma ideia, por melhor que seja, permanece parada na fase de planejamento se não houver uma organização adequada para levá-la a cabo. Princípios de organização empresarial Para a elaboração da estrutura organizacional correta de uma empresa é necessário considerar certos princípios, alguns de caráter geral e outros mais específicos. (1) Princípio da unidade de objetivos. A estrutura organizacional da empresa deve facilitar a contribuição de cada indivíduo, departamento ou órgão para atingir os objetivos da entidade. (2) Princípio da eficiência. A estrutura é eficiente se facilitar a consecução dos objetivos com um mínimo de custos. (3) Amplitude da autoridade. A expressão "amplitude de autoridade" é empregada com referência ao número de subordinados sobre os quais um chefe exerce controle direto e efetivo. Quanto maior essa amplitude, isto é, quanto maior o número de subordinados diretos, mais difícil e, para o chefe, manter um controle eficaz sobre suas atividades. Por outro lado, se numa organização se restringe demais essa amplitude, cria-se um número excessivo de escalões hierárquicos e a informação que deve circular entre eles terá que percorrer vários passos sucessivos até chegar ao indivíduo que dela necessita. Isso provoca maior lentidão no processo decisório e se traduz em falta de eficácia. É preciso encontrar um ponto de equilíbrio, em que a amplitude de autoridade seja suficientemente pequena para permitir o controle dos subordinados e aberta o bastante para não obstar o fluxo de informações nos vários escalões da empresa. (4) Divisão e especialização do trabalho. Aplica-se aos casos de tarefas repetitivas e rotineiras, que são as mais frequentes no cotidiano de uma empresa. A divisão de trabalho entre vários indivíduos ou grupos, dedicados a atividades específicas, permite centralizar a atenção em um número menor de operações ou problemas, trazendo maior rendimento com o mesmo esforço. Ainda que se reconheça a conveniência da divisão do trabalho e a consequente especialização dos membros da empresa, deve-se considerar que, levada essa prática além de certo limite, os resultados podem ser contraproducentes. De um lado surge o perigo de que a estrutura organizacional fique sobrecarregada, por tornar-se excessivamente complexa. De outro ângulo, é possível que o trabalhador venha a perder a sensação de realizar um trabalho útil, o que reduz sua motivação e faz diminuir a produtividade. (5) Unidade de comando. Um subordinado tem, em geral, um chefe do qual depende diretamente em seu trabalho. Na prática, contudo, é frequente o cruzamento dos fluxos de autoridade. Assim, por exemplo, o trabalhador de uma oficina depende de seu capataz, mas em questões referentes à disciplina pode estar subordinado ao chefe do pessoal. Em princípio, a unidade de comando significa que a organização deve estar disposta de modo tal que, em caso de conflito entre ordens emanadas de autoridades diferentes, fique clara a precedência de uma delas sobre as outras. (6) Autoridade e hierarquia. A autoridade consiste, nas palavras de Henri Fayol, no "direito de mandar e no poder de fazer-se obedecer". A par Conhecimentos Específicos 28

165 da autoridade se situa a responsabilidade; quem exerce a autoridade deve assumir a responsabilidade consequente. A hierarquia é uma estrutura dentro da qual cada indivíduo está subordinado a outro e, por sua vez, tem outros indivíduos a ele subordinados. A função da hierarquia baseia-se na descentralização das diretrizes de trabalho, mediante a delegação de autoridade. Isso permite a transmissão descentralizada de ordens, em sentido descendente, e a centralização das informações sobre os resultados, em sentido ascendente. Departamentalização da empresa. O princípio da hierarquia e da autoridade produz uma diferenciação vertical de atividades na empresa. O princípio da divisão e da especialização do trabalho estabelece, por sua vez, uma diferenciação horizontal. A conjunção de ambas as diferenciações dá o perfil da estrutura organizacional. A departamentalização se refere à reunião das diversas atividades da empresa em seções, departamentos, setores etc. Esse agrupamento pode obedecer a diferentes critérios, dos quais o mais comum é o do agrupamento por funções. A departamentalização funcional se ajusta bem ao princípio da especialização e favorece o controle exercido pela alta direção da empresa. A departamentalização por produto é própria de empresas que fabricam ou comercializam um grande número de artigos diferentes. Favorece a diversificação da produção e o estabelecimento da administração por objetivos. Sua principal desvantagem em relação à departamentalização funcional, reside numa maior dificuldade para exercer um controle eficaz sobre o conjunto da empresa. Existem muitos outros critérios de departamentalização: por áreas geográficas, por processos produtivos etc. É possível também adotar uma departamentalização mista, que obedeça de forma simultânea a diversos critérios. Coordenação de atividades. A departamentalização divide as atividades da empresa em grupos (departamentos). É preciso que haja coordenação e integração dessas atividades, de modo que todas elas se articulem adequadamente, visando atingir os objetivos da entidade. Para essa finalidade podem-se utilizar diversos procedimentos: o primeiro consiste na aplicação do princípio hierárquico, segundo o qual a integração se realiza mediante uma autoridade central, sistema que se mostra muito eficaz em organizações de pequeno tamanho. Em organizações de certa complexidade, o sistema hierárquico se mostra insuficiente e deve ser complementado com sistemas administrativos, que são procedimentos formais que levam à realização automática do trabalho rotineiro de coordenação. Outro meio de coordenação é a criação de comissões, que são grupos de pessoas, normalmente procedentes de diferentes seções ou departamentos, encarregadas de realizar em conjunto uma determinada tarefa. Por fim, a atuação, à margem da estrutura organizacional formal, de certas pessoas que agem como pontos de ligação facilita bastante a coordenação entre setores distintos de uma organização. Modelos comuns da estrutura organizacional A estrutura organizacional geralmente obedece a um dos três modelos básicos seguintes: linear, funcional ou matricial. A organização linear estará rigidamente fundamentada nos princípios da hierarquia e unidade de comando. Nela, cada subordinado obedece seu chefe imediato e não há comunicação direta entre os diferentes grupos ou departamentos. A coordenação se efetua exclusivamente por meio da escala hierárquica. A organização funcional é aquela que se propõe a estabelecer a departamentalização por funções em todos os níveis da empresa. Nos casos em que se combinam numa mesma estrutura a organização funcional e uma organização orientada para a realização de projetos concretos, surge a chamada organização matricial. A característica determinante da organização matricial é a interação dos fluxos de autoridade: um deles, vertical, corresponde à organização funcional, o outro, horizontal, emana da autoridade técnica ou de projeto. Órgãos de assessoria. A designação órgão de assessoria, ou simplesmente assessoria, engloba pessoas ou departamentos desprovidos de autoridade e que, portanto, não se encaixam no esquema linear senão como adjuntos a órgãos de comando, com os quais colaboram na tomada de decisões. Controle. O controle tem a finalidade de avaliar em que medida são atingidos os objetivos da empresa, localizar possíveis desvios e pôr em execução mecanismos que permitam sua correção. Quando se realiza depois de efetuada a tarefa, o controle se denomina realimentação. Também é possível estabelecer um controle de pré-alimentação, que se exerce sobre as variáveis que intervêm, no processo antes que este ocorra. Existem muitos tipos diferentes de controle nas empresas, ou, em sentido mais geral, nas organizações. O controle de qualidade determina se um produto preenche os requisitos prefixados. O controle integrado de gestão consiste no emprego de um conjunto de subsistemas de controle, que fiscalizam todos os aspectos da atividade empresarial e produzem periodicamente quadros de comando, quadros de pontos fracos e fortes, quadros comparativos com as demais empresas do setor etc., que refletem o estado da empresa em dado momento. O chamado PPBS (Planning- Programming-Budgeting System, ou Sistema de Planejamento, Programação e Orçamento) é um sistema integrado de controle de programas e orçamentos, postos em prática pela primeira vez em 1961 no Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Mais tarde esse sistema se generalizou entre os órgãos do governo federal daquele país e também entre numerosas entidades públicas e empresas privadas. Evolução da administração de empresas Muitas atividades humanas que são hoje objeto de tratamento científico passaram por uma fase inicial em que eram tidas como arte ou como conjunto de conhecimento empíricos, só adquiridos pela experiência individual. A atividade empresarial não escapou a essa regra. Até o início do século XX essa atividade era vista como uma habilidade especial ou decorrente da intuição de certas pessoas. Mais tarde, com o descobrimento das leis que regem o funcionamento das empresas, multiplicaram-se em todo o mundo as instituições de ensino da administração. A análise operacional, a psicologia industrial, a mercadologia, a informática e a organização administrativa, entre outras, se tornaram disciplinas científicas cujo domínio é obrigatório para quem dirige as empresas. A chamada reciclagem, ou seja, a atualização permanente de conhecimentos específicos, é hoje prática indispensável para os profissionais da administração que desejam adaptar-se a novas técnicas e conceitos. Organização científica do trabalho: Taylor O americano Frederick Winslow Taylor foi o primeiro a dar tratamento científico aos problemas referentes à organização do trabalho. Na obra The Principles of Scientific Management (1911; Princípios de administração científica) Taylor desenvolveu duas teses fundamentais, extraídas da análise de um grande número de casos, e sistematizou suas observações sobre o funcionamento de diversas empresas em seu país. O pensamento de Taylor foi elaborado em torno de três eixos principais. Em primeiro lugar está a distribuição das tarefas, a qual deve ser feita com extremo cuidado, estabelecendo-se diversos escalões intermediários entre a direção da empresa e o operário que realiza o trabalho material. Taylor examinou em minúcias a função de controladores, chefes de equipe etc., e propôs pela primeira vez um sistema de comunicação interno para a empresa, de cima para baixo -- isto é, dos escalões superiores para os inferiores --, mediante instruções escritas, estudadas e preparadas com antecipação suficiente para a realização concreta das tarefas correspondentes. A segunda vertente básica do chamado taylorismo é o estudo detalhado dos movimentos e tempos necessários para realizar as tarefas, divididas em seus componentes mais elementares. Assim, pode-se chegar a uma fórmula capaz de otimizar métodos e tempos, de modo que o trabalho seja realizado com menor esforço e maior velocidade possível. Intimamente relacionado com o anterior está o terceiro fator: o estudo das máquinas necessárias para o processo produtivo e sua localização correta, com o objetivo de obter o máximo rendimento. As fórmulas de organização estabelecidas por Taylor tiveram êxito imediato. Rapidamente aplicadas pelas empresas nos anos que se seguiram à primeira guerra mundial, contribuíram para elevar consideravelmente a produção geral do sistema. Entretanto, o taylorismo teve pouca influência além da organização material das oficinas. Fayol e o fayolismo. Quase ao mesmo tempo em que Taylor realizava seus estudos nos Estados Unidos, surgiram na França os de Henri Fayol, engenheiro de minas. A análise de Fayol teve um enfoque oposto ao de Taylor. O autor francês dirigiu sua atenção à estrutura organizacional da empresa, começando pela cúpula desta. Distinguiu então seis diferentes classes de funções: técnica, comercial, financeira, de segurança, contábil, e administrativa. Destacou que a função de alta direção da empresa é quase exclusivamente administrativa e fixou princípios da administração, alguns dos quais já foram tratados aqui especificamente. As ideias de Fayol, que Conhecimentos Específicos 29

166 encarava o fenômeno empresarial sob uma ótica mais ampla que a de Taylor, tiveram grande repercussão e foram adotadas inclusive por algumas administrações públicas europeias. Entretanto, como aconteceu com o taylorismo, as empresas privadas americanas passaram a pôr em prática as ideias de Fayol antes mesmo de suas congêneres da Europa. Nascimento da moderna sociologia industrial. As concepções tayloristas e fayolistas (a chamada escola clássica de administração de empresas) partem de um princípio muito simples no que diz respeito à psicologia do trabalhador: o comportamento do homem frente ao trabalho é guiado unicamente pelo interesse material. Por isso, para que o trabalhador renuncie a sua espontaneidade natural e se adapte ao trabalho como um mero prolongamento da máquina -- requisito imprescindível para se conseguir a maior produtividade possível -- é necessário dar-lhe um incentivo. Só há duas maneiras de se conseguir isso: mediante aumento dos salários ou melhoria das condições de trabalho, como por exemplo, a diminuição da jornada. Os fundamentos psicológicos do taylorismo começaram a cair por terra a partir das experiências levadas a cabo por uma equipe dirigida pelo australiano Elton Mayo nas oficinas da companhia Western Electric, no estado de Illinois, Estados Unidos, entre 1927 e Com a finalidade de melhorar a produtividade dos operários, e dentro da lógica plenamente racional da escola da organização científica do trabalho, foram estudadas as condições ideais de iluminação das oficinas. Experimentaram-se vários tipos de iluminação, desde uma extremamente fraca até outra bastante intensa, conseguindo-se melhora de produtividade em todos os casos. Esse resultado era imcompreensível do ponto de vista da organização científica do trabalho. Mayo e seus colaboradores demonstraram, contudo, que o aumento da produtividade não se devia a nenhuma causa material, mas sim à mudança ocorrida -- no momento da realização das experiências -- nas relações sociais entre a direção da empresa e os trabalhadores e, em consequência, à mudança entre os próprios trabalhadores. Depois de longos estudos, Mayo e sua equipe chegaram às seguintes conclusões: (1) o comportamento do trabalhador não é simplesmente individual e deve ser apreciado dentro do contexto do grau ao qual ele pertence; (2) há outras formas de motivação para o trabalho, além daquelas reconhecidas pela escola clássica; (3) além da organização formal, estudada racionalmente pela escola clássica, existe uma organização informal -- redes de amizade, liderança pessoal etc. -- que afeta o funcionamento do grupo. As pesquisas realizadas por Mayo vieram a constituir a base da sociedade industrial, desenvolvida sobretudo depois da segunda guerra mundial. Seu conhecimento é fundamental para a moderna administração de empresas. Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. Organização Em sentido geral organização é o modo como se organiza um sistema. É a forma escolhida para arranjar, dispor ou classificar objetos, documentos e informações. Em Administração, organização tem dois sentidos: 1. Combinação de esforços individuais que tem por finalidade realizar propósitos coletivos. Exemplo: empresas, associações, órgãos do governo, ou seja, qualquer entidade pública ou privada. As organizações são compostas de estrutura física, tecnológica e pessoas. 2. Modo como foi estruturado, dividido e sequenciado o trabalho. Segundo Montana (2003, p. 170) organizar é o processo de reunir recursos físicos e humanos essenciais à consecução dos objetivos de uma empresa. A estrutura de uma organização é representada através do seu organograma. Segundo Maximiano(1992)uma organização é uma combinação de esforços individuais que tem por finalidade realizar propósitos coletivos. Por meio de uma organização torna-se possível perseguir e alcançar objetivos que seriam inatingíveis para uma pessoa. Uma grande empresa ou uma pequena oficina, um laboratório ou o corpo de bombeiros, um hospital ou uma escola são todos exemplos de organizações. Uma organização é formada pela soma de pessoas, máquinas e outros equipamentos, recursos financeiros e outros.a organização então é o resultado da combinação de todos estes elementos orientados a um objetivo comum. Organizar compreende atribuir responsabilidades às pessoas e atividades aos órgãos (unidades administrativas). A forma de organizar estes órgãos chama-se de departamentalização. Do grego "organon", organização significa instrumento, utensílio. De acordo Bilhim (2006) "a organização é uma entidade social, conscientemente coordenada, gozando de fronteiras delimitadas que funcionam numa base relativamente contínua, tendo em vista a realização de objetivos comuns". Sobrevivência e crescimento (metas e objetivos) é o que a maioria ambiciona. Objetivos que exigem grupos de duas ou mais pessoas, que estabelecem entre eles relações de cooperação, ações formalmente coordenadas e funções diferenciadas, hierarquicamente hierárquica. Autogestão Autogestão é quando um organismo é administrado pelos seus participantes em regime de democracia direta. Em autogestão, não há a figura do patrão, mas todos os empregados participam das decisões administrativas em igualdade de condições. Em geral, os trabalhadores são os proprietários da empresa autogestionada. A autogestão não pode ser confundida com controle operário, que mantém a hierarquia e o controle externo do organismo (ou da fábrica) a algum organismo ou instância superior (como um partido político por exemplo). Os conceitos de autogestão costumam variar de acordo com a posição política ou social de determinado grupo. O conceito anarquista de autogestão se caracteriza por eliminar a hierarquia e os mecanismos capitalistas de organização envolvidos. Já os conceitos de autogestão empresarial, mantém os mecanismos tradicionais de organização capitalistas. Outra concepção de autogestão é aquela que a caracteriza como sendo as relações de produção da sociedade comunista, tal como o caso de Nildo Viana em seu artigo O Que é Autogestão?, desenvolvido de forma mais aprofundada em seu livro Manifesto Autogestionário e João Bernardo em seu livro Para Uma Teoria do Modo de Produção Comunista. Fundamentação Teórica Erroneamente, muitas pessoas compreendem o anarquismo como uma forma totalmente desorganizada de ser e agir, ou como bagunça generalizada. Este pré-conceito estabelecido ao longo dos últimos 150 anos não compreende a extensão do modo anarquista de organização, que contrariamente ao conceituado usualmente, é um meio extremamente organizado de defesa de direitos. Neste sistema organizativo, tem-se a autogestão, uma tecnologia de trabalho, de organização de produção, resultado de esforços coletivos. O que não é autogestão: Partindo da negação, ou seja, o que não é autogestão, será possível encontrar um conceito amplo e ao mesmo tempo aplicado ao caso em tela. Guillerm e Bourdet trazem 5 conceitos para determinar o tipo de relação que um grupo de operários possuem com as fábricas, participação, cogestão, controle operário, cooperativa e autogestão. Conceitos Participação Co-Gestão Por Co-Gestão, Guilllerm e Bourdet apontam ter seu nascimento na ausência de conflitos, neste caso, os operários de uma fábrica participam dos processos meio, ou seja, da melhoria e otimização da execução de um fim proposto pela fábrica. Trata-se de uma tentativa de integrar a criatividade e a iniciativa operária ao processo produtivo de ordem capitalista (aumento de produtividade e consequente extração de lucros). Há um enriquecimento das atividades propostas na medida em que os operários vão adquirindo um conhecimento maior para a escolha dos meios de atingir os objetivos propostos. Os operários recebem uma dose de autoorganização para a execução de suas tarefas e na determinação dos meios para o alcance de objetivos, porém sem a definição de metas - trabalhador participa apenas no processo de produção, nos meios, NÃO NOS FINS. Segundo os defensores deste modo de gestão, a integração parcial da iniciativa e criatividade operária no processo de produção é uma forma de não dar um simples papel instrumental dentro da empresa. Em realidade, a Co-gestão dá a possibilidade de intervenção operária, através de seus representantes dos conselhos administrativos, o que pode ser considerado um grande passo em direção a um processo autogestionário. Controle operário Controle operário segundo Guillerm e Bourdet têm nascedouro na existência de um conflito, onde os operários de uma fábrica ou empresa, Conhecimentos Específicos 30

167 realizam protestos contra suas condições de trabalho, melhorias salariais, etc. Um dos meios mais usados neste tipo trazido por Bourdet e Guillerm é a greve, onde os operários paralisam suas atividades de maneira total ou parcial para alcançar a execução de suas reivindicações. No que se refere ao conceito cooperativa, por questões meramente didáticas não serão colocadas como um tipo de gestão, uma vez que durante o presente trabalho este conceito será explorado na sua totalidade com a autonomia que o tema merece, não desmerecendo de maneira alguma os conceitos de Guillerm e Bourdet. História Historicamente encontramos registros de autogestão em várias situações, inclusive bíblicas, quando mencionamos os Essênios, povo antigo que vivia em comunidade e usufruía os frutos de seu trabalho, decidindo os rumos do grupo. Autogestão é um termo relativamente novo, tendo sido incluído nos dicionários franceses na década de 60. Os tradutores de Soljenitsyn, por exemplo, empregam autogestão para caracterizar a organização do rodízio para despejar o urinol : Na Prisão Política Central (...) já ao se levantar, o guarda fez uma importante comunicação : designou entre os detidos de nossa cela os que terão a incumbência de despejar o urinol. (Nas prisões banais, comuns, os prisioneiros têm igualdade de liberdade de palavra e direito à autogestão, que lhes permite resolver por si mesmos este problema. Soljenistyn, Arquipélago Gulag, Guillerm e Bourdet, p.9. Os tradutores do Arquipélago Gulag souberam traduzir de forma específica a autogestão, referindo-se em uma análise simples a um rodízio de urinol. Por outro lado ao se fazer a análise completa é possível observar o poder de decisão do grupo sobre algo que lhes diz respeito. Característica dos sistemas autogestionários coletivos. A decisão coletiva é possibilidade de um sistema democrático, onde o espaço permite este tipo de prática. Mas, voltando os dicionários franceses da década de 60, o termo autogestão, ou autogestion surge da tradução da palavra servocroata samoupravlje, em que samo equivale ao prefixo grego auto e upravlje significa gestão. Foi introduzida na França para designar a experiência político-econômico-social da Iugoslávia de Tito em ruptura ao stalinismo: o chamado titoísmo. Não se pode aceitar como autogestão a experiência Iugoslava, até mesmo pelo controle e ingerência do Estado, o que subverte o sistema como um todo. Não o desmerece, apenas tira de sua caracterização o rótulo Autogestão podendo vir a ser reconhecido como sistema de Co- Gestão, pelo menos em uma análise primeira. A possibilidade de tomar decisões, de se autogovernar é um grande passo na jornada para a Emancipação. A liberdade se conquista, e isto, os oriundos do sistema prisional no país sabem muito melhor do que nós teóricos do assunto: Entendemos por autogestión el movimiento social, econômico y político que tiene como método y objetivo que la empresa, la economia y la sociedad em general estan dirigidas por quienes producen y distribuien los bienes y servicios generados socialmente. La autogestion propugna la gestión directa y democrática de los trabajadores, en las funciones de planificacion, direccion y ejecución (Iturruspe, 1988). A grande maioria das pessoas executa tarefas e não sabem o motivo pelo qual o fazem. Iturruspe nos traz um conceito importante sobre o que vem a ser Autogestão. La gestión directa y democrática de los trabajadores, en las funciones de planificación, direccion y ejecución. Não se pode afirmar mais que seria utopia acreditar que um grupo de trabalhadores pudesse ser dono de suas atividades, seus meios de produção e com isto produzisse riquezas. Ou como diz Iturruspe, participando das atividades de planificação, direção e execução referentes ao seu empreendimento. A experiência de Rochdale mostra que é uma possibilidade real. Nanci Valadares Carvalho, em seu livro Autogestão, o Nascimento das ONGs, conceitua autogestão da seguinte maneira: Unidade de autogestão é aquela unidade para qual seus membros formam um grupo que se governa a si mesmo. No tipo autogestão de autogoverno todos os trabalhadores numa determinada firma se tornam seus administradores diretos. A grande colaboração deste sistema trazido por Proudhon sem jamais ter usado o termo está na possibilidade de promover a liberdade coletiva dos envolvidos no sistema. Não se pode falar em autogestão de forma genérica, pois se trata de modo de gestão autônomo, como valores e meios específicos. A Autogestão é resultado de processos democráticos e decisórios. Possível, mediante liberdade, produzindo e promovendo liberdade. Passeando pela internet é possível encontrar a seguinte definição no saite da Anteag Associação Nacional dos Trabalhadores das Empresas Autogestionárias: A autogestão é um modelo de organização em que o relacionamento e as atividades econômicas combinam propriedade e/ou controle efetivo dos meios de produção com participação democrática da gestão. Autogestão também significa autonomia. Assim, as decisões e o controle pertencem aos próprios profissionais que integram diretamente a empresa. (www,anteag.org.br) A ANTEAG, não fornece uma inovação conceitual sobre o tema, por outro lado, fornece experiências autogestionárias, trazendo um novo paradigma das relações de trabalho, administração e gestão de empreendimentos. Autogestão em Proudhon Apesar do pensamento contrário de Guillerm e Bourdet, e Nanci Carvalho, Proudhon com justa razão, é considerado o Pai da Autogestão, inspirando experiências históricas de criação regimes autogestionários. Proudhon era antes de tudo, um crítico da burocracia e de todas as construções que visavam o seu estabelecimento institucional. O autor francês jamais empregou o termo autogestão, isto deve ficar claro, e talvez por este motivo alguns autores não lhe dêem o crédito sobre este instituto organizacional. Por outro lado, empregou seu conteúdo, não restringindo o sentido autogestionário de uma sociedade autônoma à simples administração de uma empresa pelo seu pessoal. Proudhon foi além, fornecendo a sua concepção, como um conjunto social de grupos autônomos, associados tanto nas suas funções econômicas de produção quanto nas suas funções políticas. Em uma organização autogestionária, as decisões fundamentais têm de ser tomadas pelo coletivo. Para isso é necessário que todos tenham acesso às informações, responsabilidade com o coletivo e disciplina. A Autogestão tem uma história, Carvalho, descrevem um pouco sobre isto: A autogestão é impelida pelas condições materiais do nosso tempo e não como um amadurecimento de formas anteriores da mesma coisa. O homem que conduz a experiência de sua própria gestão é o homem contemporâneo e não o bárbaro ou selvagem que luta pela sobrevivência. A autogestão é um fenômeno pós-industrial baseado na associação de homens em suas vidas para uma participação maior e mais profunda. Expressa o impulso cultural das massas que querem o controle dos processos de mudança histórica, em vez de delegar este controle para os poucos educados. Desta maneira - e se nesse sentido realmente for bem sucedida - a autogestão pode tomar-se a gestão dos processos de mudança histórica. (Carvalho, 1983: 34) Autogestão em Nildo Viana A autogestão para Nildo Vianas é um processo que abrange a totalidade das relações sociais, ou seja, é autogestão social, ou sociedade autogerida, cuja base fundamental se encontra nas relações de produção, nas quais os produtores gerem todo o processo de produção e distribuição, de forma coletiva e igualitária. A autogestão social é produto de uma ampla, radical e profunda transformação social, subvertendo todas as relações sociais, abolindo o capital, o estado, o mercado, as organizações burocráticas em geral, e instituindo novas organizações e relações sociais, entre as quais os conselhos dos produtores associados que devem gerir o conjunto da produção e distribuição, os conselhos comunais e outros organizações autogeridas. A transformação das relações de produção promove uma transformação geral da sociedade, promovendo o fim da oposição entre produtores e consumidores, transformando a cultura, as relações entre os sexos, alterando radicalmente os valores e a mentalidade dos indivíduos. O fim do processo é a sociedade autogerida, o ponto mais alto de desenvolvimento da humanidade e dos indivíduos associados livremente e igualitariamente. Sendo uma sociedade que garante a satisfação das necessidades humanas e o desenvolvimento do conjunto das potencialidades humanas, superando a especialização e os homens unilaterais, instituindo os seres humanos unilaterais. As Organizações e a Teoria Organizacional Sara Fichman Raskin Introdução As organizações estão inseridas em ambientes complexos e turbulentos, enfrentando constantes desafios e problemas, para os quais precisam encontrar soluções. Uma organização é a ferramenta usada pelas pessoas para coordenar suas ações na obtenção de algo que desejam ou possui valor isto é, para atingir seus objetivos. As organizações são intangíveis, Conhecimentos Específicos 31

168 isto é, podemos ver os produtos ou serviços produzidos e, em alguns casos, podemos ver seus empregados, mas não vemos como e por que eles são motivados a produzir tais bens e serviços. No entanto, os grupos de pessoas e outros recursos utilizados na produção, são a essência das organizações. Como uma organização cria valor Uma organização é uma resposta para satisfazer alguma necessidade humana, formada por indivíduos ou grupos de pessoas que acreditam possuir as habilidades e conhecimentos necessários para tal. Empreendedorismo é o termo usado para descrever o processo pelo qual as pessoas reconhecem oportunidades e reúnem recursos para satisfazer essas necessidades. Um modelo de criação de valor em três estágios - entrada, conversão e saída - pode ser usado para descrever as atividades da maioria das organizações (ver figura). Cada estágio é afetado pelo ambiente em que a organização opera. A maneira que as organizações adotam para obter do ambiente as entradas necessárias (recursos humanos, informação e conhecimento, matéria bruta, ou dinheiro e capital) para produção de bens e serviços, e para utilizar os recursos humanos e tecnologias para transformar entradas em saídas, determina quanto vale a organização em cada estágio. O resultado do processo de conversão são as saídas - produtos acabados e serviços - disponibilizadas ao ambiente onde são compradas pelos clientes. As organizações usam o dinheiro das vendas para obter novos fornecedores de entradas e o ciclo começa novamente. A maioria da produção de bens e serviços se dá em locais de empresas porque, trabalhando juntas, as pessoas podem criar mais valor que individualmente, coordenando suas ações em local organizado. O uso de organizações permite às pessoas em conjunto: aumentarem a especialização e divisão do trabalho; usarem tecnologias modernas para economia de escala e escopo; gerenciarem a complexidade do ambiente externo; economizarem nos custos de transações como negociações e monitoramento; e exercerem poder e controle sobre as pessoas para aumento de produção e eficiência. O que é teoria organizacional É o estudo de como as organizações funcionam e como elas afetam e são afetadas pelo ambiente no qual operam. Estrutura organizacional é o sistema formal de tarefas e relacionamentos de autoridade que controla como as pessoas coordenam suas ações e usam os recursos para atingir os objetivos organizacionais; controla também a coordenação e as formas de motivação. Para qualquer organização, uma estrutura apropriada é aquela que facilita respostas eficazes aos problemas de coordenação e motivação, evolui à medida que a organização cresce e se diferencia, e pode ser gerenciada e modificada através do processo de desenho organizacional. Cultura Organizacional é o conjunto de valores compartilhados e normas que controla a interação entre os membros da organização e destes com fornecedores, clientes e outras pessoas externas. Formata o comportamento das pessoas e é formada pelas pessoas internas, pela ética da organização, pelo seu tipo de estrutura e pelos direitos dos empregados. Também evolui e pode ser gerenciada através do desenho organizacional. Desenho Organizacional é o processo pelo qual os gerentes selecionam e gerenciam vários aspectos e dimensões da estrutura e cultura de forma que a organização possa controlar as atividades necessárias para atingir seus objetivos. Para a sua sobrevivência, deve equilibrar as pressões internas e as externas do ambiente. O desenho organizacional tem-se tornado uma das principais prioridades de gestão devido ao aumento da competitividade global e do crescente uso da tecnologia da informação. É a fonte de sustentação de sua vantagem competitiva e tem influência no tratamento de contingência (evento que deve ocorrer de forma planejada, como uma mudança no ambiente ou uso de uma nova tecnologia), na gestão eficaz da diversidade, na habilidade para inovar em bens e serviços, no controle do ambiente, na coordenação e motivação dos empregados e no desenvolvimento e implantação de sua estratégia. Um desenho pobre pode levar ao declínio da organização. Obtendo Vantagem Competitiva Como foi dito, o desenho organizacional é a forma para sustentação da vantagem competitiva, que vem a ser a habilidade de uma companhia superar outra, devido à sua gestão ser capaz de criar mais valor a partir dos recursos disponíveis. A Competência permite à empresa desenvolver uma estratégia para superar seus competidores produzindo produtos melhores a custos mais baixos. A Estratégia é o modelo específico que orienta as decisões e ações gerenciais no uso de competências, para ter vantagem competitiva e superar competidores. O desenho organizacional é, então, a maneira que a empresa implementa sua estratégia e deve estar evoluindo constantemente, acompanhando mudanças e tendências, não existindo uma forma perfeita. Uma organização deve desenhar sua estrutura de forma a maximizar o uso de seus talentos e a desenvolver uma cultura que motive as pessoas a trabalharem em equipe. A cultura e estrutura organizacional determinam a habilidade dos gestores para coordenar e motivar seus empregados. Quanto melhor uma empresa funciona, mais valor ela cria. Historicamente essa capacidade de criar valor tem aumentado, daí a importância da divisão do trabalho, do uso de novas tecnologias e do desenho e estruturas modernas e eficientes, para acompanhar a evolução do mundo competitivo. Stakeholders Geralmente, os stakeholders são motivados para participarem de uma organização se recebem incentivos que excedem o valor de suas contribuições. Existem dois grupos principais, os internos e os externos à organização. Stakeholders internos são as pessoas mais próximas da organização, como os acionistas, os gerentes e os trabalhadores. Os acionistas são os donos da organização e sua contribuição é o investimento em suas ações pela perspectiva de retorno. Os gerentes são os responsáveis pelos negócios da organização, coordenando os recursos e assegurando o alcance dos objetivos. Os trabalhadores são todos os outros empregados que possuem obrigações e responsabilidades. Stakeholders externos são pessoas que possuem algum interesse na organização, como clientes, fornecedores, governo, comunidades locais e público em geral. Efetividade Organizacional: satisfazendo os objetivos e interesses dos stakeholders As organizações podem ser usadas por diferentes grupos de stakeholders e todas as contribuições são necessárias para viabilizá-las. Cada grupo de stakeholder é motivado por seu conjunto de objetivos a contribuir com a organização e é através do julgamento de quão bem seus objetivos são alcançados que avaliam a efetividade da organização. Algumas vezes os objetivos são conflitantes e os grupos buscam equilibrar os incentivos e as contribuições. Uma organização é viável enquanto um grupo de stakeholders dominante possuir controle sobre os incentivos de forma a obterem as contribuições necessárias de outros grupos. Para ser efetiva, a organização deve, no mínimo, satisfazer os interesses de todos os grupos que apostaram nela. O poder relativo dos grupos de stakeholders para controlar a distribuição de incentivos determina como os diferentes objetivos serão atingidos e que critério será utilizado na avaliação de seu desempenho. Mas, quem decide quais são os objetivos mais importantes? A escolha de objetivos tem implicações políticas e sociais. Quando os acionistas delegam para os gerentes a coordenação e uso dos recursos e habilidades da organização, ocorre uma divisão de liderança e controle. Apesar de, na teoria, os gerentes serem os empregados dos acionistas, na prática, essa delegação dá aos gerentes o controle real da corporação e o resultado é que os gerentes provavelmente vão perseguir os objetivos segundo seus próprios interesses, que podem ser conflitantes com os dos acionistas. Mesmo quando não existe concorrência entre os objetivos dos diversos stakeholders, selecionar os que irão aumentar as chances de sobrevivência da organização não é uma tarefa simples. Uma organização que não dá atenção a seus stakeholders e nem tenta satisfazer minimamente seus interesses, está fadada ao fracasso. Outro problema que uma organização tem de enfrentar é como distribuir, entre os diversos grupos de stakeholders, os prêmios que ganha como resultado de ter sido eficiente. Essa alocação de prêmios ou incentivos é um componente importante da eficiência da organização, pois pode influir na motivação para futuras contribuições. Uma organização deve balancear cuidadosamente os interesses dos stakeholders quando escolher um critério para avaliação de desempenho. Normalmente, os interesses dos gerentes e acionistas são usados no direcionamento das atividades pelo efeito positivo que tem para a sobrevivência e prosperidade da organização. Ter habilidade para satisfazer às necessidades de clientes e stakeholders é uma tarefa difícil e poucas organizações conseguem fazer isso bem. Assim como é difícil gerenciar os recursos do ambiente para competir com outras organizações de mesmos objetivos. A habilidade da organização Conhecimentos Específicos 32

169 para satisfazer os seus satakeholders também é uma questão de sobrevivência. Sendo os gerentes os responsáveis pelo uso maximizado dos recursos da organização, é importante entender como eles avaliam a efetividade da organização. Controle, inovação e eficiência foram apontadas como as três tarefas essenciais. Controle significa ter controle sobre o ambiente externo, tendo habilidade para atrair recursos e clientes. Inovação significa desenvolver as habilidades e capacidades de forma a descobrir novos produtos e processos. Eficiência significa desenvolver facilidades de produção usando a tecnologia da informação para produzir e distribuir produtos competitivos mais rapidamente. Nesse contexto, existem três abordagens para a avaliação de eficiência: a abordagem de recurso externo (a organização é eficiente se pode assegurar habilidades e recursos valiosos de fora da organização); a abordagem de sistemas internos (coordena recursos com a habilidade dos empregados para inovar em produtos e se adaptar a mudanças); e a abordagem técnica (converte habilidades e recursos em produtos acabados e serviços). A abordagem de recurso externo: Controle É um método que permite aos gerentes avaliar com que eficiência uma organização gerencia e controla o ambiente externo. Como medida, os gerentes utilizam indicadores como preço de estoque, lucratividade, e retorno de investimento, comparando o desempenho de sua empresa com outras. Outro indicador pode ser a habilidade dos diretores para perceber e responder rapidamente a mudanças no ambiente, sendo os primeiros a aproveitarem novas oportunidades. A abordagem de sistemas internos: Inovação É um método que permite aos gerentes avaliarem com que eficiência uma organização funciona e opera. A estrutura e cultura organizacionais devem permitir à empresa adaptabilidade e respostas rápidas a mudanças de condições no ambiente. Também é necessário ser flexível para tomar decisões mais rapidamente e inovar em produtos e serviços. Medidas incluem tempo necessário para tomada de decisão, tempo necessário para colocar novos produtos no mercado, e tempo gasto na coordenação de atividades de diferentes departamentos. A abordagem técnica: eficiência É um método que permite aos gerentes avaliarem com que eficiência uma organização transforma uma dada quantidade de habilidades e recursos em produtos acabados e serviços, e é medido em termos de produtividade e eficiência. Por exemplo, um aumento na quantidade produzida com o mesmo trabalho indica um ganho de produtividade. A atitude e motivação dos empregados e seu desejo em cooperar são fatores importantes que influenciam a produtividade e eficiência. Medindo efetividade: objetivos organizacionais Os gerentes criam objetivos que serão usados para avaliar o desempenho da organização, que podem ser de dois tipos: oficiais e operativos. Os objetivos oficiais são os princípios que a organização estabelece formalmente em seus relatórios anuais e outros documentos públicos, que podem também dispor sobre sua missão. Os operativos são objetivos específicos de curto e longo prazo que orientam os gerentes e empregados no desempenho de seu trabalho. Podem ser utilizados para medir como a organização está gerenciando o ambiente, como está o seu funcionamento através da medição do tempo gasto na tomada de decisão, ou para medir a eficiência da organização através de benchmarks que podem ser comparados com seus competidores. Os fatores que afetam as organizações Uma organização eficiente desenha sua estrutura e cultura de acordo com as necessidades de seus stakeholders de forma a ganhar vantagem competitiva e sobreviver. O desenho organizacional deve também considerar as contingências de ambiente, tecnologias, processos internos que certamente irão influenciar a escolha da estrutura e cultura organizacionais. Os demais capítulos irão detalhar esses assuntos, fornecendo um modelo de componentes da teoria organizacional. O ambiente organizacional é o ambiente no qual a organização opera e é a principal fonte de incerteza, pois clientes podem retirar seu suporte, fornecedores podem segurar o fornecimento de algum recurso ou mesmo alguns stakeholders podem ameaçar a empresa. Sendo assim, sua estrutura deve ser desenhada de forma a permitir tratar adequadamente os relacionamentos tanto com os stakeholders, como com o ambiente externo. O ambiente tecnológico, ou seja, a maneira como os bens e serviços são produzidos e a incerteza relacionada aos diferentes métodos de produção, são fatores importantes a considerar no desenho da empresa. Quando uma organização é criada e colocada em funcionamento, ocorrem vários processos internos, ou processos organizacionais; à medida que ela vai crescendo, muitos dos processos podem passar por crises que provocam mudanças em suas estratégias e estruturas. Para finalizar, ressalta-se que a teoria organizacional procura entender os princípios que governam uma organização e os fatores que afetam a maneira de sua operação, evolução e mudança, com foco na organização como um todo. Uma Definição de Organização Organizar é o processo de estabelecer o uso ordenado de todos os recursos do sistema administrativo. O uso ordenado enfatiza o alcance dos objetivos do sistema administrativo e contribui para que os gerentes não apenas tomem essas metas explícitas, como também esclareçam quais recursos serão utilizados para alcançá-las. O principal foco da organização é determinar o que os funcionários farão individualmente, assim como a melhor maneira de combinar seus esforços para progredir no alcance dos objetivos da empresa. A organização se refere ao resultado do processo de organizar. Os Parâmetros de Fayol Em essência, cada recurso da empresa representa um investimento do qual o sistema administrativo deve obter um retomo. A organização apropriada desses recursos aumenta a eficiência e a eficácia de seu uso. Henri Fayol desenvolveu 16 parâmetros gerais para organizar recursos: 1.Preparar e executar com critério o plano de operações. 2.Organizar os aspectos humanos e materiais para que eles sejam coerentes com os objetivos, os recursos e os requerimentos pertinentes. 3. Estabelecer uma autoridade única, competente e dinâmica (estrutura administrativa formal). 4. Coordenar todas as atividades e esforços. 5. Formular decisões claras, precisas e bem definidas. 6. Dispor de um processo seletivo eficiente para que cada departamento seja comandado por um gerente competente e enérgico e para que todos os funcionários estejam trabalhando naquilo que mais possam ser úteis. 7. Definir deveres. 8. Encorajar a iniciativa e a responsabilidade. 9. Oferecer recompensas justas e apropriadas pelos serviços prestados. 10. Aplicar sanções contra erros e faltas. 11. Manter a disciplina. 12. Assegurar-se de que os interesses individuais são coerentes com os interesses gerais da empresa. 13. Reconhecer a unidade de comando. 14. Promover a coordenação tanto humana quanto material. 15. Institucionalizar e efetuar controles. 16. Evitar regras, formalidades e burocracia. Caso o objetivo seja uma colheita bem-sucedida, o processo de organização pode ser dividido em tarefas principais, como arar, plantar, fertilizar, regar e assim por diante. Para tanto, devem ser destinados recursos como equipamentos e força de trabalho, a fim de cumprir subtarefas, como selecionar a colheita e, por fim, avaliar o resultado de acordo com a qualidade e a quantidade produzida. A Importância da Organização A função de organizar é extremamente importante para o sistema administrativo, por ser o principal mecanismo utilizado pelos gerentes para colocar seus planos em ação. O ato de organizar cria e mantém relações entre todos os recursos da empresa ao indicar quais deles serão usados para atividades especificas e quando, onde e como serão utilizados. Um exaustivo esforço de organização auxilia os gerentes a minimizar as fraquezas dispendiosas, como repetição de esforços e ociosidade dos recursos da empresa. Alguns teóricos da administração consideram a função de organizar tão importante que eles defendem a criação de um departamento de organização dentro do sistema administrativo. Entre as responsabilidades típicas desse departamento estão o desenvolvimento dos seguintes tópicos: 1. Planos de reorganização que tornassem o sistema administrativo mais eficaz e eficiente. 2. Planos que aprimorassem as habilidades administrativas a fim de adequá-las às atuais necessidades do sistema administrativo. 3. Um clima organizacional benéfico dentro do sistema administrativo. Conhecimentos Específicos 33

170 O Processo de Organização 1. Refletir sobre planos e objetivos. 2. Estabelecer as tarefas principais. 3. Dividir as tarefas principais em subtarefas. 4. Destinar recursos e instruções para as subtarefas. 5. Avaliar os resultados da estratégia organizadora implementada. Os gerentes devem repetir essas etapas continuamente. Por meio da repetição, eles conseguem o feedback que os ajudará a aperfeiçoar a organização existente. A gerência de um restaurante pode servir de exemplo para ilustrar o funcionamento do processo de organização. A primeira etapa pela qual deve passar o gerente do restaurante a fim de iniciar o processo de organização é pensar sobre os planos e objetivos do restaurante. Pelo fato de que o planejamento consiste em determinar o modo como o restaurante alcançará suas metas e como determinará onde os recursos do restaurante serão utilizados para concretizar os planos, o gerente do restaurante deve começar a se organizar assim que compreender os planos. A segunda e a terceira etapa do processo de organizar se centram em tarefas que devem ser desempenhadas dentro do sistema administrativo. O gerente deve determinar as principais tarefas ou trabalhos a ser realizados dentro do restaurante. Duas dessas tarefas seriam servir os fregueses e preparar a comida. A partir disso as tarefas devem ser divididas em subtarefas. Por exemplo, o gerente poderá decidir que a tarefa de servir os clientes implica as subtarefas de atender a pedidos e limpar as mesas. A quarta etapa do processo de organizar é determinar quem anotará os pedidos, quem limpará as mesas e os detalhes da relação que existirá entre essas duas pessoas. O tamanho das mesas e como elas serão posicionadas são outros fatores que devem ser considerados nessa etapa. Na quinta etapa, a avaliação dos resultados da estratégia organizadora implementada, o gerente recolhe informações sobre como a estratégia está funcionando. Essas informações devem fornecer dados que possam ser utilizados no aprimoramento da organização atual. Por exemplo, o gerente poderá concluir que um certo tipo de mesa não é grande o bastante e que mesas maiores devem ser compradas para que o restaurante atinja seus objetivos. O Subsistema Organizacional Assim como a função de planejamento, a função organizadora pode ser vista como um subsistema do sistema administrativo geral. O principal propósito do subsistema organizacional é promover o cumprimento de metas do sistema administrativo geral, racionalizando a utilização dos recursos da empresa. Os insumos são uma parte dos recursos totais da empresa, o processo são as etapas que constituem a função organizadora e o resultado é a própria organização. Da Volta ao Caso Ao pensar sobre como a Lucent deve se organizar, um gerente como Richard A. McGinn poderá preocupar-se em responder a várias questões importantes. Essas questões devem ter como objetivo o estabelecimento do uso ordenado dos recursos empresariais da Lucent. Pelo fato de esses recursos representarem um investimento a partir do qual McGinn deve ter um retomo, suas questões devem orientar-se pela obtenção de informações que serão utilizadas na maximização desse retomo. Acima de tudo, essas questões devem centrar-se em determinar que tipo de utilização dos recursos da Lucent será melhor para o alcance das metas da empresa. Algumas questões preliminares poderiam ser as seguintes: 1. Quais os atuais objetivos da Lucent como empresa? Por exemplo: a Lucent deseja centrar-se em mercados internacionais assim como nos nacionais? A Lucent pretende manter ou aumentar seu tamanho atual? 2. Quais os planos da Lucent para atingir seus objetivos? A Lucent abrirá mais escritórios no exterior? Estão sendo criados programas adicionais de treinamento que permitam que os funcionários trabalhem eficazmente no exterior? 3. Quais as principais tarefas que a Lucent deve cumprir para oferecer produtos de mensagem e de voz? Por exemplo, quantas etapas consistem no desenvolvimento de um novo telefone sem fio e em sua colocação no mercado para o público correto? 4. Quais os recursos de que a Lucent dispõe para se manter ativa? As respostas a essa questão devem enfatizar assuntos como o número de funcionários, os recursos financeiros disponíveis e os equipamentos utilizados. McGinn deve também pensar em algum mecanismo de avaliação da estratégia organizadora desenvolvida. Uma vez implementada a estratégia, McGinn deve ser capaz de recolher informações sobre como estão funcionando todos os recursos da Lucent, a fim de poder aprimorar suas tentativas de organização. Por exemplo, ele poderá descobrir que, para que a Lucent se tome mais competitiva, precisará de uma capacidade de sistemas de Internet maior em um país do que em outro, e mais funcionários na área de produtos ao consumidor em contraposição à área comercial. De posse das informações cenas, McGinn pode aprimorar continuamente o atual sistema de organização da Lucent. A Teoria Clássica da Organização A teoria clássica da organização resume os conceitos acumulados dos primeiros teóricos da administração sobre como os recursos da empresa podem ser mais bem utilizados para atingir as metas da empresa. O teórico que provavelmente exerceu a mais profunda influência na teoria clássica da organização foi Max Weber. De acordo com ele, os principais componentes de uma tentativa organizadora são regras e procedimentos detalhados, uma hierarquia empresarial claramente elaborada e uma relação impessoal entre os funcionários da empresa. O Modelo Burocrático de Weber Weber utilizou o termo burocracia para denominar o sistema administrativo que contém esses componentes. Apesar de acreditar firmemente na abordagem burocrática da organização, ele se preocupava com o fato de que os gerentes tendiam a supervalorizar os méritos da burocracia. Weber alertava que a burocracia não era um fim em si mesma; em vez disso, era um meio que levava o sistema administrativo a atingir seus objetivos. A maior crítica a respeito do modelo burocrático de Weber, bem como dos conceitos de outros teóricos clássicos da organização, é de que eles dão pouca importância à variável humana dentro das empresas. De fato, hoje em dia se reconhece que a abordagem burocrática destituída da ênfase adequada da variável humana é certamente uma fórmula de fracasso empresarial. O restante deste capítulo resume as quatro principais considerações da teoria clássica da organização que todos os gerentes modernos devem incorporar em suas tentativas organizadoras: 1. Estrutura. 2. Divisão do trabalho. 3. Alcance administrativo. 4. Relações hierárquicas. Estrutura Em qualquer tentativa de organização, os gerentes devem escolher uma estrutura apropriada. Estrutura se refere às relações designadas entre os recursos do sistema administrativo. Seu propósito é facilitar a utilização de cada recurso, individual ou coletivamente, à medida que o sistema administrativo procura alcançar seus objetivos. A estrutura de uma empresa é representada principalmente por meio de gráficos chamados organogramas. Tradicionalmente, um organograma é construído em forma de pirâmide, na qual os indivíduos situados nas proximidades do topo da pirâmide têm mais autoridade e responsabilidades do que aqueles situados nas proximidades da base. A posição relativa dos indivíduos nos retângulos do organograma indica as relações gerais de trabalho e as linhas que ligam esses retângulos indicam os canais formais de comunicação entre os indivíduos. Autoridade e Responsabilidade: A posição do gerente do restaurante está no topo da pirâmide e as posições mais próximas do gerente do restaurante implicam maior autoridade e responsabilidade, enquanto as posições mais distantes dele implicam menor autoridade e responsabilidade. Estrutura e Gênero: As estruturas piramidais nas empresas provavelmente seguem o modelo da estrutura hierárquica de comando das forças armadas. No mundo ocidental, a estrutura das instituições religiosas também tem sido hierárquica e sua autoridade emana do topo. Alguns pesquisadores descobriram que as mulheres não se sentem à vontade com esse tipo de estrutura. Portanto, à medida que mais e mais mulheres ingressam na área administrativa, será necessário um novo tipo de modelo estrutural. No livro The Female Advantage: Women s Ways of Leadership (A vantagem feminina: as maneiras femininas de liderança), Sally Helgesen argumenta que as mulheres criam redes de autoridade e que os estilos de liderança feminina são relacionais em vez de serem hierárquicos e autoritários. Tom Peters, teórico da administração, sugere que esses estilos sejam inerentemente mais adequados aos novos tipos de estruturas empresariais, por enfocar o trabalho em equipe e a administração participativa, aspectos exigidos no ambiente de competitividade global do século XXI. Conhecimentos Específicos 34

171 Estrutura Formal e Informal: Existem dois tipos básicos de estrutura dentro dos sistemas administrativos: formal e informal. A estrutura formal é definida como a relação entre os recursos da empresa do modo como foram planejados pela gerência. É representada principalmente pelo organograma. A estrutura informal é definida como os padrões de relacionamento que surgem em virtude das atividades informais dos membros da empresa. Naturalmente envolve normas e valores individuais e relações sociais e tende a ser moldada por elas. Em essência, a estrutura informal de uma empresa é o sistema ou rede de relações interpessoais que existem dentro dela, mas geralmente não é idêntica á estrutura formal da empresa. Departamentalização e Estrutura Formal: Um Ponto de Vista contingencial O método mais comum de instituir relações formais entre os recursos é estabelecer departamentos. Basicamente, um departamento é um grupo de recursos único criado pela gerência para desempenhar alguma tarefa da empresa. O processo de criação de departamentos dentro do sistema administrativo é chamado de departamentalização. Tipicamente, esses departamentos são baseados em, ou dependem de, fatores circunstanciais como as funções de trabalho a serem desempenhadas, o produto que está sendo manufaturado, a área territorial a ser atendida, o público-alvo e o processo planejado para manufaturar o produto. Departamentalização Funcional: Talvez o critério mais utilizado para a criação de departamentos na estrutura formal seja o das funções do trabalho (atividades) a ser desempenhadas dentro do sistema administrativo. As funções são geralmente divididas em grandes categorias como marketing, produção e finanças. Departamentalização de Produto: A estrutura de uma empresa se baseia primordialmente no produto que departamentaliza os recursos de acordo com o que se está produzindo. À medida que mais produtos são manufaturados pela empresa, torna-se cada vez mais difícil para a gerência a tarefa de coordenar as atividades internas. Organizar-se de acordo com o produto permite o agrupamento racional dos recursos necessários para produzir cada produto. Departamentalização Geográfica: Essas estruturas estão baseadas primordialmente na divisão por território de acordo com os lugares em que os trabalhos estão sendo desenvolvidos ou nos mercados geográficos que estão sendo enfatizados pelo sistema administrativo. As distâncias físicas podem variar pouco (entre dois pontos da mesma cidade) ou muito (entre dois pontos no mesmo estado, em estados diferentes ou até mesmo em diferentes países). À medida que os mercados e os locais de trabalho se expandem, as distâncias físicas entre os lugares podem tornar a tarefa administrativa extremamente complicada. Para minimizar esse problema, os recursos podem ser departamentalizados geograficamente. O McDonald s Organiza-se pelo Território Global A McDonald s Corporation dirige restaurantes de fast-food com a marca McDonald s. Os restaurantes populares servem um menu variado, porém limitado, com bom preço, em 120 países no mundo todo. Para reagir ao seu fraco desempenho financeiro recente, o McDonald s decidiu reorganizar sua equipe de gerenciamento sênior global. Isso envolveu criar duas áreas geográficas de responsabilidade. Uma das novas posições visa gerenciar operações nas Américas enquanto a outra gerenciar operações na Europa, na Ásia e no Pacífico. De acordo com Jack Greenberg, presidente do conselho e diretorpresidente do McDonald s, a nova hierarquia da organização evoluiu durante muitos meses, como veículo para criar linhas mais claras de responsabilidade nos dois territórios e para que cada território focalize o desempenho financeiro da empresa e assuma a responsabilidade por ele. A nova estrutura também visou a ajudar a empresa a tomar decisões de negócios mais rapidamente. Greenberg acredita que a reorganização deveria aprimorar a capacidade do McDonald s de efetuar a mudança necessária, inovar e ser mais consistente em seu gerenciamento em todo o globo. Departamentalização por clientes: A estrutura que se baseia primordialmente nos clientes gera departamentos de acordo com os principais consumidores da empresa. Esse tipo de estrutura, obviamente, supõe que os principais clientes podem ser identificados e divididos em categorias lógicas. Departamentalização do Processo de Produção: A estrutura que se baseia primordialmente no processo de produção cria departamentos de acordo com as principais fases do processo utilizado na fabricação dos produtos. Caso as circunstâncias permitam, os organogramas de uma empresa podem ser combinados a fim de mostrar cada um desses cinco fatores. Forças Que Influenciam a Estrutura Formal: De acordo com Y.K. Shetty e Howard M. Carlisle, a estrutura formal de um sistema administrativo está em constante evolução. Quatro forças principais influenciam essa evolução: 1. Forças da gerência. 2. Forças das tarefas. 3. Forças do ambiente. 4. Forças dos subordinados. A evolução de uma empresa em particular é, na verdade, o resultado de uma interação complexa e dinâmica entre essas forças. As forças da gerência são uma maneira única por meio da qual um gerente percebe os problemas da empresa. Naturalmente, o histórico, o conhecimento, a experiência e os valores do gerente influenciam sua percepção de como deveria ser a estrutura formal da empresa ou de como ela deveria ser modificada. Entre as forças das tarefas estão o grau de tecnologia necessário ao desempenho da tarefa e sua complexidade. À medida que as tarefas mudam, surge uma força voltada para mudar o estado atual de organização. Dentre as forças do ambiente destacam-se os clientes e os fornecedores do sistema administrativo, ao lado das estruturas políticas e sociais. Entre as forças dos subordinados estão suas necessidades e seus níveis de habilidades. E claro que, à medida que o ambiente e os subordinados mudam, simultaneamente forças são criadas para alterar a organização. De Volta ao Caso A fim de fortalecer sua organização, um gerente como McGinn deveria levar em consideração a teoria clássica da organização. Entre os quatro principais elementos da teoria clássica da organização, o primeiro a ser levado em conta aqui é a estrutura. Os pensamentos de McGinn quanto à estrutura da Lucent devem estar voltados para a criação de relações de trabalho entre todos os funcionários da empresa. Para que uma estrutura empresarial eficaz seja desenvolvida, McGinn deve analisar os fatores circunstanciais relativos à empresa, como funções, produtos, localização geográfica, clientes e processos envolvidos no fornecimento de seus produtos aos consumidores. Nesse caso, informações indicam que a estrutura de organização que McGinn criou para a Lucent se baseia primordialmente nos produtos ou serviços oferecidos. Por exemplo, duas das 11 áreas principais da Lucent são as de Fornecedor Mundial de Serviços e Sistemas Empresariais e Sistemas de Redes de Dados. Em essência, a Lucent está organizando seus recursos para se concentrar em seus 11 produtos e em suas áreas principais. É típico de um gerente como McGinn utilizar um organograma para representar a estrutura da empresa. Esse organograma permitiria que McGinn não apenas enxergasse as linhas de autoridade e responsabilidade dentro da Lucent, mas também compreendesse as amplas relações de trabalho entres seus funcionários. Divisão do Trabalho A segunda principal consideração a respeito de qualquer tentativa de organização é como dividir o trabalho. Divisão de trabalho é a designação de várias partes de uma tarefa em particular entre alguns membros da empresa. Em vez de ter um indivíduo realizando todo o trabalho, várias pessoas realizam diferentes partes dele. A produção é dividida em várias etapas e a responsabilidade por completar cada etapa é entregue a indivíduos específicos. A essência da divisão do trabalho é que as pessoas se especializem em fazer partes de uma tarefa, em vez de completá-la por inteiro. Um exemplo muito comum que ilustra a divisão do trabalho é a linha de montagem de automóveis. Em vez de ter uma pessoa para montar o carro inteiro, partes especificas do carro são montadas por vários funcionários. As seções a seguir discutem as vantagens e as desvantagens da divisão do trabalho e a relação entre divisão do trabalho e coordenação. Vantagens e Desvantagens da Divisão do Trabalho: Até mesmo o inigualável cientista Albert Einstein, famoso pela independência de suas teorias, acreditava que a divisão do trabalho poderia ser vantajosa sob vários aspectos. Várias explicações sobre a utilidade da divisão do trabalho foram apresentadas. Primeiramente, quando os trabalhadores se especializam em uma tarefa em particular, suas habilidades no desempenho dessa tarefa tendem a melhorar. Em segundo lugar, trabalhadores que têm uma função e um determinado local para executá-la não perdem seu valioso tempo alternando ferramentas ou locais de Conhecimentos Específicos 35

172 trabalho. Em terceiro, quando os trabalhadores se concentram na realização de apenas uma tarefa, eles naturalmente tentam torná-la mais fácil e eficiente. Por fim, a divisão do trabalho gera uma situação em que os trabalhadores precisam apenas saber executar sua parte da tarefa em vez de conhecer todo o processo de produção do produto final. Com isso, a tarefa de compreender sua função não se torna demasiadamente enfadonha. Também já se argumentou contra o uso extremo da divisão do trabalho. Essencialmente, esses argumentos afirmam que a divisão do trabalho está unicamente voltada para a eficiência e os lucros, ignorando a variável humana nas empresas. O trabalho extremamente especializado tende a ser enfadonho e, consequentemente, fará com que os níveis de produção caiam à medida que os trabalhadores fiquem ressentidos por serem tratados como máquinas. Evidentemente, os gerentes precisam encontrar um equilíbrio razoável entre a especialização e a motivação humana. Divisão de Trabalho e Coordenação: Quando existe divisão do trabalho, é óbvia a importância de coordenação efetiva dos diferentes indivíduos que executam partes de uma tarefa. Mooney definiu coordenação como o arranjo ordenado de um esforço conjunto a fim de proporcionar unidade de ação em busca de um propósito comum. Em essência, coordenação é o modo de cada um e todos alcançar os objetivos da empresa. Implica o encorajamento da conclusão de partes individuais de uma tarefa em uma ordem sincronizada que seja adequada para a tarefa como um todo. Os grupos não conseguem manter sua produtividade sem coordenação. Parte da ordem sincronizada da montagem de um automóvel, por exemplo, implica que os assentos sejam instalados somente após a colocação do piso; seguir essa ordem de instalação é um exemplo de coordenação. Implantar e manter a coordenação requer uma supervisão próxima dos funcionários, embora os gerentes devam procurar afastar-se da ideia de que a coordenação só pode ser alcançada dessa maneira. Em vez disso, eles podem implantar e manter a coordenação por meio de negociação, formulação de um propósito comum para o grupo ou ainda o aprimoramento de soluções para problemas específicos, para que o grupo saiba o que fazer quando se deparar com esses problemas. Cada uma dessas tentativas é considerada uma ferramenta administrativa específica. Parâmetros de Follett sobre Coordenação Mary Parker Follett contribuiu com sugestões valiosas sobre como os gerentes podem implantar e manter a coordenação dentro da empresa. Primeiramente, Follett afirmou que é possível atingir a coordenação com menor dificuldade por meio das relações horizontais diretas e da comunicação pessoal. Em outras palavras, quando surge um problema de coordenação, discuti-lo entre trabalhadores de mesmo nível deve ser a melhor maneira de resolvêlo. Em segundo lugar, Follett sugeriu que a coordenação deve ser um tópico das discussões durante o processo de planejamento. Em essência, os gerentes devem planejar a coordenação. Em terceiro, manter a coordenação é um processo contínuo e deve ser tratado como tal. Os gerentes não conseguem presumir isso porque seu sistema administrativo mostra a coordenação de hoje do mesmo modo que a estará mostrando amanhã. Follett também percebeu que é possível alcançar a coordenação meramente com atitudes administrativas dotadas de propósito nada pode ser deixado ao sabor do acaso. Por fim, ela enfatizou a importância do elemento humano e alertou para o fato de que o processo de comunicação é um assunto essencial em qualquer tentativa de encorajar a coordenação. Os níveis de habilidades e motivação dos funcionários também são temas primordiais, assim como a eficácia do processo de comunicação humana durante as atividades de coordenação. A DaimlerChrysler Aperfeiçoa a Coordenação para da Melhorar a Qualidade de Seus Produtos O aprimoramento da coordenação é capaz de melhorar a eficácia e a eficiência da força de trabalho em quase qualquer empresa. Os executivos da DaimlerChrysler enfatizam o aperfeiçoamento da coordenação para melhorar a qualidade dos produtos. Embora eles saibam que novos concorrentes, como a Lexus e a Infinity, causaram grande impacto no mercado de automóveis de categoria superior, os executivos da DaimlerChrysler não estão desanimados nem se desviam das metas de organização que vêm mantendo durante décadas. A empresa continua se dedicando às necessidades e aos desejos do consumidor de classe alta, porém despretensioso, que busca um veículo que consiga equilibrar estilo e desempenho com sua forma e função. Assim como no passado, a empresa compete permanecendo firmemente comprometida com o aperfeiçoamento geral da qualidade de seus produtos. KlausDieter Vohringer, membro da alta gerência da DaimlerChrysler, diz que a empresa demonstrará seu compromisso com a qualidade dos produtos por meio de um plano que enfatize a melhoria da coordenação entre três diferentes unidades de produção e montagem. Espera-se que essa grande reestruturação do processo de produção da DaimlerChrysler resulte não apenas em uma melhor qualidade dos produtos, mas também em usos mais produtivos das instalações atuais, respostas mais rápidas às alterações das necessidades dos consumidores e em custos mais baixos de produção e produtos competitivos. Segundo Vohringer, a DaimlerChrysler desenvolveu uma sofisticada compreensão de seus consumidores ao longo dos anos. A fim de manter o alto nível de satisfação do consumidor, a gerência sabe que deve estar constantemente alerta quanto a novos métodos de aperfeiçoamento da qualidade dos produtos e esta coo-vencida de que uma melhor coordenação do processo de produção ajudará a DaimlerChrysler a alcançar suas metas de qualidade. De Volta ao Caso Ao desenvolver a maneira mais adequada de organizar os funcionários da Lucent, um gerente como McGinn pode pensar sobre o segundo elemento principal na teoria clássica da organização: a divisão do trabalho. Ele poderia decidir, por exemplo, que em vez de ter uma pessoa para fazer todo o trabalho de atendimento a um cliente empresarial, a tarefa poderia ser dividida de modo que, para cada cliente empresarial, uma pessoa realizasse o contato inicial, outra avaliasse as necessidades de comunicação da empresa e uma terceira pessoa investigasse alternativas que a Lucent poderia propor para o suprimento dessas necessidades. Dessa maneira, os funcionários poderiam trabalhar mais rapidamente e especializar-se em uma das áreas de relações empresariais com clientes, como investigação de necessidades dos clientes empresariais ou satisfação das necessidades dos clientes empresariais. Ao considerar a propriedade da divisão do trabalho na Lucent, um gerente como McGinn poderia também criar um mecanismo que promovesse a coordenação. Para desenvolver esse mecanismo, McGinn deve ter uma profunda compreensão de como vários processos empresariais da Lucent ocorrem, para que possa dividir as várias tarefas e manter a coordenação dentro das várias divisões da empresa. Além disso, McGinn deve enfatizar a comunicação como pré-requisito para a coordenação. Se os funcionários da Lucent não se comunicarem constantemente uns com os outros, a coordenação será uma tarefa praticamente impossível. Ao tomar atitudes voltadas para a promoção da coordenação na empresa, McGinn deve também planejar e agir para manter essa coordenação continuamente. CONHECIMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO E DE ADMINISTRAÇÃO GERENCIAL Características básicas das organizações formais: Tipos de estrutura organizacional Natureza Finalidade e critérios de departamentalização ORGANIZAÇÃO FORMAL Organização e o estabelecimento de uma estrutura formal de autoridade, mediante a qual se definem, dispõem e coordenam as fases e métodos de trabalho para se atingir um objetivo. A organização formal constitui um sistema estrutural. A estrutura formal da empresa está assentada nos princípios da divisão do trabalho, da especialização, da hierarquia, da autoridade e da responsabilidade. São estes, pois, os fundamentos da Organização. ORGANIZAÇÃO FORMAL As principais características da organização formal são: a. Divisão do Trabalho Maneira pela qual um processo complexo pode ser decomposto em uma serie de pequenas tarefas. A divisão foi iniciada ao nível de operários, com a Administração Científica alçando os mais elevados escalões da organização, com a Teoria Clássica, cuja aceitação e divulgação foi devida aos seguintes fatores: padronização e simplificação das atividades do operário; melhor especialização com o detalhamento das tarefas; melhor aproveitamento do trabalho especializado através da departamentalização; melhor eficiência da organização; redução dos custos de produção, sobretudo os de mão-de-obra e de materiais diretos. b. Especialização Cada órgão ou cargo passa a ter funções es- Conhecimentos Específicos 36

173 pecializadas, como consequência da divisão do trabalho. Defendida pela Teoria Clássica com base no pressuposto de que a concentração de esforços em campos limitados permite incrementar a quantidade e qualidade da produção. c. Hierarquia Como decorrência das funções especializadas surge a função de comando, que tem a missão de controlar e dirigir todas as atividades. Desta forma, a organização precisa de uma estrutura hierárquica, além da estrutura de funções. Daí o princípio de hierarquia que deve existir em toda organização formal. A hierarquia divide a organização em níveis de autoridade, onde os superiores possuem certo tipo de autoridade sobre os inferiores. Portanto, a estrutura formal apresenta uma cadeia de níveis hierárquicos sobrepostos (cadeia escalar), formando geralmente uma pirâmide, tendo a direção no topo (nível decisorial), os executadores na base (nível oporacional ou executório) e nos níveis intermediários as demais camadas hierárquicas. c. Autoridade Dentro da organização existem pessoas cumprindo ordens de outras situadas em níveis mais elevados, o que denota suas posições relativas, bem como o volume de sua autoridade em relação às demais posições. e. Responsabilidade Para os autores clássicos, a responsabilidade advém da relação superior-subordinado e do fato de alguém ter autoridade para exigir determinadas tarefas de outras pessoas. A essência da responsabilidade é a obrigação de utilizar a autoridade para exigir que sejam executadas as tarefas. f. Racionalismo O princípio básico é que, dentro de certos limites, os seus membros se comportarão de acordo com as nomas lógicas de comportamento prescritas para cada um deles. g. Coordenação Para Fayol, a coordenação é a reunião, a unificação e a harmonização de toda a atividade e esforço. HIERARQUIA É a disposição de níveis verticais de responsabilidades, em degraus de importância de cima para baixo. Estes níveis caracterizam todas as formas de esforço cooperativo organizado. O número de níveis aumenta à medida que a empresa cresce. AUTORIDADE É o direito ou poder de mandar. Segundo a fonte de onde emana esse poder ou direito, diz-se primária ou por delegação. A autoridade primária é a autoridade suprema da organização. Segundo Max Weber, a autoridade provém de três origens: Carismática: baseada na devoção afetiva e pessoal. Tradicional: fundamentada nos costumes e normas da ordem social vigente (estrutura patriarcal ou feudal). Legal: definida nos procedimentos formais, atos de instituição, regulamentos etc. A transferência de autoridade dos níveis superiores para os inferiores se processa através de Delegação. A autoridade não se exerce de modo absoluto. Há limitações impostas pela Lei, pela Ordem Social, por fatores físicos etc. Em Administração, interessa-nos a autoridade legal e passaremos a abordar os tipos existentes em uma empresa. Serão aqui apresentados quatro Tipos de Autoridade a saber: Autoridade de Linha (ou Hierárquica) Autoridade de Stafl (ou de Estado-Maior) Autoridade Funcional Autoridade de Fiscalização a) Autoridade de Linha (ou Hierárquica) Conceituação A autoridade de Linha (ou Hierárquica) é aquela que se exerce diretamente sobre as pessoas que integram um órgão; envolve a capacidade de um chefe para dar ordens aos seus subordinados, coordenar sua ação e cobrar resultados; a autoridade de Linha se manifesta através de ORDENS que emanam dos superiores para os respectivos subordinados. Relações Entre o superior e o subordinado estabelece-se uma relação de linha ou hierárquica; todos os empregados estão ligados ao Presidente por uma relação de linha ou hierárquica; a linha de autoridade, partindo do mais elevado nível hierárquico da empresa, corre sem interrupção até atingir os elementos situados nos níveis inferiores. b) Autoridade de Staff (ou de Estado-Maior) Conceituação O detentor da autoridade de linha muitas vezes não possui tempo para digerir a carga de trabalho que lhe chega às mãos; outras vezes não tem o suficiente conhecimento especializado para decidir sobre a enorme variedade de problemas que deve tratar; é neste momento que entra em cena um indivíduo ou um grupo de indivíduos dotados do que denominamos Autoridade de Staff, ou seja, indivíduos que têm autoridade para auxiliar, apoiar, aconselhar, assistir a autoridade de linha, sem contudo decidir, pois o poder de decisão permanece privativo da Autoridade de Linha. O Staff (ou Assessoria) é considerado uma extensão da personalidade do Chefe, exercendo uma autoridade própria não menos real que a de linha, a autoridade de ideias, consubstanciada através de CONSELHOS ou PARECERES. Relações Entre o Assessor e o Chefe de Linha, estabelece-se, no sentido ascendente uma relação de Stafíf (ou de Estado-Maior, ou de Assessoria); o assessor assiste o Chefe de Linha, sem contudo impor ao mesmo o seu julgamento. Algumas vezes o Assessor tende o tomar a si o poder de decisão de Chefe de Linha. Este fato, prejudicial à vida de empresa, pela dualidade de comando que estabelece, resulta de uma ou mais das seguintes situações: Alguns Chefes de Linha, por deficiência ou insegurança pessoal se apóiam demasiadamente nos seus Assessores. O tipo de trabalho desenvolvido pelos Assessores é um processo eminentemente intelectual; eles estudam, coligem dados, chegam a soluções por processos intelectuais muitas vezes acabando por se tornarem autênticos cérebros da organização. As vezes, o Assessor possui aptidões técnicas e conhecimentos especializados que o Chefe de Linha não tem. Desta forma, frequentemente os conselhos que dá têm necessariamente de ser aceitos, o Chefe de Linha praticamente assinando em cruz. Por outro lado, é comum encontrar-se Chefes de Linha cuja confiança em seus próprios recursos o fazem impermeável a todo conselho dos seus Assessores. Neste caso o Staff tende a atrofiar-se e desaparecer. c) Autoridade Funcional Conceituação A Autoridade Funcional é aquela que se exerce sobre determinados assuntos ou determinadas espécies de atividades. Ela envolve a capacidade para emitir ORIENTAÇÃO NORMATIVA sobre determinados atos ou operações de pessoas sujeitas a diferentes autoridades hierárquicas. A Autoridade Funcional é confiada a uma pessoa para que ela possa regulamentar um certo número de atividades basicamente homogêneas cujo grupamento é denominado Função. A Autoridade Funcional não possibilita determinar as ações a serem executadas, ela deve, isto sim, definir as DIRETRIZES segundo as quais a ação comandada pela autoridade hierárquica se desenvolvera. Relações É aquela que se estabelece entre dois indivíduos, ou dois órgãos, um dos quais possui autoridade funcional sobre o outro. Assim, numa empresa, um Chefe de Linha, além de autoridade hierárquica do seu superior imediato, recebe autoridade funcional dos responsáveis pelas funções com as quais se relacionam suas atividades. Exemplificando: se desejar autorizar horas extraordinários para seus subordinados, terá de cingir-se às diretrizes baixadas pelo Diretor ou Gerente Pessoal; ao elaborar um relatório de despesas de viagem terá de levarem conta as diretrizes emitidas pelo Diretor ou Gerente Financeiro. Conflitos Em princípio não deveria haver conflito entre estas duas autoridades, cada uma delas limitada por atribuições bem definidas que harmonizaram Conhecimentos Específicos 37

174 sua interação. Entretanto, podem surgir dificuldades, seja pela falta de coerência dos textos, seja por sua interpretação errônea ou por sua dificuldade de aplicação a problemas complexos. Acontece então um enfraquecimento de controle disciplinar, dificuldades de coordenação e aumento considerável dos canais de comunicação. Em caso de conflito entre uma e outra, a prática parece favorecer a LI- MITAÇÃO DA AUTORIDADE FUNCIONAL para não enfraquecer a posição do Executivo de Linha (esse está mais próximo da ação). A Autoridade Funcional deve portanto ser usada COM PARCIMÔNIA e somente quando existirem influências externas (que devem ser interpretadas por especialistas) e internas (quando os assuntos são de tal importância e complexidade que torna-se necessário um grau máximo de uniformidade de ação). d) Autoridade de Fiscalização Conceituação É aquela que consiste em zelar pela observância de um conjunto orgânico de regras, verificando se a execução está sendo realizada de acordo com os regulamentos e instruções em vigor. E a autoridade típica de uma Auditoria, de um Conselho Fiscal nas Sociedades Anônimas e das Inspetorias de Segurança Industrial. Modalidade de Ação Os indivíduos investidos deste tipo de autoridade não podem interferir na gestão mediante ordens, cabendo-lhes apenas verificar, através de VISITAS, EXAMES DE DOCUMENTOS e CONFERENCIAS DE BENS, a conformidade de atos ou situações a princípios de ética, leis do país e normas da empresa. RESPONSABILIDADE E a aceitação do papel a ser desempenhado na organização, composto de tarefas, missões, atividades. Todo cargo encerra um grau de responsabilidade. A Responsabilidade não pode ser delegada. DEPARTAMENTALIZAÇAO É o processo de estabelecer unidades compostas de grupos, com funções relacionadas. Cada agrupamento é atribuído a um chefe, com autoridade para dirigir tais atividades. Torna-se pois importante que tais atividades sejam agrupadas logicamente. Diversos são os critérios para proceder-se à Departamentalização: Por função: atividades similares; por áreas geográficas: têm por base a localização; por produto: segundo a linha de fabricação; por clientela: segundo o interesse do freguês ou cliente; por processo: de acordo com a tecnologia empregada. Identificadas as atividades da empresa, elas serão agrupadas. Este a- grupamento ou arrumação das atividades será efetuado de acordo com os determinados critérios inicialmente propostos por LUTHER GULICK. Órgãos de Departamentalização Resulta na criação dos átomos da empresa, que são seus Órgãos ou Unidades Administrativas. Os órgãos se distinguem uns dos outros de acordo com o elemento hierárquico de sua denominação, que indicará a importância do órgão da empresa. Não existe nenhuma regra fixa para a hierarquização das denominações, sendo necessário, entretanto, que os títulos adotados sejam COERENTES e UNIFORMES para toda a empresa. Os títulos mais comumente adotados na Empresa Privada, para indicar posição hierárquica, são os seguintes: a) Diretoria (exemplificando: Diretoria de Administração) b) Departamento (Departamento de Pessoal) c) Divisão (Divisão de Recrutamento e Seleção) d) Seção (Seção de Seleção) e) Setor (Setor de Testes Psicotécnicos) Critérios de Departamentalização Como vimos, os critérios de Departamentalização utilizados para o a- grupamento de atividades são por função (ou propósito), por produto (ou serviço), por processo, por clientela, por localização (ou área geográfica) e, antes de apresentar cada um individualmente, tornam-se necessários dois esclarecimentos: A grande maioria das empresas não adota um único Critério de Departamentalização, empregando em seu lugar um CRITÉRIO MISTO, de modo que não haja uma estrutura rígida e sim que as atividades sejam agrupadas de forma que contribuam melhor para a realização dos objetivos da empresa. Apesar do nome Departamentalização sugerir que os órgãos criados devam denominar-se Departamentos, isto não se verifica. A nomenclatura a ser utilizada fica a critério do organizador devendo apenas ser coerente e uniforme para toda a empresa, como já foi assinalado anteriormente. Departamentalização por Função (ou Propósito) Ocorre quando são agrupadas num mesmo órgão as atividades que possuam uma singularidade de propósitos ou objetivos. É talvez o critério mais extensamente empregado, e está presente em quase todas as empresas, em algum nível hierárquico da Estrutura de Organização. Departamentalização por Produto (ou Serviço) Ocorre quando são agrupadas, num mesmo órgão, as atividades diretamente relacionadas a um determinado produto ou serviço. Departamentalização por Processo Ocorre quando são reunidas, num mesmo órgão, as pessoas que utilizam um mesmo tipo de equipamento ou de técnica. Nos órgãos organizados de acordo com este critério, concentram-se todos ou quase todos os profissionais de determinada especialização ou profissão. Departamentalização por clientela Ocorre quando o grupamento de atividades num mesmo órgão é feito com o objetivo de servir um grupo determinado de pessoas ou clientes. Há um interesse fundamental pelo cliente que passa a ser a razão primordial para grupar as atividades. Departamentalização por Localização (ou Área Geográfica) Este critério ocorre particularmente em empresas cujas atividades são físicas ou geograficamente espalhadas, nas quais se torna conveniente que todas as atividades executadas numa determinada região sejam agrupadas e colocadas sob a chefia de um administrador local. Existem ainda outros critérios que podem ser adotados, como: por Período de Tempo. por Quantidade de Força de Trabalho por Conveniência Empírica Estes serão examinados em outra oportunidade. PROCESSO ORGANIZACIONAL Planejamento, direção, comunicação, controle e avaliação: PLANEJAMENTO FASES PARA GERAÇÃO DE UM PLANEJAMENTO a. Obtenção de informação e dados b. Análise dos dados e informações obtidos c. Previsão dos acontecimentos futuros d. Decisões sobre: d.1 - fins; - especificações sobre metas e objetivos. d.2- meios:- seleção das diretrizes, dos procedimentos, das normas, dos orçamentos, programas e estratégia, através dos quais as metas e objetivos serão alcançados. d.3 - recursos: determinação dos tipos e quantidades de recursos necessários, como deverão ser gerados ou adquiridos e como serão alocados as atividades. d.4- implementação - projeto da política de tomada de decisão e uma forma de organizá-la de tal modo que o plano possa ser executado. NORMAS PARA UM PLANEJAMENTO EFICIENTE a. DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS Em todos os estágios do planejamento, é imperioso lembrar as finali- Conhecimentos Específicos 38

175 dades que se espera, sejam por ele atingidas. O sucesso final de um plano depende do grau em que ele atinge os objetivos desejados. Se os resultados estão abaixo dos objetivos, o plano então falhou naquela quantidade ou proporção. Um plano é um meio para um fim, e devera ser encarado dessa maneira. b- FLEXIBILIDADE DOS PLANOS Um plano deve indicar uma rota para as metas desejadas, mas assim mesmo, deve ter um grau de flexibilidade. Um orçamento financeiro expressa em termos monetários, quanto deverá ser gasto, em algum período futuro, para que certas finalidades sejam conseguidas. Mas, durante esse período, poderão ocorrer variações diferentes das esperadas e, para tanto, deverá ser estabelecido um plano que faça concessões para desvios das condições planejadas. Assim, o orçamento é estável no que se refere ao estabelecimento de uma rota para os objetivos desejados mas, é flexível no que diz respeito às variações em quantias fixos que a rota poderá sofrer. c. CLAREZA NA REDAÇÃO Um bom plano deve ser claro e compreensível. Um plano pode ser claro para o planejador, mas o será também para quem o vai usar? Além disso, o planejador tem a responsabilidade de transmitir um plano de modo que os que vão utilizá-lo acreditem na sua eficácia e bom senso. TIPOS DE PLANO a. DIRETRIZES São afirmações ou entendimentos generalizadas que orientam ou canalizam o raciocínio no processo de tomada de decisão pelos subordinados. As diretrizes delimitam uma área dentro do qual uma decisão deve ser tomada e asseguram que essa decisão seja compatível com os objetivos e contribua para que eles seja alcançados. Tanto as diretrizes como os objetivos orientam os pensamentos à ação, mas com uma diferença: os objetivos são pontos terminais do planejamento, ao passo que, as diretrizes canalizam decisões no processo até esses pontos, ou seja, as diretrizes conduzem aos objetivos, assim como uma série de itinerários alternativos conduzem a uma cidade. b- PROCEDIMENTOS São também planos para estabelecer um método costumeiro de lidar com atividades, na realidade, são mais guias de ação do que de raciocínio e especificam a maneira exata pela qual uma certa atividade deve ser realizada. Sua essência é sequência cronológica Numa empresa industrial, o procedimento para atender a encomendas, certamente compreenderá: a. o departamento de vendas para o pedido original; b. o departamento financeiro para a concessão do crédito; c. o departamento de produção para produzir ou retirar do estoque; d. o departamento contábil para o faturamento; e. o departamento de expedição para estabelecer o roteiro e efetuar a entrega. c. NORMAS As normas são, frequentemente, confundidas com os procedimentos embora as duas coisas sejam inteiramente distintas. A norma exige que uma ação especifica e definida seja, tomada com respeito a uma situação mas, não especifica uma sequência de tempo. "É Proibido Fumar" - É uma norma inteiramente sem relação com qualquer procedimento. 0 procedimento, porém, regulamentando um manejo de pedidos, pode incorporar a norma segundo a qual todos os pedidos devem ser submetidos à seção de crédito, no mesmo dia em que são recebidos, Os encarregados da inspeção, no setor de recebimentos, devem contar ou pesar todos materiais recebidos pela empresa" - é outro exemplo de norma. As diretrizes guiam o raciocínio no processo de decisão através demarcação de áreas de arbítrio. As normas não facultam arbítrio em seu emprego. d. ORÇAMENTOS Um orçamento, visto como um plano, é uma afirmação de resultados esperados, expressa em termos numéricos. Pode ser apresentado em termos financeiros, como em homens-hora; unidades de produção; horasmáquina, ou qualquer outra expressão numericamente mensurável. Pode tratar de operações (orçamento de despesas) ou investimentos de capital (orçamentos de despesa de capital) ou ainda demonstrar o fluxo monetário (orçamento de caixa). Um orçamento obriga uma empresa a fazer antecipadamente (seja com antecipação de uma semana ou de 5 anos) uma compilação numérica do fluxo do numerário esperado, de receitas e despesas, de investimentos ou utilização de homens-obra ou horas-máquina. O orçamento é necessário para o controle mas, não pode servir um padrão coerente de aferição a menos que reflita os planos. e. PROGRAMAS Programas são um complexo de diretrizes, procedimentos, normas, designação de obrigações e outros elementos necessários para dar andamento a um certo curso de ação. Os programas podem ser tão importantes, como o de uma empresa aérea para adquirir uma frota de jatos de 800 milhões de dólares ou, mais simples, como o formulado por um único encarregado num departamento de peças para melhorar a moral de seus subordinados. No 1.º caso o programa inicial exige muitos programas derivados como: e.1- provisionamento das bases de operação e manutenção com componentes e peças; e.2- treinamento do pessoal encarregado; e.3- especialização de pilotos a engenheiros de vôo; e.4- recrutamento de novos elementos; e.5- escalonamento de voôs; e.6- publicidade adequada ao novo serviço; e.7- financiamento das aeronaves e respectivos seguros. Esses e outros programas devem ser elaborados e executados antes que qualquer novo aparelho seja recebido e colocado em serviço. Além isso, todos esses programas reclamam coordenação e sincronização pois, o fracasso de qualquer um deles, atrasará o programa principal e, em consequência, acarretará custos desnecessários e evasão de rendas por terem sido executados "cedo demais" ou "tarde demais". Assim, é raro encontrar-se em um programa de planejamento de alguma importância, isolado. Ele usualmente faz parte de uma complexa estrutura de programas dependendo de alguns, e afetando outros. Mesmo um procedimento ou norma aparentemente sem importância quando impropriamente concebido, pode arruinar um importante programa. f. ESTRATÉGIA Estratégias podem ser consideradas como planejamento interpretativo ou planos feitos à luz dos planos de um competidor. A competição existe onde duas ou mais pessoas lutam pelo mesmo objetivo, que poderá ser alcançado apenas por uma delas. Se um administrador elabora seus planos sem atentar ao que seus competidores estão fazendo, está sujeito a que mesmo os seus melhores projetos caiam por terra. Evidentemente, o melhor tipo de estratégia pode ser elaborado quando o administrador tem conhecimento dos planos de seus competidores, em caso contrário, deverá colocar-se no lugar delas, avaliar as circunstâncias nas quais estão operando e modificar seus planos estrategicamente. CONCLUSÃO O planejamento é a função administrativa de determinar, adiantadamente, o que um grupo deve fazer e quais as metas devem ser atingidas. Um administrador planeja o trabalho dos outros. Ele segue o que Frederick Taylor arquitetou ser um principio básico da administração, isto é, separar o planejamento do desempenho. O especialista em administração deve planejar o trabalho do grupo e os membros do grupo devem especializar-se no desempenho do trabalho como este foi planejado. O planejamento é, ao mesmo tempo, o resultado visado, a linha de conduta a seguir, as etapas a vencer, os meios a empregar; é uma espécie de quadro do futuro, é a marcha da empresa prevista e preparada para certo tempo. D I R E Ç Ã O Direção é a função administrativa de operar a organização (ou qualquer Conhecimentos Específicos 39

176 sub-divisão), à medida que esta, ativamente, executa os planos traçados. Esta fase de administração, como o termo implica, dirige o grupo para as metas estabelecidas numa fase anterior de planejamento. Quanto mais completos forem o planejamento e organização, tanto menores serão os problemas inesperados e as decisões de última hora que o executivo encontrará a medida que ele guiar, eficientemente, sua equipe para os objetivos desejados. Para dirigir subordinados um administrador tem que : - motivar - comunicar - liderar COMUNICAÇÃO Comunicação é uma troca dos fatos, ideias, opiniões ou emoções entre duas ou mais pessoas, por meio de palavras, letras, símbolos ou mensagens. O propósito da comunicação em uma empresa é efetivar mudanças e influenciar ações. a. PRINCÍPIOS DA COMUNICAÇAO: a.1- Clareza; Comunicar sempre em linguagem compreensível, isto requer familiaridade com padrões de linguagem dos subordinados, colegas e superiores. a.2- Atenção: Dar toda a atenção quando do recebimento da comunicação. Ouvir de maneira descontínua e esporádica; portar-se desatentamente; ignorar ou saltar palavras escritas redunda em falta de compreensão. a.3- Integridade : Para um administrador a comunicação é sempre um meio e nunca um fim. A integridade da empresa depende em parte, de apoiar a posição dos administradores subordinados. Os superiores muitas vezes esquecem isso e enviam mensagens passando por cima dos subordinados, num esforço de atingir diretamente os empregados a que elas se destinam, é muito importante que o superior imediato transmita e interprete as informações. a.4- Utilização da organização Informal As mensagens fluem regularmente de superior a subordinados e viceversa, mas esse canal, às vezes, é inadequado para transmitir de maneira rápida e compreensível, havendo, portanto, necessidade de uma abordagem informal entre superior e subordinados. b. COMUNICAÇÃO ORAL x COMUNICAÇÃO ESCRITA b.1- Comunicação Escrita: Vantagens : I. podem ser retidas como documentos legais e fontes de referência. II. São formuladas mais cuidadosamente. Desvantagens: I. quando redigidas precariamente obrigam inúmeros esclarecimentos escritos e orais, que tornam a mensagem cara e confusa. II. por segurança, isenção de responsabilidade ou para créditos futuros as pessoas tendem à conservação de uma volumosa documentação escrita como meio de defesa ou ataque. b.2- Comunicação Oral : Vantagens: I. intercâmbio rápido, completo II. perguntas podem ser formuladas e respondidas imediatamente. III. a pessoa que fala é obrigada a ter contato direto com o ouvinte e a se fazer entender. Desvantagens: I. transmissões sucessivas de uma mesma mensagem acarretam perda na sua clareza; na comunicação oral, algo da ordem de 30% é perdido em cada transmissão. II. Dificuldade na apuração de mérito ou responsabilidade. CONTROLE Controlar é o exercício da função administrativa de restringir e regular vários fatores, de modo que as obras e projetos sejam completados pela maneira porque foram planejados, organizados e dirigidos. Equivale a verificar se cada pessoa faz a coisa certa, no tempo certo, no lugar certo e com os recursos certos. Certas pessoas se impressionam tanto com o significado de "controle" que usam o termo como um equivalente para "administração". Assim, muitas vezes deparamos com termos como "controle financeiro", "controle de material", "controle de qualidade" e "controle de pessoal". Nestes casos o controle recebe, realmente, o significado de administração; assim, controle financeiro é essencialmente administração financeira, controle de material e administração do material, etc. Neste contexto, controle não tem significado tão amplo, porque essa palavra não implica o suficiente para garantir o seu uso como sinônimo de "administração". Controle define uma parte bastante importante do trabalho de administrição e consiste em medir o desempenho de subordinados para assegurar que os objetivos da empresa e os planos delineados para alcança-los, sejam realizados. É, pois, a função segundo a qual cada administrador, do presidente ao mestre, certifica-se de que aquilo que é feito está de acordo com o que se tencionava fazer. ETAPAS DO PROCESSO DE CONTROLE O processo básico de controle, onde quer que exista e qualquer que seja a coisa controlada, envolve 3 etapas: 1. estabelecer os padrões 2. medir o desempenho conforme esses padrões. 3. corrigir desvios em relação aos padrões e aos planos. a. Estabelecimento de Padrões Padrões são critérios estabelecidos mediante os quais os resultados reais podem ser medidos. Constituem a expressão de objetivos de planejamento da empresa ou departamento, em termos tais que a prática efetiva dos deveres pode ser medida em relação a esses objetivos. Os padrões podem ser físicos e representar quantidades de produto, unidades de serviço, homens-hora, velocidade, volume dê rejeições, etc., ou podem ser formulados em termos monetários, tais como custos, rendas ou investimentos ou ainda, expressos em quaisquer outros termos que medem o desempenho. b. Avaliação de Desempenho Se o padrão foi estabelecido apropriadamente e se há meios disponíveis para determinar com exatidão o que os subordinados estão fazendo, a avaliação do desempenho real ou esperado é relativamente fácil. Nos tipos de trabalho menos técnicos, não somente será difícil estabelecer o padrão, como também será bastante trabalhosa a avaliação. Por exemplo, não é fácil controlar o desempenho de um diretor de finanças ou de um diretor de relações industriais, porque, raramente, se podem estabelecer padrões definidos e medir-se com exatidão o desempenho. O superior desses administradores tende, muitas vezes, a confiar em padrões imprecisos, tais como, o estado financeiro da firma, o entusiasmo e lealdade dos subordinados, a admiração dos colegas e o sucesso em geral do departamento (muitas vezes medido de maneira negativa pela ausência de provas de fracasso). É importante, portanto, ressaltar que à medida que as tarefas se afastam da linha de montagem, da oficina ou da máquina de calcular o trabalho de controlar se torna mais complexo e muitas vezes, mais importante. c. Correção dos Desvios Se os padrões são estabelecidos para refletir a estrutura da organização e se o desempenho é medido nesses termos, a correção dos desvios é acelerada, pois o administrador sabe exatamente onde, na designação individual ou grupal de tarefas, que medida corretiva deve ser aplicada. A correção dos desvios no desempenho é o ponto em que o controle se utiliza e se confunde com as demais funções administrativas. O administrador pode corrigir retraçando seus planos ou modificando seu objetivo; ou então poderá corrigir o desvio exercitando sua função de organizar, mediante redistribuição das tarefas, novas designações de pessoal, melhor seleção e treinamento de subordinados, ou pelo último recurso para renovação de pessoal, a demissão. Poderá ainda, corrigir por uma direção melhor, através de explicações mais detalhadas das tarefas, novas formas de incentivo ou liderança mais enérgica. AVALIAÇÃO A aferição ou o julgamento d eficiência de uma atividade administrativa. Conhecimentos Específicos 40

177 COMUNICAÇÃO. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO. COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL Motivação, liderança e desempenho MOTIVAÇÃO Todo administrador é responsável, em sua esfera de autoridade, pela motivação de seus subordinados. Um presidente deve sentir-se responsável por motivar, em primeiro lugar, os que prestam contas a ele diretamente e, em segundo lugar, a todos os empregados da empresa. Talvez, a melhor norma para um sistema salutar de motivação, seja advertência bíblica "Faça aos outros o que quizeres que te façam". a. Necessidades Humanas e a motivação O comportamento humano é determinado por causas que, às vezes, escapam ao próprio entendimento ou controle do homem. Essas causas se chamam necessidades ou motivos: são forças conscientes ou inconscientes que levam o indivíduo a um determinado comportamento, A motivação se refere ao comportamento que, é causado por necessidades do indivíduo e que é dirigido no sentido dos objetivos que podem satisfazer essas necessidades. O moral é uma decorrência do estado motivacional, uma atitude mental provocada pela satisfação ou não-satisfação das necessidades do indivíduo. O moral elevado é acompanhado de uma atitude de interesse, identificação, aceitação fácil, entusiasmo e impulso positivo, em relação ao trabalho; desenvolve a colaboração, porquanto ele se apóia em uma base psicológica onde predominam o desejo de pertencer e a satisfação de trabalhar em grupo. Por outro lado, o moral baixo é acompanhado por, uma atitude de desinteresse, negação, pessimismo, rejeição e apatia com relação ao trabalho e, geralmente, trazendo problemas de supervisão e de disciplina. Assim, o moral é uma consequência do grau de satisfação das necessidades individuais. O homem é um animal dotado de necessidades que se alternam e se sucedem conjunta ou isoladamente. Satisfeita uma necessidade surge outra em seu lugar e assim por diante, continua e infinitamente. As necessidades motivam o comportamento humano dando-lhe direção e conteúdo, Ao longo de sua vida, o homem evolui por três níveis ou estágios de motivação: à medida que vai crescendo e amadurecendo vai ultrapassando os estágios mais baixo e desenvolvendo necessidades de níveis, gradativamente, mais elevados. As diferenças individuais influem, poderosamente, quanto à duração, intensidade e possível fixação em cada um desses estágios. Os três níveis ou estágios de motivação correspondem às necessidades fisiológicas, psicológicas e de auto-realização. a.1- Necessidades Fisiológicas, Vitais ou Vegetativas São inatas e instintivas e relacionadas com a sobrevivência do indivíduo. Situadas no nível mais baixo são, também, comuns aos animais, e exigem satisfações periódicas e cíclicas. As principais são: alimentação, sono, exercício físico, satisfação sexual, proteção contra os elementos, segurança física contra os perigos. a.2- Necessidades Psicológicas ou Sociais São necessidades exclusivas do homem. São aprendidas e adquiridas no decorrer da vida e representam um padrão mais elevado e complexo de necessidades. O homem procura, indefinidamente, maiores satisfações dessas necessidades, que vão se desenvolvendo e se sofisticando gradativamente. Necessidade de segurança íntima, necessidade de participação, necessidade de auto-confiança, necessidade de afeição, necessidade de reconhecimento, necessidade de status, necessidade de pertencer, necessidade de auto-afirmação, etc. a.3- Necessidades de Auto-Realização São produtos da educação e da cultura a também elas, como as necessidades psicológicas, são raramente satisfeitas em sua plenitude, pois o homem vai procurando, gradativamente, maiores satisfações e estabelecendo metas crescentemente sofisticadas. A necessidade de auto-realização é a síntese de todas as outras necessidades. É o impulso de cada um realizar o seu próprio potencial, de esta em continuo auto-desenvolvimento no sentido mais elevado do termo. b. Nem sempre a satisfação das necessidades é obtida. Pode existir alguma barreira ou obstáculo que impeça a satisfação de alguma necessidade. Toda a vez que alguma satisfação é bloqueada por alguma barreira ocorrem a frustração ou a compensação ou transferência. Dessa forma, toda a necessidade humana pode ser satisfeita, frustrada ou compensada. b.1- Frustração A frustração pode levar a certas reações generalizadas, a saber; - desorganização do comportamento: conduta ilógica e sem explicação aparente. - agressividade; a liberação da tensão acumulada pode acontecer através da a- gressividade física, verbal, simbólica, etc. - reações emocionais: a tensão retida pela não satisfação da necessidade pode provocar ansiedade, aflição, insônia, distúrbios circulatórios, digestivos, etc. - alienação e apatia o desagrado em face da não satisfação pode ocasionar reações de alienação, de apatia e de desinteresse pelo alcance dos objetivos frustrados como forma ou mecanismo inconsciente de defesa do ego. b.2- Compensação ou Transferência Ocorre a compensação ou transferência quando o indivíduo tenta satisfazer alguma necessidade impossível de ser satisfeita através da satisfação de outra necessidade complementar ou substitutiva. Assim, a satisfação de outra necessidade aplaca a necessidade mais importante, e reduz ou evita a frustração. A necessidade de prestigio pode ser satisfeita pela ascensão social, pelo sucesso profissional, pelo poder do dinheiro ou pela conduta atlética. " LIDERANÇA Autoridade e Poder: Autoridade é o direito de dar ordens e o de exigir obediência. (James D. Mooney ) Influência É qualquer comportamento da parte de um indivíduo que altera o comportamento, atitudes, sentimentos de outro indivíduo. Poder: Implica em ter potencial para exercer influência. A autoridade proporciona o poder que é ligado à posição dentro da organização. Tipos de Poder (Do Ponto de Vista dos Subordinados) PODER DE RECOMPENSA Percepção, por parte dos subordinados, da capacidade do chefe de lhes proporcionar recompensas (motivador). PODER COERCITIVO: Percepção, por parte dos subordinados, da capacidade do chefe de lhes proporcionar punições (gera agressividade e hostilidade. Usado em excesso leva à desmotivação). Conhecimentos Específicos 41

178 PODER LEGITIMADO Baseado nos valores de um indivíduo. Existe quando uma pessoa ou grupo acredita que é correto ou legitimo para outra pessoa ou grupo influenciar suas ações (religiões, Papa, etc). PODER DE REFERÊNCIA É baseado no desejo de um indivíduo ou grupo de identificar-se ou ser semelhante a outra pessoa ou grupo (com o superior, com o artista, com o político). PODER DE PERÍCIA É baseada na percepção de uma pessoa ou grupo a respeito do maior conhecimento, capacidade ou perícia de outra pessoa ou grupo. ASPECTOS GERAIS Do mesmo modo que a motivação e a comunicação, a liderança é um dos requisitos básicos da direção. Os chefes tem poderes para contratar, demitir, promover e afetar de outras formas as possibilidades dos subordinados realizarem seus objetivos pessoais; mas, para obter melhores resultados, o líder deve fazer com que suas ordens sejam cumpridas espontâneamente e não sob coação. O administrador que cria e mantém um ambiente que favorece o desempenho eficiente das pessoas pelas quais é responsável, está fazendo muito no sentido de garantir sua liderança. A ideia de que a capacidade de liderança pode ser ensinada, está sujeita a polêmicas e controvérsias. Capacidades sumamente talentosas de liderança estão em evidência em toda parte, seja em grupos formais ou informais, desde jardins da infância até universidades, de instituições sociais até o submundo e os lideres espontâneos parecem mais bem sucedidos do que aqueles que se submetem ao estudo e ao treinamento formal de liderança LIDERANÇA AUTOCRÁTICA ESTILOS DE LIDERANÇA Este estilo é bastante comum nas empresas é e típica do indivíduos que não arredam pé de suas convicções as quais, quando contestadas, defendem com veemência. Pode ser gentil, cortês e aparentemente manso, desde que a situação não ameace suas ideias; quando isso ocorre, entretanto, pode tornar-se bastante agressivo. Faz valer sua autoridade e a posição de mando de que está investido. 1- Características da Liderança Autocrática I. Apenas o líder toma decisões; o papel do subordinado é de apenas cumprir ordens; II. 0 líder procura motivar os subordinados através do medo, ameaças e punições e raras recompensas; III. 0 líder é "pessoal" nos elogios e nas criticas ao trabalho de cada funcionário: IV. Apenas o líder fixa as tarefas sem qualquer participação do grupo;. V. 0 líder determina as providências e as técnicas para a execução dos trabalhos, uma por vez, à medida em que se tornem necessárias e de modo imprevisível para o grupo; VI. O líder determina qual a tarefa que cada um deve executar e quais os seus companheiros de trabalho; VII. O chefe planeja organiza, dirige e controla; os subordinados executam. 2- Reações dos Subordinados I. O comportamento do grupo mostra forte tensão, frustração, sobretudo, agressividade e nenhuma iniciativa; de apenas cumprir ordens; II. Embora possam gostar das tarefas, os membros do grupo, não demonstram satisfação com relação à sua execução; III. O trabalho só se desenvolve bem com a presença do líder; na sua ausência o grupo expande os sentimentos reprimidos chegando a indisciplina e a agressividade. LIDERANÇA DEMOCRÁTICA O líder democrático é uma pessoa sensível as solicitações e as influências de seus subordinados; não é rígido em demasia, recebe e utiliza efetivamente as contribuições dos subordinados não se atendo exclusivamente às suas próprias ideias na busca de alternativas para a solução dos problemas empresariais. O ponto central desse estilo de liderança é um entendimento mútuo e um acordo bilateral entre o chefe e seus subordinados, quanto a quais são as metas da organização e quanto aos meios pelos quais tais metas serão atingidas. 1- Características da Liderança Democrática I. As tarefas são debatidas e decididas pelo grupo que é estimulado e assistido pelo líder; II. O próprio grupo esboça as providências e as técnicas para atingir o objetivo, solicitando aconselhamento ao líder quando necessário, o qual sugere duas ou mais opções pára o grupo escolher; III. A divisão de tarefas fica a critério do próprio grupo e cada membro tem a liberdade de escolher seus companheiros de trabalho; IV. O líder é "objetivo" e limita-se aos "fatos" em suas criticas ou elogios. 2 - Reações dos subordinadas I. Há formação de amizade e relacionamentos cordiais entre os membros do grupo; II. Líder e subordinados passam a desenvolver comunicações espontâneas, francas e cordiais; III. O trabalho tem um ritmo suave e seguro, sem alterações, mesmo quando o líder se ausenta; IV. Há um nítido sentimento de responsabilidade e comprometimento pessoal. LIDERANÇA LIBERAL OU "LAISSEZ-FAIRE" É o estilo de liderança em que o superior, simplesmente, não toma conhecimento dos problemas existentes, nem busca soluções para eles. Como suas preocupações, tanto com a produção como com as pessoas, são mínimas ele não enfrenta grandes dilemas entre ambas as coisas. Espera-se pouco dele e ele dá pouco em troca. O liberal poderia ser tomado, ainda, como um caso extremo de chefia democrática, se considerarmos que a liderança autocrática representa uma situação de mínima participação dos subordinados no processo decisório e que a liderança democrática significaria uma participação substancial desses mesmos subordinados nesse processo, a liderança "laissez-faire" se caracterizaria por uma participação exagerada dos subordinados, com a completa ou quase completa omissão do chefe. Em suma, os subordinados participariam tanto, que cada qual faria o que bem entendesse, sem uma coordenação ou um comando de suas ações. Características da Liderança Liberal I. Há liberdade completa para as decisões grupais ou individuais com participação mínima do líder; II. A participação do líder é limitada esclarecendo que pode apresentar materiais ou fornecer informações desde que lhe sejam solicitados; III. Tanta a divisão das tarefas como a escolha dos companheiros fica, totalmente, a cargo da grupo; IV. O líder não faz nenhuma tentativa de avaliar ou de regular o curso dos acontecimentos, somente fazendo comentários quando perguntado. Reações I. Embora a atividade do grupo possa ser intensa a produção é medíocre; II. As tarefas se desenvolvem ao acaso, com muitas oscilações, perdendo-se muito tempo com discussões, mais voltadas para motivos pessoais da que relacionadas com o trabalho em si; III. Nota-se forte individualismo agressivo e pouco respeito com relação ao líder. Conhecimentos Específicos 42

179 DESEMPENHO O grau ou nível de habilidade e de esforço gasto na execução de um processo. Cultura Organizacional Elementos da Cultura Organizacional A cultura compreende um conjunto de propriedades do ambiente de trabalho, percebidas pelos empregados, constituindo-se numa das forças importantes que influenciam o comportamento. Compreende além das normas formais, também o conjunto de regras não escritas, que condicionam as atitudes tomadas pelas pessoas dentro da organização: por este motivo, o processo de mudança é muito difícil, exigindo cuidado e tempo. Para se obter uma mudança duradoura, não se tenta mudar pessoas, mas as restrições organizacionais que operam sobre elas. A cultura da organização envolve um conjunto de pressupostos psicossociais como normas, valores, recompensas e poder, sendo atributo intrínseco a organização. Normas, valores, recompensa e poder. Normas: São padrões ou regras de conduta nos quais os membros da organização se enquadram. A norma é um padrão que as pessoas obedecem sem levar em conta o lado bem ou mau. As normas podem ser explícitas e as pessoas a elas se adequam conscientemente. Ex.: manuais, estatutos, regulamentos, etc. Podem as normas ser implícitas (subentendidas), como aquelas regras de conduta às quais as pessoas se conformam, mas não tem consciência. Quanto mais conformidade existir entre os dois tipos de normas, mais desenvolvida e eficaz será uma organização. Valores: O conjunto daquilo que a força de trabalho julga positivo ou negativo numa organização constitui o sistema de valores da organização. Normas e valores inter relacionam-se, existindo, consequentemente, uma interdependência entre eles; os valores podem estar refletidos nas normas, mas pressupõem se a norma é boa ou ruim, uma vez que há avaliação. Refletem esses valores a sociedade onde se insere a organização. Recompensa: Segundo um postulado das ciências do comportamento: "as pessoas se comportam como uma função daquilo que recebem de recompensa ou reforço". Portanto, é indispensável, no desenvolvimento do trabalho, procurar identificar aos gerentes não só laurear os empregados de excepcional rendimento, mas que também possa servir de estimulo aos menos dedicados. Poder: Quem tem poder na organização? Até que ponto esse poder é distribuído? Qual o grau de centralização ou descentralização da autoridade? Quem determina as recompensas? O entendimento desses quatro pressupostos à cultura da organização, é um ponto básico para o sucesso do diagnostico organizacional, geralmente naquelas intervenções onde se torna fundamental compreender como a organização funciona ao ponto de vista do comportamento humano. CLIMA ORGANIZACIONAL O C. O. refere-se ao ambiente interno que existe entre os participantes da empresa. Está intimamente relacionado com o grau de motivação de seus participantes. O termo clima organizacional refere-se especificamente às propriedades motivacionais do ambiente organizacional, ou seja, aqueles aspectos internos da empresa que levam à provocação de diferentes espécies de motivação nos seus participantes. Em termos mais práticos, o clima organizacional depende das condições econômicas da empresa, do estilo de liderança utilizada, das políticas e valores existentes, da estrutura organizacional, das características das pessoas que participam da empresa, da natureza do negocio (ramo de atividade da empresa) e do estagio de vida da empresa. Clima versus Cultura Organizacional É importante ressaltar que não são intercombináveis os conceitos de cultura e clima organizacional. O clima não aponta os modos institucionalizados de agir e de pensar. O clima mapea o ambiente interno que varia segundo a motivação dos agentes. Aprende suas reações imediatas, suas satisfações e suas insatisfações pessoais: desenha um retrato dos problemas que a situação do trabalho, a identificação como a organização e a perspectiva de carreira eventualmente provocam na cultura organizacional constituem sistemas de referencias simbólicas e moldam as ações de seus membros segundo um certo figurino. Ao servir de elo entre o passado e o presente, contribuem para a permanência e a coesão da organização. E diante das exigências que o ambiente externo provoca, formam conjunto de soluções relativas à sobrevivência, à manutenção e ao crescimento da organização. PROCESSO DECISÓRIO A tomada de decisões é o núcleo da responsabilidade administrativa. O administrador deve continuamente decidir o que fazer, quem deve fazer, quando, onde e muitas vezes, como fazer. Seja ao estabelecer objetivos ou alocar recursos ou resolver problemas que surgem pelo caminho, o administrador deve ponderar o efeito da decisão de hoje sobre as oportunidades de amanhã. Decidir é optar ou selecionar dentre varias alternativas de cursos de ação aquela que pareça mais adequada. As decisões são tomadas em resposta a algum problema a ser resolvido, a alguma necessidade a ser satisfeita ou a algum objetivo a ser alcançado. As decisões envolvem um processo, isto é, uma sequência de passos ou fases que se sucedem. Dai o nome processo decisório para se descrever as sequências de fases que são quatro: Definição e diagnostico do problema: essa fase envolve a obtenção dos dados e dos fatos a respeito do problema., suas ralações com o contexto mais amplo, suas causas, definição e diagnostico. Processo de soluções alternativas mais promissoras: esta fase envolve a busca de cursos alternativos de ação possíveis e que se mostrem mais promissoras para a solução do problema, satisfação da necessidade ou alcance do objetivo. Análise e comparação dessas alternativas de solução: é a fase na qual as alternativas de cursos de ação são devidamente analisadas, ponderadas e comparadas, no sentido de verificar os custos e os benefícios. Seleção e escolha da melhor alternativa como um plano de a- ção: a seleção e a escolha de uma alternativa de curso de ação implicam o abandono dos demais curso alternativos. O tomador de decisão escolhe uma alternativa dentre varias outras. Se ele escolhe os meios apropriados para alcançar um determinado objetivo, a decisão é considerada racional. O processo na empresa se caracteriza pelos seguintes aspectos: O tomador de decisões evita a incerteza e segue as regras padronizadas para tomar as decisões. Procura manter as regras estabelecidas pela empresa e somente a redefine quando sofre pressões. Quando o ambiente muda subitamente e novas estatísticas afloram ao processo decisional, a empresa se mostra relativamente lento no ajustamento e tenta utilizar o seu modelo decisório atual a respeito do mundo para lidar com as condições modificadas. A sua forma existem dois tipos de decisões: as decisões programáveis e as não programáveis. As programáveis são aquelas tomadas de acordo com métodos e técnicas já estabelecidas, e as não programáveis constituem novidades e tendem a ser tomadas dentro de regras improvisadas exigindo esforços para definir e diagnosticar o problema ou situação através da obtenção dos fatos e dos dados. Quanto ao nível em que são tomadas: Decisões estratégicas: relacionada com o estabelecimento de ralações entre a empresa e o ambiente. São tomadas no nível institucional. Decisões administrativas: relacionadas com o estabelecimento da estrutura e configuração organizacional da empresa. Tomadas no nível intermediário da empresa. Decisões Operacionais: relacionadas com a seleção e orientação dos níveis operacionais da empresa encarregadas de realizar a tarefa técnica. As decisões podem ser tomadas dentro de três condições a saber: Incerteza: nas situações de decisão sob incerteza, o tomador de decisão tem pouco ou nenhum conhecimento ou informação para utilizar como base para atribuir probabilidades a cada estado de natureza ou evento futuro. Risco: o tomador de decisões tem informação suficiente para predizer os diferentes estados da natureza. Porem, a quantidade dessa informação e sua interpretação pelos diversos administradores pode atribuir diferentes probabilidades conforme sua crença ou intuição, experiência anterior, opinião, etc. Certeza: o administrador tem completo conhecimento das consequências ou resultados das varias alternativas de cursos de ação para resolver o problema. ESTILOS DE LIDERANÇA Para fazer uma empresa ou departamento produzir resultados, o administrador deve desempenhar funções ativadores. Entre elas sobressaem a liderança e o uso adequado de incentivos para obter motivação. A liderança é necessária em todos os tipos de organização humana. Principalmente nas empresas e em cada um de seus departamento. Ele é igualmente essencial em todas as demais funções de administração: planejamento Conhecimentos Específicos 43

180 organizacional, direção e controle. Porém, a liderança é mais relevante na função de direção menos aquela que toca mais perto as pessoa. "Não se deve confundir liderança com direção. Um bom dirigente deve ser um bom líder e nem sempre um bom líder é um bom dirigente." A liderança é a capacidade de influenciar subordinados a fazer aquilo que devem fazer. ORGANIZAÇÃO FORMAL E INFORMAL O aspecto formal da organização abrange problemas de estruturas, normas, métodos e processos de trabalho, como concebidos pelos criadores da organização. Por outro lado, quase sempre o quadro real do comportamento e de reações apresentada pelos membros de uma organização se afasta, ligeira ou amplamente do plano formal de duas maneiras: O plano formal pode estar incompleto - pode não compreender integralmente o padrão de comportamento efetivamente seguido, e algumas partes do padrão de comportamento podem estar em contradição com o plano. Assim, emerge o outro angulo, a organização informal, que envolve o padrão de comportamento adotado - a maneira pela qual os membros da organização realmente se comportam, à medida que esses padrões não coincidem com o plano formal. Segundo Chester Bernard, a organização formal é um sistema de atitudes ou de forças de duas ou mais pessoas, coincidentemente coordenadas, enquanto a organização informal é um agregado de contatos e integrações pessoais e os agrupamentos de pessoas associadas. A distinção entre a organização formal e a informal é que enquanto a primeira é uma organização planejada e a segunda constitui o resultado da interação espontânea dos membros da organização, o impacto das personalidades dos atores sobre os papeis que lhe foram destinados. Portanto, não existe organização formal sem a sua informal contrapartida, pois o plano administrativo formal não pode nunca refletir adequada ou completamente a organização completa a qual se refere, pela razão obvia que de nenhum plano abstrato pode descrever exaustivamente uma totalidade empírica. Embora os objetivos de uma organização formal sejam mais explícitos, algumas vezes pode ocorrer que a estrutura informal tenha uma influencia tão penetrante que leve a uma definição da estrutura formal. Não se deve esquecer que as estruturas pode tornar-se um competidor em vez de um complemento da estrutura formal. Comunicação empresarial A Comunicação Empresarial é uma atividade estratégica para as diretorias e presidencias das empresas. Ela engloba, nas empresas, a supervisão da assessoria de imprensa, o planejamento, implementação e condução das ações de comunicação interna o que envolve o público interno, ou seja, os funcionários da corporação, e todo e qualquer relacionamento com o público externo, no âmbito corporativo. As atividades de Comunicação Empresarial ainda englobam o cuidado com a imagem corporativo, ou seja, com a marca da empresa (não confundir com as marcas dos produtos)e assim, cuida da imagem da empresa. Os profissionais desta área estão sempre preocupados com o relacionamento da empresa como um todo com a sociedade e seus interlocutores. Eles olham este relacionamento não de forma multifacetada, ou seja, apenas como clientes, fornecedores, parceiros, mas principalmente como formadores de opinião e membros de uma sociedade e que podem auxiliar ou não na preservação da imagem da empresa. Trabalham na área de Comunicação Empresarial principalmente jornalistas, relações públicas e publicitários mas, no Brasil, os postos de gerência sênior e de diretoria têm sido ocupados por profissionais de outras áreas. No Brasil A partir dos anos 1960, principalmente com a fundação da ABERJE (Associação Brasileira de Editores de Revistas e Jornais de Empresa)- marca que representa atualmente a Associação Brasileira de Comunicação Empresarial e a Associação Brasileira de Comunicação Organizacional - a comunicação organizacional evoluiu de forma orgânica, para um status estratégico, fundamental para a excelência nos relacionamentos das empresas e instituições com os seus inúmeros públicos estratégicos. A fundação da ABERJE, em 8 de outubro de 1967, foi obra de um grupo de jornalistas e relações-públicas, executivos de importantes empresas multinacionais e brasileiras, sediadas basicamente em São Paulo. Este grupo era liderado por Nilo Luchetti, gerente da Pirelli, considerado pai da Comunicação Empresarial Brasileira de relações humanas. Organização de Sistemas e Metodos Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Evolução de O&M As alterações ocorridas na área de O&M. Até a década de 80, era comum encontrar nas grandes e médias empresas um quadro próprio de profissionais de O&M. Era os especialistas em diagnosticar problemas, propor e implantar medidas corretivas ou melhorias em praticamente todas as áreas de uma empresa. Entretanto, atualmente a função de O&M, da forma como era conhecida até os anos 80, praticamente não existe mais. Se era uma função tão necessária e influente, tanto que é matéria obrigatória no currículo de Administração, por quê não é mais encontrada nas organizações? Para responder a essa questão, recomendo, além da leitura da síntese abaixo, a leitura do texto: O triste destino da área de O&M, partes I e II, escrito pelo Mestre e Doutor em Administração de Empresas pela FGV, Prof. Miguel P. Caldas, cuja cópia está à disposição dos alunos. 1 - Área de O&M deixou de existir nas empresas pelos seguintes motivos. Velocidade das mudanças Globalização Tecnologia de informação Competitividade / redução de custos Multifuncionalidade No Brasil, em especial, os motivos foram: Abertura de mercado e suas consequências Downsizing, Qualidade total, reestruturação organizacional, reengenharia Competitividade / redução de custos Velocidade de mudança O&M, na sua forma de especialização tradicional, não se adaptou. 2 Os resultados da pesquisa realizada pelo Prof. da FGV, apontam para os seguintes motivos: Mudanças nos modelos de gestão polivalência, autonomia de atuação, eliminação de formalismos. Tecnologia de informação evolução, disponibilizarão Competitividade Multifuncionalidade Redução de custos 3 Segundo a pesquisa, a função de O&M tradicional ainda existe em empresas onde: Existe um elevado nível de regulação do setor Existe um baixo nível de competitividade CONCLUSÃO: As funções de O&M devem ser incorporadas pelos administradores, pois eles devem ter as habilidades requeridas para atuar nos processos organizacionais Atividade Fim e Meio Atividade fim é a atividade principal de uma empresa, que sustenta a existência da empresa, sem ela a empresa não existiria. Podemos pegar como exemplo uma montadora de veiculo, qual a atividade principal dela? Qual a atividade que justifica a existência dela? Com certeza é a produção de carros, então essa é a atividade fim. E um supermercado qual a atividade fim dela? A atividade coração dela? E as vendas. Atividade meio são as atividades que apóiam a atividade fim de uma empresa. Uma montadora de veículos a atividade fim dela e produção de veículos e a atividade meio são as vendas, a contabilidade e todas as atividades necessárias para executar a atividade fim. Processos Processo e um conjunto de atividade que tem por objetivo transformar insumos/entradas adicionando-lhes valor por meio de procedimentos, em bens ou serviços (saída) que serão entregues aos clientes do processo. Tipos de processos Primário: ligados a produção e a atividade fim da empresa (atividades executas na atividade fim). Secundários: ou de suporte fornecem apoio aos primários. (que se relacionam com os processos da atividade fim) Natureza dos processos Industriais: Produzem o bem ou serviço comercializado pela empresa (linha de produção se for uma indústria) Conhecimentos Específicos 44

181 Administrativo: dão apoio as áreas de produção. (parte administrativa como, por exemplo: contas a pagar a receber, e DP e etc.) Diagnostico administrativo Consiste nas seguintes etapas Levantamento Analise Conclusão Recomendação E recomendado para identificar problemas necessidades ou desafio. Levantamento de informação Técnicas a) Observação pessoal ou direta b) Questionários c) Entrevista d) Pesquisas bibliográficas a) Observação pessoal Destina-se a um objetivo específico de pesquisa, normalmente de campo. Deve ser sistematicamente planejada. Deve ser sistematicamente registrada. Deve ser submetida a verificações e controles de validade e precisão. É importante lembrar que quando observadas, as pessoas tendem a alterar seu comportamento. Por isso a observação deve ser discreta e interferir o mínimo possível no ambiente onde estiver sendo realizada. Dever-se se o mais discreto possível e não interferir no processo ou na realização das atividades, pois as pessoas ao notarem sua presença mesmo que não esteja sendo observadas mudarão de comportamento por receio, constrangimento e etc., e levar em consideração os desvios de comportamentos. A observação pessoal permite confronta as informações recolhidas X a realidade enriquecer e valida as conclusões. b) Questionários: Tipos Perguntas com resposta Fechada (sim/não) Múltipla escolha aberta Caracteristicas É um instrumento normalmente preparado em um formulário préimpresso em papel ou meio magnético, que permite redução do tempo para levantamento de informações junto a um grande número de pessoas. Facilita a tabulação de resultados, se este for o objetivo da pesquisa. Vantagens Menos dispendioso É de fácil aplicação Permite maior uniformidade na medição dos resultados Preserva o anonimato das pessoas que o respondem Pode ser aplicado a um grande número de pessoas em pouco tempo Reduz a pressão para as respostas imediatas a um entrevistador Cuidados na elaboração e aplicação: Deve ser cuidadosamente elaborado Deve-se tomar cuidado com as diferentes percepções de significados que as palavras ou frases possam ter para diferentes pessoas Deve ser testado previamente Deve ser acompanhado de apresentação e explicações sobre seu objetivo Pode-se optar por perguntas com respostas fechadas, de múltipla escolha ou abertas, dependendo dos objetivos que se quer atingir O questionário dever ter perguntas objetivas, curtas, especificas e incisas e dever ter uma linguagem clara e precisar de acordo com o nível do pesquisado. O questionário aberto apesar de ser o mais confiável apresentar uma serie de problemas, começando pelo fato que cada resposta ser individual e que exigira do pesquisador ter que compreender a letra e a interpretação do pesquisado e analisar uma por uma, o que exigira muito mais tempo e muito mais funcionários para realizar a pesquisa, e conseguintemente e mais cara, já a fechada apresenta uma certa facilidade na analise das perguntas, e muito mais rápido e econômico e exige muito menos recursos.e é uma forma eficiente de coleta informação de um grande número de respondentes. Grandes amostras são possíveis. As pessoas envolvidas com o questionário devem garantir o sigilo e informa qual o e objetivo da pesquisa e garantir a transparência, para que os pesquisado sinta segurança e boa vontade para realizá-las. c) Entrevista E a técnica mais difícil e mais cara É a técnica mais utilizada para levantamento de informações É recomendada para levantamento de informações que precisam ser interpretadas, refletidas, aprofundadas. É baseada em diálogo entre o entrevistador e o entrevistado. Normalmente é realizada com gerentes, empregados que ocupem posição de supervisão ou de coordenação de atividades. É flexível e completa. Vantagens Pode-se alterar a forma de fazer as perguntas, tirar dúvidas sobre a compreensão ou obter informações mais precisas e detalhadas. Pode-se alterar a ordem das perguntas e até incluir alguns aspectos que não haviam sido previamente planejados e até eliminar perguntas que ao longo da entrevista se mostrarem desnecessárias. Pode-se complementar perguntas para obter informações adicionais. Pode-se motivar o entrevistado a responder as questões. Pode-se avaliar as reações dos entrevistados às perguntas e também avaliar o tom que usam nas respostas. É uma excelente técnica para fazer as pessoas buscarem informações que estão guardadas na memória, até mesmo em tom de desabafo. Desvantagens Atingem uma quantidade menor de pessoas do que o questionário em função da duração e da quantidade de pessoas necessárias para a sua realização. Os entrevistados podem ser tratados de forma diferente pelo mesmo entrevistador em função de empatias diferenciadas. Podem ocorrer desvios de curso e virar um bate-papo. Podem ocorrer avaliações subjetivas em função do contato que comprometam o resultado. A inexperiência ou falta de habilidade do entrevistador pode provocar alterações de forma ou na ordem das questões, dificultar o raciocínio lógico do entrevistado e até colocá-lo em posição defensiva comprometendo o resultado. Pode-se perder tempo com conversas improdutivas ou ser objetivo demais e desestimular o entrevistado. É uma técnica que consome mais tempo e recursos com sua realização e tabulação dos dados. Cuidados Deve ser planejada quanto a: Objetivos Local da realização Conteúdo e roteiro Forma Quantidade de quesitos e duração da entrevista Ritmo ou cadência Desinibição e motivação do entrevistado Seleção dos entrevistados O entrevistador deve Ter sólida experiência em entrevistas Facilidade de expressão Habilidade e flexibilidade para condução da entrevista Ser agradável, simpático e calmo Ter capacidade de percepção Capacidade de motivar e interessar o entrevistado Assumir atitudes neutras Capacidade para distinguir o que é essencial A entrevista permite uma melhor coleta de dados e informações, numa entrevista antes de se iniciada deve se marcada e confirmada a presença do entrevistador e entrevistado, se for gravada tem que avisar, e analisar o perfil do entrevistado, o entrevistado tem que leva um roteiro prévio, ir sempre em dupla um para anotar e outro para coleta os dados, o Conhecimentos Específicos 45

182 entrevistador tem que ter um pouco de carisma, educação, ser comunicativo e antes de tudo mostra que saber sobre o assunto, pois senão o entrevistado perde a confiança e por receio ocultara dados importantes. E se o entrevistador se não tiver conhecimento e boa comunicação também perdera a possibilidade de coleta dados importantes d) Pesquisa bibliográfica É a denominação genérica para as técnicas de levantamento de informação. Pode ser usada também para designar pesquisa bibliográfica quando se deseja obter informações sobre um tema ou assunto de interesse. Podem ser obtidas em livros, periódicos, jornais, revistas, em bibliotecas, internet, ou em acervos específicos.nestes casos deve-se observar sempre a origem da informação obtida, quanto a sua confiabilidade e também atualidade, aplicabilidade e validade. Analisar a confiabilidade da informação (origem) Analisar a Atualidade dos conteúdos Visualização: organização ideal X organização real Poder servir como auxilio a outras coletas de informação Mais profundas e específicas que o levantamento prévio Ferramenta da Qualidade Ferramentas para análise A preocupação com qualidade dos serviços e com o relacionamento com clientes e funcionários veio com os japoneses, que diante das gigantescas indústrias americanas e inglesas, começou a atender uma demanda que nenhuma delas atendia; os desejos e a vontade do cliente, antes só se fabricavam carro de cores especificas, eram todos padronizados com o foco e o objetivo na produção, mais os japoneses percebendo que existiam uma demanda por outras cores começaram a fabrica carros com cores que os clientes queriam, e a presta serviços de acordo com o gosto do cliente, focando sempre o cliente, foi onde as empresas japonesas começaram a ganhar mercado internacional e assumir liderança de mercado, servindo assim como modelo de empresas e gestão para todas as outras, empresas com GM e muitas outras para competir com as japonesas tiveram que mudar sua política administrativa pois estavam perdendo clientes. E Assim começaram a copiar todos os processos dos japoneses com intuito de ser iguais a eles. Mas os japoneses não só inovaram no relacionamento com os clientes como também com os funcionários, eles começaram a trata-lo com seres humanos, e sabia que quem realmente conheciam os processos da empresa eram os funcionários. 1 Brainstorming chuva de ideias Regras Nunca criticar as ideias Registrar o que foi dito, sem interpretações Rápido Estruturado Não estruturado E reunido um grupo de funcionários, pois são eles que mais entendem dos problemas nos processos que participam, em uma sala em volta de um circulo são todos reunidos, onde cada um vai dar uma ideia para melhorar os processos da empresas, não é permitido censuras nem criticas, e cada um começa falando em sentido horário ser for estruturado ou sem nenhuma organização se for não estruturado, lembrando que se feito no modo estruturado e muito melhor pois terá a certeza da participação de todos, incluso os mais tímidos que se fossem feito no modo não estruturado se acanhariam diante dos mais falantes, são registradas todas as ideias do modo que foi falado sem interpretações, as melhores ideias eram premiadas com prêmios significativos, tinha um tempo limite de no Maximo 2h uma vez por semana, e geravam muito lucro economizam muito recursos que antes eram desperdiçado pela ineficiência dos processos da empresas, e diante do seu sucesso acabou varando modismo nas empresas no Brasil, ate chegar os sindicatos percebendo que as empresas com esse método gralhavam milhões e os funcionários donos das ideias não ganhavam nada, e acabou com a fama desse método. a) Técnica Nominal de Grupo Regras Cada participante, individualmente registra o problema que julga mais importante Reuna os participantes em grupos e peça para um relator em cada grupo, verificar se o mesmo problema foi escrito mais de uma vez e peça para eliminar duplicidade Todos os componentes do grupo devem listar todos os problemas na mesma ordem, um em cada linha e na frente de cada problema, deve colocar letras, em ordem alfabética. Todos iguais Cada componente do grupo deve identificar, em sua opinião, qual é o problema mais importante e atribuir notas, em ordem decrescente. Por exemplo, se foram identificados 10 problemas, o mais importante deve receber nota 10 e o menos importante nota 1 O relator deve tabular as notas dadas por cada componente e somar na linha horizontal. b) Folha de Verificação Regras Definir o evento Todos deve observar a mesma coisa Definir o período de coleta dos dados Construir formulário fácil c) Diagrama de Causa e Efeito Causas Método Mão de obra Material Máquina Efeito Qualidade Metodologia para desenvolvimento de projetos Seleção e reconhecimento do sistema ou do projeto de estudo. Estudo de alternativas e viabilidade Levantamento e analise Delineamento e estruturação dos novos sistemas Delineamento Fluxograma É um gráfico que mostra o fluxo da informação, o caminho de uma atividade, como começa e como termina, para ele ser melhor entendido, tem que ser bem claro, curto, e com simbologia da ABNT. É um gráfico que representa com racionalidade, lógica, clareza e síntese, rotinas ou procedimentos que envolvam documentos, informações recebidas, processadas e emitidas, seus respectivos responsáveis e/ ou unidade organizacional. Em suma, pode ser entendido como uma representação esquemática de um processo, muitas vezes feita através de gráficos que ilustram de forma descomplicada a transição de informações entre os elementos que o compõem. Podemos entendê-lo, na prática, como a documentação dos passos necessários para a execução de um processo qualquer. Fluxograma deve ser escrito em uma linguagem objetiva e muito clara, para todos entenderem. Fluxograma ilustrativo de um algoritmo simples: acender um candeeiro. Diagrama de Bloco Tem como objetivo descrever o método e a sequência dos processos. Pode ser desenvolvido em qualquer nível de detalhe que seja necessário. Esta ferramenta usa diversos símbolos geométricos, os quais estabelecerão as sequências de operações a serem efetuadas em um processamento computacional. Após a elaboração do diagrama de bloco, será realizada a codificação do programa. ADMINISTRAÇÃO DE O&M CONSIDERAÇÕES GERAIS O homem desde a Antiguidade destacava a importância da Organização e Administração dos Estados burocráticos; por tal motivo, Roma legou ao mundo diversos indícios da aplicação dos princípios de organização, fato esse que contribuiu sobremodo para o sucesso de seu império. A Revolução Industrial foi um marco sumamente importante para o desenvolvimento das técnicas utilizadas em O & M nos dias atuais. O surgimento e incremento das primeiras máquinas mudou profundamente a filosofia da produção artesanal, em face do surgimento de novos problemas de ordem técnica, organizacional e humana. O exercício da função de O & M, em sistemas de escritórios, desenvolveu-se mais intensamente após a Segunda Grande Guerra, uma vez que as empresas atentaram para. a importância das atividades-meio no auxílio às atividades-fim para que estas atingissem seus objetivos. Assim, pode-se definir Organização e Métodos como sendo uma função mista das funções de Organização e Planejamento, desenvolvendo-se na construção da estrutura de recursos e de operações de uma instituição, assim como na determinação de seus planos, principalmente na definição dos procedimentos, das rotinas ou dos métodos. Concorreram para o processo de especialização desta função, entre Conhecimentos Específicos 46

183 outros, os seguintes fatores: Aumento da complexidade dos problemas administrativos nas diversas empresas, notadamente nas de médio e grande porte. Conhecimentos técnicos e tempo para resolução desses problemas. Evolução e consequente transformação das técnicas de racionalização de trabalho, hoje mais comumente denominadas de técnicas de O & M. A criação de um órgão especializado em O & M depende de uma série de fatores, todos ligados à preocupação que a cúpula da empresa deve ter sempre em mente, ou seja, redução de custo e consequente aumento da eficiência. Assim sendo, a introdução de um órgão altamente técnico, como o é qualquer órgão de O & M, independentemente de seu posicionamento na estrutura, dependerá exclusivamente do reconhecimento de sua necessidade pela alta administração, do mesmo modo que seu dimensionamento e caracterização deverá ser proporcional ao tamanho da estrutura da organização. Partindo desse raciocínio, vemos em empresas de médio e grande porte um órgão de O & M posicionado como Departamento, Divisão etc, e, nas de pequeno porte o que normalmente se encontra é um funcionário, com formação universitária, classificado como Analista de Organização e Métodos ou Analista de Normas e Métodos. O PROFISSIONAL DE ORGANIZAÇÃO E MÉTODOS O profissional que milita na área de O & M é um especialista cuja habilitação é requerida, no Brasil, pela Lei n , de 9 de setembro de 1965, e por seu Regulamento, Decreto n , de 22 de dezembro de A referida Lei que criou a profissão liberal de Técnico de Administração foi alterada em 13 de junho de 1985, pela Lei n , que diz no seu art. 19: O Conselho Federal de Técnicos de Administração e os Conselhos Regionais de Técnicos de Administração passam a denominar-se Conselho Federal de Administração e Conselhos Regionais de Administração, respectivamente. No seu parágrafo único, estabelece que: Fica alterada, para Administrador, a denominação da categoria profissional de Técnico de Administração. A atividade profissional de Administrador será exercida como profissão liberal, mediante: a) pareceres, relatórios, planos, arbitragens, laudos, assessoria em geral, chefia intermediária e direção superior; e b) pesquisas, estudos, análise, interpretação, planejamento, implantação, coordenação e controle dos trabalhos no campo da administração, como: administração e seleção de pessoal, Organização e Métodos, orçamentos, administração de material, administração financeira, relações públicas, administração da produção, relações industriais, bem como outros campos em que esses se desdobram ou aos quais sejam conexos. Do mesmo modo, o exercício da profissão de Administrador é privativo dos bacharéis em Administração Pública ou de Empresas, diplomados no Brasil, em cursos regulares de ensino superior, oficial, oficializado ou reconhecido, cujo currículo seja fixado pelo Conselho Federal de Educação nos termos da Lei n , de 20 de dezembro de ACEITAÇÃO DA ATIVIDADE DE O & M A aceitação da atividade está diretamente relacionada à tradição que os profissionais de nível superior militantes nessa área possuem. Esta pouca tradição é decorrente de uma série de fatores que vinculam Organização e Métodos a todo e qualquer trabalho, pois em qualquer campo do conhecimento sempre haverá uma maneira de criar métodos e organizar o trabalho, isto porque até pouco tempo os problemas afetos aos profissionais de O & M eram resolvidos, empiricamente, por quaisquer outros profissionais (não formados em administração e nem especializados nessa área). Outro fato que contribuiu sobremodo para os problemas ligados à aceitação dessa atividade foi a insuficiência quantitativa e qualitativa de técnicos, isto tudo sem falar na mentalidade ultrapassada do empresário brasileiro e de outros elementos de posicionamento hierárquico superior dentro das instituições. O COMPORTAMENTO DO PROFISSIONAL DE O & M O comportamento do profissional de O & M, quer trabalhando individualmente quer em grupo, para conseguir atingir os objetivos básicos de sua atividade, deve considerar, entre outras, as seguinte; recomendações: a) Integrar-se ao contexto sócio-cultural brasileiro, procurando não aplicar artificialismos importados. b) Evitar a todo custo criar soluções na base do bom-senso; utilizar sempre a(s) técnica(s) específica(s) para cada caso. c) Analisar individualmente cada problema, de modo a evitar soluções utilizadas em problemas semelhantes; jamais esquecer que cada caso é um caso com detalhes e peculiaridades próprias. d) Utilizar sabiamente seu posicionamento na estrutura da empresa, evitando envolver-se por fatores emocionais que porventura surjam de um problema organizacional; procurar ser o mais imparcial possível. Desse modo, o julgamento e o reconhecimento do valor de um órgão de O & M dentro de um empresa será sempre em função dos resultados obtidos. Assim, quanto mais acertos este órgão produzir, maior será seu crédito perante os órgãos da cúpula e de linha e vice-versa. POSICIONAMENTO ESTRUTURAL DO ÓRGÃO DE O & M Um órgão de O & M deve posicionar-se como assessoria à maior autoridade decisória da empresa, pois basicamente irá representar uma extensão da autoridade decisória, no que se relaciona a estudos e equacionamento de soluções, ligados a problemas de organização e metodização do trabalho. Tal fato significa que não deverá ter alguma interferência de comando em qualquer das autoridades de linha (execução), ou mesmo em outros órgãos de staff da Empresa. Exercendo sua autoridade apenas de modo funcional, seu acesso e penetração a todos os níveis hierárquicos estará garantido e, pelo fato de estar ligado à maior autoridade decisória, suas relações com os demais órgãos são praticamente representativas dessa autoridade, fato esse que o coloca numa situação de absoluta imparcialidade. No que se refere aos seus componentes, normalmente denominados Analistas de O & M, apresentam graduações correspondentes aos diversos níveis de qualificação e habilitação profissional requeridos para o exercício da função. Desse modo, temos a seguinte classificação: Analista-chefe, Analista sênior, Analista júnior e Auxiliar de Analista e estes podem-se dividir, de acordo com suas especializações em: Analista de Estrutura, de Processamentos e Métodos, de Formulários, de Layout e outras especificações. REQUISITOS PARA O ANALISTA DE O & M Para que um analista de O & M exerça satisfatoriamente sua profissão, determinados requisitos tornam-se indispensáveis e dentre eles destacamse: Possuir conhecimentos especializados sobre processamentos, métodos, técnicas e instrumentos de análise administrativa. Ter capacidade de analisar e sintetizar em proporções superiores ao que normalmente se exige da média dos administradores. Ser criativo, hábil e autoconfiante. Possuir facilidade de relacionamento humano Saber ouvir, observar, argumentar e influenciar terceiros. MANUAIS IMPORTÂNCIA E FINALIDADE Nos dias atuais, as empresas necessitam, para o perfeito desempenho de suas múltiplas atividades, de um sem-número de informações, cujo valor está diretamente relacionado com os veículos que as transmitem. Assim, informações corretas prestadas de um modo ineficiente terão o mesmo valor funesto que informações incorretas prestadas eficientemente. Desse modo, nas empresas de hoje, onde a velocidade da informação é fator de sucesso para a tomada de decisões, essas informações são adquiridas, transmitidas e preservadas através de documentos previamente estudados e perfeitamente identificados com os fins para os quais se destinam. Esses documentos são, genericamente, denominados Manuais, e neste capítulo abordaremos o quão são importantes e necessários. Embora considerado por muitos como um aglomerado de papéis inúteis, que não servem para nada, a não ser para enfeitar prateleiras e estantes, nas empresas de grande porte, o emprego de manuais é quase que obrigatório, face à multiplicidade de seus controles e abrangência de seus sistemas operacionais. Já em empresas de médio e pequeno porte, seus dirigentes podem colocar dúvida quanto à validade da confecção e utilização de manuais, pelo simples fato de desconhecerem quais os tipos mais Conhecimentos Específicos 47

184 necessários para suas organizações. Este raciocínio pode, em princípio, parecer fácil de responder; entretanto, a prática tem-nos ensinado que não é bem assim. Cada caso é um caso, e como tal, deverá ser cuidadosamente analisado em função de suas peculiaridades. Na realidade existem indícios que servem como um sinal de alerta para que determinadas empresas passem a pensar seriamente no que tange à elaboração de determinados manuais. Dentre esses indícios, podemos citar: crescimento da empresa, diversificação do seu campo de atuação, novas atribuições etc. De acordo com o Prof. Rudolf Popper, os manuais são úteis em quaisquer instituições, independente do dimensionamento, número de empregados, objetivos etc. Entretanto, nas empresas denominadas de pequeno porte, sua aplicação não é tão necessária, uma vez que as informações se processam mais diretamente em função de seu dimensionamento estrutural organizativo, e sem trazer problemas aos seus dirigentes. Nessas empresas, as atividades afetas a cada funcionário não se restringem, na maioria das vezes, a determinada função. Assim, pode tornar-se difícil e até mesmo desaconselhável para o andamento do trabalho fixá-las através de um manual. O que se pode afirmar é que o surgimento da necessidade da criação de manuais encontra-se diretamente relacionado com a perda da visão sistêmica por parte dos dirigentes, além de ser inevitável, cada vez mais, catalogar e manter atualizadas determinadas informações técnicas e/ou administrativas. Tendo chegado à conclusão de que é necessário elaborar manuais, os dirigentes devem ter sempre em mente que: a validade e a credibilidade dos manuais encontram-se na razão direta da sua constante atualização. Manuais desatualizados e ultrapassados não apresentam o mínimo valor consultivo e muito menos decisório; eles realmente só servem para enfeitar prateleiras e estantes. CLASSIFICAÇÃO DOS MANUAIS É praticamente ilimitado o número de manuais que podem ser criados com o objetivo de auxiliar as instituições e alcançarem seus objetivos. Os manuais podem ser classificados em diversos grupos, aos quais outros tantos poderiam ser acrescentados, dependendo unicamente das necessidades de cada empresa. Dentre os mais comumente empregados, destacamos cinco (5), como capazes de propiciar melhor compreensão para o assunto enfocado. São eles: Manual de Organização ou Regimento Interno; Manual de Diretrizes Políticas; Manual de Normas e Procedimentos ou Manual de Instruções Normativas; Manual de Formulários; e Manual de Padrões. Manual de organização ou regimento interno Tem como função apresentar a estrutura formal de uma empresa, tal como delineada pelo Regulamento da Instituição, por meio da definição clara, racional e objetiva de autoridade, responsabilidade, atividades-fins e meio, assim como as relações criadas, de modo que coordene os esforços das pessoas para que os objetivos comuns sejam atingidos. Este tipo de Manual é o meio ideal para tornar bem claro quais são os deveres que tocam aos executivos dos diversos níveis, assim como para seus subordinados, levando desse modo as obrigações e atribuições a todos os empregados da empresa, independente da posição hierárquica que ocupem. O conteúdo deste Manual constitui-se, normalmente, de: 1. Documento que oficializa o uso do Manual (Ordem Interna ou equivalente) emitida pelo órgão máximo da estrutura. 2. Parte Descritiva dividida em capítulos, nos quais são discriminadas as diversas partes componentes da estrutura organizacional da empresa (Direção Superior, Direção Intermediária, órgãos de Execução, Assessorias, Conselhos etc., as respectivas atribuições e os deveres funcionais de seus ocupantes, código dos cargos etc.). 3. Lotação ideal quantidade e qualidade do pessoal julgado necessário ao funcionamento da empresa, em condições normais de desempenho. 4. Gráfico da Estrutura Organograma Geral (ou setorial, caso necessário), representando a. organização formal, configurada na estrutura delineada por meio do Regulamento da Instituição, configurando-se no mesmo os diversos órgãos, suas posições e respectivas interdependências, via hierárquica, linhas de autoridade (linha cheia), vinculação, subordinação Conhecimentos Específicos 48 e demais relações de trabalho que seja necessário estabelecer (linhas interrompidas). Observação: Na parte descritiva às atribuições dos diversos órgãos e- xistentes na estrutura, a utilização quase padronizada de alguns verbos auxilia na descrição e compreensão das mesmas. Como porém não existe uma regra fixa para a nomenclatura dos órgãos de uma empresa em face da posição ou nível que os mesmos se acham colocados no Organograma, adotaremos, a título de exemplo, a abaixo descrita: Compete aos Departamentos (ou órgãos similares): Assessorar, Supervisionar, Programar ou Estabelecer a Programação, Coordenar as Divisões, Avaliar etc. Compete às Divisões (ou órgãos similares): Controlar, Orientar, Promover, Solicitar, Planejar, Acompanhar, Estudar, Providenciar, Coordenar as Seções etc. Compete aos Setores (ou órgãos similares): Executar, Elaborar, Desenvolver, Fornecer, Criar, Aplicar, Processar, Verificar, Informar, Conferir, Proceder, Distribuir etc. Claro está que o emprego desta série de verbos não pode ser rígido, devendo o mesmo ser adaptado às necessidades de que cada Manual de Organização exigir, em face das atribuições afetas aos vários órgãos da empresa. Manual de diretrizes e políticas Uma empresa de pequeno porte dificilmente terá necessidade de um Manual de Diretrizes e Políticas. As diretrizes gerais são estabelecidas e determinadas à medida que surge a ocasião e as revisões possam ser executadas com tanta frequência quanto as circunstâncias as tornem necessárias. Entretanto, à medida que a empresa for expandindo-se, à medida que ela for aproximando-se do ponto denominado organização de linha e assessoria a existência deste Manual se tornará cada vez mais necessária. Assim, definições claras das diretrizes gerais e do procedimento para que estas diretrizes sejam estabelecidas tornam-se uma necessidade. Diretrizes de ação bem fundamentadas e baseadas numa exploração bem feita das relações normais também devem ser formuladas e redigidas. Entre os vários objetivos a que se prestam os Manuais de Diretrizes e Políticas, destacam-se os seguintes: Demonstram o pensamento e a filosofia da cúpuia da administração no que se refere às obrigações que ela tenha decidido assumir e aos requisitos quê ela deve satisfazer em todas as fases das operações da empresa. Proporcionam à organização todas as informações relativas à forma e extensão com que a empresa se encontra comprometida e até que ponto esta situação é vigente. Determinam também o que aqueles que transacionam com a empresa, direta ou indiretamente, podem esperar dela. Estabelecem uma fonte de referência com relação às diretrizes em vigor, podendo estas últimas ser revisadas e consequentemente atualizadas pela administração, quando as circunstâncias assim o aconselharem. Manual de normas e procedimentos ou manual de instruções Este tipo de Manual nada mais é do que um conjunto de instruções escritas, elaborado para destacar em todos os seus detalhes a rotina a ser seguida de uma função específica. Esclarece as diretrizes, propiciando dessa forma toda a assistência para que o funcionário se mantenha dentro dos limites por elas estabelecidos. Reduz também em muito o tempo de treinamento, tanto em escritório como em uma fábrica, ajudando inclusive a manter os erros em um nível bem baixo, servindo também como fundamento para novas apreciações e novas avaliações das rotinas em uso, objetivando redução dos custos globais. Manual de Formulários Este tipo de manual é um dos mais largamente usados nas empresas, pois conforme nos diz Rudolf Popper, ele é um instrumento por demais útil quando da criação ou modificação de um sistema de trabalho administrativo e muito valioso na introdução de novos formulários, alterações de Iayout de

185 formulários ou mesmo no fluxo de formulários. Levando em consideração que nenhum formulário pode ser considerado como um documento isolado, mas sim um elo na cadeia de informações da empresa, e, como tal, um meio de comunicação, sua atualização constante é fator preponderante de sucesso para sua utilização. A exemplo do que foi comentado no capítulo anterior, os formulários são normalmente elaborados em tamanhos padronizados, muitos deles no tamanho A4 (ou para ele reduzidos) em função do dimensionamento das pastas nas quais ficarão arquivados. Valendo-nos ainda do que diz Rudolf Popper a descrição de um formulário abrange os seguintes tópicos: a) Finalidade deverá ser descrito qual o intuito que se pretende alcançar com o emprego do formulário. b) Apresentação descrever a forma de acondicionamento do formulário, discriminando eventual numeração da tipografia que o imprimiu, assim como o número de jogos por talão. c) Frequência indicar qual a frequência da emissão (mensal, bimensal) do formulário. d) Emitente indicar quem emite o formulário. e) Preenchimento relacionar todos os tens que deverão ser preenchidos, assim como sua respectiva descrição. f) Número e distribuição de vias descrever isoladamente o fluxo de cada via, para que órgão ela se destina, qual sua utilização nos órgãos pelo qual ela tramite etc. g) Prazo de arquivamento tem como objetivo máximo forçar os responsáveis a analisar a questão e fornecer os prazos de arquivamento dos documentos da empresa. h) Substituição deve indicar se o formulário é novo ou se substitui outro, e, no caso, indicar qual. i) Entrada em vigor especificar quando entra em vigor. j) Cópia do formulário como nem sempre o formulário original apresenta dimensões adequadas para sua inclusão no Manual, utiliza-se reduzi-lo às dimensões da folha-padrão do Manual (normalmente tamanho A-4). k) Fluxograma como para reforçar o descrito no item f, pode eventualmente ser apresentado um fluxograma simples, demonstrando apenas os órgãos atingidos pelo formulário; Manual de padrões Determina quais são as especificações predeterminadas e que dizem respeito aos diferentes tipos de padrões para as funções tais como: Compras, Controle de Qualidade, Planejamento de Produtos etc. Este tipo de Manual torna possível a uniformidade e a consistência no tratamento, na aplicação e utilização de pontos específicos de uma empresa, com o objetivo de reduzir os custos e ao aperfeiçoamento contínuo dos planos gerais, produtos e serviços. DISTRIBUIÇÃO DOS MANUAIS Item extremamente importante para qualquer empresa que adote o emprego de Manuais é a distribuição dos mesmos. Assim, determinados tópicos devem ser considerados ao se proceder à distribuição dos mesmos e, entre eles, destacamos: a) Os Manuais só deverão ser entregues àqueles que realmente os u- tilizarão. b) Todos os Manuais deverão ser numerados, com o objetivo de serem controlados. b) Deverá existir uma relação dos funcionários que recebem os Manuais, para: poder enviar documentos e folhas revisadas; poder controlar a devolução, quando empregados forem transferidos ou demitidos. c) Quando alguém for promovido ou transferido para cargo ou órgão que utilize Manuais, será conveniente possuir uma relação do(s) mesmo(s), para posterior remessa, mantendo, dessa forma, atualizada a lista dos funcionários que os recebem. ATUALIZAÇÃO E ÁREAS DE APLICAÇÃO DOS MANUAIS O maior problema que qualquer empresa enfrenta com relação a seus Manuais é não deixar que se desatualizem, pois, se tal fato acontecer, estes poderão ficar totalmente desacreditados. Assim, qualquer modificação que surja deverá ser traduzida em textos novos ou revisados, processando-se sua troca tão logo quanto possível. Será conveniente que, quando da entrega do(s) texto(s) novo(s) ou revisado(s), seja solicitada a devolução do antigo. A inspeção para verificar se os Manuais estão sendo corretamente utilizados deverá ser feita, pelo menos, uma vez por ano, pelo órgão ou pessoa competente. No que tange às áreas de aplicação dos Manuais, sabemos que são vastíssimas, em face da diversidade de assuntos que podem exigir a elaboração destes. Assim, de modo geral, podemos dizer que as áreas nas quais suas aplicações mais se evidenciam são: a) Pesquisa e Desenvolvimento, Planejamento de Produtos, Vendas e Serviços, Propaganda, nos quais se enquadram os Manuais de Organização, Políticas e Diretrizes. b) Engenharia Técnica e Industrial, Compras, Controle de Qualidade, Planejamento e Programação, utilizando-se para tal os Manuais de Procedimentos e de Padrões. INSTRUÇÕES PARA ELABORAÇÃO DE UM MANUAL DE ORGANIZA- ÇÃO EXEMPLO PRÁTICO Imaginemos, a título de exemplo, que uma empresa, em fase de expansão e consequente reorganização, tenha resolvido, por meio de seu órgão de Organização e Métodos, elaborar um novo Manual de Organização e, para tal, submete à Diretoria Executiva as instruções abaixo descritas. Instruções para elaboração do Manual de Organização da Empresa Deita de Incorporações & Cia. Ltda. 1. Finalidade As presentes instruções têm como finalidade estabelecer normas para a elaboração do Manual de Organização, assim como definir as atribuições dos órgãos componentes da estrutura organizacional. 2. Elaboração O Manual de Organização discriminará todos os elementos da estrutura organizacional da Empresa DeIta de Incorporações & Cia. Ltda, suas atribuições, deveres de seus funcionários, e tudo o mais que possa condicionar o bom funcionamento da mesma. A estrutura organizacional da empresa deve ser planejada e ativada de modo a se obter o máximo de sua atividade-fim. Para tal, deverão ser empregadas as técnicas de racionalização, métodos de administração, assim como o pleno emprego dos recursos disponíveis, humano e material, objetivando atingir a menor relação custo/benefício. a) O manual deverá compor-se, basicamente, das seguintes etapas: Parte descritiva Dividida em capítulos onde serão discriminadas as diversas partes componentes da estrutura organizacional da empresa (Chefia Superior, Órgão de Assessoramento, Departamentos, Divisões e Setores), as respectivas atribuições, os deveres funcionais de seus empregados, assim como as eventuais substituições nas funções de chefia e de assessoramento. b) Organograma hierárquico Representação gráfica da estrutura formal da empresa, indicando seus elementos componentes, utilizando as linhas contínuas para representar a hierarquia e consequente subordinação e linhas interrompidas para demonstrar as demais relações de trabalho que porventura sejam necessárias. De preferência, os organogramas setoriais devem ser traçados em papel tamanho padrão A4. c) Lotação de pessoal Contendo a quantidade e qualidade de pessoal necessário dentro das diversas categorias funcionais existentes, julgado indispensável ao pleno funcionamento da empresa, em condições normais de desempenho. 3. Disposições finais Desde que qualquer órgão, independente de seu posicionamento hierárquico, sinta condições de fornecer subsídios para complementar e/ou atualizar à Manual de Organização, deverá submetê-los à chefia imediatamente superior e assim, sucessivamente, até a chefia máxima. Uma vez aprovadas as sugestões, estas entrarão em vigor por meio de Ordem de Serviço, passando então a fazer parte do mesmo. Estudo e Análise do Trabalho Conhecimentos Específicos 49

186 CONCEITO A definição de análise contida em diversos compêndios de administração e organização é a seguinte: Processo racional utilizado para caracterizar, decompor e interpretar um sistema, de modo a conhecer seus fatores constitutivos imprescindíveis, assim como seu comportamento e suas respectivas leis de Interação. Tal qual esta definição, o estudo e a análise do trabalho têm por finalidade verificar se um órgão é eficiente ou não, servindo ao mesmo tempo como ligação entre os estudos da estrutura da empresa e o processamento das operações. Para se começar a entender o mecanismo do estudo e da análise do trabalho, torna-se necessário conhecer os conceitos de Atividade e de Tarefa. Atividade Compreende um conjunto ou grupo de tarefas reunidas de acordo com critérios de complementaridade e similaridade, ou seja, devem complementar-se e ser similares entre si, de modo a poderem definir as finalidades do órgão em exame. Tarefa Compreende um grupamento de passos interligados, de acordo com determinada sequência e levando em consideração a subdivisão do trabalho entre cada empregado. A fim de melhor esclarecer dúvidas quanto ao que sejam atividades, tarefa e passos, daremos os seguintes exemplos: Atividades Cobrança de títulos de clientes, serviço de câmbio, contas correntes etc. Tarefas (Com referência à atividade de contas correntes) pagamento de cheques, recebimento de depósitos, ordens de pagamento, fornecimento de talões de cheques, emissão de cheques visados etc. Passas (Com referência à tarefa de pagamento de cheques) conferência da assinatura e do saldo, debitar o valor do cheque na conta do cliente, guardar ficha de controle de saldo etc. Em função desta explanação, podemos traçar o esquema de um procedimento (ou processamento) administrativo: Desse modo, pode-se raciocinar que o conceito de atividade destaca um aspecto diferencial com referência às tarefas, ou seja: uma atividade pode resultar de um grupo de Tarefas Sequenciais ou não, como nos exemplos abaixo: 1. Tarefas sequenciais (dependem umas das outras): Coletar dados, tabular dados e calcular índices, para compor a atividade denominada Estatística de Compras dos Fornecedores X e W.,, 2. Tarefas realizadas paralelamente (independem umas das outras): Relatório de compras na capital, relatório de compras nos Estados, relatório de compras no exterior, para compor a atividade denominada Relatório de Compras. ETAPAS DO ESTUDO E DA ANALISE DO TRABALHO 1ª etapa Registro das tarefas individuais Consiste no relacionamento das tarefas desenvolvidas por cada empregado, com o tempo alocado à realização de cada uma delas. Especial cuidado deve-se ter nesta etapa, para não serem indicados detalhes em demasia (o que acabaria por representar passos ) nem síntese ou resumo (o que fatalmente nos levaria às atividades). O conjunto deve primar por apresentar um caráter mais analítico do que sintético. Entretanto, saindo da teoria e passando para a prática, esse relacionamento existente entre as tarefas processa-se através de duas fases totalmente distintas. Na primeira fase, chamada comumente de preliminar, são relacionados os vários elementos do trabalho sem a preocupação de diferenciar tarefas e passas; na segunda, denominada de definitiva, resultante que é da primeira, são indicados os reagrupamentos, definidos e classificados como tarefas. O tempo requerido para realização da análise das diversas tarefas pode referir-se a qualquer período de tempo; no entanto, com o fim de simplificar a apuração do tempo consumido para a execução das mesmas, convencionou-se que esse período seria de uma semana. Claro está que algumas operações não apresentam condições de ter a periodicidade semanal, constituindo-se em trabalhos mensais, bimensais etc. Quando tal fato suceder, tornar-se-á necessário incluí-las com o tempo presumivelmente empregado para realizá-las, assinalando, entretanto, a que base de tempo se referem (mês, semestre etc.). Para esclarecer como se preenche o quadro, teremos o seguinte: 1. Período considerado muito embora seja padrão considerar-se o tempo de execução das tarefas como uma semana, conforme dito anteriormente, considera-se a semana com cinco dias e não com sete; o total de horas diárias de trabalho igual a oito horas, e para o total mensal quarenta horas. 2. Coluna da frequência é obtida pela divisão da quantidade pelo período considerado e demonstra o numero de vezes em que a tarefa é realizada em um dia. 3. Coluna quantidade registra o número de vezes que a tarefa foi realizada durante o espaço de tempo estabelecido, ou seja, em uma semana. 4. Tempo consumido em 1 dia de trabalho obtido ao levantarmos as tarefas individuais (fase preliminar). 5. Tempo total consumido representará o tempo consumido por cada tarefa durante a semana. Assim, ter-se-á que se a tarefa Consultar Cadastro de Fornecedores consome 00:24 h de um dia de trabalho, assim basta multiplicar por cinco (dias da semana) para chegar ao resultado final, ou seja: 02:00 h. 2ª etapa Agrupamento das tarefas em atividades Esta etapa é a que antecederá à de elaboração do Quadro de Distribuição do Trabalho (ou das tarefas). Assim sendo, para melhor poder definir as finalidades funcionais de um órgão, as tarefas são reunidas através de características de complementaridade e de similaridade, em grupos homogêneos, denominados atividades, as quais irão definir as atribuições do órgão em exame. Agindo-se dessa forma, fica possível elaborar o QDT, que irá proporcionar ao analista uma clara visão de como o trabalho é distribuído naquela unidade organizacional. 3ª etapa Elaboração do quadro de distribuição do trabalho O QDT nada mais é do que o demonstrativo das tarefas desenvolvidas, individualmente, pelos funcionários, com o registro do tempo consumido (referente ao período-base preestabelecido) e o reagrupamento dos tempos parciais em tempos totais para as atividades, assim como para o órgão em exame. Como cada QDT se refere a uma determinada unidade organizacional, certos detalhes poderão surgir, sem que no entanto representem problemas ao analista. Como exemplo desses detalhes citemos o seguinte: Por vezes pode o QDT não realçar a importância de determinadas Tarefas que apresentam características operacionais similares e que façam parte de diversas atividades do órgão em estudo. Nesses casos pode ser conveniente (entretanto cada caso é um caso) ao analista proceder a um reagrupamento das Tarefas, obedecendo às suas características operativas similares, visando obter o valor do empenho do funcionário para cada um dos grupos assim formados. Concluindo, pode-se afirmar que o objetivo do QDT é mostrar o que o órgão faz, quem o executa e qual o tempo consumido pelas atividades e respectivas tarefas. 4ª etapa Análise do quadro de distribuição do trabalho Uma vez que o técnico dispõe do QDT montado, cabe-lhe analisá-lo em busca de possíveis defeitos quanto ~ distribuição de trabalhos e aos problemas inerentes ao mesmo, tais como: atividades que necessitam maior número de horas para se realizarem a contento, ou que sejam de difícil realização em face das condições atuais de trabalho etc. Desse modo, deve o analista observar o QDT nos itens abaixo discriminados, na tentativa de descobrir as possíveis falhas: tempo consumido pelas várias atividades; capacidade profissional dos funcionários; volume de trabalho afeto aos funcionários; e possibilidades preliminares de simplificação. Vejamos mais detalhadamente o significado de cada um desses itens e que perguntas poderiam ser alocadas aos mesmos de forma a complementá-los, capa-citando assim o analista a possuir uma imagem mais precisa Conhecimentos Específicos 50

187 do problema. a) Tempo consumido pelas várias atividades Entre as diversas atividades e respectivas tarefas que compõem o QDT, quais as que consomem mais tempo para serem realizadas? São elas que na realidade devem consumir mais tempo? O tempo consumido nas mesmas é compatível com sua respectiva importância? As tarefas mais urgentes têm prioridade de execução? Existe esforço humano mal empregado? Deve o analista procurar verificar na coluna Tempo Total do QDT se o maior número de horas é consumido pela atividade que ele considera como mais importante. Caso contrário, deve verificar o porquê de tal evento, reexaminando as atividades e sua respectiva classificação por ordem de importância. Do mesmo modo é importante observar as tarefas individuais e o tempo alocado àquelas menos importantes ou até mesmo desnecessárias. Quase sempre a coluna Diversos apresenta tarefas sem grande significado para a consecução dos objetivos do órgão,absorvendo tempo exagerado para sua execução. A análise deste primeiro tem objetiva buscar um equilíbrio entre o tempo e a importância do trabalho, procurando inclusive diminuir ou eliminar, caso possível, os tempos mortos. b) Capacidade profissional dos funcionários Uma das partes mais delicadas em uma empresa é aquela que envolve o aproveitamento racional de toda a potencialidade de seus empregados e, por incrível que pareça, poucas são as que conseguem. Como não poderia deixar de ser, a análise desse segundo item busca equilibrar a capacidade profissional dos funcionários em razão das tarefas a eles atribuídas. Desse modo, utilizam-se, entre outras, as seguintes perguntas: São aproveitadas com acerto as habilidades e a formação técnica e profissional de cada um? Existe pessoal desqualificado funcionalmente? Em que quantidades? Existem indícios que demonstrem que os funcionários necessitam de treinamento específico? Existem funcionários executando tarefas não relacionadas entre si? Tarefas com características operacionais semelhantes podem ser vantajosamente agrupadas? Existem funcionários superespecializados, ou seja, realizando a- penas uma ou duas tarefas? Existem tarefas muito centralizadas ou descentralizadas? Os empregados sabem operar produtivamente as máquinas existentes nas áreas de trabalho? Para tentar solucionar esta série de quesitos, deve o analista proceder da seguinte forma: Verificar e estudar as Tarefas Individuais em face das aptidões e nível funcional dos servidores, pois torna-se sumamente desagradável realizar-se trabalhos abaixo ou acima de nossa capacidade. Procurar qual ou quais coluna(s) vertical(ais) se apresenta(m) sobrecarregada(s) com Tarefas classificadas em diversas atividades, Observar nas colunas verticais se há funcionário(s) executando uma ou duas Tarefas. c) Volume de trabalho afeto aos funcionários Existem funcionários sobrecarregados de trabalho e outros não? Existe acúmulo de trabalho urgente e de trabalho normal? Existe trabalho de execução cíclica? Por quê? Deve o analista buscar o equilíbrio na quantidade de trabalho realizado no órgão, muito embora nem sempre isto seja conseguido utilizando-se unicamente o 001 como fonte de análise. d) Possibilidades preliminares de simplificação Este último item força o analista a buscar uma simplificação ou diminuição do número de Tarefas desenvolvidas no órgão em exame e, para Conhecimentos Específicos 51 tal, utiliza as seguintes perguntas: Todas as Tarefas que aparecem no QDT são realmente necessárias? Existe duplicidade de trabalho? Pode alguma máquina representativa de um processo mecânico substituir vantajosamente um trabalho manual ou vice-versa? Layout pode ser melhorado de modo a facilitar o trabalho desenvolvido na área? Obviamente que uma série de perguntas poderá ser acrescentada a estas, dependendo unicamente do grau de profundidade que o problema exigir. Ao analisar o QDT, o técnico chegará à conclusão de que esta análise foi suficiente para encontrar as falhas existentes no órgão em exame; assim sendo, executará um novo 001 com as Tarefas redistribuídas segundo seu critério, comunicando posteriormente aos funcionários suas novas atribuições, terminando por proceder à implantação das mesmas. Entretanto, pode também o analista perceber que a análise do ODT é insuficiente para resolver os problemas do órgão em exame e que o recurso técnico que deverá utilizar será a fluxogramação da sequência dos diversos passos constituintes que são das diversas tarefas. 5ª etapa A fluxogramação. Conforme já explanado anteriormente, o fluxograma tem como finalidade registrar a sequência dos passos ou fases de um trabalho, constituindose a partir de cada tarefa de uma atividade. Embora vistas anteriormente, não custa lembrar que os passos classificam-se, entre outros, da seguinte forma: 1. Operação. 2. Inspeção, controle ou análise. 3. Demora, atraso ou espera. 4. Transporte ou deslocamento. 5. Arquivo ou armazenamento definitivo (ou temporário). Como ponto de partida para análise do fluxograma deve o técnico verificar entre suas fases quais as que oferecem maiores possibilidades ou condições de serem aperfeiçoadas. Uma rápida visualização nos fluxogramas permite-nos perceber que as Operações e Decisões se constituem na parte central da tarefa, pois é nestas fases que o objeto se caracteriza, tomando forma. Já no caso do Transporte, o mesmo não acrescenta nada de positivo em termos de resultados ou produtos, pois esta fase só tem condições de aumentar custos e tempos alocados para execução da tarefa, o que fatalmente nos leva a raciocinar que quanto menos transportes, melhor para a execução da mesma. Quanto à fase da Espera, ela representa um tempo ou período inútil, forçando o produto a estacionar na sequência, o que nos leva a dizer que quanto maior for o número de fases de Espera em um trabalho, maior será o tempo consumido pelo mesmo para ser produzido. Portanto, em face do acima explanado, concluímos que, na maioria das vezes, as fases de Espera oferecem maiores possibilidades de eliminação que a dos Transportes, Operações e Decisões. Assim, o critério mais utilizado para efetuar a análise de um fluxograma é primeiramente estudar as Esperas, para, em seguida, analisar os Transportes, finalizando pelas fases de Decisão e Operação. O que uma análise do trabalho busca obter em termos de objetivo básico é: Eliminar o trabalho desnecessário. Combinar as várias operações. Modificar seu desenvolvimento. Simplificar o trabalho e as operações. A ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO Normalmente, os relatórios de Estudo de Caso são longas narrativas que não seguem uma estrutura planejada, difícil tanto de ser redigida

188 quanto de ser lida. Ao se elaborar o relatório, a primeira coisa a fazer é elaborar um esquema conceitual claro que irá orientar todo o trabalho de redação. Ao se elaborar o relatório do Estudo de Caso, deve-se atentar para alguns aspectos importantes, como os propostos por YIN (1989): A audiência para o Estudo de Caso; A variedade de composições possíveis para os relatos de Estudos de Caso; A estrutura das ilustrações para o estudo de caso; Os procedimentos a serem seguidos na confecção; As características de um relatório adequado, cobrindo o projeto e o conteúdo. 5. Benchmarking; 6. Visão futura do processo; 7. Forma de atuar sobre o processo; 8. Redesenho do processo; 9. Implantação do processo; 10.Avaliação dos resultados obtidos; 11.Aperfeiçoamento Contínuo. As fases do modelo integrado e suas correlações são apresentadas na figura abaixo. Observar estes aspectos pode ajudar o investigador a elaborar um relatório de forma adequada e, assim, atender tanto aos requisitos dos leitores quanto aos de relato do estudo de caso propriamente dito. Fluxograma Representação gráfica da definição, análise e solução de um problema, por meio de símbolos geométricos e notações simbólicas. Usado em áreas diversas, como administração de empresas e informática. Organograma Linear No organograma linear (linear chart), as relações entre uma atividade/decisão e uma área/função/cargo estão muito explícitas. Sua utilidade como ferramenta de planejamento num projeto é determinar a participação e a responsabilidade dos principais envolvidos em cada atividade. O organograma linear é representado graficamente por uma matriz que relaciona as atividades/decisões mais significativas do projeto(formadas pelas linhas da matriz) e os principais cargos /áreas/funções envolvidas (as colunas). É muito indicado no caso de necessidade de detalhar a responsabilidade de cada participante. UM MODELO INTEGRADO PARA O REDESENHO DE PROCESSOS Os anos noventa, marcados pela recessão global e pela competitividade acirrada dos países emergentes (por exemplo os Tigres Asiáticos), tem obrigado as organizações ocidentais a um constante repensar de suas práticas gerenciais. Por exemplo, a forma hierárquica do modelo acabado de organização de Taylor (onde de um lado, existe uma cabeça pensante e de outro, um braço executante) já não mais satisfaz. Neste ambiente, as organizações estão descobrindo novos imperativos do administração (competir no mercado; aumentar a produtividade; fazer mais com menos; diminuir o custo unitário; aumentar vendas; proteger a margem de lucro sem aumentar os preços; conseguir tempos eficientes de resposta ao cliente; produzir com ciclos curtos; diferenciar-se pelo serviço e não pelo cliente; entre outros. Segundo Davenport (Davenport, 1993) a busca pela competitividade industrial na década de oitenta, levou as organizações mais avançadas a adotarem processos de melhoria continua (tipo TQM e TQC). Muitas dessas mesmas organizações, nos anos noventa, estão experimentando mudanças mais radicais através de processos de reengenharia. A maioria dos processos de mudança operacional, tais como melhoria contínua, estão focalizados no aprimoramento de produtos/serviços para clientes e fornecedores. A melhoria contínua requer mudanças incrementais ao longo de vários anos, e estas mudanças normalmente são pequenas e se localizam dentro da atual cultura da organização. Entretanto, algumas organizações têm reconhecido a necessidade de mudanças mais amplas, radicais, nas operações. A reengenharia de processos é o procedimento empregado para projetar tais mudanças radicais. II- Modelo Integrado O modelo integrado de reengenharia de processos com melhoria contínua para o redesenho de processos é composto de onze fases (algumas podem ser executadas em paralelo): 1. Preparação; 2. Identificação dos macro-processos e seleção do macro-processo prioritário; 3. Mapeamento do macro-processo prioritário, seleção e mapeamento do processo crítico; 4. Análise do processo crítico; Fase 1: Preparação O objetivo desta fase é estabelecer uma infra-estrutura para o emprego deste modelo integrado, em termos de formação de equipes (comitê executivo, equipes de redesenho e equipes de melhoria contínua), do processo de comunicação (forma de divulgação pela organização) e do gerenciamento da mudança (forma de condução). Fase 2: Identificação dos Macro-processos e Seleção do Macro- Processo Prioritário O objetivo desta fase é identificar os macro-processos, estabelecer prioridades e ajudar à tomada de decisões preliminares sobre os macro-processos prioritários que podem sofrer redesenho. A decisão sobre quais macro-processos devem sofrer redesenho pode recair entre os que causam maior impacto, os mais problemáticos, os que podem ser mais facilmente reformulados ou aqueles que não vão encontrar muita resistência interna ao redesenho de processos. Cada organização seleciona os macro-processos ou processos para o redesenho, de forma que lhe for mais apropriada. É de responsabilidade comitê executivo a definição dos critérios para selecionar os macro-processos para o redesenho (macro-processos prioritários). Esta definição de critérios deve estar relacionada, na medida do possível, com os indicadores de desempenho da organização. Aqueles macro-processos/processos, cujos indicadores de desempenho estão aquém das expectativas da organização são sérios candidatos para o redesenho. Entretanto, é fundamental nesta etapa, não perder a ligação com o processo estratégico definido pela organização. A seleção do macroprocesso prioritário para redesenho tem grande impacto nos negócios e, em consequência, nas vantagens competitivas. Fase 3: Mapeamento do Macro-Processo Prioritário, Seleção e Mapeamento do Processo Crítico Conhecimentos Específicos 52

189 Inicialmente, o mapeamento do macro-processo processo prioritário é o de alto nível. O mapeamento de alto nível deve apresentar as grandes entradas de fornecedores (frequentemente eles são fornecedores internos), três ou quatro grandes passos de transformação, e os produtos emergindo da transformação (saídas). Este mapeamento de alto nível deve ser estudado para permitir observações mais amplas a respeito do macroprocesso em análise. O processo a ser selecionado como crítico deve ser aquele com o qual a gerência ou os clientes não estejam satisfeitos. Normalmente, um ou mais dos motivos listados a seguir são a razão da escolha de um processo para o redesenho: - contém uma atividade que apresenta um fator crítico para os outros processos e/ou organização; - existe excesso de controles ou fraqueza operacional; - há atividades que consomem muitos recursos; - o layout é pouco funcional; - há atividades que apresentam condições de risco para o operador; - há atividades que afetam a eficiência do processo global; - é um processo gargalo ou contém uma atividade que representa um gargalo. Fase 4: Análise do Processo Crítico O objetivo desta fase é reunir informações que demonstrem as causas das falhas e/ou incompatibilidades identificadas no desempenho dos processos. As atividades fundamentais nesta etapa são a análise em termos de qualidade, custo, tempo e valor, análise de complexidade, e a determinação da forma básica do processo. Fase 5 - Benchmarking A análise interna dos processo crítico pode levar a grandes melhorias de desempenho, mas o redesenho dos processos às vezes só é conseguido fazendo benchmarking de processos semelhantes nas melhores organizações. O bjetivo desta etapa é promover benchmarking para descobrir alternativas comprovadamente inovadoras a serem empregadas na visão futura e no redesenho dos processos da organização. Fase 6 - Visão Futura do Processo Segundo Hammer (Hammer & Champy, 1993), a reengenharia exige dois ingredientes essenciais: o emprego da criatividade e do gerenciamento da mudança. A etapa mais estimulante e criativa do modelo integrado de redesenho é a de gerar opções que vão formar a base dos novos processos da organização. Isto é a visão futura do processo. O ponto de partida para a visão futura do processo consiste em definir, pelo comitê executivo, a missão e os limites do processo a ser redesenhado. As principais influências que moldam a visão futura do processo advém da compreensão das necessidades dos clientes, do desempenho do processo atual, do grau de extensão dos padrões de desempenho (benchmarking interno e externo) e da relação de opções de redesenho que complementam, e não limitam a visão. Fase 7 - Forma de Atuar sobre o Processo Nesta fase, realizam-se comparações entre o desempenho do processo atual e o previsto pelo processo futuro. Este procedimento possibilita determinar com exatidão as lacunas existentes entre os processos atuais e processos futuros. Em segundo lugar, conhecidas as lacunas, é o momento de fixar as metas para eliminar estes gaps. Isto é, metas observáveis, mensuráveis, acompanhadas de prazos, com grande probabilidade de ser atingidas e de colocar a organização favoravelmente em relação aos competidores. Após a identificação, mapeamento, análise dos processos críticos (processo atual) e a visão futura dos processos (processo futuro), conjugados ao emprego do benchmarking, tem-se as informações necessárias para decidir atuar através da melhoria ou da reengenharia do processo. Fase 8 - Redesenho do Processo O objetivo desta fase é detalhar a solução, que inclui o desenho e a quantificação do novo processo. Ou seja, como concretizar a visão futura do processo. A equipe de redesenho do processo deve levar em consideração, que cada processo existe para dar uma contribuição a um ou mais objetivos da organização. Objetivos estes delineados pelo processo estratégico, através da determinação da visão/missão da organização. Assim sendo, cada processo deve ser redesenhado de acordo com os objetivos do mesmo, os quais refletem a contribuição que aquele deve dar a um ou mais objetivos da organização. Os objetivos do processo provêm de três fontes: dos objetivos da organização, das necessidades/expectativas dos clientes e das informações advindas do benchmarking. A equipe de redesenho, de posse das informações oriundas das etapas anteriores (mapeamento do processo, análise do processos crítico, visão futura do processo, benchmarking e reavaliação do processo), pode então realizar o mapeamento ideal do processo. Há restrição, que o processo redesenhado deva ser mais eficiente e eficaz para a concretização dos objetivos propostos para o referido processo. Fase 9 - Implantação do Processo O objetivo desta fase é planejar a implementação da alternativa da solução escolhida, bem como realizar o treinamento, a comunicação e o suporte para viabilizar as mudanças. O processo redesenhado é implementado através de um piloto. Fase 10- Avaliação dos Resultados Obtidos O propósito desta fase é a avaliação do processo redesenhado para institucionalização na organização. Nesta é avaliado o desempenho do processo redesenhado, em termos indicadores de desempenho (tempo, custo, qualidade, entre outros), da satisfação dos clientes, da flexibilidade administrativa e das mudanças culturais em função das metas/objetivos propostos. Fase 11 - Aperfeiçoamento do Processo O objetivo desta fase é realizar o aperfeiçoamento contínuo e constante do processo redesenhado. Nesta fase é que as equipes de melhoria contínua são empregadas. Estas equipes são responsáveis pelo controle de atividades do dia-a-dia. IV - Considerações Finais O trabalho propõe a busca de um modelo que abarque a melhoria contínua e a reengenharia de processos com a finalidade de proporcionar um maior desempenho aos processos, no intuito de trazer vantagens competitivas para a organização. Destaca-se alguns aspectos gerais mais relevantes sobre a proposta desenvolvida e sua aplicação prática: modelo desenvolvido fundamentado numa abordagem sistêmica; redesenho realizado de baixo para cima; mudança de atitude, que leva a organização a pensar, organizar e a- gir horizontamente, em termos de processos interfuncionais, e não verticalmente, em termos de funções e departamentos. os processos redesenhados não precisam contestar a estrutura organizacional de um só vez; válido tanto para processos produtivos como para processos empresariais; uso de critérios quantitativos para aplicar reengenharia ou melhoria contínua; desmistifica a reeengenharia por meio de uma avaliação com critérios quantitativos para sua aplicação; exige-se tempo relativamente curto para as 7 primeiras fases (estimado em 3 meses). Luiz Veriano O. Dalla Valentina Osmar Possamai FLUXOGRAMAS A elaboração de fluxogramas de análise de processos é de fundamental importância para qualquer organização que deseja trabalhar com máxima eficiência, buscando aproveitar ao máximo os recursos, sejam eles financeiros ou humanos. Como constituição o fluxograma é uma ferramenta que permite padronizar processos de trabalho, que também pode ser utilizado em outras áreas, como exemplo o fluxograma produtivo. Mas neste artigo vou focar a importância do estabelecimento do fluxograma como ferramenta aplicada a gestão de processos e cargos. Podem ocorrer diversos problemas para a organização em decorrência da não utilização do fluxograma, ou seja, os processos básicos de cargos podem não estar claramente definidos. Quanto maior a organização (em quantidade de pessoas), maior será o problema, pois ocorre um efeito cascata, em decorrência dos problemas serem propagados para os níveis subsequentes. Entre alguns problemas mais comuns ocorridos quando os fluxogramas de análise de processos não são utilizados são as falhas operacionais, falta de padronização, baixa eficiência e a dificuldade ou impossibilidade da aplicação de melhoria contínua. Como as tarefas para processos específicos não estão delineadas, pode ocorrer de algum colaborador pular algum passo importante do processo, ou mesmo realizar alguma ação incorreta, por fim, pode resultar em re-trabalho e Conhecimentos Específicos 53

190 baixa eficiência. Outro ponto importante salientar que a longo prazo a organização pode sofrer problemas em relação a aplicação de mecanismos de melhoria continua, ou simplesmente não conseguir encontrar problemas devido a desorganização ou não padronização dos processos. Então para fomentar o desenvolvimento organizacional, a definição de fluxogramas de análise de processos torna-se importante, pois primeiramente padroniza os processos, desta forma, existe maior possibilidade na identificação de problemas em qualquer estágio, por fim, a organização não fica refém dos colaboradores, pois as definições de processos (o que deve ser feito e por quem) estão estabelecidas, o que resulta em aumento de produtividade. Mas podem existir problemas na definição dos fluxogramas quando o processo é altamente complexo, ou quando o cargo necessita de alta qualificação do colaborador. Nesses casos a aplicabilidade do fluxograma, e a definição dos processos é complexo e as vezes impossibilitada. Em contra partida os processos com baixa complexidade, ou cargos com baixa qualificação podem ser totalmente desenhados em fluxograma de análise de processo. Porém observo que em qualquer organização seguramente 80% (arbitrei pelo conhecimento empírico) dos processos podem ser padronizados através de fluxogramas, ou seja, esta é uma ferramenta extremamente importante para a gestão e de fácil aplicabilidade, mas mesmo assim muitas organizações não utilizam. Fonte: QUALIDADE: FERRAMENTAS DE CONTROLE Diagrama de Pareto Diagrama de Pareto é um gráfico de barras que ordena as frequências das ocorrências, da maior para a menor, permitindo a priorização dos problemas. Mostra ainda a curva de percentagens acumuladas. Sua maior utilidade é a de permitir uma fácil visualização e identificação das causas ou problemas mais importantes, possibilitando a concentração de esforços sobre os mesmos. É uma das sete ferramentas da qualidade. Diagramas de causa-efeito (espinha de peixe ou diagrama de Ishikawa). O Diagrama de Ishikawa ou Espinha-de-peixe é uma ferramenta gráfica utilizada pela Administração para o Gerenciamento e o Controle da Qualidade (CQ) em processos diversos. Originalmente proposto pelo engenheiro químico Kaoru Ishikawa em 1943 e aperfeiçoado nos anos seguintes. Também é conhecido como: diagrama causa-efeito, diagrama 4M, diagrama 5M e diagrama 6M. Este diagrama é conhecido como 6M pois, em sua estrutura, todos os tipos de problemas podem ser classificados como sendo de seis tipos diferentes: Método Matéria-prima Mão-de-obra Máquinas Medição Meio ambiente Este sistema permite estruturar hierarquicamente as causas de determinado problema ou oportunidade de melhoria, bem como seus efeitos sobre a qualidade. Permite também estruturar qualquer sistema que necessite de resposta de forma gráfica e sintética. O diagrama pode evoluir de uma estrutura hierárquica para um diagrama de relações, uma das sete ferramentas do Planejamento da Qualidade ou Sete Ferramentas da Qualidade por ele desenvolvidas, que apresenta uma estrutura mais complexa, não hierárquica Histogramas. Na estatística, um histograma é uma representação gráfica da distribuição de frequências de uma massa de medições, normalmente um gráfico de barras verticais. É uma das Sete Ferramentas da Qualidade. O histograma é um gráfico composto por retângulos justapostos em que a base de cada um deles corresponde ao intervalo de classe e a sua altura à respectiva frequência. Quando o número de dados aumenta indefinidamente e o intervalo de classe tende a zero, a distribuição de frequência passa para uma distribuição de densidade de probabilidades. A construção de histogramas tem caráter preliminar em qualquer estudo e é um importante indicador da distribuição de dados. Podem indicar se uma distribuição aproxima-se de uma função normal, como pode indicar mistura de populações quando se apresentam bimodais. Folhas de verificação. As folhas de verificação são tabelas ou planilhas usadas para facilitar a coleta e análise de dados. O uso de folhas de verificação economiza tempo, eliminando o trabalho de se desenhar figuras ou escrever números repetitivos. Além disso elas evitam comprometer a análise dos dados. É uma das sete ferramentas da qualidade Gráficos de dispersão. Um gráfico de dispersão constitui a melhor maneira de visualizar a relação entre duas variáveis quantitativas. É uma das sete ferramentas da qualidade. Coleta dados aos pares de duas variáveis (causa/efeito) para checar a existência real da relação entre essas variáveis. Fluxogramas. Fluxograma é um tipo de diagrama, e pode ser entendido como uma representação esquemática de um processo, muitas vezes feita através de gráficos que ilustram de forma descomplicada a transição de informações entre os elementos que o compõem. Podemos entendê-lo, na prática, como a documentação dos passos necessários para a execução de um processo qualquer. É uma das Sete Ferramentas da Qualidade. Muito utilizada em fábricas e industrias para a organização de produtos e processos. O Diagrama de Fluxo de Dados (DFD) utiliza do Fluxograma para modelagem e documentação de sistemas computacionais. Cartas de controle. Carta de controle é um tipo de gráfico, comumente utilizado para o a- companhamento durante um processo, determina uma faixa chamada de tolerância limitada pela linha superior (limite superior de controle) e uma linha inferior (limite inferior de controle) e uma linha média do processo, que foram estatisticamente determinadas. É uma das Sete Ferramentas da Qualidade. Realizada em amostras extraídas durante o processo, supõe-se distribuição normal das características da qualidade. O objetivo é verificar se o processo está sob controle. Este controle é feito através do gráfico. Tipos de Cartas de Controle: Controle por variáveis Controle por atributos Ishikawa observou que embora nem todos os problemas pudessem ser resolvidos por essas ferramentas, ao menos 95% poderiam ser, e que qualquer trabalhador fabril poderia efetivamente utilizá-las. Embora algumas dessas ferramentas já fossem conhecidas havia algum tempo, Ishikawa as organizou especificamente para aperfeiçoar o Controle de Qualidade Industrial nos anos 60. Talvez o alcance maior dessas ferramentas tenha sido a instrução dos Círculos de Controle de Qualidade (CCQ). Seu sucesso surpreendeu a todos, especialmente quando foram exportados do Japão para o ocidente. Esse aspecto essencial do Gerenciamento da Qualidade foi responsável por muitos dos acréscimos na qualidade dos produtos japoneses, e posteriormente muitos dos produtos e serviços de classe mundial, durante as últimas três décadas. QUALIDADE GRÁFICOS E FERRAMENTAS DE CONTROLE II As sete ferramentas do controle de qualidade são: Diagrama de Pareto Conhecimentos Específicos 54

191 Diagramas de causa-efeito (espinha de peixe ou diagrama de Ishikawa) Histogramas Folhas de verificação Gráficos de dispersão Fluxogramas Cartas de controle Diagrama de Pareto Diagrama de Pareto é um gráfico de barras que ordena as frequências das ocorrências, da maior para a menor, permitindo a priorização dos problemas. Mostra ainda a curva de percentagens acumuladas. Sua maior utilidade é a de permitir uma fácil visualização e identificação das causas ou problemas mais importantes, possibilitando a concentração de esforços sobre os mesmos. É uma das sete ferramentas da qualidade. Diagrama espinha de peixe Definição O Diagrama de Ishikawa ou Espinha-de-peixe é uma ferramenta gráfica utilizada pela Administração da Naturativa para o Gerenciamento e o Controle da Qualidade (CQ) em processos diversos de manipulação das fórmulas. Originalmente proposto pelo engenheiro químico Kaoru Ishikawa em 1943 e aperfeiçoado nos anos seguintes. Também é conhecido como: diagrama causa-efeito, diagrama 4M, diagrama 5M e diagrama 6M. Este diagrama é conhecido como 6M pois, em sua estrutura, todos os tipos de problemas podem ser classificados como sendo de seis tipos diferentes: Método Matéria-prima Mão-de-obra Máquinas Medição Meio ambiente Este sistema permite estruturar hierarquicamente as causas de determinado problema ou oportunidade de melhoria, bem como seus efeitos sobre a qualidade dos produtos oferecidos pela Naturativa. Permite também estruturar qualquer sistema que necessite de resposta de forma gráfica e sintética( melhor visualização). O diagrama pode evoluir de uma estrutura hierárquica para um diagrama de relações, uma das sete ferramentas do Planejamento da Qualidade ou Sete Ferramentas da Qualidade por ele desenvolvidas, que apresenta uma estrutura mais complexa, não hierárquica da Naturativa. Graficamente, a estrutura de um gráfico espinha-de-peixe é tal como se segue Ishikawa observou que embora nem todos os problemas pudessem ser resolvidos por essas ferramentas, ao menos 95% poderiam ser, e que qualquer trabalhador fabril poderia efetivamente utilizá-las. Embora algumas dessas ferramentas já fossem conhecidas havia algum tempo, Ishikawa as organizou especificamente para aperfeiçoar o Controle de Qualidade Industrial nos anos 60. Talvez o alcance maior dessas ferramentas tenha sido a instrução dos Círculos de Controle de Qualidade (CCQ). Seu sucesso surpreendeu a todos, especialmente quando foram exportados do Japão para o ocidente. Esse aspecto essencial do Gerenciamento da Qualidade foi responsável por muitos dos acréscimos na qualidade dos produtos japoneses, e posteriormente muitos dos produtos e serviços de classe mundial por isso a Naturativa optou na utilização dessa ferramenta. O Diagrama espinha de peixe pode ser utilizado na verificação e validação de software. Fatores Críticos de Sucesso Envolver todos os interessados na Naturativa /atingidos pelo processo. Não criticar ideias e sugestões. Agrupar as causas conjuntamente. Não sobrecarregar o diagrama. Construir um diagrama para cada problema/defeito localizado no processo da Naturativa. Listar todas as causas mais prováveis. Criar ambiente favorável à solução do problema. Entender claramente cada causa e seus possíveis efeitos. Utilização Esta ferramenta pode ser utilizada não apenas na CQ (Controle de Qualidade) ou na CCQ mas a qualquer momento e por qualquer um. Já foi utilizado pela Polícia Militar de São Paulo para a localização e captura do Maníaco do Parque. Pode ser usada por qualquer pessoa para conseguir solucionar um problema na vida pessoal, ou seja, não há limites. Histograma Na estatística, um histograma é uma representação gráfica da distribuição de frequências de uma massa de medições, normalmente um gráfico de barras verticais. É uma das Sete Ferramentas da Qualidade. A Naturativa optou pela utilização do Diagrama de causa- efeito como ferramenta de medição de sua Qualidade Iremos destacar citar abaixo as Sete Ferramentas da Qualidade existentes: 1. Gráfico de Pareto. 2. Diagramas de causa-efeito (espinha de peixe ou diagrama de Ishikawa). 3. Histogramas. 4. Folhas de verificação. 5. Gráficos de dispersão. 6. Fluxogramas. 7. Cartas de controle. O histograma é um gráfico composto por retângulos justapostos em que a base de cada um deles corresponde ao intervalo de classe e a sua altura à respectiva frequência. Quando o número de dados aumenta indefinidamente e o intervalo de classe tende a zero, a distribuição de frequência passa para uma distribuição de densidade de probabilidades. A construção de histogramas tem caráter preliminar em qualquer estudo e é um importante indicador da distribuição de dados. Podem indicar se uma distribuição aproxima-se de uma função normal, como pode indicar mistura de populações quando se apresentam bimodais. Folha de verificação As folhas de verificação são tabelas ou planilhas usadas para facilitar a coleta e análise de dados. O uso de folhas de verificação economiza tempo, eliminando o trabalho de se desenhar figuras ou escrever números repetitivos. Além disso elas evitam comprometer a análise dos dados. É uma das sete ferramentas da qualidade. Gráfico de dispersão Um gráfico de dispersão constitui a melhor maneira de visualizar a relação entre duas variáveis quantitativas. É uma das sete ferramentas da qualidade. Coleta dados aos pares de duas variáveis (causa/efeito) para checar a existência real da relação entre essas variáveis. Conhecimentos Específicos 55

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