Avaliação de Cultivares de Alface na Região de Gurupi-TO.

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1 Avaliação de Cultivares de Alface na Região de Gurupi-TO. Valéria G. Momenté 1 ; Adeuma B. Asevedo 2 ;Leonardo C. Portaleti 2 ; Júlia Ferreira Brito 2 ; Liamar M. dos Anjos Silva 3 ;Justino J. Dias Neto 3 ;Pabblo A. A. Ribeiro 3. 1 Profa. do Curso de Agronomia Gurupi UFT valeria@uft.edu.br, 2 Acadêmicos do curso de agronomia Gurupi-UFT RESUMO O Estado do Tocantins apresenta uma condição climática diferente da própria origem da alface que é caracterizada como sendo de clima mediterrâneo, portanto de clima fresco. Neste aspecto a cultura da alface, mesmo as cultivares de verão apresentam desempenho diferenciado quando cultivados no verão do Tocantins. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a adaptação de cultivares de alface comerciais plantadas nas condições de Gurupi-TO, proporcionando assim um produto de maior valor comercial. O trabalho foi realizado no período de agosto a outubro de 2003, no setor de Oleicultura do Campus Universitário de Gurupi da Universidade Federal do Tocantins UFT. O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados com quatro repetições e oito cultivares: Elba, Tainá, Regina, Marisa, Maring, Vitória de Santo Antão, Babá de Verão e Crespa Repolhuda, sendo cada parcela constituída de 16 plantas. As variáveis avaliadas foram: altura da planta (cm), diâmetro da cabeça (cm), matéria fresca da cabeça (g), número de folhas por cabeça. As variáveis foram submetidas a análise de variância e a comparação das médias pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. A cultivar Regina apresentou o melhor desempenho de produção de folhas nas condições de cultivo local. Palavras-Chave: Lactuca sativa, cultivares de verão, adaptação. ABSTRACT EVALUATION OF LETTUCE CULTIVARS ON GURUPI-TO REGION Tocantins State presents a different climate condition of lettuce origin, which is from Mediterranean climate, so a cold climate. In this feature lettuce crop, even summer cultivars present different performance when they are cultivated in Tocantins Summer. The objective of this work was to evaluate commercial lettuce cultivars, planted in Gurupi TO conditions, promoting a product with better commercial value. This work was carried out from August to

2 October of 2003, in Gurupi Universitary Campus of Federal University of Tocantins. Experimental design was in randomized blocks, four repetitions and eight cultivars: Elba, Tainá, Regina, Marisa, Maring, Saint Anton Victory, Summer Baba and Crespa Repolhuda, four repetitions and each portion with 16 plants. Evaluated variables were: plant height (cm), head diameter (cm), head dried matter (g), number of leaves per head that were evaluated by variance analysis and average comparison by Tukey test on probability level of 5%. Regina cultivar presented the best performance on leaves production in local cultivation. Keywords:Lactuca sativa, summer cultivars, adaptation. No Estado do Tocantins a cultura da alface tem ocupado posição de destaque no campo social e econômico. Este fato ocorre em razão da grande distância entre o Estado e as fortes regiões produtoras de alface, o que dificulta a importação do referido produto, visto que, acarretaria uma elevação dos custos devido ao processo de acondicionamento e transporte. Esta situação tem forçado o produtor local a explorar de forma eficiente a interação genótipo X ambiente, no sentido de garantir o abastecimento do Tocantins. Com isso, a alface tem sido uma boa fonte de renda para inúmeras famílias, uma vez que fixa mão-deobra no campo, gera imposto e dá um sentido mais amplo no processo de exploração olerícola. Todavia, o simples fato de ter produção local não significa que a cultura seja bem adaptada e não apresente problemas agronômicos que sejam limitantes ou potencialmente limitantes. Principalmente porque o Estado do Tocantins apresenta uma condição climática diferente da própria origem da alface que é caracterizada como sendo de clima mediterrâneo, portanto de clima fresco. Neste aspecto as cultivares de verão têm apresentado comportamento diferenciado quando cultivadas no verão do Tocantins. As elevadas temperaturas em razão da baixa altitude tem promovido, mesmo nas cultivares de verão, um pendoamento precoce, o que é indesejável do ponto de vista comercial. Por isso os produtores locais vêm sistematicamente importando sementes de diversas cultivares de verão na tentativa de atender as exigências do mercado. Contudo, uma boa parte dos materiais genéticos importados não se adaptam as condições tropicais existentes.

3 Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a adaptação de cultivares de alface comerciais plantadas nas condições de Gurupi-TO, proporcionando assim um produto de maior valor comercial. MATERIAIS E MÉTODOS O trabalho foi realizado no período de agosto a outubro de 2003, no setor de Oleicultura do Campus Universitário de Gurupi da Universidade Federal do Tocantins (UFT), localizada numa posição geográfica com 11º de latitude e 49º de longitude e 280m de altitude. A semeadura foi realizada em bandejas multicelulares de poliestireno expandida com 128 células, de formato tronco piramidal invertido, de aproximadamente 36cm 3 por células, contendo o substrato comercial Plantmax. desbaste foi realizado aos 10 dias após a semeadura, deixando uma única planta por célula. As bandejas foram mantidas em viveiro de mudas cobertos com plástico agrícola, sendo efetuadas duas irrigações diárias. Aos 21 dias após a semeadura as mudas foram transplantadas para canteiros definitivos, com 1,0m de largura e 10,0m de comprimento, as adubações foram realizadas a lanço, onde foi aplicado cerca de 200g de esterco bovino curtido por metro linear. O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados com quatro repetições e oito cultivares: Elba, Tainá, Regina, Marisa, Maring, Vitória de Santo Antão, Babá de Verão e Crespa Repolhuda, sendo cada parcela constituída de 16 plantas, o espaçamento de plantio foi de 25 cm x 25 cm. As variáveis avaliadas foram: altura da planta (cm), diâmetro da cabeça (cm), matéria fresca da cabeça (g) e número de folhas por cabeça. As variáveis foram submetidas à análise de variância e a comparação das médias pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÕES A comparação entre as médias das cultivares de alface em relação aos caracteres avaliados, encontra-se na Tabela 1. As variáveis altura da planta (AP), diâmetro da cabeça (DC) e matéria fresca da parte aérea (MFPA) não diferiram estatisticamente entre si, ao nível de 5% de probabilidade. Com relação a variável altura da planta todas cultivares apresentaram ótimos aspectos comerciais com as médias entre 21,188 a 24,688 cm de altura. Resultados semelhantes foram obtidos por Silveira et al (1991); Momenté et. al (1996) e Azevedo et. al (1996) os quais observaram valores de altura parecidos aos das

4 cultivares Vitória de Santo Antão, Babá de Verão e Tainá. Já Assunção (1999) observou para as cultivares Regina, Tainá e Vitória de Santo Antão altura entre 19,92;19,24 e 19,44 cm, respectivamente. O coeficiente de variação para todos os caracteres avaliados indicou que houve uma boa precisão experimental, isto quando comparado com dados obtidos por Assunção (1999), em experimento realizado em Palmas-TO, onde obteve valores de C.V próximos aos valores obtidos neste experimento, comparando-se os caracteres isoladamente. TABELA 1 - Médias da altura da planta (AP), diâmetro da cabeça (DC), matéria fresca da parte aérea (MFPA) e número de folhas (NF). Gurupi-TO, UFT, Cultivares AP (cm) DC (cm) MFPA (cm) NF Regina 23,750 a 32,000 a 231,200 a 54,31a Babá de Verão 22,250 a 31,625 a 242,150 a 45,19ab Vitória de Santo Antão 21,188 a 33,188 a 238,800 a 41,31abc Marisa 24,563 a 31,313 a 261,875 a 40,19abc Maring 24,688 a 33,438 a 248,175 a 34,19cb Crespa Repolhuda 24,000 a 32,125 a 250,975 a 30,75bc Tainá 21,188 a 32,125 a 262,875 a 28,81c Elba 23,313 a 34,587 a 196,350 a 28,75c Médias 23,117 32, ,603 34,18 C.V.(%) DMS = 10,06 5,46 7,36 5,69 20,71 118,83 17,18 15,55 Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem significativamente pelo teste Tukey em nível 5 % de probabilidade. Apesar do diâmetro da cabeça entre as cultivares não diferirem estatisticamente entre si, os valores médios foram de 31,625 a 34,587cm. Estes valores são considerados bons dentre dos valores normais esperados, pois segundo os dados de Isla (1993), o diâmetro da planta deve ficar em torno de 25 a 35cm. Com relação à massa fresca da parte aérea as médias encontradas para essa característica foi de 196,350 a 262,875g/planta. Esses valores foram próximos aos encontrados por Salatiel et al. (2001) que obtiveram uma média de g/planta. Entretanto, os resultados obtidos para essa variável foram superiores aos observados por Caetano et al (2001) para as cultivares Vitória Santo Antão (149.30g/panta) e Regina (136,77g/planta) em Campos do Goytocazes RJ, onde o trabalho foi realizado em condições de verão. Para o número de folhas houve diferença significativa, ao nível de 5% de probabilidade. A cultivar Regina difere das cultivares Maring, Crespa Repolhuda, Tainá e

5 Elba. A cultivar Regina apresentou maior número de folhas folhas/planta, em relação às demais. Estes resultados concordam com (Silva et al., 2001). LITERATURA CITADA ASSUNÇÃO, M.C Comportamento de cultivares de alface de verão (Lactuca sativa L.) na região de Palmas. Palmas: UNITINS, p. (Monografia). AZEVEDO,S.M.; MOMENTÉ, V.G; SILVEIRA, M.A. e Sá, M. Comportamento de cultivares de alface (Lactuca sativa L.) nas condições do trópico úmido, In: CONGRESSO CIENTÍFICO DA UNIVERSIDADE DO TOCANTINS, I, Palmas, ANAIS... Palmas, 1996, p. 31. CAETANO, L. C. S.; EKLUND, C.R.B.; FERREIRA, J. M.; RIBEIRO, L. J.; SILVA, M. F. Avaliação de cultivares em dois sistemas de cultivo de verão. Horticultura Brasileira, Brasília, V.19, suplemento, CD-ROM, julho ISLA. Catálogo 93/94, p.8-10, jan MOMENTÉ, V.G; AZEVEDO,S.M.; SILVEIRA, M.A. e Sá, M. Avaliação de cultivares de alface quanto a caracteres agronômicos para as condições quente e úmida do Tocantins. In: CONGRESSO CIENTÍFICO DA UNIVERSIDADE DO TOCANTINS, I, Palmas, ANAIS... Palmas, 1996, p. 34. SALATIEL, L. T.; BRANCO, R. B. F.; MAY, A.; BARBOSA, J. C.; PAULA, C. M.de; CECÍLIO FILHO, A. B. Avaliação de cultivares de alface em diferentes épocas de plantio, cultivada em casa de vegetação. Horticultura Brasileira, Brasília, V.19, suplemento, CD-ROM, julho SILVA, R. C. S. SANTO.; BLANK, A. F.; VIÉGAS, P. R. A. Avaliação de cultivares comerciais de alface no Município de São Cristóvão SE. Horticultura Brasileira, Brasília, V.19, suplemento, CD-ROM, julho 2001.