ÍNDICE. Classes e emprego de palavras. Morfologia. Vozes do Verbo. Emprego de tempos e modos verbais... 18

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1 Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas SUSAM Agente Administrativo ÍNDICE LÍNGUA PORTUGUESA: Leitura, interpretação e compreensão de texto Ortografia oficial Acentuação gráfica Emprego de letras e divisão silábica Pontuação... 4 Classes e emprego de palavras. Morfologia. Vozes do Verbo. Emprego de tempos e modos verbais Sintaxe Concordância nominal e verbal Significado das palavras: sinônimos, antônimos Denotação e conotação Crase Regência nominal e verbal Análise sintática: coordenação e subordinação Figuras de linguagem Fonologia MATEMÁTICA: Números naturais. Operação no conjunto dos números inteiros e racionais: adição, subtração, multiplicação e divisão. Múltiplos e divisores de um número inteiro. Máximo Divisor Comum (MDC) e Mínimo Múltiplo Comum (MMC) de um número natural Proporcionalidade: razão e proporção Regra de três simples e composta Porcentagem Introdução à estatística: gráficos... 3 Média aritmética, média aritmética ponderada Geometria: sólidos geométricos, polígonos e ângulos Agente Administrativo

2 Sistemas de medidas decimais: medidas de comprimento (perímetro), de superfície, de capacidade, de volume e de massa, medidas de tempo Equações do 1º grau. Sistemas de equações do 1º grau com duas variáveis. Inequações de 1º grau. Resolução de problemas CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Serviços e rotinas de protocolo, expedição e arquivo. Classificação de documentos e correspondências Correspondência oficial... 8 Processos administrativos. Formação, autuação e tramitação... 3 Gestão de material e controle de estoques e almoxarifado Organização administrativa dos serviços públicos... 3 Qualidade no atendimento ao público. A imagem da instituição, a imagem profissional, sigilo e postura. Formas de tratamento Noções de informática: conceitos básicos de software e hardware. Ambiente Windows XP ou Editor de texto MS Word 007/ Conceitos de Internet e intranet. Internet Explorer. Correio eletrônico (webmail) Cópias de segurança (backup) Conceito e organização de arquivos (pastas/diretórios) Noções básicas de armazenamento de dados (planilhas eletrônicas do MS Excel 007/010) Agente Administrativo

3 A PRESENTE APOSTILA NÃO ESTÁ VINCULADA A EMPRESA ORGANIZADORA DO CONCURSO PÚBLICO A QUE SE DESTINA, ASSIM COMO SUA AQUISIÇÃO NÃO GARANTE A INSCRIÇÃO DO CANDIDATO OU MESMO O SEU INGRESSO NA CARREIRA PÚBLICA. O CONTEÚDO DESTA APOSTILA ALMEJA ENGLOBAR AS EXIGENCIAS DO EDITAL, PORÉM, ISSO NÃO IMPEDE QUE SE UTILIZE O MANUSEIO DE LIVROS, SITES, JORNAIS, REVISTAS, ENTRE OUTROS MEIOS QUE AMPLIEM OS CONHECIMENTOS DO CANDIDATO, PARA SUA MELHOR PREPARAÇÃO. ATUALIZAÇÕES LEGISLATIVAS, QUE NÃO TENHAM SIDO COLOCADAS À DISPOSIÇÃO ATÉ A DATA DA ELABORAÇÃO DA APOSTILA, PODERÃO SER ENCONTRADAS GRATUITAMENTE NO SITE DA APOSTILAS OPÇÃO, OU NOS SITES GOVERNAMENTAIS. INFORMAMOS QUE NÃO SÃO DE NOSSA RESPONSABILIDADE AS ALTERAÇÕES E RETIFICAÇÕES NOS EDITAIS DOS CONCURSOS, ASSIM COMO A DISTRIBUIÇÃO GRATUITA DO MATERIAL RETIFICADO, NA VERSÃO IMPRESSA, TENDO EM VISTA QUE NOSSAS APOSTILAS SÃO ELABORADAS DE ACORDO COM O EDITAL INICIAL. QUANDO ISSO OCORRER, INSERIMOS EM NOSSO SITE, NO LINK ERRATAS, A MATÉRIA ALTERADA, E DISPONIBILIZAMOS GRATUITAMENTE O CONTEÚDO ALTERADO NA VERSÃO VIRTUAL PARA NOSSOS CLIENTES. CASO HAJA ALGUMA DÚVIDA QUANTO AO CONTEÚDO DESTA APOSTILA, O ADQUIRENTE DESTA DEVE ACESSAR O SITE E ENVIAR SUA DÚVIDA, A QUAL SERÁ RESPONDIDA O MAIS BREVE POSSÍVEL, ASSIM COMO PARA CONSULTAR ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS E POSSÍVEIS ERRATAS. TAMBÉM FICAM À DISPOSIÇÃO DO ADQUIRENTE DESTA APOSTILA O TELEFONE (11) , DENTRO DO HORÁRIO COMERCIAL, PARA EVENTUAIS CONSULTAS. EVENTUAIS RECLAMAÇÕES DEVERÃO SER ENCAMINHADAS POR ESCRITO, RESPEITANDO OS PRAZOS ESTITUÍDOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. É PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTA APOSTILA, DE ACORDO COM O ARTIGO 184 DO CÓDIGO PENAL. APOSTILAS OPÇÃO

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5 isso, uma resposta pode estar certa para responder à pergunta, mas não ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra alternativa mais completa. Língua Portuguesa LEITURA, INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO DE TEXTO Os concursos apresentam questões interpretativas que têm por finalidade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de necessitar de um bom léxico internalizado. As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um confronto entre todas as partes que compõem o texto. Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por trás do texto e as inferências a que ele remete. Este procedimento justificase por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do autor diante de uma temática qualquer. Denotação e Conotação Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expressão gráfica, palavra) e significado, por esta ligação representar uma convenção. É baseado neste conceito de signo linguístico (significante + significado) que se constroem as noções de denotação e conotação. O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, o chamado sentido verdadeiro, real. Já o uso conotativo das palavras é a atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compreensão, depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada construção frasal, uma nova relação entre significante e significado. Os textos literários exploram bastante as construções de base conotativa, numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações diferenciadas em seus leitores. Ainda com base no signo linguístico, encontra-se o conceito de polissemia (que tem muitas significações). Algumas palavras, dependendo do contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz... Neste caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e esclareçam o sentido. Como Ler e Entender Bem um Texto Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extraem-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para resumir a ideia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça a memória visual, favorecendo o entendimento. Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva, há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim de responder às interpretações que a banca considerou como pertinentes. No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momentos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica da fonte e na identificação do autor. A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não, exceto, errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha adequada. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por 1 Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descontextualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta será mais consciente e segura. Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de texto. Para isso, devemos observar o seguinte: 01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto; 0. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá até o fim, ininterruptamente; 03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo monos umas três vezes ou mais; 04. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas; 05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar; 06. Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor; 07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor compreensão; 08. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto correspondente; 09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão; 10. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de...), não, correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se perguntou e o que se pediu; 11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais exata ou a mais completa; 1. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de lógica objetiva; 13. Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais; 14. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta, mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto; 15. Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a resposta; 16. Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor, definindo o tema e a mensagem; 17. O autor defende ideias e você deve percebê-las; 18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantíssimos na interpretação do texto. Ex.: Ele morreu de fome. de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização do fato (= morte de "ele"). Ex.: Ele morreu faminto. faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava quando morreu.; 19. As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as ideias estão coordenadas entre si; 0. Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado. Eraldo Cunegundes ELEMENTOS CONSTITUTIVOS TEXTO NARRATIVO As personagens: São as pessoas, ou seres, viventes ou não, forças naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desenrolar dos fatos. Toda narrativa tem um protagonista que é a figura central, o herói ou heroína, personagem principal da história. O personagem, pessoa ou objeto, que se opõe aos designos do protagonista, chama-se antagonista, e é com ele que a personagem principal contracena em primeiro plano.

6 As personagens secundárias, que são chamadas também de comparsas, são os figurantes de influência menor, indireta, não decisiva na narração. O narrador que está a contar a história também é uma personagem, pode ser o protagonista ou uma das outras personagens de menor importância, ou ainda uma pessoa estranha à história. qual a história está sendo contada. Como já vimos, a narração é feita em 1 a pessoa ou 3 a pessoa. Formas de apresentação da fala das personagens Como já sabemos, nas histórias, as personagens agem e falam. Há três maneiras de comunicar as falas das personagens. Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de personagem: as planas: que são definidas por um traço característico, elas não alteram seu comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos e tendem à caricatura; as redondas: são mais complexas tendo uma dimensão psicológica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas reações perante os acontecimentos. Sequência dos fatos (enredo): Enredo é a sequência dos fatos, a trama dos acontecimentos e das ações dos personagens. No enredo podemos distinguir, com maior ou menor nitidez, três ou quatro estágios progressivos: a exposição (nem sempre ocorre), a complicação, o climax, o desenlace ou desfecho. Na exposição o narrador situa a história quanto à época, o ambiente, as personagens e certas circunstâncias. Nem sempre esse estágio ocorre, na maioria das vezes, principalmente nos textos literários mais recentes, a história começa a ser narrada no meio dos acontecimentos ( in média ), ou seja, no estágio da complicação quando ocorre e conflito, choque de interesses entre as personagens. O clímax é o ápice da história, quando ocorre o estágio de maior tensão do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho, ou seja, a conclusão da história com a resolução dos conflitos. Os fatos: São os acontecimentos de que as personagens participam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o gênero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento cotidiano constitui uma crônica, o relato de um drama social é um romance social, e assim por diante. Em toda narrativa há um fato central, que estabelece o caráter do texto, e há os fatos secundários, relacionados ao principal. Espaço: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lugares, ou mesmo em um só lugar. O texto narrativo precisa conter informações sobre o espaço, onde os fatos acontecem. Muitas vezes, principalmente nos textos literários, essas informações são extensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos textos narrativo. Tempo: Os fatos que compõem a narrativa desenvolvem-se num determinado tempo, que consiste na identificação do momento, dia, mês, ano ou época em que ocorre o fato. A temporalidade salienta as relações passado/presente/futuro do texto, essas relações podem ser linear, isto é, seguindo a ordem cronológica dos fatos, ou sofre inversões, quando o narrador nos diz que antes de um fato que aconteceu depois. O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O cronológico é o tempo material em que se desenrola à ação, isto é, aquele que é medido pela natureza ou pelo relógio. O psicológico não é mensurável pelos padrões fixos, porque é aquele que ocorre no interior da personagem, depende da sua percepção da realidade, da duração de um dado acontecimento no seu espírito. Narrador: observador e personagem: O narrador, como já dissemos, é a personagem que está a contar a história. A posição em que se coloca o narrador para contar a história constitui o foco, o aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracterizado por: - visão por detrás : o narrador conhece tudo o que diz respeito às personagens e à história, tendo uma visão panorâmica dos acontecimentos e a narração é feita em 3 a pessoa. - visão com : o narrador é personagem e ocupa o centro da narrativa que é feito em 1 a pessoa. - visão de fora : o narrador descreve e narra apenas o que vê, aquilo que é observável exteriormente no comportamento da personagem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narrador é um observador e a narrativa é feita em 3 a pessoa. Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de apresentar um foco narrativo, isto é, o ponto de vista através do Língua Portuguesa Discurso Direto: É a representação da fala das personagens através do diálogo. Exemplo: Zé Lins continuou: carnaval é festa do povo. O povo é dono da verdade. Vem a polícia e começa a falar em ordem pública. No carnaval a cidade é do povo e de ninguém mais. No discurso direto é frequente o uso dos verbo de locução ou descendi: dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e de travessões. Porém, quando as falas das personagens são curtas ou rápidas os verbos de locução podem ser omitidos. Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas próprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens. Exemplo: Zé Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passados, os meus primeiros passos em liberdade, a fraternidade que nos reunia naquele momento, a minha literatura e os menos sombrios por vir. Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se mistura à fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narração. Exemplo: Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando alto. Quando me viram, sem chapéu, de pijama, por aqueles lugares, deram-me bons-dias desconfiados. Talvez pensassem que estivesse doido. Como poderia andar um homem àquela hora, sem fazer nada de cabeça no tempo, um branco de pés no chão como eles? Só sendo doido mesmo. (José Lins do Rego) TEXTO DESCRITIVO Descrever é fazer uma representação verbal dos aspectos mais característicos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc. As perspectivas que o observador tem do objeto são muito importantes, tanto na descrição literária quanto na descrição técnica. É esta atitude que vai determinar a ordem na enumeração dos traços característicos para que o leitor possa combinar suas impressões isoladas formando uma imagem unificada. Uma boa descrição vai apresentando o objeto progressivamente, variando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a pouco. Podemos encontrar distinções entre uma descrição literária e outra técnica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas: Descrição Literária: A finalidade maior da descrição literária é transmitir a impressão que a coisa vista desperta em nossa mente através do sentidos. Daí decorrem dois tipos de descrição: a subjetiva, que reflete o estado de espírito do observador, suas preferências, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e não o que vê realmente; já a objetiva traduz a realidade do mundo objetivo, fenomênico, ela é exata e dimensional. Descrição de Personagem: É utilizada para caracterização das personagens, pela acumulação de traços físicos e psicológicos, pela enumeração de seus hábitos, gestos, aptidões e temperamento, com a finalidade de situar personagens no contexto cultural, social e econômico. Descrição de Paisagem: Neste tipo de descrição, geralmente o observador abrange de uma só vez a globalidade do panorama, para depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as partes mais típicas desse todo. Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes dos interiores, dos ambientes em que ocorrem as ações, tentando dar ao leitor uma

7 visualização das suas particularidades, de seus traços distintivos e típicos. Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição movimentada, que se desenvolve progressivamente no tempo. É a descrição de um incêndio, de uma briga, de um naufrágio. Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das características gerais da literatura, com a distinção de que nela se utiliza um vocabulário mais preciso, salientando-se com exatidão os pormenores. É predominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer convencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanismos, a fenômenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc. TEXTO DISSERTATIVO Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertação consta de uma série de juízos a respeito de um determinado assunto ou questão, e pressupõe um exame crítico do assunto sobre o qual se vai escrever com clareza, coerência e objetividade. A dissertação pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questão. A linguagem usada é a referencial, centrada na mensagem, enfatizando o contexto. Quanto à forma, ela pode ser tripartida em: Introdução: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados fundamentais do assunto que está tratando. É a enunciação direta e objetiva da definição do ponto de vista do autor. Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias colocadas na introdução serão definidas com os dados mais relevantes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideias articuladas entre si, de forma que a sucessão deles resulte num conjunto coerente e unitário que se encaixa na introdução e desencadeia a conclusão. Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado pela síntese da ideia central. Na conclusão o autor reforça sua opinião, retomando a introdução e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer em um dissertação, cabe fazermos a distinção entre fatos, hipótese e opinião. - Fato: É o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; é a obra ou ação que realmente se praticou. - Hipótese: É a suposição feita acerca de uma coisa possível ou não, e de que se tiram diversas conclusões; é uma afirmação sobre o desconhecido, feita com base no que já é conhecido. - Opinião: Opinar é julgar ou inserir expressões de aprovação ou desaprovação pessoal diante de acontecimentos, pessoas e objetos descritos, é um parecer particular, um sentimento que se tem a respeito de algo. O TEXTO ARGUMENTATIVO Baseado em Adilson Citelli A linguagem é capaz de criar e representar realidades, sendo caracterizada pela identificação de um elemento de constituição de sentidos. Os discursos verbais podem ser formados de várias maneiras, para dissertar ou argumentar, descrever ou narrar, colocamos em práticas um conjunto de referências codificadas há muito tempo e dadas como estruturadoras do tipo de texto solicitado. Para se persuadir por meio de muitos recursos da língua é necessário que um texto possua um caráter argumentativo/descritivo. A construção de um ponto de vista de alguma pessoa sobre algo, varia de acordo com a sua análise e esta dar-se-á a partir do momento em que a compreensão do conteúdo, ou daquilo que fora tratado seja concretado. A formação discursiva é responsável pelo emassamento do conteúdo que se deseja transmitir, ou persuadir, e nele teremos a formação do ponto de vista do sujeito, suas análises das coisas e suas opiniões. Nelas, as opiniões o que fazemos é soltar concepções que tendem a ser orientadas no meio em que o indivíduo viva. Vemos que o sujeito lança suas opiniões com o simples e decisivo intuito de persuadir e fazer suas explanações renderem o convencimento do ponto de vista de algo/alguém. Língua Portuguesa 3 Na escrita, o que fazemos é buscar intenções de sermos entendidos e desejamos estabelecer um contato verbal com os ouvintes e leitores, e todas as frases ou palavras articuladas produzem significações dotadas de intencionalidade, criando assim unidades textuais ou discursivas. Dentro deste contexto da escrita, temos que levar em conta que a coerência é de relevada importância para a produção textual, pois nela se dará uma sequência das ideias e da progressão de argumentos a serem explanadas. Sendo a argumentação o procedimento que tornará a tese aceitável, a apresentação de argumentos atingirá os seus interlocutores em seus objetivos; isto se dará através do convencimento da persuasão. Os mecanismos da coesão e da coerência serão então responsáveis pela unidade da formação textual. Dentro dos mecanismos coesivos, podem realizar-se em contextos verbais mais amplos, como por jogos de elipses, por força semântica, por recorrências lexicais, por estratégias de substituição de enunciados. Um mecanismo mais fácil de fazer a comunicação entre as pessoas é a linguagem, quando ela é em forma da escrita e após a leitura, (o que ocorre agora), podemos dizer que há de ter alguém que transmita algo, e outro que o receba. Nesta brincadeira é que entra a formação de argumentos com o intuito de persuadir para se qualificar a comunicação; nisto, estes argumentos explanados serão o germe de futuras tentativas da comunicação ser objetiva e dotada de intencionalidade, (ver Linguagem e Persuasão). Sabe-se que a leitura e escrita, ou seja, ler e escrever; não tem em sua unidade a mono característica da dominação do idioma/língua, e sim o propósito de executar a interação do meio e cultura de cada indivíduo. As relações intertextuais são de grande valia para fazer de um texto uma alusão à outros textos, isto proporciona que a imersão que os argumentos dão tornem esta produção altamente evocativa. A paráfrase é também outro recurso bastante utilizado para trazer a um texto um aspecto dinâmico e com intento. Juntamente com a paródia, a paráfrase utiliza-se de textos já escritos, por alguém, e que tornam-se algo espetacularmente incrível. A diferença é que muitas vezes a paráfrase não possui a necessidade de persuadir as pessoas com a repetição de argumentos, e sim de esquematizar novas formas de textos, sendo estes diferentes. A criação de um texto requer bem mais do que simplesmente a junção de palavras a uma frase, requer algo mais que isto. É necessário ter na escolha das palavras e do vocabulário o cuidado de se requisitá-las, bem como para se adotá-las. Um texto não é totalmente autoexplicativo, daí vem a necessidade de que o leitor tenha um emassado em seu histórico uma relação interdiscursiva e intertextual. As metáforas, metonímias, onomatopeias ou figuras de linguagem, entram em ação inseridos num texto como um conjunto de estratégias capazes de contribuir para os efeitos persuasivos dele. A ironia também é muito utilizada para causar este efeito, umas de suas características salientes, é que a ironia dá ênfase à gozação, além de desvalorizar ideias, valores da oposição, tudo isto em forma de piada. Uma das últimas, porém não menos importantes, formas de persuadir através de argumentos, é a Alusão ("Ler não é apenas reconhecer o dito, mais também o não-dito"). Nela, o escritor trabalha com valores, ideias ou conceitos pré estabelecidos, sem porém com objetivos de forma clara e concisa. O que acontece é a formação de um ambiente poético e sugerível, capaz de evocar nos leitores algo, digamos, uma sensação... Texto Base: CITELLI, Adilson; O Texto Argumentativo São Paulo SP, Editora..Scipione, ª edição. TIPOLOGIA TEXTUAL A todo o momento nos deparamos com vários textos, sejam eles verbais e não verbais. Em todos há a presença do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo que está sendo transmitido entre os interlocutores. Esses interlocutores são as peças principais em um diálogo ou em um texto escrito, pois nunca escrevemos para nós mesmos, nem mesmo falamos sozinhos.

8 É de fundamental importância sabermos classificar os textos dos quais travamos convivência no nosso dia a dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais e gêneros textuais. Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opinião sobre determinado assunto, ou descrevemos algum lugar pelo qual visitamos, e ainda, fazemos um retrato verbal sobre alguém que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente nestas situações corriqueiras que classificamos os nossos textos naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e Dissertação. Para melhor exemplificarmos o que foi dito, tomamos como exemplo um Editorial, no qual o autor expõe seu ponto de vista sobre determinado assunto, uma descrição de um ambiente e um texto literário escrito em prosa. Em se tratando de gêneros textuais, a situação não é diferente, pois se conceituam como gêneros textuais as diversas situações sociocomunciativas que participam da nossa vida em sociedade. Como exemplo, temos: uma receita culinária, um , uma reportagem, uma monografia, e assim por diante. Respectivamente, tais textos classificar-seiam como: instrucional, correspondência pessoal (em meio eletrônico), texto do ramo jornalístico e, por último, um texto de cunho científico. Mas como toda escrita perfaz-se de uma técnica para compô-la, é extremamente importante que saibamos a maneira correta de produzir esta gama de textos. À medida que a praticamos, vamos nos aperfeiçoando mais e mais na sua performance estrutural. Por Vânia Duarte O Conto É um relato em prosa de fatos fictícios. Consta de três momentos perfeitamente diferenciados: começa apresentando um estado inicial de equilíbrio; segue com a intervenção de uma força, com a aparição de um conflito, que dá lugar a uma série de episódios; encerra com a resolução desse conflito que permite, no estágio final, a recuperação do equilíbrio perdido. Todo conto tem ações centrais, núcleos narrativos, que estabelecem entre si uma relação causal. Entre estas ações, aparecem elementos de recheio (secundários ou catalíticos), cuja função é manter o suspense. Tanto os núcleos como as ações secundárias colocam em cena personagens que as cumprem em um determinado lugar e tempo. Para a apresentação das características destes personagens, assim como para as indicações de lugar e tempo, apela-se a recursos descritivos. Um recurso de uso frequente nos contos é a introdução do diálogo das personagens, apresentado com os sinais gráficos correspondentes (os travessões, para indicar a mudança de interlocutor). A observação da coerência temporal permite ver se o autor mantém a linha temporal ou prefere surpreender o leitor com rupturas de tempo na apresentação dos acontecimentos (saltos ao passado ou avanços ao futuro). A demarcação do tempo aparece, geralmente, no parágrafo inicial. Os contos tradicionais apresentam fórmulas características de introdução de temporalidade difusa: "Era uma vez...", "Certa vez...". Os tempos verbais desempenham um papel importante na construção e na interpretação dos contos. Os pretéritos imperfeito e o perfeito predominam na narração, enquanto que o tempo presente aparece nas descrições e nos diálogos. O pretérito imperfeito apresenta a ação em processo, cuja incidência chega ao momento da narração: "Rosário olhava timidamente seu pretendente, enquanto sua mãe, da sala, fazia comentários banais sobre a história familiar." O perfeito, ao contrário, apresenta as ações concluídas no passado: "De repente, chegou o pai com suas botas sujas de barro, olhou sua filha, depois o pretendente, e, sem dizer nada, entrou furioso na sala". A apresentação das personagens ajusta-se à estratégia da definibilidade: são introduzidas mediante uma construção nominal iniciada por um artigo indefinido (ou elemento equivalente), que depois é substituído pelo definido, por um nome, um pronome, etc.: "Uma mulher muito bonita entrou apressadamente na sala de embarque e olhou à volta, procurando alguém impacientemente. A mulher parecia ter fugido de um filme romântico dos anos 40." O narrador é uma figura criada pelo autor para apresentar os fatos que constituem o relato, é a voz que conta o que está acontecendo. Esta voz pode ser de uma personagem, ou de uma testemunha que conta os fatos na primeira pessoa ou, também, pode ser a voz de uma terceira pessoa que não intervém nem como ator nem como testemunha. Além disso, o narrador pode adotar diferentes posições, diferentes pontos de vista: pode conhecer somente o que está acontecendo, isto é, o que as personagens estão fazendo ou, ao contrário, saber de tudo: o que fazem, pensam, sentem as personagens, o que lhes aconteceu e o que lhes acontecerá. Estes narradores que sabem tudo são chamados oniscientes. A Novela É semelhante ao conto, mas tem mais personagens, maior número de complicações, passagens mais extensas com descrições e diálogos. As personagens adquirem uma definição mais acabada, e as ações secundárias podem chegar a adquirir tal relevância, de modo que terminam por converter-se, em alguns textos, em unidades narrativas independentes. A Obra Teatral Os textos literários que conhecemos como obras de teatro (dramas, tragédias, comédias, etc.) vão tecendo diferentes histórias, vão desenvolvendo diversos conflitos, mediante a interação linguística das personagens, quer dizer, através das conversações que têm lugar entre os participantes nas situações comunicativas registradas no mundo de ficção construído pelo texto. Nas obras teatrais, não existe um narrador que conta os fatos, mas um leitor que vai conhecendo-os através dos diálogos e/ ou monólogos das personagens. Devido à trama conversacional destes textos, torna-se possível encontrar neles vestígios de oralidade (que se manifestam na linguagem espontânea das personagens, através de numerosas interjeições, de alterações da sintaxe normal, de digressões, de repetições, de dêiticos de lugar e tempo. Os sinais de interrogação, exclamação e sinais auxiliares servem para moldar as propostas e as réplicas e, ao mesmo tempo, estabelecem os turnos de palavras. As obras de teatro atingem toda sua potencialidade através da representação cênica: elas são construídas para serem representadas. O diretor e os atores orientam sua interpretação. Estes textos são organizados em atos, que estabelecem a progressão temática: desenvolvem uma unidade informativa relevante para cada contato apresentado. Cada ato contém, por sua vez, diferentes cenas, determinadas pelas entradas e saídas das personagens e/ou por diferentes quadros, que correspondem a mudanças de cenografias. Nas obras teatrais são incluídos textos de trama descritiva: são as chamadas notações cênicas, através das quais o autor dá indicações aos atores sobre a entonação e a gestualidade e caracteriza as diferentes cenografias que considera pertinentes para o desenvolvimento da ação. Estas notações apresentam com frequência orações unimembres e/ou bimembres de predicado não verbal. O Poema Texto literário, geralmente escrito em verso, com uma distribuição espacial muito particular: as linhas curtas e os agrupamentos em estrofe dão relevância aos espaços em branco; então, o texto emerge da página com uma silhueta especial que nos prepara para sermos introduzidos nos misteriosos labirintos da linguagem figurada. Pede uma leitura em voz alta, para captar o ritmo dos versos, e promove uma tarefa de abordagem que pretende extrair a significação dos recursos estilísticos empregados pelo poeta, quer seja para expressar seus sentimentos, suas emoções, sua versão da realidade, ou para criar atmosferas de mistério de surrealismo, relatar epopeias (como nos romances tradicionais), ou, ainda, para apresentar ensinamentos morais (como nas fábulas). O ritmo - este movimento regular e medido - que recorre ao valor sonoro das palavras e às pausas para dar musicalidade ao poema, é parte Língua Portuguesa 4

9 essencial do verso: o verso é uma unidade rítmica constituída por uma série métrica de sílabas fônicas. A distribuição dos acentos das palavras que compõem os versos tem uma importância capital para o ritmo: a musicalidade depende desta distribuição. Lembramos que, para medir o verso, devemos atender unicamente à distância sonora das sílabas. As sílabas fônicas apresentam algumas diferenças das sílabas ortográficas. Estas diferenças constituem as chamadas licenças poéticas: a diérese, que permite separar os ditongos em suas sílabas; a sinérese, que une em uma sílaba duas vogais que não constituem um ditongo; a sinalefa, que une em uma só sílaba a sílaba final de uma palavra terminada em vogal, com a inicial de outra que inicie com vogal ou h; o hiato, que anula a possibilidade da sinalefa. Os acentos finais também incidem no levantamento das sílabas do verso. Se a última palavra é paroxítona, não se altera o número de sílabas; se é oxítona, soma-se uma sílaba; se é proparoxítona, diminui-se uma. A rima é uma característica distintiva, mas não obrigatória dos versos, pois existem versos sem rima (os versos brancos ou soltos de uso frequente na poesia moderna). A rima consiste na coincidência total ou parcial dos últimos fonemas do verso. Existem dois tipos de rimas: a consoante (coincidência total de vogais e consoante a partir da última vogal acentuada) e a assonante (coincidência unicamente das vogais a partir da última vogal acentuada). A métrica mais frequente dos versos vai desde duas até dezesseis sílabas. Os versos monossílabos não existem, já que, pelo acento, são considerados dissílabos. As estrofes agrupam versos de igual medida e de duas medidas diferentes combinadas regularmente. Estes agrupamentos vinculam-se à progressão temática do texto: com frequência, desenvolvem uma unidade informativa vinculada ao tema central. Os trabalhos dentro do paradigma e do sintagma, através dos mecanismos de substituição e de combinação, respectivamente, culminam com a criação de metáforas, símbolos, configurações sugestionadoras de vocábulos, metonímias, jogo de significados, associações livres e outros recursos estilísticos que dão ambiguidade ao poema. TEXTOS JORNALÍSTICOS Os textos denominados de textos jornalísticos, em função de seu portador (jornais, periódicos, revistas), mostram um claro predomínio da função informativa da linguagem: trazem os fatos mais relevantes no momento em que acontecem. Esta adesão ao presente, esta primazia da atualidade, condena-os a uma vida efêmera. Propõem-se a difundir as novidades produzidas em diferentes partes do mundo, sobre os mais variados temas. De acordo com este propósito, são agrupados em diferentes seções: informação nacional, informação internacional, informação local, sociedade, economia, cultura, esportes, espetáculos e entretenimentos. A ordem de apresentação dessas seções, assim como a extensão e o tratamento dado aos textos que incluem, são indicadores importantes tanto da ideologia como da posição adotada pela publicação sobre o tema abordado. Os textos jornalísticos apresentam diferentes seções. As mais comuns são as notícias, os artigos de opinião, as entrevistas, as reportagens, as crônicas, as resenhas de espetáculos. A publicidade é um componente constante dos jornais e revistas, à medida que permite o financiamento de suas edições. Mas os textos publicitários aparecem não só nos periódicos como também em outros meios amplamente conhecidos como os cartazes, folhetos, etc.; por isso, nos referiremos a eles em outro momento. Em geral, aceita-se que os textos jornalísticos, em qualquer uma de suas seções, devem cumprir certos requisitos de apresentação, entre os quais destacamos: uma tipografia perfeitamente legível, uma diagramação cuidada, fotografias adequadas que sirvam para complementar a informação linguística, inclusão de gráficos ilustrativos que fundamentam as explicações do texto. É pertinente observar como os textos jornalísticos distribuem-se na publicação para melhor conhecer a ideologia da mesma. Fundamentalmente, a primeira página, as páginas ímpares e o extremo superior das folhas dos jornais trazem as informações que se quer destacar. Esta localização antecipa ao leitor a importância que a publicação deu ao conteúdo desses textos. O corpo da letra dos títulos também é um indicador a considerar sobre a posição adotada pela redação. A Notícia Transmite uma nova informação sobre acontecimentos, objetos ou pessoas. As notícias apresentam-se como unidades informativas completas, que contêm todos os dados necessários para que o leitor compreenda a informação, sem necessidade ou de recorrer a textos anteriores (por exemplo, não é necessário ter lido os jornais do dia anterior para interpretá-la), ou de ligá-la a outros textos contidos na mesma publicação ou em publicações similares. É comum que este texto use a técnica da pirâmide invertida: começa pelo fato mais importante para finalizar com os detalhes. Consta de três partes claramente diferenciadas: o título, a introdução e o desenvolvimento. O título cumpre uma dupla função - sintetizar o tema central e atrair a atenção do leitor. Os manuais de estilo dos jornais (por exemplo: do Jornal El País, 1991) sugerem geralmente que os títulos não excedam treze palavras. A introdução contém o principal da informação, sem chegar a ser um resumo de todo o texto. No desenvolvimento, incluem-se os detalhes que não aparecem na introdução. A notícia é redigida na terceira pessoa. O redator deve manter-se à margem do que conta, razão pela qual não é permitido o emprego da primeira pessoa do singular nem do plural. Isso implica que, além de omitir o eu ou o nós, também não deve recorrer aos possessivos (por exemplo, não se referirá à Argentina ou a Buenos Aires com expressões tais como nosso país ou minha cidade). Esse texto se caracteriza por sua exigência de objetividade e veracidade: somente apresenta os dados. Quando o jornalista não consegue comprovar de forma fidedigna os dados apresentados, costuma recorrer a certas fórmulas para salvar sua responsabilidade: parece, não está descartado que. Quando o redator menciona o que foi dito por alguma fonte, recorre ao discurso direto, como, por exemplo: O ministro afirmou: "O tema dos aposentados será tratado na Câmara dos Deputados durante a próxima semana. O estilo que corresponde a este tipo de texto é o formal. Nesse tipo de texto, são empregados, principalmente, orações enunciativas, breves, que respeitam a ordem sintática canônica. Apesar das notícias preferencialmente utilizarem os verbos na voz ativa, também é frequente o uso da voz passiva: Os delinquentes foram perseguidos pela polícia; e das formas impessoais: A perseguição aos delinquentes foi feita por um patrulheiro. A progressão temática das notícias gira em tomo das perguntas o quê? quem? como? quando? por quê e para quê?. O Artigo de Opinião Contém comentários, avaliações, expectativas sobre um tema da atualidade que, por sua transcendência, no plano nacional ou internacional, já é considerado, ou merece ser, objeto de debate. Nessa categoria, incluem-se os editoriais, artigos de análise ou pesquisa e as colunas que levam o nome de seu autor. Os editoriais expressam a posição adotada pelo jornal ou revista em concordância com sua ideologia, enquanto que os artigos assinados e as colunas transmitem as opiniões de seus redatores, o que pode nos levar a encontrar, muitas vezes, opiniões divergentes e até antagônicas em uma mesma página. Embora estes textos possam ter distintas superestruturas, em geral se organizam seguindo uma linha argumentativa que se inicia com a identificação do tema em questão, acompanhado de seus antecedentes e alcance, e que segue com uma tomada de posição, isto é, com a formulação de uma tese; depois, apresentam-se os diferentes argumentos de forma a justificar esta tese; para encerrar, faz-se uma reafirmação da posição adotada no início do texto. Língua Portuguesa 5

10 A efetividade do texto tem relação direta não só com a pertinência dos argumentos expostos como também com as estratégias discursivas usadas para persuadir o leitor. Entre estas estratégias, podemos encontrar as seguintes: as acusações claras aos oponentes, as ironias, as insinuações, as digressões, as apelações à sensibilidade ou, ao contrário, a tomada de distância através do uso das construções impessoais, para dar objetividade e consenso à análise realizada; a retenção em recursos descritivos - detalhados e precisos, ou em relatos em que as diferentes etapas de pesquisa estão bem especificadas com uma minuciosa enumeração das fontes da informação. Todos eles são recursos que servem para fundamentar os argumentos usados na validade da tese. A progressão temática ocorre geralmente através de um esquema de temas derivados. Cada argumento pode encerrar um tópico com seus respectivos comentários. Estes artigos, em virtude de sua intencionalidade informativa, apresentam uma preeminência de orações enunciativas, embora também incluam, com frequência, orações dubitativas e exortativas devido à sua trama argumentativa. As primeiras servem para relativizar os alcances e o valor da informação de base, o assunto em questão; as últimas, para convencer o leitor a aceitar suas premissas como verdadeiras. No decorrer destes artigos, opta-se por orações complexas que incluem proposições causais para as fundamentações, consecutivas para dar ênfase aos efeitos, concessivas e condicionais. Para interpretar estes textos, é indispensável captar a postura ideológica do autor, identificar os interesses a que serve e precisar sob que circunstâncias e com que propósito foi organizada a informação exposta. Para cumprir os requisitos desta abordagem, necessitaremos utilizar estratégias tais como a referência exofórica, a integração crítica dos dados do texto com os recolhidos em outras fontes e a leitura atenta das entrelinhas a fim de converter em explícito o que está implícito. Embora todo texto exija para sua interpretação o uso das estratégias mencionadas, é necessário recorrer a elas quando estivermos frente a um texto de trama argumentativa, através do qual o autor procura que o leitor aceite ou avalie cenas, ideias ou crenças como verdadeiras ou falsas, cenas e opiniões como positivas ou negativas. A Reportagem É uma variedade do texto jornalístico de trama conversacional que, para informar sobre determinado tema, recorre ao testemunho de uma figura-chave para o conhecimento deste tópico. A conversação desenvolve-se entre um jornalista que representa a publicação e um personagem cuja atividade suscita ou merece despertar a atenção dos leitores. A reportagem inclui uma sumária apresentação do entrevistado, realizada com recursos descritivos, e, imediatamente, desenvolve o diálogo. As perguntas são breves e concisas, à medida que estão orientadas para divulgar as opiniões e ideias do entrevistado e não as do entrevistador. A Entrevista Da mesma forma que reportagem, configura-se preferentemente mediante uma trama conversacional, mas combina com frequência este tecido com fios argumentativos e descritivos. Admite, então, uma maior liberdade, uma vez que não se ajusta estritamente à fórmula pergunta-resposta, mas detém-se em comentários e descrições sobre o entrevistado e transcreve somente alguns fragmentos do diálogo, indicando com travessões a mudança de interlocutor. É permitido apresentar uma introdução extensa com os aspectos mais significativos da conversação mantida, e as perguntas podem ser acompanhadas de comentários, confirmações ou refutações sobre as declarações do entrevistado. Por tratar-se de um texto jornalístico, a entrevista deve necessariamente incluir um tema atual, ou com incidência na atualidade, embora a conversação possa derivar para outros temas, o que ocasiona que muitas destas entrevistas se ajustem a uma progressão temática linear ou a temas derivados. Como ocorre em qualquer texto de trama conversacional, não existe uma garantia de diálogo verdadeiro; uma vez que se pode respeitar a vez de quem fala, a progressão temática não se ajusta ao jogo argumentativo de propostas e de réplicas. TEXTOS DE INFORMAÇÃO CIENTÍFICA Esta categoria inclui textos cujos conteúdos provêm do campo das ciências em geral. Os referentes dos textos que vamos desenvolver situamse tanto nas Ciências Sociais como nas Ciências Naturais. Apesar das diferenças existentes entre os métodos de pesquisa destas ciências, os textos têm algumas características que são comuns a todas suas variedades: neles predominam, como em todos os textos informativos, as orações enunciativas de estrutura bimembre e prefere-se a ordem sintática canônica (sujeito-verbo-predicado). Incluem frases claras, em que não há ambiguidade sintática ou semântica, e levam em consideração o significado mais conhecido, mais difundido das palavras. O vocabulário é preciso. Geralmente, estes textos não incluem vocábulos a que possam ser atribuídos um multiplicidade de significados, isto é, evitam os termos polissêmicos e, quando isso não é possível, estabelecem mediante definições operatórias o significado que deve ser atribuído ao termo polissêmico nesse contexto. A Definição Expande o significado de um termo mediante uma trama descritiva, que determina de forma clara e precisa as características genéricas e diferenciais do objeto ao qual se refere. Essa descrição contém uma configuração de elementos que se relacionam semanticamente com o termo a definir através de um processo de sinonímia. Recordemos a definição clássica de "homem", porque é o exemplo por excelência da definição lógica, uma das construções mais generalizadas dentro deste tipo de texto: O homem é um animal racional. A expansão do termo "homem" - "animal racional" - apresenta o gênero a que pertence, "animal", e a diferença específica, "racional": a racionalidade é o traço que nos permite diferenciar a espécie humana dentro do gênero animal. Usualmente, as definições incluídas nos dicionários, seus portadores mais qualificados, apresentam os traços essenciais daqueles a que se referem: Fiscis (do lat. piscis). s.p.m. Astron. Duodécimo e último signo ou parte do Zodíaco, de 30 de amplitude, que o Sol percorre aparentemente antes de terminar o inverno. Como podemos observar nessa definição extraída do Dicionário de La Real Academia Espa1ioJa (RAE, 198), o significado de um tema base ou introdução desenvolve-se através de uma descrição que contém seus traços mais relevantes, expressa, com frequência, através de orações unimembres, constituídos por construções endocêntricas (em nosso exemplo temos uma construção endocêntrica substantiva - o núcleo é um substantivo rodeado de modificadores "duodécimo e último signo ou parte do Zodíaco, de 30 de amplitude..."), que incorporam maior informação mediante proposições subordinadas adjetivas: "que o Sol percorre aparentemente antes de terminar o inverno". As definições contêm, também, informações complementares relacionadas, por exemplo, com a ciência ou com a disciplina em cujo léxico se inclui o termo a definir (Piscis: Astron.); a origem etimológica do vocábulo ("do lat. piscis"); a sua classificação gramatical (s.p.m.), etc. Essas informações complementares contêm frequentemente abreviaturas, cujo significado aparece nas primeiras páginas do Dicionário: Lat., Latim; Astron., Astronomia; s.p.m., substantivo próprio masculino, etc. O tema-base (introdução) e sua expansão descritiva - categorias básicas da estrutura da definição - distribuem-se espacialmente em blocos, nos quais diferentes informações costumam ser codificadas através de tipografias diferentes (negrito para o vocabulário a definir; itálico para as etimologias, etc.). Os diversos significados aparecem demarcados em bloco mediante barras paralelas e /ou números. Língua Portuguesa 6

11 Prorrogar (Do Jat. prorrogare) V.t.d. l. Continuar, dilatar, estender uma coisa por um período determinado. 11. Ampliar, prolongar 113. Fazer continuar em exercício; adiar o término de. A Nota de Enciclopédia Apresenta, como a definição, um tema-base e uma expansão de trama descritiva; porém, diferencia-se da definição pela organização e pela amplitude desta expansão. A progressão temática mais comum nas notas de enciclopédia é a de temas derivados: os comentários que se referem ao tema-base constituemse, por sua vez, em temas de distintos parágrafos demarcados por subtítulos. Por exemplo, no tema República Argentina, podemos encontrar os temas derivados: traços geológicos, relevo, clima, hidrografia, biogeografia, população, cidades, economia, comunicação, transportes, cultura, etc. Estes textos empregam, com frequência, esquemas taxionômicos, nos quais os elementos se agrupam em classes inclusivas e incluídas. Por exemplo: descreve-se "mamífero" como membro da classe dos vertebrados; depois, são apresentados os traços distintivos de suas diversas variedades: terrestres e aquáticos. Uma vez que nestas notas há predomínio da função informativa da linguagem, a expansão é construída sobre a base da descrição científica, que responde às exigências de concisão e de precisão. As características inerentes aos objetos apresentados aparecem através de adjetivos descritivos - peixe de cor amarelada escura, com manchas pretas no dorso, e parte inferior prateada, cabeça quase cônica, olhos muito juntos, boca oblíqua e duas aletas dorsais - que ampliam a base informativa dos substantivos e, como é possível observar em nosso exemplo, agregam qualidades próprias daquilo a que se referem. O uso do presente marca a temporalidade da descrição, em cujo tecido predominam os verbos estáticos - apresentar, mostrar, ter, etc. - e os de ligação - ser, estar, parecer, etc. O Relato de Experimentos Contém a descrição detalhada de um projeto que consiste em manipular o ambiente para obter uma nova informação, ou seja, são textos que descrevem experimentos. O ponto de partida destes experimentos é algo que se deseja saber, mas que não se pode encontrar observando as coisas tais como estão; é necessário, então, estabelecer algumas condições, criar certas situações para concluir a observação e extrair conclusões. Muda-se algo para constatar o que acontece. Por exemplo, se se deseja saber em que condições uma planta de determinada espécie cresce mais rapidamente, pode-se colocar suas sementes em diferentes recipientes sob diferentes condições de luminosidade; em diferentes lugares, areia, terra, água; com diferentes fertilizantes orgânicos, químicos etc., para observar e precisar em que circunstâncias obtém-se um melhor crescimento. A macroestrutura desses relatos contém, primordialmente, duas categorias: uma corresponde às condições em que o experimento se realiza, isto é, ao registro da situação de experimentação; a outra, ao processo observado. Nesses textos, então, são utilizadas com frequência orações que começam com se (condicionais) e com quando (condicional temporal): Se coloco a semente em um composto de areia, terra preta, húmus, a planta crescerá mais rápido. Quando rego as plantas duas vezes ao dia, os talos começam a mostrar manchas marrons devido ao excesso de umidade. Estes relatos adotam uma trama descritiva de processo. A variável tempo aparece através de numerais ordinais: Em uma primeira etapa, é possível observar... em uma segunda etapa, aparecem os primeiros brotos...; de advérbios ou de locuções adverbiais: Jogo, antes de, depois de, no mesmo momento que, etc., dado que a variável temporal é um componente essencial de todo processo. O texto enfatiza os aspectos descritivos, apresenta as características dos elementos, os traços distintivos de cada uma das etapas do processo. Língua Portuguesa 7 O relato pode estar redigido de forma impessoal: coloca-se, colocado em um recipiente... Jogo se observa/foi observado que, etc., ou na primeira pessoa do singular, coloco/coloquei em um recipiente... Jogo observo/observei que... etc., ou do plural: colocamos em um recipiente... Jogo observamos que... etc. O uso do impessoal enfatiza a distância existente entre o experimentador e o experimento, enquanto que a primeira pessoa, do plural e do singular enfatiza o compromisso de ambos. A Monografia Este tipo de texto privilegia a análise e a crítica; a informação sobre um determinado tema é recolhida em diferentes fontes. Os textos monográficos não necessariamente devem ser realizados com base em consultas bibliográficas, uma vez que é possível terem como fonte, por exemplo, o testemunho dos protagonistas dos fatos, testemunhos qualificados ou de especialistas no tema. As monografias exigem uma seleção rigorosa e uma organização coerente dos dados recolhidos. A seleção e organização dos dados servem como indicador do propósito que orientou o trabalho. Se pretendemos, por exemplo, mostrar que as fontes consultadas nos permitem sustentar que os aspectos positivos da gestão governamental de um determinado personagem histórico têm maior relevância e valor do que os aspectos negativos, teremos de apresentar e de categorizar os dados obtidos de tal forma que esta valorização fique explícita. Nas monografias, é indispensável determinar, no primeiro parágrafo, o tema a ser tratado, para abrir espaço à cooperação ativa do leitor que, conjugando seus conhecimentos prévios e seus propósitos de leitura, fará as primeiras antecipações sobre a informação que espera encontrar e formulará as hipóteses que guiarão sua leitura. Uma vez determinado o tema, estes textos transcrevem, mediante o uso da técnica de resumo, o que cada uma das fontes consultadas sustenta sobre o tema, as quais estarão listadas nas referências bibliográficas, de acordo com as normas que regem a apresentação da bibliografia. O trabalho intertextual (incorporação de textos de outros no tecido do texto que estamos elaborando) manifesta-se nas monografias através de construções de discurso direto ou de discurso indireto. Nas primeiras, incorpora-se o enunciado de outro autor, sem modificações, tal como foi produzido. Ricardo Ortiz declara: "O processo da economia dirigida conduziu a uma centralização na Capital Federal de toda tramitação referente ao comércio exterior'] Os dois pontos que prenunciam a palavra de outro, as aspas que servem para demarcá-la, os traços que incluem o nome do autor do texto citado, 'o processo da economia dirigida - declara Ricardo Ortiz - conduziu a uma centralização...') são alguns dos sinais que distinguem frequentemente o discurso direto. Quando se recorre ao discurso indireto, relata-se o que foi dito por outro, em vez de transcrever textualmente, com a inclusão de elementos subordinadores e dependendo do caso - as conseguintes modificações, pronomes pessoais, tempos verbais, advérbios, sinais de pontuação, sinais auxiliares, etc. Discurso direto: Ás raízes de meu pensamento afirmou Echeverría - nutrem-se do liberalismo Discurso indireto: 'Écheverría afirmou que as raízes de seu pensamento nutriam -se do liberalismo' Os textos monográficos recorrem, com frequência, aos verbos discendi (dizer, expressar, declarar, afirmar, opinar, etc.), tanto para introduzir os enunciados das fontes como para incorporar os comentários e opiniões do emissor. Se o propósito da monografia é somente organizar os dados que o autor recolheu sobre o tema de acordo com um determinado critério de classificação explícito (por exemplo, organizar os dados em tomo do tipo de fonte consultada), sua efetividade dependerá da coerência existente entre os dados apresentados e o princípio de classificação adotado. Se a monografia pretende justificar uma opinião ou validar uma hipótese, sua efetividade, então, dependerá da confiabilidade e veracidade das fontes consultadas, da consistência lógica dos argumentos e da coerência estabelecida entre os fatos e a conclusão.

12 Estes textos podem ajustar-se a diferentes esquemas lógicos do tipo problema /solução, premissas /conclusão, causas / efeitos. Os conectores lógicos oracionais e extra oracionais são marcas linguísticas relevantes para analisar as distintas relações que se estabelecem entre os dados e para avaliar sua coerência. A Biografia É uma narração feita por alguém acerca da vida de outra(s) pessoa(s). Quando o autor conta sua própria vida, considera-se uma autobiografia. Estes textos são empregados com frequência na escola, para apresentar ou a vida ou algumas etapas decisivas da existência de personagens cuja ação foi qualificada como relevante na história. Os dados biográficos ordenam-se, em geral, cronologicamente, e, dado que a temporalidade é uma variável essencial do tecido das biografias, em sua construção, predominam recursos linguísticos que asseguram a conectividade temporal: advérbios, construções de valor semântico adverbial (Seus cinco primeiros anos transcorreram na tranquila segurança de sua cidade natal Depois, mudou-se com a família para La Prata), proposições temporais (Quando se introduzia obsessivamente nos tortuosos caminhos da novela, seus estudos de física ajudavam-no a reinstalar-se na realidade), etc. A veracidade que exigem os textos de informação científica manifestase nas biografias através das citações textuais das fontes dos dados apresentados, enquanto a ótica do autor é expressa na seleção e no modo de apresentação destes dados. Pode-se empregar a técnica de acumulação simples de dados organizados cronologicamente, ou cada um destes dados pode aparecer acompanhado pelas valorações do autor, de acordo com a importância que a eles atribui. Atualmente, há grande difusão das chamadas "biografias não - autorizadas" de personagens da política, ou do mundo da Arte. Uma característica que parece ser comum nestas biografias é a intencionalidade de revelar a personagem através de uma profusa acumulação de aspectos negativos, especialmente aqueles que se relacionam a defeitos ou a vícios altamente reprovados pela opinião pública. TEXTOS INSTRUCIONAIS Estes textos dão orientações precisas para a realização das mais diversas atividades, como jogar, preparar uma comida, cuidar de plantas ou animais domésticos, usar um aparelho eletrônico, consertar um carro, etc. Dentro desta categoria, encontramos desde as mais simples receitas culinárias até os complexos manuais de instrução para montar o motor de um avião. Existem numerosas variedades de textos instrucionais: além de receitas e manuais, estão os regulamentos, estatutos, contratos, instruções, etc. Mas todos eles, independente de sua complexidade, compartilham da função apelativa, à medida que prescrevem ações e empregam a trama descritiva para representar o processo a ser seguido na tarefa empreendida. A construção de muitos destes textos ajusta-se a modelos convencionais cunhados institucionalmente. Por exemplo, em nossa comunidade, estão amplamente difundidos os modelos de regulamentos de copropriedade; então, qualquer pessoa que se encarrega da redação de um texto deste tipo recorre ao modelo e somente altera os dados de identificação para introduzir, se necessário, algumas modificações parciais nos direitos e deveres das partes envolvidas. Em nosso cotidiano, deparamo-nos constantemente com textos instrucionais, que nos ajudam a usar corretamente tanto um processador de alimentos como um computador; a fazer uma comida saborosa, ou a seguir uma dieta para emagrecer. A habilidade alcançada no domínio destes textos incide diretamente em nossa atividade concreta. Seu emprego frequente e sua utilidade imediata justificam o trabalho escolar de abordagem e de produção de algumas de suas variedades, como as receitas e as instruções. As Receitas e as Instruções Referimo-nos às receitas culinárias e aos textos que trazem instruções para organizar um jogo, realizar um experimento, construir um artefato, fabricar um móvel, consertar um objeto, etc. Estes textos têm duas partes que se distinguem geralmente a partir da especialização: uma, contém listas de elementos a serem utilizados (lista de ingredientes das receitas, materiais que são manipulados no experimento, ferramentas para consertar algo, diferentes partes de um aparelho, etc.), a outra, desenvolve as instruções. As listas, que são similares em sua construção às que usamos habitualmente para fazer as compras, apresentam substantivos concretos acompanhados de numerais (cardinais, partitivos e múltiplos). As instruções configuram-se, habitualmente, com orações bimembres, com verbos no modo imperativo (misture a farinha com o fermento), ou orações unimembres formadas por construções com o verbo no infinitivo (misturar a farinha com o açúcar). Tanto os verbos nos modos imperativo, subjuntivo e indicativo como as construções com formas nominais gerúndio, particípio, infinitivo aparecem acompanhados por advérbios palavras ou por locuções adverbiais que expressam o modo como devem ser realizadas determinadas ações (separe cuidadosamente as claras das gemas, ou separe com muito cuidado as claras das gemas). Os propósitos dessas ações aparecem estruturados visando a um objetivo (mexa lentamente para diluir o conteúdo do pacote em água fria), ou com valor temporal final (bata o creme com as claras até que fique numa consistência espessa). Nestes textos inclui-se, com frequência, o tempo do receptor através do uso do dêixis de lugar e de tempo: Aqui, deve acrescentar uma gema. Agora, poderá mexer novamente. Neste momento, terá que correr rapidamente até o lado oposto da cancha. Aqui pode intervir outro membro da equipe. TEXTOS EPISTOLARES Os textos epistolares procuram estabelecer uma comunicação por escrito com um destinatário ausente, identificado no texto através do cabeçalho. Pode tratar-se de um indivíduo (um amigo, um parente, o gerente de uma empresa, o diretor de um colégio), ou de um conjunto de indivíduos designados de forma coletiva (conselho editorial, junta diretora). Estes textos reconhecem como portador este pedaço de papel que, de forma metonímica, denomina-se carta, convite ou solicitação, dependendo das características contidas no texto. Apresentam uma estrutura que se reflete claramente em sua organização espacial, cujos componentes são os seguintes: cabeçalho, que estabelece o lugar e o tempo da produção, os dados do destinatário e a forma de tratamento empregada para estabelecer o contato: o corpo, parte do texto em que se desenvolve a mensagem, e a despedida, que inclui a saudação e a assinatura, através da qual se introduz o autor no texto. O grau de familiaridade existente entre emissor e destinatário é o princípio que orienta a escolha do estilo: se o texto é dirigido a um familiar ou a um amigo, optase por um estilo informal; caso contrário, se o destinatário é desconhecido ou ocupa o nível superior em uma relação assimétrica (empregador em relação ao empregado, diretor em relação ao aluno, etc.), impõe-se o estilo formal. A Carta As cartas podem ser construídas com diferentes tramas (narrativa e argumentativa), em tomo das diferentes funções da linguagem (informativa, expressiva e apelativa). Referimo-nos aqui, em particular, às cartas familiares e amistosas, isto é, aqueles escritos através dos quais o autor conta a um parente ou a um amigo eventos particulares de sua vida. Estas cartas contêm acontecimentos, sentimentos, emoções, experimentados por um emissor que percebe o receptor como cúmplice, ou seja, como um destinatário comprometido afetivamente nessa situação de comunicação e, portanto, capaz de extrair a dimensão expressiva da mensagem. Uma vez que se trata de um diálogo à distância com um receptor conhecido, opta-se por um estilo espontâneo e informal, que deixa transparecer marcas da oralidade: frases inconclusas, nas quais as reticências habilitam múltiplas interpretações do receptor na tentativa de concluí-las; perguntas que procuram suas respostas nos destinatários; perguntas que encerram em si suas próprias respostas (perguntas retóricas); pontos de exclamação que expressam a ênfase que o emissor dá a determinadas expressões que refletem suas alegrias, suas preocupações, suas dúvidas. Língua Portuguesa 8

13 Estes textos reúnem em si as diferentes classes de orações. As enunciativas, que aparecem nos fragmentos informativos, alternam-se com as dubitativas, desiderativas, interrogativas, exclamativas, para manifestar a subjetividade do autor. Esta subjetividade determina também o uso de diminutivos e aumentativos, a presença frequente de adjetivos qualificativos, a ambiguidade lexical e sintática, as repetições, as interjeições. A Solicitação É dirigida a um receptor que, nessa situação comunicativa estabelecida pela carta, está revestido de autoridade à medida que possui algo ou tem a possibilidade de outorgar algo que é considerado valioso pelo emissor: um emprego, uma vaga em uma escola, etc. Esta assimetria entre autor e leitor um que pede e outro que pode ceder ou não ao pedido, obriga o primeiro a optar por um estilo formal, que recorre ao uso de fórmulas de cortesia já estabelecidas convencionalmente para a abertura e encerramento (atenciosamente..com votos de estima e consideração... / despeço-me de vós respeitosamente.../ Saúdo-vos com o maior respeito), e às frases feitas com que se iniciam e encerram-se estes textos (Dirijo-me a vós a fim de solicitar-lhe que... O abaixo-assinado, Antônio Gonzalez, D.NJ , dirigi-se ao Senhor Diretor do Instituto Politécnico a fim de solicitar-lhe...) As solicitações podem ser redigidas na primeira ou terceira pessoa do singular. As que são redigidas na primeira pessoa introduzem o emissor através da assinatura, enquanto que as redigidas na terceira pessoa identificam-no no corpo do texto (O abaixo assinado, Juan Antonio Pérez, dirigese a...). A progressão temática dá-se através de dois núcleos informativos: o primeiro determina o que o solicitante pretende; o segundo, as condições que reúne para alcançar aquilo que pretende. Estes núcleos, demarcados por frases feitas de abertura e encerramento, podem aparecer invertidos em algumas solicitações, quando o solicitante quer enfatizar suas condições; por isso, as situa em um lugar preferencial para dar maior força à sua apelação. Essas solicitações, embora cumpram uma função apelativa, mostram um amplo predomínio das orações enunciativas complexas, com inclusão tanto de proposições causais, consecutivas e condicionais, que permitem desenvolver fundamentações, condicionamentos e efeitos a alcançar, como de construções de infinitivo ou de gerúndio: para alcançar essa posição, o solicitante lhe apresenta os seguintes antecedentes... (o infinitivo salienta os fins a que se persegue), ou alcançando a posição de... (o gerúndio enfatiza os antecedentes que legitimam o pedido). A argumentação destas solicitações institucionalizaram-se de tal maneira que aparece contida nas instruções de formulários de emprego, de solicitação de bolsas de estudo, etc. Texto extraído de: ESCOLA, LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS, Ana Maria Kaufman, Artes Médicas, Porto Alegre, RS. Para isso, foi preciso determinar muito bem o sentido de progresso. Do ponto de vista material, considera-se ganho humano apenas aquilo que concorre para equilibrar a ação transformadora do homem sobre a natureza e a integridade da vida natural. Desenvolvimento, sim, mas sustentável: o adjetivo exprime uma condição, para cercear as iniciativas predatórias. Cada novidade tecnológica há de ser investigada quanto a seus efeitos sobre o homem e o meio em que vive. Cada intervenção na natureza há de adequarse a um planejamento que considere a qualidade e a extensão dos efeitos. Em suma: já está ocorrendo, há algum tempo, uma avaliação ética e política de todas as formas de progresso que afetam nossa relação com o mundo e, portanto, a qualidade da nossa vida. Não é pouco, mas ainda não é suficiente. Aos cientistas, aos administradores, aos empresários, aos industriais e a todos nós cidadãos comuns cabe a tarefa cotidiana de zelarmos por nossas ações que inflectem sobre qualquer aspecto da qualidade de vida. A tarefa começa em nossa casa, em nossa cozinha e banheiro, em nosso quintal e jardim e se estende à preocupação com a rua, com o bairro, com a cidade. Meu coração não é maior do que o mundo, dizia o poeta. Mas um mundo que merece a atenção do nosso coração e da nossa inteligência é, certamente, melhor do que este em que estamos vivendo. Não custa interrogar, a cada vez que alguém diz progresso, o sentido preciso talvez oculto - da palavra mágica empregada. (Alaor Adauto de Mello) 1. Centraliza-se, no texto, uma concepção de progresso, segundo a qual este deve ser (A)) equacionado como uma forma de equilíbrio entre as atividades humanas e o respeito ao mundo natural. (B) identificado como aprimoramento tecnológico que resulte em atividade economicamente viável. (C) caracterizado como uma atividade que redunde em maiores lucros para todos os indivíduos de uma comunidade. (D) definido como um atributo da natureza que induz os homens a aproveitarem apenas o que é oferecido em sua forma natural. (E) aceito como um processo civilizatório que implique melhor distribuição de renda entre todos os agentes dos setores produtivos.. Considere as seguintes afirmações: I. A banalização do uso da palavra progresso é uma consequência do fato de que a Ecologia deixou de ser um assunto acadêmico. II. A expressão desenvolvimento sustentável pressupõe que haja III. formas de desenvolvimento nocivas e predatórias. Entende o autor do texto que a magia da palavra progresso advém do uso consciente e responsável que a maioria das pessoas vem fazendo dela. Em relação ao texto está correto APENAS que se afirmar em (A) I. (B))II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. EXERCÍCIOS INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto que segue. No coração do progresso Há séculos a civilização ocidental vem correndo atrás de tudo o que classifica como progresso. Essa palavra mágica aplica-se tanto à invenção do aeroplano ou à descoberta do DNA como à promoção do papai no novo emprego. Estou fazendo progressos, diz a titia, quando enfim acerta a mão numa velha receita. Mas quero chegar logo ao ponto, e convidar o leitor a refletir sobre o sentido dessa palavra, que sempre pareceu abrir todas as portas para uma vida melhor. Quando, muitos anos atrás, num daqueles documentários de cinema, via-se uma floresta sendo derrubada para dar lugar a algum empreendimento, ninguém tinha dúvida em dizer ou pensar: é o progresso. Uma represa monumental era progresso. Cada novo produto químico era um progresso. As coisas não mudaram tanto: continuamos a usar indiscriminadamente a palavrinha mágica. Mas não deixaram de mudar um pouco: desde que a Ecologia saiu das academias, divulgou-se, popularizou-se e tornou-se, efetivamente, um conjunto de iniciativas em favor da preservação ambiental e da melhoria das condições da vida em nosso pequenino planeta. Língua Portuguesa 9 3. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente uma frase do texto em: (A) Mas quero chegar logo ao ponto = devo me antecipar a qualquer conclusão. (B) continuamos a usar indiscriminadamente a palavrinha mágica = seguimos chamando de mágico tudo o que julgamos sem preconceito. (C) para cercear as iniciativas predatórias = para ir ao encontro das ações voluntariosas. (D) ações que inflectem sobre qualquer aspecto da qualidade da vida = (E)) práticas alheias ao que diz respeito às condições de vida. há de adequar-se a um planejamento = deve ir ao encontro do que está planificado. 4. Cada intervenção na natureza há de adequar-se a um planejamento pelo qual se garanta que a qualidade da vida seja preservada. Os tempos e os modos verbais da frase acima continuarão corretamente articulados caso se substituam as formas sublinhadas, na ordem em que surgem, por (A) (B) (C) (D) (E) houve - garantiria é haveria - garantiu - teria sido haveria - garantisse fosse haverá - garantisse - e havia - garantiu é

14 5. As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na frase: (A)) Já faz muitos séculos que se vêm atribuindo à palavra progresso algumas conotações mágicas. (B) Deve-se ao fato de usamos muitas palavras sem conhecer seu sentido real muitos equívocos ideológicos. (C) Muitas coisas a que associamos o sentido de progresso não chega a representarem, de fato, qualquer avanço significativo. (D) Se muitas novidades tecnológicas houvesse de ser investigadas a fundo, veríamos que são irrelevantes para a melhoria da vida. (E) Começam pelas preocupações com nossa casa, com nossa rua, com nossa cidade a tarefa de zelarmos por uma boa qualidade da vida. 6. Está correto o emprego de ambas as expressões sublinhadas na frase: (A) De tudo aquilo que classificamos como progresso costumamos atribuir o sentido de um tipo de ganho ao qual não queremos abrir mão. (B) É preferível deixar intacta a mata selvagem do que destruí-la em nome de um benefício em que quase ninguém desfrutará. (C) A titia, cuja a mão enfim acertou numa velha receita, não hesitou em ver como progresso a operação à qual foi bem sucedida. (D) A precisão da qual se pretende identificar o sentido de uma palavra depende muito do valor de contexto a que lhe atribuímos. (E)) As inovações tecnológicas de cujo benefício todos se aproveitam representam, efetivamente, o avanço a que se costuma chamar progresso. 7. Considere as seguintes afirmações, relativas a aspectos da construção ou da expressividade do texto: I. No contexto do segundo parágrafo, a forma plural não mudaram tanto atende à concordância com academias. II. No contexto do terceiro parágrafo, a expressão há de adequar-se exprime um dever imperioso, uma necessidade premente. III. A expressão Em suma, tal como empregada no quarto parágrafo, anuncia a abertura de uma linha de argumentação ainda inexplorada no texto. Está correto APENAS o que se afirmar em (A) I. (B)) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. 8. A palavra progresso frequenta todas as bocas, todas pronunciam a palavra progresso, todas atribuem a essa palavra sentidos mágicos que elevam essa palavra ao patamar dos nomes miraculosos. Evitam-se as repetições viciosas da frase acima substituindo-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por: (A)) a pronunciam - lhe atribuem - a elevam (B) a pronunciam - atribuem-na - elevam-na (C) lhe pronunciam - lhe atribuem - elevam-lhe (D) a ela pronunciam - a ela atribuem - lhe elevam (E) pronunciam-na - atribuem-na - a elevam 9. Está clara e correta a redação da seguinte frase: (A) Caso não se determine bem o sentido da palavra progresso, pois que é usada indiscriminadamente, ainda assim se faria necessário que reflitamos sobre seu verdadeiro sentido. (B) Ao dizer o poeta que seu coração não é maior do que o mundo, devemos nos inspirar para que se estabeleça entre este e o nosso coração os compromissos que se reflitam numa vida melhor. (C) Nada é desprezível no espaço do mundo, que não mereça nossa atenção quanto ao fato de que sejamos responsáveis por sua melhoria, seja o nosso quintal, nossa rua, enfim, onde se esteja. (D)) Todo desenvolvimento definido como sustentável exige, para fazer jus a esse adjetivo, cuidados especiais com o meio ambiente, para que não venham a ser nocivos seus efeitos imediatos ou futuros. (E) Tem muita ciência que, se saísse das limitações acadêmicas, acabariam por se revelarem mais úteis e mais populares, em vista da Ecologia, cujas consequências se sente mesmo no âmbito da vida prática. Língua Portuguesa Está inteiramente correta a pontuação do seguinte período: (A) Toda vez que é pronunciada, a palavra progresso, parece abrir a porta para um mundo, mágico de prosperidade garantida. (B)) Por mínimas que pareçam, há providências inadiáveis, ações aparentemente irrisórias, cuja execução cotidiana é, no entanto, importantíssima. (C) O prestígio da palavra progresso, deve-se em grande parte ao modo irrefletido, com que usamos e abusamos, dessa palavrinha mágica. (D) Ainda que traga muitos benefícios, a construção de enormes represas, costuma trazer também uma série de consequências ambientais que, nem sempre, foram avaliadas. (E) Não há dúvida, de que o autor do texto aderiu a teses ambientalistas segundo as quais, o conceito de progresso está sujeito a uma permanente avaliação. Leia o texto a seguir para responder às questões de números 11 a 4. De um lado estão os prejuízos e a restrição de direitos causados pelos protestos que param as ruas de São Paulo. De outro está o direito à livre manifestação, assegurado pela Carta de Como não há fórmula perfeita de arbitrar esse choque entre garantias democráticas fundamentais, cabe lançar mão de medidas pontuais e sobretudo de bom senso. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) estima em R$ 3 milhões o custo para a população dos protestos ocorridos nos últimos três anos na capital paulista. O cálculo leva em conta o combustível consumido e as horas perdidas de trabalho durante os engarrafamentos causados por protestos. Os carros enfileirados por conta de manifestações nesses três anos praticamente cobririam os 31 km que separam São Paulo de São Carlos. A Justiça é o meio mais promissor, em longo prazo, para desestimular os protestos abusivos que param o trânsito nos horários mais inconvenientes e acarretam variados transtornos a milhões de pessoas. É adequada a atitude da CET de enviar sistematicamente ao Ministério Público relatórios com os prejuízos causados em cada manifestação feita fora de horários e locais sugeridos pela agência ou sem comunicação prévia. Com base num documento da CET, por exemplo, a Procuradoria acionou um líder de sindicato, o qual foi condenado em primeira instância a pagar R$ 3,3 milhões aos cofres públicos, a título de reparação. O direito à livre manifestação está previsto na Constituição. No entanto, tal direito não anula a responsabilização civil e criminal em caso de danos provocados pelos protestos. O poder público deveria definir, de preferência em negociação com as categorias que costumam realizar protestos na capital, horários e locais vedados às passeatas. Práticas corriqueiras, como a paralisia de avenidas essenciais para o tráfego na capital nos horários de maior fluxo, deveriam ser abolidas. (Folha de S.Paulo, Adaptado) 11. De acordo com o texto, é correto afirmar que (A) a Companhia de Engenharia de Tráfego não sabe mensurar o custo dos protestos ocorridos nos últimos anos. (B) os prejuízos da ordem de R$ 3 milhões em razão dos engarrafamentos já foram pagos pelos manifestantes. (C) os protestos de rua fazem parte de uma sociedade democrática e são permitidos pela Carta de (D) após a multa, os líderes de sindicato resolveram organizar protestos de rua em horários e locais predeterminados. (E) o Ministério Público envia com frequência estudos sobre os custos das manifestações feitas de forma abusiva. 1. No primeiro parágrafo, afirma-se que não há fórmula perfeita para solucionar o conflito entre manifestantes e os prejuízos causados ao restante da população. A saída estaria principalmente na (A) sensatez. (B) Carta de (C) Justiça. (D) Companhia de Engenharia de Tráfego. (E) na adoção de medidas amplas e profundas.

15 13. De acordo com o segundo parágrafo do texto, os protestos que param as ruas de São Paulo representam um custo para a população da cidade. O cálculo desses custos é feito a partir (A) das multas aplicadas pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). (B) dos gastos de combustível e das horas de trabalho desperdiçadas em engarrafamentos. (C) da distância a ser percorrida entre as cidades de São Paulo e São Carlos. (D) da quantidade de carros existentes entre a capital de São Paulo e São Carlos. (E) do número de usuários de automóveis particulares da cidade de São Paulo. 14. A quantidade de carros parados nos engarrafamentos, em razão das manifestações na cidade de São Paulo nos últimos três anos, é equiparada, no texto, (A) a R$ 3,3 milhões. (B) ao total de usuários da cidade de São Carlos. (C) ao total de usuários da cidade de São Paulo. (D) ao total de combustível economizado. (E) a uma distância de 31 km. 15. No terceiro parágrafo, a respeito do poder da Justiça em coibir os protestos abusivos, o texto assume um posicionamento de (A) indiferença, porque diz que a decisão não cabe à Justiça. (B) entusiasmo, porque acredita que o órgão já tem poder para impedir protestos abusivos. (C) decepção, porque não vê nenhum exemplo concreto do órgão para impedir protestos em horários de pico. (D) confiança, porque acredita que, no futuro, será uma forma bemsucedida de desestimular protestos abusivos. (E) satisfação, porque cita casos em que a Justiça já teve êxito em impedir protestos em horários inconvenientes e em avenidas movimentadas. 16. De acordo com o texto, a atitude da Companhia de Engenharia de Tráfego de enviar periodicamente relatórios sobre os prejuízos causados em cada manifestação é (A) pertinente. (B) indiferente. (C) irrelevante. (D) onerosa. (E) inofensiva. 17. No quarto parágrafo, o fato de a Procuradoria condenar um líder sindical (A) é ilegal e fere os preceitos da Carta de (B) deve ser comemorada, ainda que viole a Constituição. (C) é legal, porque o direito à livre manifestação não isenta o manifestante da responsabilidade pelos danos causados. (D) é nula, porque, segundo o direito à livre manifestação, o acusado poderá entrar com recurso. (E) é inédita, porque, pela primeira vez, apesar dos direitos assegurados, um manifestante será punido. 18. Dentre as soluções apontadas, no último parágrafo, para resolver o conflito, destaca-se (A) multa a líderes sindicais. (B) fiscalização mais rígida por parte da Companhia de Engenharia de Tráfego. (C) o fim dos protestos em qualquer via pública. (D) fixar horários e locais proibidos para os protestos de rua. (E) negociar com diferentes categorias para que não façam mais manifestações. 19. No trecho É adequada a atitude da CET de enviar relatórios, substituindo-se o termo atitude por comportamentos, obtém-se, de acordo com as regras gramaticais, a seguinte frase: (A) É adequada comportamentos da CET de enviar relatórios. (B) É adequado comportamentos da CET de enviar relatórios. (C) São adequado os comportamentos da CET de enviar relatórios. (D) São adequadas os comportamentos da CET de enviar relatórios. (E) São adequados os comportamentos da CET de enviar relatórios. 0. No trecho No entanto, tal direito não anula a responsabilização civil e criminal em caso de danos provocados pelos protestos, a locução conjuntiva no entanto indica uma relação de (A) causa e efeito. (B) oposição. (C) comparação. (D) condição. (E) explicação. 1. Não há fórmula perfeita de arbitrar esse choque. Nessa frase, a palavra arbitrar é um sinônimo de (A) julgar. (B) almejar. (C) condenar. (D) corroborar. (E) descriminar.. No trecho A Justiça é o meio mais promissor para desestimular os protestos abusivos a preposição para estabelece entre os termos uma relação de (A) tempo. (B) posse. (C) causa. (D) origem. (E) finalidade. 3. Na frase O poder público deveria definir horários e locais, substituindo-se o verbo definir por obedecer, obtém-se, segundo as regras de regência verbal, a seguinte frase: (A) O poder público deveria obedecer para horários e locais. (B) O poder público deveria obedecer a horários e locais. (C) O poder público deveria obedecer horários e locais. (D) O poder público deveria obedecer com horários e locais. (E) O poder público deveria obedecer os horários e locais. 4. Transpondo para a voz passiva a frase A Procuradoria acionou um líder de sindicato obtém-se: (A) Um líder de sindicato foi acionado pela Procuradoria. (B) Acionaram um líder de sindicato pela Procuradoria. (C) Acionaram-se um líder de sindicato pela Procuradoria. (D) Um líder de sindicato será acionado pela Procuradoria. (E) A Procuradoria foi acionada por um líder de sindicato. Leia o texto para responder às questões de números 5 a 34. DIPLOMA E MONOPÓLIO Faz quase dois séculos que foram fundadas escolas de direito e medicina no Brasil. É embaraçoso verificar que ainda não foram resolvidos os enguiços entre diplomas e carreiras. Falta-nos descobrir que a concorrência (sob um bom marco regulatório) promove o interesse da sociedade e que o monopólio só é bom para quem o detém. Não fora essa ignorância, como explicar a avalanche de leis que protegem monopólios espúrios para o exercício profissional? Desde a criação dos primeiros cursos de direito, os graduados apenas ocasionalmente exercem a profissão. Em sua maioria, sempre ocuparam postos de destaque na política e no mundo dos negócios. Nos dias de hoje, nem 0% advogam. Mas continua havendo boas razões para estudar direito, pois esse é um curso no qual se exercita lógica rigorosa, se lê e se escreve bastante. Torna os graduados mais cultos e socialmente mais produtivos do que se não houvessem feito o curso. Se aprendem pouco, paciência, a culpa é mais da fragilidade do ensino básico do que das faculdades. Diante dessa polivalência do curso de direito, os exames da OAB são uma solução brilhante. Aqueles que defenderão clientes nos tribunais devem demonstrar nessa prova um mínimo de conhecimento. Mas, como os cursos são também úteis para quem não fez o exame da Ordem ou não foi bem sucedido na prova, abrir ou fechar cursos de formação geral é assunto do MEC, não da OAB. A interferência das corporações não passa de uma prática monopolista e ilegal em outros ramos da economia. Questionamos também se uma corporação profissional deve ter carta-branca para determinar a dificuldade das provas, pois essa é também uma forma de limitar a concorrência mas trata-se aí de uma questão secundária. (...) (Veja, Adaptado) 5. Assinale a alternativa que reescreve, com correção gramatical, as frases: Faz quase dois séculos que foram fundadas escolas de direito e medicina no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não foram resolvidos os enguiços entre diplomas e carreiras. (A) Faz quase dois séculos que se fundou escolas de direito e medicina no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveu os enguiços entre diplomas e carreiras. Língua Portuguesa 11

16 (B) (C) (D) (E) Faz quase dois séculos que se fundava escolas de direito e medicina no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveram os enguiços entre diplomas e carreiras. Faz quase dois séculos que se fundaria escolas de direito e medicina no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveu os enguiços entre diplomas e carreiras. Faz quase dois séculos que se fundara escolas de direito e medicina no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolvera os enguiços entre diplomas e carreiras. Faz quase dois séculos que se fundaram escolas de direito e medicina no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveram os enguiços entre diplomas e carreiras. 6. Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, de acordo com a norma culta, as frases: O monopólio só é bom para aqueles que. / Nos dias de hoje, nem 0% advogam, e apenas 1%. / Em sua maioria, os advogados sempre. (A) o retêem / obtem sucesso / se apropriaram os postos de destaque na política e no mundo dos negócios (B) o retém / obtém sucesso / se apropriaram aos postos de destaque na política e no mundo dos negócios (C) o retém / obtêem sucesso / se apropriaram os postos de destaque na política e no mundo dos negócios (D) o retêm / obtém sucesso / sempre se apropriaram de postos de destaque na política e no mundo dos negócios (E) o retem / obtêem sucesso / se apropriaram de postos de destaque na política e no mundo dos negócios 7. Assinale a alternativa em que se repete o tipo de oração introduzida pela conjunção se, empregado na frase Questionamos também se uma corporação profissional deve ter carta-branca para determinar a dificuldade das provas,... (A) A sociedade não chega a saber se os advogados são muito corporativos. (B) Se os advogados aprendem pouco, a culpa é da fragilidade do ensino básico. (C) O advogado afirma que se trata de uma questão secundária. (D) É um curso no qual se exercita lógica rigorosa. (E) No curso de direito, lê-se bastante. 8. Assinale a alternativa em que se admite a concordância verbal tanto no singular como no plural como em: A maioria dos advogados ocupam postos de destaque na política e no mundo dos negócios. (A) Como o direito, a medicina é uma carreira estritamente profissional. (B) Os Estados Unidos e a Alemanha não oferecem cursos de administração em nível de bacharelado. (C) Metade dos cursos superiores carecem de boa qualificação. (D) As melhores universidades do país abastecem o mercado de trabalho com bons profissionais. (E) A abertura de novos cursos tem de ser controlada por órgãos oficiais. 9. Assinale a alternativa que apresenta correta correlação de tempo verbal entre as orações. (A) Se os advogados demonstrarem um mínimo de conhecimento, poderiam defender bem seus clientes. (B) Embora tivessem cursado uma faculdade, não se desenvolveram intelectualmente. (C) É possível que os novos cursos passam a ter fiscalização mais severa. (D) Se não fosse tanto desconhecimento, o desempenho poderá ser melhor. (E) Seria desejável que os enguiços entre diplomas e carreiras se resolvem brevemente. 30. A substituição das expressões em destaque por um pronome pessoal está correta, nas duas frases, de acordo com a norma culta, em: (A) I. A concorrência promove o interesse da sociedade. / A concorrência promove-o. II. Aqueles que defenderão clientes. / Aqueles que lhes defenderão. (B) I. O governo fundou escolas de direito e de medicina. / O governo fundou elas. II. Os graduados apenas ocasionalmente exercem a profissão. / Os graduados apenas ocasionalmente exercem-la. Língua Portuguesa 1 (C) (D) (E) I. Torna os graduados mais cultos. / Torna-os mais cultos. II. É preciso mencionar os cursos de administração. / É preciso mencionar-lhes. I. Os advogados devem demonstrar muitos conhecimentos. Os advogados devem demonstrá-los. II. As associações mostram à sociedade o seu papel. / As associações mostram-lhe o seu papel. I. As leis protegem os monopólios espúrios. / As leis protegem-os. II. As corporações deviam fiscalizar a prática profissional. / As corporações deviam fiscalizá-la. 31. Assinale a alternativa em que as palavras em destaque exercem, respectivamente, a mesma função sintática das expressões assinaladas em: Os graduados apenas ocasionalmente exercem a profissão. (A) Se aprendem pouco, a culpa é da fragilidade do ensino básico. (B) A interferência das corporações não passa de uma prática monopolista. (C) Abrir e fechar cursos de formação geral é assunto do MEC. (D) O estudante de direito exercita preferencialmente uma lógica rigorosa. (E) Boas razões existirão sempre para o advogado buscar conhecimento. 3. Assinale a alternativa que reescreve a frase de acordo com a norma culta. (A) Os graduados apenas ocasionalmente exercem a profissão. / Os graduados apenas ocasionalmente se dedicam a profissão. (B) Os advogados devem demonstrar nessa prova um mínimo de conhecimento. / Os advogados devem primar nessa prova por um mínimo de conhecimento. (C) Ele não fez o exame da OAB. / Ele não procedeu o exame da OAB. (D) As corporações deviam promover o interesse da sociedade. / As corporações deviam almejar do interesse da sociedade. (E) Essa é uma forma de limitar a concorrência. / Essa é uma forma de restringir à concorrência. 33. Assinale a alternativa em que o período formado com as frases I, II e III estabelece as relações de condição entre I e II e de adição entre I e III. I. O advogado é aprovado na OAB. II. O advogado raciocina com lógica. III. O advogado defende o cliente no tribunal. (A) Se o advogado raciocinar com lógica, ele será aprovado na OAB e defenderá o cliente no tribunal com sucesso. (B) O advogado defenderá o cliente no tribunal com sucesso, mas terá de raciocinar com lógica e ser aprovado na OAB. (C) Como raciocinou com lógica, o advogado será aprovado na OAB e defenderá o cliente no tribunal com sucesso. (D) O advogado defenderá o cliente no tribunal com sucesso porque raciocinou com lógica e foi aprovado na OAB. (E) Uma vez que o advogado raciocinou com lógica e foi aprovado na OAB, ele poderá defender o cliente no tribunal com sucesso. 34. Na frase Se aprendem pouco, paciência, a culpa é mais da fragilidade do ensino básico do que das faculdades. a palavra paciência vem entre vírgulas para, no contexto, (A) garantir a atenção do leitor. (B) separar o sujeito do predicado. (C) intercalar uma reflexão do autor. (D) corrigir uma afirmação indevida. (E) retificar a ordem dos termos. Atenção: As questões de números 35 a 4 referem-se ao texto abaixo. SOBRE ÉTICA A palavra Ética é empregada nos meios acadêmicos em três acepções. Numa, faz-se referência a teorias que têm como objeto de estudo o comportamento moral, ou seja, como entende Adolfo Sanchez Vasquez, a teoria que pretende explicar a natureza, fundamentos e condições da moral, relacionando-a com necessidades sociais humanas. Teríamos, assim, nessa acepção, o entendimento de que o fenômeno moral pode ser estudado racional e cientificamente por uma disciplina que se propõe a descrever as normas morais ou mesmo, com o auxílio de outras ciências, ser capaz de explicar valorações comportamentais. Um segundo emprego dessa palavra é considerá-la uma categoria filosófica e mesmo parte da Filosofia, da qual se constituiria em núcleo especulativo e reflexivo sobre a complexa fenomenologia da moral na convivência humana. A Ética, como parte da Filosofia, teria por objeto refletir sobre os fundamentos da moral na busca de explicação dos fatos morais.

17 Numa terceira acepção, a Ética já não é entendida como objeto descritível de uma Ciência, tampouco como fenômeno especulativo. Trata-se agora da conduta esperada pela aplicação de regras morais no comportamento social, o que se pode resumir como qualificação do comportamento do homem como ser em situação. É esse caráter normativo de Ética que a colocará em íntima conexão com o Direito. Nesta visão, os valores morais dariam o balizamento do agir e a Ética seria assim a moral em realização, pelo reconhecimento do outro como ser de direito, especialmente de dignidade. Como se vê, a compreensão do fenômeno Ética não mais surgiria metodologicamente dos resultados de uma descrição ou reflexão, mas sim, objetivamente, de um agir, de um comportamento consequencial, capaz de tornar possível e correta a convivência. (Adaptado do site Doutrina Jus Navigandi) 35. As diferentes acepções de Ética devem-se, conforme se depreende da leitura do texto, (A) aos usos informais que o senso comum faz desse termo. (B) às considerações sobre a etimologia dessa palavra. (C) aos métodos com que as ciências sociais a analisam. (D) às íntimas conexões que ela mantém com o Direito. (E) às perspectivas em que é considerada pelos acadêmicos. 36. A concepção de ética atribuída a Adolfo Sanchez Vasquez é retomada na seguinte expressão do texto: (A) núcleo especulativo e reflexivo. (B) objeto descritível de uma Ciência. (C) explicação dos fatos morais. (D) parte da Filosofia. (E) comportamento consequencial. 37. No texto, a terceira acepção da palavra ética deve ser entendida como aquela em que se considera, sobretudo, (A) o valor desejável da ação humana. (B) o fundamento filosófico da moral. (C) o rigor do método de análise. (D) a lucidez de quem investiga o fato moral. (E) o rigoroso legado da jurisprudência. 38. Dá-se uma íntima conexão entre a Ética e o Direito quando ambos revelam, em relação aos valores morais da conduta, uma preocupação (A) filosófica. (B) descritiva. (C) prescritiva. (D) contestatária. (E) tradicionalista. 39. Considerando-se o contexto do último parágrafo, o elemento sublinhado pode ser corretamente substituído pelo que está entre parênteses, sem prejuízo para o sentido, no seguinte caso: (A) (...) a colocará em íntima conexão com o Direito. (inclusão) (B) (...) os valores morais dariam o balizamento do agir (...) (arremate) (C) (...) qualificação do comportamento do homem como ser em situação. (provisório) (D) (E) (...) nem tampouco como fenômeno especulativo. (nem, ainda) (...) de um agir, de um comportamento consequencial... (concessivo) 40. As normas de concordância estão plenamente observadas na frase: (A) Costumam-se especular, nos meios acadêmicos, em torno de três acepções de Ética. (B) As referências que se faz à natureza da ética consideram-na, com muita frequência, associada aos valores morais. (C) Não coubessem aos juristas aproximar-se da ética, as leis deixariam de ter a dignidade humana como balizamento. (D) Não derivam das teorias, mas das práticas humanas, o efetivo valor de que se impregna a conduta dos indivíduos. (E) Convém aos filósofos e juristas, quaisquer que sejam as circunstâncias, atentar para a observância dos valores éticos. 41. Está clara, correta e coerente a redação do seguinte comentário sobre o texto: (A) Dentre as três acepções de Ética que se menciona no texto, uma apenas diz respeito à uma área em que conflui com o Direito. (B) O balizamento da conduta humana é uma atividade em que, cada um em seu campo, se empenham o jurista e o filósofo. Língua Portuguesa 13 (C) (D) (E) Costuma ocorrer muitas vezes não ser fácil distinguir Ética ou Moral, haja vista que tanto uma quanto outra pretendem ajuizar à situação do homem. Ainda que se torne por consenso um valor do comportamento humano, a Ética varia conforme a perspectiva de atribuição do mesmo. Os saberes humanos aplicados, do conhecimento da Ética, costumam apresentar divergências de enfoques, em que pese a metodologia usada. 4. Transpondo-se para a voz passiva a frase Nesta visão, os valores morais dariam o balizamento do agir, a forma verbal resultante deverá ser: (A) seria dado. (B) teriam dado. (C) seriam dados. (D) teriam sido dados. (E) fora dado. Atenção: As questões de números 43 a 48 referem-se ao texto abaixo. O HOMEM MORAL E O MORALIZADOR Depois de um bom século de psicologia e psiquiatria dinâmicas, estamos certos disto: o moralizador e o homem moral são figuras diferentes, se não opostas. O homem moral se impõe padrões de conduta e tenta respeitá-los; o moralizador quer impor ferozmente aos outros os padrões que ele não consegue respeitar. A distinção entre ambos tem alguns corolários relevantes. Primeiro, o moralizador é um homem moral falido: se soubesse respeitar o padrão moral que ele impõe, ele não precisaria punir suas imperfeições nos outros. Segundo, é possível e compreensível que um homem moral tenha um espírito missionário: ele pode agir para levar os outros a adotar um padrão parecido com o seu. Mas a imposição forçada de um padrão moral não é nunca o ato de um homem moral, é sempre o ato de um moralizador. Em geral, as sociedades em que as normas morais ganham força de lei (os Estados confessionais, por exemplo) não são regradas por uma moral comum, nem pelas aspirações de poucos e escolhidos homens exemplares, mas por moralizadores que tentam remir suas próprias falhas morais pela brutalidade do controle que eles exercem sobre os outros. A pior barbárie do mundo é isto: um mundo em que todos pagam pelos pecados de hipócritas que não se aguentam. (Contardo Calligaris, Folha de S. Paulo, 0/03/008) III. 43. Atente para as afirmações abaixo. I. Diferentemente do homem moral, o homem moralizador não se preocupa com os padrões morais de conduta. II. Pelo fato de impor a si mesmo um rígido padrão de conduta, o homem moral acaba por impô-lo à conduta alheia. O moralizador, hipocritamente, age como se de fato respeitasse os padrões de conduta que ele cobra dos outros. Em relação ao texto, é correto o que se afirma APENAS em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. 44. No contexto do primeiro parágrafo, a afirmação de que já decorreu um bom século de psicologia e psiquiatria dinâmicas indica um fator determinante para que (A) concluamos que o homem moderno já não dispõe de rigorosos padrões morais para avaliar sua conduta. (B) consideremos cada vez mais difícil a discriminação entre o homem moral e o homem moralizador. (C) reconheçamos como bastante remota a possibilidade de se caracterizar um homem moralizador. (D) identifiquemos divergências profundas entre o comportamento de um homem moral e o de um moralizador. (E) divisemos as contradições internas que costumam ocorrer nas atitudes tomadas pelo homem moral. 45. O autor do texto refere-se aos Estados confessionais para exemplificar uma sociedade na qual (A) normas morais não têm qualquer peso na conduta dos cidadãos. (B) hipócritas exercem rigoroso controle sobre a conduta de todos.

18 (C) (D) (E) a fé religiosa é decisiva para o respeito aos valores de uma moral comum. a situação de barbárie impede a formulação de qualquer regra moral. eventuais falhas de conduta são atribuídas à fraqueza das leis. 46. Na frase A distinção entre ambos tem alguns corolários relevantes, o sentido da expressão sublinhada está corretamente traduzido em: (A) significativos desdobramentos dela. (B) determinados antecedentes dela. (C) reconhecidos fatores que a causam. (D) consequentes aspectos que a relativizam. (E) valores comuns que ela propicia. 47. Está correta a articulação entre os tempos e os modos verbais na frase: (A) Se o moralizador vier a respeitar o padrão moral que ele impusera, já não podia ser considerado um hipócrita. (B) Os moralizadores sempre haveriam de desrespeitar os valores morais que eles imporão aos outros. (C) A pior barbárie terá sido aquela em que o rigor dos hipócritas servisse de controle dos demais cidadãos. (D) Desde que haja a imposição forçada de um padrão moral, caracterizava-se um ato típico do moralizador. (E) Não é justo que os hipócritas sempre venham a impor padrões morais que eles próprios não respeitam. 48. Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase: (A) O moralizador está carregado de imperfeições de que ele não costuma acusar em si mesmo. (B) Um homem moral empenha-se numa conduta cujo o padrão moral ele não costuma impingir na dos outros. (C) Os pecados aos quais insiste reincidir o moralizador são os mesmos em que ele acusa seus semelhantes. (D) Respeitar um padrão moral das ações é uma qualidade da qual não abrem mão os homens a quem não se pode acusar de hipócritas. (E) Quando um moralizador julga os outros segundo um padrão moral de cujo ele próprio não respeita, demonstra toda a hipocrisia em que é capaz. Atenção: As questões de números 49 a 54 referem-se ao texto abaixo. FIM DE FEIRA Quando os feirantes já se dispõem a desarmar as barracas, começam a chegar os que querem pagar pouco pelo que restou nas bancadas, ou mesmo nada, pelo que ameaça estragar. Chegam com suas sacolas cheias de esperança. Alguns não perdem tempo e passam a recolher o que está pelo chão: um mamãozinho amolecido, umas folhas de couve amarelas, a metade de um abacaxi, que serviu de chamariz para os fregueses compradores. Há uns que se aventuram até mesmo nas cercanias da barraca de pescados, onde pode haver alguma suspeita sardinha oculta entre jornais, ou uma ponta de cação obviamente desprezada. Há feirantes que facilitam o trabalho dessas pessoas: oferecem-lhes o que, de qualquer modo, eles iriam jogar fora. Mas outros parecem ciumentos do teimoso aproveitamento dos refugos, e chegam a recolhê-los para não os verem coletados. Agem para salvaguardar não o lucro possível, mas o princípio mesmo do comércio. Parecem temer que a fome seja debelada sem que alguém pague por isso. E não admitem ser acusados de egoístas: somos comerciantes, não assistentes sociais, alegam. Finda a feira, esvaziada a rua, chega o caminhão da limpeza e os funcionários da prefeitura varrem e lavam tudo, entre risos e gritos. O trânsito é liberado, os carros atravancam a rua e, não fosse o persistente cheiro de peixe, a ninguém ocorreria que ali houve uma feira, frequentada por tão diversas espécies de seres humanos. (Joel Rubinato, inédito) 49. Nas frases parecem ciumentos do teimoso aproveitamento dos refugos e não admitem ser acusados de egoístas, o narrador do texto (A) mostra-se imparcial diante de atitudes opostas dos feirantes. (B) revela uma perspectiva crítica diante da atitude de certos feirantes. (C) demonstra não reconhecer qualquer proveito nesse tipo de coleta. (D) assume-se como um cronista a quem não cabe emitir julgamentos. (E) insinua sua indignação contra o lucro excessivo dos feirantes. 50. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de um segmento do texto em: (A) serviu de chamariz ao chamado. (B) alguma suspeita sardinha (C) teimoso aproveitamento (D) o princípio mesmo do comércio (E) Agem para salvaguardar 51. Atente para as afirmações abaixo. I. Os riscos do consumo de uma sardinha suspeita ou da ponta de um cação que foi desprezada justificam o emprego de se aventuram, no primeiro parágrafo. II. O emprego de alegam, no segundo parágrafo, deixa entrever que o III. autor não compactua com a justificativa dos feirantes. No último parágrafo, o autor faz ver que o fim da feira traz a superação de tudo o que determina a existência de diversas espécies de seres humanos. Em relação ao texto, é correto o que se afirmar APENAS em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. 5. Está INCORRETA a seguinte afirmação sobre um recurso de construção do texto: no contexto do (A) primeiro parágrafo, a forma ou mesmo nada faz subentender a expressão verbal querem pagar. (B) primeiro parágrafo, a expressão fregueses compradores faz subentender a existência de fregueses que não compram nada. (C) segundo parágrafo, a expressão de qualquer modo está empregada com o sentido de de toda maneira. (D) segundo parágrafo, a expressão para salvaguardar está empregada com o sentido de a fim de resguardar. (E) terceiro parágrafo, a expressão não fosse tem sentido equivalente ao de mesmo não sendo. 53. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se no plural para preencher de modo correto a lacuna da frase: (A) Frutas e verduras, mesmo quando desprezadas, não... (deixar) de as recolher quem não pode pagar pelas boas e bonitas. (B)...-se (dever) aos ruidosos funcionários da limpeza pública a providência que fará esquecer que ali funcionou uma feira. (C) Não... (aludir) aos feirantes mais generosos, que oferecem as sobras de seus produtos, a observação do autor sobre o egoísmo humano. (D) A pouca gente... (deixar) de sensibilizar os penosos detalhes da coleta, a que o narrador deu ênfase em seu texto. (E) Não... (caber) aos leitores, por força do texto, criticar o lucro razoável de alguns feirantes, mas sim, a inaceitável impiedade de outros. 54. A supressão da vírgula altera o sentido da seguinte frase: (A) Fica-se indignado com os feirantes, que não compreendem a carência dos mais pobres. (B) No texto, ocorre uma descrição o mais fiel possível da tradicional coleta de um fim de feira. (C) A todo momento, dá-se o triste espetáculo de pobreza centralizado nessa narrativa. (D) Certamente, o leitor não deixará de observar a preocupação do autor em distinguir os diferentes caracteres humanos. (E) Em qualquer lugar onde ocorra uma feira, ocorrerá também a humilde coleta de que trata a crônica. 1. A. B 3. E 4. C 5. A 6. E 7. B 8. A 9. D 10. B 11. C 1. A 13. B 14. E 15. D 16. A 17. C 18. D 19. E 0. B 1. A. E 3. B 4. A 5. E 6. D 7. A 8. C 9. B 30. D RESPOSTAS 31. E 3. B 33. A 34. C 35. E 36. B 37. A 38. C 39. D 40. E 41. B 4. A 43. C 44. D 45. B 46. A 47. E 48. D 49. B 50. C 51. D 5. E 53. D 54. A Língua Portuguesa 14

19 ORTOGRAFIA OFICIAL As dificuldades para a ortografia devem-se ao fato de que há fonemas que podem ser representados por mais de uma letra, o que não é feito de modo arbitrário, mas fundamentado na história da língua. Eis algumas observações úteis: DISTINÇÃO ENTRE J E G 1. Escrevem-se com J: a) As palavras de origem árabe, africana ou ameríndia: canjica. cafajeste, canjerê, pajé, etc. b) As palavras derivadas de outras que já têm j: laranjal (laranja), enrijecer, (rijo), anjinho (anjo), granjear (granja), etc. c) As formas dos verbos que têm o infinitivo em JAR. despejar: despejei, despeje; arranjar: arranjei, arranje; viajar: viajei, viajeis. d) O final AJE: laje, traje, ultraje, etc. e) Algumas formas dos verbos terminados em GER e GIR, os quais mudam o G em J antes de A e O: reger: rejo, reja; dirigir: dirijo, dirija.. Escrevem-se com G: a) O final dos substantivos AGEM, IGEM, UGEM: coragem, vertigem, ferrugem, etc. b) Exceções: pajem, lambujem. Os finais: ÁGIO, ÉGIO, ÓGIO e ÍGIO: estágio, egrégio, relógio refúgio, prodígio, etc. c) Os verbos em GER e GIR: fugir, mugir, fingir. DISTINÇÃO ENTRE S E Z 1. Escrevem-se com S: a) O sufixo OSO: cremoso (creme + oso), leitoso, vaidoso, etc. b) O sufixo ÊS e a forma feminina ESA, formadores dos adjetivos pátrios ou que indicam profissão, título honorífico, posição social, etc.: português portuguesa, camponês camponesa, marquês marquesa, burguês burguesa, montês, pedrês, princesa, etc. c) O sufixo ISA. sacerdotisa, poetisa, diaconisa, etc. d) Os finais ASE, ESE, ISE e OSE, na grande maioria se o vocábulo for erudito ou de aplicação científica, não haverá dúvida, hipótese, exegese análise, trombose, etc. e) As palavras nas quais o S aparece depois de ditongos: coisa, Neusa, causa. f) O sufixo ISAR dos verbos referentes a substantivos cujo radical termina em S: pesquisar (pesquisa), analisar (análise), avisar (aviso), etc. g) Quando for possível a correlação ND - NS: escandir: escansão; pretender: pretensão; repreender: repreensão, etc.. Escrevem-se em Z. a) O sufixo IZAR, de origem grega, nos verbos e nas palavras que têm o mesmo radical. Civilizar: civilização, civilizado; organizar: organização, organizado; realizar: realização, realizado, etc. b) Os sufixos EZ e EZA formadores de substantivos abstratos derivados de adjetivos limpidez (limpo), pobreza (pobre), rigidez (rijo), etc. c) Os derivados em -ZAL, -ZEIRO, -ZINHO e ZITO: cafezal, cinzeiro, chapeuzinho, cãozito, etc. c) Maioria das palavras iniciadas por ME: mexerico, mexer, mexerica, etc. d) EXCEÇÃO: recauchutar (mais seus derivados) e caucho (espécie de árvore que produz o látex). e) Observação: palavras como "enchente, encharcar, enchiqueirar, enchapelar, enchumaçar", embora se iniciem pela sílaba "en", são grafadas com "ch", porque são palavras formadas por prefixação, ou seja, pelo prefixo en + o radical de palavras que tenham o ch (enchente, encher e seus derivados: prefixo en + radical de cheio; encharcar: en + radical de charco; enchiqueirar: en + radical de chiqueiro; enchapelar: en + radical de chapéu; enchumaçar: en + radical de chumaço).. Escrevem-se com CH: a) charque, chiste, chicória, chimarrão, ficha, cochicho, cochichar, estrebuchar, fantoche, flecha, inchar, pechincha, pechinchar, penacho, salsicha, broche, arrocho, apetrecho, bochecha, brecha, chuchu, cachimbo, comichão, chope, chute, debochar, fachada, fechar, linchar, mochila, piche, pichar, tchau. b) Existem vários casos de palavras homófonas, isto é, palavras que possuem a mesma pronúncia, mas a grafia diferente. Nelas, a grafia se distingue pelo contraste entre o x e o ch. Exemplos: brocha (pequeno prego) broxa (pincel para caiação de paredes) chá (planta para preparo de bebida) xá (título do antigo soberano do Irã) chalé (casa campestre de estilo suíço) xale (cobertura para os ombros) chácara (propriedade rural) xácara (narrativa popular em versos) cheque (ordem de pagamento) xeque (jogada do xadrez) cocho (vasilha para alimentar animais) coxo (capenga, imperfeito) DISTINÇÃO ENTRE S, SS, Ç E C Observe o quadro das correlações: Correlações t - c ter-tenção rg - rs rt - rs pel - puls corr - curs sent - sens ced - cess gred - gress prim - press tir - ssão Exemplos ato - ação; infrator - infração; Marte - marcial abster - abstenção; ater - atenção; conter - contenção, deter - detenção; reter - retenção aspergir - aspersão; imergir - imersão; submergir - submersão; inverter - inversão; divertir - diversão impelir - impulsão; expelir - expulsão; repelir - repulsão correr - curso - cursivo - discurso; excursão - incursão sentir - senso, sensível, consenso ceder - cessão - conceder - concessão; interceder - intercessão. exceder - excessivo (exceto exceção) agredir - agressão - agressivo; progredir - progressão - progresso - progressivo imprimir - impressão; oprimir - opressão; reprimir - repressão. admitir - admissão; discutir - discussão, permitir - permissão. (re)percutir - (re)percussão DISTINÇÃO ENTRE X E CH: 1. Escrevem-se com X a) Os vocábulos em que o X é o precedido de ditongo: faixa, caixote, feixe, etc. Língua Portuguesa 15 PALAVRAS COM CERTAS DIFICULDADES ONDE-AONDE Emprega-se AONDE com os verbos que dão ideia de movimento. Equivale sempre a PARA ONDE.

20 AONDE você vai? AONDE nos leva com tal rapidez? Naturalmente, com os verbos que não dão ideia de movimento emprega-se ONDE ONDE estão os livros? Não sei ONDE te encontrar. MAU - MAL MAU é adjetivo (seu antônimo é bom). Escolheu um MAU momento. Era um MAU aluno. MAL pode ser: a) advérbio de modo (antônimo de bem). Ele se comportou MAL. Seu argumento está MAL estruturado b) conjunção temporal (equivale a assim que). MAL chegou, saiu c) substantivo: O MAL não tem remédio, Ela foi atacada por um MAL incurável. CESÃO/SESSÃO/SECÇÃO/SEÇÃO CESSÃO significa o ato de ceder. Ele fez a CESSÃO dos seus direitos autorais. A CESSÃO do terreno para a construção do estádio agradou a todos os torcedores. SESSÃO é o intervalo de tempo que dura uma reunião: Assistimos a uma SESSÃO de cinema. Reuniram-se em SESSÃO extraordinária. SECÇÃO (ou SEÇÃO) significa parte de um todo, subdivisão: Lemos a noticia na SECÇÃO (ou SEÇÃO) de esportes. Compramos os presentes na SECÇÃO (ou SEÇÃO) de brinquedos. HÁ / A Na indicação de tempo, emprega-se: HÁ para indicar tempo passado (equivale a faz): HÁ dois meses que ele não aparece. Ele chegou da Europa HÁ um ano. A para indicar tempo futuro: Daqui A dois meses ele aparecerá. Ela voltará daqui A um ano. FORMAS VARIANTES Existem palavras que apresentam duas grafias. Nesse caso, qualquer uma delas é considerada correta. Eis alguns exemplos. aluguel ou aluguer alpartaca, alpercata ou alpargata amídala ou amígdala assobiar ou assoviar assobio ou assovio azaléa ou azaleia bêbado ou bêbedo bílis ou bile cãibra ou cãimbra carroçaria ou carroceria chimpanzé ou chipanzé debulhar ou desbulhar fleugma ou fleuma Língua Portuguesa hem? ou hein? imundície ou imundícia infarto ou enfarte laje ou lajem lantejoula ou lentejoula nenê ou nenen nhambu, inhambu ou nambu quatorze ou catorze surripiar ou surrupiar taramela ou tramela relampejar, relampear, relampeguear ou relampar porcentagem ou percentagem EMPREGO DE MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS Escrevem-se com letra inicial maiúscula: 1) a primeira palavra de período ou citação. Diz um provérbio árabe: "A agulha veste os outros e vive nua." No início dos versos que não abrem período é facultativo o uso da letra maiúscula. 16 ) substantivos próprios (antropônimos, alcunhas, topônimos, nomes sagrados, mitológicos, astronômicos): José, Tiradentes, Brasil, Amazônia, Campinas, Deus, Maria Santíssima, Tupã, Minerva, Via- Láctea, Marte, Cruzeiro do Sul, etc. O deus pagão, os deuses pagãos, a deusa Juno. 3) nomes de épocas históricas, datas e fatos importantes, festas religiosas: Idade Média, Renascença, Centenário da Independência do Brasil, a Páscoa, o Natal, o Dia das Mães, etc. 4) nomes de altos cargos e dignidades: Papa, Presidente da República, etc. 5) nomes de altos conceitos religiosos ou políticos: Igreja, Nação, Estado, Pátria, União, República, etc. 6) nomes de ruas, praças, edifícios, estabelecimentos, agremiações, órgãos públicos, etc.: Rua do 0uvidor, Praça da Paz, Academia Brasileira de Letras, Banco do Brasil, Teatro Municipal, Colégio Santista, etc. 7) nomes de artes, ciências, títulos de produções artísticas, literárias e científicas, títulos de jornais e revistas: Medicina, Arquitetura, Os Lusíadas, 0 Guarani, Dicionário Geográfico Brasileiro, Correio da Manhã, Manchete, etc. 8) expressões de tratamento: Vossa Excelência, Sr. Presidente, Excelentíssimo Senhor Ministro, Senhor Diretor, etc. 9) nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões: Os povos do Oriente, o falar do Norte. Mas: Corri o país de norte a sul. O Sol nasce a leste. 10) nomes comuns, quando personificados ou individuados: o Amor, o Ódio, a Morte, o Jabuti (nas fábulas), etc. Escrevem-se com letra inicial minúscula: 1) nomes de meses, de festas pagãs ou populares, nomes gentílicos, nomes próprios tornados comuns: maia, bacanais, carnaval, ingleses, ave-maria, um havana, etc. ) os nomes a que se referem os itens 4 e 5 acima, quando empregados em sentido geral: São Pedro foi o primeiro papa. Todos amam sua pátria. 3) nomes comuns antepostos a nomes próprios geográficos: o rio Amazonas, a baía de Guanabara, o pico da Neblina, etc. 4) palavras, depois de dois pontos, não se tratando de citação direta: "Qual deles: o hortelão ou o advogado?" (Machado de Assis) "Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incenso, mirra." (Manuel Bandeira) ACENTUAÇÃO GRÁFICA ORTOGRAFIA OFICIAL Por Paula Perin dos Santos O Novo Acordo Ortográfico visa simplificar as regras ortográficas da Língua Portuguesa e aumentar o prestígio social da língua no cenário internacional. Sua implementação no Brasil segue os seguintes parâmetros: 009 vigência ainda não obrigatória, 010 a 01 adaptação completa dos livros didáticos às novas regras; e a partir de 013 vigência obrigatória em todo o território nacional. Cabe lembrar que esse Novo Acordo Ortográfico já se encontrava assinado desde 1990 por oito países que falam a língua portuguesa, inclusive pelo Brasil, mas só agora é que teve sua implementação. É equívoco afirmar que este acordo visa uniformizar a língua, já que uma língua não existe apenas em função de sua ortografia. Vale lembrar que a ortografia é apenas um aspecto superficial da escrita da língua, e que as diferenças entre o Português falado nos diversos países lusófonos subsistirão em questões referentes à pronúncia, vocabulário e gramática. Uma língua muda em função de seus falantes e do tempo, não por meio de Leis ou Acordos.

21 A queixa de muitos estudantes e usuários da língua escrita é que, depois de internalizada uma regra, é difícil desaprendê-la. Então, cabe aqui uma dica: quando se tiver uma dúvida sobre a escrita de alguma palavra, o ideal é consultar o Novo Acordo (tenha um sempre em fácil acesso) ou, na melhor das hipóteses, use um sinônimo para referir-se a tal palavra. Mostraremos nessa série de artigos o Novo Acordo de uma maneira descomplicada, apontando como é que fica estabelecido de hoje em diante a Ortografia Oficial do Português falado no Brasil. Alfabeto A influência do inglês no nosso idioma agora é oficial. Há muito tempo as letras k, w e y faziam parte do nosso idioma, isto não é nenhuma novidade. Elas já apareciam em unidades de medidas, nomes próprios e palavras importadas do idioma inglês, como: km quilômetro, kg quilograma Show, Shakespeare, Byron, Newton, dentre outros. Trema Não se usa mais o trema em palavras do português. Quem digita muito textos científicos no computador sabe o quanto dava trabalho escrever linguística, frequência. Ele só vai permanecer em nomes próprios e seus derivados, de origem estrangeira. Por exemplo, Gisele Bündchen não vai deixar de usar o trema em seu nome, pois é de origem alemã. (neste caso, o ü lê-se i ) Também acentuamos as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes (semivogal+vogal): Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, férias, lírio. 3. Todas as proparoxítonas são acentuadas. Ex. México, música, mágico, lâmpada, pálido, pálido, sândalo, crisântemo, público, pároco, proparoxítona. QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS ENCONTROS VOCÁLICOS 4. Acentuamos as vogais I e U dos hiatos, quando: Formarem sílabas sozinhos ou com S Ex. Ju-í-zo, Lu-ís, ca-fe-í-na, ra-í-zes, sa-í-da, e-go-ís-ta. IMPORTANTE Por que não acentuamos ba-i-nha, fei-u-ra, ru-im, ca-ir, Ra-ul, se todos são i e u tônicas, portanto hiatos? Porque o i tônico de bainha vem seguido de NH. O u e o i tônicos de ruim, cair e Raul formam sílabas com m, r e l respectivamente. Essas consoantes já soam forte por natureza, tornando naturalmente a sílaba tônica, sem precisar de acento que reforce isso. 5. Trema Não se usa mais o trema em palavras da língua portuguesa. Ele só vai permanecer em nomes próprios e seus derivados, de origem estrangeira, como Bündchen, Müller, mülleriano (neste caso, o ü lê-se i ) QUANTO À POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA 1. Acentuam-se as oxítonas terminadas em A, E, O, seguidas ou não de S, inclusive as formas verbais quando seguidas de LO(s) ou LA(s). Também recebem acento as oxítonas terminadas em ditongos abertos, como ÉI, ÉU, ÓI, seguidos ou não de S Ex. Chá Mês nós Gás Sapé cipó Dará Café avós Pará Vocês compôs vatapá pontapés só Aliás português robô dá-lo vê-lo avó recuperá-los Conhecê-los pô-los guardá-la Fé compô-los réis (moeda) Véu dói méis céu mói pastéis Chapéus anzóis ninguém parabéns Jerusalém Resumindo: Só não acentuamos oxítonas terminadas em I ou U, a não ser que seja um caso de hiato. Por exemplo: as palavras baú, aí, Esaú e atraílo são acentuadas porque as semivogais i e u estão tônicas nestas palavras.. Acentuamos as palavras paroxítonas quando terminadas em: L afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível. N pólen, abdômen, sêmen, abdômen. R câncer, caráter, néctar, repórter. X tórax, látex, ônix, fênix. PS fórceps, Quéops, bíceps. Ã(S) ímã, órfãs, ímãs, Bálcãs. ÃO(S) órgão, bênção, sótão, órfão. I(S) júri, táxi, lápis, grátis, oásis, miosótis. ON(S) náilon, próton, elétrons, cânon. UM(S) álbum, fórum, médium, álbuns. US ânus, bônus, vírus, Vênus. 6. Acento Diferencial O acento diferencial permanece nas palavras: pôde (passado), pode (presente) pôr (verbo), por (preposição) Nas formas verbais, cuja finalidade é determinar se a 3ª pessoa do verbo está no singular ou plural: SINGULAR PLURAL Ele tem Ele vem Eles têm Eles vêm Essa regra se aplica a todos os verbos derivados de ter e vir, como: conter, manter, intervir, deter, sobrevir, reter, etc. EMPREGO DE LETRAS E DIVISÃO SILÁBICA. Não se separam as letras que formam os dígrafos CH, NH, LH, QU, GU. 1- chave: cha-ve aquele: a-que-le palha: pa-lha manhã: ma-nhã guizo: gui-zo Não se separam as letras dos encontros consonantais que apresentam a seguinte formação: consoante + L ou consoante + R - emblema: reclamar: flagelo: globo: implicar: atleta: prato: em-ble-ma re-cla-mar fla-ge-lo glo-bo im-pli-car a-tle-ta pra-to abraço: recrutar: drama: fraco: agrado: atraso: a-bra-ço re-cru-tar dra-ma fra-co a-gra-do a-tra-so Separam-se as letras dos dígrafos RR, SS, SC, SÇ, XC. cor-rer desçam: pas-sar exceto: fas-ci-nar 3- correr: passar: fascinar: des-çam ex-ce-to Não se separam as letras que representam um ditongo. 4- mistério: cárie: mis-té-rio cá-rie herdeiro: her-dei-ro Língua Portuguesa 17

22 Separam-se as letras que representam um hiato. sa-ú-de cruel: ra-i-nha enjoo: 5- saúde: rainha: cru-el en-jo-o Não se separam as letras que representam um tritongo. 6- Paraguai: Pa-ra-guai saguão: sa-guão Consoante não seguida de vogal, no interior da palavra, fica na sílaba que a antecede. 7- torna: técnica: absoluto: tor-na núpcias: núp-cias téc-ni-ca submeter: sub-me-ter ab-so-lu-to perspicaz: pers-pi-caz Consoante não seguida de vogal, no início da palavra, junta-se à sílaba que a segue 8- pneumático: pneu-má-ti-co gnomo: gno-mo psicologia: psi-co-lo-gia No grupo BL, às vezes cada consoante é pronunciada separadamente, mantendo sua autonomia fonética. Nesse caso, tais consoantes ficam em sílabas separadas. 9- sublingual: sublinhar: sublocar: sub-lin-gual sub-li-nhar sub-lo-car Preste atenção nas seguintes palavras: trei-no so-cie-da-de gai-o-la ba-lei-a des-mai-a-do im-bui-a ra-diou-vin-te ca-o-lho te-a-tro co-e-lho du-e-lo ví-a-mos a-mné-sia gno-mo co-lhei-ta quei-jo pneu-mo-ni-a fe-é-ri-co dig-no e-nig-ma e-clip-se Is-ra-el mag-nó-lia CLASSES E EMPREGO DE PALAVRAS. MORFOLOGIA. VOZES DO VERBO. EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS. FONOLOGIA. Morfologia - Estrutura e formação de palavras. Em linguística, um fonema é a menor unidade sonora (fonética) de uma língua que estabelece contraste de significado para diferenciar palavras. Por exemplo, a diferença entre as palavras prato e trato, quando faladas, está apenas no primeiro fonema: P na primeira e T na segunda. Classificação dos Fonemas Os fonemas são classificados em vogais, semivogais e consoantes. VOGAIS Vogal é o fonema produzido pelo ar que, expelido dos pulmões, faz vibrar as cordas vocais e não encontra nenhum obstáculo na sua passagem pelo aparelho fonador. Classificam-se em: Quanto à intensidade - Vogal tônica: é a vogal onde se encontra o acento prosódico principal da palavra. - Vogal subtônica: é a vogal onde se encontra o acento prosódico secundário da palavra. - Vogal átona: é uma vogal onde não existe qualquer acento prosódico. Exemplo: Na palavra automaticamente, o primeiro e é a vogal tônica, o segundo a é a vogal subtônica, e as demais vogais são átonas. Nota 1: Em alguns idiomas como o chinês não existe o conceito de intensidade da vogal. Em seu lugar, existe o conceito de tom, em que as sílabas são distinguidas pela maneira como são entonadas. Em português, o conceito de tom existe quando se diferencia uma pergunta de uma afirmação (ex.: o açúcar é branco. ; o açúcar é branco? ) ou em uma frase exclamativa: (ex.: como o açúcar é branco! ). Nota : Em nenhuma palavra de até três sílabas existem vogais subtônicas em português. E em algumas preposições, artigos, pronomes e conjunções com uma ou duas sílabas (ex.: por, em, para, um, o, pelo), não existem vogais tônicas. Quanto ao timbre - Vogais abertas: São as vogais articuladas ao se abrir o máximo a boca. Por exemplo: nas palavras amora e café, todas as vogais são abertas. - Vogais fechadas: São as vogais articuladas ao se abrir o mínimo a boca. Por exemplo: nas palavras êxodo e fôlego, todas as vogais são fechadas. Alguns gramáticos da língua portuguesa ainda classificam as vogais e e o na categoria de vogais reduzidas quando são átonas no fim de uma palavra, que em geral são pronunciadas como i e u. Por exemplo, nas palavras análise e camelo. Quanto ao modo de articulação - Vogais orais: São as vogais pronunciadas completamente através da cavidade oral. Em português, existem sete vogais orais, a saber: a, ê, é, i, ô, ó e u. - Vogais nasais: São as vogais pronunciadas em que uma parte do ar usado para a pronúncia escapa pela cavidade nasal. Em português, existem seis vogais nasais. Nas palavras: maçã, armazém, capim, garçom, compra e fundo, os grafemas assinalados em negrito representam vogais nasais. Também são nasais os ditongos ão, ãe, õe, âim (como em câimbra ) e o ditongo ui da palavra muito. Quanto ao ponto de articulação - Vogais anteriores: São as vogais pronunciadas com a parte traseira da língua curvada para baixo. Em português, são anteriores as vogais a, â, o, ó e u. - Vogais posteriores: São as vogais pronunciadas com a parte traseira da língua curvada para cima. Em português, são posteriores as vogais e, é e i. Nota 1: Alguns gramáticos da língua portuguesa consideram as vogais a e â como vogais médias ou vogais centrais, porque nessas vogais, em português, não há curvatura da língua. Nota : Em alguns idiomas como o alemão, para cada vogal anterior existe uma posterior correspondente. As vogais posteriores derivadas de vogais anteriores são representadas pelo trema (ä, ö, u). SEMIVOGAIS As semivogais são fonemas que não ocupam a posição de núcleo da sílaba, devendo, portanto, associam-se a uma vogal para formarem uma sílaba. Em português, somente os fonemas representados pelas letras i e u em ditongos e tritongos são considerados semivogais. Um ditongo é sempre formado por uma vogal mais uma semivogal. Quando a semivogal vem antes da vogal, o ditongo é dito crescente (como em jaguar ). Quando a semivogal vem depois, o ditongo é dito decrescente (como em demais ). Nos ditongos ui e iu, uma das letras é sempre considerada vogal e a outra é semivogal. No caso dos tritongos, todos eles são formados por uma vogal intercalada entre duas semivogais. CONSOANTES Consoantes são fonemas assilábicos que se produzem após ultrapassar um obstáculo que se opõe à corrente de ar no aparelho fonador. Estes obstáculos incluem os lábios, os dentes, a língua, o palato, o véu palatino e a úvula. Classificam-se da seguinte maneira: Língua Portuguesa 18

23 Quanto ao papel das cordas vocais - Consoantes surdas: São as consoantes pronunciadas sem que as cordas vocais sejam postas em vibração. São surdas as seguintes consoantes em português: f, k, p, s, t, ch. - Consoantes sonoras: São as consoantes pronunciadas com a vibração das cordas vocais. São sonoras as seguintes consoantes em português: b, d, g, j, l, lh, m, n, nh, r, v, z. bato é o som inicial das consoantes p- e b- que opõe entre si as duas palavras. Tal som recebe a denominação de Fonema. Pelo visto, pode-se dizer que cada letra do nosso alfabeto representa um fonema, mas fica a advertência de que num estudo mais profundo a teoria mostra outra realidade, que não convém inserir nas noções elementares de que estamos tratando. A Letra é a representação gráfica, isto é, uma representação escrita de um determinado som. Língua Portuguesa Quanto ao modo de articulação - Consoantes oclusivas: São as consoantes pronunciadas fechando-se totalmente o aparelho fonador, sem dar espaço para o ar sair. São oclusivas as seguintes consoantes: p, t, k, b, d, g. - Consoantes fricativas: São as consoantes pronunciadas através de uma corrente de ar que se fricciona em um obstáculo. São fricativas as seguintes consoantes em português: f, j, s, ch, v, z. - Consoantes laterais: São as consoantes pronunciadas ao fazer passar a corrente de ar nos dois cantos da boca ao lado da língua. Em português, são laterais apenas as consoantes l e lh. - Consoantes vibrantes: São as consoantes pronunciadas através da vibração de algum elemento do aparelho fonador, em geral a língua ou o véu palatino. Em português, são vibrantes apenas as duas variedades do r, como em carro e em caro. - Consoantes nasais: São as consoantes em que o ar sai pelas fossas nasais, em vez da boca. Em português, são nasais as consoantes m, n e nh. Quanto ao ponto de articulação - Consoantes bilabiais: São as consoantes pronunciadas com o contato dos dois lábios. Em português, são bilabiais as consoantes: p, b, m. - Consoantes dentais: São as consoantes pronunciadas com a língua entre os dentes. Não existem consoantes dentais em português. Em outros idiomas, pode ser citado como exemplo o th do inglês. - Consoantes alveolares: São as consoantes pronunciadas com o contato da língua nos alvéolos dos dentes. Em português, são alveolares as consoantes: t, d, n, s, z, l e o r fraco. - Consoantes labiodentais: São as consoantes pronunciadas com o contato dos lábios na arcada superior dos dentes. Em português, são labiodentais as consoantes f e v. - Consoantes palatais: São as consoantes pronunciadas com o contato da língua com o palato. Em português, são palatais as seguintes consoantes: j, ch, lh e nh. - Consoantes retroflexivas: São as consoantes pronunciadas com a língua curvada. Em português, somente em alguns dialetos do Brasil têm uma consoante retroflexiva, o chamado r caipira. - Consoantes velares: São as consoantes pronunciadas com a parte traseira da língua no véu palatino. Em português, são velares as consoantes: k, g e rr (na maioria dos dialetos). - Consoantes uvulares: São as consoantes pronunciadas através da vibração da úvula. Em português, somente o dialeto fluminense tem uma consoante uvular; no caso, o r forte. Também é considerado uvular o h aspirado de idiomas como o inglês. - Consoantes glotais: São as consoantes pronunciadas através da vibração da glote. Não há consoantes glotais em português e em praticamente nenhum dos idiomas ocidentais. Exemplos de idiomas com consoantes glotais são o hebraico e o árabe. Nota: No Brasil, é perceptível a diferença de pronúncia da palavra tia entre pessoas do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, por exemplo. De modo geral, para os primeiros, a letra t é um fonema palatal (pronunciado mais ou menos como txia, enquanto para os segundos representa um fonema alveolar. Ainda que assim como em prato e trato os sons correspondentes à letra t de tia sejam diferentes (isto é, letras iguais e sons diferentes), o fonema é um só, visto que, na língua, não se estabelece distinção de significado ao pronunciar-se /tia/ ou /txia/. Fonética Em sentido mais elementar, a Fonética é o estudo dos sons ou dos fonemas, entendendo-se por fonemas os sons emitidos pela voz humana, os quais caracterizam a oposição entre os vocábulos. Por exemplo, em pato e 19 LETRAS FONEMAS EXEMPLOS A Ã (AM, AN) - A ANTA DO CAMPO - ÁRVORE B BÊ BOI BRAVO - BALEIA C SÊ - KÊ CERVO COBRA D DÊ DROMEDÁRIO - DINOSSAURO E Ê EM, EN - E ELEFANTE ENTE ÉGUA F FÊ FOCA - FLAMINGO G JÊ - GUÊ GIRAFA GATO H Ø HIPOPÓTAMO - HOMEM I IM - I ÍNDIO - IGREJA J JÊ JIBÓIA - JACARÉ L LÊ - U LEÃO - SOL M MÊ (~) MACACO CAMBUÍ N NÊ (~) NATUREZA PONTE O Õ (OM, ON) O Ô ONÇA AVÓ AVÔ P PÊ PORCO - PATO Q KÊ QUERO-QUERO - QUEIJO R RRÊ RÊ RATO BURRO ARARA S SÊ ZÊ Ø SAPO CASA NASCER T TÊ TATU - TUBARÃO U U UM, UN URUBU ATUM V U UM, UN VACA - VEADO XARÉU EXEMPLO MÁXIMO X XÊ ZÊ SÊ Ø - KSÊ EXCETO - TÁXI Z ZÊ ZEBRA - ZORRO Tradicionalmente, costuma-se classificar os fonemas em vogais, semivogais e consoantes, com algumas divergências entre os autores. VOGAIS a e i o u As vogais são sons musicais produzidos pela vibração das cordas vocais. São chamados fonemas silábicos, pois constituem o fonema central de toda sílaba. AS VOGAIS SÃO CLASSIFICADAS CONFORME: Função Das Cavidades Bucal E Nasal Orais - a, e, i, o, u Nasais - ã, ê, î, õ, û. Média - a Anteriores - e, i Posteriores - o, u Abertas - á, é, ó Fechadas - ê, ô Reduzidas - fale, hino. Zona De Articulação Timbre

24 Tônicas - saci, óvulo, peru Átonas - moço, uva, vida. Intensidade Semivogais - I U Só há duas semivogais: I e U, quando se incorporam à vogal numa mesma sílaba da palavra, formando-se um ditongo ou tritongo. Por exemplo: cai-ça-ra, te-sou-ro, Pa-ra-guai. Características Das Semivogais: Ficam sempre ao lado de outra vogal na mesma sílaba da palavra. São átonas. CONSOANTES As consoantes são fonemas que soam com alguma vogal. Portanto, são fonemas assilábicos, isto é, sozinhos não formam sílaba. B C D F G H J L M N P Q R S T V X Z ENCONTROS VOCÁLICOS À sequência de duas ou três vogais em uma palavra, damos o nome de encontro vocálico. Por exemplo, cooperativa. TRÊS SÃO OS ENCONTROS VOCÁLICOS: DITONGO É a reunião de uma vogal junto a uma semivogal, ou a reunião de uma semivogal junto a uma vogal em uma só sílaba. Por exemplo, rei-na-do. OS DITONGOS CLASSIFICAM-SE EM: Crescentes A semivogal antecede a vogal. Ex: quadro. Decrescentes A vogal antecede a semivogal. Ex: rei. Observações: Sendo aberta a vogal do ditongo, diz-se que ele é oral aberto. Ex: céu. Sendo fechada, diz-se que é oral fechado. Ex: ouro. Sendo nasal, diz-se que é nasal. Ex: pão. Após a vogal, as letras E e O, que se reduzem, respectivamente, a I e U, têm valor de semivogal. Ex: mãe; anão. TRITONGO É o encontro, na mesma sílaba, de uma vogal tônica ladeada de duas semivogais. Ex: sa-guão; U-ru-guai. Pelos exemplos dados, conclui-se que os tritongos podem ser nasais ou orais. HIATO É o encontro de duas vogais que se pronunciam separadamente, em duas diferentes emissões de voz. Por exemplo, mi-ú-do, bo-a-to, hi-a-to. O hiato forma um encontro vocálico disjunto, isto é, na separação da palavra em sílabas, cada vogal fica em uma sílaba diferente. SÍLABA Dá-se o nome de sílaba ao fonema ou grupo de fonemas pronunciados numa só emissão de voz. Quanto ao número de sílabas, o vocábulo classifica-se em: Monossílabo Possui uma só sílaba. (fé, sol) Dissílabo Possui duas sílabas. (casa, pombo) Trissílabo Possui três sílabas. (cidade, atleta) Polissílabo Possui mais de três sílabas. (escolaridade, reservatório). TONICIDADE Nas palavras com mais de uma sílaba, sempre existe uma sílaba que se pronuncia com mais força do que as outras: é a sílaba tônica. Por exemplo, em lá-gri-ma, a sílaba tônica é lá; em ca-der-no, der; em A-ma-pá, pá. Considerando-se a posição da sílaba tônica, classificam-se as palavras em: Oxítonas Quando a tônica é a última sílaba. (sabor, dominó) Paroxítonas Quando a tônica é a penúltima. (quadro, mártir) Proparoxítonas Quando a tônica é a antepenúltima. (úmido, cálice) Obs: A maioria das palavras de nossa língua é paroxítona. MONOSSÍLABOS Átonos São os de pronúncia branda, os que têm a vogal fraca, inacentuada. Também são chamados clíticos. Incluem-se na lista dos monossílabos átonos, os artigos, as preposições, as conjunções, os pronomes pessoais oblíquos, as combinações pronominais e o pronome relativo que. Por exemplo, a, de, nem, lhe, no, me, se. Tônicos São os de pronúncia forte, independentemente de sinal gráfico sobre a sílaba. Por exemplo, pé, gás, foz, dor. Rizotônicas São as palavras cujo acento tônico incide no radical. Por exemplo, descrevo, descreves, descreve. Arrizotônicas São as palavras cujo acento tônico fica fora do radical. Por exemplo, descreverei, descreverás, descreverá. Obs: As denominações rizotônico e arrizotônico dizem respeito especialmente às formas verbais. ENCONTROS CONSONANTAIS O agrupamento de duas ou mais consoantes numa mesma palavra denomina-se encontro consonantal. Os encontros consonantais podem ser: Conjuntos ou inseparáveis, terminados em L ou R. Por exemplo, plebeu e crô-ni-ca. Exceto: sub-li-nhar. Disjuntos ou separáveis por vogal não representada na escrita, mas que é percebida, na pronúncia, entre as duas consoantes. Por exemplo, ritmo, ad-mi-rar, ob-je-ti-vo. DÍGRAFOS São duas letras que representam um só fonema, sendo uma grafia composta para um som simples. Há os seguintes dígrafos: Os terminados em H, representados pelos grupos ch, lh, nh. Por exemplo, chave, malha, ninho. Os constituídos de letras dobradas, representados pelos grupos rr e ss. Por exemplo, carro, pássaro. Os grupos gu, qu, sc, sç, xc, xs. Por exemplo, guerra, quilo, nascer, cresça, exceto. As vogais nasais em que a nasalidade é indicada por m ou n, encerrando a sílaba por em uma palavra. Por exemplo, pomba, campo, onde, canto, manto. Não há como confundir encontro consonantal com dígrafo por uma razão muito simples: os dígrafos são consoantes que se combinam, mas não formam um encontro consonantal por constituírem um só fonema. Língua Portuguesa 0

25 ESTRUTURA DE PALAVRAS As palavras, em Língua Portuguesa, podem ser decompostas em vários elementos chamados elementos mórficos ou elementos de estrutura das palavras. Exs.: cinzeiro = cinza + eiro endoidecer = en + doido + ecer predizer = pre + dizer Os principais elementos móficos são: RADICAL É o elemento mórfico em que está a ideia principal da palavra. Exs.: amarelecer = amarelo + ecer enterrar = en + terra + ar pronome = pro + nome PREFIXO É o elemento mórfico que vem antes do radical. Exs.: anti - herói in - feliz SUFIXO É o elemento mórfico que vem depois do radical. Exs.: med - onho cear ense FORMAÇÃO DAS PALAVRAS As palavras estão em constante processo de evolução, o que torna a língua um fenômeno vivo que acompanha o homem. Por isso alguns vocábulos caem em desuso (arcaísmos), enquanto outros nascem (neologismos) e outros mudam de significado com o passar do tempo. Na Língua Portuguesa, em função da estruturação e origem das palavras encontramos a seguinte divisão: palavras primitivas - não derivam de outras (casa, flor) palavras derivadas - derivam de outras (casebre, florzinha) palavras simples - só possuem um radical (couve, flor) palavras compostas - possuem mais de um radical (couve-flor, aguardente) Para a formação das palavras portuguesas, é necessário o conhecimento dos seguintes processos de formação: Composição - processo em que ocorre a junção de dois ou mais radicais. São dois tipos de composição. justaposição: quando não ocorre a alteração fonética (girassol, sexta-feira); aglutinação: quando ocorre a alteração fonética, com perda de elementos (pernalta, de perna + alta). Derivação - processo em que a palavra primitiva (1º radical) sofre o acréscimo de afixos. São cinco tipos de derivação. prefixal: acréscimo de prefixo à palavra primitiva (in-útil); sufixal: acréscimo de sufixo à palavra primitiva (clara-mente); parassintética ou parassíntese: acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo, à palavra primitiva (em + lata + ado). Esse processo é responsável pela formação de verbos, de base substantiva ou adjetiva; regressiva: redução da palavra primitiva. Nesse processo forma-se substantivos abstratos por derivação regressiva de formas verbais (ajuda / de ajudar); imprópria: é a alteração da classe gramatical da palavra primitiva ("o jantar" - de verbo para substantivo, "é um judas" - de substantivo próprio a comum). Além desses processos, a língua portuguesa também possui outros processos para formação de palavras, como: Hibridismo: são palavras compostas, ou derivadas, constituídas por elementos originários de línguas diferentes (automóvel e monóculo, grego e latim / sociologia, bígamo, bicicleta, latim e grego / alcaloide, alcoômetro, árabe e grego / caiporismo: tupi e grego / bananal - africano e latino / sambódromo - africano e grego / burocracia - francês e grego); Onomatopeia: reprodução imitativa de sons (pingue-pingue, zunzum, miau); Abreviação vocabular: redução da palavra até o limite de sua compreensão (metrô, moto, pneu, extra, dr., obs.) Siglas: a formação de siglas utiliza as letras iniciais de uma sequência de palavras (Academia Brasileira de Letras - ABL). A partir de siglas, formam-se outras palavras também (aidético, petista) Neologismo: nome dado ao processo de criação de novas palavras, ou para palavras que adquirem um novo significado. pciconcursos SUBSTANTIVOS Substantivo é a palavra variável em gênero, número e grau, que dá nome aos seres em geral. São, portanto, substantivos. a) os nomes de coisas, pessoas, animais e lugares: livro, cadeira, cachorra, Valéria, Talita, Humberto, Paris, Roma, Descalvado. b) os nomes de ações, estados ou qualidades, tomados como seres: trabalho, corrida, tristeza beleza altura. CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS a) COMUM - quando designa genericamente qualquer elemento da espécie: rio, cidade, pais, menino, aluno b) PRÓPRIO - quando designa especificamente um determinado elemento. Os substantivos próprios são sempre grafados com inicial maiúscula: Tocantins, Porto Alegre, Brasil, Martini, Nair. c) CONCRETO - quando designa os seres de existência real ou não, propriamente ditos, tais como: coisas, pessoas, animais, lugares, etc. Verifique que é sempre possível visualizar em nossa mente o substantivo concreto, mesmo que ele não possua existência real: casa, cadeira, caneta, fada, bruxa, saci. d) ABSTRATO - quando designa as coisas que não existem por si, isto é, só existem em nossa consciência, como fruto de uma abstração, sendo, pois, impossível visualizá-lo como um ser. Os substantivos abstratos vão, portanto, designar ações, estados ou qualidades, tomados como seres: trabalho, corrida, estudo, altura, largura, beleza. Os substantivos abstratos, via de regra, são derivados de verbos ou adjetivos trabalhar - trabalho correr - corrida alto - altura belo - beleza FORMAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS a) PRIMITIVO: quando não provém de outra palavra existente na língua portuguesa: flor, pedra, ferro, casa, jornal. b) DERIVADO: quando provem de outra palavra da língua portuguesa: florista, pedreiro, ferreiro, casebre, jornaleiro. c) SIMPLES: quando é formado por um só radical: água, pé, couve, ódio, tempo, sol. d) COMPOSTO: quando é formado por mais de um radical: água-decolônia, pé-de-moleque, couve-flor, amor-perfeito, girassol. COLETIVOS Coletivo é o substantivo que, mesmo sendo singular, designa um grupo de seres da mesma espécie. Veja alguns coletivos que merecem destaque: alavão - de ovelhas leiteiras alcateia - de lobos álbum - de fotografias, de selos antologia - de trechos literários escolhidos armada - de navios de guerra armento - de gado grande (búfalo, elefantes, etc) arquipélago - de ilhas assembleia - de parlamentares, de membros de associações Língua Portuguesa 1

26 atilho - de espigas de milho atlas - de cartas geográficas, de mapas banca - de examinadores bandeira - de garimpeiros, de exploradores de minérios bando - de aves, de pessoal em geral cabido - de cônegos cacho - de uvas, de bananas cáfila - de camelos cambada - de ladrões, de caranguejos, de chaves cancioneiro - de poemas, de canções caravana - de viajantes cardume - de peixes clero - de sacerdotes colmeia - de abelhas concílio - de bispos conclave - de cardeais em reunião para eleger o papa congregação - de professores, de religiosos congresso - de parlamentares, de cientistas conselho - de ministros consistório - de cardeais sob a presidência do papa constelação - de estrelas corja - de vadios elenco - de artistas enxame - de abelhas enxoval - de roupas esquadra - de navios de guerra esquadrilha - de aviões falange - de soldados, de anjos farândola - de maltrapilhos fato - de cabras fauna - de animais de uma região feixe - de lenha, de raios luminosos flora - de vegetais de uma região frota - de navios mercantes, de táxis, de ônibus girândola - de fogos de artifício horda - de invasores, de selvagens, de bárbaros junta - de bois, médicos, de examinadores júri - de jurados legião - de anjos, de soldados, de demônios malta - de desordeiros manada - de bois, de elefantes matilha - de cães de caça ninhada - de pintos nuvem - de gafanhotos, de fumaça panapaná - de borboletas pelotão - de soldados penca - de bananas, de chaves pinacoteca - de pinturas plantel - de animais de raça, de atletas quadrilha - de ladrões, de bandidos ramalhete - de flores réstia - de alhos, de cebolas récua - de animais de carga romanceiro - de poesias populares resma - de papel revoada - de pássaros súcia - de pessoas desonestas vara - de porcos vocabulário - de palavras FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS Como já assinalamos, os substantivos variam de gênero, número e grau. Gênero Em Português, o substantivo pode ser do gênero masculino ou feminino: o lápis, o caderno, a borracha, a caneta. Podemos classificar os substantivos em: a) SUBSTANTIVOS BIFORMES, são os que apresentam duas formas, uma para o masculino, outra para o feminino: aluno/aluna homem/mulher menino /menina carneiro/ovelha Quando a mudança de gênero não é marcada pela desinência, mas pela alteração do radical, o substantivo denomina-se heterônimo: padrinho/madrinha bode/cabra cavaleiro/amazona pai/mãe b) SUBSTANTIVOS UNIFORMES: são os que apresentam uma única forma, tanto para o masculino como para o feminino. Subdividem-se em: 1. Substantivos epicenos: são substantivos uniformes, que designam animais: onça, jacaré, tigre, borboleta, foca. Caso se queira fazer a distinção entre o masculino e o feminino, devemos acrescentar as palavras macho ou fêmea: onça macho, jacaré fêmea. Substantivos comuns de dois gêneros: são substantivos uniformes que designam pessoas. Neste caso, a diferença de gênero é feita pelo artigo, ou outro determinante qualquer: o artista, a artista, o estudante, a estudante, este dentista. 3. Substantivos sobrecomuns: são substantivos uniformes que designam pessoas. Neste caso, a diferença de gênero não é especificada por artigos ou outros determinantes, que serão invariáveis: a criança, o cônjuge, a pessoa, a criatura. Caso se queira especificar o gênero, procede-se assim: uma criança do sexo masculino / o cônjuge do sexo feminino. Alguns substantivos que apresentam problema quanto ao Gênero: São masculinos São femininos o anátema o telefonema o teorema o trema o edema o eclipse o lança-perfume o fibroma o estratagema o proclama o grama (unidade de peso) o dó (pena, compaixão) o ágape o caudal o champanha o alvará o formicida o guaraná o plasma o clã a abusão a aluvião a análise a cal a cataplasma a dinamite a comichão a aguardente a derme a omoplata a usucapião a bacanal a líbido a sentinela a hélice Mudança de Gênero com mudança de sentido Alguns substantivos, quando mudam de gênero, mudam de sentido. Veja alguns exemplos: o cabeça (o chefe, o líder) o capital (dinheiro, bens) o rádio (aparelho receptor) o moral (ânimo) o lotação (veículo) o lente (o professor) a cabeça (parte do corpo) a capital (cidade principal) a rádio (estação transmissora) a moral (parte da Filosofia, conclusão) a lotação (capacidade) a lente (vidro de aumento) Plural dos Nomes Simples 1. Aos substantivos terminados em vogal ou ditongo acrescenta-se S: casa, casas; pai, pais; imã, imãs; mãe, mães.. Os substantivos terminados em ÃO formam o plural em: a) ÕES (a maioria deles e todos os aumentativos): balcão, balcões; coração, corações; grandalhão, grandalhões. b) ÃES (um pequeno número): cão, cães; capitão, capitães; guardião, guardiães. c) ÃOS (todos os paroxítonos e um pequeno número de oxítonos): cristão, cristãos; irmão, irmãos; órfão, órfãos; sótão, sótãos. Muitos substantivos com esta terminação apresentam mais de uma forma de plural: aldeão, aldeãos ou aldeães; charlatão, charlatões ou charlatães; ermitão, ermitãos ou ermitães; tabelião, tabeliões ou tabeliães, etc. 3. Os substantivos terminados em M mudam o M para NS. armazém, armazéns; harém, haréns; jejum, jejuns. 4. Aos substantivos terminados em R, Z e N acrescenta-se-lhes ES: lar, lares; xadrez, xadrezes; abdômen, abdomens (ou abdômenes); hífen, hífens (ou hífenes). Obs: caráter, caracteres; Lúcifer, Lúciferes; cânon, cânones. 5. Os substantivos terminados em AL, EL, OL e UL o l por is: animal, animais; papel, papéis; anzol, anzóis; paul, pauis. Obs.: mal, males; real (moeda), reais; cônsul, cônsules. 6. Os substantivos paroxítonos terminados em IL fazem o plural em: fóssil, fósseis; réptil, répteis. Os substantivos oxítonos terminados em IL mudam o l para S: barril, barris; fuzil, fuzis; projétil, projéteis. Língua Portuguesa

27 7. Os substantivos terminados em S são invariáveis, quando paroxítonos: o pires, os pires; o lápis, os lápis. Quando oxítonas ou monossílabos tônicos, junta-se-lhes ES, retira-se o acento gráfico, português, portugueses; burguês, burgueses; mês, meses; ás, ases. São invariáveis: o cais, os cais; o xis, os xis. São invariáveis, também, os substantivos terminados em X com valor de KS: o tórax, os tórax; o ônix, os ônix. 8. Os diminutivos em ZINHO e ZITO fazem o plural flexionando-se o substantivo primitivo e o sufixo, suprimindo-se, porém, o S do substantivo primitivo: coração, coraçõezinhos; papelzinho, papeizinhos; cãozinho, cãezitos. Substantivos só usados no plural afazeres anais arredores belas-artes cãs condolências confins exéquias férias fezes núpcias óculos olheiras pêsames viveres copas, espadas, ouros e paus (naipes) Plural dos Nomes Compostos 1. Somente o último elemento varia: a) nos compostos grafados sem hífen: aguardente, aguardentes; claraboia, claraboias; malmequer, malmequeres; vaivém, vaivéns; b) nos compostos com os prefixos grão, grã e bel: grão-mestre, grãomestres; grã-cruz, grã-cruzes; bel-prazer, bel-prazeres; c) nos compostos de verbo ou palavra invariável seguida de substantivo ou adjetivo: beija-flor, beija-flores; quebra-sol, quebra-sóis; guardacomida, guarda-comidas; vice-reitor, vice-reitores; sempre-viva, sempre-vivas. Nos compostos de palavras repetidas mela-mela, melamelas; recoreco, recorecos; tique-tique, tique-tiques). Somente o primeiro elemento é flexionado: a) nos compostos ligados por preposição: copo-de-leite, copos-de-leite; pinho-de-riga, pinhos-de-riga; pé-de-meia, pés-de-meia; burro-semrabo, burros-sem-rabo; b) nos compostos de dois substantivos, o segundo indicando finalidade ou limitando a significação do primeiro: pombo-correio, pomboscorreio; navio-escola, navios-escola; peixe-espada, peixes-espada; banana-maçã, bananas-maçã. A tendência moderna é de pluralizar os dois elementos: pomboscorreios, homens-rãs, navios-escolas, etc. 3. Ambos os elementos são flexionados: a) nos compostos de substantivo + substantivo: couve-flor, couvesflores; redator-chefe, redatores-chefes; carta-compromisso, cartascompromissos. b) nos compostos de substantivo + adjetivo (ou vice-versa): amorperfeito, amores-perfeitos; gentil-homem, gentis-homens; cara-pálida, caras-pálidas. São invariáveis: a) os compostos de verbo + advérbio: o fala-pouco, os fala-pouco; o pisa-mansinho, os pisa-mansinho; o cola-tudo, os cola-tudo; b) as expressões substantivas: o chove-não-molha, os chove-nãomolha; o não-bebe-nem-desocupa-o-copo, os não-bebe-nemdesocupa-o-copo; c) os compostos de verbos antônimos: o leva-e-traz, os leva-e-traz; o perde-ganha, os perde-ganha. Obs: Alguns compostos admitem mais de um plural, como é o caso por exemplo, de: fruta-pão, fruta-pães ou frutas-pães; guardamarinha, guarda-marinhas ou guardas-marinhas; padre-nosso, padres-nossos ou padre-nossos; salvo-conduto, salvos-condutos ou salvo-condutos; xeque-mate, xeques-mates ou xeques-mate. ) No adjetivo composto surdo-mudo, os dois elementos variam: surdos-mudos > surdas-mudas. 3) O composto azul-marinho é invariável: gravatas azul-marinho. Graus do substantivo Dois são os graus do substantivo - o aumentativo e o diminutivo, os quais podem ser: sintéticos ou analíticos. Analítico Utiliza-se um adjetivo que indique o aumento ou a diminuição do tamanho: boca pequena, prédio imenso, livro grande. Sintético Constrói-se com o auxílio de sufixos nominais aqui apresentados. Principais sufixos aumentativos AÇA, AÇO, ALHÃO, ANZIL, ÃO, ARÉU, ARRA, ARRÃO, ASTRO, ÁZIO, ORRA, AZ, UÇA. Ex.: A barcaça, ricaço, grandalhão, corpanzil, caldeirão, povaréu, bocarra, homenzarrão, poetastro, copázio, cabeçorra, lobaz, dentuça. Principais Sufixos Diminutivos ACHO, CHULO, EBRE, ECO, EJO, ELA, ETE, ETO, ICO, TIM, ZINHO, ISCO, ITO, OLA, OTE, UCHO, ULO, ÚNCULO, ULA, USCO. Exs.: lobacho, montículo, casebre, livresco, arejo, viela, vagonete, poemeto, burrico, flautim, pratinho, florzinha, chuvisco, rapazito, bandeirola, saiote, papelucho, glóbulo, homúncula, apícula, velhusco. Observações: Alguns aumentativos e diminutivos, em determinados contextos, adquirem valor pejorativo: medicastro, poetastro, velhusco, mulherzinha, etc. Outros associam o valor aumentativo ao coletivo: povaréu, fogaréu, etc. É usual o emprego dos sufixos diminutivos dando às palavras valor afetivo: Joãozinho, amorzinho, etc. Há casos em que o sufixo aumentativo ou diminutivo é meramente formal, pois não dão à palavra nenhum daqueles dois sentidos: cartaz, ferrão, papelão, cartão, folhinha, etc. Muitos adjetivos flexionam-se para indicar os graus aumentativo e diminutivo, quase sempre de maneira afetiva: bonitinho, grandinho, bonzinho, pequenito. Apresentamos alguns substantivos heterônimos ou desconexos. Em lugar de indicarem o gênero pela flexão ou pelo artigo, apresentam radicais diferentes para designar o sexo: bode - cabra burro - besta carneiro - ovelha cão - cadela cavalheiro - dama compadre - comadre frade - freira frei soror ADJETIVOS genro - nora padre - madre padrasto - madrasta padrinho - madrinha pai - mãe veado - cerva zangão - abelha etc. FLEXÃO DOS ADJETIVOS Gênero Quanto ao gênero, o adjetivo pode ser: a) Uniforme: quando apresenta uma única forma para os dois gêneros: homem inteligente - mulher inteligente; homem simples - mulher simples; aluno feliz - aluna feliz. b) Biforme: quando apresenta duas formas: uma para o masculino, outra para o feminino: homem simpático / mulher simpática / homem alto / mulher alta / aluno estudioso / aluna estudiosa Observação: no que se refere ao gênero, a flexão dos adjetivos é semelhante a dos substantivos. Adjetivos Compostos Nos adjetivos compostos, apenas o último elemento se flexiona. Ex.:histórico-geográfico, histórico-geográficos; latino-americanos, latinoamericanos; cívico-militar, cívico-militares. 1) Os adjetivos compostos referentes a cores são invariáveis, quando o segundo elemento é um substantivo: lentes verde-garrafa, tecidos amarelo-ouro, paredes azul-piscina. Língua Portuguesa 3 Número a) Adjetivo simples Os adjetivos simples formam o plural da mesma maneira que os substantivos simples: pessoa honesta pessoas honestas regra fácil regras fáceis homem feliz homens felizes

28 Observação: os substantivos empregados como adjetivos ficam invariáveis: blusa vinho blusas vinho camisa rosa camisas rosa b) Adjetivos compostos Como regra geral, nos adjetivos compostos somente o último elemento varia, tanto em gênero quanto em número: acordos sócio-político-econômico acordos sócio-político-econômicos causa sócio-político-econômica causas sócio-político-econômicas acordo luso-franco-brasileiro acordo luso-franco-brasileiros lente côncavo-convexa lentes côncavo-convexas camisa verde-clara camisas verde-claras sapato marrom-escuro sapatos marrom-escuros Os adjetivos: bom, mau, grande e pequeno possuem, para o comparativo e o superlativo, as seguintes formas especiais: NORMAL COM. SUP. SUPERLATIVO ABSOLUTO RELATIVO bom melhor ótimo melhor mau pior péssimo pior grande maior máximo maior pequeno menor mínimo menor Observações: 1) Se o último elemento for substantivo, o adjetivo composto fica invariável: camisa verde-abacate camisas verde-abacate sapato marrom-café sapatos marrom-café blusa amarelo-ouro blusas amarelo-ouro ) Os adjetivos compostos azul-marinho e azul-celeste ficam invariáveis: blusa azul-marinho blusas azul-marinho camisa azul-celeste camisas azul-celeste 3) No adjetivo composto (como já vimos) surdo-mudo, ambos os elementos variam: menino surdo-mudo meninos surdos-mudos menina surda-muda meninas surdas-mudas Graus do Adjetivo As variações de intensidade significativa dos adjetivos podem ser expressas em dois graus: - o comparativo - o superlativo Comparativo Ao compararmos a qualidade de um ser com a de outro, ou com uma outra qualidade que o próprio ser possui, podemos concluir que ela é igual, superior ou inferior. Daí os três tipos de comparativo: - Comparativo de igualdade: O espelho é tão valioso como (ou quanto) o vitral. Pedro é tão saudável como (ou quanto) inteligente. - Comparativo de superioridade: O aço é mais resistente que (ou do que) o ferro. Este automóvel é mais confortável que (ou do que) econômico. - Comparativo de inferioridade: A prata é menos valiosa que (ou do que) o ouro. Este automóvel é menos econômico que (ou do que) confortável. Ao expressarmos uma qualidade no seu mais elevado grau de intensidade, usamos o superlativo, que pode ser absoluto ou relativo: - Superlativo absoluto Neste caso não comparamos a qualidade com a de outro ser: Esta cidade é poluidíssima. Esta cidade é muito poluída. - Superlativo relativo Consideramos o elevado grau de uma qualidade, relacionando-a a outros seres: Este rio é o mais poluído de todos. Este rio é o menos poluído de todos. Observe que o superlativo absoluto pode ser sintético ou analítico: - Analítico: expresso com o auxílio de um advérbio de intensidade - muito trabalhador, excessivamente frágil, etc. - Sintético: expresso por uma só palavra (adjetivo + sufixo) antiquíssimo: cristianíssimo, sapientíssimo, etc. Língua Portuguesa 4 Eis, para consulta, alguns superlativos absolutos sintéticos: acre - acérrimo ágil - agílimo agradável - agradabilíssimo agudo - acutíssimo amargo - amaríssimo amável - amabilíssimo amigo - amicíssimo antigo - antiquíssimo áspero - aspérrimo atroz - atrocíssimo audaz - audacíssimo benéfico - beneficentíssimo benévolo - benevolentíssimo capaz - capacíssimo célebre - celebérrimo cristão - cristianíssimo cruel - crudelíssimo doce - dulcíssimo eficaz - eficacíssimo feroz - ferocíssimo fiel - fidelíssimo frágil - fragilíssimo frio - frigidíssimo humilde - humílimo (humildíssimo) incrível - incredibilíssimo inimigo - inimicíssimo íntegro - integérrimo jovem - juveníssimo livre - libérrimo magnífico - magnificentíssimo magro - macérrimo maléfico - maleficentíssimo manso - mansuetíssimo miúdo - minutíssimo negro - nigérrimo (negríssimo) nobre - nobilíssimo pessoal - personalíssimo pobre - paupérrimo (pobríssimo) possível - possibilíssimo preguiçoso - pigérrimo próspero - prospérrimo provável - probabilíssimo público - publicíssimo pudico - pudicíssimo sábio - sapientíssimo sagrado - sacratíssimo salubre - salubérrimo sensível - sensibilíssimo simples simplicíssimo tenro - tenerissimo terrível - terribilíssimo tétrico - tetérrimo velho - vetérrimo visível - visibilíssimo voraz - voracíssimo vulnerável - vuinerabilíssimo Adjetivos Gentílicos e Pátrios Argélia argelino Bizâncio - bizantino Bóston - bostoniano Bragança - bragantino Bucareste - bucarestino, - bucarestense Cairo - cairota Canaã - cananeu Catalunha - catalão Chicago - chicaguense Coimbra - coimbrão, conimbricense Córsega - corso Croácia - croata Egito - egípcio Equador - equatoriano Filipinas - filipino Florianópolis - florianopolitano Fortaleza - fortalezense Gabão - gabonês Genebra - genebrino Goiânia - goianense Groenlândia - groenlandês Guiné - guinéu, guineense Himalaia - himalaico Hungria - húngaro, magiar Bagdá - bagdali Bogotá - bogotano Braga - bracarense Brasília - brasiliense Buenos Aires - portenho, buenairense Campos - campista Caracas - caraquenho Ceilão - cingalês Chipre - cipriota Córdova - cordovês Creta - cretense Cuiabá - cuiabano EI Salvador - salvadorenho Espírito Santo - espírito-santense, capixaba Évora - eborense Finlândia - finlandês Formosa - formosano Foz do lguaçu - iguaçuense Galiza - galego Gibraltar - gibraltarino Granada - granadino Guatemala - guatemalteco Haiti - haitiano Honduras - hondurenho Ilhéus - ilheense

29 Iraque - iraquiano João Pessoa - pessoense La Paz - pacense, pacenho Macapá - macapaense Maceió - maceioense Madri - madrileno Marajó - marajoara Moçambique - moçambicano Montevidéu - montevideano Normândia - normando Pequim - pequinês Porto - portuense Quito - quitenho Santiago - santiaguense São Paulo (Est.) - paulista São Paulo (cid.) - paulistano Terra do Fogo - fueguino Três Corações - tricordiano Tripoli - tripolitano Veneza - veneziano Jerusalém - hierosolimita Juiz de Fora - juiz-forense Lima - limenho Macau - macaense Madagáscar - malgaxe Manaus - manauense Minho - minhoto Mônaco - monegasco Natal - natalense Nova lguaçu - iguaçuano Pisa - pisano Póvoa do Varzim - poveiro Rio de Janeiro (Est.) - fluminense Rio de Janeiro (cid.) - carioca Rio Grande do Norte - potiguar Salvador salvadorenho, soteropolitano Toledo - toledano Rio Grande do Sul - gaúcho Varsóvia - varsoviano Vitória - vitoriense Locuções Adjetivas As expressões de valor adjetivo, formadas de preposições mais substantivos, chamam-se LOCUÇÕES ADJETIVAS. Estas, geralmente, podem ser substituídas por um adjetivo correspondente. Os pronomes pessoais são os seguintes: NÚMERO PESSOA CASO RETO CASO OBLÍQUO singular 1ª ª 3ª eu tu ele, ela me, mim, comigo te, ti, contigo se, si, consigo, o, a, lhe plural 1ª ª 3ª nós vós eles, elas nós, conosco vós, convosco se, si, consigo, os, as, lhes PRONOMES DE TRATAMENTO Na categoria dos pronomes pessoais, incluem-se os pronomes de tratamento. Referem-se à pessoa a quem se fala, embora a concordância deva ser feita com a terceira pessoa. Convém notar que, exceção feita a você, esses pronomes são empregados no tratamento cerimonioso. Veja, a seguir, alguns desses pronomes: PRONOME ABREV. EMPREGO Vossa Alteza V. A. príncipes, duques Vossa Eminência V.Em a cardeais Vossa Excelência V.Ex a altas autoridades em geral Vossa Magnificência V. Mag a reitores de universidades Vossa Reverendíssima V. Revm a sacerdotes em geral Vossa Santidade V.S. papas Vossa Senhoria V.S a funcionários graduados Vossa Majestade V.M. reis, imperadores São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, você, vocês. PRONOMES Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa, que representa ou acompanha o substantivo, indicando-o como pessoa do discurso. Quando o pronome representa o substantivo, dizemos tratar-se de pronome substantivo. Ele chegou. (ele) Convidei-o. (o) Quando o pronome vem determinando o substantivo, restringindo a extensão de seu significado, dizemos tratar-se de pronome adjetivo. Esta casa é antiga. (esta) Meu livro é antigo. (meu) Classificação dos Pronomes Há, em Português, seis espécies de pronomes: pessoais: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e as formas oblíquas de tratamento: possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e flexões; demonstrativos: este, esse, aquele e flexões; isto, isso, aquilo; relativos: o qual, cujo, quanto e flexões; que, quem, onde; indefinidos: algum, nenhum, todo, outro, muito, certo, pouco, vários, tanto quanto, qualquer e flexões; alguém, ninguém, tudo, outrem, nada, cada, algo. interrogativos: que, quem, qual, quanto, empregados em frases interrogativas. PRONOMES PESSOAIS Pronomes pessoais são aqueles que representam as pessoas do discurso: 1ª pessoa: quem fala, o emissor. Eu sai (eu) Nós saímos (nós) Convidaram-me (me) Convidaram-nos (nós) ª pessoa: com quem se fala, o receptor. Tu saíste (tu) Vós saístes (vós) Convidaram-te (te) Convidaram-vos (vós) 3ª pessoa: de que ou de quem se fala, o referente. Ele saiu (ele) Eles sairam (eles) Convidei-o (o) Convidei-os (os) EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS 1. Os pronomes pessoais do caso reto (EU, TU, ELE/ELA, NÓS, VÓS, ELES/ELAS) devem ser empregados na função sintática de sujeito. Considera-se errado seu emprego como complemento: Convidaram ELE para a festa (errado) Receberam NÓS com atenção (errado) EU cheguei atrasado (certo) ELE compareceu à festa (certo). Na função de complemento, usam-se os pronomes oblíquos e não os pronomes retos: Convidei ELE (errado) Chamaram NÓS (errado) Convidei-o. (certo) Chamaram-NOS. (certo) 3. Os pronomes retos (exceto EU e TU), quando antecipados de preposição, passam a funcionar como oblíquos. Neste caso, considera-se correto seu emprego como complemento: Informaram a ELE os reais motivos. Emprestaram a NÓS os livros. Eles gostam muito de NÓS. 4. As formas EU e TU só podem funcionar como sujeito. Considera-se errado seu emprego como complemento: Nunca houve desentendimento entre eu e tu. (errado) Nunca houve desentendimento entre mim e ti. (certo) Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando precedidas de preposição, não se usam as formas retas EU e TU, mas as formas oblíquas MIM e TI: Ninguém irá sem EU. (errado) Nunca houve discussões entre EU e TU. (errado) Ninguém irá sem MIM. (certo) Nunca houve discussões entre MIM e TI. (certo) Há, no entanto, um caso em que se empregam as formas retas EU e TU mesmo precedidas por preposição: quando essas formas funcionam como sujeito de um verbo no infinitivo. Deram o livro para EU ler (ler: sujeito) Deram o livro para TU leres (leres: sujeito) Verifique que, neste caso, o emprego das formas retas EU e TU é obrigatório, na medida em que tais pronomes exercem a função sintática de sujeito. Língua Portuguesa 5

30 5. Os pronomes oblíquos SE, SI, CONSIGO devem ser empregados somente como reflexivos. Considera-se errada qualquer construção em que os referidos pronomes não sejam reflexivos: Querida, gosto muito de SI. (errado) Preciso muito falar CONSIGO. (errado) Querida, gosto muito de você. (certo) Preciso muito falar com você. (certo) Observe que nos exemplos que seguem não há erro algum, pois os pronomes SE, SI, CONSIGO, foram empregados como reflexivos: Ele feriu-se Cada um faça por si mesmo a redação O professor trouxe as provas consigo 6. Os pronomes oblíquos CONOSCO e CONVOSCO são utilizados normalmente em sua forma sintética. Caso haja palavra de reforço, tais pronomes devem ser substituídos pela forma analítica: Queriam falar conosco = Queriam falar com nós dois Queriam conversar convosco = Queriam conversar com vós próprios. 7. Os pronomes oblíquos podem aparecer combinados entre si. As combinações possíveis são as seguintes: me+o=mo me + os = mos te+o=to te + os = tos lhe+o=lho lhe + os = lhos nos + o = no-lo nos + os = no-los vos + o = vo-lo vos + os = vo-los lhes + o = lho lhes + os = lhos A combinação também é possível com os pronomes oblíquos femininos a, as. me+a=ma me + as = mas te+a=ta te + as = tas - Você pagou o livro ao livreiro? - Sim, paguei-lho. Verifique que a forma combinada LHO resulta da fusão de LHE (que representa o livreiro) com O (que representa o livro). 8. As formas oblíquas O, A, OS, AS são sempre empregadas como complemento de verbos transitivos diretos, ao passo que as formas LHE, LHES são empregadas como complemento de verbos transitivos indiretos: O menino convidou-a. (V.T.D ) O filho obedece-lhe. (V.T. l ) Consideram-se erradas construções em que o pronome O (e flexões) aparece como complemento de verbos transitivos indiretos, assim como as construções em que o nome LHE (LHES) aparece como complemento de verbos transitivos diretos: Eu lhe vi ontem. (errado) Nunca o obedeci. (errado) Eu o vi ontem. (certo) Nunca lhe obedeci. (certo) 9. Há pouquíssimos casos em que o pronome oblíquo pode funcionar como sujeito. Isto ocorre com os verbos: deixar, fazer, ouvir, mandar, sentir, ver, seguidos de infinitivo. O nome oblíquo será sujeito desse infinitivo: Deixei-o sair. Vi-o chegar. Sofia deixou-se estar à janela. É fácil perceber a função do sujeito dos pronomes oblíquos, desenvolvendo as orações reduzidas de infinitivo: Deixei-o sair = Deixei que ele saísse. 10. Não se considera errada a repetição de pronomes oblíquos: A mim, ninguém me engana. A ti tocou-te a máquina mercante. Nesses casos, a repetição do pronome oblíquo não constitui pleonasmo vicioso e sim ênfase. Língua Portuguesa Muitas vezes os pronomes oblíquos equivalem a pronomes possessivo, exercendo função sintática de adjunto adnominal: Roubaram-me o livro = Roubaram meu livro. Não escutei-lhe os conselhos = Não escutei os seus conselhos. 1. As formas plurais NÓS e VÓS podem ser empregadas para representar uma única pessoa (singular), adquirindo valor cerimonioso ou de modéstia: Nós - disse o prefeito - procuramos resolver o problema das enchentes. Vós sois minha salvação, meu Deus! 13. Os pronomes de tratamento devem vir precedidos de VOSSA, quando nos dirigimos à pessoa representada pelo pronome, e por SUA, quando falamos dessa pessoa: Ao encontrar o governador, perguntou-lhe: Vossa Excelência já aprovou os projetos? Sua Excelência, o governador, deverá estar presente na inauguração. 14. VOCÊ e os demais pronomes de tratamento (VOSSA MAJESTADE, VOSSA ALTEZA) embora se refiram à pessoa com quem falamos (ª pessoa, portanto), do ponto de vista gramatical, comportam-se como pronomes de terceira pessoa: Você trouxe seus documentos? Vossa Excelência não precisa incomodar-se com seus problemas. COLOCAÇÃO DE PRONOMES Em relação ao verbo, os pronomes átonos (ME, TE, SE, LHE, O, A, NÓS, VÓS, LHES, OS, AS) podem ocupar três posições: 1. Antes do verbo - próclise Eu te observo há dias.. Depois do verbo - ênclise Observo-te há dias. 3. No interior do verbo - mesóclise Observar-te-ei sempre. Ênclise Na linguagem culta, a colocação que pode ser considerada normal é a ênclise: o pronome depois do verbo, funcionando como seu complemento direto ou indireto. O pai esperava-o na estação agitada. Expliquei-lhe o motivo das férias. Ainda na linguagem culta, em escritos formais e de estilo cuidadoso, a ênclise é a colocação recomendada nos seguintes casos: 1. Quando o verbo iniciar a oração: Voltei-me em seguida para o céu límpido.. Quando o verbo iniciar a oração principal precedida de pausa: Como eu achasse muito breve, explicou-se. 3. Com o imperativo afirmativo: Companheiros, escutai-me. 4. Com o infinitivo impessoal: A menina não entendera que engorda-las seria apressar-lhes um destino na mesa. 5. Com o gerúndio, não precedido da preposição EM: E saltou, chamando-me pelo nome, conversou comigo. 6. Com o verbo que inicia a coordenada assindética. A velha amiga trouxe um lenço, pediu-me uma pequena moeda de meio franco. Próclise Na linguagem culta, a próclise é recomendada: 1. Quando o verbo estiver precedido de pronomes relativos, indefinidos, interrogativos e conjunções. As crianças que me serviram durante anos eram bichos. Tudo me parecia que ia ser comida de avião. Quem lhe ensinou esses modos? Quem os ouvia, não os amou. Que lhes importa a eles a recompensa? Emília tinha quatorze anos quando a vi pela primeira vez.. Nas orações optativas (que exprimem desejo): Papai do céu o abençoe. A terra lhes seja leve.

31 3. Com o gerúndio precedido da preposição EM: Em se animando, começa a contagiar-nos. Bromil era o suco em se tratando de combater a tosse. 4. Com advérbios pronunciados juntamente com o verbo, sem que haja pausa entre eles. Aquela voz sempre lhe comunicava vida nova. Antes, falava-se tão-somente na aguardente da terra. Mesóclise Usa-se o pronome no interior das formas verbais do futuro do presente e do futuro do pretérito do indicativo, desde que estes verbos não estejam precedidos de palavras que reclamem a próclise. Lembrar-me-ei de alguns belos dias em Paris. Dir-se-ia vir do oco da terra. Mas: Não me lembrarei de alguns belos dias em Paris. Jamais se diria vir do oco da terra. Com essas formas verbais a ênclise é inadmissível: Lembrarei-me (!?) Diria-se (!?) O Pronome Átono nas Locuções Verbais 1. Auxiliar + infinitivo ou gerúndio - o pronome pode vir proclítico ou enclítico ao auxiliar, ou depois do verbo principal. Podemos contar-lhe o ocorrido. Podemos-lhe contar o ocorrido. Não lhes podemos contar o ocorrido. O menino foi-se descontraindo. O menino foi descontraindo-se. O menino não se foi descontraindo.. Auxiliar + particípio passado - o pronome deve vir enclítico ou proclítico ao auxiliar, mas nunca enclítico ao particípio. "Outro mérito do positivismo em relação a mim foi ter-me levado a Descartes." Tenho-me levantado cedo. Não me tenho levantado cedo. O uso do pronome átono solto entre o auxiliar e o infinitivo, ou entre o auxiliar e o gerúndio, já está generalizado, mesmo na linguagem culta. Outro aspecto evidente, sobretudo na linguagem coloquial e popular, é o da colocação do pronome no início da oração, o que se deve evitar na linguagem escrita. PRONOMES POSSESSIVOS Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de alguma coisa. Quando digo, por exemplo, meu livro, a palavra meu informa que o livro pertence a 1ª pessoa (eu) Eis as formas dos pronomes possessivos: 1ª pessoa singular: MEU, MINHA, MEUS, MINHAS. ª pessoa singular: TEU, TUA, TEUS, TUAS. 3ª pessoa singular: SEU, SUA, SEUS, SUAS. 1ª pessoa plural: NOSSO, NOSSA, NOSSOS, NOSSAS. ª pessoa plural: VOSSO, VOSSA, VOSSOS, VOSSAS. 3ª pessoa plural: SEU, SUA, SEUS, SUAS. Os possessivos SEU(S), SUA(S) tanto podem referir-se à 3ª pessoa (seu pai = o pai dele), como à ª pessoa do discurso (seu pai = o pai de você). Por isso, toda vez que os ditos possessivos derem margem a ambiguidade, devem ser substituídos pelas expressões dele(s), dela(s). Ex.:Você bem sabe que eu não sigo a opinião dele. A opinião dela era que Camilo devia tornar à casa deles. Eles batizaram com o nome delas as águas deste rio. Os possessivos devem ser usados com critério. Substituí-los pelos pronomes oblíquos comunica á frase desenvoltura e elegância. Crispim Soares beijou-lhes as mãos agradecido (em vez de: beijou as suas mãos). Não me respeitava a adolescência. A repulsa estampava-se-lhe nos músculos da face. O vento vindo do mar acariciava-lhe os cabelos. Língua Portuguesa 7 Além da ideia de posse, podem ainda os pronomes exprimir: 1. Cálculo aproximado, estimativa: Ele poderá ter seus quarenta e cinco anos. Familiaridade ou ironia, aludindo-se á personagem de uma história O nosso homem não se deu por vencido. Chama-se Falcão o meu homem 3. O mesmo que os indefinidos certo, algum Eu cá tenho minhas dúvidas Cornélio teve suas horas amargas 4. Afetividade, cortesia Como vai, meu menino? Não os culpo, minha boa senhora, não os culpo No plural usam-se os possessivos substantivados no sentido de parentes de família. É assim que um moço deve zelar o nome dos seus? Podem os possessivos ser modificados por um advérbio de intensidade. Levaria a mão ao colar de pérolas, com aquele gesto tão seu, quando não sabia o que dizer. PRONOMES DEMONSTRATIVOS São aqueles que determinam, no tempo ou no espaço, a posição da coisa designada em relação à pessoa gramatical. Quando digo este livro, estou afirmando que o livro se encontra perto de mim a pessoa que fala. Por outro lado, esse livro indica que o livro está longe da pessoa que fala e próximo da que ouve; aquele livro indica que o livro está longe de ambas as pessoas. Os pronomes demonstrativos são estes: ESTE (e variações), isto = 1ª pessoa ESSE (e variações), isso = ª pessoa AQUELE (e variações), próprio (e variações) MESMO (e variações), próprio (e variações) SEMELHANTE (e variação), tal (e variação) Emprego dos Demonstrativos 1. ESTE (e variações) e ISTO usam-se: a) Para indicar o que está próximo ou junto da 1ª pessoa (aquela que fala). Este documento que tenho nas mãos não é meu. Isto que carregamos pesa 5 kg. b) Para indicar o que está em nós ou o que nos abrange fisicamente: Este coração não pode me trair. Esta alma não traz pecados. Tudo se fez por este país.. c) Para indicar o momento em que falamos: Neste instante estou tranquilo. Deste minuto em diante vou modificar-me. d) Para indicar tempo vindouro ou mesmo passado, mas próximo do momento em que falamos: Esta noite (= a noite vindoura) vou a um baile. Esta noite (= a noite que passou) não dormi bem. Um dia destes estive em Porto Alegre. e) Para indicar que o período de tempo é mais ou menos extenso e no qual se inclui o momento em que falamos: Nesta semana não choveu. Neste mês a inflação foi maior. Este ano será bom para nós. Este século terminará breve. f) Para indicar aquilo de que estamos tratando: Este assunto já foi discutido ontem. Tudo isto que estou dizendo já é velho. g) Para indicar aquilo que vamos mencionar: Só posso lhe dizer isto: nada somos. Os tipos de artigo são estes: definidos e indefinidos.. ESSE (e variações) e ISSO usam-se: a) Para indicar o que está próximo ou junto da ª pessoa (aquela com quem se fala): Esse documento que tens na mão é teu? Isso que carregas pesa 5 kg.

32 b) Para indicar o que está na ª pessoa ou que a abrange fisicamente: Esse teu coração me traiu. Essa alma traz inúmeros pecados. Quantos vivem nesse pais? c) Para indicar o que se encontra distante de nós, ou aquilo de que desejamos distância: O povo já não confia nesses políticos. Não quero mais pensar nisso. d) Para indicar aquilo que já foi mencionado pela ª pessoa: Nessa tua pergunta muita matreirice se esconde. O que você quer dizer com isso? e) Para indicar tempo passado, não muito próximo do momento em que falamos: Um dia desses estive em Porto Alegre. Comi naquele restaurante dia desses. f) Para indicar aquilo que já mencionamos: Fugir aos problemas? Isso não é do meu feitio. Ainda hei de conseguir o que desejo, e esse dia não está muito distante. 3. AQUELE (e variações) e AQUILO usam-se: a) Para indicar o que está longe das duas primeiras pessoas e refere-se á 3ª. Aquele documento que lá está é teu? Aquilo que eles carregam pesa 5 kg. b) Para indicar tempo passado mais ou menos distante. Naquele instante estava preocupado. Daquele instante em diante modifiquei-me. Usamos, ainda, aquela semana, aquele mês, aquele ano, aquele século, para exprimir que o tempo já decorreu. 4. Quando se faz referência a duas pessoas ou coisas já mencionadas, usa-se este (ou variações) para a última pessoa ou coisa e aquele (ou variações) para a primeira: Ao conversar com lsabel e Luís, notei que este se encontrava nervoso e aquela tranquila. 5. Os pronomes demonstrativos, quando regidos pela preposição DE, pospostos a substantivos, usam-se apenas no plural: Você teria coragem de proferir um palavrão desses, Rose? Com um frio destes não se pode sair de casa. Nunca vi uma coisa daquelas. 6. MESMO e PRÓPRIO variam em gênero e número quando têm caráter reforçativo: Zilma mesma (ou própria) costura seus vestidos. Luís e Luísa mesmos (ou próprios) arrumam suas camas. 7. O (e variações) é pronome demonstrativo quando equivale a AQUILO, ISSO ou AQUELE (e variações). Nem tudo (aquilo) que reluz é ouro. O (aquele) que tem muitos vícios tem muitos mestres. Das meninas, Jeni a (aquela) que mais sobressaiu nos exames. A sorte é mulher e bem o (isso) demonstra de fato, ela não ama os homens superiores. 8. NISTO, em início de frase, significa ENTÃO, no mesmo instante: A menina ia cair, nisto, o pai a segurou 9. Tal é pronome demonstrativo quando tomado na acepção DE ESTE, ISTO, ESSE, ISSO, AQUELE, AQUILO. Tal era a situação do país. Não disse tal. Tal não pôde comparecer. Pronome adjetivo quando acompanha substantivo ou pronome (atitudes tais merecem cadeia, esses tais merecem cadeia), quando acompanha QUE, formando a expressão que tal? (? que lhe parece?) em frases como Que tal minha filha? Que tais minhas filhas? e quando correlativo DE QUAL ou OUTRO TAL: Suas manias eram tais quais as minhas. A mãe era tal quais as filhas. Os filhos são tais qual o pai. Língua Portuguesa 8 Tal pai, tal filho. É pronome substantivo em frases como: Não encontrarei tal (= tal coisa). Não creio em tal (= tal coisa) PRONOMES RELATIVOS Veja este exemplo: Armando comprou a casa QUE lhe convinha. A palavra que representa o nome casa, relacionando-se com o termo casa é um pronome relativo. PRONOMES RELATIVOS são palavras que representam nomes já referidos, com os quais estão relacionados. Daí denominarem-se relativos. A palavra que o pronome relativo representa chama-se antecedente. No exemplo dado, o antecedente é casa. Outros exemplos de pronomes relativos: Sejamos gratos a Deus, a quem tudo devemos. O lugar onde paramos era deserto. Traga tudo quanto lhe pertence. Leve tantos ingressos quantos quiser. Posso saber o motivo por que (ou pelo qual) desistiu do concurso? Eis o quadro dos pronomes relativos: VARIÁVEIS INVARIÁVEIS Masculino Feminino o qual os quais a qual as quais quem cujo cujos cuja cujas que quanto quantos quanta quantas onde Observações: 1. O pronome relativo QUEM só se aplica a pessoas, tem antecedente, vem sempre antecedido de preposição, e equivale a O QUAL. O médico de quem falo é meu conterrâneo.. Os pronomes CUJO, CUJA significam do qual, da qual, e precedem sempre um substantivo sem artigo. Qual será o animal cujo nome a autora não quis revelar? 3. QUANTO(s) e QUANTA(s) são pronomes relativos quando precedidos de um dos pronomes indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas. Tenho tudo quanto quero. Leve tantos quantos precisar. Nenhum ovo, de todos quantos levei, se quebrou. 4. ONDE, como pronome relativo, tem sempre antecedente e equivale a EM QUE. A casa onde (= em que) moro foi de meu avô. PRONOMES INDEFINIDOS Estes pronomes se referem à 3ª pessoa do discurso, designando-a de modo vago, impreciso, indeterminado. 1. São pronomes indefinidos substantivos: ALGO, ALGUÉM, FULANO, SICRANO, BELTRANO, NADA, NINGUÉM, OUTREM, QUEM, TUDO Exemplos: Algo o incomoda? Acreditam em tudo o que fulano diz ou sicrano escreve. Não faças a outrem o que não queres que te façam. Quem avisa amigo é. Encontrei quem me pode ajudar. Ele gosta de quem o elogia.. São pronomes indefinidos adjetivos: CADA, CERTO, CERTOS, CERTA CERTAS. Cada povo tem seus costumes. Certas pessoas exercem várias profissões. Certo dia apareceu em casa um repórter famoso. PRONOMES INTERROGATIVOS Aparecem em frases interrogativas. Como os indefinidos, referem-se de modo impreciso à 3ª pessoa do discurso.

33 Exemplos: Que há? Que dia é hoje? Reagir contra quê? Por que motivo não veio? Quem foi? Qual será? Quantos vêm? Quantas irmãs tens? Língua Portuguesa VERBO CONCEITO As palavras em destaque no texto abaixo exprimem ações, situandoas no tempo. Queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me a receita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais açúcar, farinha e gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria dentro elas. Assim fiz. Morreram. (Clarice Lispector) Essas palavras são verbos. O verbo também pode exprimir: a) Estado: Não sou alegre nem sou triste. Sou poeta. b) Mudança de estado: Meu avô foi buscar ouro. Mas o ouro virou terra. c) Fenômeno: Chove. O céu dorme. VERBO é a palavra variável que exprime ação, estado, mudança de estado e fenômeno, situando-se no tempo. FLEXÕES O verbo é a classe de palavras que apresenta o maior número de flexões na língua portuguesa. Graças a isso, uma forma verbal pode trazer em si diversas informações. A forma CANTÁVAMOS, por exemplo, indica: a ação de cantar. a pessoa gramatical que pratica essa ação (nós). o número gramatical (plural). o tempo em que tal ação ocorreu (pretérito). o modo como é encarada a ação: um fato realmente acontecido no passado (indicativo). que o sujeito pratica a ação (voz ativa). Portanto, o verbo flexiona-se em número, pessoa, modo, tempo e voz. 1. NÚMERO: o verbo admite singular e plural: O menino olhou para o animal com olhos alegres. (singular). Os meninos olharam para o animal com olhos alegres. (plural).. PESSOA: servem de sujeito ao verbo as três pessoas gramaticais: 1ª pessoa: aquela que fala. Pode ser a) do singular - corresponde ao pronome pessoal EU. Ex.: Eu adormeço. b) do plural - corresponde ao pronome pessoal NÓS. Ex.: Nós adormecemos. ª pessoa: aquela que ouve. Pode ser a) do singular - corresponde ao pronome pessoal TU. Ex.:Tu adormeces. b) do plural - corresponde ao pronome pessoal VÓS. Ex.:Vós adormeceis. 3ª pessoa: aquela de quem se fala. Pode ser a) do singular - corresponde aos pronomes pessoais ELE, ELA. Ex.: Ela adormece. b) do plural - corresponde aos pronomes pessoas ELES, ELAS. Ex.: Eles adormecem. 3. MODO: é a propriedade que tem o verbo de indicar a atitude do falante em relação ao fato que comunica. Há três modos em português. a) indicativo: a atitude do falante é de certeza diante do fato. A cachorra Baleia corria na frente. b) subjuntivo: a atitude do falante é de dúvida diante do fato. Talvez a cachorra Baleia corra na frente. c) imperativo: o fato é enunciado como uma ordem, um conselho, um pedido Corra na frente, Baleia TEMPO: é a propriedade que tem o verbo de localizar o fato no tempo, em relação ao momento em que se fala. Os três tempos básicos são: a) presente: a ação ocorre no momento em que se fala: Fecho os olhos, agito a cabeça. b) pretérito (passado): a ação transcorreu num momento anterior àquele em que se fala: Fechei os olhos, agitei a cabeça. c) futuro: a ação poderá ocorrer após o momento em que se fala: Fecharei os olhos, agitarei a cabeça. O pretérito e o futuro admitem subdivisões, o que não ocorre com o presente. Veja o esquema dos tempos simples em português: Presente (falo) INDICATIVO Pretérito perfeito ( falei) Imperfeito (falava) Mais- que-perfeito (falara) Futuro do presente (falarei) do pretérito (falaria) Presente (fale) SUBJUNTIVO Pretérito imperfeito (falasse) Futuro (falar) Há ainda três formas que não exprimem exatamente o tempo em que se dá o fato expresso. São as formas nominais, que completam o esquema dos tempos simples. Infinitivo impessoal (falar) Pessoal (falar eu, falares tu, etc.) FORMAS NOMINAIS 5. VOZ: o sujeito do verbo pode ser: a) agente do fato expresso. O carroceiro disse um palavrão. (sujeito agente) O verbo está na voz ativa. b) paciente do fato expresso: Um palavrão foi dito pelo carroceiro. (sujeito paciente) O verbo está na voz passiva. c) agente e paciente do fato expresso: O carroceiro machucou-se. (sujeito agente e paciente) O verbo está na voz reflexiva. Gerúndio (falando) Particípio (falado) 6. FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS: dá-se o nome de rizotônica à forma verbal cujo acento tônico está no radical. Falo - Estudam. Dá-se o nome de arrizotônica à forma verbal cujo acento tônico está fora do radical. Falamos - Estudarei. 7. CLASSIFICACÃO DOS VERBOS: os verbos classificam-se em: a) regulares - são aqueles que possuem as desinências normais de sua conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical: canto - cantei - cantarei cantava - cantasse. b) irregulares - são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou nas desinências: faço - fiz - farei - fizesse. c) defectivos - são aqueles que não apresentam conjugação completa, como por exemplo, os verbos falir, abolir e os verbos que indicam fenômenos naturais, como CHOVER, TROVEJAR, etc. d) abundantes - são aqueles que possuem mais de uma forma com o mesmo valor. Geralmente, essa característica ocorre no particípio: matado - morto - enxugado - enxuto. e) anômalos - são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. verbo ser: sou - fui verbo ir: vou - ia QUANTO À EXISTÊNCIA OU NÃO DO SUJEITO 1. Pessoais: são aqueles que se referem a qualquer sujeito implícito ou explícito. Quase todos os verbos são pessoais. O Nino apareceu na porta.

34 . Impessoais: são aqueles que não se referem a qualquer sujeito implícito ou explícito. São utilizados sempre na 3ª pessoa. São impessoais: a) verbos que indicam fenômenos meteorológicos: chover, nevar, ventar, etc. Garoava na madrugada roxa. b) HAVER, no sentido de existir, ocorrer, acontecer: Houve um espetáculo ontem. Há alunos na sala. Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Anica com seus olhos claros. c) FAZER, indicando tempo decorrido ou fenômeno meteorológico. Fazia dois anos que eu estava casado. Faz muito frio nesta região? O VERBO HAVER (empregado impessoalmente) O verbo haver é impessoal - sendo, portanto, usado invariavelmente na 3ª pessoa do singular - quando significa: 1) EXISTIR Há pessoas que nos querem bem. Criaturas infalíveis nunca houve nem haverá. Brigavam à toa, sem que houvesse motivos sérios. Livros, havia-os de sobra; o que faltava eram leitores. ) ACONTECER, SUCEDER Houve casos difíceis na minha profissão de médico. Não haja desavenças entre vós. Naquele presídio havia frequentes rebeliões de presos. 3) DECORRER, FAZER, com referência ao tempo passado: Há meses que não o vejo. Haverá nove dias que ele nos visitou. Havia já duas semanas que Marcos não trabalhava. O fato aconteceu há cerca de oito meses. Quando pode ser substituído por FAZIA, o verbo HAVER concorda no pretérito imperfeito, e não no presente: Havia (e não HÁ) meses que a escola estava fechada. Morávamos ali havia (e não HÁ) dois anos. Ela conseguira emprego havia (e não HÁ) pouco tempo. Havia (e não HÁ) muito tempo que a polícia o procurava. 4) REALIZAR-SE Houve festas e jogos. Se não chovesse, teria havido outros espetáculos. Todas as noites havia ensaios das escolas de samba. 5) Ser possível, existir possibilidade ou motivo (em frases negativas e seguido de infinitivo): Em pontos de ciência não há transigir. Não há contê-lo, então, no ímpeto. Não havia descrer na sinceridade de ambos. Mas olha, Tomásia, que não há fiar nestas afeiçõezinhas. E não houve convencê-lo do contrário. Não havia por que ficar ali a recriminar-se. Como impessoal o verbo HAVER forma ainda a locução adverbial de há muito (= desde muito tempo, há muito tempo): De há muito que esta árvore não dá frutos. De há muito não o vejo. O verbo HAVER transmite a sua impessoalidade aos verbos que com ele formam locução, os quais, por isso, permanecem invariáveis na 3ª pessoa do singular: Vai haver eleições em outubro. Começou a haver reclamações. Não pode haver umas sem as outras. Parecia haver mais curiosos do que interessados. Mas haveria outros defeitos, devia haver outros. A expressão correta é HAJA VISTA, e não HAJA VISTO. Pode ser construída de três modos: Hajam vista os livros desse autor. Haja vista os livros desse autor. Haja vista aos livros desse autor. Língua Portuguesa 30 CONVERSÃO DA VOZ ATIVA NA PASSIVA Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o sentido da frase. Exemplo: Gutenberg inventou a imprensa. (voz ativa) A imprensa foi inventada por Gutenberg. (voz passiva) Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ativa passará a agente da passiva e o verbo assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo. Outros exemplos: Os calores intensos provocam as chuvas. As chuvas são provocadas pelos calores intensos. Eu o acompanharei. Ele será acompanhado por mim. Todos te louvariam. Serias louvado por todos. Prejudicaram-me. Fui prejudicado. Condenar-te-iam. Serias condenado. EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS a) Presente Emprega-se o presente do indicativo para assinalar: - um fato que ocorre no momento em que se fala. Eles estudam silenciosamente. Eles estão estudando silenciosamente. - uma ação habitual. Corra todas as manhãs. - uma verdade universal (ou tida como tal): O homem é mortal. A mulher ama ou odeia, não há outra alternativa. - fatos já passados. Usa-se o presente em lugar do pretérito para dar maior realce à narrativa. Em 1748, Montesquieu publica a obra "O Espírito das Leis". É o chamado presente histórico ou narrativo. - fatos futuros não muito distantes, ou mesmo incertos: Amanhã vou à escola. Qualquer dia eu te telefono. b) Pretérito Imperfeito Emprega-se o pretérito imperfeito do indicativo para designar: - um fato passado contínuo, habitual, permanente: Ele andava à toa. Nós vendíamos sempre fiado. - um fato passado, mas de incerta localização no tempo. É o que ocorre por exemplo, no início das fábulas, lendas, histórias infantis. Era uma vez... - um fato presente em relação a outro fato passado. Eu lia quando ele chegou. c) Pretérito Perfeito Emprega-se o pretérito perfeito do indicativo para referir um fato já ocorrido, concluído. Estudei a noite inteira. Usa-se a forma composta para indicar uma ação que se prolonga até o momento presente. Tenho estudado todas as noites. d) Pretérito mais-que-perfeito Chama-se mais-que-perfeito porque indica uma ação passada em relação a outro fato passado (ou seja, é o passado do passado): A bola já ultrapassara a linha quando o jogador a alcançou. e) Futuro do Presente Emprega-se o futuro do presente do indicativo para apontar um fato futuro em relação ao momento em que se fala. Irei à escola. f) Futuro do Pretérito Emprega-se o futuro do pretérito do indicativo para assinalar: - um fato futuro, em relação a outro fato passado. - Eu jogaria se não tivesse chovido.

35 - um fato futuro, mas duvidoso, incerto. - Seria realmente agradável ter de sair? Um fato presente: nesse caso, o futuro do pretérito indica polidez e às vezes, ironia. - Daria para fazer silêncio?! Modo Subjuntivo a) Presente Emprega-se o presente do subjuntivo para mostrar: - um fato presente, mas duvidoso, incerto. Talvez eles estudem... não sei. - um desejo, uma vontade: Que eles estudem, este é o desejo dos pais e dos professores. b) Pretérito Imperfeito Emprega-se o pretérito imperfeito do subjuntivo para indicar uma hipótese, uma condição. Se eu estudasse, a história seria outra. Nós combinamos que se chovesse não haveria jogo. e) Pretérito Perfeito Emprega-se o pretérito perfeito composto do subjuntivo para apontar um fato passado, mas incerto, hipotético, duvidoso (que são, afinal, as características do modo subjuntivo). Que tenha estudado bastante é o que espero. d) Pretérito Mais-Que-Perfeito - Emprega-se o pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo para indicar um fato passado em relação a outro fato passado, sempre de acordo com as regras típicas do modo subjuntivo: Se não tivéssemos saído da sala, teríamos terminado a prova tranquilamente. e) Futuro Emprega-se o futuro do subjuntivo para indicar um fato futuro já concluído em relação a outro fato futuro. Quando eu voltar, saberei o que fazer. Língua Portuguesa VERBOS IRREGULARES DAR Presente do indicativo dou, dás, dá, damos, dais, dão Pretérito perfeito dei, deste, deu, demos, destes, deram Pretérito mais-que-perfeito dera, deras, dera, déramos, déreis, deram Presente do subjuntivo dê, dês, dê, demos, deis, dêem Imperfeito do subjuntivo desse, desses, desse, déssemos, désseis, dessem Futuro do subjuntivo der, deres, der, dermos, derdes, derem MOBILIAR Presente do indicativo mobilio, mobílias, mobília, mobiliamos, mobiliais, mobiliam Presente do subjuntivo mobilie, mobilies, mobílie, mobiliemos, mobilieis, mobiliem Imperativo mobília, mobilie, mobiliemos, mobiliai, mobiliem AGUAR Presente do indicativo águo, águas, água, aguamos, aguais, águam Pretérito perfeito aguei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram Presente do subjuntivo águe, agues, ague, aguemos, agueis, águem MAGOAR Presente do indicativo magoo, magoas, magoa, magoamos, magoais, magoam Pretérito perfeito magoei, magoaste, magoou, magoamos, magoastes, magoaram Presente do subjuntivo magoe, magoes, magoe, magoemos, magoeis, magoem Conjugam-se como magoar, abençoar, abotoar, caçoar, voar e perdoar APIEDAR-SE Presente do indicativo: apiado-me, apiadas-te, apiada-se, apiedamo-nos, apiedaisvos, apiadam-se Presente do subjuntivo apiade-me, apiades-te, apiade-se, apiedemo-nos, apiedeivos, apiedem-se Nas formas rizotônicas, o E do radical é substituído por A MOSCAR Presente do indicativo musco, muscas, musca, moscamos, moscais, muscam Presente do subjuntivo musque, musques, musque, mosquemos, mosqueis, musquem Nas formas rizotônicas, o O do radical é substituído por U RESFOLEGAR Presente do indicativo resfolgo, resfolgas, resfolga, resfolegamos, resfolegais, resfolgam Presente do subjuntivo resfolgue, resfolgues, resfolgue, resfoleguemos, resfolegueis, resfolguem Nas formas rizotônicas, o E do radical desaparece 31 NOMEAR Presente da indicativo nomeio, nomeias, nomeia, nomeamos, nomeais, nomeiam Pretérito imperfeito nomeava, nomeavas, nomeava, nomeávamos, nomeáveis, nomeavam Pretérito perfeito nomeei, nomeaste, nomeou, nomeamos, nomeastes, nomearam Presente do subjuntivo nomeie, nomeies, nomeie, nomeemos, nomeeis, nomeiem Imperativo afirmativo nomeia, nomeie, nomeemos, nomeai, nomeiem Conjugam-se como nomear, cear, hastear, peritear, recear, passear COPIAR Presente do indicativo copio, copias, copia, copiamos, copiais, copiam Pretérito imperfeito copiei, copiaste, copiou, copiamos, copiastes, copiaram Pretérito mais-que-perfeito copiara, copiaras, copiara, copiáramos, copiáreis, copiaram Presente do subjuntivo copie, copies, copie, copiemos, copieis, copiem Imperativo afirmativo copia, copie, copiemos, copiai, copiem ODIAR Presente do indicativo odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam Pretérito imperfeito odiava, odiavas, odiava, odiávamos, odiáveis, odiavam Pretérito perfeito odiei, odiaste, odiou, odiamos, odiastes, odiaram Pretérito mais-que-perfeito odiara, odiaras, odiara, odiáramos, odiáreis, odiaram Presente do subjuntivo odeie, odeies, odeie, odiemos, odieis, odeiem Conjugam-se como odiar, mediar, remediar, incendiar, ansiar CABER Presente do indicativo caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem Pretérito perfeito coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes, couberam Pretérito mais-que-perfeito coubera, couberas, coubera, coubéramos, coubéreis, couberam Presente do subjuntivo caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais, caibam Imperfeito do subjuntivo coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos, coubésseis, coubessem Futuro do subjuntivo couber, couberes, couber, coubermos, couberdes, couberem O verbo CABER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no imperativo negativo CRER Presente do indicativo creio, crês, crê, cremos, credes, crêem Presente do subjuntivo creia, creias, creia, creiamos, creiais, creiam Imperativo afirmativo crê, creia, creiamos, crede, creiam Conjugam-se como crer, ler e descrer DIZER Presente do indicativo digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem Pretérito perfeito disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram Pretérito mais-que-perfeito dissera, disseras, dissera, disséramos, disséreis, disseram Futuro do presente direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão Futuro do pretérito diria, dirias, diria, diríamos, diríeis, diriam Presente do subjuntivo diga, digas, diga, digamos, digais, digam Pretérito imperfeito dissesse, dissesses, dissesse, disséssemos, dissésseis, dissesse Futuro disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disserem Particípio dito Conjugam-se como dizer, bendizer, desdizer, predizer, maldizer FAZER Presente do indicativo faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem Pretérito perfeito fiz, fizeste, fez, fizemos fizestes, fizeram Pretérito mais-que-perfeito fizera, fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis, fizeram Futuro do presente farei, farás, fará, faremos, fareis, farão Futuro do pretérito faria, farias, faria, faríamos, faríeis, fariam Imperativo afirmativo faze, faça, façamos, fazei, façam Presente do subjuntivo faça, faças, faça, façamos, façais, façam Imperfeito do subjuntivo fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, fizésseis, fizessem Futuro do subjuntivo fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem Conjugam-se como fazer, desfazer, refazer satisfazer PERDER Presente do indicativo perco, perdes, perde, perdemos, perdeis, perdem Presente do subjuntivo perca, percas, perca, percamos, percais. percam Imperativo afirmativo perde, perca, percamos, perdei, percam PODER Presente do Indicativo posso, podes, pode, podemos, podeis, podem Pretérito Imperfeito podia, podias, podia, podíamos, podíeis, podiam Pretérito perfeito pude, pudeste, pôde, pudemos, pudestes, puderam Pretérito mais-que-perfeito pudera, puderas, pudera, pudéramos, pudéreis, puderam

36 Presente do subjuntivo possa, possas, possa, possamos, possais, possam Pretérito imperfeito pudesse, pudesses, pudesse, pudéssemos, pudésseis, pudessem Futuro puder, puderes, puder, pudermos, puderdes, puderem Infinitivo pessoal pode, poderes, poder, podermos, poderdes, poderem Gerúndio podendo Particípio podido O verbo PODER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no imperativo negativo PROVER Presente do indicativo provejo, provês, provê, provemos, provedes, proveem Pretérito imperfeito provia, provias, provia, províamos, províeis, proviam Pretérito perfeito provi, proveste, proveu, provemos, provestes, proveram Pretérito mais-que-perfeito provera, proveras, provera, provêramos, provêreis, proveram Futuro do presente proverei, proverás, proverá, proveremos, provereis, proverão Futuro do pretérito proveria, proverias, proveria, proveríamos, proveríeis, proveriam Imperativo provê, proveja, provejamos, provede, provejam Presente do subjuntivo proveja, provejas, proveja, provejamos, provejais. provejam Pretérito imperfeito Futuro Gerúndio Particípio Língua Portuguesa provesse, provesses, provesse, provêssemos, provêsseis, provessem prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem provendo provido QUERER Presente do indicativo quero, queres, quer, queremos, quereis, querem Pretérito perfeito quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram Pretérito mais-que-perfeito quisera, quiseras, quisera, quiséramos, quiséreis, quiseram Presente do subjuntivo queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram Pretérito imperfeito quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos quisésseis, quisessem Futuro quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem REQUERER Presente do indicativo requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis. requerem Pretérito perfeito requeri, requereste, requereu, requeremos, requereste, requereram Pretérito mais-que-perfeito requerera, requereras, requerera, requereramos, requerereis, requereram Futuro do presente requererei, requererás requererá, requereremos, requerereis, requererão Futuro do pretérito requereria, requererias, requereria, requereríamos, requereríeis, requereriam Imperativo requere, requeira, requeiramos, requerer, requeiram Presente do subjuntivo requeira, requeiras, requeira, requeiramos, requeirais, requeiram Pretérito Imperfeito requeresse, requeresses, requeresse, requerêssemos, requerêsseis, requeressem, Futuro requerer, requereres, requerer, requerermos, requererdes, requerem Gerúndio requerendo Particípio requerido O verbo REQUERER não se conjuga como querer. Futuro REAVER Presente do indicativo reavemos, reaveis Pretérito perfeito reouve, reouveste, reouve, reouvemos, reouvestes, reouveram Pretérito mais-que-perfeito reouvera, reouveras, reouvera, reouvéramos, reouvéreis, reouveram Pretérito imperf. do subjuntivo reouvesse, reouvesses, reouvesse, reouvéssemos, reouvésseis, reouvessem reouver, reouveres, reouver, reouvermos, reouverdes, reouverem O verbo REAVER conjuga-se como haver, mas só nas formas em que esse apresenta a letra v SABER Presente do indicativo sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis, sabem Pretérito perfeito soube, soubeste, soube, soubemos, soubestes, souberam Pretérito mais-que-perfeito soubera, souberas, soubera, soubéramos, soubéreis, souberam Pretérito imperfeito sabia, sabias, sabia, sabíamos, sabíeis, sabiam Presente do subjuntivo soubesse, soubesses, soubesse, soubéssemos, soubésseis, soubessem Futuro souber, souberes, souber, soubermos, souberdes, souberem 3 VALER Presente do indicativo valho, vales, vale, valemos, valeis, valem Presente do subjuntivo valha, valhas, valha, valhamos, valhais, valham Imperativo afirmativo vale, valha, valhamos, valei, valham TRAZER Presente do indicativo trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem Pretérito imperfeito trazia, trazias, trazia, trazíamos, trazíeis, traziam Pretérito perfeito trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram Pretérito mais-que-perfeito trouxera, trouxeras, trouxera, trouxéramos, trouxéreis, trouxeram Futuro do presente trarei, trarás, trará, traremos, trareis, trarão Futuro do pretérito traria, trarias, traria, traríamos, traríeis, trariam Imperativo traze, traga, tragamos, trazei, tragam Presente do subjuntivo traga, tragas, traga, tragamos, tragais, tragam Pretérito imperfeito trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxéssemos, trouxésseis, trouxessem Futuro trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, trouxerem Infinitivo pessoal trazer, trazeres, trazer, trazermos, trazerdes, trazerem Gerúndio trazendo Particípio trazido VER Presente do indicativo vejo, vês, vê, vemos, vedes, vêem Pretérito perfeito vi, viste, viu, vimos, vistes, viram Pretérito mais-que-perfeito vira, viras, vira, viramos, vireis, viram Imperativo afirmativo vê, veja, vejamos, vede vós, vejam vocês Presente do subjuntivo veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam Pretérito imperfeito visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem Futuro vir, vires, vir, virmos, virdes, virem Particípio visto ABOLIR Presente do indicativo aboles, abole abolimos, abolis, abolem Pretérito imperfeito abolia, abolias, abolia, abolíamos, abolíeis, aboliam Pretérito perfeito aboli, aboliste, aboliu, abolimos, abolistes, aboliram Pretérito mais-que-perfeito abolira, aboliras, abolira, abolíramos, abolíreis, aboliram Futuro do presente abolirei, abolirás, abolirá, aboliremos, abolireis, abolirão Futuro do pretérito aboliria, abolirias, aboliria, aboliríamos, aboliríeis, aboliriam Presente do subjuntivo não há Presente imperfeito abolisse, abolisses, abolisse, abolíssemos, abolísseis, abolissem Futuro abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem Imperativo afirmativo abole, aboli Imperativo negativo não há Infinitivo pessoal abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem Infinitivo impessoal abolir Gerúndio abolindo Particípio abolido O verbo ABOLIR é conjugado só nas formas em que depois do L do radical há E ou I. AGREDIR Presente do indicativo agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem Presente do subjuntivo agrida, agridas, agrida, agridamos, agridais, agridam Imperativo agride, agrida, agridamos, agredi, agridam Nas formas rizotônicas, o verbo AGREDIR apresenta o E do radical substituído por I. COBRIR Presente do indicativo cubro, cobres, cobre, cobrimos, cobris, cobrem Presente do subjuntivo cubra, cubras, cubra, cubramos, cubrais, cubram Imperativo cobre, cubra, cubramos, cobri, cubram Particípio coberto Conjugam-se como COBRIR, dormir, tossir, descobrir, engolir FALIR Presente do indicativo falimos, falis Pretérito imperfeito falia, falias, falia, falíamos, falíeis, faliam Pretérito mais-que-perfeito falira, faliras, falira, falíramos, falireis, faliram Pretérito perfeito fali, faliste, faliu, falimos, falistes, faliram Futuro do presente falirei, falirás, falirá, faliremos, falireis, falirão Futuro do pretérito faliria, falirias, faliria, faliríamos, faliríeis, faliriam Presente do subjuntivo não há Pretérito imperfeito falisse, falisses, falisse, falíssemos, falísseis, falissem Futuro falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem Imperativo afirmativo fali (vós) Imperativo negativo não há Infinitivo pessoal falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem Gerúndio falindo Particípio falido

37 FERIR Presente do indicativo firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem Presente do subjuntivo fira, firas, fira, firamos, firais, firam Conjugam-se como FERIR: competir, vestir, inserir e seus derivados. MENTIR Presente do indicativo minto, mentes, mente, mentimos, mentis, mentem Presente do subjuntivo minta, mintas, minta, mintamos, mintais, mintam Imperativo mente, minta, mintamos, menti, mintam Conjugam-se como MENTIR: sentir, cerzir, competir, consentir, pressentir. FUGIR Presente do indicativo fujo, foges, foge, fugimos, fugis, fogem Imperativo foge, fuja, fujamos, fugi, fujam Presente do subjuntivo fuja, fujas, fuja, fujamos, fujais, fujam IR Presente do indicativo vou, vais, vai, vamos, ides, vão Pretérito imperfeito ia, ias, ia, íamos, íeis, iam Pretérito perfeito fui, foste, foi, fomos, fostes, foram Pretérito mais-que-perfeito fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram Futuro do presente irei, irás, irá, iremos, ireis, irão Futuro do pretérito iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam Imperativo afirmativo vai, vá, vamos, ide, vão Imperativo negativo não vão, não vá, não vamos, não vades, não vão Presente do subjuntivo vá, vás, vá, vamos, vades, vão Pretérito imperfeito fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem Futuro for, fores, for, formos, fordes, forem Infinitivo pessoal ir, ires, ir, irmos, irdes, irem Gerúndio indo Particípio ido OUVIR Presente do indicativo ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, ouvem Presente do subjuntivo ouça, ouças, ouça, ouçamos, ouçais, ouçam Imperativo ouve, ouça, ouçamos, ouvi, ouçam Particípio ouvido PEDIR Presente do indicativo peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem Pretérito perfeito pedi, pediste, pediu, pedimos, pedistes, pediram Presente do subjuntivo peça, peças, peça, peçamos, peçais, peçam Imperativo pede, peça, peçamos, pedi, peçam Conjugam-se como pedir: medir, despedir, impedir, expedir POLIR Presente do indicativo pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem Presente do subjuntivo pula, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam Imperativo pule, pula, pulamos, poli, pulam REMIR Presente do indicativo redimo, redimes, redime, redimimos, redimis, redimem Presente do subjuntivo redima, redimas, redima, redimamos, redimais, redimam RIR Presente do indicativo rio, ris, ri, rimos, rides, riem Pretérito imperfeito ria, rias, ria, riamos, ríeis, riam Pretérito perfeito ri, riste, riu, rimos, ristes, riram Pretérito mais-que-perfeito rira, riras, rira, ríramos, rireis, riram Futuro do presente rirei, rirás, rirá, riremos, rireis, rirão Futuro do pretérito riria, ririas, riria, riríamos, riríeis, ririam Imperativo afirmativo ri, ria, riamos, ride, riam Presente do subjuntivo ria, rias, ria, riamos, riais, riam Pretérito imperfeito risse, risses, risse, ríssemos, rísseis, rissem Futuro rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem Infinitivo pessoal rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem Gerúndio rindo Particípio rido Conjuga-se como rir: sorrir VIR Presente do indicativo venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm Pretérito imperfeito vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham Pretérito perfeito vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram Pretérito mais-que-perfeito viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram Futuro do presente virei, virás, virá, viremos, vireis, virão Futuro do pretérito viria, virias, viria, viríamos, viríeis, viriam Imperativo afirmativo vem, venha, venhamos, vinde, venham Presente do subjuntivo venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham Pretérito imperfeito viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem Futuro vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem Infinitivo pessoal vir, vires, vir, virmos, virdes, virem Gerúndio vindo Particípio vindo Conjugam-se como vir: intervir, advir, convir, provir, sobrevir SUMIR Presente do indicativo sumo, somes, some, sumimos, sumis, somem Presente do subjuntivo suma, sumas, suma, sumamos, sumais, sumam Imperativo some, suma, sumamos, sumi, sumam Conjugam-se como SUMIR: subir, acudir, bulir, escapulir, fugir, consumir, cuspir ADVÉRBIO Advérbio é a palavra que modifica a verbo, o adjetivo ou o próprio advérbio, exprimindo uma circunstância. Os advérbios dividem-se em: 1) LUGAR: aqui, cá, lá, acolá, ali, aí, aquém, além, algures, alhures, nenhures, atrás, fora, dentro, perto, longe, adiante, diante, onde, avante, através, defronte, aonde, etc. ) TEMPO: hoje, amanhã, depois, antes, agora, anteontem, sempre, nunca, já, cedo, logo, tarde, ora, afinal, outrora, então, amiúde, breve, brevemente, entrementes, raramente, imediatamente, etc. 3) MODO: bem, mal, assim, depressa, devagar, como, debalde, pior, melhor, suavemente, tenazmente, comumente, etc. 4) ITENSIDADE: muito, pouco, assaz, mais, menos, tão, bastante, demasiado, meio, completamente, profundamente, quanto, quão, tanto, bem, mal, quase, apenas, etc. 5) AFIRMAÇÃO: sim, deveras, certamente, realmente, efetivamente, etc. 6) NEGAÇÃO: não. 7) DÚVIDA: talvez, acaso, porventura, possivelmente, quiçá, decerto, provavelmente, etc. Há Muitas Locuções Adverbiais 1) DE LUGAR: à esquerda, à direita, à tona, à distância, à frente, à entrada, à saída, ao lado, ao fundo, ao longo, de fora, de lado, etc. ) TEMPO: em breve, nunca mais, hoje em dia, de tarde, à tarde, à noite, às ave-marias, ao entardecer, de manhã, de noite, por ora, por fim, de repente, de vez em quando, de longe em longe, etc. 3) MODO: à vontade, à toa, ao léu, ao acaso, a contento, a esmo, de bom grado, de cor, de mansinho, de chofre, a rigor, de preferência, em geral, a cada passo, às avessas, ao invés, às claras, a pique, a olhos vistos, de propósito, de súbito, por um triz, etc. 4) MEIO OU INSTRUMENTO: a pau, a pé, a cavalo, a martelo, a máquina, a tinta, a paulada, a mão, a facadas, a picareta, etc. 5) AFIRMAÇÃO: na verdade, de fato, de certo, etc. 6) NEGAÇAO: de modo algum, de modo nenhum, em hipótese alguma, etc. 7) DÚVIDA: por certo, quem sabe, com certeza, etc. Advérbios Interrogativos Onde?, aonde?, donde?, quando?, porque?, como? Palavras Denotativas Certas palavras, por não se poderem enquadrar entre os advérbios, terão classificação à parte. São palavras que denotam exclusão, inclusão, situação, designação, realce, retificação, afetividade, etc. 1) DE EXCLUSÃO - só, salvo, apenas, senão, etc. ) DE INCLUSÃO - também, até, mesmo, inclusive, etc. 3) DE SITUAÇÃO - mas, então, agora, afinal, etc. 4) DE DESIGNAÇÃO - eis. 5) DE RETIFICAÇÃO - aliás, isto é, ou melhor, ou antes, etc. 6) DE REALCE - cá, lá, sã, é que, ainda, mas, etc. Você lá sabe o que está dizendo, homem... Mas que olhos lindos! Veja só que maravilha! Língua Portuguesa 33

38 NUMERAL Numeral é a palavra que indica quantidade, ordem, múltiplo ou fração. O numeral classifica-se em: - cardinal - quando indica quantidade. - ordinal - quando indica ordem. - multiplicativo - quando indica multiplicação. - fracionário - quando indica fracionamento. Exemplos: Silvia comprou dois livros. Antônio marcou o primeiro gol. Na semana seguinte, o anel custará o dobro do preço. O galinheiro ocupava um quarto da quintal. QUADRO BÁSICO DOS NUMERAIS Algarismos Numerais Romanocotivos Arábi- Cardinais Ordinais Multiplica- Fracionários I 1 um primeiro simples - II dois segundo duplo meio dobro III 3 três terceiro tríplice terço IV 4 quatro quarto quádruplo quarto V 5 cinco quinto quíntuplo quinto VI 6 seis sexto sêxtuplo sexto VII 7 sete sétimo sétuplo sétimo VIII 8 oito oitavo óctuplo oitavo IX 9 nove nono nônuplo nono X 10 dez décimo décuplo décimo XI 11 onze décimo onze avos primeiro XII 1 doze décimo doze avos segundo XIII 13 treze décimo treze avos terceiro XIV 14 quatorze décimo quarto quatorze avos XV 15 quinze décimo quinze avos quinto XVI 16 dezesseis décimo sexto dezesseis avos XVII 17 dezessete décimo sétimo dezessete avos XVIII 18 dezoito décimo dezoito avos oitavo XIX 19 dezenove décimo nono dezenove avos XX 0 vinte vigésimo vinte avos XXX 30 trinta trigésimo trinta avos XL 40 quarenta quadragésimo quarenta avos L 50 cinquenta quinquagésimo cinquenta avos LX 60 sessenta sexagésimo sessenta avos LXX 70 setenta septuagésimo setenta avos LXXX 80 oitenta octogésimo oitenta avos XC 90 noventa nonagésimo noventa avos C 100 cem centésimo centésimo CC 00 duzentos ducentésimo ducentésimo CCC 300 trezentos trecentésimo trecentésimo CD 400 quatrocentos quadringentésimo quadringentésimo D 500 quinhentos quingentésimo quingentésimo DC 600 seiscentos sexcentésimo sexcentésimo DCC 700 setecentos septingentésimo septingentésimo DCCC 800 oitocentos octingentésimo octingentésimo CM 900 novecentos nongentésimo nongentésimo M 1000 mil milésimo milésimo Emprego do Numeral Na sucessão de papas, reis, príncipes, anos, séculos, capítulos, etc. empregam-se de 1 a 10 os ordinais. João Paulo II (segundo) ano lll (ano terceiro) Luis X (décimo) ano I (primeiro) Pio lx (nono) século lv (quarto) De 11 em diante, empregam-se os cardinais: Leão Xlll (treze) ano Xl (onze) Pio Xll (doze) século XVI (dezesseis) Luis XV (quinze) capitulo XX (vinte) Se o numeral aparece antes, é lido como ordinal. XX Salão do Automóvel (vigésimo) VI Festival da Canção (sexto) lv Bienal do Livro (quarta) XVI capítulo da telenovela (décimo sexto) Quando se trata do primeiro dia do mês, deve-se dar preferência ao emprego do ordinal. Hoje é primeiro de setembro Não é aconselhável iniciar período com algarismos 16 anos tinha Patrícia = Dezesseis anos tinha Patrícia A título de brevidade, usamos constantemente os cardinais pelos ordinais. Ex.: casa vinte e um (= a vigésima primeira casa), página trinta e dois (= a trigésima segunda página). Os cardinais um e dois não variam nesse caso porque está subentendida a palavra número. Casa número vinte e um, página número trinta e dois. Por isso, deve-se dizer e escrever também: a folha vinte e um, a folha trinta e dois. Na linguagem forense, vemos o numeral flexionado: a folhas vinte e uma a folhas trinta e duas. ARTIGO Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para determinálos. Indica-lhes, ao mesmo tempo, o gênero e o número. Dividem-se em definidos: O, A, OS, AS indefinidos: UM, UMA, UNS, UMAS. Os definidos determinam os substantivos de modo preciso, particular. Viajei com o médico. (Um médico referido, conhecido, determinado). Os indefinidos determinam os substantivos de modo vago, impreciso, geral. Viajei com um médico. (Um médico não referido, desconhecido, indeterminado). lsoladamente, os artigos são palavras de todo vazias de sentido. CONJUNÇÃO Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações. Conjunções Coordenativas 1) ADITIVAS: e, nem, também, mas, também, etc. ) ADVERSATIVAS: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no entanto, etc. 3) ALTERNATIVAS: ou, ou.., ou, ora... ora, já... já, quer, quer, etc. 4) CONCLUSIVAS. logo, pois, portanto, por conseguinte, por consequência. 5) EXPLICATIVAS: isto é, por exemplo, a saber, que, porque, pois, etc. Conjunções Subordinativas 1) CONDICIONAIS: se, caso, salvo se, contanto que, uma vez que, etc. ) CAUSAIS: porque, já que, visto que, que, pois, porquanto, etc. Língua Portuguesa 34

39 3) COMPARATIVAS: como, assim como, tal qual, tal como, mais que, etc. 4) CONFORMATIVAS: segundo, conforme, consoante, como, etc. 5) CONCESSIVAS: embora, ainda que, mesmo que, posto que, se bem que, etc. 6) INTEGRANTES: que, se, etc. 7) FINAIS: para que, a fim de que, que, etc. 8) CONSECUTIVAS: tal... qual, tão... que, tamanho... que, de sorte que, de forma que, de modo que, etc. 9) PROPORCIONAIS: à proporção que, à medida que, quanto... tanto mais, etc. 10) TEMPORAIS: quando, enquanto, logo que, depois que, etc. 5) Explicativas, que precedem uma explicação, um motivo: que, porque, porquanto, pois (anteposto ao verbo). Não solte balões, que (ou porque, ou pois, ou porquanto) podem causar incêndios. Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas. Observação: A conjunção A pode apresentar-se com sentido adversativo: Sofrem duras privações a [= mas] não se queixam. "Quis dizer mais alguma coisa a não pôde." (Jorge Amado) VALOR LÓGICO E SINTÁTICO DAS CONJUNÇÕES Examinemos estes exemplos: 1º) Tristeza e alegria não moram juntas. º) Os livros ensinam e divertem. 3º) Saímos de casa quando amanhecia. No primeiro exemplo, a palavra E liga duas palavras da mesma oração: é uma conjunção. No segundo a terceiro exemplos, as palavras E e QUANDO estão ligando orações: são também conjunções. Conjunção é uma palavra invariável que liga orações ou palavras da mesma oração. No º exemplo, a conjunção liga as orações sem fazer que uma dependa da outra, sem que a segunda complete o sentido da primeira: por isso, a conjunção E é coordenativa. No 3º exemplo, a conjunção liga duas orações que se completam uma à outra e faz com que a segunda dependa da primeira: por isso, a conjunção QUANDO é subordinativa. As conjunções, portanto, dividem-se em coordenativas e subordinativas. CONJUNÇÕES COORDENATIVAS As conjunções coordenativas podem ser: 1) Aditivas, que dão ideia de adição, acrescentamento: e, nem, mas também, mas ainda, senão também, como também, bem como. O agricultor colheu o trigo e o vendeu. Não aprovo nem permitirei essas coisas. Os livros não só instruem mas também divertem. As abelhas não apenas produzem mel e cera mas ainda polinizam as flores. ) Adversativas, que exprimem oposição, contraste, ressalva, compensação: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, sendo, ao passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não obstante, apesar disso, em todo caso. Querem ter dinheiro, mas não trabalham. Ela não era bonita, contudo cativava pela simpatia. Não vemos a planta crescer, no entanto, ela cresce. A culpa não a atribuo a vós, senão a ele. O professor não proíbe, antes estimula as perguntas em aula. O exército do rei parecia invencível, não obstante, foi derrotado. Você já sabe bastante, porém deve estudar mais. Eu sou pobre, ao passo que ele é rico. Hoje não atendo, em todo caso, entre. 3) Alternativas, que exprimem alternativa, alternância ou, ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer, etc. Os sequestradores deviam render-se ou seriam mortos. Ou você estuda ou arruma um emprego. Ora triste, ora alegre, a vida segue o seu ritmo. Quer reagisse, quer se calasse, sempre acabava apanhando. "Já chora, já se ri, já se enfurece." (Luís de Camões) 4) Conclusivas, que iniciam uma conclusão: logo, portanto, por conseguinte, pois (posposto ao verbo), por isso. As árvores balançam, logo está ventando. Você é o proprietário do carro, portanto é o responsável. O mal é irremediável; deves, pois, conformar-te. Língua Portuguesa 35 Conjunções subordinativas As conjunções subordinativas ligam duas orações, subordinando uma à outra. Com exceção das integrantes, essas conjunções iniciam orações que traduzem circunstâncias (causa, comparação, concessão, condição ou hipótese, conformidade, consequência, finalidade, proporção, tempo). Abrangem as seguintes classes: 1) Causais: porque, que, pois, como, porquanto, visto que, visto como, já que, uma vez que, desde que. O tambor soa porque é oco. (porque é oco: causa; o tambor soa: efeito). Como estivesse de luto, não nos recebeu. Desde que é impossível, não insistirei. ) Comparativas: como, (tal) qual, tal a qual, assim como, (tal) como, (tão ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, (tanto) quanto, que nem, feito (= como, do mesmo modo que), o mesmo que (= como). Ele era arrastado pela vida como uma folha pelo vento. O exército avançava pela planície qual uma serpente imensa. "Os cães, tal qual os homens, podem participar das três categorias." (Paulo Mendes Campos) "Sou o mesmo que um cisco em minha própria casa." (Antônio Olavo Pereira) "E pia tal a qual a caça procurada." (Amadeu de Queirós) "Por que ficou me olhando assim feito boba?" (Carlos Drummond de Andrade) Os pedestres se cruzavam pelas ruas que nem formigas apressadas. Nada nos anima tanto como (ou quanto) um elogio sincero. Os governantes realizam menos do que prometem. 3) Concessivas: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que (= embora não). Célia vestia-se bem, embora fosse pobre. A vida tem um sentido, por mais absurda que possa parecer. Beba, nem que seja um pouco. Dez minutos que fossem, para mim, seria muito tempo. Fez tudo direito, sem que eu lhe ensinasse. Em que pese à autoridade deste cientista, não podemos aceitar suas afirmações. Não sei dirigir, e, dado que soubesse, não dirigiria de noite. 4) Condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que (= se não), a não ser que, a menos que, dado que. Ficaremos sentidos, se você não vier. Comprarei o quadro, desde que não seja caro. Não sairás daqui sem que antes me confesses tudo. "Eleutério decidiu logo dormir repimpadamente sobre a areia, a menos que os mosquitos se opusessem." (Ferreira de Castro) 5) Conformativas: como, conforme, segundo, consoante. As coisas não são como (ou conforme) dizem.

40 "Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi narrar." (Machado de Assis) 6) Consecutivas: que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto, tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de modo que, de forma que, de maneira que, sem que, que (não). Minha mão tremia tanto que mal podia escrever. Falou com uma calma que todos ficaram atônitos. Ontem estive doente, de sorte que (ou de modo que) não saí. Não podem ver um cachorro na rua sem que o persigam. Não podem ver um brinquedo que não o queiram comprar. 7) Finais: para que, a fim de que, que (= para que). Afastou-se depressa para que não o víssemos. Falei-lhe com bons termos, a fim de que não se ofendesse. Fiz-lhe sinal que se calasse. 8) Proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos), quanto menos... (tanto mais), quanto mais... (mais), (tanto)... quanto. À medida que se vive, mais se aprende. À proporção que subíamos, o ar ia ficando mais leve. Quanto mais as cidades crescem, mais problemas vão tendo. Os soldados respondiam, à medida que eram chamados. Observação: São incorretas as locuções proporcionais à medida em que, na medida que e na medida em que. A forma correta é à medida que: "À medida que os anos passam, as minhas possibilidades diminuem." (Maria José de Queirós) 9) Temporais: quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre que, assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que, etc. Venha quando você quiser. Não fale enquanto come. Ela me reconheceu, mal lhe dirigi a palavra. Desde que o mundo existe, sempre houve guerras. Agora que o tempo esquentou, podemos ir à praia. "Ninguém o arredava dali, até que eu voltasse." (Carlos Povina Cavalcânti) 10) Integrantes: que, se. Sabemos que a vida é breve. Veja se falta alguma coisa. 6) Concessiva (= embora, ainda que): Alguns minutos que fossem, ainda assim seria muito tempo. Beba, um pouco que seja. 7) Temporal (= depois que, logo que): Chegados que fomos, dirigimo-nos ao hotel. 8) Final (= pare que): Vendo-me à janela, fez sinal que descesse. 9) Causal (= porque, visto que): "Velho que sou, apenas conheço as flores do meu tempo." (Vivaldo Coaraci) A locução conjuntiva sem que, pode ser, conforme a frase: 1) Concessiva: Nós lhe dávamos roupa a comida, sem que ele pedisse. (sem que = embora não) ) Condicional: Ninguém será bom cientista, sem que estude muito. (sem que = se não,caso não) 3) Consecutiva: Não vão a uma festa sem que voltem cansados. (sem que = que não) 4) Modal: Sairás sem que te vejam. (sem que = de modo que não) Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações. PREPOSIÇÃO Preposições são palavras que estabelecem um vínculo entre dois termos de uma oração. O primeiro, um subordinante ou antecedente, e o segundo, um subordinado ou consequente. Exemplos: Chegaram a Porto Alegre. Discorda de você. Fui até a esquina. Casa de Paulo. Preposições Essenciais e Acidentais As preposições essenciais são: A, ANTE, APÓS, ATÉ, COM, CONTRA, DE, DESDE, EM, ENTRE, PARA, PERANTE, POR, SEM, SOB, SOBRE e ATRÁS. Certas palavras ora aparecem como preposições, ora pertencem a outras classes, sendo chamadas, por isso, de preposições acidentais: afora, conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, não obstante, salvo, segundo, senão, tirante, visto, etc. Observação: Em frases como Sairás sem que te vejam, Morreu sem que ninguém o chorasse, consideramos sem que conjunção subordinativa modal. A NGB, porém, não consigna esta espécie de conjunção. Locuções conjuntivas: no entanto, visto que, desde que, se bem que, por mais que, ainda quando, à medida que, logo que, a rim de que, etc. Muitas conjunções não têm classificação única, imutável, devendo, portanto, ser classificadas de acordo com o sentido que apresentam no contexto. Assim, a conjunção que pode ser: 1) Aditiva (= e): Esfrega que esfrega, mas a nódoa não sai. A nós que não a eles, compete fazê-lo. ) Explicativa (= pois, porque): Apressemo-nos, que chove. 3) Integrante: Diga-lhe que não irei. 4) Consecutiva: Tanto se esforçou que conseguiu vencer. Não vão a uma festa que não voltem cansados. Onde estavas, que não te vi? 5) Comparativa (= do que, como): A luz é mais veloz que o som. Ficou vermelho que nem brasa. Língua Portuguesa 36 INTERJEIÇÃO Interjeição é a palavra que comunica emoção. As interjeições podem ser: - alegria: ahl oh! oba! eh! - animação: coragem! avante! eia! - admiração: puxa! ih! oh! nossa! - aplauso: bravo! viva! bis! - desejo: tomara! oxalá! - dor: aí! ui! - silêncio: psiu! silêncio! - suspensão: alto! basta! LOCUÇÃO INTERJETIVA é a conjunto de palavras que têm o mesmo valor de uma interjeição. Minha Nossa Senhora! Puxa vida! Deus me livre! Raios te partam! Meu Deus! Que maravilha! Ora bolas! Ai de mim! SINTAXE FRASE Frase é um conjunto de palavras que têm sentido completo. O tempo está nublado. Socorro! Que calor!

41 ORAÇÃO Oração é a frase que apresenta verbo ou locução verbal. A fanfarra desfilou na avenida. As festas juninas estão chegando. PERÍODO Período é a frase estruturada em oração ou orações. O período pode ser: simples - aquele constituído por uma só oração (oração absoluta). Fui à livraria ontem. composto - quando constituído por mais de uma oração. Fui à livraria ontem e comprei um livro. TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO Chama-se termos integrantes da oração os que completam a significação transitiva dos verbos e dos nomes. São indispensáveis à compreensão do enunciado. 1. OBJETO DIRETO Objeto direto é o termo da oração que completa o sentido do verbo transitivo direto. Ex.: Mamãe comprou PEIXE.. OBJETO INDIRETO Objeto indireto é o termo da oração que completa o sentido do verbo transitivo indireto. As crianças precisam de CARINHO. TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO São dois os termos essenciais da oração: SUJEITO Sujeito é o ser ou termo sobre o qual se diz alguma coisa. Os bandeirantes capturavam os índios. (sujeito = bandeirantes) O sujeito pode ser: - simples: quando tem um só núcleo As rosas têm espinhos. (sujeito: as rosas; núcleo: rosas) - composto: quando tem mais de um núcleo O burro e o cavalo saíram em disparada. (suj: o burro e o cavalo; núcleo burro, cavalo) - oculto: ou elíptico ou implícito na desinência verbal Chegaste com certo atraso. (suj.: oculto: tu) - indeterminado: quando não se indica o agente da ação verbal Come-se bem naquele restaurante. - Inexistente: quando a oração não tem sujeito Choveu ontem. Há plantas venenosas. PREDICADO Predicado é o termo da oração que declara alguma coisa do sujeito. O predicado classifica-se em: 1. Nominal: é aquele que se constitui de verbo de ligação mais predicativo do sujeito. Nosso colega está doente. Principais verbos de ligação: SER, ESTAR, PARECER, PERMANECER, etc. Predicativo do sujeito é o termo que ajuda o verbo de ligação a comunicar estado ou qualidade do sujeito. Nosso colega está doente. A moça permaneceu sentada.. Predicado verbal é aquele que se constitui de verbo intransitivo ou transitivo. O avião sobrevoou a praia. Verbo intransitivo é aquele que não necessita de complemento. O sabiá voou alto. Verbo transitivo é aquele que necessita de complemento. Transitivo direto: é o verbo que necessita de complemento sem auxílio de proposição. Minha equipe venceu a partida. Transitivo indireto: é o verbo que necessita de complemento com auxílio de preposição. Ele precisa de um esparadrapo. Transitivo direto e indireto (bitransitivo) é o verbo que necessita ao mesmo tempo de complemento sem auxílio de preposição e de complemento com auxilio de preposição. Damos uma simples colaboração a vocês. 3. Predicado verbo nominal: é aquele que se constitui de verbo intransitivo mais predicativo do sujeito ou de verbo transitivo mais predicativo do sujeito. Os rapazes voltaram vitoriosos. Predicativo do sujeito: é o termo que, no predicado verbo-nominal, ajuda o verbo intransitivo a comunicar estado ou qualidade do sujeito. Ele morreu rico. Predicativo do objeto é o termo que, que no predicado verbo-nominal, ajuda o verbo transitivo a comunicar estado ou qualidade do objeto direto ou indireto. Elegemos o nosso candidato vereador. 3. COMPLEMENTO NOMINAL Complemento nominal é o termo da oração que completa o sentido de um nome com auxílio de preposição. Esse nome pode ser representado por um substantivo, por um adjetivo ou por um advérbio. Toda criança tem amor aos pais. - AMOR (substantivo) O menino estava cheio de vontade. - CHEIO (adjetivo) Nós agíamos favoravelmente às discussões. - FAVORAVELMENTE (advérbio). 4. AGENTE DA PASSIVA Agente da passiva é o termo da oração que pratica a ação do verbo na voz passiva. A mãe é amada PELO FILHO. O cantor foi aplaudido PELA MULTIDÃO. Os melhores alunos foram premiados PELA DIREÇÃO. TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO TERMOS ACESSÓRIOS são os que desempenham na oração uma função secundária, limitando o sentido dos substantivos ou exprimindo alguma circunstância. São termos acessórios da oração: 1. ADJUNTO ADNOMINAL Adjunto adnominal é o termo que caracteriza ou determina os substantivos. Pode ser expresso: pelos adjetivos: água fresca, pelos artigos: o mundo, as ruas pelos pronomes adjetivos: nosso tio, muitas coisas pelos numerais: três garotos; sexto ano pelas locuções adjetivas: casa do rei; homem sem escrúpulos. ADJUNTO ADVERBIAL Adjunto adverbial é o termo que exprime uma circunstância (de tempo, lugar, modo etc.), modificando o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. Cheguei cedo. José reside em São Paulo. 3. APOSTO Aposto é uma palavra ou expressão que explica ou esclarece, desenvolve ou resume outro termo da oração. Dr. João, cirurgião-dentista, Rapaz impulsivo, Mário não se conteve. O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado. 4. VOCATIVO Vocativo é o termo (nome, título, apelido) usado para chamar ou interpelar alguém ou alguma coisa. Tem compaixão de nós, ó Cristo. Professor, o sinal tocou. Rapazes, a prova é na próxima semana. ANÁLISE SINTÁTICA: COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO. No período simples há apenas uma oração, a qual se diz absoluta. Fui ao cinema. O pássaro voou. Língua Portuguesa 37

42 PERÍODO COMPOSTO No período composto há mais de uma oração. (Não sabem) (que nos calores do verão a terra dorme) (e os homens folgam.) Período composto por coordenação Apresenta orações independentes. (Fui à cidade), (comprei alguns remédios) (e voltei cedo.) Período composto por subordinação Apresenta orações dependentes. (É bom) (que você estude.) Período composto por coordenação e subordinação Apresenta tanto orações dependentes como independentes. Este período é também conhecido como misto. (Ele disse) (que viria logo,) (mas não pôde.) ORAÇÃO COORDENADA Oração coordenada é aquela que é independente. As orações coordenadas podem ser: - Sindética: Aquela que é independente e é introduzida por uma conjunção coordenativa. Viajo amanhã, mas volto logo. - Assindética: Aquela que é independente e aparece separada por uma vírgula ou ponto e vírgula. Chegou, olhou, partiu. A oração coordenada sindética pode ser: 1. ADITIVA: Expressa adição, sequência de pensamento. (e, nem = e não), mas, também: Ele falava E EU FICAVA OUVINDO. Meus atiradores nem fumam NEM BEBEM. A doença vem a cavalo E VOLTA A PÉ.. ADVERSATIVA: Ligam orações, dando-lhes uma ideia de compensação ou de contraste (mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no entanto, etc). A espada vence MAS NÃO CONVENCE. O tambor faz um grande barulho, MAS É VAZIO POR DENTRO. Apressou-se, CONTUDO NÃO CHEGOU A TEMPO. ORAÇÃO PRINCIPAL Oração principal é a mais importante do período e não é introduzida por um conectivo. ELES DISSERAM que voltarão logo. ELE AFIRMOU que não virá. PEDI que tivessem calma. (= Pedi calma) ORAÇÃO SUBORDINADA Oração subordinada é a oração dependente que normalmente é introduzida por um conectivo subordinativo. Note que a oração principal nem sempre é a primeira do período. Quando ele voltar, eu saio de férias. Oração principal: EU SAIO DE FÉRIAS Oração subordinada: QUANDO ELE VOLTAR ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA Oração subordinada substantiva é aquela que tem o valor e a função de um substantivo. Por terem as funções do substantivo, as orações subordinadas substantivas classificam-se em: 1) SUBJETIVA (sujeito) Convém que você estude mais. Importa que saibas isso bem.. É necessário que você colabore. (SUA COLABORAÇÃO) é necessária. ) OBJETIVA DIRETA (objeto direto) Desejo QUE VENHAM TODOS. Pergunto QUEM ESTÁ AI. 3) OBJETIVA INDIRETA (objeto indireto) Aconselho-o A QUE TRABALHE MAIS. Tudo dependerá DE QUE SEJAS CONSTANTE. Daremos o prêmio A QUEM O MERECER. 4) COMPLETIVA NOMINAL Complemento nominal. Ser grato A QUEM TE ENSINA. Sou favorável A QUE O PRENDAM. 5) PREDICATIVA (predicativo) Seu receio era QUE CHOVESSE. = Seu receio era (A CHUVA) Minha esperança era QUE ELE DESISTISSE. Não sou QUEM VOCÊ PENSA. 3. ALTERNATIVAS: Ligam palavras ou orações de sentido separado, uma excluindo a outra (ou, ou...ou, já...já, ora...ora, quer...quer, etc). Mudou o natal OU MUDEI EU? OU SE CALÇA A LUVA e não se põe o anel, OU SE PÕE O ANEL e não se calça a luva! (C. Meireles) 4. CONCLUSIVAS: Ligam uma oração a outra que exprime conclusão (LOGO, POIS, PORTANTO, POR CONSEGUINTE, POR ISTO, ASSIM, DE MODO QUE, etc). Ele está mal de notas; LOGO, SERÁ REPROVADO. Vives mentindo; LOGO, NÃO MERECES FÉ. 5. EXPLICATIVAS: Ligam a uma oração, geralmente com o verbo no imperativo, outro que a explica, dando um motivo (pois, porque, portanto, que, etc.) Alegra-te, POIS A QUI ESTOU. Não mintas, PORQUE É PIOR. Anda depressa, QUE A PROVA É ÀS 8 HORAS. ORAÇÃO INTERCALADA OU INTERFERENTE É aquela que vem entre os termos de uma outra oração. O réu, DISSERAM OS JORNAIS, foi absolvido. A oração intercalada ou interferente aparece com os verbos: CONTINUAR, DIZER, EXCLAMAR, FALAR etc. 6) APOSITIVAS (servem de aposto) Só desejo uma coisa: QUE VIVAM FELIZES = (A SUA FELICIDADE) Só lhe peço isto: HONRE O NOSSO NOME. 7) AGENTE DA PASSIVA O quadro foi comprado POR QUEM O FEZ = (PELO SEU AUTOR) A obra foi apreciada POR QUANTOS A VIRAM. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS Oração subordinada adjetiva é aquela que tem o valor e a função de um adjetivo. Há dois tipos de orações subordinadas adjetivas: 1) EXPLICATIVAS: Explicam ou esclarecem, à maneira de aposto, o termo antecedente, atribuindo-lhe uma qualidade que lhe é inerente ou acrescentando-lhe uma informação. Deus, QUE É NOSSO PAI, nos salvará. Ele, QUE NASCEU RICO, acabou na miséria. ) RESTRITIVAS: Restringem ou limitam a significação do termo antecedente, sendo indispensáveis ao sentido da frase: Pedra QUE ROLA não cria limo. As pessoas A QUE A GENTE SE DIRIGE sorriem. Ele, QUE SEMPRE NOS INCENTIVOU, não está mais aqui. Língua Portuguesa 38

43 ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS Oração subordinada adverbial é aquela que tem o valor e a função de um advérbio. As orações subordinadas adverbiais classificam-se em: 1) CAUSAIS: exprimem causa, motivo, razão: Desprezam-me, POR ISSO QUE SOU POBRE. O tambor soa PORQUE É OCO. ) COMPARATIVAS: representam o segundo termo de uma comparação. O som é menos veloz QUE A LUZ. Parou perplexo COMO SE ESPERASSE UM GUIA. 3) CONCESSIVAS: exprimem um fato que se concede, que se admite: POR MAIS QUE GRITASSE, não me ouviram. Os louvores, PEQUENOS QUE SEJAM, são ouvidos com agrado. CHOVESSE OU FIZESSE SOL, o Major não faltava. 4) CONDICIONAIS: exprimem condição, hipótese: SE O CONHECESSES, não o condenarias. Que diria o pai SE SOUBESSE DISSO? 5) CONFORMATIVAS: exprimem acordo ou conformidade de um fato com outro: Fiz tudo COMO ME DISSERAM. Vim hoje, CONFORME LHE PROMETI. 6) CONSECUTIVAS: exprimem uma consequência, um resultado: A fumaça era tanta QUE EU MAL PODIA ABRIR OS OLHOS. Bebia QUE ERA UMA LÁSTIMA! Tenho medo disso QUE ME PÉLO! 7) FINAIS: exprimem finalidade, objeto: Fiz-lhe sinal QUE SE CALASSE. Aproximei-me A FIM DE QUE ME OUVISSE MELHOR. 8) PROPORCIONAIS: denotam proporcionalidade: À MEDIDA QUE SE VIVE, mais se aprende. QUANTO MAIOR FOR A ALTURA, maior será o tombo. 9) TEMPORAIS: indicam o tempo em que se realiza o fato expresso na oração principal: ENQUANTO FOI RICO todos o procuravam. QUANDO OS TIRANOS CAEM, os povos se levantam. 10) MODAIS: exprimem modo, maneira: Entrou na sala SEM QUE NOS CUMPRIMENTASSE. Aqui viverás em paz, SEM QUE NINGUÉM TE INCOMODE. ORAÇÕES REDUZIDAS Oração reduzida é aquela que tem o verbo numa das formas nominais: gerúndio, infinitivo e particípio. Exemplos: Penso ESTAR PREPARADO = Penso QUE ESTOU PREPARADO. Dizem TER ESTADO LÁ = Dizem QUE ESTIVERAM LÁ. FAZENDO ASSIM, conseguirás = SE FIZERES ASSIM, conseguirás. É bom FICARMOS ATENTOS. = É bom QUE FIQUEMOS ATENTOS. AO SABER DISSO, entristeceu-se = QUANDO SOUBE DISSO, entristeceu-se. É interesse ESTUDARES MAIS.= É interessante QUE ESTUDES MAIS. SAINDO DAQUI, procure-me. = QUANDO SAIR DAQUI, procureme. CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL Concordância é o processo sintático no qual uma palavra determinante se adapta a uma palavra determinada, por meio de suas flexões. Principais Casos de Concordância Nominal 1) O artigo, o adjetivo, o pronome relativo e o numeral concordam em gênero e número com o substantivo. As primeiras alunas da classe foram passear no zoológico. ) O adjetivo ligado a substantivos do mesmo gênero e número vão normalmente para o plural. Pai e filho estudiosos ganharam o prêmio. 3) O adjetivo ligado a substantivos de gêneros e número diferentes vai para o masculino plural. Alunos e alunas estudiosos ganharam vários prêmios. 4) O adjetivo posposto concorda em gênero com o substantivo mais próximo: Trouxe livros e revista especializada. 5) O adjetivo anteposto pode concordar com o substantivo mais próximo. Dedico esta música à querida tia e sobrinhos. 6) O adjetivo que funciona como predicativo do sujeito concorda com o sujeito. Meus amigos estão atrapalhados. 7) O pronome de tratamento que funciona como sujeito pede o predicativo no gênero da pessoa a quem se refere. Sua excelência, o Governador, foi compreensivo. 8) Os substantivos acompanhados de numerais precedidos de artigo vão para o singular ou para o plural. Já estudei o primeiro e o segundo livro (livros). 9) Os substantivos acompanhados de numerais em que o primeiro vier precedido de artigo e o segundo não vão para o plural. Já estudei o primeiro e segundo livros. 10) O substantivo anteposto aos numerais vai para o plural. Já li os capítulos primeiro e segundo do novo livro. 11) As palavras: MESMO, PRÓPRIO e SÓ concordam com o nome a que se referem. Ela mesma veio até aqui. Eles chegaram sós. Eles próprios escreveram. 1) A palavra OBRIGADO concorda com o nome a que se refere. Muito obrigado. (masculino singular) Muito obrigada. (feminino singular). 13) A palavra MEIO concorda com o substantivo quando é adjetivo e fica invariável quando é advérbio. Quero meio quilo de café. Minha mãe está meio exausta. É meio-dia e meia. (hora) 14) As palavras ANEXO, INCLUSO e JUNTO concordam com o substantivo a que se referem. Trouxe anexas as fotografias que você me pediu. A expressão em anexo é invariável. Trouxe em anexo estas fotos. 15) Os adjetivos ALTO, BARATO, CONFUSO, FALSO, etc, que substituem advérbios em MENTE, permanecem invariáveis. Vocês falaram alto demais. O combustível custava barato. Você leu confuso. Ela jura falso. Língua Portuguesa 39

44 16) CARO, BASTANTE, LONGE, se advérbios, não variam, se adjetivos, sofrem variação normalmente. Esses pneus custam caro. Conversei bastante com eles. Conversei com bastantes pessoas. Estas crianças moram longe. Conheci longes terras. CONCORDÂNCIA DOS VERBOS SER E PARECER 1) Nos predicados nominais, com o sujeito representado por um dos pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO, os verbos SER e PA- RECER concordam com o predicativo. Tudo são esperanças. Aquilo parecem ilusões. Aquilo é ilusão. CONCORDÂNCIA VERBAL CASOS GERAIS 1) O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa. O menino chegou. Os meninos chegaram. ) Sujeito representado por nome coletivo deixa o verbo no singular. O pessoal ainda não chegou. A turma não gostou disso. Um bando de pássaros pousou na árvore. 3) Se o núcleo do sujeito é um nome terminado em S, o verbo só irá ao plural se tal núcleo vier acompanhado de artigo no plural. Os Estados Unidos são um grande país. Os Lusíadas imortalizaram Camões. Os Alpes vivem cobertos de neve. Em qualquer outra circunstância, o verbo ficará no singular. Flores já não leva acento. O Amazonas deságua no Atlântico. Campos foi a primeira cidade na América do Sul a ter luz elétrica. 4) Coletivos primitivos (indicam uma parte do todo) seguidos de nome no plural deixam o verbo no singular ou levam-no ao plural, indiferentemente. A maioria das crianças recebeu, (ou receberam) prêmios. A maior parte dos brasileiros votou (ou votaram). 5) O verbo transitivo direto ao lado do pronome SE concorda com o sujeito paciente. Vende-se um apartamento. Vendem-se alguns apartamentos. 6) O pronome SE como símbolo de indeterminação do sujeito leva o verbo para a 3ª pessoa do singular. Precisa-se de funcionários. 7) A expressão UM E OUTRO pede o substantivo que a acompanha no singular e o verbo no singular ou no plural. Um e outro texto me satisfaz. (ou satisfazem) 8) A expressão UM DOS QUE pede o verbo no singular ou no plural. Ele é um dos autores que viajou (viajaram) para o Sul. 9) A expressão MAIS DE UM pede o verbo no singular. Mais de um jurado fez justiça à minha música. 10) As palavras: TUDO, NADA, ALGUÉM, ALGO, NINGUÉM, quando empregadas como sujeito e derem ideia de síntese, pedem o verbo no singular. As casas, as fábricas, as ruas, tudo parecia poluição. 11) Os verbos DAR, BATER e SOAR, indicando hora, acompanham o sujeito. Deu uma hora. Deram três horas. Bateram cinco horas. Naquele relógio já soaram duas horas. 1) A partícula expletiva ou de realce É QUE é invariável e o verbo da frase em que é empregada concorda normalmente com o sujeito. Ela é que faz as bolas. Eu é que escrevo os programas. 13) O verbo concorda com o pronome antecedente quando o sujeito é um pronome relativo. Ele, que chegou atrasado, fez a melhor prova. Fui eu que fiz a lição Quando a LIÇÃO é pronome relativo, há várias construções possíveis. que: Fui eu que fiz a lição. quem: Fui eu quem fez a lição. o que: Fui eu o que fez a lição. 14) Verbos impessoais - como não possuem sujeito, deixam o verbo na terceira pessoa do singular. Acompanhados de auxiliar, transmitem a este sua impessoalidade. Chove a cântaros. Ventou muito ontem. Deve haver muitas pessoas na fila. Pode haver brigas e discussões. ) Nas orações iniciadas por pronomes interrogativos, o verbo SER concorda sempre com o nome ou pronome que vier depois. Que são florestas equatoriais? Quem eram aqueles homens? 3) Nas indicações de horas, datas, distâncias, a concordância se fará com a expressão numérica. São oito horas. Hoje são 19 de setembro. De Botafogo ao Leblon são oito quilômetros. 4) Com o predicado nominal indicando suficiência ou falta, o verbo SER fica no singular. Três batalhões é muito pouco. Trinta milhões de dólares é muito dinheiro. 5) Quando o sujeito é pessoa, o verbo SER fica no singular. Maria era as flores da casa. O homem é cinzas. 6) Quando o sujeito é constituído de verbos no infinitivo, o verbo SER concorda com o predicativo. Dançar e cantar é a sua atividade. Estudar e trabalhar são as minhas atividades. 7) Quando o sujeito ou o predicativo for pronome pessoal, o verbo SER concorda com o pronome. A ciência, mestres, sois vós. Em minha turma, o líder sou eu. 8) Quando o verbo PARECER estiver seguido de outro verbo no infinitivo, apenas um deles deve ser flexionado. Os meninos parecem gostar dos brinquedos. Os meninos parece gostarem dos brinquedos. REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL Regência é o processo sintático no qual um termo depende gramaticalmente do outro. A regência nominal trata dos complementos dos nomes (substantivos e adjetivos). Exemplos: - acesso: A = aproximação - AMOR: A, DE, PARA, PARA COM EM = promoção - aversão: A, EM, PARA, POR PARA = passagem A regência verbal trata dos complementos do verbo. ALGUNS VERBOS E SUA REGÊNCIA CORRETA 1. ASPIRAR - atrair para os pulmões (transitivo direto) pretender (transitivo indireto) No sítio, aspiro o ar puro da montanha. Nossa equipe aspira ao troféu de campeã.. OBEDECER - transitivo indireto Devemos obedecer aos sinais de trânsito. 3. PAGAR - transitivo direto e indireto Já paguei um jantar a você. 4. PERDOAR - transitivo direto e indireto. Já perdoei aos meus inimigos as ofensas. 5. PREFERIR - (= gostar mais de) transitivo direto e indireto Prefiro Comunicação à Matemática. 6. INFORMAR - transitivo direto e indireto. Informei-lhe o problema. Língua Portuguesa 40

45 7. ASSISTIR - morar, residir: Assisto em Porto Alegre. amparar, socorrer, objeto direto O médico assistiu o doente. PRESENCIAR, ESTAR PRESENTE - objeto direto Assistimos a um belo espetáculo. SER-LHE PERMITIDO - objeto indireto Assiste-lhe o direito. 18. CUSTAR - Empregado com o sentido de ser difícil, não tem pessoa como sujeito: O sujeito será sempre "a coisa difícil", e ele só poderá aparecer na 3ª pessoa do singular, acompanhada do pronome oblíquo. Quem sente dificuldade, será objeto indireto. Custou-me confiar nele novamente. Custar-te-á aceitá-la como nora. 8. ATENDER - dar atenção Atendi ao pedido do aluno. CONSIDERAR, ACOLHER COM ATENÇÃO - objeto direto Atenderam o freguês com simpatia. 9. QUERER - desejar, querer, possuir - objeto direto A moça queria um vestido novo. GOSTAR DE, ESTIMAR, PREZAR - objeto indireto O professor queria muito a seus alunos. 10. VISAR - almejar, desejar - objeto indireto Todos visamos a um futuro melhor. APONTAR, MIRAR - objeto direto O artilheiro visou a meta quando fez o gol. pör o sinal de visto - objeto direto O gerente visou todos os cheques que entraram naquele dia. 11. OBEDECER e DESOBEDECER - constrói-se com objeto indireto Devemos obedecer aos superiores. Desobedeceram às leis do trânsito. 1. MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE, ESTABELECER-SE exigem na sua regência a preposição EM O armazém está situado na Farrapos. Ele estabeleceu-se na Avenida São João. 13. PROCEDER - no sentido de "ter fundamento" é intransitivo. Essas tuas justificativas não procedem. no sentido de originar-se, descender, derivar, proceder, constrói-se com a preposição DE. Algumas palavras da Língua Portuguesa procedem do tupi-guarani no sentido de dar início, realizar, é construído com a preposição A. O secretário procedeu à leitura da carta. 14. ESQUECER E LEMBRAR quando não forem pronominais, constrói-se com objeto direto: Esqueci o nome desta aluna. Lembrei o recado, assim que o vi. quando forem pronominais, constrói-se com objeto indireto: Esqueceram-se da reunião de hoje. Lembrei-me da sua fisionomia. 15. Verbos que exigem objeto direto para coisa e indireto para pessoa. perdoar - Perdoei as ofensas aos inimigos. pagar - Pago o 13 aos professores. dar - Daremos esmolas ao pobre. emprestar - Emprestei dinheiro ao colega. ensinar - Ensino a tabuada aos alunos. agradecer - Agradeço as graças a Deus. pedir - Pedi um favor ao colega. 16. IMPLICAR - no sentido de acarretar, resultar, exige objeto direto: O amor implica renúncia. no sentido de antipatizar, ter má vontade, constrói-se com a preposição COM: O professor implicava com os alunos no sentido de envolver-se, comprometer-se, constrói-se com a preposição EM: Implicou-se na briga e saiu ferido 17. IR - quando indica tempo definido, determinado, requer a preposição A: Ele foi a São Paulo para resolver negócios. quando indica tempo indefinido, indeterminado, requer PARA: Depois de aposentado, irá definitivamente para o Mato Grosso. Língua Portuguesa 41 CRASE Crase é a fusão da preposição A com outro A. Fomos a a feira ontem = Fomos à feira ontem. EMPREGO DA CRASE em locuções adverbiais: à vezes, às pressas, à toa... em locuções prepositivas: em frente à, à procura de... em locuções conjuntivas: à medida que, à proporção que... pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, a, as Fui ontem àquele restaurante. Falamos apenas àquelas pessoas que estavam no salão: Refiro-me àquilo e não a isto. A CRASE É FACULTATIVA diante de pronomes possessivos femininos: Entreguei o livro a(à) sua secretária. diante de substantivos próprios femininos: Dei o livro à(a) Sônia. CASOS ESPECIAIS DO USO DA CRASE Antes dos nomes de localidades, quando tais nomes admitirem o artigo A: Viajaremos à Colômbia. (Observe: A Colômbia é bela - Venho da Colômbia) Nem todos os nomes de localidades aceitam o artigo: Curitiba, Brasília, Fortaleza, Goiás, Ilhéus, Pelotas, Porto Alegre, São Paulo, Madri, Veneza, etc. Viajaremos a Curitiba. (Observe: Curitiba é uma bela cidade - Venho de Curitiba). Haverá crase se o substantivo vier acompanhado de adjunto que o modifique. Ela se referiu à saudosa Lisboa. Vou à Curitiba dos meus sonhos. Antes de numeral, seguido da palavra "hora", mesmo subentendida: Às 8 e 15 o despertador soou. Antes de substantivo, quando se puder subentender as palavras moda ou "maneira": Aos domingos, trajava-se à inglesa. Cortavam-se os cabelos à Príncipe Danilo. Antes da palavra casa, se estiver determinada: Referia-se à Casa Gebara. Não há crase quando a palavra "casa" se refere ao próprio lar. Não tive tempo de ir a casa apanhar os papéis. (Venho de casa). Antes da palavra "terra", se esta não for antônima de bordo. Voltou à terra onde nascera.

46 Chegamos à terra dos nossos ancestrais. Mas: Os marinheiros vieram a terra. O comandante desceu a terra. Se a preposição ATÉ vier seguida de palavra feminina que aceite o artigo, poderá ou não ocorrer a crase, indiferentemente: Vou até a (á ) chácara. Cheguei até a(à) muralha A QUE - À QUE Se, com antecedente masculino ocorrer AO QUE, com o feminino ocorrerá crase: Houve um palpite anterior ao que você deu. Houve uma sugestão anterior à que você deu. Se, com antecedente masculino, ocorrer A QUE, com o feminino não ocorrerá crase. Não gostei do filme a que você se referia. Não gostei da peça a que você se referia. O mesmo fenômeno de crase (preposição A) - pronome demonstrativo A que ocorre antes do QUE (pronome relativo), pode ocorrer antes do de: Meu palpite é igual ao de todos Minha opinião é igual à de todos. NÃO OCORRE CRASE antes de nomes masculinos: Andei a pé. Andamos a cavalo. antes de verbos: Ela começa a chorar. Cheguei a escrever um poema. em expressões formadas por palavras repetidas: Estamos cara a cara. antes de pronomes de tratamento, exceto senhora, senhorita e dona: Dirigiu-se a V. Sa com aspereza. Escrevi a Vossa Excelência. Dirigiu-se gentilmente à senhora. quando um A (sem o S de plural) preceder um nome plural: Não falo a pessoas estranhas. Jamais vamos a festas. PONTUAÇÃO Pontuação é o conjunto de sinais gráficos que indica na escrita as pausas da linguagem oral. PONTO O ponto é empregado em geral para indicar o final de uma frase declarativa. Ao término de um texto, o ponto é conhecido como final. Nos casos comuns ele é chamado de simples. Também é usado nas abreviaturas: Sr. (Senhor), d.c. (depois de Cristo), a.c. (antes de Cristo), E.V. (Érico Veríssimo). PONTO DE INTERROGAÇÃO É usado para indicar pergunta direta. Onde está seu irmão? Às vezes, pode combinar-se com o ponto de exclamação. A mim?! Que ideia! PONTO DE EXCLAMAÇÃO É usado depois das interjeições, locuções ou frases exclamativas. Céus! Que injustiça! Oh! Meus amores! Que bela vitória! Ó jovens! Lutemos! VÍRGULA A vírgula deve ser empregada toda vez que houver uma pequena pausa na fala. Emprega-se a vírgula: Nas datas e nos endereços: São Paulo, 17 de setembro de Largo do Paissandu, 18. No vocativo e no aposto: Meninos, prestem atenção! Termópilas, o meu amigo, é escritor. Nos termos independentes entre si: O cinema, o teatro, a praia e a música são as suas diversões. Com certas expressões explicativas como: isto é, por exemplo. Neste caso é usado o duplo emprego da vírgula: Ontem teve início a maior festa da minha cidade, isto é, a festa da padroeira. Após alguns adjuntos adverbiais: No dia seguinte, viajamos para o litoral. Com certas conjunções. Neste caso também é usado o duplo emprego da vírgula: Isso, entretanto, não foi suficiente para agradar o diretor. Após a primeira parte de um provérbio. O que os olhos não veem, o coração não sente. Em alguns casos de termos oclusos: Eu gostava de maçã, de pera e de abacate. RETICÊNCIAS São usadas para indicar suspensão ou interrupção do pensamento. Não me disseste que era teu pai que... Para realçar uma palavra ou expressão. Hoje em dia, mulher casa com "pão" e passa fome... Para indicar ironia, malícia ou qualquer outro sentimento. Aqui jaz minha mulher. Agora ela repousa, e eu também... PONTO E VÍRGULA Separar orações coordenadas de certa extensão ou que mantém alguma simetria entre si. "Depois, lracema quebrou a flecha homicida; deu a haste ao desconhecido, guardando consigo a ponta farpada. " Para separar orações coordenadas já marcadas por vírgula ou no seu interior. Eu, apressadamente, queria chamar Socorro; o motorista, porém, mais calmo, resolveu o problema sozinho. DOIS PONTOS Enunciar a fala dos personagens: Ele retrucou: Não vês por onde pisas? Para indicar uma citação alheia: Ouvia-se, no meio da confusão, a voz da central de informações de passageiros do voo das nove: queiram dirigir-se ao portão de embarque". Para explicar ou desenvolver melhor uma palavra ou expressão anterior: Desastre em Roma: dois trens colidiram frontalmente. Enumeração após os apostos: Como três tipos de alimento: vegetais, carnes e amido. TRAVESSÃO Marca, nos diálogos, a mudança de interlocutor, ou serve para isolar palavras ou frases "Quais são os símbolos da pátria? Que pátria? Língua Portuguesa 4

47 Da nossa pátria, ora bolas!" (P. M Campos). "Mesmo com o tempo revoltoso - chovia, parava, chovia, parava outra vez. a claridade devia ser suficiente p'ra mulher ter avistado mais alguma coisa". (M. Palmério). Usa-se para separar orações do tipo: Avante!- Gritou o general. A lua foi alcançada, afinal - cantava o poeta. Usa-se também para ligar palavras ou grupo de palavras que formam uma cadeia de frase: A estrada de ferro Santos Jundiaí. A ponte Rio Niterói. A linha aérea São Paulo Porto Alegre. ASPAS São usadas para: Indicar citações textuais de outra autoria. "A bomba não tem endereço certo." (G. Meireles) Para indicar palavras ou expressões alheias ao idioma em que se expressa o autor: estrangeirismo, gírias, arcaísmo, formas populares: Há quem goste de jazz-band. Não achei nada "legal" aquela aula de inglês. SIGNIFICADO DAS PALAVRAS: SINÔNIMOS, ANTÔNIMOS. Quanto à significação, as palavras podem ser: 1. Sinônimas - quando apresentam sentidos semelhantes: falecer e morrer, belo e bonito; longe e distante, etc.. Antônimas - quando têm significação oposta: triste e alegre, bondade e maldade, riqueza e pobreza. 3. Homônimas - quando são escritas ou pronunciadas de modo idêntico mas são diferentes quanto ao significado. Os homônimos podem ser: a) perfeitos - quando possuem a mesma grafia (homógrafos) e a mesma pronúncia (homófonos): cura (padre) - cura (do v. curar) verão (estação) - verão (verbo ver) são (sadio) - são (verbo ser) b) imperfeitos - quando têm a mesma grafia mas pronúncia diferente (homógrafos) ou a mesma pronúncia mas grafia diferente (homófonos). Exemplos: selo (substantivo) - selo (verbo selar) / ele (pronome) - ele (letra) 4. Parônimas - quando se assemelham na forma mas têm significados diferentes. Exemplos: descriminar (inocentar) - discriminar (distinguir) / discente (relativo a alunos) - docente (relativo a professores) Para enfatizar palavras ou expressões: Apesar de todo esforço, achei-a irreconhecível" naquela noite. Títulos de obras literárias ou artísticas, jornais, revistas, etc. "Fogo Morto" é uma obra-prima do regionalismo brasileiro. Em casos de ironia: A "inteligência" dela me sensibiliza profundamente. Veja como ele é educado" - cuspiu no chão. PARÊNTESES Empregamos os parênteses: Nas indicações bibliográficas. "Sede assim qualquer coisa. serena, isenta, fiel". (Meireles, Cecília, "Flor de Poemas"). Nas indicações cênicas dos textos teatrais: "Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as mãos, com os olhos fora das órbitas. Amália se volta)". (G. Figueiredo) Quando se intercala num texto uma ideia ou indicação acessória: "E a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-lo, morrendo de fome." (C. Lispector) Para isolar orações intercaladas: "Estou certo que eu (se lhe ponho Minha mão na testa alçada) Sou eu para ela." COLCHETES [ ] Os colchetes são muito empregados na linguagem científica. (M. Bandeira) ASTERISCO O asterisco é muito empregado para chamar a atenção do leitor para alguma nota (observação). BARRA A barra é muito empregada nas abreviações das datas e em algumas abreviaturas. DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO A denotação é a propriedade que possui uma palavra de limitar-se a seu próprio conceito, de trazer apenas o seu significado primitivo, original. A conotação é a propriedade que possui uma palavra de ampliar-se no seu campo semântico, dentro de um contexto, podendo causar várias interpretações. Observe os exemplos: Denotação As estrelas do céu. Vesti-me de verde. O fogo do isqueiro. Conotação As estrelas do cinema. O jardim vestiu-se de flores. O fogo da paixão. SENTIDO PRÓPRIO E SENTIDO FIGURADO As palavras podem ser empregadas no sentido próprio ou no sentido figurado: Construí um muro de pedra - sentido próprio Maria tem um coração de pedra sentido figurado. A água pingava lentamente sentido próprio. FIGURAS DE LINGUAGEM Consideradas pelos autores clássicos gregos e romanos como integrantes da arte da retórica, de grande importância literária, as figuras de linguagem contribuem também para a evolução da língua. Figuras de linguagem são maneiras de falar diferentes do cotidiano comum, com o fim de chamar a atenção por meio de expressões mais vivas. Visa também dar relevo ao valor autônomo do signo linguístico, o que é característica própria da linguagem literária. As figuras podem ser de dicção (ou metaplasmos), quando dizem respeito à própria articulação dos vocábulos; de palavra (ou tropos), quando envolvem a significação dos termos empregados; de pensamento, que ocorre todas as vezes que se apresenta caprichosamente a linguagem espiritual; ou de construção, quando é conseguida por meios sintáticos. Língua Portuguesa 43

48 Metaplasmos. Todas as figuras que acrescentam, suprimem, permutam ou transpõem fonemas nas palavras são metaplasmos. Assim, por exemplo, mui em vez de muito; enamorado, em vez de namorado; cuidoso, em vez de cuidadoso; desvario, em vez de desvairo. Figuras de palavras. As principais figuras de palavras são a metáfora, a metonímia e o eufemismo. Recurso essencial na poesia, a metáfora é a transferência de um termo para outro campo semântico, por uma comparação subentendida (como por exemplo quando se chama uma pessoa astuta de "águia"). A metonímia consiste em designar um objeto por meio de um termo designativo de outro objeto, que tem com o primeiro uma dentre várias relações: (1) de causa e efeito (trabalho, por obra); () de continente e conteúdo (garrafa, por bebida); (3) lugar e produto (porto, por vinho do Porto); (4) matéria e objeto (cobre, por moeda de cobre); (5) concreto e abstrato (bandeira, por pátria); (6) autor e obra (um Portinari, por um quadro pintado por Portinari); (7) a parte pelo todo (vela, por embarcação). O eufemismo é a expressão que suaviza o significado inconveniente de outra, como chamar uma pessoa estúpida de "pouco inteligente", ou "descuidado", ao invés de "grosseiro". Figuras de construção e de pensamento. Tanto as figuras de construção quanto as de pensamento são às vezes englobadas como "figuras literárias". As primeiras são: assindetismo (falta de conectivos), sindetismo (abuso de conectivos), redundância (ou pleonasmo), reticência (ou interrupção), transposição (ou anástrofe, isto é, a subversão da ordem habitual dos termos). As principais figuras de pensamento são a comparação (ou imagem), a antítese (ou realce de pensamentos contraditórios), a gradação, a hipérbole (ou exagero, como na frase: "Já lhe disse milhares de vezes"), a lítotes (ou diminuição, por humildade ou escárnio, como quando se diz que alguém "não é nada tolo", para indicar que é esperto). Figuras de sintaxe. Quando se busca maior expressividade, muitas vezes usam-se lacunas, superabundâncias e desvios nas estruturas da frase. Nesse caso, a coesão gramatical dá lugar à coesão significativa. Os processos que ocorrem nessas particularidades de construção da frase chamam-se figuras de sintaxe. As mais empregadas são a elipse, o zeugma, o anacoluto, o pleonasmo e o hipérbato. Na elipse ocorre a omissão de termos, facilmente depreendidos do contexto geral ou da situação ("Sei que [tu] me compreendes."). Zeugma é uma forma de elipse que consiste em fazer participar de dois ou mais enunciados um termo expresso em apenas um deles ("Eu vou de carro, você [vai] de bicicleta."). O anacoluto consiste na quebra da estrutura regular da frase, interrompida por outra estrutura, geralmente depois de uma pausa ("Quem o feio ama, bonito lhe parece."). O pleonasmo é a repetição do conteúdo significativo de um termo, para realçar a ideia ou evitar ambiguidade ("Vi com estes olhos!"). Hipérbato é a inversão da ordem normal das palavras na oração, ou das orações no período, com finalidade expressiva, como na abertura do Hino Nacional Brasileiro: "Ouviram do Ipiranga as margens plácidas / de um povo heróico o brado retumbante. ("As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heróico.") Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. Metaplasmo As palavras, tanto no tempo quanto no espaço, estão sujeitas a alterações fonéticas, que chegam por vezes a desfigurá-las. Só se admite que a palavra "cheio" era, em sua origem latina, o vocábulo plenus, porque leis fonéticas e documentos provam essa identidade. Metaplasmo é a alteração fonética que ocorre na evolução dos fonemas, dos vocábulos e até das frases. Os metaplasmos que dizem respeito aos fonemas são vários. Na transformação do latim em português alguns foram frequentíssimos, como o abrandamento, a queda, a simplificação e a vocalização. No caso do abrandamento, as consoantes fortes (proferidas sem voz) tendem a ser proferidas com voz, quando intervocálicas (lupus > lobo, defensa > defesa). Na queda, as consoantes brandas tendem a desaparer na mesma posição (luna > lua, gelare > gear). Excetuam-se m, r, e por vezes g (amare > amar, legere > ler, regere > reger). O b, excetuando-se também, muda-se em v (debere > dever). Ocorre a simplificação quando as consoantes geminadas reduzem-se a singelas (bucca > boca, caballus > cavalo). O atual digrama ss não constitui exceção, porque pronunciado simplesmente como ç (passus > passo). Quanto ao rr, para muitos conserva a geminação, na pronúncia trilada, como no castelhano (terra > terra); para outros os dois erres se simplificam num r uvular, muito próximo do r grasseyé francês. Consiste a vocalização na troca das consoantes finais de sílabas interiores em i, ou u: (acceptus > aceito, absente > ausente). Muitos brasileiros estendem isso ao l, como em "sol", que proferem "çóu", criando um ditongo que não existe em português. Os vocábulos revelam, em sua evolução, metaplasmos que se classificam como de aumento, de diminuição, e de troca. Como exemplos de acréscimos anotam-se os fonemas que se agregam às antigas formas. Em "estrela" há um e inicial, e mais um r, que não havia no originário stella. Observem-se essas evoluções: foresta > floresta, ante > antes. "Brata", oriundo de blatta, diz-se atualmente "barata". Decréscimos são supressões como as observadas na transformação de episcopus em "bispo". Ou em amat > ama, polypus > polvo, enamorar > namorar. Apontam-se trocas em certas transformações. Note-se a posição do r em: pigritia > preguiça, crepare > quebrar, rabia > raiva. Os acentos também se deslocam às vezes, deslizando para a frente (produção), como em júdice > juiz, ou antecipando-se (correpção), como em amassémus > amássemos. A crase (ou fusão) é um caso particular de diminuição, característico aliás da língua portuguesa, e consiste em se reduzirem duas ou três vogais consecutivas a uma só: avoo > avô, avoa > avó, aa > à, maior > mor, põer > pôr. A crase é também normal em casos como "casa amarela" (káz ãmáréla). Os metaplasmos são, em literatura, principalmente na poesia, figuras de dicção. Os poetas apelam para as supressões, para as crases, para os hiatos, como para recursos de valor estilístico. A um poeta é lícito dizer no Brasil: "E o rosto of'rece a ósculos vendidos" (Gonçalves Dias). Quando Bilac versifica: "Brenha rude, o luar beija à noite uma ossada" dá ao encontro u-a um tratamento diferente daquele que lhe notamos adiante em: "Contra esse adarve bruto em vão rodavam "no ar". No ar reduzido a um ditongo constitui uma sinérese. Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. FIGURAS DE ESTILO METÁFORA = significa transposição. Consiste no uso de uma palavra ou expressão em outro sentido que não o próprio, fundamentando-se na íntima relação de semelhança entre coisas e fatos. A metáfora é sempre uma imagem, isto é, representação mental de uma realidade sensível. É uma espécie de comparação latente ou abreviada. Por exemplo: Paulo é um touro. COMPARAÇÃO = consiste em comparar dois termos, em que vêm expressos termos comparativos, constituindo-se em intermediário entre o sentido próprio e o figurado. Por exemplo: Paulo é forte como um touro. METONÍMIA = significa mudança de nome. Consiste na troca de um nome por outro com o qual esteja em íntima relação por uma circunstância, de modo que um implique o outro. Há metonímia quando se emprega: o efeito pela causa = Sócrates tomou a morte(= o veneno). a causa pelo efeito = Vivo do meu trabalho(= do produto de meu trabalho). o autor pela obra = Eu li Castro Alves(= a obra de Castro Alves). o continente pelo conteúdo = Traga-me um copo d água(= a água do copo). a marca pelo produto = Comprei um gol(= carro). o conteúdo pelo continente = As ondas fustigavam a areia(= a praia). o instrumento pela pessoa = Ele é um bom garfo(= comilão). o sinal pela coisa significada = A cruz dominará o Oriente(= Cristianismo). o lugar pelo produto = Ele só fuma Havana(= cigarro da cidade de Havana). SINÉDOQUE = consiste em alcançar ou restringir a significação própria de uma palavra. É o emprego do mais pelo menos ou vice-versa, isto é, a troca de um nome pelo outro de modo que um contenha o outro. a parte pelo todo = No horizonte surgia uma vela(= um navio). o todo pela parte = O mundo é egoísta(= os homens). Língua Portuguesa 44

49 o singular pelo plural = O homem é mortal(= os homens). a espécie pelo gênero = Ganhei o pão com o suor do rosto(= alimento). o indivíduo pela classe = Ele é um Atenas(= cidade culta). a espécie pelo indivíduo = No entender do Apóstolo (São Paulo). a matéria pelo instrumento = Ela possui lindos bronzes(= objetos). o abstrato pelo concreto = A audácia vencerá(= os audaciosos). CATACRESE = é o desvio da significação de uma palavra por outra, ante a inexistência de vocábulo apropriado. Origina-se da semelhança formal entre dois objetos, dois seres. É uma metáfora estereotipada. Por exemplo: Dente de alho; pernas da mesa. ELIPSE = é a omissão de um termo da frase facilmente subentendido. Por exemplo: "Na terra tanta guerra, tanto engano, tanta necessidade aborrecida, no mar tanta tormenta e tanto engano"(camões). Os casos mais comuns são de verbos (ser e haver), a conjunção integrante(que), a preposição(de) das orações subordinadas substantivas indiretas e completivas nominais, sujeito oculto. ZEUGMA = é a omissão de um termo já expresso anteriormente na frase. Por exemplo: Nem ele entende a nós, nem nós a ele. PLEONASMO = consiste na repetição de uma mesma ideia por meio de vocábulos ou expressões diferentes. Por exemplo: Resta-me a mim somente uma esperança. POLISSÍNDETO = é a repetição de uma conjunção. Por exemplo: E rola, e rebola, como uma bola. ANACOLUTO = consiste na interrupção do esquema sintático inicial da frase, que termina por outro esquema sintático. Por exemplo: Este, o rei que têm não foi nascido príncipe(camões). ONOMATOPEIA = consiste no uso de palavras que imitam o som ou a voz natural dos seres. Graças a seu valor descritivo, é também excelente subsídio da linguagem afetiva. Por exemplo: Os sinos bimbalhavam ruidosamente. RETICÊNCIA = consiste na proposital suspensão do pensamento, quando se julga o silêncio mais expressivo que as palavras. Por exemplo: Nós dois e, entre nós dois, implacável e forte. PERÍFRASE = rodeio de palavras, circunlóquio: por exemplo: A mais antiga das profissões (a prostituição). SINESTESIA = figura que se baseia na soma de sensações percebidas por diferentes órgãos dos sentidos. Por exemplo: A ondulação sonora e táctil entrava pelos meus ouvidos. PARADOXO = expressão contraditória. Por exemplo: Ia divina, num simples vestido roxo, que a vestia como se a despisse (Raul Pompéia). APÓSTROFE = é uma invocação, um chamado emotivo. Por exemplo: Deuses impassíveis Por que é que nos criastes? (Antero de Quental). GRADAÇÃO = é a disposição das ideias numa ordem gradativa. Por exemplo: Homens simples, fortes, bravos hoje míseros escravos sem ar, sem luz, sem razão (Castro Alves). ASSÍNDETO = é a ausência de conectivos numa sequência de frases. Por exemplo: Destrançou os cabelos, soltou-os, trançou-os de novo (Pedro Rabelo). HIPÉRBATO = é uma inversão dos termos da frase, uma alteração na ordem direta. Por exemplo: Já da morte o palor me cobre o rosto (Álvares de Azevedo). ANÁFORA = é a repetição de um termo no início das frases ou versos. Por exemplo: Tem mais sombra no encontro que na espera. Tem mais samba a maldade que a ferida (Chico Buarque de Holanda). ALITERAÇÃO = é a repetição de sons consonantais iguais ou semelhantes. Por exemplo: E as cantilenas de serenos sons amenos fogem fluidas, fluindo à fina flor dos fenos (Eugênio de Castro). ASSONÂNCIA = é a repetição de sons vocálicos iguais ou semelhantes. Por exemplo: Até amanhã, sou Ana da cama, da cana, fulana, sacana (Chico Buarque de Holanda). PARANOMÁSIA = é o encontro de duas palavras muito semelhantes quanto à forma. Por exemplo: Ser capaz, como um rio, ( ) de lavar do límpido a mágoa da mancha (Thiago de Mello). Fonte: SILEPSE = concordância ideológica. A concordância não é feita com o elemento gramatical expresso, mas sim com a ideia, com o sentido real. A silepse pode ser: de gênero = Vossa Majestade mostrou-se generoso. (V.Majestade = feminino e generoso = masculino); de número = O povo lhe pediram que ficasse. (o povo = singular e pediram = plural); de pessoa = Os brasileiros somos nós.(os brasileiros = 3ª pessoa e somos = 1ª pessoa). ANTÍTESE = consiste na exposição de uma ideia através de conceitos ou pensamentos opostos, quer fazendo confrontos, quer associando-os. Por exemplo: Buscas a vida, e eu a morte; procuras a luz, e eu as trevas. IRONIA = consiste no uso de uma expressão, pela qual dizemos o contrário do que pensamos com intenção sarcástica e entonação apropriada. Por exemplo: A excelente D. Celeste era mestra na arte de judiar dos alunos. EUFEMISMO = consiste no uso de uma expressão em sentido figurado para suavizar, atenuar uma expressão rude ou desagradável. Por exemplo: Ficou rico por meios ilícitos (= roubou). HIPÉRBOLE = consiste em exagerar a realidade, a fim de impressionar o espírito de quem ouve. Por exemplo: Ele se afogava num dilúvio de cartas. PROSOPOPEIA = consiste na personificação de coisas e evocação de deuses ou de mortos. Por exemplo: As estrelas disseram-me: aqui estamos. ANTONOMÁSIA = substituição de um nome próprio por um nome comum, por uma apelido ou por um título que tornou a pessoa conhecida. Por exemplo: O Mártir da Inconfidência (para Tiradentes). Língua Portuguesa 45 ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO A comunicação verbal se processa da seguinte forma: o emissor envia mensagem ao receptor. Para que possa ser compreendida, a mensagem requer um contexto, isto é, uma situação a que ela se refere; um código pelo menos parcialmente comum entre o emissor e o receptor e, finalmente, um canal que torne possível a comunicação. No ato de comunicação verbal, podemos dar maior ênfase a um fator do que a outro. Daí a existência de seis funções da linguagem:. Emotiva. Conativa. Referencial. Fática. Metalinguística. Poética A função emotiva centraliza -se no próprio emissor, na primeira pessoa do discurso, procurando expressar sentimentos e emoções. O uso de interjeições e sinais de pontuação, com o ponto de exclamação e as reticências, é característica dessa função da linguagem. Ex: meu amor, tem dó! Ah! morena, tem pena... A função conativa centraliza -se no receptor, na segunda pessoa (com quem está falando), procurando influenciá-lo. O uso do imperativo é a característica dessa função da linguagem. Os anúncios publicitários, na intenção de convencer o receptor, utilizam em larga a função conativa. Ex: não deixe a peteca cair.

50 Observe a força expressiva dos verbos no modo imperativo na tentativa de influenciar o comportamento do receptor. A função referencial centraliza -se no contexto, no referente, e tem por finalidade a própria informação, procurando transmitir dados da realidade de maneira objetiva, utiliza, Sobretudo, a denotação. O plano econômico divulgado pelo governo é relevante, por repor a reforma fiscal na agenda do dia, mas não passa de uma tentativa de pacto entre União, Estados e Municípios contra o contribuinte. (Folha de São Paulo, 08/11/9) A função fática centraliza -se no canal e tem por finalidade estabelecer, prolongar ou interromper o processo de comunicação. Quando atendemos ao telefone e dizemos alô. Estamos fazendo uso dessa função da linguagem. Veja um exemplo: - Como vai? - Tudo bem! - Claro! Sem dúvida... - Sabe... hum!.., hum! Tá me entendendo? - Claro! é isso aí. A função metalinguística concentra-se no próprio código: procura falar do próprio código, ou verificar-se ele é comum ao emissor e ao receptor. o texto abaixo serve como exemplo de uso dessa função de linguagem: - O médico disse que eu estou com um pólipo no intestino. - Mas o que é pólipo? - Pólipo é um tumor pediculado. - E o que é pediculado? - É um tumor em forma de pedículo. - Mas o que é pedículo? -...Deixa para lá... de qualquer forma, é bom mesmo você ir tirar esse pólipo. Dizemos que há metalinguagem quando se utiliza um código para se falar dele próprio. Assim, um filme que discorre sobre o próprio cinema, um poema que fala sobre a própria poesia, são exemplos de utilização da metalinguagem. A função poética centraliza -se na própria mensagem. É importante saber que dificilmente você encontrará um texto que ocorra apenas uma única função da linguagem. Um mesmo texto pode apresentar diversas funções da linguagem. Mas sempre haverá uma predominante. PROVA SIMULADA 04. Assinale a alternativa que dá continuidade ao texto abaixo, em conformidade com a norma culta. Nem só de beleza vive a madrepérola ou nácar. Essa substância do interior da concha de moluscos reúne outras características interessantes, como resistência e flexibilidade. (A) Se puder ser moldada, daria ótimo material para a confecção de componentes para a indústria. (B) Se pudesse ser moldada, dá ótimo material para a confecção de componentes para a indústria. (C) Se pode ser moldada, dá ótimo material para a confecção de componentes para a indústria. (D) Se puder ser moldada, dava ótimo material para a confecção de componentes para a indústria. (E) Se pudesse ser moldada, daria ótimo material para a confecção de componentes para a indústria. 05. O uso indiscriminado do gerúndio tem-se constituído num problema para a expressão culta da língua. Indique a única alternativa em que ele está empregado conforme o padrão culto. (A) Após aquele treinamento, a corretora está falando muito bem. (B) Nós vamos estar analisando seus dados cadastrais ainda hoje. (C) Não haverá demora, o senhor pode estar aguardando na linha. (D) No próximo sábado, procuraremos estar liberando o seu carro. (E) Breve, queremos estar entregando as chaves de sua nova casa. 06. De acordo com a norma culta, a concordância nominal e verbal está correta em: (A) As características do solo são as mais variadas possível. (B) A olhos vistos Lúcia envelhecia mais do que rapidamente. (C) Envio-lhe, em anexos, a declaração de bens solicitada. (D) Ela parecia meia confusa ao dar aquelas explicações. (E) Qualquer que sejam as dúvidas, procure saná-las logo. 07. Assinale a alternativa em que se respeitam as normas cultas de flexão de grau. (A) Nas situações críticas, protegia o colega de quem era amiquíssimo. (B) Mesmo sendo o Canadá friosíssimo, optou por permanecer lá durante as férias. (C) No salto, sem concorrentes, seu desempenho era melhor de todos. (D) Diante dos problemas, ansiava por um resultado mais bom que ruim. (E) Comprou uns copos baratos, de cristal, da mais malíssima qualidade. Nas questões de números 08 e 09, assinale a alternativa cujas palavras completam, correta e respectivamente, as frases dadas. 08. Os pesquisadores trataram de avaliar visão público financiamento estatal ciência e tecnologia. (A) à... sobre o... do... para (B) a... ao... do... para (C) à... do... sobre o... a (D) à... ao... sobre o... à (E) a... do... sobre o... à 01. Assinale a alternativa correta quanto ao uso e à grafia das palavras. (A) Na atual conjetura, nada mais se pode fazer. (B) O chefe deferia da opinião dos subordinados. (C) O processo foi julgado em segunda estância. (D) O problema passou despercebido na votação. (E) Os criminosos espiariam suas culpas no exílio. 0. A alternativa correta quanto ao uso dos verbos é: (A) Quando ele vir suas notas, ficará muito feliz. (B) Ele reaveu, logo, os bens que havia perdido. (C) A colega não se contera diante da situação. (D) Se ele ver você na rua, não ficará contente. (E) Quando você vir estudar, traga seus livros. 03. O particípio verbal está corretamente empregado em: (A) Não estaríamos salvados sem a ajuda dos barcos. (B) Os garis tinham chego às ruas às dezessete horas. (C) O criminoso foi pego na noite seguinte à do crime. (D) O rapaz já tinha abrido as portas quando chegamos. (E) A faxineira tinha refazido a limpeza da casa toda. Língua Portuguesa Quanto perfil desejado, com vistas qualidade dos candidatos, a franqueadora procura ser muito mais criteriosa ao contratá-los, pois eles devem estar aptos comercializar seus produtos. (A) ao... a... à (B) àquele... à... à (C) àquele...à... a (D) ao... à... à (E) àquele... a... a 10. Assinale a alternativa gramaticalmente correta de acordo com a norma culta. (A) Bancos de dados científicos terão seu alcance ampliado. E isso trarão grandes benefícios às pesquisas. (B) Fazem vários anos que essa empresa constrói parques, colaborando com o meio ambiente. (C) Laboratórios de análise clínica tem investido em institutos, desenvolvendo projetos na área médica. (D) Havia algumas estatísticas auspiciosas e outras preocupantes apresentadas pelos economistas. (E) Os efeitos nocivos aos recifes de corais surge para quem vive no litoral ou aproveitam férias ali.

51 11. A frase correta de acordo com o padrão culto é: (A) Não vejo mal no Presidente emitir medidas de emergência devido às chuvas. (B) Antes de estes requisitos serem cumpridos, não receberemos reclamações. (C) Para mim construir um país mais justo, preciso de maior apoio à cultura. (D) Apesar do advogado ter defendido o réu, este não foi poupado da culpa. (E) Faltam conferir três pacotes da mercadoria. 1. A maior parte das empresas de franquia pretende expandir os negócios das empresas de franquia pelo contato direto com os possíveis investidores, por meio de entrevistas. Esse contato para fins de seleção não só permite às empresas avaliar os investidores com relação aos negócios, mas também identificar o perfil desejado dos investidores. (Texto adaptado) Para eliminar as repetições, os pronomes apropriados para substituir as expressões: das empresas de franquia, às empresas, os investidores e dos investidores, no texto, são, respectivamente: (A) seus... lhes... los... lhes (B) delas... a elas... lhes... deles (C) seus... nas... los... deles (D) delas... a elas... lhes... seu (E) seus... lhes... eles... neles 13. Assinale a alternativa em que se colocam os pronomes de acordo com o padrão culto. (A) Quando possível, transmitirei-lhes mais informações. (B) Estas ordens, espero que cumpram-se religiosamente. (C) O diálogo a que me propus ontem, continua válido. (D) Sua decisão não causou-lhe a felicidade esperada. (E) Me transmita as novidades quando chegar de Paris. 14. O pronome oblíquo representa a combinação das funções de objeto direto e indireto em: (A) Apresentou-se agora uma boa ocasião. (B) A lição, vou fazê-la ainda hoje mesmo. (C) Atribuímos-lhes agora uma pesada tarefa. (D) A conta, deixamo-la para ser revisada. (E) Essa história, contar-lha-ei assim que puder. 15. Desejava o diploma, por isso lutou para obtê-lo. Substituindo-se as formas verbais de desejar, lutar e obter pelos respectivos substantivos a elas correspondentes, a frase correta é: (A) O desejo do diploma levou-o a lutar por sua obtenção. (B) O desejo do diploma levou-o à luta em obtê-lo. (C) O desejo do diploma levou-o à luta pela sua obtenção. (D) Desejoso do diploma foi à luta pela sua obtenção. (E) Desejoso do diploma foi lutar por obtê-lo. 16. Ao Senhor Diretor de Relações Públicas da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Face à proximidade da data de inauguração de nosso Teatro Educativo, por ordem de, Doutor XXX, Digníssimo Secretário da Educação do Estado de YYY, solicitamos a máxima urgência na antecipação do envio dos primeiros convites para o Excelentíssimo Senhor Governador do Estado de São Paulo, o Reverendíssimo Cardeal da Arquidiocese de São Paulo e os Reitores das Universidades Paulistas, para que essas autoridades possam se programar e participar do referido evento. Atenciosamente, ZZZ Assistente de Gabinete. De acordo com os cargos das diferentes autoridades, as lacunas são correta e adequadamente preenchidas, respectivamente, por (A) Ilustríssimo... Sua Excelência... Magníficos (B) Excelentíssimo... Sua Senhoria... Magníficos (C) Ilustríssimo... Vossa Excelência... Excelentíssimos (D) Excelentíssimo... Sua Senhoria... Excelentíssimos (E) Ilustríssimo... Vossa Senhoria... Digníssimos Língua Portuguesa Assinale a alternativa em que, de acordo com a norma culta, se respeitam as regras de pontuação. (A) Por sinal, o próprio Senhor Governador, na última entrevista, revelou, que temos uma arrecadação bem maior que a prevista. (B) Indagamos, sabendo que a resposta é obvia: que se deve a uma sociedade inerte diante do desrespeito à sua própria lei? Nada. (C) O cidadão, foi preso em flagrante e, interrogado pela Autoridade Policial, confessou sua participação no referido furto. (D) Quer-nos parecer, todavia, que a melhor solução, no caso deste funcionário, seja aquela sugerida, pela própria chefia. (E) Impunha-se, pois, a recuperação dos documentos: as certidões negativas, de débitos e os extratos, bancários solicitados. 18. O termo oração, entendido como uma construção com sujeito e predicado que formam um período simples, se aplica, adequadamente, apenas a: (A) Amanhã, tempo instável, sujeito a chuvas esparsas no litoral. (B) O vigia abandonou a guarita, assim que cumpriu seu período. (C) O passeio foi adiado para julho, por não ser época de chuvas. (D) (E) Muito riso, pouco siso provérbio apropriado à falta de juízo. Os concorrentes à vaga de carteiro submeteram-se a exames. Leia o período para responder às questões de números 19 e 0. O livro de registro do processo que você procurava era o que estava sobre o balcão. 19. No período, os pronomes o e que, na respectiva sequência, remetem a (A) processo e livro. (B) livro do processo. (C) processos e processo. (D) livro de registro. (E) registro e processo. 0. Analise as proposições de números I a IV com base no período acima: I. há, no período, duas orações; II. o livro de registro do processo era o, é a oração principal; III. os dois quê(s) introduzem orações adverbiais; IV. de registro é um adjunto adnominal de livro. (A) (B) (C) (D) (E) Está correto o contido apenas em II e IV. III e IV. I, II e III. I, II e IV. I, III e IV. 1. O Meretíssimo Juiz da 1.ª Vara Cível devia providenciar a leitura do acórdão, e ainda não o fez. Analise os itens relativos a esse trecho: I. as palavras Meretíssimo e Cível estão incorretamente grafadas; II. ainda é um adjunto adverbial que exclui a possibilidade da leitura pelo Juiz; III. o e foi usado para indicar oposição, com valor adversativo equivalente ao da palavra mas; IV. em ainda não o fez, o o equivale a isso, significando leitura do acórdão, e fez adquire o respectivo sentido de devia providenciar. (A) (B) (C) (D) (E) Está correto o contido apenas em II e IV. III e IV. I, II e III. I, III e IV. II, III e IV.. O rapaz era campeão de tênis. O nome do rapaz saiu nos jornais. Ao transformar os dois períodos simples num único período composto, a alternativa correta é: (A) O rapaz cujo nome saiu nos jornais era campeão de tênis. (B) O rapaz que o nome saiu nos jornais era campeão de tênis. (C) O rapaz era campeão de tênis, já que seu nome saiu nos jornais. (D) O nome do rapaz onde era campeão de tênis saiu nos jornais. (E) O nome do rapaz que saiu nos jornais era campeão de tênis.

52 3. O jardineiro daquele vizinho cuidadoso podou, ontem, os enfraquecidos galhos da velha árvore. Assinale a alternativa correta para interrogar, respectivamente, sobre o adjunto adnominal de jardineiro e o objeto direto de podar. (A) Quem podou? e Quando podou? (B) Qual jardineiro? e Galhos de quê? (C) Que jardineiro? e Podou o quê? (D) Que vizinho? e Que galhos? (E) Quando podou? e Podou o quê? 4. O público observava a agitação dos lanterninhas da plateia. Sem pontuação e sem entonação, a frase acima tem duas possibilidades de leitura. Elimina-se essa ambiguidade pelo estabelecimento correto das relações entre seus termos e pela sua adequada pontuação em: (A) O público da plateia, observava a agitação dos lanterninhas. (B) O público observava a agitação da plateia, dos lanterninhas. (C) O público observava a agitação, dos lanterninhas da plateia. (D) Da plateia o público, observava a agitação dos lanterninhas. (E) Da plateia, o público observava a agitação dos lanterninhas. 5. Felizmente, ninguém se machucou. Lentamente, o navio foi se afastando da costa. Considere: I. felizmente completa o sentido do verbo machucar; II. felizmente e lentamente classificam-se como adjuntos adverbiais de modo; III. felizmente se refere ao modo como o falante se coloca diante do fato; IV. lentamente especifica a forma de o navio se afastar; V. felizmente e lentamente são caracterizadores de substantivos. Está correto o contido apenas em (A) I, II e III. (B) I, II e IV. (C) I, III e IV. (D) II, III e IV. (E) III, IV e V. 6. O segmento adequado para ampliar a frase Ele comprou o carro..., indicando concessão, é: (A) para poder trabalhar fora. (B) como havia programado. (C) assim que recebeu o prêmio. (D) porque conseguiu um desconto. (E) apesar do preço muito elevado. 7. É importante que todos participem da reunião. O segmento que todos participem da reunião, em relação a É importante, é uma oração subordinada (A) adjetiva com valor restritivo. (B) substantiva com a função de sujeito. (C) substantiva com a função de objeto direto. (D) adverbial com valor condicional. (E) substantiva com a função de predicativo. 8. Ele realizou o trabalho como seu chefe o orientou. A relação estabelecida pelo termo como é de (A) comparatividade. (B) adição. (C) conformidade. (D) explicação. (E) consequência. 9. A região alvo da expansão das empresas,, das redes de franquias, é a Sudeste, as demais regiões também serão contempladas em diferentes proporções; haverá,, planos diversificados de acordo com as possibilidades de investimento dos possíveis franqueados. A alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas e relaciona corretamente as ideias do texto, é: (A) digo... portanto... mas (B) como... pois... mas (C) ou seja... embora... pois (D) ou seja... mas... portanto (E) isto é... mas... como 30. Assim que as empresas concluírem o processo de seleção dos investidores, os locais das futuras lojas de franquia serão divulgados. A alternativa correta para substituir Assim que as empresas concluírem o processo de seleção dos investidores por uma oração reduzida, sem alterar o sentido da frase, é: (A) Porque concluindo o processo de seleção dos investidores... (B) Concluído o processo de seleção dos investidores... (C) Depois que concluíssem o processo de seleção dos investidores... (D) Se concluído do processo de seleção dos investidores... (E) Quando tiverem concluído o processo de seleção dos investidores... RESPOSTAS 01. D 11. B 1. B 0. A 1. A. A 03. C 13. C 3. C 04. E 14. E 4. E 05. A 15. C 5. D 06. B 16. A 6. E 07. D 17. B 7. B 08. E 18. E 8. C 09. C 19. D 9. D 10. D 0. A 30. B Língua Portuguesa 48

53 Chamamos então de conjunto dos números reais, e indicamos com IR, o seguinte conjunto: IR = ( x Í x é racional ou x é irracional ) Como vemos, o conjunto IR é a união do conjunto dos números racionais com o conjunto dos números irracionais. NÚMEROS NATURAIS. OPERAÇÃO NO CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS E RACIONAIS: ADIÇÃO, SUBTRAÇÃO, MULTIPLICAÇÃO E DIVISÃO. MÚLTI- PLOS E DIVISORES DE UM NÚMERO INTEIRO. MÁ- XIMO DIVISOR COMUM (MDC) E MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM (MMC) DE UM NÚMERO NATURAL. 1. Conjunto dos números naturais Chamamos de conjunto dos números naturais, e indicamos com ln, o seguinte conjunto: ln = { 0; 1; ; 3; 4;...}. Conjunto dos números inteiros Chamamos de conjuntos dos números inteiros, e indicamos com Z, o seguinte conjunto: Z = {...; -; -1; 0; 1; ;...) 3. Conjunto dos números racionais: Chamamos de conjunto dos números racionais, e indicamos com Q, o seguinte conjunto: p Q = x = p,q Z e q 0 q Observe que os números racionais são aqueles que podem ser escritos como quocientes de dois inteiros. Exemplos 5 a) =5; logo 5 Q 1 b) = 0,4 ; logo 0,4 Q 5 15 c) =,5 ; logo,5 Q 6 1 d) = 0, ; logo 0, Q 3 Observação: Números como 5, 0,4 e,5 são números racionais com representação decimal finita, ou seja, podemos escrevê-los, em sua forma decimal, com um número finito de algarismos. O número 0,333..., por sua vez, é um número racional com representação decimal infinita e periódica, ou seja, só podemos escrevê-lo, em sua forma decimal, com um número infinito de algarismos, embora, a partir de um determinado ponto, haja uma repetição de algarismos até o fim. Outro exemplo de número, que admite representação decimal infinita e periódica, é, Observação Importante Todos os números que tenham representação decimal finita ou infinita e periódica são números racionais, ou seja, pertencem a Q.. 4. Conjunto dos números reais: Há números que não admitem representação decimal finita nem representação decimal infinita e periódica, como, por exemplo: n = 3, = 1, = 1, =, Estes números não são racionais: n Q, Q, 3 Q, 5 Q; e, por isso mesmo, são chamados de irracionais. Podemos então definir os irracionais como sendo aqueles números que possuem uma representação decimal infinita e não-periódica. Matemática 1 Usaremos o símbolo estrela (* ) quando quisermos indicar que o número zero foi excluído de um conjunto. Exemplo: N * = { 1 ; ; 3; 4;...} ; o zero foi excluído de N. Usaremos o símbolo mais (+) quando quisermos indicar que os números negativos foram excluídos de um conjunto. Exemplo: Z+ = { 0; 1; ;... } ; os negativos foram excluídos de Z. Usaremos o símbolo menos ( - ) quando quisermos indicar que os números positivos foram excluídos de um conjunto. Exemplo: Z- = {... ; -; -1; 0 } ; os positivos foram excluídos de Z. Algumas vezes combinamos o símbolo (*) com o símbolo (+) ou com o símbolo (-). Exemplos * a) Z = { 1; ; 3;... } ; o zero e os negativos foram excluídos de Z. b) * Z + = {... ; -3; -; -1 }; o zero e os positivos foram excluídos de Z. OPERAÇÕES COM CONJUNTOS 1. Conceitos primitivos Antes de mais nada devemos saber que conceitos primitivos são noções que adotamos sem definição. Adotaremos aqui três conceitos primitivos: o de conjunto, o de elemento e o de pertinência de um elemento a um conjunto. Assim, devemos entender perfeitamente a frase: determinado elemento pertence a um conjunto, sem que tenhamos definido o que é conjunto, o que é elemento e o que significa dizer que um elemento pertence ou não a um conjunto.. Notação Normalmente adotamos, na teoria dos conjuntos, a seguinte notação: os conjuntos são indicados por letras maiúsculas: A, B, C,... ; os elementos são indicados por letras minúsculas: a, b, c, x, y,... ; o fato de um elemento x pertencer a um conjunto C é indicado com x e C; o fato de um elemento y não pertencer a um conjunto C é indicado mm y t C. 3. Representação dos conjuntos Um conjunto pode ser representado de três maneiras: por enumeração de seus elementos; por descrição de uma propriedade característica do conjunto; através de uma representação gráfica. Um conjunto é representado por enumeração quando todos os seus elementos são indicados e colocados dentro de um par de chaves. Exemplo: a) A = ( 0; 1; ; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 ) indica o conjunto formado pelos algarismos do nosso sistema de numeração. b) B = ( a, b, c, d, e, f, g, h, 1, j,1, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, x, z ) indica o conjunto formado pelas letras do nosso alfabeto. c) Quando um conjunto possui número elevado de elementos, porém apresenta lei de formação bem clara, podemos representalo, por enumeração, indicando os primeiros e os últimos elementos, intercalados por reticências. Assim: C = ( ; 4; 6;... ; 98 ) indica o conjunto dos números pares positivos, menores do que100. d) Ainda usando reticências, podemos representar, por enumeração, conjuntos com infinitas elementos que tenham uma lei de formação bem clara, como os seguintes:

54 D = ( 0; 1; ; 3;... ) indica o conjunto dos números inteiros não negativos; E = (... ; -; -1; 0; 1; ;... ) indica o conjunto dos números inteiros; F = ( 1; 3; 5; 7;... ) indica o conjunto dos números ímpares positivos. A representação de um conjunto por meio da descrição de uma propriedade característica é mais sintética que sua representação por enumeração. Neste caso, um conjunto C, de elementos x, será representado da seguinte maneira: C = { x x possui uma determinada propriedade } que se lê: C é o conjunto dos elementos x tal que possui uma determinada propriedade: b) B = (maio; junho; julho; agosto ) c) C = (a; m; o; r ) d) D = ( ; 4; 6; 8; ia ) e) E = ( 10; -10 ), pois 10 = 100 e -(-10 ) = Número de elementos de um conjunto Consideremos um conjunto C. Chamamos de número de elementos deste conjunto, e indicamos com n lcl, ao número de elementos diferentes entre si, que pertencem ao conjunto. Exemplos a) O conjunto A = { a; e; i; o; u } é tal que n(a) = 5. b) O conjunto B = { 0; 1; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 } é tal que n(b) = 10. c) O conjunto C = ( 1; ; 3; 4;... ; 99 ) é tal que n (C) = 99. Exemplos a) O conjunto A = { 0; 1; ; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 } pode ser representado por descrição da seguinte maneira: A = { x x é algarismo do nosso sistema de numeração } b) O conjunto G = { a; e ;i; o, u } pode ser representado por descrição da seguinte maneira: G = { x x é vogal do nosso alfabeto } c) O conjunto H = { ; 4; 6; 8;... } pode ser representado por descrição da seguinte maneira: H = { x x é par positivo } A representação gráfica de um conjunto é bastante cômoda. Através dela, os elementos de um conjunto são representados por pontos interiores a uma linha fechada que não se entrelaça. Os pontos exteriores a esta linha representam os elementos que não pertencem ao conjunto. Exemplo 5. Conjunto unitário e conjunto vazio Chamamos de conjunto unitário a todo conjunto C, tal que n (C) = 1. Exemplo: C = ( 3 ) E chamamos de conjunto vazio a todo conjunto c, tal que n(c) = 0. Exemplo: M = { x x = -5} O conjunto vazio é representado por { } ou por. Exercício resolvido Determine o número de elementos dos seguintes com juntos : a) A = { x x é letra da palavra amor } b) B = { x x é letra da palavra alegria } c) c é o conjunto esquematizado a seguir d) D = ( ; 4; 6;... ; 98 ) e) E é o conjunto dos pontos comuns às relas r e s, esquematizadas a seguir : Por esse tipo de representação gráfica, chamada diagrama de Euler- Venn, percebemos que x C, y C, z C; e que a C, b C, c C, d C. Exercícios resolvidos Sendo A = {1; ; 4; 4; 5}, B={; 4; 6; 8} e C = {4; 5}, assinale V (verdadeiro) ou F (falso): a) 1 A ( V ) b) 1 B ( F ) c) 1 C ( F ) d) 4 A ( V ) e) 4 B ( V ) f) 4 C ( V ) g) 7 A ( F ) h) 7 B ( F ) i) 7 C ( F ) Matemática l) 1 A ou 1 B ( V ) m) 1 A e 1 B ( F ) n) 4 A ou 4 B ( V ) o) 4 A e 4 B ( V ) p) 7 A ou 7 B ( F ) q) 7 A e 7 B ( F ) Represente, por enumeração, os seguintes conjuntos: a) A = { x x é mês do nosso calendário } b) B = { x x é mês do nosso calendário que não possui a letra r } c) C = { x x é letra da palavra amor } d) D = { x x é par compreendido entre 1e 11} e) E = {x x = 100 } Resolução a) A = ( janeiro ; fevereiro; março; abril; maio ; junho; julho ; agosto ; setembro ; outubro ; novembro ; dezembro ). Resolução a) n(a) = 4 b) n(b) = 6,'pois a palavra alegria, apesar de possuir dote letras, possui apenas seis letras distintas entre si. c) n(c) =, pois há dois elementos que pertencem a C: c e C e d e C d) observe que: =. 1 é o 1º par positivo 4 =. é o par positivo 6 =. 3 é o 3º par positivo 8 =. 4 é o 4º par positivo =. 49 é o 49º par positivo logo: n(d) = 49 e) As duas retas, esquematizadas na figura, possuem apenas um ponto comum. Logo, n( E ) = 1, e o conjunto E é, portanto, unitário. 6. Igualdade de conjuntos Vamos dizer que dois conjuntos A e 8 são iguais, e indicaremos com A = 8, se ambos possuírem os mesmos elementos. Quando isto não ocorrer, diremos que os conjuntos são diferentes e indicaremos com A B. Exemplos. a) {a;e;i;o;u} = {a;e;i;o;u} b) {a;e;i;o,u} = {i;u;o,e;a} c) {a;e;i;o;u} = {a;a;e;i;i;i;o;u;u} d) {a;e;i;o;u} {a;e;i;o} e) { x x = 100} = {10; -10} f) { x x = 400} {0} 7. Subconjuntos de um conjunto Dizemos que um conjunto A é um subconjunto de um conjunto B se todo elemento, que pertencer a A, também pertencer a B.

55 Neste caso, usando os diagramas de Euler-Venn, o conjunto A estará "totalmente dentro" do conjunto B: Indicamos que A é um subconjunto de B de duas maneiras: a) A B; que deve ser lido : A é subconjunto de B ou A está contido em B ou A é parte de B; b) B A; que deve ser lido: B contém A ou B inclui A. Exemplo Sejam os conjuntos A = {x x é mineiro} e B = {x x é brasileiro} ; temos então que A B e que B A. Observações: Quando A não é subconjunto de B, indicamos com A B ou B A. Admitiremos que o conjunto vazio está contido em qualquer conjunto. 8. Número de subconjuntos de um conjunto dado Pode-se mostrar que, se um conjunto possui n elementos, então este conjunto terá n subconjuntos. Exemplo O conjunto C = {1; } possui dois elementos; logo, ele terá = 4 subconjuntos. Exercício resolvido: 1. Determine o número de subconjuntos do conjunto C = la; e; 1; o; u ). Resolução: Como o conjunto C possui cinco elementos, o número dos seus subconjuntos será 5 = 3. Exercícios propostas:. Determine o número de subconjuntos do conjunto C = { 0; 1; ; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 } Resposta: Determine o número de subconjuntos do conjunto C = ; ; ; ; ; Resposta: 3 Exemplos a) {a;b;c} {d;e} = b) {a;b;c} {b;c,d} = {b;c} c) {a;b;c} {a;c} = {a;c} Quando a intersecção de dois conjuntos é vazia, como no exemplo a, dizemos que os conjuntos são disjuntos. Exercícios resolvidos 1. Sendo A = ( x; y; z ); B = ( x; w; v ) e C = ( y; u; t), determinar os seguintes conjuntos: a) A B f) B C b) A B g) A B C c) A C h) A B C d) A C i) (A B) U (A C) e) B C Resolução a) A B = {x; y; z; w; v } b) A B = {x } c) A C = {x; y;z; u; t } d) A C = {y } e) B C={x;w;v;y;u;t} f) B C= g) A B C= {x;y;z;w;v;u;t} h) A B C= i) (A B) u (A C)={x} {y}={x;y}. Dado o diagrama seguinte, represente com hachuras os conjuntos: a) A B C b) (A B) (A C) OPERAÇÕES COM CONJUNTOS 1. União de conjuntos Dados dois conjuntos A e B, chamamos união ou reunião de A com B, e indicamos com A B, ao conjunto constituído por todos os elementos que pertencem a A ou a B. Resolução Usando os diagramas de Euler-Venn, e representando com hachuras a interseção dos conjuntos, temos: Exemplos a) {a;b;c} U {d;e}= {a;b;c;d;e} b) {a;b;c} U {b;c;d}={a;b;c;d} c) {a;b;c} U {a;c}={a;b;c}. Intersecção de conjuntos Dados dois conjuntos A e B, chamamos de interseção de A com B, e indicamos com A B, ao conjunto constituído por todos os elementos que pertencem a A e a B. Usando os diagramas de Euler-Venn, e representando com hachuras a intersecção dos conjuntos, temos: Matemática 3 3. No diagrama seguinte temos: n(a) = 0 n(b) = 30 n(a B) = 5 Determine n(a B). Resolução Se juntarmos, aos 0 elementos de A, os 30 elementos de B, estaremos considerando os 5 elementos de A n B duas vezes; o que,

56 evidentemente, é incorreto; e, para corrigir este erro, devemos subtrair uma vez os 5 elementos de A n B; teremos então: n(a B) = n(a) + n(b) - n(a B) ou seja: n(a B) = e então: n(a B) = 45. 1) A soma de zero com um número inteiro é o próprio número inteiro: 0 + (-) = - ) A soma de dois números inteiros positivos é um número inteiro positivo igual à soma dos módulos dos números dados: (+700) + (+00) = ) A soma de dois números inteiros negativos é um número inteiro negativo igual à soma dos módulos dos números dados: (-) + (-4) = - 6 4) A soma de dois números inteiros de sinais contrários é igual à diferença dos módulos, e o sinal é o da parcela de maior módulo: (- 800) + (+300) = Conjunto complementar Dados dois conjuntos A e B, com B A, chamamos de conjunto complementar de B em relação a A, e indicamos com CA B, ao conjunto A - B. Observação: O complementar é um caso particular de diferença em que o segundo conjunto é subconjunto do primeiro. Usando os diagramas de Euler-Venn, e representando com hachuras o complementar de B em relação a A, temos: ADIÇÃO DE TRÊS OU MAIS NÚMEROS INTEIROS A soma de três ou mais números inteiros é efetuada adicionando-se todos os números positivos e todos os negativos e, em seguida, efetuandose a soma do número negativo. Exemplos: 1) (+6) + (+3) + (-6) + (-5) + (+8) = (+17) + (-11) = +6 ) (+3) + (-4) + (+) + (-8) = (+5) + (-1) = -7 PROPRIEDADES DA ADIÇÃO A adição de números inteiros possui as seguintes propriedades: 1ª) FECHAMENTO A soma de dois números inteiros é sempre um número inteiro: (-3) + (+6) = + 3 Z Exemplo: {a;b;c;d;e;f} - {b;d;e}= {a;c;f} Observação: O conjunto complementar de B em relação a A é formado pelos elementos que faltam para "B chegar a A"; isto é, para B se igualar a A. NÚMEROS INTEIROS: OPERAÇÕES E PROPRIEDADES Conhecemos o conjunto N dos números naturais: N = {0, 1,, 3, 4, 5,...,} Assim, os números precedidos do sinal + chamam-se positivos, e os precedidos de - são negativos. Exemplos: Números inteiros positivos: {+1, +, +3, +4,...} Números inteiros negativos: {-1, -, -3, -4,...} O conjunto dos números inteiros relativos é formado pelos números inteiros positivos, pelo zero e pelos números inteiros negativos. Também o chamamos de CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS e o representamos pela letra Z, isto é: Z = {..., -3, -, -1, 0, +1, +, +3,... } O zero não é um número positivo nem negativo. Todo número positivo é escrito sem o seu sinal positivo. Exemplo: + 3 = 3 ; +10 = 10 Então, podemos escrever: Z = {..., -3, -, -1, 0, 1,, 3,...} N é um subconjunto de Z. REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA Cada número inteiro pode ser representado por um ponto sobre uma reta. Por exemplo: C B A 0 A B C D... Ao ponto zero, chamamos origem, corresponde o número zero. Nas representações geométricas, temos à direita do zero os números inteiros positivos, e à esquerda do zero, os números inteiros negativos. Observando a figura anterior, vemos que cada ponto é a representação geométrica de um número inteiro. Exemplos: ponto C é a representação geométrica do número +3 ponto B' é a representação geométrica do número - ADIÇÃO DE DOIS NÚMEROS INTEIROS Matemática 4 c ª) ASSOCIATIVA Se a, b, c são números inteiros quaisquer, então: a + (b + c) = (a + b) + Exemplo:(+3) +[(-4) + (+)] = [(+3) + (-4)] + (+) (+3) + (-) = (-1) + (+) +1 = +1 3ª) ELEMENTO NEUTRO Se a é um número inteiro qualquer, temos: a+ 0 = a e 0 + a = a Isto significa que o zero é elemento neutro para a adição. Exemplo: (+) + 0 = + e 0 + (+) = + 4ª) OPOSTO OU SIMÉTRICO Se a é um número inteiro qualquer, existe um único número oposto ou simétrico representado por (-a), tal que: (+a) + (-a) = 0 = (-a) + (+a) Exemplos: (+5) + ( -5) = 0 ( -5) + (+5) = 0 5ª) COMUTATIVA Se a e b são números inteiros, então: a + b = b + a Exemplo: (+4) + (-6) = (-6) + (+4) - = - SUBTRAÇÃO DE NÚMEROS INTEIROS Em certo local, a temperatura passou de -3ºC para 5ºC, sofrendo, portanto, um aumento de 8ºC, aumento esse que pode ser representado por: (+5) - (-3) = (+5) + (+3) = +8 Portanto: A diferença entre dois números dados numa certa ordem é a soma do primeiro com o oposto do segundo. Exemplos: 1) (+6) - (+) = (+6) + (- ) = +4 ) (-8 ) - (-1 ) = (-8 ) + (+1) = -7 3) (-5 ) - (+) = (-5 ) + (- ) = -7 Na prática, efetuamos diretamente a subtração, eliminando os parênteses - (+4 ) = -4 - ( -4 ) = +4 Observação: Permitindo a eliminação dos parênteses, os sinais podem ser resumidos do seguinte modo: ( + ) = + + ( - ) = - - ( + ) = - - ( - ) = + Exemplos: - ( -) = + +(-6 ) = -6 - (+3) = -3 +(+1) = +1 PROPRIEDADE DA SUBTRAÇÃO A subtração possui uma propriedade. FECHAMENTO: A diferença de dois números inteiros é sempre um número inteiro. MULTIPLICAÇÃO DE NÚMEROS INTEIROS

57 1º CASO: OS DOIS FATORES SÃO NÚMEROS INTEIROS POSITI- VOS Lembremos que: 3. = + + = 6 Exemplo: (+3). (+) = 3. (+) = (+) + (+) + (+) = +6 Logo: (+3). (+) = +6 Observando essa igualdade, concluímos: na multiplicação de números inteiros, temos: (+). (+) =+ (a. b). c 3ª) ELEMENTO NEUTRO Observe que: (+4 ). (+1 ) = +4 e (+1 ). (+4 ) = +4 Qualquer que seja o número inteiro a, temos: a. (+1 ) = a e (+1 ). a = a O número inteiro +1 chama-se neutro para a multiplicação. º CASO: UM FATOR É POSITIVO E O OUTRO É NEGATIVO Exemplos: 1) (+3). (-4) = 3. (-4) = (-4) + (-4) + (-4) = -1 ou seja: (+3). (-4) = -1 ) Lembremos que: -(+) = - (-3). (+5) = - (+3). (+5) = -(+15) = - 15 ou seja: (-3). (+5) = -15 Conclusão: na multiplicação de números inteiros, temos: ( + ). ( - ) = - ( - ). ( + ) = - Exemplos : (+5). (-10) = -50 (+1). (-8) = -8 (- ). (+6 ) = -1 (-7). (+1) = -7 3º CASO: OS DOIS FATORES SÃO NÚMEROS INTEIROS NEGATIVOS Exemplo: (-3). (-6) = -(+3). (-6) = -(-18) = +18 isto é: (-3). (-6) = +18 Conclusão: na multiplicação de números inteiros, temos: ( - ). ( - ) = + Exemplos: (-4). (-) = +8 (-5). (-4) = +0 As regras dos sinais anteriormente vistas podem ser resumidas na seguinte: ( + ). ( + ) = + ( + ). ( - ) = - ( - ). ( - ) = + ( - ). ( + ) = - Quando um dos fatores é o 0 (zero), o produto é igual a 0: (+5). 0 = 0 PRODUTO DE TRÊS OU MAIS NÚMEROS INTEIROS Exemplos: 1) (+5 ). ( -4 ). (- ). (+3 ) = (-0). (- ). (+3 ) = (+40). (+3 ) = +10 ) (- ). ( -1 ). (+3 ). (- ) = (+ ). (+3 ). (- ) = (+6 ). (- ) = -1 Podemos concluir que: Quando o número de fatores negativos é par, o produto sempre é positivo. Quando o número de fatores negativos é ímpar, o produto sempre é negativo. PROPRIEDADES DA MULTIPLICAÇÃO No conjunto Z dos números inteiros são válidas as seguintes propriedades: 1ª) FECHAMENTO Exemplo: (+4 ). (- ) = - 8 Z Então o produto de dois números inteiros é inteiro. ª) ASSOCIATIVA Exemplo: (+ ). (-3 ). (+4 ) Este cálculo pode ser feito diretamente, mas também podemos fazê-lo, agrupando os fatores de duas maneiras: (+ ). [(-3 ). (+4 )] = [(+ ). ( -3 )]. (+4 ) (+ ). (-1) = (-6 ). (+4 ) -4 = -4 De modo geral, temos o seguinte: Se a, b, c representam números inteiros quaisquer, então: a. (b. c) = Matemática 5 4ª) COMUTATIVA Observemos que: (+). (-4 ) = - 8 e (-4 ). (+ ) = - 8 Portanto: (+ ). (-4 ) = (-4 ). (+ ) Se a e b são números inteiros quaisquer, então: a. b = b. a, isto é, a ordem dos fatores não altera o produto. 5ª) DISTRIBUTIVA EM RELAÇÃO À ADIÇÃO E À SUBTRAÇÃO Observe os exemplos: (+3 ). [( -5 ) + (+ )] = (+3 ). ( -5 ) + (+3 ). (+ ) (+4 ). [( - ) - (+8 )] = (+4 ). ( - ) - (+4 ). (+8 ) Conclusão: Se a, b, c representam números inteiros quaisquer, temos: a) a. [b + c] = a. b + a. c A igualdade acima é conhecida como propriedade distributiva da multiplicação em relação à adição. b) a. [b c] = a. b - a. c A igualdade acima é conhecida como propriedade distributiva da multiplicação em relação à subtração. DIVISÃO DE NÚMEROS INTEIROS CONCEITO Dividir (+16) por é achar um número que, multiplicado por, dê : =?. (? ) = 16 O número procurado é 8. Analogamente, temos: 1) (+1) : (+3 ) = +4 porque (+4 ). (+3 ) = +1 ) (+1) : ( -3 ) = - 4 porque (- 4 ). ( -3 ) = +1 3) ( -1) : (+3 ) = - 4 porque (- 4 ). (+3 ) = -1 4) ( -1) : ( -3 ) = +4 porque (+4 ). ( -3 ) = -1 A divisão de números inteiros só pode ser realizada quando o quociente é um número inteiro, ou seja, quando o dividendo é múltiplo do divisor. Portanto, o quociente deve ser um número inteiro. Exemplos: ( -8 ) : (+ ) = -4 ( -4 ) : (+3 ) = não é um número inteiro Lembramos que a regra dos sinais para a divisão é a mesma que vimos para a multiplicação: ( + ) : ( + ) = + ( + ) : ( - ) = - ( - ) : ( - ) = + ( - ) : ( + ) = - Exemplos: ( +8 ) : ( - ) = -4 (-10) : ( -5 ) = + (+1 ) : ( -1 ) = -1 (-1) : (+3 ) = -4 PROPRIEDADE Como vimos: (+4 ) : (+3 ) Z Portanto, não vale em Z a propriedade do fechamento para a divisão. Alem disso, também não são válidas as proposições associativa, comutativa e do elemento neutro. DIVISIBILIDADE Um número é divisível por quando termina em 0,, 4, 6 ou 8. Ex.: O número 74 é divisível por, pois termina em 4.

58 Um número é divisível por 3 quando a soma dos valores absolutos dos seus algarismos é um número divisível por 3. Ex.: 13 é divisível por 3, pois 1++3 = 6 e 6 é divisível por 3 Um número é divisível por 5 quando o algarismo das unidades é 0 ou 5 (ou quando termina em o ou 5). Ex.: O número 30 é divisível por 5, pois termina em 0. Um número é divisível por 10 quando o algarismo das unidades é 0 (ou quando termina em 0). Ex.: O número 500 é divisível por 10, pois termina em 0. Matemática NÚMEROS PRIMOS Um número natural é primo quando é divisível apenas por dois números distintos: ele próprio e o 1. Exemplos: O número é primo, pois é divisível apenas por dois números diferentes: ele próprio e o 1. O número 5 é primo, pois é divisível apenas por dois números distintos: ele próprio e o 1. O número natural que é divisível por mais de dois números diferentes é chamado composto. O número 4 é composto, pois é divisível por 1,, 4. O número 1 não é primo nem composto, pois é divisível apenas por um número (ele mesmo). O número é o único número par primo. DECOMPOSIÇÃO EM FATORES PRIMOS (FATORAÇÃO) Um número composto pode ser escrito sob a forma de um produto de fatores primos. Por exemplo, o número 60 pode ser escrito na forma: 60 = = que é chamada de forma fatorada. Para escrever um número na forma fatorada, devemos decompor esse número em fatores primos, procedendo do seguinte modo: Dividimos o número considerado pelo menor número primo possível de modo que a divisão seja exata. Dividimos o quociente obtido pelo menor número primo possível. Dividimos, sucessivamente, cada novo quociente pelo menor número primo possível, até que se obtenha o quociente 1. Exemplo: Portanto: 60 = Na prática, costuma-se traçar uma barra vertical à direita do número e, à direita dessa barra, escrever os divisores primos; abaixo do número escrevem-se os quocientes obtidos. A decomposição em fatores primos estará terminada quando o último quociente for igual a 1. Exemplo: Logo: 60 = DIVISORES DE UM NÚMERO Consideremos o número 1 e vamos determinar todos os seus divisores Uma maneira de obter esse resultado é escrever os números naturais de 1 a 1 e verificar se cada um é ou não divisor de 1, assinalando os divisores = = = = = == Indicando por D(1) (lê-se: "D de 1 ) o conjunto dos divisores do número 1, temos: D (1) = { 1,, 3, 4, 6, 1} 6 Na prática, a maneira mais usada é a seguinte: 1º) Decompomos em fatores primos o número considerado º) Colocamos um traço vertical ao lado os fatores primos e, à sua direita e acima, escrevemos o número 1 que é divisor de todos os números º) Multiplicamos o fator primo pelo divisor 1 e escrevemos o produto obtido na linha correspondente. x º) Multiplicamos, a seguir, cada fator primo pelos divisores já obtidos, escrevendo os produtos nas linhas correspondentes, sem repeti-los. x x1 4 3, 6, 1 Os números obtidos à direita dos fatores primos são os divisores do número considerado. Portanto: Exemplos: 1) ) D(1) = { 1,, 4, 3, 6, 1} , 6 9, , 6 5, 10, 15, 30 D(18) = {1,, 3, 6, 9, 18} D(30) = { 1,, 3, 5, 6, 10, 15, 30} MÁXIMO DIVISOR COMUM Recebe o nome de máximo divisor comum de dois ou mais números o maior dos divisores comuns a esses números. Um método prático para o cálculo do M.D.C. de dois números é o chamado método das divisões sucessivas (ou algoritmo de Euclides), que consiste das etapas seguintes: 1ª) Divide-se o maior dos números pelo menor. Se a divisão for exata, o M.D.C. entre esses números é o menor deles. ª) Se a divisão não for exata, divide-se o divisor (o menor dos dois números) pelo resto obtido na divisão anterior, e, assim, sucessivamente, até se obter resto zero. 0 ultimo divisor, assim determinado, será o M.D.C. dos números considerados.

59 Exemplo: Calcular o M.D.C. (4, 3) Resposta: M.D.C. (4, 3) = 8 MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM Recebe o nome de mínimo múltiplo comum de dois ou mais números o menor dos múltiplos (diferente de zero) comuns a esses números. O processo prático para o cálculo do M.M.C de dois ou mais números, chamado de decomposição em fatores primos, consiste das seguintes etapas: 1º) Decompõem-se em fatores primos os números apresentados. º) Determina-se o produto entre os fatores primos comuns e nãocomuns com seus maiores expoentes. Esse produto é o M.M.C procurado. Exemplos:Calcular o M.M.C (1, 18) Decompondo em fatores primos esses números, temos: = =. 3 Resposta: M.M.C (1, 18) =. 3 = 36 Observação: Esse processo prático costuma ser simplificado fazendo-se uma decomposição simultânea dos números. Para isso, escrevem-se os números, um ao lado do outro, separando-os por vírgula, e, à direita da barra vertical, colocada após o último número, escrevem-se os fatores primos comuns e nãocomuns. 0 calculo estará terminado quando a última linha do dispositivo for composta somente pelo número 1. O M.M.C dos números apresentados será o produto dos fatores. Exemplo: Calcular o M.M.C (36, 48, 60) 36, 48, 60 18, 4, 30 9, 1, 15 9, 6, 15 9, 3, 15 3, 1, , , 1, 1 Resposta: M.M.C (36, 48, 60) = = 70 RAÍZ QUADRADA EXATA DE NÚMEROS INTEIROS CONCEITO Consideremos o seguinte problema: Descobrir os números inteiros cujo quadrado é +5. Solução: (+5 ) = +5 e ( -5 ) =+5 Resposta: +5 e -5 Os números +5 e -5 chamam-se raízes quadradas de +5. Outros exemplos: Número Raízes quadradas + 3 e e e e e e e -6 O símbolo 5 significa a raiz quadrada de 5, isto é 5 = +5 Como 5 = +5, então: 5 = 5 Agora, consideremos este problema. Qual ou quais os números inteiros cujo quadrado é -5? Solução: (+5 ) = +5 e (-5 ) = +5 Resposta: não existe número inteiro cujo quadrado seja -5, isto é, 5 não existe no conjunto Z dos números inteiros. Conclusão: os números inteiros positivos têm, como raiz quadrada, um número positivo, os números inteiros negativos não têm raiz quadrada no conjunto Z dos números inteiros. NÚMEROS RACIONAIS Os números racionais são representados por um numeral em forma de fração ou razão, a b, sendo a e b números naturais, com a condição de b ser diferente de zero. 1. NÚMERO FRACIONARIO. A todo par ordenado (a, b) de números a naturais, sendo b 0, corresponde um número fracionário.o termo a b chama-se numerador e o termo b denominador.. TODO NÚMERO NATURAL pode ser representado por uma fração de denominador 1. Logo, é possível reunir tanto os números naturais como os fracionários num único conjunto, denominado conjunto dos números racionais absolutos, ou simplesmente conjunto dos números racionais Q. Qual seria a definição de um número racional absoluto ou simplesmente racional? A definição depende das seguintes considerações: a) O número representado por uma fração não muda de valor quando multiplicamos ou dividimos tanto o numerador como o denominador por um mesmo número natural, diferente de zero. Exemplos: usando um novo símbolo: é o símbolo de equivalência para frações b) Classe de equivalência. É o conjunto de todas as frações equivalentes a uma fração dada ,,,, (classe de equivalência da fração: 1 3 ) Agora já podemos definir número racional : número racional é aquele definido por uma classe de equivalência da qual cada fração é um representante. NÚMERO RACIONAL NATURAL ou NÚMERO NATURAL: 0 0 = = = 1 = 1 1 = = 0 (definido pela classe de equivalência que representa o mesmo número racional 0) 1 (definido pela classe de equivalência que representa o mesmo número racional 1) e assim por diante. NÚMERO RACIONAL FRACIONÁRIO ou NÚMERO FRACIONÁRIO: 1 3 = = = 4 6 (definido pela classe de equivalência que representa o mesmo número racional 1/). NOMES DADOS ÀS FRAÇÕES DIVERSAS Decimais: quando têm como denominador 10 ou uma potência de 10 5, 10 7, 100 etc. Matemática 7

60 b) próprias: aquelas que representam quantidades menores do que ,,, 4 7 etc. c) impróprias: as que indicam quantidades iguais ou maiores que ,,, etc. d) aparentes: todas as que simbolizam um número natural = 5, = 4, etc. e) ordinárias: é o nome geral dado a todas as frações, com exceção daquelas que possuem como denominador 10, 10, f) frações iguais: são as que possuem os termos iguais. 3 8 = 3 8, =, etc g) forma mista de uma fração: é o nome dado ao numeral formado por 4 uma parte natural e uma parte fracionária; A parte natural é e a 7 parte fracionária 7 4. h) irredutível: é aquela que não pode ser mais simplificada, por ter seus termos primos entre si. 3 4, 5 1, 3 7, etc. 4. PARA SIMPLIFICAR UMA FRAÇÃO, desde que não possua termos primos entre si, basta dividir os dois ternos pelo seu divisor comum. 8 8 : 4 = = 1 1 : COMPARAÇÃO DE FRAÇÕES. Para comparar duas ou mais frações quaisquer primeiramente convertemos em frações equivalentes de mesmo denominador. De duas frações que têm o mesmo denominador, a maior é a que tem maior numerador. Logo: 6 8 < < < 3 (ordem crescente) De duas frações que têm o mesmo numerador, a maior é a que tem menor denominador. Exemplo: 7 > 7 5 ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO < 3 4 OPERAÇÕES COM FRAÇÕES A soma ou a diferença de duas frações é uma outra fração, cujo calculo recai em um dos dois casos seguintes: 1º CASO: Frações com mesmo denominador. Observemos as figuras seguintes: Indicamos por: Indicamos por: = = Assim, para adicionar ou subtrair frações de mesmo denominador, procedemos do seguinte modo: 1. adicionamos ou subtraímos os numeradores e mantemos o denominador comum. 6. simplificamos o resultado, sempre que possível. Exemplos: = = = = = = = = = = = Observação: A subtração só pode ser efetuada quando o minuendo é maior que o subtraendo, ou igual a ele. º CASO: Frações com denominadores diferentes: Neste caso, para adicionar ou subtrair frações com denominadores diferentes, procedemos do seguinte modo: Reduzimos as frações ao mesmo denominador. Efetuamos a operação indicada, de acordo com o caso anterior. Simplificamos o resultado (quando possível). Exemplos: 1 1) + = = + = = = = = ) + = = + = = = 4 = 7 4 = Observações: Para adicionar mais de duas frações, reduzimos todas ao mesmo denominador e, em seguida, efetuamos a operação. Matemática 8

61 Exemplos. 7 3 a) + + = = = = = b) = = = = = 4 53 = 4 NÚMEROS RACIONAIS Um círculo foi dividido em duas partes iguais. Dizemos que uma unidade dividida em duas partes iguais e indicamos 1/. onde: 1 = numerador e = denominador Havendo número misto, devemos transformá-lo em fração imprópria: Exemplo: = = = = 1 1 Um círculo dividido em 3 partes iguais indicamos (das três partes hachuramos ). Quando o numerador é menor que o denominador temos uma fração própria. Observe: Observe: Se a expressão apresenta os sinais de parênteses ( ), colchetes [ ] e chaves { }, observamos a mesma ordem: 1º) efetuamos as operações no interior dos parênteses; º) as operações no interior dos colchetes; 3º) as operações no interior das chaves. Exemplos: ) = + = 1 1 = = = = = ) = Matemática = 5 + = = 5 + = = 6 6 = = = = = = 1 4 = 9 Quando o numerador é maior que o denominador temos uma fração imprópria. Frações Equivalentes Duas ou mais frações são equivalentes, quando representam a mesma quantidade. Dizemos que: 1 = 4 = Para obter frações equivalentes, devemos multiplicar ou dividir o numerador por mesmo número diferente de zero Ex: = ou. = Para simplificar frações devemos dividir o numerador e o denominador, por um mesmo número diferente de zero. Quando não for mais possível efetuar as divisões dizemos que a fração é irredutível. Exemplo: 18 : = = 3 6 Fração Irredutível ou Simplificada

62 Exemplo: 1 3 e 3 4 Calcular o M.M.C. (3,4): M.M.C.(3,4) = e ( 1 : 3 ) 1 ( 1 : 4 ) 3 = e temos: e 9 1 Calcular o M.M.C. (3,4) = e ( 1 : 3 ) 1 ( 1 : 4 ) 3 = e temos: e A fração é equivalente a. A fração equivalente A fração 3 1 é equivalente a 1 4. A fração 4 3 equivalente 1 9. Exercícios: 1) Achar três frações equivalentes às seguintes frações: 1 1) ) 4 3 Respostas: 1) 8 3,, ) 4 6 Comparação de frações a) Frações de denominadores iguais. Se duas frações tem denominadores iguais a maior será aquela: que tiver maior numerador. 3 1 Ex.: > 4 4 ou 1 4 < 3 4 b) Frações com numeradores iguais Se duas frações tiverem numeradores iguais, a menor será aquela que tiver maior denominador , 6, 9 Ex.: > ou < 4 5 c) Frações com numeradores e denominadores receptivamente diferentes. Reduzimos ao mesmo denominador e depois comparamos. Exemplos: 1 > denominadores iguais (ordem decrescente) > numeradores iguais (ordem crescente) 5 3 SIMPLIFICAÇÃO DE FRAÇÕES Para simplificar frações devemos dividir o numerador e o denominador por um número diferente de zero. Quando não for mais possível efetuar as divisões, dizemos que a fração é irredutível. Exemplo: 18 : 9 : 3 3 = = 1: 6: 3 Fração irredutível ou simplificada 9 Exercícios: Simplificar 1) 1 Respostas: 1) ) 45 ) REDUÇÃO DE FRAÇÕES AO MENOR DENOMINADOR COMUM Ex.: 1 3 e 3 4 Exemplo 4? numeradores diferentes e denominadores diferentes 3 5 m.m.c.(3, 5) = 15 (15 : 3). (15.5) ? = < (ordem crescente) Exercícios: Colocar em ordem crescente: ) e ) e 3), e Respostas: 1) < ) < ) < < 3 6 Operações com frações 1) Adição e Subtração a) Com denominadores iguais somam-se ou subtraem-se os numeradores e conserva-se o denominador comum. Ex: = = = = b) Com denominadores diferentes reduz ao mesmo denominador depois soma ou subtrai. Ex: 1 3 1) + + = M.M.C.. (, 4, 3) = (1 : ).1 ) (1 : 4).3 + (1.3) = = = M.M.C.. (3,9) = (9 : 3).4 - (9 : 9). 9 Exercícios. Calcular: 1) ) Respostas: 1) = 9-10 = ) 6 6 ) = 3) Multiplicação de Frações Para multiplicar duas ou mais frações devemos multiplicar os numeradores das frações entre si, assim como os seus denominadores. Exemplo: = 3 x 5 4 = 6 0 = 3 10 Matemática 10

63 Exercícios: Calcular: 1) 5 ) 5 4 Respostas: 1) ) = ) = 3) Divisão de frações Para dividir duas frações conserva-se a primeira e multiplica-se pelo inverso da Segunda. Exemplo: 4 : 5 3 = Exercícios. Calcular: 1) 4 : 3 9 ) : 6 5 = 1 10 = Respostas: 1) 6 ) 9 Potenciação de Frações ) + : ) 1 Eleva o numerador e o denominador ao expoente dado. Exemplo: = = Exercícios. Efetuar: 3 1 1) ) 4 9 Respostas: 1) ) 3 1 ) ) Sistema de número decimal Principio da posição decimal:todo algarismo colocado imediatamente à esquerda do outro, representa unidade de ordem, imediatamente superiores a este (10 vezes maior) sendo que o primeiro algarismo à direita representa unidade simples. Características fundamentais: 1) Base dez, na contagem. ) Os dez algarismos: 1,, 3, 4, 5, 8, 7, 8, 9, 0 para formarem os numerais. 3) O princípio da posição decimal, para a colocação dos algarismos. Ordens: são as unidades, dezenas, centenas, milhares etc., também chamadas posições. Valor relativo ou posicional de um algarismo: É o número de unidades simples, dezenas, centenas, milhares, etc., que ele representa de acordo com sua posição no numeral. Valor absoluto de um algarismo: É o valor que ele representa quando considerado isoladamente ORDENS 7 = unidades valor absoluto: 7, posicional: 7 9 = dezenas valor absoluto: 9; posicional: 90 1 = centenas valor absoluto: 1; posicional: = milhares = valor absoluto: 8; posicional: 8000 Nota: Os números podem ser representados utilizando-se outras bases que não a base decimal; tais bases formarão novos sistemas numéricos onde seus elementos diferirão daqueles constituintes do sistema decimal. Tomando-se um número de determinado sistema como referencial, pode-se realizar mudança de base determinando o numeral que lhe será correspondente na nova base. Nota: símbolo zero serve para indicar as ordens vazias. Enquanto os algarismos de um a nove são chamados de algarismos significativos, zero (0) é chamado algarismo insignificativo. O conjunto dos números 1,, 3, 4,...,n, que surgiram naturalmente de um processo de contagem reunido ao conjunto formado pelo zero (0), forma o conjunto dos números naturais, que se escreve: N = {0, 1,, 3, 4,..., n,...} BASE DE UM SISTEMA DE NUMERAÇÃO É o conjunto de nomes ou símbolos necessários para representar qualquer número. Radiciação de Frações Extrai raiz do numerador e do denominador. 4 4 Exemplo: = = Base 7 - No sistema de base 7, os elementos de um conjunto são contados de 7 em 7, por meio dos algarismos 0, 1,, 3, 4, 5, 6 e 7. Contandose os 365 dias do ano de 7 em 7, obtemos o número de semanas num ano. Base 5 - No sistema de base 5 ou quinário, contamos de 5 em 5, empregando os algarismos 0, 1,, 3, 4 e 5. Exercícios. Efetuar: 1) 1 9 Respostas: 1) 3 1 ) 16 5 ) 5 4 3) 3) Base - No sistema de base ou binário contamos de em, utilizando apenas os algarismos 0 e 1. Os computadores eletrônicos empregam o sistema binário, traduzindo o algarismo 1 por uma lâmpada acesa (circuito fechado) e o algarismo 0 por uma lâmpada apagada (circuito aberto). E a leitura dos números é feita no quadro do computador de acordo com o que as lâmpadas acusam. Sistema decimal Numeração: Processo de representação dos números, utilizando-se símbolos e palavras. Sistema de numeração: É um sistema de contagem ou um conjunto de regras para indicarmos os números. Base de uma contagem: É o número de elementos do agrupamento que se faz para contar os elementos do conjunto. Ex.: Quando os palitos de uma caixa de fósforos são contados um a um, diz-se que foi empregada a base 1. NÚMEROS DECIMAIS Toda fração com denominador 10, 100, 1000,...etc, chama-se fração decimal. Ex: 3 10, 4 100, 7 100, etc Escrevendo estas frações na forma decimal temos: 3 = três décimos, 10 4 = quatro centésimos = sete milésimos 1000 Matemática 11

64 Escrevendo estas frações na forma decimal temos: =0,3 = 0,04 = 0, Outros exemplos: Exercícios. Efetuar as operações: 1),41. 6,3 ) 173,4. 3, ,6 3) 31,. 0,753 Respostas: 1) 15,183 ) 69,9 3) 3, ) = 3,4 ) = 6,35 3) =18, Note que a vírgula caminha da direita para a esquerda, a quantidade de casas deslocadas é a mesma quantidade de zeros do denominador. Exercícios. Representar em números decimais: ) ) 3) Respostas: 1) 3,5 ) 4,73 3) 0,430 Ex.: LEITURA DE UM NÚMERO DECIMAL Divisão de números decimais Igualamos as casas decimais entre o dividendo e o divisor e quando o dividendo for menor que o divisor acrescentamos um zero antes da vírgula no quociente. Ex.: a) 3:4 3 _4_ 30 0, b) 4,6: 4,6,0 = ,3 0 Obs.: Para transformar qualquer fração em número decimal basta dividir o numerador pelo denominador. Ex.: /5 = 5, então /5=0,4 0 0,4 Exercícios 1) Transformar as frações em números decimais. Operações com números decimais Adição e Subtração Coloca-se vírgula sob virgula e somam-se ou subtraem-se unidades de mesma ordem. Exemplo 1: ,453 +,83 10, ,453,83 13,85 Exemplo : 47,3-9,35 47,30 9,35 37,95 Exercícios. Efetuar as operações: 1) 0, , ,45 ) 114,37-93,4 3) 83,7 + 0,53-15, 3 Respostas: 1) 36,18 ) 0,97 3) 68,93 Multiplicação com números decimais Multiplicam-se dois números decimais como se fossem inteiros e separam-se os resultados a partir da direita, tantas casas decimais quantos forem os algarismos decimais dos números dados. Exemplo: 5,3 x 3,8 5,3 casas, x 3,8 1 casa após a virgula ,16 3 casas após a vírgula Matemática ) ) 3) Respostas: 1) 0, ) 0,8 3) 0,5 ) Efetuar as operações: 1) 1,6 : 0,4 ) 5,8 : 0, 3) 45,6 : 1,3 4) 178 : 4,5-3,4.1/ 5) 35,6 : 1, /4 Respostas: 1) 4 ) 19 3) 35,07 4) 37,855 5) 00, Multiplicação de um número decimal por 10, 100, 1000 Para tornar um número decimal 10, 100, vezes maior, deslocase a vírgula para a direita, respectivamente, uma, duas, três,... casas decimais.,75 x 10 = 7,5 6,50 x 100 = 650 0,15 x 100 = 1,5,780 x =.780 0,060 x = 60 0,85 x = 85 DIVISÃO Para dividir os números decimais, procede-se assim: iguala-se o número de casas decimais; suprimem-se as vírgulas; efetua-se a divisão como se fossem números inteiros. Exemplos: 6 : 0,15 = 6,00 0, Igualam se as casas decimais. Cortam-se as vírgulas. 1. 7,85 : 5 = 7,85 : 5, : 500 = 1,57 Dividindo 785 por 500 obtém-se quociente 1 e resto 85 Como 85 é menor que 500, acrescenta-se uma vírgula ao quociente e zeros ao resto : 4 0,5 Como não é divisível por 4, coloca-se zero e vírgula no quociente e zero no dividendo

65 1. 0,35 : 7 = 0,350 7, : 700 = 0,05 Como 35 não divisível por 700, coloca-se zero e vírgula no quociente e um zero no dividendo. Como 350 não é divisível por 700, acrescenta-se outro zero ao quociente e outro ao dividendo Divisão de um número decimal por 10, 100, 1000 Para tornar um número decimal 10, 100, 1000,... vezes menor, desloca-se a vírgula para a esquerda, respectivamente, uma, duas, três,... casas decimais. Exemplos: 5,6 : 10 =,56 04 : 10 = 0,4 315, : 100 = 3, : 100 = 0,18 004,5 : = 0, : = 0,015 = 1, = 1, =, Estes números não são racionais: π Q, Q, 3 Q, 5 Q; e, por isso mesmo, são chamados de irracionais. Podemos então definir os irracionais como sendo aqueles números que possuem uma representação decimal infinita e não periódico. Chamamos então de conjunto dos números reais, e indicamos com R, o seguinte conjunto: R= { x x é racional ou x é irracional} milhar centena dezena Unidade simples décimo centésimo milésimo ,1 0,01 0,001 LEITURA DE UM NÚMERO DECIMAL Procedemos do seguinte modo: 1º) Lemos a parte inteira (como um número natural). º) Lemos a parte decimal (como um número natural), acompanhada de uma das palavras: décimos, se houver uma ordem (ou casa) decimal centésimos, se houver duas ordens decimais; milésimos, se houver três ordens decimais. Exemplos: 1) 1, Lê-se: "um inteiro e dois décimos". ) 1,75 Lê-se: "doze inteiros e setenta e cinco centésimos". 3) 8,309 Lê-se: "oito inteiros e trezentos e nove milésimos''. Como vemos, o conjunto R é a união do conjunto dos números racionais com o conjunto dos números irracionais. Usaremos o símbolo estrela (*) quando quisermos indicar que o número zero foi excluído de um conjunto. Exemplo: N* = { 1; ; 3; 4;... }; o zero foi excluído de N. Usaremos o símbolo mais (+) quando quisermos indicar que os números negativos foram excluídos de um conjunto. Exemplo: Z+ = { 0; 1; ;... } ; os negativos foram excluídos de Z. Usaremos o símbolo menos (-) quando quisermos indicar que os números positivos foram excluídos de um conjunto. Exemplo: Z = {... ; - ; - 1; 0 } ; os positivos foram excluídos de Z. Algumas vezes combinamos o símbolo (*) com o símbolo (+) ou com o símbolo (-). Exemplos Z * = ( 1; ; 3;... ) ; o zero e os negativos foram excluídos de Z. Z + * = {... ; - 3; - ; - 1 } ; o zero e os positivos foram excluídos de Z. Observações: 1) Quando a parte inteira é zero, apenas a parte decimal é lida. Exemplos: a) 0,5 - Lê-se: "cinco décimos". b) 0,38 - Lê-se: "trinta e oito centésimos". c) 0,41 - Lê-se: "quatrocentos e vinte e um milésimos". ) Um número decimal não muda o seu valor se acrescentarmos ou suprimirmos zeros â direita do último algarismo. Exemplo: 0,5 = 0,50 = 0,500 = 0,5000 "... 3) Todo número natural pode ser escrito na forma de número decimal, colocando-se a vírgula após o último algarismo e zero (ou zeros) a sua direita. Exemplos: 34 = 34, = 176,00... Matemática OPERAÇÕES COM NÚMEROS REAIS CORRESPONDÊNCIA ENTRE NÚMEROS E PONTOS DA RETA, ORDEM, VALOR ABSOLUTO Há números que não admitem representação decimal finita nem representação decimal infinita e periódico, como, por exemplo: π = 3, Exercícios propostos: 1. Completar com ou a) 0 N b) 0 N * c) 7 Z d) - 7 Z + e) 7 Q f) 1 7 Q. Completar com ou a) 3 Q d) π Q b) 3,1 Q e) 3, Q c) 3,14 Q 3. Completar com ou : Z * + N * d) Z * g) 7 1 Q + * h) 7 Q i) 7 Q j) 7 R * Z N e) Z R + R + Q 4. Usando diagramas de Euler-Venn, represente os conjuntos N, Z, Q e R

66 R. Respostas: 1. a) b) c) d) e) f) g) h) i) j) O metro quadrado, seus múltiplos e submúltiplos são apresentados no quadro seguinte: Múltiplos Unidade Submúltiplos Nome quilôm etro quadr ado hectôme tro quadrad o decâm etro quadr ado metro quadrado decím etro quadr ado centím etro quadr ado milímet ro quadra do. a) b) 3. a) b) 4. c) d) c) d) e) e) Símbo lo km hm dam m dm cm mm m 0,01 0,000 0,0000 Valor m m m m 1 m 01 m Observando o quadro apresentado, podemos notar que cada unidade de área ê cem vezes maior que a unidade imediatamente inferior. Assim, podemos escrever: 1 km = 100 hm 1m = 100 dm 1 hm = 100 dam 1 dm = 100 cm 1 dam = 100 m 1 cm = 100 mm Reta numérica Uma maneira prática de representar os números reais é através da reta real. Para construí-la, desenhamos uma reta e, sobre ela, escolhemos, a nosso gosto, um ponto origem que representará o número zero; a seguir escolhemos, também a nosso gosto, porém à direita da origem, um ponto para representar a unidade, ou seja, onúmero um. Então, a distância entre os pontos mencionados será a unidade de medida e, com base nela, marcamos, ordenadamente, os números positivos à direita da origem e os números negativos à sua esquerda. SISTEMAS DE MEDIDAS DECIMAIS: MEDIDAS DE COMPRIMENTO (PERÍMETRO), DE SUPERFÍCIE, DE CAPACIDADE, DE VOLUME E DE MASSA, MEDIDAS DE TEMPO MEDIDAS DE COMPRIMENTO As medidas lineares de comprimento têm como unidade legal o metro, representado por m. Assim, medir uma distancia significa compará-la com o metro e determinar quantas vezes ela o contém. No quadro abaixo, vemos o metro, seus múltiplos e submúltiplos. Múltiplos Uni dad e Submúltiplos Nome quilô metro hectôme tro decâmet ro met ro decímet ro centímet ro milímetr o Símbo km hm dam m dm cm mm lo Valor 1000 m 100 m 10 m 1 m 0,1 m 0,01 m 0,001 m Observando a quadro apresentado, podemos notar que cada unidade de comprimento é dez vezes maior que a unidade imediatamente inferior. Assim, podemos escrever: 1 km = 10 hm 1m = 10 dm 1 hm = 10 dam 1 dm = 10 cm 1 dam = 10 m 1 cm = 10 mm MEDIDAS DE SUPERFÍCIE Medir uma superfície é compará-la com outra superfície tomada como unidade. A medida de uma superfície é chamada área da superfície. A unidade legal de medida da área de uma superfície é a área de um quadrilátero cujos lados medem 1 metro e que tem a seguinte forma: 1 m Matemática 1m 1 m 1 m Essa unidade é chamada metro quadrado e representada por m. 14 MEDIDAS DE VOLUME Medir um sólido, ou a "quantidade de espaço" ocupada por ele significa compará-lo com outro sólido tomado como unidade. A medida de um sólido é chamada volume do sólido. Essa unidade é chamada metro cúbico e é representada por m 3. O metro cúbico, seus múltiplos e submúltiplos são apresentados no quadro seguinte: Múltiplos Unid Submúltiplos Nom e Símb olo quilômetr o cúbico hectôm etro cúbico decâm etro cúbico ade metro cúbic o decím etro cúbic o centím etro cúbico milímetro cúbico km 3 hm 3 dam 3 m 3 cm 3 dm 3 mm 3 Valor m 3 0,001 0,0000 0, m 3 000m 3 m 3 m 3 01 m m 3 Observando o quadro apresentado, podemos notar que cada unidade de volume é mil vezes maior que a unidade imediatamente inferior. Assim, podemos escrever: 1 km 3 = 1000 hm 3 1m 3 = 1000 dm 3 1 hm 3 = 1000 dam 3 1 dm 3 = 1000 cm 3 1 dam 3 = 1000 m 3 1 cm 3 = 1000 mm 3 MEDIDAS DE CAPACIDADE A capacidade, por ser um volume, pode ser medida em unidades volume, já estudadas. Todavia, uma unidade prática - o litro ( l ) foi definida, de acordo com a seguinte condição: ou seja, 1 litro equivale ao volume de um cubo de 1 dm de aresta. O litro, seus múltiplos e submúltiplos são apresentados no quadro seguinte: Múltiplos Unida de Submúltiplos Nome hectolitro decalitro litro decilitro centilitro mililitro Símbolo hl dal l dl cl ml Valor 1 litro = 1 dm l 10 l 1 l 0,1 l 0,01 l 0,001 l Observando o quadro apresentado, podemos notar que cada unidade de capacidade é dez vezes maior que a unidade imediatamente inferior. Assim, podemos escrever: 1 hl = 10 dal 1dal = 10 litros 1 litro = 10 dl 1 dl = 10 cl 1 cl = 10 ml MEDIDAS DE MASSA

67 A unidade legal adotada para medir a massa dos corpos é o quilograma (kg). Na prática, costuma-se usar como unidade-padrão o grama (g), que corresponde a milésima parte do quilograma, o grama, seus múltiplos e submúltiplos são apresentados no seguinte quadro: Nome quilogra ma Matemática Múltiplos hectogra ma decagr ama Unida de grama decigr ama Submúltiplos centigra ma miligram a Símbol kg hg dag g dg cg mg o Valor g 100 g 10 g 1 g 0,1 g 0,01 g 0,001 g Observando o quadro apresentado, podemos notar que cada unidade de massa é dez vezes maior que a unidade imediatamente inferior. Assim, podemos escrever: 1 kg = 10 hg 1 g = 10 dg 1 hg = 10 dag 1 dg = 10 cg 1 dag = 10 g 1 cg = 10 mg A razão entre dois números a e b, com b 0, é o quociente a b, ou a : b. MEDIDAS DE TEMPO Por não pertencerem ao sistema métrico decimal, apresentamos aqui um rápido estudo das medidas de tempo. A unidade legal para a medida de tempo é o segundo. os seus múltiplos são apresentados no quadro seguinte: Unidade Múltiplos nome segundo minuto hora dia Símbolo s min h d valor 1 s 60 s 60 min = s 4 h = min = s As medidas de tempo inferiores ao segundo não têm designação própria; utilizamos, então, submúltiplos decimais. Assim, dizemos: décimos de segundo, centésimos de segundo, ou milésimos de segundo. Utilizam-se também as unidades de tempo estabelecidas pelas convenções usuais do calendário civil e da Astronomia, como, por exemplo, 1 mês, o ano, o século, etc. Da análise do quadro apresentado e da observação, podemos afirmar que: 1 min = 60 s 1 h = 60 min = s 1 d = 4 h 1 mês = 30 d 1 ano = 1 meses 1 século = 100 anos Para efetuar a mudança de uma unidade para outra, devemos multiplicá-la (ou dividi-la) pelo valor dessa unidade: 10 min = 600 s - equivale a = s = 40 min - equivale a = 40 1 h = 70 min - equivale a = 70 1 d = 86400s - equivale a 1440 min. 60 = PROPORCIONALIDADE: RAZÃO E PROPORÇÃO 1. INTRODUÇÃO Se a sua mensalidade escolar sofresse hoje um reajuste de $ 80,00, como você reagiria? Acharia caro, normal, ou abaixo da expectativa? Esse mesmo valor, que pode parecer caro no reajuste da mensalidade, seria considerado insignificante, se se tratasse de um acréscimo no seu salário. Naturalmente, você já percebeu que os $ 80,00 nada representam, se não forem comparados com um valor base e se não forem avaliados de acordo com a natureza da comparação. Por exemplo, se a mensalidade escolar fosse de $ 90,00, o reajuste poderia ser considerado alto; afinal, o valor da mensalidade teria quase dobrado. Já no caso do salário, mesmo considerando o salário mínimo, $ 80,00 seriam uma parte mínima.. A fim de esclarecer melhor este tipo de problema, vamos estabelecer regras para comparação entre grandezas.. RAZÃO Você já deve ter ouvido expressões como: "De cada 0 habitantes, 5 15 são analfabetos", "De cada 10 alunos, gostam de Matemática", "Um dia de sol, para cada dois de chuva". Em cada uma dessas frases está sempre clara uma comparação entre dois números. Assim, no primeiro caso, destacamos 5 entre 0; no segundo, entre 10, e no terceiro, 1 para cada. Todas as comparações serão matematicamente expressas por um quociente chamado razão. Teremos, pois: De cada 0 habitantes, 5 são analfabetos. Razão = De cada 10 alunos, gostam de Matemática. Razão = c. Um dia de sol, para cada dois de chuva. Razão = Nessa expressão, a chama-se antecedente e b, consequente. Outros exemplos de razão: Em cada 10 terrenos vendidos, um é do corretor. Razão = Os times A e B jogaram 6 vezes e o time A ganhou todas. Razão = Uma liga de metal é feita de partes de ferro e 3 partes de zinco. Razão = 5 (ferro) Razão = 3 5 (zinco). 3. PROPORÇÃO Há situações em que as grandezas que estão sendo comparadas podem ser expressas por razões de antecedentes e consequentes diferentes, porém com o mesmo quociente. Dessa maneira, quando uma pesquisa escolar nos revelar que, de 40 alunos entrevistados, 10 gostam de Matemática, poderemos supor que, se forem entrevistados 80 alunos da mesma escola, 0 deverão gostar de Matemática. Na verdade, estamos afirmando que 10 estão representando em 40 o mesmo que 0 em 80. Escrevemos: = 0 80 A esse tipo de igualdade entre duas razões dá-se o nome de proporção. Dadas duas razões Na expressão acima, a e c são chamados de antecedentes e b e d de consequentes.. A proporção também pode ser representada como a : b : : c : d. Qualquer uma dessas expressões é lida assim: a está para b assim como c está para d. E importante notar que b e c são denominados meios e a e d,extremos. Exemplo: A proporção 3 7 = 9, ou 3 : 7 : : 9 : 1, é 1 lida da seguinte forma: 3 está para 7 assim como 9 está para 1. Temos ainda: 3 e 9 como antecedentes, 7 e 1 como consequentes, 7 e 9 como meios e 3 e 1 como extremos. 3.1 PROPRIEDADE FUNDAMENTAL O produto dos extremos é igual ao produto dos meios: a b Exemplo: = c d a b e proporção se c d, com b e d 0, teremos uma a b = c d. ad = bc ; b, c 0

68 Se 6 4 = 4 96, então = 4. 4 = ADIÇÃO (OU SUBTRAÇÃO) DOS ANTECEDENTES E CONSEQUENTES Em toda proporção, a soma (ou diferença) dos antecedentes está para a soma (ou diferença) dos consequentes assim como cada antecedente está para seu consequente. Ou seja: Se a b = c, entao a + c b + d = a = c, d b d ou a - c b - d = a b = c d Essa propriedade é válida desde que nenhum denominador seja nulo. Exemplo: = 8 16 = = = 14 = DIVISÃO PROPORCIONAL 1. INTRODUÇÃO: No dia-a-dia, você lida com situações que envolvem números, tais como: preço, peso, salário, dias de trabalho, índice de inflação, velocidade, tempo, idade e outros. Passaremos a nos referir a cada uma dessas situações mensuráveis como uma grandeza. Você sabe que cada grandeza não é independente, mas vinculada a outra conveniente. O salário, por exemplo, está relacionado a dias de trabalho. Há pesos que dependem de idade, velocidade, tempo etc. Vamos analisar dois tipos básicos de dependência entre grandezas proporcionais.. PROPORÇÃO DIRETA Grandezas como trabalho produzido e remuneração obtida são, quase sempre, diretamente proporcionais. De fato, se você receber $,00 para cada folha que datilografar, sabe que deverá receber $ 40,00 por 0 folhas datilografadas. Podemos destacar outros exemplos de grandezas diretamente proporcionais: Velocidade média e distância percorrida, pois, se você dobrar a velocidade com que anda, deverá, num mesmo tempo, dobrar a distância percorrida. Área e preço de terrenos. Altura de um objeto e comprimento da sombra projetada por ele. Assim: Duas grandezas São diretamente proporcionais quando, aumentando (ou diminuíndo) uma delas numa determinada razão, a outra diminui (ou aumenta) nessa mesma razão. pois, quanto mais torneiras estiverem abertas, menor o tempo para completar o tanque. Podemos concluir que: Duas grandezas são inversamente proporcionais quando, aumentando (ou diminuindo) uma delas numa determinada razão, a outra diminui (ou aumenta) na mesma razão. Vamos analisar outro exemplo, com o objetivo de reconhecer a natureza da proporção, e destacar a razão. Considere a situação de um grupo de pessoas que, em férias, se instale num acampamento que cobra $100,00 a diária individual. Observe na tabela a relação entre o número de pessoas e a despesa diária: Número de pessoas Despesa diária ( $ ) Você pode perceber na tabela que a razão de aumento do número de pessoas é a mesma para o aumento da despesa. Assim, se dobrarmos o número de pessoas, dobraremos ao mesmo tempo a despesa. Esta é portanto, uma proporção direta, ou melhor, as grandezas número depessoas e despesa diária são diretamente proporcionais. Suponha também que, nesse mesmo exemplo, a quantia a ser gasta pelo grupo seja sempre de $.000,00. Perceba, então, que o tempo de permanência do grupo dependerá do número de pessoas. Analise agora a tabela abaixo: Número de pessoas Tempo de permanência (dias) Note que, se dobrarmos o número de pessoas, o tempo de permanência se reduzirá à metade. Esta é, portanto, uma proporção inversa, ou melhor, as grandezas número de pessoas e número de dias são inversamente proporcionais. 4. DIVISÃO EM PARTES PROPORCIONAIS 4. 1 Diretamente proporcional Duas pessoas, A e B, trabalharam na fabricação de um mesmo objeto, sendo que A o fez durante 6 horas e B durante 5 horas. Como, agora, elas deverão dividir com justiça os $ 660,00 apurados com sua venda? Na verdade, o que cada um tem a receber deve ser diretamente proporcional ao tempo gasto na confecção do objeto. Dividir um número em partes diretamente proporcionais a outros números dados é encontrar partes desse número que sejam diretamente proporcionais aos números dados e cuja soma reproduza o próprio número. No nosso problema, temos de dividir 660 em partes diretamente proporcionais a 6 e 5, que são as horas que A e B trabalharam. Vamos formalizar a divisão, chamando de x o que A tem a receber, e de y o que B tem a receber. Teremos então: X + Y = PROPORÇÃO INVERSA Grandezas como tempo de trabalho e número de operários para a mesma tarefa são, em geral, inversamente proporcionais. Veja: Para uma tarefa que 10 operários executam em 0 dias, devemos esperar que 5 operários a realizem em 40 dias. Podemos destacar outros exemplos de grandezas inversamente proporcionais: Velocidade média e tempo de viagem, pois, se você dobrar a velocidade com que anda, mantendo fixa a distância a ser percorrida, reduzirá o tempo do percurso pela metade. Número de torneiras de mesma vazão e tempo para encher um tanque, Matemática 16 X 6 = Y 5 Esse sistema pode ser resolvido, usando as propriedades de proporção. Assim: X + Y = Substituindo X + Y por 660, vem = X X = = Como X + Y = 660, então Y = 300 Concluindo, A deve receber $ 360,00 enquanto B, $ 300, INVERSAMENTE PROPORCIONAL

69 E se nosso problema não fosse efetuar divisão em partes diretamente proporcionais, mas sim inversamente? Por exemplo: suponha que as duas pessoas, A e B, trabalharam durante um mesmo período para fabricar e vender por $ 160,00 um certo artigo. Se A chegou atrasado ao trabalho 3 dias e B, 5 dias, como efetuar com justiça a divisão? O problema agora é dividir $160,00 em partes inversamente proporcionais a 3 e a 5, pois deve ser levado em consideração que aquele que se atrasa mais deve receber menos. Dividir um número em partes inversamente proporcionais a outros números dados é encontrar partes desse número que sejam diretamente proporcionais aos inversos dos números dados e cuja soma reproduza o próprio número. Como x + y = 9400, então x = = x 50 Portanto y = Concluindo, a primeira turma deve receber $15.000,00 da empreiteira, e a segunda, $ ,00. Observação: Firmas de projetos costumam cobrar cada trabalho usando como unidade o homem-hora. O nosso problema é um exemplo em que esse critério poderia ser usado, ou seja, a unidade nesse caso seria homem-dia. Seria obtido o valor de $ 300,00 que é o resultado de : 50, ou de : 48. No nosso problema, temos de dividir 160 em partes inversamente proporcionais a 3 e a 5, que são os números de atraso de A e B. Vamos formalizar a divisão, chamando de x o que A tem a receber e de y o que B tem a receber. x + y = 160 GRÁFICOS SISTEMA CARTESIANO ORTOGONAL Como já vimos, o sistema cartesiano ortogonal é composto por dois eixos perpendiculares com origem comum e uma unidade de medida. Teremos: x 1 3 = y 1 5 Resolvendo o sistema, temos: x + y = x 1 1 Matemática x + y Mas, como x + y = 160, então 160 = x x = = x x = 160 x = Como x + y = 160, então y = 60. Concluíndo, A deve receber $ 100,00 e B, $ 60, DIVISÃO PROPORCIONAL COMPOSTA Vamos analisar a seguinte situação: Uma empreiteira foi contratada para pavimentar uma rua. Ela dividiu o trabalho em duas turmas, prometendo pagá-las proporcionalmente. A tarefa foi realizada da seguinte maneira: na primeira turma, 10 homens trabalharam durante 5 dias; na segunda turma, 1 homens trabalharam durante 4 dias. Estamos considerando que os homens tinham a mesma capacidade de trabalho. A empreiteira tinha $ 9.400,00 para dividir com justiça entre as duas turmas de trabalho. Como fazê-lo? Essa divisão não é de mesma natureza das anteriores. Trata-se aqui de uma divisão composta em partes proporcionais, já que os números obtidos deverão ser proporcionais a dois números e também a dois outros. Na primeira turma, 10 homens trabalharam 5 dias, produzindo o mesmo resultado de 50 homens, trabalhando por um dia. Do mesmo modo, na segunda turma, 1 homens trabalharam 4 dias, o que seria equivalente a 48 homens trabalhando um dia. Para a empreiteira, o problema passaria a ser, portanto, de divisão diretamente proporcional a 50 (que é 10. 5), e 48 (que é 1. 4). Para dividir um número em partes de tal forma que uma delas seja proporcional a m e n e a outra a p e q, basta divida esse número em partes proporcionais a m. n e p. q. Convém lembrar que efetuar uma divisão em partes inversamente proporcionais a certos números é o mesmo que fazer a divisão em partes diretamente proporcionais ao inverso dos números dados. Resolvendo nosso problema, temos: Chamamos de x: a quantia que deve receber a primeira turma; y: a quantia que deve receber a segunda turma. Assim: x 10 5 = y 1 4 ou x 50 = y 48 x + y = x No eixo horizontal, chamado eixo das abscissas, representamos os primeiros elementos do par ordenado de números reais. - No eixo vertical, chamado eixo das ordenadas, representamos os segundos elementos do par ordenado de números reais. Vale observar que: A todo par ordenado de números reais corresponde um e um só ponto do plano, e a cada ponto corresponde um e um só par ordenado de números reais. Vamos construir gráficos de funções definidas por leis y = f (x) com x Є IR. Para isso: 1º) Construímos uma tabela onde aparecem os valores de x e os correspondentes valores de y, do seguindo modo: a) atribuímos a x uma série de valores do domínio, b) calculamos para cada valor de x o correspondente valor de y através da lei de formação y = f ( x ); º) Cada par ordenado (x,y), onde o 1º elemento é a variável independente e o º elemento é a variável dependente, obtido na tabela, determina um ponto do plano no sistema de eixos. 3º) 0 conjunto de todos os pontos (x,y), com x Є D(f) formam o gráfico da função f (x). Exemplo: Construa o gráfico de f( x ) = x 1 onde D = { 1, 0, 1,, 3 } x y ponto f ( 1 ) =. ( 1 ) 1 = 3 f ( 0 ) =. 0 1 = 1 f ( 1 ) =. 1 1 = 1 f ( ) =. 1 = 3 f ( 3 ) =. 3 1 = Os pontos A, B, C, D e E formam o gráfico da função. ( 1, 3) ( 0, 1) ( 1, 1) (, 3) ( 3, 5)

70 OBSERVAÇÃO Se tivermos para o domínio o intervalo [ 1,3], teremos para gráfico de f(x) = x 1 um segmento de reta com infinitos pontos). Escrevendo a proporção, temos: = x = = 1 x Concluíndo, o automóvel percorrerá a mesma distância em 1 horas. Regra de três simples é um processo prático utilizado para resolver problemas que envolvam pares de grandezas direta ou inversamente proporcionais. Essas grandezas formam uma proporção em que se conhece três termos e o quarto termo é procurado. Se tivermos como domínio o conjunto IR, teremos para o gráfico de f(x) = x 1 uma reta. REGRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA REGRA DE TRÊS SIMPLES Retomando o problema do automóvel, vamos resolvê-lo com o uso da regra de três de maneira prática. Devemos dispor as grandezas, bem como os valores envolvidos, de modo que possamos reconhecer a natureza da proporção e escrevê-la. Assim: Grandeza 1: tempo (horas) 6 8 Grandeza : distância percorrida (km) Observe que colocamos na mesma linha valores que se correspondem: 6 horas e 900 km; 8 horas e o valor desconhecido. Vamos usar setas indicativas, como fizemos antes, para indicar a natureza da proporção. Se elas estiverem no mesmo sentido, as grandezas são diretamente proporcionais; se em sentidos contrários, são inversamente proporcionais. Nesse problema, para estabelecer se as setas têm o mesmo sentido, foi necessário responder à pergunta: "Considerando a mesma velocidade, se aumentarmos o tempo, aumentará a distância percorrida?" Como a resposta a essa questão é afirmativa, as grandezas são diretamente proporcionais. Já que a proporção é direta, podemos escrever: = 8 x Então: 6. x = x = 700 = Concluindo, o automóvel percorrerá 1 00 km em 8 horas. Vamos analisar outra situação em que usamos a regra de três. Um automóvel, com velocidade média de 90 km/h, percorre um certo espaço durante 8 horas. Qual será o tempo necessário para percorrer o mesmo espaço com uma velocidade de 60 km/h? Grandeza 1: tempo (horas) 8 x 900 x Grandeza : velocidade (km/h) A resposta à pergunta "Mantendo o mesmo espaço percorrido, se aumentarmos a velocidade, o tempo aumentará?" é negativa. Vemos, então, que as grandezas envolvidas são inversamente proporcionais. Como a proporção é inversa, será necessário invertermos a ordem dos termos de uma das colunas, tornando a proporção direta. Assim: REGRA DE TRÊS COMPOSTA Vamos agora utilizar a regra de três para resolver problemas em que estão envolvidas mais de duas grandezas proporcionais. Como exemplo, vamos analisar o seguinte problema. Numa fábrica, 10 máquinas trabalhando 0 dias produzem.000 peças. Quantas máquinas serão necessárias para se produzir peças em 6 dias? Como nos problemas anteriores, você deve verificar a natureza da proporção entre as grandezas e escrever essa proporção. Vamos usar o mesmo modo de dispor as grandezas e os valores envolvidos. Grandeza 1: número de máquinas 10 x Grandeza : dias 0 6 Grandeza 3: número de peças Natureza da proporção: para estabelecer o sentido das setas é necessário fixar uma das grandezas e relacioná-la com as outras. Supondo fixo o número de dias, responda à questão: "Aumentando o número de máquinas, aumentará o número de peças fabricadas?" A resposta a essa questão é afirmativa. Logo, as grandezas 1 e 3 são diretamente proporcionais. Agora, supondo fixo o número de peças, responda à questão: "Aumentando o número de máquinas, aumentará o número de dias necessários para o trabalho?" Nesse caso, a resposta é negativa. Logo, as grandezas 1 e são inversamente proporcionais. Para se escrever corretamente a proporção, devemos fazer com que as setas fiquem no mesmo sentido, invertendo os termos das colunas convenientes. Naturalmente, no nosso exemplo, fica mais fácil inverter a coluna da grandeza x Agora, vamos escrever a proporção: 10 6 x = (Lembre-se de que uma grandeza proporcional a duas outras é proporcional ao produto delas.) = x = x Concluíndo, serão necessárias 8 máquinas. = 8 Regra de três composta é um processo prático utilizado para resolver problemas que envolvem mais de duas grandezas proporcionais. Matemática x 90 18

71 PORCENTAGEM MÉDIA ARITMÉTICA, MÉDIA ARITMÉTICA PONDERADA 1. INTRODUÇÃO Quando você abre o jornal, liga a televisão ou olha vitrinas, frequentemente se vê às voltas com expressões do tipo: 1. "O índice de reajuste salarial de março é de 16,19%.". "O rendimento da caderneta de poupança em fevereiro foi de 18,55%." 3. "A inflação acumulada nos últimos 1 meses foi de 381, "Os preços foram reduzidos em até 0,5%." Mesmo supondo que essas expressões não sejam completamente desconhecidas para uma pessoa, é importante fazermos um estudo organizado do assunto porcentagem, uma vez que o seu conhecimento é ferramenta indispensável para a maioria dos problemas relativos à Matemática Comercial.. PORCENTAGEM O estudo da porcentagem é ainda um modo de comparar números u- sando a proporção direta. Só que uma das razões da proporção é um fração de denominador 100. Vamos deixar isso mais claro: numa situação em que você tiver de calcular 40% de $ 300,00, o seu trabalho será determinar um valor que represente, em 300, o mesmo que 40 em 100. Isso pode ser resumido na proporção: 40 x = Então, o valor de x será de $ 10,00. Sabendo que em cálculos de porcentagem será necessário utilizar sempre proporções diretas, fica claro, então, que qualquer problema dessa natureza poderá ser resolvido com regra de três simples. 3. TAXA PORCENTUAL O uso de regra de três simples no cálculo de porcentagens é um recurso que torna fácil o entendimento do assunto, mas não é o único caminho possível e nem sequer o mais prático. Para simplificar os cálculos numéricos, é necessário, inicialmente, dar nomes a alguns termos. Veremos isso a partir de um exemplo. Exemplo: Calcular 0% de Calcular 0%, ou de 800 é dividir 800 em 100 partes e tomar dessas partes. Como a centésima parte de 800 é 8, então 0 dessas partes será 160. Chamamos: 0% de taxa porcentual; 800 de principal; 160 de porcentagem. Temos, portanto: Principal: número sobre o qual se vai calcular a porcentagem. Taxa: valor fixo, tomado a partir de cada 100 partes do principal. Porcentagem: número que se obtém somando cada uma das 100 partes do principal até conseguir a taxa. A partir dessas definições, deve ficar claro que, ao calcularmos uma porcentagem de um principal conhecido, não é necessário utilizar a montagem de uma regra de três. Basta dividir o principal por 100 e tomarmos tantas destas partes quanto for a taxa. Vejamos outro exemplo. Exemplo: Calcular 3% de Primeiro dividimos por 100 e obtemos 40, que é a centésima parte de Agora, somando 3 partes iguais a 40, obtemos ou 1 80 que é a resposta para o problema. Observe que dividir o principal por 100 e multiplicar o resultado dessa 3 divisão por 3 é o mesmo que multiplicar o principal por ou 0, Vamos usar esse raciocínio de agora em diante: Porcentagem = taxa X principal Média aritmética de n números é o quociente da divisão da soma desses números por n. Exemplo: Achar a média aritmética dos números 5,7 e Ma = = Ma = Generalizando, a média aritmética entre os números a,b,c,d,..., 1, será: a + b + c + d Ma = n MÉDIA PONDERADA Ao tirarmos a média aritmética de varias quantidades, devemos levar em considerações certas circunstancias que influem nos valores dessas quantidades. Para calcular a media aritmética ponderada, multiplicamos os números pelos respectivos pesos e dividimos a soma desses produtos pela soma dos pesos. Vamos calcular a media ponderada dos números 15, 0 e 3, atribuindo-lhes respectivamente os pesos 4, 3 e Mp = = = = 0, Generalizando, calcular a média ponderada dos números N, N', N",... atribuindo-lhes, respectivamente, os pesos p, p', p",... Np + N' p' + N"p"... Mp = p + p' + p" +... MÉDIA HARMÔNICA Calculamos a média harmônica de n números a, b, c,..., dividindo n pela soma dos inversos desses números. Assim: n Mh = a b c Exemplos Calcular a media harmônica dos números,3 e Mh = = =, MÉDIA GEOMÉTRICA Média geométrica ou proporcional de dois números é igual à raiz quadrada do produto desses números. Assim, a média geométrica entre 6 e 4 será: Mg = 6x4 = EQUAÇÕES DO 1º GRAU. SISTEMAS DE EQUAÇÕES DO 1º GRAU COM DUAS VARIÁVEIS. INEQUAÇÕES DE 1º GRAU. RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS. EQUAÇÕES SEM PARÊNTESES Para resolver uma equação sem parênteses, obedecemos as seguintes instruções: eliminar denominadores, quando for o caso; transpor para o primeiro membro todos os termos que contêm a incógnita, e transpor para o segundo membro todos os termos que não contêm a incógnita (mudando o seu sinal, é claro); efetuar as operações indicadas; isolar a incógnita. 1 Matemática 19

72 EXEMPLO 1 - Resolver a equação: 5x x = - + x 5x + x - x = Efetuando as operações: 4x = + Isolando a incógnita x: x = Simplificando: x = 1 Resposta: a raiz ou solução é 4 1. EXEMPLO -Resolver a equação x + x = 3x Como os termos não têm o mesmo denominador, temos de reduzi-los ao mesmo denominador, tirando o M.M.C. dos mesmos. x x 3x + = M.M.C. ( 3, 4 ) = 1 4x 3x 4 36x + = Eliminando os denominadores: - 4x + 3x - 4 = -36x x + 3x + 36x = x = x = 35 Resposta: a raiz ou solução é EXEMPLO 5- Resolver a equação 6 + 4x 4 + = x M.M.C (3, 5) =15 5(6+ 4x) 30 3(-4x + ) 60 - = Eliminando os parênteses e o denominador: x - 30 = 1x x + 1x = x = 66 x = 66 3 x = Resposta: a raiz ou solução é EXEMPLO 6 - Resolver a equação 5x + 3 = x + 7 4x Resolução: 5x + 3 = x + 7 4x 5x x + 4x = 7 3 8x = 4 x = 4 8 x = 1 EXEMPLO 7 - Resolver a equação 4 + (x 3) = (x 3) = x 6 = 0 x = 6 4 x = Matemática EQUAÇÕES COM PARÊNTESES Para resolver uma equação envolvendo parênteses, devemos obedecer às seguintes instruções: eliminar os parênteses; resolver a equação sem parênteses. EXEMPLO 3 - Resolver a equação 3x + ( x) = 4 3x + x = 4 3x x = 4 x = x = x = 1 Resposta: a raiz ou solução é 1. EXEMPLO 4 - Resolver a equação 4x 3. (4x x) = 5 + 3x Para eliminarmos os parênteses, efetuamos a multiplicação indicada: 4x 1x x = 5 + 3x 4x 1x + 3x 3x = 5 6 8x = 1 ( multiplicando por 1) 8x = 1 x = 1 8 Resposta:.a raiz ou solução da equação é x = x = 1 EXEMPLO 8 - Resolver a equação 8x 13 = x x 8x x x = x = 18 x = 5 EXEMPLO 9 - Resolver a equação 3x + (6x ) = x (x + 3) 3x + 6x = x x 3 3x + 6x x + x = x = 1 x = 1 10 EXEMPLO 10 - Resolver a equação 3x x 1 = 4 3 3( 3x + 10) 4( 4x 1) = 1 1 3(3x + 10) = 4(4x 1) 9x + 30 =16x 4 9x 16x.= x = 34 ( multiplicando por 1) 7x = 34 x = 34 7

73 PROBLEMAS DO PRIMEIRO GRAU EQUAÇÕES DE º GRAU Para resolvermos algebricamente um problema do 1º grau com uma incógnita, devemos seguir as seguintes instruções: 1º) escolher uma letra qualquer, por exemplo a letra x, para representar o elemento desconhecido que desejamos calcular; º) usando essa letra, estabelecer a equação do problema; 3º) resolver a equação; 4º) verificar o resultado. EXEMPLO 1 - Qual é o número que, somado com 9, é igual a 0? Solução: número: x Equação: x + 9 = 0 Resolução: x = 0 9 x = 11 Verificação: número: = 0 EXEMPLO - Qual o número que adicionado a 15, é igual a 31? Solução: x + 15 = 31 x = x = 16 EXEMPLO 3 - Subtraindo 5 de um certo número obtemos 11. Qual é esse número? Solução : x 5 = 11 x = x = 36 EXEMPLO 4 - O triplo de um número menos 7 é igual a 80. Qual é o número? Número: x Equação: 3x 7 = 80 3x = x = 87 x = 9 x = 87 3 EXEMPLO 5 - A soma de dois números é igual a. 50. O número maior é o quádruplo do menor. Calcule os números: número menor: x número maior: 4x equação: x + 4x = 50 5x = 50 x = 10 número menor: 10 número maior: = = 50 Resposta: os números são 10 e 40. EXEMPLO 6 - Qual é o número que somado a seu dobro é igual a 18? x + x = 18 3x = 18 x = 18 = 6 3 Resposta: x = 6 Exercícios : A soma do triplo de um número com 15 é igual a 78. Qual é o número? Resposta: x = 1 A soma da metade de um número com 16 é igual a 30. Calcule o número. Resposta: x = 8 Somando-se 8 unidades ao quádruplo de um número, o resultado é 60. Calcule o número. Resposta: x = 13 A soma da metade de um número com o seu triplo é igual a Calcule o número. Resposta: x = 3 1. DEFINIÇÃO Denomina-se equação do º grau com uma variável toda equação da forma: ax + bx + c = 0 onde x é a variável e a,b,c R, com a 0. Assim, são equações do º grau com uma variável: x 5x + = 0 a =, b = 5, c = 6x + 7x + 1 = 0 a = 6, b = 7, c = 1 y + 5y 6 = 0 a = 1, b = 5, c = 6 x + 0x 9 = 0 a =1, b = 0 c = 9 t 6t + 0 = 0 a =, b = 6, c = 0 COEFICIENTES DA EQUAÇÃO DO º GRAU Os números reais a, b, c são denominados coeficientes da equação do º grau, e: a é também o coeficiente do termo em x b é sempre o coeficiente do termo em x c é chamado termo independente ou termo constante. Assim, na equação do º grau 5x 6x + 1, seus coeficientes são: a = 5 b = 6 c = 1 EQUAÇÕES COMPLETAS E EQUAÇÕES INCOMPLETAS Sabemos, pela definição, que o coeficiente a é sempre diferente de zero, porém, os coeficientes b e c podem ser nulos. Assim: Quando b e c são diferentes de zero, a equação se diz completa: Exemplos: x 3x + 1 = 0 y 4y + 4 = 0 são equações completas 5t + t + 3 = 0 Quando b = 0 ou c = 0 ou b = c = 0, a equação se diz incompleta. Neste caso, é costume escrever a equação sem o termo de coeficiente nulo. Exemplos: x - 4 = 0, em que b = 0 não está escrito o termo em x y + 3y = 0, em que c = 0 não está escrito o termo independente 5x = 0, em que b = c = 0 não estão escritos o termo em x e o termo independente RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES 1) Resolver a equação x 5x = 0 x 5x = 0 x. (x 5) = 0 x = 0 ou (raiz da equação) x 5 = 0 => x = 5 (raiz da equação) S = { 0, 5 } ) Resolver a equação x(x + 3) + (x ) = 4 x(x + 3) + (x ) = 4 x + 3x + x 4x + 4 = 4 x + 3x + x 4x = 0 x x = 0 x. ( x 1) = 0 x = 0 ou Matemática 1

74 x 1 = 0 x = 1 x = S = { 0, 1 } 3) Resolver a equação x 16 = 0 x = 16 x = + 16 x = + 4 x = + 4 ou x = 4 S = { 4, 4 } 4) Resolver a equação 5x 45 = 0 5x 45 = 0 5x = 45 x = 45 5 x = 9 x = + 9 x = +3 x = +3 ou x = 3 S = { 3, 3 } 5) Resolver a equação x 10 = 0 x 10 = 0 x = 10 x = x = 5 10 x = ± 5 x = + 5 ou x = 5 S = { 5, 5 } 6) Resolver a equação x 4m = 0 x 4m = 0 x = 4m x = + 4m x = ± m x = +m ou x = m S = { m, m } Para resolver equações completas usamos a fórmula: b x = ± onde = b - 4ac a Se for nulo ( = 0) usamos a fórmula: 1 x = b a 7) Resolver a equação x 5x + 6 = 0 x 5x + 6 = 0 a =1; b = 5 e c = 6 = b 4ac = ( 5) 4(1).(6) = 5 4 = 1 ( ) ( 1) b x = ± = 5 ± 1 5 ± 1 = a x' = = = x '' = = = S = {, 3 } 8) Resolver a equação x(x 4) = x(x 4) = x 4x = x 4x = 0 a = 1; b = 4 e c = = b 4 a c =, ( 4) 4(1) ( ) = 4 ( ) ( 1) b x = ± = 4 ± 4 = a x' = = x" = = 6 S = { 6, + 6 } 4 ± 6 EXERCÍCIOS 01) Resolva no conjunto R as seguintes equações incompletas do º grau: a) x 1 = 0 b) y 81 = 0 c) x 10x = 0 d) 9x 4 = 0 e) t + 7t = 0 f) 3y 5y = 0 g) x +18 = 0 h) u 10 = 0 i) 4x x = 0 j) 3y 108 = 0 l) 8x +1x = 0 m) x +16 = 0 n) 6t 6 = 0 o) 10x + 10x = 0 p) 5v +1 = 0 0) Resolva no conjunto R as seguintes equações incompletas do º grau: a) x + x(x 15) = 0 b) (x 4)(x + 3) + x = 5 c) (x + 3) + (x 3) 116 = 0 d) (4 + x) 16 = 0 e) ( t 1 ) = 3t + 1 f) (5 + x) 10(x + 5) = 0 g) 3y(y + 1) + (y 3) = y+9 h) x(x+1) = x(x + 5) + 3(1 x) 03) Resolva no conjunto R as seguintes equações do.º grau: a) x x 0 = 0 b) x 7x + 1 = 0 c) 3y + y 1 = 0 d) x + 6x + 9 = 0 e) 9x 6x + 5 = 0 f) 3t + t + 4 = 0 g) x x 1 = 0 h) 6y + y 1 = 0 i) u + 4u 5 = 0 j) 16x + 8x 1= 0 l) x 6x 7 = 0 m) y y + 1 = 0 04) Resolva no conjunto R as seguintes equações do º grau: a) x x = x 3 b) y y = 0 c) x = 5x 6 d) t t = t 1 e) x 3x = 4 f) 3y + y = y +1 g) x 9 = x + 6x h) v + 9v + 16 = 3v RESPOSTAS 01) a) S = { 1, 1 } b) S = { 9, 9 } c) S = { 0, 10 } d) S = { /3, /3 } e) S = { 0, 7 } f) S = { 0, 5/3 } g) S = { 3, 3 } h) S = { - 5, 5 } i) S = { 0, 1/4 } j) S = { 6, 6 } l) S = { 0, 3/ } m) S = n) S = { 1, 1 } o) S = { 0, 1 } p) S = { 1/5, 1/5 } 0) a) S = { 0, 5 } b) S = { 8, 8 } c) S = { 7, 7 } d) S = { 0, 4 } e) S = { 0, 5 } f) S = { 5, 5 } g) S = { 0, 1 } h) S = { 6, 6 } 03) a) S = { 4, 5 } b) S = { 3, 4 } c) S = { 1, 1/3 } d) S = { 3 } Matemática

75 e) S = f) S = { 1, 4/3 } g) S={1, 1+ } h) S = { 1/, 1/3 } i) S = { 5, 1 } j) S = { 1/4 } l) S = { 1, 7 } m) S = Interpretação: O número 7 não vale para resposta, pois não é número natural. Logo, devemos ter: x = (menor) e x + 5 = + 5 = 7 (maior). Resposta: os números pedidos são e 7. 04) a) S = { 1, 3 } b) S = { 1, } c) S = d) S = { 1 } e) S = { 1, 4 } f) S = { 1, 1/ } g) S = { 3 } h) S = { 3/, 6 } PROBLEMAS DO º GRAU A resolução de um problema de º grau constitui-se de três fases: Estabelecer a equação ou o sistema de equações correspondentes ao problema, Resolver a equação ou o sistema, Interpretar a solução encontrada, 1º exemplo: A soma do quadrado com o dobro de um número real é igual a 48, Calcular esse número. Solução: Número: x Equação: x + x = 48 a = 1 x + x = 48 b = c = 48 = () 4(1)( 48) = = 196 ( ) x = ± 196 = ± x ' = = 6 ( ) e 16 x"= - = 8 Como 6 ou 8 são números reais, tanto um como outro valem para a resposta. Resposta: O número pedido é 6 ou 8. º exemplo: A diferença entre certo número natural e o seu inverso é igual a 15/4. Calcular esse número. Solução: Número: x Equação: x 4 x 4 15x Resolução: = 4x 4x a = 4; b = 15 e c = = x 4 = ( 15) 4(4)( 4) = = 89 ( ) ( 4) x = 15 ± ± 17 = 8 3 x ' = = 4 8 e x' ' = - 8 = Interpretação: O número 1/4 não vale para a resposta, pois não é número natural. Resposta: 0 número pedido é 4. 3º exemplo: Dados dois números naturais, o maior supera o menor em 5 unidades. Sabendo-se que o produto deles é 14, determinar os dois números. Solução:Menor número: x Maior número: x + 5 Equação: x(x + 5) = 14 Resolução: x + 5x = 14 x + 5x 14 = 0 Resolvendo a equação encontramos as respostas: x' = e x" = INTRODUÇÃO À ESTATÍSTICA: GRÁFICOS 1. GRÁFICO ESTATÍSTICO O gráfico estatístico é uma forma de apresentação dos dados estatísticos, cujo objetivo é o de produzir, no investigador ou no público cm geral, uma impressão mais rápida e viva do fenômeno cm estudo, já que os gráficos falam mais rápido à compreensão que as séries. Para tornarmos possível uma representação gráfica, estabelecemos uma correspondência entre os termos da série e determinada figura geométrica, de tal modo que cada elemento da série seja representado por uma figura proporcional. A representação gráfica de um fenômeno deve obedecer a certos requisitos fundamentais, para ser realmente útil: a. Simplicidade o gráfico deve ser destituído de detalhes de importância secundária, assim como de traços desnecessários que possam levar o observador a uma análise morosa ou com erros. b. Clareza o gráfico deve possibilitar uma correta interpretação dos valores representativos do fenômeno em estudo. c. Veracidade o gráfico deve expressar a verdade sobre o fenômeno em estudo. Os principais tipos de gráficos são os diagramas, os cartogramas e os pictogramas.. DIAGRAMAS Dentre os principais diagramas, destacamos:.1. Gráfico em linha ou em curva Este tipo de gráfico se utiliza da linha poligonal para representar a série estatística. O gráfico em linha constitui uma aplicação do processo de representação das funções num sistema de coordenadas cartesianas. Como sabemos, nesse sistema fazemos uso de duas retas perpendiculares; as retas são os eixos coordenados e o ponto de intersecção, a origem. O eixo horizontal é denominado eixo das abscissas (ou eixo dos x) e o vertical, eixo das ordenadas (ou eixo dos y). Para tornar bem clara a explanação, consideremos a seguinte série: PRODUÇÃO DE VEÍCULOS DE AUTOPROPULSÃO BRASIL FONTE: ANOS ANFAVEA. QUANTIDADES (1000 unidades) Vamos tomar os anos como abscissas e as quantidades como ordenadas. Assim, um ano dado (x) e a respectiva quantidade (y) formam um par ordenado (x, y), que pode ser representado num sistema cartesiano. Determinados, graficamente, todos os pontos da série, usando as coordenadas, ligamos todos esses pontos, dois a dois, por segmentos de reta, o que irá nos dar uma poligonal, que é o gráfico em linha ou em curva correspondente à série em estudo (Figura 4.1). Matemática 3

76 NOTAS: No exemplo dado, o zero foi indicado no eixo vertical, mas, por razões óbvias, não foi indicado no eixo horizontal. Observe que o zero, de modo geral, deverá ser indicado sempre que possível, especialmente no eixo vertical. Se, por alguma razão, for impossivel tal indicação e se essa omissão puder levar o observador a conclusões errôneas, é prudente chamar a atenção para a omissão por um dos meios indicados nas Figuras 4., 4,3 e 4,4: b. Gráfico em barras PRODUÇÃO DE ALHO BRASIL 1988 ESTADOS QUANTIDADES (t) Santa Catarina Minas Gerais Rio Grande do Sul 6.89 Goiás São Paulo FONTE: BGE Com o intuito de melhorar o aspecto visual, podemos sombrear ou hachurar o gráfico. Assim, o gráfico da Figura 4.3 toma o seguinte aspecto: FIGURA 4.8 Quando representamos, em um mesmo sistema de coordenadas, a variação de dois fenômenos, a parte interna da figura formada pelos gráficos desses fenômenos é denominada área de excesso: NOTAS: Sempre que os dizeres a serem inscritos são extensos, devemos dar preferência ao gráfico em barras (séries geográficas e especificas). Porém, se ainda assim preferirmos o gráfico em colunas, os dizeres deverão ser dispostos de baixo para cima, nunca ao contrário. A ordem a ser observada é a cronológica, se a série for histórica, e a decrescente, se for geográfica ou categórica. A distância entre as colunas (ou barras), por questões estéticas, não deverá ser menor que a metade nem maior que os dois terços da largura (ou da altura) dos retângulos..3. Gráfico em colunas ou em barras múltiplas Este tipo de gráfico é geralmente empregado quando queremos representar, simultaneamente, dois ou mais fenômenos estudados com o propósito de comparação... Gráfico em colunas ou em barras É a representação de uma série por meio de retângulos, dispostos verticalmente (em colunas) ou horizontalmente (em barras). Quando em colunas, os retângulos têm a mesma base e as alturas são proporcionais aos respectivos dados. Quando em barras, os retângulos têm a mesma altura e os comprimentos são proporcionais aos respectivos dados. Assim estamos assegurando a proporcionalidade entre as áreas dos retângulos e os dados estatísticos. Exemplos: a. Gráfico em colunas CONSTRUÇÃO DE AERONAVES BRASIL ANOS FONTE: EMBRAER FIGURA 4.7 UNIDADES Exemplo: BALANÇA COMERCIAL - BRASIL ESPECIFICAÇÃO VALOR (US$ ) Exportação (FOB) Importação FONTE: Ministério da Economia..4. Gráfico em setores Este gráfico é construído com base em um círculo, e é empregado sempre que desejamos ressaltar a participação do dado no total. O total é representado pelo círculo, que fica dividido em tantos setores quantas são as partes. Os setores são tais que suas áreas são respectivamente proporcionais aos dados da série. Obtemos cada setor por meio de uma regra de três simples e direta, lembrando que o total da série corresponde a 3600 Matemática 4

77 Exemplo: Dada a série: ESPÉCIE Bovinos Suínos Ovinos Caprinos REBANHOS BRASILEIROS 1988 QUANTIDADE (milhões de cabeças) Total 03 FONTE: IBGE temos: X1 = 48, X1 = X1 x = 56,7 x = 57º x3 = 35,4 x3 = 35º x4 = 19,5 x4 = 0º unidades temporais; traçamos, a partir do centro O (pólo), semi-retas passando pelos pontos de divisão; marcamos os valores correspondentes da variável, iniciando pela semi-reta horizontal (eixo polar); ligamos os pontos encontrados com segmentos de reta; se pretendemos fechar a poligonal obtida, empregamos uma linha interrompida. Assim, para o nosso exemplo, temos: Com esses dados (valores em graus), marcamos num círculo de raio arbitrário, com um transferidor, os arcos correspondentes, obtendo o gráfico: NOTAS: O gráfico em setores só deve ser empregado quando há, no máximo, sete dados. Se a série já apresenta os dados percentuais, obtemos os respectivos valores em graus multiplicando o valor percentual por 3,6. 3. GRÁFICO POLAR É o gráfico ideal para representar séries temporais cíclicas, isto é, séries temporais que apresentam em seu desenvolvimento determinada periodicidade, como, por exemplo, a variação da precipitação pluviométrica ao longo do ano ou da temperatura ao longo do dia, a arrecadação da Zona Azul durante a semana, o consumo de energia elétrica durante o mês ou o ano, o número de passageiros de uma linha de ônibus ao longo da semana etc. O gráfico polar faz uso do sistema de coordenadas polares. Exemplo: Dada a série: PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA MUNICÍPIO DE RECIFE 1989 MESES Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro FONTE: IBGE PRECIPITAÇÃO MESES (mm) 174,8 36,9 83,9 46,7 418,1 418,4 538,7 33,8 39,7 66,1 83,3 01,3 traçamos uma circunferência de raio arbitrário (em particular, damos preferência ao raio de comprimento proporcional à média dos valores da série; neste caso, x = 14,5); construímos uma semi-reta (de preferência na horizontal) partindo de O (pólo) e com uma escala (eixo polar); dividimos a circunferência em tantos arcos quantas forem as 4. CARTOGRAMA O cartograma é a representação sobre uma carta geográfica. Este gráfico é empregado quando o objetivo é o de figurar os dados estatísticos diretamente relacionados com áreas geográficas ou políticas. Distinguimos duas aplicações: a. Representar dados absolutos (população) neste caso, lançamos mão, em geral, dos pontos, em número proporcional aos dados (Figura 4.1). b. Representar dados relativos (densidade) neste caso, lançamos mão, em geral, de hachuras (Figura 4.13). Exemplo: Dada a série: POPULAÇÃO PROJETADA DA REGIÃO SUL DO BRASIL 1990 ESTADO POPULAÇÃO(hab) ÁREA(km ) DENSIDADE Paraná ,8 Santa Catarina ,8 Rio Grande do Sul ,6 FONTE: IBGE. Obtemos os seguintes cartogramas: NOTA: Quando os números absolutos a serem representados forem muito grandes, no lugar de pontos podemos empregar hachuras. 5. PICTOGRAMA O pictograma constitui um dos processos gráficos que melhor fala ao público, pela sua forma ao mesmo tempo atraente e sugestiva. A representação gráfica consta de figuras. Matemática 5

78 Exemplo: Para a série: POPULAÇÃO DO BRASIL ANOS HABITANTES (milhares) FONTE: IBGE Temos a seguinte representação pictórica: Na verdade, o gráfico referente à Figura 4.14 é essencialmente um gráfico em barras; porém, as figuras o tornam mais atrativo, o que, provavelmente, despertará a atenção do leitor para o seu exame. Sistema normal é o nome que damos a um sistema de n equações a n incógnitas, cujo determinante é diferente de zero. (D 0) Na confecção de gráficos pictóricos temos que utilizar muita criatividade, procurando obter uma otimização na união da arte com a técnica. Eis alguns exemplos: A esse tipo de tabela, cujos elementos não foram numericamente organizados, denominamos tabela primitiva. Partindo dos dados acima tabela primitiva é difícil averiguar em torno de que valor tendem a se concentrar as estaturas, qual a menor ou qual a maior estatura ou, ainda, quantos alunos se acham abaixo ou acima de uma dada estatura. Assim, conhecidos os valores de uma variável, é difícil formarmos uma idéia exata do comportamento do grupo como um todo, a partir dos dados nãoordenados. A maneira mais simples de organizar os dados é através de uma certa ordenação (crescente ou decrescente). A tabela obtida após a ordenação dos dados recebe o nome de rol. TABELA 5. ESTATURAS DE 40 ALUNOS DO COLÉGIO A Agora, podemos saber, com relativa facilidade, qual a menor estatura (150 cm) e qual a maior (173 cm); que a amplitude de variação foi de = 3 cm; e, ainda, a ordem que um valor particular da variável ocupa no conjunto. Com um exame mais acurado, vemos que há uma concentração das estaturas em algum valor entre 160 cm e 165 cm e, mais ainda, que há poucos valores abaixo de 155 cm e acima de 170 cm.. DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA No exemplo que trabalhamos, a variável em questão, estatura, será observada e estudada muito mais facilmente quando dispusermos valores ordenados em uma coluna e colocarmos, ao lado de cada valor, o número de vezes que aparece repetido. Denominamos frequência o número de alunos que fica relacionado a um determinado valor da variável. Obtemos, assim, uma tabela que recebe o nome de distribuição de frequência: TABELA 5.3 ESTAT. FREQ. ESTAT. FREQ ESTAT. FREQ. (cm) (cm) (cm) Total 40 ESTATÍSTICA DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA TABELA PRIMITIVA ROL Vamos considerar, neste capítulo, em particular, a forma pela qual podemos descrever os dados estatísticos resultantes de variáveis quantitativas, como é o caso de notas obtidas pelos alunos de uma classe, estaturas de um conjunto de pessoas, salários recebidos pelos operários de uma fábrica etc. Suponhamos termos feito uma coleta de dados relativos às estaturas de quarenta alunos, que compõem uma amostra dos alunos de um colégio A, resultando a seguinte tabela de valores: TABELA 5.1 ESTATURAS DE 40 ALUNOS DO COLÉGIO A Mas o processo dado é ainda inconveniente, já que exige muito espaço, mesmo quando o número de valores, da variável (n) é de tamanho razoável. Sendo possível, a solução mais aceitável, pela própria natureza da variável contínua, é o agrupamento dos valores em vários intervalos. Assim, se um dos intervalos for, por exemplo, *, em vez de dizermos que a estatura de 1 aluno é de 154 cm; de 4 alunos, 155 cm; de 3 alunos, 156 cm; e de 1 aluno, 157 cm. diremos que nove alunos tem estaturas entre 154, inclusive, e 158 cm. ( * *é um intervalo fechado à esquerda e aberto à direita, tal que: 154 x < 158.). Deste modo, estaremos agrupando os valores da variável em intervalos, sendo que, em Estatística, preferimos chamar os intervalos de classes. Chamando de frequência de uma classe o número de valores da variável pertencentes à classe, os dados da Tabela 5.3 podem ser dispostos como na Tabela 5.4, denominada distribuição de frequência com intervalos de classe: TABELA 5.4 ESTATURAS DE 40 ALUNOSDO COLÉGIO A ESTATURAS (cm) FREQUÊNCIAS a Total 40 Matemática 6

79 Ao agruparmos os valores da variável em classes, ganhamos em simplicidade mas perdemos em pormenores. Assim, na Tabela 5.3 podemos verificar, facilmente, que quatro alunos têm 161 cm de altura e que não existe nenhum aluno com 171 cm de altura. Já na Tabela 5.4 não podemos ver se algum aluno tem a estatura de 159 cm. No entanto, sabemos, com segurança, que onze alunos têm estatura compreendida entre 158 e 16 cm. O que pretendemos com a construção dessa nova tabela é realçar o que há de essencial nos dados e, também, tornar possível o uso de técnicas analíticas para sua total descrição, até porque a Estatística tem por finalidade específica analisar o conjunto de valores, desinteressando-se por casos isolados. NOTAS: Se nosso intuito é, desde o inicio, a obtenção de uma distribuição de frequência com intervalos de classe, basta, a partir da Tabela 5.1, fazermos uma tabulação, como segue, onde cada traço corresponde a um valor: TABELA 5.5 ESTATURAS (cm) TABULAÇÃO FREQUÊNCIAS a Matemática Total 40 Quando os dados estão organizados em uma distribuição de frequência, são comumente denominados dados agrupados. 3. ELEMENTOS DE UMA DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA 3.1. Classe Classes de frequência ou, simplesmente, classes são intervalos de variação da variável. As classes são representadas simbolicamente por i, sendo i = 1,, 3,..., k (onde k é o número total de classes da distribuição). Assim, em nosso exemplo, o intervalo define a segunda classe (i = ). Como a distribuição é formada de seis classes, podemos afirmar que k = Limites de classe Denominamos limites de classe os extremos de cada classe. O menor número é o limite inferior da classe ( l ) e o maior número, o limite superior da classe ( L ). Na segunda classe, por exemplo, temos: =154 e L =158 i NOTA: Os intervalos de classe devem ser escritos, de acordo com a Resolução 886/66 do lbge, em termos de desta quantidade até menos aquela, empregando, para isso, o símbolo (inclusão de l e exclusão de L ). Assim, o indivíduo com uma estatura de 158 cm está incluído na terceira classe (i = 3) e não na segunda Amplitude de um intervalo de classe Amplitude de um intervalo de classe ou, simplesmente, intervalo de classe é a medida do intervalo que define a classe. Ela é obtida pela diferença entre os limites superior e inferior dessa classe e indicada por h. Assim: i Na distribuição da Tabela 5.4, temos: h = L - l = = 4 i h = 4 cm 3.4. Amplitude total da distribuição Amplitude total da distribuição (AT) é a diferença entre o limite superior da última classe (limite superior máximo) e o limite inferior da primeira classe (limite inferior mínimo): AT = L (máx,) l (mín.) Em nosso exemplo, temos: AT = = 4 AT = 4 cm i i 7 NOTA: É evidente que, se as classes possuem o mesmo intervalo, verificamos a relação: AT = 4 k. Em nosso exemplo: = 6 h i Amplitude amostral Amplitude amostral (AA) é a diferença entre o valor máximo e o valor mínimo da amostra: AA = x(máx.) x(mín.) Em nosso exemplo, temos: AA = = 3 AA = 3 cm Observe que a amplitude total da distribuição jamais coincide com a amplitude amostral Ponto médio de uma classe Ponto médio de uma classe ( x i ) é, como o próprio nome indica, o ponto que divide o intervalo de classe em duas partes iguais. Para obtermos o ponto médio de uma classe, calculamos a semi-soma dos limites da classe (média aritmética): i + L x i i = l Assim, o ponto médio da segunda classe, em nosso exemplo, é: i + L i x i = l x = = 156 x = 156 cm NOTA: O ponto médio de uma classe é o valor que a representa Frequência simples ou absoluta Frequência simples ou frequência absoluta ou, simplesmente, frequência de uma classe ou de um valor individual é o número de observações correspondentes a essa classe ou a esse valor. A frequência simples é simbolizada por f i (temos: f índice i ou frequência da classe i). Assim, em nosso exemplo, temos: f1 = 4, f = 9,f3 = 11, f4 = 8, f5 = 5 e f6 = 3 k i= 1 A soma de todas as frequências é representada pelo símbolo de somatório: f i k Ë evidente que: f i = n i= 1 Para a distribuição em estudo, temos: f i = 40 6 i= 1 Não havendo possibilidade de engano, usamos: f i = 40 Podemos, agora, dar à distribuição de frequência das estaturas dos quarenta alunos do Colégio A a seguinte representação tabular técnica: i TABELA 5.4 ESTATURAS DE 40 ALUNOS DO COLÉGIO A ESTATURAS (cm) f i a 5 3 f i = NÚMERO DE CLASSES INTERVALOS DE CLASSE A primeira preocupação que temos, na construção de uma distribuição de frequência, é a determinação do número de classes e, consequentemente, da amplitude e dos limites dos intervalos de classe.

80 Para a determinação do número de classes de uma distribuição podemos lançar mão da regra de Sturges que nos dá o número de classes em função do número de valores da variável: i 1 = 3,3. log n onde: i é o número de classe; n é o número total de dados. Essa regra nos permite obter a seguinte tabela: TABELA 5.7 N i 3 H H H 5 3 H H H H Além da regra de Sturges, existem outras fórmulas empíricas que pretendem resolver o problema da determinação do número de classes que deve ter a distribuição. Entretanto, a verdade é que essas fórmulas não nos levam a uma decisão final; esta vai depender, na realidade, de um julgamento pessoal, que deve estar ligado à natureza dos dados, da unidade usada para expressá-los e, ainda, do objetivo que se tem em vista, procurando, sempre que possível, evitar classe com frequência nula ou com frequência relativa** muito exagerada etc. Decidido o número de classes que deve ter a distribuição, resta-nos resolver o problema da determinação da amplitude do intervalo de classe, o que conseguimos dividindo a amplitude total pelo número de classes: h AT i Quando o resultado não é exato, devemos arredondá-lo para mais. Outro problema que surge é a escolha dos limites dos intervalos, os quais deverão ser tais que forneçam, na medida do possível, para pontos médios, números que facilitem os cálculos números naturais. Em nosso exemplo, temos: para n = 40, pela tabela 5.7, i = Logo: h = = = 3,8 = isto é, seis classes de intervalos iguais a 4. RESOLVA: 1. As notas obtidas por 50 alunos de uma classe foram: a. Complete a distribuição de frequência abaixo: i NOTAS xi fi f i = 50 b. Agora, responda: 1. Qual a amplitude amostral?. Qual a amplitude da distribuição? 3. Qual o número de classes da distribuição? 4. Qual o limite inferior da quarta classe? 5. Qual o limite superior da classe de ordem? 6. Qual a amplitude do segundo intervalo de classe? c. Complete: 1. h3 = l 1= x =....n =... 4.L3=... 6.f5 = TIPOS DE FREQUÊNCIAS Frequências simples ou absolutas (fi)são os valores que realmente representam o número de dados de cada classe. Como vimos, a soma das frequências simples é igual ao número total dos dados: f i = n Frequências relativas ( fr i ) são os valores das razões entre as frequências f simples e a frequência total: fr = i i f i Logo, a frequência relativa da terceira classe, em nosso exemplo (Tabela 5.6), é: f 11 fr 3 3 = fr 3 = = 0,75 fr 3 = 0,75 f 3 40 Evidentemente: fr i = 1 ou 100 % NOTA: O propósito das frequências relativas é o de permitir a análise ou facilitar as comparações. Frequência acumulada ( F i ) é o total das frequências de todos os valores inferiores ao limite superior do intervalo de uma dada classe: F k = f1 + f fk ou F k = f i( i = 1,,..., k ) Assim, no exemplo apresentado no início deste capítulo, a frequência acumulada correspondente à terceira classe é: 3 F3 = fi = f1 + f + f3 F3 = F3 = 4, i= 1 Oque significa existirem 4 alunos com estatura inferior a 16 cm (limite superior do intervalo da terceira classe). Frequência acumulada relativa (Fri) de uma classe é a frequência acumulada da classe, dividida pela frequência total da distribuição: Fr = i F i f i Assim, para a terceira classe, temos: F 4 Fr 3 3 = Fr 3 = = 0,600 Fr 3 = 0,600 f 3 40 Considerando a Tabela 5.4,podemos montar a seguinte tabela com as frequências estudadas: TABELA 5.8 i ESTATURAS (cm) fi xi fri Fi Fri ,100 0,5 0,75 0,00 0,15 0, ,100 0,35 0,600 0,800 0,95 1,000 O conhecimento dos vários tipos de frequência ajuda-nos a responder a muitas questões com relativa facilidade, como as seguintes: a. Quantos alunos têm estatura entre 154 cm, inclusive, e 158 cm? Esses são os valores da variável que formam a segunda classe. Como f = 9, a resposta é: nove alunos. b. Qual a percentagem de alunos cujas estaturas são inferiores a 154 cm? Esses valores são os que formam a primeira classe. Como fr1 = 0,100, obtemos a resposta multiplicando a frequência relativa por 100: 0,100 X 100 = 10 Logo, a percentagem de alunos é 10%. c. Quantos alunos têm estatura abaixo de 16 cm? É evidente que as estaturas consideradas são aquelas que formam as classes de ordem 1, e 3. Assim, o número de alunos é dado por: 3 f1 + f + f3 = f i = F3 = 4 i= 1 Portanto, 4 alunos têm estatura abaixo de 16 cm. Matemática 8

81 d. Quantos alunos têm estatura não-inferior a 158 cm? O número de alunos é dado por: 6 fi = f3 + f4 + f5 + f6 = = 7 i= 3 6 Ou então: fi F = n F = = 7 i= 3 À distribuição da Tabela 5.6 corresponde o seguinte histograma: 6. DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA SEM INTERVALOS DE CLASSE Quando se trata de variável discreta de variação relativamente pequena, cada valor pode ser tomado como um intervalo de classe (intervalo degenerado) e, nesse caso, a distribuição é chamada distribuição sem intervalos de classe, tomando a seguinte forma: TABELA 5.9 Matemática xi x1 x... xn fi f1 f... fn f i = n Exemplo: Seja Xa variável número de cômodos das casas ocupadas por vinte famílias entrevistadas : TABELA 5.10 i xi fi = 0 Completada com os vários tipos de frequência, temos: TABELA 5.11 i xi fi fri Fi Fri ,0 0,35 0,5 0,10 0,05 0,05 = 0 = 1, ,0 0,55 0,80 0,90 0,95 1,00 NOTA: Se a variável toma numerosos valores distintos, é comum tratá-la como uma variável contínua, formando intervalos de classe de amplitude diferente de um. Esse tratamento (arbitrário) abrevia o trabalho mas acarreta alguma perda de precisão. 7. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE UMA DISTRIBUIÇÃO Uma distribuição de frequência pode ser representada graficamente pelo histograma, pelo polígono de frequência e pelo polígono de frequência acumulada. Construímos qualquer um dos gráficos mencionados utilizando o primeiro quadrante do sistema de eixos coordenados cartesianos ortogonais. Na linha horizontal (eixo das abscissas) colocamos os valores da variável e na linha vertical (eixo das ordenadas), as frequências Histograma O histograma é formado por um conjunto de retângulos justapostos, cujas bases se localizam sobre o eixo horizontal, de tal modo que seus pontos médios coincidam com os pontos médios dos intervalos de classe. As larguras dos retângulos são iguais às amplitudes dos intervalos de classe. As alturas dos retângulos devem ser proporcionais às frequências das classes, sendo a amplitude dos intervalos igual. Isso nos permite tomar as alturas numericamente iguais às frequências. 9 NOTAS: histograma goza de uma propriedade da qual faremos considerável uso: a área de um histograma é proporcional à soma das frequências. No caso de usarmos as frequências relativas, obtemos um gráfico de área unitária. Quando queremos comparar duas distribuições, o ideal é fazê-lo pelo histograma de frequências relativas. NÚMEROS APROXIMADOS E ARREDONDAMENTO DE DADOS 1.1. Números aproximados Como sabemos, os números resultam de uma mensuração (no seu sentido mais amplo), a qual só pode ser exata quando assume a forma de contagem ou enumeração, em números naturais, de coisas ou unidades mínimas indivisíveis. Em tais casos, a variável pode assumir somente valores discretos ou descontínuos. Outras mensurações se dão numa escala continua, que pode, teoricamente, ser indefinidamente subdividida. Na prática, porém, há sempre um limite para a precisão com a qual a mensuração pode ser feita, o que nos leva a concluir que o valor verdadeiro nunca é conhecido. Na verdade, os valores observados são discretos e aproximados. Assim é que, se o comprimento de um parafuso, medido em centímetros, foi dado por 4,6 cm, devemos considerar que o valor exato desse comprimento será algum valor entre 4,55 cm e 4,65 cm, que foi aproximado para 4,6 cm devido ao fato de a precisão adotada na medida ser apenas de décimos de centímetro. Em nossos estudos, faremos uso da seguinte convenção: a precisão da medida será automaticamente indicada pelo número de decimais com que se escrevem os valores da variável. Assim, um valor 4,60 indica que a variável em questão foi medida com a precisão de centésimos, não sendo exatamente o mesmo que 4,6, valor correspondente a uma precisão de décimos. 1.. Arredondamento de dados Muitas vezes, é necessário ou conveniente suprimir unidades inferiores às de determinada ordem. Esta técnica é denominada arredondamento de dados. De acordo com a resolução 886/66 da Fundação LBGE, o arredondamento é feito da seguinte maneira: Quando o primeiro algarismo a ser abandonado é 0, 1,, 3 ou 4, fica inalterado o último algarismo a permanecer. Exemplo: 53,4 passa a 53,. Quando o primeiro algarismo a ser abandonado é 6, 7, 8 ou 9, aumenta-se de uma unidade o algarismo a permanecer. Exemplos: 4,87 passa a 4,9 5,08 passa a 5,1 53,99 passa a 54,0 Quando o primeiro algarismo a ser abandonado é 5, há duas soluções: a. Se ao 5 seguir em qualquer casa um algarismo diferente de zero, aumentase uma unidade ao algarismo a permanecer. Exemplos:,35 passa a,4 5,6501 passa a 5,7 76,5000 passa a 76,3 b. Se o 5 for o último algarismo ou se ao 5 só se seguirem zeros, o último algarismo a ser conservado sé será aumentado de unia unidade se for ímpar.

82 Exemplos: 4,75 passa a 4,8 4,65 passa a 4,6 4,75000 passa a 4,8 4,6500 passa a 4,6 NOTA: Não devemos nunca fazer arredondamentos sucessivos. Exemplo: 17,345 passa a 17,3 e não para 17,35, para 17,4. Se tivermos necessidade de um novo arredondamento, fica recomendada a volta aos dados originais. RESOLVA 1. Arredonde cada um dos dados abaixo, deixando-os com apenas uma casa decimal: a.,38 =,4 d. 4,4 =... g. 6,89 =... b. 4,65 4,6 e. 38,35 =... h. 5,550 =... c =... f.,97 =... i. 89,99 =... semi-retas define o segmento AB. - ÂNGULO A união de duas semi-retas de mesma origem é um ângulo Compensação Suponhamos os dados abaixo, aos quais aplicamos as regras do arredondamento: 5,3 5,3 17,85 17,8 10,44 10,4 + 31, , 84,78 84,8(?) (84,7) Verificamos que houve uma pequena discordância: a soma é exatamente 84,7 quando, pelo arredondamento, deveria ser 84,8. Entretanto, para a apresentação dos resultados, é necessário que desapareça tal diferença, o que é possível pela prática do que denominamos compensação, conservando o mesmo número de casas decimais. Praticamente, usamos descarregar a diferença na(s) maior(es) parcela(s). Assim, passaríamos a ter: 5,3 17,8 10,4 + 31,3 84,8 - ANGULO RASO É formado por semi-retas opostas. - ANGULOS SUPLEMENTARES São ângulos que determinam por soma um ângulo raso. - CONGRUÊNCIA DE ÂNGULOS O conceito de congruência é primitivo. Não há definição. lntuitivamente, quando imaginamos dois ângulos coincidindo ponto a ponto, dizemos que possuem a mesma medida ou são congruentes (sinal de congruência: ). GEOMETRIA: SÓLIDOS GEOMÉTRICOS, POLÍGONOS E ÂNGULOS. 1.POSTULADOS A reta é ilimitada; não tem origem nem extremidades. Na reta existem infinitos pontos. Dois pontos distintos determinam uma única reta (AB).. SEMI-RETA Um ponto O sobre uma reta divide-a em dois subconjuntos, denominando-se cada um deles semi-reta. - ÂNGULO RETO Considerando ângulos suplementares e congruentes entre si, diremos que se trata de ângulos retos. 3. SEGMENTO Sejam A e B dois pontos distintos sobre a reta AB. Ficam determinadas as semi-retas: AB e BA. AB BA = AB A intersecção das duas Matemática 30 - MEDIDAS 1 reto 90 (noventa graus) 1 raso retos ' (um grau - sessenta minutos) 1' 60" (um minuto - sessenta segundos) As subdivisões do segundo são: décimos, centésimos etc.

83 ) ) a m ) ) b n ) ) ângulos correspondentes congruentes c p ) ) d q Consequências: 4 ângulos alternos congruentes: ) ) 0 ) ) d n = 180 (alternos a p (alternos ) ) ) 0 ) c m = 180 internos) b q externos) 90 o = 89 o ÂNGULOS COMPLEMENTARES São ângulos cuja soma é igual a um reto. 5 ângulos colaterais suplementares: ) ) o a + q = 180 ) ) ( colaterais externos) o b + p = 180 ) ) o d + m = 180 ) ) (colaterais internos) o c + n = EXERCÍCIOS RESOLVIDOS - REPRESENTAÇÃO x é o ângulo; (90 - x) seu complemento e (180 - x) seu suplemento. - BISSETRIZ É a semi-reta que tem origem no vértice do ângulo e o divide em dois ângulos congruentes. Determine o complemento de 34 15'34". Resolução: 89 59' 60" ' 34" 55 44' 6" Resp.: 55 44' 6" As medidas x + 0 e 5x - 70 são de ângulos opostos pelo vértice. Determine-as. Resolução: x + 0 = 5x = 5x - x 90 = 3x x = 30 - ANGULOS OPOSTOS PELO VÉRTICE São ângulos formados com as semi-retas apostas duas a duas. Ângulos apostos pelo vértice são congruentes (Teorema). - TEOREMA FUNDAMENTAL SOBRE RETAS PARALELAS Se uma reta transversal forma com duas retas de um plano ângulos correspondentes congruentes, então as retas são paralelas. Resp. : 30 As medidas de dois ângulos complementares estão entre si como está para 7. Calcule-as. Resolução: Sejam x e y as medidas de ângulos complementares. Então: o o x + y = 90 x + y = 90 x x = + 1= + 1 y 7 y 7 x + y = 90 x + y 9 = y 7 o x + o 90 y x = 0 e y = 70 Resp.: As medidas são 0 e 70. y = 90 = 9 7 o Duas retas paralelas cortadas por uma transversal formam 8 ângulos. Sendo 30 a soma dos ângulos obtusos internos, calcule os demais ângulos. Matemática 31

84 Resolução: De acordo com a figura seguinte, teremos pelo enunciado: â + â = 30 â = 30 â = 160 Soma dos ângulos externos: ) ) ) A + B + C = 360 ex ex - Classificação ex Sendo b a medida dos ângulos agudos, vem: a ) + b ) = 180 ou b ) = 180 b ) = 0 Resp.: Os ângulos obtusos medem 160 e os agudos 0. 5) Na figura, determine x. Resolução: Pelos ângulos alternos internos: x + 30 = 50 x = 0 - TRIÂNGULOS - Ângulos ABC = AB BC CA AB; BC; CA são os lados ) ) ) A; B; C são ângulos internos ) ) ) A ; B ; C são angulos externos ex ex ex Obs.: Se o triângulo possui os 3 ângulos menores que 90, é acutângulo; e se possui um dos seus ângulos maior do que 90, é obtusângulo. - - Congruência de triângulos Dizemos que dois triângulos são congruentes quando os seis elementos de um forem congruentes com os seis elementos correspondentes do outro. LEI ANGULAR DE THALES: A ) + B ) + C ) = 180 Consequências: ) ) A + A ex = 180 ) ) ) ) ) ) A ex = B + C A + B + C = 180 Analogamente: ) ) ) B ex = A + C ) ) ) C = B + A ex Matemática 3 ) A ) B ) C ) A ' ) B ' ) C ' ABC e A' B' C' AB BC AC A' B' B ' C ' A' C' - - Critérios de congruência LAL: Dois triângulos serão congruentes se possuírem dois lados e o ângulo entre eles congruentes. LLL: Dois triângulos serão congruentes se possuírem os três lados respectivamente congruentes. ALA : Dois triângulos serão congruentes se possuírem dois ângulos e o lado entre eles congruentes. LAAO : Dois triângulos serão congruentes se possuírem dois ângulos e o lado oposto a um deles congruentes. - - Pontos notáveis do triângulo 1 O segmento que une o vértice ao ponto médio do lado oposto é denominado MEDIANA.

85 O encontro das medianas é denominado BARICENTRO. lados. Resolução: G é o baricentro Propriedade: AG = GM BG = GN CG = GP A perpendicular baixada do vértice ao lado oposto é denominada ALTURA. O encontro das alturas é denominado ORTOCENTRO. a + b + c = 13 a = b 3b = 9 a + b = 9 Portanto: b = 3 a = 6 e c = 4 As medidas são : 3 cm; 4 cm; 6 cm Num triângulo isósceles um dos ângulos da base mede 47 3'. Calcule o ângulo do vértice. Resolução: 3 INCENTRO é o encontro das bissetrizes internas do triângulo. (É centro da circunferência inscrita.) 4 CIRCUNCENTRO é o encontro das mediatrizes dos lados do triângulo, lé centro da circunferência circunscrita.) - Desigualdades Teorema: Em todo triângulo ao maior lado se opõe o maior ângulo e vice-versa. Em qualquer triângulo cada lado é menor do que a soma dos outros dois. - - EXERCÍCIOS RESOLVIDOS Sendo 8cm e 6cm as medidas de dois lados de um triângulo, determine o maior número inteiro possível para ser medida do terceiro lado em cm. Resolução: x ' ' = 180 x ' = 180 x ' = 180 x = ' x = 84 56' rascunho: ' ' 84 56' Resp. : O ângulo do vértice é 84 56'. Determine x nas figuras: a) b) x < x < 14 6 < x + 8 x > - < x < 14 8 < x + 6 x > Assim, o maior numero inteiro possível para medir o terceiro lado é 13. O perímetro de um triângulo é 13 cm. Um dos lados é o dobro do outro e a soma destes dois lados é 9 cm. Calcule as medidas dos Matemática 33 Resolução: c) 80 + x = 10 x = 40

86 d) x = 360 x = 80 Determine x no triângulo: Resolução: ABC isósceles, vem: B ) C ) e portanto: B ) C ) ) ) ) = 50, pois + B + C = 180 Sendo Assim, x = x = 130 A. Propriedades: Lados opostos congruentes. Ângulos apostos congruentes. Diagonais se encontram no ponto médio Retângulo: "Paralelogramo com um ângulo reto". 3), - POLIGONOS O triângulo é um polígono com o menor número de lados possível (n = De um modo geral dizemos; polígono de n lados. - - Número de diagonais Propriedades: 1. Todas as do paralelogramo.. Diagonais congruentes. Losango: "Paralelogramo com os quatro lados congruentes". ( n = número de lados n ) ( n - 3) d = De 1 vértice saem (n - 3) diagonais. De n vértices saem n. (n - 3) diagonais; mas, cada uma é considerada duas vezes. Logo ; d = n ( n - 3) - - Soma dos ângulos internos Si = 180 ( n - ) - - Soma dos ângulos externos - Quadriláteros Trapézio: "Dois lados paralelos". AB Se = 360 // DC Propriedades: 3. Todas as do paralelogramo. 4. Diagonais são perpendiculares. 5. Diagonais são bissetrizes internas. Quadrado: "Retângulo e losango ao mesmo tempo". Obs: um polígono é regular quando é equiângulo e equilátero. Paralelogramo: Lados opostos paralelos dois a dois. AB // DC e AD // BC SEMELHANÇAS 1. TEOREMA DE THALES Um feixe de retas paralelas determina sobre um feixe de retas concorrentes segmentos correspondentes proporcionais. Matemática 34

87 AB CD AC BC = = EF GH EG FG = = etc... MN PQ MP NP = = SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS Dada a correspondência entre dois triângulos, dizemos que são semelhantes quando os ângulos correspondentes forem congruentes e os lados correspondentes proporcionais. A é vértice do ângulo reto (Â = 90 ) B ) + C ) = 90 m = projeção do cateto c sobre a hipotenusa a n = projeção do cateto b sobre a hipotenusa a H é o pé da altura AH = h. 4.1 Relações a) AHB ~ CAB AB = CB HB AB CB HB AB 3. CRITÉRIOS DE SEMELHANÇA a) (AA~ ) Dois triângulos possuindo dois ângulos correspondentes congruentes são semelhantes. (LAL~) Dois triângulos, possuindo dois lados proporcionais e os ângulos entre eles formados congruentes, são semelhantes. (LLL) Dois triângulos, possuindo os três lados proporcionais, são semelhantes. Representação: ) ) A A' ) ) ABC ~ A'B'C' B B' e ) ) C C' AB BC AC = = = k A'B' B'C' A' C' Exemplo: calcule x razão de semelhança b) c) AC ou AC AHC ~ BAC BC ou AH = BC HC AH AHB ~ CHA CH ou b = a. n = CH HB c = a. m = (II) = HC AC HB HA Cada cateto é média proporcional entre a hipotenusa e a sua projeção sobre a mesma. h = m. n (I) (III) A altura é média proporcional entre os segmentos que determina sobre a hipotenusa Resolução : ABC ~ MNC AB MN = AC MC x 4 = 9 6 x = 6 4. RELAÇÕES MÉTRICAS NO TRIÂNGULO RETÂNGULO Na figura: Consequências: (I) + (II) vem: c + b c c + b + b = am + an = a = a ( m + n) 4. - Teorema de Pitágoras a + b = c O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos. a Exemplo: Na figura, M é ponto médio de BC, Â = 90 e Mˆ = 90. Sendo AB = 5 e AC =, calcule Al. Matemática 35

88 Resolução: a) Teorema de Pitágoras: BC = AB BC = + AC 9 5,38 BC e = 5 + MB = 9 AB = lado do quadrado (l 4) OM = apótema do quadrado (a4) OA = OB = R = raio do círculo Relações: AB = R + R AB OM = a 4 l 4 = AB BC ABC MBI = MB BI = BI = =,9 9 BI 10 b) ~ ou Logo, sendo AI = AB - BI, teremos: AI = 5 -,9 AI =,1 Área do quadrado: b) Triângulo equilátero: S = 4 l 4 5. RELAÇÕES MÉTRICAS NO CÍRCULO AC = l 3 (lado do triângulo) OA = R (raio do círculo) OH = a (apótema do triângulo) Relações: AC = AH + HC h = l 3 3 (altura em função do lado) R = a δ = Nas figuras valem as seguintes relações: =PA. PB=PM. PN δ o número δ é denominado Potência do ponto P em relação à circunferência. d R 6. POLÍGONOS REGULARES a) Quadrado: AO = OH (o raio é o dobro do apótema) Área: (lado em função do raio) S = (área do triângulo equilátero em função do lado) c) Hexágono regular: l l 3 = R 3 AB = l 6 (lado do hexágono) OA = OB = R (raio do círculo) OM = a (apótema) Matemática 36

89 Relações: OAB é equilátero d. OM é altura O AB R 3 a =. Área: S = 6 S 5. Retângulo: ABC ÁREAS DE FIGURAS PLANAS S = b. h 3R S = 3 1. Pitágoras: a = b + c a = C = a. m 9 = 15. m 3. b = a. n 1 = 15. n a = 15 cm m = 5,4 cm n = 9,6 cm As diagonais de um losango medem 6m e 8m. Calcule o seu perímetro: Resolução: 6. Paralelogramo: S = b. h 7. Triângulo: b h S = l = 4 = 3 l = 5m O perímetro é: P = 4 X 5 m = 0 m Calcule x na figura: 8. Losango: D d S = 9. Trapézio: S = ( B + b ) h Resolução: PA. PB = PM. PN. ( + x ) = 4 X x = 40 x = 36 x=18 7. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS Num triângulo retângulo os catetos medem 9 cm e 1 cm. Calcule as suas projeções sobre a hipotenusa. Resolução: Calcule a altura de um triângulo equilátero cuja área é 9 3 m : Resolução: l 3 l 3 S = 9 3 = 4 4 l h = h = GEOMETRIA ESPACIAL h = 3 3 l = 6m 1. PRISMAS São sólidos que possuem duas faces apostas paralelas e congruentes denominadas bases. m Matemática 37

90 a l = arestas laterais h = altura (distância entre as bases) V = (volume) D = a + b + c (diagonal). PIRÂMIDES São sólidos com uma base plana e um vértice fora do plano dessa base. Cálculos: A b = área do polígono da base. A l = soma das áreas laterais. A T = A l + A b (área total). V = A b. h (volume) 1.1 CUBO O cubo é um prisma onde todas as faces são quadradas. AT = 6. a V = a 3 a = aresta (área total) (volume) Para a pirâmide temos: A = área da base b A = álea dos triângulos faces laterais l A A + V T = l A b = 1 3 A b h (volume) (área total).1 - TETRAEDRO REGULAR É a pirâmide onde todas as faces são triângulos equiláteros. Para o cálculo das diagonais teremos: d = a D = a 3 (diagonal de uma face) (diagonal do cubo) Tetraedro de aresta a: a 6 h = 3 ( altura ) 1. - PARALELEPÍPEDO RETO RETÂNGULO A T = a 3 (área total) 3 a V = 1 ( volume ) dimensões a, b, c A T = ( ab + ac + (área total) 3. CILINDRO CIRCULAR RETO As bases são paralelas e circulares; possui uma superfície lateral. Matemática 38

91 4.1 - CONE EQUILÁTERO Se o ABC for equilátero, o cone será denominado equilátero. A b = πr ( área da base) A A l = πr h T = A b + A l V = A b h ( área lateral ) ( área total ) ( volume ) CILINDRO EQUILÁTERO Quando a secção meridiana do cilindro for quadrada, este será equilátero. h = R 3 (altura) A b = πr (base) A = π R R = πr l A T = 3πR (área total) 1 3 V = πr 3 3 (área lateral) (volume) 5. ESFERA Perímetro do círculo maior: π R Área da superfície: 4π R Volume: 4 π R 3 3 Logo: A A l T = πr R = 4πR = πr V = πr + 4πR R = πr 3 = 6πR Área da secção meridiana: π R. 4. CONE CIRCULAR RETO g é geratriz. ABC é secção meridiana. EXERCICIOS PROPOSTOS 1 1. Os 3/4 do valor do suplemento de um angulo de 60 são: a) 30 b) 70º c) 60º d) 90º e) 100º. A medida de um ângulo igual ao dobro do seu complemento é: a) 60 b) 0º c) 35º d) 40º e) 50 g = h + R A = πrg l (área lateral) A b = πr (área da base) A A + = l (área total) T A b v = 1 3 A b h (volume) 3. O suplemento de 36 1'8" é: a) 140º 7 1 b) '3" c) '4" d) '03" e) n.d.a. 4. número de diagonais de um polígono convexo de 7 lados é: a) 6 b) 8 c) 14 d) 11 e) 7 5. O polígono que tem o número de lados igual ao número de diagonais é o: a) quadrado b) pentágono c) hexágono d) de15 lados e) não existe 6. O número de diagonais de um polígono convexo é o dobro do número de vértices do mesmo. Então o número de lados desse polígono é: Matemática 39

92 a) b) 3 c) 4 d) 6 e) 7 7. A soma dos ângulos internos de um pentágono é igual a: a) 180 b) 90 c) 360 d) 540 e) Um polígono regular tem 8 lados; a medida de um dos seus ângulos internos é: a) 135 b) 45 c) 0 d) 90 e) O encontro das bissetrizes internas de um triângulo é o: a) bicentro b) baricentro c) incentro d) metacentro e) n.d.a. 10. As medianas de um triângulo se cruzam num ponto, dividindo-se em dois segmentos tais que um deles é: a) o triplo do outro b) a metade do outro c) um quinto do outro d) os 3 do outro e) n.d.a. encontra o lado AC em E a 8 cm de A. A medida de AC é: a) 15,8 cm b) 13,9 cm c),6 cm d) 5,6 cm e) 14 cm 4) A paralela a um dos lados de um triângulo divide os outros dois na razão 3/4. Sendo 1cm e 4 cm as medidas desses dois lados. O maior dos segmentos determinado pela paralela mede: a) 9cm b) 1cm c) 18 cm d) 5 cm e) 4 cm 5) Num trapézio os lados não paralelos prolongados determinam um triângulo de lados 4 dm e 36 dm. O menor dos lados não paralelos do trapézio mede 10 dm. O outro lado do trapézio mede: a) 6 dm b) 9 dm c) 10 dm d) 13 dm e) 15 dm 6) Num triângulo os lados medem 8 cm; 10 cm e 15 cm. O lado correspondente ao menor deles, num segundo triângulo semelhante ao primeiro, mede 16cm. O perímetro deste último triângulo é: a) 60 cm b) 6 cm c) 66 cm d) 70 cm e) 80 cm 7) Dois triângulos semelhantes possuem os seguintes perímetros: 36 cm e 108 cm. Sendo 1 cm a medida de um dos lados do primeiro, a medida do lado correspondente do segundo será: a) 36 cm b) 48 cm c) 7 cm d) 11 cm e) 5 cm 11. Entre os.critérios abaixo, aquele que não garante a congruência de triângulos é: a) LLL b) ALA c) LAAO d) AAA e) LAL 1. O menor valor inteiro para o terceiro lado de um triângulo, cujos outros dois medem 6 e 9, será: a) 4 b) 10 c) 6 d) 7 e) Num paralelogramo de perímetro 3cm e um dos lados10cm, a medida para um dos outros lados é: a) 6 cm b) 1 cm c) 0 cm d) cm e) 5 cm RESPOSTAS AOS EXERCICIOS PROPOSTOS 1) d 6) e ) a 7) d 3) b 8) a 4) c 9) c 5) b 10) b EXERCÍCIOS PROPOSTOS 11) d 1) a 13) a 8) A base e a altura de um retângulo estão na razão mede 6cm, a base medida será: a) 1 cm b) 4 cm c) 16 cm d) 8 cm e) 5 cm 1. Se a diagonal 5 9) A altura relativa à hipotenusa de um triângulo mede 14,4 dm e a projeção de um dos catetos sobre a mesma 10,8 dm. O perímetro do triângulo é: a) 15 dm b) 3 dm c) 60 dm d) 7 dm e) 81 dm 10) A altura relativa à hipotenusa de um triângulo retângulo de catetos 5 cm e 1 cm, mede: a) 4,61cm b) 3,1 cm c) 8,1 cm d) 13, cm e) 4 cm 11) Duas cordas se cruzam num círculo. Os segmentos de uma delas medem 3 cm e 6 cm; um dos segmentos da outra mede cm. Então o outro segmento medirá: a) 7 cm b) 9 cm c) 10 cm d) 11 cm e) 5 cm 1) c ) b 3) d 4) e RESPOSTAS AOS EXERCICIOS PROPOSTOS 5) e 9) d 6) c 10) a 7) a 11) b 8) b EXERCÍCIOS PROPOSTOS 3 1) Um prisma pentagonal regular tem 1,8 m de altura e aresta da base 0,6 m. Calcule a área lateral do prisma. 1) Na figura AB = 4 cm BC = 6 cmmn = 8 cm Então, NP vale: a) 10 cm b) 8 cm c) 1 cm d) 6 cm e) 9 cm ) Com as retas suportes dos lados (AD e BC) não paralelos do trapézio ABCD, construímos o ABE. Sendo AE = 1 cm; AD = 5 cm; BC = 3 cm. O valor de BE é: a) 6,4cm b) 7, cm c) 3,8 cm d) 5, cm e) 8,cm 3) O lado AB de um ABC mede 16 cm. Pelo ponto D pertencente ao lado AB, distante 5 cm de A, constrói-se paralela ao lado BC que ) Calcule a área total de um prisma hexagonal regular de m de altura e 1,5m de aresta na base. 3) A altura de um prisma reto tem 9,6 cm e as bases são quadrados cuja diagonal mede,5 cm. Calcule a área lateral. 4) Calcule a diagonal de um cubo cujo volume é 47013,360 cm 3. 5) Em um prisma reto, a altura tem 7 m, a base é um triângulo isósceles cujo perímetro é 5 m e um dos lados tem 3 cm. Calcule o volume. 6) Dão-se um prisma quadrangular e outro triangular, ambos regulares, de mesma altura, 3 m e mesma aresta da base. De quanto se deve aumentar a altura do segundo para se ter o mesmo volume do primeiro? Matemática 40

93 7) Numa pirâmide quadrangular regular a aresta lateral é igual à diagonal da base, que tem 1 m. Calcule o volume. 8) Calcule a superfície total de uma pirâmide triangular regular que tem 5cm de aresta lateral e 8cm de aresta da base. 9) Calcule a área lateral de um cilindro reto de 1,5 cm de altura e cuja base está inscrita num losango de diagonais 8 cm e 6 cm. 10) Um retângulo de 4 cm de lado e 5 cm de base gira em torno do lado maior determinando um sólido no espaço. calcule a área lateral do sólido assim gerado. RESPOSTAS AOS EXERCÍCIOS PROPOSTOS 1) 5,4 m ) 9,68 m 3) 61,084 cm 4) 6,6 cm 5) 1cm 3 6) 3,93 cm 7) 144,333 dm 3 8) 33,83 9) 60 π cm 10) 40 π cm PROVA SIMULADA d) 4 min e) n.d.a. 6. Uma roda de automóvel dá 500 voltas em 10 minutos. Quantas voltas dará em 1 minutos? a) 380 b) 967 c) 300 d) 3000 e) n.d.a. 7. Para paginar um livro com 30 linhas em cada página, são necessárias 40 páginas. Quantas páginas (iguais às anteriores) de 40 linhas (iguais às anteriores) cada uma seriam necessárias para paginar o mesmo livro? a) 315 b) 31 c) 347 d) 198 e) n.d.a. 8. Para transportar certo volume de areia para urna construção, foram necessários 0 caminhões com 4 m 3 de areia cada um. Se cada caminhão pudesse conter 5 m 3 de areia, quantos caminhões seriam necessários para fazer o mesmo serviço? a) 16 b) 0 c) d) 14 e) n.d.a. 1. Um parafuso penetra 3, mm a cada 4 voltas. Quantas voltas deverá dar para penetrar 16 mm? a) 0 voltas b) 18 voltas c) voltas d) 16 voltas e) n.d.a.. Sabe-se que 8 kg de café cru dão 6 kg de café torrado. Quantos kg de café cru devem ser levados ao forno para obtermos 7 kg de café torrado? a) 36 b) 40 c) 38 d) 6 e) n.d.a pintores pintam um edifício em 10 dias. Querendo fazer o mesmo serviço em 8 dias, quantos pintores seriam necessários? a) 50 b) 48 c) 60 d) 6 e) n.d.a máquinas produzem 600 peças de metal por hora. Quantas máquinas idênticas às primeiras são necessárias para produzir peças de metal por hora? a) 30 b) 5 c) 40 d) 0 e) n.d.a. 5. Com velocidade de 60 km/h, um automóvel leva 50 minutos para ir de urna cidade X a urna cidade Y. Se a sua velocidade fosse de 75 km/h, quanto tempo levada para cobrir a mesma distância? a) 45 min b) 38 min c) 40 min Matemática Uma árvore de 4, m de altura projeta no solo urna sombra de 3,6 m. No mesmo instante, uma torre projeta urna sombra de 8,80 m. Qual é a altura da torre? a) 33,60 b) 8,90 c) 3,00 d) 19,1 e) N.D.A. 10. Para assoalhar urna sala de 80 m de área, foram necessários 900 tacos de madeira. Quantos tacos iguais a esses seriam necessários para assoalhar urna sala de 60 m de área? a) 700 b) 800 c) 760 d) 675 e) n.d.a. 11. Uma torneira despeja 40 litros de água em 5 minutos. Em quanto tempo esta torneira encheria um reservatório de m 3 de capacidade? a) 30min b) 0 min c) 50 min d) 4 min e) n.d.a. 1. Uma vara de bambu de 1,5 m de altura projeta no solo uma sombra de 1 m. Quanto medirá a sombra projetada no mesmo instante por um prédio de 18 m de altura? a) 13 m b) 1 m c) 10,5 m d) 14, m e) n.d.a. 13. Para construir urna quadra de basquete, 30 operários levam 40 dias. Quantos dias levariam 5 operários, de mesma capacidade que os primeiros, para construir urna quadra idêntica? a) 5 dias b) 46 c) 48 d) 45

94 e) n.d.a. 14. Com a velocidade de 80 km/h, um automóvel leva 1 hora e meia para percorrer certa distância. Se a sua velocidade fosse de 7 km/h, qual o tempo que seria gasto para cobrir a mesma distância? a) 100 min b) 98 min c) 10 min d) 110 min e) n.d.a. 15. Um muro deverá ter 40 m de comprimento. Em três dias, foram construídos 1m do muro. Supondo que o trabalho continue a ser feito no mesmo ritmo, em quantos dias será construído o restante do muro? a) 10 dias b) 7 dias c) 8 dias d) 6 dias e) n.d.a. 16. Uma folha de alumínio de 50 cm de área pesa 400 g. Quanto pesará uma peça quadrada, de 10 cm de lado, da mesma folha de alumínio? a) 160 g b) 145 g c) 165 g d) 178 g e) n.d.a. a) 7,5 b) 6,7 c) 7,1 d) 8,1 e) n.d.a. 3. Uma prova de Matemática tem 50 questões. Um aluno acertou 40 dessas questões. Qual foi a sua taxa de acertos? a) 90% b) 88% c) 77% d) 80% e) n.d.a. 4. A 6ª série C teve, durante todo o ano, 50 aulas de Educação Física. Um aluno faltou a 8 aulas. Qual foi a taxa de faltas desse aluno? a) 1 b) 18 c) 16 d) 14 e) n.d.a. 5. O preço de custo de um objeto é R$ 1 750,00. Sendo esse objeto vendido a R$ 499,00, qual a taxa de lucro sobre o preço de custo? a) 4,8 b) 43,7 c) 39,8 d) 44,0 e) n.d.a. 17. Com certa quantidade de arame, constrói-se uma tela de 0 m de comprimento por 3 m de largura. Diminuindo-se a largura em 1,80 m, qual seria o comprimento de outra tela fabricada com a mesma quantidade de arame? a) 48 m b) 50m c) 5 m d) 54 m e) n.d.a. 18. Para azulejar uma parede de 15 m de área foram usados 300 azulejos. Quantos azulejos iguais a esses seriam usados para azulejar uma parede retangular de 8 m por 3 m? a) 479 b) 500 c) 566 d) 480 e) n.d.a. 19. A velocidade de um automóvel é de 7 km/h. Qual seria a sua velocidade em m/s? a) b) 18 c) 3 d) 0 e) n.d.a. 0. Um terreno retangular tem 10 m de frente por 40 m de lateral. Se diminuirmos m da frente do terreno, quantos m devemos aumentar ao comprimento a fim de conservar a sua área? a) 11 m b) 1 m c) 10 m d) 9 m e) n.d.a. 1. $ 6 400,00 representam quantos % de $ ,00? a) 3 b) c) 4 d) 5 e) n.d.a alunos representam quantos % de 000 alunos? 6. Um quadro de futebol disputa 16 partidas, vencendo 10 e empatando. Pede-se : 1º) a taxa de vitórias em relação ao número de partidas disputadas; º) a taxa de empates em relação ao número de partidas disputadas. a) 6,5 e 1,5 b) 61,0 e 11,9 c) 63,1 e 13,3 d) 6,1 e 11,9 e) n.d.a. 7. Em 1980, a população de uma cidade era de habitantes. Em 1981, a população da mesma cidade é de 6190 habitantes. Qual foi a taxa de crescimento populacional em relação à de 1980? a) 4,1 b) 3,1 c) 3, d) 1,9 e) n.d.a. 8. Dos candidatos que inscreveram-se para o vestibular na PUC.SP. Foram aprovados Qual a taxa de aprovação? a) 67 b) 71 c) 66 d) 64 e) n.d.a. 9. Em dezembro de 1996, o preço da gasolina passou de R$ 0,45 para R$ 0,51 o litro. De quanto % foi o aumento? a) 13,3 b) 1,9 c) 11,8 d) 14,1 e) n.d.a. 30. Na compra de uma bicicleta, cujo preço é R$ 180,00, dá-se um desconto de R$ 7,00. De quanto % é o desconto dado? a) 17 b) 15 c) 13 d) 11 e) n.d.a. 31. $ 300,00 representam 4% de uma quantia x. Qual é o valor de x? Matemática 4

95 a) 130 b) 150 c) 1145 d) 13 e) n.d.a. 3. Numa prova de Matemática, um aluno acertou 36 questões, o que corresponde a 7% do número das questões. Quantas questões havia na prova? a) 44 b) 48 c) 50 d) 53 e) n.d.a. 33. Num colégio X, 50 alunos estudam no período da manhã, o que corresponde a 65% do número total de alunos do colégio. Quantos alunos tem esse colégio? a) 861 b) 98 c) 870 d) 800 e) n.d.a. 34. Uma peça de ouro foi vendida com um lucro de $ 300,00. Sabe-se que essa quantia representa 5% do preço de custo da peça. Qual o preço de custo e por quanto foi vendida essa peça? a) 100 e 1500 b) 10 e 1488 c) 1180 e 150 d) 1190 e 1980 e) n.d.a. 35. Uma salina produz 18% de sal em volume de água que é levada a evaporar. Para produzir 117 m 3 de sal, quantos m 3 de água são necessários? a) 750 b) 587 c) 710 d) 650 e) n.d.a. 36. Na 6ª série B, 6 alunos foram reprovados, o que representa 15% do número de alunos da classe. Quantos alunos há na 6ª série B? a) 38 b) 4 c) 40 d) 45 e) n.d.a. 37. Na compra a prazo de um aparelho, há um acréscimo de R$ 150,00, o que corresponde a 30% do preço a vista do aparelho, Qual é o preço a vista do aparelho, e quanto vou pagar? a) 500 e 640 b) 510 e 630 c) 530 e 678 d) 500 e 650 e) n.d.a. 38. Para assoalhar uma casa foram necessárias 18 dúzias de tábuas de metros e 30 centímetros de comprimento por 10 centímetros de largura. Quantas tábuas seriam necessárias para assoalhar a mesma casa se elas tivessem 1 metro e 80 centímetros de comprimento por 3 decímetros de largura? a) 9 b) 104 c) 98 d) 89 e) Uma torneira pode encher um tanque em 9 horas e outra pode encher o mesmo tanque em 1 horas. Se essas duas torneiras funcionassem juntas e, com elas, mais uma terceira torneira, o tanque ficaria cheio em 4 horas. Em quantas horas a terceira torneira, funcionando sozinha, encheria o tanque? a) 18 horas b) 0 c) d) 16 e) 18h 30min 15s 40. As rodas traseiras de um carro têm 3,5 metros de circunferência. Enquanto as rodas dianteiras dão 0 voltas, as traseiras dão somente 1. Qual é a circunferência das rodas dianteiras? a) 1,95 m b),05 c) 1,88 d) 1,90 e), Um viajante vai da cidade X à cidade Z em um trem que faz 60 km/h e volta em outro cuja velocidade é de 96 km/h, Sabendo-se que a viagem de ida e volta durou, ao todo, 9 horas e 58 minutos, perguntase: qual a distância entre as duas cidades? a) 368 b) 388 c) 40 d) 379 e) Certa máquina, trabalhando 1 horas por dia, consome, em 30 dias, quilos de carvão. Qual o custo do carvão gasto por essa máquina durante 90 dias, sabendo-se que nesse período trabalhou 1 horas e 30 minutos por dia e que cada tonelada de carvão custou R$ ? a) 4.450,00 b) 5.000,00 c) 3.450,00 d).980,00 e) 4.680, Se um homem caminha à razão de 4 quilômetros e 500 metros por hora, em quantas horas, minutos e segundos, percorrerá a distância de 14 quilômetros e 415 metros? a) 3h 1min 1s b) 3h 11min 19s c) h 59min s d) 3h 1min 5s e) n.d.a. 44. Sabendo que 3/4 de certa obra foram feitos por 33 pessoas em 1 ano de trabalho, determinar quantas pessoas seriam necessárias para fazer a obra toda em metade do tempo. a) 91 b) 88 c) 79 d) 85 e) n.d.a. 45. Sabendo que três operários, trabalhando 7 horas por dia, durante dias, fizeram 16 metros de certa obra, calcular quantos metros da mesma obra farão dois operários, trabalhando 5 dias a 3 horas por dia. a) 88 b) 9 c) 98 d) 95 e) Trabalhando 4 horas diárias, durante 18 dias, 64 operários abriram uma vala de 36 metros de comprimento, em terreno de dureza 3. Matemática 43

96 Determinar o comprimento de outra vala, aberta por 56 operários, que trabalharam 5 horas por dia, durante 16 dias, em terreno de dureza. a) 61,4 b) 49,8 c) 5,5 d) 49,1 e) n.d.a. 47. Uma torneira que jorra 1.035,5 litros de água por hora enche certo reservatório em 1 horas. Determinar em quanto tempo outra torneira, que jorra 0 litros por minuto, encheria o mesmo reservatório. a) 10h 1min 18s b) 11h 10min 1s c) 9h 31min 17s d) 10h 17min 3s e) n.d.a operários, trabalhando 8 horas diárias durante 15 dias, fizeram um muro de 0 metros de comprimento, 1 metro e 80 centímetros de altura e 30 centímetros de espessura. Quantos operários seriam necessários para a construção de outro muro de 30 metros de comprimento, metros de altura e 7 centímetros de espessura, se eles trabalhassem 9 horas por dia durante 18 dias? a) 33 b) 37 c) 9 d) 7 e) Vinte e cinco tecelões, trabalhando 7 horas por dia, durante 18 dias, fizeram 750 metros de certo tecido. Quantos tecelões, trabalhando 9 horas por dia, durante 14 dias, seriam necessários para fazer 630 metros do mesmo tecido? a) 3 b) 4 c) 1 d) 17 e) 0 c) ,00 e 385,00 d) ,00 e 411,00 e) n.d.a. 54. Qual é o capital que, acrescido dos seus juros produzidos em 70 dias, à taxa de 4,5% a.a., se eleva a R$ ,50? a) ,00 b) ,0 c) ,00 d) ,00 e) n.d.a. 55. Uma pessoa aplicou $ ,00 do seguinte modo: $ ,00 a 5% a.a. e $ 4 000,00 a uma taxa desconhecida. Sabendo-se que, no fim de meio ano, a primeira importância tinha rendido $15,00 a mais do que a segunda, pergunta-se: a que taxa esta última foi aplicada? a) 8,3% a.a. b) 7,5 c) 6,7 d) 6,9 e) n.d.a. 56. A soma de um capital com os seus juros, aplicado durante 110 dias, à taxa de 7% a.a., é igual a R$ 553,47. Determinar o valor dos juros, considerando-se o ano com 360 dias. a) 53,47 b) 51,1 c) 49, d) 48,98 e) n.d.a. 57. Determinar a que taxa mensal esteve aplicado um capital de R$ ,00 que, em 3 meses e 0 dias, rendeu R$ 440,00 de juros. a) 0,5% a.m. b) 0,40 c) 0,34 d) 0,1 e) 0, O volante de uma máquina, dando 318 voltas em 6 minutos, põe em movimento uma fieira que produz 65 metros de tecido em 60 minutos. Que tempo será preciso para fabricar 564 metros de tecido, se o volante der 376 voltas em 4 minutos? a) 75 min b) 7 min c) 69 d) 65 e) n.d.a. 51. Certo capital, acrescido de juros de 6,5% a.a. em 1 ano e 4 meses, importa em $ 7 84,00. Determinar o capital. a) 7.00,00 b) 6,980,00 c) 7.430,00 d) 8.00,00 e) n.d.a. 5. Um capital, com os juros correspondentes a 5 meses, eleva-se a R$ 748,5. O mesmo capital, com os juros correspondentes a 8 meses, eleva-se a R$ 759,0. Determinar o capital. a) 770,00 b) 760,00 c) 695,00 d) 730,00 e) n.d.a. 53. Determinar o capital e os juros cuja soma, no fim de 5 meses, à taxa de 5,5% a.a., atingiu R$ ,00. a) 17.80,00 e 396,00 b) , , Certo capital, acrescido dos juros resultantes de sua aplicação durante 8 meses, eleva-se a R$ 3 100,00. O mesmo capital, acrescido dos juros resultantes de 13 meses de aplicação, à mesma taxa, eleva-se a R$ 3 475,00. Calcular o capital e a taxa anual. a).500,00 e 4% a.a. b) 1.000,00 e 5% c) 3.650,00 e 5% d) 1.654,00 e 4% e) n.d.a. GABARITO 1. A. A 3. A 4. D 5. C 6. D 7. A 8. A 9. A 10. D 11. C 1. B 13. C 14. A 15. B 16. A 17. B 18. D 19. D 0. C 1. B. A 3. D 4. C 5. A 6. A 7. C 8. D 9. A 30. B 31. B 3. C 33. D 34. A 35. D 36. C 37. D 38. A 39. A 40. A 41. A 4. A 43. A 44. B 45. E 46. C 47. A 48. E 49. C 50. B 51. A 5. D 53. A 54. D 55. B 56. A 57. A 58. A Matemática 44

97 SERVIÇOS E ROTINAS DE PROTOCOLO, EX- PEDIÇÃO E ARQUIVO. CLASSIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS E CORRESPONDÊNCIAS. ARQUIVO O imenso volume de informações gerado a partir do século XIX e ampliado extraordinariamente no século XX seria de pouca utilidade se não pudesse ser localizado para consulta por meio das técnicas da documentação. Conjunto de técnicas que têm por objetivo a elaboração, produção, sistematização, coleção, classificação, distribuição e utilização de documentos de qualquer natureza, a documentação permite que se organize o conhecimento ao longo do tempo e o põe à disposição dos consulentes de forma conveniente e prática. O campo da documentação se amplia ou restringe de acordo com o conceito de documento. Para o belga Paul Otlet, autor do primeiro tratado de documentação, documento é o manuscrito, livro, revista, jornal, estampa, partitura musical, selo, medalha, moeda, filme, disco, objeto histórico ou artístico (quando devidamente tombado) e as espécies animais e vegetais classificadas e catalogadas em parques zoobotânicos. Com tal amplitude para o conceito de documento, a documentação seria um conhecimento de caráter puramente especulativo, uma vez que é impossível, na prática, organizar domínio tão vasto. Assim, uma teoria geral da documentação se confundiria com a teoria geral da cultura. O crescente volume da produção escrita, que se compõe de muitos milhões de obras impressas desde a invenção da imprensa de caracteres móveis, obrigou ao estabelecimento de técnicas especiais para organização e obtenção de informações e dados necessários a estudos, trabalhos de múltiplas ordens e pesquisas. Nas bibliotecas, museus, arquivos e centros de pesquisas e informações bibliográficas, foram instituídos processos e normas especiais para registro da documentação existente, controle e manuseio da produção bibliográfica e dos conhecimentos em geral. Os setores de atividades tecnológicas e de ciências exatas, as grandes empresas industriais e as entidades de pesquisa científica foram os primeiros a manifestar a necessidade de estabelecer serviços especializados, com o objetivo de facilitar aos especialistas a obtenção de informações e dados mais atualizados referentes aos trabalhos e pesquisas em andamento. Desde meados do século XIX, os serviços de referência bibliográfica das bibliotecas especializadas, sobretudo as americanas, já haviam compreendido a necessidade de um trabalho específico para facilitar a localização de livros, artigos e documentos e também para prestar auxílio direto à busca de dados e informações específicas de seus consulentes. História A organização racional da informação e da documentação levou Paul Otlet, em colaboração com Henri La Fontaine, a fundar, em Bruxelas, em 1895, o Instituto Internacional de Bibliografia. Como primeira tarefa, a instituição organizou um catálogo em fichas da produção bibliográfica mundial. Na ordenação temática das fichas, adotou-se o sistema de classificação decimal que, devidamente atualizado e aperfeiçoado, se transformou no sistema de classificação decimal universal (CDU). Em 1931 o instituto passou a denominar-se Instituto Internacional de Documentação e, em 1937, Federação Internacional de Documentação (FID). O primeiro projeto de trabalho, de organização sistemática da bibliografia mundial, foi abandonado, mas a federação ampliou-se e passou a congregar grande número de entidades de diferentes países, num programa que tem por finalidade facilitar a comunicação dos conhecimentos e a consulta de todos os dados e informações disponíveis. Em Varsóvia, em 1959, foi aprovado pelos membros da FID, reunidos em sua 5ª conferência geral, um plano de longo prazo que previa a criação, em todo o mundo, de uma rede de informações técnicas e científicas a serviço de estudiosos e pesquisadores de todos os países. Os trabalhos desenvolvidos pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) têm os mesmos objetivos da FID e são realizados em cooperação mútua com entidades internacionais de biblioteconomia e bibliografia. 1 Em grande número de países foram organizados centros ou serviços de documentação e realizados congressos para discussão e estudo de problemas referentes aos trabalhos de documentação, inclusive as relações entre documentação e bibliografia, biblioteconomia, museologia e arquivologia. A documentação passou a ter assim um sentido mais amplo e a incluir todas as técnicas de análise da produção bibliográfica, produção e controle de traduções, técnicas de controle da informação, mecanização de informações e reprodução fotográfica de documentos, trabalhos de referência em suas mais diversas formas e publicação e divulgação de informações. Estabeleceu-se assim uma íntima relação entre essas áreas e acentuou-se a tendência da documentação para englobar atividades que antes eram da competência de bibliotecas e bibliotecários. Paralelamente, e por força das iniciativas citadas, criou-se em diferentes países a profissão de documentarista (também denominada documentalista), que se ocupa de reunir, classificar, catalogar, informar, editar e divulgar informações que, de certa maneira, complementam o trabalho dos bibliotecários, arquivistas, museólogos e restauradores. Como em diversos pontos a biblioteconomia e a documentação se confundem, há polêmica entre as duas categorias profissionais, mas a diferença fundamental entre elas está no grau em que uma ou outra se debruça sobre os documentos em busca de informações e no interesse que demonstram na disseminação dessas informações. Enquanto no Reino Unido os documentaristas são chamados de técnicos de informação (information officers), nos Estados Unidos os bibliotecários resistem à ideia da criação de uma profissão e de organismos que chamem a si a execução de tarefas que julgam caber-lhes de direito e de fato, como parte fundamental das atribuições das bibliotecas, mormente das especializadas. Durante algum tempo, os especialistas americanos tentaram adotar a palavra comunicação (communication) em lugar de documentação, mas a criação de vários institutos de documentação e a circulação da palavra pelo mundo contribuíram para que fosse finalmente aceita em seu significado mais moderno. O Brasil pode ser considerado pioneiro nesse setor, fato comprovado pela data de criação de seus organismos de documentação e do reconhecimento profissional do documentarista, termo preferido na lei que classifica as carreiras e cargos do serviço público brasileiro. Manuel Cícero Peregrino da Silva, que dirigiu a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro entre 1900 e 194, ao planejar a reforma do regulamento da instituição, em 190, procurou habilitá-la a promover a organização da produção bibliográfica brasileira e para isso sugeriu a criação de um órgão a ela subordinado, para desenvolver o serviço de bibliografia e documentação. Tais medidas constam nos regulamentos aprovados pelos decretos de nº de 11 de julho de 1911 e nº , de 6 de setembro de 19. A esse serviço de bibliografia e documentação competiam funções comparáveis às que são desempenhadas pelos modernos centros de documentação. Em 1954, por proposta conjunta da Fundação Getúlio Vargas e do Conselho Nacional de Pesquisas, o governo brasileiro criou, com assistência técnica da UNESCO, o Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação (IBBD), subordinado ao Conselho Nacional de Pesquisas e membro da FID, destinado a coordenar e desenvolver a informação científica e técnica no Brasil. O IBBD organizou o guia Bibliotecas especializadas brasileiras, o Repertório dos cientistas brasileiros, o guia das Pesquisas em processo no Brasil, o Catálogo coletivo de publicações periódicas de ciência e tecnologia e o guia dos Periódicos brasileiros de cultura, além de bibliografias periódicas, com a indexação de artigos de autores brasileiros e estrangeiros publicados no Brasil nos campos das ciências puras e aplicadas, da tecnologia e das ciências sociais. Sistemática da documentação Os principais instrumentos da documentação são a classificação e a normalização. Com a classificação, procura-se organizar a informação em ordem temática e não apenas alfabética ou alfanumérica. A normalização racionaliza os processos de produção, organização e difusão da informação contida nos documentos. Essa fase é ainda mais importante que a classificação, uma vez que esta também deve ser normalizada. Os processos de normalização tiveram origem na indústria e consistiam em fixar condições para execução de cálculos, projetos, obras, serviços ou instalações, bem como a elaboração das próprias normas e regulamentos. A uniformidade dos processos proporcionou economia na utilização internacional dos produtos industriais. O sucesso da normalização no campo da indústria fez com que a documentação a adotasse, com o objetivo de tornar internacionalmente acessíveis os resultados do trabalho intelectual de cada autor,

98 uma vez que para obter a máxima disseminação da informação científica o pesquisador deve apresentar os dados de forma que a interpretação deles se faça sem dificuldade. Para que a informação se torne imediatamente acessível, a documentação estabelece normas para organização e difusão dos documentos. Todos os documentos devem ser normalizados, isto é, produzidos e divulgados de acordo com as normas internacionalmente aceitas. O progresso da ciência exige o mais amplo intercâmbio de informações e a normalização internacional tem o objetivo de facilitar esse intercâmbio. Se a documentação pouco ajudou à biblioteconomia, à arquivologia e à museologia na organização de documentos em bibliotecas, arquivos e museus, muito contribuiu no campo da produção de documentos e na difusão das informações neles contidas. A bibliografia tradicional limita-se a referenciar livros, que por seu atraso em relação a documentos de outra natureza não são considerados pela documentação. Tampouco satisfazem os documentalistas descrições puramente externas dos documentos. À documentação interessa, principalmente, a difusão das informações contidas em artigos de publicações periódicas, em comunicações a congressos, em relatórios de pesquisas -- concluídas ou em andamento -- teses universitárias, registros de patentes etc. Na conceituação moderna, portanto, documentação é, em sentido amplo, a produção, organização e difusão de documentos de qualquer natureza. Em sentido estrito, é a difusão das informações neles contidas. A organização de documentos cabe, conforme a natureza dos mesmos, às bibliotecas, arquivos, museus etc. A difusão de documentos é o objetivo específico dos serviços ou centro de documentação. Documentação, portanto, não se confunde com biblioteconomia, arquivologia ou museologia, nem centro de documentação com biblioteca, arquivo ou museu. Como os documentos bibliográficos estão nas bibliotecas, alguns dos maiores serviços de documentação do mundo funcionam dentro da estrutura de algumas dessas instituições. Outros, porém, são independentes. Mecanização e automação Livros, artigos, relatórios e comunicados, por exemplo, são chamados documentos primários. Documentos secundários são aqueles que se produzem para difusão da informação contida nos primeiros: bibliografias comentadas ou críticas, resumos, traduções, reproduções etc. Os estudos recapitulativos são os documentos terciários. Com o advento do processamento eletrônico de dados, após a segunda guerra mundial, métodos mais eficientes começaram a ser experimentados pelos centros e serviços de documentação. Distinguem-se três tipos de sistemas que, embora tenham atingido diferentes graus de aperfeiçoamento, possuem características comuns: (1) fichas perfuradas e selecionadas por processos eletrônicos ou eletromecânicos; () sistemas baseados em métodos fotográficos (geralmente microcópias), com seleção fotoelétrica por meio de código; (3) sistemas baseados no registro magnético (em fios, tambores ou núcleos). Com o avanço das técnicas de informática, foram criados programas mais sofisticados para armazenamento e recuperação de informações, que podem ser específicas para cada assunto, principalmente no tocante às informações técnicas. A informática tornou ilimitado o campo da documentação. A Arquivologia resgata a memória do país, das instituições e da comunidade e dissemina a cultura, perpetuando a História. O arquivista planeja, projeta e administra a organização de arquivos, analisando, classificando, selecionando, restaurando e conservando documentos. Empregando modernas técnicas de microfilmagem, informática, preservação e restauração de documentos, o trabalho do arquivista é indispensável nas pesquisas históricas, sendo, ele próprio, um pesquisador. Seu campo de trabalho são os arquivos (públicos, privados e pessoais), tais como: bancários, audiovisuais, cartográficos, cartorais, computacionais, contábeis, eclesiásticos, empresariais, escolares, fotográficos, históricos, médicos, micrográficos, policiais e de imigração, atuando também, em centros culturais e laboratórios de conservação e restauração de documentos. As três correntes De acordo com Rousseau e Couture (1998, p. 70), a Arquivística pode ser abordada de três maneiras: uma maneira unicamente administrativa (records management), cuja principal preocupação é ter em conta o valor primário do documento; uma maneira tradicional, que põe a tônica exclusivamente no valor secundário do documento; ou, por último, uma maneira nova, integrada e englobante, que tem como objetivo ocupar-se simultaneamente do valor primário e do valor secundário do documento. Os referenciais teóricos arquivísticos Segundo Faria (006, p. 9), dentre os referenciais arquivísticos, destacam-se os princípios fundamentais, os conceitos de fundo e documento de arquivo, o ciclo de vida dos documentos, os conceitos de valor primário e valor secundário, o princípio do respect des fonds, as funções de classificação documental e avaliação documental e a definição de instrumento de gestão arquivística. Ciclo de vida dos documentos ou a Teoria das três idade arquivos correntes, intermediários e permanentes Arquivo de primeira idade, corrente, ativo ou de momento: constituído de documentos em curso ou consultados frequentemente, conservados nos escritórios ou nas repartições que os receberam e os produziram ou em dependências próximas de fácil acesso. Por documentos em curso entenda-se que, nesta fase, os documentos tramitam bastante de um setor para outro, ou seja, podem ser emprestados a outros setores para atingirem a finalidade para a qual foram criados. Arquivo de segunda idade, intermediário ou limbo: constituído de documentos que deixaram de ser frequentemente consultados, mas cujos órgãos que os receberam e os produziram podem ainda solicitá-los, para tratar de assuntos idênticos ou retomar um problema novamente focalizado. Não há necessidade de serem conservados próximos aos escritórios. A permanência dos documentos nesses arquivos é transitória. São por isso também chamados de limbo ou purgatório, sendo estes termos adotados na Grã-Bretanha para designar esta fase. Arquivo de terceira idade, permanente, histórico ou de custódia: constituído de documentos que perderam todo valor de natureza administrativa e que se conservam em razão de seu valor histórico ou documental e que constituem os meios de conhecer o passado e sua evolução. Estes são os arquivos propriamente ditos, pois ali os documentos são arquivados de forma definitva. Estas fases são complementares, pois os documentos podem passar de uma fase para outra, e para cada uma corresponde uma maneira diferente de conservar e tratar os documentos e, consequentemente, uma organização adequada, ou seja, as unidades de acondicionamento (pastas, catálogos etc.), adotadas na fase corrente serão substituídas por unidades mais adequadas ao funcionamento da fase intermediária, que, por sua vez, adotara acondicionamento diferente da fase permanente. Classificação segundo a valoração dos documentos Valor administrativo: ou primário, refere-se ao valor que o documento apresenta para o funcionamento da instituição. É o valor pelo qual o documento foi criado (todo documento nasce com um objetivo administrativo) e por isso está presente em todo documento quando de sua criação. É um valor temporário, perdendo seu valor administrativo quando atingir todas as finalidades que se possam esperar do mesmo para o funcionamento da instituição. Valor histórico: ou secundário, refere-se à possibilidade de uso dos documentos para fins diferentes daqueles para os quais foram originariamente criados, quando passa a ser considerado fonte de pesquisa e informação para terceiros e para a própria administração. O documento, após perder seu valor administrativo, pode ou não adquirir valor histórico, e uma vez tendo-o adquirido, este se torna definitivo não podendo jamais serem eliminados. GERENCIAMENTO DE INFORMAÇÕES NA ORGANIZAÇÃO Autores: José Marcelo A. P. Cestari, Sara Fichman Raskin e Maria José Resmer Os usuários estão, cada vez mais, demandando tecnologias que tornem suas informações mais úteis. As empresas devem atentar para quatro pontos importantes no desenvolvimento de uma estratégia de gerenciamento de informações: À luz da expansão e evolução do espaço eletrônico de trabalho, a empresa deve pensar no gerenciador como um novo provedor de serviço de informação, que será um componente chave na filtragem de informação externa.

99 À medida que os usuários finais evoluem de iniciantes para especialistas, eles demandam acessos mais produtivos para muitos tipos e fontes de informações. O sucesso do gerenciamento de recursos de informação requer a implementação de um processo de auditoria que examina e verifica a situação das informações da empresa com o propósito de análise. A provisão de recursos de informação requer o planejamento de um canal efetivo de informações que leva em consideração componentes como preço, seleção de fornecedores e seleção de conteúdo. Gerenciador de Conteúdo como um Provedor de Serviços de Informação: A capacidade dos usuários de acessarem informações externas diretamente via Internet, criou uma necessidade urgente nas empresas para desenvolver novas e melhores competências no gerenciamento e serviços de distribuição de informação. Tradicionalmente, são os centros de recursos de informação (CRI) ou a biblioteca, os únicos posicionados dentro da empresa para se tornar o provedor de serviço de conteúdo e para intermediar os recursos internos e externos, tendo como alvo as expectativas e necessidades do usuário. Se uma empresa não tem um CRI, esse trabalho deve ser criado através de um contrato de consultoria, terceirização ou contratando um gerenciador de conteúdo com experiência em Internet e informações empresariais. Uma vez que essa função esteja definida, o próximo passo é a adoção de uma disciplina de gerenciamento de serviço que requer habilidades analíticas e técnicas orientadas para o negócio. Adotando esse processo, o gerenciador de conteúdo garantirá o mais alto nível de satisfação do usuário e o grande retorno dos investimentos em recursos de informação para a empresa. Fornecer um serviço de alto valor para os clientes é um trabalho difícil mas não impossível. Requer uma metodologia estruturada e é um processo contínuo. É a função essencial para o gerenciador de conteúdo como um provedor de serviço. Processo de Gerência de Serviço: A chave para se fornecer serviço de valor é a adoção de um processo de gerenciamento de serviço. Esse processo é direcionado para o mercado e continuamente avalia as necessidades do usuário, expande a distribuição de informações e os serviços de acesso, alinhando os serviços com a missão e objetivos da empresa. Gerenciamento de serviço não é uma avaliação. É um processo empresarial que cria um serviço de qualidade e melhora a relação com o cliente. À medida que o gerenciamento de conteúdo vai passando para o papel de provedor de serviço de informação, será necessário designar um gerente de relacionamento com o cliente em tempo integral. Este terá responsabilidade direta no processo de gerenciamento do serviço. No ambiente de desenvolvimento eletrônico, o gerenciador de conteúdo será o facilitador que permitirá o acesso aos conteúdos externos necessários. De fato, a equipe de gerenciamento de conteúdo irá se tornar um provedor de serviço de conteúdo para o usuário e irá criar recursos de informação que excedam as melhores características de alguns provedores de conteúdo que estão aparecendo na Internet. Um modelo comum na Internet é o "super site", que é um modelo de criação e distribuição de conteúdo. Serviços de notícias digitais baseados no modelo "super site" estão direcionados aos leitores que procuram por cobertura compreensível de um mercado e buscam mais de uma fonte de informação para satisfazer suas necessidades. Informação é apenas um dos componentes de um serviço de "super site". Ele oferece também recursos adicionais, análises, serviços e fóruns. Exemplos de serviços de "super sites" incluem a edição interativa do Wall Street Journal e Boston.com As Melhores Práticas dos Gerenciadores de Conteúdo: Os gerenciadores de conteúdo de sucesso irão incorporar as melhores características e conceitos dos "super sites" da Internet dentro de seus próprios serviços de conteúdo de informação da empresa, que incluem: O suporte de push e pull para mercado. Links contextuais de acordo com a necessidade do cliente. Serviços que são fáceis de usar. Como o acesso à informação externa através do desktop se tornou um componente integrador do espaço eletrônico de trabalho, os gerenciadores de conteúdo irão se transformar em provedores de serviço de informação, o que requer a identificação, compreensão e ainda distribuição de todas as necessidades e expectativas do usuário final. Os gerenciadores de conteúdo de sucesso irão implementar um processo de gerenciamento de serviço para se tornar um provedor focado no mercado indo de encontro a essas novas expectativas do usuário. Satisfazendo os Usuários: Com push e desktop broadcasting (DTB) fazendo a página de frente de quase todos jornais e revistas de negócios, as empresas querem saber quando usar um ou outro provedor para distribuir as informações externas. Devido a esses novos serviços não suportarem totalmente as fontes de informação que os usuários finais requerem nem as características comumente desenvolvidas nos serviços de alta qualidade, nenhum fornecedor está pronto para a distribuição de informação externa para as empresas. Na maioria dos casos, as empresas devem contatar seus especialistas internos em distribuição de informação, frequentemente encontrados no CRI ou na biblioteca e aumentar suas listas de fornecedores. Dado que esses serviços não estão prontos para o mercado, é certo querer saber por que existe tanto barulho sobre empresas de DTB. A razão é que os serviços desses fornecedores podem ser úteis e grátis para os usuários. Eles apelam para o mercado de massa e isso é típico com tecnologias emergentes. Os produtos iniciais são relativamente imaturos em relação à tecnologia que serve ao mercado profissionalmente treinado. Compare a primeira versão do Microsoft Word com o processador de texto Wang. Em 1983, Wang antecipou o Word. Entretanto, o Word era uma nova forma para se processar texto que apelou para os usuários sem treinamento no uso de Wang. O Word era barato, se comparado ao Wang, e disponível para se adquirir em lojas de computadores locais. O Word e outros processadores de texto compatíveis com o PC, rapidamente superaram o Wang. Se a tecnologia push, ou DTB, provar ser uma tecnologia de massa, as empresas podem esperar rápidas inovações. Os fornecedores tentarão manter seus nomes pela propaganda e melhorar continuamente suas capacidades para se distanciarem da competição com os outros fornecedores. A evolução da distribuição de informação ainda não ocorreu. Em cada fase da evolução das necessidades dos usuá-rios, a distribuição do conteúdo se torna mais adequada para suas necessidades. Quando esse ciclo terminar, o conteúdo e sua distribuição irão girar em torno do usuário. Quando os usuários evoluírem de iniciantes para especialistas, eles irão rapidamente demandar tecnologia para tornar suas informações mais úteis. Eles irão precisar de capacidade para tomar decisões mais rápidas e eficazes. Decisões melhores vêm de um acesso mais produtivo a muitas fontes de informação. A eficácia envolve o conceito de "o que você quer, quando você quer" via entrega em tempo de real, melhores ferramentas de agregação e capacidades de filtragem e de recuperação. As empresas devem trabalhar com seus especialistas ou gerentes de informação para construir bons serviços de distribuição. Os fornecedores devem entender as necessidades dos especialistas e atualizar suas tecnologias tendo isso em mente. Como o DTB terá muitos usos na empresa, além da distribuição de informações externas, as empresas devem estar predispostas a trabalhar com o propósito de distribuição de seus fornecedores. Os novos agregadores que estão trabalhando para uma boa qualidade de informação final, devem rapidamente escolher entre se aliar ou competir com fornecedores de DTB, pois o mercado para informação empresarial se desenvolve rapidamente. A distribuição de informações via multimídia, vídeo ao vivo e outros fatores são capacidades que os usuários querem quando se tornam mais familiarizados com a informação e eles têm que usá-las cada vez mais para realizar seus trabalhos. O Verdadeiro Poder de se Fiscalizar uma Informação Externa: O conhecimento de uma empresa consiste nos seus recursos internos e seus acessos a informações externas (e.g., informações empresariais impressas e eletrônicas). O sucesso de um gerenciamento de recursos de informação requer a implementação de um processo de fiscalização de todos os recursos conhecidos. 3

100 O controle de informações externas não é um procedimento de inventário. É um exame e verificação da situação da informação com o propósito de se analisá-las. Essa análise é usada para compreender, avaliar e, mais recentemente, para tomar decisões. Gerenciadores de informação que veem o controle somente como um inventário irão falhar em capitalizar o valor potencial que pode ter o departamento responsável pela distribuição e acesso de informações externas. O controle de informações externas é um processo de 3 passos: Coleta dos dados. Qualidade, coleta de dados relevantes é essencial para conduzir análises válidas Revendo os dados. Esse passo produz informação focada na relevância, no fluxo, no uso e no valor das informações externas para a empresa; Convertendo as informações em benefícios. A análise das informações, derivada da coleção de dados, cria conhecimento sobre o uso e o valor de informações externas. Esse conhecimento traz benefícios para a empresa. A fiscalização do conhecimento externo é uma ferramenta poderosa para se obter benefícios que podem estar escondidos mas que têm um valor incrível para a empresa. Isso inclui: A habilidade para conduzir negócios de valor com fornecedores de informações externas. Um processo de abordagem empresarial mais forte. Uma medida para demonstrar o valor das informações externas para gerenciamento. A fiscalização de informações externas é mais que um processo de inventário. É o exame do valor das informações externas, fluxo e uso. Ele cria o conhecimento necessário para acrescentar valores incríveis para a empresa. GESTÃO DOCUMENTAL Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. A gestão documental ou gestão de documentos é um ramo do arquivo documental responsável pela administração de documentos nas fases corrente e intermediária (primeira e segunda idade). Em termos informáticos, a Gestão Documental é uma solução de arquivo, organização e consulta de documentos em formato eletrônico onde existe toda a informação de natureza documental trocada entre os utilizadores da aplicação. Esta solução permite a colaboração numa organização através da partilha de documentos, beneficia e facilita os processos de negócio de uma empresa. A Gestão Documental integrada com outras soluções, como por exemplo, a digitalização, fax e permitem gerir toda a informação não estruturada (documentos) importante da organização. Num processo de gestão documental o seu inicio ocorre com a recepção do documento em que este passa pela fase de desmaterialização, ou seja, digitalização do documento geralmente em formato papel para um formato eletrônico. Numa segunda fase os documentos em formato eletrônico são submetidos a uma classificação, de seguida há uma definição dos vários estádios do ciclo de vida do documento ao longo da sua existência, como por exemplo, a publicação, aprovação, distribuição, reencaminhamento e dês atualizado (destruído). Por último, este processo disponibiliza ao utilizador um método de localização eficaz semelhante a de um sistema de busca, por exemplo, o Google. Vantagens na sua utilização As empresas que investem pela solução Gestão Documental conseguem um retorno elevado pois reduzem a quantidade de documentos em papel, há um ganho na produtividade devido a uma uniformização dos processos e facilitando a implementação de normas de qualidade. As vantagens na sua utilização são as seguintes: Redução do custo do número de cópias, aumento de produtividade na procura, no re-encaminhamento de documentos e redução do espaço de arquivo; Gestão de Informação Integrada é conseguida a partir da consolidação transparente dos documentos eletrônicos (originados pela aplicações Office) e de documentos com origem em papel; 4 Uniformização de Processos de reencaminhamento, aprovação, arquivo e eliminação dos documentos, mantendo o histórico de versões dos documentos; Digitalização dos documentos; Descentralização e libertação do espaço físico, isto é, os documentos e processos estão sempre disponíveis, independente do local onde o utilizador aceda aplicação; Com o auxilio de um browser a pesquisa da informação dos documentos está facilitada e rápida; Formação de um Backup que permite a recuperação da informação em caso de incêndio ou inundação do seu arquivo físico; As soluções de Gestão Documental têm mecanismos de controlo de acessos e segurança protegendo os seus documentos de acessos não autorizados. Casos de aplicação A Gestão Documental quer seja eletrônica ou em arquivo de papel está presente em todas as organizações. As soluções de Gestão Documental aplicam-se a um conjunto alargados de áreas funcionais: Administrativa e Financeira (documentos financeiros) Qualidade (normas, procedimentos, auditorias e fichas de não conformidade) Produção (desenho técnicos, normas e procedimentos operacionais e controlo de produção) Jurídica (contratos, propostas, concursos públicos e cadernos de encargos) Serviços a Cliente (informações, apoiam técnico e documentos de Cliente) Marketing (estudos de mercado, brochuras e especificações de produtos) Desenvolvimento (memórias descritivas, pesquisa e desenvolvimento) Recursos Humanos (contratos de pessoal, fichas técnicas e regulamento) ARQUIVOLOGIA Considerada disciplina, técnica e arte, a arquivologia é uma ciência auxiliar da história. Fonte de consulta para todos os fins, um arquivo organizado constitui valioso patrimônio e pode documentar o passado de uma nação. Arquivologia é o conjunto de conhecimentos sobre a organização de arquivos, tanto no que se refere ao recolhimento e conservação de documentos, títulos e textos de valor permanente e elaboração dos respectivos instrumentos de pesquisa, como no que toca à eliminação de peças de valor transitório e controle dos arquivos em formação. Inclui também as tarefas dos arquivistas. O termo arquivística pode, de modo geral, ser empregado como sinônimo de arquivologia. Os arquivos de determinada origem constituem um todo orgânico denominado fundo, grupo, núcleo ou corpo de arquivos, no qual se incluem documentos escritos e iconográficos, como os audiovisuais, discos, fitas magnéticas e filmes. Começam também a ser objeto da arquivologia os arquivos eletrônicos. Os arquivos econômicos, de empresas comerciais, bancárias, industriais, desde que se revistam de importância histórica, como ocorre, em alguns casos, com papéis de famílias e pessoas ilustres, interessam à arquivística. A preocupação dos governos e autoridades em conservar determinados documentos em lugares seguros por motivos de ordem administrativa, jurídica ou militar, remonta à antiguidade, sobretudo no que diz respeito a títulos de propriedade. Os eruditos do Renascimento foram os primeiros a ocupar-se dos arquivos como fonte da história, dando início aos estudos de diplomática, que levariam à moderna crítica histórica. A partir da revolução francesa, os arquivos tornaram-se bem público, proclamando-se o direito do povo de acesso aos documentos, cuja preservação foi oficialmente reconhecida como de responsabilidade do Estado. Uma arquivística essencialmente voltada para os diplomas medievais surgiu no século XIX, principalmente após a criação da École des Chartes (Escola das Cartas), que passaria a formar arquivistas paleógrafos altamen-

101 te qualificados. Em meados do mesmo século lançaram-se as bases da arquivística moderna, com os princípios do respect des fonds (todos os documentos originais de uma autoridade administrativa, corporação ou família devem ser mantidos em grupos, separados segundo a natureza das instituições que os criaram); da proveniência (os documentos públicos devem ser agrupados de acordo com as unidades administrativas que os originaram); do respeito à ordem original (o arranjo dado aos documentos pelos órgãos criadores deve ser mantido nos arquivos gerais ou de custódia permanente); e da centralização (unidade e indivisibilidade dos arquivos públicos nacionais). Uma série de fatos novos, diretamente relacionados com os progressos da civilização, marcam a arquivologia na segunda metade do século XX. São eles, entre outros: adoção de arquitetura moderna e funcional nos prédios de arquivos; uso de microfilmagem de substituição; programas de história oral; restauração de documentos pelo emprego de máquinas e material sintético; intervenção dos arquivistas na gestão de papéis administrativos e nos arquivos econômicos, pessoais e familiares; aparecimento de depósitos intermediários de arquivos ou centros de pré-arquivamento; tentativas de aplicar as conquistas da eletrônica ao trabalho arquivístico. O grande problema da arquivologia contemporânea é o volume de papéis criados e acumulados pelas administrações e a necessária eliminação de documentos depois de avaliados. O arquivista desenvolve padrões de avaliação, elabora planos de descarte, prepara tabelas e listas de material repetitivo de descarte automático. As listas e tabelas de descarte especificam o período de retenção de documentos comuns à maioria dos serviços existentes, e tabelas especiais cogitam de cada administração em particular. O arquivista pode recorrer a especialistas para decidir quanto à destinação dos documentos. O primeiro tratado moderno de arquivística, de autoria dos holandeses Samuel Muller, Johan Adriaan Feith e Robert Fruin, data de 1898 e intitulase, em edição brasileira, Manual de arranjo e descrição de arquivos (1960). Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. CONCEITO Arquivos são conjuntos organizados de documentos, produzidos ou recebidos e preservados por instituições públicas ou privadas, ou mesmo pessoas físicas, na constância e em decorrência de seus negócios, de suas atividades específicas e no cumprimento de seus objetivos, qualquer que seja a informação ou a natureza do documento. Os arquivos, portanto, podem ser públicos ou privados. 1. Arquivos públicos: são conjuntos de documentos produzidos ou recebidos por órgãos governamentais, em nível federal, estadual ou municipal, em decorrência de suas atividades administrativas, judiciárias ou legislativas. Existem três espécies de arquivos públicos: correntes, temporários e permanentes: Correntes: conjuntos de documentos atuais, em curso, que são objeto de consultas e pesquisas frequentes. Temporários: conjunto de documentos oriundos de arquivos correntes que aguardam remoção para depósitos temporários. Permanentes: são conjuntos de documentos de valor histórico, científico ou cultural que devem ser preservados indefinidamente.. Arquivos privados: são conjuntos de documentos produzidos ou recebidos por instituições não públicas, ou por pessoas físicas, devido a suas atividades específicas. Assim, o arquivo de uma empresa, por exemplo, reflete sua atividade, seu porte e seus objetivos. Documentos de natureza diversa, colecionados com outros objetivos, não devem misturar-se com o arquivo principal, já que o tratamento que a eles se deve dar é diferente. Uma empresa imobiliária de porte médio forçosamente terá um arquivo composto de documentos relativos à atividade que desenvolve. Haverá contratos de locação, de imóveis residenciais e comerciais; opções de venda de casas, apartamentos, terrenos; cartas pedindo informações; contratos de compra e venda; certidões; traslados; anúncios em jornais; relatórios e vistorias e outros documentos ligados ao setor. Um catálogo de livros de uma editora, por exemplo, foge ao objetivo dessa empresa e, naturalmente, não deve fazer parte do arquivo principal. Tratando-se, porém, de uma empresa ligada à área educacional, a abordagem seria outra, pois catálogo de livros é fundamental a sua própria sobrevivência, enquanto certidões, traslados, opções de compra de terrenos e outros documentos próprios do ramo imobiliário seriam afastados do arquivo principal. IMPORTÂNCIA A importância dos arquivos é tão evidente que a própria Constituição Federal, em seus artigos 15 e 16, determina: Art. 15. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais. 1 O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional. A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação para os diferentes segmentos étnicos nacionais. Art. 16. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: I as formas de expressão; II os modos de criar, fazer e viver; III as criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; V os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. 1 O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação. Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem. 3 A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores culturais. 4 Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei. 5 Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos. No Brasil, o Arquivo Nacional, previsto na Constituição de 184, foi criado em No passado, a preservação do patrimônio documental era encarada principalmente por seu valor histórico. Após a Segunda Guerra Mundial, começaram a aparecer as primeiras preocupações com uma nova concepção arquivística, em que o documento perdia seu exclusivo enfoque histórico. Surgiam outros aspectos relevantes, como a racionalização da informação, a eficiência administrativa e a finalidade prática na tomada de decisões. A difusão da informação de conteúdo técnico e científico, a nova mentalidade que se introduz na administração pública, a necessidade de pesquisa constante e sistemática, objetivando particularmente a correta tomada de decisão pela empresa privada, favoreceram o surgimento de um novo enfoque do arquivo, distante daquele critério eminentemente histórico. Como consequência, o conceito de arquivo ampliou-se de tal forma que sua importância ultrapassou os limites que até há bem pouco tempo existiam. Atualmente, já não se conseguem restringir e delimitar o campo de atuação e a utilidade do arquivo. Sua importância e seu potencial de crescimento são ilimitados. 5

102 ORGANIZAÇÃO O arquivo precisa ser organizado de forma que proporcione condições de segurança, precisão, simplicidade, flexibilidade e acesso: Segurança: o arquivo deve apresentar condições mínimas de segurança, incluindo-se medidas de prevenção contra incêndio, extravio, roubo e deterioração. Dependendo da natureza do arquivo, é importante cuidar do sigilo, impedindo ou dificultando o livre acesso a documentos confidenciais. Precisão: o arquivo deve oferecer garantia de precisão na consulta a documentos e assegurar a localização de qualquer documento arquivado, ou de qualquer documento que tenha sido dele retirado. Simplicidade: o arquivo precisa ser simples e de fácil compreensão. As possibilidades de erros são reduzidas em arquivos simples e funcionais. O número e a variedade de documentos não exigem necessariamente um arquivo complexo e de difícil entendimento. Flexibilidade: o arquivo deve acompanhar o desenvolvimento ou crescimento da empresa, ou órgão público, ajustando-se ao aumento do volume e à complexidade dos documentos a serem arquivados. As normas de classificação não devem ser muito rígidas, pois apenas dificultam a atividade de arquivamento. Acesso: o arquivo deve oferecer condições de consulta imediata, proporcionando pronta localização dos documentos. A procura de documentos de todos os tipos aumentou muito nos últimos anos, graças principalmente à necessidade cada vez maior de informações. O arquivo não se reduz apenas a guardar documentos; significa também uma fonte inesgotável de informações, que pretende atender a todos e a todas as questões. ARQUIVOS DE PROSSEGUIMENTO Esses arquivos são muito importantes para a empresa, já que por meio deles se podem acompanhar assuntos pendentes ou que aguardam providências: cartas que esperam respostas; duplicatas a cobrar; faturas a pagar; apólices de seguro que devem ser renovadas; lembretes ou controles para renovação de assinaturas de jornais ou revistas; contratos a serem assinados; enfim, inúmeros assuntos que não devem ser simplesmente arquivados e fatalmente esquecidos. O arquivo de prosseguimento possibilita à secretária constante follow up. Também conhecido como arquivo de andamento, ou de follow up, precisa ser organizado convenientemente e, para isso, existem métodos tradicionais, como o cronológico e o alfabético, e modernos, como o de jogos de fichas prontas, o de equipamentos compactos, próprios para vários tipos de controle, ou os desenvolvidos pela informática. 1. Método cronológico: em primeiro lugar, prepara-se um jogo de doze guias com os nomes dos meses e depois um jogo de guias numeradas de 1 a 31, representando os dias dos meses. Esse ultimo jogo deve ser disposto apos a guia do mês em curso. À medida que os dias vão passando, deve-se colocá-los nos mês seguinte. No caso de empresas com muito movimento de contas a receber e/ou a pagar, inclusive com prazos de 30, 60 ou 90 dias, recomenda-se a utilização de três jogos de guias numeradas, de modo que o acompanhamento seja trimestral e não mensal, ou, então, que se guardem os documentos em pastas separadas até o momento oportuno. O método cronológico permite a utilização de pastas ou cartões. Havendo opção pelo uso de pastas, será necessária uma cópia adicional de todos os documentos que exigem prosseguimento e que serão colocados nas pastas por ordem alfabética dos nomes e, em seguida, arquivados após as guias que correspondem às datas de acompanhamento. O emprego de cartões ou fichas elimina a necessidade de cópias adicionais dos documentos, porém exige anotações pormenorizadas para que se possa fazer o acompanhamento. Como nas empresas de grande porte o número de cartões ou fichas é imenso, tal fato dificulta sobremaneira o manuseio e, além disso, aumenta a possibilidade de falhas no acompanhamento.. Método alfabético: esse método também possibilita o uso de pastas ou cartões. As pastas são colocadas em ordem alfabética. Nas margens superiores das pastas, deverão constar: letra correspondente; números de 1 a 31, representando os dias do mês; e um indicador móvel que se desloca na pasta, servindo para indicar o dia específico. Os documentos são postos nas pastas em ordem alfabética. Em cada pasta, os documentos são colocados em ordem cronológica e, à medida que os dias vão passando, os documentos são retirados e o indicador móvel vai-se deslocando até o fim, dia 31, retornando ao dia 1 no início de um novo mês. A possibilidade de uso de cartões ou fichas também existe, embora seja mais trabalhosa, pois exige a anotação de todos os pormenores do documento. Os cartões são colocados nas pastas alfabéticas respectivas, conforme o modelo descrito, e seu funcionamento também será o mesmo. 3. Métodos modernos: surgiram com o próprio desenvolvimento das empresas e da tecnologia, notadamente da informática. Existem, entretanto, métodos que oferecem fichas já preparadas para os diversos controles, como, por exemplo, de pessoal, de estoque, de contabilidade e outros. Alguns trazem equipamentos compactos em que as fichas ficam visíveis e os dados principais são lançados também na margem superior das fichas, à vista do manipulador, facilitando, assim, o manuseio e a consulta. O computador trouxe consigo possibilidades ilimitadas que podem ser adaptadas a qualquer empresa. As informações necessárias para o correto acompanhamento são fornecidas diariamente pelas impressoras, ou por uma tela de terminal de microcomputador. A grande vantagem da utilização da informática, além da rapidez, é a redução da margem de erro. REFERÊNCIAS CRUZADAS A expressão referências cruzadas é largamente usada pelas pessoas que lidam com arquivos, enquanto entre os bibliotecários a palavra mais empregada é remissão. A principal finalidade das referências cruzadas é a de informar a quem for consultar o arquivo que determinado assunto ou nome está arquivado em tal pasta. As referências cruzadas podem vir em pequenas fichas, principalmente quando colocadas em índices. Quando, porém, guardadas nos próprios arquivos, devem estar escritas em folhas de papel e inseridas nas respectivas pastas. Por exemplo, um fornecedor do Mappin provavelmente terá uma pasta com esse nome no arquivo, apesar de a razão social dessa loja de departamento ser Casa Anglo Brasileira S:A.. Recomendase, nesse caso, que se escreva numa ficha ou folha de papel: É muito comum encontrar anotações como Veja também, indicando que o assunto ou nome possui outras ligações importantes. Suponha-se uma empresa que se dedica principalmente ao comércio exterior. E provável que ela arquive os conhecimentos aéreos relativos à carga transportada numa pasta de Carga Aérea. Entretanto, essas exportações são efetuadas por uma companhia aérea, por exemplo, a VARIG. Nesse caso, recomenda-se que se abra uma pasta em nome de VARIG, em que poderão ser colocados, por exemplo, os horários dos voos, inclusive dos voos cargueiros, as cidades que ela serve, as conexões possíveis, as tarifas de carga aérea e outras informações pertinentes, e ainda uma observação: Veja também Carga Aérea. Igualmente no caso de siglas, deve-se fazer uma referência cruzada. Assim, pode-se abrir uma pasta para Cacex e fazer uma referência para Carteira de Comércio Exterior, ou vice-versa. O importante é que a pasta fique com a forma mais conhecida e mais fácil. Por exemplo, talvez seja preferível abrir uma pasta para Instituto Nacional do Livro e uma referência cruzada para INL, para não se fazer confusão com IML (Instituto Médico Legal). De um lado, a referência cruzada é muito importante, pois ajuda e agiliza o funcionamento do arquivo, porém, de outro, deve-se tomar cuidado e evitar o excesso de referências que acarretam volume muito grande de papéis, congestionando, consequentemente, o arquivo. TRANSFERÊNCIA Há documentos que estão sujeitos ao fator tempo, isto é, há aqueles que têm valor de um ano; outros de dois, três, cinco ou mais anos; outros, ainda, possuem valor permanente e nunca poderão ser destruídos. Os documentos também podem ser analisados pela frequência de sua utilização: alguns são muito procurados, outros são consultados poucas vezes, ou quase nunca, e ainda existem aqueles que, após a conclusão do fato que os criou, não servirão para mais nada. 6

103 Com o passar do tempo, observa-se que os arquivos ficam sobrecarregados de papéis, dificultando o trabalho e, na maioria dos casos, a tendência é adquirir móveis novos, na tentativa de se resolver o problema de espaço. Solução muito mais lógica, econômica e eficaz é a de eliminar ou destruir o que não tem mais valor e transferir o que se encontra em desuso ou desatualizado para local apropriado. Assim, transferência é a operação que visa separar os documentos que ainda estão em uso, ou são bastante consultados, daqueles que perderam sua utilidade prática, mas não seu valor. A transferência pretende: liberar o arquivo de papéis sem utilidade prática atual; manter espaço disponível e de fácil manuseio nos arquivos em uso ou ativos; facilitar o trabalho de arquivar, localizar e consultar documentos nos arquivos; manter o arquivo em bom estado de conservação, aumentando sua vida útil; e reduzir ou eliminar despesas desnecessárias com novos equipamentos. Portanto, as transferências de documentos devem ser cuidadosas e criteriosamente estudadas e planejadas, considerando as diferenças não apenas quanto à frequência do uso ou da consulta, mas também quanto a seu valor. Tipos de arquivo No que se refere à frequência do uso ou consulta, existem três tipos de arquivos: arquivo ativo, arquivo inativo e arquivo morto. Arquivo ativo: mantém arquivados os documentos e papéis de uso, consulta e referência constantes e atuais, ou que se encontram em fase de conclusão. Arquivo inativo: guarda documentos e papéis que oferecem menor frequência de uso, consulta ou referência. Arquivo morto: armazena documentos de frequência de uso, consulta ou referência quase nulas. No entanto, não se deve considerar este arquivo como um depósito de lixo, mesmo porque os documentos definidos como inúteis ou imprestáveis devem ser destruídos. O arquivo morto precisa, inclusive, ser organizado dentro das mesmas técnicas e regras que prevalecem para o arquivo ativo, pois muitas vezes serão necessárias a imediata localização e a consulta a papéis em desuso. Uma empresa que tenha, por exemplo, 50 anos de existência deverá manter em seu arquivo morto o registro de todos seus antigos empregados, mesmo que entre eles existam alguns já aposentados ou falecidos. A destruição desses registros só será possível ou permitida no caso de se proceder a uma completa microfilmagem. Destaque-se que se deve fazer anotação dos documentos transferidos e, no caso de destruição, registro da data em que ocorreu a destruição e referência ao conteúdo deles. Atualização de arquivo Existem três tipos de transferências de documentos ou papéis de um arquivo para outro: transferências periódicas, transferências permanentes e transferências diárias: Transferências periódicas: as transferências são efetuadas em intervalos predeterminados, para os arquivos inativos ou mortos, dependendo da frequência de uso. Transferências permanentes: são transferências realizadas em intervalos irregulares, sem qualquer planejamento. Normalmente, acontecem quando o acúmulo de papéis no arquivo ativo é tão grande que chega a atrapalhar o bom andamento do serviço. A transferência, então, irá acarretar grande perda de tempo, já que o arquivo inteiro terá de ser analisado. Transferências diárias: são as mais recomendáveis, porque mantêm em ordem os arquivos ativos. O trabalho poderá ser grandemente facilitado se do documento já arquivado constar sua validade ou vencimento, ou marcação indicando a data da transferência. Dessa forma, as transferências podem ser feitas no mesmo instante em que se arquiva ou se consulta um documento qualquer. Conservação e proteção de documentos Determina-se o valor do documento levando em consideração todas as finalidades que possui e seu tempo de vigência, que muitas vezes se subordina a imperativos da lei. Nesse sentido, pode-se organizar um quadro ou tabela de prazos de vigência para os diversos documentos, facilitando sobremaneira o trabalho do arquivista. Os documentos são classificados por seu valor em: permanentes - vitais, permanentes e temporários. Permanentes - vitais: são documentos que devem ser conservados indefinidamente, pois possuem importância vital para a empresa, isto é, sem eles a empresa não tem condições de funcionar. Citam-se, entre outros: contratos; escrituras; estatutos; livros de atas; livros de registros de ações; cartas - patentes; fórmulas (químicas); procurações. Permanentes: são documentos que devem ser guardados indefinidamente, porém não têm importância vital. Como exemplo, podem-se relacionar: rela tórios anuais; registros de empregados; livros e registros contábeis; recibos de impostos e taxas; avaliações; e outros. Temporários: são documentos que têm valor temporário de um, dois, cinco ou mais anos. Recomenda-se a confecção de um quadro ou tabela, com anotação da vigência do documento que, naturalmente, seguirá critérios determinados pela própria empresa. Assim, são temporários: recibos; faturas; notas fiscais; contas a receber e a pagar; extratos bancários; apólices de seguro; folhetos; correspondência; memorandos e outros. Os documentos considerados vitais para a empresa, além de serem conservados indefinidamente, devem merecer cuidados especiais, notadamente de proteção contra incêndios, inundações, furtos, desabamentos e outros eventos. A perda ou destruição de tais documentos pode, em casos extremos, significar até o fracasso total de uma empresa. Existem algumas formas de proteger esses documentos: Utilização de cofres a prova de fogo. Preparação de cópias adicionais dos documentos e envio delas a outros lugares para guarda, como cofres de bancos, cofres de filiais da empresa, ou escritórios de advogados. Microfilmagem de todos os documentos vitais e conservação dos microfilmes em local seguro. A conservação e a proteção desses documentos devem ser acompanhadas de um registro que especifique o modo, a data e o local para onde foram encaminhados, de forma que possam ser localizados imediatamente. CENTRALIZAÇÃO OU DESCENTRALIZAÇÃO? Trata-se de uma questão muito comum, principalmente nas grandes empresas. A centralização dos arquivos proporciona vantagens, mas existem desvantagens que naturalmente devem ser conhecidas antes de se tomar uma decisão sobre o assunto. As principais vantagens da centralização são as seguintes: Eficiência: devido à centralização, tende-se a manter um especialista em arquivística, o que sem dúvida melhora a eficiência e a rapidez do trabalho em todas suas etapas. Responsabilidade: o cuidado e a proteção de documentos melhora muito, pois a responsabilidade se encontra nas mãos de um especialista. Economia: é grande a economia de equipamento; de pessoal; de tempo gasto no arquivamento; na localização e na preparação de cópias adicionais ou referências. Uniformidade: proporciona certa padronização ao sistema e métodos de arquivamento, o que não acontecerá se houver inúmeros arquivos departamentais. Concentração: os documentos são concentrados por assuntos, oferecendo ao consulente visão global. Na descentralização, os mesmos assuntos tendem a ficar espalhados pelos diversos arquivos. Utilização: amplia o uso do equipamento e, consequentemente, alonga sua vida útil. 7

104 Há algumas desvantagens na centralização, que precisam ser apontadas: Consulta dificultada: necessidade de locomoção até o centro de arquivos; tal fato não ocorre com a descentralização, em que o arquivo do departamento se encontra à mão. Acúmulo de pessoas: poderá acontecer o acúmulo de pessoas no local onde estão colocados os arquivos, o que dificulta a consulta e tumultua o trabalho do arquivista. Perda de tempo: muito tempo perdido na locomoção até o arquivo central e espera para poder iniciar a consulta, principalmente se houver muitas pessoas no local. Espaço: necessidade de mais espaço para incluir todos os arquivos, além de mesas e cadeiras para as diversas consultas. Dificuldade no sigilo: os arquivos ficam muito abertos à consulta generalizada, dificultando a manutenção do sigilo, tão necessário à vida da empresa. Dispersão: a pasta em que está classificado um documento, no momento de uma consulta, pode estar com outro consulente, em outro departamento. As soluções variam de empresa para empresa; o mais comum, entretanto, é a opção pelo sistema misto, ou seja, centralização parcial. Em princípio, os documentos vão para o arquivo central; entretanto; documentos específicos que só interessam a certos departamentos ficam nos arquivos desses departamentos. Assim, por exemplo, devem ser arquivados no próprio departamento de vendas a relação de representantes ou clientes, seus pedidos, reclamações, correspondência de modo geral. Outro caminho a seguir é o que procura basicamente centralizar o controle e não o arquivo. Um especialista organiza um arquivo central, onde deverão ser guardados os documentos de interesse geral, inclusive aqueles que são vitais e/ou sigilosos, naturalmente tomando-se todas as precauções. Em seguida, ele deverá planejar os diversos arquivos localizados nos vários departamentos. O conhecimento da empresa e de seu organograma é fundamental nessa etapa. Seu trabalho, além da administração do arquivo central, pressupõe a classificação e a distribuição diária de documentos aos diversos departamentos. Realmente, trata-se de um assunto de solução não muito fácil, já que existem vantagens e desvantagens em todos os métodos. O importante é que a empresa decida pelo que for mais adequado a suas condições, necessidades e objetivos a curto, médio e longo prazos. AVALIAÇÃO DE DOCUMENTOS O processo de avaliação de documentos de arquivo é feito através de pré-requisitos estabelecidos, com análise e seleção de documentos, indicando com precisão o prazo de guarda nas fases corrente, intermediária e permanente, com identificação de seus valores primário e secundário, devendo ser executado por uma equipe técnica, composta por profissionais de diversas áreas, como: arquivistas, historiadores, pesquisadores, profissionais das unidades organizacionais as quais os documentos serão avaliados, economistas e etc. "A avaliação consiste fundamentalmente em identificar valores e definir prazos de guarda para os documentos de arquivo, independentemente de seu suporte ser o papel, o filme, a fita magnética, o disquete, o disco ótico ou qualquer outro. A avaliação deverá ser realizada no momento da produção, paralelamente ao trabalho de classificação, para evitar a acumulação desordenada, segundo critérios temáticos, numéricos ou cronológicos." (Fonte: Schellenberg (1956, 1965) desenvolveu toda uma teoria de valor, pela qual se tornou conhecido, de acordo com Cook (1997), como o pai da avaliação arquivística. Essa teoria propõe dois tipos de valores aplicáveis ao contexto dos arquivos: valor primário e valor secundário. Os valores inerentes aos registros públicos modernos são de dois tipos: valor primário para a gestão de criação e valor secundário para outras instâncias e utilizadores. Os documentos públicos são gerados para realizar as finalidades para as quais um organismo foi criado: administrativo, fiscal, legal e operacional. Os documentos públicos são preservados em uma instituição arquivística definida, porque têm um valor que existirá por longo 8 tempo, mesmo depois que cessam de ser do uso corrente e porque terão valores importantes para outros usuários que não os atuais. (HSCHELLEN- BERG, 1984, p.58) Princípios Fundamentais da Avaliação Arquivística a) a função avaliação arquivística visa, essencialmente, à composição de um patrimônio documental; b) seu mérito está no fato de permitir preparar material documental necessário para a pesquisa histórica; c) a avaliação é um processo de determinação de valor assegurado pelo arquivista. Este processo deve ser formal, sistemático e claramente definido; d) como conceito central relativo à função avaliação, o valor dos documentos deve ser claramente definido, justificável e, sobretudo, contemporâneo à época ou ao período de sua criação. Neste sentido, Booms (1987, p. 104) acrescenta: Construindo uma tabela conceitual histórica, que servirá de modelo à herança documental, os arquivistas não devem seguir os conceitos de valor de acordo com a sua própria época, mas antes, de acordo com o valor que governa a época na qual o material foi criado."; e) os julgamentos do arquivista devem ser formulados a partir do contexto social. Este princípio, entretanto, supõe também que os documentos, como tais, não tenham valor intrínseco. Este valor é atribuído após a avaliação feita pelo arquivista. É importante salientar a esse respeito, porém, que o arquivista é chamado a ouvir a opinião de especialistas para deduzir os valores dominantes que regem tais documentos. Consequentemente, esse profissional deve ter uma visão global sobre o desenvolvimento social e as diferentes mudanças ocorrentes na sociedade. Em outros termos, a missão de identificação do valor dos documentos de arquivos que o arquivista é chamado a assegurar decorre, de acordo com Booms (1987), da realidade social e dos valores contemporâneos ao documento. (Fonte: TIPOLOGIAS DOCUMENTAIS E SUPORTES FÍSICOS. MICROFILMAGEM. AUTOMAÇÃO. PRESERVAÇÃO, CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO DE DOCUMENTOS. MICROFILMAGEM Observa-se na época atual excessivo aumento do número de documentos. De um lado, devido à expansão da administração pública em todos os setores e em todos os níveis: federal, estadual e municipal; de outro, graças ao desenvolvimento das atividades empresariais e ao rápido avanço da tecnologia, em todos os setores da economia. É crescente a indagação de como e quando se deve proceder para reduzir e racionalizar a produção de documentos e, por consequência, seu arquivamento e conservação. O microfilme surgiu como uma das principais respostas a essa questão. O microfilme é um processo de reprodução fotográfica reduzida, chegando a quase 95% do documento original. São várias as vantagens obtidas na microfilmagem de documentos que devem ser transferidos do arquivo ativo para o inativo, já que dificilmente o microfilme será utilizado para arquivos ativos. As vantagens são: Economia: os ganhos em espaço, peso e tamanho dos arquivos chegam a mais de 80% em muitos casos. Redução do volume: é muito grande a redução do volume de papéis e documentos, o que proporciona economia de tempo e mão-de-obra. Segurança: os microfilmes protegem e conservam os documentos vitais da empresa ou órgão público, dos riscos de eventos, como incêndio, inundação ou furto, pois, além de representarem cópias adicionais desses documentos, são facilmente guardados em cofres especiais. - Durabilidade: o microfilme reveste-se de grande durabilidade, atingindo até 150 anos. Reprodução: a microfilmagem oferece condições de reprodução ilimitada, além de fidelidade, exatidão perfeita dos documentos reproduzidos. Custo: embora e microfilme possa assustar pelo custo elevado, é preciso levar em consideração a economia que proporciona com a re-

105 dução do espaço, de equipamento e de pessoal necessário para a manutenção de arquivos convencionais, especialmente nas grandes empresas. Consulta: a consulta a documentos é imediata e mais fácil, agilizando em muito o serviço. Verifique-se, por exemplo, a microfilmagem de cheques compensados. As técnicas modernas de microfilmagem evoluíram muito nos últimos anos; entretanto, a escolha do produtor dos microfilmes deve ser feita de modo que garanta a qualidade e a durabilidade deles. A decisão de utilizar a microfilmagem na empresa também pode ser auxiliada pela ocorrência de um ou mais dos seguintes fatos: necessidade de entregar ou devolver às pessoas os originais dos documentos; necessidade de conservar os documentos por mais de cinco anos; necessidade de conservar os documentos por tempo indeterminado ou permanentemente; necessidade de proteger os documentos dos riscos de incêndio, inundação ou furto. Em princípio, a organização de um arquivo de microfilmes deve seguir o sistema e o método empregados nos arquivos de documentos; o arquivo deve vir acompanhado de índices que facilitem a pronta localização, bem como deve existir na empresa aparelho próprio para a leitura dos microfilmes. É muito importante, também, considerar o aspecto legal da microfilmagem. A legislação brasileira determina a guarda de originais por tempo determinado ou mesmo indefinidamente. A reprodução de um microfilme no formato do documento exige, para sua validade, que seja autenticado em cartório e à vista do documento original. Portanto, a microfilmagem não deve ser entendida apenas como substituidora de documentos originais. Antes de mais nada, é preciso encarar o microfilme como cópia adicional de documento cuja utilidade para a empresa tenha sido estudada e comprovada. EQUIPAMENTOS Entende-se por equipamento o móvel utilizado para arquivamento. O conhecimento dos sistemas de equipamento, de suas vantagens e desvantagens, irá facilitar em muito o serviço do arquivista. Denomina-se sistema de equipamento a maneira como os documentos são colocados no móvel arquivador. São três os sistemas de equipamento: 1. Horizontal: os documentos ficam uns sobre os outros, em posição horizontal dentro do móvel arquivador. E um sistema antigo, mas que ainda é utilizado em algumas repartições públicas, que amarram ou colocam os documentos em pacotes. Também pertencem ao sistema horizontal as mapotecas, muito utilizadas, e os fichários tipo kardex, Securit, muito conhecidos e empregados com bastante sucesso em inúmeras empresas. Móvel Securit para arquivo horizontal de mapas, plantas, heliografias e mapotecas As vantagens do sistema são as seguintes: a iluminação é direta; as anotações podem ser efetuadas no mesmo local; as possibilidades de perda de documentos são bastante reduzidas. As desvantagens são: ocupa muito espaço; há necessidade de retirar todos os documentos para arquivar ou retirar um documento; a consulta é demorada; a consulta exige o deslocamento de outros documentos..vertical: os documentos permanecem no interior do móvel arquivador em posição vertical. São dois os tipos nesse sistema: Frontal. Os documentos são colocados uns atrás dos outros, com a frente voltada para o arquivista. Lateral. Os documentos são colocados uns ao lado dos outros, com a lateral voltada para o arquivista. Atualmente, com o desenvolvimento da tecnologia e as exigências do mercado, as pastas ficam suspensas nos arquivos verticais, por meio de braços metálicos apoiados em suportes especiais. São vantagens do sistema: custo mais baixo; fácil manuseio; fácil conservação; fácil atualização do material arquivado; possibilidade de arquivar muitos documentos em pequeno espaço; consulta rápida e sem necessidade de deslocar outros documentos. São desvantagens do sistema: necessidade de retirar o documento para fazer anotações; iluminação deficiente; pouca visibilidade dos documentos no interior do arquivo. 3.Rotativo: os documentos são colocados de modo que possam girar em torno de um eixo vertical ou horizontal. O sistema é muito empregado em atividades que requerem grande quantidade de consultas e necessidade de informações rápidas. Fichários São caixas de diversos tamanhos que guardam fichas ou cartões, podendo ser de madeira, de aço, de material plástico ou de acrílico. São largamente utilizados e servem a muitas finalidades: índices, informações, endereços, relação de clientes, representantes, fornecedores e outras. O equipamento deve satisfazer às necessidades da empresa e dos serviços a que se destina. Alguns requisitos são: adequação às necessidades do serviço; obtenção de maior economia de espaço; facilidade de acesso; possibilidade de expansão; resistência e durabilidade; garantia de segurança e conservação de documentos; aparência e funcionalidade. Há inúmeros tipos e modelos de equipamentos que podem ser utilizados pelos três sistemas: horizontal, vertical e rotativo. A escolha de um dos sistemas, assim como do equipamento propriamente dito, deve seguir os critérios apontados e outros que são considerados essenciais pela empresa ou órgão público e que prevalecem numa boa administração. 1. Cadeado.. Suporte regulável. 3. Índice alfabético. 4. Estrutura. 5. Dispositivo antiimpacto. 6. Pés antiderrapantes. ACESSÓRIOS Acessórios são materiais que visam auxiliar o equipamento. A correta e eficiente utilização dos mesmos criará condições favoráveis para o andamento do serviço. 9

106 A escolha acertada dos acessórios está diretamente ligada ao sistema e método de classificação e arquivamento empregados, assim como ao conhecimento dos tipos e modelos existentes no mercado. Os principais acessórios são: pastas; guias; projeções; tiras de inserção e notações. 1. Pastas: são pedaços de cartolina dobrada, que formam uma aresta comum chamada vinco. As pastas servem para agrupar e proteger os documentos comuns a um assunto e, normalmente, têm dimensões padronizadas. Com relação ao vinco, as pastas podem ser normais ou sanfonadas, para permitir o maior acúmulo de documentos; algumas possuem divisões internas. No que se refere à projeção, ela poderá ou não constar da pasta. As pastas suspensas, largamente usadas nos equipamentos modernos, são semelhantes às convencionais, apenas com a particularidade de possuírem dois braços metálicos ou outro material que se apoia nos suportes laterais do arquivo.. Guias: são pedaços de cartolinas do tamanho das pastas ou mesmo menores, com uma saliência na parte superior, chamada projeção. As guias servem para dividir as pastas ou documentos em grupos. As guias, quanto à projeção, podem ter, ou não, encaixes para as tiras de inserção. Nas guias, as projeções podem vir em posição central, em diferentes posições ou, então, formando um jogo de, por exemplo, duas, três, quatro, cinco ou mais posições. A diferença das posições possibilita ao arquivista ampla visibilidade, o que facilita o arquivamento ou a localização de documentos. 3.Projeções: são saliências colocadas na parte superior das pastas ou das guias que recebem as anotações ou dizeres pertinentes. Servem para ajudar o arquivista a localizar os assuntos no arquivo. As projeções podem ser de papelão, de material plástico ou de aço. Além disso, podem ser fixas ou adaptáveis. Essas últimas não fazem parte das pastas ou das guias e podem ser colocadas posteriormente. 4. Tiras de inserção: papeletas ou rótulos que, após receberem os dizeres ou inscrições correspondentes, deverão ser inseridas nas projeções das pastas ou das guias. Servem para indicar a finalidade da pasta ou da guia. 5. Notações: são os dizeres, as inscrições registradas nas tiras de inserção e em seguida inseridas nas pastas ou guias. É fato conhecido que um dos fatores para a excelência dos arquivos reside na combinação harmoniosa e funcional dos sistemas e métodos de classificação e arquivamento, e dos equipamentos e acessórios. SISTEMAS E MÉTODOS DE ARQUIVAMENTO A opinião de que os arquivos são simples depósitos de papéis ou documentos velhos e inúteis, arquivados por mera tradição, apoia-se no fato de que a maioria dos arquivos é mal organizada, mal administrada e, portanto, dificulta a localização imediata das informações desejadas. Mera opinião, pois, em verdade, um arquivo moderno, bem estruturado, é um centro atuante de informações, um instrumento de controle para a atividade administrativa, que auxilia na correta tomada de decisão. Entretanto, para que isso aconteça, é necessário que se decida sobre o sistema de arquivamento que melhor se ajuste a determinada empresa. Sistema é um conjunto de princípios interligados, que orienta o que se deve fazer para atingir um fim específico. São três os sistemas de arquivamento: direto, indireto e semi-indireto. Direto: o arquivo pode ser consultado diretamente, sem necessidade de recorrer a um índice. Neste sistema, inclui-se, principalmente, o método alfabético de arquivamento e suas variações. Indireto: o arquivo, neste caso, depende de um índice para ser consultado. O sistema inclui, em especial, o método numérico de arquivamento e suas variações. Semi-indireto: o arquivo pode ser consultado sem o auxílio de índices, mas com a utilização de tabelas em forma de cartão. Neste sistema, encontra-se, por exemplo, o método automático, variedade do método alfanumérico. A opção por um dos sistemas está intimamente ligada à empresa, a seu campo de atividade, porte e objetivos de curto, médio ou longo prazos. O principal, antes de tudo, é compreender o verdadeiro potencial que o arquivo representa, considerando-se que é a memória viva da empresa. Para ser eficaz, o sistema necessita de métodos que indiquem a maneira de proceder, isto é, o que se deve fazer para alcançar o fim desejado. Os métodos de arquivamento serão analisados mais adiante. SISTEMA DE ARQUIVAMENTO EM ÓRGÃOS PÚBLICOS A administração de documentos oficiais pressupõe a existência de um sistema de arquivamento. O conceito de sistema também é válido para os órgãos da administração pública, e as três espécies, direto, indireto e semiindireto, serão empregadas conforme os critérios estabelecidos previamente. Nas instituições públicas, predomina um modelo de sistema de organização de arquivos em que o documento público é controlado desde sua produção. É conhecido como a teoria das três idades, concepção moderna de arquivística, em que se distinguem três etapas quanto aos documentos: Corrente: os documentos circulam pelos canais decisórios, buscando solução ou resposta. São os arquivos correntes. Temporária: os documentos apresentam interesse e são objeto de consultas, embora os assuntos neles contidos já tenham sido solucionados ou as respostas, obtidas. São os arquivos temporários. Permanente: os documentos passam a ter valor cultural e científico. São os arquivos permanentes ou históricos. A criação do arquivo temporário, por exemplo, segunda etapa do sistema, foi um grande avanço e tomou-se peça fundamental dentro do sistema de arquivamento da administração pública. São inúmeras as vantagens conseguidas: obtenção de mais espaços físicos pela retirada de documentos dos arquivos correntes; redução ao essencial da quantidade de documentos nos arquivos correntes; redução de pessoal e consequente economia de custos; controle de quantidade e da qualidade dos documentos; melhor manutenção, uso e supervisão dos arquivos; e melhor critério de preservação, controle e eliminação de documentos. Um sistema de arquivos moderno e bem organizado terá todas as condições para oferecer subsídios a planos e decisões da administração pública, seja mostrando as relações e planejamento do passado, seja evitando duplicidade antieconômica de velhas iniciativas. Verifica-se, atualmente, enorme empenho dos órgãos do governo em desenvolver sistemas de informações altamente sofisticados, em que a informática assumiu posição de grande relevância. MÉTODOS DE ARQUIVAMENTO Modernamente, o arquivo de informações tornou-se uma atividade que pode ser realizada eletronicamente através de computadores. A tarefa da secretária, neste caso, consiste em registrar as informações em programas previa-mente estabelecidos. A empresa contrata um especialista em programação (ou já dispõe dele em seu quadro de empregados), que deverá preparar um programa segundo as necessidades da secretária. Enganamse os que acreditam que o uso do computador dispensa o estudo dos métodos tradicionais de classificação de informações. O programador apenas executará um programa depois de ouvir a secretária sobre as reais necessidades do departamento. Assim sendo, ela deve conhecer os variados métodos de classificação para propor soluções apropriadas. Acrescente-se que o estudo dos métodos aqui expostos permite a aquisição de técnicas de classificação e simplificação de tarefas. Deixar de aprendê-los é prejudicial até mesmo para o domínio de um pensamento claro e bem estruturado. Além disso, a secretária manipula informações escritas (documentos), internas e externas, que ela precisa arquivar. Havendo um sistema de arquivamento já definido, a empresa ou órgão público deverá decidir qual método de arquivamento irá empregar. O método estabelece o que é preciso fazer para alcançar o fim desejado pelo sistema de arquivamento. Um plano previamente estabelecido para a colocação e guarda de documentos facilita a pesquisa, a coleta de dados, a busca de informações e proporciona uma correta tomada de decisão. 10

107 Os diversos métodos de arquivamento, que através dos anos foram desenvolvidos em todas as partes do mundo, podem ser utilizados tanto nas empresas como nos órgãos governamentais. Todos são bons e apresentam vantagens e desvantagens. O importante é que a decisão quanto ao método leve em consideração o tamanho, a estrutura organizacional e os objetivos da empresa ou do órgão público; as pessoas normalmente envolvidas; os serviços prestados; as informações comumente solicitadas; e os tipos de documento que devem ser arquivados. São três os principais métodos de arquivamento: alfabético, numérico e alfanumérico. Esses métodos, por sua vez, formam a base a partir da qual se criaram vários outros. Métodos de arquivamento: Método alfabético: específico ou por assunto; geográfico; mnemônico; variadex. Método numérico: simples; dúplex. Método alfanumérico: decimal; automático; automático moderno. Protocolo É o registro das deliberações ou das atas de um congresso ou conferência diplomática. Por protocolo também se entende o livro em que os escrivães do juízo registram o que se passa na audiência e que no fim desta é assinado pelo juiz. De modo geral, significa o livro onde se registram, em ordem, os documentos apresentados numa repartição ou, então, os fatos e as decisões ocorridos numa assembleia ou audiência. A principal função do protocolo é autenticar a entrega de um documento, ou evidenciar a decisão ou o fato que deve ser registrado. Em linguagem diplomática, significa a própria deliberação ou resolução que foi registrada na ata da reunião respectiva e que acarretou uma espécie de convenção entre os participantes da assembleia ou congresso. Protocolo é a denominação geralmente atribuída a setores encarregados do recebimento, registro, distribuição e movimentação dos documentos em curso; denominação atribuída ao próprio número de registro dado ao documento; Livro de registro de documentos recebidos e/ou expedidos. É de conhecimento comum o grande avanço que a humanidade teve nos últimos anos. Dentre tais avanços, incluem-se as áreas que vão desde a política até a tecnológica. Tais avanços contribuíram para o aumento da produção de documentos. Cabe ressaltar que tal aumento teve sua importância para a área da arquivística, no sentido de ter despertado nas pessoas a importância dos arquivos. Entretanto, seja por descaso ou mesmo por falta de conhecimento, a acumulação de massas documentais desnecessárias foi um problema que foi surgindo. Essas massas acabam por inviabilizar que os arquivos cumpram suas funções fundamentais. Para tentar sanar esse e outros problemas, que é recomendável o uso de um sistema de protocolo. Dentre os cinco setores distintos das atividades dos arquivos correntes (Protocolo, Expedição, Arquivamento, Empréstimo e Consulta, Destinação) vamos dar atenção especial ao Protocolo. É sabido que durante a sua tramitação, os arquivos correntes podem exercer funções de protocolo (recebimento, registro, distribuição, movimentação e expedição de documentos), daí a denominação comum de alguns órgãos como Protocolo e Arquivo. E é neste ponto que os problemas têm seu início. Geralmente, as pessoas que lidam com o recebimento de documentos não sabem, ou mesmo não foram orientadas sobre como proceder para o documento cumpra a sua função na instituição. Para que este problema inicial seja resolvido, a implantação de um sistema de base de dados, de preferência simples e descentralizado, permitindo que, tão logo cheguem às instituições, os documentos fossem registrados, pelas devidas pessoas, no seu próprio setor de trabalho seria uma ótima alternativa. Tal ação diminuiria o montante de documentos que chegam as instituições, cumprem suas funções, mas sequer tiveram sua tramitação ou destinação registrada. Algumas rotinas devem ser adotadas no registro documental, afim de que não se perca o controle, bem como surjam problemas que facilmente poderiam ser evitados (como o preenchimento do campo Assunto, de muita importância, mas que na maioria das vezes é feito de forma errônea). Dentre as recomendações de recebimento e registro (SENAC. D. N. Técnicas de arquivo e protocolo). Receber as correspondências, separando as de caráter oficial da de caráter particular, distribuindo as de caráter particular a seus destinatários. Após essa etapa, os documentos devem seguir seu curso, a fim de cumprirem suas funções. Para que isto ocorra, devem ser distribuídos e classificados da forma correta, ou seja, chegar ao seu destinatário Para isto, recomenda-se (SENAC. D. N. Técnicas de arquivo e protocolo. Separar as correspondências de caráter ostensivo das de caráter sigiloso, encaminhado as de caráter sigiloso aos seus respectivos destinatários; Tomar conhecimento das correspondências de caráter ostensivos por meio da leitura, requisitando a existência de antecedentes, se existirem; Classificar o documento de acordo com o método da instituição; carimbando-o em seguida; Elaborar um resumo e encaminhar os documentos ao protocolo. Preparar a ficha de protocolo, em duas vias, anexando a segunda via da ficha ao documento; Rearquivar as fichas de procedência e assunto, agora com os dados das fichas de protocolo; Arquivar as fichas de protocolo. A tramitação de um documento dentro de uma instituição depende diretamente se as etapas anteriores foram feitas da forma correta. Se feitas, fica mais fácil, com o auxílio do protocolo, saber sua exata localização, seus dados principais, como data de entrada, setores por que já passou, enfim, acompanhar o desenrolar de suas funções dentro da instituição. Isso agiliza as ações dentro da instituição, acelerando assim, processos que anteriormente encontravam dificuldades, como a não localização de documentos, não se podendo assim, usá-los no sentido de valor probatório, por exemplo. Após cumprirem suas respectivas funções, os documentos devem ter seu destino decidido, seja este a sua eliminação ou recolhimento. É nesta etapa que a expedição de documentos torna-se importante, pois por meio dela, fica mais fácil fazer uma avaliação do documento, podendo-se assim decidir de uma forma mais confiável, o destino do documento. Dentre as recomendações com relação a expedição de documentos, destacam-se: Receber a correspondência, verificando a falta de anexos e completando dados; Separar as cópias, expedindo o original; Encaminhar as cópias ao Arquivo. É válido ressaltar que as rotinas acima descritas não valem como regras, visto que cada instituição possui suas tipologias documentais, seus métodos de classificação, enfim, surgem situações diversas. Servem apenas como exemplos para a elaboração de rotinas em cada instituição. Após a discussão das vantagens de implantação de um sistema de protocolo, cabe avaliar as desvantagens do uso deste sistema, se feito de forma errônea. Num primeiro momento, deve-se pensar num sistema simples de inserção de dados, que venha a atender as necessidades da empresa. Contudo, é essencial que as pessoas que trabalham diretamente com o recebimento e registro de documentos, recebam um treinamento adequado, para que possam executar essa tarefa da forma correta, visto 11

108 que, se feita da forma errada, todo o trâmite do documento pode ser comprometido. Deve-se esquecer a ideia de que basta inserir dados e números num sistema, que todos os problemas serão resolvidos. A própria conscientização dos funcionários, no sentido de que, se organizados e devidamente registrados, as tarefas que necessitam do uso de documentos se tornarão mais fáceis para todos que venham a executá-las., proporcionado assim um melhor rendimento de todo o pessoal. Portanto, fica claro que o protocolo pode ser uma saída para os problemas mais comuns de tramitação documental, desde que utilizado da forma correta. Do contrário, a implantação deste sistema pode ocasionar outros problemas, talvez de cunho ainda maior. AVALIAÇÃO E GESTÃO DE DOCUMENTOS E INFORMAÇÕES O termo gestão de documentos ou administração de documentos é uma tradução do termo inglês records management. O primeiro é originário da expressão franco-canadense gestion de documents e o segundo é uma versão iberoamericana do conceito inglês. Entre essas duas variantes, o primeiro parece ser o mais difundido entre nós. O Dicionário de Terminologia Arquivística editado pelo Conselho Internacional de Arquivos em 1984 define gestão de documentos como um aspecto da administração geral relacionado com a busca de economia e eficácia na produção, manutenção, uso e destinação final dos documentos. O Dicionário de Terminologia Arquivística, publicado em São Paulo em 1990 e reeditado em 1996, conceitua gestão de documentos como um conjunto de medidas e rotinas visando a racionalização e eficiência na criação, tramitação, classificação, uso primário e avaliação de arquivos. No âmbito da legislação federal, considera-se gestão de documentos o conjunto de procedimentos e operações referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente. CONCEITO DE CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO Dentro de uma biblioteca, arquivo ou museu duas seções devem ser enfocadas: a de conservação e a de restauração. 1 - Conservação - é um conceito amplo e pode ser pensado como termo que abrange pelo menos três (3) ideias: preservação, proteção e manutenção. Conservar bens culturais (livros, documentos, objetos de arte, etc) é defendê-lo da ação dos agentes físicos, químicos e biológicos que os atacam. O principal objetivo portanto da conservação é o de estender a vida útil dos materiais, dando aos mesmos o tratamento correto. Para isso é necessário permanente fiscalização das condições ambientais, manuseio e armazenamento. A preservação ocupa-se diretamente com o patrimônio cultural consistindo na conservação desses patrimônios em seus estados atuais. Por isso, devem ser impedidos quaisquer danos e destruição causadas pela umidade, por agentes químicos e por todos os tipos de pragas e de microorganismo. A manutenção, a limpeza periódica é a base da prevenção. - Conservação Preventiva (Restauração) - tem por objetivo revitalizar a concepção original, ou seja, a legibilidade do objeto. A restauração é uma atividade que exige dos profissionais grande habilidade, paciência, amor à arte, pois nesta seção se praticam verdadeiras intervenções cirúrgicas com os bens culturais, "a restauração é quase uma neurose da perfeição, em que o mais ou menos não existe" como disse certa vez a restauradora Marilka Mendes. Em uma restauração nenhum fator pode ser negligenciado, é preciso levantar a história, revelar a tecnologia empregada na fabricação ou a técnica de impressão utilizada e traçar um plano de acondicionamento do objeto restaurado de modo que não volte a sofrer efeitos de deterioração do futuro. Como sabemos são poucos os técnicos ligados a esta área e leva anos para formar um bom restaurador, por estes fatores podemos dizer que é melhor: Conservar e preservar para não restaurar" AGENTES EXTERIORES QUE DANIFICAM OS DOCUMENTOS 1. FÍSICOS Luminosidade - a luz é um dos fatores mais agravantes no processo de degradação dos materiais bibliográficos. Temperatura - o papel se deteriora com o tempo mesmo que as condições de conservação sejam boas. O papel fica com sua cor original alterada e se torna frágil e isto se chama envelhecimento natural. Umidade - o excesso de umidade estraga muito mais o papel que a deficiência de água. QUÍMICOS Acidez do Papel - Os papéis brasileiros apresentam um índice de acidez elevado (ph 5 em média) e portanto uma permanência duvidosa. Somemos ao elevado índice de acidez, o efeito das altas temperaturas predominante nos países tropicais e subtropicais e uma variação da umidade relativa, teremos um quadro bastante desfavorável na conservação de documentos em papel. Dentre as causas de degradação do papel, podemos citar as de origem intrínseca e as de origem extrínsecas. Poluição Atmosférica - A celulose é atacada pelos ácidos, ainda que nas condições de conservação mais favoráveis. A poluição atmosférica é uma das principais causas da degradação química. Tintas - a tinta é um dos compostos mais importantes na documentação. Foi e é usada para escrever em papéis, pergaminhos e materiais similares, desde que o homem sentiu necessidade de registrar seu avanço técnico e cultural, e é ainda indispensável para a criação de registros e para atividades relacionadas aos interesses de vida diária. 3. BIOLÓGICOS Insetos - o ataque de insetos tem provocado graves danos a arquivos e bibliotecas, destruindo coleções e documentos preciosos. Os principais insetos são: Anobiídeos (brocas ou carunchos) Thysanura (traça) Blatta orientalis (barata) Fungos - atuam decompondo a celulose, grande parte deles produzem pigmentos que mancham o papel. Roedores - A luta contra ratos é mais difícil que a prevenção contra os insetos. Eles podem provocar desgastes de até 0% do total do documento. 4. AMBIENTAIS Ventilação - é um outro fator a considerar como elemento que favorece o desenvolvimento dos agentes biológicos, quando há pouca aeração. Poeira - um outro fator que pode favorecer o desenvolvimento dos agentes biológicos sobre os materiais gráficos, é a presença de pó. 5. HUMANOS O Homem, ao lado dos insetos e microrganismos é um outro inimigo dos livros e documentos, embora devêssemos imaginar que ele seria ser o mais cuidadoso guardião dos mesmos. GESTÃO DOCUMENTAL A gestão documental ou gestão de documentos é um ramo da arquivística responsável pela administração de documentos nas fases corrente e intermediária (primeira e segunda idade). Em termos informáticos, a Gestão Documental é uma solução de arquivo, organização e consulta de documentos em formato eletrônico onde existe toda a informação de natureza documental trocada entre os utilizadores da aplicação. Esta solução permite a colaboração numa organização através da partilha de documentos, beneficia e facilita os processos de negócio de uma empresa. A Gestão Documental integrada com outras soluções, como por exemplo, a digitalização, fax e permitem gerir toda a informação não estruturada (documentos) importante da organização. Num processo de gestão documental o seu inicio é quando há a recepção do documento em que este passa pela fase de desmaterialização, ou seja, digitalização do documento geralmente em formato papel para um formato eletrônico. Numa segunda fase os documentos em formato eletrônico são submetidos a uma classificação, de seguida há uma definição dos vários estádios do ciclo de vida do 1

109 documento ao longo da sua existência, como por exemplo, a publicação, aprovação, distribuição, reencaminhamento e desactualizado (destruído). Por último, este processo disponibiliza ao utilizador um método de localização eficaz semelhante a um browser, por exemplo, o Google. AUTOMAÇÃO O novo mundo dos arquivos automação.james M. Turner U. de Montreal Introdução Para bem se entender a problemática atual dos arquivos, é preciso compreender o século XX sob o ponto de vista da extraordinária rapidez da evolução tecnológica. É suficiente lembrar que diversos atores, cada um tendo uma influência profunda sobre a sociedade humana, se instalaram no cenário tecnológico durante esse período: por exemplo, a eletricidade, o rádio, o telefone, o automóvel, o cinema, a máquina de escrever, para nomear somente alguns. A partir da Segunda Guerra Mundial, assiste-se à chegada da fotocopiadora, a eletrônica, a televisão, os satélites, e sobretudo os computadores. A partir da década de 1970, a telemática, ou seja, o computador conectado a outros computadores via linhas telefônicas, mudou profundamente as possibilidades de comunicação de documentos. Desde 1990, a Internet e a World Wide Web não cessam de nos espantar por causa do desenvolvimento quase cotidiano de novas possibilidades de interação no mundo da informação. Depois de muitos anos, a disciplina de arquivística conheceu desenvolvimentos importantes no estabelecimento da teoria, nas técnicas de organização e nos métodos de trabalho. Constata-se, entretanto, que apesar de nossa disciplina ainda não estar estabilizada definitivamente, desde já é preciso rever seus fundamentos teóricos e estabelecer um novo paradigma para a disciplina em função das novas tecnologias da informação. É útil observar nesse contexto que não há nada de novo. Pode-se constatar que são sempre as mudanças tecnológicas que determinam a maneira de se realizar nosso trabalho de organização da informação. O surgimento de novas e importantes tecnologias no campo da informação, como nos casos do papel e da prensa de Gutenberg, causaram também mudanças fundamentais nos métodos de trabalho das pessoas que geravam a informação no momento desses desenvolvimentos e pelos séculos seguintes. Essas tecnologias também mudaram profundamente a sociedade em seu conjunto. Nós que vivemos sobre a terra nesse momento somos testemunhas de desenvolvimentos que se desenrolam a uma velocidade impressionante. Histórico recente Durante os anos de 1960 assiste-se à implantação de computadores nos governos e corporações mais importantes. Muito caros, esses aparelhos são sensíveis à temperatura e precisam ser instalados nos locais talhados sob medida e com acesso controlado. Os computadores não são muito inteligentes, mas o que interessa é que podem calcular com muita rapidez. Somente hoje os computadores começam a ser capazes de tratar de atividades mais inteligentes. Ao mesmo tempo, as organizações de menor tamanho buscam a máquina de escrever elétrica, que se espalha durante os anos de 1960 e Por volta do fim dos anos de 1970 assiste-se à chegada de aparelhos dedicados ao tratamento de textos. Ainda uma vez, os preços são tão elevados que somente as organizações bastante importantes têm condições de usar essas máquinas. Ao mesmo tempo, as máquinas de escrever eletrônicas chegam ao mercado, mas sua utilização não se torna muito difundida em razão da chegada quase simultânea dos microcomputadores. O aparecimento dos microcomputadores em 1980 muda radicalmente o quadro tecnológico. O computador pessoal custa menos que um automóvel. Hoje um computador custa muito menos que um carro e é capaz de executar as importantes operações que os grandes computadores do tipo mainframe não realizavam nos anos de 1960 e O novo ambiente, que se instala rapidamente, cria um problema de escala para os aparelhos administrativos, que se veem impossibilitados de seguir tantos desenvolvimentos. Por exemplo, a política do NARA (National Archives and Records Administration, nos Estados Unidos) sobre os arquivos ordinolingues está tão mal estabelecida (aproximadamente 5 anos após o começo da informatização), que a chegada da microinformática nos obriga a interrogar sobre a pertinência dessa política (Bergeron 199,54). Aliás, os exemplos de perdas de arquivos eletrônicos importantes se multiplicam: os dados do recenseamento americano de 1960, a primeira mensagem de correio eletrônico em 1964, os dados sobre as florestas do Brasil capturadas por satélite nos anos de 1970, os dados da NASA, e assim por diante. Os exemplos americanos são característicos da situação por toda parte do mundo. A situação hoje Atualmente a capacidade dos computadores muda de modo radical e muito velozmente, abalando assim os fundamentos teóricos do arquivismo. Nós transferimos para o ambiente informatizado as políticas desenvolvidas para os documentos sobre papel, mas a complexificação das tecnologias e a influência dessas últimas sobre nossos métodos de trabalho foram de tal ordem que essas políticas não são mais suficientes. O documento eletrônico tornou-se um conjunto de relações ou de trechos de informação, podendo residir em diferentes arquivos (Bergeron 199, 53). Por exemplo, o relatório anual de uma companhia pode consistir em arquivos de texto, cada um redigido por uma pessoa diferente, empregando um processador textual diferente num ambiente informático diverso. Pode-se encontrar na relação das fotos e outros gráficos criados com outros sistemas operacionais, assim como os quadros estatísticos criados com diferentes sistemas operacionais, e ainda gráficos gerados por outros sistemas, tudo reunido em um documento eletrônico colocado em página para a impressão sobre papel ainda por outro sistema operacional, e ainda com uma versão diversa para ser instalada no Web. O leitor recebe um simples documento em papel, mas o arquivista responsável pelo documento eletrônico deve pensar a organização para a armazenagem, a marcação e a preservação de todos esses arquivos, bem como a relação entre eles. Outro problema de capacidade: não se pode mais conservar a informação apenas em formato linear. O hipertexto e as ligações hipertextuais e hipermidiáticas, assim como as estruturas relacionais das bases de dados, acrescentam uma outra dimensão e complexificam mais o problema. Por outro lado, a chegada dos arquivos multimídia torna mais complexos do que nunca os arquivos eletrônicos (Bergeron 199,53). Outros fatores importantes que contribuem para as mudanças fundamentais nas teorias e nas práticas, quando se trabalha com os documentos eletrônicos, são a dependência diante da mídia e dos aparelhos, a impossibilidade de entrevistar os aparelhos, a volatilidade da informação, sua segurança e sua integridade, e a proliferação de formatos proprietários, de sistemas de exploração, de sistemas operacionais, de versões desses sistemas operacionais, bem como o preço do desenvolvimento de tudo isso. Breve, no espaço de trinta anos, a natureza da matéria de que tratam os arquivistas terá mudado radicalmente. Deve-se já distinguir o conceito de suporte daquele de informação. Antes, como a informação estava sempre integrada ao suporte, tratavam-se os dois ao mesmo tempo e pensavam-se nos dois como sendo uma coisa só: um documento. Para adaptar a expressão de Negroponte (1995), antes tratavam-se dos átomos, hoje tratam-se dos bits. Questões atuais Para os fins de nossa apresentação hoje, dividimos as questões em cinco categorias: os documentos e seus suportes, a interconectividade, a normalização, a conversão e a preservação. Os documentos e seus suportes: A tendência para a numerização faz com que quase a totalidade dos arquivos seja já criado em formato informático. É claro, pode-se encontrar exceções; entretanto, essa tendência é clara. Ora, o antigo papel pode durar milhares de anos, mesmo em más condições. Pode-se maltratá-lo e mesmo assim ler facilmente o texto que está relatado sobre o papel. Ao contrário, os suportes eletrônicos são muito instáveis, mesmo nas melhores condições. A duração dos suportes eletrônicos é suficiente para muitas situações, é claro, mas pouca para a conservação a longo prazo dos arquivos. O problema é tributário do fato de que nossa tendência é adotar, para fins de gestão da informação, as tecnologias criadas para outros fins. Para conjugar-se ao problema da longevidade dos suportes, tem-se recorrido ao repiquage. Periodicamente, copia-se o sinal eletrônico sobre um 13

110 suporte novo a fim de assegurar sua sobrevida. Todavia, hoje, os desenvolvimentos tecnológicos estão de tal forma rápidos, que esta prática não é mais suficiente. Agora a mudança que precisa ser vista é a "migração", ou seja, a prática não somente de copiar um documento eletrônico antigo sobre um suporte novo, mas também de o converter a uma versão mais recente do sistema operacional empregado para o conceber, ou ainda em um outro sistema operacional mais normalizado e capaz de o ler, a fim de assegurar sua consultabilidade a longo prazo. A interconectividade, representada atualmente pela Internet e pelo Word Wibe Web, acrescenta uma dimensão nova à problemática. Não somente pode-se conectar dois computadores via rede telefônica, mas vêse hoje redes inteiras de computadores interligadas em uma vasta superrede em escala mundial. Vê-se nesse contexto do desenvolvimento da Infovia, numerosas vantagens para os depósitos dos arquivos: por exemplo, a visibilidade, a difusão ampla das fontes, a facilidade de consulta pelos usuários, a possibilidade do teletrabalho para os arquivistas. Mas até onde deveria ir esta presença? Dever-se-ia contentar com informações gerais num resumo das fontes, ou seria melhor colocar em linha os instrumentos de pesquisa, os planos de classificação, os calendários de conservação, e eventualmente o texto inteiro de documentos manuscritos? Dever-se-ia fornecer o acesso via as redes às nossas bases de dados, aos documentos eletrônicos, às imagens de documentos manuscritos? Por outro lado, esse novo mundo nos apresenta um problema filosófico: sobre a Infovia, há uma verdadeira distinção entre arquivos numéricos e bibliotecas numéricas ( arquivos digitais e bibliotecas digitais )? Se todos os textos são conservados em formato eletrônico, em que a cópia original é estocada num computador para consulta através das redes, ou seja, se um documento de arquivo torna-se um fichário informático e se um livro tornase também um fichário informático, podemos ainda distinguir as bibliotecas dos arquivos (Preserving digital information 1996, 7)? Esse problema demonstra a que ponto as mudanças tecnológicas são profundas. Nesse complexo contexto, os metadados, essas camadas de dados adicionais que utilizamos para descrever e organizar os dados contidos nos documentos eletrônicos, ganham muita importância. Há múltiplos tipos de metadados: para a apresentação do documento (por exemplo, os sinais de estilos, de caracteres itálicos), para exprimir suas relações com outros documentos (por exemplo, de linhas, de pontos), para exprimir a catalogação, a classificação, a indexação (os pontos de acesso para o tema), para gerir o fichário informático (por exemplo, as informações técnicas concernentes ao formato do fichário), etc.. Porém, é sobretudo a normalização dos metadados que é de uma importância capital nesse contexto. Se se deseja permitir o acesso a muita informação via redes, tem-se todo o interesse em normalizar práticas de descrição e de organização, senão o usuário será obrigado a aprender a linguagem de cada novo sistema com o qual deseja trabalhar. Muitas iniciativas nesse sentido foram empreendidas, por exemplo, as Regras para a Descrição dos Documentos de Arquivos (RDDA, no Canadá), a Encoded Archival Description (EAD, nos Estados Unidos), a Standart Generalized Markup Language (SGML, norma ISO 8879), e a Duplin Core, a Wrawick Framework e seus sucessores (15 elementos de base para a comunicação de documentos em rede). Resta ainda muito trabalho a fazer, especialmente o aperfeiçoamento das normas e sua implantação universal de forma independente dos sistemas operacionais e do material informático. O que nos permite ser otimistas é que, a longo prazo, seremos os conservadores de documentos altamente estruturados e onde as informações concernentes à estrutura e à organização desses documentos "viajem" através das redes com os documentos como parte integrante de tudo isso, não importando onde estão os diversos destinatários eletrônicos pelo mundo afora. Com a sistematização das práticas, passa-se de um mundo tecnológico caótico a um mundo ordenado. Para chegar a um mundo no qual toda a informação está em formato eletrônico e acessível a quem possua um computador e uma ligação com as redes, precisaria considerar a conversão maciça dos fichários já existentes, senão não se poderia consultar as informações mais recentes. Como assinalava Clifford Lynch, este importante observador das atividades das grandes redes, se se confia nas informações disponíveis em linha, teremos a impressão de que a história da raça humana sobre a terra começou em Que fazer então com as informações acumuladas em nossos depósitos depois de séculos? 14 É preciso demonstrar se a conversão dos fichários existentes é desejável, se ela é necessária, se ela é possível. No momento, entretanto, há obstáculos importantes, especialmente as infra-estruturas atuais, o estado das tecnologias e os custos necessários. Tomemos por exemplo o estado dos numériseurs e os sistemas operacionais de reconhecimento ótico de caracteres (ROC). O alvo desses últimos é permitir a conversão de documentos impressos sobre papel e fichários tratáveis por computador e isso a custo abordável. Mas os melhores sistemas operacionais atuais não fazem prova de uma taxa de resultados além de 97% ou 98% (Linke 1997, 70). Em princípio, isso pode parecer muito elevado, mas quando se considera que aquilo se traduz por cerca de trinta erros por folha A4 datilografada em espaço duplo, compreende-se facilmente que a intervenção humana é necessária para efetuar a correção de cada página antes que a possamos considerar como consultável. Por outro lado, seria necessário prever muitas vezes não apenas a conversão de textos em octetos, mas também uma restruturação dos dados. Por exemplo, um fichário de informação estocado sobre fichas de cartão tomará sem dúvida a forma de uma base de dados. É preciso não somente prever os campos evidentes nas estruturas, mas também de outros para acomodar a informação analógica e aquela que pode ser acrescentada à mão sobre as fichas, senão há perda de informações. Consideremos igualmente o caso da dimensão dos fichários de imagens de páginas, fichários onde o texto não é tratável por computadores, mas que se pode ler sobre uma tela. A uma resolução de 400 pontos por polegada (ppp), se conta em torno de 85Ko/página. Porém, quando melhora-se a resolução para 600 ppp, ele nos custa em espaço de estocagem cerca de 500 Ko/página. Para atender a resolução do microfilme, precisaria escanear a 1000 ppp. A título de exemplo desse problema à escala de um arquivo, nota-se que para contar o estado civil dos habitantes de Québec, em torno de 18 milhões de certidões, ele custará 650 Go de espaço de estocagem para registrar somente as imagens desses dados, que não estarão ainda em formato de fichários manipuláveis para uso, sem falar nos trinta meses de trabalho para efetuar essa pesquisa (Lubkov 1997, 4). Para disfarçar os problemas desses fichários de imagens que permitem ao usuário ver a colocação de um texto na página, mas que não o permite manipular os dados, desenvolve-se atualmente linguagens de descrição de páginas. Isto acrescentou uma camada de metadados, permitindo afixar o texto com a sua colocação na página exigida, e substituirão, pode-se esperar, esses sistemas operacionais intermitentes tal como o Acrobat d Adobe, que oferece uma colocação em página que exige muita memória informática, mas que está sempre em forma de ficha não manipulável, como uma telecópia. Os problemas associados à imagem fixa e em movimento são ainda mais importantes. A questão mais notável associada a esse gênero de documentos é a dimensão dos fichários quando esses documentos são informatizados. Para a imagem fixa, não há mais problema com as simples imagens em preto e branco, mas cada pixel que compõe a imagem tem necessidade de muito mais profundidade para exprimir as cores, e assim mais memória informática. Para uma imagem em torno de 0 cm por 5 cm, é preciso mais ou menos 1Mo de memória. Para a imagem em movimento, sem compressão, necessita-se 40 Mo/imagens. A taxa de affichage do filme é de 4 imagens/segundo, e do vídeo, 30 imagens/segundo. O custo em memória para estocar um filme de 90 minutos é então de 960 Mo por segundo de filme, e então de 59,6 Go por minuto e de 3,5 To/hora, ou seja, aproximadamente 5 To por 90 minutos de filme. A título de exemplo do que estes algarismos representam em um caso concreto, pode-se notar que o sistema Cineon de Kodak, um dos poucos sistemas disponíveis para a numeração da imagem em movimento, necessitaria de 33 grossos cassetes para estocar este filme, ao custo de $ US pela fita magnética somente! Além disto, o sistema necessitaria de 110 horas para converter a imagem em movimento do formato analógico ao formato numérico. Isto se traduz por mais de uma hora de tratamento por minuto de filme. Não falamos ainda de custos de tratamento. E com tudo isso, seria necessário transplantar cassetes em dez ou vinte anos para evitar a perda de todo esse trabalho! Como os suportes numéricos não são confiáveis para a conservação a longo prazo, enaltece-se às vezes a impressão sobre papéis do código informático codificado em algarismos 1 e 0, em razão das propriedades de conservação a longo praz do papel. Mais tarde um sistema operacional de

111 reconhecimento ótico de caracteres lerá o código para reconstituir o fichário informático. Para a imagem em movimento, esta prática não será nada prática, pois um cálculo rápido nos dá os algarismos seguintes, baseados sobre um sistema que permite a resolução comandada de 30 milhões de pixels por imagem: a 4 imagens/segundo, serão necessários aproximadamente 8 bilhões de pixels/segundo de filme 35mm. No ritmo de 6000 bits/página (quando se datilografa com entrelinha simples, calcula-se 3000), contaremos 5600 páginas (uma pilha de aproximadamente 5m) por cada segundo de filme, e portanto 180 m3 por minuto de filme, vale dizer, 16 km de espaço para estocar nosso filme de 90 minutos! Decididamente, não se poderá considerar a numeração das coleções de imagem em movimento antes de encontrar maneiras mais econômicas de estocar os fichários assim criados. Considerando a preservação e a conservação dos arquivos eletrônicos, podemos nos voltar um pouco para as conclusões do grupo de trabalho sobre a preservação dos arquivos numéricos (Preserving digital information 1996, 37). Este grupo de trabalho conclui que a responsabilidade primeira para a informação numérica permanece com os criadores, os fornecedores e, eventualmente, os proprietários. Além disso, o grupo enaltece a criação de uma infra-estrutura muito profunda (deep infrastructure) capaz de suportar um sistema distribuído de dados. Na disposição de uma tal estrutura, criar-se-á um processo de certificação de organizações capazes de estocar, de migrar e abastecer o acesso às coleções numéricas. Estas organizações certificadas teriam o direito legal de intervir pela salvaguarda de documentos depositados alhures, em caso de perigo de destruição, seja por uma ameaça física à integridade dos documentos, seja por uma mudança de políticas de conservação em outro lugar, devido à privatização de um arquivo, por exemplo. Obstáculos à automação Nesta parte, resume-se brevemente alguns obstáculos atuais à automação dos arquivos. Em nível das infra-estruturas, a banda frequentada terá necessidade de ser acrescida consideravelmente antes que se possa responder convenientemente às necessidades dos usuários cujo número não cessa de crescer. Devemos prever eventualmente o acesso universal à Internet e seus sucessores, como é o caso do correio à escala internacional, ou ainda do telefone. Lembremos que no momento somente uma ínfima parte da população global está em linha, e que mesmo nos países industrializados falamos apenas de dez ou quinze por cento da população. A questão da prisão ASCIL, expressão de Mitchell Kapor para designar o problema das línguas não inglesas que lutam para ostentar suas marcas diacríticas no meio informático, é extremamente importante no contexto das redes. A consortium Unicode trabalha há vários anos para desenvolver um código informático que dê conta de todas as línguas escritas, mas esse código toma 16 bits de memória para cada caracter comparado a 7 ou 8 para os dados codificados em ASCIL, e os produtores de sistemas operacionais não os adotam muito rapidamente. Todavia, com o desenvolvimento das soluções a baixo custo dos problemas de estocagem e de tratamento, este problema importante vai, sem dúvida, ser solucionado num futuro não muito distante. Um passo importante: a World Wide Web Consortium vem de anunciar (julho 1997) a publicação da primeira versão de trabalho da HTML 4, a qual adota como jogo de caracteres a Unicode. Ao nível dos suportes físicos, o obstáculo principal é sua instabilidade. É necessário encontrar soluções neste nível para evitar que estejamos eternamente condenados a substituir a intervalos relativamente curtos a totalidade de arquivos que possuímos. No momento, não há nada além de tecnologias experimentais, mas é preciso crer que o problema será resolvido eventualmente. Passa-se sob silêncio os problemas de deterioração química e biológica. Ao nível do endocage, assinalemos os problemas de integridade e autenticidade dos dados. Os arquivistas precisam ter confiança de que os documentos informáticos dos quais eles têm a guarda não podem ser alterados, e que o documento que eles oferecem aos usuários por consulta é o mesmo que eles receberam por arquivo. Ao nível dos sistemas operacionais, tem-se a necessidade de desenvolver os sistemas melhor integrados às necessidades dos arquivistas e dos usuários, tanto ao nível das linhas diretas entre os sistemas de gestão e documentos quanto ao nível da interação pessoa-máquina. Visto desta última perspectiva, os sistemas operacionais disponíveis atualmente são bastante penosos, não recorrem senão de maneira muito primitiva aos aparelhos cognitivos dos usuários. Como vimos, a conversão dos fichários permanece um problema importante por várias razões. Podemos assinalar particularmente as dificuldades de conversão de fichários de ordem técnica e aqueles de ordem econômica. Além disso, teríamos vantagem em considerar como inaceitável a prática atual de versar os dados nos sistemas de informação sem controle de qualidade, ao dizer que se fará correções mais tarde. Muito frequentemente vimos que as condições econômicas não permitem essas correções. As pessoas que administram os orçamentos têm a impressão de que os trabalhos estão completos, e são os usuários que sofrem a utilização desses dados não verificados e não corrigidos. Como é o caso em qualquer ouro lugar, o controle de qualidade é importante no arquivamento de dados eletrônicos. Terminando, analisaremos o problema considerável da pilha de fichários necessária para a estocagem de imagens em movimento quando estas últimas são numerosas, os problemas arquivísticos associados à compreensão de imagens para melhor estocá-las, o trabalho considerável requerido para efetuar os trabalhos de conversão, os custos implicados nesse processo, e o problema ao nível da infra-estrutura incapaz de tratar convenientemente esses enormes fichários. Soluções a longo prazo Apesar dos numerosos e importantes problemas associados atualmente aos arquivos automatizados, podemos ainda assim esperar ver melhoras consideráveis a curto, médio e longo prazo. A importância dos trabalhos em curso nos deixa crer que se verá o controle dos dados desde sua criação até sua disposição eventual, seja por eliminação, seja por sua instituição como arquivos permanentes. Nossos métodos, nossos processos, nossas práticas, nossas normas serão estabilzadas eventualmente. O turbilhão tecnológico no qual nos encontramos atualmente dará lugar aos métodos normalizados, sobre os quais trabalhamos atualmente. No que concerne aos computadores, esses instrumentos de trabalho tão importantes à nossa vida, veremos bem eventualmente a chegada de computadores melhor educados para responder a nossas necessidades. Eles serão capazes de detectar um problema de funcionamento que experimentamos, por exemplo, e intervir de maneira interativa para nos apontar as soluções possíveis. Veremos disponíveis em linha de demonstrações vídeo para nos mostrar como executar tal função, como executar tal tarefa, efetuar tal manobra informática. Além disso, o desenvolvimento de tipos de memória viva e morta que não se apagam automaticamente ou que não se corrompem em função de uma falha de eletricidade nos permite assegurar nossos temores psicológicos face a nossas relações com esses instrumentos que têm uma importância tão grande em nossas vidas. Veremos eventualmente a automatização de procedimentos de salvaguarda, de formação de usuários, de migração de dados e de outras funções arquivistas. Finalmente, com o tempo assistiremos sem dúvida ao desenvolvimento de suportes informáticos tão inabaláveis quanto o velho papel. Terminando, será bom lembrar que nós nos encontramos atualmente no meio desse turbilhão tecnológico, que o papel que representamos neste momento é de uma grande importância histórica, pois é a presente geração de arquivistas que assegura a transição entre dois mundos tecnológicos fundamentalmente diferentes um do outro. É na gestão dessa transição que nós podemos tirar vantagem de nossas atividades para os próximos anos. Tradução de Andréa Araújo do Vale, Carla da Silva Miguelote e Rejane Moreira. PROCEDIMENTOS GERAIS PARA UTILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE PROTOCOLO 1. OBJETIVO Esta norma tem por objetivo equalizar os procedimentos gerais referentes à gestão de processos e correspondência, com a finalidade de criar bases para a implantação de sistemas informatizados unificados no âmbito a que se destina.. CONCEITOS E DEFINIÇÕES Para efeito desta norma, foram utilizados os seguintes conceitos e definições: AUTUAÇÃO E/OU FORMAÇÃO DE PROCESSO - É o termo que caracteriza a abertura do processo. Na formação do processo deverão ser observados os documentos cujo conteúdo esteja relacionado a ações e 15

112 operações contábeis financeiras, ou requeira análises, informações, despachos e decisões de diversas unidades organizacionais de uma instituição. CORRESPONDÊNCIA - É toda espécie de comunicação escrita, que circula nos órgãos ou entidades, à exceção dos processos. Quanto à natureza: A correspondência classifica-se em interna e externa, oficial e particular, recebida e expedida. a) Interna e externa A correspondência interna é mantida entre as unidades do órgão ou entidade. A correspondência externa é mantida entre os órgãos ou entidades da Administração Pública Federal. b) Oficial e particular A correspondência oficial é a espécie formal de comunicação mantida entre os órgãos ou entidades da Administração Pública Federal ou destes para outros órgãos públicos ou empresas privadas. A correspondência particular é a espécie informal de comunicação utilizada entre autoridades ou servidores e instituições ou pessoas estranhas à Administração Pública Federal. c) Recebida e expedida A correspondência recebida é aquela de origem interna ou externa recebida pelo protocolo central ou setorial do órgão ou entidade. A expedição é a remessa da correspondência interna ou externa no âmbito da Administração Pública Federal. DESAPENSAÇÃO - É a separação física de processos apensados. DESENTRANHAMENTO DE PEÇAS - É a retirada de peças de um processo, que poderá ocorrer quando houver interesse da Administração ou a pedido do interessado. DESMEMBRAMENTO É a separação de parte da documentação de um ou mais processos para formação de novo processo; o desmembramento de processo dependerá de autorização e instruções específicas do órgão interessado. DESPACHO Decisão proferida pela autoridade administrativa em caso que lhe é submetido à apreciação; o despacho pode ser favorável ou desfavorável à pretensão solicitada pelo administrador, servidor público ou não. DILIGÊNCIA É o ato pelo qual um processo que, tendo deixado de atender as formalidades indispensáveis ou de cumprir alguma disposição legal, é devolvido ao órgão que assim procedeu, a fim de corrigir ou sanar as falhas apontadas. DISTRIBUIÇÃO - É a remessa do processo às unidades que decidirão sobre a matéria nele tratada. DOCUMENTO - É toda informação registrada em um suporte material, suscetível de consulta, estudo, prova e pesquisa, pois comprova fatos, fenômenos, formas de vida e pensamentos do homem numa determinada época ou lugar. De acordo com seus diversos elementos, formas e conteúdos, os documentos podem ser caracterizados segundo o gênero, a espécie e a natureza, conforme descrito a seguir. a) Caracterização quanto ao gênero Documentos textuais: São os documentos manuscritos, datilografados ou impressos; Documentos cartográficos: São os documentos em formatos e dimensões variáveis, contendo representações geográficas arquitetônicas ou de engenharia. Ex.: mapas, plantas e perfis; Documentos iconográficos: São documentos em suporte sintético, em papel emulsionado, contendo imagens estáticas. Ex.: fotografias (diapositivos, ampliações e negativos fotográficos), desenhos e gravuras; Documentos filmográficos: São documentos em películas cinematográficas e fitas magnéticas de imagem (tapes), conjugadas ou não a trilhas sonoras, com bitolas e dimensões variáveis, contendo imagens em movimento. Ex.: filmes e fitas vídeomagnéticas; Documentos sonoros: São os documentos com dimensões e rotações variáveis, contendo registros fonográficos. Ex.: discos e fitas audiomagnéticas; 16 Documentos micrográficos: São documentos em suporte fílmico resultante da microrreprodução de imagens, mediante utilização de técnicas específicas. Ex.: rolo, microficha, jaqueta e cartão-janela; Documentos informáticos: São os documentos produzidos, tratados e armazenados em computador. Ex.: disco flexível (disquete), disco rígido (Winshester) e disco óptico. b) Caracterização quanto à espécie Atos normativos: Expedidos por autoridades administrativas, com a finalidade de dispor e deliberar sobre matérias específicas. Ex.: medida provisória, decreto, estatuto, regimento, regulamento, resolução, portaria, instrução normativa, ordem de serviço, decisão, acórdão, despacho decisório, lei; Atos enunciativos: São os opinativos, que esclarecem os assuntos, visando a fundamentar uma solução. Ex.: parecer, relatório, voto, despacho interlocutório; Atos de assentamento: São os configurados por registros, consubstanciando assentamento sobre fatos ou ocorrências. Ex.: apostila, ata, termo, auto de infração; Atos comprobatórios: São os que comprovam assentamentos, decisões etc. Ex.: traslado, certidão, atestado, cópia autêntica ou idêntica; Atos de ajuste: São representados por acordos em que a Administração Pública Federal, Estadual ou Municipal - é parte. Ex: tratado, convênio, contrato, termos (transação, ajuste etc.) e, Atos de correspondência: Objetivam a execução dos atos normativos, em sentido amplo. Ex: aviso, ofício, carta, memorando, mensagem, edital, intimação, exposição de motivos, notificação, telegrama, telex, telefax, alvará, circular. c) Caracterização quanto à natureza Documentos Secretos: São os que requerem rigorosas medidas de segurança e cujo teor ou característica possam ser do conhecimento de servidores que, embora sem ligação íntima com seu estudo e manuseio, sejam autorizados a deles tomarem conhecimento em razão de sua responsabilidade funcional; Documentos Urgentes: São os documentos cuja tramitação requer maior celeridade que a rotineira. Ex.: Pedidos de informação oriundos do Poder Executivo, do Poder Judiciário e das Casas do Congresso Nacional; mandados de segurança; licitações judiciais ou administrativas; pedidos de exoneração ou dispensa; demissão; auxílio - funeral; diárias para afastamento da Instituição; folhas de pagamento; outros que, por conveniência da Administração ou por força de lei, exijam tramitação preferencial. Documentos Ostensivos: São documentos cujo acesso é irrestrito; Documentos Reservados: São aqueles cujo assunto não deva ser do conhecimento do público em geral. RECEBIMENTO, REGISTRO E DISTRIBUIÇÃO DE DOCUMENTOS Ao receber a correspondência e proceder à abertura do envelope, o protocolo setorial deverá observar: a) se está assinado pelo próprio remetente, por seu representante legal ou procurador, caso em que deverá ser anexado o instrumento de procuração; b) se está acompanhado dos respectivos anexos, se for o caso; c) se contém o comprovante de recebimento, e providenciar a respectiva devolução; d) se a correspondência será autuada ou não; A seguir, tratar o documento conforme os procedimentos descritos abaixo, destinados à correspondência ou processo, conforme o caso. Nenhuma correspondência poderá permanecer por mais de 4h (vinte e quatro horas) nos protocolos, salvo aquelas recebidas às sextas-feiras, véspera de feriados ou pontos facultativos. 4. PROCEDIMENTOS COM RELAÇÃO À CORRESPONDÊNCIA a) Toda correspondência oficial expedida deverá conter, para sua identificação em sistema próprio, a espécie do documento e o órgão emissor, seguido da sigla da unidade, do número de ordem, destinatário, assunto e da data da emissão.

113 A correspondência oficial expedida será encaminhada por intermédio do protocolo central do órgão ou entidade, por meio dos serviços da empresa de correios, ou utilizando-se de meios próprios para efetuar a entrega. A correspondência oficial interna será encaminhada por intermédio do protocolo setorial; Toda correspondência oficial expedida será acondicionada em envelope, contendo, no canto superior esquerdo, o nome, cargo, endereço do destinatário, a espécie e número da correspondência, bem como nome e endereço do remetente, a fim de, em caso de devolução, a empresa de correios o localize, conforme modelo a seguir: Ex.: Ressalta-se que o documento oficial faz referência ao cargo do destinatário e não à pessoa que o ocupa; portanto, quando um documento oficial for encaminhado para um destinatário que não ocupe mais o cargo, deverá ser aberto, para as providências cabíveis. b) A correspondência particular não será expedida pelas unidades de protocolo central ou setorial do órgão ou entidade. A correspondência de caráter particular recebida pelas unidades de protocolo central ou setorial deverá ser encaminhada diretamente ao destinatário. c) Correspondência Recebida e expedida Correspondência Recebida A correspondência recebida será entregue no protocolo central de cada órgão ou entidade da Administração Pública Federal, para posterior distribuição. Remetente Nome: Cargo ou função: Unidade: Órgão: Endereço: CEP: Espécie: nº. /Ano: Destinatário Pronome de tratamento Nome: Cargo ou função: Unidade: Órgão: Endereço: CEP: O protocolo central receberá a correspondência e verificará se o destinatário ou a unidade pertencem ou não ao órgão ou entidade; em caso negativo, devolverá a correspondência ao remetente, apondo o carimbo, e identificando o motivo da devolução. As unidades de protocolo central remeterão a correspondência lacrada, ao protocolo setorial da unidade à qual pertença o destinatário, controlando por meio de sistema próprio. d) Correspondência Expedida O controle da expedição de correspondência caberá ao respectivo protocolo setorial, responsável pela numeração, que deverá ser sequencial, numérico-cronológica e iniciada a cada ano. O protocolo central do órgão ou da entidade manterá um controle da expedição de correspondência, a fim de informar aos usuários, sua localização, em tempo real. LEI Nº 1.57, DE 18 DE NOVEMBRO DE 011. Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5 o, no inciso II do 3 o do art. 37 e no o do art. 16 da Constituição Federal; altera a Lei n o 8.11, de 11 de dezembro de 1990; revoga a Lei n o , de 5 de maio de 005, e dispositivos da Lei n o 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências. CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 1 o Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem observados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim de garantir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5 o, no inciso II do 3º do art. 37 e no º do art. 16 da Constituição Federal. Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei: I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Judiciário e do Ministério Público; II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Art. o Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às entidades privadas sem fins lucrativos que recebam, para realização de ações de interesse público, recursos públicos diretamente do orçamento ou mediante subvenções sociais, contrato de gestão, termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros instrumentos congêneres. Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as entidades citadas no caput refere-se à parcela dos recursos públicos recebidos e à sua destinação, sem prejuízo das prestações de contas a que estejam legalmente obrigadas. Art. 3 o Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a assegurar o direito fundamental de acesso à informação e devem ser executados em conformidade com os princípios básicos da administração pública e com as seguintes diretrizes: I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção; II - divulgação de informações de interesse público, independentemente de solicitações; III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação; IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na administração pública; V - desenvolvimento do controle social da administração pública. Art. 4 o Para os efeitos desta Lei, considera-se: I - informação: dados, processados ou não, que podem ser utilizados para produção e transmissão de conhecimento, contidos em qualquer meio, suporte ou formato; II - documento: unidade de registro de informações, qualquer que seja o suporte ou formato; III - informação sigilosa: aquela submetida temporariamente à restrição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado; IV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa natural identificada ou identificável; V - tratamento da informação: conjunto de ações referentes à produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, transporte, transmissão, distribuição, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação, destinação ou controle da informação; VI - disponibilidade: qualidade da informação que pode ser conhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas autorizados; VII - autenticidade: qualidade da informação que tenha sido produzida, expedida, recebida ou modificada por determinado indivíduo, equipamento ou sistema; VIII - integridade: qualidade da informação não modificada, inclusive quanto à origem, trânsito e destino; IX - primariedade: qualidade da informação coletada na fonte, com o máximo de detalhamento possível, sem modificações. Art. 5 o É dever do Estado garantir o direito de acesso à informação, que será franqueada, mediante procedimentos objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão. CAPÍTULO II DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA DIVULGAÇÃO Art. 6 o Cabe aos órgãos e entidades do poder público, observadas as normas e procedimentos específicos aplicáveis, assegurar a: I - gestão transparente da informação, propiciando amplo acesso a ela e sua divulgação; II - proteção da informação, garantindo-se sua disponibilidade, autenticidade e integridade; e III - proteção da informação sigilosa e da informação pessoal, observada a sua disponibilidade, autenticidade, integridade e eventual restrição de acesso. Art. 7 o O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, entre outros, os direitos de obter: 17

114 I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou obtida a informação almejada; II - informação contida em registros ou documentos, produzidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou não a arquivos públicos; III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou entidade privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado; IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada; V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e entidades, inclusive as relativas à sua política, organização e serviços; VI - informação pertinente à administração do patrimônio público, utilização de recursos públicos, licitação, contratos administrativos; e VII - informação relativa: a) à implementação, acompanhamento e resultados dos programas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem como metas e indicadores propostos; b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas de contas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, incluindo prestações de contas relativas a exercícios anteriores. 1 o O acesso à informação previsto no caput não compreende as informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. o Quando não for autorizado acesso integral à informação por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da parte sob sigilo. 3 o O direito de acesso aos documentos ou às informações neles contidas utilizados como fundamento da tomada de decisão e do ato administrativo será assegurado com a edição do ato decisório respectivo. 4 o A negativa de acesso às informações objeto de pedido formulado aos órgãos e entidades referidas no art. 1 o, quando não fundamentada, sujeitará o responsável a medidas disciplinares, nos termos do art. 3 desta Lei. 5 o Informado do extravio da informação solicitada, poderá o interessado requerer à autoridade competente a imediata abertura de sindicância para apurar o desaparecimento da respectiva documentação. 6 o Verificada a hipótese prevista no 5 o deste artigo, o responsável pela guarda da informação extraviada deverá, no prazo de 10 (dez) dias, justificar o fato e indicar testemunhas que comprovem sua alegação. Art. 8 o É dever dos órgãos e entidades públicas promover, independentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil acesso, no âmbito de suas competências, de informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas. 1 o Na divulgação das informações a que se refere o caput, deverão constar, no mínimo: I - registro das competências e estrutura organizacional, endereços e telefones das respectivas unidades e horários de atendimento ao público; II - registros de quaisquer repasses ou transferências de recursos financeiros; III - registros das despesas; IV - informações concernentes a procedimentos licitatórios, inclusive os respectivos editais e resultados, bem como a todos os contratos celebrados; V - dados gerais para o acompanhamento de programas, ações, projetos e obras de órgãos e entidades; e VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade. o Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e entidades públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legítimos de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede mundial de computadores (internet). 3 o Os sítios de que trata o o deverão, na forma de regulamento, atender, entre outros, aos seguintes requisitos: I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão; II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como planilhas e texto, de modo a facilitar a análise das informações; III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina; IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estruturação da informação; V - garantir a autenticidade e a integridade das informações disponíveis para acesso; VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso; VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado comunicarse, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entidade detentora do sítio; e VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a acessibilidade de conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do art. 17 da Lei n o , de 19 de dezembro de 000, e do art. 9 o da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pelo Decreto Legislativo n o 186, de 9 de julho de o Os Municípios com população de até (dez mil) habitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet a que se refere o o, mantida a obrigatoriedade de divulgação, em tempo real, de informações relativas à execução orçamentária e financeira, nos critérios e prazos previstos no art. 73-B da Lei Complementar n o 101, de 4 de maio de 000 (Lei de Responsabilidade Fiscal). Art. 9 o O acesso a informações públicas será assegurado mediante: I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e entidades do poder público, em local com condições apropriadas para: a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informações; b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas respectivas unidades; c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a informações; e II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à participação popular ou a outras formas de divulgação. CAPÍTULO III DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO Seção I Do Pedido de Acesso Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de acesso a informações aos órgãos e entidades referidos no art. 1 o desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter a identificação do requerente e a especificação da informação requerida. 1 o Para o acesso a informações de interesse público, a identificação do requerente não pode conter exigências que inviabilizem a solicitação. o Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar alternativa de encaminhamento de pedidos de acesso por meio de seus sítios oficiais na internet. 3 o São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos determinantes da solicitação de informações de interesse público. Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder o acesso imediato à informação disponível. 1 o Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deverá, em prazo não superior a 0 (vinte) dias: I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta, efetuar a reprodução ou obter a certidão; II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou parcial, do acesso pretendido; ou III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda, remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o interessado da remessa de seu pedido de informação. o O prazo referido no 1 o poderá ser prorrogado por mais 10 (dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será cientificado o requerente. 3 o Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações e do cumprimento da legislação aplicável, o órgão ou entidade poderá oferecer meios para que o próprio requerente possa pesquisar a informação de que necessitar. 4 o Quando não for autorizado o acesso por se tratar de informação total ou parcialmente sigilosa, o requerente deverá ser informado sobre a possibilidade de recurso, prazos e condições para sua interposição, devendo, ainda, ser-lhe indicada a autoridade competente para sua apreciação. 5 o A informação armazenada em formato digital será fornecida nesse formato, caso haja anuência do requerente. 6 o Caso a informação solicitada esteja disponível ao público em formato impresso, eletrônico ou em qualquer outro meio de acesso universal, serão informados ao requerente, por escrito, o lugar e a forma pela qual se 18

115 poderá consultar, obter ou reproduzir a referida informação, procedimento esse que desonerará o órgão ou entidade pública da obrigação de seu fornecimento direto, salvo se o requerente declarar não dispor de meios para realizar por si mesmo tais procedimentos. Art. 1. O serviço de busca e fornecimento da informação é gratuito, salvo nas hipóteses de reprodução de documentos pelo órgão ou entidade pública consultada, situação em que poderá ser cobrado exclusivamente o valor necessário ao ressarcimento do custo dos serviços e dos materiais utilizados. Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos previstos no caput todo aquele cuja situação econômica não lhe permita fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos termos da Lei n o 7.115, de 9 de agosto de Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida em documento cuja manipulação possa prejudicar sua integridade, deverá ser oferecida a consulta de cópia, com certificação de que esta confere com o original. Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de cópias, o interessado poderá solicitar que, a suas expensas e sob supervisão de servidor público, a reprodução seja feita por outro meio que não ponha em risco a conservação do documento original. Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de decisão de negativa de acesso, por certidão ou cópia. Seção II Dos Recursos Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a informações ou às razões da negativa do acesso, poderá o interessado interpor recurso contra a decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua ciência. Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade hierarquicamente superior à que exarou a decisão impugnada, que deverá se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias. Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria- Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for negado; II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou parcialmente classificada como sigilosa não indicar a autoridade classificadora ou a hierarquicamente superior a quem possa ser dirigido pedido de acesso ou desclassificação; III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa estabelecidos nesta Lei não tiverem sido observados; e IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedimentos previstos nesta Lei. 1 o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria-Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias. o Verificada a procedência das razões do recurso, a Controladoria- Geral da União determinará ao órgão ou entidade que adote as providências necessárias para dar cumprimento ao disposto nesta Lei. 3 o Negado o acesso à informação pela Controladoria-Geral da União, poderá ser interposto recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a que se refere o art. 35. Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de desclassificação de informação protocolado em órgão da administração pública federal, poderá o requerente recorrer ao Ministro de Estado da área, sem prejuízo das competências da Comissão Mista de Reavaliação de Informações, previstas no art. 35, e do disposto no art o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido às autoridades mencionadas depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior à autoridade que exarou a decisão impugnada e, no caso das Forças Armadas, ao respectivo Comando. o Indeferido o recurso previsto no caput que tenha como objeto a desclassificação de informação secreta ou ultrassecreta, caberá recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações prevista no art. 35. Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões denegatórias proferidas no recurso previsto no art. 15 e de revisão de classificação de documentos sigilosos serão objeto de regulamentação própria dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, em seus respectivos âmbitos, assegurado ao solicitante, em qualquer caso, o direito de ser informado sobre o andamento de seu pedido. Art. 19. (VETADO). 1 o (VETADO). o Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público informarão ao Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional do Ministério Público, respectivamente, as decisões que, em grau de recurso, negarem acesso a informações de interesse público. Art. 0. Aplica-se subsidiariamente, no que couber, a Lei n o 9.784, de 9 de janeiro de 1999, ao procedimento de que trata este Capítulo. CAPÍTULO IV DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO Seção I Disposições Gerais Art. 1. Não poderá ser negado acesso à informação necessária à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais. Parágrafo único. As informações ou documentos que versem sobre condutas que impliquem violação dos direitos humanos praticada por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas não poderão ser objeto de restrição de acesso. Art.. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses legais de sigilo e de segredo de justiça nem as hipóteses de segredo industrial decorrentes da exploração direta de atividade econômica pelo Estado ou por pessoa física ou entidade privada que tenha qualquer vínculo com o poder público. Seção II Da Classificação da Informação quanto ao Grau e Prazos de Sigilo Art. 3. São consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação as informações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam: I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integridade do território nacional; II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as relações internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas em caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais; III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população; IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou monetária do País; V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégicos das Forças Armadas; VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desenvolvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, instalações ou áreas de interesse estratégico nacional; VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autoridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de investigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a prevenção ou repressão de infrações. Art. 4. A informação em poder dos órgãos e entidades públicas, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como ultrassecreta, secreta ou reservada. 1 o Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, conforme a classificação prevista no caput, vigoram a partir da data de sua produção e são os seguintes: I - ultrassecreta: 5 (vinte e cinco) anos; II - secreta: 15 (quinze) anos; e III - reservada: 5 (cinco) anos. o As informações que puderem colocar em risco a segurança do Presidente e Vice-Presidente da República e respectivos cônjuges e filhos(as) serão classificadas como reservadas e ficarão sob sigilo até o término do mandato em exercício ou do último mandato, em caso de reeleição. 3 o Alternativamente aos prazos previstos no 1 o, poderá ser estabelecida como termo final de restrição de acesso a ocorrência de determinado evento, desde que este ocorra antes do transcurso do prazo máximo de classificação. 4 o Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o evento que defina o seu termo final, a informação tornar-se-á, automaticamente, de acesso público. 5 o Para a classificação da informação em determinado grau de sigilo, deverá ser observado o interesse público da informação e utilizado o critério menos restritivo possível, considerados: I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do Estado; e 19

116 II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que defina seu termo final. Seção III Da Proteção e do Controle de Informações Sigilosas Art. 5. É dever do Estado controlar o acesso e a divulgação de informações sigilosas produzidas por seus órgãos e entidades, assegurando a sua proteção. 1 o O acesso, a divulgação e o tratamento de informação classificada como sigilosa ficarão restritos a pessoas que tenham necessidade de conhecê-la e que sejam devidamente credenciadas na forma do regulamento, sem prejuízo das atribuições dos agentes públicos autorizados por lei. o O acesso à informação classificada como sigilosa cria a obrigação para aquele que a obteve de resguardar o sigilo. 3 o Regulamento disporá sobre procedimentos e medidas a serem adotados para o tratamento de informação sigilosa, de modo a protegê-la contra perda, alteração indevida, acesso, transmissão e divulgação não autorizados. Art. 6. As autoridades públicas adotarão as providências necessárias para que o pessoal a elas subordinado hierarquicamente conheça as normas e observe as medidas e procedimentos de segurança para tratamento de informações sigilosas. Parágrafo único. A pessoa física ou entidade privada que, em razão de qualquer vínculo com o poder público, executar atividades de tratamento de informações sigilosas adotará as providências necessárias para que seus empregados, prepostos ou representantes observem as medidas e procedimentos de segurança das informações resultantes da aplicação desta Lei. Seção IV Dos Procedimentos de Classificação, Reclassificação e Desclassificação Art. 7. A classificação do sigilo de informações no âmbito da administração pública federal é de competência: I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades: a) Presidente da República; b) Vice-Presidente da República; c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogativas; d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no exterior; II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso I, dos titulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e sociedades de economia mista; e III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos incisos I e II e das que exerçam funções de direção, comando ou chefia, nível DAS 101.5, ou superior, do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores, ou de hierarquia equivalente, de acordo com regulamentação específica de cada órgão ou entidade, observado o disposto nesta Lei. 1 o A competência prevista nos incisos I e II, no que se refere à classificação como ultrassecreta e secreta, poderá ser delegada pela autoridade responsável a agente público, inclusive em missão no exterior, vedada a subdelegação. o A classificação de informação no grau de sigilo ultrassecreto pelas autoridades previstas nas alíneas d e e do inciso I deverá ser ratificada pelos respectivos Ministros de Estado, no prazo previsto em regulamento. 3 o A autoridade ou outro agente público que classificar informação como ultrassecreta deverá encaminhar a decisão de que trata o art. 8 à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a que se refere o art. 35, no prazo previsto em regulamento. Art. 8. A classificação de informação em qualquer grau de sigilo deverá ser formalizada em decisão que conterá, no mínimo, os seguintes elementos: I - assunto sobre o qual versa a informação; II - fundamento da classificação, observados os critérios estabelecidos no art. 4; III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou dias, ou do evento que defina o seu termo final, conforme limites previstos no art. 4; e IV - identificação da autoridade que a classificou. Parágrafo único. A decisão referida no caput será mantida no mesmo grau de sigilo da informação classificada. Art. 9. A classificação das informações será reavaliada pela autoridade classificadora ou por autoridade hierarquicamente superior, mediante provocação ou de ofício, nos termos e prazos previstos em regulamento, com vistas à sua desclassificação ou à redução do prazo de sigilo, observado o disposto no art o O regulamento a que se refere o caput deverá considerar as peculiaridades das informações produzidas no exterior por autoridades ou agentes públicos. o Na reavaliação a que se refere o caput, deverão ser examinadas a permanência dos motivos do sigilo e a possibilidade de danos decorrentes do acesso ou da divulgação da informação. 3 o Na hipótese de redução do prazo de sigilo da informação, o novo prazo de restrição manterá como termo inicial a data da sua produção. Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade publicará, anualmente, em sítio à disposição na internet e destinado à veiculação de dados e informações administrativas, nos termos de regulamento: I - rol das informações que tenham sido desclassificadas nos últimos 1 (doze) meses; II - rol de documentos classificados em cada grau de sigilo, com identificação para referência futura; III - relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos de informação recebidos, atendidos e indeferidos, bem como informações genéricas sobre os solicitantes. 1 o Os órgãos e entidades deverão manter exemplar da publicação prevista no caput para consulta pública em suas sedes. o Os órgãos e entidades manterão extrato com a lista de informações classificadas, acompanhadas da data, do grau de sigilo e dos fundamentos da classificação. Seção V Das Informações Pessoais Art. 31. O tratamento das informações pessoais deve ser feito de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias individuais. 1 o As informações pessoais, a que se refere este artigo, relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem: I - terão seu acesso restrito, independentemente de classificação de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da sua data de produção, a agentes públicos legalmente autorizados e à pessoa a que elas se referirem; e II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por terceiros diante de previsão legal ou consentimento expresso da pessoa a que elas se referirem. o Aquele que obtiver acesso às informações de que trata este artigo será responsabilizado por seu uso indevido. 3 o O consentimento referido no inciso II do 1 o não será exigido quando as informações forem necessárias: I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver física ou legalmente incapaz, e para utilização única e exclusivamente para o tratamento médico; II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evidente interesse público ou geral, previstos em lei, sendo vedada a identificação da pessoa a que as informações se referirem; III - ao cumprimento de ordem judicial; IV - à defesa de direitos humanos; ou V - à proteção do interesse público e geral preponderante. 4 o A restrição de acesso à informação relativa à vida privada, honra e imagem de pessoa não poderá ser invocada com o intuito de prejudicar processo de apuração de irregularidades em que o titular das informações estiver envolvido, bem como em ações voltadas para a recuperação de fatos históricos de maior relevância. 5 o Regulamento disporá sobre os procedimentos para tratamento de informação pessoal. CAPÍTULO V DAS RESPONSABILIDADES Art. 3. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabilidade do agente público ou militar: I - recusar-se a fornecer informação requerida nos termos desta Lei, retardar deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-la intencionalmente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa; II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inutilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, informação que se encontre sob sua guarda ou a que tenha acesso ou conhecimento em razão do exercício das atribuições de cargo, emprego ou função pública; III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de acesso à informação; 0

117 IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir acesso indevido à informação sigilosa ou informação pessoal; V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de terceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal cometido por si ou por outrem; VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente informação sigilosa para beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo de terceiros; e VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos concernentes a possíveis violações de direitos humanos por parte de agentes do Estado. 1 o Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, as condutas descritas no caput serão consideradas: I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças Armadas, transgressões militares médias ou graves, segundo os critérios neles estabelecidos, desde que não tipificadas em lei como crime ou contravenção penal; ou II - para fins do disposto na Lei n o 8.11, de 11 de dezembro de 1990, e suas alterações, infrações administrativas, que deverão ser apenadas, no mínimo, com suspensão, segundo os critérios nela estabelecidos. o Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou agente público responder, também, por improbidade administrativa, conforme o disposto nas Leis n os 1.079, de 10 de abril de 1950, e 8.49, de de junho de 199. Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que detiver informações em virtude de vínculo de qualquer natureza com o poder público e deixar de observar o disposto nesta Lei estará sujeita às seguintes sanções: I - advertência; II - multa; III - rescisão do vínculo com o poder público; IV - suspensão temporária de participar em licitação e impedimento de contratar com a administração pública por prazo não superior a (dois) anos; e V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração pública, até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade. 1 o As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, assegurado o direito de defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias. o A reabilitação referida no inciso V será autorizada somente quando o interessado efetivar o ressarcimento ao órgão ou entidade dos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso IV. 3 o A aplicação da sanção prevista no inciso V é de competência exclusiva da autoridade máxima do órgão ou entidade pública, facultada a defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista. Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respondem diretamente pelos danos causados em decorrência da divulgação não autorizada ou utilização indevida de informações sigilosas ou informações pessoais, cabendo a apuração de responsabilidade funcional nos casos de dolo ou culpa, assegurado o respectivo direito de regresso. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à pessoa física ou entidade privada que, em virtude de vínculo de qualquer natureza com órgãos ou entidades, tenha acesso a informação sigilosa ou pessoal e a submeta a tratamento indevido. CAPÍTULO VI DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 35. (VETADO). 1 o É instituída a Comissão Mista de Reavaliação de Informações, que decidirá, no âmbito da administração pública federal, sobre o tratamento e a classificação de informações sigilosas e terá competência para: I - requisitar da autoridade que classificar informação como ultrassecreta e secreta esclarecimento ou conteúdo, parcial ou integral da informação; II - rever a classificação de informações ultrassecretas ou secretas, de ofício ou mediante provocação de pessoa interessada, observado o disposto no art. 7 o e demais dispositivos desta Lei; e III - prorrogar o prazo de sigilo de informação classificada como ultrassecreta, sempre por prazo determinado, enquanto o seu acesso ou divulgação puder ocasionar ameaça externa à soberania nacional ou à integridade do território nacional ou grave risco às relações internacionais do País, observado o prazo previsto no 1 o do art. 4. o O prazo referido no inciso III é limitado a uma única renovação. 3 o A revisão de ofício a que se refere o inciso II do 1 o deverá ocorrer, no máximo, a cada 4 (quatro) anos, após a reavaliação prevista no art. 39, quando se tratar de documentos ultrassecretos ou secretos. 4 o A não deliberação sobre a revisão pela Comissão Mista de Reavaliação de Informações nos prazos previstos no 3 o implicará a desclassificação automática das informações. 5 o Regulamento disporá sobre a composição, organização e funcionamento da Comissão Mista de Reavaliação de Informações, observado o mandato de (dois) anos para seus integrantes e demais disposições desta Lei. Art. 36. O tratamento de informação sigilosa resultante de tratados, acordos ou atos internacionais atenderá às normas e recomendações constantes desses instrumentos. Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, o Núcleo de Segurança e Credenciamento (NSC), que tem por objetivos: I - promover e propor a regulamentação do credenciamento de segurança de pessoas físicas, empresas, órgãos e entidades para tratamento de informações sigilosas; e II - garantir a segurança de informações sigilosas, inclusive aquelas provenientes de países ou organizações internacionais com os quais a República Federativa do Brasil tenha firmado tratado, acordo, contrato ou qualquer outro ato internacional, sem prejuízo das atribuições do Ministério das Relações Exteriores e dos demais órgãos competentes. Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a composição, organização e funcionamento do NSC. Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei n o 9.507, de 1 de novembro de 1997, em relação à informação de pessoa, física ou jurídica, constante de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público. Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão proceder à reavaliação das informações classificadas como ultrassecretas e secretas no prazo máximo de (dois) anos, contado do termo inicial de vigência desta Lei. 1 o A restrição de acesso a informações, em razão da reavaliação prevista no caput, deverá observar os prazos e condições previstos nesta Lei. o No âmbito da administração pública federal, a reavaliação prevista no caput poderá ser revista, a qualquer tempo, pela Comissão Mista de Reavaliação de Informações, observados os termos desta Lei. 3 o Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação previsto no caput, será mantida a classificação da informação nos termos da legislação precedente. 4 o As informações classificadas como secretas e ultras secretas não reavaliadas no prazo previsto no caput serão consideradas, automaticamente, de acesso público. Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da vigência desta Lei, o dirigente máximo de cada órgão ou entidade da administração pública federal direta e indireta designará autoridade que lhe seja diretamente subordinada para, no âmbito do respectivo órgão ou entidade, exercer as seguintes atribuições: I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso a informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos desta Lei; II - monitorar a implementação do disposto nesta Lei e apresentar relatórios periódicos sobre o seu cumprimento; III - recomendar as medidas indispensáveis à implementação e ao aperfeiçoamento das normas e procedimentos necessários ao correto cumprimento do disposto nesta Lei; e IV - orientar as respectivas unidades no que se refere ao cumprimento do disposto nesta Lei e seus regulamentos. Art. 41. O Poder Executivo Federal designará órgão da administração pública federal responsável: I - pela promoção de campanha de abrangência nacional de fomento à cultura da transparência na administração pública e conscientização do direito fundamental de acesso à informação; II - pelo treinamento de agentes públicos no que se refere ao desenvolvimento de práticas relacionadas à transparência na administração pública; III - pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbito da administração pública federal, concentrando e consolidando a publicação de informações estatísticas relacionadas no art. 30; IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de relatório anual com informações atinentes à implementação desta Lei. Art. 4. O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta Lei no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da data de sua publicação. 1

118 Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei n o 8.11, de 11 de dezembro de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação: Art VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para apuração; Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei n o 8.11, de 1990, passa a vigorar acrescido do seguinte art. 16-A: Art. 16-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade competente para apuração de informação concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou função pública. Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, em legislação própria, obedecidas as normas gerais estabelecidas nesta Lei, definir regras específicas, especialmente quanto ao disposto no art. 9 o e na Seção II do Capítulo III. Art. 46. Revogam-se: I - a Lei n o , de 5 de maio de 005; e II - os arts. a 4 da Lei n o 8.159, de 8 de janeiro de Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após a data de sua publicação. DECRETO Nº 7.74, DE 16 DE MAIO DE 01 Regulamenta a Lei n o 1.57, de 18 de novembro de 011, que dispõe sobre o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do caput do art. 5 o, no inciso II do 3 o do art. 37 e no o do art. 16 da Constituição. CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 1 o Este Decreto regulamenta, no âmbito do Poder Executivo federal, os procedimentos para a garantia do acesso à informação e para a classificação de informações sob restrição de acesso, observados grau e prazo de sigilo, conforme o disposto na Lei n o 1.57, de 18 de novembro de 011, que dispõe sobre o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do caput do art. 5 o, no inciso II do 3 o do art. 37 e no o do art. 16 da Constituição. Art. o Os órgãos e as entidades do Poder Executivo federal assegurarão, às pessoas naturais e jurídicas, o direito de acesso à informação, que será proporcionado mediante procedimentos objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão, observados os princípios da administração pública e as diretrizes previstas na Lei n o 1.57, de 011. Art. 3 o Para os efeitos deste Decreto, considera-se: I - informação - dados, processados ou não, que podem ser utilizados para produção e transmissão de conhecimento, contidos em qualquer meio, suporte ou formato; II - dados processados - dados submetidos a qualquer operação ou tratamento por meio de processamento eletrônico ou por meio automatizado com o emprego de tecnologia da informação; III - documento - unidade de registro de informações, qualquer que seja o suporte ou formato; IV - informação sigilosa - informação submetida temporariamente à restrição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado, e aquelas abrangidas pelas demais hipóteses legais de sigilo; V - informação pessoal - informação relacionada à pessoa natural identificada ou identificável, relativa à intimidade, vida privada, honra e imagem; VI - tratamento da informação - conjunto de ações referentes à produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, transporte, transmissão, distribuição, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação, destinação ou controle da informação; VII - disponibilidade - qualidade da informação que pode ser conhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas autorizados; VIII - autenticidade - qualidade da informação que tenha sido produzida, expedida, recebida ou modificada por determinado indivíduo, equipamento ou sistema; IX - integridade - qualidade da informação não modificada, inclusive quanto à origem, trânsito e destino; X - primariedade - qualidade da informação coletada na fonte, com o máximo de detalhamento possível, sem modificações; XI - informação atualizada - informação que reúne os dados mais recentes sobre o tema, de acordo com sua natureza, com os prazos previstos em normas específicas ou conforme a periodicidade estabelecida nos sistemas informatizados que a organizam; e XII - documento preparatório - documento formal utilizado como fundamento da tomada de decisão ou de ato administrativo, a exemplo de pareceres e notas técnicas. Art. 4 o A busca e o fornecimento da informação são gratuitos, ressalvada a cobrança do valor referente ao custo dos serviços e dos materiais utilizados, tais como reprodução de documentos, mídias digitais e postagem. Parágrafo único. Está isento de ressarcir os custos dos serviços e dos materiais utilizados aquele cuja situação econômica não lhe permita fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos termos da Lei n o 7.115, de 9 de agosto de CAPÍTULO II DA ABRANGÊNCIA Art. 5 o Sujeitam-se ao disposto neste Decreto os órgãos da administração direta, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União. 1 o A divulgação de informações de empresas públicas, sociedade de economia mista e demais entidades controladas pela União que atuem em regime de concorrência, sujeitas ao disposto no art. 173 da Constituição, estará submetida às normas pertinentes da Comissão de Valores Mobiliários, a fim de assegurar sua competitividade, governança corporativa e, quando houver, os interesses de acionistas minoritários. o Não se sujeitam ao disposto neste Decreto as informações relativas à atividade empresarial de pessoas físicas ou jurídicas de direito privado obtidas pelo Banco Central do Brasil, pelas agências reguladoras ou por outros órgãos ou entidades no exercício de atividade de controle, regulação e supervisão da atividade econômica cuja divulgação possa representar vantagem competitiva a outros agentes econômicos. Art. 6 o O acesso à informação disciplinado neste Decreto não se aplica: I - às hipóteses de sigilo previstas na legislação, como fiscal, bancário, de operações e serviços no mercado de capitais, comercial, profissional, industrial e segredo de justiça; e II - às informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, na forma do 1 o do art. 7 o da Lei n o 1.57, de 011. CAPÍTULO III DA TRANSPARÊNCIA ATIVA Art. 7 o É dever dos órgãos e entidades promover, independente de requerimento, a divulgação em seus sítios na Internet de informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas, observado o disposto nos arts. 7 o e 8 o da Lei n o 1.57, de o Os órgãos e entidades deverão implementar em seus sítios na Internet seção específica para a divulgação das informações de que trata o caput. o Serão disponibilizados nos sítios na Internet dos órgãos e entidades, conforme padrão estabelecido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República: I - banner na página inicial, que dará acesso à seção específica de que trata o 1 o ; e II - barra de identidade do Governo federal, contendo ferramenta de redirecionamento de página para o Portal Brasil e para o sítio principal sobre a Lei n o 1.57, de o Deverão ser divulgadas, na seção específica de que trata o 1 o, informações sobre: I - estrutura organizacional, competências, legislação aplicável, principais cargos e seus ocupantes, endereço e telefones das unidades, horários de atendimento ao público; II - programas, projetos, ações, obras e atividades, com indicação da unidade responsável, principais metas e resultados e, quando existentes, indicadores de resultado e impacto; III - repasses ou transferências de recursos financeiros; IV - execução orçamentária e financeira detalhada;

119 V - licitações realizadas e em andamento, com editais, anexos e resultados, além dos contratos firmados e notas de empenho emitidas; VI - remuneração e subsídio recebidos por ocupante de cargo, posto, graduação, função e emprego público, incluindo auxílios, ajudas de custo, jetons e quaisquer outras vantagens pecuniárias, bem como proventos de aposentadoria e pensões daqueles que estiverem na ativa, de maneira individualizada, conforme ato do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; VII - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade; e VIII - contato da autoridade de monitoramento, designada nos termos do art. 40 da Lei n o 1.57, de 011, e telefone e correio eletrônico do Serviço de Informações ao Cidadão - SIC. 4 o As informações poderão ser disponibilizadas por meio de ferramenta de redirecionamento de página na Internet, quando estiverem disponíveis em outros sítios governamentais. 5 o No caso das empresas públicas, sociedades de economia mista e demais entidades controladas pela União que atuem em regime de concorrência, sujeitas ao disposto no art. 173 da Constituição, aplica-se o disposto no 1 o do art. 5 o. 6 o O Banco Central do Brasil divulgará periodicamente informações relativas às operações de crédito praticadas pelas instituições financeiras, inclusive as taxas de juros mínima, máxima e média e as respectivas tarifas bancárias. 7 o A divulgação das informações previstas no 3 o não exclui outras hipóteses de publicação e divulgação de informações previstas na legislação. Art. 8 o Os sítios na Internet dos órgãos e entidades deverão, em cumprimento às normas estabelecidas pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, atender aos seguintes requisitos, entre outros: I - conter formulário para pedido de acesso à informação; II - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão; III - possibilitar gravação de relatórios em diversos formatos eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como planilhas e texto, de modo a facilitar a análise das informações; IV - possibilitar acesso automatizado por sistemas externos em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina; V - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estruturação da informação; VI - garantir autenticidade e integridade das informações disponíveis para acesso; VII - indicar instruções que permitam ao requerente comunicar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entidade; e VIII - garantir a acessibilidade de conteúdo para pessoas com deficiência. CAPÍTULO IV DA TRANSPARÊNCIA PASSIVA Seção I Do Serviço de Informação ao Cidadão Art. 9 o Os órgãos e entidades deverão criar Serviço de Informações ao Cidadão - SIC, com o objetivo de: I - atender e orientar o público quanto ao acesso à informação; II - informar sobre a tramitação de documentos nas unidades; e III - receber e registrar pedidos de acesso à informação. Parágrafo único. Compete ao SIC: I - o recebimento do pedido de acesso e, sempre que possível, o fornecimento imediato da informação; II - o registro do pedido de acesso em sistema eletrônico específico e a entrega de número do protocolo, que conterá a data de apresentação do pedido; e III - o encaminhamento do pedido recebido e registrado à unidade responsável pelo fornecimento da informação, quando couber. Art. 10. O SIC será instalado em unidade física identificada, de fácil acesso e aberta ao público. 1 o Nas unidades descentralizadas em que não houver SIC será oferecido serviço de recebimento e registro dos pedidos de acesso à informação. o Se a unidade descentralizada não detiver a informação, o pedido será encaminhado ao SIC do órgão ou entidade central, que comunicará ao 3 requerente o número do protocolo e a data de recebimento do pedido, a partir da qual se inicia o prazo de resposta. Seção II Do Pedido de Acesso à Informação Art. 11. Qualquer pessoa, natural ou jurídica, poderá formular pedido de acesso à informação. 1 o O pedido será apresentado em formulário padrão, disponibilizado em meio eletrônico e físico, no sítio na Internet e no SIC dos órgãos e entidades. o O prazo de resposta será contado a partir da data de apresentação do pedido ao SIC. 3 o É facultado aos órgãos e entidades o recebimento de pedidos de acesso à informação por qualquer outro meio legítimo, como contato telefônico, correspondência eletrônica ou física, desde que atendidos os requisitos do art o Na hipótese do 3 o, será enviada ao requerente comunicação com o número de protocolo e a data do recebimento do pedido pelo SIC, a partir da qual se inicia o prazo de resposta. Art. 1. O pedido de acesso à informação deverá conter: I - nome do requerente; II - número de documento de identificação válido; III - especificação, de forma clara e precisa, da informação requerida; e IV - endereço físico ou eletrônico do requerente, para recebimento de comunicações ou da informação requerida. Art. 13. Não serão atendidos pedidos de acesso à informação: I - genéricos; II - desproporcionais ou desarrazoados; ou III - que exijam trabalhos adicionais de análise, interpretação ou consolidação de dados e informações, ou serviço de produção ou tratamento de dados que não seja de competência do órgão ou entidade. Parágrafo único. Na hipótese do inciso III do caput, o órgão ou entidade deverá, caso tenha conhecimento, indicar o local onde se encontram as informações a partir das quais o requerente poderá realizar a interpretação, consolidação ou tratamento de dados. Art. 14. São vedadas exigências relativas aos motivos do pedido de acesso à informação. Seção III Do Procedimento de Acesso à Informação Art. 15. Recebido o pedido e estando a informação disponível, o acesso será imediato. 1 o Caso não seja possível o acesso imediato, o órgão ou entidade deverá, no prazo de até vinte dias: I - enviar a informação ao endereço físico ou eletrônico informado; II - comunicar data, local e modo para realizar consulta à informação, efetuar reprodução ou obter certidão relativa à informação; III - comunicar que não possui a informação ou que não tem conhecimento de sua existência; IV - indicar, caso tenha conhecimento, o órgão ou entidade responsável pela informação ou que a detenha; ou V - indicar as razões da negativa, total ou parcial, do acesso. o Nas hipóteses em que o pedido de acesso demandar manuseio de grande volume de documentos, ou a movimentação do documento puder comprometer sua regular tramitação, será adotada a medida prevista no inciso II do 1 o. 3 o Quando a manipulação puder prejudicar a integridade da informação ou do documento, o órgão ou entidade deverá indicar data, local e modo para consulta, ou disponibilizar cópia, com certificação de que confere com o original. 4 o Na impossibilidade de obtenção de cópia de que trata o 3 o, o requerente poderá solicitar que, às suas expensas e sob supervisão de servidor público, a reprodução seja feita por outro meio que não ponha em risco a integridade do documento original. Art. 16. O prazo para resposta do pedido poderá ser prorrogado por dez dias, mediante justificativa encaminhada ao requerente antes do término do prazo inicial de vinte dias. Art. 17. Caso a informação esteja disponível ao público em formato impresso, eletrônico ou em outro meio de acesso universal, o órgão ou

120 entidade deverá orientar o requerente quanto ao local e modo para consultar, obter ou reproduzir a informação. Parágrafo único. Na hipótese do caput o órgão ou entidade desobrigase do fornecimento direto da informação, salvo se o requerente declarar não dispor de meios para consultar, obter ou reproduzir a informação. Art. 18. Quando o fornecimento da informação implicar reprodução de documentos, o órgão ou entidade, observado o prazo de resposta ao pedido, disponibilizará ao requerente Guia de Recolhimento da União - GRU ou documento equivalente, para pagamento dos custos dos serviços e dos materiais utilizados. Parágrafo único. A reprodução de documentos ocorrerá no prazo de dez dias, contado da comprovação do pagamento pelo requerente ou da entrega de declaração de pobreza por ele firmada, nos termos da Lei n o 7.115, de 1983, ressalvadas hipóteses justificadas em que, devido ao volume ou ao estado dos documentos, a reprodução demande prazo superior. Art. 19. Negado o pedido de acesso à informação, será enviada ao requerente, no prazo de resposta, comunicação com: I - razões da negativa de acesso e seu fundamento legal; II - possibilidade e prazo de recurso, com indicação da autoridade que o apreciará; e III - possibilidade de apresentação de pedido de desclassificação da informação, quando for o caso, com indicação da autoridade classificadora que o apreciará. 1 o As razões de negativa de acesso a informação classificada indicarão o fundamento legal da classificação, a autoridade que a classificou e o código de indexação do documento classificado. o Os órgãos e entidades disponibilizarão formulário padrão para apresentação de recurso e de pedido de desclassificação. Art. 0. O acesso a documento preparatório ou informação nele contida, utilizados como fundamento de tomada de decisão ou de ato administrativo, será assegurado a partir da edição do ato ou decisão. Parágrafo único. O Ministério da Fazenda e o Banco Central do Brasil classificarão os documentos que embasarem decisões de política econômica, tais como fiscal, tributária, monetária e regulatória. Seção IV Dos Recursos Art. 1. No caso de negativa de acesso à informação ou de não fornecimento das razões da negativa do acesso, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à autoridade hierarquicamente superior à que adotou a decisão, que deverá apreciá-lo no prazo de cinco dias, contado da sua apresentação. Parágrafo único. Desprovido o recurso de que trata o caput, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à autoridade máxima do órgão ou entidade, que deverá se manifestar em cinco dias contados do recebimento do recurso. Art.. No caso de omissão de resposta ao pedido de acesso à informação, o requerente poderá apresentar reclamação no prazo de dez dias à autoridade de monitoramento de que trata o art. 40 da Lei n o 1.57, de 011, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento da reclamação. 1 o O prazo para apresentar reclamação começará trinta dias após a apresentação do pedido. o A autoridade máxima do órgão ou entidade poderá designar outra autoridade que lhe seja diretamente subordinada como responsável pelo recebimento e apreciação da reclamação. Art. 3. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 1 ou infrutífera a reclamação de que trata o art., poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso. 1 o A Controladoria-Geral da União poderá determinar que o órgão ou entidade preste esclarecimentos. o Provido o recurso, a Controladoria-Geral da União fixará prazo para o cumprimento da decisão pelo órgão ou entidade. Art. 4. No caso de negativa de acesso à informação, ou às razões da negativa do acesso de que trata o caput do art. 1, desprovido o recurso pela Controladoria-Geral da União, o requerente poderá apresentar, no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, observados os procedimentos previstos no Capítulo VI. CAPÍTULO V DAS INFORMAÇÕES CLASSIFICADAS EM GRAU DE SIGILO Seção I Da Classificação de Informações quanto ao Grau e Prazos de Sigilo Art. 5. São passíveis de classificação as informações consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado, cuja divulgação ou acesso irrestrito possam: I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integridade do território nacional; II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as relações internacionais do País; III - prejudicar ou pôr em risco informações fornecidas em caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais; IV - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população; V - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou monetária do País; VI - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégicos das Forças Armadas; VII - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desenvolvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, instalações ou áreas de interesse estratégico nacional, observado o disposto no inciso II do caput do art. 6 o ; VIII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autoridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou IX - comprometer atividades de inteligência, de investigação ou de fiscalização em andamento, relacionadas com prevenção ou repressão de infrações. Art. 6. A informação em poder dos órgãos e entidades, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada no grau ultrassecreto, secreto ou reservado. Art. 7. Para a classificação da informação em grau de sigilo, deverá ser observado o interesse público da informação e utilizado o critério menos restritivo possível, considerados: I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do Estado; e II - o prazo máximo de classificação em grau de sigilo ou o evento que defina seu termo final. Art. 8. Os prazos máximos de classificação são os seguintes: I - grau ultrassecreto: vinte e cinco anos; II - grau secreto: quinze anos; e III - grau reservado: cinco anos. Parágrafo único. Poderá ser estabelecida como termo final de restrição de acesso a ocorrência de determinado evento, observados os prazos máximos de classificação. Art. 9. As informações que puderem colocar em risco a segurança do Presidente da República, Vice-Presidente e seus cônjuges e filhos serão classificadas no grau reservado e ficarão sob sigilo até o término do mandato em exercício ou do último mandato, em caso de reeleição. Art. 30. A classificação de informação é de competência: I - no grau ultrassecreto, das seguintes autoridades: a) Presidente da República; b) Vice-Presidente da República; c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogativas; d) Comandantes da Marinha, do Exército, da Aeronáutica; e e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no exterior; II - no grau secreto, das autoridades referidas no inciso I do caput, dos titulares de autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista; e III - no grau reservado, das autoridades referidas nos incisos I e II do caput e das que exerçam funções de direção, comando ou chefia do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, nível DAS ou superior, e seus equivalentes. 4

121 1 o É vedada a delegação da competência de classificação nos graus de sigilo ultrassecreto ou secreto. o O dirigente máximo do órgão ou entidade poderá delegar a competência para classificação no grau reservado a agente público que exerça função de direção, comando ou chefia. 3 o É vedada a subdelegação da competência de que trata o o. 4 o Os agentes públicos referidos no o deverão dar ciência do ato de classificação à autoridade delegante, no prazo de noventa dias. 5 o A classificação de informação no grau ultrassecreto pelas autoridades previstas nas alíneas d e e do inciso I do caput deverá ser ratificada pelo Ministro de Estado, no prazo de trinta dias. 6 o Enquanto não ratificada, a classificação de que trata o 5 o considera-se válida, para todos os efeitos legais. Seção II Dos Procedimentos para Classificação de Informação Art. 31. A decisão que classificar a informação em qualquer grau de sigilo deverá ser formalizada no Termo de Classificação de Informação - TCI, conforme modelo contido no Anexo, e conterá o seguinte: I - código de indexação de documento; II - grau de sigilo; III - categoria na qual se enquadra a informação; IV - tipo de documento; V - data da produção do documento; VI - indicação de dispositivo legal que fundamenta a classificação; VII - razões da classificação, observados os critérios estabelecidos no art. 7; VIII - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou dias, ou do evento que defina o seu termo final, observados os limites previstos no art. 8; IX - data da classificação; e X - identificação da autoridade que classificou a informação. 1 o O TCI seguirá anexo à informação. o As informações previstas no inciso VII do caput deverão ser mantidas no mesmo grau de sigilo que a informação classificada. 3 o A ratificação da classificação de que trata o 5 o do art. 30 deverá ser registrada no TCI. Art. 3. A autoridade ou outro agente público que classificar informação no grau ultrassecreto ou secreto deverá encaminhar cópia do TCI à Comissão Mista de Reavaliação de Informações no prazo de trinta dias, contado da decisão de classificação ou de ratificação. Art. 33. Na hipótese de documento que contenha informações classificadas em diferentes graus de sigilo, será atribuído ao documento tratamento do grau de sigilo mais elevado, ficando assegurado o acesso às partes não classificadas por meio de certidão, extrato ou cópia, com ocultação da parte sob sigilo. Art. 34. Os órgãos e entidades poderão constituir Comissão Permanente de Avaliação de Documentos Sigilosos - CPADS, com as seguintes atribuições: I - opinar sobre a informação produzida no âmbito de sua atuação para fins de classificação em qualquer grau de sigilo; II - assessorar a autoridade classificadora ou a autoridade hierarquicamente superior quanto à desclassificação, reclassificação ou reavaliação de informação classificada em qualquer grau de sigilo; III - propor o destino final das informações desclassificadas, indicando os documentos para guarda permanente, observado o disposto na Lei n o 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e IV - subsidiar a elaboração do rol anual de informações desclassificadas e documentos classificados em cada grau de sigilo, a ser disponibilizado na Internet. Seção III Da Desclassificação e Reavaliação da Informação Classificada em Grau de Sigilo Art. 35. A classificação das informações será reavaliada pela autoridade classificadora ou por autoridade hierarquicamente superior, mediante provocação ou de ofício, para desclassificação ou redução do prazo de sigilo. Parágrafo único. Para o cumprimento do disposto no caput, além do disposto no art. 7, deverá ser observado: I - o prazo máximo de restrição de acesso à informação, previsto no art. 8; II - o prazo máximo de quatro anos para revisão de ofício das informações classificadas no grau ultrassecreto ou secreto, previsto no inciso I do caput do art. 47; III - a permanência das razões da classificação; IV - a possibilidade de danos ou riscos decorrentes da divulgação ou acesso irrestrito da informação; e V - a peculiaridade das informações produzidas no exterior por autoridades ou agentes públicos. Art. 36. O pedido de desclassificação ou de reavaliação da classificação poderá ser apresentado aos órgãos e entidades independente de existir prévio pedido de acesso à informação. Parágrafo único. O pedido de que trata o caput será endereçado à autoridade classificadora, que decidirá no prazo de trinta dias. Art. 37. Negado o pedido de desclassificação ou de reavaliação pela autoridade classificadora, o requerente poderá apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da negativa, ao Ministro de Estado ou à autoridade com as mesmas prerrogativas, que decidirá no prazo de trinta dias. 1 o Nos casos em que a autoridade classificadora esteja vinculada a autarquia, fundação, empresa pública ou sociedade de economia mista, o recurso seráapresentado ao dirigente máximo da entidade. o No caso das Forças Armadas, o recurso será apresentado primeiramente perante o respectivo Comandante, e, em caso de negativa, ao Ministro de Estado da Defesa. 3 o No caso de informações produzidas por autoridades ou agentes públicos no exterior, o requerimento de desclassificação e reavaliação será apreciado pela autoridade hierarquicamente superior que estiver em território brasileiro. 4 o Desprovido o recurso de que tratam o caput e os 1 o a 3 o, poderá o requerente apresentar recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão. Art. 38. A decisão da desclassificação, reclassificação ou redução do prazo de sigilo de informações classificadas deverá constar das capas dos processos, se houver, e de campo apropriado no TCI. Seção IV Disposições Gerais Art. 39. As informações classificadas no grau ultrassecreto ou secreto serão definitivamente preservadas, nos termos da Lei n o 8.159, de 1991, observados os procedimentos de restrição de acesso enquanto vigorar o prazo da classificação. Art. 40. As informações classificadas como documentos de guarda permanente que forem objeto de desclassificação serão encaminhadas ao Arquivo Nacional, ao arquivo permanente do órgão público, da entidade pública ou da instituição de caráter público, para fins de organização, preservação e acesso. Art. 41. As informações sobre condutas que impliquem violação dos direitos humanos praticada por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas não poderão ser objeto de classificação em qualquer grau de sigilo nem ter seu acesso negado. Art. 4. Não poderá ser negado acesso às informações necessárias à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais. Parágrafo único. O requerente deverá apresentar razões que demonstrem a existência de nexo entre as informações requeridas e o direito que se pretende proteger. Art. 43. O acesso, a divulgação e o tratamento de informação classificada em qualquer grau de sigilo ficarão restritos a pessoas que tenham necessidade de conhecê-la e que sejam credenciadas segundo as normas fixadas pelo Núcleo de Segurança e Credenciamento, instituído no âmbito do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, sem prejuízo das atribuições de agentes públicos autorizados por lei. Art. 44. As autoridades do Poder Executivo federal adotarão as providências necessárias para que o pessoal a elas subordinado conheça as normas e observe as medidas e procedimentos de segurança para tratamento de informações classificadas em qualquer grau de sigilo. 5

122 Parágrafo único. A pessoa natural ou entidade privada que, em razão de qualquer vínculo com o Poder Público, executar atividades de tratamento de informações classificadas, adotará as providências necessárias para que seus empregados, prepostos ou representantes observem as medidas e procedimentos de segurança das informações. Art. 45. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade publicará anualmente, até o dia 1 de junho, em sítio na Internet: I - rol das informações desclassificadas nos últimos doze meses; II - rol das informações classificadas em cada grau de sigilo, que deverá conter: a) código de indexação de documento; b) categoria na qual se enquadra a informação; c) indicação de dispositivo legal que fundamenta a classificação; e d) data da produção, data da classificação e prazo da classificação; III - relatório estatístico com a quantidade de pedidos de acesso à informação recebidos, atendidos e indeferidos; e IV - informações estatísticas agregadas dos requerentes. Parágrafo único. Os órgãos e entidades deverão manter em meio físico as informações previstas no caput, para consulta pública em suas sedes. CAPÍTULO VI DA COMISSÃO MISTA DE REAVALIAÇÃO DE INFORMAÇÕES CLASSIFICADAS Art. 46. A Comissão Mista de Reavaliação de Informações, instituída nos termos do 1 o do art. 35 da Lei n o 1.57, de 011, será integrada pelos titulares dos seguintes órgãos: I - Casa Civil da Presidência da República, que a presidirá; II - Ministério da Justiça; III - Ministério das Relações Exteriores; IV - Ministério da Defesa; V - Ministério da Fazenda; VI - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; VII - Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República; VIII - Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; IX - Advocacia-Geral da União; e X - Controladoria Geral da União. Parágrafo único. Cada integrante indicará suplente a ser designado por ato do Presidente da Comissão. Art. 47. Compete à Comissão Mista de Reavaliação de Informações: I - rever, de ofício ou mediante provocação, a classificação de informação no grau ultrassecreto ou secreto ou sua reavaliação, no máximo a cada quatro anos; II - requisitar da autoridade que classificar informação no grau ultrassecreto ou secreto esclarecimento ou conteúdo, parcial ou integral, da informação, quando as informações constantes do TCI não forem suficientes para a revisão da classificação; III - decidir recursos apresentados contra decisão proferida: a) pela Controladoria-Geral da União, em grau recursal, a pedido de acesso à informação ou às razões da negativa de acesso à informação; ou b) pelo Ministro de Estado ou autoridade com a mesma prerrogativa, em grau recursal, a pedido de desclassificação ou reavaliação de informação classificada; IV - prorrogar por uma única vez, e por período determinado não superior a vinte e cinco anos, o prazo de sigilo de informação classificada no grau ultrassecreto, enquanto seu acesso ou divulgação puder ocasionar ameaça externa à soberania nacional, à integridade do território nacional ou grave risco às relações internacionais do País, limitado ao máximo de cinquenta anos o prazo total da classificação; e V - estabelecer orientações normativas de caráter geral a fim de suprir eventuais lacunas na aplicação da Lei n o 1.57, de 011. Parágrafo único. A não deliberação sobre a revisão de ofício no prazo previsto no inciso I do caput implicará a desclassificação automática das informações. Art. 48. A Comissão Mista de Reavaliação de Informações se reunirá, ordinariamente, uma vez por mês, e, extraordinariamente, sempre que convocada por seu Presidente. Parágrafo único. As reuniões serão realizadas com a presença de no mínimo seis integrantes. Art. 49. Os requerimentos de prorrogação do prazo de classificação de informação no grau ultrassecreto, a que se refere o inciso IV do caput do art. 47, deverão ser encaminhados à Comissão Mista de Reavaliação de Informações em até um ano antes do vencimento do termo final de restrição de acesso. Parágrafo único. O requerimento de prorrogação do prazo de sigilo de informação classificada no grau ultrassecreto deverá ser apreciado, impreterivelmente, em até três sessões subsequentes à data de sua autuação, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações da Comissão. Art. 50. A Comissão Mista de Reavaliação de Informações deverá apreciar os recursos previstos no inciso III do caput do art. 47, impreterivelmente, até a terceira reunião ordinária subsequente à data de sua autuação. Art. 51. A revisão de ofício da informação classificada no grau ultrassecreto ou secreto será apreciada em até três sessões anteriores à data de sua desclassificação automática. Art. 5. As deliberações da Comissão Mista de Reavaliação de Informações serão tomadas: I - por maioria absoluta, quando envolverem as competências previstas nos incisos I e IV do caput do art.47; e II - por maioria simples dos votos, nos demais casos. Parágrafo único. A Casa Civil da Presidência da República poderá exercer, além do voto ordinário, o voto de qualidade para desempate. Art. 53. A Casa Civil da Presidência da República exercerá as funções de Secretaria-Executiva da Comissão Mista de Reavaliação de Informações, cujas competências serão definidas em regimento interno. Art. 54. A Comissão Mista de Reavaliação de Informações aprovará, por maioria absoluta, regimento interno que disporá sobre sua organização e funcionamento. Parágrafo único. O regimento interno deverá ser publicado no Diário Oficial da União no prazo de noventa dias após a instalação da Comissão. 6 CAPÍTULO VII DAS INFORMAÇÕES PESSOAIS Art. 55. As informações pessoais relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem detidas pelos órgãos e entidades: I - terão acesso restrito a agentes públicos legalmente autorizados e a pessoa a que se referirem, independentemente de classificação de sigilo, pelo prazo máximo de cem anos a contar da data de sua produção; e II - poderão ter sua divulgação ou acesso por terceiros autorizados por previsão legal ou consentimento expresso da pessoa a que se referirem. Parágrafo único. Caso o titular das informações pessoais esteja morto ou ausente, os direitos de que trata este artigo assistem ao cônjuge ou companheiro, aos descendentes ou ascendentes, conforme o disposto no parágrafo único do art. 0 da Lei n o , de 10 de janeiro de 00, e na Lei n o 9.78, de 10 de maio de Art. 56. O tratamento das informações pessoais deve ser feito de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias individuais. Art. 57. O consentimento referido no inciso II do caput do art. 55 não será exigido quando o acesso à informação pessoal for necessário: I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver física ou legalmente incapaz, e para utilização exclusivamente para o tratamento médico; II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evidente interesse público ou geral, previstos em lei, vedada a identificação da pessoa a que a informação se referir; III - ao cumprimento de decisão judicial; IV - à defesa de direitos humanos de terceiros; ou V - à proteção do interesse público geral e preponderante. Art. 58. A restrição de acesso a informações pessoais de que trata o art. 55 não poderá ser invocada: I - com o intuito de prejudicar processo de apuração de irregularidades, conduzido pelo Poder Público, em que o titular das informações for parte ou interessado; ou

123 II - quando as informações pessoais não classificadas estiverem contidas em conjuntos de documentos necessários à recuperação de fatos históricos de maior relevância. Art. 59. O dirigente máximo do órgão ou entidade poderá, de ofício ou mediante provocação, reconhecer a incidência da hipótese do inciso II do caput do art. 58, de forma fundamentada, sobre documentos que tenha produzido ou acumulado, e que estejam sob sua guarda. 1 o Para subsidiar a decisão de reconhecimento de que trata o caput, o órgão ou entidade poderá solicitar a universidades, instituições de pesquisa ou outras entidades com notória experiência em pesquisa historiográfica a emissão de parecer sobre a questão. o A decisão de reconhecimento de que trata o caput será precedida de publicação de extrato da informação, com descrição resumida do assunto, origem e período do conjunto de documentos a serem considerados de acesso irrestrito, com antecedência de no mínimo trinta dias. 3 o Após a decisão de reconhecimento de que trata o o, os documentos serão considerados de acesso irrestrito ao público. 4 o Na hipótese de documentos de elevado valor histórico destinados à guarda permanente, caberá ao dirigente máximo do Arquivo Nacional, ou à autoridade responsável pelo arquivo do órgão ou entidade pública que os receber, decidir, após seu recolhimento, sobre o reconhecimento, observado o procedimento previsto neste artigo. Art. 60. O pedido de acesso a informações pessoais observará os procedimentos previstos no Capítulo IV e estará condicionado à comprovação da identidade do requerente. Parágrafo único. O pedido de acesso a informações pessoais por terceiros deverá ainda estar acompanhado de: I - comprovação do consentimento expresso de que trata o inciso II do caput do art. 55, por meio de procuração; II - comprovação das hipóteses previstas no art. 58; III - demonstração do interesse pela recuperação de fatos históricos de maior relevância, observados os procedimentos previstos no art. 59; ou IV - demonstração da necessidade do acesso à informação requerida para a defesa dos direitos humanos ou para a proteção do interesse público e geral preponderante. Art. 61. O acesso à informação pessoal por terceiros será condicionado à assinatura de um termo de responsabilidade, que disporá sobre a finalidade e a destinação que fundamentaram sua autorização, sobre as obrigações a que se submeterá o requerente. 1 o A utilização de informação pessoal por terceiros vincula-se à finalidade e à destinação que fundamentaram a autorização do acesso, vedada sua utilização de maneira diversa. o Aquele que obtiver acesso às informações pessoais de terceiros será responsabilizado por seu uso indevido, na forma da lei. Art. 6. Aplica-se, no que couber, a Lei n o 9.507, de 1 de novembro de 1997, em relação à informação de pessoa, natural ou jurídica, constante de registro ou banco de dados de órgãos ou entidades governamentais ou de caráter público. CAPÍTULO VIII DAS ENTIDADES PRIVADAS SEM FINS LUCRATIVOS Art. 63. As entidades privadas sem fins lucrativos que receberem recursos públicos para realização de ações de interesse público deverão dar publicidade às seguintes informações: I - cópia do estatuto social atualizado da entidade; II - relação nominal atualizada dos dirigentes da entidade; e III - cópia integral dos convênios, contratos, termos de parcerias, acordos, ajustes ou instrumentos congêneres realizados com o Poder Executivo federal, respectivos aditivos, e relatórios finais de prestação de contas, na forma da legislação aplicável. 1 o As informações de que trata o caput serão divulgadas em sítio na Internet da entidade privada e em quadro de avisos de amplo acesso público em sua sede. o A divulgação em sítio na Internet referida no 1 o poderá ser dispensada, por decisão do órgão ou entidade pública, e mediante expressa justificação da entidade, nos casos de entidades privadas sem fins lucrativos que não disponham de meios para realizá-la. 3 o As informações de que trata o caput deverão ser publicadas a partir da celebração do convênio, contrato, termo de parceria, acordo, ajuste ou instrumento congênere, serão atualizadas periodicamente e ficarão disponíveis até cento e oitenta dias após a entrega da prestação de contas final. Art. 64. Os pedidos de informação referentes aos convênios, contratos, termos de parcerias, acordos, ajustes ou instrumentos congêneres previstos no art. 63 deverão ser apresentados diretamente aos órgãos e entidades responsáveis pelo repasse de recursos. CAPÍTULO IX DAS RESPONSABILIDADES Art. 65. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabilidade do agente público ou militar: I - recusar-se a fornecer informação requerida nos termos deste Decreto, retardar deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-la intencionalmente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa; II - utilizar indevidamente, subtrair, destruir, inutilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, informação que se encontre sob sua guarda, a que tenha acesso ou sobre que tenha conhecimento em razão do exercício das atribuições de cargo, emprego ou função pública; III - agir com dolo ou má-fé na análise dos pedidos de acesso à informação; IV - divulgar, permitir a divulgação, acessar ou permitir acesso indevido a informação classificada em grau de sigilo ou a informação pessoal; V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de terceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal cometido por si ou por outrem; VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente informação classificada em grau de sigilo para beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo de terceiros; e VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos concernentes a possíveis violações de direitos humanos por parte de agentes do Estado. 1 o Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, as condutas descritas no caput serão consideradas: I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças Armadas, transgressões militares médias ou graves, segundo os critérios neles estabelecidos, desde que não tipificadas em lei como crime ou contravenção penal; ou II - para fins do disposto na Lei n o 8.11, de 11 de dezembro de 1990, infrações administrativas, que deverão ser apenadas, no mínimo, com suspensão, segundo os critérios estabelecidos na referida lei. o Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou agente público responder, também, por improbidade administrativa, conforme o disposto nas Leis n o 1.079, de 10 de abril de 1950, e n o 8.49, de de junho de 199. Art. 66. A pessoa natural ou entidade privada que detiver informações em virtude de vínculo de qualquer natureza com o Poder Público e praticar conduta prevista no art. 65, estará sujeita às seguintes sanções: I - advertência; II - multa; III - rescisão do vínculo com o Poder Público; IV - suspensão temporária de participar em licitação e impedimento de contratar com a administração pública por prazo não superior a dois anos; e V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração pública, até que seja promovida a reabilitação perante a autoridade que aplicou a penalidade. 1 o A sanção de multa poderá ser aplicada juntamente com as sanções previstas nos incisos I, III e IV do caput. o A multa prevista no inciso II do caput será aplicada sem prejuízo da reparação pelos danos e não poderá ser: I - inferior a R$ 1.000,00 (mil reais) nem superior a R$ ,00 (duzentos mil reais), no caso de pessoa natural; ou II - inferior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais) nem superior a R$ ,00 (seiscentos mil reais), no caso de entidade privada. 3 o A reabilitação referida no inciso V do caput será autorizada somente quando a pessoa natural ou entidade privada efetivar o ressarcimento ao órgão ou entidade dos prejuízos resultantes e depois de decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso IV do caput. 4 o A aplicação da sanção prevista no inciso V do caput é de competência exclusiva da autoridade máxima do órgão ou entidade pública. 7

124 5 o O prazo para apresentação de defesa nas hipóteses previstas neste artigo é de dez dias, contado da ciência do ato. CAPÍTULO X DO MONITORAMENTO DA APLICAÇÃO DA LEI Seção I Da Autoridade de Monitoramento Art. 67. O dirigente máximo de cada órgão ou entidade designará autoridade que lhe seja diretamente subordinada para exercer as seguintes atribuições: I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso à informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos da Lei n o 1.57, de 011; II - avaliar e monitorar a implementação do disposto neste Decreto e apresentar ao dirigente máximo de cada órgão ou entidade relatório anual sobre o seu cumprimento, encaminhando-o à Controladoria-Geral da União; III - recomendar medidas para aperfeiçoar as normas e procedimentos necessários à implementação deste Decreto; IV - orientar as unidades no que se refere ao cumprimento deste Decreto; e V - manifestar-se sobre reclamação apresentada contra omissão de autoridade competente, observado o disposto no art.. Seção II Das Competências Relativas ao Monitoramento Art. 68. Compete à Controladoria-Geral da União, observadas as competências dos demais órgãos e entidades e as previsões específicas neste Decreto: I - definir o formulário padrão, disponibilizado em meio físico e eletrônico, que estará à disposição no sítio na Internet e no SIC dos órgãos e entidades, de acordo com o 1 o do art. 11; II - promover campanha de abrangência nacional de fomento à cultura da transparência na administração pública e conscientização sobre o direito fundamental de acesso à informação; III - promover o treinamento dos agentes públicos e, no que couber, a capacitação das entidades privadas sem fins lucrativos, no que se refere ao desenvolvimento de práticas relacionadas à transparência na administração pública; IV - monitorar a implementação da Lei n o 1.57, de 011, concentrando e consolidando a publicação de informações estatísticas relacionadas no art. 45; V - preparar relatório anual com informações referentes à implementação da Lei n o 1.57, de 011, a ser encaminhado ao Congresso Nacional; VI - monitorar a aplicação deste Decreto, especialmente o cumprimento dos prazos e procedimentos; e VII - definir, em conjunto com a Casa Civil da Presidência da República, diretrizes e procedimentos complementares necessários à implementação da Lei n o 1.57, de 011. Art. 69. Compete à Controladoria-Geral da União e ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, observadas as competências dos demais órgãos e entidades e as previsões específicas neste Decreto, por meio de ato conjunto: I - estabelecer procedimentos, regras e padrões de divulgação de informações ao público, fixando prazo máximo para atualização; e II - detalhar os procedimentos necessários à busca, estruturação e prestação de informações no âmbito do SIC. Art. 70. Compete ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, observadas as competências dos demais órgãos e entidades e as previsões específicas neste Decreto: I - estabelecer regras de indexação relacionadas à classificação de informação; II - expedir atos complementares e estabelecer procedimentos relativos ao credenciamento de segurança de pessoas, órgãos e entidades públicos ou privados, para o tratamento de informações classificadas; e III - promover, por meio do Núcleo de Credenciamento de Segurança, o credenciamento de segurança de pessoas, órgãos e entidades públicos ou privados, para o tratamento de informações classificadas. CAPÍTULO XI DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS Art. 71. Os órgãos e entidades adequarão suas políticas de gestão da informação, promovendo os ajustes necessários aos processos de registro, processamento, trâmite e arquivamento de documentos e informações. Art. 7. Os órgãos e entidades deverão reavaliar as informações classificadas no grau ultrassecreto e secreto no prazo máximo de dois anos, contado do termo inicial de vigência da Lei n o 1.57, de o A restrição de acesso a informações, em razão da reavaliação prevista no caput, deverá observar os prazos e condições previstos neste Decreto. o Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação previsto no caput, será mantida a classificação da informação, observados os prazos e disposições da legislação precedente. 3 o As informações classificadas no grau ultrassecreto e secreto não reavaliadas no prazo previsto no caput serão consideradas, automaticamente, desclassificadas. Art. 73. A publicação anual de que trata o art. 45 terá inicio em junho de 013. Art. 74. O tratamento de informação classificada resultante de tratados, acordos ou atos internacionais atenderá às normas e recomendações desses instrumentos. Art. 75. Aplica-se subsidiariamente a Lei n o 9.784, de 9 de janeiro de 1999, aos procedimentos previstos neste Decreto. Art. 76. Este Decreto entra em vigor em 16 de maio de 01. ATA CORRESPONDÊNCIA OFICIAL. 1 Conceito Uma ata refere-se ao resumo dos fatos de uma reunião de pessoas ou assembleia para um determinado fim já divulgado. 1. Modelo Uma ata deverá conter um cabeçalho constituído do número, da ata e do nome dos participantes do grupo que se encontram reunidos, uma abertura indicando, por extenso, dia, mês, ano, hora, local da reunião e nome de quem a preside, bem como a finalidade de tal evento, transcrita da ordem do dia que consta da convocação. Seguindo estes itens, virá um pronunciamento referindo-se aos participantes e, a partir disso, a declaração de abertura da seção. Acompanhando estes elementos, virá uma relação nominal identificando os presentes, a aprovação da ata anterior, a declaração objetiva e sintética dos fatos a serem tratados no evento e, por último, um fechamento com as considerações finais. Conforme segue, vejamos um exemplo: Ata da 1a reunião dos formandos de Letras 00 da FURG Aos dezessete dias do mês de julho, de dois mil e um, às dezenove horas e trinta minutos, na sala B, no Campus Carreiros, sob a presidência da Comissão de Formatura, formada pelos alunos Fulano de tal, Beltrano e Ciclano, reuniram-se os formandos interessados na organização da formatura. Após constatada a presença de todos os alunos e feita a identificação do empenho de formatura, a comissão presidente declarou aberta a reunião. A reunião iniciou-se com a solicitação que a partir de dezessete de agosto fossem viabilizados os processos de arrecadação de valores para a formatura. A comissão informou que o valor a ser arrecadado será de R$ 1.000,00. Para tanto, pediu-se o afinco de todos os presentes na seção. Por fim, estando os presentes de acordo com o que foi deliberado, os Srs. presidentes encerraram a reunião, da qual eu, Maria da Silva, secretária designada, lavrei a presente ata, após lida e aprovada será assinada por mim e pelos presentes. Rio Grande, dezessete de julho de dois mil. (seguem as assinaturas) 8

125 ATESTADO 1 Conceito Um atestado constitui-se de uma declaração feita por uma pessoa a favor de outra, procurando atestar uma verdade em que se acredita Modelo O presente documento deverá conter em sua estrutura um timbre, localizado no alto, um título (ATESTADO) escrito em fonte maiúscula, abaixo do timbre, no centro da folha, e com espaço de 10 linhas entre o nome e o timbre. Na sequência deverá apresentar-se um texto constituído de um parágrafo e localizado três espaços abaixo do título, localidade e data centralizados à direita da página, dois espaços abaixo do texto e, por fim, a assinatura disposta a quatro espaços abaixo da data, acima do nome datilografado somente com as iniciais maiúsculas. Vejamos um exemplo: Fundação Universidade Federal do Rio Grande Departamento de Letras e Artes COMCUR-LETRAS ATESTADO Atesto, para os devidos fins, que o aluno Pedro de Aguiar está regularmente matriculado no segundo ano do curso de Letras/ Português, cursando as disciplinas de Língua Portuguesa II, Linguística II, Teoria da Literatura II, Filologia Românica, Estrutura e Funcionamento do Ensino de Primeiro e Segundo Graus, Didática Geral/ Letras e Ficção Portuguesa Contemporânea. Rio Grande, de outubro de 000. Maria Souza Chefe do DRA AVISO 1. Conceito Um aviso constitui-se em um tipo de comunicação, direta ou indireta, afixada em local público ou privado, com características amplas e variadas. 1. Modelo Um aviso deve apresentar um timbre e um símbolo referentes à instituição que o utiliza, seguidos de um número que identifique o documento e de um título. O texto deve ser estruturado em forma de parágrafo, o local e a data devem estar localizados à direita, alinhados com o texto e, por último, devem vir a assinatura e o cargo do responsável pelo aviso, ambos centralizados na página. Vejamos o seguinte exemplo: Símbolo da FURG Fundação Universidade Federal do Rio Grande Aviso N 103/00 Concurso Vestibular 001 A Comissão Permanente do Vestibular (Coperve), da FURG, solicita que os fiscais estejam em seus prédios 1(uma) hora antes do início das provas. Rio Grande, de outubro de 000 Rose da Silva Presidente da Comissão CARTA OFICIAL 1 - Conceito Uma carta oficial consiste num meio de comunicação de caráter oficial decorrente do cargo ou da função públicos. 1. Modelo Uma carta oficial deve ser estruturada de maneira que contenha um timbre, local e data por extenso e número, antecedido por "c", que é um indicativo de carta. Acompanhando estes elementos devem estar o endereçamento, o vocativo, o texto, fecho e, por último, a assinatura, nome do remetente. Vejamos o exemplo que segue: Rio Grande, 01 de abril de 000 C.n 03/00 À Divisão de Letras COMCUR Av. Itália, Rio Grande RS Prezados Senhores, Gostaria de convidá-los a participar do evento que integrará os alunos do curso de Letras Português. Tal evento proporcionará debates acerca do ensino de gramática na escola, nos dias atuais. Atenciosamente, Marcos Pereira Reitor CERTIDÃO 1 Conceito A certidão é revestida de formalidades legais, através da qual se certifica algo retirado de um outro documento ou livro. 1. Modelo A estrutura da certidão constitui-se de um timbre e, três linhas abaixo, a palavra certidão em letras maiúsculas, seguida de um número. Acompanhando estes elementos, virá um texto exposto três espaços abaixo do título, um fecho, local e data por extenso e, por último, a assinatura. CIRCULAR 1 Conceito Uma circular é uma forma multidirecional que possibilita uma instituição dirigir-se, ao mesmo tempo, a várias repartições ou pessoas Modelo Uma circular constitui-se do nome do órgão ou empresa e da data localizada à direita da folha. Seguindo estes elementos vêm o número precedido de CIRCULAR, o assunto, o texto, a assinatura, o cargo e, por último, a data de publicação. Este documento não deve conter nem destinatário, pois não é unidirecional, tão pouco endereçamento. Vejamos um exemplo: COPERV COMISSÃO PERMANENTE DO VESTIBULAR Pelotas, 03 de setembro de 000 CIRCULAR GERAL Nº. 3 Prorroga o prazo para a entrega da inscrição para o Vestibular UFPel/000 O PRESIDENTE DA COPERV, no uso de suas atribuições, transmite a seguinte instrução: Os funcionários da COPERV devem receber as inscrições para o processo seletivo de 00 até o dia 1 de novembro de 001 e não até o dia 11 de novembro, como havia sido pré-estabelecido. Pinto Martins Presidente Publicado no D.P. de 1/08/00 COMUNICADO 1 Conceito Um comunicado, também chamado de comunicação, constitui-se num aviso que pode ter caráter externo ou interno. 1. Modelo Um comunicado de caráter externo deve ser dotado de um título que indique tratar-se de uma comunicação, o nome da instituição comunicante e 9

126 o texto com as informações a serem comunicadas. Pode conter, de acordo com o que cada comunicante desejar, o nome do responsável, juntamente com o seu cargo na entidade e a data. Já a comunicação interna, além desses itens, deve conter Comunicado Interno, uma identificação e o número do documento, juntamente com o ano e por fim as assinaturas. Seguem abaixo os exemplos de ambos os tipos de comunicado. 1..1) Comunicado Externo COMUNICADO VISCONDE DE SABUGOSA INFORMÁTICA LTDA Comunica a seus clientes e amigos a transferência de suas instalações para o Sítio do Pica-Pau Amarelo na avenida Fernando Osório, 0; com prestação de serviços e manutenção em equipamentos e Software. 1..) Comunicação Interna COMUNICAÇÃO FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE FURG Comunicado Interno 55/00 De: Direção Para: Professores e Alunos Comunicamos que, a partir do ano de 001, o período especial de provas não mais existirá, ficando portanto a marcação do dia das provas aos cuidados dos professores. Pedro Moraes Reitor DECLARAÇÃO 1 - Conceito Uma declaração constitui-se num documento semelhante ao atestado, porém não é expedido por instituições públicas. Modelo Este documento deve conter em sua elaboração uma evidência de declaração, escrita com letra maiúscula (DECLARO), seguida do texto de declaração, local e data, evidenciando dia, mês e ano e, por fim, a assinatura do(s) declarante(s) e o cargo do(s) mesmo(s). Vejamos dois exemplos: EX.1 DECLARAMOS que o Senhor José Saramago atuou neste Gabinete no período de 5 de janeiro de 1999 a 30 de dezembro de 1999, recebendo mensalmente um salário mínimo. Rio Grande, 8 de março de 000. José de Arimateia Chefe de Gabinete do Vereador João Ferreira EX. DECLARO, para fins de comprovação junto à Comissão de Curso de Direito, que Maria Madalena, matrícula nº 13456, graduanda do curso de Direito, participou do IV Seminário de Direito Penal, desta Instituição. Rio Grande, 6 de junho de 000. Marcos da Silva Presidente do Diretório Acadêmico de Direito EDITAL 1 Conceito O edital é um meio de notificação direcionado ao público, que se afixa em local de acesso dos interessados ou se publica na imprensa. 1. Modelo O edital constitui-se de um título (Edital de Convocação), do cargo da 30 autoridade, da indicação de quem está sendo convocado e do tipo de reunião, da lista dos assuntos, do local, da data e da assinatura da autoridade. Vejamos um modelo: EDITAL CONVOCAÇÃO Os alunos do Curso de Letras da Universidade Federal de Pelotas convocam os formandos a seguir para a reunião de sábado à tarde. 1- Cecília Meireles - Érico Veríssimo Pelotas, 03 de julho de 000 (assinatura) João da Silva MEMORANDO 1 Conceito Um memorando constitui-se em um meio de comunicação eminentemente interno, utilizado entre unidades administrativas de um mesmo órgão, independentemente de nível hierárquico. 1. Modelo O memorando deve ser estruturado de forma que contenha o número e a sigla de identificação de sua origem, antecedido pela expressão "memorando" e a data, não precedida do nome da localidade, mas grafada na mesma linha do número e da sigla. Seguindo estes elementos, virão o nome do destinatário do memorando acompanhado do cargo que ocupa, o assunto sintetizado e um texto que deve iniciar-se a 4 espaços duplos abaixo do item anterior. Por último, virá o fecho (atenciosamente ou respeitosamente) que deve estar centrado à direita, 1 espaço duplo abaixo do texto, e o nome e cargo do emitente: estes dados devem ser escritos a 4 espaços duplos do fecho, alinhados verticalmente em relação ao texto que os antecede. Vejamos um exemplo: Memorando n 15/ Comcur Letras Em 04 de maio de 001 À SUPGRAD Assunto: solicitação para que continue em vigor o período especial de provas. Solicitamos de Vossa Magnificência que o período especial de provas continue vigorando, uma vez que do contrário, os alunos que fazem prova no último horário serão prejudicados, dada a insuficiência de meios de transporte no Campus Carreiros. Atenciosamente, José Firmino Presidente do DA-Letras OFÍCIO 1 Conceito Um ofício é um documento utilizado por órgãos do governo ou autarquias para correspondência externa e que tem por finalidade tratar de assuntos oficiais. 1. Modelo Um ofício deve conter em sua estrutura um timbre representado por um símbolo e o nome da unidade impressa no alto da folha e a numeração, dentro do ano, que o ofício recebe, em ordem cronológica de feitura, seguido da sigla de indicação do órgão eminente. Este, por sua vez, faz-se anteceder o nome da correspondência escrito por extenso ou abreviado. Acompanhando estes elementos virá o local e data (dia, mês e ano) que devem ser escritos a sete espaços duplos ou a 6,5cm. da borda superior. O mês é escrito por extenso. Entre o espaço e a centena se deixa um algarismo do ano, deve ser feito o ponto final e o término da data deve coincidir com a margem direita, que é de cinco espaços duplos ou de 5cm. A seguir virá o vocativo que deve ser escrito a dez espaços duplos ou 10cm da

127 borda superior, na linha do parágrafo, a dez espaços ou,5cm da margem e, por fim, um texto, em forma de parágrafo expondo o assunto, que iniciase a 1,5cm do vocativo. Os parágrafos são enumerados rente a margem, com exceção do 1º e do fecho. A apresentação do ofício é feita no primeiro parágrafo. No decorrer do texto aprecia-se e se ilustra o assunto com os devidos esclarecimentos e informações pertinentes. Na conclusão se faz a reafirmação da posição recomendada pelo emitente do ofício sobre o assunto. Quanto ao fecho este deve estar localizado a um espaço duplo (ou 1cm) do último parágrafo do texto, centrado à direita e seguido de vírgula. Seguindo este elemento virá o nome do signatário datilografado em maiúsculas, do cargo só com as iniciais maiúsculas, escritas sob o nome, a assinatura que deverá ser feita imediatamente acima do nome. Estes dados devem estar centralizados à direita na direção vertical do fecho, a três espaços duplos ou,5cm deste. A identificação do destinatário deverá conter um pronome de tratamento, acima da designação da função exercida pelo mesmo, seguido do nome deste e, após, o endereço. Caso o ofício seja constituído por mais de uma folha, o endereço do destinatário deve constar da primeira. Na diagramação dos dados, o último deve estar a dois espaços duplos ou cm. da borda inferior do papel, e todas as linhas devem coincidir com o texto, rentes à margem esquerda. Entre os parágrafos do ofício deve ser deixado um espaço duplo ou 1cm. O espaço entre as linhas também é duplo; nas transcrições e citações é um ou um e meio; estes, preferencialmente, devem vir salientados por aspas e, se ultrapassarem cinco linhas, devem distar cinco espaços da margem esquerda. Se o ofício tem por objetivo transmitir um assunto do interesse de diversos setores, é necessário que sejam tiradas tantas cópias forem preciso. Nesse caso, o ofício passará a se chamar de ofício circular, grafado com inicial maiúscula, antes do número de ordem. ORDEM DE SERVIÇO 1 Conceito Uma ordem de serviço é um documento oficial e interdepartamental, com numeração própria e, às vezes, apresenta características de circular. Refere-se ao ato de expedir determinações que serão executadas por instituições de caráter social e por servidores desses órgãos Modelo Uma ordem de serviço deve ser estruturada de maneira que contenha o nome do órgão emissor da ordem de serviço, o número do documento e o ano. Deverá conter um título referindo-se ao SUPERVISOR ADMINISTRA- TIVO, um texto, a data e, por fim, a assinatura do supervisor administrativo e a explicitação de quem executa tal cargo. Vejamos o exemplo: ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA SUPERVISÃO DE APOIO ADMINISTRATIVO ORDEM DE SERVIÇO Nº5 / 99/ SUA O SUPERVISOR ADMINISTRATIVO, no uso de suas atribuições, Considerando o fiel cumprimento da Lei nº134, de 1 de outubro de 197, que regula prazos e o andamento dos expedientes administrativos. Considerando que, para apreciação de qualquer tipo de requerimento ou petição, deve o mesmo estar acompanhado de todos os dados imprescindíveis á sua análise. 31 Considerando que, em número substancial, há necessidade de se comunicar com o signatário da petição inicial, não só em seu interesse, como no da administração. DETERMINA 1º Todos os órgãos desta secretaria, antes de darem andamento a qualquer expediente, deverão verificar se constam no mesmo os elementos informativos e se a documentação exigida para a sua apreciação foi devidamente anexada. º O endereço do peticionário deverá obrigatoriamente ser anexado, em todos os formulários, modelos, requerimentos, petições e solicitações. Rio Grande, 08 de maio de 1999 SUPERVISOR ADMINISTRATIVO APOSTILA Para os estudantes significa uma publicação avulsa com objetivos didáticos, geralmente datilografada e mimeografada e de utilização restrita. Em sentido oficial, significa breve nota, adicionamento à margem de uma escritura. É um ato pelo qual se acrescenta informações a um documento público ou ato administrativo anterior a fim de esclarecê-lo, interpretá-lo ou completá-lo. É um documento complementar de um ato. Indica a nota ou aditamento feito à margem de qualquer documento público, a fim de acrescentar algo que faltava ao texto. Expressa também um ato pelo qual o documento é anotado, após ser registrado ou averbado. Dessa forma, apostila-se o diploma ou título de nomeação, de sorte que o indivíduo diplomado ou nomeado venha a exercer sua profissão ou cargo. ORDEM DE SERVIÇO É instrução dada a um servidor ou a um órgão administrativo. Encerra orientações a serem tomadas pela chefia para execução de serviços ou desempenho de encargos. É o documento, é o ato pelo qual se determinam providências a serem cumpridas por órgãos subordinados. PORTARIA Documento oficial que baixa de qualquer dos ministérios a uma repartição ou a um indivíduo e é assinado pelo ministro em nome do chefe do Estado ou por um diretor da repartição. Em linguagem de Direito Administrativo significa todo documento emanado de uma autoridade, através do qual possa transmitir a seus subordinados as ordens de serviço de sua competência. Na administração pública é um ato pelo qual o Ministro de Estado ou outra autoridade competente estabelece normas administrativas, baixa instruções para aplicação de leis e decretos ou define situações, como dispensa, remoção, lotação. Muitas vezes as portarias são empregadas para nomeações, demissões, suspensões e reintegrações de funcionários. As portarias em geral são atos de Ministros de Estado, e suas funções e importâncias restringem-se à competência da autoridade administrativa que as expediu. PETIÇÃO A petição é o meio pelo qual se pleiteia direitos perante a Justiça. É o instrumento utilizado pelo advogado para obter uma decisão judicial que satisfaça o interesse de seus clientes. Após a entrega da petição ao órgão competente, caberá ao juiz pronunciar sua decisão. Para tanto, é necessário que a petição possua certos fatores capazes de provocar a reação jurisdicional, como a descrição dos fatos, os fundamentos legais nos quais se baseia a pretensão e o pedido, ou seja, aquilo que se espera da Justiça. Além disso, é muito importante que a petição seja redigida em bom português e de forma concisa, contendo apenas palavras e dados suficientes para se alcançar o desejado. Os modelos de petições oferecidos pelo DireitoNet buscam atender estes requisitos, de forma que o usuário possa utilizá-los com base em seus casos concretos. Os modelos são, também, bastante genéricos, pois visam

128 abranger o maior número de situações possíveis. Portanto, o usuário deve ficar atento às peculiaridades do caso concreto e adequar o modelo escolhido às necessidades da causa. A função do advogado A beleza do Direito talvez esteja na sua dinâmica. A cada dia, novos entendimentos, ideias e posicionamentos surgem e, com isso, melhores formas de se obter a prestação jurisdicional podem aparecer para determinado caso. Desse modo, a consulta a um advogado é a melhor forma de se enfrentar questões do dia-a-dia que necessitem um conhecimento técnico no assunto. O advogado é o profissional apto para representar seus clientes perante a Justiça. Trata-se de um profissional extremamente qualificado e preparado para esta atividade. Vale ressaltar também que, em praticamente todos os processos judiciais, a lei exige que os clientes/autores sejam obrigatoriamente representados por um advogado. Para escolher um bom advogado, peça recomendações à parentes, amigos ou colegas de trabalho. Dê preferência aos advogados com boas referências profissionais e que lhe transmitam confiança. Em caso de dúvida ou desconfiança quanto a idoneidade do profissional, entre em contato com a OAB de seu estado para certificar-se de que o advogado escolhido por você está regularmente inscrito na Ordem e apto para exercer a atividade. O DireitoNet possui cadastrados, na seção Advogados, mais de 1500 profissionais que prestam serviço de advocacia em todo o Brasil. Entretanto, o DireitoNet não possui nenhum vínculo ou relação comercial com os advogados listados na seção e, portanto, não se responsabiliza por quaisquer de seus atos. As informações são fornecidas pelos próprios advogados e a veracidade das informações é de responsabilidade dos mesmos. Como editar as petições Os modelos de petições oferecidos pelo DireitoNet não são prontos para uso pois servem apenas como referência e apresentam a estrutura geral dos itens obrigatórios de uma determinada petição. Portanto, o usuário deve necessariamente alterar todas as palavras grafadas em amarelo e entre colchetes [xxxx] e substituí-las pelas informações adequadas ao caso concreto. Além dessas alterações, modifique todos os parágrafos necessários para que a petição possa ser utilizada ao fim desejado e verifique se o fundamento legal utilizado naquele modelo corresponde ao seu caso. Como cada petição tem um propósito diferente, escolha a que mais se adequar com a situação fática e, se necessário, utilize mais de um modelo para que a petição seja elaborada da forma mais completa possível. Formalidade e simplicidade A estética e a escrita de acordo com o padrão culto da língua portuguesa são importantes no momento da redação da petição. Escrever bem e correto não significa redigir uma petição utilizando palavras difíceis e incompreensíveis. O ideal é que o juiz tenha interesse em ler sua petição até o final, portanto: Evite abreviaturas Prefira sempre a escrita por extenso. Por exemplo, use "Vossa Excelência" ao invés de "V. Exa.". Não faça inversões de períodos As inversões confundem o leitor, no caso, o juiz e, por isso, podem até trazer um resultado indesejado. No lugar de "Vale ressaltar, de vários fatores alheios a pessoa do Requerente depende o sucesso do evento", use: "Vale ressaltar, que o sucesso do evento depende de vários fatores alheios a pessoa do Requerente". Evite citação excessiva de expressões em latim Utilize apenas expressões em latim que são mais conhecidas no mundo jurídico que suas próprias traduções em português como, por exemplo, fumus boni juris e periculum in mora. Cuidado com erros ortográficos ou gramaticais Sempre que estiver em dúvida, consulte um bom dicionário. 3 PROCESSOS ADMINISTRATIVOS. FORMAÇÃO, AUTUAÇÃO E TRAMITAÇÃO. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DOS SERVIÇOS PÚBLICOS. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Nívea Carolina de Holanda Seresuela INTRODUÇÃO A denominada função administrativa do Estado submete-se a um especial regime jurídico. Trata-se do denominado regime de direito público ou regime jurídico-administrativo. Sua característica essencial reside, de um lado, na admissibilidade da ideia de que a execução da lei por agentes públicos exige o deferimento de necessárias prerrogativas de autoridade, que façam com que o interesse público juridicamente predomine sobre o interesse privado; e de outro, na formulação de que o interesse público não pode ser livremente disposto por aqueles que, em nome da coletividade, recebem o dever-poder de realizá-los. Consiste, na verdade, no regime jurídico decorrente da conjugação de dois princípios básicos: o princípio da supremacia dos interesses públicos e o da indisponibilidade dos interesses públicos. Neste sentido, temos o ilustre posicionamento de CARDOZO: "Estes, são princípios gerais, necessariamente não positivados de forma expressa pelas normas constitucionais, mas que consistem nos alicerces jurídicos do exercício da função administrativa dos Estados. Todo o exercício da função administrativa, direta ou indiretamente, será sempre por eles influenciados e governado" Tomando o conceito de Administração Pública em seu sentido orgânico, isto é, no sentido de conjunto de órgãos e pessoas destinados ao exercício da totalidade da ação executiva do Estado, a nossa Constituição Federal positivou os princípios gerais norteadores da totalidade de suas funções, considerando todos os entes que integram a Federação brasileira (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). Destarte, os princípios inerentes à Administração Pública são aqueles expostos no art. 37 de nossa vigente Constituição. Alguns, diga-se de pronto, foram positivados de forma expressa. Outros, de forma implícita ou tácita. Antes de procedermos à analise de cada um dos princípios que regem o Direito Administrativo, cabe novamente acentuar, que estes princípios se constituem mutuamente e não se excluem, não são jamais eliminados do ordenamento jurídico. Destaca-se ainda a sua função programática, fornecendo as diretrizes situadas no ápice do sistema, a serem seguidas por todos os aplicadores do direito. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (De Acordo Com A Emenda Constitucional n.º 19/98) Primeiramente, cumpre distinguir o que é Administração Pública. Assim, MEIRELLES elabora o seu conceito: "Em sentido formal, a Administração Pública, é o conjunto de órgãos instituídos para consecução dos objetivos do Governo; em sentido material, é o conjunto das funções necessárias aos serviços públicos em geral; em acepção operacional, é o desempenho perene e sistemático, legal e técnico, dos serviços do próprio Estado ou por ele assumidos em benefício da coletividade. Numa visão global, a Administração Pública é, pois, todo o aparelhamento do Estado preordenado à realização de seus serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas ". A Administração Pública, ainda, pode ser classificada como: direta e indireta. A Direta é aquela exercida pela administração por meio dos seus órgãos internos (presidência e ministros). A Indireta é a atividade estatal entregue a outra pessoa jurídica (autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista, fundações), que foram surgindo através do aumento da atuação do Estado. A Constituição Federal, no art. 37, caput, trata dos princípios inerentes à Administração Pública: "Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência"

129 Trata-se, portanto, de princípios incidentes não apenas sobre os órgãos que integram a estrutura central do Estado, incluindo-se aqui os pertencentes aos três Poderes (Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário), nas também de preceitos genéricos igualmente dirigidos aos entes que em nosso país integram a denominada Administração Indireta, ou seja, autarquias, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as fundações governamentais ou estatais (4). Destarte, os princípios explicitados no caput do art. 37 são, portanto, os da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência. Outros se extraem dos incisos e parágrafos do mesmo artigo, como o da licitação, o da prescritibilidade dos ilícitos administrativos e o da responsabilidade das pessoas jurídicas (inc. XXI e 1.º a 6.º). Todavia, há ainda outros princípios que estão no mesmo artigo só que de maneira implícita, como é o caso do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado, o da finalidade, o da razoabilidade e proporcionalidade. Vejamos, agora, o significado de cada um dos precitados princípios constitucionais da Administração Pública. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS EXPLÍCITOS Caput Do Art. 37 Conforme mencionado anteriormente, os princípios constitucionais explícitos são aqueles presentes no art. 37, da Constituição Federal, de maneira expressa. Assim, são eles: o princípio da legalidade, o princípio da impessoalidade, o princípio da moralidade, o princípio da publicidade e o princípio da eficiência. Passemos, então, a estudá-los uniformemente. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Referido como um dos sustentáculos da concepção de Estado de Direito e do próprio regime jurídico-administrativo, o princípio da legalidade vem definido no inciso II do art. 5.º da Constituição Federal quando nele se faz declarar que: "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei". Desses dizeres decorre a ideia de que apenas a lei, em regra, pode introduzir inovações primárias, criando novos direitos e novos deveres na ordem jurídica como um todo considerada No campo da administração Pública, como unanimemente reconhecem os constitucionalistas e os administrativistas, afirma-se de modo radicalmente diferente a incidência do princípio da legalidade. Aqui, na dimensão dada pela própria indisponibilidade dos interesses públicos, diz-se que o administrador, em cumprimento ao princípio da legalidade, "só pode atuar nos termos estabelecidos pela lei". Não pode este por atos administrativos de qualquer espécie (decreto, portaria, resolução, instrução, circular etc.) proibir ou impor comportamento a terceiro, se ato legislativo não fornecer, em boa dimensão jurídica, ampara a essa pretensão (6). A lei é seu único e definitivo parâmetro. Temos, pois, que, enquanto no mundo privado se coloca como apropriada a afirmação de que o que não é proibido é permitido, no mundo público assume-se como verdadeira a ideia de que a Administração só pode fazer o que a lei antecipadamente autoriza. Deste modo, a afirmação de que a Administração Pública deve atender à legalidade em suas atividades implica a noção de que a atividade administrativa é a desenvolvida em nível imediatamente infralegal, dando cumprimento às disposições da lei. Em outras palavras, a função dos atos da Administração é a realização das disposições legais, não lhe sendo possível, portanto, a inovação do ordenamento jurídico, mas tão-só a concretização de presságios genéricos e abstratos anteriormente firmados pelo exercente da função legislativa. Sobre o tema, vale trazer a ponto a seguinte preleção de MELLO: "Para avaliar corretamente o princípio da legalidade e captar-lhe o sentido profundo cumpre atentar para o fato de que ele é a tradução jurídica de um propósito político: o de submeter os exercentes do poder em concreto administrativo a um quadro normativo que embargue favoritismos, perseguições ou desmandos. Pretende-se através da norma geral, abstrata e impessoal, a lei, editada pelo Poder Legislativo que é o colégio representativo de todas as tendências (inclusive minoritárias) do corpo social garantir que a atuação do Executivo nada mais seja senão a concretização da vontade geral" De tudo isso podemos extrair uma importante conclusão. Contrariamente ao que ocorre em outros ordenamentos jurídicos, inexiste qualquer possibilidade de ser juridicamente aceita, entre nós, a edição dos denominados decretos ou regulamentos "autônomos ou independentes". Como se sabe, tais decretos ou regulamentos não passam de atos administrativos gerais e normativos baixados pelo chefe do Executivo, com o assumido objetivo de disciplinar situações anteriormente não reguladas em lei. E, sendo assim, sua prática encontra óbice intransponível no modus constitucional pelo qual se fez consagrar o princípio da legalidade em nossa Lei Maior. Regulamento, em nosso país, portanto, haverá de ser sempre o regulamento de uma lei, ou de dispositivos legais objetivamente existentes. Qualquer tentativa em contrário haverá de ser tida como manifestamente inconstitucional. Princípio Da Impessoalidade O princípio ou regra da impessoalidade da Administração Pública pode ser definido como aquele que determina que os atos realizados pela Administração Pública, ou por ela delegados, devam ser sempre imputados ao ente ou órgão em nome do qual se realiza, e ainda destinados genericamente à coletividade, sem consideração, para fins de privilegiamento ou da imposição de situações restritivas, das características pessoais daqueles a quem porventura se dirija. Em síntese, os atos e provimentos administrativos são imputáveis não ao funcionário que os pratica mas ao órgão ou entidade administrativa em nome do qual age o funcionário. A mera leitura dessa definição bem nos revela que esse princípio pode ser decomposto em duas perspectivas diferentes: a impessoalidade do administrador quando da prática do ato e a impessoalidade do próprio administrado como destinatário desse mesmo ato. Com efeito, de um lado, o princípio da impessoalidade busca assegurar que, diante dos administrados, as realizações administrativogovernamentais não sejam propriamente do funcionário ou da autoridade, mas exclusivamente da entidade pública que a efetiva. Custeada com dinheiro público, a atividade da Administração Pública jamais poderá ser apropriada, para quaisquer fins, por aquele que, em decorrência do exercício funcional, se viu na condição de executá-la. É, por excelência, impessoal, unicamente imputável à estrutura administrativa ou governamental incumbida de sua prática, para todos os fins que se fizerem de direito. Assim, como exemplos de violação a esse princípio, dentro dessa particular acepção examinada, podemos mencionar a realização de publicidade ou propaganda pessoa do administrador com verbas públicas ou ainda, a edição de atos normativos com o objetivo de conseguir benefícios pessoais. No âmbito dessa particular dimensão do princípio da impessoalidade, é que está o elemento diferenciador básico entre esse princípio e o da isonomia. Ao vedar o tratamento desigual entre iguais, a regra isonômica não abarca, em seus direitos termos, a ideia da imputabilidade dos atos da Administração ao ente ou órgão que a realiza, vedando, como decorrência direta de seus próprios termos, e em toda a sua extensão, a possibilidade de apropriação indevida desta por agentes públicos. Nisso, reside a diferença jurídica entre ambos. Já, por outro ângulo de visão, o princípio da impessoalidade deve ter sua ênfase não mais colocada na pessoa do administrador, mas na própria pessoa do administrado. Passa a afirmar-se como uma garantia de que este não pode e não deve ser favorecido ou prejudicado, no exercício da atividade da Administração Pública, por suas exclusivas condições e características. 33

130 Jamais poderá, por conseguinte, um ato do Poder Público, ao menos de modo adequado a esse princípio, vir a beneficiar ou a impor sanção a alguém em decorrência de favoritismos ou de perseguição pessoal. Todo e qualquer administrado deve sempre relacionar-se de forma impessoal com a Administração, ou com quem sem seu nome atue, sem que suas características pessoais, sejam elas quais forem, possam ensejar predileções ou discriminações de qualquer natureza. Será, portanto, tida como manifestadamente violadora desse princípio, nessa dimensão, por exemplo, o favorecimento de parentes e amigos (nepotismo), a tomada de decisões administrativas voltadas à satisfação da agremiação partidária ou facção política a que se liga o administrador (partidarismo), ou ainda de atos restritivos ou sancionatórios que tenham por objetivo a vingança pessoas ou a perseguição política pura e simples (desvio de poder). Dessa perspectiva, o princípio da impessoalidade insere-se por inteiro no âmbito do conteúdo jurídico do princípio da isonomia, bem como no do próprio princípio da finalidade. Perfilhando este entendimento, sustenta MELLO: "No princípio da impessoalidade se traduz a ideia de que a Administração tem que tratar a todos os administrados sem discriminações, benéficas ou detrimentosas. Nem favoritismo nem perseguições são toleráveis. Simpatias ou animosidades pessoais, políticas ou ideológicas não podem interferir na atuação administrativa e muito menos interesses sectários, de facções ou grupos de qualquer espécie. O princípio em causa é senão o próprio princípio da igualdade ou isonomia". Princípio Da Moralidade Já na Antiguidade se formulava a ideia de que as condições morais devem ser tidas como uma exigência impostergável para o exercício das atividades de governo. Segundo informam os estudiosos, seria de Sólon a afirmação de que um "homem desmoralizado não poderá governar". Todavia, foi neste século, pelos escritos de Hauriou, que o princípio da moralidade, de forma pioneira, se fez formular no campo da ciência jurídica, capaz de fornecer, ao lado da noção de legalidade, o fundamento para a invalidação de seus atos pelo vício denominado desvio de poder (15). Essa moralidade jurídica, a seu ver, deveria ser entendida como um conjunto de regras de conduta tiradas da disciplina interior da própria Administração, uma vez que ao agente público caberia também distinguir o honesto do desonesto, a exemplo do que faz entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno. Afinal, pondera, como já proclamavam os romanos "nem tudo que é legal é honesto" (nort omne quod licet honestum est). Hoje, por força da expressa inclusão do princípio da moralidade no caput do art. 37, a ninguém será dado sustentar, em boa razão, sua não incidência vinculante sobre todos os atos da Administração Pública. Ao administrador público brasileiro, por conseguinte, não bastará cumprir os estritos termos da lei. Tem-se por necessário que seus tos estejam verdadeiramente adequados à moralidade administrativa, ou seja, a padrões éticos de conduta que orientem e balizem sua realização. Se assim não for, inexoravelmente, haverão de ser considerados não apenas como imorais, mas também como inválidos para todos os fins de direito. Isto posto, CARDOSO fornece uma definição desse princípio, hoje agasalhado na órbita jurídico-constitucional: "Entende-se por princípio da moralidade, a nosso ver, aquele que determina que os atos da Administração Pública devam estar inteiramente conformados aos padrões éticos dominantes na sociedade para a gestão dos bens e interesses públicos, sob pena de invalidade jurídica". Admite o art. 5.º, LXXIII, da Constituição Federal que qualquer cidadão possa ser considerado parte legítima para a propositura de ação popular que tenha por objetivo anular atos entendidos como lesivos, entre outros, à própria moralidade administrativa. Por outra via, como forma de também fazer respeitar esse princípio, a nossa Lei Maior trata também da improbidade administrativa. A probidade administrativa é uma forma de moralidade administrativa que mereceu consideração especial pela Constituição, que pune o ímprobo com a suspensão de direitos políticos (art. 37, 4.º). Deste modo, conceitua CAETANO: "A probidade administrativa consiste no dever de o "funcionário servir a Administração com honestidade, procedendo no exercício das suas funções, sem aproveitar os poderes ou facilidades delas decorrentes em proveito pessoal ou de outrem a quem queira favorecer". A moralidade administrativa e assim também a probidade são tuteladas pela ação popular, de modo a elevar a imoralidade a causa de invalidade do ato administrativo. A improbidade é tratada ainda com mais rigor, porque entra no ordenamento constitucional como causa de suspensão dos direitos políticos do ímprobo (art. 15, V), conforme estatui o art. 37, 4.º, in verbis: "Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, podendo vir a configurar a prática de crime de responsabilidade (art. 85, V). Dessa forma, o desrespeito à moralidade, entre nós, não se limita apenas a exigir a invalidação por via administrativa ou judicial do ato administrativo violador, mas também a imposição de outras consequências sancionatórias rigorosas ao agente público responsável por sua prática. Princípio Da Publicidade A publicidade sempre foi tida como um princípio administrativo, porque se entende que o Poder Público, por seu público, deve agir com a maior transparência possível, a fim de que os administrados tenham, a toda hora, conhecimento do que os administradores estão fazendo. Além do mais, seria absurdo que um Estado como o brasileiro, que, por disposição expressa de sua Constituição, afirma que todo poder nele constituído "emana do povo" (art. 1.º, parágrafo único, da CF), viesse a ocultar daqueles em nome do qual esse mesmo poder é exercido informações e atos relativos à gestão da res publica e as próprias linhas de direcionamento governamental. É por isso que se estabelece, como imposição jurídica para os agentes administrativos em geral, o dever de publicidade para todos os seus atos. Perfilhando esse entendimento, CARDOZO define este princípio: "Entende-se princípio da publicidade, assim, aquele que exige, nas formas admitidas em Direito, e dentro dos limites constitucionalmente estabelecidos, a obrigatória divulgação dos atos da Administração Pública, com o objetivo de permitir seu conhecimento e controle pelos órgãos estatais competentes e por toda a sociedade". A publicidade, contudo, não é um requisito de forma do ato administrativo, "não é elemento formativo do ato; é requisito de eficácia e moralidade. Por isso mesmo os atos irregulares não se convalidam com a publicação, nem os regulares a dispensam para sua exequibilidade, quando a lei ou o regulamento a exige". No que tange à forma de se dar publicidade aos atos da Administração, tem-se afirmado que ela poderá dar-se tanto por meio da publicação do ato, como por sua simples comunicação a seus destinatários. É relevante observar, todavia, que também a publicação como a comunicação não implicam que o dever de publicidade apenas possa vir a ser satisfeito pelo comprovado e efetivo conhecimento de fato do ato administrativo por seus respectivos destinatários. Deveras, basta que os requisitos exigidos para a publicidade se tenham dado, nos termos previstos na ordem jurídica; e para o mundo do Direito não interessará se na realidade fática o conhecimento da existência do ato e de seu conteúdo tenha ou não chegado à pessoa atingida por seus efeitos. Feita a publicação ou a comunicação dentro das formalidades devidas, haverá sempre uma presunção absoluta da ciência do destinatário, dando-se por satisfeita a exigência de publicidade. Salvo, naturalmente, se as normas vigentes assim não determinarem. Assim, se a publicação feita no Diário Oficial foi lida ou não, se a comunicação protocolada na repartição competente chegou ou não às mãos 34

131 de quem de direito, se o telegrama regularmente recebido na residência do destinatário chegou faticamente a suas mãos ou se eventualmente foi extraviado por algum familiar, isto pouco ou nada importa se as formalidades legais exigidas foram inteiramente cumpridas no caso. Nesse sentido, afirma MELLO: "O conhecimento do ato é um plus em relação à publicidade, sendo juridicamente desnecessário para que este se repute como existente (...). Quando prevista a publicação do ato (em Diário Oficial), na porta das repartições (por afixação no local de costume), pode ocorrer que o destinatário não o leia, não o veja ou, por qualquer razão, dele não tome efetiva ciência. Não importa. Ter-se-á cumprido o que de direito se exigia para a publicidade, ou seja, para a revelação do ato". Caberá à lei indicar, pois, em cada caso, a forma adequada de se dar a publicidade aos atos da Administração Pública. Normalmente, esse dever é satisfeito por meio da publicação em órgão de imprensa oficial da Administração, entendendo-se com isso não apenas os Diários ou Boletins Oficiais das entidades públicas, mas também para aquelas unidades da Federação que não possuírem tais periódicos os jornais particulares especificamente contratados para o desempenho dessa função, ou outras excepcionais formas substitutivas, nos termos das normas legais e administrativas locais. Observe-se, porém, ser descabido, para fins do atendimento de tal dever jurídico, como bem registrou Hely Lopes Meirelles, sua divulgação por meio de outros órgãos de imprensa não escritos, como a televisão e o rádio, ainda que em horário oficial, em decorrência da própria falta de segurança jurídica que tal forma de divulgação propiciaria, seja em relação à existência, seja em relação ao próprio conteúdo de tais atos. Observe-se ainda que, inexistindo disposição normativa em sentido oposto, tem-se entendido que os atos administrativos de efeitos internos à Administração não necessitam ser publicados para que tenham por atendido seu dever de publicidade. Nesses casos, seria admissível, em regra, a comunicação aos destinatários. O dever de publicação recairia, assim, exclusivamente sobre os atos administrativos que atingem a terceiros, ou seja, aos atos externos. Temos, pois, que as formas pelas quais se pode dar publicidade aos atos administrativos, nos termos do princípio constitucional em exame, serão diferenciadas de acordo com o que reste expressamente estabelecido no Direito Positivo, e em sendo omisso este, conforme os parâmetros estabelecidos na teoria geral dos atos administrativos. No que tange ao direito à publicidade dos atos administrativos, ou mais especificamente, quanto ao direito de ter-se ciência da existência e do conteúdo desses atos, é de todo importante observar-se que ele não se limita aos atos já publicados, ou que estejam em fase de imediato aperfeiçoamento pela sua publicação. Ele se estende, indistintamente, a todo o processo de formação do ato administrativo, inclusive quando a atos preparatórios de efeitos internos, como despachos administrativos intermediários, manifestações e pareceres. É, assim que se costuma dizer que constituem desdobramentos do princípio da publicidade o direito de receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral (art. 5.º, XXXIII, da CF) (9), o direito à obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal (art. 5.º, XXXIV, da CF), e, naturalmente, o direito de acesso dos usuários a registros administrativos e atos de governo (art. 37, 3.º, II) (30). Evidentemente, uma vez violados esses direitos pelo Poder Público, poderão os prejudicados, desde que atendidos os pressupostos constitucionais e legais exigidos para cada caso, valerem-se do habeas data (art. 5.º, LXXII, da CF) (31), do mandado de segurança (art. 5.º, LXX, da CF), ou mesmo das vias ordinárias. É de ponderar, contudo, que os pareceres só se tornam públicos após sua aprovação final pela autoridade competente; enquanto em poder do parecerista ainda é uma simples opinião que pode não se tornar definitiva. As certidões, contudo, não são elementos da publicidade administrativa, porque se destinam a interesse particular do requerente; por isso a Constituição só reco0nhece esse direito quando são requeridas para defesa de 35 direitos e esclarecimentos de situações de interesse pessoal (art. 5.º, XXXIV, b). É forçoso reconhecer, todavia, a existência de limites constitucionais ao princípio da publicidade. De acordo com nossa Lei Maior, ele jamais poderá vir a ser compreendido de modo a que propicie a violação da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas (art. 5.º, X, c/c. art. 37, 3.º, II (3), da CF), do sigilo da fonte quando necessário ao exercício profissional (art. 5.º, XIV, da CF), ou com violação de sigilo tido como imprescindível à segurança da sociedade e do Estado (art. 5.º, XXXIII, c/c. art. 37, 3.º, II, da CF). Para finalizar, faz-se de extrema importância, perceber-se que o problema da publicidade dos atos administrativos, nos termos do caput do art. 37 da Constituição da República, em nada se confunde com o problema da divulgação ou propaganda dos atos e atividades do Poder Público pelos meios de comunicação de massa, também chamadas em má técnica de "publicidade" pelo 1.º desse mesmo artigo. Uma coisa é a publicidade jurídica necessária para o aperfeiçoamento dos atos, a se dar nos termos definidos anteriormente. Outra bem diferente é a "publicidade" como propaganda dos atos de gestão administrativa e governamental. A primeira, como visto, é um dever constitucional sem o qual, em regra, os atos não serão dotados de existência jurídica. A segunda é mera faculdade da Administração Pública, a ser exercida apenas nos casos previstos na Constituição e dentro das expressas limitações constitucionais existentes. Assim, afirma o 1.º do art. 37: "a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos" Com isso, pretende esse dispositivo restringir de maneira clara a ação da Administração Pública, direta e indireta, quanto à divulgação de seus atos de gestão pelos meios de comunicação de massa. Inexistindo, na propaganda governamental, o caráter estritamente educativo, informativo ou de orientação social, ou vindo dela constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção de agentes públicos, sua veiculação se dará em manifesta ruptura com a ordem jurídica vigente, dando ensejo à responsabilização daqueles que a propiciaram. Princípio Da Eficiência O princípio da eficiência, outrora implícito em nosso sistema constitucional, tornou-se expresso no caput do art. 37, em virtude de alteração introduzida pela Emenda Constitucional n. 19. É evidente que um sistema balizado pelos princípios da moralidade de um lado, e da finalidade, de outro, não poderia admitir a ineficiência administrativa. Bem por isso, a Emenda n. 19, no ponto, não trouxe alterações no regime constitucional da Administração Pública, mas, como dito, só explicitou um comando até então implícito. Eficiência não é um conceito jurídico, mas econômico. Não qualifica normas, qualifica atividades. Numa ideia muito geral, eficiência significa fazer acontecer com racionalidade, o que implica medir os custos que a satisfação das necessidades públicas importam em relação ao grau de utilidade alcançado. Assim, o princípio da eficiência, orienta a atividade administrativa no sentido de conseguir os melhores resultados com os meios escassos de que se dispõe e a menor custo. Rege-se, pois, pela regra de consecução do maior benefício com o menor custo possível. Discorrendo sobre o tema, sumaria MEIRELLES: "Dever de eficiência é o que se impõe a todo agente público de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros". De início, parece de todo natural reconhecer que a ideia de eficiência jamais poderá ser atendida, na busca do bem comum imposto por nossa Lei Maior, se o poder Público não vier, em padrões de razoabilidade, a aproveitar da melhor forma possível todos os recursos humanos, materiais,

132 técnicos e financeiros existentes e colocados a seu alcance, no exercício regular de suas competências. Neste sentido, observa CARDOZO: "Ser eficiente, portanto, exige primeiro da Administração Pública o aproveitamento máximo de tudo aquilo que a coletividade possui, em todos os níveis, ao longo da realização de suas atividades. Significa racionalidade e aproveitamento máximo das potencialidades existentes. Mas não só. Em seu sentido jurídico, a expressão, que consideramos correta, também deve abarcar a ideia de eficácia da prestação, ou de resultados da atividade realizada. Uma atuação estatal só será juridicamente eficiente quando seu resultado quantitativo e qualitativo for satisfatório, levando-se em conta o universo possível de atendimento das necessidades existentes e os meios disponíveis". Tem-se, pois, que a ideia de eficiência administrativa não deve ser apenas limitada ao razoável aproveitamento dos meios e recursos colocados à disposição dos agentes públicos. Deve ser construída também pela adequação lógica desses meios razoavelmente utilizados aos resultados efetivamente obtidos, e pela relação apropriada desses resultados com as necessidades públicas existentes. Estará, portanto, uma Administração buscando agir de modo eficiente sempre que, exercendo as funções que lhe são próprias, vier a aproveitar da forma mais adequada o que se encontra disponível (ação instrumental eficiente), visando chegar ao melhor resultado possível em relação aos fins que almeja alcançar (resultado final eficiente). Desse teor, o escólio de CARDOZO: "Desse modo, pode-se definir esse princípio como sendo aquele que determina aos órgãos e pessoas da Administração Direta e Indireta que, na busca das finalidades estabelecidas pela ordem jurídica, tenham uma ação instrumental adequada, constituída pelo aproveitamento maximizado e racional dos recursos humanos, materiais, técnicos e financeiros disponíveis, de modo que possa alcançar o melhor resultado quantitativo e qualitativo possível, em face das necessidades públicas existentes". Seguindo essa linha de orientação, temos que, como desdobramento do princípio em estudo, a Constituição procurou igualmente reforçar o sentido valorativo do princípio da economicidade, que, incorporado literalmente pelo art. 70, caput, da Carta Federal, nada mais traduz do que o dever de eficiência do administrado na gestão do dinheiro público. Outros Princípios Constitucionais Explícitos Princípio Da Licitação Licitação é um procedimento administrativo destinado a provocar propostas e a escolher proponentes de contratos de execução de obras, serviços, compras ou de alienações do Poder Público. A Administração Pública tem o dever de sempre buscar, entre os interessados em com ela contratar, a melhor alternativa disponível no mercado para satisfazer os interesses públicos, para que possa agir de forma honesta, ou adequada ao próprio dever de atuar de acordo com padrões exigidos pela probidade administrativa. De outro lado, tem o dever de assegurar verdadeira igualdade de oportunidades, sem privilegiamentos ou desfavorecimentos injustificados, a todos os administrados que tencionem com ela celebrar ajustes negociais. É dessa conjugação de imposições que nasce o denominado princípio da licitação. Consoante, CARDOZO define este princípio; "De forma sintética, podemos defini-lo como sendo aquele que determina como regra o dever jurídico da Administração de celebrar ajustes negociais ou certos atos unilaterais mediante prévio procedimento administrativo que, por meios de critérios preestabelecidos, públicos e isonômicos, possibilite a escolha objetiva da melhor alternativa existente entre as propostas ofertadas pelos interessados". 36 O art. 37, XXI, alberga o princípio nos termos seguintes: "ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações". Temos, assim, o dever de licitar afirmado como um imperativo constitucional imposto a todos os entes da Administração Pública (40), na conformidade do que vier estabelecido em lei. A ressalva inicial possibilita à lei definir hipóteses específicas de inexigibilidade e de dispensa de licitação. Porém, cumpre ressaltar, finalmente, que a licitação é um procedimento vinculado, ou seja, formalmente regulado em lei, cabendo à União legislar sobre normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para a Administração Pública, direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, nas diversas esferas de governo, e empresas sob seu controle (art., XXVII). Portanto, aos Estados, Distrito Federal e Municípios compete legislar suplementarmente sobre a matéria no que tange ao interesse peculiar de suas administrações. Princípio Da Prescritibilidade Dos Ilícitos Administrativos A prescritibilidade, como forma de perda da exigibilidade de direito, pela inércia de seu titular, é um princípio geral do direito. Logo, não é de se estranhar que ocorram prescrições administrativas sob vários aspectos, quer quanto às pretensões de interessados em face da Administração, quer tanto às desta em face de administrados. Assim é especialmente em relação aos ilícitos administrativos. Se a Administração não toma providência à sua apuração e à responsabilização do agente, a sua inércia gera a perda do seu ius persequendi. Desta maneira, o art. 37, 5.º dispõe sobre este princípio: "A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento". Nota-se, portanto, que a lei estabelece uma ressalva ao princípio. Nem tudo prescreverá. Apenas a apuração e punição do ilícito, não, porém, o direito da Administração ao ressarcimento, à indenização, do prejuízo causado ao erário. Afinado com esse mesmo entendimento, sumaria SILVA: "É uma ressalva constitucional e, pois, inafastável, mas, por certo, destoante dos princípios jurídicos, que não socorrem quem fica inerte (dormientibus non sucurrit ius)". Princípio Da Responsabilidade Da Administração O princípio em estudo encontra amparo no art. 37, 6.º, da Constituição Federal, cuja compostura verifica-se que: "As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadores de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa". Assim, de imediata leitura desse texto resulta claro que todo agente público que vier a causar um dano a alguém trará para o Estado o dever jurídico de ressarcir esse dano. Não importará se tenha agido com culpa ou dolo. O dever de indenizar se configurará pela mera demonstração do nexo causal existente entre o fato ocorrido e o dano verificado. Temos, pois, que em nosso Direito a responsabilidade civil do Estado é objetiva, ou seja, independe da conduta dolosa, negligente, imperita ou imprudente daquele que causa o dano. Qualificar-se-á sempre que o agente estiver, nos termos do precitado dispositivo constitucional, no exercício da função pública, não importando se age em nome de uma pessoa de direito público ou de direito privado prestadora de serviços públicos. Destare, a obrigação de indenizar é a da pessoa jurídica a que pertence o agente. O prejudicado terá que mover a ação de indenização contra a Fazenda Pública respectiva ou contra a pessoa jurídica privada prestadora de serviço público, não contra o agente causador do dano. O princípio da impessoalidade vale aqui também. Impede ressalvar, todavia, que nem sempre as pessoas que integram a Administração Pública encontram-se a exercer propriamente função públi-

133 ca. Por vezes, no âmbito do que admite nossa Constituição, será possível encontrarmos pessoas da Administração Indireta que não estejam exercendo tais tipos de atividades, como é o caso, por exemplo, das empresas públicas e das sociedades de economia mista para o exercício de atividade econômica (art. 173, da CF). Nesses casos, naturalmente, eventuais danos por essas empresas causados a terceiros haverão de ser regrados pela responsabilidade subjetiva, nos termos estabelecidos pela legislação civil. Exigirão, em princípio, a configuração da ação dolosa ou culposa (negligente, imprudente ou imperita), para que tenha nascimento o dever de indenizar. O mesmo se poderá dizer, ainda, do agente que vier a causar dano a alguém fora do exercício da função pública. Nesse caso, por óbvio, não haverá de ser configurada a responsabilidade objetiva predefinida no art. 37, 6.º, de nossa Lei Maior. Entretanto, como pontifica MELLO, a responsabilidade objetiva "só está consagrada constitucionalmente para atos comissivos do Estado, ou seja, para comportamentos positivos dele. Isto porque o texto menciona danos que seus agentes causarem""; Assim sendo, condutas omissivas só podem gerar responsabilidade ao Poder Público quando demonstrada a culpa do serviço. No mais, é importante ressalvar que, embora a responsabilidade civil do Estado para com os administradores seja objetiva, a responsabilidade dos agentes públicos perante a Administração Pública é induvidosamente subjetiva. Como observa-se pelos próprios termos do citado art. 37, 6.º, o direito de regresso que pode ser exercido contra aquele que causou o dano apenas se configurará "nos casos de dolo ou culpa". Princípio Da Participação O princípio da participação do usuário na Administração Pública foi introduzido pela EC-19/98, com o novo enunciado do 3.º do art. 37, que será apenas reproduzido devido à sua efetivação ser dependente de lei. Diz o texto: Art. 37, 3.ºA lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente: I. as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; II o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observando o disposto no art. 5.º, X (respeito à privacidade) e XXXIII (direito de receber dos órgãos públicos informações de seu interesse ou de interesse coletivo em geral); III a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública. Princípio Da Autonomia Gerencial O princípio da autonomia gerencial é regido pelo 8.º do art. 37, da Constituição Federal, introduzido pela EC-19/98. Assim estabelece este dispositivo: Art. 37, 8.º. A Autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: I o prazo de duração do contrato; II os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; III a remuneração do pessoal. Desta maneira, cria-se aqui uma forma de contrato administrativo inusitado entre administradores de órgãos do poder público com o próprio poder público. Quando ao contrato das entidades não há maiores problemas porque entidades são órgãos públicos ou parapúblicos (paraestatais) com personalidade jurídica de modo que têm a possibilidade de celebrar contratos e outros ajustes com o poder público, entendido poder da administração centralizada. Mas, os demais órgãos não dispõem de personalidade jurídica para que seus administradores possam, em seu nome, celebrar contrato com o poder público, no qual se inserem. Consoante, SILVA discorre a respeito: "Tudo isso vai ter que ser definido pela lei referida no texto. A lei poderá outorgar aos administradores de tais órgãos uma competência especial que lhes permita celebrar o contrato, que talvez não passe de uma espécie de acordo-programa. Veremos como o legislador ordinário vai imaginar isso" PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS IMPLÍCITOS Além dos quatro citados princípios explicitamente abrigados pelo texto constitucional, existem outros implicitamente agregados ao regramento constitucional da Administração Pública. Vejamos. Princípio Da Supremacia Do Interesse Público Sobre O Privado E Princípio Da Autotutela A Administração Pública na prática de seus atos deve sempre respeitar a lei e zelar para que o interesse público seja alcançado. Natural, assim, que sempre que constate que um ato administrativo foi expedido em desconformidade com a lei, ou que se encontra em rota de colisão com os interesses públicos, tenham os agentes públicos a prerrogativa administrativa de revê-los, como uma natural decorrência do próprio princípio da legalidade. Desta maneira, discorre ARAUJO: "O princípio da supremacia do interesse público sobre o privado, coloca os interesses da Administração Pública em sobreposição aos interesses particulares que com os dela venham eventualmente colidir. Com fundamento nesse princípio é que estabelece, por exemplo, a autotutela administrativa, vale dizer, o poder da administração de anular os atos praticados em desrespeito à lei, bem como a prerrogativa administrativa de revogação de atos administrativos com base em juízo discricionário de conveniência e oportunidade" A respeito, deve ser lembrada a Súmula 473 do Supremo Tribunal Federal, quando afirma que: "a administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência e oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial". Princípio Da Finalidade Foi visto no exame do princípio da legalidade que a Administração Pública só pode agir de acordo e em consonância com aquilo que, expressa ou tacitamente, se encontra estabelecido em lei. Inegável, portanto, que sempre tenha dever decorrente e implícito dessa realidade jurídica o cumprimento das finalidades legalmente estabelecidas para sua conduta. Disto deduz-se o denominado princípio da finalidade. Como bem observa MELLO: "Esse princípio impõe que o administrador, ao manejar as competências postas a seu encargo, atue com rigorosa obediência à finalidade de cada qual. Isto é, cumpre-lhe cingir-se não apenas à finalidade própria de todas as leis, que é o interesse público, mas também à finalidade específica obrigada na lei a que esteja dando execução". Enfim, o princípio da finalidade é aquele que imprime à autoridade administrativa o dever de praticar o ato administrativo com vistas à realização da finalidade perseguida pela lei. Evidentemente, nessa medida, que a prática de um ato administrativo in concreto com finalidade desviada do interesse público, ou fora da finalidade específica da categoria tipológica a que pertence, implica vício ensejador de sua nulidade. A esse vício, como se sabe, denomina a doutrina: desvio de poder, ou desvio de finalidade. Concluindo, essas considerações querem apenas mostrar que o princípio da finalidade não foi desconsiderado pelo legislador constituinte, que o teve como manifestação do princípio da legalidade, sem que mereça censura por isso. Princípio Da Razoabilidade E Da Proporcionalidade Na medida em que o administrador público deva estrita obediência à lei (princípio da legalidade) e tem como dever absoluto a busca da satisfação dos interesses públicos (princípio da finalidade), há que se pressupor que a prática de atos administrativos discricionários se processe dentro de pa- 37

134 drões estritos de razoabilidade, ou seja, com base em parâmetros objetivamente racionais de atuação e sensatez. Deveras, ao regular o agir da Administração Pública, não se pode supor que o desejo do legislador seria o de alcançar a satisfação do interesse público pela imposição de condutas bizarras, descabidas, despropositadas ou incongruentes dentro dos padrões dominantes na sociedade e no momento histórico em que a atividade normativa se consuma. Ao revés, é de se supor que a lei tenha a coerência e a racionalidade de condutas como instrumentos próprios para a obtenção de seus objetivos maiores. Dessa noção indiscutível, extrai-se o princípio da razoabilidade: Em boa definição, é o princípio que determina à Administração Pública, no exercício de faculdades, o dever de atuar em plena conformidade com critérios racionais, sensatos e coerentes, fundamentados nas concepções sociais dominantes. Perfilhando este entendimento, sustenta MELLO: "Enuncia-se com este princípio que a administração, ao atuar no exercício de discrição, terá de obedecer a critérios aceitáveis do ponto de vista racional, em sintonia com o senso normal de pessoas equilibradas e respeitosas das finalidades que presidam a outorga da competência exercida". A nosso ver, dentro do campo desse princípio, deve ser colocada, de que diante do exercício das atividades estatais, o "cidadão tem o direito à menor desvantagem possível". Com efeito, havendo a possibilidade de ação discricionária entre diferentes alternativas administrativas, a opção por aquela que venha a trazer consequências mais onerosas aos administrados é algo inteiramente irrazoável e descabido. Como desdobramento dessa ideia, afirma-se também o princípio da proporcionalidade, por alguns autores denominado princípio da vedação de excessos. Assim, pondera MELLO: "Trata-se da ideia de que as consequências administrativas só podem ser validamente exercidas na extensão e intensidades proporcionais ao que realmente seja demandado para cumprimento da finalidade de interesse público a que estão atreladas". Em outras palavras: os meios utilizados ao longo do exercício da atividade administrativa devem ser logicamente adequados aos fins que se pretendem alcançar, com base em padrões aceitos pela sociedade e no que determina o caso concreto (53). Segundo STUMM, esse princípio reclama a cerificação dos seguintes pressupostos: Conformidade ou adequação dos meios, ou seja, o ato administrativo deve ser adequado aos fins que pretende realizar; Necessidade, vale dizer, possuindo o agente público mais de um meio para atingir a mesma finalidade, deve optar pelo menos gravoso à esfera individual; Proporcionalidade estrita entre o resultado obtido e a carga empregada para a consecução desse resultado. Por conseguinte, o administrador público não pode utilizar instrumentos que fiquem aquém ou se coloquem além do que seja estritamente necessário para o fiel cumprimento da lei. Assim sendo, sempre que um agente público assumir conduta desproporcional ao que lhe é devido para o exercício regular de sua competência, tendo em vista as finalidades legais que tem por incumbência cumprir, poderá provocar situação ilícita passível de originar futura responsabilidade administrativa, civil e, sendo o caso, até criminal. CONSIDERAÇÕES FINAIS Segundo nossa carta constitucional, o "bem de todos" é objetivo fundamental da República Federativa do Brasil (art. 3.º, IV) e, por conseguinte, uma finalidade axiológico-jurídica que se impõe como pólo de iluminação para a conduta de todos os órgãos e pessoas que integram a estrutura básica do Estado brasileiro. Sendo assim, a noção do bem comum, historicamente condicionada e posta no âmbito das concepções dominantes em nossa sociedade e época, 38 deve ser considerada obrigatório parâmetro para a definição do sentido jurídico-constitucional de quaisquer dos princípios que governam as atividades da Administração Pública. A maior parte dos princípios da Administração Pública encontra-se positivado, implícita ou explicitamente, na Constituição. Possuem eficácia jurídica direta e imediata. Exercem a função de diretrizes superiores do sistema, vinculando a atuação dos operadores jurídicos na aplicação das normas a respeito dos mesmos e, objetivando a correção das graves distorções ocorridas no âmbito da Administração Pública que acabam por impedir o efetivo exercício da cidadania. O sistema constitucional da Administração pública funciona como uma rede hierarquizada de princípios, regras e valores, que exige não mais o mero respeito à legalidade estrita, mas vincula a interpretação de todos atos administrativos ao respeito destes princípios. Desta maneira, conclui-se que a função administrativa encontra-se subordinada às finalidades constitucionais e deve pautar as suas tarefas administrativas no sentido de conferir uma maior concretude aos princípios e regras constitucionais, uma vez que estão não configuram como enunciados meramente retóricos e distantes da realidade, mas possuem plena juridicidade. Informações bibliográficas: SERESUELA, Nívea Carolina de Holanda. Princípios constitucionais da Administração Pública. Jus Navigandi, Teresina, a. 7, n. 60, nov. 00. Disponível em: < Acesso em: 5 mar ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA Administração Direta é aquela composta por órgãos ligados diretamente ao poder central, federal, estadual ou municipal. São os próprios organismos dirigentes, seus ministérios e secretarias. Administração Indireta é aquela composta por entidades com personalidade jurídica própria, que foram criadas para realizar atividades de Governo de forma descentralizada. São exemplos as Autarquias, Fundações, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista. Administração direta 1. Conceito Constituída dos órgãos e serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República, Governo dos Estados e do DF, Prefeituras e dos Ministérios e Secretarias (DL 00/67).. Centralização administrativa A atividade administrativa é centralizada quando é exercida diretamente pelas entidades políticas estatais (União, Estados, Municípios e Distrito Federal), ou seja, pelo conjunto de órgãos que as compõem. 3. Órgãos públicos 3.1 Conceito Órgão público é a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta (Lei 9.784/99). Tem estrutura, competência própria, quadro de servidores, poderes funcionais, mas não personalidade jurídica. Exemplos: Ministério da Justiça, Secretaria de Administração, Receita Federal etc. 3. Relação do Estado com os agentes públicos Considerando que o Estado é pessoa jurídica e que, como tal não dispõe de vontade própria, ele atua sempre por meio de pessoas físicas, os agentes públicos. Assim, de acordo com a teoria do órgão ou da imputação, a pessoa jurídica manifesta a sua vontade por meio dos órgãos, de tal modo que quando os agentes que os compõem manifestam sua vontade, é como se o próprio Estado o fizesse. 3.3 Classificação Quanto à posição estatal a) Independentes, originários da CF e representativos dos três Poderes de Estado, sem qualquer subordinação hierárquica (Casas Legislativas, Chefia do Executivo, Tribunais e o Ministério Público);

135 b) autônomos, se localizam na cúpula da Administração, subordinados diretamente à chefia dos órgãos independentes (Ministérios, Secretarias de Estado e de Município); c) superiores, órgãos de direção, controle e comando, mas sujeitos à subordinação e ao controle hierárquico de uma chefia, não gozam de autonomia administrativa ou financeira (departamentos, coordenadorias, divisões); d) subalternos, se acham subordinados hierarquicamente a órgãos superiores de decisão, exercendo principalmente funções de execução (seções de expediente, de pessoal, de material) Quanto à estrutura Os órgãos podem ser: a) simples ou unitários, constituídos por um único centro de atribuições, sem subdivisões internas, como ocorre com as seções integradas em órgãos maiores; e b) compostos, constituídos por vários outros órgãos, como acontece com os Ministérios e as Secretarias de Estado Quanto à composição Classificam-se em: a) singulares, quando integrados por um único agente, como a Presidência da República e a Diretoria de uma escola; b) coletivos, quando integrados por vários agentes, como o Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional. 4. Desconcentração É uma distribuição interna de competências, ou seja, uma divisão de competências dentro da mesma pessoa jurídica. Fonte: ADMINISTRAÇÃO INDIRETA Carlos Eduardo Guerra 1 Administração Indireta 1.1 Noção A base da ideia da Administração Indireta encontra-se no instituto da descentralização, que vem a ser a distribuição de competências de uma para outra pessoa, física ou jurídica. Nos próximos capítulos iremos desenvolver melhor o tema. Agora, só afirmamos que a descentralização pode ser feita de várias formas, com destaque a descentralização por serviços, que se verifica quando o poder público (União, Estados, Municípios ou Distrito Federal) cria uma pessoa jurídica de direito público ou privado e a ela atribui a titularidade e a execução de determinado serviço público, surgindo as entidades da Administração Indireta. A Administração Indireta, na análise de Hely Lopes Meirelles, é o conjunto dos entes (entidades com personalidade jurídica) que vinculados a um órgão da Administração Direta, prestam serviço público ou de interesse público. 1. Divisão São as seguintes as entidades da Administração Indireta: o Autarquia o Empresa Pública o Sociedade de Economia Mista o Fundação Pública 1.3 Características As entidades da Administração Indireta possuem, necessária e cumulativamente, as seguintes características: o personalidade jurídica; o patrimônio próprio; o vinculação a órgãos da Administração Direta. 1.4 Personalidade Jurídica Própria Para que possam desenvolver suas atividades, as entidades da administração indireta são dotadas de personalidade; consequentemente, podem adquirir direitos e assumir obrigações por conta própria, não necessitando, para tanto, das pessoas políticas. 1.5 Patrimônio Próprio Em função da característica anterior, as entidades possuem patrimônio próprio, distinto das pessoas políticas Vinculação aos Órgãos da Administração Direta As entidades da Administração Indireta são vinculadas aos órgãos da Administração Direta, com o objetivo principal de possibilitar a verificação de seus resultados, a harmonização de suas atividades políticas com a programação do Governo, a eficiência de sua gestão e a manutenção de sua autonomia financeira, operacional e financeira, através dos meios de controle estabelecido em lei. Alguns denominam este controle de tutela, definida por Maria Sylvia Zanella Di Pietro como a fiscalização que os órgãos centrais das pessoas públicas políticas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) exercem sobre as pessoas administrativas descentralizadas, nos limites definidos em lei, para garantir a observância da legalidade e o cumprimento de suas finalidades institucionais. Não significa a tutela que os entes da Administração Indireta estejam hierarquicamente subordinados à Administração Direta ocorrendo apenas uma descentralização. A subordinação ocorre entre os órgãos da Administração, denominando-se de hierarquia ou autotutela. A autora estabelece diferenças sensíveis entre tutela (vinculação) e hierarquia, conforme o quadro a seguir. Tutela (Vinculação) A tutela supõe a existência de duas pessoas jurídicas, uma das quais exercendo controle sobre a outra (a pessoa política controla as entidades da Administração Indireta). A tutela não se presume, só existindo quando a lei a estabelece. Hierarquia (Autotutela) A hierarquia existe dentro de uma mesma pessoa jurídica, quando, por exemplo, um Ministério controla seus próprios órgãos. A hierarquia existe independentemente de previsão legal, pois é inerente à organização administrativa. AUTARQUIA.1 Noção A origem do vocábulo autarquia é grega, significando qualidade do que se basta a si mesmo, autonomia, entidade autônoma. A ideia da autarquia reside na necessidade da pessoa política criar uma entidade autônoma (com capacidade de administrar-se com relativa independência e não de maneira absoluta, visto que há a fiscalização do ente criador) para a realização de atividade tipicamente pública, sendo uma das formas de materialização da descentralização administrativa. Nesta linha de pensamento, autarquias são entes administrativos autônomos, criados por lei específica, com personalidade jurídica de direito público interno, para a consecução de atividades típicas do poder público, que requeiram, para uma melhor execução, gestão financeira e administrativa descentralizada.. Características As autarquias possuem as seguintes características: o personalidade jurídica de direito público; o realização de atividades especializadas (capacidade específica), em regra; o descentralização administrativa e financeira; o criação por lei específica..3 Personalidade Jurídica de Direito Público Tendo personalidade jurídica, as autarquias são sujeitos de direito, ou seja, são de titulares de direitos e obrigações próprios, distintos dos pertencentes ao ente político (União, Estado, Município ou Distrito Federal) que as institui. Submetem-se a regime jurídico de direito público quanto à criação, extinção, poderes, prerrogativas, privilégios e sujeições, ou melhor, apresentam as características das pessoas públicas, como por exemplo as prerrogativas tributárias, o regime jurídico dos bens e as normas aplicadas aos servidores. Por tais razões, são classificadas como pessoas jurídicas de direito público.

136 .4 Capacidade Específica Outra característica destas entidades é capacidade específica, significando que as autarquias só podem desempenhar as atividades para as quais foram instituídas, ficando, por conseguinte, impedidas de exercer quaisquer outras atividades. Como exceção a esta regra temos as autarquias territoriais (os territórios), que são dotadas de capacidade genérica. O atributo da capacidade específica é o denominado comumente de princípio da especialidade ou especialização..5 Descentralização Administrativa Financeira As autarquias desempenham atividades tipicamente públicas. O ente político "abre mão" do desempenho de determinado serviço, criando entidades com personalidade jurídica (autarquias) apenas com o objetivo de realizar tal serviço. Por força de tal característica, as autarquias são denominadas de serviços públicos descentralizados, serviços públicos personalizados ou serviços estatais descentralizados..6 Criação por Lei Específica De acordo com a nova redação dada pela emenda constitucional nº 19 ao art. 37, XIX, da Constituição da República, as autarquias são criadas por lei específica. Para extingui-las entretanto, faz-se é necessária somente uma lei ordinária, não necessitando ser específica. Se a União desejar criar dez autarquias, será necessária a promulgação de dez leis ordinárias distintas. Caso pretenda extinguí-las, bastará uma única lei. 3 EMPRESA PÚBLICA 3.1 Noção A exploração da atividade econômica deve ser realizada, em regra geral, pelo setor privado, mas, excepcionalmente, tal atividade pode ser realizada diretamente pelo setor público, respeitado o disposto no art. 173 da Constituição da República. Por várias vezes o Poder Público institui entidades para a realização de atividades típicas do setor privado, como a indústria, o comércio e a bancária, regidas pelas mesmas normas da iniciativa privada. Esses entes podem ser a empresa pública ou a sociedade de economia mista. Neste tópico dedicaremos ao estudo da primeira. As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado criadas por autorização legislativa específica, com capital exclusivamente público, para realizar atividades econômicas ou serviços públicos de interesse da Administração instituidora nos moldes da iniciativa particular, podendo revestir de qualquer forma admitida em direito. 3. Características As empresas públicas possuem as seguintes características: o personalidade jurídica de direito privado; o capital exclusivamente público; o realização, em regra, de atividades econômicas; o revestimento de qualquer forma admitida no Direito; o derrogações (alterações parciais) do regime de direito privado o por normas de direito público; o criação por autorização legislativa específica. 3.3 Personalidade Jurídica de Direito Privado Por realizarem, em regra, atividades econômicas, o art. 173 da Constituição da República estabelece que devem as empresas ter o mesmo tratamento jurídico da iniciativa privada, inclusive no que tange às obrigações tributárias e trabalhistas. 3.4 Capital Exclusivamente Público A grande distinção entre a empresa pública e a sociedade de economia mista está na distribuição do capital, pois na primeira (empresa pública) só há capital público, ou seja, todo o capital pertence ao poder público, inexistindo capital privado. 3.5 Atividades Econômicas As empresas públicas não realizam atividades típicas do poder público, mas sim atividades econômicas em que o Poder Público tenha interesse próprio ou considere convenientes à coletividade. Atualmente, admitem a doutrina e a jurisprudência que as empresas públicas podem exercer serviços públicos, sendo tratadas, neste caso, como concessionárias de serviço público, continuando a ser aplicado o direito privado. 3.6 Qualquer Forma Admitida no Direito As empresas públicas, de acordo com o Decreto-Lei 00/67, podem revestir-se de qualquer forma admitida no Direito, inclusive a forma de Sociedade Anônima. 3.7 Derrogações do Regime de Direito Privado Por Normas de Direito Público Apesar de serem pessoas jurídicas de direito privado, não se aplica o Direito Privado integralmente às Empresas Públicas, pois são entidades da Administração Pública algumas normas públicas são aplicadas a estes entes, com destaque a obrigatoriedade de realizarem licitações e concursos públicos, e a vedação de seus servidores acumularem cargos públicos de forma remunerada. 3.8 Criação por Autorização Legislativa Específica De acordo com a nova redação dada pela emenda constitucional nº 19 ao art. 37, XIX, da Constituição da República, a criação das empresas públicas necessita de autorização legislativa específica. Para extingui-las precisa-se apenas de uma autorização legislativa, não necessitando ser específica 3.9- Divisão das Empresas Públicas As empresas públicas dividem-se em: o empresas públicas unipessoais - são as que o capital pertence a uma só pessoa pública. o empresas públicas pluripessoais - são as que o capital pertence a várias pessoas públicas. 4 SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA 4.1 Noção As sociedades de economia mista são as pessoas jurídicas de direito privado, com a participação do Poder Público e de particulares no seu capital, criadas para a realização de atividade econômica de interesse coletivo, podendo, também, exercer serviços públicos. São semelhantes à empresa pública, tendo como diferenças básicas o fato do capital ser diversificado (capital público e privado) e só podendo ter a forma de sociedade anônima. Aspectos Empresa Pública Sociedade de Economia Mista Capital Forma Competência Capital público exclusivamente Qualquer forma admitida em Direito. De acordo com o art. 109 da CF, as causas de interesse das empresas públicas federais serão julgadas na Justiça Federal, com exceção das causas trabalhistas. Parte do capital pertencente ao Poder Público e outra parte ao setor privado, tendo, sempre, o controle público. Somente a forma de Sociedade Anônima. As causas de interesse das sociedades de economia mista federais serão julgadas na Justiça Estadual, com exceção das causas trabalhistas. 4. Características As sociedades de economia mista possuem as seguintes características: o personalidade jurídica de direito privado; o capital público e privado; o realização de atividades econômicas; o revestimento da forma de Sociedade Anônima; 40

137 o detenção por parte do Poder Público de no mínimo a maioria das ações com direito a voto; o derrogações (alterações parciais) do regime de direito privado o por normas de direito público; o criação por autorização legislativa específica. 4.3 Personalidade Jurídica de Direito Privado Como as empresas públicas, as sociedades de economia mista também possuem personalidade jurídica de direito privado. 4.4 Capital Público e Privado Diferente da empresa pública, cujo capital pertence exclusivamente ao Poder Público, na sociedade de economia mista é possível que haja capital privado. Apenas deve ser destacado que o controle será público, tendo o Estado a maioria absoluta das ações com direito a voto. 4.5 Atividades Econômicas Da mesma forma que as empresas públicas, as sociedades de economia mista também realizam atividades econômicas ou serviços públicos. 4.6 Forma de Sociedade Anônima As sociedades de economia mista, por força de lei, são regidas pela forma de sociedade anônima, diferente da empresa pública que pode ter qualquer forma admitida em direito. 4.7 Derrogações do Regime de Direito Privado Como às empresas públicas, não se aplica o regime de direito privado na íntegra. 4.8 Criação por Autorização Legislativa Específica De acordo com a nova redação dada pela emenda constitucional nº 19 ao art. 37, XIX, da Constituição da República, a criação das sociedades de economia mista será igual a das empresas públicas, necessitando de autorização legislativa específica. A extinção também será igual a da empresa pública, ou seja, é preciso a autorização legislativa, não necessitando ser específica. 5 FUNDAÇÃO PÚBLICA 5.1 Noção Existem dois tipos de fundação, uma regida pelo Direito Público e outra por normas privadas. Em primeiro lugar, devemos definir fundação como sendo a atribuição de personalidade jurídica a um patrimônio, que a vontade humana destina a uma finalidade social. Trata-se de um patrimônio com personalidade. As fundações públicas são instituídas pelo poder público, com, é claro, patrimônio público afetado a um fim público. 5. Características As fundações públicas possuem as seguintes características: o são criadas por dotação patrimonial; o desempenham atividade atribuída ao Estado no âmbito social; o sujeitam ao controle ou tutela por parte da Administração Direta; o possuem personalidade jurídica de direito público, em regra; o criação por autorização legislativa específica. 5.3 Dotação Patrimonial Como ensina a doutrina, a fundação pública vem a ser um patrimônio dotado de personalidade jurídica, assim, para ser criada, é necessária a dotação de um de conjunto de bens (patrimônio). 5.4 Atividade Social O objetivo da fundação é a realização de atividade social, educacional ou cultural, como saúde, educação, cultura, meio-ambiente e assistência social. 5.5 Personalidade Jurídica de Direito Público Com o advento da nova Constituição, como ensina Celso Antônio Bandeira de Mello as fundações públicas passaram a ter o mesmo tratamento jurídico das autarquias, sendo assim, classificadas como pessoas jurídicas de direito público. 41 Entretanto, essa visão não é unânime, Maria Sylvia Zanella Di Pietro e Hely Lopes Meirelles entende que a Fundação Pública pode ser de Direito Público ou Privado conforme a lei instituidora. No nosso entender a emenda nº 19 tendeu a dar razão a esta última corrente, pois estabeleceu a criação da fundação pública de forma semelhante a das empresas públicas. 5.6 Criação por Autorização Legislativa Específica De acordo com a nova redação dada pela emenda constitucional nº 19 ao art. 37, XIX, da Constituição da República, as fundações públicas, como as empresas públicas e as sociedades de economia mista, são criadas por autorização legislativa específica, entretanto para extingui-las é necessária apenas uma autorização legislativa, não necessitando ser específica. AS ENTIDADES PARAESTATAIS INTRODUÇÃO Pretende-se com essa breve exposição sobre o tema: as entidades paraestatais, por meio de alguns doutrinadores e conclusões próprias sobre o assunto, buscar o verdadeiro significado da sua definição conceitual, seu objeto, sua competência, suas relações com a Administração Pública Direta (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), seu regime administrativo interno e com terceiros. 1 BREVE HISTÓRICO Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello o termo Entidades Paraestatais foi empregado pela primeira vez na Itália, em 194. O objetivo era alcançar um meio termo entre as pessoas públicas e privadas, por não se tratar de nenhuma das duas especificadamente. Posteriormente, ainda, na Itália, essa designação, tratava de autarquias de base fundacional. No Brasil o vocábulo era utilizado para indicar de uma forma geral toda a Administração Pública Indireta. Após o decreto-lei n.00 de 5 de fevereiro de 1967, tornou-se uma conceituação imprecisa que muda de doutrinador para doutrinador. DEFINIÇÃO DOUTRINÁRIA DE CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO A expressão abrange pessoas privadas que colaboram com o Estado desempenhando atividade não lucrativa e à qual o Poder Público dispensa especial proteção, colocando a serviço delas manifestações de seu poder de império, como o tributário, por exemplo. Não Abrange as sociedades de economia mista e as empresas públicas; trata-se de pessoas privadas que exercem função típica (embora não exclusiva do Estado). 3 DEFINIÇÃO DOUTRINÁRIA DE MARÇAL JUSTEN FILHO Entidade paraestatal ou serviço social autônomo é uma pessoa jurídica de direito privado criada por lei, atuando sem submissão à Administração Pública, promover o atendimento de necessidades assistenciais e educacionais de certas atividades ou categorias profissionais que arcam com sua manutenção mediante contribuições compulsórias. 4 DEFINIÇÃO DOUTRINÁRIA DE HELY LOPES MEIRELLES São pessoas jurídicas de direito público, cuja criação é autorizada por lei específica (CF, art. 37, XIX e XX), com patrimônio público ou misto, para realização de atividades, obras ou serviços de interesse coletivo, sob normas e controle do estado. Não se confundem com as autarquias nem com as fundações públicas, e também não se identificam com as entidades estatais. Responde por seus débitos, exercem direitos e contraem obrigações, são autônomas. Hely Lopes Meirelles acredita que o paraestatal é gênero, e, diferente de Celso Antonio Bandeira de Mello, do qual são espécies distintas as empresas públicas, sociedades de economia mista e os serviços sociais autônomos, as duas primeiras compondo a administração indireta e a última, a categoria dos entes da cooperação. 5 CARACTERÍSTICAS É mais fácil visualizar as diferenças entre os doutrinadores do que as semelhanças, porém vê-se em todos, por obvio, tratar-se de uma pessoa jurídica de direito privado e criada por lei. Sua etimologia indica que as entidades paraestatais são entes paralelos ao estado, encontrando-se ao lado da Administração Pública para exercer atividades de interesse daquele. Não são submissas à administração pública, seu patrimônio pode ser público ou misto e se de interesse coletivo podem ser fomentadas pelo Estado.

138 Segundo Hely Lopes Meirelles: As entidades estatais prestam-se a executar atividades impróprias do poder público, mas de utilidade pública, de interesse da coletividade e, por isso, fomentadas pelo estado, assim, sendo seus dirigentes sujeitos ao mandado de segurança e ação popular. Elas voltam-se às necessidades Coletivas normalmente relacionadas, segundo Marçal Justen Filho com questões assistenciais, educacionais ou categorias profissionais. Não se confundem com as autarquias nem com as fundações públicas. Apesar de se tratar de pessoa jurídica de direito privado, devem ser impostas algumas regras de direito público. Graças à natureza supraindividual dos interesses atendidos e o cunho tributário dos recursos envolvidos, estão sujeitas à fiscalização do Estado nos termos e condições estabelecidas na legislação de cada uma. As entidades paraestatais estão localizadas no terceiro setor porque não se tratam do estado e nem de atividade privada lucrativa, tratam-se de atividades de interesse coletivo protegendo os valores da ordem pública. Quanto às espécies de entidades paraestatais, elas variam de doutrinador para doutrinador. Hely Lopes Meirelles acredita que elas se dividem em empresas públicas, sociedades de economia mista e os serviços sociais autônomos, diferente de Celso Antônio Bandeira de Mello que diz serem as pessoas privadas que exercem função típica (não exclusiva do Estado), como as de amparo aos hipo-suficientes, de assistência social, de formação profissional. Para Marçal Justen Filho elas são sinônimos de serviço social autônomo voltada à satisfação de necessidades coletivas e supra-individuais, relacionadas com questões assistenciais e educacionais. Ana Patrícia Aguilar insere as organizações sociais na categoria de entidades paraestatais, por serem pessoas privadas que atuam em colaboração com o Estado, "desempenhando atividade não lucrativa e às quais o Poder Público dispensa especial proteção", recebendo, para isso, dotação orçamentária por parte do Estado. Possui como objeto a formação de instituições empresariais tendo na maioria das vezes em seu bojo a contribuição com o interesse coletivo, sendo a sua atuação materialmente administrativa não governamental. Hely Lopes Meirelles diz ser normalmente seu objeto: A execução de uma atividade econômica empresarial, podendo ser também uma atividade não econômica de interesse coletivo ou, mesmo, um serviço público ou de utilidade pública delegado pelo Estado. No primeiro caso a entidade paraestatal há que revestir a forma de empresa pública ou sociedade de economia mista, devendo operar sob as mesmas normas e condições das empresas particulares congêneres, para não lhes fazer concorrência, como dispõe expressamente a CF; nos outros casos o estado é livre para escolher a forma e estrutura da entidade e operá-la como lhe convier, porque em tais hipóteses não está intervindo no domínio econômico reservado à iniciativa privada. O patrimônio dessas entidades pode ser constituído com recursos particulares ou contribuição pública, ou por ambas as formas conjugadas. Tais empreendimentos, quando de natureza empresarial, admitem lucros e devem mesmo produzi-los, para desenvolvimento da instrução e atrativo do capital privado. 6 RELAÇÕES COM TERCEIROS As Entidades Paraestatais estão sujeitas a licitação, seguindo a lei 8.666/83, para compras, obras, alienações e serviços no geral, segundo o artigo 17 da referida lei. Quando imóveis dependerão de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência. Sendo apenas dispensada a licitação nos seguintes casos: a) dação em pagamento; b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da Administração Pública, de qualquer esfera de governo; c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 4 desta Lei; d) investidura; e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo (Incluída pela Lei n , de 1994); f) alienação, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis construídos e destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais de interesse social, por órgãos ou entidades da administração pública especificamente criados para esse fim (Incluída pela Lei n , de 1994); g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 9 da Lei n , de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição (Incluído pela Lei n , de 005). Também dependerão de avaliação prévia e de licitação os moveis, sendo esta dispensada segundo os termos da lei nos seguintes casos: a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócioeconômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação; b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública; c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação específica; d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente; e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades; f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe. Podendo também ter regulamentos próprios para licitar, mas com observância da lei. Devendo ser aprovados pela autoridade superior e obedecer ao princípio da publicidade. 7 REGIME INTERNO Seus empregados estão sujeitos ao regime Celetista, CLT. Têm que ser contratados através de concurso público de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão. A administração varia segundo a modalidade, civil ou comercial, que a lei determinar. Seus dirigentes são estabelecidos na forma da lei ou do estatuto. Podendo ser unipessoal ou colegiada. Eles estão sujeitos a mandado de segurança e ação popular. 8 RELAÇÕES COM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA Criadas por lei e de Competência comum das pessoas políticas. (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). Possuem autonomia administrativa e financeira não dependendo do Estado e nem tendo submissão a ele, tendo fiscalização do controle/tutela por ter valor relevante social. São Fomentadas, se de Interesse Coletivo pelo Estado, mediante contrato gestão. Pode ter seu capital público ou misto. O fomento pode ser em forma de subvenção, financiamento, favor fiscais objetivando uma repercussão coletiva e desapropriação. Extintas por lei porque ninguém pode gerir os destinos de uma entidade criada em função do interesse coletivo. CONCLUSÃO As Entidades Paraestatais possuem uma conceituação bastante confusa em que seus doutrinadores entram, em diversas matérias, em contradição uns com os outros. Celso Antonio Bandeira de Mello acredita que não se tratam as sociedades de economia mista e as empresas públicas de paraestatais, Sendo acompanhado por Marçal Justen Filho que acredita serem apenas entidades paraestatais os serviços sociais autônomos. Diferentemente do que eles acreditam, Hely Lopes Meirelles acredita que as empresas públicas e as sociedades de economia mista se tratam sim de paraestatais junto com os serviços sociais autônomos. Hely Lopes Meirelles diz que as entidades paraestatais podem ser lucrativas por serem empresariais. Já Ana Patrícia Aguiar, Celso Antonio Bandeira de Mello e Marçal Justen Filho discordam dizendo que elas devem ser não lucrativas. São Fomentados pelo Estado, através de contrato social, quando são de interesse coletivo. Não se submetem ao Estado porque são autônomos 4

139 financeiramente e administrativamente, porém por terem relevância social e se tratar de capital público, integral ou misto, sofrem fiscalização do controle/tutela, para não fugirem dos seus fins. Tem como objetivo a formação de instituições que contribuam com os interesses sociais através da realização de atividades, obras ou serviços. NOTAS: MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, ª edição, São Paulo, JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, Artigo 37, II da Constituição Federal. Fonte - PLANEJAMENTO OPERACIONAL Enquanto o nível institucional opera com a incerteza trazida do ambiente que circunda a empresa, o nível intermediário procura amortecê-la, neutralizá-la e contemporizá-la para encaminhar ao nível operacional os esquemas de tarefas e operações racionalizados e submetidos a um processo reducionista típico de abordagem de sistema fechado. Então, o nível operacional quase sempre trabalha dentro da lógica de sistema fechado para que alcance regularidade e certeza no seu cotidiano e funcione com a máxima eficiência possível. Apesar de todas as pressões e contingências do ambiente externo, o nível operacional precisa funcionar como um mecanismo de relojoaria: tecnologia e máquinas em operação, ritmo e cadência para alcançar produtividade, cuidados para evitar possíveis paralisações ou esperas e uma constante regularidade. Para tanto, o nível operacional precisa de um tipo de planejamento o mais próximo possível de um sistema fechado às intempéries ambientais, a menos que estas sejam de tal porte e intensidade a ponto de provocar um profundo choque no funcionamento da empresa. Conceituação de planejamento operacional O planejamento operacional se preocupa basicamente com o que fazer e com o como fazer no nível em que as tarefas são executadas. Refere-se especificamente às tarefas e operações realizadas no dia-a-dia no nível operacional. Como está inserido na lógica de sistema fechado, o planejamento operacional focaliza a otimização e a maximização de resultados, ao passo que o planejamento tático está voltado para resultados apenas satisfacientes. Por meio do planejamento operacional, os administradores visualizam e determinam ações futuras dentro do nível operacional que melhor conduzam ao alcance dos objetivos da empresa. Como o grau de liberdade na execução das tarefas e operações no nível operacional é muito estreito e pequeno, o planejamento operacional se caracteriza pelo detalhamento com o qual estabelece as tarefas e operações, pelo caráter imediatista que focaliza apenas o curto prazo e pela abrangência focal que aborda apenas uma tarefa ou operação. O planejamento operacional pode ser visualizado como um sistema: começa com os objetivos estabelecidos pelo planejamento tático, desenvolve planos e procedimentos detalhados e proporciona informação de retroação no sentido de propiciar meios e condições para otimizar e maximizar os resultados. O planejamento operacional é composto de uma infinidade de planos operacionais que proliferam nas diversas áreas e funções da empresa: produção ou operações, finanças, mercadologia, recursos humanos, entre outras. No fundo, os planos operacionais cuidam da administração pela rotina para assegurar que todos executem as tarefas e operações de acordo com os procedimentos estabelecidos pela empresa, a fim de esta alcançar os seus objetivos. Os planos operacionais estão voltados principalmente para a eficiência (ênfase nos meios), uma vez que a eficácia (ênfase nos fins) é problema remetido para os níveis institucional e intermediário da empresa. Tipos de planos operacionais Embora os planos operacionais sejam heterogêneos e diversificados, eles podem ser classificados em quatro tipos: 1. Planos relacionados com métodos, denominados procedimentos.. Planos relacionados com dinheiro, denominados orçamentos. 3. Planos relacionados com tempo, denominados programas ou programações Planos relacionados com comportamentos, denominados regulamentos. O importante é notar que cada plano pode consistir em muitos subplanos com diferentes graus de detalhamento. Vejamos mais de perto cada um desses tipos de planos operacionais. Para que servem os planos? Para melhorar o desempenho das pessoas. Para melhor utilizar máquinas e equipamentos. Para evitar possíveis paralisações ou esperas desnecessárias. Para melhor alcançar metas e objetivos. Para aumentar a eficiência e eficácia. Procedimentos Formam a sequência de passos ou de etapas que devem ser rigorosamente seguidos para a execução dos planos. São séries de passos detalhados que indicam como cumprir uma tarefa ou alcançar um objetivo preestabelecido. Assim, os procedimentos são subplanos de planos maiores. Devido à sua natureza detalhada, costumam ser escritos e colocados à disposição dos que devem usá-los. Os procedimentos constituem guias para a ação e são mais específicos que as políticas. Em conjunto com outras formas de planejamento, procuram evitar a confusão por meio da direção, da coordenação e da articulação das operações de uma empresa. Ajudam a dirigir todas as atividades da empresa para objetivos comuns, a impor consistência ao longo da organização e através do tempo e buscam economias ao capacitarem a administração a evitar to dos os custos de verificações recorrentes e a delegar autoridade a subordinados para tomar decisões dentro de limites impostos pela administração. Enquanto as políticas são guias para pensar e decidir, um procedimento é um guia para fazer. O termo procedimento refere-se aos métodos para executar as atividades. Um método descreve o processo de executar um passo ou uma etapa do procedimento e pode ser considerado um plano de ação, mas normalmente é um subplano de um procedimento. Procedimento O procedimento também denominado procedimento operacional padronizado é um sistema de passos ou técnicas sequenciais que descreve como uma determinada tarefa ou atividade deve ser feita. Serve para detalhar várias atividades que devem ser executadas com o objetivo de completar um programa. Os procedimentos em geral são transformados em rotinas e expressos na forma de fluxogramas. Fluxogramas são gráficos que representam o fluxo ou a sequência de procedimentos ou de rotinas. Estas nada mais são do que procedimentos devida-mente padronizados e formalizados. Os fluxogramas podem ser de vários tipos. Fluxo grama vertical O fluxograma vertical retrata a sequência de uma rotina por meio de linhas que traduzem as diversas tarefas ou atividades necessárias para a execução da rotina e de colunas que representam, respectivamente, os símbolos das tarefas ou operações, os funcionários envolvidos na rotina, as tarefas ou operações executadas, o espaço percorrido para a execução ou operação e o tempo despendido. O fluxograma vertical, também denominado gráfico de análise de processo, é utilizado para descrever simbolicamente um procedimento executa do por vários funcionários, cada qual desempenhando uma tarefa diferente, ou para descrever uma rotina executada por uma única pessoa. Rotina em sequência vertical No fluxograma vertical anterior, a rotina representada é constituída de dez fases, que envolvem três funcionários, demandam um tempo médio de 164 minutos e levam a uma movimentação de 07 metros. Os dez passas ou fases são constituídos de uma operação, cinco trans portes, duas paradas e duas verificações ou conferências. A linha que liga os diversos símbolos das operações traduz a sequência vertical do fluxograma. O fluxograma vertical coloca a ênfase na sequência da rotina ou do processo. A utilidade do fluxo-grama vertical é enorme, principalmente na área de planejamento de métodos e procedimentos de trabalho, para se montar um procedimento ou rotina, para ajudar no treinamento do pessoal, para fixar a sequência das operações, para racionalizar uma tarefa e outras atividades.

140 Fluxograma horizontal O fluxograma horizontal utiliza, na maioria das ocasiões, os mesmos símbolos do fluxograma vertical e enfatiza os órgãos ou as pessoas envolvidos em um determinado procedimento ou rotina. Em procedi mentos ou rotinas que envolvam muitos órgãos ou pessoas, o fluxograma horizontal permite visualizar a parte cabível a cada um e comparar a distribuição das tarefas entre todos os envolvidos para uma possível racionalização ou redistribuição, ou para dar uma ideia da participação existente, a fim de facilitar os trabalhos de coordenação e de integração. Fluxograma de blocos O fluxograma de blocos baseia-se em uma sequência de blocos ou ícones encadeados entre si, tendo cada qual um significado específico. Apresenta duas vantagens: utiliza uma simbologia mais rica e variada e não se restringe apenas a linhas e colunas preestabelecidas no gráfico. É um fluxograma utilizado pelos analistas de sistemas para representar graficamente as entradas, operações e processos, saídas, conexões, decisões, arquivamento etc., que constituem o fluxo ou sequência das atividades de um sistema qualquer. Simbologia do fluxograma de blocos Os símbolos universais utilizados no fluxograma vertical são os seguintes: 1. Operação: representada por um círculo. É uma etapa ou subdivisão do processo. Uma operação é realizada quando algo é criado, alterado, acrescentado ou subtraído. Geralmente agrega valor ao processo, ao produto ou ao serviço. Exemplos: emissão de um documento, anotação de um registro, colocação de uma peça.. Transporte: representada por um círculo pequeno ou por uma seta. É a tarefa de levar algo de um lugar para outro. Ocorre quando um objeto, uma mensagem ou documento é movimentado de um lugar para outro. Não agrega valor nenhum ao processo, produto ou serviço, apenas custos adicionais. 3. Inspeção (ou verificação ou controle): representada por um quadrado. É uma verificação ou fiscalização (de quantidade ou de qualidade) sem que haja realização de operação. Também não agrega valor, mas agrega custos adicionais. Exemplos: conferência de um documento, verificação de uma assinatura. 4. Arquivamento ou armazenamento: representados por um triângulo. Pode se referir a algum documento (arquivamento) ou a algum material ou produto (armazenamento). Orçamentos São os planos operacionais relacionados com dinheiro em um determinado período de tempo. Os orçamentos comumente têm a extensão de um ano, correspondendo ao exercício fiscal da empresa. Quando os valores financeiros e os períodos temporais se tornam maiores, ocorre o planejamento financeiro, definido e elaborado no nível intermediário da empresa, com dimensões e efeitos mais amplos do que os orçamentos, cuja dimensão é meramente local e cuja temporalidade é limitada. O fluxo de caixa, os orçamentos departamentais de despesas, de encargos sociais referentes aos empregados, de reparos e manutenção de máquinas e equipamentos, de custos diretos de produção, de despesas de promoção e propaganda, entre outros, são exemplos de orçamentos no nível operacional. Listas de verificação As listas de verificação (check-lists) constituem um tipo de procedimento de rotina que contém todas as ações necessárias para a execução de uma determinada tarefa. No fundo, trata-se de uma espécie de lembrete para que o executor não se esqueça de nenhum detalhe. Em geral, referem-se a atividades do nível operacional. Em companhias aéreas os co mandantes seguem listas de verificação para decolar ou aterrissar aviões e os tripulantes seguem listas de verificação no caso de situações perigosas ou acidentes. A seguir há uma lista de verificação sobre os tipos de informação que devem ser obtidos de candidatos aos cargos em uma empresa. 44 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL Marcelo Marques 1 Modelo de gestão O modelo de gestão envolve as seguintes variáveis: divisão do trabalho; alocação de recursos; coordenação do trabalho; definição de padrões qualitativos; natureza dos vínculos formais entre os integrantes. Os modelos de gestões são influenciados pelas seguintes variáveis: autoridade formal; controle sobre recursos escassos; uso da estrutura organizacional, regras e regulamentos; controle do processo de tomada de decisão; controle do conhecimento e da informação; controle dos limites; habilidade de lidar com incerteza; além dos acima mencionados, premissas referentes à cultura organizacional, como valores e normas, também são importantes. A divisão do trabalho necessita de mecanismo de coordenação, pois é através dela que os esforços são pulverizados pela organização. Logo, é necessário unir, ligar e harmonizar todos os esforços, visando atingir objetivos organizacionais. Mecanismos de coordenação Ajuste mútuo baseado em processos simples de comunicação informal, nos quais o controle do trabalho é centrado no nível operacional: a aprendizagem e o conhecimento se desenvolvem em tempo de execução e dependem do grau de adaptação dos especialistas no decurso da ação. Exemplo: uma equipe médica procedendo a uma cirurgia. Supervisão direta mecanismo de coordenação que se dá por intermédio de um único gerente ou pessoa que se responsabiliza pelo trabalho dos outros, dando instruções e monitorando ações. A liderança central é uma exigência, para que todos os resultados de um grupo apreendam etapas de trabalho de um mesmo processo. Exemplo: trabalhadores de uma linha de montagem de automóveis. Padronização dos processos de trabalho, das habilidades e das saídas a padronização visa estabelecer as seguintes questões: Como fazer? Com que competências? Que serviços ou produtos intermediários ou finais serão feitos? 3 Estrutura organizacional - conceituação Mintzberg (1983) define estrutura como a soma total de meios pelos quais o trabalho é dividido em tarefas distintas e como é realizada a coordenação entre elas. Vasconcelos (1989) entende estrutura como o resultado de um processo no qual a autoridade é distribuída, as atividades são especificadas (desde os níveis mais baixos até a alta administração). Stoner (1985) define estrutura como a disposição e a inter-relação entre as partes componentes e cargos de uma empresa. Bowdicht (199) define estrutura genericamente como os padrões de trabalho e disposições hierárquicas que servem para controlar ou distinguir as partes que compõem uma organização. Tanto Hall (1984) entende que estrutura é a distribuição das pessoas entre posições sociais que influenciam os relacionamentos de papéis desempenhados pelas mesmas. Como consequência direta desta distribuição, ocorre a divisão do trabalho e a hierarquia. Observamos que, embora não haja uma uniformidade de definições, todos os autores concordam que a estrutura nasce através do princípio da divisão do trabalho e da hierarquia, logo, é um instrumento gerencial valioso, que, como todos os recursos, precisa ser usado de maneira eficiente. 4 Elementos da estrutura organizacional segundo Stoner (1985) A especificação de tarefas, que se refere à especificação de atividades individuais ou de grupos em toda a organização (divisão do trabalho) e ao agrupamento destas em unidades de trabalho (departamentalização);

141 A padronização das tarefas, ou seja, a definição de procedimentos a serem realizados para garantir a previsibilidade das tarefas; A coordenação das atividades, composta pelos procedimentos realizados para integrar as funções das subunidades da organização; A centralização e descentralização de decisões, que se refere à localização do poder decisório; O tamanho da unidade de trabalho, que se refere ao número de empregados que compõem os grupos de trabalho. A estrutura organizacional pode ser entendida através de dimensões: 1 A especialização divisão de trabalho realização de tarefas em posições definidas; A padronização e formalização regras e procedimentos de ocorrência constante definidos pela organização, caracterizando-se pelas comunicações escritas; 3 A centralização autoridade responsável pelas decisões (lócus); 4 A configuração, que se refere à forma da estrutura, incluindo a amplitude de controle vertical e horizontal. 5 Modelos de estrutura 5.1 Estrutura linear Características: respeita o Princípio da Unidade de Comando; valoriza a hierarquia; perde especialização; possui linhas claras e definidas de autoridade; centraliza as decisões; apresenta-se em forma piramidal. 5. Estrutura funcional Características: respeita o Princípio da Unidade de Comando; valoriza a hierarquia; perde especialização; possui linhas claras e definidas de autoridade; centraliza as decisões; apresenta-se em forma piramidal. 5. Estrutura funcional Características: respeita o Princípio da Unidade de Comando; enfatiza a especialização e a hierarquia; possui assessores especialistas; órgãos A a G = deliberam; staffs = assessoram. 5.4 Estrutura matricial A estrutura matricial permite uma possibilidade a mais de variação a ser considerada quando desejamos: especialização das habilidades dos executivos, rápida transferência de tecnologia entre programas, grande flexibilidade de utilização de mão-de-obra especializada e redução de duplicação de esforços, com consequente redução de custos. Este modelo combina dois critérios de departamentalização: a funcional e a por projetos, serviços ou produtos. Portanto, cada equipe estará subordinada a dois tipos de chefia, não se respeitando a unidade de comando. 6 Departamentalização e seus critérios A finalidade da departamentalização é agrupar, de forma homogênea, atividades afins. Decorre da divisão do trabalho em nível horizontal (busca da especialização), pois em nível vertical a busca é pela supervisão, através da autoridade hierárquica. Critérios de departamentalização Funcional funcional, financeiro, engenharia etc. Por Quantidade turnos de trabalho em decorrência da natureza da atividade. Geográfica atividades dispersas em função de necessidades logísticas. 45 Por Projeto grande concentração de recursos e tempo de duração longo para a fabricação do produto. Por Produto indicada quando uma organização encontra-se em um ambiente instável que exige atenção especial para as mudanças nos pro dutos. Exemplo: empresa de software e hardware. Por Cliente o foco está nas expectativas dos clientes, logo, esse critério fica mais atento às diferenças. Por Processo relaciona-se com o fluxo de trabalho. 7 Modelo organizacional celular Este modelo tem sua teorização muito recente e ainda não existe uma constância de definições entre os diversos autores. Estabelecerei, portanto, diferentes perspectivas sobre o tema sob a ótica dos estudiosos. Paiva (1999) caracteriza as organizações celulares por: reconhecimento pelo valor gerado; autodesenvolvimento; responsabilidades pelos fins com autonomia sobre os meios; compromisso com o resultado; decisões compartilhadas; participação dos resultados e sentimento de prosperidade e participação acionária; e autoridade pelo conhecimento. Vasconcellos e Hemsley (1997) definem o modelo celular como uma forma de organização com alta flexibilidade, em que o delineamento da estrutura praticamente inexiste, e a informalidade é muito elevada. Ribeiro (1993) estabelece algumas características, tais como: pequeno grupo de trabalho onde as relações interpessoais são intensas; cada membro do grupo é reconhecido por suas qualidades e defeitos; o grupo funciona de forma auto-regulada; o mesmo indivíduo pode pertencer a mais de um grupo; algumas células são estáveis no tempo, outras têm duração muito efêmera; o tecido celular é organizado em forma de rede com muitos caminhos possíveis entre uma célula e outra; a célula ineficaz não tem condição de sobreviver; o crescimento da empresa é orientado pelas condições externas; as condições de geração de inovação são aumentadas. 8 Modelo de Mintzberg - tecnoestrutura Para Mintzberg, as estruturas organizacionais são formadas pelos seguintes elementos: cúpula estratégica; linha intermediária; gestão estratégica e tecnológica; recursos e serviços corporativos; execução e operação finalística. A organização, então, passa a: estrutura simples; burocracia mecanicista; burocracia profissional; estrutura divisionada; adhocracia. 9 Tipos de estrutura segundo Mintzberg 9.1 Estrutura simples A tecnoestrutura é praticamente inexistente, bem como os Staffs. Possui órgão centralizador e um centro de operação (nível operacional). O mecanismo de controle utilizado é do tipo supervisão direta. A divisão do trabalho não é clara. Podemos associá-la com as organizações em seus estágios iniciais. 9. Burocracia mecanizada Neste modelo a tecnoestrutura tem seu valor, logo, o mecanismo mais usado é a padronização de processos, sendo, portanto, altamente mecani-

142 zado. As normas são uma necessidade. Encontramos a especialização no sentido vertical (níveis hierárquicos) e no horizontal (departamentos). Ë centralizada vertical-mente e descentralizada em nível de departamentos, e o trabalho exige controle, uma vez que desempenha tarefas especializadas, simples e rotineiras. 9.3 Burocracia profissional Diferencia-se da anterior basicamente por possuir funcionários operacionais bem qualificados, mais autônomos, conseguindo, assim, responder mais rápido às mudanças. A burocracia profissional é o exemplo de uma estrutura mecânica, descentralizada horizontal e verticalmente, pois o centro de execução finalística é o componente fundamental. Indicada em um ambiente estável, mas complexo. 9.4 Estrutura divisionada Neste modelo a linha hierárquica é o componente estratégico, pois através dela é estabelecida a ligação com as divisões e a cúpula. Cada divisão é uma subestrutura, funcionando como pequenas burocracias mecanicistas, logo, o mecanismo de coordenação é a padronização dos resultados obtidos por cada unidade. As divisões apresentam uma alta formalização e divisão do trabalho, mas são independentes umas das outras. O contexto externo (ambiente) para essa organização é, geralmente, estável e simples. 9.5 Adhocracia Caracteriza-se pelo pouco tempo de duração. É constituída por equipes ad hoc de pessoas qualificadas em áreas diversificadas. O mecanismo de coordenação é o ajuste mútuo entre os participantes. O mecanicismo não tem lugar, cedendo para a analogia orgânica, apresentando alta diferenciação horizontal e pouca importância vertical (hierarquia). É versátil e flexível, e a estratégia vai surgindo com as decisões. NOVAS TECNOLOGIAS GERENCIAIS E ORGANIZACIONAIS Marcelo Marques 1 Gestão estratégica presença nos governos e nas organizações em geral O termo estratégia tem origem na Grécia e com forte conotação militar. Hoje reparamos várias semelhanças entre a antiga estratégia e a encontrada no ambiente das modernas organizações, onde objetivos são definidos no horizonte de longo prazo envolvendo análises internas e externas, delineando pontos fortes e fracos, além das ameaças e oportunidades. O ambiente organizacional muda em uma velocidade assustadora, tornando-se imenso e complexo, exigindo das organizações flexibilidade, agilidade, tecnologia da informação, aproximação com os clientes e mudança continuada. A visão holística torna-se uma condição imperativa. Enxergar os ambientes da tarefa e geral, bem como suas deficiências e suficiências organizacionais, é o pré-requisito para montar uma estratégia. Estratégia é o conjunto de decisões fixadas em consonância com a missão. A missão é a razão de ser de uma organização, sendo, portanto, uma necessidade atemporal, ou seja, precisa estar presente em qualquer época da existência de uma organização. Entendemos, ainda, que a estratégia é o processo contínuo e sistemático de direcionar a organização para atingir sua missão. Envolve atividades de planejamento e controle de decisões, além da coordenação das ações resultantes do processo de adaptação ao seu ambiente. Etapas da gestão estratégica A gestão estratégica evoluiu do planejamento estratégico. 1. Análise ambiental A primeira etapa do processo de gerenciamento da estratégia é o diagnóstico da ambiência interna e externa à organização. Ambiente geral ou macroambiente: composto de fatores como conjuntura política, estrutura econômica, valores da sociedade, desenvolvimento tecnológico etc. Esses fatores influenciam muito os negócios da organização, mas a recíproca não é verdadeira. A organização não é capaz de modificar esses fatores. Ambiente da tarefa: composto de agentes como sindicatos, agências governamentais, instituições financeiras, fornecedores, clientes, comunidade etc. Esses agentes interagem diretamente com a organização, influenciando e sendo influenciados por ela. Ambiente interno: considera os aspectos internos da organização, como sua cultura, estrutura, tecnologia, processos de trabalho, controles etc. 46. Estabelecimento da direção organizacional Constituição da missão, visão e os objetivos. O ponto de partida para a formulação da estratégia é a missão. Esta não pode ser nem tão geral, nem tão específica. Quando bem definida, fornece subsídios para a direção e objetivos a serem fixados. 3. Formulação da estratégia Questionamentos Quais os objetivos da organização? Para onde a organização está se dirigindo? Em que tipo de ambiente a organização insere-se atualmente? O que pode ser feito para melhor alcançar os objetivos organizacionais no futuro? 4. Implementação da estratégia Gerenciamento de pessoas Alocação de recursos Monitoração Organização 5. Controle estratégico Consiste em monitorar e avaliar o processo de gerenciamento de estratégias como um todo, para assegurar que ele esteja funcionando adequadamente. 3 Planejamento estratégico clássico Concepção -> Gestão do conhecimento -> Formulação -> Implementação -> Avaliação 3.1 Missão A missão é uma orientação atemporal, a razão de ser, o porquê de a organização existir. Exemplos de missão Nike experimentar a emoção da competição, da vitória; 3M resolver, de forma inovadora, problemas não solucionados; Walt Disney fazer pessoas felizes; Tribunal de Contas da União (TCU) assegurar a efetiva e regular gestão dos recursos públicos, em benefício da sociedade. Embora a missão seja uma orientação atemporal, muitas organizações necessitam revisar constantemente esta ferramenta, conforme se observa no caso da IBM. Evolução da missão da IBM Início da década de 1950 computadores. Final da década de 1950 processamento de dados. Início da década de 1960 manipulação de informações. Final da década de 1960 solução de problemas e processamento de dados. Início da década de 1970 minimização de riscos. Final da década de 1970 desenvolvimento de alternativas. Década de 1980 otimização de negócios. Início da década de 1990 desenvolvimento de novos negócios de em presas. Final da década de 1990 oferecimento de soluções criativas e invadoras para as necessidades de informação dos clientes. 3. Visão A visão é uma orientação temporal, é onde a organização deseja chegar, denota um modelo mental de um estado ou situação desejável. Visão e missão devem estar em consonância. Exemplos de visão Tribunal de Contas da União (TCU) ser uma instituição de excelência no controle e contribuir para o aperfeiçoamento da administração pública. Citibank tornar-se uma instituição financeira mais poderosa, com mais serviços, e mais influente que qualquer outra. Boing construir aviões em que teríamos orgulho de colocar nossas famílias. 3.3 Valores Os valores são os atributos e virtudes da organização. Exemplo: cultura para a qualidade, respeito ao ambiente.

143 4 Escolas do planejamento estratégico as várias abordagens Segundo Mintzberg, com a evolução do pensamento estratégico foram aparecendo escolas (correntes), e cada uma com posições peculiares sobre o planejamento estratégico. De acordo com Ansoff e McDonnell (1993), planejamento estratégico é um procedimento sistemático de gestão empreendedora que baseia a estratégia futura da empresa em um exame de alternativas novas. Cavalcanti (000) afirma que a ideia do planejamento estratégico surgiu há 40 anos, no auge da expansão e diversificação dos negócios na década de 60, e que a inovação tornou-se componente ativo da estratégia empresarial. Com exemplo, destaca o estudo da Standard Ou Company. Gestão por Processos. A Gestão pro Processos é um tema que tem despertado crescente interesse das empresas. Ainda imaturo, o mercado está respondendo aos esforços educacionais oferecidos pelos fornecedores destas soluções. Entretanto, ainda são grandes os obstáculos à maturidade deste tipo de aplicação. A falta de um efetivo conhecimento sobre este conceito e a análise focada exclusivamente nas features dos produtos que são disponibilizados pelos fornecedores são fatores preponderantes na formação de uma opinião distorcida sobre os benefícios advindos de uma gestão por processos. Some-se ainda a profusão de soluções que estão sendo apresentadas, muitas delas criadas para outras finalidades e agora vestidas com uma nova roupagem de marketing, sobrepõem conceitos e dificultam o entendimento pelos avaliadores. Este pequeno ou inexistente embasamento teórico pode ser explicado pelo pequeno alinhamento do ambiente acadêmico com o conceito de Gestão por Processos. Esta mudança seria fundamental para a criação de um ambiente mais receptivo ao conceito, pelo C-Level ( CEO, CIO, etc ) das empresas. Neste sentido, ainda não é suficientemente claro para as academias, a existência de uma camada independente enquanto solução de software, visto que gerir processos e integrar aplicações sempre foi um produto secundário de projetos apresentados pelos fornecedores de ERP s e não era tratado com a devida importância. Despertar os executivos de negócio para a importância da Gestão por Processos pode ser uma tarefa ingrata, pois processos ainda são vistos com um quê de negligência, como uma atividade menor, menos importante. Diariamente, mais e mais empresas estão adotando de forma silenciosa, a Gestão pro Processos. Estas empresas elegeram executivos de carreira para gerir macro-processos fundamentais. Elas mudaram o foco dos seus sistemas de aferição de objetivos das unidades para objetivos dos processos e basearam seus sistemas de remuneração diretamente sobre a performance dos seus processos. Também alteraram a maneira como recrutaram e treinaram seus colaboradores, com ênfase nos macro processos e não nas pequenas tarefas. E ainda trabalharam em mudanças pequenas, porém fundamentais, na sua cultura. Por fim, estes executivos vão assumir gradativamente o controle do orçamento destinado a melhoria dos seus macro-processos, uma vez que estes detêm o conhecimento sobre seus pontos fracos em toda sua extensão, podendo investir os recursos da empresa com muito mais propriedade. Já na área de tecnologia, a negação da existência da camada de aplicações destinada a gestão dos processos, promovida por alguns executivos de TI, vai segurar esta onda, talvez por tempo demais. Este perfil de executivo, cujo enfoque está voltado exclusivamente para a ideia de que a área de sistemas deve aprisionar os processos de negócio conforme aquilo que seus pacotes de gestão permitem, vai demandar um atraso da empresa perante seus concorrentes. Um registro interessante é que atualmente existe uma grande preocupação na adoção de metodologias voltadas para a governança, e as áreas de TI despontam como agentes desta demanda, como ITIL, COBIT, PMI e outras. Fica claro que sua implementação demanda um amplo conhecimento dos processos da empresa, suas implicações, seus custos e os recursos disponíveis para implementá-los. Gerir estes processos é, em síntese, gerir o negócio, seja o enfoquerestrito a TI ou não, como ficou evidenciado pela SARBANES-OXLEY. A empresa orientada a processos é com certeza uma tendência irreversível. Implementar o conceito de Gestão por Processos pode ainda necessitar a quebra de alguns paradigmas internos, mas, alinhar-se a este 47 pensamento, será uma etapa importante para todos os executivos, em todas as áreas. Antônio Dutra Jr. NATUREZA E EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO ADMINISTRATIVO O estudo da Administração é um desdobramento da história das transformações econômicas, sociais e políticas de várias culturas, necessidades que o homem tem em sua natureza que precisam ser satisfeitas através de esforços organizados. Historicamente, o fenômeno da industrialização é relativamente recente. Antes da industrialização as organizações humanas eram fundamentalmente a família, a tribo, a igreja, o exército e o Estado. Desde o princípio o homem sentiu necessidade de organizar-se para as campanhas militares, para os problemas familiares, para a administração governamental e para a operação de sua religião, decorrendo da as primeiras noções de organização. Examinando-se a administração pré-industrial, dois temas aparecem: 1. noção relativamente limitada das funções administrativas;. pouca consideração pela atividade comercial. Vários indícios na história antiga mostram-nos que devem ter existido planos formais, organizações de trabalho, liderança e sistemas de avaliação, ou seja, as grandes construções épicas, como as pirâmides, por exemplo, indicam uma prática eficiente das funções administrativas. Quando lemos a Bíblia com uma ótica de administrador, encontramos citações, como as referentes ao êxodo, que explicam a forma piramidal dos organogramas organizacionais. Orientando-nos pela evolução da história antiga, podemos situar acontecimentos que permitiram a evolução das antigas civilizações com base em princípios administrativos que são até hoje defendidos e utilizados por grandes teóricos da administração. Revolução Industrial Esses princípios nortearam a evolução das sociedades através dos séculos, do período medieval ao mercantilista, tendo o seu grande despertar no principio do século XVI, com as grandes descobertas através da navegação e das invenções, iniciando-se assim o que podemos chamar de primórdios da Revolução Industrial. Nessa época situam-se os sistemas de produção industrial, que, corno as civilizações, passou por diversas fases. No início predominou o sistema familiar, que em algumas sociedades persistem até hoje. O crescimento do comércio também necessitava de racionalização nos métodos de registro (anotações/ contabilização). Luca Pacioli, em 1494, escreveu Summa de aritmética, geométrica, proporcional e proporcionalista. Foi o primeiro sistema de partidas dobradas decorrente da necessidade de os mercadores saberem suas posições de créditos e débitos, fornecerem posição de caixa e inventário. Até o século XX, nenhum avanço foi feito sobre o sistema de Pacioli. Em Sina, Veneza, Gênova e Florença, banqueiros como os Medici e Peruzzis estabeleceram escritórios bancários para movimentar, transferir as contas em partidas dobradas e realizavam empréstimo. O grande obstáculo para os banqueiros era a proibição dos juros, mas as necessidades comerciais sobrepuseram-se às religiosas, e por volta de 1400 muitos estados aboliram estas proibições. Dando mais um salto na história, passamos agora para a fase dos primeiros estudos formais; enquanto teoria de administração que se situa nos séculos XIX e XX, surgiu a chamada Administração científica, com a publicação dos Princípios da administração científica, em 1911, por Frederick Winslow Taylor, chamado Pai da Administração Científica. Nessa mesma época surgiram estudos encabeçados por Frank e Lilian Gilbreth e Morris Cooke, os primeiros preocupados com os estudos dos movimentos de mão e corpo para a otimização dos esforços, eliminando-se movimentos inúteis e projetando o uso de ferramentas e equipamentos

144 mais adequados para os trabalhadores, e Cooke adaptando os princípios da administração científica em organizações nas não industriais. Com esses estudos, um espaço enorme para novas ideias estava automaticamente aberto, e ele foi ocupado imediatamente. Henri Fayol, em seu livro General and Industrial Management, introduziu aquilo que hoje chamamos Processo Administrativo: planejamento, organização, comando, coordenação e controle. Max Weber criou uma teoria de estrutura de poder e autoridade, que denominou Escola Burocrática. Oliver Sheldon escreveu o livro Filosofia da Administração, reconhecendo a responsabilidade e a ética da administração perante a sociedade. A partir daí surgiram estudos que não podemos caracterizar como escolas propriamente ditas, porque foram surgindo em ondas e superpondose uma teoria à outra, considerados mais propriamente como abordagens teóricas. Virnet A administração é um conjunto de normas e funções elaboradas para disciplinar elementos de produção, que têm como objetivo alcançar um resultado eficaz e retorno financeiro. Administrar envolve a elaboração de planos, pareceres, relatórios, projetos, arbitragens e laudos, em que é exigida a aplicação de conhecimentos inerentes às técnicas de Administração. A profissão de administrador é historicamente recente e foi regulamentada no Brasil em 9 de setembro de 1965, data em que se comemora o Dia do Administrador. Os primeiros administradores profissionais (administrador contratado, que não é o dono do negócio) foram os que geriram as companhias de navegação inglesas a partir do século XVII. Segundo Jonh W. Riegel, "o êxito do desenvolvimento de executivos em uma empresa é resultado, em grande parte, da atuação e da capacidade dos seus gerentes no seu papel de educadores.cada superior assume este papel quando ele procura orientar e facilitar os esforços dos seus subordinados para se desenvolverem". Funções administrativas Fayol foi o primeiro a definir as funções básicas do Administrador: planejar, organizar, controlar, coordenar e comandar - POCCC. Atualmente, sobretudo com as contribuições da Abordagem Neoclássica da Administração, em que um dos maiores nomes é Peter Drucker, os princípios foram retrabalhados e são conhecidos como Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar (PODC). Ressalte-se, então, que destas funções as que sofreram transformações na forma de abordar foram "comandar e coordenar" que anteriormente chamava-se Dirigir (Liderança). Atualmente, as principais funções administrativas são: Fixar objetivos (planejar) Analisar: conhecer os problemas. Solucionar problemas Organizar e alocar recursos (recursos financeiros e tecnológicos e as pessoas). Comunicar, dirigir e motivar as pessoas (liderar) Negociar Tomar as decisões. Mensurar e avaliar (controlar). As características do gestor Entende-se como características do gestor, suas funções, habilidades e competências. Segundo Araújo (004), as funções do gestor foram, num primeiro momento, delimitadas como: planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar. No entanto, por ser essa classificação bastante difundida, é comum encontrá-la em diversos livros e até mesmo em jornais de forma condensada em quatro categorias. São elas: planejar, organizar, liderar e controlar. Planejar: definir o futuro da empresa, principalmente, suas metas, como serão alcançadas e quais são seus propósitos e seus objetivos (ARAÚJO, 169, 004), ou como ferramenta que as pessoas e as organizações usam para administrar suas relações com o futuro. É uma aplicação específica do processo decisório. (MAXIMIANO, 105, 00). O planejamento envolve a determinação no presente do que se espera para o futuro da organização, envolvendo quais as decisões deverão ser tomadas, para que as metas e propósitos sejam alcançados. Organizar: pode-se constatar que [...] se fosse possível sequenciar, diríamos que depois de traçada(s) a(s) meta(s) organizacional (ais), é necessário que as atividades sejam adequadas às pessoas e aos recursos da organização, ou seja, chega a hora de definir o que deve ser feito, por quem deve ser feito, como deve ser feito, a quem a pessoa deve reportarse, o que é preciso para a realização da tarefa. (ARAÚJO, 169, 004). Logo, organizar é o processo de dispor qualquer conjunto de recursos em uma estrutura que facilite a realização de objetivos. O processo de organizar tem como resultado o ordenamento das partes de um todo, ou a divisão de um todo em partes ordenadas. (MAXIMIANO, 111, 00). Liderar: envolve influenciar as pessoas para que trabalhem num objetivo comum. Meta(s) traçada(s), responsabilidades definidas, será preciso neste momento uma competência essencial, qual seja, a de influenciar pessoas de forma que os objetivos planejados sejam alcançados. (ARAÚJO, 170, 004). Maximiano ao invés de liderar, define o terceiro passo como executar, o processo de execução consiste em realizar as atividades planejadas que envolvem dispêndio de energia física e intelectual (MAXIMIANO, 119, 00). E por último controlar, que estando a organização devidamente planejada, organizada e liderada, é preciso que haja um acompanhamento das atividades, a fim de se garantir a execução do planejado e a correção de possíveis desvios (ARAÚJO, 170, 004). Cada uma das características podem ser definidas separadamente, porém dentro da organização, são executadas em conjunto, ou seja, não podem ser trabalhados disjuntas. Princípios para um bom Administrador Saber utilizar princípios, técnicas e ferramentas administrativas; Saber decidir e solucionar problemas; Saber lidar com pessoas: comunicar eficientemente, negociar, conduzir mudanças, obter cooperação e solucionar conflitos. Ter uma visão sistêmica e global da estrutura da organização; Ser proativo, ousado e criativo; Ser um bom líder; Gerir com responsabilidade e profissionalismo. TAYLORISMO Taylorismo ou Administração científica é o modelo de administração desenvolvido pelo engenheiro estadunidense Frederick Winslow Taylor ( ), que é considerado o pai da administração científica. Caracteriza-se pela ênfase nas tarefas, objetivando-se aumentar a eficiência da empresa aumentando-se a eficiência ao nível operacional. Primeiros estudos essenciais desenvolvidos por Taylor Em relação ao desenvolvimento do pessoal e seus resultados objetivamente: acreditava que, oferecendo instruções sistemáticas e adequadas aos trabalhadores, ou seja, treinando-os, haveria possibilidade de fazê-los produzir mais e com melhor qualidade.. Em relação ao planejamento a atuação dos processos: achava que todo e qualquer trabalho necessita, preliminarmente, de um estudo para que seja determinada uma metodologia própria, visando sempre o seu máximo desenvolvimento. Em relação a produtividade e à participação dos recursos humanos: estabelecia a co-participação entre o capital e o trabalho, cujo resultado refletia em menores custos, salários mais elevados e, principalmente, em aumentos de níveis de produtividade. Em relação ao autocontrole das atividades desenvolvidas e às normas procedimentais: introduziu o controle com o objetivo de 48

145 que o trabalho seja executado de acordo com uma sequência e um tempo pré-programados, de modo a não haver desperdício operacional. Inseriu, também, a supervisão funcional, estabelecendo que todas as fases de um trabalho devem ser acompanhadas de modo a verificar se as operações estão sendo desenvolvidas em conformidades com as instruções programadas. Finalmente, apontou que estas instruções programadas devem, sistematicamente, ser transmitidas a todos os empregados. Metodologia do estudo Taylor iniciou o seu estudo observando o trabalho dos operários. Sua teoria seguiu um caminho de baixo para cima, e das partes para o todo; dando ênfase na tarefa. Para ele a administração tinha que ser tratada como ciência. Desta forma ele buscava ter um maior rendimento do serviço do operariado da época, o qual era desqualificado e tratado com desleixo pelas empresas. Não havia, na época, interesse em qualificar o trabalhador, diante de um enorme e supostamente inesgotável "exército industrial de reserva". O estudo de "tempos e movimentos" mostrou que um "exército" industrial desqualificado significava baixa produtividade e lucros decrescentes, forçando as empresas a contratarem mais operários. Taylor tinha o objetivo de acelerar o processo produtivo, ou seja, produzir mais em menos tempo, e com qualidade. Organização Racional do Trabalho Análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos: objetivava a isenção de movimentos inúteis, para que o operário executasse de forma mais simples e rápida a sua função, estabelecendo um tempo médio, a fim de que as atividades fossem feitas em um tempo menor e com qualidade, aumentando a produção de forma eficiente e eficaz. Estudo da fadiga humana: a fadiga predispõe o trabalhador à diminuição da produtividade e perda de qualidade, acidentes, doenças e aumento da rotatividade de pessoal. Divisão do trabalho e especialização do operário, cada um se especializaria e desenvolveria as atividades em que mais tivessem aptidões. Desenho de cargos e tarefas: desenhar cargos é especificar o conteúdo de tarefas de uma função, como executar e as relações com os demais cargos existentes. Incentivos salariais e prêmios por produtividade Condições de trabalho: O conforto do operário e o ambiente físico ganham valor, não porque as pessoas merecessem, mas porque são essenciais para o ganho de produtividade Padronização: aplicação de métodos científicos para obter a uniformidade e reduzir os custos Supervisão funcional: os operários são supervisionados por supervisores especializados, e não por uma autoridade centralizada. Homem econômico: o homem é motivável por recompensas salariais, econômicas e materiais. Pagamento diferenciado para quem produzia acima de um certo padrão. A empresa era vista como um sistema fechado, isto é, os indivíduos não recebiam influências externas. O sistema fechado é mecânico, previsível e determinístico. Porém, a empresa é um sistema que movimenta-se conforme as condições internas e externas, portanto, um sistema aberto e dialético. Princípios da Administração Científica Taylor pretendia definir princípios científicos para a administração das empresas. Tinha por objetivo resolver os problemas que resultam das relações entre os operários, como consequência modificam-se as relações humanas dentro da empresa, o bom operário não discute as ordens, nem as instruções, faz o que lhe mandam fazer. A gerência planeja e o operário apenas executa as ordens e tarefas que lhe são determinadas. Os quatro princípios fundamentais da administração Científica são: 1. Princípio do planejamento. Princípio da preparação dos trabalhadores 3. Princípio do controle 4. Princípio da execução FORDISMO Idealizado pelo empresário estadunidense Henry Ford ( ), fundador da Ford Motor Company, o Fordismo é um modelo de Produção em massa que revolucionou a indústria automobilística na primeira metade do século XX. Ford utilizou à risca os princípios de padronização e simplificação de Frederick Taylor e desenvolveu outras técnicas avançadas para a época. Suas fábricas eram totalmente verticalizadas. Ele possuía desde a fábrica de vidros, a plantação de seringueiras, até a siderúrgica. Ford criou o mercado de massa para os automóveis. Sua obsessão era tornar o automóvel tão barato que todos poderiam comprá-lo, porém mesmo com o barateamento dos custos de produção, o sonho de Henry Ford permaneceu distante da maioria da população. Uma das principais características do Fordismo foi o aperfeiçoamento da linha de montagem. Os veículos eram montados em esteiras rolantes que movimentavam-se enquanto o operário ficava praticamente parado, realizando uma pequena etapa da produção. Desta forma não era necessária quase nenhuma qualificação dos trabalhadores. Outra característica é a de que o trabalho é entregue ao operário, em vez desse ir buscá-lo, fazendo assim a analogia à eliminação do movimento inútil. O método de produção fordista exigia vultuosos investimentos e grandes instalações, mas permitiu que Ford produzisse mais de milhões de carros por ano, durante a década de 190. O veículo pioneiro de Ford no processo de produção fordista foi o mítico Ford Modelo T, mais conhecido no Brasil como "Ford Bigode". O Fordismo teve seu ápice no período posterior à Segunda Guerra Mundial, nas décadas de 1950 e 1960, que ficaram conhecidas na história do capitalismo como Os Anos Dourados. Entretanto, a rigidez deste modelo de gestão industrial foi a causa do seu declínio. Ficou famosa a frase de Ford, que dizia que poderiam ser produzidos automóveis de qualquer cor, desde que fossem pretos. O motivo disto era que com a cor preta, a tinta secava mais rápido e os carros poderiam ser montados mais rapidamente. A partir da década de 70, o Fordismo entra em declínio. A General Motors flexibiliza sua produção e seu modelo de gestão. Lança diversos modelos de veículos, várias cores e adota um sistema de gestão profissionalizado, baseado em colegiados. Com isto a GM ultrapassa a Ford, como a maior montadora do mundo. Na década de 70, após os choques do petróleo e a entrada de competidores japoneses no mercado automobilístico, o Fordismo e a Produção em massa entram em crise e começam gradativamente a serem substituídos pela Produção enxuta, modelo de produção baseado no Sistema Toyota de Produção. Em 007 a Toyota torna-se a maior montadora de veículos do mundo e põe um ponto final no Fordismo. TEORIA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO A Teoria Clássica da Administração foi idealizada por Henri Fayol. Caracteriza-se pela ênfase na estrutura organizacional, pela visão do homem econômico e pela busca da máxima eficiência. Sofreu críticas como a manipulação dos trabalhadores através dos incentivos materiais e salariais e a excessiva unidade de comando e responsabilidade. Paralelamente aos estudos de Frederick Winslow Taylor, Henri Fayol defendia princípios semelhantes na Europa, baseado em sua experiência na alta administração. Enquanto os métodos de Taylor eram estudados por executivos Europeus, os seguidores da Administração Científica só deixaram de ignorar a obra de Fayol quando a mesma foi publicada nos Estados Unidos. O atraso na difusão generalizada das ideias de Fayol fez com que grandes contribuintes do pensamento administrativo desconhecessem seus princípios. Princípios Básicos Fayol relacionou 14 princípios básicos que podem ser estudados de forma complementar aos de Taylor: 49

146 Divisão do trabalho - Especialização dos funcionários desde o topo da hierarquia até os operários da fábrica, assim, favorecendo a eficiência da produção aumentando a produtividade. Autoridade - Autoridade é todo direito dos superiores darem ordens que teoricamente serão obedecidas. Responsabilidade é a contrapartida da autoridade. Disciplina - Necessidade de estabelecer regras de conduta e de trabalho válidas pra todos os funcionários. A ausência de disciplina gera o caos na organização. Unidade de comando - Um funcionário deve receber ordens de apenas um chefe, evitando contra-ordens. Unidade de direção - O controle único é possibilitado com a aplicação de um plano para grupo de atividades com os mesmos objetivos. Subordinação dos interesses individuais(ao interesse geral) - Os interesses gerais da organização devem prevalecer sobre os interesses individuais. Remuneração - Deve ser suficiente para garantir a satisfação dos funcionários e da própria organização. Centralização (ou Descentralização) - As atividades vitais da organização e sua autoridade devem ser centralizadas. Linha de Comando (Hierarquia) - Defesa incondicional da estrutura hierárquica, respeitando à risca uma linha de autoridade fixa. Ordem - Deve ser mantida em toda organização, preservando um lugar pra cada coisa e cada coisa em seu lugar. Equidade - A justiça deve prevalecer em toda organização, justificando a lealdade e a devoção de cada funcionário à empresa. Direitos iguais. Estabilidade dos funcionários - Uma rotatividade alta tem consequências negativas sobre desempenho da empresa e o moral dos funcionários. Iniciativa - Deve ser entendida como a capacidade de estabelecer um plano e cumpri-lo. Espírito de equipe - O trabalho deve ser conjunto, facilitado pela comunicação dentro da equipe. Os integrantes de um mesmo grupo precisam ter consciência de classe, para que defendam seus propósitos. Funções Administrativas Planejar - Estabelece os objetivos da empresa, especificando a forma como serão alcançados. Parte de uma sondagem do futuro, desenvolvendo um plano de ações para atingir as metas traçadas. É a primeira das funções, já que servirá de base diretora à operacionalização das outras funções. Organizar - É a forma de coordenar todos os recursos da empresa, sejam humanos, financeiros ou materiais, alocando-os da melhor forma segundo o planejamento estabelecido. Comandar - Faz com que os subordinados executem o que deve ser feito. Pressupõe que as relações hierárquicas estejam claramente definidas, ou seja, que a forma como administradores e subordinados se influenciam esteja explícita, assim como o grau de participação e colaboração de cada um para a realização dos objetivos definidos. Coordenar - A implantação de qualquer planejamento seria inviável sem a coordenação das atitudes e esforços de toda a empresa, almejando as metas traçadas. Controlar - Controlar é estabelecer padrões e medidas de desempenho que permitam assegurar que as atitudes empregadas são as mais compatíveis com o que a empresa espera. O controle das atividades desenvolvidas permite maximizar a probabilidade de que tudo ocorra conforme as regras estabelecidas e ditadas. Considerações sobre a Teoria Clássica Obsessão pelo comando - Tendo como ótica a visão da empresa a partir da gerência administrativa, Fayol focou seus estudos na unidade do comando, autoridade e na responsabilidade. Em função disso, é visto como obcecado pelo comando. A empresa como sistema fechado - A partir do momento em que o planejamento é definido como sendo a pedra angular da gestão empresarial, é difícil imaginar que a organização seja vista como uma parte isolada do ambiente. 50 Manipulação dos trabalhadores - Bem como a Administração Científica, fora tachada de tendenciosa, desenvolvendo princípios que buscavam explorar os trabalhadores. Funções Gerenciais X Princípios Científicos A Teoria da Administração Científica estudava a empresa privilegiando as tarefas de produção enquanto a Teoria Clássica da Administração a estudava privilegiando a estrutura da organização. Ambas as teorias buscavam alcançar o mesmo objetivo: maior produtividade do trabalho e a busca da eficiência nas organizações. Se a Administração Científica se caracterizava pela ênfase na tarefa realizada pelo operário, a Teoria Clássica se caracterizava pela ênfase na estrutura que a organização deveria possuir para ser eficiente. A consequência destas Teorias foi uma redução no custo dos bens manufaturados. Aquilo que fora um luxo acessível apenas aos ricos, como automóveis ou aparelhos domésticos, tornou-se disponível para as massas. Mais importante foi o fato de que tornaram possível o aumento dos salários, ao mesmo tempo em que reduziram o custo total dos produtos. A inexistência de fundamentação científica das concepções Não existe fundamentação experimental dos métodos e técnicas estudados por Fayol. Os princípios que esta apresenta carecem de uma efetiva investigação, não resistindo ao teste de aplicação prática. TEORIA NEOCLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO A teoria neoclássica da administração é o nome dado a um conjunto de teorias que surgiram na década de 50 e que propõem uma retomada das abordagens clássica e científica da administração. A teoria têm como principal referência Peter Drucker, mas também inclui um grupo amplo de autores como Willian Newman, Ernest Dale, Ralph Davis, Louis Allen e George Terry. Dentre os principais conceitos abordados por essa teoria, destacam-se: ênfase na prática da administração; reafirmação relativa das proposições clássicas; ênfase nos princípios gerais de gestão; ênfase nos objetivos e resultados. Esta nomenclatura é utilizada apenas no Brasil. Foi popularizada no livro texto de Chiavenato, que é utilizado no ensino da administração de empresas no país. Chiavenato diz: "Os autores aqui abordados, (...) muito embora não apresentem pontos de vista divergentes, também não se preocupam em se alinhar dentro de uma organização comum. Em resumo, os autores neoclássicos não forma propriamente uma escola bem definida, mas um movimento relativamente heterogêneo. Preferimos a denominação teoria para melhor enquadramento didático e facilidade de apresentação". Fora do Brasil, pode-se associar essa escola de pensamento à abordagem teórica proposta por Drucker, que é considerada uma ruptura com a abordagem vigente. As teorias depois de Drucker são chamadas de "modernas" por ser ele reconhecido como "pai da administração moderna" ("modern management" em inglês), embora o termo "administração moderna" seja mais abrangente que a proposta de Chiavenato. Benchmarking Benchmarking é a busca das melhores práticas na indústria que conduzem ao desempenho superior. É visto como um processo positivo e pró-ativo por meio do qual uma empresa examina como outra realiza uma função específica a fim de melhorar como realizar a mesma ou uma função semelhante. O processo de comparação do desempenho entre dois ou mais sistemas é chamado de benchmarking, e as cargas usadas são chamadas de benchmark. Apesar do seu neologismo, "Benchmarketing" é mais do que uma simples combinação de palavras - exprime uma filosofia. Este processo não se limita na simples identificação das melhores práticas, mas, principalmente, na sua divulgação através das diversas técnicas do Marketing. "Benchmarking é simplesmente o método sistemático de procurar os melhores processos, as ideias inovadoras e os procedimentos de operação mais eficazes que conduzam a um desempenho superior" (Christopher E. Bogan).

147 ReAdministração Readministração é uma forma de gerir as organizações, de um lado organizações eficiente, eficazes e efetivas e, do outro lado, indivíduos satisfeitos, atualizados e recompensados com e pelo que fazem (Caravantes; Bjur, 1997). A ideia de ReAdministração surgiu como contraponto da ideia de Reengenharia que é considerada revolucionaria, radical e drástica, que causava grande impacto nas pessoas e nas atividades, e sua visão era somente a curto prazo, sistêmica e técnica. A ReAdministração visava a vantagem competitivas, a satisfação do cliente e dos membros das organização. Enfocava a responsabilidade social, ecológica e técnica. Compreendia a empresa com uma visão holística e abordagem evolucionaria e programada. Tem como proposta: Questionar a aplicabilidade da Reengenharia Propor uma reformulação mais abrangente e menos radical das orientações administrativas e gerencias, mais aplicável a longo prazo com uma teoria ou filosofia administrativa renovada. "A ReAdministração entende que o homem moderno despende significativa de sua vida dentro de organizações, trabalhando para organizações e que, portanto, as organizações e as tarefas que executam são, respectivamente, o lugar e o foco apropriado onde buscar seu desenvolvimento. Não queremos dizer que as organizações têm a obrigação de desenvolver seus recursos humanos, simplesmente porque entendemos que desenvolvimento, por definição, é sempre autodesenvolvimento. entretanto, as organizações podem criar - ou não - as condições para que os indivíduos desenvolvam seus talentos, cresçam profissionalmente, busquem sua auto-realização, preencham seu potencial, sejam tudo aquilo que eles têm condições de vir a ser." (CARAVANTES, G; BJUR, W. ReAdministração em Ação. A prática da mudança rumo ao sucesso. São Paulo: Makron Books, 1996) NATUREZA E EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO ADMINISTRATIVO Teoria das Organizações O mundo de hoje é uma sociedade composta de organizações. Todas as atividades voltadas para a produção de bens (produtos) ou para a prestação de serviços (atividades especializadas) são planejadas, coordenadas, dirigidas e controladas dentro de organizações. Todas as organizações são constituídas de pessoas e de recursos não-humanos (como recursos físicos e materiais, recursos financeiros, recursos tecnológicos, recursos mercadológicos etc.). A própria vida das pessoas depende das organizações, e estas dependem do trabalho daquelas. As pessoas nascem, crescem, aprendem, vivem, trabalham, divertem-se, são tratadas e morrem dentro de organizações. As organizações são extremamente heterogêneas e diversificadas, de tamanhos diferentes, de características diferentes, de estruturas diferentes, de objetivos diferentes. Como compreendê-las, então? Talvez o principal ponto seja entender sua tipologia, visando estudá-las de forma estruturada. Existem organizações lucrativas (chamadas empresas) e organizações não-lucrativas (como o Exército, a Igreja, os serviços públicos de natureza gratuita, as entidades filantrópicas etc.). É a Teoria das Organizações (TO) o campo do conhecimento humano que se ocupa do estudo das organizações em geral, e de seus princípios que extrairemos a melhor forma de analisá-las. Pelo seu tamanho e pela complexidade de suas operações, as organizações quando atingem um certo porte precisam ser administradas, e a sua administração requer todo um aparato de pessoas estratificadas em diversos níveis hierárquicos que se ocupam de incumbências diferentes. Assim, a administração nada mais é do que a condução racional das atividades de uma organização, seja ela lucrativa ou não-lucrativa. A Administração trata do planejamento, da organização (estruturação), da direção e do controle de todas as atividades diferenciadas pela divisão de trabalho que ocorrem dentro de uma organização. Assim, a Administração é algo imprescindível para a existência, sobrevivência e o sucesso das organizações. Sem a Administração, as organizações jamais teriam condições de existir e de crescer. A Teoria Geral da Administração (TGA) é o campo do conhecimento humano que se ocupa do estudo da 51 Administração em geral, não se preocupando onde ela seja aplicada, se nas organizações lucrativas (empresas) ou se nas organizações nãolucrativas. A Administração revela-se, nos dias de hoje, como uma das áreas do conhecimento humano mais impregnadas de complexidades e de desafios. O profissional que utiliza a Administração como meio de vida pode trabalhar nos mais variados papéis em uma organização: desde o nível hierárquico de supervisão elementar, até o nível de dirigente máximo da organização. Pode trabalhar, também, nas diversas especializações da Administração: seja a Administração da Produção (dos bens ou dos serviços prestados pela organização), ou a Administração Financeira, ou a Administração de Recursos Humanos, ou a Administração Mercadológica, ou ainda a Administração Geral. Em cada nível e em cada especialização da Administração, as situações são altamente diversificadas. Não há duas organizações iguais, assim como não existem duas pessoas idênticas. Cada organização tem seus objetivos, o seu ramo de atividade, os seus dirigentes e o seu pessoal, os seus problemas internos e externos, o seu mercado, a sua situação financeira, a sua tecnologia, os seus recursos básicos, a sua ideologia e política de negócios etc. Em cada organização, portanto, o administrador soluciona problemas, dimensiona recursos, planeja sua aplicação, desenvolve estratégias, efetua diagnósticos de situações etc., exclusivos daquela organização. Um "aplicador" bem sucedido em uma organização pode não sê-lo em outra. Toda vez que uma organização pretende admitir um executivo em seus quadros administrativos, os candidatos são submetidos a uma infinidade de testes e entrevistas que procuram investigar em profundidade seus conhecimentos, as suas características de personalidade, o seu passado profissional, a sua formação escolar, os seus antecedentes morais, o seu sucesso ou seu fracasso em determinadas atividades e em outras coisas mais (talvez até a sua situação conjugal ou sua estabilidade emocional...). Isso porque o executivo dificilmente pode ser transferido de uma organização para outra sem que algum problema de adaptação deixe de ocorrer. Mesmo que o executivo tenha profundos conhecimentos de Administração e apresente um invejável currículo profissional, ele não é julgado pelo que sabe a respeito das funções que exerce em sua especialidade, mas sim pela maneira com que executa o seu trabalho e os resultados que consegue obter dos recursos disponíveis. Há pelo menos três tipos de habilidades necessárias para que o administrador possa executar eficazmente o processo administrativo: a habilidade técnica, a humana e a conceituai. habilidade técnica consiste em utilizar conhecimentos, métodos, técnicas e equipamentos necessários para a realização de suas tarefas específicas, através de sua instrução, experiência e educação; a habilidade humana consiste na capacidade e discernimento, para trabalhar com pessoas, compreender suas atitudes e motivações e aplicar uma liderança eficaz; a habilidade conceitual consiste na habilidade para compreender as complexidades da organização global e o ajustamento do comportamento da pessoa dentro da organização. Essa habilidade permite que a pessoa se comporte de acordo com os objetivos da organização total e não apenas de acordo com os objetivos e as necessidades de seu grupo imediato. A adequada combinação dessas habilidades varia à medida que um indivíduo sobe na escala hierárquica, de posições de supervisão a posições de alta direção. A palavra administração vem do latim ad (direção para, tendência para) e minister (subordinação ou obediência), e significa aquele que realiza uma função abaixo do comando de outrem, isto é, aquele que presta um serviço a outro. No entanto, a palavra administração sofreu uma radical transformação no seu significado original. A tarefa atual da Administração é a de interpretar os objetivos propostos pela organização e transformá-los em ação organizacional através do planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas em todos os níveis da organização, a fim de alcançar tais objetivos da maneira mais adequada à situação.

148 Hoje em dia, a TGA (Teoria Geral da Administração) estuda a atuação das empresas e demais tipos de organização do ponto de vista da interação e interdependência, contém cinco variáveis principais, cada qual objeto específico de estudo por parte de uma ou mais correntes da teoria administrativa. Estas cinco variáveis básicas são: tarefa; estrutura; pessoas; tecnologia e ambiente. Estas cinco variáveis constituem os principais componentes no estudo da Administração das empresas. O comportamento desses componentes é sistêmico e complexo: cada qual influencia e é influenciado pelos outros componentes. Modificações em um provocam modificações em maior ou menor grau nos demais. O comportamento do conjunto desses componentes é diferente da soma dos comportamentos de cada componente considerado isoladamente. A adequação entre essas cinco variáveis constitui o principal desafio da administração e do administrador. À medida que a Administração se defronta com novos desafios e novas situações que se desenvolvem com o decorrer do tempo, as doutrinas e teorias administrativas precisam adaptar suas abordagens - ou modificá-las completamente para continuarem úteis e aplicáveis. O objeto de estudo da Administração sempre foi a ação organizacional inicialmente entendida como um conjunto de cargos e tarefas, e além, como um conjunto de órgãos e funções, desdobrando-se posteriormente em uma complexa gama de variáveis até chegar à concepção de sistema. As mais recentes teorias administrativas têm por objeto o estudo da organização como um sistema composto de subsistemas que interagem entre si e com o ambiente externo. A Administração não é um fim em si mesma, mas um meio de fazer com que as coisas sejam realizadas da melhor forma possível, com o menor custo e com a maior eficiência e eficácia. Em toda a sua longa história até o início do século XX, a Administração se desenvolveu com uma lentidão impressionante. Somente a partir deste século passou por fases de desenvolvimento de notável pujança e inovação. Enquanto nos dias de hoje a sociedade da maioria dos países desenvolvidos é uma sociedade pluralista de organizações, onde a maior parte das obrigações sociais (como a produção, a prestação de um serviço especializado de educação ou de atendimento hospitalar ou a preservação do meio ambiente) é confiada a organizações (como indústrias, universidades e escolas, hospitais, exército, organizações de serviços públicos) que são administradas por grupos diretivos próprios para poderem se tornar mais eficazes, no final do século passado a sociedade era completamente diferente. Há 100 anos, as organizações eram poucas e pequenas: predominavam as pequenas oficinas, os artesãos independentes, as pequenas escolas, os profissionais autônomos (como os médicos, os advogados que trabalhavam por conta própria), o lavrador, o armazém de esquina etc. Claro que já existiam grandes corporações, indústrias, etc., mas mesmo este conceito de "grande" deve ser relativizado, se comparássemos estas empresas do passado às multinacionais dos dias de hoje. Apesar de sempre ter existido o trabalho na história da humanidade, a história das organizações e da sua administração é um capítulo que teve o seu início há muito pouco tempo. Vale a pena uma breve visão desta história. A influência dos filósofos, como Sócrates, Platão e Aristóteles, nas tarefas de administração na antiguidade é remarcável. Sócrates (470 a.c a.c.), em sua discussão com Nicomaquides, expõe o seu ponto de vista sobre a Administração como uma habilidade pessoal separada do conhecimento técnico e da experiência: "Sobre qualquer coisa que um homem possa presidir, ele será, se souber do que precisa e se for capaz de provê-lo, um bom presidente, quer tenha a direção de um coro, uma família, uma cidade ou um exército. Não é também uma tarefa punir os maus e honrar os bons? Portanto, Nicomaquides, não desprezeis homens hábeis em administrar seus haveres; pois os afazeres privados diferem dos públicos somente em magnitude; 5 em outros aspectos são similares; mas o que mais se deve observar é que nenhum deles pode ser gerido sem homens, nem os afazeres privados são geridos por uma espécie de homem e os públicos por outra: pois aqueles que conduzem os negócios públicos não utilizam homens de natureza diferente daqueles empregados pelos que gerem negócios privados; e os que sabem empregá-los, conduzem tanto os negócios públicos, quanto privados, judiciosamente, enquanto que aqueles que não sabem, errarão na administração de ambos". Platão (49 a.c.-347 a.c.), discípulo de Sócrates, em sua obra A República, expõe o seu ponto de vista sobre a forma democrática de governo e de administração dos negócios públicos. Aristóteles (384 a.c. - 3 a.c.), discípulo de Platão, no seu livro Política, estuda a organização do Estado e distingue três formas de Administração pública, a saber: Monarquia ou governo de um só (que pode redundar em tirania); Aristocracia ou governo de uma elite (que pode descambar em oligarquia); Democracia ou governo do povo (que pode degenerar em anarquia). Durante os séculos que vão da Antiguidade até o início da Idade Moderna, a Filosofia voltou-se para uma variedade de preocupações que nada tinham a ver com problemas administrativos. É com Francis Bacon ( ), filósofo e estadista inglês, e Renê Descartes ( ), filósofo, matemático e físico francês considerado o fundador da Filosofia Moderna, que vamos encontrar alguma preocupação prática na retomada da evolução do pensamento administrativo. Além desses dois pensadores modernos, a organização eclesiástica da Igreja Católica influenciou e serviu de modelo para muitas organizações, que passaram a incorporar uma infinidade de princípios e normas administrativas utilizadas na Igreja. Igualmente, a organização militar trouxe grande influência para a Administração. No despontar do século XX, dois engenheiros desenvolveram os primeiros trabalhos pioneiros a respeito da Administração. Um era americano, Frederick Winslow Taylor, e veio a desenvolver a chamada Escola da Administração Científica, preocupada em aumentar a eficiência da indústria através, inicialmente, da racionalização do trabalho do operário. O outro era europeu, Henri Fayol, e veio a desenvolver a chamada Teoria Clássica, preocupada em aumentar a eficiência da empresa através da sua organização e da aplicação de princípios gerais da Administração em bases científicas, Muito embora ambos não tenham se comunicado ent r e si e tenham partido de pontos de vista diferentes e mesmo opostos, o certo é que suas ideias constituem as bases da chamada Abordagem Clássica ou Tradicional da Administração, cujo postulados dominaram aproximadamente as quatro primeiras décadas deste século no panorama administrativo das corporações. Assim, de um modo geral, a Abordagem Clássica da Administração pode ser desdobrada em duas orientações bastante diferentes e, até certo ponto, opostas entre si, mas que se complementam com relativa coerência: - De um lado a Escola de Administração Científica, desenvolvida nos Estados Unidos, a partir dos trabalhos de Taylor. Essa escola era formada principalmente por engenheiros, como Frederick Winslow Taylor ( ), Henry Lawrence Gantt ( ), Frank Bunker Gilbreth ( ), Harrington Emerson ( ) e outros. Henry Ford ( ) costuma ser incluído entre eles, pela aplicação de seus princípios nos seus negócios. À preocupação básica era aumentar a produtividade da empresa através do aumento da eficiência no nível operacional, isto é, no nível dos operários. Daí a ênfase na análise e na divisão do trabalho do operário, uma vez que as tarefas do cargo e o ocupante constituem a unidade fundamental da organização. Neste sentido, a abordagem da Administração Científica é uma abordagem de baixo para cima (do operário para o supervisor e gerente) e das partes (operários e seus cargos) para o todo (organização empresarial). Predominava a atenção para o método de trabalho, para os movimentos necessários à execução de uma tarefa, para o tempo-padrão determi-

149 nado para sua execução: esse cuidado analítico e detalhista permitia a especialização do operário e o reagrupamento de movimentos, operações, tarefas, cargos, etc., que constituem a chamada "Organização Racional do Trabalho" (ORT). Foi, acima de tudo, uma corrente de ideias desenvolvida por engenheiros, que procuravam elaborar uma verdadeira engenharia industrial dentro de uma concepção eminentemente pragmática. A ênfase nas tarefas é a principal característica da Administração Científica. De outro lado, a corrente dos Anatomistas e Fisiologistas da organização, desenvolvida na França, com os trabalhos pioneiros de Fayol. Essa escola era formada principalmente por executivos de empresas da época. Dentre eles: Henri Fayol ( ), James D. Mooney, Lyndall F. Urwick (n. 1891), Luther Gulick e outros. A esta corrente chamaremos Teoria Clássica. A preocupação básica era aumentar a eficiência da empresa através da forma e disposição dos órgãos componentes da organização (departamentos) e das suas inter-relações estruturais. Daí a ênfase na anatomia (estrutura) e na fisiologia (funcionamento) da organização. Neste sentido, a abordagem da Corrente Anatômica e Fisiologista é uma abordagem inversa à da Administração Científica: de cima para baixo (da direção para a execução) e do todo (organização) para as suas partes componentes (departamentos). Predominava a atenção para a estrutura organizacional, com os elementos da Administração, com os princípios gerais da Administração, com a departamentalização. Esse cuidado com a síntese e com a visão global permitia a melhor maneira de subdividir a empresa sob a centralização de um chefe principal. Foi uma corrente eminentemente teórica e "administrativamente orientada". A ênfase na estrutura é a sua principal característica. Administração Científica (1903) A Administração Científica, fundada por Taylor e seus seguidores, constitui a primeira tentativa da Teoria da Administração. A preocupação em criar uma Ciência da Administração começou com a experiência correta e imediata do trabalho de operários e com a ênfase nas tarefas. No primeiro período de sua obra, Taylor voltou-se exclusivamente para a racionalização do trabalho dos operários, estendendo-se no segundo período à definição de princípios de Administração aplicáveis a todas as situações da empresa. A organização racional do trabalho se fundamenta na análise do trabalho operário, no estudo dos tempos e movimentos, na fragmentação dás tarefas e na especialização do trabalhador. Buscava-se a eliminação do desperdício, da ociosidade operária e a redução dos custos de produção. A única forma de obter a colaboração dos operários foi o apelo aos planos de incentivos salariais e de prêmios de produção, com base no tempo-padrão (eficiência = 100%), e na convicção de que o salário constitui a única fonte de motivação para o trabalhador (homem econômico). O desenho de cargos e tarefas enfatiza o trabalho simples e repetitivo das linhas de produção e montagem, a padronização e as condições de trabalho que assegurassem eficiência. Verificou-se que não adiantava racionalizar o trabalho do operário se o supervisor, o chefe, o gerente, o diretor continuavam a trabalhar dentro do mesmo empirismo anterior. Para envolver esses escalões mais elevados, os engenheiros da Administração Científica passaram a se preocupar com os princípios de Administração capazes de balizar o comportamento dos gerentes e chefes. Inúmeras críticas podem ser feitas à Administração Científica: o mecanicismo de sua abordagem que lhe garante o nome de teoria da máquina, a superespecialização que robotiza o operário, a visão microscópica do homem tomado isoladamente e como um apêndice da maquinaria industrial, a ausência de qualquer comprovação científica de suas afirmações e princípios, a abordagem", incompleta envolvendo apenas a organização formal, a limitação do campo de aplicação à fábrica, omitindo o restante da vida de uma empresa, a abordagem eminentemente prescritiva e normativa e tipicamente de sistema fechado, entre outras. Contudo, estas limitações e restrições não apagam o fato de que a Administração Científica foi o primeiro passo na busca de uma teoria administrativa. E um passo pioneiro e irreversível. Resumidamente: Princípios Básicos 1) Cada trabalhador faria, de acordo com suas aptidões, a tarefa mais elevada possível ) Cada trabalhador deveria produzir igualmente, ou mais, do que um padrão estabelecido (produção de um trabalhador hábil, não excepcional, da sua classe e no horário normal de trabalho) 3) Remuneração por unidades produzidas Princípios Explícitos 1) Planejamento: Substituir a improvisação pela ciência ) Preparo: Selecionar os trabalhadores (além das máquinas, equipamentos e ambiente), treinando-os para produzirem mais e melhor 3) Controle: Controlar cientificamente a produção, de acordo com as normais estabelecidas 4) Execução: Dividir atribuições e responsabilidades (preparo/planejamento/controle x execução) Princípio Implícitos 1) Estudar cuidadosamente o trabalho, antes de determinar como deverá ser executado ) Decompor o trabalho em seus movimentos elementares e cronometrá-los, para eliminar os inúteis e aperfeiçoar os úteis 3) Selecionar cientificamente os trabalhadores 4) Dar aos trabalhadores instruções técnicas de como trabalhar 5) Separar precisamente as funções de preparação das de execução 6) Treinar os trabalhadores nessas funções específicas 7) Estabelecer remunerações ótimas para a produção padrão e além do padrão 8) Padronizar os utensílios 9) Dividir entre a empresa, os diretores, os executantes e os consumidores as vantagens do aumento da produção 10) Controlar a execução do trabalho, para corrigi-la, aperfeiçoá-la ou premiá-la 11) Classificar as máquinas, equipamentos, processos e materiais a serem utilizados ou produzidos, para tornar mais fácil seu trato. Organização Racional Do Trabalho - ORT 1) Análise dos "tempos e movimentos" ) Estudo da fadiga humana 3) Divisão do trabalho e especialização (reduzir o trabalho a uma única tarefa, ou a tarefas simples) 4) Desenho de cargos e tarefas 5) Incentivos salariais e prêmios por produção 6) "Homo Econômicus" (o operário movido por recompensas financeiras) 7) Condições ambientais de trabalho 8) Padronização de métodos, máquinas e equipamentos 9) Supervisão funcional (administração funcional): A divisão do trabalho aplicada às chefias Ford - "Linha de Montagem" Princípios 1) Fazer as coisas da melhor maneira possível ) Distribuir com clareza as responsabilidades 3) Escolher os trabalhadores mais capazes, não importa a que preço 4) Reduzir os juros na apreciação dos lucros 5) Progredir sempre, para não retrogradar Racionalização 1) Produzir mais, com a mesma ou melhor qualidade e com o mesmo ou menor custo ) Remunerar melhor os trabalhadores, com o mesmo ou menor custo 3) Manter o ambiente de trabalho agradável e higiênico, diminuindo o número e a gravidade dos acidentes, com o mesmo ou menor custo 4) Harmonizar ao máximo as chefias com os subordinados 5) Conciliar os interesses de todos Críticas 1) Mecanicismo: A organização como uma "máquina" ) Supeespecialização do operário 53

150 3) Visão microscópica do homem: Tomando-o individualmente e ignorando-o como ser humano e social 4) Ausência de experimentos: Que a dessem base científica 5) Abordagem incompleta da organização: Omitindo a organização informal 6) Limitação do campo de aplicação: Restringindo-se à produção 7) Abordagem prescritiva e normativa: A organização como ela deveria funcionar (um "receituário"), sem explicações sobre o seu funcionamento 8) Visualização da empresa como um sistema fechado: Sem a influência do meio ambiente Teoria Clássica da Administração (1916) O pioneiro da Teoria Clássica, Henri Fayol, é considerado, juntamente com Taylor, um dos fundadores da moderna Administração. Ele se preocupou em definir as funções básicas da empresa, o conceito de Administração (prever, organizar, comandar, coordenar e controlar) bem como os chamados princípios gerais de Administração, como procedimentos universais a serem aplicados a qualquer tipo de organização ou empresa. Para Fayol, existe uma proporcionalidade da função administrativa que se reparte proporcionalmente por todos os níveis da empresa. A Teoria Clássica formulou uma Teoria da Organização, tendo por base a Administração como -uma ciência. A ênfase na estrutura faz com que a organização seja entendida como uma disposição das partes (órgãos) que a constituem, sua forma e o inter-relacionamento entre essas partes. Essa teoria da organização restringe-se exclusivamente à organização formal. Para tratar racionalmente a organização, esta deve se caracterizar por uma divisão do trabalho e correspondente especialização das partes (órgãos) que a constituem. A divisão do trabalho pode dar-se verticalmente (níveis de autoridade) e horizontalmente (departamentalização). Porém, à medida que ocorre divisão do trabalho e especialização, deve ocorrer coordenação para garantir a perfeita harmonia do conjunto e consequentemente, a eficiência da organização. Além do mais, existem órgãos de linha (autoridade linear) e órgãos de staff (autoridade de staff para prestação de serviços e consultoria). Entretanto, várias críticas podem ser atribuídas à Teoria Clássica: a abordagem extremamente simplificada da organização formal, deixando de lado a organização informal, a ausência de trabalhos experimentais capazes de dar base científica às suas afirmações e princípios, o mecanicismo de sua abordagem (que também lhe valeu o nome de "teoria da máquina"), a abordagem incompleta da organização e a visualização da organização como se esta fosse um sistema fechado. Contudo, todas as críticas feitas à Teoria Clássica não diminuem o fato de que a ela devemos as bases da moderna teoria administrativa. Departamentalização A especialização decorrente da divisão do trabalho pode ocorrer em duas direções: Vertical - quando há um aumento no número de níveis hierárquicos. É uma divisão de trabalho em termos de autoridade e responsabilidade. Horizontal - quando há um aumento no número de órgãos especializados, no mesmo nível hierárquico, cada um em sua tarefa. É também chamada de departamentalização, sendo uma divisão do trabalho em termos de diferenciação de tarefas. É típica das grandes organizações e busca a homogeneidade das tarefas, em cada órgão. Pode ser feita segundo diversos fatores: por produtos ou serviços de acordo com o tipo de trabalho; Diretoria Depto. Depto. Depto. Sabonetes Cosméticos Xampus por clientela de acordo com o tipo de cliente para quem o trabalho é desenvolvido, conforme critérios estabelecidos: idade, classe social, nível profissional; Diretoria Depto. Moda Depto. Moda Depto. Moda JovemMasculina Feminina por projetos utilizada por empresas nas quais as fases de um projeto são longas e especializadas. Diretoria 54 Depto.Depto. Depto. Arquitetura Engenharia Decoração por área geográfica de acordo com a local onde o trabalho é realizado; Diretoria Zona. Zona. Zona. Zona. Norte Leste Oeste Sul por funções - agrupa as atividades e tarefas com as funções desenvolvidas dentro da empresa. Diretoria Depto. Depto.Depto. Depto. Financeiro Marketing Produção Pessoal Dentro da mesma empresa, a departamentalização de diversos órgãos pode seguir critérios diferentes, originando a departamentalização combinada. Resumidamente Conceitos 1) Aumentar a eficiência da empresa através da forma, disposição e inter-relações dos seus órgãos ) Ênfase na estrutura e no funcionamento da organização 3) Abordagem de cima para baixo e do todo para sua partes (departamentos) 4) Preocupação com a estrutura Fayol - "Não importa quem o faça, mas o sistema que utiliza" Princípios 1) Divisão do trabalho: Especialização das tarefas e pessoas, a fim de aumentar a produção ) Autoridade e responsabilidade: Dar ordens e esperar obediência (poder do cargo = oficial), com responsabilidade, equilibradamente (inteligência = pessoal) 3) Disciplina: Obediência e respeito às normais 4) Unidade de comando: Cada subordinado deve receber ordens de apenas um superior 5) Unidade de direção: Apenas um superior e um plano para atividades com o mesmo fim 6) Subordinação dos interesses individuais aos gerais: Os interesses gerais devem estar acima dos particulares 7) Remuneração de pessoal: Deve haver retribuição satisfatória para empregados e empresa 8) Centralização: Concentração da autoridade no topo da hierarquia da empresa 9) Hierarquia ou cadeia escalar: Linha de autoridade de cima para baixo 10) Ordem: Um lugar para cada coisa 11) Equidade: Amabilidade e justiça, para alcançar lealdade do pessoal 1) Estabilidade e duração do pessoal: Pouca rotatividade, para não prejudicar a produtividade 13) Iniciativa: Assegurar o sucesso de um plano, de acordo com sua visualização 14) Espírito de equipe: Harmonia e união entre as pessoas Seis Funções Básicas De Qualquer Empresa 1) Técnica: Objetivo da organização ) Financeira: Obtenção, manutenção, controle e restituição de recursos monetários 3) Comercial: Compra, venda, troca e locação de mercadorias, serviços e utilidades 4) Assecuratória: Reduzir os riscos (incêndios, acidentes, ações judiciais, insalubridade, etc) 5) Contábil: Inventário, Balanço, Apuração de Lucros e Perdas, Estatísticas, etc (registros administrativos, documentação, etc) 6) Administrativa: Planejar, Organizar, Dirigir, Coordenar e Controlar Críticas 1) Abordagem simplificada da organização formal: Sem considerar os aspectos psicológicos e sociais da empresa ) Ausência de experimentos: Que a dessem base científica 3) Extremo racionalismo: Na concepção da administração 4) "Teoria da máquina" (Tempos Modernos" - Charles Chaplin): A organização como uma "máquina"

151 5) Abordagem incompleta da organização: Omitindo a organização informal 6) Visualização da empresa como um sistema fechado: Sem a influência do meio ambiente Teoria das Relações Humanas (193) As origens da Teoria das Relações Humanas remontam algumas décadas antes de seu aparecimento nos Estados Unidos, berço da democracia, do pragmatismo e da iniciativa individual. Efetivamente, porém, esta teoria surgiu com a Experiência de Hawthorne. Sem o pretender, a Experiência de Hawthorne marca, ao longo de sua duração de cinco anos, o início de uma nova teoria calcada em valores humanísticos da Administração, deslocando totalmente a preocupação anteriormente voltada para a tarefa e para a estrutura para a preocupação com as pessoas. Com as conclusões iniciais tomadas a partir da Experiência de Hawthorne, novas variáveis são acrescentadas ao já enriquecido dicionário da Administração: a integração social e o comportamento social dos empregados, as necessidades psicológicas e sociais e a atenção para novas formas de recompensa e sanções não-materiais, o estudo dos grupos informais e da chamada organização formal, o despertar para as relações humanas dentro das organizações, a ênfase nos aspectos emocionais e nãoracionais do comportamento das pessoas e a importância do conteúdo dos cargos e tarefas para as pessoas que o realizam e executam. Dentro dessa abordagem humanística, um quadro maior se depara aos olhos dos pesquisadores: a própria civilização industrializada que leva as empresas a uma preocupação confinada apenas à sua sobrevivência financeira e à necessidade de maior eficiência para o alcance de lucros garantidos. Assim, todos os métodos convergem para a eficiência e não para a cooperação humana e, muito menos, para objetivos humanos. Daí o conflito industrial (objetivos das organizações versus objetivos individuais dos seus participantes) merecer um tratamento profilático e preventivo. Assim, torna-se indispensável conciliar e harmonizar as duas funções básicas da organização industrial: a função econômica (produzir bens ou serviços para garantir o equilíbrio externo) e a função social (distribuir satisfação aos participantes para garantir o equilíbrio interno). Com os primeiros estudos sobre a motivação humana (Teoria de Campo e o levantamento das necessidades humanas básicas), chegou-se à noção do ciclo motivacional e suas resoluções em termos de satisfação, frustração ou compensação, isto é, à noção de objetivos individuais e sua influência sobre o moral e a atitude das pessoas e grupos. Além do mais, experiências pioneiras sobre liderança e seus resultados quanto ao desempenho dos subordinados mostraram a excelência da liderança democrática. Outros estudos posteriores passaram a envolver outras variáveis além das características pessoais do líder e concluíram que o padrão de liderança deve ser escolhido em função de outras variáveis (forças no administrador, nos subordinados e na situação). Também os estudos sobre as comunicações indicaram a importância da comunicação sobre os relacionamentos entre as pessoas e o seu desempenho. A organização informal passou a ser profundamente pesquisada, tanto nas suas características como nas suas origens. Praticamente, os autores humanistas deixaram organização formal de lado para se concentrarem unicamente na organização informal. Como toda corrente de oposição ferrenha, esta teoria apresentou profundas distorções e limitações: uma visão inadequada dos problemas de relações industriais, limitação no campo experimental e parcialidade nas conclusões levou gradativamente essa teoria a um certo descrédito. A concepção ingênua e romântica do operário e a ênfase exagerada nos grupos informais colaboraram rapidamente para que esta teoria fosse repensada. O seu enfoque manipulativo e certamente demagógico não deixou de ser descoberto e identificado pelos operários e seus sindicatos. Recebendo tantas críticas, a Teoria das Relações Humanas precisou passar por uma completa reelaboração a partir da Teoria Comportamental. Resumidamente Mayo Conceitos 1) A empresa como um grupo de pessoas ) Preocupação com as pessoas 3) O homem é um ser social 4) Estudo da organização informal 5) Importância do conteúdo do cargo para o empregado (psicologia) 6) Necessidade de conciliação entre a função econômica e a função social da empresa 7) Recompensas não-materiais Princípios 1) Delegação plena de autoridade ) Autonomia do empregado 3) Confiança e abertura 4) Ênfase nas relações humanas 5) Confiança na pessoas 6) Dinâmica grupal e interpessoal Teoria Neoclássica da Administração (1954) A Teoria Neoclássica (ou Escola Operacional, ou do Processo Administrativo) surgiu da necessidade de se utilizarem os conceitos válidos e relevantes da Teoria Clássica, expurgando-os dos exageros e distorções típicos de qualquer teoria pioneira e condensando-os com outros conceitos igualmente válidos e relevantes oferecidos por outras teorias administrativas. A Teoria Neoclássica pode ser identificada através de algumas características marcantes: a ênfase na prática da Administração, a reafirmação relativa (e não absoluta) dos postulados clássicos, a ênfase nos princípios clássicos da Administração, a ênfase nos resultados e objetivos e, sobretudo, pelo ecletismo aberto e receptivo. O ponto fundamental da Teoria Neoclássica é o de ser a Administração uma técnica social básica. Isto leva à necessidade de o administrador conhecer, além dos aspectos técnicos e específicos de seu trabalho, também os aspectos relacionados com a direção de pessoas dentro das organizações. A Teoria Neoclássica surgiu com o crescimento exagerado das organizações. Uma das respostas que procurou dar foi a respeito do dilema centralização versus descentralização. Boa parte do trabalho dos neoclássicos está voltada para os fatores que levam à decisão de descentralização, bem como às vantagens e desvantagens que a centralização proporciona. A descentralização permite que as decisões sejam tomadas pelas unidades situadas nos níveis mais baixos da organização, proporcionando um considerável aumento de eficiência. As principais vantagens que a descentralização pode proporcionar são as seguintes: a) os chefes ficam mais próximos do ponto onde se devem tomar as decisões. A descentralização corta os atrasos nas decisões causadas pelas consultas à matriz ou aos superiores distantes. As pessoas que vivem os problemas são as mais indicadas para resolvêlos no local, economizando tempo e dinheiro; b) permite aumentar a eficiência aproveitando melhor o tempo e aptidão dos funcionários, evitando que fujam à responsabilidade, por ser mais fácil recorrer à matriz ou ao chefe; c) permite melhorar a qualidade das decisões à medida que seu volume e complexidade reduzem, aliviando os chefes principais do excesso de trabalho decisório; d) a quantia e os gastos com "papelada" do pessoal dos escritórios centrais podem ser consideravelmente reduzidos; e) os gastos de coordenação podem ser reduzidos devido à maior autonomia para tomar decisões; f) permite a formação & executivos locais ou regionais mais motivados e mais conscientes dos seus resultados operacionais. A descentralização, contudo, tem suas limitações e pode trazer certas desvantagens, a saber: a) falta de uniformidade nas decisões; b) insuficiente aproveitamento dos especialistas. Geralmente, os maiores especialistas estão concentrados nos escritórios centrais. Com a descentralização, a tendência é pensar que já não se necessita da assessoria da matriz; 55

152 c) falta de equipe apropriada ou de funcionários no campo de atividades. A Teoria Neoclássica enfatiza, também, as funções do administrador: o planejamento, a organização, a direção e o controle. No seu conjunto, essas funções administrativas formam o processo administrativo. Dentro do processo administrativo, a organização formal apresenta cinco características básicas: a) a divisão do trabalho (maneira pela qual um processo complexo pode ser decomposto em uma série de pequenas tarefas), b) a especialização, c) a hierarquia (dividida em nível decisorial, intermediário e operacional), d) a distribuição da autoridade e da responsabilidade e o racionalismo da organização formal. Como decorrência da abordagem neoclássica, e a fim de responder às exigências internas e externas, a organização pode desenvolver uma especialização vertical (proporcionando maior número de níveis hierárquicos) e uma especialização horizontal (proporcionando maior número de órgãos especializados, ou seja, a departamentalização). Administração por Objetivos (APO) A Administração por Objetivos (APO) ou Administração por resultados constitui um modelo administrativo bastante difundido e plenamente identificado com o espírito pragmático e democrático da Teoria Neoclássica. Seu aparecimento é recente: em 1954, Peter F. Drucker publicou um livro, no qual caracteriza, pela primeira vez, a Administração por Objetivos, sendo considerado o criador da APO. A APO é uma técnica de direção de esforços através do planejamento e controle administrativo fundamentado no princípio de que, para atingir resultados, a organização precisa antes de definir - em que negócio está atuando e aonde pretende chegar. Inicialmente se estabelecem os objetivos ais da empresa, formulados na base de um plano de objetivos a longo prazo, e os objetivos de cada ge ente ou departamento são feitos na base dos objetivos anuais da empresa. A APO é um processo pelo qual os gerentes, superior e subordinado de uma organização identificam objetivos comuns, definem as áreas de responsabilidade de cada um em termos de resultados esperados e usam esses objetivos como guias para a operação dos negócios. Em suma, a APO apresenta as seguintes características principais: 1. Estabelecimento conjunto de objetivos entre o executivo e o seu superior;. Estabelecimento de objetivos para cada departamento ou posição; 3. Interligação dos objetivos departamentais; 4. Elaboração de planos táticos e de planos operacionais, com ênfase na mensuração e no controle; 5. Contínua avaliação, revisão e reciclagem dos planos; 6. Participação atuante da chefia; 7. Apoio intenso do staff durante os primeiros períodos. Os critérios para escolha dos objetivos devem ser estabelecidos de acordo com a prioridade e a sua contribuição para o alcance dos resultados-chave da empresa. Eis alguns critérios: a) procurar as atividades que têm maior impacto sobre os resultados; b) o objetivo deve ser específico quanto aos dados concretos: o que, quanto, quando. Os resultados esperados devem ser enunciados em termos mensuráveis e bastante claros; c) focalizar objetivos no trabalho e não no homem; d) detalhar cada objetivo em metas subsidiárias; e) usar linguagem compreensível para os gerentes; f) manter-se dentro dos princípios de Administração. Concentrar-se nos alvos vitais do negócio e não se dispersar em atividades secundárias; g) o objetivo deve indicar os resultados a serem atingidos, mas não deve limitar a liberdade de escolha dos métodos. Indicar o quanto, mas não o como; h) o objetivo deve ser difícil de ser atingido, requerendo um esforço especial, mas não a ponto de ser impossível; i) o objetivo deve representar uma tarefa suficiente para todo o exercício fiscal da empresa; j) o objetivo deve ter alguma ligação remota com o plano de lucros da empresa, que é geralmente o objetivo último. É bastante sensata a intenção da APO em esclarecer as funções de um cargo e medir o desempenho em relação às próprias metas do funcionário, fazer com que ambos, superior e subordinado, examinem as mesmas questões ao avaliar o desempenho do último e tentar para que haja acordo mútuo quanto às obrigações do subordinado. Segundo Levinson, o processo "ideal" da APO deve desenvolver-se em cinco etapas: 1. "discussão do funcionário com seu superior a respeito da descrição de funções feita pelo próprio subordinado";. fixação de alvos de desempenho a curto prazo; 3. entrevistas com o superior para discussão do progresso alcançado até certo momento; 4. estabelecimento de pontos de verificação para aferir o progresso; 5. discussão entre o superior e o subordinado, ao fim de determinado prazo, para avaliar resultados dos esforços desenvolvidos pelo subordinado. O ideal é que esse processo seja acompanhado de contatos mais frequentes, até mesmo diários, e esteja separado da análise salarial. Teoria da Burocracia (1940) A Teoria da Burocracia desenvolveu-se dentro da Administração ao redor dos anos 40, em função principalmente dos seguintes aspectos: a) A fragilidade e parcialidade tanto da Teoria Clássica como da Teoria das Relações Humanas, ambas oponentes e contraditórias entre si, mas sem possibilitarem uma abordagem global, integrada e envolvente dos problemas organizacionais; b) Tornou-se necessário um modelo de organização racional capaz de caracterizar todas as variáveis envolvidas, bem como o comportamento dos membros dela participantes, e aplicável não somente a fábrica, mas a todas as formas de organização humana e principalmente às empresas; O crescente tamanho e complexidade das empresas passaram a exigir modelos organizacionais mais bem definidos. Alguns historiadores verificaram que a "indústria em grande escala depende de sua organização, da Administração e do grande número de pessoas com diferentes habilidades. Milhares de homens e mulheres devem ser colocados em diferentes setores de produção e em diferentes níveis hierárquicos: os engenheiros e administradores no alto da pirâmide e os operários na base. Devem executar tarefas específicas, devem ser dirigidos e controlados". Tanto a Teoria Clássica como a Teoria das Relações Humanas se mostraram insuficientes para responder à nova situação que se tornava mais complexa; O ressurgimento da Sociologia da Burocracia, a partir da descoberta dos trabalhos de Max Weber, o seu criador. Segundo essa teoria, um homem pode ser pago para agir e se comportar de certa maneira preestabelecida, a qual lhe deve ser explicada exatamente, muito minuciosamente e, em hipótese alguma, permitindo que suas emoções interfiram no seu desempenho. A burocracia é uma forma de organização humana e que se baseia na racionalidade, isto é, na adequação dos meios aos objetivos (fins) pretendidos, a fim de garantir a máxima eficiência possível no alcance desses objetivos. As origens da burocracia - como forma de organização humana remontam à época da Antiguidade. Contudo, a burocracia tal como ela existe hoje, como a base do moderno sistema de produção - teve sua origem nas mudanças religiosas verificadas após o Renascimento. Aliás, Weber salienta que o sistema moderno de produção, eminentemente racional e capitalista, não se originou das mudanças tecnológicas, nem das relações de propriedade, como afirmava Karl Marx, mas de um novo conjunto de normas morais, às quais denominou "ética protestante" o trabalho duro e árduo como dádiva de Deus, a poupança e o ascetismo que proporcionaram a reaplicação das rendas excedentes, ao invés do seu dispêndio e consumo em símbolos materiais e improdutivos de vaidade e prestígio. Verificou que o capitalismo, a burocracia (como forma de organização) e a ciência moderna constituem três formas de racionalidade que surgiram a partir dessas mudanças religiosas ocorridas inicialmente nos países protestantes - como a Inglaterra e a Holanda - e não em países católicos. Weber não considerou a burocracia como um sistema social, mas principalmente como um tipo de poder. Segundo o conceito popular, a burocracia é visualizada geralmente como uma empresa ou organização onde a "papelada" se multiplica e se 56

153 avoluma, impedindo as soluções rápidas ou eficientes. O termo também é empregado com o sentido de apego dos funcionários aos regulamentos e rotinas, causando ineficiência à organização. O leigo passou a dar o nome de burocracia aos defeitos do sistema (disfunções) e não ao sistema em si mesmo. O conceito de burocracia para Max Weber é exatamente o contrário. A burocracia é a organização eficiente por excelência. E para conseguir essa eficiência, a burocracia precisa detalhar antecipadamente e nos mínimos detalhes como as coisas deverão ser feitas. Segundo Weber, a burocracia tem as seguintes características principais: 1) Caráter legal das normas e regulamentos; ) Caráter formal das comunicações; 3) Caráter racional e divisão do trabalho; 4) Impessoalidade nas relações; 5) Hierarquia de autoridade; - 6) Rotinas e procedimentos estandartizados; 7) Competência técnica e meritocracia; 8) Especialização da administração que é separada da propriedade; 9) Profissionalização dos participantes; 10) Completa previsibilidade do funcionamento. Vejamos, separadamente, cada uma dessas características da burocracia. Caráter legal das normas e regulamentos A burocracia é uma organização ligada por normas e regulamentos previamente estabelecidos por escrito. Em outros termos, é uma organização baseada em uma espécie de legislação própria que define antecipadamente como a organização burocrática deverá funcionar. Essas normas e regulamentos são escritos. Também são exaustivos porque procuram cobrir todas as áreas da organização, prever todas as ocorrências possíveis e enquadrá-las dentro de um esquema previamente definido capaz de regular tudo o que ocorra dentro da organização. As normas e regulamentos são racionais porque são coerentes com os objetivos visados. Neste sentido, a burocracia é uma estrutura social racionalmente organizada. As normas e regulamentos são legais porque conferem às pessoas investidas da autoridade um poder de coação sobre os subordinados e também os meios coercitivos capazes de impor a disciplina. As normas e regulamentos são escritos para assegurar uma interpretação sistemática e unívoca. Desta maneira, economizam esforços e possibilitam a padronização dentro da organização. Caráter formal das comunicações A burocracia é uma organização ligada por comunicações escritas. As regras, decisões e ações administrativas são formuladas e registradas por escrito. Daí o caráter formal da burocracia: todas as ações e procedimentos são feitos por escrito para proporcionar comprovação e documentação adequadas. Além disso, a interpretação unívoca das comunicações também é assegurada. Caráter racional e divisão do trabalho A burocracia é uma organização que se caracteriza por uma sistemática divisão do trabalho. Essa divisão do trabalho atende a uma racionalidade, isto é, ela é adequada aos objetivos a serem atingidos: a eficiência da organização. Daí o aspecto racional da burocracia. Há uma divisão sistemática do trabalho, do direito e do poder, estabelecendo as atribuições de cada participante, os meios de obrigatoriedade e as condições necessárias. Cada participante passa a ter o seu cargo específico, as suas funções específicas e a sua específica esfera de competência e de responsabilidade. Impessoalidade nas relações Essa distribuição de atividades é feita impessoalmente, ou seja, é feita em termos de cargos e funções e não de pessoas envolvidas. Daí o caráter impessoal da burocracia. A administração da burocracia é realizada sem considerar as pessoas como pessoas, mas como ocupantes de cargos e funções. O poder de cada pessoa é impessoal e deriva do cargo que ocupa. Também a obediência prestada pelo subordinado ao superior é impessoal. Ele obedece ao superior, não em consideração à sua pessoa, mas ao cargo que o superior ocupa. A burocracia precisa garantir a sua continuidade ao longo do tempo: as pessoas vêm e se vão, os cargos e funções permanecem. Cada cargo abrange uma área ou setor de competência e de responsabilidade. 57 Hierarquia da autoridade A burocracia é uma organização que estabelece os cargos segundo o princípio da hierarquia. Cada cargo inferior deve estar sob controle e supervisão de um posto superior. Nenhum cargo fica sem controle ou supervisão. Daí a necessidade da hierarquia da autoridade para fixar as chefias nos diversos escalões de autoridade. Esses escalões proporcionarão a estrutura hierárquica da organização. A hierarquia é a ordem e subordinação, a graduação de autoridade correspondente às diversas categorias de participantes, funcionários, classes etc. Todos os cargos estão dispostos em graduações hierárquicas que encerram determinados privilégios e obrigações, estreitamente definidos por meio de regras limitadas e específicas. Rotinas e procedimentos estandartizados A burocracia é uma organização que fixa as regras e normas técnicas para o desempenho de cada cargo. O ocupante de um cargo - o funcionário - não pode fazer o que quiser, mas o que a burocracia impõe que ele faça. As regras e normas técnicas regulam a conduta do ocupante de cada cargo, cujas atividades devem ser executadas de acordo com as rotinas e procedimentos fixados pelas regras e normas técnicas. Toda a estrutura no trabalho e o desempenho no cargo são assegurados por um conjunto de regras e normas que ajustam completamente o funcionário às exigências do cargo e às exigências da organização: a máxima produtividade. Competência técnica e meritocracia A burocracia é uma organização na qual a escolha das pessoas é baseada no mérito e na competência técnica e não em preferências pessoais. A admissão, a transferência e a promoção dos funcionários são baseadas em critérios, válidos para toda a organização, de avaliação e de classificação e não em critérios particulares e arbitrários. Esses critérios universais são racionais e levam em conta a competência, o mérito e a capacidade do funcionário em relação ao cargo ou função considerados. Daí a necessidade de exames, concursos, testes e títulos para a admissão e promoção dos funcionários. Especialização da Administração A burocracia é uma organização que se baseia na separação entre a propriedade e a administração. Os membros do corpo administrativo devem estar completamente separados da propriedade dos meios de produção. Em outros termos, os administradores da burocracia não são os seus donos ou proprietários. O dirigente não é necessariamente o dono do negócio ou um grande acionista da organização, mas um profissional especializado na sua administração. Profissionalização dos participantes A burocracia é uma organização que se caracteriza pela profissionalização dos seus participantes. Cada funcionário da burocracia é um profissional, pelas seguintes razões: a) É um especialista: cada funcionário é especializado nas atividades do seu cargo. Sua especialização varia conforme o nível em que está situado. Enquanto os que ocupam posições no topo da organização (vértice da pirâmide organizacional) são generalistas, à medida que se desce nos escalões hierárquicos, os que ocupam posições mais baixas vão se tornando gradativamente mais especialistas; b) É assalariado: os funcionários da burocracia participam da organização e, para tanto, recebem salários correspondentes ao cargo que ocupam. Quanto mais elevado o cargo na escala hierárquica, maior o salário, e obviamente o poder; c) É ocupante de cargo: o funcionário da burocracia é um ocupante de cargo e seu cargo é a sua principal atividade dentro da organização, tomando todo o seu tempo de permanência nela; d) É nomeado por superior hierárquico: o funcionário é um profissional selecionado e escolhido por sua competência e capacidade, nomeado (admitido), assalariado, promovido ou demitido da organização pelo seu superior hierárquico; e) Seu mandato é por tempo indeterminado: quando um funcionário ocupa um cargo dentro da burocracia, o seu tempo de permanência nesse cargo é indefinido e indeterminado; f) Segue carreira dentro da organização: na medida em que um funcionário demonstre mérito, capacidade e competência, ele pode vir a ser promovido para outros cargos superiores. Em outros termos,

154 o funcionário na burocracia também é recompensado por uma sistemática promoção, através de uma carreira dentro da organização; g) Não possui a propriedade dos meios de produção e administração: o administrador administra a organização em nome dos proprietários, enquanto o funcionário, para trabalhar, precisa das máquinas e dos equipamentos fornecidos pela organização. O administrador administra a organização, mas não é o proprietário dos meios de produção. O funcionário utiliza as máquinas e equipamentos mas, não é-o dono delas; h) É fiel ao cargo e identifica-se com os objetivos da empresa: o funcionário passa a defender os interesses do seu cargo e da sua organização, em detrimento dos demais interesses envolvidos. Completa previsibilidade do funcionamento A consequência desejada da burocracia é a previsibilidade do comportamento dos seus membros. O modelo burocrático de Weber parte do pressuposto de que o comportamento dos membros da organização é perfeitamente previsível: todos os funcionários deverão comportar-se de acordo com as normas e regulamentos da organização, a fim de que esta atinja a máxima eficiência possível. Tudo na burocracia é estabelecido no sentido de prever antecipadamente todas as ocorrências e rotinizar sua execução, para que a máxima eficiência do modelo seja plenamente alcançada. Teoria Estruturalista da Administração (1947) A Teoria Estruturalista surgiu por volta da década de 50, como um desdobramento das análises dos autores voltados para a Teoria da Burocracia que tentaram conciliar as teses propostas pela Teoria Clássica e pela de Relações Humanas. Os autores estruturalistas procuram inter-relacionar as organizações com seu ambiente externo, que é a sociedade maior, ou seja, a sociedade de organizações, caracterizada pela interdependência entre as organizações. Daí um novo conceito de organização e um novo conceito do homem: o homem organizacional, que desempenha papéis concomitantes em diversas organizações diferentes. A análise das organizações sob o ponto de vista estruturalista é feita dentro de uma abordagem múltipla e globalizante: tanto a organização formal como a informal devem ser compreendidas, bem como as recompensas e sanções materiais e sociais devem ser consideradas no comportamento das pessoas; todos os diferentes tipos de organizações devem ser levados em conta (empresas industriais, comerciais, de serviços, organizações de serviços, exército, igrejas, partidos políticos, universidades, hospitais etc.), os diferentes níveis hierárquicos devem ser abrangidos pela análise organizacional, bem como as relações externas da organização com outras organizações (análise interorganizacional). A análise organizacional, dentro dessa abordagem múltipla e globalizante, é extremamente facilitada com a utilização de tipologias organizacionais, assunto em que os estruturalistas são mestres: Etzioni, Blau e Scott sugerem tipologias simples e unidimensionais. Não existem duas organizações iguais. As organizações são diferentes entre si e apresentam enorme variabilidade. Contudo, elas apresentam certas características que permitem classificá-las em certos grupos ou tipos. Essas classificações permitem uma análise comparativa das organizações do ponto de vista de uma determinada característica comum ou de uma variável relevante. Com a tipologia a individualidade é sacrificada para alcançar um razoável número de agrupamentos genéricos que facilitam a comparação. Segundo Etzioni, as organizações possuem as seguintes características: 1. Divisão de trabalho e atribuição de poder e responsabilidades: de acordo com um planejamento intencional, a fim de intensificar a realização de objetivos específicos;. Centros de poder: controlam os esforços combinados da organização e os dirigem para seus objetivos; esses centros de poder precisam também reexaminar continuamente a realização da organização e, quando necessário, reordenar sua estrutura, a fim de aumentar sua eficiência; 3. Substituição de pessoal: as pessoas com desempenho pouco satisfatório podem ser demitidas e substituídas por outras pessoas para as suas tarefas. A organização também pode recombinar seu pessoal, através de transferências e promoções. É necessário considerar que as organizações existem para proporcionar benefícios. Assim, Blau e Scott apresentam uma tipologia das organizações baseada no benefício principal, ou seja, de quem se beneficia com a organização. Para Blau e Scott, há quatro categorias de participantes que podem se beneficiar com uma organização formal: os próprios membros da organização, os proprietários ou dirigentes da organização, os clientes da organização e o público em geral. Em função dessas quatro categorias, existem quatro tipos básicos de organizações: 1. associações de benefícios mútuos: onde o beneficiário principal são os próprios membros da organização, como as associações profissionais, as cooperativas, os sindicatos, os consórcios etc.,. organizações de interesses comerciais: onde os proprietários ou acionistas são, os principais beneficiários da organização, como a maior parte das empresas privadas, sejam sociedades anônimas ou sociedades de responsabilidade limitada; 3. organizações de serviços: onde um grupo de clientes é o beneficiário principal. Exemplos: hospitais, universidades, escolas, organizações religiosas e agências sociais; 4. organizações de Estado: onde o beneficiário é o público em geral. Exemplo: a organização militar, correios, instituições jurídicas e penais, segurança pública, saneamento básico etc. Para melhor avaliar a realização das organizações, os objetivos organizacionais representam as intenções das organizações e o seu alcance mostra até que ponto as organizações são eficazes. Um objetivo organizacional é uma situação desejada que a organização tenta atingir. É uma imagem que a organização pretende para o seu futuro. Porém, se o objetivo é atingido, ele deixa de ser a imagem orientadora da organização e é assimilado à organização como algo real e atual. Quando um objetivo se torna realidade, deixa de ser o objetivo desejado. Nesse sentido, um objetivo nunca existe; é um estado que se procura e não um estado que se possui. A Teoria Estruturalista inaugura os estudos acerca dos ambientes dentro do conceito de que as organizações são sistemas abertos em constante interação com seu meio ambiente. Até então, a teoria administrativa havia se confinado aos estudos dos aspectos internos da organização dentro de uma concepção de sistema fechado. Os diversos estratos do ambiente são traçados; o ambiente geral e o ambiente operacional, constituídos das partes relevantes do ambiente geral, são devidamente definidos. Todavia, as organizações não funcionam dentro de um mar de rosas. Existem conflitos e dilemas organizacionais que provocam tensões e antagonismos envolvendo aspectos positivos e negativos, mas cuja resolução conduz a organização à inovação e à mudança. Resumidamente Max Weber (1909) Conceitos 1) Enfatiza a estrutura formal ) A empresa é um sistema fechado Princípios 1) Normas e regulamentos escritos ) Comunicações formais, documentadas por escrito 3) Racionalização da divisão do trabalho, de acordo com o objetivo da empresa 4) Impessoalidade das relações: "As pessoas mudam, mas os cargos permanecem" 5) Hierarquia de autoridade 6) Rotinas padronizadas, conforme regras e normas técnicas 7) Competência técnica e meritória: Testes para admissão e promoção 8) Especialização da administração: Os donos não são diretores (surgimento dos administradores profissionais) 9) Profissionalização do participante: Especialista, ocupante de cargo, segue carreira Vantagens 1) Precisão na operação ) Rapidez nas decisões: Devido à clareza das atribuições 3) Univocidade de interpretação: Devido à normatização por escrito 4) Uniformidade das rotinas 5) Continuidade da organização: Independentemente das pessoas 6) Redução de atritos entre as pessoas: Devido à clareza das comunicações 58

155 7) Constância: As mesmas decisões são tomadas nas mesmas situações, conforme a normatização escrita 8) Subordinação dos mais novos aos mais antigos 9) Confiabilidade: Uma vez que a empresa é dirigida segundo normas padronizadas (se confia que as decisões devidas sejam tomadas, graças à normatização, pode-se fazer previsões) 10) Benefícios pessoais: Com a hierarquia, racionalização da divisão do trabalho, treinamentos de especialização, progresso individual conforme méritos pessoais dentro do plano de carreira Disfunções 1) Internacionalização das regras e exagerado apego aos regulamentos: Os regulamentos passam a ser objetivos, e não meios ) Excesso de formalismo e de papelório 3) Resistência a mudanças: Tudo o que foge às normas não são bem vindo 4) Despersonalização do relacionamento 5) Categorização como base do processo decisório: Sempre quem toma a decisão é o superior hierárquico, independentemente se conhece ou não o problema 6) Superconformidade às normas e procedimentos 7) Exibição de sinais de autoridade: Devido à valorização da hierarquia formal, usa-se uniformes, crachás, tipos de mesa, tipos de sala, etc 8) Dificuldade no atendimento a clientes e conflitos com o público: O funcionário atende às normas e ao seu superior, padronizando o atendimento aos clientes, que desejam tratamento diferenciado Teoria Comportamental da Administração (1947) A Teoria Comportamental marca a mais profunda influência das ciências do comportamento na Administração. Para muitos, representa a aplicação da Psicologia Organizacional à Administração. Surgiu em 1947 nos Estados Unidos, dentro de uma fundamentação amplamente democrática. Esta teoria se assenta em novas proposições acerca da motivação humana, notadamente as contribuições de McGregor, Maslow e Herzberg. O administrador precisa conhecer os mecanismos motivacionais para poder dirigir adequadamente as pessoas. Maslow, um psicólogo e consultor americano, apresentou uma teoria da motivação, segundo a qual as necessidades humanas estão organizadas e dispostas em níveis, numa hierarquia de importância e de influência. Essa hierarquia de necessidades pode ser visualizada como uma pirâmide. Na base da pirâmide estão as necessidades mais baixas (necessidades fisiológicas) e no topo as necessidades mais elevadas (as necessidades de auto-realização). As necessidades fisiológicas constituem o nível mais baixo de todas as necessidades humanas, mas de vital importância. Neste nível estão as necessidades de alimentação (fome e sede), de sono e repouso (cansaço), de abrigo (frio ou calor), o desejo sexual etc. As necessidades fisiológicas estão relacionadas com a sobrevivência do indivíduo e com a preservação da espécie. São necessidades instintivas e que já nascem com o indivíduo, e são as mais prementes de todas as necessidades humanas: quando alguma dessas necessidades não está satisfeita, ela domina a direção do comportamento (por ex: o homem com o estômago vazio não tem outra preocupação maior do que se alimentar; porém quando come regularmente e de maneira adequada, a fome deixa de ser uma motivação importante). As necessidades de segurança constituem o segundo nível das necessidades humanas. São as necessidades de segurança ou de estabilidade, a busca de proteção contra a ameaça ou privação, a fuga ao perigo. Surgem no comportamento quando as necessidades fisiológicas estão relativamente satisfeitas. As necessidades de segurança têm grande importância no comportamento humano, uma vez que todo empregado está sempre em relação de dependência à empresa, onde as ações administrativas arbitrárias ou decisões incoerentes podem provocar incerteza ou insegurança no empregado quanto à sua permanência no emprego. As necessidades sociais surgem no comportamento, quando as necessidades mais baixas (fisiológicas e de segurança) se encontram relativamente satisfeitas. Dentre as necessidades sociais estão a necessidade de associação, de participação, de aceitação por parte dos companheiros, de troca de amizade, de afeto e amor. Quando as necessidades sociais não estão suficientemente satisfeitas, o indivíduo se torna resistente, antagônico e hostil com relação às pessoas que o cercam. As necessidades de estima são as necessidades relacionadas com a maneira pela qual o indivíduo se vê e se avalia. Envolvem a autoapreciação, autoconfiança, a necessidade de aprovação social e de respeito, de status e de prestígio, e de consideração. Envolvem ainda o desejo de força e de adequação, de confiança perante o mundo, independência e autonomia. As necessidades de auto-realização são as necessidades humanas mais elevadas e que estão no topo da hierarquia. São as necessidades de cada pessoa realizar o seu próprio potencial e de continuamente autodesenvolver-se. Essa tendência geralmente se expressa através do impulso de a pessoa tornar-se sempre mais do que é e de vir a ser tudo o que pode ser. Essas necessidades tomam formas e expressões que variam enormemente de pessoa para pessoa. Sua intensidade ou manifestação também são extremamente variadas, obedecendo às diferenças individuais. Frederick Herzberg formulou a chamada teoria dos dois fatores para melhor explicar o comportamento das pessoas em situação de trabalho. Para Herzberg existem dois fatores que orientam o comportamento das pessoas6: 1. Fatores higiênicos ou fatores extrínsecos, pois se localizam no ambiente que rodeia as pessoas e abrange as condições dentro das quais elas desempenham seu trabalho. Como essas condições são administradas e decididas pela empresa, os fatores higiênicos estão fora do controle das pessoas. Os principais fatores higiênicos são: o salário, os benefícios sociais, o tipo de chefia ou supervisão que as pessoas recebem de seus superiores, as condições físicas e ambientais de trabalho, as políticas e diretrizes da empresa, o clima de relações entre a empresa e as pessoas que nela trabalham, os regulamentos internos etc. Quando os fatores higiênicos são ótimos, eles apenas evitam a insatisfação dos empregados, pois não conseguem elevar consistentemente a satisfação e, quando a elevam, não conseguem sustentá-la elevada por muito tempo. Porém, quando os fatores higiênicos são péssimos ou precários, eles provocam a insatisfação dos empregados. Por causa dessa influência mais voltada para a insatisfação, Herzberg chama-os de fatores higiênicos, pois são essencialmente profiláticos e preventivos: eles apenas evitam a insatisfação, mas não provocam a satisfação;. Fatores motivacionais ou fatores intrínsecos, pois estão relacionados com o conteúdo do cargo e com a natureza das tarefas que o indivíduo executa. Assim sendo, os fatores motivacionais estão sob o controle do indivíduo, pois estão relacionados com aquilo que ele faz e desempenha. Os fatores motivacionais envolvem os sentimentos de crescimento individual, de reconhecimento profissional e as necessidades de auto-realização. Outro aspecto importante da Teoria Comportamental é o Processo Decisorial (ou `processo decisório"). Todo indivíduo é um tomador de decisão, baseando-se nas informações que recebe do seu ambiente, processando-as de acordo com suas convicções e assumindo atitudes, opiniões e pontos de vista em todas as circunstâncias. A organização, neste sentido, é vista como um sistema de decisões onde todos se comportam racionalmente apenas em relação a um conjunto de informações que conseguem obter a respeito de seus ambientes. Para que os participantes tomem decisões consentâneas com as da organização, esta lança mão de uma série de artifícios para orientar as decisões. A ideia de um tomador de decisões, dentro de uma racionalidade limitada pela escassez de informações que pode obter e processar, conduz ao conceito do homem administrativo, que se comporta buscando soluções satisfatórias e não soluções ótimas. Para abastecer o processo decisorial, a organização precisa coletar e processar uma enorme variedade de informações para permitir a escolha de alternativas, em situações que nunca revelam todas as opções disponíveis, nem os possíveis resultados dessas alternativas. A capacidade da organização de coletar e processar tais informações para proporcionar às pessoas que decidem, no tempo hábil, as bases para que possam ser bem sucedidas na escolha, é bastante limitada. Assim, o tomador de decisão 59

156 não tem condição de analisar integralmente todas as situações nem de procurar todas as alternativas possíveis. Muito menos de buscar a melhor alternativa ou a alternativa mais adequada entre todas. Desta maneira, o comportamento administrativo não é otimizaste nem procura a melhor maneira, mas é satisfaciente, pois procura a maneira satisfatória entre aquelas que conseguiu comparar. A análise descritiva (que mostra o que é) e a análise prescritiva (que mostra o que deve ser) são também aspectos importantes no estudo do comportamento organizacional. Enquanto a abordagem da Teoria Clássica e Neoclássica e da Teoria das Relações Humanas era prescritiva e normativa (preocupação em prescrever como lidar com os problemas administrativos, ditando princípios ou normas de alteração, o que deve e o que não deve ser feito), a abordagem da Teoria Comportamental é predominantemente descritiva e explicativa (preocupação em explicar apenas, sem ditar princípios ou normas de atuação). Os "behavioristas" preocupam-se muito mais em explicar e descrever as características do comportamento organizacional do que em construir modelos e princípios de aplicação prática. A Teoria Comportamental privilegia as organizações mais democráticas, menos estruturadas hierarquicamente e menos autocráticas, baseadas na equalização do poder. Princípios gerais 1) Processo decisório diante de uma série de alternativas, os decisores selecionam (conscientemente ou não) a que representa a melhor opção. Seguindo a hierarquia organizacional, as decisões particulares são reflexos de decisões globais. Os processos administrativos são, por isso, basicamente processos decisórios. ) Liderança a capacidade de fazer a melhor escolha é característica dos líderes, que imprimem essa característica à empresa como um todo. O tipo de líder ideal existe e é aquele cuja autoridade flexibiliza a divisão da tarefa de tomada de decisões. 3) Autoridade e aceitação de normas a autoridade como fenômeno psicológico determina que as pessoas aceitem ordens de outras, sob determinadas circunstâncias, entre elas: por confiança no líder; por identificação com o líder; por medo de receber sanções; por legitimação, buscando "seguir a regra do jogo". 4) Homem administrativo os homens são racionais diante de uma situação com vários dados.. eventos futuros e distribuição de probabilidades desses eventos, alternativas de ação disponíveis e suas consequências, princípios próprios de ordem de preferência. Baseando-se em tomada de decisões, o homem administrativo tem um comportamento apenas satisfatório e não otimizante. 5) Conflito de objetivos as pessoas que integram uma organização devem ser igualmente eficazes (atingindo os objetivos organizacionais com sua participação) e eficientes (atingindo suas necessidades individuais). Resumidamente Conceitos 1) O administrador precisa conhecer os mecanismos motivacionais humanos, para dirigir melhor as pessoas ) Sempre existe conflito entre os objetivos individuais e organizacionais, o que deve ser minimizado 3) Processo decisorial: Cada indivíduo é um tomador de decisões, conforme as informações que coleta do seu ambiente 4) Comportamento organizacional: O relacionamento entre os indivíduos e a organização Princípios 1) As pessoas são esforçadas e gostam de ter o que fazer ) O trabalho é uma atividade natural 3) As pessoas procuram e aceitam responsabilidades 4) As pessoas podem ser automotivadas e autodirigidas 5) As pessoas são criativas e competentes Pirâmide Das Necessidade De Maslow 1) Fisiológicas: Instintivas, inatas básicas (sobrepõem-se sobre as demais), relacionam-se com a sobrevivência e preservação. Alimentação, sono e repouso, abrigo, sexual, etc (primárias) ) De segurança: Segurança e estabilidade e proteção. (primárias) 3) Sociais: Associação, participação, aceitação, amizade, afeto e amor 4) De estima: Auto-apreciação, autoconfiança, reconhecimento, prestígio e status 5) De auto-realização: Auto-satisfação Princípios 1) Apenas quando um nível de necessidades é satisfeito é que o nível seguinte surge no comportamento ) Nem todos chegam ao topo da pirâmide das necessidades 3) As necessidade inferiores, mais importantes, podem voltar a ficarem insatisfeitas, motivando novamente o comportamento do indivíduo, sobre as demais 4) Sempre possuímos mais de uma motivação e seu efeito sempre é em conjunto Teoria do Desenvolvimento Organizacional (MO.) (1960) - D.O. nasceu na década de 60 em função da intensa mudança que ocorre no mundo e em função da inadequação das estruturas convencionais às novas circunstâncias. O D.O. tem sua origem na Teoria Comportamental e nos pesquisadores que, ao final da Teoria das Relações Humanas, haviam-se dedicado a estudos de dinâmica de grupos e modificação de comportamento grupai. Aos poucos, o D.O. foi ampliando sua área de atuação até que, ao abordar a organização como um todo, assumiu a abordagem sistêmica. Neste ponto, passou a ganhar ares de teoria administrativa. O D.O. apresenta conceito dinâmico de organização, de cultura organizacional e de mudança organizacional dentro de pressupostos bastante avançados para a nossa prática administrativa. O conceito de organização para os autores especialistas em D.O. é tipicamente behaviorista: "uma organização é a coordenação de diferentes atividades de contribuintes individuais com a finalidade de efetuar transações planejadas com o ambiente" 8. Esse conceito utiliza a noção tradicional de divisão do trabalho ao se referir às diferentes atividades e à coordenação existente na organização e se refere às pessoas como contribuindo para as organizações, em vez de estarem elas próprias, as pessoas, totalmente nas organizações. As contribuições de cada participante à organização variam enormemente em função não somente das diferenças individuais, mas também do sistema de recompensas e contribuições pela organização. Toda organização atua em determinado meio ambiente e sua existência e sobrevivência dependem da maneira como ela se relaciona com esse meio. Assim, ela deve ser estruturada e dinamizada em função das condições e circunstâncias que caracterizam o meio em que ela opera. O conceito de "cultura organizacional" procura explicar que a única maneira viável de mudar as organizações é mudar sua "cultura", ou seja, mudar os sistemas dentro dos quais os homens trabalham e vivem. Cultura Organizacional significa um modo de vida, um sistema de crenças e valores, uma forma aceita de interação e de relacionamento típicos de determinada organização. Para que as organizações possam sobreviver e se desenvolver, para que exista a revitalização e a renovação, deve-se mudar a respectiva cultura organizacional. O clima organizacional constitui o meio interno de uma organização, a atmosfera psicológica característica que existe em cada organização. A dificuldade na conceituação do clima organizacional reside no fato de que o clima é percebido de maneiras diferentes por diferentes indivíduos. Alguns indivíduos são mais ou menos sensíveis do que outros em relação a aspectos desse clima. Além do mais, uma característica que parece ser positiva para um membro e uma organização pode ser percebida como negativa ou insatisfatória por outros. Assim, o clima é constituído por "aquelas características que distinguem a organização de outras organizações e influenciam o comportamento das pessoas na organização". O conceito de clima organizacional envolve diferentes aspectos da situação, que se sobrepõem mutuamente em graus diversos, como o tipo de organização, a tecnologia envolvida, as políticas da companhia, as metas operacionais formais, os regulamentos internos, além de atitudes, sistemas de valores, formas de comportamento social que são encorajadas, ou sancionadas. Assim, o clima organizacional resulta de um complexo envolvimento. de componentes relacionados com aspectos formais e, informais da estrutura, dos sistemas de controle, regras e normas e relações interpessoais existentes na organização. Cada organização é um sistema complexo e humano, com características próprias, coma sua própria cultura e com um sistema de valores e que 60

157 determinam os sistemas de informações e os procedimentos de trabalho. Todo esse conjunto de variáveis deve ser continuamente observado, analisado e aperfeiçoado para que resultem produtividade e motivação ótimas. Para mudar o clima organizacional, a organização precisa ter capacidade inovadora, ou seja, deve ter as seguintes características: a) adaptabilidade, como a capacidade de resolver problemas e de reagir de maneira flexível às exigências mutáveis e inconstantes do meio ambiente. Para ser adaptável, a organização deve ser flexível, para poder adaptar e integrar novas atividades, e ser receptiva e transparente a novas ideias, venham elas tanto de dentro como de fora da organização; b) senso de identidade, ou seja, o conhecimento e a compreensão do passado e do presente da organização, bom como a compreensão e compartilhamento dos objetivos da organização por todos os seus participantes. Aqui não há lugar para a alienação do empregado, mas para o comprometimento do participante; c) perspectiva exata do meio ambiente, ou seja, uma percepção realista aliada a uma capacidade de investigar, diagnosticar e compreender o meio ambiente; d) integração entre os participantes, de tal forma que a organização possa se comportar como um todo orgânico. O mundo de hoje caracteriza-se por um constante ambiente de mudança. O clima geral que envolve as organizações é extremamente dinâmico, exigindo delas uma elevada capacidade de adaptação como condição básica de sobrevivência. O processo de mudança organizacional começa com o aparecimento de forças que vêm de fora ou de algumas partes da organização. Essas forças podem ser exógenas ou endógenas à organização. As forças exógenas provêm do ambiente, como as novas tecnologias, mudança em valores da sociedade e novas oportunidades ou limitações do ambiente (econômico, político, legal e social). Essas forças externas criam a necessidade de mudança organizacional interna. As tentativas de mudança interna podem ser conscientemente planejadas para que o ajustamento às novas condições externas se processe com a mínima perturbação do equilíbrio estrutural e de comportamento existente dentro da organização. As forças endógenas que criam necessidade de mudança estrutural e comportamental provêm da tensão organizacional: tensão nas atividades, interações, sentimentos ou resultados de desempenho no trabalho. Estas forças de mudança representam condições de equilíbrio já perturbado dentro de uma ou mais partes da organização. O desenvolvimento organizacional é necessário sempre que a organização concorra e lute pela sobrevivência em condições de mudança. Toda mudança é um problema que deve ser solucionado de forma racional e eficiente. Cada época desenvolve uma forma organizacional mais adequada e característica à sua natureza. As mudanças que estão ocorrendo no mundo moderno tornam necessário revitalizar e reconstruir as nossas organizações. Estas têm de se adaptar às mudanças do ambiente. As mudanças organizacionais não devem ser feitas ao acaso, ao sabor da inércia e da improvisação, mas têm de ser planejadas. Enquanto a mudança genérica envolve alterações no ambiente em geral, a mudança organizacional é um conjunto de alterações estruturais e comportamentais dentro de uma organização. Esses dois tipos fundamentais de alterações - estruturais e comportamentais - são interdependentes e se interpenetram. Conceitos 1) O homem é essencialmente bom ) Os indivíduos são sobretudo seres humanos 3) O homem é um ser em processo de crescimento 4) Aceitação plena e utilização das diferenças individuais 5) Indivíduo com uma personalidade integral 6) Possibilidade ampla de expressão, adequada ao uso eficaz dos sentimentos 7) Adoção de comportamento autêntico 8) Uso do status para o alcance dos objetivos relevantes da organização 9) Confiança nas pessoas 10) Desejo e aceitação de riscos 11) O plano de trabalho é essencial ao cumprimento de uma tarefa 1) Ênfase na colaboração entre as pessoas Princípios 1) Ênfase nos relacionamentos entre e dentro dos grupos ) Confiança e crença recíprocas 3) Interdependência e responsabilidade compartilhada 4) Participação e responsabilidade multigrupal 5) Tomada de decisões descentralizada 6) Amplo compartilhamento de responsabilidades e controle 7) Soluções de conflitos negociadas ou resolvendo-se problemas Etapas 1) Colheita de dados ) Diagnóstico organizacional 3) Ação de intervenção Fonte: A REDEFINIÇÃO DO PAPEL DO ESTADO E A INTRODUÇÃO DE NO- VAS FIGURAS JURÍDICAS NO DIREITO BRASILEIRO Texto extraído do Jus Navigandi Adriana Maurano Procuradora do Município de São Paulo (SP) 1. INTRODUÇÃO O Estado moderno tem assumido funções e responsabilidades que são, posteriormente, devolvidas à sociedade, na busca de uma maior eficiência na prestação dos serviços de interesse público. O atual contexto das grandes tendências mundiais relacionadas a globalização, progressos na tecnologia da informação e emergência da sociedade civil organizada, levou à concepção de um novo papel do Estado, que passa de produtor direto de bens e serviços pare indutor e regulador do desenvolvimento. Assim, o Poder Público passou atuar no fomento da prestação de atividades de interesse público por particulares e na regulação e fiscalização dos serviços públicos, descentralizando a sua realização através de contratos de gestão, permissões e concessões ao setor privado. A moderna administração pública mantém a centralização governamental nos Poderes Políticos Executivo e Legislativo, que deverão fixar os preceitos básicos, metas e finalidades da Administração Pública, porém, exige maior descentralização administrativa, para a consecução desses objetivos. Para atingir estes objetivos foram criadas novas figuras jurídicas, quais sejam: organizações sociais (Lei federal 9.637/98), organizações da sociedade civil de interesse público (Lei federal 9.790/99), agências executivas (arts. 51 e 5 da Lei federal 9.649/98) e, por fim, as agências reguladoras, cujo modelo não foi uniformizado pela legislação, tratando-se cada uma conforme a especificidade da lei que a criou. Em síntese, este estudo pretende abordar, de forma mais abrangente, as diversas figuras jurídicas trazidas pela Reforma Administrativa e de forma mais detalhada o papel das agências reguladoras no novo modelo de Estado Estado Regulador - que deixa de ser responsável pelo desenvolvimento econômico e social pela via de produção de bens e serviços, reduzindo seu papel de executor ou prestador direto de serviços, para passar a atuar na função de fiscalizador, fixando as regras disciplinadoras da ordem econômica a fim de ajusta-la aos ditames da justiça social.. Breve histórico da Intervenção Estatal na Economia Evolução do conceito de serviço público O Estado é o poder social institucionalizado e ele se legitima enquanto exterioriza suas finalidades. Sendo uma produção social, a finalidade do Estado deve ser sempre uma finalidade social e, portanto, o Estado encontra sua legitimidade nos serviços que presta à coletividade (serviço público). O conceito de interesse coletivo, subentendido pela atividade de serviço público, não é um conceito estático, uma vez que porta um conteúdo essencialmente político. É o Estado, por meio da lei, que, diante de uma necessidade coletiva existente em determinado momento, escolhe quais as atividades que serão consideradas serviços públicos. Há que se considerar que o serviço público não varia somente no tempo, mas também no espaço, pois depende da legislação de cada país a maior ou menor abrangência das atividades definidas como serviço público. 61

158 No Brasil, os princípios dos artigos 1 o e 3 o da Constituição Federal determinam a finalidade da ação do poder estatal. Pode-se afirmar, portanto, que só é possível entender o Direito Público à vista da sociedade sobre a qual se projete. Sem um conhecimento das ideias que presidem a vida social e política em cada momento histórico não se compreende bem os conceitos jurídicos, nem as leis que imperam nesse momento. A intervenção do Estado, na atividade econômica, é marcada por períodos perfeitamente delineados..1. Estado liberal Dentro de uma perspectiva histórica, o Estado liberal do século XVIII, surgido por inspiração da Revolução Francesa, sob o signo da liberdade e igualdade entre os homens, foi um Estado marcado pelo nãointervencionismo. O objeto central do Estado era o indivíduo e o papel do Estado era garantir, acima de tudo, a liberdade das pessoas. Daí o distanciamento do Estado em relação à vida social, econômica e religiosa dos indivíduos. Apenas alguns serviços públicos tiveram sua titularidade assumida pelo Poder Público, abrangendo atividades de interesse geral, prestadas sob regime publicista. Considerando as reduzidas funções que lhe cabiam, o Estado era composto de um pequeno núcleo estratégico e não havia grande necessidade de descentralização, mesmo porque as atividades exercidas restringiam-se quase exclusivamente às atividades típicas de Estado (defesa nacional, segurança interna, arrecadação, exercício do poder de polícia), que são, em geral, indelegáveis, por serem incompatíveis com os métodos do direito privado. As demais atividades públicas tinham seu exercício transferido aos particulares, por meio de concessão. A realização dessas atividades por particulares era feita pela via contratual, e restringia a intervenção do Estado nos negócios privados ao mínimo necessário. Ocorre que essa intervenção mínima do Estado gerou consequências desastrosas, tais como a criação de monopólios que praticamente dizimaram as pequenas empresas, bem como desigualdades sociais acentuadas, marcadas por um proletariado vítima da miséria e ignorância. Em contraposição ao Estado Liberal, surgiu, após a segunda grande guerra, o denominado Estado Social, em que a preocupação com o princípio da liberdade foi superada pela necessidade de se assegurar o cumprimento de outro princípio, o da igualdade...estado intervencionista No Estado do bem estar, emergente nos séculos XIX e XX, o ideal de igualdade, que fora tomado como pressuposto pelo pensamento liberal, é reconhecido como algo a ser implementado, adquirindo maior importância do que a liberdade individual e econômica. Assim, para alcançar essa igualdade, entendia-se que o Estado deveria intervir na ordem econômica e social, passando a atuar diretamente na área social e a intervir no domínio econômico Deste modo, no princípio do século XX, a condução do processo de desenvolvimento econômico e social foi atribuída ao Estado, com a finalidade de alcançar a igualdade entre os homens e ajudar os menos favorecidos. Na medida em que o Estado foi-se afastando dos princípios do liberalismo, começou a ampliar o rol das atividades próprias, definidas como serviços públicos, pois passou a assim considerar determinadas atividades comerciais e industriais que antes eram reservadas à iniciativa privada. Foi nas primeiras décadas do século XX que a expressão serviço público foi trabalhada como teoria, como concepção, pela Escola de Serviço Público. O publicista francês Leon Duguit, fundador e chefe dessa Escola, elaborou conceito de serviço público, de cunho antes sociológico que jurídico, segundo o qual serviço público é todo serviço que resulta da interdependência social, assumido, organizado e controlado pelos governantes. À medida em que o Estado, com a justificativa de assegurar a promoção do bem-estar comum, foi assumindo responsabilidade por diversas atividades, tais como infra-estrutura de transportes, comunicações, exploração de petróleo, verificou que não dispunha de organização adequada à realização dessas atividades. Assim, o Estado Social de Direito transformou-se em Estado prestador de serviços, Estado empresário e Estado investidor. Neste período surgiram as Autarquias, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista, com o objetivo de operacionalizar todas as novas atividades que passaram a serem desempenhadas pelo Estado. As Autarquias foram consideradas mais adequadas para a prestação de serviços públicos próprios do Estado. Sua criação justificava-se pela ideia de especialização, com vistas à obtenção de melhores resultados. A concessão de serviços públicos foi outro procedimento utilizado para operacionalizar as atividades exercidas pelo Estado, com a vantagem de que a prestação de serviços públicos dava-se sem necessidade de inverter recursos públicos e sem que o Estado, em princípio, corresse os riscos do empreendimento. No entanto, este instituto não teve os efeitos esperados e o Estado foi perdendo o interesse em sua utilização, pois teve que passar a interferir na vida da empresa concessionária para assegurar a prestação de serviços essenciais, vindo a participar, assim, dos riscos do empreendimento. As concessões entraram em relativo desuso e surgiram, naquele momento, as sociedades de economia mista e as empresas públicas, criadas para desenvolver atividades de natureza comercial ou industrial, com a possibilidade de atuar sob o mesmo regime das empresas privadas. No entanto, principalmente no período do golpe militar de 1964, passaram a serem instituídas empresas governamentais, com ou sem lei, das quais muitas tinham como objetivo a prestação de serviços públicos e muitas outras visavam a uma desatada e inconstitucional exploração de atividade econômica pelo Estado. Posteriormente, adotou-se o procedimento de delegar-se a execução do serviço a empresa sob controle acionário do Estado, referidas, na Constituição, como categoria própria (arts. 37, XVII e 165, parágrafo 5 o, II). Devido ao fato do Estado ter passado a desempenhar serviços industriais e comerciais, que antes eram executados exclusivamente pelos particulares, o conceito de serviço público entrou em crise, posto que a Administração passou a desempenhar serviços sob o regime predominantemente privado. Assim, o regime jurídico deixou de ser a baliza que delimitava os conceitos de serviço público e particular. O crescimento excessivo do Estado para possibilitar o desempenho de diversas atividades, que compreendiam praticamente todos os setores da vida social, acabou por gerar uma Administração ineficiente e burocrática, incapaz de cumprir seu objetivo inicial, que era promover o bem-comum..3. Estado regulador A constatação da ineficiência da máquina administrativa para prestar diretamente os serviços de interesse social, aliado aos custos excessivos para a sua manutenção, fez com que fosse iniciado, no mundo contemporâneo, uma série de transformações, com a finalidade de reduzir a atuação direta do Estado, repassando-se à iniciativa privada atividades que, por sua natureza, podem ser executadas por particulares. Desta forma, surge a ideia de Estado como essencialmente regulador e não executor, e as atividades que permanecerem sob a sua responsabilidade deverão ser preferencialmente executadas de forma descentralizada com a contratação de entidades ou empresas privadas, de modo a que o Estado apenas mantenha suas funções de ente soberano. Porém isso não poderia ocorrer de modo absoluto, pois, como a experiência do liberalismo demonstrara, algumas atividades não poderiam ser adequadamente desempenhadas pelo particular. Cumpre ao Estado fomentar estas atividades, fornecendo os instrumentos necessários ao seu desempenho. Neste ponto, releva anotar a observação de Paulo Modesto: "É sabido que o Estado atualmente não tem condições de monopolizar a prestação 6

159 direta, executiva, do todos os serviços sociais de interesse coletivo. Estes podem ser executados por outros sujeitos, como associações de usuários, fundações ou organizações não governamentais sem fins lucrativos, sob acompanhamento e financiamento do Estado. Não prover diretamente o serviço não quer dizer tornar-se irresponsável perante essas necessidades sociais básicas. Não se trata de reduzir o Estado a mero ente regulador. O Estado apenas regulador é o Estado Mínimo, utopia conservadora insustentável ante as desigualdades das sociedades atuais. Não é este o Estado que se espera resulte das reformas em curso em todo mundo. O Estado deve ser regulador e promotor dos serviços sociais básicos e econômicos estratégicos. Precisa garantir a prestação de serviços de saúde de forma universal, mas não deter o domínio de todos os hospitais necessários; precisa assegurar o oferecimento de ensino de qualidade aos cidadãos, mas não estatizar todo o ensino. Os serviços sociais devem ser fortemente financiados pelo Estado, assegurados de forma imparcial pelo Estado, mas não necessariamente realizados pelo aparato do Estado." (1) Retoma- se, pois, a noção de subsidiariedade, a qual, por sua vez, tem como princípio a parceria entre o Poder Publico e a sociedade. No modelo de Estado Subsidiário, o Poder Público deixa à iniciativa privada a realização das atividades econômicas, reservando para si aquelas de que participa ou nas quais intervém somente em setores essenciais ou indelegáveis, para cujo desempenho a iniciativa privada se apresenta deficiente. O Estado Subsidiário se concretiza através de instrumentos de desestatização, que pode ocorrer através de três mecanismos principais: privatização, publicização e terceirização. Privatização é a venda de ativos públicos que não devem mais permanecer dentro do setor público. Publicização é transformar órgãos estatais em entidade públicas não estatais, de direito privado e sem fins lucrativos, que recebem recursos do orçamento público além de outras fontes possíveis. E terceirização é contratar externamente a execução de serviços a serem prestados por terceiros. Desta forma, nota-se que o Estado transita daquele produtor e prestador de serviços para dar espaço ao seu papel regulador, o que ocasiona necessariamente um considerável aumento da regulação..4. A Reforma do Estado Brasileiro A onda de reformismo do mundo contemporâneo gerada à partir da constatação de que o modelo intervencionista do Estado de Bem-Estar Social não poderia subsistir, também atingiu o Estado Brasileiro. O modelo intervencionista gerou um crescimento da dívida, o que estrangulou o Estado, que como consequência não conseguiu mais manter o mesmo nível de investimento. Assim, o Brasil vem se desprendendo das amarras do monopólio estatal, resquício de modelos interventores, de que são exemplos a época de Getúlio Vargas e mais recentemente do regime militar, para adequar-se a uma nova forma de Estado, baseada em um modelo mediador e regulador. O intervencionismo estatal começou a ruir na época do governo do Presidente Fernando Collor, quando começam os primeiros movimentos mais concretos no sentido da desestatização. As leis começam a ser flexibilizadas e a intervenção estatal começa timidamente a cair. Com o impeachment de Collor em 199, o governo Itamar Franco, mais timidamente do que o ex-presidente continua com este processo. Em 1994 a desestatização começa a tomar contornos mais definidos com as políticas desenvolvidas pela equipe do Presidente Fernando Henrique Cardoso. O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, documento de 1995 do extinto Ministério da Administração e Reforma do Estado deixa assentado os pilares teóricos das reformulações pretendidas. Orientada pelo fim imediato de realizar o ajuste fiscal nos termos ajustados com o Fundo Monetário Internacional, esta reforma envolveu medidas destinadas a atender a quatro finalidades: (a) reduzir o tamanho do Estado; (b) redefinir seu papel regulador; (c) recuperar a governança, ou capacidade financeira e administrativa de implementar e; (d) aumentar a governabilidade, ou capacidade política do governo de intermediar interesses, garantir legitimidade e governar. Para tanto, lançou-se mão de emendas constitucionais, alterações da legislação administrativa, privatizações, abertura comercial, política monetária voltada à estabilidade da moeda e atração de investimentos estrangeiros. Com isso a Administração Pública deixaria de se responsabilizar pela produção de bens e serviços e assumiria a função de promover e regular o desenvolvimento. Nesta nova fase de prestação dos serviços públicos, o estado brasileiro deixou de ser um "Estado Executor", que atuava na ordem econômica por meio de pessoas jurídicas a ele vinculadas (intervenção, monopólio) e passa a ser um "Estado Regulador", que, de acordo com a Constituição Federal de 1988 em seu artigo 174, fixa as regras disciplinadoras da ordem econômica para ajustá-la aos ditames da justiça social, exercendo o papel de fiscalização. A principal mudança para a população com este recém-chegado modelo, é a nova maneira de prestação de serviços públicos. Estes podem se dar de duas formas, direta ou indireta. O processo de desestatização se caracterizou pelo incremento da prestação indireta, pois aumentaram as delegações destes serviços. A forma indireta se caracteriza, basicamente, por quatro diferentes modalidades, a saber: concessão, permissão, autorização e terceirização. Nestas formas, as empresas atuam como uma "longa manus" do poder estatal, atuando em setores de responsabilidade do Estado. Sobre todas as formas paira uma mais abrangente, que diz respeito a todas, chamada de desregulamentação que visava a desburocratização, mas que acabou por gerar novas regulamentações. Em resumo, nesta nova fase, o Estado não é mais o único provedor de serviços públicos, pois com a quebra do monopólio estatal, estes foram delegados à iniciativa privada. 3. Figuras jurídicas introduzidas pela Reforma Administrativa Uma das novidades trazidas pelo Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado foi a criação e desenvolvimento de um setor público nãoestatal, inserido no programa de publicização e constituído por entidades da sociedade civil, sem caráter lucrativo e que desempenham atividade de relevante interesse social. Através deste Plano Diretor, foi idealizada a criação de organizações sociais, como forma de reduzir o tamanho do aparelho estatal, fazendo com que a própria sociedade desempenhe funções de interesse geral. Outra inovação foi a criação de Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público que, assim como as Organizações Sociais, não fazem parte da Administração Indireta, sendo consensualmente apontadas como forma de parceria entre o Poder Público e a sociedade. As agências reguladoras também são modelo oriundo do Plano Diretor da Reforma do Estado, baseado no modelo Norte-Americano, e fundamentado, antes de mais nada, no alto grau de especialização e independência, como será visto a seguir Organizações Sociais As Organizações Sociais constituem um novo tipo de entidade, e foram introduzidas no direito brasileiro pela Medida Provisória n o 1.591, de 9 de outubro de 1997, sucessivamente reeditada, até o advento da Lei Federal n o 9.637, de 15 de maio de Conforme bem explicita Paulo Modesto, as Organizações Sociais são instituições do terceiro setor (pessoas privadas de fins públicos, sem finalidade lucrativa, constituídas voluntariamente por particulares, auxiliares do Estado na persecução de atividades de conteúdo social relevante). Para ele, ser organização social significa, apenas, possuir um título jurídico especial, conferido pelo Poder Público em vista do atendimento de requisitos gerais de constituição e funcionamento previstos expressamente em lei. Traçando um paralelo entre as tradicionais pessoas jurídicas qualificadas pelo título de utilidade pública e as atuais organizações sociais, Paulo Modesto aponta as principais diferenças entre esses dois títulos jurídicos, concedidos às entidades do terceiro setor: "O título de organização social, conferido pelo poder público, faz incidir sobre as instituições reconhecidas um plexo de disposições jurídicas especiais, que asseguram vantagens e sujeições incomuns para as tradicionais pessoas jurídicas qualificadas pelo título de utilidade pública. Em qualquer dos dois títulos referidos, porém, dá-se um plus à personalidade jurídica 63

160 das entidades privadas, que passam a gozar de benefícios especiais não extensíveis às demais pessoas jurídicas privadas (benefícios tributários e vantagens administrativas diversas). A todo rigor, portanto, nenhuma entidade é constituída como organização social. Ser organização social não se pode traduzir em uma qualidade adquirida, resultado de um ato formal de reconhecimento do Poder Público, facultativo e eventual, semelhante em muitos aspectos à qualificação deferida às instituições privadas sem fins lucrativos quando recebem o título de utilidade pública. Existem indiscutivelmente diferenças e semelhanças entre os títulos de utilidade pública e de organização social. Os traços comuns são os seguintes: 1. a iniciativa privada voluntária na sua criação e na sua constituição;. a existência de limites gerais à livre constituição e funcionamento dos órgãos de direção ou gerência como requisito para o exercício de ato posterior de reconhecimento ou qualificação; 3. a afetação a uma finalidade de interesse público ou socialmente relevante; 4. o recebimento de favores especiais, subsídios isenções e contribuições do Estado; 5. a submissão a uma vigilância especial e a limitações de ordem administrativa que vão alem do simples poder de polícia exercido sobre as demais pessoas privadas; 6. sujeição do controle do Tribunal de Contas e à fiscalização do Ministério Público; 7. a necessidade de reconhecimento formal por parte do Estado, segundo um procedimento especial regulado por lei; 8. a destinação legal do patrimônio social a outra entidade de mesma natureza, em caso de extinção da entidade, não sendo permitido seja o patrimônio repartido entre os membros da instituição; e 9. a submissão ao regime jurídico das pessoas de direito privado, com derrogações de direito público. Os traços diferenciais básicos são os seguintes: 1. os estatutos das organizações sociais devem prever e adotar determinado modelo de composição para os seus órgãos de deliberação superior, inclusive prevendo a participação necessária de representantes do Estado, como requisito para permitir o ato posterior de qualificação pelo Poder Público;. o trespasse de bens e recursos públicos nas organizações sociais está condicionado à assinatura de contratos de gestão com os órgãos competentes da administração pública federal; 3. o estatuto da organização social deve prever, também como um requisito da qualificação, sujeição da entidade à publicação anual no Diário Oficial da União do relatório de execução do acordo ou contrato de gestão (relatório gerencial das atividades desenvolvidas, apoiadas pelo Poder Público, e não apenas do relatório formal da contabilidade da entidade); 4. o estatuto deve prever, como requisito de qualificação, regras rígidas de reforma das finalidade sociais, bem como normas para a definição impessoal das regras a serem adotadas para a remuneração do pessoal da entidade e para o sistema de compras; 5. o estatuto ainda deve prever que a entidade estará sujeita a controle externo de resultados, periódico e a posteriori, realizado por comissão de avaliação composta por especialistas de notória qualificação, especialmente destinado à verificação do cumprimento do contrato ou acordo de gestão firmado com o Poder Público; 6. as entidades qualificadas como organizações sociais poderão utilizar bens materiais e recursos humanos de entidades extintas do Estado, desde que a extinção tenha sido realizada por lei específica; 7. as entidades qualificadas poderão também absorver atividades e contratos de entidades extintas, também quando autorizados por lei, bem como os seus símbolos designativos, desde que estes sejam seguidos obrigatoriamente do símbolo OS." () Desta forma, pode-se observar que foram introduzidas uma série de novas garantias e cautelas que antes não existiam no sistema geral das entidades de utilidade pública, para o fim de, garantindo a flexibilidade da personalidade jurídica de direito privado, preservar-lhes a finalidade pública. Um ponto importante a ser observado é o condicionamento do fomento pela Administração Pública à formalização de contrato de gestão. O contrato de gestão é uma nova figura jurídica, criada à partir da ideia de "gestão pública por resultados", modelo de gestão baseada em fatos, orientada para resultados, transparente e responsável. Esse tipo de contrato firmado com as Organizações Sociais está conceituado no art. 5 o da Lei 9.637/98, que estabelece que o contrato de gestão é "o instrumento firmado entre o Poder Público e a entidade qualificada como organização social, com vistas à formação de parceria entre as partes para fomento e execução de atividades relativas às áreas relacionadas no art. 1 o." Essas atividades são: ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, cultura, saúde e proteção e preservação do meio ambiente. Maria Sylvia Zanella aponta, com propriedade, as principais características das Organizações Sociais: "a) é definida como pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos; b) criada por particulares, deve habilitar-se perante a Administração Pública, para obter a qualificação de organização social; ela é declarada, pela medida provisória, como "entidade de interesse social e utilidade pública" c) ela pode atuar nas áreas de ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação no meio ambiente, cultura e saúde; d) seu órgão de deliberação superior tem que ter representantes do Poder Público e de membros da comunidade, de notória capacidade profissional e idoneidade moral; e) as atribuições, responsabilidades e obrigações do Poder Público e da organização social são definidas por meio de contrato de gestão, que deve especificar o programa de trabalho proposto pela organização social, estipular as metas a serem atingidas, os receptivos prazos de execução, bem como critérios objetivos de avaliação de desempenho, inclusive mediante indicadores de qualidade e produtividade; f) a execução do contrato de gestão será supervisionada pelo órgão ou entidade supervisora da área de atuação correspondente a atividade fomentada; o controle que sobre ela se exerce é de resultado; g) O fomento pelo poder público poderá abranger as seguintes medidas: destinação de recursos orçamentários e bens necessários ao cumprimento do contrato de gestão, mediante permissão de uso com ônus para a origem; dispensa de licitação; cessão especial de servidores públicos, com ônus para origem; dispensa de licitação nos contratos de prestação de serviços celebrados entre a Administração Pública e a organização social. h) a entidade poderá ser desqualificada como organização social quando descumprir as normas do contrato de gestão." (3) Luciano Ferraz, ao discorrer sobre o modelo de organizações sociais trazido pela legislação federal, faz críticas quanto à ausência de previsão da realização de certame licitatório para a formalização do contrato de gestão: "Relativamente à necessidade de certame para que o Estado firme contrato de gestão com entidades qualificadas como organizações sociais, nossa posição é incisiva. Se o ajuste com elas tem a natureza contratual e havendo, como de fato há, viabilidade de competição, afastada estará a discricionariedade do administrador, impondo-se a disputa. Caso contrário, estarão burlando o art. 37, XXI, da Constituição Federal e os princípios da competitividade." (4) Celso Antonio Bandeira de Mello também aponta inconstitucionalidade da lei quanto à dispensa de procedimento licitatório para assinatura do contrato de gestão, recebimento de bens e dotações orçamentárias e até mesmo para a disponibilidade de servidores públicos, custeados pelo Estado: "Enquanto para travar com o Poder Público relações contratuais singelas (como contrato de prestação de serviços ou de execução de obras) o 64

161 pretendente é obrigado a minunciosas demonstrações de aptidão, inversamente, não se faz exigência de capital mínimo nem demonstração de qualquer suficiência técnica para que um interessado receba bens públicos custeados pelo Estado, considerando-se bastante para a realização e tal operação a simples aquiescência de dois Ministros de Estado ou, conforme o caso, de um Ministro e de um supervisor da área correspondente à atividade exercida pela pessoa postulante ao qualificativo de "organização social". Trata-se, pois, da outorga de uma discricionariedade literalmente inconcebível, até mesmo escandalosa, por sua desmedida amplitude, e que permitirá favoravelmente de toda espécie. Há nisto uma inconstitucionalidade manifesta, pois se trata de postergar o princípio constitucional da licitação (art. 37, XXI) e, pois, o princípio constitucional da isonomia (art. 5 o ), do qual a licitação é simples manifestação punctual, conquanto abrangente também de outro propósito (a busca do melhor negócio)" (5) Conclui, pois, o renomado mestre que "não é difícil perceber-se que as qualificações como organização social que hajam sido ou que venham a ser feitas nas condições da Lei 9.637, de , são inválidas pela flagrante inconstitucionalidade de que padece tal diploma, Assim, expõem-se abertamente a serem fulminadas em ações populares (Lei 4.717, de ) e a que os responsáveis por tais atos de benemerência com recursos públicos, tanto quanto os beneficiários deles, responsam patrimonialmente pelo indevido uso de ens e receitas públicas (art. 11 da citada lei)." (6) Nem todos os doutrinadores, entretanto, seguem as duras críticas feitas por Celso Antonio Bandeira de Mello a esse novo modelo. Paulo Modesto, embora aponte a necessidade de aperfeiçoamento da lei para a inclusão de exigências de patrimônio ou qualificação técnica especial para a candidatura de uma entidade ao título de organização social, por ser preciso estimular o oferecimento de contrapartidas, pela entidade, ao apoio do Estado, vislumbra vantagens na adoção do novo sistema. O principal deles é a previsão de um maior controle sobre as organizações sociais do que aquele que vinha sendo mantido sobre entidades de utilidade pública, com a introdução de uma série de cautelas e garantias para preservar de forma abrangente a finalidade pública, sem prejuízo das flexibilidades conferidas pela personalidade jurídica de direito privado. (7) Diogo de Figueiredo Moreira Neto lembra que vigora no direito contemporâneo a ideia de que embora o público seja ainda o campo de ação do Estado, não é mais seu monopólio e que "a Constituição brasileira de 1988 incentiva a colaboração social, a começar pela afirmação do princípio do pluralismo, estampado no art. 1 o, IV, e o da participação, no parágrafo único do mesmo artigo, descendo,mesmo, embora superfluamente, em seu texto, à previsão de vários instrumentos de colaboração participativa como, por exemplo, no campo da saúde (art. 197 e 198, III), da assistência social (art. 04, I), da educação (arts. 05 e 06, IV), da cultura (art. 16, 1 ), do meio ambiente (art. 5), da criança e do adolescente (art. 7, 1 ), para mencionar alguns dos mais relevantes." (8) Aponta, ainda, diversas vantagens neste sistema, que, citando Fernando Garrido Falla, denomina "nova descentralização funcional privatizadora": "O importante, porém, é que essas entidades intermédias apresentam sensíveis vantagens sobre a tradicional atividade burocraticamente centralizada. O administrativista francês GUY BRAIBANT sintetiza duas: a participação dos interessados e a leveza da gestão. Pode-se lhes acrescentar uma tríade particularmente importante de vantagens: a política, a técnica e a fiscal. A vantagem política reside na abertura da participação ao administrado, propiciando um clima de colaboração intenso e benéfico, aumentando, em consequência, a legitimidade das decisões da entidade intermédia. A vantagem técnica está na despolitização de inúmeras decisões que, em vez de serem tomadas por indivíduos das áreas política ou burocrática, descomprometidos pessoalmente com os resultados, no sentido do que não dão por eles atingidos, passam a ser negociadas pelos grupos sociais mais diretamente interessados, evitando posturas políticas, ideológicas, teorias esdrúxulas, experiências desastrosas e as indefectíveis generalizações fáceis. A vantagem fiscal, por fim, está no fato de que esses etes de cooperação podem vir a ser criados sem gerar novos ônus para o Estado prescindindo de novos tributos para custeá-los, uma vez que os recursos necessários para mantê-los e desenvolver-lhes as atividades, podem vir a ser cobrados de todos os diretamente beneficiados." (9) Não resta dúvida, entretanto, que se trata de um dos instrumentos de privatização que vem sendo utilizados pelo Estado para diminuir o aparelhamento da Administração Pública, principalmente quando se observa que as organizações sociais vão absorver atividades hoje desempenhadas por órgãos ou entidades estatais a serem extintas, e cujos bens móveis e imóveis serão cedidos à essas entidades, passando o serviço, que era público, a ser prestado como atividade privada. 3.. Organizações da sociedade civil de interesse público As Organizações da sociedade civil de interesse público OSCIPs foram instituídas pela Lei 9.790/99 e regulamentadas pelo Decreto 3.100/99. Assim como as Organizações Sociais OS, são entidades do terceiro setor, constituídas como pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais abrangem a assistência social, a promoção da cultura, educação, pesquisa e divulgação do conhecimento científico e tecnológico, a promoção da saúde, segurança alimentar e nutricional, a proteção ao patrimônio histórico e ao meio ambiente, entre outros. Apesar de ocupar um papel muito similar ao das organizações sociais, possuem um diferencial básico e fundamental na estrutura de sua formatação jurídico-administrativa, em especial pela composição associativa, que não prevê a participação direta do Poder Público. A participação do Poder Público na atuação das OSCIPs dá-se através da função de fomento, na medida em que estas entidades se credenciam a receber recursos ou bens públicos para o desempenho de suas atividades e desenvolvimento de suas metas e programas. Essa relação de cooperação entre o Poder Público e as OSCIPs é formalizada através de termo de parceria, cuja disciplina jurídica está estatuída no Capítulo II da Lei 9.790/1999. As normas de prestação de contas têm estruturas similares àquelas das OS, com uma alteração significativa, que aproxima os instrumentos de gestão do setor privado: a realização de auditoria, inclusive por auditor externo independente, sobre a aplicação de recursos oriundos dos Termos de Parceria. Essa é uma flexibilização significativa, pois incrementa as técnicas de fiscalização. As principais diferenças entre as OSCIPs e as OS foram apontadas, com propriedade, por Celso Antonio Bandeira de Mello: 3.3.Agências Executivas As agências executivas são autarquias de regime jurídico especial, previstas nos arts. 51 e 5 da Lei 9.649, de , que dispôs sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios. Na verdade, a denominação "agência executiva" designa um título jurídico que pode ser atribuído a autarquias e a fundações públicas que preencham os seguintes requisitos: a) ter celebrado contrato de gestão com o respectivo Ministério supervisor e b) ter plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional, voltado para a melhoria da qualidade da gestão e para redução de custos, já concluídos ou em andamento. Na União, o título de agência executiva é conferido mediante decreto do Presidente da República (art. 51, 1º, da Lei n , de 7 de maio de 1998, c/c art. 1º, º, do Decreto n..487, de de fevereiro de 1998). O decreto de qualificação deve ser específico, isto é, relativo a apenas uma entidade determinada. Essa qualificação acarreta efeitos jurídicos variados, estabelecendo uma diferenciação abstrata do regime jurídico das autarquias e fundações qualificadas em face das autarquias e fundações públicas não qualificadas. Primeiramente, a autarquia ou fundação passa a gozar dos benefícios gerais previstos em lei para toda e qualquer agência executiva, como, por exemplo, elevação em vinte por cento do valor dos limites máximos para cada modalidade de licitação, na forma do art. 4, parágrafo único, da Lei n , com a redação que lhe deu a Lei n , de 7 de maio de Outros benefícios foram concedidos através do Decreto n..488, de de fevereiro de 1998, dentre eles: a) não aplicação às agências executivas dos limites anuais de realização de serviços extraordinários, desde que atestadas a existência de recursos orçamentários disponíveis e a necessi- 65

162 dade dos serviços para o cumprimento dos objetivos e metas do contrato de gestão; b) possibilidade de delegação ao dirigente máximo da entidade de decisão sobre limites para a concessão de suprimento de fundos para atender a despesas de pequeno vulto; c) dispensa às agências executivas da celebração de termos aditivos a contratos e convênios de vigência plurianual, quando objetivarem unicamente a identificação dos créditos à conta dos quais devam correr as despesas relativas ao respectivo exercício financeiro, entre outros benefícios não extensivos às autarquias comuns. Apesar do objetivo de conceder maior eficiência às tradicionais autarquias e fundações, dificilmente serão obtidos os benefícios desejados, pois dificilmente poderá ser ampliada a autonomia das agências executivas, através de decreto ou de contrato de gestão, porque esbarrarão em normas legais e constitucionais. Cabe ressaltar que a ampliação da autonomia das agências executivas depende da promulgação da lei mencionada no art. 37, 8 da Constituição Federal, com a redação dada pela Emenda Constitucional n 19/98, que dispõe: " 8º - A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: I - o prazo de duração do contrato; II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; III - a remuneração do pessoal. (Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 19, DOU )" As agências executivas diferenciam-se das agências reguladoras por divrsos aspectos. Paulo Modesto observa que a legislação referente às agências executivas padroniza a forma de organização destas autarquias, associando para todas as entidades qualificadas os mesmos encargos e vantagens, condicionando a manutenção da qualificação ao cumprimento posterior do contrato de gestão. Isso não ocorre com as agências reguladoras que, como será visto a seguir, contam com tratamento casuístico em cada lei de criação, sem que exista um modelo obrigatório que as uniformize. Aponta, ainda, outras diferenças: "(...) as agências reguladoras geralmente exercem funções normativas, fiscalizadoras e de adjudicação de conflitos, mas não o oferecimento de comodidades materiais diretas aos administrados. Reversamente, as agências executivas são assim denominadas exatamente por exercitarem funções administrativas de execução de serviço público de forma direta. As agências reguladoras voltam-se para intervenção em mercados específicos, regulando a relação entre a oferta de serviços, a demanda por serviços e qualidade dos serviços prestados, participando ativamente da implementação das políticas públicas por entidades públicas e privadas. As agências executivas realizam em geral as políticas públicas, sem se ocuparem de formular normas de eficácia externa ou disciplinar a atuação de outras entidades. As agências reguladoras gozam de maior estabilidade institucional (uma vez que os predicados de sua autonomia ampliada são fixados por lei casuística) e, em geral, de maior grau de autonomia administrativa e decisória. As agências executivas podem ser fiscalizadas intensamente, seus dirigentes geralmente não gozam de estabilidade (mandato) e a condição especial que desfrutam as entidades pode ser retirada por simples ato administrativo, conforme cumpram ou não os termos do contrato de gestão acordado com a administração direta. As agências reguladoras são entidades que gozam de regime de autonomia administrativa estável. A qualificação instável das agências executivas é aspecto importante da diferenciação. " (10) O modelo de agências executivas não teve, no Brasil, a mesma repercussão que as agências reguladoras. Ao mesmo tempo em que foram criadas diversas agências reguladoras, apenas poucas agências executivas foram criadas no plano federal, sendo uma delas o IMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, que assinou em 1998 contrato de gestão de três anos com os seguintes ministérios: Ministério da Indústria e Comercio, Administração Federal, Planejamento e Orçamento e Fazenda Agências Reguladoras As Agências Reguladoras surgiram originalmente na Inglaterra, a partir da criação pelo Parlamento, em 1834, de diversos órgãos autônomos com a finalidade de aplicação e concretização dos textos legais. A expressão agência (agency), no entanto, surgiu nos Estados Unidos. O desenvolvimento da regulação setorial teve início com a criação, em 1887, da Interstate Commerce Comission, órgão destinado a regular o transporte ferroviários interestadual. No Estados Unidos as atividades econômicas sempre permaneceram em mãos de particulares. No entanto, a partir da crise econômica de 9 e da depressão econômica que se seguiu, percebeu-se que a ideia de preponderância do mercado e da consagração da propriedade privada dos meios de produção não autorizava a omissão estatal na área econômica. Com a política do New Deal, liderada pelo Presidente Roosevelt, as agências administrativas passaram a intervir fortemente na economia, suprimindo os princípios básicos do liberalismo. Foram criadas inúmeras agências federais para atuar nos mais variados e diversos setores da vida econômica norte-americana, através de leis esparsas, cada qual com seus procedimentos decisórios. Diante disso, surgiu a necessidade de padronização desse sistema, e, em 1946 foi editado o Federal Administrative Procedure Act APA - Lei de Procedimento Administrativo, que trouxe uma uniformidade no processo de tomada de decisões pelas agências, conferindo-lhes maior legitimidade. No Brasil, o modelo de agência foi idealizado a partir do modelo norteamerican. No entanto deve-se observar que o Direito Administrativo brasileiro teve forte e decisiva influência francesa e, consequentemente, incorporou as ideias de centralização administrativa e forte hierarquia. Maria Sylvia Zanella Di Pietro, ao tratar sobre o tema, lembra que "enquanto no sistema euroupeu-continental, em que se inspirou o direito brasileiro, a Administração Pública tem uma organização complexa, que compreende uma séria de órgãos que integram a Administração Direta e entidades que compõem a Administração Indireta, nos Estados Unidos toda a organização administrativa se resume em agências (vocábulo sinônimo de ente administrativo em nosso direito), a tal ponto que se afirma que o direito administrativo norte-americano é o direito das agências". (11) Essas características diversas decorrentes de cada ordenamento jurídico devem ser levadas em conta, ao adaptarmos as agências reguladoras ao Direito Administrativo brasileiro. 4. AS AGÊNCIAS NO DIREITO BRASILEIRO No Brasil, as Agências Reguladoras foram constituídas como autarquias de regime especial integrantes da administração indireta, criadas para realizar as tradicionais atribuições da Administração Direta, na qualidade de Poder Público concedente, atuando na regulação e fiscalização da prestação dos serviços públicos pelo concessionários, permissionários e autorizados. A grande novidade das Agências Reguladoras consiste em sua maior independência em relação ao Poder Executivo, apesar de fazer parte da Administração Pública indireta, tendo como características a independência administrativa, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade, com a consequente impossibilidade de demissão "ad nutum" de seus dirigentes e autonomia financeira. Somente duas agências tiveram sua criação prevista na Constituição Federal. Por meio das Emendas à Constituição de número 8 e 9 de 1995, previu-se a criação de um órgão regulador para o setor de telecomunicações (CF, art. 1, XI) e outro para o setor de petróleo (CF, art. 177, º, III), o que foi implementado pelas leis 947/97 (conhecida por Lei Geral de Telecomunicações LGT) e 9478/97, as quais instituíram a Agência Nacional de Telecomunicações - ANATEL e a Agência Nacional do Petróleo - ANP, respectivamente. Porém, a primeira agência reguladora brasileira tem origem infraconstitucional. Trata-se da Agência Nacional de Energia Elétrica ANEEL, instituída pela Lei 947/96. A partir daí diversos órgãos de mesma natureza foram instituídos por normas infraconstitucionais. Assim, o caso da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, originada pela Medida Provisória 1791/98 e conver- 66

163 tida na Lei 978/99, voltada ao controle de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária. Em 000, a Lei 9961 instituiu a Agência Nacional de Saúde Suplementar ANS e a 9984, a Agência Nacional de Águas ANA, destinada a implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos e coordenar o Sistema Nacional de Geranciamento de Recursos Hídricos. No ano seguinte a Lei criou a Agência Nacional de Transportes Terrestres ANTT e a Agência Nacional de Transportes Aquáticos ANTAQ. A proliferação destas agências reguladoras não se fez acompanhar da elaboração de um regime jurídico aplicável a todas elas, indicando a falta de coordenação da atividade econômica e de uma superestrutura regulatória. A comparação entre cada uma das atividades reguladas acaba por suscitar dúvidas, por exemplo, sobre possíveis diferenças entre os órgãos previstos na Constituição Federal e os que contam apenas com disciplina infraconstitucional Características Muito embora não exista um modelo obrigatório que uniformize as agências reguladoras, uma vez que contam com tratamento casuístico em cada lei de criação, que define suas peculiaridades de acordo com o setor da economia a ser regulado, há algumas semelhanças que caracterizam estas agências, dentre elas : forma autárquica, autonomia e especialidade técnica. Forma autáquica As agências reguladoras foram inseridas, pela legislação federal, entre as autarquias, integrantes da Administração Indireta, permitindo-lhes exercer poderes de autoridade pública por força de sua personalidade de Direito Público. A fim de diferenciá-las das demais autarquias criadas em 1967 pelo Decreto-lei 00, foi prevista a sujeição a regime especial. O "regime especial" ao qual se submetem compreende, principalmente: a) maior autonomia em relação à Administração direta; b) estabilidade de dirigentes, os quais gozam de mandato fixo; c) caráter final de suas decisões, insuscetíveis de apreciação por outros órgãos da Administração. Formalmente, essas características não significam uma grande novidade, visto que todas as autarquias são entidades independentes. O Próprio Decreto-lei 00, em seu artigo 5, I, conceituou autarquia como "o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada." O aspecto que merece destaque refere-se à estabilidade de seus dirigentes, cujos mandatos podem ter um prazo superior a um mesmo período governamental. Em síntese, a designação "autarquia sob regime especial", destina-se apenas a frisar a independência que se quer conferir aos órgãos reguladores, sem que a forma autárquica represente inovação. Autonomia Para o desenvolvimento de suas atividades, as agências reguladoras gozam de autonomia administrativa, financeira e técnica. A autonomia administrativa implica na capacidade de autogestão, no que lhe é peculiar e singular dentro dos limites da lei de criação. Marçal Justen Filho observa: "A atribuição de autonomia à agência pressupõe a existência de competências privativas. Se determinados assuntos forem de competência comum à agência e a outro ente, ao qual incumbe escolher se e quando exercitará seus poderes, não existirá uma agência reguladora independente. Nessa hipótese, a outra entidade imporá à agência um vínculo de subordinação prejudicial ao exercício de suas competências. Portanto, um pressuposto essencial para a configuração de uma entidade autônoma consiste na existência de competências exclusivas, determinadas legislativamente, de modo a excluir o poder jurídico ou político de outro órgão para determinar as hipóteses em que caberá sua atuação." (1) 67 Outra forma de garantir a autonomia das agências é o modo de nomeação de seus dirigentes, os quais exercem mandato fixo, com a impossibilidade de demissão ad nutum pelo Chefe do Poder Executivo. Para melhor garantir a autonomia das agências, a escolha desses dirigentes pelo Presidente da República deveria ser feita com base em critérios capacitários previstos em lei, a fim de diminuir-se a ingerência política das nomeações. Outro aspecto importante para caracterizar a independência das agências, é a autonomia financeira, assegurada pela disponibilidade de recursos humanos e infra-estrutura material fixados em lei, além da previsão de dotações consignadas no orçamento geral da União, créditos especiais, transferências e repasses que lhe forem conferidos. A autonomia técnica, por sua vez, está ligada ao princípio da eficiência. Refere-se à especialização de cada agência em relação à sua atribuição técnica. Este grau de especialização técnica das agências, empregado em suas decisões, fundamenta não só a criação da a própria agência, como também boa parte do poder normativo a ela conferido. Especialidade técnica A terceira característica a ser ressaltada liga-se ao princípio da eficiência e à exigência de racionalidade do poder na Administração Pública. Refere-se à especialização de cada agência em relação à sua atribuição técnica. É justamente do grau de especialização técnica empregado nas decisões destes órgãos que se valem muitos autores para defender uma margem de discricionariedade técnica às entidades reguladoras. Trata-se de um conceito bastante controvertido que basicamente expressa a competência para tomar decisões que não sejam propriamente discricionárias, mas que se encontram fora o campo do controle jurisdicional pela especificidade da matéria envolvida, a qual só seria conhecida pelos administradores, técnicos, salvo nos casos de desrespeito aos standards contidos em lei. Na verdade, a especialização explica boa parte do poder normativo das agências. Todavia, não configura uma competência discricionária. Se discricionária fosse, somente justificaria decisões tomadas perante casos concretos, nunca poderia se referir a estatuições gerais e abstratas. Por fim, deve-se notar que dificilmente existirão duas soluções técnicas equivalentes, de modo que quanto mais técnica for uma decisão, menos discricionariedade haverá. Além disso, a necessidade de se verificar se os atos regulatórios são feitos com base em critério puramente técnicos constitui o principal argumento em defesa de um acompanhamento rígido sobre estas decisões. 4.. As funções exercidas pelas agências reguladoras Os entes reguladores brasileiros são competentes para regular e fiscalizar as atividades econômicas em sentido amplo, isto é, serviços públicos e atividades econômicas em sentido estrito. O critério empregado na eleição de um setor a ser regulado reside na existência de reflexos (positivos ou negativos) relacionados a esta atividade. No caso de serviços públicos privilegia-se a eficiência e a racionalidade de sua prestação, além de zelar por sua universalização. Já as atividades econômicas em sentido estrito são reguladas com o fito de preservar um ambiente concorrencial e o interesse dos consumidores. Em ambos os casos, o fim último da regulação é implementar um programa regulatório (política pública de regulação) mediante: a) elaboração de regras gerais que disciplinem a atividade sob sua tutela (regulamentando a prestação de serviços públicos, definindo tarifas etc); b) controle da execução das atividades, recebendo e investigando denúncias e reclamações; c) aplicação de sanções aos agentes sob sua vigilância, nos termos da Constituição Federal, da Lei de Processo Administrativo (Lei 9784/99) e de outras leis específicas; d) solucionando conflitos e questões controversas postas a seu encargo. Nas hipóteses de regulação de serviços públicos, somam-se ainda as tarefas exercidas pelo poder concedente, saber: a) realização de licitações para escolha do concessionário, permissionário ou autorizatário; b) encampação da atividade; c) rescisão do contrato; e d) reversão de bens ao término do prazo de vigência do contrato. Além das competências administrativas comuns, em que a atuação da agência não se diferencia muito de qualquer outra entidade da Administração indireta, merece destaque as competências específicas a elas atribuídas pela legislação. Tais competências, que se relacionam com a própria

164 competência regulatória, podem se exteriorizar de duas maneiras: mediante a edição de normas gerais e abstratas ou por via de normas concretas e individualizadas. Desta forma, como meio de efetivação de sua autonomia decisória, de agilização de sua atuação, a especialização necessária e uma certa distância em relação aos órgãos políticos, as agências contam com o poder de editar normas concernentes à atividade cuja regulação lhes é atribuída. Este poder normativo foi conferido pelas leis que instituíram as agências reguladoras em nosso ordenamento jurídico. Tal possibilidade, à primeira vista, parece colidir com o princípio da separação dos poderes e o da legalidade, tendo em vista que competiria, exclusivamente, ao Poder Legislativo o exercício da atribuição em comento. Enfrentando a dúvida sobre a legalidade dessa atividade, há doutrinadores que situam-na no campo da delegação legislativa e outros que a tratam como competência regulamentar. A discussão sobre o assunto é muito ampla, não sendo objeto deste trabalho examinar, com maior profundidade, a função normativa das agências reguladoras há vista do princípio da separação de poderes. Mesmo porque, como bem coloca Marçal Justen Filho, é inviável discutir-se a competência normativa das agências sem antes definir norma jurídica, nem examinar sua estrutura e principais características. (13) Merece destaque, entretanto, a observação feita por José Gustavo Athayde sobre o tema: "Tendo em vista a novidade e a complexidade do tema, poderia ser prematura qualquer conclusão definitiva sobre a natureza jurídica dos regulamentos editados pelas agências reguladoras, se autônomos ou não, até porque a doutrina ainda diverge inclusive quanto à classificação de tais atos normativos. Em qualquer posição que se adote, a de Carlos Ari Sundfeld ou a dos que definem como regulamentos autônomos os atos em estudo, é pacífica a existência de limites ao poder normativo dos órgãos reguladores, até mesmo como decorrência dos princípios da separação dos poderes e o da legalidade. Identificando tais limites, reconhece-se que a tais regulamentos não é permitido contrariar as leis e evidentemente a Constituição. Outra conclusão a que se chega é que tais atos normativos não podem inovar de forma absoluta na ordem jurídica, criando direitos e deveres às pessoas envolvidas sem algum tipo de respaldo em lei. Osvaldo Aranha Bandeira de Melo sustentava que os regulamentos não podem ampliar, restringir ou modificar direitos ou obrigações legais, pois tais tópicos consistem em matéria reservada à lei. Outro limite detectado é a proibição da edição de regulamento quando for exigido processo legislativo certo e específico, bem como nos casos de competência legislativa constitucional. Dos artigos 5º, XXXIX, 149, 150, I e 195 da Carta Fundamental extrai-se que não podem os regulamentos criar crimes, prever penas, sanções, tributos ou encargos de qualquer natureza. Os regulamentos não podem retroagir para beneficiar determinado grupo de pessoas em detrimento de outras, não podem deixar de ser motivados, são passíveis de controle por parte do Poder Judiciário, tanto na via concentrada quanto na difusa, conforme o caso. " (14) 5. CONCLUSÃO A Reforma do Estado brasileiro tem como fundamento o desenvolvimento de uma nova política de organização do estado, baseada na descentralização da ação estatal nos setores não exclusivos de estado, mantendo a proposta de centralização apenas para o núcleo estratégico do governo (a administração direta), responsável pela formulação e avaliação das políticas públicas. A principal mudança trazida por esta reforma é a nova maneira de prestação de serviços públicos: o Estado passa a não ser mais o único provedor destes serviços, pois com a quebra do monopólio estatal, estes foram delegados à iniciativa privada. O processo de desestatização se caracterizou, portanto, pelo incremento da prestação indireta de serviços públicos, sob forma de delegação através de quatro diferentes modalidades: concessão, permissão, autorização e terceirização. Outra forma de retirada do Estado da prestação de serviços públicos é a chamada privatização. A privatização não pode ser considerada uma forma de delegação, pois, nesta modalidade, o Estado se retira por completo da prestação do serviço. Para atingir os objetivos propostos na reforma, foram introduzidas novas figuras jurídicas, como soluções alternativas para a execução de atividades de interesse público, não exclusivas do Estado. São elas: organizações sociais e organizações da sociedade civil de interesse público. As organizações sociais e as organizações da sociedade civil de interesse público não são pessoas da Administração Indireta, mas sim organizações particulares com as quais o Poder Público mantém parcerias, com o objetivo de intensificar a participação social na prestação efetiva de atividades que beneficiam a sociedade como um todo. O Poder Público e as organizações têm, assim, interesses comuns, que se acrescentam. As agências executivas são formadas por autarquias ou fundações públicas que celebram contrato de gestão com o respectivo Ministério supervisor, visando conceder-lhes maior autonomia e agilidade. As agências reguladoras, que tiveram seu modelo baseado nas agências norte-americanas, são os grandes ícones deste novo modelo de Estado, uma vez que foram criadas com o objetivo de normatizar os setores dos serviços públicos delegados e de buscar equilíbrio e harmonia entre o Estado, usuários e delegatários. São também objeto dos maiores debates e reflexões, devido ao grande impacto por elas causado. Boa parte das polêmicas e das discussões doutrinárias se deve à constatação de que as agências reguladoras entidades da Administração Indireta são detentoras de largas parcelas de competência normativa, por meio das quais podem inovar o ordenamento jurídico, expedindo normas gerais e abstratas que vinculam os agentes reguladores e impõem-lhes obrigações. Trata-se de uma questão bastante intrincada, que envolve os princípios em que se encontra a base do Estado Democrático de Direito como a separação de poderes, a legalidade e a legitimação democrática. Cabe ressaltar, por fim, que a disciplina jurídica dessas novas entidades precisa ser aperfeiçoada, para o fim de atingir plenamente os objetivos propostos, de conferir agilidade e eficiência na prestação dos serviços públicos. No que concerne às organizações sociais e às organizações da sociedade civil de interesse público, existe a necessidade de aperfeiçoamento da lei para a inclusão de exigências de patrimônio ou qualificação técnica especial para a candidatura de uma entidade ao título de organização social, por ser preciso estimular o oferecimento de contrapartidas, pela entidade, ao apoio do Estado, juntamente com o desenvolvimento de mecanismos para que a escolha das entidades não seja feita de forma discricionária. As agências executivas, na verdade, não constituem um modelo totalmente novo, podendo serem consideradas, basicamente, uma forma de revitalização do antigo modelo autárquico, acrescido de um controle de gestão por resultados. Quanto às agências regulatórias, deve-se levar em conta que não basta a simples importação do modelo norte-americano, mas é necessário adaptá-lo à realidade brasileira, principalmente considerando a grande diferença existente no Direito Administrativo de ambos os países. Além disso, apesar de gozar de maior autonomia, as agências devem estar submetidas ao controle dos Poderes constituídos, em face da necessária manutenção dos sistemas de freios e contrapesos caracterizador da ideia de separação de Poderes e a manutenção da centralização governamental. BIBLIOGRAFIA ATHAYDE, José Gustavo. As Agências Reguladoras _ Independência e Poder Normativo em Face da Constituição Federal de Fórum Administrativo, vol.6, págs Belo Horizonte, abril/003. CHACON, Paulo Eduardo de Figueiredo. O Papel da Agências Reguladoras. In: Datavenia.Net [Internet] O_Papel_das_ Agencias_Reguladoras.htm acesso em junho/003; COIMBRA, Márcio. 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Nesse sentido, a reforma do Estado passou a ser instrumento indispensável para consolidar a estabilização e assegurar o crescimento sustentado da economia. Somente assim será possível promover a correção das desigualdades sociais e regionais. Com a finalidade de colaborar com esse amplo trabalho que a sociedade e o Governo estão fazendo para mudar o Brasil, determinei a elaboração do "Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado", que define objetivos e estabelece diretrizes para a reforma da administração pública brasileira. O grande desafio histórico que o País se dispõe a enfrentar é o de articular um novo modelo de desenvolvimento que possa trazer para o conjunto da sociedade brasileira a perspectiva de um futuro melhor. Um dos aspectos centrais desse esforço é o fortalecimento do Estado para que sejam eficazes sua ação reguladora, no quadro de uma economia de mercado, bem como os serviços básicos que presta e as políticas de cunho social que precisa implementar. Este "Plano Diretor" procura criar condições para a reconstrução da administração pública em bases modernas e racionais. No passado, constituiu grande avanço a implementação de uma administração pública formal, baseada em princípios racional-burocráticos, os quais se contrapunham ao patrimonialismo, ao clientelismo, ao nepotismo, vícios estes que ainda persistem e que precisam ser extirpados. Mas o sistema introduzido, ao limitar-se a padrões hierárquicos rígidos e ao concentrar-se no controle dos processos e não dos resultados, revelou-se lento e ineficiente para a magnitude e a complexidade dos desafios que o País passou a enfrentar diante da globalização econômica. A situação agravou-se a partir do início desta década, como resultado de reformas administrativas apressadas, as quais desorganizaram centros decisórios importantes, afetaram a "memória administrativa", a par de desmantelarem sistemas de produção de informações vitais para o processo decisório governamental. É preciso, agora, dar um salto adiante, no sentido de uma administração pública que chamaria de "gerencial", baseada em conceitos atuais de administração e eficiência, voltada para o controle dos resultados e descentralizada para poder chegar ao cidadão, que, numa sociedade democrática, é quem dá legitimidade às instituições e que, portanto, se torna "cliente privilegiado" dos serviços prestados pelo Estado. É preciso reorganizar as estruturas da administração com ênfase na qualidade e na produtividade do serviço público; na verdadeira profissionalização do servidor, que passaria a perceber salários mais justos para todas as funções. Esta reorganização da máquina estatal tem sido adotada com êxito em muitos países desenvolvidos e em desenvolvimento. Os diagnósticos e o quadro teórico apresentados no "Plano Diretor" serviram de base para as propostas de Emenda Constitucional que o Poder Executivo apresentou ao Congresso Nacional para as reformas nas áreas administrativa e previdenciária (neste último caso, no que respeita às aposentadorias e pensões dos servidores públicos). Tais propostas de emenda visam, por um lado, garantir conquistas da Constituição de 1988, as quais, na realidade, nunca se concretizaram, tais como a definição de tetos precisos para a remuneração dos servidores ativos e inativos e a exigência de projeto de lei para aumentos de remuneração nos poderes constituídos. Por outro lado, mediante a flexibilização da estabilidade e da permissão de regimes jurídicos diferenciados, o que se busca é viabilizar a implementação de uma administração pública de caráter gerencial. Já no caso da Emenda na área da Previdência Social, objetiva-se assegurar que as aposentadorias ocorram em idade razoável e que sejam proporcionais ao tempo de contribuição do servidor. As pesquisas de opinião têm revelado que a reforma do aparelho do Estado conta com o apoio decidido da população. O apoio é fundamental, mas não é suficiente. Se quisermos avançar na adoção de formas modernas de gestão pública, é imprescindível, também, que os servidores pas-

166 sem a ter uma nova visão de seu papel, pois é no dia-a-dia do exercício das funções públicas que a mais profunda e verdadeira reforma vai realizar-se. Por implicar a flexibilização da estabilidade do funcionalismo, a reforma administrativa tem sido identificada como contrária aos interesses dos servidores. Nada mais incorreto: os bons funcionários, que constituem a maioria absoluta, nada têm a temer. Muito pelo contrário: pretende-se valorizar o servidor público, propiciando-lhe motivação profissional, remuneração condizente com o mercado de trabalho nacional, além de razoável segurança no emprego. Só assim será restaurada a criatividade, a responsabilidade e a dignidade do servidor público, cuja aspiração maior deve ser a de bem servir a população. Solicito encarecidamente a todos que exercem funções públicas no Governo Federal que leiam atentamente este "Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado", porque, do bom cumprimento de suas diretrizes, dependerá o êxito da transformação do Estado brasileiro. O "Plano", que já está sendo posto em prática em várias de suas dimensões, é resultado de ampla discussão no âmbito da Câmara da Reforma do Estado. O desafio de implementar integralmente essa reforma, contudo, é imenso e exigirá a dedicação e o entusiasmo de todos. É nosso dever dar uma resposta urgente e eficaz à população, que, ao me eleger Presidente da República, acreditou na capacidade deste Governo de mudar o Brasil, criando um modelo de justiça social, em que o direito a uma vida com dignidade lhe seja garantido. Brasília, novembro de 1995 Fernando Henrique Cardoso 1- INTRODUÇÃO Estado e sociedade formam, numa democracia, um todo indivisível. O Estado, cuja competência e limites de atuação estão definidos precipuamente na Constituição, deriva seu poder de legislar e de tributar a população, da legitimidade que lhe outorga a cidadania, via processo eleitoral. A sociedade, por seu turno, manifesta seus anseios e demandas por canais formais ou informais de contato com as autoridades constituídas. É pelo diálogo democrático entre o Estado e a sociedade que se definem as prioridades a que o Governo deve ater-se para a construção de um país mais próspero e justo. Nos últimos anos assistimos em todo o mundo a um debate acalorado - ainda longe de concluído - sobre o papel que o Estado deve desempenhar na vida contemporânea e o grau de intervenção que deve ter na economia. No Brasil, o tema adquire relevância particular, tendo em vista que o Estado, em razão do modelo de desenvolvimento adotado, desviou-se de suas funções precípuas para atuar com grande ênfase na esfera produtiva. Essa maciça interferência do Estado no mercado acarretou distorções crescentes neste último, que passou a conviver com artificialismos que se tornaram insustentáveis na década de 90. Sem dúvida, num sistema capitalista, Estado e mercado, direta ou indiretamente, são as duas instituições centrais que operam na coordenação dos sistemas econômicos. Dessa forma, se uma delas apresenta funcionamento irregular, é inevitável que nos depararemos com uma crise. Foi assim nos anos 0 e 30, em que claramente foi o mau funcionamento do mercado que trouxe em seu bojo uma crise econômica de grandes proporções. Já nos anos 80 é a crise do Estado que põe em xeque o modelo econômico em vigência. É importante ressaltar que a redefinição do papel do Estado é um tema de alcance universal nos anos 90. No Brasil, essa questão adquiriu importância decisiva, tendo em vista o peso da presença do Estado na economia nacional: tornou-se, consequentemente, inadiável equacionar a questão da reforma ou da reconstrução do Estado, que já não consegue atender com eficiência a sobrecarga de demandas a ele dirigidas, sobretudo na área social. A reforma do Estado não é, assim, um tema abstrato: ao contrário, é algo cobrado pela cidadania, que vê frustradas suas demandas e expectativas. A crise do Estado teve início nos anos 70, mas só nos anos 80 se tornou evidente. Paralelamente ao descontrole fiscal, diversos países passaram a apresentar redução nas taxas de crescimento econômico, aumento do desemprego e elevados índices de inflação. Após várias tentativas de explicação, tornou-se claro, afinal, que a causa da desaceleração econômica nos países desenvolvidos e dos graves desequilíbrios na América Latina e no Leste Europeu era a crise do Estado, que não soubera processar de forma adequada a sobrecarga de demandas a ele dirigidas. A desordem 70 econômica expressava agora a dificuldade do Estado em continuar a administrar as crescentes expectativas em relação à política de bem-estar aplicada com relativo sucesso no pós-guerra. A Primeira Grande Guerra Mundial e a Grande Depressão foram o marco da crise do mercado e do Estado Liberal. Surge em seu lugar um novo formato de Estado, que assume um papel decisivo na promoção do desenvolvimento econômico e social. A partir desse momento, o Estado passa a desempenhar um papel estratégico na coordenação da economia capitalista, promovendo poupança forçada, alavancando o desenvolvimento econômico, corrigindo as distorções do mercado e garantindo uma distribuição de renda mais igualitária. Não obstante, nos últimos 0 anos, esse modelo mostrou-se superado, vítima de distorções decorrentes da tendência observada em grupos de empresários e de funcionários, que buscam utilizar o Estado em seu próprio benefício, e vítima também da aceleração do desenvolvimento tecnológico e da globalização da economia mundial, que tornaram a competição entre as nações muito mais aguda. A crise do Estado define-se então como: (1) uma crise fiscal, caracterizada pela crescente perda do crédito por parte do Estado e pela poupança pública que se torna negativa; () o esgotamento da estratégia estatizante de intervenção do Estado, a qual se reveste de várias formas: o Estado do bem-estar social nos países desenvolvidos, a estratégia de substituição de importações no terceiro mundo, e o estatismo nos países comunistas; e (3) a superação da forma de administrar o Estado, isto é, a superação da administração pública burocrática. No Brasil, embora esteja presente desde os anos 70, a crise do Estado somente se tornará clara a partir da segunda metade dos anos 80. Suas manifestações mais evidentes são a própria crise fiscal e o esgotamento da estratégia de substituição de importações, que se inserem num contexto mais amplo de superação das formas de intervenção econômica e social do Estado. Adicionalmente, o aparelho do Estado concentra e centraliza funções, e se caracteriza pela rigidez dos procedimentos e pelo excesso de normas e regulamentos. A reação imediata à crise - ainda nos anos 80, logo após a transição democrática - foi ignorá-la. Uma segunda resposta igualmente inadequada foi a neoliberal, caracterizada pela ideologia do Estado mínimo. Ambas revelaram-se irrealistas: a primeira, porque subestimou tal desequilíbrio; a segunda, porque utópica. Só em meados dos anos 90 surge uma resposta consistente com o desafio de superação da crise: a ideia da reforma ou reconstrução do Estado, de forma a resgatar sua autonomia financeira e sua capacidade de implementar políticas públicas. Nesse sentido, são inadiáveis: (1) o ajustamento fiscal duradouro; () reformas econômicas orientadas para o mercado, que, acompanhadas de uma política industrial e tecnológica, garantam a concorrência interna e criem as condições para o enfrentamento da competição internacional; (3) a reforma da previdência social; (4) a inovação dos instrumentos de política social, proporcionando maior abrangência e promovendo melhor qualidade para os serviços sociais; e (5) a reforma do aparelho do Estado, com vistas a aumentar sua "governança", ou seja, sua capacidade de implementar de forma eficiente políticas públicas. Cabe aos ministérios da área econômica, particularmente aos da Fazenda e do Planejamento, proporem alternativas com vistas à solução da crise fiscal. Aos ministérios setoriais compete rever as políticas públicas, em consonância com os novos princípios do desenvolvimento econômico e social. A atribuição do Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado é estabelecer as condições para que o governo possa aumentar sua governança. Para isso, sua missão específica é a de orientar e instrumentalizar a reforma do aparelho do Estado, nos termos definidos pela Presidência através deste Plano Diretor. Entende-se por aparelho do Estado a administração pública em sentido amplo, ou seja, a estrutura organizacional do Estado, em seus três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e três níveis (União, Estados-membros e Municípios). O aparelho do Estado é constituído pelo governo, isto é, pela cúpula dirigente nos três Poderes, por um corpo de funcionários, e pela força militar. O Estado, por sua vez, é mais abrangente que o aparelho, porque compreende adicionalmente o sistema constitucional-legal, que regula a população nos limites de um território. O Estado é a organização burocrática que tem o monopólio da violência legal, é o aparelho que tem o poder de legislar e tributar a população de um determinado território.

167 Esses conceitos permitem distinguir a reforma do Estado da reforma do aparelho do Estado. A reforma do Estado é um projeto amplo que diz respeito às várias áreas do governo e, ainda, ao conjunto da sociedade brasileira, enquanto que a reforma do aparelho do Estado tem um escopo mais restrito: está orientada para tornar a administração pública mais eficiente e mais voltada para a cidadania. Este Plano Diretor focaliza sua atenção na administração pública federal, mas muitas das suas diretrizes e propostas podem também ser aplicadas no nível estadual e municipal. A reforma do Estado deve ser entendida dentro do contexto da redefinição do papel do Estado, que deixa de ser o responsável direto pelo desenvolvimento econômico e social pela via da produção de bens e serviços, para fortalecer-se na função de promotor e regulador desse desenvolvimento. No plano econômico o Estado é essencialmente um instrumento de transferências de renda, que se torna necessário dada a existência de bens públicos e de economias externas, que limitam a capacidade de alocação de recursos do mercado. Para realizar essa função redistribuidora ou realocadora, o Estado coleta impostos e os destina aos objetivos clássicos de garantia da ordem interna e da segurança externa, aos objetivos sociais de maior justiça ou igualdade e aos objetivos econômicos de estabilização e desenvolvimento. Para realizar esses dois últimos objetivos, que se tornaram centrais neste século, o Estado tendeu a assumir funções diretas de execução. As distorções e ineficiências, que daí resultaram, deixaram claro, entretanto, que reformar o Estado significa transferir para o setor privado as atividades que podem ser controladas pelo mercado. Daí, a generalização dos processos de privatização de empresas estatais. Neste plano, entretanto, salientaremos um outro processo tão importante quanto, e que, entretanto, não está tão claro: a descentralização para o setor público não-estatal da execução de serviços que não envolvem o exercício do poder de Estado, mas devem ser subsidiados pelo Estado, como é o caso dos serviços de educação, saúde, cultura e pesquisa científica. Chamaremos esse processo de "publicização". A reforma do Estado envolve múltiplos aspectos. O ajuste fiscal devolve ao Estado capacidade de definir e implementar políticas públicas. Através da liberalização comercial, o Estado abandona a estratégia protecionista da substituição de importações. O programa de privatizações reflete a conscientização da gravidade da crise fiscal e da correlata limitação da capacidade do Estado de promover poupança forçada por intermédio das empresas estatais. Por esse programa, transfere-se para o setor privado a tarefa da produção que, em princípio, este realiza de forma mais eficiente. Finalmente, por meio de um programa de publicização, transfere-se para o setor público não-estatal a produção dos serviços competitivos ou nãoexclusivos de Estado, estabelecendo-se um sistema de parceria entre Estado e sociedade para seu financiamento e controle. Desse modo, o Estado reduz seu papel de executor ou prestador direto de serviços, mantendo-se entretanto no papel de regulador e provedor ou promotor destes, principalmente dos serviços sociais como educação e saúde, que são essenciais para o desenvolvimento, na medida em que envolvem investimento em capital humano; para a democracia, na medida em que promovem cidadãos; e para uma distribuição de renda mais justa, que o mercado é incapaz de garantir, dada a oferta muito superior à demanda de mão-de-obra não-especializada. Como promotor desses serviços, o Estado continuará a subsidiá-los, buscando, ao mesmo tempo, o controle social direto e a participação da sociedade. Nessa nova perspectiva, busca-se o fortalecimento das funções de regulação e de coordenação do Estado, particularmente no nível federal, e a progressiva descentralização vertical, para os níveis estadual e municipal, das funções executivas no campo da prestação de serviços sociais e de infra-estrutura. Considerando essa tendência, pretende-se reforçar a governança - a capacidade de governo do Estado - através da transição programada de um tipo de administração pública burocrática, rígida e ineficiente, voltada para si própria e para o controle interno, para uma administração pública gerencial, flexível e eficiente, voltada para o atendimento do cidadão. O governo brasileiro não carece de "governabilidade", ou seja, de poder para governar, dada sua legitimidade democrática e o apoio com que conta na sociedade civil. Enfrenta, entretanto, um problema de governança, na medida em que sua capacidade de implementar as políticas públicas é limitada pela rigidez e ineficiência da máquina administrativa. - AS TRÊS FORMAS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA A reforma do aparelho do Estado tornou-se imperativa nos anos 90 por uma segunda razão. Não apenas ela se constituiu em uma resposta à crise 71 generalizada do Estado, mas também está sendo caracterizada como uma forma de defender o Estado enquanto res publica, enquanto coisa pública, enquanto patrimônio que, sendo público, é de todos e para todos. A defesa da coisa pública vem sendo realizada nas democracias modernas em dois níveis distintos: o nível político e o administrativo. No nível político, temos as instituições fundamentais da democracia, através das quais se defendem não apenas os direitos individuais e sociais dos cidadãos, mas também os "direitos públicos" à participação igualitária na coisa pública. As eleições livres e a liberdade de pensamento e de imprensa são formas de defender o cidadão e a coisa pública. A explicitação dos direitos públicos ao patrimônio que é de todos é um passo que está hoje sendo dado em todo o mundo. A denúncia da "privatização" do Estado pela esquerda corresponde à denúncia da direita de que o Estado e a sociedade estão sendo vítimas da prática generalizada do rent seeking, da busca de rendas ou vantagens extramercados para grupos determinados através do controle do Estado. Ainda no plano democrático, a prática cada vez mais frequente da participação e controle direto da administração pública pelos cidadãos, principalmente no nível local, é uma nova forma de defender a coisa pública. No plano administrativo, a administração pública burocrática surgiu no século passado conjuntamente com o Estado liberal, exatamente como uma forma de defender a coisa pública contra o patrimonialismo. Na medida, porém, que o Estado assumia a responsabilidade pela defesa dos direitos sociais e crescia em dimensão, foi se percebendo que os custos dessa defesa podiam ser mais altos que os benefícios do controle. Por isso, neste século as práticas burocráticas vêm sendo substituídas por um novo tipo de administração: a administração gerencial. A reforma do aparelho do Estado não pode ser concebida fora da perspectiva de redefinição do papel do Estado e, portanto, pressupõe o reconhecimento prévio das modificações observadas em suas atribuições ao longo do tempo. Dessa forma, partindo-se de uma perspectiva histórica, verificamos que a administração pública - cujos princípios e características não devem ser confundidos com os da administração das empresas privadas - evoluiu através de três modelos básicos: a administração pública patrimonialista, a burocrática e a gerencial. Essas três formas se sucedem no tempo, sem que, no entanto, qualquer uma delas seja inteiramente abandonada. Administração Pública Patrimonialista - No patrimonialismo, o aparelho do Estado funciona como uma extensão do poder do soberano, e os seus auxiliares, servidores, possuem status de nobreza real. Os cargos são considerados prebendas. A res publica não é diferenciada da res principis. Em consequência, a corrupção e o nepotismo são inerentes a esse tipo de administração. No momento em que o capitalismo e a democracia se tornam dominantes, o mercado e a sociedade civil passam a se distinguir do Estado. Neste novo momento histórico, a administração patrimonialista torna-se uma excrescência inaceitável. Administração Pública Burocrática - Surge na segunda metade do século XIX, na época do Estado liberal, como forma de combater a corrupção e o nepotismo patrimonialista. Constituem princípios orientadores do seu desenvolvimento a profissionalização, a ideia de carreira, a hierarquia funcional, a impessoalidade, o formalismo, em síntese, o poder racional legal. Os controles administrativos visando evitar a corrupção e o nepotismo são sempre a priori. Parte-se de uma desconfiança prévia nos administradores públicos e nos cidadãos que a eles dirigem demandas. Por isso, são sempre necessários controles rígidos dos processos, como por exemplo na admissão de pessoal, nas compras e no atendimento a demandas. Por outro lado, o controle - a garantia do poder do Estado - transformase na própria razão de ser do funcionário. Em consequência, o Estado volta-se para si mesmo, perdendo a noção de sua missão básica, que é servir à sociedade. A qualidade fundamental da administração pública burocrática é a efetividade no controle dos abusos; seu defeito, a ineficiência, a auto-referência, a incapacidade de voltar-se para o serviço aos cidadãos vistos como clientes. Esse defeito, entretanto, não se revelou determinante na época do surgimento da administração pública burocrática porque os serviços do Estado eram muito reduzidos. O Estado limitava-se a manter a ordem e administrar a justiça, a garantir os contratos e a propriedade. Administração Pública Gerencial - Emerge na segunda metade do século XX, como resposta, de um lado, à expansão das funções econômicas e sociais do Estado e, de outro, ao desenvolvimento tecnológico e à globa-

168 lização da economia mundial, uma vez que ambos deixaram à mostra os problemas associados à adoção do modelo anterior. A eficiência da administração pública - a necessidade de reduzir custos e aumentar a qualidade dos serviços, tendo o cidadão como beneficiário - torna-se então essencial. A reforma do aparelho do Estado passa a ser orientada predominantemente pelos valores da eficiência e qualidade na prestação de serviços públicos e pelo desenvolvimento de uma cultura gerencial nas organizações. A administração pública gerencial constitui um avanço, e até um certo ponto um rompimento com a administração pública burocrática. Isso não significa, entretanto, que negue todos os seus princípios. Pelo contrário, a administração pública gerencial está apoiada na anterior, da qual conserva, embora flexibilizando, alguns dos seus princípios fundamentais, como a admissão segundo rígidos critérios de mérito, a existência de um sistema estruturado e universal de remuneração, as carreiras, a avaliação constante de desempenho, o treinamento sistemático. A diferença fundamental está na forma de controle, que deixa de basear-se nos processos para concentrar-se nos resultados, e não na rigorosa profissionalização da administração pública, que continua um princípio fundamental. Na administração pública gerencial a estratégia volta-se: (1) para a definição precisa dos objetivos que o administrador público deverá atingir em sua unidade; () para a garantia de autonomia do administrador na gestão dos recursos humanos, materiais e financeiros que lhe forem colocados à disposição para que possa atingir os objetivos contratados; e (3) para o controle ou cobrança a posteriori dos resultados. Adicionalmente, pratica-se a competição administrada no interior do próprio Estado, quando há a possibilidade de estabelecer concorrência entre unidades internas. No plano da estrutura organizacional, a descentralização e a redução dos níveis hierárquicos tornam-se essenciais. Em suma, afirma-se que a administração pública deve ser permeável à maior participação dos agentes privados e/ou das organizações da sociedade civil e deslocar a ênfase dos procedimentos (meios) para os resultados (fins). A administração pública gerencial inspira-se na administração de empresas, mas não pode ser confundida com esta última. Enquanto a receita das empresas depende dos pagamentos que os clientes fazem livremente na compra de seus produtos e serviços, a receita do Estado deriva de impostos, ou seja, de contribuições obrigatórias, sem contrapartida direta. Enquanto o mercado controla a administração das empresas, a sociedade - por intermédio de políticos eleitos - controla a administração pública. Enquanto a administração de empresas está voltada para o lucro privado, para a maximização dos interesses dos acionistas, esperando-se que, através do mercado, o interesse coletivo seja atendido, a administração pública gerencial está explícita e diretamente voltada para o interesse público. Neste último ponto, como em muitos outros (profissionalismo, impessoalidade), a administração pública gerencial não se diferencia da administração pública burocrática. Na burocracia pública clássica existe uma noção muito clara e forte do interesse público. A diferença, porém, está no entendimento do significado do interesse público, que não pode ser confundido com o interesse do próprio Estado. Para a administração pública burocrática, o interesse público é frequentemente identificado com a afirmação do poder do Estado. Ao atuarem sob esse princípio, os administradores públicos terminam por direcionar uma parte substancial das atividades e dos recursos do Estado para o atendimento das necessidades da própria burocracia, identificada com o poder do Estado. O conteúdo das políticas públicas é relegado a um segundo plano. A administração pública gerencial nega essa visão do interesse público, relacionando-o com o interesse da coletividade e não com o do aparato do Estado. A administração pública gerencial vê o cidadão como contribuinte de impostos e como cliente dos seus serviços. Os resultados da ação do Estado são considerados bons não porque os processos administrativos estão sob controle e são seguros, como quer a administração pública burocrática, mas porque as necessidades do cidadão-cliente estão sendo atendidas. 7 O paradigma gerencial contemporâneo, fundamentado nos princípios da confiança e da descentralização da decisão, exige formas flexíveis de gestão, horizontalização de estruturas, descentralização de funções, incentivos à criatividade. Contrapõe-se à ideologia do formalismo e do rigor técnico da burocracia tradicional. À avaliação sistemática, à recompensa pelo desempenho, e à capacitação permanente, que já eram características da boa administração burocrática, acrescentam-se os princípios da orientação para o cidadão-cliente, do controle por resultados, e da competição administrada. No presente momento, uma visão realista da reconstrução do aparelho do Estado em bases gerenciais deve levar em conta a necessidade de equacionar as assimetrias decorrentes da persistência de aspectos patrimonialistas na administração contemporânea, bem como dos excessos formais e anacronismos do modelo burocrático tradicional. Para isso, é fundamental ter clara a dinâmica da administração racional-legal ou burocrática. Não se trata simplesmente de descartá-la, mas sim de considerar os aspectos em que está superada e as características que ainda se mantêm válidas como formas de garantir efetividade à administração pública. O modelo gerencial tornou-se realidade no mundo desenvolvido quando, através da definição clara de objetivos para cada unidade da administração, da descentralização, da mudança de estruturas organizacionais e da adoção de valores e de comportamentos modernos no interior do Estado, se revelou mais capaz de promover o aumento da qualidade e da eficiência dos serviços sociais oferecidos pelo setor público. A reforma do aparelho do Estado no Brasil significará, fundamentalmente, a introdução na administração pública da cultura e das técnicas gerenciais modernas. 3- BREVE HISTÓRICO 3.1 A Reforma do DASP No Brasil, o modelo de administração burocrática emerge a partir dos anos 30. Surge no quadro da aceleração da industrialização brasileira, em que o Estado assume papel decisivo, intervindo pesadamente no setor produtivo de bens e serviços. A partir da reforma empreendida no governo Vargas por Maurício Nabuco e Luiz Simões Lopes, a administração pública sofre um processo de racionalização que se traduziu no surgimento das primeiras carreiras burocráticas e na tentativa de adoção do concurso como forma de acesso ao serviço público. A implantação da administração pública burocrática é uma consequência clara da emergência de um capitalismo moderno no país. Com o objetivo de realizar a modernização administrativa, foi criado o Departamento Administrativo do Serviço Público - DASP, em Nos primórdios, a administração pública sofre a influência da teoria da administração científica de Taylor, tendendo à racionalização mediante a simplificação, padronização e aquisição racional de materiais, revisão de estruturas e aplicação de métodos na definição de procedimentos. Registra-se que, nesse período, foi instituída a função orçamentária enquanto atividade formal e permanentemente vinculada ao planejamento. No que diz respeito à administração dos recursos humanos, o DASP representou a tentativa de formação da burocracia nos moldes weberianos, baseada no princípio do mérito profissional. Entretanto, embora tenham sido valorizados instrumentos importantes à época, tais como o instituto do concurso público e do treinamento, não se chegou a adotar consistentemente uma política de recursos humanos que respondesse às necessidades do Estado. O patrimonialismo (contra o qual a administração pública burocrática se instalara), embora em processo de transformação, mantinha ainda sua própria força no quadro político brasileiro. O coronelismo dava lugar ao clientelismo e ao fisiologismo. 3. Rumo à Administração Gerencial Tendo em vista as inadequações do modelo, a administração burocrática implantada a partir de 30 sofreu sucessivas tentativas de reforma. Não obstante, as experiências se caracterizaram, em alguns casos, pela ênfase na extinção e criação de órgãos, e, em outros, pela constituição de estruturas paralelas visando alterar a rigidez burocrática. Na própria área da reforma administrativa esta última prática foi adotada, por exemplo, no Governo JK, com a criação de comissões especiais, como a Comissão de Estudos e Projetos Administrativos, objetivando a realização de estudos para simplificação dos processos administrativos e reformas ministeriais, e a Comissão de Simplificação Burocrática, que visava à elaboração de projetos direcionados para reformas globais e descentralização de serviços. A reforma operada em 1967 pelo Decreto-Lei nº 00, entretanto, constitui um marco na tentativa de superação da rigidez burocrática, podendo ser considerada como um primeiro momento da administração gerencial no Brasil. Mediante o referido decreto-lei, realizou-se a transferência de ativi-

169 dades para autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, a fim de obter-se maior dinamismo operacional por meio da descentralização funcional. Instituíram-se, como princípios de racionalidade administrativa, o planejamento e o orçamento, o descongestionamento das chefias executivas superiores (desconcentração/descentralização), a tentativa de reunir competência e informação no processo decisório, a sistematização, a coordenação e o controle. O paradigma gerencial da época, compatível com o monopólio estatal na área produtiva de bens e serviços, orientou a expansão da administração indireta, numa tentativa de "flexibilizar a administração" com o objetivo de atribuir maior operacionalidade às atividades econômicas do Estado. Entretanto, as reformas operadas pelo Decreto-Lei nº 00/67 não desencadearam mudanças no âmbito da administração burocrática central, permitindo a coexistência de núcleos de eficiência e competência na administração indireta e formas arcaicas e ineficientes no plano da administração direta ou central. O núcleo burocrático foi, na verdade, enfraquecido indevidamente através de uma estratégia oportunista do regime militar, que não desenvolveu carreiras de administradores públicos de alto nível, preferindo, ao invés, contratar os escalões superiores da administração através das empresas estatais. Em meados dos anos 70, uma nova iniciativa modernizadora da administração pública teve início, com a criação da SEMOR - Secretaria da Modernização. Reuniu-se em torno dela um grupo de jovens administradores públicos, muitos deles com formação em nível de pós-graduação no exterior, que buscou implantar novas técnicas de gestão, e particularmente de administração de recursos humanos, na administração pública federal. No início dos anos 80 registrou-se uma nova tentativa de reformar a burocracia e orientá-la na direção da administração pública gerencial, com a criação do Ministério da Desburocratização e do Programa Nacional de Desburocratização - PrND, cujos objetivos eram a revitalização e agilização das organizações do Estado, a descentralização da autoridade, a melhoria e simplificação dos processos administrativos e a promoção da eficiência. As ações do PrND voltaram-se inicialmente para o combate à burocratização dos procedimentos. Posteriormente, foram dirigidas para o desenvolvimento do Programa Nacional de Desestatização, num esforço para conter os excessos da expansão da administração descentralizada, estimulada pelo Decreto-Lei nº 00/ O Retrocesso de 1988 As ações rumo a uma administração pública gerencial são, entretanto, paralisadas na transição democrática de 1985 que, embora representasse uma grande vitória democrática, teve como um de seus custos mais surpreendentes o loteamento dos cargos públicos da administração indireta e das delegacias dos ministérios nos Estados para os políticos dos partidos vitoriosos. Um novo populismo patrimonialista surgia no país. De outra parte, a alta burocracia passava a ser acusada, principalmente pelas forças conservadoras, de ser a culpada da crise do Estado, na medida em que favorecera seu crescimento excessivo. A conjunção desses dois fatores leva, na Constituição de 1988, a um retrocesso burocrático sem precedentes. Sem que houvesse maior debate público, o Congresso Constituinte promoveu um surpreendente engessamento do aparelho estatal, ao estender para os serviços do Estado e para as próprias empresas estatais praticamente as mesmas regras burocráticas rígidas adotadas no núcleo estratégico do Estado. A nova Constituição determinou a perda da autonomia do Poder Executivo para tratar da estruturação dos órgãos públicos, instituiu a obrigatoriedade de regime jurídico único para os servidores civis da União, dos Estados-membros e dos Municípios, e retirou da administração indireta a sua flexibilidade operacional, ao atribuir às fundações e autarquias públicas normas de funcionamento idênticas às que regem a administração direta. Este retrocesso burocrático foi em parte uma reação ao clientelismo que dominou o país naqueles anos. Foi também uma consequência de uma atitude defensiva da alta burocracia que, sentindo-se injustamente acusada, decidiu defender-se de forma irracional. O retrocesso burocrático não pode ser atribuído a um suposto fracasso da descentralização e da flexibilização da administração pública que o Decreto-Lei nº 00 teria promovido. Embora alguns abusos tenham sido cometidos em seu nome, seja em termos de excessiva autonomia para as empresas estatais, seja em termos do uso patrimonialista das autarquias e fundações (onde não havia a exigência de processo seletivo público para a admissão de pessoal), não é correto afirmar que tais distorções possam ser imputadas como causas do mesmo. Na medida em que a transição democrática ocorreu no Brasil em meio à crise do Estado, esta última foi equivocadamente identificada pelas forças democráticas como resultado, entre outros, do processo de descentralização que o regime militar procurara implantar. Por outro lado, a transição democrática foi acompanhada por uma ampla campanha contra a estatização, que levou os constituintes a aumentar os controles burocráticos sobre as empresas estatais e a estabelecer normas rígidas para a criação de novas empresas públicas e de subsidiárias das já existentes. Afinal, geraram-se dois resultados: de um lado, o abandono do caminho rumo a uma administração pública gerencial e a reafirmação dos ideais da administração pública burocrática clássica; de outro lado, dada a ingerência patrimonialista no processo, a instituição de uma série de privilégios, que não se coadunam com a própria administração pública burocrática. Como exemplos, temos a estabilidade rígida para todos os servidores civis, diretamente relacionada à generalização do regime estatutário na administração direta e nas fundações e autarquias, a aposentadoria com proventos integrais sem correlação com o tempo de serviço ou com a contribuição do servidor. Todos esses fatos contribuíram para o desprestígio da administração pública brasileira, não obstante o fato de que os administradores públicos brasileiros são majoritariamente competentes, honestos e dotados de espírito público. Essas qualidades, que eles demonstraram desde os anos 30, quando a administração pública profissional foi implantada no Brasil, foram um fator decisivo para o papel estratégico que o Estado jogou no desenvolvimento econômico brasileiro. A implantação da indústria de base nos anos 40 e 50, o ajuste nos anos 60, o desenvolvimento da infraestrutura e a instalação da indústria de bens de capital, nos anos 70, de novo o ajuste e a reforma financeira, nos anos 80, e a liberalização comercial nos anos 90, não teriam sido possíveis não fosse a competência e o espírito público da burocracia brasileira. As distorções provocadas pela nova Constituição logo se fizeram sentir. No governo Collor, entretanto, a resposta a elas foi equivocada e apenas agravou os problemas existentes, na medida em que se preocupava em destruir ao invés de construir. O governo Itamar Franco buscou essencialmente recompor os salários dos servidores, que haviam sido violentamente reduzidos no governo anterior. O discurso de reforma administrativa assume uma nova dimensão a partir de 1994, quando a campanha presidencial introduz a perspectiva da mudança organizacional e cultural da administração pública no sentido de uma administração gerencial. 4. DIAGNÓSTICO Como resultado do retrocesso burocrático de 1988 houve um encarecimento significativo do custeio da máquina administrativa, tanto no que se refere a gastos com pessoal como bens e serviços, e um enorme aumento da ineficiência dos serviços públicos. Os dados das Tabelas 1 e confirmam claramente essa tendência pós-constituição. Embora tenha havido uma substancial diminuição do número de servidores civis ativos do Poder Executivo da União, que caiu de 713 mil em 1989 para 580 mil em 1995 (Tabela 1), a participação da folha de pagamentos da União no PIB não se reduziu; na verdade, aumentou, passando de,89 por cento entre para 3,17 por cento do PIB na média do período (Tabela ). O crescimento dos gastos foi ainda muito mais acentuado nos estados e municípios, que passaram a receber uma parcela maior da arrecadação tributária. O aumento dos gastos com pessoal foi menor na administração federal porque a necessidade de ajuste fiscal, somada à redução relativa de sua participação na receita tributária, levou à suspensão de quase todos os concursos públicos e, portanto, a uma diminuição do número de servidores ativos, visto que os funcionários que se aposentavam não eram substituídos. Na verdade, o que vem ocorrendo ao longo dos últimos anos é uma mudança no perfil dos servidores: há um crescente número de inativos comparado com o total de ativos. O contingente de servidores ativos do Poder Executivo - considerando os civis da administração direta, autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e ex-territórios - registrou um declínio nos últimos anos. Em 1988, havia servidores ativos. Ao final de 1994, 73

170 eram contabilizados funcionários. Não dispomos da evolução histórica do número de funcionários dos demais poderes, mas sua participação no total é bem reduzida. Dada essa redução do número de funcionários, não se pode falar em excesso de quadros na União. O que existem são áreas que concentram um número desnecessário de funcionários e outras que apresentam déficit, como no caso das atividades finais nos setores de saúde e educação. Além disso, temos que associar essa análise ao processo de descentralização de funções entre os níveis de governo, no âmbito do Estado, e deste para o setor público não-estatal. A composição da força de trabalho no setor público em 199 (que não deve ter sofrido nenhuma alteração substancial até o presente), no que se refere à sua distribuição entre as três esferas de governo, mostra que os estados empregavam praticamente a soma (49%) do que empregavam municípios (6%) e a União (5%). Este perfil de distribuição, que demonstra uma clara concentração em nível estadual, revela-se a princípio incoerente com a municipalização da execução de serviços, conforme dispõe o texto constitucional. 4.1 Perguntas Básicas O diagnóstico da administração pública brasileira envolve a resposta a algumas perguntas básicas: (1) O Estado deve permanecer realizando as mesmas atividades? Algumas delas podem ser eliminadas? Ou devem ser transferidas da União para os estados ou para os municípios? Ou ainda, devem ser transferidas para o setor público não-estatal? Ou então para o setor privado? () Por outro lado, dadas as novas funções, antes reguladoras que executoras, deve o Estado criar novas instituições? (3) Para exercer as suas funções o Estado necessita do contingente de funcionários existente? A qualidade e a motivação dos servidores são satisfatórias? Dispõe-se de uma política de recursos humanos adequada? (4) As organizações públicas operam com qualidade e eficiência? Seus serviços estão voltados prioritariamente para o atendimento do cidadão, entendido como um cliente, ou estão mais orientadas para o simples controle do próprio Estado? Para responder as essas perguntas será necessário um trabalho amplo e permanente de avaliação do setor público brasileiro. Um trabalho que foi em parte realizado no governo de transição, quando dois ministérios foram extintos e diversos órgãos reestruturados ou mesmo criados. Está claro, porém, que ainda há muito a fazer. Na verdade, o que está se iniciando é uma ampla reforma administrativa, para a qual este Plano Diretor estabelece as diretrizes. No esforço de diagnóstico da administração pública brasileira centraremos nossa atenção, de um lado, nas condições do mercado de trabalho e na política de recursos humanos, e, de outro, na distinção de três dimensões dos problemas: (1) a dimensão institucional-legal, relacionada aos obstáculos de ordem legal para o alcance de uma maior eficiência do aparelho do Estado; () a dimensão cultural, definida pela coexistência de valores patrimonialistas e principalmente burocráticos com os novos valores gerenciais e modernos na administração pública brasileira; e (3) a dimensão gerencial, associada às práticas administrativas. As três dimensões estão inter-relacionadas. Há uma tendência a subordinar a terceira à primeira, quando se afirma que é impossível implantar qualquer reforma na área da gestão enquanto não forem modificadas as instituições, a partir da Constituição Federal. É claro que essa visão é falsa. Apesar das dificuldades, é possível promover já a mudança da cultura administrativa e reformar a dimensão-gestão do Estado, enquanto vai sendo providenciada a mudança do sistema legal. 4. Dimensão Institucional-Legal Na história brasileira registram-se movimentos de reforma administrativa identificados com a fusão, extinção e criação de órgãos. Essas mudanças, que revelam uma grande instabilidade do organograma governamental, não evitaram a manutenção de estruturas obsoletas, pesadas e hierarquizadas, pouco dinâmicas e excessivamente caras, sobretudo devido à tendência à centralização e à superposição de órgãos e de funções. Em 1988, num esforço de impedir o arbítrio e fortalecer as instituições democráticas, a Constituição, por força do que dispôs o artigo 48, inciso XI, 74 retirou a competência exclusiva do Poder Executivo para atuar na organização da administração pública no tocante à estruturação dos órgãos públicos. Esse fato criou sérios obstáculos à modernização das organizações do Estado, sem impedir que a mudança das estruturas continuasse a ser submetida a critérios políticos indesejáveis. Visando maior racionalização no uso de recursos, a Constituição de 1988 assegurou como princípio administrativo a descentralização da execução dos serviços sociais e de infra-estrutura, bem como dos recursos orçamentários para os estados e municípios. Consequentemente, estes últimos aumentaram sua participação na repartição da carga tributária. Entretanto, os avanços no sentido de conceder maior autonomia na execução de serviços e de favorecer as unidades subnacionais caminham lentamente, menos por falta de definição legal do problema, e mais pela crença arraigada na cultura política brasileira de que cabe à União promover diretamente o desenvolvimento social do país. Essa crença está em contradição com a profunda tradição municipalista brasileira, que vem do período colonial, e aos poucos vai sendo abandonada, à medida em que os municípios, melhor dotados de recursos financeiros, vêm assumindo crescentes responsabilidades na área social. O modelo burocrático tradicional, que a Constituição de 1988 e todo o sistema do Direito Administrativo brasileiro privilegiam, está baseado no formalismo, no excesso de normas e na rigidez de procedimentos. A pretexto de garantir a impessoalidade, dificulta-se a transparência administrativa, inibindo-se, desse modo, o controle social. A excessiva regulamentação é expressão da ênfase nas normas e processos, e ocorre em detrimento dos resultados. A rigidez da estabilidade assegurada aos servidores públicos civis impede a adequação dos quadros de funcionários às reais necessidades do serviço, e dificulta a cobrança de trabalho. Da mesma forma, a transformação do concurso público - cuja exigência generalizada na administração pública representou o grande avanço da Constituição de em uma espécie de tabu dificulta as transferências de funcionários entre cargos de natureza semelhante. Por outro lado, as exigências excessivas de controles no processo de compras e o detalhismo dos orçamentos são exemplos dessa perspectiva burocrática implantada na lei brasileira, que dificultam de forma extraordinária o bom funcionamento da administração pública. Destaca-se a deficiência de sistemas de informação e a inexistência de indicadores de desempenho claros para os diversos órgãos da administração direta e indireta. 4.3 Recursos Humanos A legislação brasileira reflete a ausência de uma política de recursos humanos coerente com as necessidades do aparelho do Estado. É, em princípio, o aspecto da administração pública mais vulnerável aos efeitos da crise fiscal e da política de ajuste. A legislação que regula as relações de trabalho no setor público é inadequada, notadamente pelo seu caráter protecionista e inibidor do espírito empreendedor. São exemplos imediatos desse quadro a aplicação indiscriminada do instituto da estabilidade para o conjunto dos servidores públicos civis submetidos a regime de cargo público e de critérios rígidos de seleção e contratação de pessoal que impedem o recrutamento direto no mercado, em detrimento do estímulo à competência. Enumeram-se alguns equívocos da Constituição de 1988 no campo da administração de recursos humanos. Por meio da institucionalização do Regime Jurídico Único, deu-se início ao processo de uniformização do tratamento de todos os servidores da administração direta e indireta. Limitou-se o ingresso ao concurso público, sendo que poderiam ser também utilizadas outras formas de seleção que tornariam mais flexível o recrutamento de pessoal sem permitir a volta do clientelismo patrimonialista (por exemplo, o processo seletivo público para funcionários celetistas, que não façam parte das carreiras exclusivas de Estado). Os concursos públicos, por outro lado, são realizados sem nenhuma regularidade e avaliação periódica da necessidade de quadros, fato que leva à admissão de um contingente excessivo de candidatos a um só tempo, seguida de longos períodos sem uma nova seleção, o que inviabiliza a criação de verdadeiras carreiras. Além disso, a extensão do regime estatutário para todos os servidores civis, ampliando o número de servidores estáveis, não apenas encareceu

171 enormemente os custos da máquina administrativa, mas também levou muitos funcionários a não valorizarem seu cargo, na medida em que a distinção entre eficiência e ineficiência perde relevância. Como os incentivos positivos são também limitados - dada a dificuldade de estabelecer gratificações por desempenho, e o fato de que a amplitude das carreiras (distância percentual entre a menor e a maior remuneração) foi violentamente reduzida, na maioria dos casos não superando os 0% -, os administradores públicos ficaram destituídos de instrumentos para motivar seus funcionários, a não ser as gratificações por ocupação de cargos em comissão (DAS). A redução da amplitude de remuneração das carreiras, inclusive de algumas mais recentes como as dos analistas do Tesouro, dos analistas de orçamento e dos gestores, reduziu as mesmas, na verdade, a meros cargos, ao eliminar uma das características típicas das carreiras, que é o estímulo à ascensão ao longo do tempo. Do ponto de vista dos quadros técnicos, gerenciais e operacionais, observa-se que a administração de recursos humanos carece da existência de um sistema de incentivos para o profissional, sendo patente a ausência de uma política orgânica de formação, capacitação permanente e de remuneração condizente com a valorização do exercício da função pública. O perfil da distribuição de servidores em carreiras apresenta sérias distorções. Do total de funcionários civis estatutários, cerca de 47% estão agrupados fora de carreiras específicas, sem definição de atribuições, alocados no Plano de Cargos e Carreiras - PCC. Ressalta-se, ainda, uma concentração de pessoal nos níveis operacionais, sendo o quadro técnico, representante da inteligência do Estado, bastante reduzido. Consideram-se carreiras estruturadas apenas a Diplomacia, o Magistério e as dos Militares. São aquelas que possuem uma amplitude entre o piso e o teto salarial (entre a menor e a maior remuneração) que estimula o servidor a buscar a ascensão funcional e possibilita a prática de políticas de promoção baseadas em avaliações de desempenho, conforme podemos observar na Tabela 3. Outras carreiras, como as dos Procuradores, da Polícia Federal, Receita Federal, Finanças, Controle e Orçamento e dos Gestores têm alguma estruturação, mas sua amplitude de remuneração é pequena. A administração pública brasileira, embora marcada pela cultura burocrática e regida pelo princípio do mérito profissional, não chegou a se consolidar, no conjunto, como uma burocracia profissional nos moldes weberianos. Formaram-se grupos de reconhecida competência, como é o caso das carreiras acima descritas, bem como em áreas da administração indireta, mas os concursos jamais foram rotinizados e o valor de sua remuneração real variou intensamente em função de políticas salariais instáveis. Os instrumentos de seleção, avaliação, promoção e treinamento que deram suporte a esse modelo estão superados. Embora seja possível interpretar que a Constituição de 1988 e o Regime Jurídico Único tenham originalmente tentado preservar a administração, evitando a utilização política dos cargos e promovendo a valorização através da proteção ao servidor, o que se observa de fato é que contribuíram para restringir a capacidade operacional do governo, ao dificultar a adoção de mecanismos de gestão de recursos humanos que sejam baseados em princípios de valorização pelo efetivo desempenho profissional e também eficazes na busca da melhoria dos resultados das organizações e da qualidade dos serviços prestados. 4.4 O Mercado de Trabalho no Setor Público As condições do mercado de trabalho no setor público também desempenham um papel importante na gestão de recursos humanos do Estado e, consequentemente, em seu próprio processo de modernização, na medida em que podem definir o grau de estímulo ao ingresso neste mercado para profissionais com boa formação e treinamento e recém-formados que se demonstrem competentes. Nesse sentido, vamos analisar a relação entre a crise fiscal, a dinâmica deste mercado e o comportamento da remuneração dos servidores, e traçar uma comparação entre as estruturas salariais dos setores público e privado Crise Fiscal e Gastos com Ativos e Inativos A participação dos gastos com pessoal na receita da União vem apresentando uma tendência histórica crescente. A partir da Tabela 4, podemos observar que a participação dos gastos globais com pessoal na receita disponível (que corresponde à receita tributária bruta, descontada dos incentivos fiscais e das transferências legais e constitucionais), sofreu um incremento nesta década em relação aos valores observados nos anos 80, em grande parte devido à Constituição de A partir de 1990, tem-se mantido no intervalo entre 55 e 60%. Já os dados da Tabela 5 mostram o crescimento da folha de pagamento da União e a participação de ativos e inativos/pensionistas na mesma. Essas despesas incluem o pagamento dos servidores da administração direta, indireta, empresas públicas, sociedades de economia mista e ainda transferências a estados e ao DF. A partir das informações da Tabela 5 podemos observar claramente uma evolução proporcionalmente maior dos gastos com inativos que com ativos, fruto do crescimento do número de aposentados nos últimos anos (entre o início de 1991 e junho de 1995, da ordem de aproximadamente pessoas), que não foi acompanhado da contratação de novos ativos, e do pagamento de proventos, em média, 8,3 % superiores ao valor do último salário do funcionário (para quem se aposenta após cumprir o tempo integral de serviço). O número de funcionários ativos na administração direta e indireta (considerando os civis do Poder Executivo) atingia em março último pessoas (54,8% do total), enquanto o número de inativos e instituidores de pensão (que geram as pensões) chegava a (45,% do total). A tendência mostra que, dada a idade média elevada dos ativos (4 anos), e mantida a média anual do número de aposentadorias (aproximadamente , sem considerarmos os períodos atípicos), em três anos o número de ativos se igualará ao de inativos. Estima-se que 36% dos gastos com pessoal da União serão direcionados para o pagamento de inativos em Se desconsiderarmos, entretanto, as despesas esporádicas como férias, 13º salário, diárias, indenização de transporte e despesas de exercícios anteriores (algumas delas típicas dos servidores ativos), essa proporção se eleva para 45%. Do ponto de vista fiscal, a situação se tornará insustentável: a União terá de incorrer em déficits crescentes, ou comprimir ainda mais os gastos com salários dos servidores em atividade e as despesas com consumo e investimento para arcar com o pagamento de aposentadorias. Portanto, a reforma do sistema previdenciário do servidor público é um passo fundamental e imprescindível para o equacionamento da crise fiscal e a própria reforma do Estado. Além de explosivo do ponto de vista fiscal, o sistema previdenciário público é hoje, do ponto de vista social, um sistema injusto e desequilibrado, na medida em que aposenta o servidor quando ele ainda possui plena capacidade para trabalhar e paga uma aposentadoria ao funcionário muito acima da recebida no setor privado, que não guarda correspondência com sua contribuição. Tudo isso pago pelo contribuinte, quando se sabe que no Brasil, dado o peso dos impostos indiretos, quanto menor o nível de renda, maior a proporção desta que é destinada aos impostos. Conforme podemos ver na Tabela 6, o benefício médio do aposentado pela União é 8,1 vezes maior que o benefício do aposentado do INSS, enquanto que a contribuição média do servidor público federal é 3,4 vezes maior que a dos segurados no INSS. Enquanto no INSS o trabalhador recebe uma aposentadoria, em média, de 1,7 salários mínimos, sendo que 73% dos beneficiados recebem proventos na faixa de um salário mínimo e 90% na faixa de até cinco salários mínimos, os inativos civis do Poder Executivo recebem em média 15 salários mínimos, do Legislativo 36 salários mínimos e do Judiciário 38 salários mínimos. No INSS, os trabalhadores mais pobres se aposentam, por idade, aos 6 anos; no serviço público, aqueles que cumprem integralmente o tempo de serviço deixam de trabalhar, em média, aos 56 anos (sem considerarmos os professores, que se aposentam mais cedo e certamente contribuiriam para reduzir o valor desta média; os professores universitários, por exemplo, aposentam-se com frequência antes dos 50 anos e, em média, aos 53 anos). As pessoas que começam a servir ao Estado com idade relativamente avançada contribuem durante um intervalo reduzido para o sistema previdenciário do setor público. Não obstante, conseguem se aposentar com vencimentos integrais, que, afinal, acabam por ser 8,3% maiores que o último salário devido a uma promoção adicional na passagem para a inatividade (para aqueles que cumprem o tempo integral de serviço); há a possibilidade de contagem de tempo de serviço em dobro em algumas 75

172 situações, e os reajustes dos salários dos ativos (inclusive gratificações por produtividade) são repassados aos inativos. Não há, necessariamente, nenhuma relação atuarial entre tempo de serviço, de contribuição e valor dos proventos. Além de o sistema ser injusto, cerca de 85% de seu financiamento recai sobre o Tesouro, dado o fato de que só recentemente os servidores passaram a contribuir para sua aposentadoria. No INSS, para cada R$ 1,0 arrecadado, é gasto aproximadamente R$ 1,9 com benefícios; no setor público, para cada R$ 1,0 arrecadado, gastam-se R$ 4,6 com benefícios Evolução da Remuneração dos Servidores A política remuneratória do servidor durante o governo Collor foi marcada por uma queda generalizada dos níveis reais de salário, que visava à compressão dos gastos do Tesouro com pessoal. Conforme pode se observar na Tabela 7, o salário das carreiras selecionadas sofreu uma redução significativa em comparação ao vigente antes de 1990 (tal comportamento é semelhante para as demais não incluídas no quadro). A partir de 1993, o governo logrou recuperar os níveis salariais dos servidores, que atualmente se encontram numa situação próxima à do final dos anos Desequilíbrios nas Remunerações A característica fundamental do sistema remuneratório da União é o desequilíbrio. Um sistema burocrático de remuneração é um sistema em que todos os vencimentos estão organizados em uma tabela única, constituída de 30 a 40 entradas. As carreiras se organizam nessa estrutura de remunerações universal. Uma carreira de nível superior terá uma maior extensão e ocupará a faixa superior da tabela, uma carreira operacional situar-se-á na parte inferior da tabela. A Tabela 7 nos oferece uma ideia dessas distorções. Observe-se a diferença entre o PCC de nível superior e a remuneração das demais carreiras de nível superior. No Brasil, não há nada parecido com um sistema universal e padronizado de remuneração de servidores, do tipo existente nos países desenvolvidos, onde a administração pública burocrática alcançou pleno desenvolvimento. Ou melhor, existe o Plano de Cargos e Carreiras - PCC, que poderia preencher esse papel, mas que na verdade é apenas a situação da qual todos querem sair para integrarem carreiras específicas que, graças a seu sistema de gratificações especiais, acabam sendo razoavelmente remuneradas. No geral, o que existe é um sistema de remunerações extremamente distorcido, em que algumas carreiras, especialmente as jurídicas e, em segundo plano, as econômicas, são bem remuneradas, em função de gratificações que visariam premiar desempenho, enquanto que os demais cargos, especialmente os de nível superior do PCC, são mal pagos. São também muito bem remuneradas, quando comparadas com o setor privado, as funções operacionais, que exigem baixa qualificação. Existe no país uma crença generalizada de que a remuneração dos servidores públicos é baixa. A verdade não é exatamente essa. Elas são baixas para alguns setores, altas para outros. A Tabela 8 baseia-se em uma comparação entre os salários do setor público e do setor privado, na qual foram confrontadas as remunerações de cargos com atribuições semelhantes nos dois mercados. Para o cálculo do salário dos servidores, foi utilizada a estrutura de remuneração e a distribuição dos funcionários na escala salarial de cada cargo. Os dados foram coletados no SIAPE. No caso dos trabalhadores das empresas privadas foi utilizada a pesquisa de cargos e salários da Coopers & Lybrand. Os valores estão atualizados pela inflação até o mês de maio de Nos cargos executivos do setor público estão considerados os DAS de 4 a Natureza Especial. Os resultados mostram que enquanto os executivos e profissionais de nível superior recebem salários mais elevados no setor privado, os menos qualificados (como os que trabalham em atividades auxiliares da administração, CPD, estoques, manutenção, instalação, vigilância, portaria, limpeza e copa, entre outros) têm remuneração substancialmente maior no setor público (os dados detalhados se encontram em anexo no final deste trabalho). A principal consequência dessa situação é a dificuldade em recrutar pessoas mais qualificadas na administração pública, importantes para a renovação, criação e disseminação de métodos que contribuam para a modernização gerencial do Estado. Inicialmente, foram levantados os cargos com atribuições semelhantes no setor público e no privado. Para calcular a remuneração média de cada cargo, foi utilizado, no setor privado, o salário médio, independentemente do porte e da localidade das empresas; para o setor público, foram consideradas a estrutura de remuneração e a distribuição de frequência dos servidores na escala salarial de cada cargo. Para os executivos foi feita uma amostra do valor da remuneração dos ocupantes de DAS de diversos níveis, considerando o diretor-presidente como DAS de Natureza Especial, diretores como DAS-6 e gerentes como DAS-5, exceto para os cargos da área jurídica, que têm uma estrutura hierárquica um pouco distinta. Não estão incluídos benefícios indiretos dos cargos. Pode-se argumentar que o leque salarial (a distância entre o menor e o maior salário) é muito grande no setor privado e, consequentemente, a estrutura salarial do setor público estaria contribuindo para melhorar o perfil da distribuição da renda no país. Isto é em parte verdade. Entretanto, a ordenação dos salários (do maior para o menor) não é semelhante nos dois setores: esta última característica contribui decisivamente para a desmotivação do servidor, gera distorções na produtividade e desestimula o ingresso no setor público. Concluindo, a inexistência tanto de uma política de remuneração adequada (dada a restrição fiscal do Estado) como de uma estrutura de cargos e salários compatível com as funções exercidas, e a rigidez excessiva do processo de contratação e demissão do servidor (agravada a partir da criação do Regime Jurídico Único), tidas como as características marcantes do mercado de trabalho do setor público, terminam por inibir o desenvolvimento de uma administração pública moderna, com ênfase nos aspectos gerenciais e na busca de resultados. Nesse quadro, a existência da gratificação por ocupação de cargos em comissão - DAS -, que geralmente é entendida como um grave desvio do modelo burocrático, na medida em que permite a contratação de pessoal externo ao serviço público, na verdade é um elemento positivo a dar alguma racionalidade ao sistema de remuneração e ao estabelecer um sistema de incentivo para os servidores mais competentes. Em primeiro lugar, apenas uma minoria dos cargos são ocupados por não-servidores. Conforme podemos ver pela Tabela 9, 75,5% dos ocupantes de DAS são servidores estatutários ou das empresas públicas federais. Em segundo lugar, a remuneração global dos detentores de DAS obedece a uma escala crescente, aproximando-se de um sistema de carreira. A lei que no início de 1995 aumentou o valor nominal dos DAS de 4 a 6 e a retribuição dos Cargos de Natureza Especial, ao determinar que a remuneração de origem dos servidores fosse descontada, apenas aperfeiçoou ainda mais esse sistema. Na verdade, o sistema de DAS, ao flexibilizar a estrutura rígida e distorcida do sistema remuneratório brasileiro, é um passo na direção de uma administração pública gerencial. Os DAS são ocupados a partir de um verdadeiro mercado, no qual os ministros e dirigentes públicos que dispõem de DAS disputam entre si os melhores quadros do serviço federal. Dessa forma se premiam os mais competentes. Certamente, existem distorções no sistema, derivadas da consignação de DAS para pessoas sem mérito, geralmente provenientes de fora do serviço público. Essas distorções, entretanto, são a exceção e não a regra. Uma exceção cuja ocorrência será cada vez mais rara à medida em que um número alto e crescente de DAS seja reservado por lei a servidores federais. 4.5 Dimensão Cultural e Dimensão-Gestão Os problemas até agora analisados estão fortemente relacionados com sua dimensão institucional-legal, dependendo, portanto, de reforma constitucional, ou de mudança na legislação infraconstitucional, mas todos esses entraves estão diretamente relacionados com a cultura burocrática existente no país, intensamente preocupada em evitar as práticas clientelistas ou patrimonialistas. Como sabemos, historicamente a dominação racional-legal ou burocrática surgiu no século XIX como uma forma superior de dominação, legitimada pelo uso da lei, em contraposição ao poder tradicional (divino) e arbitrário dos príncipes e ao afeto das lideranças carismáticas. Surgiu, portanto, como uma reação à cultura patrimonialista, então dominante. Sua afirmação implicou o desenvolvimento, no nível da administração pública, de uma cultura burocrática, que, no plano político, correspondeu à prevalência do Estado liberal e à correspondente ideologia liberal, que o direito administrativo expressa bem. Essa cultura burocrática não reconhece que o patrimonialismo, embora presente como prática, já não constitui mais valor hoje no Brasil. Não reconhece que os políticos, em uma democracia, são crescentemente 76

173 controlados por seus eleitores. Por isso, ela mantém uma desconfiança fundamental nos políticos, que estariam sempre prontos a subordinar a administração pública a seus interesses eleitorais. Na prática, o resultado é uma desconfiança nos administradores públicos, aos quais não se delega autoridade para decidir com autonomia os problemas relacionados com os recursos humanos, materiais e financeiros. Explica-se daí a rigidez da estabilidade e dos concursos, o formalismo do sistema de licitações, e o detalhismo do orçamento. Esses obstáculos a uma administração pública eficiente só poderão ser superados quando, conjuntamente com a mudança institucional-legal ocorra uma mudança cultural no sentido da administração pública gerencial. A dimensão institucional-legal e a dimensão cultural dos entraves a uma administração pública moderna, gerencial, eficiente e voltada para o atendimento do cidadão complementam-se com a dimensão-gestão. Na verdade, é nesta última que a administração pública demonstra sua energia, pois sua eficiência e efetividade dependerão da capacidade de gestão nela existente. Essa dimensão diz respeito a um elemento central da técnica administrativa de como fazer, com que métodos, de que modo, sob orientação de quais valores. A boa gestão é aquela que define objetivos com clareza, recruta os melhores elementos através de concursos e processos seletivos públicos, treina permanentemente os funcionários, desenvolve sistemas de motivação não apenas de caráter material mas também de caráter psicossocial, dá autonomia aos executores e, afinal, cobra os resultados. Nada disso existe na administração pública federal. O modelo burocrático implantado no país soma aos defeitos inerentes à administração pública burocrática, relacionados com o controle rígido dos processos, a falta de treinamento e de estrutura de carreiras que, pelo contrário, caracterizam as boas burocracias ainda existentes em países como a França e o Japão. Os instrumentos de supervisão e acompanhamento são pouco criativos, sendo desse modo insuficientes para caminhar passo a passo com a mudança tecnológica e atender à necessidade de repensar e propor novos objetivos e métodos de forma ágil, em menor tempo e a um custo mais baixo. Além disso, o sistema carece de mecanismos auto-reguladores e é refratário às inovações. Sua capacidade de resposta aos novos e constantes estímulos é limitada, fato que o torna arcaico e ineficiente. O mecanismo por excelência de motivação, na administração pública burocrática, é o da promoção por mérito em carreiras formalmente estabelecidas. Através desse mecanismo, em que o tempo, além dos cursos, a avaliação de desempenho e os exames são essenciais, o administrador ascende lentamente na sua profissão. Dada, entretanto, a dinâmica do desenvolvimento tecnológico das sociedades contemporâneas, esse sistema de carreira foi se tornando crescentemente superado. Os jovens administradores não estão dispostos a esperar o alcance dos 50 anos para ocuparem cargos de direção. Por outro lado, a instabilidade do sistema político e administrativo brasileiro dificultou adicionalmente o desenvolvimento de carreiras. Mesmo as novas carreiras, criadas na segunda metade dos anos 80, como as dos gestores e dos analistas de finanças e orçamento, tiveram sua amplitude de remuneração rapidamente reduzida, para permitir o acesso dos jovens. O sistema de premiação e motivação dos funcionários públicos foi crescentemente identificado com a ocupação de cargos em comissão. Torna-se, assim, essencial repensar o sistema de motivação dos servidores públicos brasileiros. Não há dúvida que a motivação positiva fundamental é aquela relacionada com o sentido de missão do servidor. Para o servidor público é mais fácil definir esse sentido do que para o empregado privado, já que a atividade do Estado está diretamente voltada para o interesse público, enquanto que a atividade privada só está indiretamente, através do controle via mercado. Entretanto, em momentos de crise e de transição como o que vivemos, o papel do Estado e do servidor público ficam confusos. A ideia burocrática de um Estado voltado para si mesmo está claramente superada, mas não foi possível ainda implantar na administração pública brasileira uma cultura de atendimento ao cidadão-cliente. A segunda motivação é a da profissionalização do serviço público, não apenas através de concursos e processos seletivos públicos, mas principalmente através de um sistema de promoções na carreira em função do mérito acompanhadas por remuneração correspondentemente maior. Essa motivação é fundamental, mas já vimos que não pode ter a rigidez peculiar às carreiras burocráticas. É preciso garantir a profissionalização sem a correspondente rigidez da burocracia. Finalmente, é essencial contar-se com uma motivação negativa, possibilitada através da demissão por insuficiência de desempenho. Embora secundária em relação às motivações positivas, não há dúvida que sem ela será muito difícil, senão impossível, levar o funcionário comum a valorizar o seu emprego. O diagnóstico mostra que para uma reforma consistente do aparelho do Estado necessita-se, hoje, mais que um mero rearranjo de estruturas. A superação das formas tradicionais de ação estatal implica descentralizar e redesenhar estruturas, dotando-as de inteligência e flexibilidade, e sobretudo desenvolver modelos gerenciais para o setor público capazes de gerar resultados. A modernização do aparelho do Estado exige, também, a criação de mecanismos que viabilizem a integração dos cidadãos no processo de definição, implementação e avaliação da ação pública. Através do controle social crescente será possível garantir serviços de qualidade. 5- O APARELHO DO ESTADO E AS FORMAS DE PROPRIEDADE Para enfrentar os principais problemas que representam obstáculos à implementação de um aparelho do Estado moderno e eficiente, torna-se necessário definir um modelo conceitual, que distinga os segmentos fundamentais característicos da ação do Estado. A opção pela construção desse modelo tem como principal vantagem permitir a identificação de estratégias específicas para cada segmento de atuação do Estado, evitando a alternativa simplista de proposição de soluções genéricas a problemas que são peculiares dependendo do setor. Entretanto, tem a desvantagem da imperfeição intrínseca dos modelos, que sempre representam uma simplificação da realidade. Essas imperfeições, caracterizadas por eventuais omissões e dificuldades de estabelecimento de limites entre as fronteiras de cada segmento, serão aperfeiçoadas na medida do aprofundamento do debate. O Estado é a organização burocrática que possui o poder de legislar e tributar sobre a população de um determinado território. O Estado é, portanto, a única estrutura organizacional que possui o "poder extroverso", ou seja, o poder de constituir unilateralmente obrigações para terceiros, com extravasamento dos seus próprios limites. O aparelho do Estado ou administração pública lato sensu, compreende (a) um núcleo estratégico ou governo, constituído pela cúpula dos três Poderes, (b) um corpo de funcionários, e (c) uma força militar e policial. O aparelho do Estado é regido basicamente pelo direito constitucional e pelo direito administrativo, enquanto que o Estado é fonte ou sancionador e garantidor desses e de todos os demais direitos. Quando somamos ao aparelho do Estado todo o sistema institucional-legal, que regula não apenas o próprio aparelho do Estado mas toda a sociedade, temos o Estado. 5.1 Os Setores do Estado 5. Setores do Estado e Tipos de Gestão 5.3 Setores do Estado e Formas de Propriedade 5.1 Os Setores do Estado No aparelho do Estado é possível distinguir quatro setores: NÚCLEO ESTRATÉGICO. Corresponde ao governo, em sentido lato. É o setor que define as leis e as políticas públicas, e cobra o seu cumprimento. É, portanto, o setor onde as decisões estratégicas são tomadas. Corresponde aos Poderes Legislativo e Judiciário, ao Ministério Público e, no Poder Executivo, ao Presidente da República, aos ministros e aos seus auxiliares e assessores diretos, responsáveis pelo planejamento e formulação das políticas públicas. ATIVIDADES EXCLUSIVAS. É o setor em que são prestados serviços que só o Estado pode realizar. São serviços em que se exerce o poder extroverso do Estado - o poder de regulamentar, fiscalizar, fomentar. Como exemplos temos: a cobrança e fiscalização dos impostos, a polícia, a previdência social básica, o serviço de desemprego, a fiscalização do cumprimento de normas sanitárias, o serviço de trânsito, a compra de serviços de saúde pelo Estado, o controle do meio ambiente, o subsídio à educação básica, o serviço de emissão de passaportes etc. 77

174 SERVIÇOS NÃO-EXCLUSIVOS. Corresponde ao setor onde o Estado atua simultaneamente com outras organizações públicas não-estatais e privadas. As instituições desse setor não possuem o poder de Estado. Este, entretanto, está presente porque os serviços envolvem direitos humanos fundamentais, como os da educação e da saúde, ou porque possuem "economias externas" relevantes, na medida que produzem ganhos que não podem ser apropriados por esses serviços através do mercado. As economias produzidas imediatamente se espalham para o resto da sociedade, não podendo ser transformadas em lucros. São exemplos desse setor: as universidades, os hospitais, os centros de pesquisa e os museus. PRODUÇÃO DE BENS E SERVIÇOS PARA O MERCADO. Corresponde à área de atuação das empresas. É caracterizado pelas atividades econômicas voltadas para o lucro que ainda permanecem no aparelho do Estado como, por exemplo, as do setor de infra-estrutura. Estão no Estado seja porque faltou capital ao setor privado para realizar o investimento, seja porque são atividades naturalmente monopolistas, nas quais o controle via mercado não é possível, tornando-se necessária, no caso de privatização, a regulamentação rígida. 5. Setores do Estado e Tipos de Gestão Cada um desses quatro setores referidos apresenta características peculiares, tanto no que se refere às suas prioridades, quanto aos princípios administrativos adotados. No núcleo estratégico, o fundamental é que as decisões sejam as melhores, e, em seguida, que sejam efetivamente cumpridas. A efetividade é mais importante que a eficiência. O que importa saber é, primeiro, se as decisões que estão sendo tomadas pelo governo atendem eficazmente ao interesse nacional, se correspondem aos objetivos mais gerais aos quais a sociedade brasileira está voltada ou não. Segundo, se, uma vez tomadas as decisões, estas são de fato cumpridas. Já no campo das atividades exclusivas de Estado, dos serviços nãoexclusivos e da produção de bens e serviços o critério eficiência torna-se fundamental. O que importa é atender milhões de cidadãos com boa qualidade a um custo baixo. Como já vimos, existem ainda hoje duas formas de administração pública relevantes: a ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BUROCRÁTICA e a AD- MINISTRAÇÃO PÚBLICA GERENCIAL. A primeira, embora sofrendo do excesso de formalismo e da ênfase no controle dos processos, tem como vantagens a segurança e a efetividade das decisões. Já a administração pública gerencial caracteriza-se fundamentalmente pela eficiência dos serviços prestados a milhares senão milhões de cidadãos. Nesses termos, no núcleo estratégico, em que o essencial é a correção das decisões tomadas e o princípio administrativo fundamental é o da efetividade, entendido como a capacidade de ver obedecidas e implementadas com segurança as decisões tomadas, é mais adequado que haja um misto de administração pública burocrática e gerencial. No setor das atividades exclusivas e de serviços competitivos ou nãoexclusivos, o importante é a qualidade e o custo dos serviços prestados aos cidadãos. O princípio correspondente é o da eficiência, ou seja, a busca de uma relação ótima entre qualidade e custo dos serviços colocados à disposição do público. Logo, a administração deve ser necessariamente gerencial. O mesmo se diga, obviamente, do setor das empresas, que, enquanto estiverem com o Estado, deverão obedecer aos princípios gerenciais de administração. 5.3 Setores do Estado e Formas de Propriedade Outra distinção importante é a relacionada às formas de propriedade. Ainda que vulgarmente se considerem apenas duas formas, a PROPRIE- DADE ESTATAL e a PROPRIEDADE PRIVADA, existe no capitalismo contemporâneo uma terceira forma, intermediária, extremamente relevante: a PROPRIEDADE PÚBLICA NÃO-ESTATAL, constituída pelas organizações sem fins lucrativos, que não são propriedade de nenhum indivíduo ou grupo e estão orientadas diretamente para o atendimento do interesse público. O tipo de propriedade mais indicado variará de acordo com o setor do aparelho do Estado. No núcleo estratégico a propriedade tem que ser necessariamente estatal. Nas atividades exclusivas de Estado, onde o poder extroverso de Estado é exercido, a propriedade também só pode ser estatal. Já para o setor não-exclusivo ou competitivo do Estado a propriedade ideal é a pública não-estatal. Não é a propriedade estatal porque aí não se exerce o poder de Estado. Não é, por outro lado, a propriedade privada, porque se trata de um tipo de serviço por definição subsidiado. A propriedade pública não-estatal torna mais fácil e direto o controle social, através da participação nos conselhos de administração dos diversos segmentos envolvidos, ao mesmo tempo que favorece a parceria entre sociedade e Estado. As organizações nesse setor gozam de uma autonomia administrativa muito maior do que aquela possível dentro do aparelho do Estado. Em compensação seus dirigentes são chamados a assumir uma responsabilidade maior, em conjunto com a sociedade, na gestão da instituição. No setor de produção de bens e serviços para o mercado a eficiência é também o princípio administrativo básico e a administração gerencial, a mais indicada. Em termos de propriedade, dada a possibilidade de coordenação via mercado, a propriedade privada é a regra. A propriedade estatal só se justifica quando não existem capitais privados disponíveis - o que não é mais o caso no Brasil - ou então quando existe um monopólio natural. Mesmo nesse caso, entretanto, a gestão privada tenderá a ser a mais adequada, desde que acompanhada por um seguro sistema de regulação. 6. OBJETIVOS A definição dos objetivos e estratégias da reforma do aparelho do Estado apresentada a seguir decorre do diagnóstico e dos pressupostos teóricos que presidiram a análise anterior. Dada a crise do Estado e o irrealismo da proposta neoliberal do Estado mínimo, é necessário reconstruir o Estado, de forma que ele não apenas garanta a propriedade e os contratos, mas também exerça seu papel complementar ao mercado na coordenação da economia e na busca da redução das desigualdades sociais. Reformar o Estado significa melhorar não apenas a organização e o pessoal do Estado, mas também suas finanças e todo o seu sistema institucional-legal, de forma a permitir que o mesmo tenha uma relação harmoniosa e positiva com a sociedade civil. A reforma do Estado permitirá que seu núcleo estratégico tome decisões mais corretas e efetivas, e que seus serviços - tanto os exclusivos, que funcionam diretamente sob seu comando, quanto os competitivos, que estarão apenas indiretamente subordinados na medida que se transformem em organizações públicas não-estatais - operem muito mais eficientemente. Reformar o aparelho do Estado significa garantir a esse aparelho maior governança, ou seja, maior capacidade de governar, maior condição de implementar as leis e políticas públicas. Significa tornar muito mais eficientes as atividades exclusivas de Estado, através da transformação das autarquias em "agências autônomas", e tornar também muito mais eficientes os serviços sociais competitivos ao transformá-los em organizações públicas não-estatais de um tipo especial: as "organizações sociais". Na reforma do aparelho do Estado podemos distinguir alguns objetivos globais e objetivos específicos para seus quatro setores. 6.1 Objetivos Globais: Aumentar a governança do Estado, ou seja, sua capacidade administrativa de governar com efetividade e eficiência, voltando a ação dos serviços do Estado para o atendimento dos cidadãos; Limitar a ação do Estado àquelas funções que lhe são próprias, reservando, em princípio, os serviços não-exclusivos para a propriedade pública não-estatal, e a produção de bens e serviços para o mercado para a iniciativa privada; Transferir da União para os estados e municípios as ações de caráter local: só em casos de emergência cabe a ação direta da União; Transferir parcialmente da União para os estados as ações de caráter regional, de forma a permitir uma maior parceria entre os estados e a União. 6. Objetivos para o Núcleo Estratégico: Aumentar a efetividade do núcleo estratégico, de forma que os objetivos democraticamente acordados sejam adequada e efetivamente alcançados; 78

175 Para isso, modernizar a administração burocrática, que no núcleo estratégico ainda se justifica pela sua segurança e efetividade, através de uma política de profissionalização do serviço público, ou seja, de uma política de carreiras, de concursos públicos anuais, de programas de educação continuada permanentes, de uma efetiva administração salarial, ao mesmo tempo que se introduz no sistema burocrático uma cultura gerencial baseada na avaliação do desempenho; Dotar o núcleo estratégico de capacidade gerencial para definir e supervisionar os contratos de gestão com as agências autônomas, responsáveis pelas atividades exclusivas de Estado, e com as organizações sociais, responsáveis pelos serviços não-exclusivos do Estado realizados em parceria com a sociedade. 6.3 Objetivos para as Atividades Exclusivas: Transformar as autarquias e fundações que possuem poder de Estado em agências autônomas, administradas segundo um contrato de gestão; o dirigente escolhido pelo Ministro segundo critérios rigorosamente profissionais, mas não necessariamente de dentro do Estado, terá ampla liberdade para administrar os recursos humanos, materiais e financeiros colocados à sua disposição, desde que atinja os objetivos qualitativos e quantitativos (indicadores de desempenho) previamente acordados; Para isso, substituir a administração pública burocrática, rígida, voltada para o controle a priori dos processos, pela administração pública gerencial, baseada no controle a posteriori dos resultados e na competição administrada; Fortalecer práticas de adoção de mecanismos que privilegiem a participação popular tanto na formulação quanto na avaliação de políticas públicas, viabilizando o controle social das mesmas. 6.4 Objetivos para os Serviços Não-Exclusivos: Transferir para o setor público não-estatal esses serviços, através de um programa de "publicização", transformando as atuais fundações públicas em organizações sociais, ou seja, em entidades de direito privado, sem fins lucrativos, que tenham autorização específica do Poder Legislativo para celebrar contrato de gestão com o Poder Executivo e assim ter direito a dotação orçamentária; Lograr, assim, uma maior autonomia e uma consequente maior responsabilidade para os dirigentes desses serviços; Lograr adicionalmente um controle social direto desses serviços por parte da sociedade através dos seus conselhos de administração. Mais amplamente, fortalecer práticas de adoção de mecanismos que privilegiem a participação da sociedade tanto na formulação quanto na avaliação do desempenho da organização social, viabilizando o controle social; Lograr, finalmente, uma maior parceria entre o Estado, que continuará a financiar a instituição, a própria organização social, e a sociedade a que serve e que deverá também participar minoritariamente de seu financiamento via compra de serviços e doações; Aumentar, assim, a eficiência e a qualidade dos serviços, atendendo melhor o cidadão-cliente a um custo menor. 6.5 Objetivos para a Produção para o Mercado: Dar continuidade ao processo de privatização através do Conselho de Desestatização; Reorganizar e fortalecer os órgãos de regulação dos monopólios naturais que forem privatizados; Implantar contratos de gestão nas empresas que não puderem ser privatizadas. 7- ESTRATÉGIA DE TRANSIÇÃO A estratégia da reforma do aparelho do Estado está concebida a partir de três dimensões: a primeira, institucional-legal, trata da reforma do sistema jurídico e das relações de propriedade; a segunda é cultural, centrada na transição de uma cultura burocrática para uma cultura gerencial; a terceira dimensão aborda a gestão pública a partir do aperfeiçoamento da administração burocrática vigente e da introdução da administração gerencial, incluindo os aspectos de modernização da estrutura organizacional e dos métodos de gestão. Essas dimensões, ainda que guardem certa independência, operarão de forma complementar. A primeira permitirá mudanças estruturais no funcionamento do aparelho do Estado, já que pressupõe a eliminação dos principais entraves no sistema jurídico-legal; a segunda, entretanto, viabilizará a operacionalização da cultura gerencial centrada em resultados através da efetiva parceria com a sociedade, e da cooperação entre administradores e funcionários; finalmente, a terceira possibilitará concretizar novas práticas gerenciais e assim obter avanços significativos, ainda que os constrangimentos legais não sejam totalmente removidos. Em seguida serão apresentados os enunciados estratégicos para cada dimensão e a definição de uma estratégia complementar, abordando a transição entre o momento atual e o desejado, apontando os resultados parciais a serem obtidos nos curto, médio e longo prazos. 7.1 Dimensão Institucional-Legal A estratégia proposta, nessa dimensão, está orientada no sentido de viabilizar as transformações fundamentais pretendidas com a reforma do aparelho do Estado, em três direções. Em primeiro lugar, permitindo a focalização do Estado no atendimento das demandas sociais básicas. Em segundo lugar, facilitando o redirecionamento da maneira tradicional de atuar do Estado, evoluindo de um papel executor para um papel de promotor do desenvolvimento social e econômico. Finalmente, a estratégia proposta deverá criar as condições para a implementação do modelo de administração gerencial no setor de serviços do Estado. É importante destacar que o compromisso fundamental do Estado não é o de realizar dentro de seu aparelho todas as funções demandadas pela sociedade. Ao invés, é o de assegurar ou facilitar a sua realização sempre que possível, o que deverá implicar a adoção de mecanismos inovadores de operação e funcionamento. Para a operacionalização das mudanças pretendidas será necessário o aperfeiçoamento do sistema jurídico-legal, notadamente de ordem constitucional, de maneira a remover os constrangimentos existentes que impedem a adoção de uma administração ágil e com maior grau de autonomia, capaz de enfrentar os desafios do Estado moderno. Nesse sentido, a reforma contempla a proposição de emendas constitucionais. Algumas reformas, como a da ordem econômica, já aprovada pelo Congresso, e a reforma tributária, no momento em discussão, estão no âmbito mais amplo da reforma do Estado. A reforma da Previdência é tanto uma reforma do Estado em geral quanto uma reforma do aparelho do Estado, quando trata do sistema de aposentadorias e pensões dos servidores públicos. Essa emenda reveste-se de enorme importância para o país, dado o caráter explosivo do aumento das despesas do Estado com os inativos. Esse problema será enfrentado na medida que sejam evitadas as aposentadorias precoces, antes dos 60 anos, e que os proventos da aposentadoria tornem-se proporcionais à contribuição realizada. Será importante, também, a eliminação de aposentadorias especiais e o estabelecimento de regras para a atualização dos valores, desvinculadas dos aumentos reais dados aos funcionários na ativa. 7. As Emendas Constitucionais Finalmente, temos as duas emendas da reforma administrativa, também já no Congresso, e a emenda da previdência na parte que diz respeito aos servidores públicos. Essas emendas visam, a curto prazo, facilitar o ajuste fiscal especialmente nos estados e municípios, onde existe excesso de quadros, mas também na União no que diz respeito ao sistema previdenciário. A médio prazo visam possibilitar a modernização da administração burocrática prevalecente no núcleo estratégico e a introdução da administração gerencial no setor de prestação de serviços do Estado. Visam também, através da definição de tetos para as remunerações dos funcionários ativos e para os proventos dos pensionistas, e através da exigência de projeto de lei para aumentos de remuneração nos três Poderes, a eliminar privilégios e desequilíbrios, que caracterizam o sistema remuneratório público brasileiro. Acompanhando a reforma constitucional, será necessário aprovar no Congresso toda uma nova legislação infraconstitucional. 79

176 7..1 As Duas Emendas da Administração Pública As emendas do capítulo da administração pública são fundamentais no processo de transição para uma administração pública gerencial porque incorporam ou viabilizam uma nova perspectiva em relação à gestão e ao controle do aparelho do Estado. Os dispositivos compreendidos no projeto são de importância estratégica para a consecução da reforma administrativa, contemplando os princípios e normas de gestão, as relações jurídicas dos servidores com a administração e as prerrogativas dos três poderes para a organização administrativa e a fixação de vencimentos dos cargos de seus serviços auxiliares ou administrativos. A primeira emenda cobre o capítulo da administração pública. Suas principais mudanças são: fim da obrigatoriedade do Regime Jurídico Único, permitindo-se a volta de contratação de servidores celetistas; exigência de processo seletivo público para a admissão de celetistas e a manutenção do concurso público para a admissão de servidores estatutários; flexibilização da estabilidade dos servidores estatutários, permitindo-se a demissão, além de por falta grave, também por insuficiência de desempenho e por excesso de quadros; a. nos dois últimos casos o servidor terá direito a uma indenização; b. no caso de insuficiência de desempenho, que tem por objetivo levar o servidor a valorizar o seu cargo e permitir ao administrador público cobrar trabalho, o funcionário só poderá ser demitido depois de devidamente avaliado e terá sempre direito a processo administrativo específico com ampla defesa; c. no caso de exoneração por excesso de quadros, a exoneração deverá obedecer a critérios gerais estabelecidos em lei complementar, e os cargos correspondentes serão automaticamente extintos, não podendo ser recriados em um prazo de quatro anos; possibilidade de se colocar servidores em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço como alternativa à exoneração por excesso de quadros; permissão de contratação de estrangeiros para o serviço público, sempre através de concurso ou processo seletivo público, desde que lei específica o autorize; limitação rígida da remuneração dos servidores públicos e membros dos Poderes, inclusive vantagens pessoais, à remuneração do Presidente da República; limitação rígida dos proventos da aposentadoria e das pensões ao valor equivalente percebido na ativa; facilidade de transferência de pessoal e de encargos entre pessoas políticas da Federação, a União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios, mediante assinatura de convênios; eliminação da isonomia como direito subjetivo, embora mantenha, implicitamente, o princípio, que é básico para qualquer boa administração. A segunda emenda estabelece: (1) um tratamento equilibrado entre os três Poderes nas prerrogativas relativas à organização administrativa; e () a fixação de vencimentos dos servidores dos três Poderes, excluídos os titulares de poder, através de projeto de lei. A iniciativa será sempre do poder respectivo, mas a aprovação passa a depender da sanção presidencial. Essa segunda emenda obedece rigorosamente ao princípio da autonomia dos três Poderes. Essa autonomia foi concebida por Montesquieu como um sistema de freios e contrafreios, para evitar a prevalência de um poder sobre o outro. Em relação à remuneração dos servidores, esse sistema de freios e contrafreios deixou de existir, o que vem provocando distorções graves de caráter isonômico. Não se pretende eliminar a curto prazo tais distorções, mas é fundamental estabelecer um limite para elas. 7.. A Emenda da Previdência A emenda da previdência é fundamental para o setor público. Através dela termina-se com a aposentadoria integral e com as aposentadorias precoces, que tornam o sistema previdenciário público brasileiro um sistema de privilégios. A aposentadoria dos funcionários ocorrerá basicamente por idade, com uma pequena correção para o tempo de serviço, e será proporcional à contribuição do servidor. Esses dois princípios aplicam-se também ao setor privado. O sistema previdenciário público continuará, entretanto, distinto do setor privado, na medida em que o Estado continuará garantindo integralmente o sistema previdenciário dos servidores, independentemente do seu nível de remuneração. Para o setor privado, a expectativa é a de que o Estado garantirá a aposentadoria até um certo número de salários mínimos e, a partir daí, cada cidadão deverá adotar um sistema de aposentadoria complementar contratado com fundos privados. A emenda constitucional não define, naturalmente, os detalhes do sistema previdenciário público. A ideia geral é a de se exigir uma contribuição que seja, atuarialmente, compatível com uma aposentadoria de 75 a 80% do salário médio recebido nos últimos 36 meses anteriores à passagem para a inatividade, dado o rendimento médio esperado para as contribuições dos servidores. Não será necessário, porém - e provavelmente não será conveniente -, criar um sistema de capitalização, já que o Estado é mau gestor desse tipo de fundo. O sistema de aposentadoria pública, embora baseado em um cálculo de rendimentos de um fundo virtual, deverá continuar a ser um sistema de repartição e não de capitalização. Em princípio deverá ser comum para os detentores de cargos e empregos. 7.3 Legislação Infraconstitucional A aprovação das emendas constitucionais exigirá imediatamente a definição de uma série de leis complementares e ordinárias, que tratarão principalmente do seguinte: definição do processo específico de demissão por insuficiência de desempenho; definição da indenização no caso de demissão por insuficiência de desempenho e no de desligamento por excesso de quadros, prevendose maior indenização no segundo caso; definição das carreiras exclusivas de Estado (que não devem ser confundidas com as atividades exclusivas de Estado, embora haja uma relação estreita entre os dois conceitos), constituídas por funcionários que exercem o poder de estado; seus membros não poderão ser exonerados por excesso de quadros; definição na mesma lei complementar dos critérios gerais de exoneração por excesso de quadros; definição das regras do processo seletivo público; definição do novo sistema de previdência dos funcionários, que será garantido pelo Estado, baseado em aposentadoria por idade e em proventos proporcionais à contribuição ou ao tempo trabalhado para o Estado; definição do sistema de saúde dos servidores; revisão do Estatuto Jurídico dos Servidores Civis; definição de lei geral sobre o sistema remuneratório da União, com vistas a aumentar a transparência da remuneração e conferir efetividade aos tetos de retribuição; elaboração de leis prevendo a desburocratização e a desregulamentação dos serviços públicos; revisão da lei da previdência pública, incluindo os detentores de cargos e empregos. 7.4 Dimensão Cultural e da Gestão A transição para uma administração pública gerencial só será possível se, ao mesmo tempo que se aprovam as mudanças legais, vá mudando a cultura administrativa do País. Essa cultura, fortemente marcada pelo patrimonialismo recente, tem ainda um forte caráter burocrático, pois parte de uma desconfiança fundamental na possibilidade de cooperação e de ação coletiva. Os indivíduos são vistos como essencialmente egoístas e aéticos, de forma que só o controle a priori, passo a passo, dos processos administrativos permitirá a proteção da coisa pública. A mudança para uma cultura gerencial é uma mudança de qualidade. Não se parte para o oposto, 80

177 para uma confiança ingênua na humanidade. O que se pretende é apenas dar um voto de confiança provisório aos administradores, e controlar a posteriori os resultados. Só esse tipo de cultura permite a parceria e a cooperação. Só através dela será possível viabilizar não apenas as diversas formas de parceria com a sociedade, como também a cooperação em nível vertical entre administradores e funcionários públicos, entre governo e sindicatos de funcionários. A verdadeira eficiência é impossível sem essa parceria e essa cooperação. Por outro lado, os controles a posteriori dos resultados deverão ser extremamente severos. A administração pública burocrática, produto de um estágio inferior da sociedade, muito mais autoritário e classista, enfatiza os processos porque sabe ou supõe que não poderá punir os transgressores. A administração pública gerencial enfatiza os resultados porque pressupõe que será capaz de punir os que falharem ou prevaricarem. Sem a mudança cultural da administração pública burocrática para a gerencial será impossível implementar as reformas institucionais-legais. E será igualmente inviável avançar na dimensão-gestão. As três mudanças, entretanto, não deverão ocorrer sequencial mas concomitantemente, ora com prevalência de uma dimensão, ora com prevalência de outra. A reforma concreta do aparelho do Estado ocorre na dimensão-gestão. É aí que a administração pública se torna mais efetiva e eficiente. É aí que ocorrem as mudanças culturais necessárias. É aí que as práticas administrativas gerenciais de fato ocorrem. É aí que se definem os indicadores de desempenho, que se treina e motiva o pessoal, que se desenvolvem estratégias flexíveis para o atingimento das metas estabelecidas. A mudança da gestão, embora dependa das reformas institucionaislegais, não se limita a elas nem pode esperar por elas. É preciso implantar na administração pública toda uma nova filosofia, toda uma nova cultura gerencial e suas respectivas práticas. A modernização da gestão se fará através da implantação de laboratórios especialmente nas autarquias voltadas para as atividades exclusivas do Estado, visando iniciar o processo de transformação em agências autônomas, ou seja, em agências voltadas para resultados, dotadas de flexibilidade administrativa e ampla autonomia de gestão. Primeiramente, será implementada uma ação de avaliação institucional, com o objetivo de identificar a finalidade de cada órgão da administração pública no sentido de promover o (re)alinhamento com os objetivos maiores do Estado. Em seguida, será elaborada uma sistemática de avaliação, a partir da construção de indicadores de desempenho, que permita mensurar os graus de consecução dos objetivos pretendidos. Em paralelo, serão implementadas ações na área de recursos humanos, que permitam o aperfeiçoamento das capacidades gerenciais e técnicas do setor público, através de recrutamento de pessoal estratégico, a partir de concursos e processos seletivos públicos anuais para pequenos contingentes, caracterizando, dessa forma, um processo permanente de atualização dos quadros do aparelho do Estado. Ainda nessa área, o papel a ser desempenhado pelas escolas de governo será fundamental, através de programas de treinamento e desenvolvimento de recursos humanos diretamente relacionados aos objetivos da reforma do aparelho do Estado. O conjunto de ações na área de recursos humanos tem por objetivo a valorização do servidor público eficiente, através do reconhecimento por parte do cidadão de seu trabalho e da consequente mudança de imagem perante a sociedade, envolvendo maior grau de autonomia, iniciativa e responsabilização, diminuindo controles formalistas e incentivando a adoção de uma política que seja consequente tanto com o bom desempenho quanto com a insuficiência do mesmo. Concluindo, a estratégia da reforma, nessa dimensão, prevê, ainda, a retomada do programa de qualidade, que deverá enfatizar não apenas o aspecto qualidade total mas também o aspecto participação, essencial para o aumento da eficiência dos serviços no nível operacional. O Programa da Qualidade e Participação na Administração Pública estará voltado para o aprimoramento e melhoria da qualidade e eficiência na prestação de serviços pelo setor público. 7.5 A Dinâmica da Transição Os objetivos e princípios deste Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado serão implementados de forma gradual. Buscar-se-á assegurar o cumprimento dos objetivos, a partir de uma sistemática de acompanhamento e avaliação permanente dos resultados obtidos pelos diversos projetos específicos que serão listados abaixo. Na medida que obstáculos sejam removidos, novos projetos serão propostos visando adaptar a estratégia às novas realidades identificadas. Assim, este plano diretor não pretende esgotar a tarefa de reformar o aparelho do Estado, mas tem o firme propósito de tornar irreversível o processo de mudança através de resultados imediatos no curto prazo, e outros de mais longo alcance nos médio e longo prazos. Serão considerados, para efeito deste documento, o curto prazo até o final deste ano de 95, o médio prazo, o período compreendido entre os anos de 96 e 97, e o longo prazo, o final deste governo, ou seja, o início de 99. Assim, a expectativa é de no curto prazo iniciar o processo de modernização da gestão através de ações que independam de modificações mais estruturais no sistema jurídico-legal. No médio prazo espera-se, com a aprovação das emendas e respectivas regulamentações, além do projeto de Organizações Sociais, dar continuidade ao processo de modernização da gestão de forma mais consistente, a partir da combinação de ações tanto na dimensão institucional, quanto na da gestão. Finalmente, no longo prazo, o objetivo é consolidar o processo de mudança, a partir da ideia de sua irreversibilidade, dotando o aparelho do Estado de uma estrutura com um grau de flexibilidade tal que permita enfrentar os desafios de ajustamento que certamente serão impostos, porém, ainda, imprevisíveis. A seguir, serão detalhados os resultados esperados nessas três dimensões temporais. No curto prazo, é possível imaginar avanços na direção da modernização da gestão pública, a partir de ações específicas de laboratórios, visando ao estabelecimento de duas instituições básicas: as "agências autônomas" entre as atividades exclusivas de Estado e as "organizações sociais" entre os serviços competitivos ou não-exclusivos. Essas ações serão precedidas de um programa de sensibilização do corpo gerencial e demais servidores para a adoção do novo modelo de gestão, e apoiadas por um amplo programa de treinamento e desenvolvimento de recursos humanos, nas diversas escolas de governo. Em paralelo, será desencadeado um programa de desregulamentação, visando a eliminar os atuais entraves, no âmbito do Executivo, ao modelo proposto. Também está prevista a continuidade, sob novo enfoque, do Programa da Qualidade e Participação na Administração Pública, visando a aperfeiçoar a prestação dos serviços públicos e o início do processo de avaliação institucional, a partir da construção de um sistema de indicadores que permitam aferir o desempenho organizacional tanto na perspectiva interna, quanto na dos usuários dos serviços, viabilizando dessa forma o controle social. Finalmente, pode ser considerado como resultado, ainda no curto prazo, a realização de concursos públicos em áreas estratégicas da administração pública, permitindo iniciar o processo de recuperação das capacidades técnica e gerencial no âmbito do aparelho do Estado. Essas mudanças, ainda que limitadas do ponto de vista de sua abrangência e profundidade, significam os primeiros passos na direção do aperfeiçoamento contínuo da gestão governamental. No médio prazo, a expectativa de aprovação das emendas constitucionais e respectivas regulamentações, das autorizações legislativas para a implementação das organizações sociais e o aprofundamento da implantação da nova cultura gerencial, centrada em resultados, na competição administrada e baseada na avaliação do desempenho, permitirão mudanças mais estruturais na direção pretendida. Espera-se, nessa etapa, que os órgãos da administração pública adotem uma nova postura gerencial, baseada em objetivos bem definidos, alinhados com os do governo, e que implementem uma nova sistemática de avaliação de desempenho, tanto em nível institucional, quanto individual. Ainda, a médio prazo, espera-se a implementação do projeto cidadão e a adoção de uma nova política de recursos humanos que dê consequência ao novo modelo a ser implantado. Esses resultados deverão indicar uma nova visão para a administração pública brasileira, focalizada no cidadão e na profissionalização do servidor, a partir de um redesenho institucional e gerencial baseado no controle social. Finalmente, no longo prazo, espera-se que a reforma do aparelho do Estado produza as transformações fundamentais que viabilizem o novo Estado desejado, indutor e promotor do desenvolvimento social e econômico do País. Para alcançar esse estágio, e com a flexibilidade requerida para enfrentar os novos desafios que certamente serão impostos, os resultados esperados estão relacionados a duas dimensões: a primeira, de natureza 81

178 interna, diz respeito à consolidação da cultura gerencial e da efetiva valorização dos servidores, através do resgate da identidade com o serviço público; a segunda, de natureza externa, a partir do surgimento de uma nova sociedade, baseada na participação popular, que recoloca o Estado como instrumento do exercício pleno da cidadania. 8- PROJETOS A reforma do aparelho do Estado, na dimensão-gestão, será realizada através de uma série de projetos conduzidos pelo Ministério da Administração Federal e da Reforma do Estado. O papel do MARE, entretanto, apoiado pelo Comitê Executivo da Reforma do Estado, e orientado pela Câmara da Reforma do Estado, será apenas o de estimulador. O trabalho efetivo de reforma deverá ser feito no nível dos ministérios, que desenvolverão seus próprios projetos, sempre assessorados pelo MARE. 8.1 Projetos Básicos Na dimensão-gestão são três os projetos básicos que permitirão a implantação da administração pública gerencial no serviço público brasileiro. Em um plano horizontal, temos o projeto de Avaliação Estrutural, que examinará de forma global a estrutura do Estado. No nível das atividades exclusivas de Estado, temos, operando de forma vertical, em maior profundidade, o projeto das Agências Autônomas e, no nível dos serviços nãoexclusivos, o projeto das Organizações Sociais acompanhado pelo programa de publicização Avaliação Estrutural Esse projeto é fundamental para o desenvolvimento das agências autônomas e das organizações sociais. Tem por objetivo analisar as missões dos órgãos e entidades governamentais, identificando superposições, inadequação de funções e possibilidades de descentralização visando dotar o Estado de uma estrutura organizacional moderna, ágil e permeável à participação popular. Essa é naturalmente uma ação permanente e prioritária do governo, já expressa em uma série de atos a partir da medida provisória que promoveu a reorganização do governo e a extinção de dois ministérios - o Ministério do Bem-Estar Social, inclusive suas fundações vinculadas, e o Ministério da Integração Regional. O projeto parte de algumas perguntas básicas: (1) Qual a missão desta entidade? () O Estado deve se encarregar dessa missão e das respectivas atividades envolvidas? (3) Quais podem ser eliminadas? (4) Quais devem ser transferidas da União para os estados ou para os municípios? (5) E quais podem ser transferidas para o setor público não-estatal? (6) Ou então para o setor privado? Por outro lado, dadas as novas funções, antes reguladoras que executoras: (1) Deve o Estado criar novas instituições? () Quais? A resposta a essas perguntas deverá ser a menos ideológica e a mais pragmática possível. O que interessa é obter um resultado ótimo, dados recursos escassos. Esse resultado, entretanto, não é nem pode ser julgado apenas do ponto de vista econômico. Outros pontos de vista, como os da justiça, da cultura, da segurança, são também essenciais na resposta a essas perguntas. Com base na resposta a essas perguntas, haverá a proposta de extinção, privatização, publicização e descentralização de órgãos, e também de incorporação e criação de órgãos. Parte-se de uma discussão sobre funções e papéis do Estado, em suas diferentes esferas, para em seguida proceder à análise das competências e estruturas organizacionais da administração direta e indireta, visando verificar se são insuficientes, superdimensionadas, ou superpostas, além de considerar as possibilidades de descentralização. Essa análise será efetuada buscando compatibilizar os programas e prioridades do Estado com a estrutura institucional do Governo Federal. Dada a importância da tarefa e sua abrangência, um grupo de trabalho do Comitê Executivo da Reforma do Estado deverá preocupar-se permanentemente com o tema, que, por outro lado, é função do MARE Agências Autônomas A responsabilização por resultados e a consequente autonomia de gestão inspiraram a formulação desse projeto, que tem como objetivo a transformação de autarquias e de fundações que exerçam atividades exclusivas do Estado, em agências autônomas, com foco na modernização da gestão. 8 O Projeto das Agências Autônomas desenvolver-se-á em duas dimensões. Em primeiro lugar, serão elaborados os instrumentos legais necessários à viabilização das transformações pretendidas, e um levantamento visando superar os obstáculos na legislação, normas e regulações existentes. Em paralelo, serão aplicadas as novas abordagens em algumas autarquias selecionadas, que se transformarão em laboratórios de experimentação Organizações Sociais e Publicização A estratégia de transição para uma administração pública gerencial prevê, ainda na dimensão institucional-legal, a elaboração, que já está adiantada, de projeto de lei que permita a "publicização" dos serviços nãoexclusivos do Estado, ou seja, sua transferência do setor estatal para o público não-estatal, onde assumirão a forma de "organizações sociais". O Projeto das Organizações Sociais tem como objetivo permitir a descentralização de atividades no setor de prestação de serviços nãoexclusivos, nos quais não existe o exercício do poder de Estado, a partir do pressuposto que esses serviços serão mais eficientemente realizados se, mantendo o financiamento do Estado, forem realizados pelo setor público não-estatal. Entende-se por "organizações sociais" as entidades de direito privado que, por iniciativa do Poder Executivo, obtêm autorização legislativa para celebrar contrato de gestão com esse poder, e assim ter direito a dotação orçamentária. As organizações sociais terão autonomia financeira e administrativa, respeitadas as condições descritas em lei específica como, por exemplo, a forma de composição de seus conselhos de administração, prevenindo-se, desse modo, a privatização ou a feudalização dessas entidades. Elas receberão recursos orçamentários, podendo obter outros ingressos através da prestação de serviços, doações, legados, financiamentos, etc. As entidades que obtenham a qualidade de organizações sociais gozarão de maior autonomia administrativa e, em compensação, seus dirigentes terão maior responsabilidade pelo seu destino. Por outro lado, busca-se através das organizações sociais uma maior participação social, na medida em que elas são objeto de um controle direto da sociedade através de seus conselhos de administração recrutados no nível da comunidade à qual a organização serve. Adicionalmente, se busca uma maior parceria com a sociedade, que deverá financiar uma parte menor mas significativa dos custos dos serviços prestados. A transformação dos serviços não-exclusivos estatais em organizações sociais se dará de forma voluntária, a partir da iniciativa dos respectivos ministros, através de um Programa Nacional de Publicização. Terão prioridade os hospitais, as universidades e escolas técnicas, os centros de pesquisa, as bibliotecas e os museus. A operacionalização do Programa será feita por um Conselho Nacional de Publicização, de caráter interministerial. 8. Projetos Adicionais Além dos três projetos mencionados, uma série de outros projetos são fundamentais para a implantação de uma gestão de caráter gerencial no Estado brasileiro. Enumeramos abaixo os principais projetos Projeto Cidadão Esse projeto tem como objetivo aperfeiçoar as relações entre os órgãos da Administração Pública e os cidadãos, no âmbito de suas atribuições institucionais, atendendo à diretriz do Projeto de Reforma do Estado, de localização das ações nas necessidades do cidadão, atuando nas seguintes áreas: simplificação de obrigações de natureza burocrática instituídas pelo aparelho do Estado, com que se defronta o cidadão do nascimento à sua morte; implementação de sistema de recebimento de reclamações e sugestões do cidadão sobre a qualidade e a eficácia dos serviços públicos que demandam uma resposta pró-ativa da Administração Pública a respeito; implementação de sistema de informação ao cidadão a respeito do funcionamento e acesso aos serviços públicos, e quaisquer outros esclarecimentos porventura solicitados;

179 na definição da qualidade do serviço, que deverá constar dos indicadores de desempenho, um elemento fundamental será o tempo de espera do cidadão para ser atendido; as filas são a praga do atendimento público ao cidadão. A abrangência do projeto deve ser considerada sob dois aspectos: quanto às esferas de governo, na primeira fase, sua amplitude será restrita aos órgãos federais, sendo ampliada gradativamente para as esferas estaduais e municipais; quanto à natureza da administração pública, o projeto estará voltado inicialmente para a administração direta, englobando, posteriormente, a administração indireta, autárquica e fundacional. 8.. Indicadores de Desempenho Esse projeto, essencial para a implementação das agências autônomas e das organizações sociais, terá de ser realizado pelo MARE em parceria com o Ministério do Planejamento e Orçamento, implicará um esforço sistemático e amplo para definir indicadores de desempenho quantitativos para as atividades exclusivas do Estado. Esses indicadores, somados mais adiante à definição de um orçamento global, serão a base para a celebração de contrato de gestão entre o dirigente da entidade e o respectivo ministro. E a partir do contrato de gestão será possível implantar um modelo de administração pública gerencial. A diferença entre esse projeto e o das agências autônomas ou o das organizações sociais está no fato de que enquanto aqueles se concentrarão em umas poucas entidades, nas quais se realizará um esforço concentrado de aplicação das novas técnicas de gestão, neste toma-se apenas o passo preliminar desse processo - a definição de indicadores de desempenho claros - mas se generaliza a cobrança para toda a administração pública federal. Esse projeto, portanto, como o da Avaliação Estrutural, é um projeto horizontal, que buscará abranger todas as autarquias e fundações públicas hoje existentes Qualidade e Participação Esse projeto foi concebido como instrumento básico da modernização da gestão pública, com ênfase nos princípios da qualidade e da participação dos funcionários no nível operacional. O que se busca é não apenas uma mudança nas formas de gestão mas também da cultura das organizações, no que diz respeito à cooperação entre administradores e funcionários. Tem como objetivo a introdução de novos conceitos e técnicas de gestão pública, baseados no desempenho, na redução ao mínimo dos erros, e na participação dos funcionários na definição dos processos de trabalho. A qualidade total e a produtividade assumiram em anos recentes uma importância muito grande entre as técnicas administrativas. Este plano reconhece essa importância, mas entende que essas técnicas são um grande avanço se lograrem, no nível operacional, uma qualidade maior dos serviços, dentro da filosofia do erro zero, e uma maior cooperação entre funcionários e administradores. No nível mais geral, a estratégia da administração pública gerencial é a fundamental, devendo subordinar-se a ela o programa da qualidade e da produtividade, que, no setor público, é preferível chamar de programa da qualidade e da participação Nova Política de Recursos Humanos A preparação da nova administração pública que surgirá das reformas em curso passa necessária e essencialmente pela profissionalização e pela valorização do servidor público. Assim, uma nova política de recursos humanos deverá ser formulada para atender aos papéis adicionais do Estado de caráter regulatório e de articulação dos agentes econômicos, sociais e políticos, além do aprimoramento na prestação dos serviços públicos. A adequação dos recursos humanos constitui-se, dessa forma, em tarefa prioritária nesse contexto de mudança, exigindo uma política que oriente desde a captação de novos servidores, o desenvolvimento de pessoal, um sistema remuneratório adequado que estimule o desempenho através de incentivos, e a instituição de carreiras compatíveis com as necessidades do aparelho do Estado modernizado. Com relação às carreiras, elas podem ser classificadas em carreiras de Estado, formadas principalmente por servidores estatutários no núcleo 83 estratégico do Estado, e carreiras de empregados celetistas, utilizadas na administração indireta e nos serviços operacionais inclusive do núcleo estratégico. Os planos de carreira serão estruturados em classes hierarquizadas segundo a natureza e a complexidade das tarefas, fazendo-se a distribuição escalonada dos cargos e empregos entre as classes e a promoção na carreira será baseada em avaliação de desempenho e aprovação em cursos específicos. A organização das carreiras atenderá às necessidades da administração e será baseada nas atribuições dos cargos, buscando-se, sempre que possível, o enriquecimento do trabalho, especialmente nas áreas de atividades rotineiras, podendo ser genéricas, quando vinculadas ao exercício de atividades comuns de toda administração, ou específicas de um ou mais órgãos ou entidades, dependendo das atribuições. Juntamente com a estruturação das carreiras deverá ser desenvolvida uma política de concursos regulares que permita uma lotação adequada ao pleno desenvolvimento das atividades e a recomposição regular e permanente da sua força de trabalho. Os concursos para as principais carreiras serão realizados anualmente. Portaria do MARE determinará a realização dos concursos, o número de vagas, e o mês de sua realização até Quanto à aposentadoria e programa de saúde dos servidores públicos, o projeto propõe uma nova regulamentação para os benefícios que compõem a seguridade social do servidor público, notadamente no que diz respeito aos critérios de concessão da aposentadoria, os quais deverão pautar-se pelos princípios gerais que regem o Regime Geral da Previdência Social, quais sejam: a) delimitação do prazo de carência; b) proporcionalidade no que tange à quantidade de contribuições e seus valores versus o valor do benefício da aposentadoria; e c) manutenção de aposentadorias especiais para servidores envolvidos em atividades penosas, insalubres e perigosas. Dessa forma, pretende-se rever os critérios de concessão e os valores e formas de reajuste das pensões. Assim, busca-se reduzir a pressão existente sobre o Tesouro Nacional no que se refere ao pagamento dos inativos e pensionistas, extinguindo-se aquelas vantagens que são distorcidas e não se coadunam mais com a realidade, sendo passíveis de reprovação pela sociedade. Esse projeto propõe, também, a criação de formas de financiamento adequadas para o Programa de Atenção Integral à Saúde do servidor e seus dependentes Valorização do Servidor para a Cidadania Esse projeto tem como objetivo resgatar os talentos individuais e promover sinergia dos grupos e organizações que constituem a Administração Pública Federal, visando oferecer ao cidadão brasileiro serviços de melhor qualidade e maior prontidão às suas demandas. Pretende-se: (1) criar condições psicossociais necessárias ao fortalecimento do espírito empreendedor do serviço público, conjugada ao comportamento ético e ao desempenho eficiente; () reforçar o sentido de missão e o comprometimento do servidor público para com a prestação de serviços de melhor qualidade para o cidadão; e (3) obter maior satisfação do servidor público com o seu trabalho e com sua qualidade de vida. O projeto será implantado gradativamente através da ação participativa, de modo que os próprios servidores assumam sua implementação no regime de co-gestão. Serão constituídas equipes de mobilização em cada Ministério, e um núcleo central de mobilização, além da formação de consultores internos para fornecer orientação metodológica Desenvolvimento de Recursos Humanos Esse projeto deverá ser implementado pelas diversas escolas de administração pública do Estado, como forma de viabilizar a estratégia de modernização da gestão pública. Tem como objetivo a formação e capacitação dos servidores públicos para o desenvolvimento de uma administração pública ágil e eficiente. O novo modelo de operação das áreas de treinamento prevê as seguintes iniciativas: (1) um núcleo básico com texto-síntese dos valores que compõem o novo paradigma da gestão governamental; () uma área de tecnologia educacional para apoiar a atividade pedagógica; (3) novos instrumentos de avaliação, a partir da revisão dos utilizados na avaliação da reação, e novos instrumentos que permitam avaliar o impacto do treinamento.

180 Nesse contexto, a programação dos cursos deverá enfatizar temas como novas estratégias de gestão pública, desenvolvimento gerencial e de recursos humanos orientados para a introdução da administração gerencial, atendimento ao público, além de treinamento na utilização da tecnologia de informações, que será ferramenta básica na implementação dos programas de reforma do aparelho do Estado Revisão da Legislação Infraconstitucional Dada a importância e urgência desse projeto, o mesmo já se encontra detalhado no item 7.3 deste Plano Diretor Rede do Governo O projeto visa ao provimento de uma moderna rede de comunicação de dados interligando de forma segura e ágil a administração pública, permitindo, assim, um compartilhamento adequado das informações contidas em bancos de dados dos diversos organismos do aparelho do Estado, bem como um serviço de comunicação (baseado em correios, formulários, agenda e "listas de discussão", todos eletrônicos) de forma a poder repassar à sociedade em geral e aos próprios órgãos do governo, a maior quantidade possível de informação, contribuindo para melhor transparência e maior eficiência na condução dos negócios do Estado. Inicialmente, utilizando a infra-estrutura de comunicação de dados disponível em Brasília (REMAV - Rede Metropolitana de Alta Velocidade, RENPAC - Rede de Pacotes, etc.), será construída incrementalmente a Rede do Governo (estendendo-a posteriormente ao resto do país) com ênfase: na segurança para garantir a privacidade e inviolabilidade da comunicação; na padronização de procedimentos para diminuir custos e simplificar o uso; no compartilhamento de informações para evitar desperdícios. Enquanto não é tecnicamente possível a operação plena da rede, serão disponibilizados alguns bancos ou tipo de informações através da INTERNET e interligados alguns órgãos em Brasília com serviços de comunicação eletrônica. A partir de 1996, com a implantação de redes de alta velocidade no restante do país, a rede do governo será expandida aos principais centros Sistemas de Gestão Pública (Controle e Informações Gerenciais) Os sistemas administrativos voltados para a gestão pública abrangem áreas diversas: pessoal civil, serviços gerais, organização e modernização administrativa, informação e informática, planejamento e orçamento e controle interno. O objetivo desses sistemas é permitir a transparência na implementação das diversas ações do governo, possibilitando seu acompanhamento e avaliação, bem como a disponibilização das informações não privativas e não confidenciais para o governo como um todo e a sociedade. Para esse fim, foram desenvolvidos ou encontram-se em desenvolvimento vários sistemas de informações, com graus variados de automação, dos quais se destacam o processamento do orçamento fiscal e da seguridade social, o registro dos gastos efetuados pelo Tesouro Nacional (SIAFI), a folha de pagamento e os dados cadastrais dos servidores civis federais (SIAPE), o orçamento de investimentos (SIDOR), o planejamento de ações do governo (SISPLAN), a movimentação do cadastro de fornecedores, de preços e do catálogo de materiais e serviços (SIASG) e o fornecimento de informações sobre a organização governamental e suas macroatribuições (SIORG). Esses sistemas têm sido, independentemente das intenções de sua concepção inicial, voltados para as necessidades operacionais da administração pública, tornando secundárias ou inexistentes tanto as informações gerenciais quanto as de interesse público. Consequentemente, não têm exercido a função de instrumentos de apoio à tomada de decisão. É necessário um projeto que permita a interligação e o redirecionamento estratégico dos diversos sistemas de informação, de forma a incorporar os novos conceitos de gestão do aparelho do Estado. Além de estabelecer padrões de integração e de suporte tecnológico adequados ao desenvolvimento de novos sistemas, mantendo e melhorando os atuais, é preciso buscar informações coletadas de forma coerente e sem duplicidade e processadas com segurança e eficiência, que possuam um caráter gerencial e sejam disponibilizadas para toda a administração pública. Aumentando a confiabilidade e diminuindo os custos desses sistemas, será possível torná-los acessíveis à sociedade, para que esta controle e julgue o desempenho da administração pública. Com isso, os sistemas também estarão articulados com os objetivos do Projeto Cidadão e da Rede de Governo, ao permitir que a disponibilização dessas informações ocorra por vários meios (com ênfase em sistemas de fácil acesso como a INTER- NET) alimentados permanentemente pelos serviços e recursos da Rede do Governo. GESTÃO DE MATERIAL E CONTROLE DE ESTOQUES E ALMOXARIFADO. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS INTRODUÇÃO Não há como uma empresa funcionar sem a existência de recursos, sejam eles financeiros, humanos ou materiais. Esta disciplina irá focar a sua atenção sobre estes últimos, sejam eles no que diz respeito aos insumos ou aos bens patrimoniais indispensáveis no processo de fabricação. Com a crescente concorrência existente por um participação no mercado consumidor as empresas buscam identificar formas de melhorar seus desempenhos, encontrando maneiras diferentes de obterem vantagens competitivas. Uma das formas de obter uma vantagem, se não competitiva, mas pelo menos comparativa é através de uma boa gestão dos recursos materiais e patrimoniais. Com os custos crescente é importante gerir bem seus estoques e seu patrimônio produtivo de forma a utilizá-los com a máxima eficiência e eficácia. É sobre isso que estaremos falando a partir de agora. O CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS: Administração de Recursos Materiais engloba a sequência de operações que tem início na identificação do fornecedor, na compra do bem ou serviço, em seu recebimento, transporte interno e acondicionamento (armazenagem), em seu transporte durante o processo produtivo, em sua armazenagem como produto acabado e, finalmente, em sua distribuição ao consumidor final. A IMPORTÂNCIA DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS E SUA AMPLITUDE Sendo o ambiente competitivo como é faz-se necessário a busca de alternativas de vencer os concorrentes. A administração de materiais é bastante ampla e pode contribuir a partir do momento que envolve as seguintes atividades: Gerenciamento dos recursos materiais: Gerenciamento dos estoques de : Materiais auxiliares Matéria-prima Produtos/materiais em processo Produtos acabados Gerenciamento dos Recursos Patrimoniais: Equipamentos Instalações, prédios, veículos, etc. Compras: O que deve ser comprado Como deve ser comprado Quando deve ser comprado Onde deve ser comprado De quem deve ser comprado Por que preço deve ser comprado Em que quantidade deve ser comprado Logística interna e Logística Externa Do desempenho satisfatório dessas atividades dependem os Departamentos de Vendas, Produção, Manutenção, os Setores Administrativos, etc. Tem-se de considerar: que o número de itens e a diversidade dos mesmos é grande, que as informações tem de ser precisas e rápidas 84

181 que a manutenção de estoques representa parcela significativa do ativo da empresa, etc. O ADMINISTRADOR DE MATERIAIS É o profissional a quem cabe o gerenciamento, o controle e a direção da empresa na área de materiais, buscando os melhores resultados em termos de lucratividade e produtividade. COMO AVALIAR O DESEMPENHO DA ÁREA DE MATERIAIS Dentro de cada uma das sub - áreas da administração de materiais poderão ser estabelecidos indicadores de desempenho próprios que devem fornecer informações sobre a realidade da área de materiais, possibilitando assim a tomada de ações corretivas de forma a eliminar os desvios, e para isso é preciso que: Os dados coletados sejam completos e confiáveis; Que expressem informação de valor para a empresa Devem ser simples de forma a que os próprios operadores possam coletá-los sem confusão Devem ser de fácil entendimento por todos Como exemplos podemos citar: % de erros nas ordens de compra % de itens comprados recebidos na data correta % de falta de matérias-primas Rotatividade dos estoques % do ativo imobilizado em estoques % de produtos acabados entregues aos clientes nas datas combinadas, etc. EVOLUÇÃO E MUDANÇAS SIGNIFICATIVAS NA ADMINSITRAÇÃO DE MATERIAIS Se considerarmos a posição do homem de produção e de vendas seu desejo é de que exista a maior quantidade de matérias-primas e produtos acabados, respectivamente, estocados de forma a poder atender as suas necessidades. Porém sendo a manutenção de estoques algo extremamente caro para a empresa é preciso que o Administrador de Materiais equilibre os mesmos de forma a satisfazer ambos, os administradores de produção e vendas e também ao administrador financeiro. Sendo assim várias tem sido as etapas que vem ocorrendo dentro da administração de materiais cabendo ressaltar algumas delas tais como: A logística operação integrada, que trata das atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de materiais e produtos desde a aquisição até o ponto de consumo final, bem como dos fluxos de informações; Técnicas japonesas de administração tais como o JIT/Kanban; Desenvolvimento de Parcerias fornecedores preferenciais Programação de fornecedores manter uma programação integrada entre o PCP da fábrica e o fornecedor via EDI (Eletronic Data Interchange) ou Internet O ECR (Efficient Consumer Response) ou resposta eficiente ao consumidor fornecedores e distribuidores trabalhando juntos para agregar valor para o consumidor e reduzir custos. Uso de simulações Uso de CEP para identificar rapidamente as variações nos processos, etc. DESAFIOS E TENDÊNCIAS Com certeza o maior desafio continuará sendo a busca do equilíbrio entre o nível dos estoques os recursos financeiros disponíveis. Quanto manter em estoque com o menor risco de falta de materiais. Como atender a esta equação. A tendência aponta para uma necessidade crescente no desenvolvimento de técnicas de previsão que possibilitem minimizar as possibilidades de erro na administração dos recursos materiais. Será necessário que a área de materiais e seu administrador sejam o mais dinâmicos possível de forma a responder de forma rápida as movimentações do mercado. Para isso um excelente suporte de informática é fundamental, fornecendo as informações em tempo real. A integração entre as empresas, fornecedores e compradores, deve ser cada vez mais intensa buscando ganhos para a cadeia como um todo. A Administração de Materiais é, sem dúvida, um ramo da Ciência da Administração - cujos princípios não podem escapar ao conhecimento de toda Secretaria - mesmo porque trata das normas que regem a administração de recursos essenciais à produção de bens e serviços. Em estudando o assunto, SÉRGIO BOLSONARO MESSIAS tece as seguintes considerações: "Sob a designação genérica de materiais entende-se, portanto, todas as coisas contabilizáveis que entram, na qualidade de elementos constitutivos e constituintes, na linha de produção de uma empresa. Além disso, abarca também designação outros itens contabilizáveis que, embora não contribuindo diretamente para a fabricação ou manufatura de produtos específicos, fazem parte da rotina diária da empresa. É o caso, por exemplo, de materiais de escritório para os serviços burocráticos, de materiais de limpeza para os serviços de conservação, de materiais de reposição para os serviços de manutenção, de materiais de segurança para os serviços de prevenção contra acidentes de trabalho, e assim por diante. A administração tem por finalidade assegurar o contínuo abastecimento de artigos próprios, necessários e capazes de atender aos serviços executados por uma empresa. O abastecimento de materiais, porém, deverá processar-se com três requisitos básicos: a) qualidade produtiva; b) data de entrega; c) menor custo de aquisição Tais requisitos objetivam diminuir os custos operacionais da empresa para que ela e seus produtos possam ser competitivos no mercado. Para sermos mais específicos: os materiais precisam de qualidade produtiva para assegurar a aceitação do produto final. Precisam estar na empresa na data desejada para o seu pronto consumo e o preço de aquisição deles deve ser o menor, para que o bem acabado possa situar-se em boas condições de concorrência nas áreas consumidoras e dar à empresa margem satisfatória de rentabilidade do capital investido em sua compra. A administração tem plena razão de ser quando determinado material, ou mesmo serviço, deve ser adquirido ou contratado fora da empresa. Vemos aí o começo do seu campo de atuação. A partir deste momento constatamos a essencialidade do serviço da administração de materiais, que se aplica a todas as empresas. sejam pequenas, médias ou grandes, uma vez que nenhuma delas - sobretudo as gigantescas e modernas organizações empresariais - é autosuficiente; necessitam de materiais que elas não produzem, em razão da diversificação do sistema de produção. Surge este serviço em toda sua expressão e razão de ser quando é formulado um pedido de qualquer material por quaisquer departamentos, divisões ou seções da empresa, visto que o princípio da administração de materiais é centralizar as aquisições, com o fim precípuo de conseguir melhor preço e melhor qualidade dos materiais a serem comprados. O serviço de administração de materiais continua ainda em seu campo próprio de atuação quando entrega o material pedido ou requisitado ao órgão consumidor dentro da empresa. Tem sob sua direta responsabilidade as tarefas administrativas de compra, transporte, armazenagem, conservação, manipulação e controle de estoques. Gerindo as tarefas administrativas de compra, de transporte do material do fornecedor até o depósito ou armazém, de guarda e conservação, bem como de manipulação e de controle, o serviço de administração de materiais cuida desde a compra até a entrega ao utilizador dos materiais pedidos ou requisitados, obedecendo às especificação técnicas exigidas para cada material em particular. Após o fornecedor ter recebido o pagamento, segundo as condições previamente contratadas, o serviço de administração de materiais complementa e completa a sua função, cessando aí toda a sua responsabilidade pelo material entregue ao utilizador ou consumidor dentro da empresa. Assim, o serviço de administração de materiais é o único setor dentro da empresa informado e autorizado para entrar em contato com os fornecedores e realizar compromissos entre aqueles e a empresa. O serviço de administração de materiais, por ser um dos setores vitais da empresa, merece lugar de destaque em sua organização. Hodiernamente, vimos assistindo à sua crescente valorização e reconhecimento como 85

182 setor principal - em nível de administração - ao lado de.setores outros, cuja importância já era assinalada. É plenamente justificável, portanto, que ele seja situado, no organograma da empresa, nos escalões superiores da administração" (in " Manual de Administração de Materiais", Atlas, 8ª edição, pgs. 14 e segs.). Funções e Objetivos "Na moderna estrutura empresarial, as funções precípuas do serviço de administração de materiais, como já assinalamos, são as de compra, transporte, armazenagem, conservação, manipulação e controle de estoques, Deve ter um setor de compras, um de controle e outro de armazém. Incumbe ao setor de compras: 1 ) comprar ou alugar materiais ou serviços que a empresa necessita; ) manter contato - quando necessário - com os serviços administrativos, em particular, ou em geral, da empresai e, 3 ) controlar o transporte dos materiais adquiridos. As compras de materiais ou aluguéis de serviços necessários à empresa deverão ser feitos sempre junto aos fornecedores que apresentem boa qualidade e preço bom em suas mercadorias ou serviços, com relação aos seus demais concorrentes em determinada aquisição de materiais ou em certa contratação de serviços a ser efetuada. E também possam entregálos ou prestá-los dentro dos limites de tempo estatuídos pelo comprador, Apesar de as empresas possuírem um cadastro de fornecedores, precisarão ficar alertas, a fim de poder detectar o aparecimento de novos fornecedores e de novas organizações prestadoras de serviços, Ocorre, à vezes, que um novo fornecedor pode, por entrar recentemente no mercado, fabricar bens com novos métodos de produção mais eficientes, A consequência disto é obvia: melhor qualidade produtiva e melhores preços ou seus corolários ante os concorrentes - custo menor de produção e, portanto, pronta colocação nos mercados consumidores. Quanto à compras propriamente ditas, elas podem ser de dois tipos; as efetuadas no mercado local, ou compras locais, e as realizadas no mercado estrangeiro, mediante importação, ou compras importadas. Por outro lado, o aluguel de serviços poderá ser feito por meio de contrato por um período "x" com a organização prestadora de serviços, ou pela admissão de pessoal especializado na empresa, com tempo predeterminado ou estabelecido para a execução dos serviços pretendidos. O contrato que o setor de compras mantém com os serviços administrativos da empresa evidencia-se na estreita e intensa relação " poderíamos até designá-la por contínua - com a contabilidade geral, subordinada à administração financeira e orçamentária, O controle do transporte dos materiais adquiridos pela seção de compras visa acompanhar, mediante as notas de conhecimento, o percurso dos bens, desde a saída dos fornecedores até a recepção na empresa, levando em consideração as condições de segurança e, principalmente, o rigoroso cumprimento das datas de entrega. Por outro lado, a empresa deverá ter uma frota de veículos " cuja quantidade dependerá, como é natural, do tamanho dela - para transportar alguns bens provenientes de fornecedores que não dispõem de meios de transporte próprios e, sobretudo, os importados, que, na maioria dos casos, chegam por via marítima. Para ilustrar esse aspecto, tomemos o exemplo do Estado de São Paulo, que possui em seu território apenas o porto de Santos para carga e descarga de materiais em larga escala. Estes, uma vez liberados pela alfândega - e quando aí são inspecionados os aspectos legais, securitários etc. nota-se sempre a presença de um elemento ou mais do setor de compras ou de armazém da empresa - tem de chegar até as organizações consumidoras por transporte rodoviário, próprio ou alugado. Neste último caso, temos um exemplo de aluguel de serviços necessários à empresa, ligado à administração de materiais por intermédio da seção de compras, como já vimos. O setor de controle divide-se em dois tipos bem característicos: o controle físico dos materiais adquiridos e o controle financeiro dos mesmos. Este setor também está estritamente relacionado com a contabilidade geral, porquanto deverá estar ciente das normas legais de escrituração para poder processar adequadamente suas atribuições específicas, mormente nas áreas de controle financeiro, O controle físico de materiais variará de acordo com o tamanho das empresas, uma vez que suas funções particulares abrangem a verificação e fiscalização do volume, da qualidade e da rotação dos estoques, Este setor de armazém ou depósito tem a competência da guarda, conservação e manipulação dos materiais, em obediência a um critério determinado, que mais adiante discutiremos, Esse setor divide-se em diversos subalmoxarifados, conforme a natureza dos materiais neles estocados. Ademais, mantém contato e relações funcionais com a inspeção técnica, órgão subordinado à administração da produção. O funcionamento harmônico e integrado destes três tipos setores do serviço de administração de materiais garante o pleno exercício de suas funções e propicia a essa administração a coesão operacional indispensável que a situa como unidade em mútua articulação e dependência com as demais em nível hierárquico, em nível de planejamento e também em nível de decisão." (Sérgio Bolsonaro Messias, "Manual de Administração de Materiais", Atlas, 8ª, pgs, 18 a 0) Classificação dos Materiais Sobre Classificação de Materiais, Bolsonaro (Manual de Administração de Materiais, Atlas,8ª, pgs. 7 e 8) assim escreve: "Classificar materiais significa ordená-los segundo critérios preestabelecidos, agrupando-os conforme as características semelhantes ou não, sem, contudo, ocasionar confusão ou dispersão no espaço e alteração na qualidade, em virtude de contatos com outros materiais de fácil decomposição, combustão, deterioração, etc. Essa classificação deve seguir o esquema decimal de Melville Dewey, que proporciona inúmeras variações de agrupamentos, permitindo a rápida identificação e localização dos materiais. Especificação dos Materiais Os departamentos de compras ou suprimentos, por seus auxiliares especializados, que são os agentes compradores, têm a felicidade de contarem, hoje em dia, com um grande auxiliar, que são as normas técnicas, as referências técnicas e as especificações; estas, sem dúvida, são de um auxílio e ajuda incomensuráveis. É evidente que através de uma descrição exata daquilo que se deseja, cria-se um clima de compreensão entre quem compra e quem vende alguma coisa. Em linhas gerais, a especificação nada mais é do que o comprador dar todos os detalhes, do que deseja adquirir, ao vendedor. Atualmente, aqueles que adquirem contam com os inestimáveis auxiliares, que são os institutos especializados e mundialmente conhecidos como A.S.T.M., A.S.A. e C.F.E.,, existindo ainda um sem número de especificações e normas técnicas, como por exemplo: As Alemãs, lnglesas, Francesas, ltalianas, etc. Aqui no Brasil, contamos com a A,B,N, T, - Associação Brasileira de Normas Técnicas -, instituição genuinamente nacional, que não fica nada a dever às congêneres. Os serviços prestados pela A.B.N.T. ao País, com a colaboração das "Normas Brasileiras,adotadas oficialmente em todo o Brasil, são de um valor inestimável. Os compradores modernos, utilizando e fornecendo aos vendedores especificações corretas e sucintas daquilo que desejam adquirir, estão automaticamente indicando, de maneira racional, aquilo que desejam comprar. E podemos concluir, que quanto mais precisas, minuciosas e com todos os detalhes descritos, ter-se-á certeza de que as cotações que irão receber estarão fundamentadas corretamente. Outro fato que revela o grande valor das especificações é o fato de a sua função dar, a todas as pessoas com quem desejamos transacionar, a indicação exata dos requisitos específicos e das nossas exigências. 86

183 Com o uso das especificações, evitaremos uma série de mal entendido, que são muito comuns quando não se esclarece exatamente o que se deseja comprar ou adquirir. É, ainda, considerada como uma linguagem internacional, através da qual, independentemente da procedência ou nacionalidade, falar-se-á o mesmo idioma. Deve-se considerar, também, que uma especificação correta e precisa nos mínimos detalhes supera, na maioria das vezes, a uma amostra concreta, não oferecendo margens para dúvidas ou possibilidades de oferecimentos similares, " (Sequeira de Araújo, " Administração de Materiais", Atlas, 5ª, pgs. 70 e 71). Recebimento dos Materiais O Setor de Recebimento de Materiais desempenha as funções de desembalagem dos bens recebidos e verificação das quantidades e condições. Aqui surge a questão se se deve ou não suplementar o Setor de Recebimento com uma via do pedido de compra. Aqueles que se opõem a esse fornecimento argumentam que os verificadores tendem a tomar mais cuidado nas conferências quando eles não possuem meios de confrontação. Todavia, a emissão do relatório de recebimento às cegas, exige que os conferentes possuam certos conhecimentos adicionais aos normalmente necessários. Para solucionar essa dificuldade, surgiu um meio termo para o qual a cópia do pedido de compra enviada ao setor de recebimento não clontém as quantidades solicitadas. O relatório de recebimento é, pois, uma descrição dos materiais recebidos: suas quantidades fornecedor, o número do pedido de compra, grau e condições dos materiais e outras informações julgadas oportunas. O relatório de inspeção e teste de materiais pode, em alguns casos, ser feito no mesmo impresso do relatório de recebimento. lnspeção de recebimento. Em algumas empresas industriais há necessidade de verificação completa e precisa dos materiais usados no processo produtivo, organizando-se, para tanto, os serviços de lnspeção de Recebimento (subordinado ao setor de Controle de Qualidade) cuja principal atribuição é verificar se os bens recebidos estão de acordo com as especificações, desenhos e outras informações dadas ao fornecedor. Muitas vezes, essa conferência exige testes de laboratório feitos em amostras do material recebido. Como dito anteriormente, o resultado da inspeção e teste será indicado no relatório de inspeção e teste de materiais que pode estar incluído no próprio relatório de recebimento. Quando a encomenda for, em todo ou em parte, rejeitada, uma comunicação imediata é feita ao setor de Compras; poderá ser realizada pelo relatório de recebimento e inspeção de materiais, quando for usado um único relatório para essas funções. Em seguida, o setor de Compras informará o fornecedor do ocorrido e providenciará a devolução dos bens rejeitados. " (Marco Aurélio P. Dias, "Gerência de Materiais", Atlas, 1988, p. 33 e 34) Estocagem de Materiais O Estoque é o conjunto de bens guardados para utilização na ocasião que a necessidade determinar. JORGE SEQUEIRA DE ARAÚJO repassa os seguintes ensinamentos sobre a estocagem de materiais: "Genericamente, a palavra estoques de origem inglesa - STOKS - significa aquilo que é reservado para ser utilizado em tempo oportuno; poderá, outrossim, significar poupança ou previsão. Laconicamente os nossos dicionários, em sua maioria, esclarecem - mutatís mutandis - que são mercadorias geralmente destinadas a venda ou a exportação nas suas quantidades disponíveis. A concepção do verdadeiro significado ficará condicionada ao uso ou utilidade que venham a ter para cada um ; cada industrial, cada comerciante tem uma concepção própria sobre as vantagens e desvantagens da manutenção de seus estoques, uma cousa porém é comum: os estoques custaram dinheiro, valem dinheiro e terão que ser zelados como se dinheiro fosse. 87 Este termo - zelado - poderá possuir diversos significados, como por exemplo: Os limites em que tais estoques deverão ser mantidos, pois tais limites implicam na soma de capitais a serem investidos, a fim de que os estoques não sejam sacrificados em seus "máximos e mínimos "; o que poderia redundar em prejuízo, pois se eles forem mal calculados, haverá possibilidades dos mesmos serem sobrepujados pela maior procura ou utilização, ou então pela menor procura ou aplicação. Estes cálculos de "máximos e mínimos " em estoque são naturalmente muito complexos; os mestres internacionais e os nossos mestres nacionais já gastaram muita tinta e fosfato; para explicar como efetuar tais previsões bastará dar uma vista de olhos na vasta literatura existente sobre a matéria, inclusive naquelas conhecidas por traduções para verificarmos como é complexa esta matéria. Geralmente, quando nos referimos a estoques, procuramos abordar as quantidades existentes, e raramente, muito raramente, a conservação destas quantidades; este é um ponto que merece ser trazido a debates, e sempre procuramos abordar nestes cursos rápidos e intensivos. É normal que cada empresa, de acordo com suas especializações, utilize processos próprios para a fixação de seus estoques e conservação de suas matérias-primas, máquinas, acessórios, materiais destinados a produção, a manutenção, a reposição, etc.; estes sistemas, métodos, processos são sempre peculiares ao ramo a que se dedicam; os profissionais almoxarifes, pela prática constante com tais materiais, que lhes permite utilizar meios próprios, conseguem prolongar a vida útil dos materiais sob sua custódia; estes processos ou sistemas preconizados pela "prática" muitas vezes se transformam em verdadeiros "segredos de ofício " que eles não gostam de transmitir a quem quer que seja. A custódia ou estocagem de materiais, matérias-primas, gêneros alimentícios em geral exigem conhecimentos especializados dos responsáveis, fato este que valoriza o trabalho deste profissional no mercado de trabalho. Não somente o ângulo biológico deverá ser estudado, mas também os danos físicos que poderão inutilizar partidas consideráveis, como a "ferrugem" e outros eventos, insetos, roedores, etc. Normalmente os produtos químicos vêm acompanhados de instruções dos fabricantes, para sua melhor conservação em estocagem, não obstante existam milhares de itens, que geralmente são mantidos em custódia nos almoxarifados, por tempo muitas vezes prolongado, os quais não possuem nenhuma indicação; para estes, os almoxarifes terão de encontrar melhor solução. Os mais adiantados pensadores do vasto mundo dos negócios estão de acordo que no momento atual estamos sentindo todo o peso de uma inflação mundial, difícil de controlar; as mercadorias, os materiais, as matérias-primas, os equipamentos, os acessórios etc. em estoque numa organização, quer seja industrial, comercial ou em outro ramo qualquer da atividade humana, vale tanto ou mais do que o dinheiro depositado em estabelecimento de crédito, considerando que no regime inflacionário que atravessamos, a moeda tende sempre a desvalorizar-se, enquanto os estoques, inversamente, valorizar-se-ão constantemente. Sem desejar particularizar a importância dos estoques para cada uma das atividades humanas, é necessário que se ressalte a importância da palavra que, também, poderá significar - previsão e provisão. Para melhor avaliarmos a importância dos estoques nas empresas, seja de que tipo for, podemos compará-los ao trabalho do coração, de cujo perfeito funcionamento dependem a boa saúde e a própria vida de um ser. Da mesma forma a saúde e a vida de uma empresa, ou seja, a sua estabilidade financeira e os lucros necessários ao seu desenvolvimento estão intimamente relacionados e dependentes de um bom trabalho do controle dos seus estoques. O estoque de uma empresa, configuradamente, é a válvula reguladora entre os abastecedores e os departamentos, seções, setores, etc., que consomem, utilizam, e transformam tudo aquilo que é adquirido sendo uma

184 das principais funções dos estoques controlar, mantendo o necessário equilíbrio entre as aquisições e as necessidades certas do consumo. Não se deverá esquecer que a finalidade primordial dos estoques é a de alimentar os setores consumidores, em quantidades estritamente necessárias, em se tratando de produção industrial, e que, comercialmente falando, os estoques, também, deverão ser calculados com a maior aproximação possível sobre a base de consumo ou de procura normais tendo em vista o fato de fazer-se grandes pedidos que venham a exceder o consumo médio, correndo o risco de imobilizar capitais consideráveis; ao contrário, se os pedidos forem muito restringidos, poderão ser sobrepujados pela procura, e neste caso, por não ter o que fornecer, o prejuízo será evidente, comercialmente falando. Com referência aos estoques industriais, devemos considerar que os estoques, em sua grande maioria, destinam-se à produção, cumprindo estudar os diversos tipos de estoques..." ("Administração de Materiais", Atlas, 5a Edição, pgs. 106 e segs.). Tipos de Estoques Há cinco tipos de estoques a serem considerados: estoque de Matérias-primas estoque de Produtos em fabricação estoque de Produtos acabados estoque de Produtos semi-acabados estoque Materiais indiretos. Matérias-primas: São os materiais básicos componentes dos bens produzidos. Sua utilização é diretamente proporcional à quantidade de bens fabricados. Produtos em fabricação: São bens ainda não acabados, faltando, ainda, algumas fases para serem completados. São também chamados semi-usinados. Produtos acabados: Estes já estão prontos para serem utilizados. Ficam estocados até sua entrega a quem vai utilizá-los. Produtos semi-acabados: São bens que ainda dependem de pequenos acertos, regulagens, pintura, lustramento, etc. Materiais indiretos: São materiais que não entram diretamente na produção de bens. Seu consumo não tem proporcionalidade com o volume da produção. Expedição: Distribuição de Materiais Em "Administração de Materiais - Uma abordagem Logística", MARCO AURÉLIO P. DIAS (Atlas, ª, p. 34g e 35) escreve sobre o sistema de distribuição: O sistema de distribuição de produtos de uma empresa sempre foi importante e complexo, pois o transporte é um considerável elemento de custo em toda a atividade industrial e comercial. Desde a crise do petróleo, num país onde quase 80% das mercadorias são transportadas via rodoviária, a racionalização desta operação passou a ser vital à estrutura econômico-financeira das empresas. A decisão entre a frota própria, leasing ou transporte de terceiros é bem mais complexa do que parece. Cada situação tem características específicas e não existem regras gerais que garantam o acerto da escolha. O que para determinada empresa é altamente rentável pode ser um fator de aumento de custos para outra. Em função disto, o responsável pela distribuição de produtos precisa ser um especialista, muito bem entrosado e conhecedor das demais áreas da empresa. Quando se toma conhecimento de que uma empresa, para mandar 0 t de carga num veículo cuja capacidade é de 5 t, está aumentando em 5% seu custo de frete, este custo adicional nem sempre é notado à primeira vista, mas ao final será a carga que pagará o frete falso ou a capacidade ociosa. O sistema rodoviário responde hoje pelo transporte de 70% a 80% das cargas movimentadas no Brasil, e, sem entrar no mérito de erros e acertos 88 da política brasileira de transportes, essa realidade não se modificará sensivelmente em termos globais nas próximas décadas, por maiores que sejam os esforços do governo na modernização dos transportes marítimos e ferroviários. O sistema rodoviário opera em linha gerais, apoiado na infra-estrutura das empresas existentes em todo Brasil, com seus terminais de carga, frotas de apoio, equipamentos para carga e descarga e estrutura de comunicação e administrativa. O transporte, propriamente dito, ou seja, o deslocamento da carga é feito pela utilização de duas grandes frotas: os 57.OOO veículos carreteiros, ou seja, veículos com motoristas autônomos, proprietários de seus caminhões. Executando condições especiais, os carreteiros trabalham como subcontratados das empresas. Ao utilizar o sistema de transporte rodoviário, é necessário examinar algumas particularidades do material a ser transportado e, sempre que possível, adequá-lo com os equipamentos normalmente usados pelas empresas que operam o sistema. Tal precaução é indispensável para atingir-se o aproveitamento ótimo dos veículos em sua capacidade (peso ou metro cúbico) e, consequentemente, reduzir o custo operacional e o custo do frete. Sempre que um lote de carga permita o aproveitamento racional dos veículos, os transportadores têm a possibilidade de evitar a aplicação do sobrepreço ao frete final. Isso significa que, se o material oferecer condições para aproveitamento ótimo, o custo fica menor no cômputo final. De maneira geral, as empresas transportadoras remuneram seus serviços mediante cobrança do frete e seus adicionais. Cada uma dentro de seu critério necessita obter remuneração compatível com seus custos operacionais, que não são diferentes das outras atividades econômicas. Assim, ao estipular o frete por tonelada ou por metro cúbico ou por viagem, a empresa tem de considerar todos os seus custos diretos e indiretos. Outro fator importante, para a análise de transportes, são as compras realizadas pela empresa. Vários fatores influem na decisão de operar as compras pelo sistema CIF ou FOB, e a tendência normal dos setores de compra é optar pelo primeiro, isto é, receber a carga em seus depósitos, deixando aos fornecedores a incumbência de escolher os meios de transporte para o cumprimento dos prazos de entrega. Mas a elevação dos custos de transporte nos últimos tempos vem pressionando a política de vendas com o objetivo de transferir esses custos ao comprador, ou seja, os fornecedores procuram negociar FOB, retirando esta parcela de custo do produto a ser vendido. Embora as duas condições de custo continuem a ser praticadas, todos os negócios FOB trarão novo encargo para os responsáveis pela administração de materiais: a escolha do transportador. Nas compras FOB, caberá ao comprador estabelecer uma política de transporte que lhe permita manter custos adequados, ao mesmo tempo que terá de responder pela eficiência da operação para que seus insumos cheguem ao almoxarifado nos prazos necessários à manutenção dos estoques. Com isso torna-se indispensável estabelecer critérios básicos de transporte que lhe permitam a escolha das opções mais condizentes com suas necessidades. É fácil constatarmos então a importância de um Departamento centralizador de serviços de transportes utilizados pela empresa. Basta verificarmos que, quanto mais bem estruturados estivermos, maiores serão as possibilidades de colocação de produtos em diferentes mercados. Entretanto, a utilização de sistemas de distribuição não representa somente um custo adicional para a empresa, mas também fator relevante na formação do preço final do produto. No Brasil tal participação chega a níveis de 5% a 7%, dependendo, é claro, da mercadoria a ser distribuída. Estes índices, no entanto, são bem maiores para os países que possuem infra-estrutura de maior sofisticação para tais serviços; por exemplo, nos EUA, o nível de participação poderá estar compreendido entre um mínimo de 1% e máximo de 30%. Análise de Valor, Qualidade e Normas Técnicas de Materiais "A avaliação adequada dos materiais recebidos e localizados no estoque é um importante problema de contabilidade de custos. A questão é quais elementos deveriam ser incluídos na avaliação de materiais? O preço de fatura dos materiais no ponto de embarque do fornecedor, menos os descontos comerciais oferecidos (não confundir com descontos de caixa),

185 mais os custos de transporte até o setor de recebimento do comprador, podem ser chamados de elementos visíveis do custo, os quais são facilmente reconhecidos nos registros contábeis. Mas que disposição deveria ser dada para outros itens do custo dos materiais de natureza menos tangível, tais como: recebimento, desembalagem, inspeção, teste, seguros, estocagem, controle e registros de estoque e custos de compra? lnegavelmente, esses custos ocorrem com a finalidade de colocar os materiais em condições de uso, tanto quanto os custos de transporte e o correspondente ao preço pago ao fornecedor. Dessa maneira, todos os custos incorridos para colocar os materiais em condições desejáveis de uso deveriam compor o custo real dos materiais. Todavia, por propósitos práticos, para evitar dificuldades na determinação do custo dos serviços de recebimento, manuseio, compra e estocagem aplicáveis a cada encomenda recebida de materiais, a maioria das empresas se limita a computar os custos visíveis, ou seja, preço de fatura dos materiais, menos os descontos comerciais e mais despesas de transporte. Avaliação de estoque. As quatro principais bases de avaliação do estoque são as seguintes: Custo real. Custo ou mercado (o que for mais baixo). Custo de substituição. Valor de venda. Se a contabilidade segue uma técnica consistente de trabalho, o método mais lógico de avaliação de estoques é o do custo real. As informações para a Administração baseiam-se no custo real de departamentos, operações, territórios, produtos, encomendas etc., não incluindo qualquer resultado (originado da adoção de qualquer outro método de avaliação), até a venda do produto ou liquidação da empresa. São os seguintes os argumentos dados em favor da avaliação dos inventários pelo custo real: custo é uma base uniforme que pode ser aplicada para todos os elementos de estoque e usada consistentemente período após período. fato de haver flutuações nos preços de materiais ou mercadorias não significa necessariamente que os produtos vendidos estejam sujeitos às mesmas reações. Os materiais ou mercadorias são apenas um elemento do custo do produto vendido; em muitas empresas, os custos da mão-de-obra direta dos gastos gerais de fabricação são muito mais significantes. É difícil determinar preços de mercado para materiais e panes acabadas não comuns (não padronizadas). Quando o método de custeamento usado for o FIFO ou o LIFO, em geral, os últimos custos no primeiro caso (FIFO) e os primeiros custos no segundo caso (LIFO) aproximam-se muito do valor de mercado ou custo de substituição. Quando o custo for usado como base não se admite a apuração de perdas ou lucros antecipados (afetando as operações correntes antes que a venda tenha sido realizada) Os preços de mercado podem ser comparados com custos estatísticos em relatórios e demonstrativos financeiros, sem haver necessidade de alteração dos registros contábeis. Uma objeção ao custo como base para cômputo de estoque relacionase com a avaliação do balanço, Se o preço de mercado tem crescido em comparação com os custos reais, torna-se debatível se o estoque estimado na base do custo apresenta o valor correto, Todavia, essa não é uma objeção muito séria, porque se houver uma importante variação no valor de mercado, o inventário pode ser avaliado pelo custo e, no rodapé do balanço, ser indicado o valor do mercado, ou ainda, constituir-se uma reserva apropriada de reavaliação, O método de avaliação por custo ou mercado que for mais baixo, é baseado na teoria que, se os preços de mercado são mais baixos do que o custo dos bens ou mercadorias, haverá uma variação correspondente no preço dos produtos vendáveis. As perdas antecipadas são concretizadas por um ajustamento dos inventários contra o débito na conta de Lucros e Perdas. Esse método tem aplicação muito difícil nas empresas industriais, porque são imensas as dificuldades na determinação do estoque de produtos em processo de fabricação e centenas ou milhares os itens de materiais 89 diretos. E, como pode ser facilmente percebido, frequentemente não há qualquer correlação entre as flutuações dos preços de materiais e do produto acabado. O princípio do custo de substituição reconhece como base mais apropriada para a avaliação o preço de mercado, de estoques e bens disponíveis, ou seja, o preço que seria pago por eles na data do inventário. Neste caso, também se tem a antecipação do prejuízo ou lucro, conforme as condições do mercado (alta ou baixa). Este método, como o anterior, não é aceito para fins de imposto de renda, como, também, pelos contadores. O uso do preço de venda como método de avaliação de estoques é aceito apenas em certos casos. Os produtos defeituosos, materiais estragados e co-produtos para fins de uma melhor determinação de custo, podem ser facilmente avaliados pelo preço de mercado. Métodos de Avaliação de Custo Um método de determinação de custos reais é a identificação específica de materiais em estoque com os preços efetivamente pagos por eles, constante da fatura do fornecedor ou qualquer registro de custo é aplicável, na prática, apenas quando existem poucos itens ou lotes de itens. A determinação do custo correto de materiais é um problema complexo, a menos que todos tenham sido adquiridos sob contratos de longa duração a preço fixo. Os preços de mercado estão sujeitos a flutuações constantes, e, em vista disso, cada fatura recebida pode ter um preço mais alto ou mais baixo por unidade de material que a precedente. Outros métodos mais conhecidos de determinação de custos reais são: FIFO - First-in, first-out (primeiro a entrar, primeiro a sair)i LIFO - Last-in, last-out (último a entrar, último a sair); médio; custo standart Método FIFO: Este método é usado com sucesso para itens razoavelmente volumosos e de custo unitário elevado desde que sejam facilmente identificáveis com o lote específico de compra a que pertençam. Quando este método é usado, pressupõe-se que as saídas de materiais sejam feitas conforme a ordem cronológica de entrada, ou seja, os mais velhos primeiro; naturalmente, essas saídas são avaliadas pelo custo unitário do lote a que pertenciam e, por esse motivo, o estoque remanescente é avaliado pelos custos unitários mais recentes. Se a quantidade desejada for maior que as unidades remanescentes do primeiro lote, usa-se o preço de custo do segundo lote para a diferença entre a quantidade requisitada e a remanescente do primeiro lote. Todavia, o manuseio físico do material, em geral, não obedece à ordem de custeamento, mesmo sendo recomendável para itens que estão sujeitos à deterioração e obsolescência. Método LIFO: Também é conhecido como método do "custo de substituição" e baseia-se na argumentação que os lotes são consumidos na ordem inversa ao recebimento, ou seja, o último é consumido primeiro, em seguida o penúltimo, posteriormente o antepenúltimo, e assim por diante. Na realidade, esta prática não é inteiramente observada, isto é, não há a distinção física dos lotes de conformidade com a sua idade (tempo em estoque), mas uma distinção nos registros contábeis para fins de avaliação (apreçamento). O uso deste método tende a nivelar ou equilibrar os lucros e perdas durante períodos seguidos de alta ou baixa de preços, ou seja, em períodos de alta os lucros decrescerão e, nos de baixa, crescerão. A demonstração de lucros e perdas é mais atual, comparada com os demais métodos de avaliação, embora, em consequência, o estoque aparecerá no balanço avaliado pelos preços mais antigos e, portanto, desatualizado. Método do preço médio: O método da média ponderada pode ser usado com grandes vantagens quando o preço está sujeito a constantes variações (para baixo ou para cima), quando o estoque consiste em itens fungíveis encontrados na indústria do petróleo, mineração, alimentos enlatados etc., ou quando haja necessidade de mistura de um material com outro.

186 Método do preço standart: Em muitas empresas este método é utilizado vantajosamente para certo período de tempo. Seu uso, exige que se realize, antecipadamente, um estudo dos contratos de fornecimento efetuados, listas de preços e condições do mercado para o período contábil. Para maior facilidade burocrática, os custos dos bens adquiridos são ajustados para o standard por ocasião do seu recebimento, evitando a necessidade de reajustamento dos custos unitários de cada item de material após cada entrada (método do custo médio ponderado) ou a identificação dos lotes remanescentes no Almoxarifado após cada saída (métodos FIFO e LIFOI." (MARCO AURÉLIO P. DIAS, em "Gerência de Materiais", Atlas, 1988, pgs. 37 a 40). Em discorrendo sobre A qualidade do Artigo, SEQUEIRA DE ARAÚJO ensina que "Em administração de materiais sabe-se, perfeitamente, que a qualidade do artigo é de importância fundamental em todas as compras e que na maioria das vezes um produto vende pela "tradição de qualidade". Tanto isto é verdade, que é objeto de zelo, por parte da maioria dos produtores, a manutenção da boa qualidade, fator que, sem dúvida alguma, dá origem à aceitação de suas mercadorias por parte dos consumidores. Os diretores, os gerentes, os administradores de materiais, dentro da moderna administração das empresas têm sob sua responsabilidade e, portanto, dependem de sua orientação, todos os setores que tenham relação com o controle dos materiais (quando nos referimos a materiais, genericamente estamos nos referindo a tudo aquilo que diga respeito à inversão de capitais nas suas aquisições, quer sejam materiais destinados à produção, como ao consumo geral e manutenção). O Administrador de Materiais, dentro da moderna análise do cargo, deverá ser praticamente um técnico que conhece perfeitamente a origem e a qualidade do produto a ser adquirido, ou então, tendo dúvidas deverá recorrer às especificações, às normas técnicas, às referências ou a documentos referentes a fornecimentos anteriores, quando houver necessidade de especificar claramente um determinado artigo. A qualidade do artigo é considerada de grande importância no século em que vivemos, no qual estão sendo superadas tradicionais e importantes teorias. Por incrível que pareça, todos estes aspectos da evolução, a que assistimos, estão diretamente ligados ao fator qualidade, requisito tão necessário no terreno tecnológico. De um modo geral a qualidade que deverá possuir um material é regida por uma especificação adequada. A especificação de um material nada mais significa, de acordo com os mestres, do que a descrição do aspecto físico do mesmo; portanto tais descrições devem redigidas com clareza nos seus pormenores. Especificar corretamente um material é uma verdadeira obra de arte; especificar é determinar nos materiais de consumo, nas ferramentas-, nos equipamentos, nos acessórios, etc., as qualidades necessárias para a sua aplicação segura e econômica nos setores a que se destinam. As especificações, quando elaboradas com critério e conscienciosamente, são auxiliares imprescindíveis de uma boa administração de materiais. Tendo necessidade de adquirir algo, e tendo desse algo uma perfeita especificação, ter-se-á uma boa oportunidade de comprar corretamente o material que necessitamos. Atualmente não se ignora que uma especificação bem redigida equivale a uma amostra real e concreta, não permitindo dúvidas, nem deixando margem para a oferta de similares. Os trabalhos de especificação dos materiais de uma empresa serão sempre realizados por uma equipe e raramente por uma única pessoa, pois tarefa de tanta responsabilidade não poderá ser realizada a contento, por um único indivíduo. Como colaboração ao administrador de materiais, ou ao pessoal de sua equipe, ao qual será cometida a tarefa da especificação dos materiais utilizados pela empresa, iremos relacionar os fatores que deverão ser sempre tomados em consideração ao elaborar uma especificação de um determinado material: forma física; o enquadramento no tipo mais econômico; o comportamento em serviço. A forma física. Para se obter a forma física de qualquer material ou tipo de material, é necessário que a especificação se atenha à sua usinagem sob os seguintes preceitos: 1 ) a matéria-prima a ser empregada; ) o volume, o peso, a consistência e a composição das matériasprimas; 3 ) a resistência mecânica; 4 ) a forma que corresponda a uma apresentação que incida na psicologia do trabalho a ser executado. Tipo econômico. O tipo econômico do material é o que em linhas gerais obedece aos seguintes preceitos: 1 ) o volume do material, eliminando o supérfluo; ) o custo da usinagem, considerada a quantidade a ser empregada; 3 ) a aplicação racional; 4 ) o tempo de vida útil. O comportamento em serviço. O Comportamento do material em serviço é a prova efetiva de sua boa formação física, e que se pode verificar por: 1 ) reação da matéria-prima na temperatura ambiente; ) verificação da boa ou má aceitação quando utilizado; 3 ) defeitos verificados; 4 ) exame do desgaste quando empregado. De posse destes elementos, as pessoas que especificarem terão possibilidade de uma descrição completa de determinado material ou matériaprima, que ficará perfeitamente identificado, evitando assim confusões com similares. A aquisição de materiais de acordo com as especificações equivale a uma garantia de qualidade. Um outro ângulo na administração de materiais, que se beneficia de forma acentuada, é o setor de conferência e recebimento dos materiais adquiridos para a empresa. O departamento de Compra ou o Agente Comprador, ao efetuar aquisições, por um dos sistemas adotados pela empresa, apresenta aos fornecedores todos os dados relativos ao material que necessita. Esses dados é que constituem as especificações, propriamente, assim denominadas. O comerciante consultado irá guiar-se para fornecer a sua cotação, pelas especificações descritivas que caracterizam o material, cuja cotação é solicitada. Após os necessários trâmites será emitida, pelo setor competente, uma ordem de compra em favor do fornecedor; este documento é feito em diversas vias, uma destas vias se destina ao almoxarifado que irá receber e conferir o material. No pedido ao fornecedor consta a especificação do material cuja cotação foi aceita; portanto, na via destinada ao almoxarifado a mesma automaticamente figura e por esta via é que ele poderá receber mercadorias, tendo por base, para a conferência, a especificação constante da mesma. A nota fiscal emitida pelo comerciante, de acordo com a lei, deverá ser o espelho da nota de compra recebida; da comparação dos dizeres constantes da via da nota de compra e da via da nota fiscal, o conferente ou recepcionista do almoxarifado poderá, então, iniciar a conferência direta dos materiais que está recebendo" ("Administração de Materiais", Atlas, 5ª, p. 40 a 43). Gestão de Estoque "É absolutamente imprescindível o bom controle dos estoques, para se atingir a meta das boas aquisições para um empresa. A finalidade precípua de tal controle é ter-se os itens à mão, quando necessário, e proporcionar a proteção adicional das reservas dos estoques (estoques mínimos), os quais são teoricamente intocáveis, porém servindo, na prática, para preencher as 90

187 necessidades, quando demandas extraordinárias surgem, ou quando as compras de rotina não são bem sucedidas, como por exemplo, quando as entregas são retardadas ou rejeitadas. A finalidade, precípua dos estoques mínimos é a de permitir ao Departamento de Compras ou ao comprador da empresa, conforme o caso, efetuar as necessárias consultas aos fornecedores inscritos no cadastro de fornecedores, com o tempo folgado para que algumas ofertas sejam recebidas e mesmo permitir outras vantagens, tais como: ajustar as quantidades de encomenda para que sejam de acordo com a embalagem comercial, padrão, lotes de fabricação econômicos e lotações completas de veículos de transportes, estudo dos tipos de pallets ou de containers (cofres de carga) a serem economicamente utilizados, com a finalidade de se obter um custo mínimo de transportes. Atualmente, cada dia que passa mais se difundem estes modernos meios de transportar cargas, tanto que, na aviação, já operam aviões cargueiros adaptados à utilização de pallets, denominados aviões paletizados, sendo de notar que, mais recentemente, os containers (cofres de carga) estão sobrepujando a utilização dos pallets, pois oferecem mais segurança e maneabilidade no transporte de mercadorias. Como ocorre na aviação, assim também acontece no transporte marítimo sendo que barcos especialmente construídos podem aumentar em muito a sua capacidade de carga a ser transportada de porto a porto, aumentando consideravelmente sua capacidade de transporte; entre outras vantagens operacionais, diminui o tempo de estadia nos portos, sendo digno de registro que, buscando abreviar tais estadias, algumas companhias estão operando com um sistema de barcaças carregadas com containers que, embora o navio permaneça ao largo, elas se desprendem do barco, levando diretamente ao caís as mercadorias que transportam. A quantidade matemática das quantidades de encomendas economicamente interessantes, qualquer que seja a fórmula ou método, sempre representa o custo da manutenção de estoques, e as taxas variáveis para este fator, que são encontradas em algumas tabelas de quantidades a serem encomendadas, mostram que isto não é apenas uma questão de juros decorrentes dos investimentos nos estoques. Há evidentemente a consideração básica da administração e operação eficiente dos almoxarifados, o que depende, em parte, das diretrizes adotadas para os estoques. Os custos da manipulação e da manutenção de registros variam, como o fazem, também, os custos de compras, segundo a frequência e o volume das encomendas e das entregas, e há quantidades ótimas do ponto de vista da administração dos estoques, que por sua vez não coincidem necessariamente com as quantidades ótimas de compras." A limitação das reais instalações de armazenagem são citadas como sendo um fator limitante na política das compras. Toda a área de custo de se proporcionar e manter instalações para a manipulação e o armazenamento é um problema da administração dos estoques. Enquanto o agente comprador talvez se preocupe com o dado geral relativo ao emprego de materiais, anual ou mensalmente, o encarregado e responsável pelo controle dos estoques analisa o registro muito mais detalhado do número de demandas por mês, por dia, como sendo este dado um item necessário para determinar os pontos de encomenda e as quantidades mínimas de estoque. Deste modo, são evitadas as faltas de estoque, empregando-se os pedidos dos departamentos, relativos às suas necessidades operacionais. Devemos considerar, ainda, que o investimento em materiais é um fator da política financeira, que pode superar as considerações estritamente relativas aos custos e às quantidades de compras. Poderão existir excelentes razões circunstanciais ou de diretrizes que sugiram uma política de investimentos em materiais, na qual as poupanças das compras sejam sacrificadas em benefício da fluidez das fontes de capital, ou sugiram, ainda, a sua aplicação em outras áreas dos negócios. As decisões administrativas desta espécie são, frequentemente, completadas por meio de diretrizes estabelecidas para o estoque e seu controle. 91 Deste modo, é verdade que as diretrizes de ação relativas às compras e aos estoques andam de mãos dadas. Têm ambas o objetivo comum de buscar o custo final mais barato e viável para os materiais comprados. Não obstante, há ocasiões em que a política de uma empresa para o estoque determina ou modifica a política estabelecida para as compras, em vez de acontecer o contrário. Esta é uma das razões para que se estabeleça o controle dos estoques como uma responsabilidade conjunta, onde quer que tal plano organizacional esteja sendo praticado. Não raro, o Depto. de Compras tem a responsabilidade do controle dos materiais, além das aquisições propriamente ditas; deve ter este ponto de vista amplo da função total do controle de materiais e ser capaz de adaptar, tanto a política de compras como a diretriz dos estoques para atingir, assim, o objetivo final da Administração de Materiais. Estoques de Segurança. Uma das atribuições específicas do setor "CONTROLE DOS ESTOQUES" é evitar que a produção venha a ser paralisada por falta de um item do estoque. Este risco é mínimo pelo estabelecimento do estoque de segurança ou reserva. A falta de um pequeno item, como um rótulo ou um fino revestimento da tampa de uma garrafa, pode parar a produção, tão efetivamente como a falta de um ingrediente de grande importância para o produto ser embalado. Deste modo, torna-se ainda mais importante tomar providências para um estoque de segurança dos itens pequenos que serão controlados, atribuindo-lhes a mesma importância dos itens de maior importância. O estoque mínimo, ou como querem alguns, o estoque de segurança, ou então, estoque de reserva, é um problema básico do controle dos estoques. Estoques de segurança demasiadamente grandes representam um desperdício, em se tratando de despesas, e podem adquirir um caráter muito sério. Um fato relativo aos estoques, que nem sempre é reconhecido é que, embora os estoques de segurança possam representar uma porcentagem relativamente pequena do valor total dos estoques movimentados durante o ano, eles podem chegar a 60% ou mais do estoque total a qualquer tempo, o que é a base do custo de manutenção de estoque. Por outro lado estoques mínimos demasiadamente pequenos não cumprem a sua finalidade. Um estudo feito em uma grande indústria mostrou que a sua fábrica poderia operar com sucesso, sem qualquer efeito sério sobre a produção se 1,5% (um e meio por cento) dos itens de almoxarifado estivessem sempre em falta nos estoques; e se 3% dos itens estivessem naquelas mesmas condições, as perdas de produção seriam sérias; chegando a 5% os programas estariam completamente inutilizados e o Depto. de Compras teria um seríssimo problema em providenciar os itens necessários." (Sequeira de Araújo, "Administração de Materiais", Atlas, 5ª, p. 110 e segs.) Formulários-Modelos para Controle de Estoque de Materiais À página 155 de sua obra "Administração de Materiais", Sequeira de Araújo (Atlas, 5ª edição) inicia a descrição de "Modelos indispensáveis ao controle dos materiais": GUIA DE ENTRADA DO MATERIAL - (Mod. 10) Este modelo, também denominado "Guia da Entrada de Material", é utilizado como aviso ao setor que solicitou a aquisição do material, como também aos órgãos da administração, engenheiros, contramestres, etc., que tenham necessidade de saber se o material foi recebido. Consideramos esse modelo, utilizado na maioria das organizações industriais de nossa Pátria, como uma espécie de cópia fiel da nota fiscal, que por lei acompanha o material. Geralmente, a nota fiscal é apresentada em duas vias ao almoxarifado e ocorre que, não raro, os setores que solicitam a compra de materiais tenham necessidade de saber se o material já foi recebido, a fim de que possam levar avante as tarefas nas quais os mesmos serão utilizados. As unidades de processamento e apuração de dados também têm necessidade de serem informadas do recebimento de tais materiais;

188 portanto, este modelo é remetido a tais setores, como uma espécie de aviso da recepção dos materiais, pelo Almoxarifado. AVISO DE ENTRADA DE MATERIAL - (Mod. 11) Verdadeiramente, muitas vezes torna-se um problema remeter a ª via da nota fiscal aos setores interessados na aquisição e consequentemente recepção do material, os quais solicitaram a compra. Para sanar este inconveniente, as empresas utilizam nos seus serviços de almoxarifado o modelo 1 1. Esse modelo, quando convenientemente assinado pelos responsáveis, que poderão ser os setores que recebem e conferem os materiais, poderá espelhar todos os dados relativos ao material recebido tornando-se uma cópia fiel das anotações das notas fiscais. NOTA DE RECEBIMENTO DE MATERIAL (mod. 1) É mais uma versão dos modelos anteriores. Conforme procuramos evidenciar, os setores que solicitam a aquisição de materiais e mesmo o Setor de Controle dos Estoques, têm necessidade de serem informados imediatamente do recebimento dos materiais por parte do almoxarifado, razão pela qual a emissão deste relatório poderá ser diária, semanal ou mesmo quinzenal, de acordo com as determinações superiores. RECEPÇÃO DE MATERIAL - (Mod. 13) O controle do material recebido pelos almoxarifados é feito também por este tipo de modelo. Conforme se verifica, a discriminação do material recebido e todos os dados relativos à identificação da origem estão perfeitamente espelhados no modelo em apreço; além de ser uma cópia da nota fiscal contém, ainda, outros dados que interessam não só à alta administração como à própria contabilidade da empresa. AVISO AO FORNECEDOR DO RECEBIMENTO DE MATERIAL POR ESTRADA DE FERRO OU CAMINHÃO (Mod. 14) O modelo 14 é utilizado pelo almoxarifado para avisar ao fornecedor do recebimento por estrada de ferro ou caminhão, ou por outro meio qualquer o recebimento do material permitindo, desta forma, o seu faturamento, por pane da firma fornecedora. É pois o documento que habilita o fornecedor a entrar com o seu faturamento, a fim de receber a importância que lhe é devida pela empresa que adquiriu seus materiais. CERTIFICADO PARA DEPRECIAÇÃO DE MATERIAL NO ALMOXARIFADO (Mod. 15) Não raro o material estocado nos almoxarifados sofrem uma depreciação. As causas poderão ser diversas; normalmente o tempo prolongado no qual são mantidos em custódia é o principal responsável: ferrugem, mofo, empedramento, etc., que poderão ocasionar depreciações. Às vezes, a depreciação processa-se no recebimento do material, o qual é transferido de um outro setor, no qual estava depositado; outras vezes, é por ocasião dos fornecimentos aos setores que se constatam mutações ocorridas durante a estocagem do material no almoxarifado; outras razões poderão ser apresentadas, tais como: defeitos na embalagem, fugas, precipitações, evaporações, achatamentos (compressão), etc. BAIXA DE MATERIAL - (Mod. 16) Poderá ocorrer que um setor, subordinado ou não ao almoxarifado, tenha necessidade de dar baixa no material que estava sob sua responsabilidade; para tanto deverá emitir o modelo 16 que servirá para os órgãos, nos quais o material está cadastrado, efetuarem os lançamentos necessários à referida baixa. Existe um grande espaço no canto inferior, do lado esquerdo, destinado a "JUSTIFICATIVA", que deverá ser devidamente apresentada por que pede a baixa. MATERIAL MANUFATURADO (mod. 17) Por vezes, na própria organização, são fabricados ou produzidos produtos que, por várias razões, são recolhidos ao almoxarifado; nestas circunstâncias o almoxarifado receberá essa produção, que será capeada ou acompanhada pelo modelo 17. Destaca-se nesse documento aquilo que foi produzido e o que foi recebido. Uma ficha de controle deverá ser organizada e o material, devidamente conferido, será incorporado ao estoque do almoxarifado, dando-se, oportunamente, ciência a todos os órgãos interessados. Competirá ao setor "custos" as anotações que digam respeito ao material produzido, pois a ele caberá calcular mão-de-obra, matéria-prima, etc., para que se tenha o custo real do material produzido. 9 NOTA DE TRANSFERÊNCIA DE MATERIAIS - (Mod. 18) É normal a existência deste tipo de controle da transferência de materiais, principalmente nas grandes empresas. Poderá ocorrer que um determinado almoxarifado esgote seu estoque e tenha necessidade de ser abastecido rapidamente; é necessário que se efetue uma transferência de um para outro almoxarifado da empresa; emite-se, então, o modelo 18, que acompanhará o material transferido e controlará perfeitamente a tramitação, autenticando e documentando a mesma para os devidos fins. TRANSFERÊNCIA DE MATERIAL - (Mod. 19) É uma outra versão do modelo 18; neste existe um espaço reservado para a "JUSTIFICATIVA" de transferência. Essa "justificativa" deverá ser apresentada pela autoridade que determina a transferência; isto é importante, pois quando não existir tal autorização, ignora-se, muitas vezes, quem determinou a operação e as razões pelas quais ela foi realizada. NOTA DE SUPRIMENTO (mod. 0) Este modelo, denominado "Nota de Suprimento", é uma versão dos modelos anteriores, porém, ele, no rodapé, faz menção a despesas especiais efetuadas com a transferência, pois poderá ocorrer que tenhamos que debitar por fretes, carretos, embalagens, despachos, etc., efetuados com a referida transferência de um almoxarifado para outro situado em ponto distante. RECOLHIMENTO DE MATERIAL USADO (mod. 1) Há necessidade de documentar-se o material que é recolhido ao almoxarifado ou a um subalmoxarifado, cuja situação originou o modelo 1. O material recolhido poderá ser recuperado ou não; portanto é necessário que esta condição seja perfeitamente esclarecida. Todas as demais situações estão perfeitamente documentadas, existindo, ainda, neste modelo, um espaço reservado para a "justificativa" de tal recolhimento. GUIA DE REMESSA DE MATERIAIS - (Mod. ) Por certo, não necessitaremos acentuar a importância deste documento para controle dos materiais remetidos. Solicitamos a atenção dos interessados para determinados detalhes inseridos neste modelo; por exemplo, no rodapé, temos um espaço reservado para "Dados Relativos ao Recebimento". O transporte efetuado por navios ou caminhões, seguidamente modificam a conferência por parte de quem recebe os materiais, não só no seu aspecto quantitativo, como também no de apresentação. Na parte superior é inserido um "código de advertência", muito necessário para a verificação das diversas situações em que o material é recebido. No espaço superior notamos o titulo "Referência", que são indicações codificadas ou abreviaturas de origem do material, como por exemplo: AF, será autorização de fornecimento n ; OC, ordem de compra n, e assim sucessivamente. "Quantidade remetida" e "Quantidade aceita" são, também, anotações importantes, que deverão constar desse documento; são fatores que deverão, sem dúvida alguma, ser levados em consideração nos dados relativos à remessa e ao recebimento. GUIA DE EXPEDIÇÃO - (Mod. 3) "Guia de Expedição" é a denominação do modelo 3. Conforme a própria denominação esclarece, esse modelo acompanha o material requisitado; ele, em si, documenta o fornecimento feito para efeitos de controle dos materiais fornecidos. A guia de expedição poderá substituir a via de requisição do material, pois, conforme esclarecemos no modelo 7, relativo a requisições de materiais do almoxarifado, existirá, sempre, uma via da mesma destinada a ser apensada ao mapa de movimento diário, talvez por exigência do "controle dos estoques"; além da referida via deverá ser emitida uma "Guia de Expedição", que se trata do modelo 3. ETIQUETA DE IDENTIFICAÇÃO N 1 - (Mod. 4) Nos modernos almoxarifados, principalmente nos que servem às grandes indústrias, é normal a existência de 0.OCO a itens em estoque num único edifício. É um trabalho de organização a rápida localização de um determinado material ou tipo de material entre os milhares de itens postos em custódia nas modernas instalações.

189 Afim de que possamos localizar onde está estocado determinado tipo de material, é necessária a organização de um fichário de localização. O modelo 4 é idealizado para a identificação do material e sua localização na área de estocagem. Além da descrição da classe teremos anuidade em estoque e a sua localização, pois estoque n... poderá informar o número do conjunto e a prateleira respectiva. Ainda na ficha consta a perfeita nomenclatura do material, isto é, a sua especificação correta, bem como o nome do funcionário que efetuou o fichamento. ETIQUETA DE IDENTIFICAÇÃO N - (Mod. 5) Este modelo é uma simplificação do modelo anterior (mod. 4). Conforme podemos constatar, ele apenas destina-se à localização do material, onde o mesmo está estocado e o número que lhe corresponde no lote. Existe ainda a menção de "mínimo em estoque" e o tipo de "unidade" que foi adotada. Esses dois modelos permitem a rápida localização dos materiais nas áreas de estocagem; conforme esclarecemos, são milhares de itens existentes em determinados almoxarifados industriais e é absolutamente necessário que se obtenha rapidamente a sua exata localização a fim de que as requisições possam ser atendidas com presteza. NOTA DE DEVOLUÇÃO AO ALMOXARIFADO (mod. 6) O material, não raro, é requisitado em quantidades superiores às necessidades. Isto ocorre com materiais difíceis de serem calculados em suas exatas quantidades, por tal razão o mesmo terá que ser devolvido ao almoxarifado, já que não será utilizado. Este modelo é emitido em diversas vias, como por exemplo: via para recibo, que ficará em poder de quem devolve; uma via para as devidas anotações nas fichas de estoque e estorno do débito; uma via para o controle contábil do estoque e finalmente uma via, para quem devolve registrar em suas fichas de estoques. NOTA DE DEVOLUÇÃO ESPECIAL - (Mod. 7) Este modelo destina-se a materiais que foram reparados, recondicionados, remontados, testados ou examinados. É uma guia que acompanha o material desde que o mesmo é retirado do almoxarifado; no seu retorno, dado os processos de recuperação pelos quais muitas vezes os materiais passam, poderá haver modificações que serão perfeitamente esclarecidas nas respectivas colunas. O número de vias do modelo é optativo." Variáveis e Técnicas Araújo ("Administração de Materiais", Atlas, 5ª edição), às pgs. 178 e segs., denominando CONTROLE GERAL o setor que "tem por missão controlar a vida do material (máquinas, equipamentos, peças, veículos, acessórios, etc.) e da matéria-prima utilizada numa empresa", trata das técnicas utilizadas, mediante controle e fichas. "Para ser perfeito, como é exigível, este serviço terá que ser organizado de forma racional; as suas fichas de controle ao serem examinadas deverão fornecer automaticamente todos os dados relativos a cada um dos materiais e matérias-primas adquiridas para os serviços da organização. Essas fichas deverão conter todas as informações necessárias com referência ao material, desde o preço pago por sua aquisição até o número de unidades existentes em estoque no dia em que se faz a consulta.. Como é natural, existem diversos modelos de fichas de controle geral; pode-se afirmar que cada empresa idealiza, de acordo com as suas necessidades e atividades, o modelo que utiliza. Tais modelos são executados por encomenda dos interessados ou pelas tipografias ou então pelos próprios vendedores das organizações que de dedicam a este ramo de comércio. Cumpre considerar que ainda muitas empresas possuem e utilizam os seus livros de estoques em cujas folhas escrituram-se as entradas e saídas dos materiais; esses livros que antecederam os fichários, atualmente em uso, tinham denominações diversas; uma das mais antigas de nosso conhecimento é o "Livro de Tombo", que data de remotas eras, constando, que antigamente os mesmos, no tempo do Brasil Império, importavam-se de Portugal. Dois sistemas, atualmente, são largamente utilizados pelo "Controle Geral". Um denomina-se "vertical" e o outro "horizontal". O sistema vertical consiste em colocar as fichas verticalmente, isto é, são colocadas em caixas que poderão ser de madeira, ferro ou aço; geralmente essas fichas possuem grandes formatos e são impressas em papelão fino. A desvantagem do procedimento é que quando são alguns milhares de itens a serem controlados o número de caixas é naturalmente considerável, o que dá origem à ocupação de um espaço muito grande, porém a não ser este inconveniente, não existe nenhuma restrição ao seu uso; algumas empresas acreditam que o sistema oferece algumas vantagens, porque, sendo maiores as fichas, essas poderão conter mais algumas informações valiosas (Modelo 8). O sistema conhecido por Kardex é o mais difundido, inegavelmente. Apresenta uma série de vantagens que deverão ser consideradas, como, por exemplo, um grande número de fichas num espaço relativamente reduzido. Este sistema é adotado pela maioria das empresas produtoras de arquivos de aço, onde as fichas de controle são colocadas em gavetas na posição horizontal. Cada gaveta do arquivo possui número variável de fichas, sendo colocadas no sentido horizontal. Poderão conter 5 ou mais fichas cada gaveta; por sua vez cada móvel poderá conter 10, 0 e mais gavetas (Modelo 9). DUPLO CONTROLE O método do "Duplo Controle" é um sistema de controle dos mais simples e seguro, que possibilita a conferência rápida dos saldos em estoque, sem haver necessidade de pesar, medir, etc. os saldos existentes, permitindo, outrossim, localizar imediatamente qualquer erro, esquecimento, inversões, etc. de lançamentos efetuados. Apoia-se, o sistema, na movimentação de duas fichas, denominadas respectivamente: a) Ficha de prateleira ou estoque físico b) Ficha controladora ou controle geral. FICHA DE PRATELEIRA - (Modelos 30 e 31) Como a sua própria denominação indica, esta ficha destina-se a controlar o material no próprio local em que está estocado. O seu uso evita estar contando ou pesando, medindo ou calculando os materiais cada vez que desejarmos nos certificar de sua real existência física. A ficha permanece junto ao material, quer esteja nas prateleiras ou em outros locais; a mesma será movimentada toda vez que o material é retirado, ou, de forma inversa, quando registrarmos novas entradas. As fichas de prateleira limitam-se a registrar os movimentos de "entradas e saídas", bem como a exibir automaticamente o saldo existente. Neste sistema de controle, utilizando este tipo de fichas, não faremos menção a preços e outras referências que naturalmente serão fornecidas pelas fichas de controle geral. (Mod. 3). Essa ficha de estoque físico, registrando todas as entradas e saídas, é sem dúvida alguma um poderoso auxiliar para o pessoal que trabalha com os estoques, pois em caso de dúvida sobre um fornecimento ou entrada de um material, encontra-se na ficha de prateleira todos os elementos de que necessitamos para esclarecemos diferenças porventura surgidas no controle geral. Ao movimentar essas fichas, registrando todas as entradas e saídas, iremos automaticamente balanceando a existência à medida que o material der entrada ou for fornecido. No último caso mencionaremos a data, o número da requisição, o funcionário ou setor que requisitou e na coluna respectiva a quantidade e logo após o novo saldo. Por ocasião de balanços e balancetes as datas e os saldos poderão ser lançados com tinta vermelha, assinalando desta forma, perfeitamente visível, quando foram executados tais trabalhos. Examinando este modelo, verificamos que no alto existe um ilhós, que servirá para melhor fixar as fichas nos locais a elas destinados; um simples 93

190 prego ou balmaz servirá para dependurar a ficha junto ao material em estoque. Observando o formato das fichas de prateleiras pode-se confeccionar um "porta-ficha" que poderá ser feito em folha de flandres, alumínio ou outro metal qualquer, fácil de dobrar; esse "porta-ficha" protegerá a ficha em uso do constante manuseio a que geralmente é submetida. Na parte superior da ficha existe um espaço reservado para diversas anotações de importância, como por exemplo: - Código, controle das existências, máximos e mínimos em estoque, o número da ficha (que deverá ser idêntico ao número do artigo dado na ficha de controle geral), a denominação do material e finalmente qual a unidade (quilo, litro, metro, tonelada, dúzia, cento, etc.) do material em estoque; isto é de importância, pois pela unidade mencionada, ele deverá ser fornecido. O formato 0 x 30 cm e a impressão - frente/verso - será ideal. A economia de tempo obtida com o uso dessa ficha, no controle dos materiais no local em que estão realmente estocados, é verdadeiramente notável. Apesar de sua denominação "Ficha de prateleira" ela poderá, ou melhor, deverá ser utilizada em outros locais, onde existam materiais estocados que sejam recebidos ou fornecidos parceladamente, como exemplificaremos: Em determinado local estão estocados, digamos, 100 toneladas de um determinado material, como por exemplo ferro em barras. Esse material é fornecido na unidade - quilos; portanto, ao atendermos requisições do mesmo, pesamos e entregamos - quilos. Em determinado momento os auditores, os fiscais, enfim alguém interessado, deseja saber quantos quilos realmente existem no lote; se não utilizarmos as fichas de estoque físico ou de prateleira, teremos que mandar diversos operários braçais procederem à verificação, isto é, o material terá que ser pesado em sua totalidade; este serviço não poderá ser feito rapidamente, teremos que consumir um grande espaço de tempo, dependendo do tipo de balanças que contarmos para realizar a pesagem. Talvez serão consumidos dias e semanas e as horashomem serão muitas a pesar na folha de pagamento deste pessoal.. Contando com o concurso da ficha, poderemos no minuto em que apresentada a questão, informar que a pilha contém tantas toneladas ou quilos. Outro ângulo: no laboratório existem determinados produtos químicos ou preparados que são fornecidos ou utilizados, tendo como unidade: gramas ou miligramas; um pequeno frasco contém digamos cinco gramas para aviar uma receita ou completar uma fórmula; são solicitadas 1,5 g do produto; registramos na ficha esta saída e a qualquer momento poderemos informar que no frasco ainda restam 3,5 g evitando-se, desta forma, pesar ou retirar o produto para ser pesado, considerando, ainda, que o mesmo poderá ser altamente volátil, razão pela qual o seu peso específico poderá modificar-se toda vez que for manipulado. Cumpre salientar o valor deste sistema de imediata verificação, da existência física de um material em estoque, por ocasião da realização de balanços e balancetes. Toda e qualquer diferença em quantidade porventura acusada no fichário central, ou na ficha de controle geral, será imediatamente localizada pelo confronto dos lançamentos das fichas de prateleira com as fichas de controle geral. FICHA DE CONTROLE GERAL OU CENTRAL (mod. 3) Esta ficha denominada "Controladora", sem dúvida, é a principal. É a mesma ficha utilizada nos fichários verticais ou horizontais, é um documento informativo por excelência. Nenhuma administração de materiais poderá prescindir de seu concurso. Ela é a maior e melhor fonte de informações sobre tudo que diga respeito aos materiais pertencentes a uma empresa, portanto é considerado documento imprescindível dentro de qualquer tipo de organização. Geralmente, ao estabelecermos sistemas de controle sobre os materiais de uma empresa, buscamos por intermédio destas fichas obter rapidamente as seguintes informações: a) quantidade do material em estoque na data considerada; b) última aquisição; c) nome e endereço do fornecedor; d) preço médio; e) observações sobre o material em estoque e na produção, de acordo com as devoluções e outras observações, porventura encaminhadas ao órgão controlador; f) razões de determinadas compras; g) setores, seções, oficinas que utilizarem o material ou a matériaprima, data das saídas de material, quantidades, custos do material requisitado; h) cálculos sobre as possibilidades do estoque em relação ao consumo; i) dados estatísticos de consumo por seções ou global; j) referências sobre a melhor época, para novas aquisições, razões, estudos sobre novas fontes de produção ou de aquisição; l) máximos e mínimos a serem observados com relação aos estoques disponíveis; m) tipo de acondicionamento ou embalagem, unidade (caixas com dúzias, centos, milheiros, quilos, toneladas, metros, etc.) e observações gerais sobre o aspecto dos materiais, apresentação, etc.; n) registros mensais de entradas e saídas, consumos médios verificados. E assim, sucessivamente, de acordo com as necessidades peculiares a cada ramo de atividade, iremos introduzindo as observações que mais possam interessar à administração, e, visando atingir tal objetivo, as fichas de controle geral deverão fornecer rapidamente as informações acima mencionadas Como é natural, ela pode e deve ser alterada de acordo com o ramo a que pertença a empresa, considerando os materiais e matérias-primas com os quais trabalha. As fichas em apreço poderão ser executadas para serem utilizadas em fichários horizontais ou verticais. O modelo que estamos estudando tem capacidade para receber as seguintes informações. Material: Destinado a registrar a denominação pura e simples pela qual o material é identificado na empresa; Código: Quando for adotado o sistema de codificação dos materiais de consumo ou permanente, bem como da matéria-prima; Estoque: Máximo e mínimo para as previsões de consumo; Embalagem: Apresentação e estocagem dos materiais: caixas, fardos, pacotes, litros, barricas, sacos, tambores, etc. Unidade: Referência sobre a unidade adotada para estoque: dezena, cento, quilo, milheiro, grosa, tonelada, litro, etc. Ficha n : Que deverá corresponder ao número dado à ficha de prateleira, com a finalidade de facilitar um rápido confronto; Substituída pela de n : Quando ocorrer que cada ficha tenha a sua numeração própria de acordo com o sistema adotado; Substitui a de n : Utilizado quando se tratar do sistema acima mencionado. No corpo central desta ficha figuram as colunas clássicas em tal sistema de controle, bem como as três encontradas normalmente: - Entradas - Saídas - Saldos. Em ambas as margens do modelo a que estamos fazendo referência existe uma numeração em sentido vertical. Essa numeração poderá ter a seguinte utilidade: 1 ) Quanto houver necessidade de ser mencionar o número do lançamento, referência, n tal. ) Destina-se a localizar rapidamente a linha correspondente ao lançamento, evitando-se desta forma confusão na leitura das linhas. Material - Especificação: Como o próprio nome indica, destina-se à descrição característica do, material ao qual corresponde. 94

191 Fornecedores: Nome das firmas que forneceram o material. Data: Registro da data do fornecimento. Quantidade: Das mercadorias adquiridas ou recebidas. Prefixos: Que corresponderão à abreviatura dada ao nome da firma fornecedora e servirá para identificar na coluna competente a procedência, pois em determinadas ocasiões o nome a ser lançado é por demais complexo e extenso. Observações: Para registrar tudo aquilo que for necessário citar. Registros mensais: Os registros mensais, existentes no rodapé, permitirão consignar todos os dados relativos às entradas e saídas, bem assim, outros informes julgados necessários. FICHA VOLANTE DE MATERIAL - (Mod. 33) Esta ficha é muito utilizada nas pequenas empresas; limita-se este documento a registrar a movimentação de um pedido de compras entre o almoxarifado e o órgão comprador da empresa; ela dispensa maiores esclarecimentos pois, os dizeres inseridos são claros e indicam perfeitamente todas as situações percorridas do pedido feito pelo almoxarifado ao setor de compras." Compras É oportuno lembrar o "check-list" de Mcsweeney, apresentado por SEQUEIRA DE RAÚJO, em "Administração de Materiais" (Editora Atlas, 5º edição, pgs. 77 a 85). "Num "check-list" acerca do funcionamento do setor de compras nas empresas, são citados dez itens fundamentais para o perfeito desempenho desse importante departamento. 1 ) Uso de previsões de mercado, a fim de obter vantagens nas encomendas. ) Padronização dos artigos e especificações escritas, para prevenir variações evitáveis. 3 ) Exame periódico dos padrões de qualidade e outras especificações, para reduzir exigências possivelmente excessivas. 4 ) Laboratório de física ou instalações para provas, para o estabelecimento de especificações de compras, assim como para testar materiais e suprimentos recebidos. 5 ) Uso de "encomendas-contrato", segundo as quais o fornecedor é autorizado a manter permanentemente uma certa quantidade de materiais ou suprimentos em estoque, do qual se farão as retiradas, cabendo ao fornecedor armazenar o grosso desses materiais; aliviando assim, na fábrica, o problema do armazenamento. 6 ) Uso de contratos amplos e duradouros com cláusula sobre reajustamento de preços. 7º) Análise de consumo, de forma a que encomendas correspondentes possam ser combinadas e feitas com intervalos maiores, ao invés de fazer encomendas parceladas mais numerosas, de artigos separados, o que exige diversas tomadas de preços e avoluma os processos. 8 ) Contatos periódicos com fornecedores, para ver se podem ser mudadas as especificações, de forma a diminuir os custos para elas e, consequentemente os preços. 9 ) Conservação de várias fontes de suprimentos,. em particular dos artigos essenciais, a fim de cobrir-se contra a falha de qualquer uma delas. 10º) Processos adequados para o pronto pagamento de contas, a fim de permitir o aproveitamento de descontos para revendedores e, se possível, dos "descontos por antecipação", revisão periódica de prazos. Comentários em torno do "check-iist" A Difícil Arte de Comprar para a Empresa Um dos principais objetivos de qualquer empreendimento, seja comercial ou industrial, é o de obter razoáveis lucros para o capital investido. O Departamento de Compras é, sem dúvida, um dos principais fatores para a consecução desse objetivo. Comprar resume-se em trocar dinheiro por bens manufaturados ou matérias-primas. Mas, para efetuar uma troca conveniente, isto é, precisa e inteligente, o elemento que adquire tem que ser bom. "O bom comprador é aquele que tem a intuição do momento exato de comprar". O elemento que adquire, ou que faz parte de uma equipe de compradores de uma empresa, deve possuir, além da intuição, agilidade mental, para poder considerar rapidamente a oferta recebida, pois nem sempre é preferível adquirir aquilo que menos custa, O incomparável mestre, e grande amigo que foi, Affonso Campiglia, prefaciando "Saiba Comprar para a Sua Empresa ", apresentou o "checklist" de Edward Mcsweeney, compilado por J,K. Lasser, em seu "Manual de Administração de Empresa", já citado, que iremos comentar, onde estão alinhados esses dez itens fundamentais, que nos permitem uma visão da importância do setor de compras de uma empresa: 1 ) "Uso de previsões de mercado, a fim de obter vantagens nas encomendas". Por previsões de mercado entendemos que refira-se a tudo aquilo que o mercado, onde se atua, possa oferecer, no momento ou em épocas futuras. Essas previsões terão que ser obtidas; as fontes de informações terão que ser seguras e rápidas; devemos, outrossim, considerar que se por um lado existem informações que são essenciais, seja qual for o ramo industrial ou comercial, por outro lado certas informações são especificadas para cada ramo. Por mais que se tente dissimular, sempre as empresas estão profundamente interessadas em saber, para sua melhor orientação, o que estão fazendo os seus competidores... Os elementos que adquirem para essas empresas, como será óbvio acentuar, também estão interessados nos planos de produção das empresas rivais, onde estão se suprindo, quanto pretendem comprar, quais os planos de produção, etc., etc. Portanto, essas previsões de mercado, pelo prisma do elemento que compra, poderão referir-se às quantidades de mercadorias, de matériasprimas disponíveis não só na praça, como também em outras panes. Essas informações consideradas básicas para quem compra não são impossíveis de serem obtidas; muito pelo contrário, estão à mão, bastando apenas que sejam consultadas ou examinadas. Daremos aqui, as mais comuns entre nós, fontes estas que habilmente ou maneirosamente poderão oferecer todos os elementos que necessitamos para as previsões de mercado. Antes de relacionarmos tais fontes de informações, devemos acentuar que elas serão também de grande utilidade para o setor de vendas e colocação dos produtos da empresa; portanto os elementos que adquirem devem solicitar a colaboração valiosa dos elementos que vendem; essa colaboração é imprescindível ao êxito que todos almejam. Páginas Amarelas dos Guias Telefônicos Estes catálogos já se tornaram tradicionais como fontes de informações para os compradores. Será, portanto, desnecessário esclarecer o ótimo auxílio que prestam, não só à indústria, como também ao comércio. A divisão em ramos industriais é efetuada com muito critério, pois permite uma rápida escolha entre diversos produtores, facilitando imensamente as consultas necessárias ao estudo de uma boa aquisição. Transportadores Quando habilmente entrevistados pelo pessoal do setor de compras podem, em virtude de suas funções, fornecer dados complementares sobre os demais concorrentes que se utilizam dos seus serviços. Concorrentes Ocorre, mais comumente do que se pensa, a obtenção de informações do próprio concorrente ou de um concorrente sobre outro concorrente. Empregados Valiosas informações partem muitas vezes dos próprios empregados das firmas concorrentes, especialmente de seus vendedores. Estes costumam trocar ideias com os colegas de outras firmas, não só sobre a própria linha dos produtos que vendem, mas também, quanto ao andamento geral dos negócios de suas empresas. Agências de Informações e Publicações Técnicas Podem e devem constituir boa fonte de informações sobre os principais concorrentes em um determinado setor, não somente por meio suas publicações normais, mas, também, mediante consultas específicas, direta ou indiretamente realizadas. Revendedores Um grande número de revendedores trabalha com produtos de vários fabricantes. Pela observação da reação dos consumidores diante dos 95

192 diferentes produtos e pelo seu contato com a capacidade de venda dos demais concorrentes, o revendedor sempre apresentará ótimas credenciais como informante. Instituições Governamentais Diversos órgãos e serviços federais, estatuais e municipais fornecem estatísticas e outros dados referentes a quase todos os ramos industriais, como é o caso dos que são compilados pelo CENSO, os quais podem contribuir para uma melhor tomada de consciência da situação. Associações e Sindicatos Não só elementos completos sobre a estruturação de concorrências em um ramo industrial, mas também uma série de outras informações importantes, podem resultar desses contatos. Bancos Para certos ramos industriais que operam nos meios bancários, é surpreendente e essencial o número de informações que se poderá colher nessa fonte. Tendência da Política de Vendas Possíveis planos a serem implantados, reformulados ou apenas ampliados. Conhecimento e Crítica dos Produtos ou Serviços dos Concorrentes Pelas manifestações dos consumidores e dos vendedores. Imprensa A análise em jornais e revistas, dos balanços e das demonstrações de lucros e perdas de sociedades anônimas, que, embora não contenham dados que possam refletir exatamente em sua situação, poderão fornecer pistas excelentes, que servirão para posterior investigação. Outras publicações legais, tais como modificação do tipo de sociedade, aumento de capital, alterações da sociedade ou personalidade jurídica, etc., também devem ser atentamente examinadas. Fornecedores É muito frequente as empresas concorrentes adquirirem matériasprimas, produtos ou complementos, de um mesmo fornecedor. Em muitos casos, o comprador de uma empresa poderá, habilmente, obter dados sobre a competição de preços diretamente do fornecedor ou pela análise de dados relativos a aquisições efetuadas por meio de concorrências. Como por exemplo: pode citar-se o número de embalagens unitárias especificado na concorrência. Feito o cálculo da possível flutuação do estoque médio, poderá ele indicar, aproximadamente, a sua previsão de vendas para o período. As informações diretas, relativas a planos para o futuro, devem ser pistas falsas, capazes de levar os concorrentes a enganos irreparáveis. Estudo Comparativo Estudo comparativo dos produtos ou serviços oferecidos no mercado, esclarecendo as vantagens e as desvantagens de cada um. Potencialidade dos Concorrentes Com relação à expansão rápida da produção, em termos de capital, ao equipamento, à mão-de-obra, à alteração rápida de seu plano de vendas, ao aperfeiçoamento de seus produtos e ao acesso às fontes de financiamento. Consumidores Propositadamente, deixamos para último, esta notável fonte de informações, em que se constituem os consumidores. As informações fornecidas pelos consumidores a respeito de preços, condições de pagamento, descontos, novos modelos, vantagens e desvantagens das produtos em concorrência, etc., poderão ser obtidas. por intermédio, dos vendedores ou mediante uma pesquisa de campo. No caso de serem os vendedores de uma empresa, instruídos para obter dos consumidores visitados e registrar o maior número possível de informações sobre a 96 concorrência, é necessário que se fique alerta, pois muitas vezes o consumidor adultera os fatos de acordo com as suas conveniências, a fim de obter vantagens na compra de determinado produto. No caso de serem utilizadas entrevistadoras, é importante que o consumidor não saiba para que empresa a pesquisa está sendo realizada. É grande o número de dirigentes que não possuem, e julgam muito difícil conseguir, as informações constantes dos itens acima. No entanto, uma série enorme de informações imprescindíveis está à disposição daqueles que quiserem utilizá-las sistemática e organizadamente, como acabamos de expor. ) "Padronização dos artigos e especificações escritas, para prevenir variações evitáveis O ângulo por nós escolhido, como não poderia deixar de ser, é aquele que diz respeito à especificação e à padronização dos materiais dentro de uma empresa industrial de porte médio; foi o que tentamos fazer; porém, para aqueles que tenham necessidade de se aprofundar mais na matéria, recomendamos o magnífico "Anais do 1 Seminário de Produtividade", realizado em Belo Horizonte em 1.959, publicação esta feita sob os auspícios da Confederação Nacional da Indústria.. 3 ) "Exame periódico de padrões de qualidade e outras especificações, para reduzir exigências possivelmente excessivas". A ideia da perfeição não se inclui na padronização; o "padrão", de acordo com os mestres, jamais deverá ser considerado "imutável". Os padrões deverão ficar sujeitos a mudanças de tempos a tempos, para que não venham a desencorajar a pesquisa e a investigação; aqueles que dentro de uma empresa estão encarregados da padronização, ou então, aqueles que devem zelar pela padronização deverão ter mentalidade receptiva, para colher favoravelmente todo e qualquer aperfeiçoamento que possa ser incorporado ao padrão adotado. 4 ) "Laboratório de física ou instalações para provas, para o estabelecimento de especificações de compras, assim como para testar materiais e suprimentos recebidos". Este é o 4 item do "Check-list" de Edward McSweeney, que estamos comentando, e podemos afirmar que esta recomendação do mestre está, atualmente, sendo cumprida pela maioria das empresas em nosso país. Não resta a menor dúvida de que a nacionalização da indústria automobilística, com todas as suas exigências técnicas, muito contribuiu para que as empresas, que, de uma ou de outra forma desejassem colocar seus produtos na então nascente indústria automobilística, se equipassem com laboratórios químicos metalúrgicos, departamento de inspeções, controle de qualidade, dinamômetros, enfim, toda uma série de requisitos básicos e, indispensáveis à manutenção de uma característica de alta qualidade exigida pelos produtores. Esta disciplinação e o surto de progresso industrial se devem principalmente, à segura e inteligente orientação do G.E.I.A. (Grupo Executivo da Indústria Automobilística) que, como órgão governamental muito tem feito pelo desenvolvimento industrial do Brasil. É lógico que quando existirem especificações, referências ou normas técnicas prontas, os compradores, por certo, se valerão delas para obter o êxito desejado em suas aquisições. Porém, como ninguém ignora, existem milhares de utilidades que não estão ainda nas especificações elaboradas; por este motivo terão que ser redigidas certas especificações mínimas, pelo pessoal especializado da empresa, na maioria das vezes pelos próprios engenheiros. 5 ) "Uso de 'encomendas-contrato', segundo as quais o fornecedor é autorizado a manter permanentemente uma certa quantidade de materiais e suprimentos em estoque, do qual se farão as retiradas, cabendo ao fornecedor armazenar o grosso destes materiais, aliviando na fábrica, o problema do armazenamento". É o nosso conhecido desdobramento ou parcelamento de um pedido. Numa autorização de fornecimento, que é o documento que o fornecedor recebe juntamente com a ordem de compra, a quantidade de entregas está em aberto, pois a autorização é o documento que fixa as datas e quantidades a serem periodicamente recebidas: geralmente, as entregas são firmes

193 nos três primeiros meses, o restante em data ulteriormente fixada; isto permite ao fornecedor regular o seu estoque de matérias-primas, ou então calcular calmamente a sua produção para completar o pedido. 6 ) "Uso de contratos amplos e duradouros com cláusula sobre reajustamento de preços". Absolutamente necessária esta cláusula nos contratos de compra, consideramos o momento inflacionário que atravessamos. 7 ) "Análise do consumo de forma que as encomendas correspondentes possam ser combinadas e feitas com intervalos maiores, ao invés de fazer encomendas parceladas mais numerosas de artigos separados, o que exige diversas tomadas de preços e avoluma os processos. " Indubitavelmente, esta é forma ideal de se adquirir e que é preconizada por todos os mestres da matéria. A análise e o exame dos dados estatísticos de consumo nos fornecem as quantidades consumidas, e, paralelamente, as quantidades a serem consumidas. O processo em foco é muito utilizado, principalmente pelos órgãos governamentais, que no início dos exercício, baseados nos dados estatísticos apurados, realizam suas provisões. Evidentemente, muitas vezes o recurso dos dados estatísticos terão que ser abandonados pois existem situações perante as quais o administrador de materiais não poderá utilizá-los, como é o caso de obras novas. 8 ) "Contatos periódicos com os fornecedores para ver se podem ser mudadas as especificações, de forma a diminuir os custo para eles e, consequentemente, os preços". Acreditamos que este item ficará subordinado ao volume e à constância do material a ser adquirido; atualmente, o problema está sendo contornado pelas grandes empresas, que adquirem materiais encomendados aos produtores denominados "satélites", destacando um funcionário altamente categorizado para acompanhar a produção encomendada; este técnico permanece na fábrica produtora e acompanha passo a passo as fases da produção, tendo poderes delegados pela sua empresa para orientar e dirimir dúvidas que por ventura se apresentem durante o processo, ou os processos utilizados no departamento de produção, fazendo, portanto, verificações "in loco ". Este técnico que acompanha as fase da produção pessoalmente será, então, a pessoa mais credenciada para estudar a conveniência de serem mudadas as especificações dadas, com o objetivo de diminuir os custos e, consequentemente, o preço do material em produção. 9 ) "Conservação de várias fontes de suprimentos, em particular, dos artigos essenciais, a fim de cobrir-se contra a falha de qualquer delas ". O cadastro dos fornecedores será, sempre, o melhor informante sobre as várias fontes de suprimentos que normalmente são consumidos pela empresa; este cadastro para ser completo, como se exige deverá descer a minúcias e apresentar todos os dados relativos à firma fornecedora. É intuitivo que quanto maior for o número de firmas fornecedoras da empresa, maior certeza terão os órgãos que adquirem para a mesma de que estão pagando o preço que o material realmente vale na praça. É aconselhável que além dos fornecedores habituais, devidamente cadastrados, tenha-se também assentamentos sobre outras firmas que poderão, numa emergência, fornecer ou serem consultadas sobre preços de materiais normalmente adquiridos; poder-se-á denominar estas firmas como "fornecedores não habituais" e ter paralelamente um cadastro das mesmas. 10 ) "Processos adequados para o pronto pagamento de contas, a fim de permitir o aproveitamento de descontos para revendedores e, se possível, dos 'descontos por antecipação', revisão periódica dos prazos ". Este último item do "check-list" de McSweeney obviamente, ficará condicionado a maiores ou menores possibilidades de capitais, bem como da política financeira adotada pela empresa." QUALIDADE NO ATENDIMENTO AO PÚBLICO. A IMAGEM DA INSTITUIÇÃO, A IMAGEM PROFISSIONAL, SIGILO E POSTURA. FORMAS DE TRATAMENTO. Qualidade no atendimento ao público A qualidade no atendimento é pré-requisito de qualquer serviço prestado no mercado, tanto no setor público quanto no privado. Aqui, interessa que essa qualidade esteja voltada também para os pré-requisitos constitucionais do ato administrativo e dos princípios gerais da administração pública, já comentados nos tópicos de Direito Administrativo e constitucional. Mas também estão relacionados a: Comunicabilidade Tanto na sua divulgação (publicidade) quanto na entrega do serviço, o ato de atendimento público deve ser livre de embaraços e complicações na sua prestabilidade. Deve chegar como informação completa e eficaz, capaz de realizar-se como atendimento às necessidades a que se propõe satisfazer. Mas também é pré-requisito ligado diretamente ao comportamento do servidor que entrega o serviço, que deverá portar-se de maneira gentil, objetiva e eficaz, na mesma proporção e com os mesmos objetivos no atendimento. Apresentação A apresentação se refere ao servidor, que deverá estar sempre de acordo com a prestação a que se determinou. Assim, é importante que esteja adequadamente trajado, demonstrando higiene e organização pessoal. Atenção Refere-se à atenciosidade desprendida no ato do atendimento. É imprescindível para a conclusão de eficiência do atendimento. Cortesia Ser cortês e polido é obrigação que provém da urbanidade, requisito constitucional do ato de atendimento. Interesse e presteza São importantíssimos para concluir o atendimento em eficiência. Estão expressos na boa vontade e determinação em atingir os objetivos do atendimento, até fim. Eficiência Requisito já comentado, é o cerne da realização do ato de atendimento. É tão importante que está prescrito no texto da Constituição Federal como princípio da administração pública. Tolerância Leia-se aqui paciência, para não se confundir com favorecimento mediante benevolência. Deve o funcionário ser tolerante com o público atendido ou assistido, no sentido de compreender suas dificuldades e viabilizar a melhor e mais adequada solução do problema apresentado. Discrição Recomenda-se que seja o servidor discreto no atendimento, evitando situações de constrangimento para os atendidos, não adentrando em situações particulares ou impertinentes. É comum o atendido expor certas situações pessoais (atendimento médico, por exemplo) ou segredos de família (atendimento jurídico) que devem ser tratadas com a devida reserva e respeito. Conduta É o conjunto de todas essas recomendações e práticas, no ato do atendimento, dentro dos critérios de urbanidade já mencionados. Mas também é a livre condução de sua vida privada, que deverá ser sempre condizente com o exercício do cargo que ocupa. Ex.: as restrições de comportamento social inadequado por que passam os juízes e promotores, sob risco de comprometerem a qualidade e credibilidade dos seus trabalhos. 97

194 Objetividade Ligado à eficiência e à presteza. Devem ser os atendimentos feitos com loquacidade, tornando-se práticos e simplificados ao máximo para o atendido. Alcançar o objetivo do atendimento, sem rodeios ou dificuldades adicionais. Servidor e opinião pública (o órgão e a opinião pública) Nos dias de hoje, um dos elementos de mensuração da qualidade é a opinião pública. Mas aqui, trata-se mais da imagem que tem o servidor e o órgão público a que pertence. Tomemos como exemplo o INSS e a sua já clássica má fama no atendimento ao público. Muitas vezes isso decorre, mas da desorganização dos serviços prestados, do mau planejamento, da inadequação de práticas administrativas do que da real conduta de seus servidores. Isso torna a imagem do serviço e por consequência, do órgão, associada à má qualidade, o que gera uma imagem pública ruim. Outro exemplo é o atendimento médico na saúde pública, que dispensa maiores comentários. Essa imagem de descaso e ineficiência reflete na opinião que o público em geral tem desses serviços. Fatores positivos do relacionamento Chamamos de fatores positivos todos aqueles que, num somatório geral, irão contribuir para uma boa qualidade no atendimento. Assim, desde que cumpridos ou atendidos todos os requisitos antes mencionados para o concurso de um bom atendimento, estaremos falando de um bom relacionamento entre servidor e atendidos. Os níveis de relacionamento aqui devem ser elevados, tendo em vista sempre o direito de cada assistido de receber com qualidade a supressão de suas necessidades. Comportamento receptivo e defensivo Receptivo, como o próprio nome já diz, é o comportamento que transcorre naturalmente aberto, solícito, prestativo, objetivo, claro, sem rodeios, indo direto ao ponto da necessidade do atendido. Defensivo, ao contrário, é aquele em que o servidor cria obstáculos e dificuldades para livrar-se do encargo, obstruindo a qualidade. Empatia e compreensão mútua E empatia é resultado de uma preparação do servidor em atender. De sua dedicação ao exercício da função. Deve ser natural e quase pessoal. Pode estar resumido no aspecto daquele servidor que gosta do que faz. Será muito mais fácil transmitir empatias nesses casos. O resultado da empatia, mesmo que consciente e provocada com gentileza, é a compreensão mútua, que certamente facilitará o atendimento e a conclusão pela eficiência. Trabalho em equipe Dez ótimas dicas para o trabalho em equipe Cada vez mais o trabalho em equipe é valorizado. Porque ativa a criatividade e quase sempre produz melhores resultados do que o trabalho individual, já que "1+1= 3". Por tudo isto aqui ficam dez dicas para trabalhar bem em equipe. 1. Seja paciente Nem sempre é fácil conciliar opiniões diversas, afinal "cada cabeça uma sentença". Por isso é importante que seja paciente. Procure expor os seus pontos de vista com moderação e procure ouvir o que os outros têm a dizer. Respeite sempre os outros, mesmo que não esteja de acordo com as suas opiniões.. Aceite as ideias dos outros As vezes é difícil aceitar ideias novas ou admitir que não temos razão; mas é importante saber reconhecer que a ideia de um colega pode ser melhor do que a nossa. Afinal de contas, mais importante do que o nosso orgulho, é o objetivo comum que o grupo pretende alcançar. 3. Não critique os colegas As vezes podem surgir conflitos entre os colegas de grupo; é muito importante não deixar que isso interfira no trabalho em equipe. Avalie as ideias do colega, independentemente daquilo que achar dele. Critique as ideias, nunca a pessoa. 4. Saiba dividir Ao trabalhar em equipe, é importante dividir tarefas. Não parta do princípio que é o único que pode e sabe realizar uma determinada tarefa. Compartilhar responsabilidades e informação é fundamental. 5. Trabalhe Não é por trabalhar em equipe que deve esquecer suas obrigações. Dividir tarefas é uma coisa, deixar de trabalhar é outra completamente diferente. 6. Seja participativo e solidário Procure dar o seu melhor e procure ajudar os seus colegas, sempre que seja necessário. Da mesma forma, não deverá sentir-se constrangido quando necessitar pedir ajuda. 7. Dialogue Ao sentir-se desconfortável com alguma situação ou função que lhe tenha sido atribuída, é importante que explique o problema, para que seja possível alcançar uma solução de compromisso, que agrade a todos. 8. Planeje Quando várias pessoas trabalham em conjunto, é natural que surja uma tendência para se dispersarem; o planejamento e a organização são ferramentas importantes para que o trabalho em equipe seja eficiente e eficaz. É importante fazer o balanço entre as metas a que o grupo se propôs e o que conseguiu alcançar no tempo previsto. 9. Evite cair no "pensamento de grupo" Quando todas as barreiras já foram ultrapassadas, e um grupo é muito coeso e homogêneo, existe a possibilidade de se tornar resistente a mudanças e a opiniões discordantes. É importante que o grupo ouça opiniões externas e que aceite a ideia de que pode errar. Aproveite o trabalho em equipe Afinal o trabalho de equipe, acaba por ser uma oportunidade de conviver mais perto de seus colegas, e também de aprender com eles. Trabalho em equipe É da essência do trabalho em órgãos públicos o inter-relacionamento de qualidade ímpar, devido ao alto grau de responsabilidade desejado. Como os órgãos obedecem a estruturas pré-determinadas por Lei, as repartições, seções, departamentos, etc. já trazem pronta a sua funcionabilidade e todas elas, sem exceção, dependem de trabalho em equipe. É o perfil principal da administração moderna, que se projeta na administração pública como solução inteligente (isso ocorre já há alguns anos). Assim, o trabalho em equipe deixa de ser uma característica para ser uma determinante superior de funcionabilidade do setor público. Ainda que funcione isoladamente, sozinho num posto de atendimento, o servidor terá vinculada a sua rotina a de outros colegas, que recebem sua produção ou lhe enviam informações e procedimentos a serem cumpridos. Personalidade e relacionamento no trabalho Não há muito que se falar em personalidade do servidor e tampouco do setor em que funciona, pois as instruções que normatizam sua prestabilidade são determinadas em escala decrescente (vêm de cima para baixo, já prontas) e sua conduta profissional está amarrada no código de ética do serviço público. Tanto com os colegas de trabalho quanto no atendimento ao público, sua personalidade deve ser moldada segundo os princípios que regem o atendimento público, como vimos no texto sobre a ética no serviço público. Comportando-se de acordo com aqueles princípios, o servidor estará atendendo perfeitamente ao perfil de personalidade desejado para o exercício da função pública. Eficácia no comportamento interpessoal Está ligada diretamente ao princípio de mesmo nome, que norteia o serviço público, a administração pública e demais atividades em que o interesse público é alvo ou cliente. Significa que o servidor não pode se interpor, em atitude de cunho pessoal, ante os interesses coletivos, sem 98

195 risco de comprometer a eficácia, a segurança da realização do serviço, do atendimento, da prestação pública. Os funcionários públicos são treinados para atuarem segundo o que hoje se chama etiqueta profissional, uma espécie de código de conduta convencional, nascido no próprio mercado, das relações modernas do mundo dos negócios e que permeou para a qualidade de atendimento e inter-relacionamentos no setor público. O saber se comportar e a aparência são questões cada vez mais exigidas para o funcionário público. As administrações desenvolvem cursos e treinamento para prepararem seus funcionários. Quem faz o curso aprende ainda: a) a criticar com resultados positivos; b) transformar reclamações em resultados e lidar com colegas e clientes de temperamento difícil; c) apresentar ideias e projetos com eficiência; d) conduzir reuniões e até mesmo contornar situações mais graves, como o assédio sexual, por exemplo NOÇÕES DE RELAÇÕES HUMANAS 1 - Introdução Vivemos num tempo em que o avanço dos transportes, da urbanização, da comunicação de massa, da tecnologia e da informática coloca o ser humano em maior contato com o mundo, com a sua própria nação e consigo mesmo. No entanto, toda essa evolução dificulta, de certa forma, o envolvimento entre os seres humanos, pois a atenção do homem está voltada para a tecnologia, muito mais do que para as relações humanas. Este distanciamento do homem para com o próprio homem gera insatisfações, angustias, vazios e ansiedade nos indivíduos. Podemos ver um lado positivo em nossa época, que é a tendência de, ao nos isolarmos, sermos levados a tomar consciência de nós mesmos. Quanto maior a nossa disponibilidade em relação a nós mesmos, maior abertura teremos para com os outros e cada vez mais o nosso ser pessoal se tornará social. Isto porque já não teremos receio dos outros e/ou do ambiente, pois o ser pessoal aprendeu a lidar consigo mesmo. Durante toda a vida, somos afetados pôr nossa habilidade de nos relacionarmos com outras pessoas, quer com indivíduos quer com grupos. É uma das habilidades mais importantes que o ser humano pode desenvolver e a comunicação interpessoal. Podemos ajudar o indivíduo a abrir-se para uma experiência total de si mesmo, para um relacionamento humano eficaz e para ser um comunicador mais eficiente, oferecendo-lhe a oportunidade de estabelecer bons relacionamentos dentro do grupo ao qual pertence, seja este profissional, familiar, social, religioso, político, etc. Em tal grupo, o indivíduo deve ser respeitado como uma pessoa específica, com suas inibições, frustrações, angustias, satisfações, ansiedades, enfim, pela sua individualidade enquanto ser humano. - Relações Humanas Comumente, entende-se a expressão "relações humanas" como sendo os contatos que se processam, em todas as situações, entre os seres humanos. Muitas pessoas podem falar sobre relações humanas, discuti-las em conferências, discursos e mesmo em conversas informais, mas não são capazes de concretizar essas relações. Efetuar "relações humanas", significa, portanto, muito mais do que estabelecermos e/ou mantermos contatos com outros indivíduos. Significa entender o relacionamento entre as pessoas, compreende-las, respeitando a sua personalidade, cuja estrutura é, sem duvida, diferente da nossa. Além de compreender os indivíduos, precisamos ter flexibilidade de ação (comportamento), ou seja, adequar o nosso comportamento, apropriadamente, a uma situação dada, com determinadas pessoas. Dentro de um sistema empresarial, existe a organização técnica e a organização humana. Estas organizações estão inter-relacionadas e são interdependentes. A organização humana de uma fabrica é muito mais do que um simples conjunto, um agrupamento de indivíduos, pois cada um deles tem seus próprios sentimentos, interesses, desejos, frustrações, necessidades físicas e sociais, associados a sua própria história de vida. Tais indivíduos, dentro desse sistema empresarial, estabelecem frequentes inter-relações, cada qual com uma forma particular de se comunicar. É claro que uma grande parte dessas relações é criada pelas características do trabalho, como, por exemplo, os técnicos de segurança que, por imposição de suas próprias tarefas, passam a maior parte do tempo estabelecendo e mantendo contatos com todos os operários das varias seções da fábrica. Quase toda a atividade executada pelos técnicos de segurança envolve relacionamento com outras pessoas. Por este motivo, ele deve estar atento a essas relações, deve procurar manter um ambiente, onde as comunicações possam se processar de forma aberta, confiante e adequada. Um ponto importante, que devemos levar em consideração, são as diferenças entre as pessoas. Saber que cada pessoa é especifica, original e possui reações próprias; que, em sua formação, cada uma foi marcada por realidades diferentes: meio familiar, escolar, cultural, social profissional, etc, e que cada indivíduo atuará em função de sua própria experiência de vida. Devemos saber, também que toda pessoa tem necessidades que dirigem o seu comportamento, as quais ela procura constantemente satisfazer. Não só as pessoas são diferentes entre si, mas também as necessidades variam de indivíduo para indivíduo. Esta grande diversidade pode se constituir em uma imensa riqueza humana, mas, de início, pode ser fonte de oposições violentas entre os indivíduos. Por estes motivos, devemos estar aberto para respeitar tais diferenças. Outro fator relevante é o que se refere aos Juízos de Valor acerca das pessoas. Normalmente, temos tendência para julgar os atos e as palavras dos outros em função da nossa própria experiência e de certos preconceitos. Este conformismo no julgamento é muito grave, pois nos arriscamos a classificar as pessoas por categorias e de forma definitiva. Deixamos, pois, de perceber o indivíduo tal como ele é, e de manter o diálogo, se não reagirmos rápida e eficazmente contra este tipo de atitude. Outro ponto a ser considerado é o Uso da Linguagem. A nossa linguagem pode constituir um obstáculo a comunicação e consequentemente afetar o relacionamento humano. E preciso, sempre, nos colocarmos no lugar da pessoa que esta nos ouvindo. Devemos usar um vocabulário adaptado à realidade com a qual estamos trabalhando, um vocabulário compreensível para todos. Um outro aspecto a ser focalizado é a Falta de Abertura. Muitas vezes, temos uma ideia ou tomamos uma posição para a qual tentamos, simplesmente, obter a aprovação dos outros, sem ouvi-los, sem dar atenção ao que eles pensam e dizem. Se nós fecharmos sobre nós mesmos, ficaremos limitados ao monologo, deixando de receber e aprender muitas informações valiosas para o nosso crescimento, e mesmo o aperfeiçoamento humano, em geral, estará sendo prejudicado. Estar disponível em relação ao outro exige um esforço permanente, mas compensador, porque, só assim, poderemos manter um autentico e profundo relacionamento, que invariavelmente gera satisfação. Como podemos observar, se as verdadeiras relações humanas são proveitosas e importantes de se praticarem pois evitam comportamentos desajustados que foram gerados por insatisfações; mantém o bem-estar individual e coletivo e, acima de tudo, proporcionam segurança, paz e tranquilidade aos indivíduos e à empresa. 99

196 3 - Dinâmica de Grupo Kurt Lewin, psicólogo alemão, e reconhecido por todos no campo da Psicologia de Grupo foi um dos primeiros teóricos e experimentadores das leis dinâmicas que regem o comportamento dos indivíduos em grupo. Para este autor, todos os grupos devem ser compreendidos como totalidade dinâmicas que resultam das interações entre os membros. Estes grupos adotam formas de equilíbrio no seio de um campo de forças, tensões e pelo campo perceptivo dos indivíduos". Estas forças, tais como: movimento, ação, interação, reação, etc., é que constituem o aspecto dinâmico do grupo e, consequentemente, afetam a sua conduta. A Dinâmica de Grupo como disciplina moderna dentro do campo da Psicologia Social, estuda e analisa a conduta do grupo como um todo, as variações da conduta individual de seus membros, as reações entre os grupos ao formular leis e princípios, e ao introduzir técnicas que aumentem a eficácia dos grupos. No campo da Psicologia Social, o grupo pode ser definido como uma reunião de duas ou mais pessoas que compartilham normas, e cujos papeis sociais estão estritamente intervinculados. No campo da Dinâmica de Grupo, os grupos são classificados em primários e secundários. O grupo primário é composto por um número reduzido de pessoas que se relacionam "face a face", ligadas por laços emocionais com relações diretas, mantendo-se um processo de associação e cooperação íntima. Exemplo: grupo de amigos, grupo familiar, grupo de estudo e o próprio grupo de trabalho. O fato de um grupo ser pequeno, não significa sempre que é um grupo primário. Para que exista, é preciso que haja interação entre os participantes, no qual cada membro deverá perceber cada um como pessoas individuais. Nos grupos secundários as relações se mantém mais frias, impessoais e formais. Estas se estabelecem através de comunicações indiretas, como é o caso das empresas, instituições, etc. O comportamento do grupo depende em grande parte do número de participantes. Este é um fator importante, no que diz respeito a produção e ao nível de desenvolvimento grupal. A delimitação exata de um pequeno grupo e de um grande grupo, varia segundo os diferentes autores. Estudiosos no assunto são unânimes em afirmar que o pequeno grupo não deve ultrapassar de 0 participantes, e que o ideal para a sua constituição é de 5 a 1 elementos, possibilitando assim, maior coesão, interação e participação. 4 - Objetivos da dinâmica de grupo a) ajudar o indivíduo a adquirir e desenvolver comportamentos mais funcionais que os utilizados até o momento; b) colaborar com o indivíduo no sentido de descentra-lo de si mesmo e situa-lo em relação aos outros; c) levar o membro do grupo a se perceber honestamente, em uma autocrítica objetiva e construtiva, onde o indivíduo terá possibilidades de perceber e solucionar seus problemas; d) ajudar o indivíduo a perceber o seu crescimento como algo positivo, dando ênfase ao potencial de cada um; e) oferecer condições para que o indivíduo tenha noção do seu próprio valor; f) levar o membro do grupo a um nível de responsabilidade individual pelos seus atos; g) desenvolver no indivíduo tolerância consigo e com os outros; h) levar o indivíduo a respeitar a variedade de opiniões e atos que existem nas pessoas; i) levar o indivíduo a integração e ajustamento nos grupos em que participa para uma atuação cada vez mais satisfatória, e uma participação cada vez maior. 5 - Desenvolvimento interpessoal - Treinamento em grupo Todo grupo é composto por pessoas que diferem uma das outras em sua maneira de ser e de executar um trabalho. Os indivíduos trazem para o grupo certas características que lhes são peculiares tais como: interesses, aptidões, desejos, inibições, frustrações, em outras palavras, suas personalidades. Todas essas características atuam como forças na dinâmica de grupo. Outras forças podem resultar da interação das pessoas. A integração e a transformação de todas essas forcas é a própria Dinâmica Interna do Grupo, e uma das forças internas mais importantes é a participação, o empenho pessoal e psicológico dos indivíduos no grupo. Quanto maior essa participação, mais favoráveis serão as atitudes dos indivíduos para com o grupo e tanto maior seu interesse pelo grupo. As pessoas que mais participam, são as que compreendem as finalidades e funções básicas do grupo, sentem-se seguras no desempenho de suas funções, conhecem a importância delas para o objetivo final e o funcionamento do grupo. A vida de um grupo passa por varias fases, e em cada uma delas, os membros atuam de formas diferentes, tanto em relação à etapa de vida do grupo como em relação aos demais membros. Dependendo do tipo de grupo (formal, informal, profissional, social, treinamento, etc.) e da fase em que se encontra, haverá certas funções a serem executadas por seus componentes. Algumas funções soam mais genéricas que outras, existindo em todos os grupos, e são desempenhadas pelos membros, para que o grupo possa mover-se ou progredir em direção às suas metas. O complexo processo de interação humana, exige de cada participante um determinado desempenho, o qual variará em função da dinâmica de sua personalidade e da dinâmica grupal na situação, momento ou contexto. Em todos os grupos em funcionamento, seus membros podem desempenhar eventualmente, alguns papeis nao-construtivos, dificultando a tarefa do grupo, criando obstáculos e canalizando energias para atividades e comportamentos não condizentes com os objetivos comuns do grupo. Estes papéis correspondem às necessidades individuais, às motivações de cunho pessoal, à problemas de personalidade, ou, muitas vezes, decorrem de falhas de estruturação ou da dinâmica do próprio grupo. 6. Responsabilidades de um bom participante Podem ser diversas as razões que motivam a nossa participação numa dinâmica de grupo, ou qualquer tipo de grupo, mas devemos estar abertos e atentos para os seguintes pontos básicos: ajudar a estabelecer um clima positivo no grupo, tentando, quando possível, auxiliar os outros, sendo cooperativo; participar e contribuir para as discussões; ter consciência das suas necessidades; visar principalmente as necessidades grupais; perceber como as interações individuais afetam o grupo; auxiliar os participantes quando estes tiverem dificuldade em comunicar-se; respeitar os membros do grupo como seres humanos; manter o dialogo e não o monologo; discutir as dificuldades que você tem em relação ao grupo; controlar as reações agressivas; expor com clareza as sugestões e pontos de vista; não permitir que você ou outros membros, assumam papeis de ajudante; comunicar-se clara e objetivamente; ouvir e atender o outro participante; 100

197 integrar-se totalmente a vida do grupo, sem perder a sua própria individualidade e originalidade. 7 - Papel do coordenador na Dinâmica de Grupo O coordenador da Dinâmica de Grupo deve ser acima de tudo um educador. Sua tarefa prioritária é criar condições tais, que os treinandos possam aprender e crescer como pessoas, confiando em si e nos outros, como recursos valiosos para a aprendizagem. Isto é possível quando o coordenador expressa expectativas positivas e incentiva a participação de cada treinando; quando e capaz de aprender com os outros membros a fornecer e receber informações; quando respeita e aceita todos os membros do grupo. Deve ouvir atentamente, todas as pessoas do mesmo modo, mesmo que tenha ideias preconcebidas sobre este ou aquele participante. A vida do grupo será mais fecunda se cada membro do grupo e coordenador fornecer a sua contribuição, colocando a serviço de todos a competência e as qualidades que possui. A integração não se realizará no interior de um grupo e, em consequência, sua criatividade não poderá ser duradoura, se as relações interpessoais entre todos os membros do grupo não estiverem baseadas em comunicações abertas, confiantes e adequadas. Grupo de interesse A função geral de vincular governantes e governados é desempenhada por vários tipos de instituição, como partidos políticos, movimentos sociais ou meios de comunicação de massa. Tal tarefa, no entanto, pode ser exercida por grupos de interesse, expressão que os cientistas políticos contemporâneos preferem à tradicional "grupos de pressão", por ser mais abrangente do que aquela. Grupo de interesse é o conjunto de indivíduos que procura defender determinada causa comum junto a órgãos oficiais, para o que utiliza os meios legítimos ou tolerados que estiveram a seu alcance. Do ponto de vista do governo, essa é também uma oportunidade de se manter informado das necessidades e reivindicações dos diferentes setores da sociedade. O interesse em torno do qual o grupo se organiza deve ser entendido em sentido amplo. Seu conteúdo pode coincidir com uma reivindicação de caráter estritamente econômico até a defesa de uma causa concernente ao bem-estar da sociedade, ou a posições ideológicas que expressam o ponto de vista de uma camada da população. A expressão "grupo de interesse" pode ser aplicada, portanto, a associações patronais, a sindicatos de empregados, a associações profissionais e aos diversos grupos que se organizam para pleitear algo em favor dos moradores de um bairro, dos praticantes de uma religião, dos defensores de causas beneficentes, ideais, morais e outras. É próprio do grupo de interesse não pretender ocupar o lugar do governo, mas apenas influir sobre as decisões oficiais. Desse modo, os grupos de interesse distinguem-se claramente dos partidos políticos. Atuação. Os padrões de relacionamento entre os grupos e o governo podem ser formais ou informais. São exemplo dos primeiros as relações institucionalizadas que têm lugar mediante canais legais de acesso ao governo, e compreendem o comparecimento perante comissões legislativas, órgãos ministeriais, departamentos ou agências do executivo. Outro padrão consiste nos contatos informais, que incluem vasta gama de relações. Os grupos, ou seus representantes, podem estabelecer relações informais com legisladores ou funcionários públicos, valendo-se da existência de pontos de aproximação, como é o caso de pessoas de mesma origem regional ou social, que frequentaram a mesma escola ou têm amigos ou parentes comuns. Além disso, são ainda usados como recursos para a criação e manutenção dessas relações informais a participação em reuniões, almoços, passeios e outras formas de entretenimento. Com base nos contatos assim estabelecidos, as relações podem assumir formas que vão da persuasão e troca de favores até o suborno. A representação direta no governo é uma possibilidade facultada aos grupos que dispõem de meios para tanto. Assim, um sindicato que conte com grande número de filiados e se disponha a articular-se com um partido político tem chances de pôr seus próprios representantes nos órgãos legislativos. Já para os grupos pouco expressivos quanto ao número de associados, mas economicamente poderosos, torna-se mais fácil influir na escolha de funcionários para as assessorias burocráticas ou técnicas, e mesmo na nomeação de ministros, do que guindar seus próprios representantes ao nível das posições legislativas. Legitimidade. Os métodos utilizados pelos grupos tendem a variar em cada sociedade, em função do grau de legitimidade atribuído a suas atividades. No Reino Unido, por exemplo, a interação entre os administradores e os representantes dos grupos tende a ser frequente, aberta e institucionalizada, uma vez que ambas as partes encaram como necessária e normal a adoção do sistema de consulta mútua como método de tomada de decisões. Na Itália, a influência exercida pelos grupos tende a ser vista com desconfiança e não se acredita que dela possam resultar reais benefícios para a coletividade. Em consequência disso, os grupos tendem a adotar um estilo de atuação mais encoberto e menos formalizado. Nos Estados Unidos, onde certas atividades dos grupos de interesse são regulamentadas por lei, existem escritórios de assessoria dedicados a promover, em caráter profissional, os interesses de qualquer cliente que contrate seus serviços. O Federal Regulation of Lobbying Act (regulamento federal da lei sobre grupos de interesse), de 1946, obriga todas as pessoas que pretendam influir no processo legislativo a se registrarem no Congresso, declarando a que projeto de lei se opõem ou qual defendem, quem as está empregando e quais são as despesas envolvidas no caso, desde a remuneração que recebem até os gastos que pretendem fazer para conquistar a colaboração de funcionários e políticos. No Brasil, a atividade dos grupos de interesse é mais conhecida pela palavra inglesa lobby. Reveste sentido pejorativo quando se refere à prática tradicional dos representantes ("lobistas") de grandes empresas, especialmente empreiteiras interessadas em contratar irregularmente obras públicas milionárias. Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. DINÂMICA DE GRUPOS Os grupos humanos têm vida própria e peculiar, que ultrapassa as características dos indivíduos que os compõem e se manifesta não só na relação de um grupo com outro, mas também, e principalmente, nas relações que os membros de um grupo mantêm entre si. Do ponto de vista teórico, a dinâmica de grupos é uma área das ciências sociais, em particular da sociologia e da psicologia, que procura aplicar métodos científicos ao estudo dos fenômenos grupais. Do ponto de vista aplicado ou técnico, a dinâmica de grupos é o método de trabalho baseado nessa teoria. O estudo da dinâmica de grupos iniciou-se em 1946, quando teve início a atividade de Kurt Lewin e alguns de seus colaboradores no Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Em cada grupo, composto de aproximadamente dez membros, eram levadas a termo discussões e dramatizações, cuja evolução era observada por um pesquisador. Não demorou a descobrir-se que aquele era um poderoso método de educação e terapia. O novo método recebeu o nome de T-Group, grupo de aprendizagem ativo no qual cada participante encontra seu papel, que não é definido de antemão, e explicita sua capacidade ou sua resistência para executar a tarefa, bem como para submeter-se à influência dos demais participantes. Nesse sentido, a dinâmica de grupos se configura como instrumento de adaptação e meio de integração pessoal. Terapia de grupos. Após a segunda guerra mundial, o grande número de soldados que necessitavam de tratamento psicológico incentivou os psiquiatras a experimentarem a terapia de grupo. Até então, embora reconhecessem a influência dos grupos no comportamento das pessoas, os médicos defendiam a importância da privacidade da relação entre médico e paciente. Os novos métodos se revelaram eficazes e, nos anos do pós- 101

198 guerra, a terapia de grupo se desenvolveu rapidamente e acabou se estendendo ao trabalho de psicologia clínica e de aconselhamento, bem como ao de assistentes sociais. As técnicas de terapia de grupos são tão variadas quanto as de terapia individual, mas todas se assemelham na ênfase que dão ao alívio das tensões mediante ações diretas ou na criação de uma atmosfera grupal favorável ao autoconhecimento e ao amadurecimento pessoal. Psicologia humanista. Antes mesmo de 1960, o psicólogo americano Carl Rogers passou a trabalhar com grupos mais orientados para os aspectos emocionais do que para a aprendizagem de comportamentos. Rogers, junto com Fritz Perls, desenvolveu uma prática que denominou psicologia humanista cuja aplicação grupal devia permitir o desenvolvimento das aptidões pessoais num ambiente de equilíbrio e de integração pessoal, e favorecer o encontro profundo com o outro. Esse encontro, que pode ser ou não pessoal, é favorecido quando existe uma transparência e disponibilidade, permitindo que se transcenda a individualidade e se atinja um estado de paz e felicidade. Nesse caso, o grupo se transforma num ponto de encontro básico, com apoio de um moderador que deve atuar como catalisador dos processos afetivos interpessoais. Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. Empatia Você pratica a empatia com alguém? Descubra por Rosemeire Zago Como você se sente quando está contando algo muito triste que te aconteceu e percebe que a pessoa que supostamente está te ouvindo demonstra um leve sorriso no rosto ou continua atenta ao que está passando na TV? Ou ainda, muda de assunto com uma piada nada conveniente para o momento? Péssimo, não é mesmo? Sente-se como tivesse falando com uma parede ou pedra, fria, insensível, dura! Alguém que demonstra ser incapaz de sentir o que você está sentindo. Você se sente incompreendido, e muitas vezes até se arrepende de ter contado aquilo para tal pessoa. Promete a si mesmo que não contará mais nada para ela devido a sua falta de sensibilidade. Não é apenas o que a outra pessoa nos fala que faz com que nos sintamos compreendidos, mas principalmente suas expressões faciais, seu corpo, se nos envolve, se nos toca com um profundo abraço, se nos compreende com seu olhar ou se nos olha com indiferença ou com alguma expressão contrária aquilo que estamos sentindo. Mas e aquelas pessoas que fazem com que nos sintamos à vontade e temos cada vez mais desejo de falar, falar? Elas têm o que chamamos de empatia, ou seja, a capacidade de se colocar no lugar da outra pessoa e tentar "ver com os olhos dela". O que é empatia O termo empatia foi utilizado pela primeira vez por E.B. Titchener, psicólogo, e o termo origina-se do termo grego empátheia, que significa "entrar no sentimento". Para alcançarmos este estágio é necessário deixar de lado nossos próprios pontos de vista e valores para poder entrar no mundo do outro sem julgamentos. E como isso é difícil de fazer! Geralmente, nem acabamos de falar e já estamos sendo julgados. Isso, quando não tentam nos interromper com opiniões, ainda que nem tenhamos pedido, só queríamos falar, desabafar. Sabemos que isso nem sempre é fácil de encontrarmos nas relações, mas é o que esperamos quando contamos algo para alguém: sermos ouvido em todos os sentidos e mais importante, sentir que o outro está nos compreendendo, seja com um gesto ou um simples olhar, mas que demonstra de alguma forma sentir nossa dor. É preciso deixar claro que empatia não tem nada a ver com necessidade compulsiva de realizar desejo alheios, de ajudar e de servir. E também é muito diferente da simpatia, que é algo que sentimos pelo que o outro está vivenciando, sem entretanto, sentir o que ele está sentindo. E muito menos tem haver com alexitimia, que se refere a pessoas que não conseguem identificar e nem descrever seus sentimentos. A empatia também é a primeira condição para a prática da psicoterapia. É preciso ter uma percepção do mundo do outro como se fosse o seu próprio, o que leva a pessoa a desenvolver sua auto-estima, pois sente que é importante e que seus sentimentos são considerados. A empatia muitas vezes é tudo que uma pessoa precisa, pois geralmente não encontra isso dentro da própria família. E é a falta dessa compreensão que faz com que muitos relacionamentos terminem. Como desenvolver a empatia Mas como alguém pode saber o que sentimos? Entrando em sintonia com nossa dor física ou emocional. É reconhecer as emoções ou necessidades do outro. E para desenvolver essa capacidade é preciso que a pessoa saiba antes de tudo ouvir e respeitar as próprias necessidades e dores. Tratar-se com empatia, ser compreensivo consigo mesmo como gostaria que fossem com você é característica básica para o autoconhecimento. Empatia começa com a capacidade de estar bem consigo mesmo, de perceber as coisas que não gosta dentro de você e as coisas desagradáveis da sua personalidade. Pessoas com dificuldade de entender o outro muitas vezes demonstram que possivelmente não receberam compreensão em suas necessidade e sentimentos durante sua vida. Se suas próprias necessidades não foram supridas como poderá entender as necessidades de alguém? A base e a prática da empatia A empatia se baseia na capacidade de se colocar no lugar do outro; na percepção daquilo que as pessoas estão sentindo ou passando e na habilidade de ouvir com carinho e atenção aquilo que estão nos comunicando e isso deve ser feito não só através de palavras, mas também nos gestos, o tom de voz, e especialmente, nas expressões faciais. É preciso colocar o sentimento à frente das palavras. Conseguindo se colocar no lugar do outro, você se sensibiliza com as dificuldades e o sofrimento, e é isso que nos torna mais humanos e nos possibilita realmente ajudar alguém. Entrar em contato com os próprios sentimentos é a base para desenvolver a empatia. Como alguém que despreza as próprias necessidades e sentimentos poderá compreender as necessidades do outro? Para desenvolver a empatia procure ouvir com a intenção de entender e não de argumentar, como faz a maioria das pessoas, sempre atentas para saberem onde podem discordar. Deixe as pedras de lado se deseja ter uma comunicação verdadeira com alguém. A essência de escutar com empatia não é concordar, mas entender profundamente o que o outro quer dizer e principalmente, o que está sentindo. Como é reconfortante ter alguém que nos compreenda e a sensibilidade é a principal característica para essa sintonia. Sensibilidade não só com o outro, mas para consigo mesmo. As pessoas que têm empatia aprenderam desde cedo que os sentimentos devem ser respeitados, começando pelos próprios. E se não receberam isso na infância, sempre é tempo de aprender. Um bom exercício para isso é aprender a escutar a si mesmo, respeitando acima de tudo, os próprios sentimentos. Afinal, só conseguimos dar ao outro aquilo que temos por nós mesmos! IMPORTÂNCIA DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS NA EMPRESA As Relações Interpessoais desenvolvem-se em decorrência do processo de interação. Em situações de trabalho, compartilhadas por duas ou mais pessoas, há atividades predeterminadas a serem executadas, bem como interações e sentimentos recomendados, tais como: comunicação, cooperação, respeito e amizade. Na medida em que as atividades e interações prosseguem, os sentimentos podem ser diferentes dos indicados inicialmente e então, inevitavelmente, os sentimentos influenciarão as interações e as próprias atividades. Assim, sentimentos positivos de simpatia e atração provocarão aumento de produtividade. Esse ciclo "atividades-interações-sentimentos" não se relaciona diretamente com a competência técnica de cada pessoa e sim com o equilíbrio 10

199 emocional de cada indivíduo originando a harmonia do grupo. Quando uma pessoa começa a participar de um grupo, há uma base interna de diferenças que englobam conhecimentos, informações, opiniões, preconceitos, atitudes, experiências anteriores, gostos, heranças, valores e estilos comportamentais, o que traz inevitáveis diferenças de percepções e opiniões em relação a cada situação compartilhada pelo grupo. Como essas diferenças são encaradas e tratadas determinará a modalidade de relacionamento entre o membro do grupo, seus colegas de trabalho, superiores e camadas hierárquicas abaixo dele. A maneira de lidar com diferenças individuais cria um certo clima entre as pessoas e tem forte influência sobre toda a vida em grupo, principalmente nos processos de comunicação, no relacionamento interpessoal, no comportamento organizacional e na produtividade. O relacionamento interpessoal pode tornar-se produtivo a partir do desenvolvimento pessoal e manter-se harmonioso e prazeroso, permitindo o trabalho cooperativo em equipe, com integração de esforços, conjugando energias, conhecimentos e experiências ou tornar-se muito tenso, conflitivo, levando à desintegração de esforços, à divisão de energias e crescente deterioração do desempenho grupal quando por falta de visão, de consciência do ser humano em relação ao seu desenvolvimento pessoal, emocional e profissional. A liderança e a participação eficaz em grupo dependem, essencialmente, da competência interpessoal do líder e dos seus membros. O trabalho em equipe só terá expressão real se alcançar a tão desejada e propalada sinergia para obter muito mais do que a simples soma das competências técnicas individuais como resultado conjunto do grupo. O caminho para essa convivência salutar deve partir daquele que conhece, enfim, a natureza do seu papel na sociedade e tem consciência de sua responsabilidade perante seu grupo social e profissional. Yolanda Fernandes Liderança A ideia da liderança vinculada aos atributos pessoais do líder predominou até o início do século XX. Modernamente, entende-se liderança como uma função organizacional, subordinada à dinâmica de grupo. Liderança é o processo de estímulo pelo qual, mediante ações recíprocas bem-sucedidas, as diferenças individuais são controladas e a energia humana que delas deriva se encaminha em benefício de uma causa comum. Esse conceito, decorrente das contribuições do movimento gestaltista, apoiado nas obras dos psicólogos Kurt Lewin e Kurt Koffka, contraria o que predominava no início do século XX, segundo o qual a liderança se vincula estritamente aos atributos pessoais do líder. Tal conceito se expressa, de forma radicalizada, na tese do líder nato. Segundo a perspectiva que subordina a liderança à dinâmica de grupo, o estudo da matéria deve envolver não apenas a pessoa do líder como os demais integrantes do grupo; não apenas as pessoas, como também as relações que se estabelecem entre elas; não apenas o meio, como os fatores históricos e culturais que sobre ele atuam. A liderança, portanto, não é condição passiva ou reunião de certos traços ou combinações de traços, mas se produz na interação dos membros do grupo como expressão de ativa participação e demonstração de capacidade para conduzir cooperativamente à realização de metas. Dentro dessa perspectiva, equiparou-se o líder a uma figura que emerge de um fundo ou contexto e a ele permanece vinculado por meio de contínua troca de influências. Formas de liderança. Distinguem-se várias formas de liderança, combinando diferentes critérios de classificação, fundados na origem dessa capacidade, em sua extensão ou na técnica de exercitá-los. Carismática. Assim denominada por Max Weber, a liderança carismática, supostamente de origem sobrenatural, é aceita pelo grupo em períodos de pesadas frustrações e depressões coletivas. Reformista. Os representantes da liderança reformista se caracterizam pela imensa carga de hostilidade e agressão de que são portadores. Seus dotes oratórios e capacidade de persuasão são capazes de gerar notáveis efeitos de destruição no campo das instituições e sistemas de organização social. Executiva. Supostamente presente nas grandes organizações, a liderança executiva se caracteriza principalmente pela habilidade organizadora e capacidade de orientação das forças coletivas. Coercitiva. A liderança coercitiva, também chamada autoritária, caracteriza-se pela total absorção do poder de decisão e peculiar distância social que separa a personalidade que a exerce da coletividade sobre a qual atua. De tarefa e socioemocional. A liderança de tarefa tem como característica principal a estruturação de ideias e a iniciativa na solução de problemas, enquanto a liderança socioemocional funciona como fator de escoamento de tensões e promoção do moral. Estatutária e espontânea. O poder de influência e as funções de direção do líder por delegação estatutária decorrem de imposições legais. A rigor, tais líderes não se revestem de autenticidade e em pouco tempo se deixam anular pela maior habilidade de organização e iniciativa dos líderes espontâneos, ou passam a exercer formas autoritárias de ação. Autoritária e democrática ou liberal. O conceito de liderança autoritária coincide com o da coercitiva. Define-se pela competência exclusiva do líder na determinação dos objetivos do grupo, em cuja discussão e fixação os liderados são totalmente excluídos. A liderança democrática se caracteriza pela preocupação de, tanto quanto possível, incorporar os liderados nas tarefas de direção. Funções desempenhadas pelos líderes. As funções de que se investem os líderes podem ser primárias, quando se mostram essenciais ao desempenho da liderança, ou secundárias, quando decorrem da própria posição assumida pelo líder. São funções primárias: (1) a de diretor ou coordenador das atividades do grupo, que pode ser distribuída e delegada; () a de planejador dos meios capazes de possibilitar a total realização dos objetivos visados pelo grupo; (3) a de especialista e centro de informações; (4) a de representante externo do grupo; (5) a de árbitro e mediador, com a decorrência natural de punir e distribuir recompensas. São funções secundárias: (1) a de apresentar-se como símbolo do grupo; () a de ideólogo que, como a anterior, está muito vinculada à liderança autoritária, mais que à liberal; (3) a de figura paternal; (4) a de bode expiatório ou vítima propiciatória, em condições de crise ou consequente estado de depressão. No que toca às expectativas em torno da conduta dos líderes, há que observar algumas: (1) o líder deve agir de maneira a ser percebido pelos integrantes do grupo como um de seus membros; () os valores e as normas consagradas pela coletividade devem ter sido incorporados no líder; (3) o grupo deve poder beneficiar-se da investidura do líder, destacado dos demais por suas qualificações; (4) ao líder cabe a tarefa de corresponder às expectativas do grupo. As sociedades modernas deram origem a vasto número de situações potenciais de liderança nos setores de política, economia, lazer, trabalho etc. Ante a complexidade dos grupos de interesses sociais, a autoridade subdividiu-se, de forma a suprir as necessidades situacionais e atingir os objetivos específicos de cada grupo. A exigência de uma liderança eficiente e empreendedora no campo político decorre do crescimento do estado e da economia, particularmente no século XX, em face da rivalidade internacional com vistas ao progresso econômico. O líder moderno deve ser recrutado para cumprir objetivos sociais e políticos, com base no merecimento e no conhecimento especializado. Seu campo de ação é regulado por leis e normas jurídicas. Essa conceituação moderna difere essencialmente da tradicional, em que poderosos e rígidos sistemas autocráticos e de classes fechadas atribuíam aos líderes valores especiais de dominação. Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. Personalidade De persona, "máscara" ou "personagem de teatro", veio a palavra personalidade, o conjunto de qualidades que definem uma pessoa. A psicologia estuda as diferenças e semelhanças entre as pessoas e busca terapias para corrigir os transtornos de personalidade. 103

200 Personalidade é o termo utilizado para designar a organização dinâmica do conjunto de sistemas psicofísicos que determinam os ajustamentos do indivíduo ao meio em que vive. Tem, pois, várias características: (1) é única, própria a um só indivíduo, ainda que este tenha traços comuns a outros indivíduos; () é uma integração das diversas funções, e mesmo que esta integração ainda não esteja concretizada, existe uma tendência à integração que confere à personalidade o caráter de centro organizador; (3) é temporal, pois é sempre a de um indivíduo que vive historicamente; (4) não é estímulo nem resposta, mas uma variável intermediária que se afirma, portanto, como um estilo pela conduta. No estudo da personalidade registram-se duas teorias opostas: a caracterologia e a psicologia das personalidades, ou personologia, na terminologia de Henry Alexander Murray. Para a primeira, personalidade é um conjunto de traços mais ou menos fundamentais que, agrupados, formam tipos em número limitado, aos quais podem ser reduzidos todos os indivíduos. A personalidade será então uma estrutura fundamental estável, analisada em seu comportamento atual. Já a personologia busca os fatores dinâmicos da conduta, as motivações, os complexos centrais que influem na integração da personalidade. No que tange à psicologia da personalidade, a teoria volta-se para sua função integrativa, considerando-a de um ponto de vista histórico, num esquema evolutivo. Aspectos. No estudo da personalidade devem ser observados quatro aspectos: (1) Dados psicofisiológicos, provenientes da hereditariedade e maturação em relação constante com o adquirido. O ponto de vista mais aceito quanto à relação entre hereditariedade e meio é o de uma interação. Os efeitos da hereditariedade e do ambiente não são meramente somados, mas a extensão da influência de um fator depende da contribuição do outro. Os dados psicofisiológicos podem ser considerados como produto da hereditariedade e do meio. Assim, uma pequena diferença de hereditariedade e uma ligeira modificação do ambiente podem produzir uma enorme diferença da personalidade. () Transformações da conduta e fixação de tipos de comportamento. As transformações dependem de diversos fatores: (a) tendências elementares ou adquiridas, inatas ou surgidas com a maturação, que suscitam e dirigem o comportamento; (b) operações já existentes, instintivas ou adquiridas, que formam o fundamento da transformação, seja por assimilação a um novo todo, seja por dissociação; (c) obstáculos sociais ou modelos culturais, cuja influência foi valorizada pela psicanálise; (d) variabilidade pessoal, a personalidade em formação, que proíbe ou facilita certas possibilidades, na qual se destaca o funcionamento da autodeterminação. A fixação das condutas mais complexas que substituem as condutas inadequadas pode ser explicada pelo que a psicologia experimental chama de lei do efeito, e a psicanálise de princípio da realidade: permanecem as condutas que levam a um resultado favorável. (3) Determinismo social e cultura. Observações de psicólogos e antropólogos dão exemplos de diversidade de comportamento com referência à percepção, memória e julgamento estético, segundo o tipo de grupo social. As diferenças culturais também interferem no conceito de comportamento normal e anormal, que exigem referência a um tipo determinado de norma social. Mesmo comportamentos anteriormente considerados básicos da natureza humana são entendidos, na atualidade, como produtos de determinado tipo de cultura. (4) Condições de unidade do ego e de identidade pessoal. Tais condições são estudadas pela psicologia evolutiva e pela psicanálise. A tarefa principal do indivíduo será manter essa unidade, apesar das modificações do tempo e das situações dispersivas. A história individual deve ser vista em seu quadro social, no âmbito do movimento evolutivo das sociedades. Métodos experimentais. São estes os principais métodos experimentais empregados no estudo da personalidade: (1) escalas de avaliação, nas quais os traços aparecem numa escala e o examinador deve classificar o examinado pela cotação dos diversos traços: () questionários, série de perguntas ao examinado, sobre motivações, atitudes, interesses etc.; (3) técnicas projetivas, com estímulos pouco estruturados, algumas mais sujeitas que outras a alguma correção. De todos esses métodos, o mais utilizado é o da entrevista, raramente dispensada pelo avaliador da personalidade de um indivíduo. Existem vários tipos de entrevista e os dados obtidos por esse meio com frequência modificam a avaliação final da personalidade cujos dados haviam sido indicados anteriormente por outros métodos. Durante muito tempo, a psicologia atribuiu grande importância aos métodos ditos morfológicos de descrição da personalidade, tais como os elaborados por especialistas como William Herbert Sheldon e Ernst Kretschmer, ambos proponentes de tipologias em que determinadas características de personalidade eram associadas a tipos físicos. A relação entre biótipo e tipo psicológico não é mais considerada tão importante pelos especialistas, embora não deixe de fornecer subsídios ao estudo da personalidade humana. Teorias psicanalíticas. Para Sigmund Freud, a estrutura da personalidade é formada por três instâncias: id, ego e superego. O id é inato, e dele deriva a energia necessária à formação do ego e do superego. Tanto o que é herdado psicologicamente quanto os instintos já existem no id no momento do nascimento. As necessidades do id são atendidas pelos processos primários e pelos atos reflexos. À medida que a criança entra em interação com o ambiente, atos reflexos e processos primários passam a ser insuficientes para reduzir a tensão psicológica provocada por agentes internos e externos, e o ego se estrutura para estabelecer contato com a realidade exterior. Por intermédio dos processos secundários, encontra então na realidade os objetos adequados à reestruturação do equilíbrio desestabilizado por tensões psíquicas. O prosseguimento das interações com o meio conduz à formação do superego, ou seja, a internalização do julgamento moral, em que atuam o eu-ideal e a consciência. O eu-ideal se manifesta por meio de injunções a respeito de como a pessoa deve agir em relação a suas aspirações e a consciência estabelece o que ela não pode fazer. Personalidade básica. O conceito de personalidade básica surgiu da colaboração entre o antropólogo Ralph Linton e o psicanalista Abraham Kardiner. Com base em trabalhos de Linton sobre populações de Madagascar e das ilhas Marquesas, Kardiner realizou análises para verificar a existência de correlações entre as instituições da cultura e a personalidade. Desses primeiros estudos, base de trabalhos posteriores sobre cultura e personalidade, surgiu o conceito (mais produto de reflexão teórica que de trabalho de campo) de personalidade-base, ou personalidade básica, para definir condutas e atitudes comuns à maioria dos integrantes de um grupo. Só após as primeiras ideias formuladas por Kardiner é que se fizeram experiências de campo, na década de Kardiner compreendia a existência de certos padrões fixos de pensamento e ação, aceitos em geral por um grupo de indivíduos e que podem causar distúrbios a estes, quando violados. As instituições primárias são formadas por certos desejos do indivíduo, independentemente de seu controle (como apetite, sensualidade etc.), e vão compor a estrutura da personalidade-base. Esta estrutura dá origem a outras instituições, de caráter secundário, que atuam para aliviar tensões. É exemplo de uma instituição secundária a maneira pela qual os membros de uma cultura solicitam a proteção divina. Se bem que o conceito de divindade seja universal, o modo de solicitar sua proteção varia enormemente de povo para povo, em geral como decorrência de experiências criadas na mentalidade da criança e dos objetivos definidos pela sociedade. Esta variação de experiências indica que a estrutura da personalidade-base é formada de elementos comuns à personalidade da maioria dos membros individuais de uma cultura dada. Surgida na década de 1930, a formulação do conceito de personalidade-base teve seu mais amplo desenvolvimento na década seguinte, quando foi comprovado por experiências de campo. Cora Dubois estudou os nativos da ilha de Alor, na Melanésia, e encontrou três componentes da personalidade: uma estrutura básica que pode ser fisiológica e comum a toda a humanidade; tendências individuais da personalidade; e formas culturais que atuam sobre os dois primeiros componentes e ocasionam certas tendências centrais, que podem ser denominadas personalidade modal. Nesse mesmo período, Linton realizou estudos que comprovaram sua hipótese de que a estrutura básica da personalidade se refere mais a certos denominadores comuns da personalidade de todos os membros de um grupo. A teoria da personalidade-base trouxe considerável avanço para as relações entre antropologia e psicologia, e sua aplicação por especialistas de 104

201 uma ou de outra dessas disciplinas conduziu a uma soma de dados e de material científico valiosa para o desenvolvimento das ciências sociais. Com a segunda guerra mundial, aumentaram os estudos sobre diferentes culturas, e o conceito de personalidade-base tomou a denominação de caráter nacional. Os estudos sobre o caráter nacional desenvolveram-se principalmente a partir de uma unidade psíquica da humanidade, diferenciando-se cada cultura como resultado de escolhas e rejeições operadas sobre os dados culturais comuns a uma certa área geográfica. Foi este o método utilizado por Ruth Benedict ao estudar o caráter nacional japonês, em seu livro The Chrysanthemum and the Sword (1946; O crisântemo e a espada). Além de descrever a cultura japonesa, a autora conceituou o princípio da configuração única de cada cultura e de cada conjunto de tradições históricas. O comportamento de cada grupo nacional pode ser analisado em relação a situações particulares e a atitudes e comportamentos de outros grupos nacionais. Este é o caráter nacional, que a rigor é o mesmo conceito de personalidade-base, ou seja, uma configuração psicológica particular própria dos membros de uma sociedade dada, que se manifesta por um certo estilo de vida sobre o qual os indivíduos limitam suas variantes singulares. Esta configuração é formada por um conjunto de traços. É a personalidade-base não porque constitua exatamente uma personalidade, mas por ser a base da personalidade dos membros do grupo, a matriz sobre a qual os traços de caráter se fixam e se desenvolvem. Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. Uma Nova Imagem para o Servidor Público Durante as últimas décadas, o Servidor Público foi alvo, por parte da mídia, de um processo deliberado de formação de uma caricatura, que transformou sua imagem no estereótipo do cidadão que trabalha pouco, ganha muito, não pode ser demitido e é invariavelmente malandro e corrupto. Com raríssimas exceções, presentes aliás em qualquer profissão ou ramo social, sabemos que tal imagem é falsa e ardilosamente mentirosa. Sabemos também que é difícil contrapor, mesmo com argumentos verdadeiros e inteligentes, a tantos anos de bem feita propaganda negativa pela mídia. Essa verdadeira lavagem cerebral é levada a cabo a mando de segmentos sociais privilegiados, que sentem-se prejudicados em não poder exercer plenamente os desmandos do capital e do poder. O bloqueio das ingerências dessa classe dominante dá-se, visivelmente, por conta do heroísmo das diversas instituições do poder público e seus servidores, as quais somente conduzidas e representadas por servidores públicos estáveis, capacitados e bem remunerados, podem refutar os ataques subversivos da alternância do poder e do crescimento e concentração do capital. Assim urge necessária uma nova estratégia, permanente e progressiva, de esclarecimento da sociedade civil, a fim de desmistificar a função pública, mostrando o porquê de sua existência e necessidade, o porquê de sua necessária e constante valorização. O cidadão, mesmo bem atendido por um servidor público, o que sabemos que é a regra, embora só sejam divulgadas as exceções, não consegue sustentar uma boa imagem do serviço e do servidor públicos, pois a mídia e o estereótipo negativo por ela criado tratam logo de desmanchar a boa impressão, convencendo o cidadão, em seu íntimo, de que aquele bom atendimento recebido fora, quem sabe, sorte. O convencimento da opinião pública através da mídia é uma prática política e social largamente utilizada por quase todos os setores sociais, a fim de defender seus interesses e promover sua reivindicações. Infelizmente tal ação é praticada, principalmente as de maior poder de penetração social, para defesa de interesses puramente econômicos. Raras são as campanhas de mídia e tentativas de convencimento e formação de opinião pública que defendem o interesse coletivo, estas geralmente patrocinadas por organizações não governamentais de defesa da infância, do meioambiente, sindicatos, entre outras. Não estamos falando aqui de campanhas milionárias de marketing. Vemos diariamente na mídia esses setores sociais organizados praticando seus lobbies, influindo nas pautas dos Jornais e Telejornais, dos programas de auditório e dominicais e até na criação das telenovelas, trazendo à tona não a discussão sobre o tema, mas o seu próprio posicionamento, a fim de influir a opinião pública, induzindo a sociedade a pensar dessa ou daquela maneira. Senhores respeitáveis, críticos de revistas, jornais e noticiários de televisão, moldam o pensamento popular ao bel prazer de seus endinheirados anunciantes, em clara oposição ao interesse público. A estratégia aqui rascunhada, para obter resultados satisfatórios, deve ser implementada, necessariamente, em caráter permanente e de longo prazo, já que desmistificar um estereótipo social é sabidamente uma tarefa de paciência e que demanda, principalmente, tempo. Para o sucesso de uma campanha institucional deste porte é imprescindível a continuidade das ações, sob pena de os valiosos e dispendiosos esforços depreendidos na conquista de posições favoráveis à imagem do Servidor Público percam-se em uma breve interrupção das ações institucionais, pois os ataques da mídia ao serviço público certamente não cessarão. Essa continuidade de ações, por seu tempo, depende de garantia por parte dos sindicatos, federações e até das confederações e coordenações nacionais, se possível de forma estatutária, dos recursos necessários, humanos e financeiros, de modo que se possa tornar tal campanha institucional como uma rubrica indispensável nos orçamentos e planejamentos das administrações sindicais. Muitas ideias simples, baratas e de fácil implementação, para positivar a imagem do servidor público e acabar com o estereótipo do paletó na cadeira, pipocam por este país, nos mais diversos setores do serviço público. Porém, são ações que, de forma isolada, dificilmente surtiriam algum efeito positivo, o que as faz se dissiparem antes mesmo de postas em prática. O que faz falta é a canalização e aprimoramento desses assuntos por uma equipe multidisciplinar, a fim de transformarem-se ideias em iniciativas positivas e, na prática, de forma lenta, sistemática e contínua, através da utilização dos vários mecanismos de convencimento e de mídia, iniciar o processo que resultará numa sociedade na qual se possa defender o servidor público como um esteio das instituições democráticas, primordiais para a soberania, liberdade e defesa dos direitos mais elementares. Por menores a mais demorados que sejam os resultados, serão sempre satisfatórios e de longa duração, pois desde sempre a impopularidade do serviço público só cresce e, a estagnação ou o recuo deste quadro de impopularidade serão vitórias demoradas mas imprescindíveis para alavancar e facilitar as demais conquistas almejadas por esses valorosos cidadãos brasileiros: os servidores públicos municipais, estaduais e federais das três esferas de poder. Sergio Amorim dos Santos A OPINIÃO PÚBLICA, OS RICOS E O "CANSEI" - ATUALIZADO (0/08) Há uma hostilidade contra o "Cansei" que é compreensível. Ela provém do pessoal que apoia o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. É razoável que quem apoia o governo tente desqualificar quem é contra o governo, vocês não acham? Não é desejável, mas é compreensível. Especialmente num ambiente de radicalização política. Incompreensível, para mim, é a atitude das pessoas que vivem descendo a lenha no governo federal e também achincalham o "Cansei". Pensei um pouco antes de escrever este post, porque normalmente reluto quando é para discutir o comportamento da opinião pública. Mas como este texto tratará de generalidades e abstrações acho que ninguém vai se ofender. Aquela hostilidade contra o "Cansei" que nasce exatamente da oposição a Lula me deixa, como disse, com a pulga atrás da orelha. Matutando e tentando ligar as coisas. Faz tempo, por exemplo, que eu desconfio da tese de que a opinião pública (uso a expressão a partir do método gramsciano, o desenvolvido na cadeia) é vaquinha de presépio da oposição. É o contrário. A oposição é que está refém da opinião pública. Por sinal, nessa parceria entre a opinião pública e a oposição só quem tem se dado bem é a opinião pública -que de tempos em tempos exibe o seu poder, enquanto a oposição não consegue ganhar umazinha sequer. 105

202 Na eleição do ano passado, por exemplo, a oposição foi atrás dos conselhos da opinião pública e se deu mal. A opinião pública vem com suas maluquices e acaba arrastando a oposição a situações que a oposição não planejou nem desejou. Dura tem sido a vida da nossa oposição, nesse cabresto que lhe foi colocado pela opinião pública. Não se sabe o que a oposição deseja ou propõe para o Brasil, pois ela se limita a reverberar os movimento espasmódicos da opinião pública. É nessa conjuntura que aparece o "Cansei", um movimento orgânico de oposição ao governo federal mas que não nasceu da opinião pública. Aliás, um registro. O "Cansei" conseguiu em poucas semanas mobilizar mais gente contra o governo do que dois anos de campanha da opinião pública contra Lula. Querem saber? Eu aposto que o problema da opinião pública com o Cansei é porque o "Cansei" não veio da opinião pública, e portanto não está encabrestado por ela. A opinião pública está com ciúmes do "Cansei", que não lhe pediu licença para ir às ruas gritar "Fora Lula". Eu me oponho politicamente ao "Cansei". Eu defendo que Lula está fazendo um bom governo e deve ficar no cargo até o fim do mandato. Se o governo fosse meu, eu faria coisas diferentes. Mas o fato é que os votos foram do Lula e não meus. É uma premissa fundamental. Eu me limito a analisar e criticar as realizações do governo Lula no âmbito do que Lula prometeu quando pediu os votos dos eleitores em 00 e 006. Não no âmbito do que eu acho que o Lula deveria fazer. Mas este post não é sobre o governo. É sobre as relações entre a oposição, a opinião pública e o "Cansei". Eu saudei desde o início o movimento, pois nada há de mais saudável do que as pessoas descontentes com o governo irem para a rua dizer que estão descontentes. Eu não estou nem aí para o fato de haver gente rica no "Cansei". O problema do Brasil não são os ricos. A China, por exemplo, tem hoje muito mais ricos do que tinha trinta anos atrás. E a China está muito melhor do que estava trinta anos atrás. Enriquecer é glorioso, afirmava o arquiteto da China contemporânea, Deng Xiaoping. Ele tinha razão. Quem é rico tem dinheiro sobrando para investir e, portanto, propiciar oportunidades econômicas a quem não é tão rico assim. O Brasil deveria copiar a China nesse aspecto. Precisamos de ricos em maior quantidade, e de ricos mais ricos. Acho que nisso o pessoal do "Cansei" concorda comigo. Onde é que talvez esteja a nossa maior discordância? Pode ser que a turma do "Cansei" ache que o Brasil estaria melhor se os ricos além de ficarem cada vez mais ricos também mandassem no país. Eu penso que não, que o melhor é os ricos cuidarem de enriquecer enquanto os não tão ricos assim governam. Mas é apenas uma diferença de pontos de vista. Não é motivo para ficar brigando. Até porque quem vai decidir a parada não somos nem eu nem a turma do "Cansei". Muito menos a opinião pública. É o povo, na urna. Esse, por sinal, talvez seja o maior problema do pessoal do "Cansei" e também da opinião pública: depois dos discursos, contar o voto na urna. Blog do Alon ABSENTEÍSMO NO SERVIÇO PÚBLICO Texto extraído do Jus Navigandi Luís Fernando Quinteiro de Souza delegado seccional de Polícia de Ourinhos (SP), professor de Direito Administrativo e Direito Processual Penal nas Faculdades Integradas de Ourinhos O estudo da Administração Pública, partindo do conceito jurídico de Estado, compreende, inicialmente, a organização soberana, com a instituição constitucional dos três Poderes que compõem o Governo, na clássica tripartição de Montesquieu, isto é, Legislativo, Executivo e Judiciário, independentes e harmônicos entre si, com funções precípuas e imanentes do Estado. Sequencialmente, segue-se a organização da Administração, consistindo na estruturação legal das entidades e órgãos que irão desempenhar as funções, através de agentes públicos e o rol de suas atividades, numa concepção moderna de desenvolvimento e funcionamento dos serviços a serem prestados aos administrados, ou seja, à coletividade, de forma generalizada. No contexto global da Administração Pública a representação humana se faz através dos agentes públicos, conceituados pelo consagrado Hely Lopes Meirelles: "como pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal" [01]. Ainda, o gênero agente público, comporta as espécies agentes políticos, agentes administrativos, agentes honoríficos e agentes delegados, com algumas sub-espécies, que em outra oportunidade poderão ser objeto de análise mais específica. Os órgãos públicos, como centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais, têm seus cargos ocupados por pessoas físicas que atuam como seus agentes, com parcelas de seu poder, ou seja, a máquina estatal somente exteriorizará e concretizará sua vontade política através de seus servidores públicos, que ocuparão os cargos existentes e desempenharão, nos limites dos princípios que norteiam a Administração Pública, o serviço pretendido pelo governante, em benefício da sociedade. Nosso propósito é demonstrar as dificuldades e os problemas que resultam ao Poder Público, consequentemente, à coletividade, quando a figura relevante do agente público pratica, de modo espontâneo ou não, o absenteísmo, culminando na prestação de um serviço de má qualidade ou deficitário, com sérios prejuízos aos seus destinatários. Absenteísmo, palavra de origem francesa, absentéisme, significa pessoa que falta ao trabalho, ou ainda, ausência no serviço por inúmeros motivos, propositais ou por circunstâncias alheias à vontade do trabalhador. Trazendo o conceito acima para o serviço público, o Administrador da Coisa Pública, como dirigente e fiscalizador de um órgão estatal, se depara com graves situações concretas com resultados nefastos e jamais pretendidos pelo Estado. O absenteísmo tem se tornado problema crucial tanto para as organizações particulares como para as estatais e, respectivamente, aos seus administradores, os quais percebem a repercussão no quantitativo de recursos humanos e, por via de consequência, o reflexo na qualidade do serviço prestado. Suas causas estão ligadas a múltiplos fatores, tornando-o complexo e de difícil gerenciamento, pois, inúmeras situações pessoais do servidor podem desencadear no seu surgimento, como exemplo problemas de ordem pessoal, biológica, ambiental, social, familiar, financeira, funcional, etc. Segundo Gaidzinski, que desenvolveu um estudo para dimensionar o quadro de pessoal para os serviços, classificou as ausências em previstas e não previstas. Constituem a primeira classe aquelas permitidas e de direito ao servidor, podendo ser planejadas com antecedência como férias, folgas e feriados. As ausências não previstas são as que efetivamente caracterizam o absenteísmo, pelo seu caráter imprevisível, como faltas abonadas e injustificadas, licenças médicas, acidente de trabalho, licenças maternidade e paternidade, período de nojo, de gala, de cursos de especialização e outras situações que impedirão o servidor ao trabalho. Em quaisquer, das hipóteses, este fenômeno ocasiona não só custos diretos, mas também indiretos, representados pela diminuição da produtividade porque haverá menos servidores em ação, com redução da qualidade do serviço uma vez que um outro funcionário em atividade executará também o serviço do ausente, ocasionando, certamente, a diminuição da eficiência e eficácia nos resultados esperados. Apesar da possibilidade de rotatividade de pessoal, de modo célere, que a iniciativa privada têm a seu alcance, diante do regime jurídico adotado para a contratação e demissão, nos moldes da Consolidação das Leis do Trabalho, ainda assim é oneroso a qualquer empresa privada, pelas responsabilidades trabalhistas decorrentes de demissão e de admissão de novo empregado, com a respectiva capacitação, mas, de qualquer forma, é sempre bom realçar, em que pese tais encargos, constitui num verdadeiro e autêntico privilégio constitucional, à disposição do empregador, do qual não dispõe o Administrador Público, diante de funcionário ausente por desídia ou necessidade premente, o qual, para submeter-se a um processo disciplinar administrativo, goza de um elenco de situações privilegiadas, que demanda muito tempo a concretizar-se. 106

203 É de extrema relevância que o servidor público (que um dia, por critérios de seleção e por meio de concurso público, se destacou entre seus inúmeros pares, foi aprovado e vislumbrou a possibilidade de fazer carreira na atividade de governo, com segurança e estabilidade, características inexistentes na iniciativa privada), atue, de modo perene, com a consciência voltada à importância de seu trabalho assíduo e permanente, para o desenvolvimento de seu país, de seu Estado e de sua cidade, além de seu crescimento interior, dignificando o seu nome e sua atividade laborativa, tanto para conhecimento próprio e servir de exemplo à sua linha ascendente como para sua descendência, destacando-se entre seus pares. Entretanto, concomitantemente, com a grande massa de servidores que pensam, ajam e atuam de maneira sóbria e responsável, concretizando e materializando os anseios do Poder Central e, reconhecidos como dignos paladinos estatais, temos um insignificante segmento de funcionários, mal contratados e mal formados, despidos de qualquer senso de responsabilidade e respeito para com seus pares e para com sua entidade estatal, os quais absorvem proventos correspondentes, sem prestar uma atividade sequer, sobrecarregando o colega de trabalho e que por meio de subterfúgios legais, arcaicos e absurdos como reiteradas e descabidas licenças médicas, por patologias relativamente simples, conseguem burlar a Administração Pública, de modo a impedi-la de torná-lo readaptado para outra atividade, culminando, por vezes, em permanecer claro o seu cargo, até por décadas, sem, inclusive, a viabilização de uma aposentadoria precoce, o que ensejaria o preenchimento do claro existente naquela carreira, com consequências externas, que atingem o público em geral, como menor qualidade e desempenho do serviço prestado. Por outro lado, o Administrador Público inovador, diante de situações dessa natureza, para a qual não concorreu e sequer deu causa, tem a oportunidade de, também com supedâneo aos princípios informadores do Estado de Direito, fazer uso de sua imaginação, criando ou buscando alternativas permitidas, para sobrepor àquelas carências provocadas pelo absenteísmo e, consequentemente, minimizando o estado de ira e revolta no ambiente de trabalho, promovendo cursos de capacitação, prêmios de incentivo e de valorização profissional, procurando recursos para modernizar o labor e, assim, ofertando melhores meios ao desenvolvimento de qualquer atividade a que está incumbido o Estado. FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA OPINIÃO PÚBLICA Sidineia Gomes Freitas INTRODUÇÃO Falar de opinião pública é assunto apaixonante e controverso. Isto posto, fica ainda mais difícil darmos um passo além e analisarmos o tema: Formação e desenvolvimento da opinião pública. Pela profundidade do assunto, temos consciência de que não o esgotaremos, mas sim indicaremos alguns parâmetros para a sua discussão. CONCEITO DE OPINIÃO PÚBLICA Na verdade, o conceito de opinião pública vem se transformando através dos tempos. No século XIX ocorreu a primeira revolução industrial, surgiu a imprensa e as reivindicações deixaram de representar apenas os interesses de um grupo dominante, abrangendo caráter não só político, mas também social e econômico. Os estudiosos da opinião pública consideram-na, antes de mais nada, um estudo essencialmente interdisciplinar que envolve a Sociologia, a Psicologia Social, a Ciência Política e outras. O senso comum utiliza o termo opinião pública com naturalidade (grande parte de nossos representantes políticos assim agem), mas ao investigador interessa saber o que é opinião pública. A reflexão nos leva, automaticamente, a lembrarmos de grupo, de público, de atitude de maioria, de opinião, do indivíduo no grupo, no público. A professora Sarah Chucid da Viá refere-se à definição de Kimbal Young: Opinião é conjunto de crenças a respeito de temas controvertidos ou relacionados com interpretação valorativa ou o significado moral de certos fatos. Monique Augras afirma a opinião é um fenômeno social. Existe apenas em relação a um grupo, é um dos modos de expressão desse grupo e difunde-se utilizando as redes de comunicação do grupo. De fato, a opinião tem sua origem nos grupos, mas só assim não caracterizaremos a opinião pública, porque esses grupos transformam-se em públicos quando se organizam em torno das controvérsias, com ou sem contiguidade espacial, discutem, informam-se, refletem, criticam e procuram uma atitude comum, e atitude para a professora Sarah Chucid da Viá é uma tendência para atuar, agir. Relaciona-se com os hábitos, com os comportamentos e transforma-se em opinião quando adquire um caráter verbal e simbólico, mas onde fica o indivíduo na opinião pública? Ora, todos nós sabemos que o indivíduo, o ser humano, é um ser social e não vive sozinho. No mínimo pertencerá ao grupo primário família. Na verdade, ainda não se sabe qual é a real natureza do termo opinião pública, mas analisando o que dizem os especialistas podemos encontrar pontos de destaque sobre o assunto. Vejamos: a opinião pública está diretamente relacionada a um fenômeno social que poderá ou não ter caráter político; é um pouco mais que a simples soma das opiniões; é influenciada pelo sistema social de um país, de uma comunidade; é influenciada pelos veículos de comunicação massiva; poderá ou não ter origem na opinião resultante da formação do público; não deve ser confundida com a vontade popular, pois esta se relaciona aos sentimentos individuais mais profundos; depende e resulta de uma elaboração maior; não é estática, é dinâmica. Convém aqui destacar que a opinião de um grupo não é a opinião do público, e a melhor forma de esclarecermos o assunto ainda é o exemplo. Assim, sabemos que no grupo primário família, a hierarquia, bem como a comunicação face a face, interfere na discussão que é mais do tipo democrático direto, onde geralmente a opinião preponderante é a do líder do grupo (o chefe da família, por exemplo). No grupo primário família, os problemas são mais concretos, mas nas sociedades mais complexas, os grupos secundários (escola, igreja) caracterizam-se por apresentarem indivíduos com multiplicidade de tarefas e de atividades, e os problemas tornam-se mais abstratos, bem como as relações também se tornam mais abstratas e surge a controvérsia que, a meu ver, é a origem da formação do público. A essa altura, surge o indivíduo no público que, segundo o Prof. Dr. Cândido Teobaldo de Souza Andrade: não perde a faculdade de crítica e autocontrole; está disposto a intensificar sua habilidade de crítica e de discussão frente a controvérsia; age racionalmente através de sua opinião, mas está disposto a fazer concessões e compartilhar de experiência alheia. Seria bom se estivéssemos sempre diante de públicos e de indivíduos no público, mas Monique Augras nos diz que A opinião pública é, declaradamente, uma alavanca na mão do demagogo. Daí em diante aparecerá um duplo aspecto: expressão genuína da vontade do povo e meio de manipulação desse povo. Nas sociedades complexas nem sempre a opinião pública influencia e determina ações, sejam tais ações de caráter puramente social, ou de caráter político e econômico. Por isso, precisamos verificar que fatores interferem na formação e no desenvolvimento da opinião pública. OPINIÃO PÚBLICA: FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO Além da classificação dos grupos, os fatores sociais, os psicológicos, a persuasão e os veículos de comunicação massiva interferem na formação e desenvolvimento da opinião pública. No sentido de facilitarmos a análise isolaremos as interferências. Fatores Sociais O tipo de sociedade ao qual pertencemos, nossa classe social e as várias relações estabelecidas interferem na formação da opinião pública. Nas sociedades mais estáticas as opiniões são mais permanentes e se aproximam mais de crenças, enquanto que em sociedades mais dinâmicas os indivíduos tendem a mudar de opinião e devido à grande mobilidade social, opiniões se transformam ou até mesmo desaparecem. 107

204 Os grandes centros urbanos apresentam grande mobilidade social diferenciando-se da população concentrada em aldeias rurais, onde há mais dificuldades nos contatos e nas informações. A classe social também interfere na formação da opinião. Marx afirma que toda a opinião é opinião de classe, uma opinião determinada pelo grupo social em que se vive, nos lembra a professora Sarah C. da Via. Os Fatores Psicológicos e a Persuasão Os fatores psicológicos são os que melhor explicam a formação da opinião pública, pois opinião relaciona-se com o conjunto de crença e ideologia de um indivíduo que tem disposição para expressar-se (caso não se expresse trata-se de uma atitude latente) e a opinião seria um dos modos de expressão dessa disposição, surgindo a propósito de um acontecimento determinado. Sendo essencialmente expressão, a opinião é de natureza comunicativa e interpessoal. Serve de mediadora entre o mundo exterior e a pessoa sob dois aspectos: 1) adaptação à realidade e ao grupo; ) exteriorização, nos lembra a professora Sarah C. da Viá. Ocorre que a adaptação à realidade e ao grupo, bem como a exteriorização, envolvem a identificação, a projeção e a rejeição que verificamos no relacionamento social, e não é difícil observarmos isto nas representações coletivas, pois todos desejam a aprovação social. As opiniões consideradas pelo indivíduo com a maior cautela; inversamente, se alguém tiver necessidade de agressão e de autonomia, expressá-la-ás sem restrições, analisa a professora Sarah C. da Viá. Ainda considerando a identificação, a projeção e a rejeição iremos encontrar os estereótipos criados nas sociedades de massa onde os fatores afetivos e irracionais funcionam com maior intensidade. Os estereótipos apresentam algumas características que auxiliam sobremaneira a formação e desenvolvimento da opinião pública. Vejamos: o estereótipo é persistente, pode permanecer por gerações; é elaborado por um grupo para definir-se ou definir outro grupo; apresenta ma imagem idealizada do próprio grupo; apresenta a esquematização, onde as qualidades de um objeto são reduzidas a uma só; engloba todos em único conceito; tem função compensatória de frustrações, assim, o outro grupo passa a ser responsabilizado pelas frustrações. Os estereótipos são, de fato, fantasias, mas fantasias que determinam atitudes que podem levar à ação. Pessoas, frases, modelos podem transformar-se em estereótipos. Criar estereótipos, alterar e induzir opiniões irá requerer a persuasão. A persuasão tem na propaganda sua melhor arma de ação, pois a propaganda pode ser definida como técnica que manipula as representações, os estereótipos e influencia nas ações humanas, nas atitudes das pessoas. Por outro lado, sabemos que o homem é um ser social, é passível de influência e, portanto, pode ser persuadido. Quer e deseja a aprovação social. De fato, a persuasão e a propaganda andam de mãos dadas, pois o professor Cândido Teobaldo de Souza Andrade nos diz: A propaganda é considerada suspeita, porque na área da discussão pública, ela molda opiniões e julgamentos, não baseada apenas no mérito da controvérsia, mas, principalmente, agindo sobre os sentimentos. O objetivo precípuo da propaganda é implantar uma atitude que vem a ser sentida pelas pessoas como natural, certa e espontânea. Deseja assim a propaganda criar uma convicção e obter ação de acordo com essa convicção. Os Veículos de Comunicação Massiva Somos constantemente bombardeados pelos veículos de comunicação massiva que agem sobre nossas opiniões, nossas atitudes, nossas ações. Bombardeiam nossos lares e formam nossas crianças. A interferência desses veículos vem sendo lembrada a todo momento nos problemas levantados em nosso curso. Os veículos de comunicação massiva usam e abusam da propaganda. Basta nos colocarmos diante de um aparelho de televisão realizarmos uma simples contagem do número de comerciais veiculados. Estamos diante de veículos onerosos e somente grupos poderosos podem mantê-los e manejá-los, mas a opinião pública existe, não pode continuar a ser manipulada de maneira abusiva e desejamos chegar mais próximos da verdade. Porque ao invés de negarmos o poder de tais veículos, não utilizá-los de modo mais racional e equitativo? Os grupos de interesse agem. PÚBLICO E OPINIÃO PÚBLICA O professor Cândido Teobaldo de Souza Andrade e quase todas as obras que falam de Relações Públicas admitem a existência de grupos, mas sabem que um grupo pode ou não se constituir como um público. Desta forma, chegamos às características da opinião pública que, segundo o professor Teobaldo, fica assim caracterizada: não é uma opinião unânime; não é, necessariamente, a opinião da maioria; normalmente é diferente da opinião de qualquer elemento do público; é uma opinião composta, formada das diversas opiniões existentes no público; está em contínuo processo de formação das diversas opiniões existentes no público; está em contínuo processo de formação e em direção a um consenso completo, sem nunca alcançá-lo. Sabemos que os grupos de interesse, as pessoas interessadas e os espectadores constituem o público. Os grupos de interesse têm importante papel na formação da opinião pública e, mais uma vez, o professor Teobaldo nos lembra que os grupos de interesse colocam a controvérsia e esforçam-se para obter aliados entre os desinteressados. Desta forma o desinteresse, e a não informação contribuem para a ação dos grupos de interesse. Esses grupos de interesse, no seu esforço para moldar opiniões, podem provocar, pela propaganda, o estabelecimento de atitudes emocionais e sentimentos. A contrapropaganda faz aparecer, novamente, a controvérsia e o processo de discussão. Assim, pode-se notar que a propaganda é prejudicial somente quando existe apenas uma propaganda. De fato, a opinião pública deve funcionar como fiscal necessário e, para que isto ocorra, os seres racionais devem tornar-se cada vez mais racionais, mas vivemos em uma sociedade de massas onde o interesse privado geralmente se sobrepõe ao interesse público. Hoje, o que temos é a multidão, que foi característica da antiguidade e da Idade Média. Temos a massa de consumidores. Onde está o público? A opinião pública não é resultado do impulso de multidões passageiras que, excitadas por um fato novo e na fantasia criada pelos estereótipos e apaixonada por seus oradores, precisam adquirir a exata consciência de nação. Precisamos não só informar, mas principalmente formar, e Canfield já registrava: No seu papel de divulgar informações ao público, o profissional de Relações Públicas ocupa uma posição chave na formação de uma opinião pública esclarecida. OBSERVAÇÕES FINAIS A controvérsia deve ser vista como fato natural em uma sociedade mais evoluída. Assim, a iniciativa privada e o governo devem acostumar-se a discutir. Não é porque uma empresa é alvo de críticas, que deixará de existir. Pelo contrário, é necessário que se estabeleça o diálogo e que os empresários assumam sua responsabilidade social, pois o público não só deseja, mas principalmente merece explicações. Hoje, mais do que ontem, a humanidade tem como seu alicerce a opinião pública e exclusivamente sobre essa base o mundo pode sobreviver. A sociedade de massas precisa ser substituída pela comunidade de públicos, pela evasão do pensamento coletivo, mediante apelos dirigidos à razão e à reflexão. A humanidade só poderá viver em harmonia se existir ampla e livre comunicação, sob pena de sofrermos uma imprevisível rebelião das massas, nos lembra o professor Teobaldo. 108

205 Childs nos diz: Os grupos de pressão identificam seus interesses com o interesse público. Essa identificação não se pode efetivar com um simples movimento de pena ou agir de mão. O público está sempre interessado em decisões mais sábias e racionais quanto a assuntos de relevância para ele. Suas competência para decidir sabiamente depende, em grande parte, do grau em que os grupos de pressão esclarecem o seu espírito, e não da extensão em que despertam instintos animais. Ao entrarmos com o nome do usuário, o windows efetuará o Logon (entrada no sistema) e nos apresentará a área de trabalho: Área de trabalho Childs continua sua análise, demonstrando as condições básicas para o exercício da democracia que são: direito de escolha; liberdade de expressão; substituição de apelos irracionais por apelos menos irracionais, já que as emoções e os sentimentos não podem ser esquecidos; mais informação às massas e muita reflexão; educação; uso adequado da propaganda. Childs apresenta ainda os pontos fundamentais que Relações Públicas deve observar, no que se refere ao controle social, quando falamos em opinião pública. Vejamos: Relações Públicas, em seu sentido mais amplo, referem-se àqueles aspectos do nosso comportamento individual ou institucional que tem implicações sociais; O problema fundamental de relações públicas é por essas relações em conformidade com o interesse público um interesse que está sendo constantemente redefinido pela opinião das massas; Temos não só o dever de sujeitar-nos à opinião pública, mas também a responsabilidade e a oportunidade de modelá-la e guiá-la; Agindo assim, precisamos estar conscientes do significado social da propaganda do papel que cabe na teoria democrática e das condições essenciais para o seu correto funcionamento; Em última análise, a opinião pública é aquilo que, coletivamente, fazemos com que ela seja. Só quando procuramos, de todas as maneiras possíveis, melhorar a sua qualidade é que nos libertamos dos perigos do conformismo. A estes aspectos, devemos incluir a administração da controvérsia e, neste caso, a profa. Sarah C. da Viá nos traz as diferenças no tratamento da informação, quando diz: Numa comunidade de públicos, a discussão é o meio de comunicação fundamental, e os veículos de comunicação de massa, quando existem, apenas ampliam e animam a discussão, ligando um grupo primário com as discussões de outro. E continua: Numa sociedade de massas, o tipo de comunicação dominante é o veículo formal, e os públicos se tornam apenas simples mercados dos veículos de comunicação de massa. Área de Trabalho ou Desktop Na Área de trabalho encontramos os seguintes itens: Ícones: Barra de tarefas Botão iniciar Atalhos e Ícones Figuras que representam recursos do computador, um ícone pode representar um texto, música, programa, fotos e etc. você pode adicionar ícones na área de trabalho, assim como pode excluir. Alguns ícones são padrão do Windows: Meu Computador, Meus Documentos, Meus locais de Rede, Internet Explorer. Atalhos Primeiramente visualize o programa ou ícone pelo qual deseja criar o atalho, para um maior gerenciamento de seus programas e diretórios, acesse o Meu Computador local onde poderemos visualizar todos os drives do computador no exemplo abaixo será criado um atalho no drive de disquete na área de trabalho: Depois de visualizar o diretório a ser criado o atalho, clique sobre o ícone com o botão direito do mouse e escolha a opção, criar atalho. NOÇÕES DE INFORMÁTICA: CONCEITOS BÁ- SICOS DE SOFTWARE E HARDWARE. AMBI- ENTE WINDOWS XP OU 7. CONCEITO E OR- GANIZAÇÃO DE ARQUIVOS (PAS- TAS/DIRETÓRIOS). WINDOWS XP Iniciando o Windows Ao iniciar o windows XP a primeira tela que temos é tela de logon, nela, selecionamos o usuário que irá utilizar o computador. O atalho será criado na área de trabalho, podermos criar atalhos pelo menu rápido, simplesmente clicando com o mouse lado direito, sobre o ícone, programa, pasta ou arquivo e depois escolher a opção, criar atalho. A criação de um atalho não substitui o arquivo, diretório ou programa de origem, a função do atalho simplesmente será de executar a ação de abrir o programa, pasta, arquivo ou diretório rapidamente, sem precisar localizar o seu local de origem. 109

206 Sistemas de menu Windows XP é, até hoje, o sistema operacional da Microsoft com o maior conjunto de facilidades para o usuário, combinado com razoável grau de confiabilidade. Barra de tarefas A barra de tarefas mostra quais as janelas estão abertas neste momento, mesmo que algumas estejam minimizadas ou ocultas sob outra janela, permitindo assim, alternar entre estas janelas ou entre programas com rapidez e facilidade. Todos os programas O menu Todos os Programas, ativa automaticamente outro submenu, no qual aparecem todas as opções de programas. Para entrar neste submenu, arraste o mouse em linha reta para a direção em que o submenu foi aberto. Assim, você poderá selecionar o aplicativo desejado. Para executar, por exemplo, o Paint, basta posicionar o ponteiro do mouse sobre a opção Acessórios. O submenu Acessórios será aberto. Então aponte para Paint e dê um clique com o botão esquerdo do mouse. A barra de tarefas é muito útil no dia a dia. Imagine que você esteja criando um texto em um editor de texto e um de seus colegas lhe pede para você imprimir uma determinada planilha que está em seu micro. Você não precisa fechar o editor de textos. Apenas salve o arquivo que está trabalhando, abra a planilha e mande imprimir, enquanto imprime você não precisa esperar que a planilha seja totalmente impressa, deixe a impressora trabalhando e volte para o editor de textos, dando um clique no botão ao correspondente na Barra de tarefas e volte a trabalhar. A barra de Tarefas, na visão da Microsoft, é uma das maiores ferramentas de produtividade do Windows. Vamos abrir alguns aplicativos e ver como ela se comporta. Botão Iniciar MEU COMPUTADOR Se você clicar normalmente na opção Meu Computador, vai abrir uma tela que lhe dará acesso a todos os drives (disquete, HD, CD etc.) do sistema e também às pastas de armazenamento de arquivos. O botão Iniciar é o principal elemento da Barra de Tarefas. Ele dá acesso ao Menu Iniciar, de onde se pode acessar outros menus que, por sua vez, acionam programas do Windows. Ao ser acionado, o botão Iniciar mostra um menu vertical com várias opções. Alguns comandos do menu Iniciar têm uma seta para a direita, significando que há opções adicionais disponíveis em um menu secundário. Se você posicionar o ponteiro sobre um item com uma seta, será exibido outro menu. O botão Iniciar é a maneira mais fácil de iniciar um programa que estiver instalado no computador, ou fazer alterações nas configurações do computador, localizar um arquivo, abrir um documento. Meus documentos A opção Meus Documentos abre a pasta-padrão de armazenamento de arquivos. A pasta Meus Documentos recebe todos os arquivos produzidospelo usuário: textos, planilhas, apresentações, imagens etc. Naturalmente, você pode gravar arquivos em outros lugares. Mas, em condições normais, eles são salvos na pasta Meus Documentos. O botão iniciar pode ser configurado. No Windows XP, você pode optar por trabalhar com o novo menu Iniciar ou, se preferir, configurar o menu Iniciar para que tenha a aparência das versões anteriores do Windows (95/98/Me). Clique na barra de tarefas com o botão direito do mouse e selecione propriedades e então clique na guia menu Iniciar. Esta guia tem duas opções: Menu iniciar: Oferece a você acesso mais rápido a e mail e Internet, seus documentos, imagens e música e aos programas usados recentemente, pois estas opções são exibidas ao se clicar no botão Iniciar. Esta configuração é uma novidade do Windows XP Menu Iniciar Clássico: Deixa o menu Iniciar com a aparência das versões antigas do Windows, como o windows ME, 98 e

207 Acessórios do Windows O Windows XP inclui muitos programas e acessórios úteis. São ferramentas para edição de texto, criação de imagens, jogos, ferramentas para melhorar a performance do computador, calculadora e etc. Se fôssemos analisar cada acessório que temos, encontraríamos várias aplicações, mas vamos citar as mais usadas e importantes. Imagine que você está montando um manual para ajudar as pessoas a trabalharem com um determinado programa do computador. Neste manual, com certeza você acrescentaria a imagem das janelas do programa. Para copiar as janelas e retirar só a parte desejada, utilizaremos o Paint, que é um programa para trabalharmos com imagens. As pessoas que trabalham com criação de páginas para a Internet utilizam o acessório Bloco de Notas, que é um editor de texto muito simples. Assim, vimos duas aplicações para dois acessórios diferentes. A pasta acessório é acessível dando se um clique no botão Iniciar na Barra de tarefas, escolhendo a opção Todos os Programas e, no submenu que aparece, escolha Acessórios. Fechar: Este botão fecha o aplicativo que está sendo executado e sua janela. Esta mesma opção poderá ser utilizada pelo menu Arquivo/Sair. Se o arquivos que estiver sendo criado ou modificado dentro da janela não foi salvo antes de fechar o aplicativo, o Windows emitirá uma tela de alerta perguntando se queremos ou não salvar o arquivo, ou cancelar a operação de sair do aplicativo. MEU COMPUTADOR O ícone de Meu Computador representa todo o material em seu computador. Meu Computador contém principalmente ícones que representam as unidades de disco em seu sistema: a unidade de disquete A, o disco rígido C e sua unidade de CD-ROM ou de DVD, bem como outros discos rígidos, unidades removíveis etc. Clicar nesses ícones de unidade exibe o conteúdo das unidades, arquivos e pastas, que são a soma de tudo em seu computador. (Daí o nome, Meu Computador.) Windows Explorer gerenciamento de arquivos e pastas O Windows Explorer tem a mesma função do Meu Computador: Organizar o disco e possibilitar trabalhar com os arquivos fazendo, por exemplo, cópia, exclusão e mudança no local dos arquivos. Enquanto o Meu Computador traz como padrão a janela sem divisão, você observará que o Windows Explorer traz a janela dividida em duas partes. Mas tanto no primeiro como no segundo, esta configuração pode ser mudada. Podemos criar pastas para organizar o disco de uma empresa ou casa, copiar arquivos para disquete, apagar arquivos indesejáveis e muito mais. Componentes da Janela Para exemplificarmos uma janela, utilizaremos a janela de um aplicativo do Windows. O Bloco de Notas. Para abri lo clique no botão Iniciar / Todos os Programas / Acessórios / Bloco de Notas. Barra de Título: esta barra mostra o nome do arquivo (Sem Título) e o nome do aplicativo (Bloco de Notas) que está sendo executado na janela. Através desta barra, conseguimos mover a janela quando a mesma não está maximizada. Para isso, clique na barra de título, mantenha o clique e arraste e solte o mouse. Assim, você estará movendo a janela para a posição desejada. Depois é só soltar o clique. Na Barra de Título encontramos os botões de controle da janela. Estes são: Minimizar: este botão oculta a janela da Área de trabalho e mantém o botão referente á janela na Barra de Tarefas. Para visualizar a janela novamente, clique em seu botão na Barra de tarefas. Maximizar: Este botão aumenta o tamanho da janela até que ela ocupe toda a Área da Trabalho. Para que a janela volte ao tamanho original, o botão na Barra de Título, que era o maximizar, alternou para o botão Restaurar. Clique neste botão e a janela será restaurada ao tamanho original. Janela do Windows Explorer No Windows Explorer, você pode ver a hierarquia das pastas em seu computador e todos os arquivos e pastas localizados em cada pasta selecionada. Ele é especialmente útil para copiar e mover arquivos. Ele é composto de uma janela dividida em dois painéis: O painel da esquerda é uma árvore de pastas hierarquizada que mostra todas as unidades de disco, a Lixeira, a área de trabalho ou Desktop (também tratada como uma pasta); O painel da direita exibe o conteúdo do item selecionado à esquerda e funciona de maneira idêntica às janelas do Meu Computador (no Meu Computador, como padrão ele traz a janela sem divisão, é possível dividi la também clicando no ícone Pastas na Barra de Ferramentas) Para abrir o Windows Explorer, clique no botão Iniciar, vá a opção Todos os Programas / acessórios e clique sobre Windows Explorer ou clique sob o botão iniciar com o botão direito do mouse e selecione a opção Explorar. Preste atenção na Figura da página anterior que o painel da esquerda na figura acima, todas as pastas com um sinal de + (mais) indicam que contêm outras pastas. As pastas que contêm um sinal de (menos) indicam que já foram expandidas (ou já estamos visualizando as sub pastas). Painel de controle O Painel de controle do Windows XP agrupa itens de configuração de dispositivos e opções em utilização como vídeo, resolução, som, data e hora, entre outros. Estas opções podem ser controladas e alteradas pelo usuário, daí o nome Painel de controle. Para acessar o Painel de controle 1. Clique em Iniciar, Painel de controle.. Inicialmente o Painel de controle exibe nove categorias distintas. 111

208 Não há nenhuma regra sobre excluir arquivos e pastas até se falar de Meus Documentos. Você não pode excluir a pasta Meus Documentos. A Microsoft quer que você a tenha e você irá mantê-la. Então, você deve conviver com isso! Se clicar com o botão direito do mouse na pasta Meus Documentos em sua área de trabalho, notará que há uma opção Excluir. Essa opção é para excluir o atalho, que é realmente o que você vê na área de trabalho, mas você não está eliminando a pasta Meus Documentos. Você pode renomear Meus Documentos se quiser. Clique com o botão direito do mouse na pasta e escolha Renomear. Digite o novo nome. Embora não seja recomendado. Você pode compartilhar a pasta Meus Documentos com outros computadores conectados ao seu computador e com aqueles que estão configurados como um usuário diferente em seu computador. Siga exatamente os passos. Painel de controle 3. Clique na opção desejada. 4. Na próxima tela escolha a tarefa a ser realizada. Utilize os botões de navegação: Voltar Avançar Acima Para voltar uma tela. Para retornar a tarefa. Para ir ao diretório acima. Pesquisar Para localizar arquivos, imagens, sons, vídeos, etc. Pastas Para exibir o conteúdo de uma pasta. PASTAS E ARQUIVOS Uma unidade de disco pode ter muitos arquivos. Se todos eles estivessem em um mesmo lugar, seria uma confusão. Para evitar esse caos, você pode colocar seus arquivos de computador em pastas. Essas pastas são utilizadas para armazenar arquivos e ajudar a mantê-ios organizado assim como as prateleiras e cabides ajudam você a manter suas roupas organizadas Os destaques incluem o seguinte: Meus Documentos 4. Digite o nome e tecle ENTER 5. Pronto! A Pasta está criada. Fazer uma pasta Excluir arquivos Recuperar arquivos Renomear arquivos Copiar arquivos Mover arquivos Entendendo como as pastas funcionam As pastas contêm arquivos, normalmente arquivos de um tipo relacionado. Por exempio, todos os documentos utilizados para criar um livro, como esta apostila por exemplo, residem em uma pasta chamada Apostila. Cada matéria é um arquivo. E cada arquivo da área de informática é colocado dentro de uma pasta chamada informática, dentro da pasta Apostila. Estas pastas mantêm esses arquivos específicos separados de outros arquivos e pastas no disco rígido. Meus Documentos Seu disco rígido do PC tem uma grande quantidade de espaço onde pode ser feita uma pasta -e então se esquecer do lugar onde você a colocou. Então o Windows facilita as coisas para você fornecendo uma pasta pessoal, chamada Meus Documentos. Essa é a localização principal para todo o material que você criará e usará enquanto estiver no Windows. 11 Compartilhar Meus Documentos 1. Clique com o botão direito do mouse na pasta Meus Documentos.. Escolha Propriedades. 3. Clique a guia Compartilhamento. Isto traz a guia Compartilhamento para frente -onde você decide quem consegue compartilhar, quem não, e quanto controle essas pessoas têm sobre sua pasta. 4. Escolha Compartilhar Esta Pasta. Tudo agora ganha vida e você tem todo tipo de opção: Criando uma pasta (DIRETÓRIO) A pasta Meus Documentos pode ficar facilmente desorganizada se você não se antecipar e criar pastas adicionais para organizar melhor seu material. Lembre-se: Meus Documentos é como um grande gabinete de arquivos. Quando precisar de um novo arquivo, digamos para um novo assunto, você prepara uma pasta para ele. Conforme continuar a trabalhar, você preencherá cada pasta com arquivos diferentes. Criar uma pasta (DIRETÓRIO) 1. Dê um clique duplo em Meus Documentos.. Clique em Arquivo > Novo, ou 1. Em Meus Documentos clique com o botão direito do mouse. Novo > Pasta COMO ABRIR ARQUIVOS E PASTAS Tudo no Windows se abre com um clique duplo do mouse. Abra uma pasta para exibir os arquivos (e talvez até outras pastas) armazenados nessa pasta. Abra um arquivo para iniciar um programa, ou abra um documento para editar. Abrir um arquivo ou pasta 1. Dê um clique duplo em um ícone da unidade de disco. O ícone da unidade (C:) é uma boa escolha. Há sempre material aí dentro. Um clique duplo no ícone abre unidade (C:) e permite que você veja que arquivos e pastas residem lá.. Dê um passeio. Dê um clique duplo em uma pasta. Isso abre a pasta, e você vê outra janela cheia de arquivos e talvez ainda mais pastas. 3. Para abrir outra pasta, dê um clique duplo em seu ícone. 4. Feche a pasta quando tiver terminado. Clique no botão fechar (x) da janela da pasta localizado no canto superior direito da janela. Só para lembrá-io de onde você está com todos estes arquivos e pastas abertos, o nome da pasta atual que está vendo aparece na parte superior da janela, na barra de título. Excluindo arquivos 1. Selecione o arquivo destinado a ser destruído. Clique no arquivo uma vez com o mouse para selecioná-lo.. Escolha Excluir a partir do menu Arquivo. Aparecerá a mensagem: Você tem certeza de que quer enviar o arquivo para a Lixeira? 3. Clique em Sim.

209 Se você mudar de ideia, você pode sempre clicar em Não. Se você escolher Sim, talvez tenha uma breve animação gráfica representando papéis voando para um balde. Isso significa que seu arquivo está sendo jogado fora. Recuperação de arquivos OK, você exclui o arquivo. Pensando bem, você não está tão seguro se deveria ter excluído este arquivo. Não se preocupe. Há um ícone em sua Área de trabalho chamado Lixeira. Recuperando um arquivo 1. Dê um clique duplo no ícone Lixeira.. Localize o arquivo que você excluiu 3. Clique uma vez no arquivo. 4. Clique em Arquivo. 5. Escolha Restaurar. Renomear um arquivo 1. Localize o arquivo que quer renomear Você pode utilizar o Explorer, ou se estiver abrindo um arquivo a partir de qualquer pasta e encontrar aí um arquivo que quer renomear, você pode seguir os passos abaixo para alterar o nome de arquivo.. Pressione a tecla F. Depois de pressionar a tecla F, o texto do nome de arquivo já está selecionado para você. Você pode substituir inteiramente o nome existente, simplesmente começando a digitar ou mover o cursor para editar partes do nome. 3. Digite um novo nome. 4. Pressione Enter. E aí está: você tem um novo nome. Copiando arquivos No Windows, copiar um arquivo é como copiar informações em um programa: você seleciona o arquivo e então escolhe Copiar do menu Editar. Para fazer a cópia, você localiza uma nova pasta ou unidade de disco para o arquivo e então escolhe o comando Colar do menu Editar. Isso é copiar e colar! Copiar um arquivo 1. Localize o arquivo que quer copiar. Clique com o botão direito do mouse no arquivo. 3. Selecione Copiar. 4. Localize o lugar onde você quer colar essa nova cópia. 5. Selecione Editar da barra de menus. 6. Escolha Colar da lista. Para ser realmente eficiente, você deve fazer isso a partir do Windows Explorer. Todos os seus arquivos estão listados e disponíveis para serem manuseados. Apenas selecione o arquivo que quer copiar, escolha Editar do menu e então clique em Copiar. Agora, vá para a nova localização do arquivo, clique em Editar novamente no menu e clique em Colar. Enviar Para A opção Enviar Para permite enviar uma cópia de um arquivo ou de uma pasta para uma das muitas localizações: um disquete (normalmente na unidade A:), sua área de trabalho, um destinatário de correio (por correio eletrônico) ou a pasta Meus Documentos. Meus Documentos - Faz uma cópia do arquivo ou pasta na pasta Meus Documentos. Movendo arquivos Mover arquivos é como copiar arquivos, embora o original seja excluído; apenas a cópia (o arquivo "movido") permanece. É como recortar e colar em qualquer programa. Lembre-se de que toda a questão em torno de mover, copiar e excluir arquivos é para manter as coisas organizadas de modo que seja fácil localizar seus arquivos. Você pode mover arquivos de duas maneiras: recortando e colando ou arrastando. Recortando e colando Recortar e colar um arquivo ou uma pasta é a opção para se mudar um arquivo ou pasta para o seu local correto. Recortar e colar um arquivo 1. Localize o arquivo que você quer utilizar. Novamente, este arquivo pode ser localizado em qualquer lugar. Abra Meus Documentos, utilize o Explorer, ou uma pasta qualquer. 3. Clique com o botão direito do mouse no arquivo. 4. Escolha Recortar. 4. Localize e abra a pasta onde você quer colar o arquivo. 5. Selecione Editar do menu. 6. Selecione Colar. Pronto! Arrastando arquivos Arrastar arquivos é a maneira mais rápida e fácil de mover um arquivo. É especialmente conveniente para aqueles arquivos que você deixou um pouco largados por aí sem uma pasta para acomodá-los. Arrastar um arquivo 1. Selecione o arquivo e arraste Não solte o arquivo depois de clicar nele. Você está literalmente agarrando o arquivo, e irá arrastá-lo.. Paire o ícone sobre a pasta desejada. Essa é a pasta onde você quer que o arquivo resida. 3. Solte o ícone. Agora seu arquivo reside seguramente em sua nova casa. Localizando arquivos e pastas Por mais que tente se manter organizado, há momentos em que você não pode se lembrar de onde colocou um arquivo ou uma pasta. Embora o Windows tente mantê-lo organizado com a pasta Meus Documentos, as coisas podem ficar confusas. Felizmente, o Windows fornece um recurso Pesquisar. Esse recurso procura arquivos e pastas com base em vários tipos de critérios. Lixeira do Windows A Lixeira é uma pasta especial do Windows e ela se encontra na Área de trabalho, como já mencionado, mas pode ser acessada através do Windows Explorer. Se você estiver trabalhando com janelas maximizadas, não conseguirá ver a lixeira. Use o botão direito do mouse para clicar em uma área vazia da Barra de Tarefas. Em seguida, clique em Minimizar todas as Janelas. Para verificar o conteúdo da lixeira, dê um clique sobre o ícone e surgirá a seguinte figura: Utilizar Enviar Para 1. Localize seu arquivo (ou pasta).. Clique com o botão direito do mouse no arquivo. 3. Escolha Enviar Para. 4. Clique em uma das quatro opções: Disquete -Você deve ter um disco na unidade A: (ou sua unidade de disquete). Área de trabalho - Cria um atalho na área de trabalho para o arquivo ou pasta selecionado. Destinatário de correio - Abre o programa de correio eletrônico Outlook Express. Digite o endereço na caixa Para, ou clique no Catálogo de Endereços ao lado da palavra Para e escolha um endereço de . Clique no botão Enviar quando tiver terminado 113

210 Atenção para o fato de que, se a janela da lixeira estiver com a aparência diferente da figura acima, provavelmente o ícone Pasta está ativo. Vamos apagar um arquivo para poder comprovar que o mesmo será colocado na lixeira. Para isso, vamos criar um arquivo de texto vazio com o bloco de notas e salva-lo em Meus documentos, após isto, abra a pasta, e selecione o arquivo recém criado, e então pressione a tecla DELETE. Surgirá uma caixa de dialogo como a figura a seguir: A Formatação rápida remove arquivos do disco sem verificá-lo em busca de setores danificados. Use esta opção somente se o disco tiver sido formatado anteriormente e você tiver certeza de que ele não está danificado. Para obter informações sobre qualquer opção, clique no ponto de interrogação no canto superior direito da caixa de diálogo Formatar e, em seguida, clique na opção. Não será possível formatar um disco se houver arquivos abertos, se o conteúdo do disco estiver sendo exibido ou se ele contiver a partição do sistema ou de inicialização. Para formatar um volume básico (formatando o computador) 1. Abra o Gerenciamento do computador (local).. Clique com o botão direito do mouse na partição, unidade lógica ou volume básico que você deseja formatar (ou reformatar) e, em seguida, clique em Formatar ou copiar disco (ou backup para efetuar uma cópia da unidade lógica) 3. Selecione as opções desejadas e clique em OK. Esvaziando a Lixeira Ao Esvaziar a Lixeira, você está excluindo definitivamente os arquivos do seu Disco Rígido. Estes não poderão mais ser mais recuperados pelo Windows. Então, esvazie a Lixeira somente quando tiver certeza de que não precisa mais dos arquivos ali encontrados. 1. Abra a Lixeira. No menu ARQUIVO, clique em Esvaziar Lixeira. Você pode também esvaziar a Lixeira sem precisar abri-la, para tanto, basta clicar com o botão DIREITO do mouse sobre o ícone da Lixeira e selecionar no menu de contexto Esvaziar Lixeira. Gerenciamento da lixeira Como alterar a configuração da lixeira a. Dar um clique simples sobre a lixeira, com o botão direito do mouse. b. Clicar em Propriedades Pode-se definir c. se os arquivos deletados devem ser guardados temporariamente na Lixeira ou sumariamente deletados d. tamanho da área de disco que poderá ser utilizada pela Lixeira. e. se deve aparecer a pergunta confirmando a exclusão. Ajuda do Windows Para obter ajuda ou suporte do Windows XP, basta executar o seguinte comando, pressionar a tecla Alt + F1 será exibido uma caixa de diálogo com todos os tópicos e índice de ajuda do sistema, caso ainda não seja esclarecida as suas dúvidas entre em contato com o suporte on-line através da internet. Para abrir o Gerenciamento do computador, clique em Iniciar, aponte para Configurações e clique em Painel de controle. Clique duas vezes em Ferramentas administrativas e, em seguida, clique duas vezes em Gerenciamento do computador. Na árvore de console, clique em Gerenciamento de disco. Importante: A formatação de um disco apaga todas as informações nele contidas. Trabalhando com o Microsoft WordPad O Acessório Word Pad é utilizado no Windows principalmente para o usuário se familiarizar com os menus dos programas Microsoft Office, entre eles o Word. O Word Pad não permite, criar tabelas, rodapé nas páginas, cabeçalho e mala direta. Portanto é um programa criado para um primeiro contato com os produtos para escritório da Microsoft. Entre suas funcionalidades o WordPad lhe permitirá inserir texto e imagens, trabalhar com texto formatado com opções de negrito, itálico, sublinhado, com suporte a várias fontes e seus tamanhos, formatação do parágrafo à direita, à esquerda e centralizado, etc. Para iniciar o WordPad. 1. Clique em Iniciar, aponte para Todos os Programas.. Posicione o cursor do mouse em Acessórios. 3. Clique em WordPad. 1) Barra Padrão Na barra Padrão, é aonde encontramos os botões para as tarefas que executamos com mais frequência, tais como: Abrir, salvar, Novo documento, imprimir e etc. Formatação e cópia de discos 1. Se o disco que você deseja formatar for um disquete, insira-o em sua unidade.. Abra Meu computador e clique no disco que você deseja formatar. 3. No menu Arquivo, aponte para o nome do disquete e clique em Formatar ou Copiar disco para efetuar uma cópia. 114 Funções dos botões: 1. Novo documento. Abrir documento 3. Salvar 4. Imprimir 5. Visualizar 5. Localizar (esmaecido) 6. Recortar (esmaecido) 7. Copiar (esmaecido) 8. Colar

211 9. Desfazer 10. Inserir Data/Hora Para abrir o Paint, siga até os Acessórios do Windows. A seguinte janela será apresentada: Barra de formatação Logo abaixo da barra padrão, temos a barra de Formatação, ela é usada para alterar o tipo de letra (fonte), tamanho, cor, estilo, disposição de texto e etc. Funções dos botões: 1. Alterar fonte. Alterar tamanho da fonte 3. Lista de conjunto de caracteres do idioma 4. Negrito 5. Itálico 6. Sublinhado 7. Cor da fonte 8. Texto alinhado á esquerda 9. Texto Centralizado 10. Texto alinhado a direita 11. Marcadores Nesta Janela, temos os seguintes elementos: Formatando o texto Para que possamos formatar (alterar a forma) de um texto todo, palavras ou apenas letras, devemos antes de tudo selecionar o item em que iremos aplicar a formatação. Para selecionar, mantenha pressionado o botão esquerdo do mouse e arraste sobre a(s) palavra(s) ou letra(s) que deseja alterar: Feito isto, basta apenas alterar as propriedades na barra de formatação. Você pode ainda formatar o texto ainda pela caixa de diálogo para formatação, para isso clique em: Menu Formatar / Fonte, a seguinte tela será apresentada: Nesta Caixa, selecionamos as ferramentas que iremos utilizar para criar nossas imagens. Podemos optar por: Lápis, Pincel, Spray, Linhas, Curvas, Quadrados, Elipses e etc. Caixa de cores Nesta caixa, selecionamos a cor que iremos utilizar, bem como a cor do fundo em nossos desenhos. Vejamos agora as ferramentas mais utilizadas para criação de imagens: Lápis: Apenas mantenha pressionado o botão do mouse sobre a área em branco, e arraste para desenhar. Aqui, você também poderá fazer formatações do texto, bom como colocar efeitos como Riscado e sublinhado.com o Neste menu (Formatar), temos também a opção de formatar o parágrafo, definindo os recuos das margens e alinhamento do texto. Paint O Paint é um acessório do Windows que permite o tratamento de imagens e a criação de vários tipos de desenhos para nossos trabalhos. Através deste acessório, podemos criar logomarcas, papel de parede, copiar imagens, capturar telas do Windows e usa-las em documentos de textos. Uma grande vantagem do Paint, é que para as pessoas que estão iniciando no Windows, podem aperfeiçoar-se nas funções básicas de outros programas, tais como: Abrir, salvar, novo, desfazer. Além de desenvolver a coordenação motora no uso do mouse. 115 Pincel: Tem a mesma função do lápis mas com alguns recursos a mais, nos quais podemos alterar aforma do pincel e o tamanho do mesmo. Spray: Com esta ferramenta, pintamos como se estivéssemos com um spray de verdade, podendo ainda aumentar o tamanho da área de alcance dele, assim como aumentamos o tamanho do pincel. Preencher com cor ou Balde de tinta: Serve para pintar os objetos, tais como círculos e quadrados. Use-o apenas se a sua figura estiver fechada, sem aberturas. Ferramenta Texto: Utilizada para inserir textos no Paint. Ao selecionar esta ferramenta e clicarmos na área de desenho, devemos desenhar uma caixa para que o texto seja inserido dentro da mesma. Junto com a ferramenta texto, surge também a caixa de formatação de texto, com função semelhante a estudada no WordPad, a barra de formatação.

212 Calculadora A calculadora do Windows contém muito mais recursos do que uma calculadora comum, pois além de efetuar as operações básicas, pode ainda trabalhar como uma calculadora científica. Para abri-la, vá até acessórios. A Calculadora padrão contém as funções básicas, enquanto a calculadora cientifica é indicada para cálculos mais avançados. Para alternar entre elas clique no menu Exibir Calculadora padrão Calculadora cientifica Para utilizá-la com o mouse, basta clicar sobre o número ou função desejada. O sinal de divisão é representado pela barra (I). A multiplicação é representada pelo asterisco (*) A raiz quadra é representado por [sqrt]. Conhecendo alguns botões: Back: exclui o último dígito no número escrito. CE: limpa o número exibido. C: apaga o último cálculo. MC: limpa qualquer número armazenado na memória MR: chama o número armazenado na memória. MS: armazena na memória o número exibido. M+: soma o número exibido ao que está na memória. Além de acionarmos os números e funções através do mouse, também podemos acessá-los através do teclado.perceba que a janela da calculadora possui uma barra de menu. Escolha o menu Exibir e escolha a opção Científica. Para retornar à calculadora padrão escolha o menu Exibir e a opção Padrão. INTRODUÇÃO AO MICROSOFT WINDOWS 7 Visualmente o Windows 7 é semelhante ao seu antecessor, o Windows Vista, porém a interface é muito mais rica e intuitiva, tornando a experiência individual um verdadeiro prazer. Esse sentido se traduz na facilidade de localizar seus aplicativos e arquivos. Hoje encontramos ícones tridimensionais, agrupamento de aplicativos na barra de tarefas, design moderno e visualizações dinâmicas que permitem localizar de forma fácil, rápida e atraente os programas ou documentos abertos. É Sistema Operacional multitarefa e para múltiplos usuários. O novo sistema operacional da Microsoft trouxe, além dos recursos do Windows 7, muitos recursos que tornam a utilização do computador mais amigável. Algumas características não mudam, inclusive porque os elementos que constroem a interface são os mesmos. VERSÕES DO WINDOWS 7 Foram desenvolvidas muitas versões do Windows 7 para que atendam às diversas características de plataformas computacionais e necessidades tecnológicas diferentes e existentes no mercado (residencial e corporativo). Windows 7 Starter: Projetado especificamente para ajudar mais as pessoas em mercados de tecnologia em desenvolvimento a aprender habilidades valiosas com computador e a atingir novas oportunidades. Ideal para netbooks. Windows 7 Home Premium: É ideal para residências com necessidades básicas de computação como , navegação na Internet e compartilhamento/visualização de fotos, músicas e vídeos. Windows 7 Professional: É a edição para aqueles que preferem trabalhar tanto no ambiente doméstico quanto no ambiente de trabalho. Com todos os recursos do Windows Home Premium, ele ainda permite trabalhar com funcionalidades como Modo Windows XP para executar aplicativos mais antigos que se executam normalmente no Windows XP e possui backup automático para os seus dados. Windows 7 Ultimate: É a escolha certa para quem quer ter tudo. Alterne facilmente entre os mundos de produtividade e experimente a edição mais completa do Windows 7. Além das funcionalidades do Windows Home Premium e do Windows Professional, o Ultimate tem os recursos de economia de energia, segurança como BitLocker e BitLocker To Go, recursos de mobilidade como Direct Access que funciona integrado a uma rede com Windows Server 008 R. ÁREA DE TRABALHO A Área de trabalho é composta pela maior parte de sua tela, em que ficam dispostos alguns ícones. Uma das novidades do Windows 7 é a interface mais limpa, com menos ícones e maior ênfase às imagens do plano de fundo da tela. Com isso você desfruta uma área de trabalho suave. A barra de tarefas que fica na parte inferior também sofreu mudanças significativas. LIXEIRA A Área de trabalho do Windows 7 é bem colorida e possui apenas um ícone: o da Lixeira. Na Lixeira ficam armazenados os arquivos que são apagados pelo usuário, ou intencionalmente ou acidentalmente. Mas eles podem ser recuperados, por isso ela possui a ilustração do símbolo da reciclagem. Como padrão, na instalação do Windows, será colocado na área de trabalho apenas o ícone Lixeira, porém, você poderá inserir quantos ícones desejar. BARRA DE TAREFAS É uma área de suma importância para a utilização do Windows 7, pois no botão Iniciar ficam os principais comandos e recursos do Windows. A Barra de tarefas tem ainda a importante função de avisar quais são os aplicativos em uso, pois é mostrado um retângulo pequeno com a descrição do(s) aplicativo(s) que está(ão) ativo(s) no momento, mesmo que algumas estejam minimizadas ou ocultas sob outra janela, permitindo assim, alternar entre estas janelas ou entre programas com rapidez e facilidade. Podemos alternar entre as janelas abertas com a sequência de teclas ALT+TAB (FLIP) permitindo escolher qual janela, ou programa deseja manipular, ALT+ESC que alterna entre as janelas abertas sequencialmente e Tecla Windows (WINKEY) + TAB (FLIP 3D) abre o Windows Aero (FLIP3D). A barra de tarefas também possui o menu Iniciar, barra de inicialização rápida e a área de notificação, onde você verá o relógio. Outros ícones na área de notificação podem ser exibidos temporariamente, mostrando o status das atividades em andamento. Por exemplo, o ícone da impressora é 116

213 exibido quando um arquivo é enviado para a impressora e desaparece quando a impressão termina. Você também verá um lembrete na área de notificação quando novas atualizações do Windows estiverem disponíveis para download no site da Microsoft. O Windows 7 mantém a barra de tarefas organizada consolidando os botões quando há muitos acumulados. Por exemplo, os botões que representam arquivos de um mesmo programa são agrupados automaticamente em um único botão. Clicar no botão permite que você selecione um determinado arquivo do programa. Outra característica muito interessante é a pré-visualização das janelas ao passar a seta do mouse sobre os botões na barra de tarefas. BOTÃO INICIAR Está no mesmo local do menu Iniciar, encontrado na Barra de tarefas, o qual, quando clicado, apresenta a listagem de comandos existentes. O botão Iniciar é o principal elemento da Barra de Tarefas. Ele dá acesso ao Menu Iniciar, de onde se podem acessar outros menus que, por sua vez, acionam programas do Windows. Ao ser acionado, o botão Iniciar mostra um menu vertical com várias opções. Alguns comandos do menu Iniciar têm uma seta para a direita, significando que há opções adicionais disponíveis em um menu secundário. Se você posicionar o ponteiro sobre um item com uma seta, será exibido outro menu. O botão Iniciar é a maneira mais fácil de iniciar um programa que estiver instalado no computador, ou fazer alterações nas configurações do computador, localizar um arquivo, abrir um documento. É apresentado em duas colunas. A coluna da esquerda apresenta atalhos para os programas instalados e para os programas abertos recentemente. Na coluna da direita o menu personalizado apresentam atalhos para as principais pastas do usuário como Documentos, Imagens, Músicas e Jogos. A sequência de teclas para ativar o Botão Iniciar é CTRL+ESC ou a Tecla do Windows (WINKEY). As opções existentes no botão Iniciar estão dispostas no lado esquerdo do menu e no direito. À esquerda você encontra os aplicativos ou recursos colocados na sua máquina. Algumas opções que poderão estar no botão Iniciar: Todos os Programas: Exibe uma lista completa com todos os programas do Windows 7 e aplicativos instalados em seu computador. Lupa: A Lupa amplia partes diferentes da tela. Esse recurso é útil para a exibição de partes difíceis de ver. Windows Fax e Scan: Permite que se receba ou emita fax, além de escanear um documento. Visualizador XPS: Visualizador dos arquivos criados em formato XPS (XML Paper Specification). Calculadora: Aplicativo calculadora que auxilia na criação de contas simples. Paint: Aplicativo para edição de imagens, além de permitir criá-las. Conexão de Área de Trabalho Remota: Aplicativo que possibilita a conexão com outros computadores remotamente, desde que se obedeçam às permissões. Notas Autoadesivas: São lembretes que ficam pendurados na Área de trabalho do Windows. Conectar a um Projetor: Aplicativo que permite a conexão facilitada a um projetor para exibição da tela em ambientes apropriados, tais como auditórios, salas de reunião, salas de treinamento etc. Ponto de Partida: Central de tarefas em que são oferecidos recursos que facilitam o uso do Windows, tais como Backup de arquivos, personalizar o Windows, conexão à internet, entre outros. Windows Live Messenger: Aplicativo que permite a conversa com outras pessoas em tempo real, no modo texto. DESLIGANDO SEU COMPUTADOR Quando você termina de usar o computador, é importante desligá-lo corretamente não apenas para economizar energia, mas também para garantir que os dados sejam salvos e para ajudar a manter seu computador mais seguro. E o melhor de tudo: o computador iniciará rapidamente na próxima vez que você quiser utilizá-lo. Desligamento: O novo conjunto de comandos permite Desligar o computador, Bloquear o computador, Fazer Logoff, Trocar Usuário, Reiniciar, Suspender ou Hibernar. Para desligar o computador, clique no botão Iniciar e, em seguida, clique no botão para ligar/desligar no canto inferior direito do menu Iniciar. Normalmente, o botão Ligar/desligar tem a seguinte aparência: Suspender: Quando você clica neste botão, o computador entra em modo de suspensão. O Windows salva automaticamente seu trabalho, o monitor é desativado e o ruído da ventoinha do computador para. Geralmente, uma luz na parte externa do gabinete do computador pisca ou fica amarela para indicar que o computador está em suspensão. Todo o processo leva apenas alguns segundos. Como o Windows salva seu trabalho, não há necessidade de fechar os programas e arquivos antes de colocar o computador em suspensão. Na próxima vez que você ligar o computador (e inserir sua senha, se necessário), a aparência da tela será exatamente igual a quando você desligou o computador. Para acordar o computador, pressione o botão para ligar/desligar no gabinete do computador. Como você não tem de esperar o Windows iniciar, o computador acorda em segundos e você pode voltar ao trabalho quase imediatamente. PLANO DE FUNDO Todos nós temos uma foto preferida, não é mesmo? Qual é a sua? Aquela que está no porta-retratos da sua mesa de trabalho ou de estudos? Com o Windows, você pode exibir suas fotos favoritas como plano de fundo da área de trabalho de seu computador. Além de fotos, o plano de fundo pode ser uma imagem ou um desenho, que deixa o ambiente de trabalho do Windows mais bonito cu até mesmo personalizado, ou seja, do jeito que você gosta. Quando vai a alguma loja ou escritório, você já deve ter notado que algum monitor exibe fotos de família ou mesmo belas paisagens, não é mesmo? Os planos de fundo da área de trabalho do Windows, também são conhecidos como papéis de parede. Hoje em dia existem vários sites especializados em disponibilizar papéis de parede, com os mais variados temas: carros, animais, anjos, etc. ÍCONES Representação gráfica de um arquivo, pasta ou programa. Você pode adicionar ícones na área de trabalho, assim como pode excluir. Alguns ícones são padrões do Windows: Computador, Painel de Controle, Rede, Lixeira e a Pasta do usuário. Os ícones de atalho são identificados pela pequena seta no canto inferior esquerdo da imagem. Eles permitem que você acesse programas, arquivos, pastas, unidades de disco, páginas da web, impressoras e outros computadores. Os ícones de atalho oferecem links para os programas ou arquivos que eles representam. Você pode adicioná-los e excluí-los sem afetar os programas ou arquivos atuais. Para selecionar ícones aleatórios, pressione a tecla CTRL e clique nos ícones desejados. Quando você instala programas em seu computador, alguns deles automaticamente criam um ícone de atalho na área de trabalho. Veja a seguir alguns exemplos de ícones: Windows Live Messenger Internet Explorer Adobe PhotoShop CS3 CorelDRAW X3 Autodesk AutoCAD 010 Cada ícone contém o nome, do programa ou pasta, correspondente. Este nome pode ser modificado conforme a necessidade. TRABALHANDO COM JANELAS Mesmo que o conteúdo de cada janela seja diferente, todas as janelas têm algumas coisas em comum. A maioria das janelas possuem as mesmas partes básicas. 117

214 Barra de Título: Está localizada na parte superior de uma janela, sendo colorida em azul, na instalação padrão, Apresenta o nome do programa em uso e/ou nome do documento atualmente aberto. Permite que o usuário movimente a janela para um outro local da tela, ou seja, o usuário posiciona o mouse sobre a Barra de Título, pressiona e segura o botão esquerdo do mouse e arrasta a janela para outra posição, fazendo com que todo o conteúdo sofra também um deslocamento. - Barra de Menus: Ao longo da parte superior de toda as janelas há uma Barra de Menu que relaciona todos os menus disponíveis. Um menu consiste em uma lista de comandos que executam tarefas. A maioria dos programas possui um menu Arquivo, um menu Editar e um menu Ajuda, além de outros, exclusivos do próprio programa. 3 Botão Minimizar: Permite ocultar a janela, deixando-a visível somente como um botão na barra de tarefas. 4 Botão Maximizar: Ao clicar neste botão, a janela ocupa a tela inteira do monitor. Com a janela maximizada, este botão se transforme no botão Restaurar Tamanho. Botão Restaurar Tamanho: Este botão também está localizado no meio dos 3 botões, porém só é apresentado se a janela estiver maximizada, portanto o botão Restaurar se alterna com o botão de Maximizar dependendo de como a respectiva janela esteja apresentada. Pressionar o botão "Restaurar" faz com que a janela de aplicativo retorne ao seu tamanho anterior. 5 Botão Fechar: Como o próprio nome diz, este botão é utilizado para fechar a janela do programa. 6 Barras de rolagem: Permite rolar o conteúdo da janela para cima, para baixo e para os lados, para ver informações que estão fora de visão no momento. WINDOWS EXPLORER No computador, para que tudo fique organizado, existe o Windows Explorer. Ele é um programa que já vem instalado com o Windows e pode ser aberto através do Botão Iniciar ou do seu ícone na barra de tarefas. Este é um dos principais utilitários encontrados no Windows 7. Permite ao usuário enxergar de forma interessante a divisão organizada do disco (em pastas e arquivos), criar outras pastas, movê-las, copiá-las e até mesmo apagá-las. Com relação aos arquivos, permite protegê-los, copiá-los e movê-los entre pastas e/ou unidades de disco, inclusive apagá-los e também renomeá-los. Em suma, é este o programa que disponibiliza ao usuário a possibilidade de gerenciar todos os seus dados gravados. O Windows 7 é totalmente voltado para tarefas e usuários, portanto o que você enxerga são os arquivos do usuário que está ligado. Eventualmente, se efetuar a troca de usuários e abrir o Windows Explorer, ele mostrará primeiramente os arquivos desse novo usuário e assim sucessivamente. Os arquivos são muito importantes e, portanto merecem uma atenção especial. Não podem estar espalhados pelo computador, precisam ser guardados em locais específicos, chamado pastas. Uma das novidades do Windows 7 são as Bibliotecas. Por padrão já consta uma na qual você pode armazenar todos os seus arquivos e documentos pessoais/trabalho, bem como arquivos de músicas, imagens e vídeos. Também é possível criar outra biblioteca para que você organize da forma como desejar. O Windows Explorer está dividido em várias partes. A porção da esquerda mostra a sua biblioteca, que pode incluir seus arquivos, suas músicas, filmes e imagens; há também o ícone Favoritos para visualizar seus sites preferidos, a área de trabalho, sua rede doméstica ou de trabalho e o Computador. À direita do Windows Explorer você pode observar os arquivos existentes na pasta explorada. Você pode criar livremente as pastas. O Windows 7 utiliza a Biblioteca como padrão para armazenar seus dados. Isso permite maior organização e facilita a localização. Ainda assim, por exemplo, dentro da pasta Documentos é possível criar pastas para organizar suas informações. A vantagem de poder criar uma pasta é exatamente ter os trabalhos organizados e divididos por assunto, como se fossem gavetas de um armário. Ao abrir o Windows Explorer o novo sistema de BIBLIOTECAS permite acesso rápido as principais pastas do usuário. Veja a seguir uma explicação sobre as partes da janela do Windows Explorer. Botões Minimizar, Maximizar e Fechar: servem, respectivamente, para reduzir a janela a um botão na barra de tarefas, para fazer com que a janela ocupe a tela toda e para fechar o programa. Botões Avançar e Voltar: o botão Voltar serve para que volte à pasta anterior, ou seja, a pasta que você acessou antes da atual. O botão Avançar passa para a pasta seguinte. Barra de endereço: é o local onde você digita o endereço da pasta ou do arquivo desejado. Enquanto você digita, o botão Ir para é exibido. Ao localizar a pasta ou o arquivo desejado, basta clicar sobre este botão. Caixa de Pesquisa: utilizando esta caixa, você poderá procurar rapidamente por qualquer arquivo ou pasta que esteja no computador. Você verá mais detalhes sobre ela no próximo tópico. Barra de Ferramentas: exibe várias opções, de acordo com os itens que são acessados no painel de navegação. Você verá como utilizá-la a seguir, ainda neste tópico. Painel de navegação: Como o próprio nome diz, através dele você navega pela área de trabalho, pelas bibliotecas, pelo disco rígido do computador e pela rede, caso o computador esteja conectado a alguma. No painel de navegação, os itens são divididos em categorias: Favoritos, Bibliotecas, Computador e Rede. Favoritos: Permite que você acesse os itens da Área de trabalho, os arquivos que foram baixados da Internet (pasta Downloads) e todos os locais que você acessou recentemente, no seu computador ou na rede. Bibliotecas: Uma biblioteca se parece muito com uma pasta, mas não armazena arquivos. Em vez disso, uma biblioteca aponta para os locais em que seus arquivos estão armazenados e mostra todos como uma só coleção. Computador: Exibe o disco rígido do computador (Disco Local C:). Se houver mais de um disco ou se um disco estiver particionado, o Windows Explorer irá exibi-la com a letra seguinte (Disco Local D:). O item Computador também exibe a unidade de CD ou DVD, caso haja alguma. Rede: Se o seu computador estiver conectado a uma rede, este item fará parte do painel de navegação e irá exibir todos os computadores que fazem parte da rede. Painel direito: Exibe todas as opções referentes aos itens que estão no painel de navegação. ARQUIVOS E PASTAS Agora, você aprenderá mais sobre os arquivos e as pastas. Como você já sabe, cada arquivo possui um nome que o identifica, facilitando o trabalho do usuário. Cada um também tem seu formato. Por exemplo, existem arquivos do Bloco de notas, do Paint, do WordPad e assim por diante. De modo que um arquivo criado pelo Bloco de notas não pode ser aberto pelo Paint, pois o formato desse arquivo é texto, e o Painel reconhece arquivos de imagens. Podemos identificar o formato de um arquivo observando o seu ícone, que é igual ao ícone do aplicativo que o criou. Vendo os ícones, você pode ver como é fácil distinguir qual é o formato de cada arquivo. Primeiro por causa do seu ícone, e segundo porque seus nomes facilitam a identificação. Portanto, ao salvar arquivos, dê-lhes nomes pequenos e fáceis de identificá-los, relacionados ao assunto do seu conteúdo. Outra coisa importante que deve ser lembrada é que dois arquivos do mesmo formato não podem ter o mesmo nome no mesmo local, ou seja, na mesma pasta. Agora, caso um arquivo seja do formato texto e o outro formato de desenho, esse problema não ocorre. O sistema operacional reconhece o formato de um arquivo pela sua extensão. Como o próprio nome diz, ela é uma extensão do nome do próprio arquivo. Seria como se fosse o sobrenome, para saber de que família ele pertence (família das imagens, dos textos, das músicas etc). 118

215 Todo arquivo possui uma extensão (quase sempre formada por três letras), e ela vem depois de seu nome. Por padrão, o Windows oculta todas as extensões dos arquivos, mostrando apenas o nome dele, mas é a partir delas que o sistema sabe qual aplicativo deverá abrir o arquivo solicitado. O nome do arquivo é separado de sua extensão por um ponto (.). Receita Receita.txt Extensão oculta Extensão oculta Observação - Note que a extensão dos arquivos do Bloco de notas é "txt". É por esse motivo que podemos dar o mesmo nome a arquivos com extensões diferentes na mesma pasta. Pois o sistema percebe que eles não pertencem ao mesmo formato. O tipo de um arquivo pode ter mais de uma extensão. É o caso dos arquivos de imagem. A diferença está na qualidade dos formatos, na quantidade de espaço em disco que o arquivo ocupa e em quais aplicativos ele pode ser aberto. Além dessas extensões, existe também outro tipo de arquivo que é essencial para o funcionamento de todo o sistema operacional. São os arquivos executáveis. Os arquivos executáveis possuem a extensão EXE. Eles são os arquivos principais dos aplicativos no Windows. Todo aplicativo possui um arquivo com a extensão EXE, que é o responsável pela execução do mesmo (por isso o nome executável). Vamos pegar como exemplo a calculadora. Na verdade, a calculadora propriamente dita é o arquivo calc.exc, que fica localizado em uma das pastas internas do Windows. Portanto, o atalho da calculadora, que fica no grupo Acessórios, do menu Iniciar, direciona diretamente para esse arquivo. Sem os atalhos, precisaríamos abrir os aplicativos sempre pelo seu arquivo executável, tornando o trabalho muito complicado, pois cada aplicativo fica instalado em uma pasta diferente no sistema operacional. LIVE ICONS (MODOS DE EXIBIÇÃO) Os ícones ao vivo no Windows 7 são um grande melhoramento em relação aos ícones tradicionais. Nas aplicações que tenham esta funcionalidade disponível, os Live Icons fornecem-lhe uma pré-visualização em miniatura do conteúdo de cada arquivo, em vez de uma representação genérica da aplicação que está associada ao arquivo. Conseguirá ver prévisualização dos arquivos - incluindo as primeiras páginas dos seus documentos, as suas fotos e mesmo as capas dos álbuns das músicas que têm gravadas no computador sem ter que abrir qualquer desses arquivos. Painel de Visualização De forma a oferecer-lhe uma maneira ainda mais completa de prévisualizar os conteúdos dos documentos sem ter que os abrir, os Exploradores como o Explorador de Documentos, Explorador de Música e o Explorador de Imagens oferecem-lhe um Painel de Visualização opcional. Nas aplicações que disponibilizem esta funcionalidade poderá navegar por pré-visualizações legíveis de vários documentos ou antever alguns segundos do conteúdo de arquivos de mídia. Para isso basta clicar no botão Mostrar Painel de Pré-Visualização que fica na Barra de Ferramentas. APLICATIVOS DE WINDOWS 7 O Windows 7 inclui muitos programas e acessórios úteis. São ferramentas para edição de texto, criação de imagens, jogos, ferramentas para melhorar o desempenho do computador, calculadora e etc. Se fôssemos analisar cada acessório que temos, encontraríamos várias aplicações, mas vamos citar as mais usadas e importantes. A pasta Acessórios é acessível dando se um clique no botão Iniciar na Barra de tarefas, escolhendo a opção Todos os Programas e no submenu, que aparece, escolha Acessórios. BLOCO DE NOTAS Aplicativo de edição de textos (não oferece nenhum recurso de formatação) usado para criar ou modificar arquivos de texto. Utilizado normalmente para editar arquivos que podem ser usados pelo sistema da sua máquina. O Bloco de Notas serve para criar ou editar arquivos de texto que não exijam formatação e não ultrapassem 64KB. Ele cria arquivos com extensões.ini,.sys e.bat, pois abre e salva texto somente no formato ASCII (somente texto). WORD PAD Editor de texto com formatação do Windows. Pode conter imagens, tabelas e outros objetos. A formatação é limitada se comparado com o Word. A extensão padrão gerada pelo Word Pad é a RTF. Lembre-se que por meio do programa Word Pad podemos salvar um arquivo com a extensão DOC entre outras. PAINT Editor simples de imagens do Windows. A extensão padrão é a BMP. Permite manipular arquivos de imagens com as extensões: JPG ou JPEG, GIF, TIFF, PNG, ICO entre outras. CALCULADORA Pode ser exibida de quatro maneiras: padrão, científica, programador e estatística. WINDOWS LIVE MOVIE MAKER Editor de vídeos. Permite a criação e edição de vídeos. Permite inserir narrações, músicas, legendas, etc... Possui vários efeitos de transição para unir cortes ou cenas do vídeo. A extensão padrão gerada pelo Movie Maker é a MSWMM se desejar salvar o projeto ou WMV se desejar salvar o vídeo. PAINEL DE CONTROLE O Painel de controle fornece um conjunto de ferramentas administrativas com finalidades especiais que podem ser usadas para configurar o Windows, aplicativos e ambiente de serviços. O Painel de controle inclui itens padrão que podem ser usados para tarefas comuns (por exemplo, Vídeo, Sistemas, Teclado, Mouse e Adicionar hardware). Os aplicativos e os serviços instalados pelo usuário também podem inserir ícones no Painel de controle. Existem três opções de modo de exibição para o Painel de controle: O modo de exibição Categoria, Ícones grandes e Ícones pequenos. A JANELA Botões Minimizar, Maximizar e Fechar: Servem, respectivamente, para reduzir a janela a um botão barra de tarefas, para fazer com que a janela ocupe a tela toda e para fechar o programa. Botões Avançar e Voltar: O botão Voltar serve par que volte à categoria anterior, ou seja, a categoria que você acessou antes da atual. O botão Avançar passa para a categoria seguinte. Barra de endereço: É o local onde você digita o endereço da categoria ou item desejado. Enquanto você digita, o botão é exibido. Caixa de Pesquisa: Através desta caixa, você poderá procurar rapidamente por qualquer item do Painel de Controle. MODO DE EXIBIÇÃO CATEGORIA O modo de exibição Categoria exibe os ícones do Painel de controle de acordo com o tipo de tarefa que o usuário desejar executar. Sistema e Segurança: Exibe uma série de recursos para manutenção e segurança de seu computador, tais como: Central de Ações, Firewall do Windows, Sistema, Windows Update, Opções de energia, Backup e Restauração etc. Rede e Internet: Exibe o status e as tarefas de rede, tais como: Central de Rede e Compartilhamento, Grupos Doméstico e Opções da Internet. 119

216 Hardware e Sons: Exibe várias opções para você adicionar novos Hardwares e Gerenciar os dispositivos de Áudio e Vídeo em geral. Programas: Nesta opção você pode gerenciar todos os programas em seu computador, podendo desinstalar e restaurar os programas instalados. Contas de Usuários e Segurança familiar: Permite gerenciar os usuários do computador, determinando se o usuário poderá executar algumas tarefas ou não. Uma conta de usuário é o conjunto de informações que diz ao Windows quais arquivos e pastas o usuário poderá acessar, quais alterações poderá efetuar no computador e quais são suas preferências pessoais. Cada pessoa acessa sua conta com um nome de usuário e uma senha. Há três tipos principais de contas: Administrador: Criada quando o Windows é instalado, Ele lhe dá acesso completo ao computador. Usuário padrão: Permite que você execute tarefas comuns e trabalhe com seus próprios arquivos. Convidado: Destina-se às pessoas que precisam de acesso temporário ao computador. Controle dos Pais Ajuda a controla o modo como as crianças usam o computador. Por exemplo, você pode definir limites para a quantidade de horas que seus filhos podem usar o computador, os jogos que podem jogar e os programas que podem executar. Aparência e Personalização: Nesta opção você pode controlar toda a aparência de seu computador, o modo como sua tela será exibida. Poderá alterar o tema, o Plano de fundo da Área de trabalho, ajustar a Resolução da tela etc. Relógio, Idioma e Região: Nesta opção você poderá alterar a Data e hora, Fuso horário e muitos outros. Facilidade de Acesso: Permite que o Windows sugira configurações, poderá Otimizar a exibição visual, Alterar configuração do mouse etc. MODOS DE EXIBIÇÃO ÍCONES PEQUENOS E ÍCONES GRANDES Os modos de exibições Ícones grandes e Ícones pequenos exibem os ícones do Painel de controle em um modo de exibição que é familiar aos usuários de versões anteriores do Windows 7. ÍCONES GRANDES NOVIDADES DO WINDOWS 7 Ajustar O recurso Ajustar permite o redimensionamento rápido e simétrico das janelas abertas, basta arrastar a janela para as bordas pré-definidas e o sistema a ajustará às grades. Exclusivo das versões Home Premium, Professional e Ultimate, o Aero Peek permite que o usuário visualize as janelas que ficam ocultadas pela janela principal. A barra de tarefas do Windows 7 conta com uma grande atualização gráfica. Agora o usuário pode ter uma prévia do que está sendo rodado, apenas passando o mouse sobre o item minimizado. Área de trabalho bagunçada? Muitas janelas abertas? Basta selecionar a janela deseja, clicar na barra de títulos e sacudir. Todas as outras janelas serão minimizadas automaticamente. Esse novo recurso permite a criação de listas de atalhos para acesso mais dinâmico aos documentos, sites e programas usados com mais frequência. Além da atualização automática, é possível fixar os atalhos favoritos, para que não sejam trocados. A cada versão do Windows, a Microsoft prepara novas imagens para papéis de parede, com o Windows 7 não poderia ser diferente. E ainda há uma novidade, o novo sistema operacional permite a configuração de apresentação de slides para planos de fundo, trocando as imagens automaticamente. A barra de alternância de tarefas do Windows 7 foi reformulada e agora é interativa. Permite a fixação de ícones em determinado local, a reorganização de ícones para facilitar o acesso e também a visualização de miniaturas na própria barra. Para facilitar o compartilhamento de arquivos e impressoras na rede doméstica, a Microsoft criou o recurso dos grupos domésticos. Uma vez criado o grupo, torna-se muito mais ágil e simples o compartilhamento de músicas, vídeos, documentos e fotos entre computadores. Permite também a proteção por senhas e o controle do conteúdo compartilhado. Diferentemente do Windows Vista, que prendia as gadgets na barra lateral do sistema. O Windows 7 permite que o usuário redimensione, arraste e deixe as gadgets onde quiser, não dependendo de grades determinadas. O gerenciador de jogos do Windows 7 permite a conexão com feeds de atualizações e novas aplicações da Microsoft, registra vitórias, derrotas e outras estatísticas. O novo sistema operacional conta ainda com a volta de três jogos online do Windows XP, Damas, Espadas e Gamão, todos reformulados e redesenhados. O novo Windows Media Center tem compatibilidade com mais formatos de áudio e vídeo, além do suporte a TVs online de várias qualidades, incluindo HD. Também conta com um serviço de busca mais dinâmico nas bibliotecas locais, o TurboScroll. Além do já conhecido Ponto de Restauração, o Windows 7 vem também com o Windows Backup, que permite a restauração de documentos e arquivos pessoais, não somente os programas e configurações. Uma das inovações mais esperadas do novo OS da Microsoft, a compatibilidade total com a tecnologia do toque na tela, o que inclui o acesso a pastas, redimensionamento de janelas e a interação com aplicativos. Os usuários do Windows Vista sofriam com a interface pouco intuitiva do assistente para conexão de redes sem fio. No Windows 7 isso acabou, o sistema simples permite o acesso e a conexão às redes com poucos cliques. Para quem não gosta de teclado e mouse, o Windows 7 vem com muito mais compatibilidade com a tecnologia Tablet. Conta com reconhecimento de manuscrito e de fórmulas matemáticas, digitalizando-as. Para compatibilidade com programas corporativos de pequenas e médias empresas, o novo sistema operacional conta com suporte ao modo Windows XP, que pode ser baixado no site da Microsoft. Livre-se de spywares, malwares, adwares e outras pragas virtuais com o Windows Defender do Windows 7, agora mais limpo e mais simples de ser configurado e usado. Windows Firewall Para proteção contra crackers e programas mal-intencionados, o Firewall do Windows. Agora com configuração de perfis alternáveis, muito útil para uso da rede em ambientes variados, como shoppings com Wi-Fi pública ou conexões residências. 10

217 Notas Autoadesivas As notas autoadesivas servem para colar lembretes na área de trabalho. Podem ser digitadas ou manuscritas, caso o computador possua Tablet ou tela sensível ao toque. Central de Ações Chega de balões de alerta do Windows atrapalhando os aplicativos. O Windows 7 conta com a central de ações, recurso configurável que permite a escolha do que pode ou não pode interferir no sistema durante as aplicações. Novo Paint e nova Calculadora O Paint e a Calculadora do Windows 7 foram todos reformulados. No Paint novas paletas de ferramentas, novos pincéis e novas formas prédefinidas e na Calculadora os novos modos de exibição, padrão, científica, programador e estatística. Flip 3D Flip 3D é um feature padrão do Windows Vista que ficou muito funcional também no Windows 7. No Windows 7 ele ficou com realismo para cada janela e melhorou no reconhecimento de screens atualizadas. Novo menu Iniciar Comando de voz (inglês) Leitura nativa de Blu-Ray e HD DVD Conceito de Bibliotecas (Libraries), como no Windows Media Player, integrado ao Windows Explorer Arquitetura modular, como no Windows Server 008 Faixas (ribbons) nos programas incluídos com o Windows (Paint e WordPad, por exemplo), como no Office 007. Aceleradores no Internet Explorer 8 Aperfeiçoamento no uso da placa de vídeo e memória RAM UAC personalizável Melhor desempenho Gerenciador de Credenciais Boot otimizado e suporte a boot de VHDs (HDs Virtuais) Instalação do sistema em VHDs GADGETS Os Gadgets colocam informação e diversão, como notícias, fotos, jogos e as fases da Lua diretamente na sua área de trabalho. No Windows Vista, os gadgets foram agrupados na Barra Lateral. O Windows 7 os liberta na tela, onde é possível movê-los e redimensioná-los como você preferir. Arraste um gadget para perto da borda da tela ou outro gadget e observe como ele se ajusta direitinho no lugar, para um visual melhor. Janelas abertas no caminho dos seus gadgets? Use o Peek para que eles reapareçam instantaneamente. Fonte: Win7 Como Criar Contas de Usuário com as Ferramentas Administrativas do Windows Na plataforma Windows a tarefa de criar contas de usuário não se deve apenas ao item Contas de Usuário do Painel de Controle. Existe um outro caminho que permite a mesma funcionalidade porém com mais detalhes, este caminho é através das Ferramentas Administrativas do Windows. Para que você entenda com mais clareza veja o tutorial abaixo realizado no Windows 7. Acesse o Painel de Controle e entre no item Ferramentas Administrativas, em seguida acesse as ferramentas do item Gerenciamento do Computador. as contas disponíveis para acesso ao Windows. Para criar uma nova conta utilize o painel de navegação, em Ferramentas do Sistema expanda o item Usuários e Grupos Locais para visualizar a pasta Usuários. Clique com o botão direito do mouse na pasta Usuários e selecione Novo Usuário... Em seguida observamos a janela Novo Usuário, onde você digitará as informações pertinentes do novo usuário para o Windows onde apenas o campo Nome de Usuário é obrigatório. A senha deve ser inserida, quanto maior e mais complexa melhor para sua segurança, caso não deseje colocá-la apenas deixe em branco. Os itens restantes podem ser configurados de acordo com as necessidades do administrador do computador e do novo usuário. Após criar a nova conta é necessário realizar o logoff (via menu Iniciar) da conta atual, e automaticamente o novo usuário aparecerá na tela de boas vindas do Windows 7. Lembrando que todo este procedimento só poderá ser realizado pelo usuário administrador ou pela própria conta de administrador padrão do sistema assim como toda e qualquer alteração só poderá ser feita via administrador. Como criar um slide para a área de trabalho do Windows 7 No Windows 7 os planos de fundo da área de trabalho estão mais personalizados do que no Windows vista. Agora você pode selecionar várias imagens ao mesmo tempo com o objetivo de criar um slide, e configurá-las para que mudem aleatoriamente. No Painel de controle acesse o ícone Personalização, e em seguida você poderá escolher dentre alguns pacotes de imagens para criar um slide para o plano de fundo da sua área de trabalho. Dentre essas imagens é possível escolher fotos, imagens da internet, enfim, que ficará ao seu critério. Na imagem abaixo você pode escolher dentre vários pacotes de planos de fundo. Basta selecionar o desejado e partir para configurá-los. Acessando o Gerenciamento do Computador você visualizará o menu de navegação localizado a esquerda do painel e no painel central todas 11

218 Nos itens Plano de fundo da área de trabalho é possível configurar o tempo em que um slide muda para outro e cor de janela. Isso você verá na tela abaixo. As opções são: - Sempre combinar, ocultar rótulos (Não importando a quantidade de programas a barra combinará as janelas somente pelo ícone do programa, ou seja, sem rótulos) - Combinar quando a barra de tarefas estiver cheia (Exibirá normalmente as janelas do modo tradicional com os rótulos até o quanto a barra suportar, quando ultrapassar combinará os rótulos sumirão) - Nunca combinar (As janelas serão exibidas tradicionalmente como nos sistemas anteriores) E por último as notificações dos ícones da parte direita da barra de tarefas que também não são novidades para nós usuários das versões anteriores do Windows. Após configurar á seu gosto clique em Aplicar e Ok. Como ajustar efeitos visuais no Windows 7 No Windows 7 você também pode configurar alguns recursos visuais para melhorar o desempenho. Para acessar rapidamente utilize as teclas Windows + Pause Break, clique em Configurações avançadas do sistema e entre na aba avançado, na guia Desempenho clique no botão Configurações para visualizar as Opções de desempenho. Depois de personalizar ao seu gosto clique em Salvar alterações para aplicar as configurações. Como personalizar a barra de tarefas do Windows 7 No Windows 7 a barra de tarefas apresenta alguns novos recursos que o Windows Vista não possui, uma das principais novidades é a combinação de telas quando utilizadas do mesmo programa. Na imagem abaixo você poderá enxergar como configurar e personalizar ao seu gosto. Para acessála clique com o botão direito no menu Iniciar e clique em Propriedades. Primeiro vamos ás caixinhas de seleção, nelas você poderá aplicar os seguintes recursos: - Bloquear barra de tarefas (Para fixá-la obrigatoriamente na parte inferior da área de trabalho) - Ocultar Automaticamente a barra de tarefas (Para usá-la somente quando passar o mouse) - Usar ícones pequenos (Ajuda a diminuir o tamanho total da barra de tarefas) No recurso de seleção a seguir você poderá definir o local dessa barra para as posições: Superior, Direita, Esquerda ou Inferior. E o mais novo recurso é o da combinação de janelas, perfeito para aqueles que utilizam muitos programas ao mesmo tempo, pois agora você não se preocupará de ter que ficar olhando para um monte de janelas. Na janela opções de desempenho você verá as opções de ajuste de efeitos visuais. Onde são contraditórias, Ajustar para obter uma melhor aparência e Ajustar para obter um melhor desempenho. Pois a 1 opção citada define cada item da lista marcado para utilizar todos os recursos visuais do sistema de vídeo otimizando a aparência a todo vapor, e a opção desmarcar todos os itens da lista definindo o sistema de vídeo para a configuração mínima porém otimizando o desempenho do sistema operacional justificando que quanto mais recursos visuais menor é o desempenho do computador e vice-versa. Mas com a opção Personalizar você poderá escolher o item a qual deseje que o sistema de vídeo utilize, dessa maneira haverá um maior equilíbrio entre a aparência e o desempenho. Após escolher os itens clique em Aplicar e Ok para que a configuração desejada entre em vigor no Windows 7. Como utilizar as Notas autoadesivas do Windows 7 Dentre os programas novos que acompanham no novo sistema Windows 7 temos as Notas Autoadesivas que simula uma espécie de etiqueta adesiva de anotação. É um novo recurso que permite a inserção de pequenos textos que servem para avisos, recados, etc. 1

219 Para utilizá-las, basta clicar sobre Notas Autoadesivas na lista de programas no menu Acessórios do menu Iniciar. Ao executar uma nova nota será inserida na área de trabalho pronta para receber textos. Você também poderá modificar a cor clicando com o botão direito sobre a nota e selecionar dentre as cores disponíveis. Para adicionar uma nova nota posicione a seta do mouse em sua área superior e clique no botão +. Para fechá-la clique no botão x na outra extremidade da nota, mas lembre-se que dessa maneira o texto digitado não será salvo. O programa salva as notas automaticamente se for fechado, sendo que as notas só aparecerão na área de trabalho com o programa em execução, você poderá checar que estará minimizado na barra de tarefas e as notas estarão sendo exibidas. Como Configurar Grupo Doméstico no Windows 7 Um novo recurso no sistema Windows 7 é a possibilidade de criar grupos domésticos que facilita todo um processo para realizar o compartilhamento de impressora e arquivos. Muito útil para Administradores de redes. É uma forma mais simples de se configurar uma "rede" lógica. Tendo uma estrutura física que garanta o interligamento de máquinas é possível criar um grupo doméstico em uma única máquina e distribuir para as outras com Windows 7. Siga o tutorial abaixo. Para criar o grupo acesse a Central de Rede e Compartilhamento do Windows 7 pelo Painel de controle. O próximo passo é anotar a senha gerada pelo grupo e repassar para as outras máquinas (usuários) se conectarem ao grupo doméstico criado. Ao estar conectados poderão compartilhar tudo que foi configurado para o grupo. Para que outro usuário se conecte ao grupo basta entrar no Centro de Rede e Compartilhamento, clicar em Disponível para ingressar, inserir a senha gerada e pronto. Depois de ingressar o usuário poderá acessar os arquivos compartilhados pelo Windows explorer. Em seguida clique em Escolher o que você deseja compartilhar. Como utilizar o Windows Defender no Windows 7 Uma combinação interessante e razoavelmente eficaz de proteção no Windows 7 é a utilização manual do Windows Defender aliado a um bom antivírus. A execução contínua de um bom programa antivírus constantemente atualizado ajuda muito a proteger o seu computador de vírus, spywares, etc. No caso do Windows Defender é aconselhável sua ativação manual a cada período prolongado do seu computador. Para executá-lo rapidamente faça o seguinte: Abra o menu Iniciar, no campo Pesquisar programas e arquivos, digite Windows defender. O ícone do programa surgirá no painel superior do campo de pesquisa do menu Iniciar. Marque as bibliotecas desejadas para o compartilhar e clique em Avançar. Ao executá-lo pela primeira vez o programa mostrará uma mensagem indicando a necessidade de verificação, na imagem acima a mensagem se refere que a verificação já foi realizada com sucesso e sem detecção nenhuma. Quanto ao escaneamento você poderá realizar 3 tipos: Verificação Rápida, Completa ou Personalizada. As primeiras verificações são iniciadas automaticamente ao se clicá-las, quanto a verificação Personali- 13

220 zada será possível selecionar os diretórios do seu sistema para ser scaneado. Para acioná-la clique na setinha ao lado do botão Verificar, em seguida clique em Verificação Personalizada. funcionam mais. Tudo o que queremos nessa hora é voltar no tempo, o que pode ser feito graças à Restauração do Sistema. A função também serve como tentativa de solucionar qualquer comportamento diferente que o Windows passe a apresentar, o que pode ser causado por diversos fatores falhas inexplicadas do sistema, atualizações feitas de modo errado, vírus. Clique no botão Selecionar e marque as unidades desejadas para realizar a verificação e clique em Ok e você voltará para a janela anterior. Como funciona Ao criarmos um ponto de retorno dentro da Restauração do Sistema, fazemos com que o computador memorize todas as configurações inerentes ao funcionamento da máquina, o que em geral acontece no registro do Windows. Desta forma, temos a segurança de poder voltar atrás quando instalamos um aplicativo danoso à saúde do sistema operacional. Criar um ponto de restauração no Windows 7 é muito fácil e demanda poucos segundos de atenção. Siga os seguintes passos para realizar o processo: Crie o ponto de restauração 1. Clique no botão Iniciar e digite Criar ponto na lacuna de pesquisa para encontrar a função, como indicado na figura:. Selecione a função Criar, localizada na parte inferior da janela: Em seguida clique no botão Verificar agora e aguarde o término da verificação. 3. Digite um nome para identificar o ponto e evitar enganos posteriormente: Lembre-se que o Windows Defender não é um Antivírus, e que deve ser utilizado juntamente com qualquer antivírus legítimo para que seu Windows 7 mantenha-se protegido. Criando Ponto de Restauração no Windows 7 Durante o uso do computador, instalamos e removemos dezenas de programas do sistema operacional. Estas mudanças podem causar falhas e problemas sérios ao Windows, em especial quando lidamos com desenvolvedores ruins e certas aplicações específicas, como antivírus e temas para a Área de Trabalho. Muitas vezes instalamos o aplicativo e tudo parece correr bem, até que algumas funções passam a apresentar erros e outras simplesmente não 4. Clique em criar e aguarde o término do processo. Fácil assim, seu primeiro ponto de restauração do sistema está criado! Agora vamos ensiná-lo a reverter situações complicadas que o Windows 7 possa apresentar. O processo é tão fácil quanto o primeiro e em boa parte dos casos gera resultados satisfatórios para os usuários. 14

221 Restaure o sistema 1. Abra novamente o Menu Iniciar e digite Restauração para encontrar o processo: EDITOR DE TEXTO MS WORD 007/010. Abrir um novo documento e começar a digitar 1. Clique na guia Arquivo.. Caso a restauração recomendada não seja a que você criou, marque a seleção Escolher um outro ponto de restauração:. Clique em Novo. 3. Clique duas vezes em Documento em branco. Iniciar um documento de um modelo O site Modelos no Office.com oferece modelos para vários tipos de documentos, incluindo currículos, folhas de rosto, planos de negócios, cartões de visita e documentos de estilo APA. 1. Clique na guia Arquivo.. Clique em Novo. 3. Em Modelos Disponíveis, siga um destes procedimentos: Clique em Modelos de Exemplo para selecionar um modelo disponível em seu computador. Observação Para baixar um modelo listado no Office.com, é preciso estar conectado à Internet. 4. Clique duas vezes no modelo que você deseja. 3. Escolha o ponto de sua preferência e clique para avançar: SALVAR E REUTILIZAR MODELOS Se você alterar um modelo baixado, poderá salvá-lo em seu computador e usá-lo novamente. É fácil localizar todos os seus modelos personalizados, clicando em Meus modelos na caixa de diálogo Novo Documento. Para salvar um modelo na pasta Meus modelos, siga este procedimento: 1. Clique na guia Arquivo. 4. Salve seus arquivos importantes e somente após ter certeza de que tudo está correto clique em Concluir para começar a restauração.. Clique em Salvar Como. 3. Na caixa de diálogo Salvar Como, clique em Modelos. 4. Na lista Salvar como tipo, selecione Modelo do Word. 5. Digite um nome para o modelo na caixa Nome do arquivo e clique em Salvar. Excluir um documento 1. Clique na guia Arquivo.. Clique em Abrir. 3. Localize o arquivo que você deseja excluir. 4. Clique com o botão direito no arquivo e clique em Excluir no menu de atalho. Em alguns casos podem ser necessários diversos minutos para retornar o seu Windows 7 a um ponto anterior no tempo. Para problemas causados por aplicativos instalados e danos feitos ao registro, a tarefa recupera o bom funcionamento do computador na grande maioria dos casos. Fonte: computerdicas Adicionar um título A melhor maneira de adicionar títulos no Word é aplicando estilos. Você pode usar os estilos internos ou pode personalizá-los. Aplicar um estilo de título 1. Digite o texto do seu título e selecione-o. 15

222 . Na guia Página Inicial, no grupo Estilos, clique no estilo desejado. Se não conseguir ver o estilo que deseja, clique no botão Mais para ampliar a galeria Estilos Rápidos. Observação É possível ver como o texto selecionado irá aparentar com um estilo específico colocando seu ponteiro sobre o estilo que deseja visualizar. Observação Se o estilo que você deseja não aparecer a Galeria de Estilos Rápidos, pressione CTRL+SHIFT+S para abrir o painel de tarefas Aplicar estilos. Em Nome do estilo, digite o nome do estilo que deseja. A lista mostra apenas os estilos já usados no documento, mas é possível digitar o nome de qualquer estilo definido para o documento. Personalizar um estilo de título Você pode alterar a fonte e a formatação de um estilo de título. 1. Selecione o texto do título que você deseja personalizar.. Na guia Página Inicial, no grupo Estilos, clique no estilo de título que deseja personalizar. 3. Efetue as alterações desejadas. Por exemplo, você pode alterar a fonte, o tamanho ou a cor. Na guia Página Inicial, no grupo Estilos, clique com o botão direito do mouse no estilo de título personalizado e clique em Atualizar Título para Corresponder à Seleção. Sempre que você aplicar esse estilo de título ao documento, ele incluirá as suas personalizações. Ajustar os espaços entre linhas e parágrafos O espaçamento entre linhas determina a quantidade de espaço vertical entre as linhas do texto em um parágrafo. O espaçamento entre parágrafos determina o espaço acima ou abaixo de um parágrafo. Espaçamento entre linhas no Word 010 No Microsoft Word 010, o espaçamento padrão para a maioria dos conjuntos de Estilos Rápidos é de 1,15 entre linhas e uma linha em branco entre parágrafos. O espaçamento padrão em documentos do Office Word 003 é de 1,0 entre linhas e nenhuma linha em branco entre parágrafos. Espaçamento de linha de 1,0 e nenhum espaço entre parágrafos Espaçamento entre linhas de 1,15 e uma linha em branco entre parágrafos Alterar o espaçamento entre as linhas A maneira mais fácil de alterar o espaçamento de linha de um documento inteiro é aplicar um conjunto de Estilos Rápidos que use o espaçamento desejado. Se você desejar alterar o espaçamento de linha de uma parte do documento, poderá selecionar os parágrafos e alterar suas configurações de espaçamento de linha. Usar um conjunto de estilos para alterar o espaçamento de um documento inteiro 1. Na guia Página Inicial, no grupo Estilos, clique em Alterar Estilos.. Aponte para Conjunto de Estilos e aponte para os vários conjuntos de estilo. Usando a visualização ao vivo, observe como o espaçamento entre linhas muda de um conjunto de estilo para o outro. Por exemplo, os conjuntos de estilos Tradicional e Word 003 definem o uso de espaçamento simples. O conjunto de estilos Manuscrito usa espaçamento duplo. 3. Quando encontrar o espaçamento desejado, clique em seu nome. Alterar o espaçamento entre linhas em uma parte do documento 1. Selecione os parágrafos em que deseja alterar o espaçamento entre linhas.. Na guia Página Inicial, no grupo Parágrafo, clique em Espaçamento entre Linhas. 3. Siga um destes procedimentos: Clique no número de espaçamentos entre linha que deseja. Por exemplo, clique em 1,0 para usar um espaçamento simples com o espaçamento usado em versões anteriores do Word. Clique em,0 para obter um espaçamento duplo no parágrafo selecionado. Clique em 1,15 para usar um espaçamento simples com o espaçamento usado no Word 007. Clique em Opções de Espaçamento entre Linhas e selecione as opções desejadas em Espaçamento. Consulte a lista de opções disponíveis a seguir para obter mais informações. OPÇÕES DE ESPAÇAMENTO ENTRE AS LINHAS Simples Essa opção acomoda a maior fontenumerais, símbolos e caracteres alfabéticos, também denominada tipo. Arial e Courier New são exemplos de fontes. As fontes normalmente vêm em tamanhos diferentes, como 10 pontos, e em vários estilos, como negrito.) nessa linha, além de uma quantidade extra de espaço. A quantidade de espaço extra varia dependendo da fonte usada. 1,5 linha Essa opção é uma vez e meia maior que o espaçamento de linha simples. Duplo Essa opção é duas vezes maior que o espaçamento de linha simples. Pelo menos Essa opção define o mínimo de espaçamento entre as linhas necessário para acomodar a maior fonte ou gráfico na linha. Exatamente Essa opção define o espaçamento de linha fixa, expresso em pontos. Por exemplo, se o texto estiver em uma fonte de 10 pontos, você poderá especificar 1 pontos como o espaçamento de linha. Múltiplos Essa opção define o espaçamento entre linhas que pode ser expresso em números maiores do que 1. Por exemplo, definir o espaçamento entre linhas como 1,15 aumentará o espaço em 15%, e definir o espaçamento entre linhas como 3 aumentará o espaço em 300% (espaçamento triplo). Observação Se uma linha contiver um caractere de texto, um elemento gráfico ou uma fórmula grande, o Word aumentará o espaçamento dessa linha. Para espaçar todas as linhas igualmente dentro de um parágrafo, use o espaçamento exato e especifique uma quantidade de espaço que seja grande o suficiente para conter o maior caractere ou elemento gráfico na linha. Se aparecerem itens recortados, aumente o espaçamento. Alterar o espaçamento antes ou após os parágrafos A maneira mais fácil de alterar o espaçamento entre parágrafos de um documento inteiro é aplicar um conjunto de Estilos Rápidos que use o espaçamento desejado. Se você desejar alterar o espaçamento entre parágrafos de uma parte do documento, selecione os parágrafos e altere suas configurações de espaçamento anterior e posterior. Use um estilo definido para alterar o espaçamento entre parágrafos de um documento inteiro 1. Na guia Página Inicial, no grupo Estilos, clique em Alterar Estilos.. 16

223 . Aponte para Conjunto de Estilos e aponte para os vários conjuntos de estilo. Usando a visualização ao vivo, observe como o espaçamento entre linhas muda de um conjunto de estilo para o outro. Por exemplo, o conjunto de estilos do Word 003 não insere espaços extras entre parágrafos e um pequeno espaço acima de títulos. O conjunto de estilos do Word 007 usa um espaço duplo entre parágrafos e adiciona mais espaço acima títulos. 3. Quando encontrar o espaçamento desejado, clique em seu nome. Alterar o espaçamento antes e depois de parágrafos selecionados Por padrão, parágrafos são seguidos por uma linha em branco e os títulos têm um espaço extra acima deles. 1. Selecione os parágrafos em que deseja alterar o espaçamento anterior ou posterior.. Na guia Layout da Página, no grupo Parágrafo, em Espaçamento, clique na seta ao lado de Antes ou Depois e digite a quantidade de espaço desejada. CONCEITOS DE INTERNET E INTRANET. IN- TERNET EXPLORER. CORREIO ELETRÔNICO (WEBMAIL). O que é uma Intranet? Vamos imaginar que você seja o diretor de informática de uma companhia global. A diretora de comunicações precisa de sua ajuda para resolver um problema. Ela tem de comunicar toda a política da empresa a funcionários em duas mil localidades em 50 países e não conhece um meio eficaz para fazê-lo. 1. O serviço de correio é muito lento.. O correio eletrônico também consome muito tempo porque exige atualizações constantes dos endereços dos funcionários. 3. O telefone é caro e consome muito tempo, além de apresentar o mesmo problema do caso anterior. 4. O fax também é muito caro e consome tempo, pelas mesmas razões. 5. Os serviços de entrega urgente de cartas e pacotes oferecido por algumas empresas nos Estados Unidos não é prático e é bastante dispendioso em alguns casos. 6. A videoconferência também apresenta um custo muito alto. Você já agilizou a comunicação com pessoas fora da empresa disponibilizando um site Web externo e publicando informações para a mídia e analistas. Com essas mesmas ferramentas, poderá melhorar a comunicação com todos dentro da empresa. De fato, uma Internei interna, ou Intranet, é uma das melhores coisas para proporcionar a comunicação dentro das organizações. Simplificando, trata-se de uma Internet particular dentro da sua organização. Um firewall evita a entrada de intrusos do mundo exterior. Uma Intranet é uma rede interna baseada no protocolo de comunicação TCP/IP, o mesmo da Internet. Ela utiliza ferramentas da World Wide Web, como a linguagem de marcação por hipertexto, Hypertext Markup Language (HTML), para atribuir todas as características da Internet à sua rede particular. As ferramentas Web colocam quase todas as informações a seu alcance mediante alguns cliques no mouse. Quando você da um clique em uma página da Web, tem acesso a informações de um outro computador, que pode estar em um país distante. Não importa onde a informação esteja: você só precisa apontar e dar um clique para obtê-la. Um procedimento simples e poderoso. Pelo fato de as Intranets serem de fácil construção e utilização, tornamse a solução perfeita para conectar todos os setores da sua organização para que as informações sejam compartilhadas, permitindo assim que seus funcionários tomem decisões mais consistentes, atendendo melhor a seus clientes. HISTÓRIA DAS INTRANETS De onde vêm as Intranets? Vamos começar pela história da Internet e da Web, para depois abordar as Intranets. Primeiro, a Internet O governo dos Estados Unidos criou a Internet na década de 70, por razões de segurança nacional. Seu propósito era proteger as comunicações militares, caso ocorresse um ataque nuclear. A destruição de um computador não afetaria o restante da rede. Na década seguinte, a Fundação Nacional de Ciência (Nacional Science Foundation NSF) expandiu a rede para as universidades, a fim de fornecer aos pesquisadores acesso aos caros supercomputadores e facilitar a pesquisa. Na começo da década de 90, a NSF permitiu que a iniciativa privada assumisse a Internet, causando uma explosão em sua taxa de crescimento. A cada ano, mais e mais pessoas passam a usar a Internet, fazendo com que o comércio na Web continue a se expandir. A INTRANET Com a introdução do Mosaic em 1993, algumas empresas mostraram interesse pela força da Web e desse programa. A mídia noticiou as primeiras organizações a criar webs internas, entre as quais a Lockheed, a Hughes e o SÃS Instituto. Profissionais provenientes do ambiente acadêmico sabiam do que as ferramentas da Internet eram capazes e tentavam avaliar, por meio de programas pilotos, seu valor comercial. A notícia se espalhou, despertando o interesse de outras empresas. Essas empresas passaram a experimentar a Internet, criando gateways (portal, porta de entrada) que conectavam seus sistemas de correio eletrônico com o resto do mundo. Em seguida, surgiram os servidores e navegadores para acesso à Web. Descobriu-se então o valor dessas ferramentas para fornecer acesso a informações internas. Os usuários passaram a colocar seus programas e sua documentação no servidor da web interna, protegidos do mundo exterior. Mais tarde, quando surgiram os grupos de discussão da Internet, percebeu-se o valor dos grupos de discussão internos. Este parece ser o processo evolutivo seguido por muitas empresas. Antes que pudéssemos perceber, essas internets internas receberam muitos nomes diferentes. Tornaram-se conhecidas como webs internas, clones da Internet, webs particulares e webs corporativas. Diz-se que em 1994 alguém na Amdahl usou o termo Intranet para referir-se à sua Internet interna. A mídia aderiu ao nome e ele passou a ser usado. existiam outras pessoas que também usavam isoladamente esse termo. Acredito que esta seja uma daquelas ideias que ocorrem simultaneamente em lugares diferentes. Agora é um termo de uso geral. CRESCIMENTO DAS INTRANETS A Internet, a Web e as Intranets têm tido um crescimento espetacular. A mídia costuma ser um bom indicador, a única maneira de não ouvir falar do crescimento da Internet e da Web é não tendo acesso a mídia, pois muitas empresas de pequeno e praticamente todas de médio e grande porte utilizam intranets. As intranets também são muito difundidas nas escolas e nas Faculdades. QUAIS SÃO AS APLICAÇÕES DAS INTRANETS? A aplicabilidade das Intranets é quase ilimitada. Você pode publicar informações, melhorar a comunicação ou até mesmo usá-la para o groupware. Alguns usos requerem somente páginas criadas com HTML, uma linguagem simples de criação de páginas, mas outras envolvem programação sofisticada e vínculos a bancos de dados. Você pode fazer sua Intranet tão simples ou tão sofisticada quanto quiser. A seguir, alguns exemplos do uso de Intranets: Correio eletrônico Diretórios 17

224 Gráficos Boletins informativos e publicações Veiculação de notícias Manuais de orientação Informações de benefícios Treinamento Trabalhos à distância (job postings) Memorandos Grupos de discussão Relatórios de vendas Relatórios financeiros Informações sobre clientes Planos de marketing, vídeos e apresentações Informações de produto Informações sobre desenvolvimento de produto e esboços Informações sobre fornecedores Catálogos de insumos básicos e componentes Informações de inventario Estatísticas de qualidade Documentação de usuários do sistema Administração da rede Gerência de ativos Groupware e workflow COMO SE CONSTITUEM AS INTRANETS? Cada Intranet é diferente, mas há muito em comum entre elas. Em algumas empresas, a Intranet é apenas uma web interna. Em outras, é uma rede completa, que inclui várias outras ferramentas. Em geral, a Intranet é uma rede completa, sendo a web interna apenas um de seus componentes. Veja a seguir os componentes comuns da Intranet: Rede Correio eletrônico Web interna Grupos de discussão Chat FTP Gopher Telnet Rede Inicialmente abordaremos a rede, que é a parte mais complexa e essencial de uma Intranet. Ela pode constituir-se de uma ou de várias redes. As mais simples são as locais (local área network LAN), que cobrem um único edifício ou parte dele. Os tipos de LANs são: - Ethernet. São constituídas por cabos coaxiais ou cabos de par trançado (tipo telefone padrão) conectados a um hub (eixo ou ponto central), que é o vigilante do tráfego na rede. - Token Ring. Também compostas de cabos coaxiais ou de par trançado conectados a uma unidade de junção de mídia (Media Attachment Unit MAU), que simula um anel. Os computadores no anel revezam-se transmitindo um sinal que passa por cada um de seus dispositivos, permitindo a retransmissão. - Interface de fibra para distribuição de dados (Siber Distributed Data Interface). Essas redes usam cabos de fibra ótica em vez dos de par trançado, e transmitem um sinal como as redes Token Ring. LANs sem fio (wireless) são uma tecnologia emergente, porém caras e indicadas apenas para casos em que haja dificuldade de instalação de uma rede com cabos. SURGE A WEB A World Wide Web foi criada por Tim Berners-Lee, em 1989, no Laboratório Europeu de Física de Partículas - CERN, passando a facilitar o acesso às informações por meio do hipertexto, que estabelece vínculos entre informações. Quando você dá um clique em uma frase ou palavra de hipertexto, obtém acesso a informações adicionais. Com o hipertexto, o computador localiza a informação com precisão, quer você esteja em seu escritório ou do outro lado do mundo. A Web é constituída por home pages, que são pontos de partida para a localização de informações. Os vínculos de hipertexto nas home pages dão acesso a todos os tipos de informações, seja em forma de texto, imagem, som e/ou vídeo. Para facilitar o acesso a informações na Web, Marc Andreessen e alguns colegas, estudantes do Centro Nacional de Aplicações para Supercomputadores (National Center for Supercomputing Applications - NCSA), da Universidade de Illinois, criaram uma interface gráfica para o usuário da Web chamada Mosaic. Eles a disponibilizaram sem nenhum custo na Internet e, assim que os usuários a descobriam, passavam a baixá-la para seus computadores; a partir daí, a Web decolou. INTERNET Computador e Comunicação O computador vem se tornando uma ferramenta cada vez mais importante para a comunicação. Isso ocorre porque todos eles, independentemente de marca, modelo, tipo e tamanho, têm uma linguagem comum: o sistema binário. Pouco a pouco, percebeu-se que era fácil trocar informações entre computadores. Primeiro, de um para outro. Depois, com a formação de redes, até o surgimento da Internet, que hoje pode interligar computadores de todo o planeta. É claro que, além do custo da conexão, o candidato a internauta precisa ter um computador e uma linha telefônica ou conexão de banda larga. O software necessário para o acesso geralmente é fornecido pelo provedor. Da Rede Básica à Internet A comunicação entre computadores torna possível desde redes simples até a Internet. Isso pode ser feito através da porta serial, uma placa de rede, um modem, placas especiais para a comunicação Wireless ou as portas USB ou Firewire.. O backbone rede capaz de lidar com grandes volumes de dados dá vazão ao fluxo de dados originados deste forma. 1. A porta serial é um canal para transmissão de dados presente em praticamente todos os computadores. Muitos dispositivos podem ser conectados ao computador através da porta serial, sendo que o mais comum deles é o mouse. A porta serial pode também ser usada para formar a rede mais básica possível: dois computadores interligados por um cabo conectado a suas portas seriais.. Para que uma rede seja realmente útil, é preciso que muitos computadores possam ser interligados ao mesmo tempo. Para isso, é preciso instalar em cada computador um dispositivo chamado placa de rede. Ela permitirá que muitos computadores sejam interligados simultaneamente, formando o que se chama de uma rede local, ou LAN (do inglês Local Area Network). Se essa LAN for ligada à Internet, todos os computadores conectados à LAN poderão ter acesso à Internet. É assim que muitas empresas proporcionam acesso à Internet a seus funcionários. 3. O usuário doméstico cujo computador não estiver ligado a nenhuma LAN precisará de um equipamento chamado modem. O modem (do inglês (modulator / demodulator) possibilita que computadores se comuniquem usando linhas telefônicas comuns ou a banda larga. O modem pode ser interno (uma placa instalada dentro do computador) ou externo (um aparelho separado). Através do modem, um computador pode se conectar para outro computador. Se este outro computador for um provedor de acesso, o usuário doméstico também terá acesso à Internet. Existem empresas comerciais que oferecem esse serviço de acesso à Internet. Tais empresas mantêm computadores ligados à Internet para esse fim. O usuário faz uma assinatura junto a um provedor e, pode acessar o computador do provedor e através dele, a Internet. Alguns provedores cobram uma taxa mensal para este acesso. A História da Internet Muitos querem saber quem é o dono da Internet ou quem ou quem administra os milhares de computadores e linhas que a fazem funcionar. Para encontrar a resposta, vamos voltar um pouco no tempo. Nos anos 60, quando a Guerra Fria pairava no ar, grandes computadores espalhados pelos Estados Unidos armazenavam informações militares estratégicas em função do perigo de um ataque nuclear soviético. Surgiu assim a ideia de interconectar os vários centros de computação de modo que o sistema de informações norte-americano continuasse funcionando, mesmo que um desses centros, ou a interconexão entre dois deles, fosse destruída. 18

225 O Departamento de Defesa, através da ARPA (Advanced Research Projects Agency), mandou pesquisar qual seria a forma mais segura e flexível de interconectar esses computadores. Chegou-se a um esquema chamado chaveamento de pacotes. Com base nisso, em 1979 foi criada a semente do que viria a ser a Internet. A Guerra Fria acabou, mas a herança daqueles dias rendeu bastante. O que viria a ser a Internet tornou-se uma rede voltada principalmente para a pesquisa científica. Através da National Science Foundation, o governo norte-americano investiu na criação de backbones, aos quais são conectadas redes menores. Além desses backbones, existem os criados por empresas particulares, todos interligados. A eles são conectadas redes menores, de forma mais ou menos anárquica. É nisso que consiste a Internet, que não tem um dono. Software de Comunicação Até agora, tratamos da comunicação entre computadores do ponto de vista do equipamento (hardware). Como tudo que é feito com computadores, a comunicação requer também programas (software). O programa a ser utilizado depende do tipo de comunicação que se pretende fazer. Os sistemas operacionais modernos geralmente são acompanhados de algum programa básico de comunicação. Por exemplo, o Internet Explorer acompanha o Windows. Com programas desse tipo é possível acessar: - Um computador local utilizando um cabo para interconectar as portas seriais dos dois computadores; - Um computador remoto, através da linha telefônica, desde que os dois computadores em comunicação estejam equipados com modens. Além desses programas de comunicação de uso genérico, existem outros mais especializados e com mais recursos. Geralmente, quando você compra um computador, uma placa fax modem ou um modem externo eles vêm acompanhados de programas de comunicação. Esses programas podem incluir também a possibilidade de enviar e receber fax via computador. Resumo Uma rede que interliga computadores espalhados por todo o mundo. Em qualquer computador pode ser instalado um programa que permite o acesso à Internet. Para este acesso, o usuário precisa ter uma conta junto a um dos muitos provedores que existem hoje no mercado. O provedor é o intermediário entre o usuário e a Internet. MECANISMOS DE CADASTRAMENTO E ACESSO A REDE Logon Significado: Procedimento de abertura de sessão de trabalho em um computador. Normalmente, consiste em fornecer para o computador um username (também chamado de login) e uma senha, que serão verificados se são válidos, ou não. Pode ser usado para fins de segurança ou para que o computador possa carregar as preferências de um determinado usuário. Login - É a identificação de um usuário para um computador. Outra expressão que tem o mesmo significado é aquele tal de "User ID" que de vez em quando aparece por aí. Username (Nome do Usuário) ou ID Significado: Nome pelo qual o sistema operacional identifica o usuário. usenet - Conjunto dos grupos de discussão, artigos e computadores que os transferem. A Internet inclui a Usenet, mas esta pode ser transportada por computadores fora da Internet. user - O utilizador dos serviços de um computador, normalmente registado através de um login e uma password. Senha é a segurança utilizada para dar acesso a serviços privados. PROTOCOLOS E SERVIÇOS DE INTERNET Site - Um endereço dentro da Internet que permite acessar arquivos e documentos mantidos no computador de uma determinada empresa, pessoa, instituição. Existem sites com apenas um documento; o mais comum, porém, principalmente no caso de empresas e instituições, é que tenha dezenas ou centenas de documentos. O site da Geocities, por exemplo, fica no endereço A estrutura de um site Ao visitar o site acima, o usuário chegaria pela entrada principal e escolheria o assunto que lhe interessa. Caso procure informações sobre móveis, primeiro seria necessário passar pela página que fala dos produtos e só então escolher a opção Móveis. Para facilitar a procura, alguns sites colocam ferramentas de busca na home page. Assim, o usuário pode dizer qual informação está procurando e receber uma relação das páginas que falam daquele assunto. As ligações entre as páginas, conhecidas como hyperlinks ou ligações de hipertexto, não ocorrem apenas dentro de um site. Elas podem ligar informações armazenadas em computadores, empresas ou mesmo continentes diferentes. Na Web, é possível que uma página faça referência a praticamente qualquer documento disponível na Internet. Ao chegar à página que fala sobre os móveis da empresa do exemplo acima, o usuário poderia encontrar um link para uma das fábricas que fornecessem o produto e conferir detalhes sobre a produção. De lá, poderia existir uma ligação com o site de um especialista em madeira e assim por diante. Na Web, pode-se navegar entre sites diferentes O que faz essa malha de informações funcionar é um sistema de endereçamento que permite a cada página ter a sua própria identificação. Assim, desde que o usuário saiba o endereço correto, é possível acessar qualquer arquivo da rede. Na Web, você vai encontrar também outros tipos de documentos além dessas páginas interligadas. Vai poder acessar computadores que mantém programas para serem copiados gratuitamente, conhecidos como servidores de FTP, grupos de discussão e páginas comuns de texto. URL - A Web tem um sistema de endereços específico, tamém chamado de URL (Uniform Resource Locator, localizador uniforme de recursos). Com ele, é possível localizar qualquer informação na Internet. Tendo em mão o endereço, como você pode utilizá-lo no navegador e ser transportado até o destino. O endereço da página, por exemplo, é Você pode copiá-lo e passar para um amigo. Cada parte de um endereço na Web significa o seguinte: Onde: É o método pelo qual a informação deve ser buscada. No caso, é o método utilizado para buscar páginas de Web. Você também vai encontrar outras formas, como ftp:// (para entrar em servidores de FTP), mailto: (para enviar mensagens) e news: (para acessar grupos de discussão), entre outros. É o nome do computador onde a informação está armazenada, também chamado de servidor ou site. Pelo nome do computador você pode antecipar que tipo de informação irá encontrar. Os que começam com www são servidores de Web e contém principalmente páginas de hipertexto. Quando o nome do servidor começar com ftp, trata-se de um lugar onde pode-se copiar arquivos. Nesse caso, você estará navegando entre os diretórios desse computador e poderá copiar um programa imediatamente para o seu micro. /internet/fvm/ É o diretório onde está o arquivo. Exatamente como no seu computador a informação na Internet está organizada em diretórios dentro dos servidores. sistema _enderecos.htm É o nome do arquivo que será trazido para o seu navegador. Você deve prestar atenção se o nome do arquivo (e dos diretórios) estão escritos em maiúsculas ou minúsculas. Na maior parte dos servidores Internet, essa diferença é importante. No exemplo acima, se você digitasse o nome do 19

226 arquivo como URL.HTM ou mesmo Url.Htm, a página não seria encontrada. Outro detalhe é a terminação do nome do arquivo (.htm). Ela indica o tipo do documento. No caso, htm são páginas de Web. Você também vai encontrar documentos hipertexto como este com a extensão htm, quando se trata de páginas produzidas em um computador rodando Windows. Outros tipos de arquivos disponíveis na Internet são: txt (documentos comuns de texto), exe (programas) zip, tar ou gz (compactados), au, aiff, ram e wav (som) e mov e avi (vídeo). , correio: Significado: local em um servidor de rede no qual ficam as mensagens, tanto enviadas quanto recebidas, de um dado usuário. - carta eletrônica. Grupos - Uma lista de assinantes que se correspondem por correio eletrônico. Quando um dos assinantes escreve uma carta para um determinado endereço eletrônico (de gestão da lista) todos os outros a recebem, o que permite que se constituam grupos (privados) de discussão através de correio eletrônico. mail server - Programa de computador que responde automaticamente (enviando informações, ficheiros, etc.) a mensagens de correio eletrônico com determinado conteúdo. HTTP (Hypertext Transfer Protocol) Significado: Este protocolo é o conjunto de regras que permite a transferência de informações na Web e permite que os autores de páginas de hipertextos incluam comandos que possibilitem saltos para recursos e outros documentos disponíveis em sistemas remotos, de forma transparente para o usuário. HTML - Hypertext Markup Language. É uma linguagem de descrição de paginas de informacao, standard no WWW, podendo-se definir páginas que contenham informação nos mais variados formatos: texto, som, imagens e animações. HTTP - Hypertext Transport Protocol. É o protocolo que define como é que dois programas/servidores devem interagir, de maneira a transferirem entre si comandos ou informacao relativos a WWW. Newsgroup - Um grupo de news, um fórum ou grupo de discussão. NOVAS TECNOLOGIAS Cabo de fibra ótica Embora a grande maioria dos acessos à internet ainda ocorra pelas linhas telefônicas, em 1999 começou a ser implantada no Brasil uma nova tecnologia que utiliza cabos de fibra ótica. Com eles, a conexão passa a se realizar a uma velocidade de 18, 56 e 51 kilobites por segundo (kbps), muito superior, portanto, à feita por telefone, a 33 ou 56 kps. Assim, a transferência dos dados da rede para o computador do usuário acontece muito mais rapidamente. Internet Voltada para projetos nas áreas de saúde, educação e administração pública, oferece aos usuários recursos que não estão disponíveis na internet comercial, como a criação de laboratórios virtuais e de bibliotecas digitais. Nos EUA, já é possível que médicos acompanhem cirurgias a distância por meio da nova rede. Esta nova rede oferece velocidades muito superiores a da Internet, tais como 1 Megabites por segundo e velocidades superiores. Sua transmissão é feita por fibras óticas, que permitem trocas de grandes quantidades de arquivos e informações de uma forma mais rápida e segura que a Internet de hoje em dia. No Brasil, a internet interliga os computadores de instituições públicas e privadas, como universidades, órgãos federais, estaduais e municipais, centros de pesquisas, empresas de TV a cabo e de telecomunicação. FERRAMENTAS E APLICATIVOS COMERCIAIS DE NAVEGAÇÃO, DE CORREIO ELETRÔNICO, DE GRUPOS DE DISCUSSÃO, DE BUSCA E PESQUISA MECANISMOS DE BUSCA As informações na internet estão distribuídas entre inúmeros servidores, armazenadas de formas diversas. As páginas Web constituem o recurso hipermídia da rede, uma vez que utilizam diversos recursos como hipertextos, imagens, gráficos, sons, vídeos e animações. Buscar informações na rede não é uma tarefa difícil, ao contrário, é possível encontrar milhões de referências a um determinado assunto. O problema, contudo, não é a falta de informações, mas o excesso. Os serviços de pesquisa operam como verdadeiros bibliotecários, que nos auxiliam a encontrar as informações que desejamos. A escolha de um bibliotecário específico, depende do tipo de informações que pretendemos encontrar. Todos os mecanismos de busca têm a mesma função, encontrar informações; porém nem todos funcionam da mesma maneira Vistos de uma forma simplificada, os mecanismos de busca têm três componentes principais: 1. Um programa de computador denominado robot, spider, crawler, wanderer, knowbot, worm ou web-bot. Aqui, vamos chamá-los indistintamente de robô. Esse programa "visita" os sites ou páginas armazenadas na web. Ao chegar em cada site, o programa robô "pára" em cada página dele e cria uma cópia ou réplica do texto contido na página visitada e guarda essa cópia para si. Essa cópia ou réplica vai compor a sua base de dados.. O segundo componente é a base de dados constituída das cópias efetuadas pelo robô. Essa base de dados, às vezes também denominada índice ou catálogo, fica armazenada no computador, também chamado servidor do mecanismo de busca. 3. O terceiro componente é o programa de busca propriamente dito. Esse programa de busca é acionado cada vez que alguém realiza uma pesquisa. Nesse instante, o programa sai percorrendo a base de dados do mecanismo em busca dos endereços - os URL - das páginas que contém as palavras, expressões ou frases informadas na consulta. Em seguida, os endereços encontrados são apresentados ao usuário. Funções básicas de um sistema de busca. Esses três componentes estão estreitamente associados às três funções básicas de um sistema de busca: a análise e a indexação (ou "cópia") das páginas da web, o armazenamento das "cópias" efetuadas e a recuperação das páginas que preenchem os requisitos indicados pelo usuário por ocasião da consulta. Para criar a base de dados de um mecanismo de busca, o programa robô sai visitando os sites da web. Ao passar pelas páginas de cada site, o robô anota os URL existentes nelas para depois ir visitar cada um desses URL. Visitar as páginas, fazer as cópias e repetir a mesma operação: cópia e armazenamento, na base de dados, do que ele encontrar nesses sites. Essa é uma das formas de um mecanismo de busca encontrar os sites na web. A outra maneira de o mecanismo de busca encontrar os sites na web é o "dono" do site informar, ao mecanismo de busca, qual o endereço, o URL, do site. Todos os mecanismos de buscas têm um quadro reservado para o cadastramento, submissão ou inscrição de novas páginas. É um hiperlink que recebe diversas denominações conforme o sistema de busca. Veja alguns exemplos. Nome do hiperlink Acrescente uma URL Cadastre a sua página no Radix Inserir site Mecanismos de busca RadarUol Radix Zeek Nos sites de língua inglesa, usam-se, geralmente, hiperlinks denominados List your site, Add URL ou Add a site. Resumindo: num mecanismo de busca, um programa de computador visita as páginas da web e cria cópias dessas páginas para si. Essas cópias vão formar a sua base de dados que será pesquisada por ocasião de uma consulta. Alguns mecanismos de busca: Radix AltaVista Excite HotBot Google Northern Light RadarUol Fast Search Snap Radix Aol.Com WebCrawler 130

227 COMO EFETUAR UMA BUSCA NA INTERNET NAVEGADOR INTERNET Histórico da Internet A Internet começou no início de 1969 sob o nome ARPANET (USA). Abreviatura Descrição Gov.br Entidades governamentais Org.br Entidades não-governamentais Com.br Entidades comerciais Mil.br Entidades militares Composta de quatro computadores tinha como finalidade, demonstrar as potencialidades na construção de redes usando computadores dispersos em uma grande área. Em 197, 50 universidades e instituições militares tinham conexões. Hoje é uma teia de redes diferentes que se comunicam entre si e que são mantidas por organizações comerciais e governamentais. Mas, por mais estranho que pareça, não há um único proprietário que realmente possua a Internet. Para organizar tudo isto, existem associações e grupos que se dedicam para suportar, ratificar padrões e resolver questões operacionais, visando promover os objetivos da Internet. A Word Wide Web A Word Wide Web (teia mundial) é conhecida também como WWW, uma nova estrutura de navegação pêlos diversos itens de dados em vários computadores diferentes. O modelo da WWW é tratar todos os dados da Internet como hipertexto, Link isto é, vinculações entre as diferentes partes do documento para permitir que as informações sejam exploradas interativamente e não apenas de uma forma linear. Programas como o Internet Explorer, aumentaram muita a popularidade da Internet graças as suas potencialidades de examinador multimídia, capaz de apresentar documentos formatados, gráficos embutidos, vídeo, som e ligações ou vinculações e mais, total integração com a WWW. Exemplo: Onde: O Hyper Text Transfer Protocol, o protocolo padrão que permite que os computadores se comuniquem. O é inserido pelo browser, portanto não é necessário digitá-lo.. www padrão para a Internet gráfica. 3. apostilasopcao geralmente é o nome da empresa cadastrada junto ao Comitê Gestor. 4. com indica que a empresa é comercial. As categorias de domínios existentes na Internet Brasil são: UTILIZANDO LINKS A conexão entre páginas da Web é que caracteriza o nome World Wide Web (Rede de Amplitude Mundial). Basicamente, as páginas da Web são criadas em HTML (Hyper Text Markup Language). Como essas páginas são hipertextos, pode-se fazer links com outros endereços na Internet. Os links podem ser textos ou imagens e quando se passa o mouse em cima de algum, o ponteiro torna-se uma mãozinha branca espalmada, bastando apenas clicar com o botão esquerdo do mouse para que se façam links com outras páginas. INTERNET EXPLORER 7 A compilação Internet Explorer 7 inclui melhoramentos de desempenho, estabilidade, segurança e compatibilidade de aplicações. Com esta compilação, a Microsoft também introduziu melhoramentos estéticos e funcionais à interface de utilizador, completou alterações na plataforma CSS, adicionou suporte para idiomas e incluiu uma função de autodesinstalação no programa de configuração, que desinstala automaticamente versões beta anteriores do Internet Explorer 7, tornando a desinstalação da nova compilação ainda mais fácil. Clicando na setinha você verá o seguinte menu Este tipo de interface poderá levá-lo a um local (site) através de um determinado endereço (Ex: localizado em qualquer local, com apenas um clique, saltar para a página (home page) de um servidor de dados localizado em outro continente. Note que os que estão em cima do que está marcado são as próximas páginas (isso ocorre quando você volta várias páginas), e os que estão em baixo são as páginas acessadas. E o Histórico é para ver o histórico, últimos sites acessados. Navegação Para podermos navegar na Internet é necessário um software navegador (browser) como o Internet Explorer ou Netscape (Estes dois são os mais conhecidos, embora existam diversos navegadores). Endereços na Internet Todos os endereços da Internet seguem uma norma estabelecida pelo InterNic, órgão americano pertencente a ISOC (Internet Society). No Brasil, a responsabilidade pelo registro de Nomes de Domínios na rede eletrônica Internet é do Comitê Gestor Internet Brasil (CG), órgão responsável. De acordo com as normas estabelecidas, o nome do site, ou tecnicamente falando o nome do domínio, segue a seguinte URL (Universal Resource Locator), um sistema universal de endereçamento, que permite que os computadores se localizem na Internet: Barra de endereço e botões atualizar e parar BOTÕES DE NAVEGAÇÕES Voltar Abaixo as funções de cada botão de seu navegador Internet Explorer 7.0 da Microsoft. O botão acima possibilita voltar na página em que você acabou de sair ou seja se você estava na página da Microsoft e agora foi para a da apostilasopcao, este botão lhe possibilita voltar para a da Microsoft sem Ter que digitar o endereço (URL) novamente na barra de endereços. 131

228 Avançar O botão avançar tem a função invertida ao botão voltar citado acima. Alternar entre as abas Clicando na setinha, abre-se um menu contendo todas as abas Clicando no ícone abre-se uma páginas mostrando todas as abas e suas respectivas páginas Parar O botão parar tem como função obvia parar o download da página em execução, ou seja, se você está baixando uma página que está demorando muito utilize o botão parar para finalizar o download. O botão atualizar tem como função rebaixar a página em execução, ou seja ver o que há de novo na mesma. Geralmente utilizado para rever a página que não foi completamente baixada, falta figuras ou textos. Home O botão página inicial tem como função ir para a página que o seu navegador está configurado para abrir assim que é acionado pelo usuário, geralmente o Internet Explorer está configurado para ir a sua própria página na Microsoft, caso o usuário não adicionou nenhum endereço como página principal. Pesquisar Este botão, é altamente útil pois clicando no mesmo Internet Explorer irá abrir uma seção ao lado esquerdo do navegador que irá listar os principais, sites de busca na Internet, tal como Cadê, Google, Altavista etc. A partir daqui será possível encontrar o que você está procurando, mas veremos isto mais a fundo nas próximas páginas. Favoritos O botão favoritos contem os Websites mais interessantes definidos pelo usuário, porém a Microsoft já utiliza como padrão do IE 6 alguns sites que estão na lista de favoritos. Para você adicionar um site na lista de favoritos basta você clicar com o botão direito em qualquer parte da página de sua escolha e escolher adicionar a favoritos. Geralmente utilizamos este recurso para marcar nossas páginas preferidas, para servir de atalho. Histórico O botão histórico exibe na parte esquerda do navegador quais foram os sites visitados nas últimas semanas, ou dias com isso você pode manter um controle dos sites que você passou nas últimas semanas e dias. Bastante útil para usuários que esqueceram o nome do site e desejam acessar novamente. Página O botão tem várias funções: Recortar Copiar Colar - Salvar Página - Enviar esta página através de - Zoom Esta ferramenta aumenta o zoom da página fazendo com que ela possa ficar ilegíve.esta outra ferramenta só precisa ser utilizada se você não conseguir enxergar direito a letras ou imagens de um site - Tamanho do texto, configura o tamanho da fonte da página - Ver código fonte, visualiza o código fonte da página - Relatório Da Segurança, verifica se a página contem diretivas de segurança ou certificadas digitais - Privacidade da página, verifica se a página esta configurada de acordo com a sua política de privacidade. Impressão Botão utilizado para imprimir a página da internet. Alternar entre as abas Clicando na setinha, abre-se um menu contendo todas as abas. Clicando no ícone abre-se uma páginas mostrando todas as abas e suas respectivas páginas Alternar entre as abas Clicando na setinha, abre-se um menu contendo todas as abas Clicando no ícone abre-se uma páginas mostrando todas as abas e suas respectivas páginas Download É nada mais que baixar arquivos da Internet para seu computador Upload em português significa carregar é a transferência de um arquivo do seu computador para outro computador. 13 Como efetuar download de uma figura na Internet. a) Clique com o botão direito do mouse sobre a figura desejada; b) Escola a opção Salvar figura como; c) Escolha o nome e a pasta onde o arquivo será baixado; d) Clique em Salvar. Como efetuar download de arquivos na Internet Alguns arquivos como jogos; músicas; papéis de parede; utilitários como antivírus etc.; são disponibilizados na Internet para download a partir de links (texto destacado ou elemento gráfico), e o procedimento é parecido com o download de figuras. a) Clique no respectivo link de download; b) Aparecerá uma tela com duas opções, Abrir arquivo ou Salvar arquivo em disco; c) Escolha Salvar arquivo em disco; d) Escolha a pasta de destino e logo em seguida clique em Salvar. e) Observa-se a seguir uma Janela (de download em execução) que mostra o tempo previsto e a porcentagem de transferência do arquivo. O tempo de transferência do arquivo varia de acordo com o ser tamanho (byte, kilobyte, megabyte). MOZILLA FIREFOX O Firefox da Fundação Mozilla, é um programa gratuito e de código aberto, e constitui-se em uma alternativa viável de navegador ("browser" para acessar a Internet). Como outros programas freeware conta, no seu desenvolvimento, com o auxílio de muitas pessoas, em todo o mundo, que contribuem para o controle de qualidade do navegador, que o copiam, testam as principais versões e sugerem melhorias. O Firefox pode ser usado sozinho, mas nada impede que seja usado simultaneamente com outro navegador, pois as suas configurações são independentes. Note-se que no caso de usar dois programas, a escolha de qual navegador deve ser o padrão do sistema fica a critério do usuário. Algumas caracterísiticas Desde a versão 1.5 houve várias melhorias no sistema de atualização, navegação mais rápida, suporte a SVG ("Scalable Vector Graphics"), novas versões de CSS (3), JavaScript na versão 1.6, uma nova janela de Favoritos, e melhorias no bloqueio de pop-ups, e várias correções de bugs. Nota-se que a velocidade de abertura das páginas aumentou, tanto para novas páginas quanto para as já visitadas. Mesmo páginas complexas,

229 desenvolvidas com diversos recursos em Flash, DHTML e Shockwave, carregam em tempo sensivelmente menor. E a tecnologia de recuperação de páginas recentemente visitadas permite que, assim que você clicar no botão Voltar (Back), o site seja carregado quase que instantaneamente. Uma das alterações na interface é a possibilidade de reorganizar as abas de navegação usando o recurso de arrastar e soltar, o que é útil para quem abre muitas abas e quer deixar juntos sites relacionados entre si. Com relação ao sistema de busca integrado, além dos mecanismos já presentes em versões anteriores (Google, Yahoo! e Amazon, por exemplo), é possível adicionar o sistema da Answers.com como padrão. Segurança Com relação à segurança, 1. A partir da versão 1.5 as atualizações para o Firefox são automáticas, liberando o usuário de prestar atenção a alertas de segurança e aviso de novas correções para o navegador.. Foi criado um atalho para apagar rapidamente as informações pessoais do usuário, incluindo o histórico de sites navegados, dados digitados em formulários da web, cookies, senhas que foram gravadas, entre outros. O atalho está acessível clicando-se no menu "Ferramentas" - "Limpar dados pessoais" mas também pode ser acionado pela combinação de teclas <Ctrl> <Shift> <Del>. E, para os esquecidos, o Firefox pode ser configurado para remover esses dados automaticamente sempre que for fechado. A instalação do Firefox cria ícones novos: na tela, (uma raposa com cauda em fogo) ao lado do "Botão Iniciar". Extensões O Firefox admite dezenas de "extensões", ou seja de programas que se fundem a ele e que adicionam novos recursos ao navegador. Portanto, cada internauta pode adicionar novos recursos e adaptar o Firefox ao seu estilo de navegar. Ou seja, quem escolhe como o Firefox deve ser é o usuário. Como abrir o Navegador Para abrir o programa deve-se clicar duplo no novo atalho que aparece ao lado do botão "Iniciar" ou no ícone que aparece na tela, Ou clicar em Botão Iniciar - Programas - Mozilla Firefox - Mozilla Firefox Navegação com abas O Firefox possibilita abrir várias páginas na mesma janela, em diferentes abas ou orelhas que aparecem logo abaixo da barra de navegação. Assim o navegador não é carregado a cada vez que se abre uma página em outra janela e o sistema economiza memória e ganha em estabilidade. Portanto, para acessar a outra página basta clicar na sua respectiva aba. Ou seja: - um "site", pode ficar, inteiro, dentro de uma única janela, cada página em uma aba, ou - várias páginas, cujos endereços são diferentes, podem ficar em várias abas, na mesma janela. Como abrir uma nova aba Para abrir um link em uma nova aba: - clicar nele com o botão direito do mouse e, no menu que aparece, selecionar Abrir em nova aba. ou - Clicar no link mantendo pressionada a tecla Ctrl ou - Selecionar Nova aba no "Arquivo" (ou pressionar as teclas <CTRL> e <T>) ou - Clicar no link com o botão do meio (ou clique na rodinha do mouse). ou - Usar o botão "Nova aba" na barra de ferramentas. ou - Dar um duplo clique em uma região vazia da barra de abas. Como trocar de aba utilizando o teclado - Ir para a aba da esquerda: <CTRL> <Shift> <Tab> ou <CTRL> <PgUp> - Ir para a aba da direita: <CTRL> <Tab> ou <CTRL> <PgDo> Como verificar a versão Abrir o Firefox. Clicar em "Ajuda" - "Sobre o Mozilla Firefox". Na janela que se abre verificar o número da versão. Codificação de caracteres Ao visualizar um "site", a acentuação pode aparecer toda confusa e caracteres estranhos podem estar presentes. É comum que letras com acentos e "ç" apareçam como "?" ou outros códigos. (Por exemplo: Sua codificação de caracteres está errada). Deve-se ressaltar que existem protocolos padrão que determinam a codificação dos caracteres que devem ser respeitados pelas pessoas que criam páginas para serem visualizadas na Internet. Mas, se a página ou a mensagem de não informar a codificação em que foi escrita, o texto pode aparecer não formatado corretamente. Duas das mais importantes codificações são: - ISO: "International Standardization Organization". É o padrão ocidental, utilizado também no Brasil. Cada caractere só possui 1 byte (8 bits), gerando um máximo de 56 caracteres. - UTF-8: Padrão mundial, que pode ser usado em quase todos os idiomas. Cada caractere possui bytes (16 bits), o que permite um valor máximo bem maior que o anterior: caracteres. Como determinar a codificação No menu "Exibir" clicar em "Codificação" Selecionar Ocidental (ISO ) e ver a página. Se ainda não estiver correta, selecionar Unicode (UTF-8) e, novamente, e ver a página. Essas são as codificações mais frequentes atualmente, mas há outras opções presentes que podem ser testadas. Como adicionar o botão Nova aba na barra de ferramentas Clicar em Exibir - Barras de ferramentas - Personalizar. Na janela de personalização arraste e solte o botão "Nova aba" em alguma barra de ferramentas. Como bloquear janelas de propagandas O Firefox continua com um recurso excelente: a possibilidade de bloquear o aparecimento de janelas de propagandas, ou seja, a não permissão do surgimento de propagandas no formato pop, janelas que abrem automaticamente, estourando na tela em sequência, por cima (pop up) ou por baixo (pop under) da janela que ocupa o "site" que está sendo visualizado. 133

230 Evidentemente, em alguns sites é importante aparecerem janelas extras com informações relevantes (por exemplo, os sites dos bancos que usam janelas pop para informar os horários de funcionamento das agências, em dias próximos a feriados). Mas, é muito difícil (e chato, e oneroso) ter de aturar janelas pop gigantes aparecendo em qualquer "site", apenas com objetivo de propagandear artigos ou serviços nos quais não se está interessado. Há muitos programas para evitar tais anúncios, mas o Firefox já tem uma opção interna para bloquear essas janelas. Clicar em "Ferramentas" - "Opções" Abrir o item "Conteúdos" E selecionar "Bloquear janelas popup" Prejuízos Assim como podem favorecer, eles também podem danificar o computador, trazendo vírus, spams e outras pragas virtuais. Por isso, é preciso cuidado. Legalmente é proíbido descarregar qualquer coisa que viole os Direitos Autorais (como musicas,imagens,videos, etc).embora haja sempre exceções, o que deve ser analisado caso a caso. Problemas com spam e vírus não são exclusividade do ato de fazer um download, alguns deles espalham-se automaticamente por redes locais. Dicas para maior segurança Utilizar um antivirus é crucial, quanto maior poder maior segurança. É recomendável também que se tenha um firewall e um antispyware Upload Upload é a transferência de dados de um computador local para um servidor. Caso ambos estejam em rede, pode-se usar um servidor de FTP, HTTP ou qualquer outro protocolo que permita a transferência. Definição Caso o servidor de upload esteja na Internet, o usuário do serviço passa a dispor de um repositório de arquivos, similar a um disco rígido, disponível para acesso em qualquer computador que esteja na Internet.Upload é parecido com Download, só que em vez de carregar arquivos para a sua máquina, você os envia para o servidor. Quando uma janela popup for bloqueada, um ícone novo pode ser exibido na barra de status, informando o bloqueio. Para visitar esse site, deve-se clicar no ícone para desbloquear a popup. Como alterar o tamanho do texto, ao visualizar um "site" Se um determinado "site" tiver um tamanho de letra muito grande ou muito pequeno, pode-se controlar a sua visualização: Clicar em "Exibir" - Tamanho do texto e em Aumentar ou Diminuir ou Clicar em <Ctrl> + para aumentar ou em <Ctrl> - para diminuir o tamanho da fonte. Lembrar que <Ctrl> 0 retorna pra o tamanho normal Ordenar lista de sites favoritos Para colocar a lista de favoritos em ordem alfabética, clicar em: Favoritos - Organizar - Exibir - "Ordenar pelo nome" Como permitir Java e Java Script Clicar em "Ferramentas" - "Opções" Abrir o item "Configurações" e selecionar "Permitir Java" e "Permitir JavaScript" Características Os provedores gratuitos de upload variam bastante na sua política, capacidades e prazo de validade das transferências. Mas em geral todos funcionam da seguinte forma: o usuário que envia o arquivo fornece o endereço de (ou correio eletrônico) de um destinatário. Este recebe uma mensagem de do servidor de upload, informando a disponibilidade do arquivo, junto com uma URL. Basta que ele então clique nessa URL para receber o arquivo. Gerenciamento de pop-ups e cookies O pop-up é uma janela extra que abre no navegador ao visitar uma página ou clicar em um link específico. A pop-up é utilizada pelos criadores do site para abrir alguma informação extra ou como meio de propaganda. Como ativar o Bloqueador de pop-ups Observação O Bloqueador de pop-ups está ativado por padrão. Você precisará ativá-lo apenas se estiver desativado. O Bloqueador de pop-ups pode ser ativado das seguintes maneiras: Sob solicitação. No menu Ferramentas. A partir das Opções da Internet. Sob solicitação Você pode ativar o Bloqueador de pop-ups ao ser solicitado a fazer isso antes que a primeira janela pop-up apareça. No menu Ferramentas Como salvar uma página visitada Vá no Menu Favoritos > Adicionar Página > OK DOWNLOAD E UPLOAD Download (significa descarregar, em português), é a transferência de dados de um computador remoto para um computador local, o inverso de upload. Por vezes, é também chamado de puxar (ex: puxar o arquivo) ou baixar (baixar o arquivo). Tecnicamente, qualquer página da Internet que você abre consiste em uma série de descarregamentos. O navegador conecta-se com o servidor, descarrega as páginas HTML, imagens e outros itens e as abre, confeccionando a página que você vê. Mas o termo descarregar tornou-se sinônimo de copiar arquivos de um servidor remoto para o seu, porque quando o navegador não pode abrir um arquivo em sua janela (como um executável por exemplo) ele abre a opção para que o mesmo seja salvo por você, configurando um descarregamento. Benefícios Eles trazem arquivos favoráveis ao cotidiano e à diversão. Para configurar o Bloqueador de pop-ups no menu Ferramentas, execute as seguintes etapas: - Clique em Iniciar, aponte para Todos os programas e clique em Internet Explorer. No menu Ferramentas, aponte para Bloqueador de Pop-ups e clique em Habilitar Bloqueador de Pop-ups para ativar o Bloqueador de pop-ups ou em Desabilitar Bloqueador de Popups para desativá-lo. Como definir as configurações do Bloqueador de pop-ups As seguintes definições do Bloqueador de pop-ups podem ser configuradas: Permitir lista de sites. 134

231 Permitir lista de sites Você pode permitir que as janelas pop-up abram em um site, adicionando esse site à lista de Sites permitidos. Para fazer isso, execute as seguintes etapas: Clique em Iniciar, aponte para Todos os programas e clique em Internet Explorer.. No menu Ferramentas, aponte para Bloqueador de Pop-ups e clique em Configurações do Bloqueador de Pop-ups. 3. Na caixa Endereços do site a ser permitido:, digite o endereço do site e clique em Adicionar. Clique em Fechar. Gerenciamento de Cookies Um cookie é um grupo de dados trocados entre o navegador e o servidor de páginas, colocado num arquivo (ficheiro) de texto criado no computador do utilizador. A sua função principal é a de manter a persistência de sessões HTTP. A utilização e implementação de cookies foi um adendo ao HTTP e muito debatida na altura em que surgiu o conceito, introduzido pela Netscape, devido às consequências de guardar informações confidenciais num computador - já que por vezes pode não ser devidamente seguro, como o uso costumeiro em terminais públicos. Um exemplo é aquele cookie que um site cria para que você não precise digitar sua senha novamente quando for ao site outra vez. Outros sites podem utilizá-los para guardar as preferências do usuário, por exemplo, quando o sítio lhe permite escolher uma cor de fundo para suas páginas. Entretanto, para acessar os newsgroups, você precisa de um leitor, chamado newsreader (Leitor de Notícias). Um popular leitor de newsgroup, é o Outlook Express, esse mesmo que vem com o Internet Explorer e você usa para acessar seus s, pois além de ser cliente de , ele tem capacidade de acessar servidores de newsgroups, mas com algumas limitações. Em alguns casos, também é possível acessar os mesmos grupos de discussão via navegador, mas isso se o administrador do servidor disponibilizar esse recurso. Porém, acessando via navegador, estaremos deixando de usar o serviço newsgroup de fato, passando a utilizar um simples fórum da Internet. Operação Basicamente, um newsgroup funciona assim: 1. Alguém envia uma mensagem para o grupo, posta ela.. Essa mensagem fica armazenada no servidor do news, e qualquer pessoa que acessar o servidor e o grupo onde essa mensagem foi postada, poderá visualizá-la, respondê-la, acrescentar algo, discordar, concordar, etc. A resposta também fica armazenada no servidor, e assim como a mensagem original, outras pessoas poderão "responder a resposta" da mensagem original. Para entender melhor, veja um exemplo da estrutura de um newsgroup, veja o exemplo na figura abaixo. Para excluir cookies específicos: 1 Na guia ferramentas clique em Opções de Internet Guia Geral, clique no botão Configurações e logo após no botão Exibir Arquivos. 3 Na próxima janela, que será a unidade de disco rígido que está sendo armazenado os cookies, localize o cookie que deseja excluir. 4 Se desejar excluir mais de um cookie pressione CTRL à medida que for clicando em cada cookie (esta operação faz com que você selecione um grupo de cookies). 5 Aperte a tecla Delete. 6 Ao terminar clique Ok. Lembrete: Determinados sites da Internet armazenam seu nome de membro, senha e outras informações pessoais. Assim ao excluir todos os cookies o usuário deverá redigitar as senhas e outras informações dos sites visitados. O QUE SÃO "GRUPOS DE DISCUSSÃO" (NEWSGROUPS) Grupos de discussão, Grupos de Notícias ou Newsgroups, são espécies de fóruns, como estes que você já conhece. As comunidades do Orkut também seguem um molde parecido com os newsgroups, porém com muitas limitações. São incomparavelmente inferiores aos newsgroups. Tanto os fóruns da web como as comunidades do Orkut, você acessa pelo seu navegador (Firefox, Internet Explorer, Netscape, etc.), através de um endereço de uma página. Cada servidor possui diversos grupos dentro dele, divididos por tema. Atualmente, a maior rede brasileira de newgroups é a U-BR ( A U-BR foi criada após o UOL ter passado a não disponibilizar mais acesso via NNTP (via Gravity, Outlook Express, Agent, etc.) para nãoassinantes. De certa forma, isso foi bom, pois acabou "obrigando" os usuários a buscar uma alternativa. Eis então que foi criada a U-BR. A grande vantagem da U-BR, é que ela não possui um servidor central, ou seja, se um dos servidores dela ficar "fora do ar", você pode acessar usando um outro servidor. Os temas (assuntos) disponíveis nos newsgroups em geral, variam desde Windows XP até Política, passando por hardware em geral, sociologia, turismo, cidades, moutain-bike, música, Jornada nas Estrelas, futebol, filosofia, psicologia, cidades, viagens, sexo, humor, música e muito mais. É impossível não achar um tema que lhe agrade. Instalação configuração e criação de contas Para acessar um news, você precisa usar um programa cliente, o newsreader. Um dos mais populares é o Outlook Express, da Microsoft, mas não é o melhor. Existem inúmeros programas disponíveis na Internet, que possibilitam, a criação de grupos de discurções, entre eles destacamse o Gravity, da MicroPlanet. Para usários do Linux, recomendo o Pan Newsreader (também disponível para Windows). Para configurar uma conta de acesso no Outlook Express, vá no menu Ferramentas > Contas > Adicionar > News. Siga os passos exibidos na Tela, informando o servidor de sua preferência quando solicitado, veja no exemplo abaixo: 135

232 CONFIGURAÇÃO DE UMA CONTA DE NEWSGROUP MICROSFT OUTLOOK EXPRESS Para configurar o acesso aos newsgroups, siga os passos referidos em baixo: No Microsoft Outlook Express, seleccionar Tools / Accounts Clique em "Yes" para obter as mensagens dos newsgroups. Aqui vai iniciar o processo de configuração da sua conta nos newsgroups. Para tal terá de preencher o nome e endereço de correio electrónico que pretende que apareçam nas mensagens, bem como o endereço de servidor de newsgroups: news.iol.pt. Nesta janela, poderá escolher quais pretende ver, clicando no "News" desejado e posteriormente em "Subscribe". Depois de ter seleccionado todos os newsgroups que pretende visualizar, deverá clicar em "OK". Depois de seleccionados, poderá encontrar os newsgroups escolhidos na pasta news.iol.pt. 136

233 Aqui vai iniciar o processo de configuração da sua conta nos newsgroups. Para tal terá de preencher o nome e endereço de correio electrónico que pretende que apareçam nas mensagens, bem como o endereço de servidor de newsgroups: news.iol.pt. CORREIO ELETRÔNICO MICROSOFT OFFICE OUTLOOK Envie e receba ; gerencie sua agenda, contatos e tarefas; e registre suas atividades usando o Microsoft Office Outlook. Iniciando o Microsoft Office Outlook Clique em Iniciar, Todos os programas, Microsoft Office, Microsoft Office Outlook. Esta versão do Outlook inclui novos recursos criados para ajudá-lo a acessar, priorizar e lidar com comunicação e informações, de forma a otimizar o seu tempo e facilitar o gerenciamento do fluxo crescente de s recebidos. Experiência de Dinâmica. O Outlook ajuda você a ler, organizar, acompanhar e localizar s com mais eficiência do que antigamente. O novo layout da janela exibe mais informações na tela de uma só vez, mesmo em monitores pequenos. A lista de mensagens foi reprojetada para utilizar o espaço de forma mais inteligente. Como resultado disso, você perderá menos tempo com a navegação e dedicará mais tempo à realização de suas tarefas. O agrupamento automático de mensagens ajuda o usuário a localizar e a ir para s em qualquer lugar da lista com mais rapidez do que antes. E você ainda pode mover ou excluir todas as mensagens em um grupo de uma vez. Filtro de Lixo Eletrônico. O novo Filtro de Lixo Eletrônico ajuda a evitar muitos dos s indesejáveis que você recebe todos os dias. Ele usa a tecnologia mais avançada desenvolvida pelo Centro de Pesquisa da Microsoft para avaliar se uma mensagem deve ser tratada como lixo eletrônico com base em vários fatores como, por exemplo, o horário em que a mensagem foi enviada e o seu conteúdo. O filtro não identifica nenhum remetente ou tipo de específico; ele se baseia no conteúdo da mensagem e faz uma análise avançada da estrutura da mensagem para determinar a probabilidade de ser ou não lixo eletrônico. Qualquer mensagem detectada pelo filtro é movida para a pasta Lixo Eletrônico, de onde ela pode ser recuperada ou revisada posteriormente. Você pode adicionar s à Lista de Remetentes Confiáveis para garantir que as mensagens desses remetentes nunca sejam tratadas como lixo eletrônico e pode ainda bloquear mensagens de determinados endereços de ou nomes de domínio adicionando o remetente à Lista de Remetentes Bloqueados. Painel de Navegação. O Painel de Navegação é mais do que uma simples lista de pastas: ele combina os recursos de navegação principal e compartilhamento do Outlook em um local de fácil utilização. Em , você encontrará mais pastas de do que antigamente. Além disso, poderá adicionar suas pastas favoritas ao início da lista. Em Calendário, você poderá exibir os calendários compartilhados de outras pessoas lado a lado com o seu próprio calendário. Em Contatos, você verá a lista de todas as pastas de contatos que poderá abrir (estejam elas armazenadas no seu computador ou em um local da rede), bem como maneiras aperfeiçoadas de exibir os contatos. Todos os oito módulos do Outlook possuem uma interface de usuário criada para ajudá-lo a encontrar rapidamente o que você está procurando, na forma como você gosta de ver essa informação. Sinalizadores Rápidos. Se você precisar responder a um , mas não tiver tempo agora, clique no ícone do sinalizador ao lado da mensagem para marcá-la com um Sinalizador Rápido. Os diversos sinalizadores coloridos facilitam a categorização das mensagens. A pasta denominada Para Acompanhamento" sempre contém uma lista atualizada de todas as mensagens marcadas com sinalizadores rápidos em cada pasta da caixa de correio. Organizar por Conversação. Se você receber muitos s diariamente, poderá se beneficiar da opção de agrupamento denominada Organizar por Conversação. O modo de exibição Organizar por Conversação mostra a lista de mensagens de uma forma orientada a conversação ou "segmentada". Para que você leia os s com mais rapidez, esse modo de exibição mostra primeiro apenas as mensagens não lidas e marcadas com Sinalizadores Rápidos. Cada conversação pode ser ainda mais expandida para mostrar todas as mensagens, inclusive os s já lidos. Para organizar as mensagens dessa forma, clique em Organizar por Conversação no menu Exibir. Pastas de Pesquisa. As Pastas de Pesquisa contêm resultados de pesquisa, atualizados constantemente, sobre todos os itens de correspondentes a critérios específicos. Você pode ver todas as mensagens não lidas de cada pasta na sua caixa de correio em uma Pasta de Pesquisa denominada " s Não Lidos". Para ajudá-lo a reduzir o tamanho da caixa de correio, a Pasta de Pesquisa " s Grandes" mostra os maiores s da caixa de correio, independentemente da pasta em que eles estão armazenados. Você também pode criar suas próprias Pastas de Pesquisa: escolha uma pasta na lista de modelos predefinidos ou crie uma pesquisa com critérios personalizados e salve-a como uma Pasta de Pesquisa para uso futuro. Calendários Lado a Lado,. Agora você pode exibir vários calendários lado a lado na janela Calendário do Outlook.Todos os calendários podem ser vistos lado a lado: calendários locais, calendários de pastas públicas, calendários de outros usuários ou lista de eventos da equipe do Microsoft Windows SharePoint Services. Os calendários são codificados por cores para ajudá-lo a distingui-los. Regras e Alertas. O Outlook o alertará da chegada de novos s na sua Caixa de Entrada exibindo uma notificação discreta na área de trabalho, mesmo quando você estiver usando outro programa. É possível criar rapidamente regras para arquivar s com base na mensagem, selecionando a mensagem e clicando em Criar Regra. Modo de Transferência em Cachê. Se você usa o Microsoft Exchange Server não precisa mais se preocupar com problemas causados por redes lentas ou distantes. O Outlook pode baixar a caixa de correio para o seu computador, reduzindo a necessidade de comunicação com o servidor de . Se a rede ficar indisponível, o Outlook continuará utilizando as informações já baixadas e talvez você nem perceba a queda da rede. O Outlook se adapta ao tipo de rede disponível, baixando mais itens de em redes mais rápidas e oferecendo mais controle sobre os itens baixados em redes lentas. Se usar o Outlook com o Microsoft Exchange Server, você se beneficiará de uma redução significativa no tráfego da rede, que o ajudará a obter as informações com mais rapidez. Ícones de listas de mensagens do Outlook Express Os ícones a seguir aparecem nos s e indicam a prioridade das mensagens, se as mensagens possuem arquivos anexados ou ainda se as mensagens estão marcadas como lidas ou não lidas. Veja o que eles significam: Painel de Leitura. O Painel de Leitura é o local ideal para ler s, sem a necessidade de abrir uma janela separada para cada mensagem. Como um pedaço de papel, o Painel de Leitura é posicionado verticalmente. Esse layout é mais confortável e, em conjunto com a nova lista de mensagens de várias linhas, significa que você pode ver quase o dobro do conteúdo de um em um monitor do mesmo tamanho, se comparado com o Painel de Visualização das versões anteriores do Outlook. 137

234 Como criar uma conta de Para adicionar uma conta de em seu Outlook faça o seguinte: 1. Entre em contato com seu provedor de serviços de Internet ou do administrador da rede local e informe-se sobre o tipo de servidor de usado para a entrada e para a saída dos s.. Você precisará saber o tipo de servidor usado : POP3 (Post Office Protocol), IMAP (Internet Message Access Protocol) ou HTTP (Hypertext Transfer Protocol). Precisa também saber o nome da conta e a senha, o nome do servidor de de entrada e, para POP3 e IMAP, o nome de um servidor de de saída, geralmente SMTP (Simple Mail Transfer Protocol) compartilhamento de contatos com outras identidades, a pasta Contatos compartilhados. Nenhuma destas pastas pode ser excluída. Você pode criar um novo contato na pasta compartilhada ou compartilhar um contato existente, movendo um de seus contatos para a pasta Contatos compartilhados. 1. Clique em Ferramentas/ Catálogo de Endereços. Seu catálogo de endereços irá se abrir. Se você não estiver visualizando a pasta Contatos compartilhados à esquerda, clique em Exibir de seu Catálogo de Endereços, clique em Pastas e grupos. Vamos à configuração: 3. No menu Ferramentas, clique em Contas. Na lista de contatos, selecione o contato que deseja compartilhar. Arraste o contato para a pasta Contatos compartilhados ou para uma de suas subpastas. Salvar um rascunho Para salvar um rascunho da mensagem para usar mais tarde, faça o seguinte: 1. Com sua mensagem aberta, clique em Arquivo.. A seguir, clique em Salvar. Você também pode clicar em Salvar como para salvar uma mensagem de em outros arquivos de seu computador no formato de (.eml), texto (.txt) ou HTML (.htm ou html). Abrir anexos Para ver um anexo de arquivo, faça o seguinte: 1. No painel de visualização, clique no ícone de clipe de papel no cabeçalho da mensagem e, em seguida, clique no nome do arquivo. Ou apenas clique no símbolo de anexo Logo a seguir visualizaremos o assistente de configuração do Outlook, posteriormente clique no botão adicionar- . Na parte superior da janela da mensagem, clique duas vezes no ícone de anexo de arquivo no cabeçalho da mensagem. (Quando uma mensagem tem um arquivo anexado, um ícone de clipe de papel é exibido ao lado dela na lista de mensagens.) Salvar anexos Para salvar um anexo de arquivo de seu , faça o seguinte: 1. Clique na mensagem que tem o arquivo que você quer salvar.. No menu Arquivo, clique em Salvar anexos. Clique em e o Assistente para conexão com a Internet irá se abrir. Basta seguir as instruções para estabelecer uma conexão com um servidor de ou de notícias e ir preenchendo os campos de acordo com seus dados. Observação: Cada usuário pode criar várias contas de , repetindo o procedimento descrito acima para cada conta. Compartilhar contatos Para compartilhar contatos você tiver outras identidades (outras pessoas) usando o mesmo Outlook Express, poderá fazer com que um contato fique disponível para outras identidades, colocando-o na pasta Contatos compartilhados. Desta forma, as pessoas que estão em seu catálogo de endereços "aparecerão" também para outras identidades de seu Outlook. O catálogo de endereços contém automaticamente duas pastas de identidades: a pasta Contatos da identidade principal e uma pasta que permite o Uma nova janela se abre. Clique no(s) anexo(s) que você quer salvar. 4. Antes de clicar em Salvar, confira se o local indicado na caixa abaixo é onde você quer salvar seus anexos. (Caso não seja, clique em "Procurar" e escolha outra pasta ou arquivo.) 5. Clique em Salvar. Como redigir um A competitividade no mundo dos negócios obriga os profissionais a uma busca cada vez maior de um diferencial em sua qualificação. Sabe-se 138

235 da importância de uma boa comunicação em nossos dias. Quantos não vivem às voltas com s, atas, cartas e relatórios? A arte de se comunicar com simplicidade é essencial para compor qualquer texto. Incluímos aqui todas e quaisquer correspondências comerciais, empresariais ou via Internet (correio eletrônico). Uma correspondência tem como objetivo comunicar algo. Portanto, é fundamental lembrar que a comunicação só será eficiente se transmitir ao destinatário as ideias de modo simples, claro, objetivo, sem deixar dúvidas quanto ao que estamos querendo dizer. O é uma forma de comunicação escrita e, portanto, exige cuidado. A maior diferença entre um e uma correspondência via correio tradicional está na forma de transmissão, sendo a primeira, indubitavelmente, mais rápida e eficiente. Ao escrevermos um , sobretudo com finalidade comercial ou empresarial, devemos observar alguns pontos: 1. A forma como você escreve e endereça o permite que o destinatário interprete seu interesse e o quanto ele é importante para você. O bom senso deve sempre prevalecer de acordo com o tipo de mensagem a ser transmitida. A natureza do assunto e a quem se destina o determinam se a mensagem será informal ou mais formal. Em qualquer um dos casos, os textos devem ser curtos, bastante claros, objetivos. O alinhamento à esquerda facilita a leitura.. Quando vamos enviar um em nome de uma empresa ou organização, é conveniente deixar em destaque que se trata de uma comunicação institucional, o que não se faz necessário na correspondência tradicional, uma vez que esse aspecto é evidenciado pelo timbre, nome ou marca já impresso no papel. No caso dos s, temos apenas os campos Para ou To e, para enviarmos com uma cópia para outra pessoa, preenchemos o campo CC (Cópia Carbono). Convém ressaltar que existe um outro campo que pode utilizado para enviarmos uma cópia para outra pessoa, de modo que não seja exibido o endereço em questão: é o campo CCO (Cópia Carbono Oculta). Às vezes, recebemos um com uma lista enorme de destinatários, o que não é nada recomendável. Se quisermos enviar uma mesma mensagem para um grande Veja o exemplo: Posteriormente basta clicar no botão enviar 4. Escreva a mensagem com palavras claras e objetivas. 5. Coloque em destaque (negrito, sublinhado, ou itálico) os aspectos principais do Digite o seu nome completo ou nome da empresa. 7. Abaixo digite o seu (no caso do destinatário querer responder para você, ou guardar seu endereço). 8. Envie a mensagem. Verificar novas mensagens Para saber se chegaram novas mensagens, faça o seguinte: Com seu Outlook aberto, clique em Enviar/receber na barra de ferramentas. Os serão recebidos na caixa de entrada do Outlook, caso houver algum a ser enviado, o mesmo será enviado automaticamente. Pastas Padrões As pastas padrões do Outlook não podem ser alteradas. Você poderá criar outras pastas, mas não deve mexer nas seguintes pastas: Caixa de Entrada: local padrão para onde vão as mensagens que chegam ao seu Outlook. (Você pode criar pastas e regras para mudar o lugar para o qual suas mensagens devam ser encaminhadas.). 1. Caixa de Saída: aqui ficam os s que você já escreveu e que vai mandar para o(s) destinatário(s).. Itens Enviados: nesta pasta ficam guardados os s que você já mandou. 3. Itens Excluídos: aqui ficam as mensagens que você já excluiu de outra(s) pasta(s), mas continuam em seu Outlook. 4. Rascunhos: as mensagens que você está escrevendo podem ficar guardadas aqui enquanto você não as acaba de compor definitivamente. Veja como salvar uma mensagem na pasta Rascunhos. Criar novas pastas Para organizar seu Outlook, você pode criar ou adicionar quantas pastas quiser. 1. No menu Arquivo, clique em Pasta.. Clique em Nova. 3. Uma nova janela se abrirá. Na caixa de texto Nome da pasta, digite o nome que deseja dar à pasta e, em seguida, selecione o local para a nova pasta. Lembre-se de que o Outlook Express vai criar sua pasta nova dentro daquela que estiver selecionada no momento. Se você selecionar, por exemplo, "Caixa de Entrada" e solicitar uma nova pasta, esta será posicionada dentro da Caixa de Entrada. Para grupos de endereços, é preferível colocarmos todos eles no campo CCO e apenas um endereço no campo Para. Estaremos fazendo um favor a quem recebe, além de não estarmos divulgando o endereço de outras pessoas desnecessariamente. 3. É importante indicar no campo Assunto qual é o tema a ser tratado. Uma indicação clara nessa linha ajuda na recepção da mensagem. Lembrese de que seu destinatário pode receber muitas mensagens e não presuma que ele seja um adivinho. Colocar, por exemplo, apenas a palavra informações no campo assunto, não ajuda em nada. Especifique claramente o conteúdo. Por exemplo: Informações sobre novo curso. 4. No espaço reservado à mensagem, especifique logo no início o emissor e o receptor. Exemplo: Prezado Cliente Agradecemos aquisição de nossos produtos. Grato. Podemos sintetizar assim: 1. Sempre colocar o assunto.. Indique o emissor e o destinatário no corpo da mensagem. 3. Coloque apenas uma saudação. Se o que você quer é uma nova pasta, independente das que você já criou, selecione sempre o item Pastas Locais Dê um nome e selecione o local onde quer que fique esta nova pasta que você acabou de criar. 139

236 MOZILLA THUNDERBIRD 1. Para configurar sua conta no Thunderbird, ao abrir o programa, na tela principal, clique no menu Ferramentas e em seguida em Configurar contas... Ao final, clique em Seguinte.. Clique em Adicionar conta No campo Nome de utilizador:, digite seu login no final) do USP. No campo Nome de utilizador do servidor SMTP:,digite seu login novamente. Logo após, clique em Seguinte. 3. Selecione a opção Conta de Correio Eletrônico e clique em Seguinte. 7. No campo Nome da conta: digite o seu endereço eletrônico da USP e clique em Seguinte. 4. No campo O seu Nome:, preencha com o seu nome (ele aparecerá na mensagem enviada ao destinatário). No campo Endereço e Correio: digite o seu endereço eletrônico da USP e clique em Seguinte. 8. Clique em Concluir. 5. Selecione o tipo de recepção de sua preferência (recomendado POP). No campo Servidor de Recepção: digite em letras minúsculas pop.usp.br. No campo Enviar mensagens por este servidor SMTP: digite em letras minúsculas smtp.usp.br. 140

237 9. De volta à tela de Configuração de Conta, no menu do lado esquerdo, clique na opção Servidor de Saída (SMTP). 13. De volta à tela de Configuração de Conta, selecione a opção Configurações do Servidor no menu esquerdo (referente ao seu 10. No campo que irá aparecer, selecione o item correspondente ao smtp da usp e em seguida clique em Editar Marque a opção Deixar mensagens no servidor (para que, ao baixar as mensagens, seja mantida uma cópia no USP). Clique em OK para finalizar. 11. Na tela de configuração do Servidor SMTP que irá surgir, altere o número da porta de 5 para Feche o Thunderbird e reabra-o novamente. Agora, basta clicar em Obter correio no menu superior para enviar/receber suas mensagens. 1. Na área de Autenticação e Segurança abaixo, a opção Usar nome de utilizador e senha deve estar marcada (caso não esteja, marque-a), e no campo Nome de utilizador:, logo abaixo, digite seu login no final). No item Usar ligação segura: deixe marcada a opção Não. Ao final, clique em OK. Fonte: cce.usp.br COMUNICAÇÃO: PROTOCOLOS DE COMUNICAÇÃO E REDE DE LOCAIS E REMOTAS Atualmente é praticamente impossível não se deparar com uma rede de computadores, em ambientes relacionados à informática, principalmente porque a maioria dos usuários de computadores se conectam a Internet - que é a rede mundial de computadores. 141

238 As redes de computadores surgiram da necessidade de troca de informações, onde é possível ter acesso a um dado que está fisicamente localizado distante de você, por exemplo em sistemas bancários. Neste tipo de sistema você tem os dados sobre sua conta armazenado em algum lugar, que não importa onde, e sempre que você precisar consultar informações sobre sua conta basta acessar um caixa automático. As redes não são uma tecnologia nova. Existe desde a época dos primeiros computadores, antes dos PC s existirem, entretanto a evolução da tecnologia permitiu que os computadores pudessem se comunicar melhor a um custo menor. Além da vantagem de se trocar dados, há também a vantagem de compartilhamento de periféricos, que podem significar uma redução nos custos de equipamentos. A figura abaixo representa uma forma de compartilhamento de impressora (periférico) que pode ser usado por 3 computadores. É importante saber que quando nos referimos a dados, não quer dizer apenas arquivos, mas qualquer tipo de informação que se possa obter de um computador. Os principais motivos que levam a implantação de uma rede de computadores são: Possibilitar o compartilhamento de informações (programas e dados) armazenadas nos computadores da rede; Permitir o compartilhamento de recursos associados às máquinas interligadas; Permitir a troca de informações entre os computadores interligados; Permitir a troca de informações entre usuários dos computadores interligados; Possibilitar a utilização de computadores localizados remotamente; Permitir o gerenciamento centralizado de recursos e dados; Tipos de redes Do ponto de vista da maneira com que os dados de uma rede são compartilhados podemos classificar as redes em dois tipos básicos: Ponto-a-ponto: que é usado em redes pequenas; Cliente/servidor: que pode ser usado em redes pequenas ou em redes grandes. Esse tipo de classificação não depende da estrutura física usada pela rede (forma como está montada), mas sim da maneira com que ela está configurada em software. Redes Ponto-a-Ponto Esse é o tipo mais simples de rede que pode ser montada, praticamente todos os Sistemas Operacionais já vêm com suporte a rede ponto-aponto (com exceção do DOS). Nesse tipo de rede, dados e periféricos podem ser compartilhados sem muita burocracia, qualquer micro pode facilmente ler e escrever arquivos armazenados em outros micros e também usar os periféricos instalados em outros PC s, mas isso só será possível se houver uma configuração correta, que é feita em cada micro. Ou seja, não há um micro que tenha o papel de servidor da rede, todos micros podem ser um servidor de dados ou periféricos. Apesar de ser possível carregar programas armazenados em outros micros, é preferível que todos os programas estejam instalados individualmente em cada micro. Outra característica dessa rede é na impossibilidade de utilização de servidores de banco de dados, pois não há um controle de sincronismo para acesso aos arquivos. Vantagens e Desvantagens de uma rede Ponto-a-Ponto: Usada em redes pequenas (normalmente até 10 micros); Baixo Custo; Fácil implementação; Baixa segurança; Sistema simples de cabeamento; Micros funcionam normalmente sem estarem conectados a rede; Micros instalados em um mesmo ambiente de trabalho; Não existe um administrador de rede; Não existe micros servidores; A rede terá problemas para crescer de tamanho. Redes Cliente/Servidor Este tipo de rede é usado quando se deseja conectar mais de 10 computadores ou quando se deseja ter uma maior segurança na rede. Nesse tipo de rede aparece uma figura denominada servidor. O servidor é um computador que oferece recursos especializados, para os demais micros da rede, ao contrário do que acontece com a rede ponto-a-ponto onde os computadores compartilham arquivos entre si e também podem estar fazendo um outro processamento em conjunto. A grande vantagem de se ter um servidor dedicado é a velocidade de resposta as solicitações do cliente (computador do usuário ou estações de trabalho), isso acontece porque além dele ser especializado na tarefa em questão, normalmente ele não executa outra tarefas. Em redes onde o desempenho não é um fator importante, pode-se ter servidores não dedicados, isto é, micros servidores que são usados também como estação de trabalho. Outra vantagem das redes cliente/servidor é a forma centralizada de administração e configuração, o que melhora a segurança e organização da rede. Para uma rede cliente/servidor podemos ter vários tipos de servidores dedicados, que vão variar conforme a necessidade da rede, para alguns tipos desses servidores podemos encontrar equipamentos específicos que fazem a mesma função do computador acoplado com o dispositivo, com uma vantagem, o custo desses dispositivos são bem menores. Abaixo temos exemplos de tipos de servidores: Servidor de Arquivos: É um servidor responsável pelo armazenamento de arquivos de dados - como arquivos de texto, planilhas eletrônicas, etc... É importante saber que esse servidor só é responsável por entregar os dados ao usuário solicitante (cliente), nenhum processamento ocorre nesse servidor, os programas responsáveis pelo processamento dos dados dos arquivos deve estar instalados nos computadores clientes. Servidor de Impressão: É um servidor responsável por processar os pedidos de impressão solicitados pelos micros da rede e enviálos para as impressoras disponíveis. Fica a cargo do servidor fazer o gerenciamento das impressões. Servidor de Aplicações: É responsável por executar aplicações do tipo cliente/servidor como, por exemplo, um banco de dados. Ao contrário do servidor de arquivos, esse tipo de servidor faz processamento de informações. Servidor de Correio Eletrônico: Responsável pelo processamento e pela entrega de mensagens eletrônicas. Componentes de uma Rede Cliente: Um cliente em uma rede, corresponde a todo computador que busca a utilização de recursos compartilhados ou o acesso a informações que encontram-se em pontos centralizados na rede. Servidor: Um servidor em uma rede corresponde a um computador que centraliza o oferecimento de recursos compartilhados e que atende as requisições dos computadores clientes desta rede. Usuário: Corresponde a toda pessoa que utiliza um computador cliente e que procura acess de uma rede Administrador: O administrador de uma rede corresponde ao profissional que que cuida do gerenciamento dos recursos da rede, manutenção, segurança etc. Hardware de rede: A placa de redes ou interface corresponde ao dispositivo que anexado ao computador permite que ele possa ser conectado fisicamente a rede. Modem: É responsável pela modulação e demodulação dos dados, ou seja codifica o sinal de entrada e saída dos dados. Sistema operacionais: Para um computador operar em uma rede, tanto no papel cliente, como no servidor, é necessário que o sistema operacional instalado neste computador possa suportar as operações de comunicação em rede. Todos os sistemas operacionais atuais suportam e reconhecem a operação em rede,implementando em suas operações de entrada e saída, as funções de utilização como clientes e servidores. Temos como exemplo os seguintes sistemas: Windows (9x, XP, NT, 000 e 003), Novell Netware, Mac OS, Unix e Linux. Protocolo: O protocolo de rede corresponde a um padrão de comunicação existente em uma rede. Para que dois computadores possam trocar 14

239 informações entre si, é necessário que utilizem o mesmo protocolo de rede. Como exemplos de protocolos de rede atuais temos: TCP/IP, IPX/SPX, AppleTalk, SNA, NETBEUI. Topologia: Uma topologia de rede corresponde ao desenho lógico que uma rede apresenta. Mostrando principalmente o caminho da comunicação entre os computadores de uma rede. Classificação de redes de computadores As redes de computadores podem ser classificadas de duas formas: pela sua dispersão geográfica e pelo seu tipo de topologia de interconexão. Em relação a dispersão geográfica podemos classifica-las como: Rede Local - LAN (Local Area Network): que são redes de pequena dispersão geográfica dos computadores interligados que conectam computadores numa mesma sala, prédio, ou campus com a finalidade de compartilhar recursos associados aos computadores, ou permitir a comunicação entre os usuários destes equipamentos. Rede de Longa Distância -WAN (Wide Area Network): redes que usam linhas de comunicação das empresas de telecomunicação. É usada para interligação de computadores localizados em diferentes cidades, estados ou países. Rede Metropolitana - MAN (Metropolitan Area Network): computadores interligados em uma região de uma cidade, chegando, às vezes, a interligar até computadores de cidades vizinhas próximas. São usadas para interligação de computadores dispersos numa área geográfica mais ampla, onde não é possível ser interligada usando tecnologia para redes locais. Podemos fazer interligações entre redes, de forma que uma rede distinta possa se comunicar com uma outra rede. Entre as formas de interligações de rede destacamos a Internet, Extranet e Intranet. Internet A Internet (conhecida como rede mundial de computadores) é uma interligação de mais de uma rede local ou remota, na qual é necessário a existência de um roteador na interface entre duas redes. A transferência de dados ocorre de forma seletiva entre as redes, impedindo assim o tráfego desnecessário nas redes. A Internet tem por finalidade restringir o fluxo das comunicações locais ao âmbito de suas limitações físicas, permitindo o acesso a recursos remotos e o acesso de recursos locais por computadores remotos, quando necessário. lntranet A Intranet é uma rede privada localizada numa corporação constituída de uma ou mais redes locais interligadas e pode incluir computadores ou redes remotas. Seu principal objetivo é o compartilhamento interno de informações e recursos de uma companhia, podendo ser usada para facilitar o trabalho em grupo e para permitir teleconferências. o uso de um ou mais roteadores podem permitir a interação da rede interna com a Internet. Ela se utiliza dos protocolos TCP/IP, HTTP e os outros protocolos da Internet são usados nas comunicações e é caracterizada pelo uso da tecnologia WWW dentro de uma rede corporativa. Extranet É uma rede privada (corporativa) que usa os protocolos da Internet e os serviços de provedores de telecomunicação para compartilhar parte de suas informações com fornecedores, vendedores, parceiros e consumidores. Pode ser vista como a parte de uma Intranet que é estendida para usuários fora da companhia. Segurança e privacidade são aspectos fundamentais para permitir o acesso externo, que é realizado normalmente através das interfaces da WWW, com autenticações, criptografias e restrições de acesso. Pode ser usado para troca de grandes volumes de dados, compartilhamento de informações entre vendedores, trabalho cooperativo entre companhias, etc. Redes sem fio A tecnologia hoje, atingiu um grau de disseminação na sociedade que faz com que esteja presente em todas as áreas de trabalho e também até nas áreas do entretenimento. Esse crescimento fez com que as pessoas precisem se conectar em redes em qualquer lugar a qualquer hora. Em muitas situações é impossível ou mesmo muito custoso montar uma estrutura de conexão utilizando cabeamento convencional. É aí que entra a conexão de redes sem fio. As redes sem fio (ou também conhecidas pelos termos em inglês Wireless e WiFi) correspondem a infra estruturas que permitem a conexão de computadores entre si ou a uma rede convencional, utilizando tecnologias de comunicação que dispensam a utilizam de cabos. A grande vantagem da rede sem fio é a mobilidade que ela permite aos computadores, particularmente aos notebooks e portáteis de mão (Palmtops ou PDAs). Um exemplo pode ser dado pelo caso de uma empresa que mantém um grande depósito de armazenamento e que necessita que um funcionário possa levar um computador portátil e registrar a quantidade dos itens no estoque conferindo em cada prateleira. Este computador estaria ligado a rede da empresa, permitindo ao funcionário consultar os dados no banco de dados de estoque e atualizando esses valores se fosse necessário. O que é topologia física da rede Topologia física de rede refere-se ao layout físico dos computadores em uma rede. Os profissionais de rede utilizam esse termo quando querem referir-se ao projeto físico da rede, ou a forma como os computadores, e outros componentes de rede, ficam dispostos no projeto geral de uma rede. A forma de realizar uma tarefa pode tornar um processo mais eficiente. Computadores conectam-se para compartilharem recursos e promoverem serviços para toda a rede. A forma de conectar computadores em rede pode torná-los mais eficientes nas atividades de rede. A topologia de uma rede pode afetar o seu desempenho e sua capacidade. Montar ou organizar uma rede não é um processo muito simples. Devem-se combinar diferentes tipos de componentes, escolher o sistema operacional de rede, além de prever como estes componentes estarão sendo conectados em diferentes tipos de ambientes. Neste ponto a topologia da rede se mostra crucial, por que define como estes componentes estarão sendo interligados em diferentes ambientes e situações e em última análise definem como a informação vai se propagar na rede. A topologia física de rede também vai definir a topologia lógica da rede ou, como é mais conhecida, a tecnologia de rede a ser utilizada. Quando usado sozinho, o termo topologia, refere-se a topologia física da rede. Uma topologia normalmente não corresponde a toda a rede, mas a desenhos básicos encontrados em diversas partes de uma rede e que assim acabam formando o conjunto completo de uma rede que pode acabar combinando várias topologias. As estruturas básicas de topologia que formam uma rede podem ser: Barramento - Anel - Estrela - Malha e Sem fio Barramento Na topologia de barramento os computadores ficam conectados em um único segmento denominado barramento central ou backbone. Esse segmento conecta todos os computadores daquele segmento em uma única linha. Pode ser o caso de que este barramento central do ponto de vista físico, ser formado de pequenos trechos interligados, mas em termos de transmissão de sinal ser considerado apenas um trecho único. Comunicação Os computadores na topologia de barramento enviam o sinal para o backbone que é transmitido em ambas as direções para todos os computadores do barramento. 143

240 Problemas com o barramento Terminador com defeito ou solto: Se um terminador estiver com defeito, solto, ou mesmo se não estiver presente, os sinais elétricos serão retornados no cabo fazendo com que os demais computadores não consigam enviar os dados. Rompimento do backbone: Quando ocorre um rompimento no backbone, as extremidades do ponto de rompimento não estarão terminadas e os sinais começarão a retornar no cabo fazendo com que a rede seja desativada. Objetos pesados que caíam sobre o cabo podem provocar o seu rompimento. O rompimento às vezes não é visual, ficando interno ao cabo, dificultando a identificação. Anel Numa topologia em anel os computadores são conectados numa estrutura em anel ou um após o outro num circuito fechado. A comunicação é feita de computador a computador num sentido único (horário) através da conexão em anel. Uma característica importante desta topologia é que cada computador recebe a comunicação do computador anterior e retransmite para o próximo computador. Funcionamento Na topologia de anel a comunicação entre os computadores é feita através de um processo denominado passagem de token ou bastão. Um sinal especial denominado Token (bastão) circula pelo anel no sentido horário e somente quando recebe o token é que um computador transmite seu sinal. O sinal circula pelo anel até chegar ao destino, passando por todos os outros computadores. Só após receber de volta o sinal é que o computador libera o token permitindo assim que outro computador possa se comunicar. Problemas O único problema da topologia de anel é a dependência total do anel físico implementado, sendo que se for rompido ou comprometido, a comunicação em todo o anel é interrompida. Estrela Na topologia estrela, os computadores ficam ligados a um ponto central que tem a função de distribuir o sinal enviado por um dos computadores a todos os outros ligados a este ponto. Esta topologia é assim chamada, pois seu desenho lembra uma estrela. Malha Na topologia em malha os computadores estariam conectados uns aos outros diretamente formando um desenho semelhante a uma trama ou malha. Funcionamento O ponto central da topologia estrela pode ser um dispositivo de rede denominado Hub ou ainda ser um dispositivo mais complexo tal como uma switch ou roteador. A implementação mais comum encontrada é a que utiliza um hub como ponto central e cabeamento de par-trançado. No caso de um Hub o sinal enviado é simplesmente redirecionado a todas as conexões existentes neste Hub, chegando assim a todos os computadores ligados no Hub. Na topologia de estrela, há a necessidade de uma conexão de cabo entre cada computador e o Hub ou outro dispositivo agindo como ponto central. Problemas Os problemas ou desvantagens da utilização desta topologia podem ser resumidos nos seguintes: Utilização de uma grande quantidade e metragem de cabos. Em grandes instalações de rede será preciso um cabo para conectar cada computador ao hub. Dependendo da distância que o hub fica dos computadores, a metragem e a quantidade de cabos, pode se tornar significativa. Perda de Conexão na falha do hub. Se, por qualquer razão, o hub for desativado ou falhar, todos os computadores ligados a este hub vão perder a conexão uns com os outros. Funcionamento A topologia em malha não é utilizada para conexão de computadores, pois implicaria em múltiplas conexões a partir de cada computador, o que numa grande rede se tornaria inviável. Mas esta topologia pode ser encontrada na conexão de componentes avançados de rede tais como roteadores, criando assim rotas alternativas na conexão de redes. Redes sem fio Na topologia sem fio os computadores são interligados através de um meio de comunicação que utiliza uma tecnologia sem fio tal como RF (rádio -frequência) ou Infravermelho. Funcionamento A comunicação numa topologia sem fio é feita computador a computador através do uso de uma frequência comum nos dispositivos em ambos os computadores. Quando um computador entra no raio de alcance do outro computador, cada um passa a enxergar o outro, permitindo assim a comunicação entre eles. Numa rede RF multiponto, existem pontos de conexão denominados wireless access points - WAP que conectam computadores com dispositivos RF (tranceivers) a uma rede convencional. Este sistema é o mais utilizado em escritórios e também no acesso a Internet em redes metropolitanas. 144

241 Problemas O principal problema da topologia sem fio é a segurança da comunicação. Pelo fato de que a comunicação sem fio pode ser capturada por qualquer receptor sintonizado na mesma frequência da comunicação, torna-se necessário que exista um mecanismo adicional de segurança na implementação desta topologia tal como a criptografia da comunicação. Outro problema também encontrado nas redes sem fio é a interferência proveniente de dois pontos. Outros dispositivos que atuam na mesma banda de espectro. Obstáculos tais como paredes ou naturais, tal como montes. Equipamentos de rede Placas Adaptadoras de Rede Para que um computador possa se conectar numa mídia de redes é necessário que exista uma expansão em seu hardware para permitir essa comunicação. Esta expansão é denominada placa adaptadora de rede e pode se apresentar de duas formas: Como uma placa de expansão conectada em um slot vazio do computador. Conector de mídia Baseado na mídia a ser utilizada cada placa adaptadora de rede pode apresentar os seguintes conectores responsáveis para ligar a mídia. RJ45 o mais comum utilizado com cabo de par-trançado BNC mais antigo, uti AUI utilizado com adaptadores para coaxial ThickNet ST/SC utilizados para fibra óptica Padrão Uma placa adaptadora de rede pode utilizar um dos seguintes padrões de rede hoje utilizados: Etthenert - o mais utilizado Token Ring mais antigo em desuso FDDI utilizado em redes de fibra óptica MAN WLAN redes sem fio Velocidade Dentro de cada padrão existem diferentes velocidades de transmissão como por exemplo no caso de Ethernet: GigaBit Ethernet 1000 Mbits/s Standard Ethernet 10 Mbits/s Fast Ethernet 100 Mbits/s Endereço físico Cada placa adaptadora de rede vem com um endereço,já designado no fabricante, que unicamente te de informação pela mídia, a placa adaptadora de rede identifica esta placa dentro da rede. Este endereço é formado internamente como um número de 48 bits e visualizado externamente como um conjunto de 1 caracteres hexadecimais. O endereço físico também é denominado endereço MAC e é exclusivo de cada placa adaptadora de rede. Cabeamento de redes Quando temos que implementar uma rede de mídia com fio, dizemos que temos que efetuar cabeamento desta rede. O processo de cabeamento corresponde a conectar todos os computadores numa rede utilizando o tipo de cabo correto em cada situação diferente que se encontrar. Para a área de redes podemos usar os seguintes tipos de cabos: Coaxial Par trançado Fibra óptica Repetidores O repetidor é um dispositivo responsável por ampliar o tamanho máximo do cabeamento da rede. Ele funciona como um amplificador de sinais, regenerando os sinais recebidos e transmitindo esses sinais para outro segmento da rede. Como o nome sugere, ele repete as informações recebidas em sua porta de entrada na sua porta de saída. Isso significa que os dados que ele mandar para um micro em um segmento, estes dados estarão disponíveis em todos os segmentos, pois o repetidor é um elemento que não analisa os quadros de dados para verificar para qual segmento o quadro é destinado. Assim ele realmente funciona como um extensor do cabeamento da rede. É como se todos os segmentos de rede estivessem fisicamente instalados no mesmo segmento. Hubs Os Hubs são dispositivos concentradores, responsáveis por centralizar a distribuição dos quadros de dados em redes fisicamente ligadas em estrelas. Funcionando assim como uma peça central, que recebe os sinais transmitidos pelas estações e os retransmite para todas as demais. Existem vários tipos de hubs, vejamos: 145 Passivos: O termo Hub é um termo muito genérico usado para definir qualquer tipo de dispositivo concentrador. Concentradores de cabos que não possuem qualquer tipo de alimentação elétrica são chamados hubs passivos funcionando como um espelho, refletindo os sinais recebidos para todas as estações a ele conectadas. Como ele apenas distribui o sinal, sem fazer qualquer tipo de amplificação, o comprimento total dos dois trechos de cabo entre um micro e outro, passando pelo hub, não pode exceder os 100 metros permitidos pelos cabos de par trançado. Ativos: São hubs que regeneram os sinais que recebem de suas portas antes de enviá-los para todas as portas. Funcionando como repetidores. Na maioria das vezes, quando falamos somente hub estamos nos referindo a esse tipo de hub. Enquanto usando um Hub passivo o sinal pode trafegar apenas 100 metros somados os dois trechos de cabos entre as estações, usando um hub ativo o sinal pode trafegar por 100 metros até o hub, e após ser retransmitido por ele trafegar mais 100 metros completos. Inteligentes: São hubs que permitem qualquer tipo de monitoramento. Este tipo de monitoramento, que é feito via software capaz de detectar e se preciso desconectar da rede estações com problemas que prejudiquem o tráfego ou mesmo derrube a rede inteira; detectar pontos de congestionamento na rede, fazendo o possível para normalizar o tráfego; detectar e impedir tentativas de invasão ou acesso não autorizado à rede entre outras funções, que variam de acordo com a fabricante e o modelo do Hub. Switches O switch é um hub que, em vez de ser um repetidor é uma ponte. Com isso, em vez dele replicar os dados recebidos para todas as suas portas, ele envia os dados somente para o micro que requisitou os dados através da análise da Camada de link de dados onde possui o endereço MAC da placa de rede do micro, dando a ideia assim de que o switch é um hub Inteligente, além do fato dos switches trazerem micros processadores internos, que garantem ao aparelho um poder de processamento capaz de traçar os melhores caminhos para o trafego dos dados, evitando a colisão dos pacotes e ainda conseguindo tornar a rede mais confiável e estável. De maneira geral a função do switch é muito parecida com a de um bridge, com a exceção que um switch tem mais portas e um melhor desempenho, já que manterá o cabeamento da rede livre. Outra vantagem é que mais de uma comunicação pode ser estabelecida simultaneamente, desde que as comunicações não envolvam portas de origem ou destino que já estejam sendo usadas em outras comunicações. Diferença entre Hubs e Switches Um hub simplesmente retransmite todos os dados que chegam para todas as estações conectadas a ele, como um espelho. Causando o famoso broadcast que causa muito conflitos de pacotes e faz com que a rede fica muito lenta. O switch ao invés de simplesmente encaminhar os pacotes para todas as estações, encaminha apenas para o destinatário correto pois ele identifica as maquinas pelo o MAC addrees que é estático. Isto traz uma vantagem considerável em termos desempenho para redes congestionadas, além de permitir que, em casos de redes, onde são misturadas placas 10/10 e 10/100, as comunicações possam ser feitas na velocidade das placas envolvidas.

242 Roteadores Roteadores são pontes que operam na camada de Rede do modelo OSI (camada três), essa camada é produzida não pelos componentes físicos da rede (Endereço MAC das placas de rede, que são valores físicos e fixos), mais sim pelo protocolo mais usado hoje em dia, o TCP/IP, o protocolo IP é o responsável por criar o conteúdo dessa camada. Isso significa que os roteadores não analisam os quadros físicos que estão sendo transmitidos, mas sim os datagramas produzidos pelo protocolo que no caso é o TCP/IP, os roteadores são capazes de ler e analisar os datagramas IP contidos nos quadros transmitidos pela rede. O papel fundamental do roteador é poder escolher um caminho para o datagrama chegar até seu destino. Em redes grandes pode haver mais de um caminho, e o roteador é o elemento responsável por tomar a decisão de qual caminho percorrer. Em outras palavras, o roteador é um dispositivo responsável por interligar redes diferentes, inclusive podendo interligar redes que possuam arquiteturas diferentes. Utilizando o Backup Você pode utilizar o "Backup" para fazer backup dos arquivos em seu disco rígido. É possível fazer backup dos arquivos em disquetes, em uma unidade de fita ou em outro computador de sua rede. Se seus arquivos originais forem danificados ou perdidos, você poderá restaurá-los a partir do backup. Observações o Você pode também iniciar o "Backup" clicando em Iniciar, apontando para Programas, para Acessórios, para Ferramentas de sistema e, em seguida, clicando em Backup. o Se você não vir o 'Backup' no menu Acessórios, ele não está instalado. Para saber como instalá-lo, clique em Tópicos relacionados. O que são protocolos Pacote é uma estrutura de dados utilizada para que dois computadores possam enviar e receber dados em uma rede. Através do modelo OSI, cada camada relaciona-se com a superior e inferior a ela agregando informações de controle aos pacotes. Cada camada do modelo OSI se comunica com a camada adjacente à sua, ou seja, as camadas de um computador se comunicam com as mesmas camadas em um outro computador. Para que dois computadores possam enviar e receber pacotes e para que as camadas possam comunicar-se de forma adjacente (no mesmo nível) é necessário um tipo de software chamado de protocolo. Mas o que são protocolos? Protocolos são padrões que definem a forma de comunicação entre dois computadores e seus programas. Protocolos de Mercado Com o desenvolvimento das redes LAN e WAN, e mais recentemente com o crescimento da Internet, alguns protocolos tornaram-se mais comuns. Entre eles pode-se citar: NetBEUI, IPX/SPX e TCP/IP Cada um desses protocolos apresenta características próprias e que podem ser utilizados em situações diferentes. Endereços de IP Um host TCP/IP dentro de uma LAN é identificado por um endereço lógico de IP. O endereço de IP identifica a localização de um computador na rede da mesma forma que um endereço em uma rua identifica uma casa em uma cidade. Assim como um endereço residencial identifica uma única residência ou uma casa, um endereço de IP deve ser único em nível global ou mundial e ter um único formato. Um exemplo de endereços TCP/IP seria: Para ativar o backup automático em seu computador 1. para exibir a caixa de diálogo Rede.. Na lista de componentes de rede, clique no agente de backup que o administrador de rede configurou no servidor (ARCserve Agent ou Backup Exec Agent) e, em seguida, clique em Propriedades. 3. Clique em Ativar o backup da rede e, em seguida, complete o restante da caixa de diálogo. Observações o Você pode também abrir a caixa de diálogo Rede clicando em Iniciar, apontando para Configurações, clicando em Painel de controle e, em seguida, clicando duas vezes em Rede. o Antes de ativar o backup automático, será necessário instalar o agente de backup em seu computador. Também podemos citar o Winzip, ARJ etc. como uma forma de Backup, tornando assim o trabalho de Backup mais fácil e seguro. CÓPIAS DE SEGURANÇA (BACKUP). NOÇÕES BÁSICAS DE ARMAZENAMENTO DE DADOS (PLANILHAS ELETRÔNICAS DO MS EXCEL 007/010). O que é o Excel? Excel é um programa de planilhas do sistema Microsoft Office. Você pode usar o Excel para criar e formatar pastas de trabalho (um conjunto de planilhas) para analisar dados e tomar decisões de negócios mais bem informadas. Especificamente, você pode usar o Excel para acompanhar dados, criar modelos de análise de dados, criar fórmulas para fazer cálculos desses dados, organizar dinamicamente os dados de várias maneiras e apresentá-los em diversos tipos de gráficos profissionais. Cenários comuns de uso do Excel incluem: Contabilidade Você pode usar os poderosos recursos de cálculo do Excel em vários demonstrativos de contabilidade financeira; por exemplo, de fluxo de caixa, de rendimentos ou de lucros e perdas. Orçamento Independentemente de as suas necessidades serem pessoais ou relacionadas a negócios, você pode criar qualquer tipo de orça- 146

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