Produção de genótipos de tomate de mesa em duas épocas sob condições de temperatura elevada.
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1 PEREIRA MAB; NASCIMENTO IR; FREITAS GA; SANTOS LB; SILVA EHC; MOMENTÉ VG. Produção de genótipos de tomate de mesa em duas épocas sob condições de temperatura elevada Horticultura Brasileira 28: S1940-S1946. Produção de genótipos de tomate de mesa em duas épocas sob condições de temperatura elevada. Miréia Aparecida Bezerra Pereira 1 ; Ildon Rodrigues do Nascimento 1 ; Gilson Araujo de Freitas 1 ; Luniara Bastos dos Santos 1 ; Edgard Henrique Costa e Silva 1 ; Valéria Gomes Momenté 1. 1 UFT Universidade Federal do Tocantins. Rua Badejós, chácaras 69 e 72 Lt.07 Zona Rural Cx.postal 66 CEP: , mireiaaparecida@yahoo.com.br, ildon@uft.edu.br, araujoagro@hotmail.com, lunibastos@hotmail.com, edgarddragde@gmail.com, valeria@uft.edu.br. RESUMO No Brasil, nos últimos anos a produção de tomate para o consumo in natura tem sofrido grandes transformações tecnológicas, merecendo destaque o avanço do cultivo em ambiente protegido e a utilização de modernos híbridos, de elevada produtividade. Diante disso e das condições climáticas que o estado do Tocantins apresenta, o objetivo do trabalho foi avaliar a resposta agronômica de genótipos de tomate de mesa comerciais e pré-comerciais do tipo longa vida em duas épocas de semeadura em Gurupi-TO. O experimento foi conduzido em casa de vegetação na época de primavera-verão (novembro a fevereiro) e em campo aberto, período de outono/primavera (maio a outubro) na Estação Experimental do Campus Universitário de Gurupi da Universidade Federal do Tocantins. Os tratamentos foram constituídos por 15 genótipos experimentais de tomateiro, sendo: 13 do tipo longa vida (mutantes de amadurecimento rin e/ou longa vida estrutural, comerciais e pré-comerciais), que foram: Tyler; Lumi; Débora Max; Michelli; Tammy; Rebeca; Carmem; AF 12525; AF 11097; AF 13363; AF 13364; AF 13525; AF e dois de frutos normais: Santa Clara e Drica. Foi utilizado o delineamento em blocos ao acaso, com três repetições e parcelas com oito plantas. Os genótipos AF 13527, Michelli e AF foram os que apresentaram valores de produção superiores aos demais, 85,94, 76,34 e 77,96 t ha -1, respectivamente. A época que se mostrou mais apropriada ao cultivo foi a de outono-primavera. Palavras-chave: Lycopersicon esculentum, tomateiro, produtividade, épocas de plantio. ABSTRACT Tomato genotypes produced in two times under high temperature conditions. In Brazil, in the last years the tomato production for the consumption in nature has been suffering great technological transformations, deserving prominence the progress of the cultivation in protected atmosphere and the use of hybrid, high modern productivity. Before that and of the climatic conditions that the state of Tocantins presents, the objective of the work was to evaluate the agronomic answer of commercial and pré-commercial genotypes of table tomato of the type long life in two sowing times in Gurupi-TO. The experiment was driven vegetation home at that time of springsummer (November to February) and in open field, autumn-spring period (May to October) in the Experimental Station of the Academical Campus of Gurupi of the Federal University of Tocantins. The treatments were constituted by 15 experimental genotypes of tomato, Hortic. bras., v. 28, n. 2 (Suplemento - CD Rom), julho 2010 S1940
2 being: 13 of the type long life (mutants of ripening rin and/or long life structural, commercial and pré-commercial), that you/ they were: Tyler; Lumi; Débora Max; Michelli; Tammy; Rebeca; Carmem; AF 12525; AF 11097; AF 13363; AF 13364; AF 13525; AF two of normal fruits: Santa Clara and Drica. The genotypes were tested using a randomized complete block design with three repetitions and eight plants per plot. The genotypes AF 13527, Michelli and AF were the ones that presented superior production values to the others, 85,94, 76,34 and 77,96 t ha -1, respectively. The time that was shown more appropriate to the cultivation it was the one of autumn-spring. Keywords: Lycopersicon esculentum, tomato plants, yield, sowing times. O tomateiro, devido à sua importância econômica, é explorado em ampla faixa de condições climáticas e pode desenvolver-se em climas do tipo tropical de altitude, subtropical e temperado, permitindo o seu cultivo em diversas regiões do mundo (SILVA E GIORDANO, 2000). No entanto, para que os rendimentos sejam ótimos, esta cultura tem requerimentos específicos. A chamada época não ótima para o cultivo, normalmente no período de primaveraverão, caracteriza-se por elevadas temperaturas, altas umidade relativa, radiação solar e precipitação pluviométrica. Estas condições são consideradas adversas ao cultivo do tomateiro por favorecer o desenvolvimento de pragas e doenças, acelerar os processos de respiração, floração e formação dos frutos (SAM & IGLESIAS, 1994) diminuindo, desta forma, os rendimentos econômicos. FERREIRA et al., (2003), estudando nas condições de Viçosa-MG, demonstraram no experimento de primavera-verão, produções total, comercial e extra (44,78; 25,10 e 23,52 t ha -1, respectivamente), inferiores ao do experimento de outono-primavera (99,37; 78,87 e 69,93 t ha -1, respectivamente). Isso devido às condições climáticas do período de outonoprimavera que costuma desfavorecer a incidência de doenças. Dentre os diversos grupos de cultivares de tomate existentes no Brasil o longa vida tem ganhado destaque junto aos agricultores por terem grande conservação pós-colheita (FONTES, 2005). Os tomates do tipo longa-vida, no entanto, permanecem com o pericarpo firme por maior período de tempo e, em geral, são portadores de algum alelo que aumenta significativamente sua conservação pós-colheita, em alguns casos, chegando a mais de 15 dias a maturação dos frutos depois de colhidos. Isso favorece o transporte em longas distâncias e torna viável seu envio a regiões mais distantes (PIERRO, 2002). Atualmente, as cultivares de tomate de mesa mais plantadas na região Centro-Sul do Brasil são híbridos simples do tipo salada, longa-vida ou extrafirme. Ainda são escassas as pesquisas com o tomate tipo Salada no Brasil, principalmente na região Norte, sob o aspecto do melhoramento genético, não havendo ainda cultivares nacionais com maior conservação pós-colheita que se destaquem. Além disso, isto pode ser uma opção para os produtores de olerícolas da região do Tocantins, o que contribuirá para reduzir a dependência por frutos de tomate produzidos em outras regiões. Assim, pelas particularidades climáticas que o estado do Tocantins apresenta, o objetivo deste trabalho foi avaliar a resposta agronômica de genótipos de tomate de mesa comerciais e pré-comerciais do tipo longa vida em duas épocas de semeadura sob condições de temperatura elevada. Hortic. bras., v. 28, n. 2 (Suplemento - CD Rom), julho 2010 S1941
3 MATERIAL E MÉTODOS Os experimentos foram realizados na estação experimental do Campus Universitário de Gurupi - CAUG da Universidade Federal do Tocantins (altitude de 280 m, coordenadas "de latitude e " de longitude). Os tratamentos foram constituídos por 15 genótipos experimentais de tomateiro, sendo: 13 do tipo longa vida (mutantes de amadurecimento rin e/ou longa vida estrutural, comerciais e pré-comerciais), que foram: Tyler; Lumi; Débora Max; Michelli; Tammy; Rebeca; Carmem; AF 12525; AF 11097; AF 13363; AF 13364; AF 13525; AF e dois de frutos normais: Santa Clara e Drica. O experimento foi conduzido em delineamento de blocos ao acaso, com 15 tratamentos e três repetições. Cada parcela foi constituída por uma fileira com oito plantas com espaçamento de 0,42m entre plantas e 0,45m entre linhas. O plantio foi realizado em casa de vegetação na época de primavera-verão (novembro a fevereiro) e em campo aberto, período de outono/primavera (maio a outubro). Os genótipos foram semeados em casa de vegetação, diretamente em bandejas de isopor de 128 células, com mistura de substrato comercial Plantmax, terra e composto, na proporção 1:1:1. As mudas foram transplantadas para estufa de plástico, 35 dias após a semeadura, na primeira época, e aos 25 dias para o campo, na segunda época. Por ocasião do transplantio, a adubação foi feita nas doses recomendadas de acordo com a análise química do solo nas duas épocas. O cultivo foi feito em sistema tutorado e com área irrigada por gotejamento. As plantas foram desbrotadas para manter haste única, e foram tutoradas, de modo individual, semanalmente. A irrigação foi feita por gotejamento e o controle fitossanitário de pragas e doenças foi realizado preventivamente através de pulverizações a cada 10 ou 15 dias. Foi realizada alternância na aplicação dos produtos, fungicidas e inseticidas. Foram feitas 10 e 11 colheitas, respectivamente. Em cada época, foram avaliados as seguintes características: produtividade (em t ha -1 ) precoce (PP), total (PT) e comercial (PC) de frutos. Foi realizada a análise de variância dos caracteres estudados, de acordo com o delineamento em blocos ao acaso com seus devidos desdobramentos por meio do pacote estatístico SAS. Os tratamentos foram submetidos ao teste de médias de Scott-Knott (á = 0,05) através do programa GENES. RESULTADOS E DISCUSSÃO O ambiente de cultivo influenciou significativamente a produtividade precoce (PP), produtividade total (PT) e produtividade comercial (PC) de frutos. Na época primavera-verão verificou-se produtividade precoce de frutos inferior à época outono-primavera para a maioria dos genótipos, ocorrendo o mesmo para a produtividade total e comercial de frutos (Tabelas 1, 2 e 3). A produtividade total e comercial máxima de alguns genótipos na época outonoprimavera estão acima do dobro das de primavera-verão. Isso ocorreu, provavelmente, em virtude das condições climáticas na época de outono-primavera serem mais propícias à produção do tomateiro. Os rendimentos obtidos foram semelhantes aos encontrados por FERREIRA et al, (2003) em cultivo na primavera-verão e no outono-primavera nas condições Hortic. bras., v. 28, n. 2 (Suplemento - CD Rom), julho 2010 S1942
4 de Viçosa-MG. Os baixos valores das produções ocorridos neste trabalho na época de primavera-verão, provavelmente, foram em virtude, das condições climáticas reinantes nessa época do ano (altas temperaturas, umidade relativa do ar e precipitações). A produtividade comercial variou de 2,3 a 52,8 t ha -1 na época primavera-verão, destacando-se os genótipos AF 12525, AF e Rebeca. Já na época de outono-primavera, variou de 25,39 a 85,94 t ha -1 com maiores rendimentos para os genótipos AF 13527, Michelli e AF 13525, que estiveram acima de 76 t ha -1. A menor produção foi obtida com os genótipos Débora Max, Santa Clara e Drica com valores inferiores a 8 t ha -1 no período de primaveraverão, e no outono-primavera, AF12525 e Lumi apresentando produções inferiores a 30 t ha - 1 (Tabela 3). Vale ressaltar que o genótipo AF apresentou maior valor de produção comercial no período primavera-verão e menor valor no período outono-primavera. Salientase que este, apesar de ter obtido um valor de produção total relativamente alto no outonoprimavera, teve a menor produção comercial de todos os tratamentos, mostrando que, provavelmente, os frutos deste genótipo produzidos nesta época não apresentam boa qualidade para comercialização. O genótipo Carmen, que está há mais tempo no mercado, mostrou uma produtividade baixa, comparada a resultados de outros autores, quando cultivado em ambiente protegido (CAMARGOS et al., 2000; CALIMAN et al., 2005). Os genótipos Débora Max e Carmem, tiveram baixos valores de produção quando cultivados na primavera-verão em ambiente protegido, sendo inferiores aos encontrados por GUALBERTO et al, (2007) em cultivo, também, protegido. A época de cultivo influenciou significativamente a produção de frutos precoce, total e comercial (Tabelas 1, 2 e 3). Na época de primavera-verão verificou-se menores produções. A média geral do cultivo na época de outono-inverno foi superior à média do cultivo de primavera-verão para as três características estudadas. Os genótipos AF 13527, Michelli e AF foram os que apresentaram valores de produção superiores aos demais, 85,94, 76,34 e 77,96 t ha -1, respectivamente. A época que se mostrou mais apropriada ao cultivo foi a de outono-primavera. REFERÊNCIAS CALIMAN FRB; SILVA DJH; FONTES PCR; STRINGUETA PC; MOREIRA GR; CARDOSO AA Avaliação de genótipos de tomateiro cultivados em ambiente protegido e em campo nas condições edafoclimáticas de Viçosa. Horticultura Brasileira 23: CAMARGOS MI; FONTES PCR; FINGER FL; CARNICELLI JHA Qualidade de tomate longa vida em estufa, influenciada por espaçamento e número de cachos por planta, Horticultura Brasileira 18: , Suplemento. FERREIRA MMM; FERREIRA GB; FONTES PCR; DANTAS JP Produção do tomateiro em função de doses de nitrogênio e da adubação orgânica em duas épocas de cultivo. Horticultura Brasileira, Brasília, v,21 n,3, p, , jul/set. FONTES PCR; SILVA DJH. 2005, Cultura do tomate, In: FONTES PCR. Olericultura-Teoria e Prática, Viçosa, p, Hortic. bras., v. 28, n. 2 (Suplemento - CD Rom), julho 2010 S1943
5 GUALBERTO R; OLIVEIRA PSR; GUIMARÃES AM de Desempenho de cultivares de tomateiro para mesa em ambiente protegido. Horticultura Brasileira, Brasília, v, 25, p, PIERRO A Gosto bom, Cultivar - Hortaliças e Frutas, Pelotas, n, 14, p, SAM O; IGLESIAS L La floracion fructificacion de plantas de cinco variedades de tomate (Lycopersicon esculentum Mill,) sembradas en dos épocas. Cultivos Tropicales, v,14, n,2-3, p, SILVA JBC; GIORDANO LB Tomate para processamento industrial, Brasília: Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia Embrapa Hortaliças, 168p. Tabela 1. Produção precoce de frutos (PP) dos genótipos de tomate longa vida e normal em duas épocas de cultivo [Precocious production of fruits (PP) of the genotypes of tomato long life and normal in two cultivation times]. UFT, Gurupi, Médias seguidas pelas mesmas letras maiúsculas na linha e minúsculas na coluna, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5%. Hortic. bras., v. 28, n. 2 (Suplemento - CD Rom), julho 2010 S1944
6 Tabela 2. Produção total de frutos (PT) dos genótipos de tomate longa vida e normal em duas épocas de cultivo [Total production of fruits (PT) of the genotypes of tomato long life and normal in two cultivation times]. UFT, Gurupi, Médias seguidas pelas mesmas letras maiúsculas na linha e minúsculas na coluna, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5%. Hortic. bras., v. 28, n. 2 (Suplemento - CD Rom), julho 2010 S1945
7 Tabela 3. Produção comercial de frutos (PC) dos genótipos de tomate longa vida e normal em duas épocas de cultivo [ Commercial production of fruits (PC) of the genotypes of tomato long life and normal in two cultivation times]. UFT, Gurupi, Médias seguidas pelas mesmas letras maiúsculas na linha e minúsculas na coluna, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5%. Hortic. bras., v. 28, n. 2 (Suplemento - CD Rom), julho 2010 S1946
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