Transcrição

1 O Bolsa Família como coadjuvante do programa de microfinanças: a experiência em municípios da PB e do RN Aldenôr GOMES DA SILVA UFRN

2 PESQUISA I 2007 / base 2006

3 Introdução Pronaf B - garantir a inserção de um maior número de beneficiários, justamente os mais pobres; os mais pobres que constituíam a minoria, atualmente formam a esmagadora maioria dos tomadores de crédito redução dos entraves burocráticos;

4 Introdução Contudo, essa progressiva ampliação não sanou óbices importantes, principalmente aqueles cuja solução possibilitaria no futuro uma vida autônoma para os agricultores mais pobres, tornado-os menos dependentes desse tipo de ação pública.

5 A pesquisa de campo Universo empírico: RN, PB e SE; Amostra: 299 beneficiários em seis municípios, dois por estado; RN: Apodi(62) e Antônio Martins (5); PB: Lagoa Seca (42) e Lagoa Grande (37); SE: São Cristóvão (63) e Itabaiana (45)

6 Impactos do programa Para além dos resultados objetivos a) contribui para minimizar as carências socioeconômicas da maioria dos agricultores familiares que estão inseridos na linha de pobreza; b) favorece, embora que timidamente, a formação de espaços de solidariedade e de sociabilidade; d) melhora a auto-estima.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Contudo, o lugar de morar e de produzir deixa transparecer que pouco ou quase nada de mudança estrutural tivesse ocorrido. Acesso ao crédito x desvio de aplicação As condições precárias de produção e de sobrevivência impediam que respondessem aos estímulos produtivos do crédito, por serem, inicialmente, demandantes de um conjunto de políticas compensatórias; Política de crédito ou política compensatória?

8 PESQUISA II 2012 / 2013

9 OBJETIVOS Refletir sobre as mudanças atuais na agricultura familiar, tendo como universo de análise os(as) beneficiários(as) do AGROAMIGO, onde buscou-se verificar até que ponto essa microfinança vêm contribuindo para melhorar as condições de trabalho e de vida dos(as) pequenos(as) agricultores(as) familiares

10 AMOSTRA Foram realizadas questionários/ entrevistas: Lagoa Seca/PB - 14 (10 M e 4 H); Caturité/PB - 21 (03 H e 18 M) Apodi/RN - 31 (17 H e 14 M).

11 Os instrumentos de trabalho utilizados são rudimentares: mais comuns são enxada, pá, foice, etc. A produção é voltada principalmente para o sustento das famílias, mas quando a colheita é boa acabam vendendo uma parte dela para atravessadores, que vendem nas feiras locais. As residências não apresentam boas condições de moradia, no entanto alguns deles vem conseguindo investir em pequenas reformas utilizando parte do valor financiado através do Agroamigo.

12 Entre os principais investimentos realizados com o microcrédito Agroamigo do BNB estão a compra de animais para a engorda e depois venda como garrote (bezerro), vacas (mais utilizada como matriz), porcos e galinhas. Cercamento do terreno, estrume, mudas de árvores frutíferas(laranja), reformas na casa e em muitos casos, parte do financiamento é utilizado para compra de alimentos básicos para a sobrevivência da família. Tear manual e equipamentos e materiais de confecções de tapes

13 A bolsa família e a aposentadoria, tornamse a principal e mais segura fonte de renda da maioria das famílias estudadas.

14 Alguns dos planos dos agricultores(as) para novos investimentos do Agroamigo são o cercamento do terreno, construção de peq. barragem, compra de animais e compra de estrume para adubar a terra.

15 Alguns Relatos Porque ajuda muito no alimento das crianças; Ajuda a vestir os meninos, no material escolar, pagar uma luz; Tem família que vive exclusivo desse recurso, é pouco. Por que é um dinheiro certo. Por que é o ganho de todo mês, a gente sabe que tem.

16 Alguns Relatos Melhor que isso não existe não, é de onde você tem a certeza que todo mês tem aquele dinheirinho. É a única renda fixa que a gente tem. Por que todos os meses eu pago minhas contas na farmácia. Eu não nego, eu chorei, porque era o salário que eu tinha em minha casa. Se você tem um emprego e é cortada, não fica bem abatida com aquilo?

17 Lições... Há um grande número de famílias que sobrevivem em condições sujeitas aos rigores edafoclimáticos e amargam uma realidade de baixíssimos índices de instrução, condições socioeconômicas e ambientais limítrofes, que compõem a população do miolão do semiárido que são demandantes, permanentes, de políticas de transferência de renda..

18 Essa significativa parcela de quase nãoprodutores, são carentes de tudo, ou quase tudo, constituindo-se em inviáveis em termos de produção agrícola, até mesmo para o autoconsumo. Estes estabelecimentos que tendem para transformação em estabelecimentos moradia, são demandantes permanentes de políticas de transferência de renda e carecem de inovações tecnológicas e Ater específicas que os torne produtores de alimentos complementares do consumo familiar

19 Seriam estabelecimentos com aposentadoria, pensão, bolsa família, cisterna, horta e quintal e constituindo-se em verdadeiros pastoradores da natureza como única forma de preservação do bioma caatinga. Nesse sentido, seria até recomendável a sua transformação em local de moradia, associado a uma casa no bem próximo centro administrativo, inapropriadamente chamado de urbano, para onde migrariam os filhos como forma de arrefecer a migração, e não o contrário.

20 Seriam estabelecimentos com aposentadoria, pensão, bolsa família, cisterna, horta e quintal e constituindo-se em verdadeiros pastoradores da natureza como única forma de preservação do bioma caatinga. Nesse sentido, seria até recomendável a sua transformação em local de moradia, associado a uma casa no bem próximo centro administrativo, inapropriadamente chamado de urbano, para onde migrariam os filhos como forma de arrefecer a migração, e não o contrário.

21 Dessa forma, podemos constatar que as políticas de transferência de renda vieram para ficar, contribuindo, indiretamente, para elevar o bem estar das famílias dos estabelecimentos rurais de menor porte e para adoção de estratégia de saída da pobreza que envolva tanto a produção agrícola principalmente para o autoconsumo e comercialização residual quando houver como trabalho fora dos estabelecimentos inclusos numa estratégia da pluriatividade (Buainaim e Garcia, cap. 2; p. 64).