Evem gerando cada vez mais vagas
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- Ana Luísa Raminhos Ximenes
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1 0 VÍRUS ATRÁS DAS GRADES A superlotação de um ônibus ou de um carro de metrô pode, no máxima acarretar doses variáveis de mau humor ou uma e outra enxaqueca. Já a superlotação de uma cela de presídio pode causar a contaminação, através do vírus da Aids, de pelo menos 15% dos detentos das prisões estaduais. llilh t por isso que o Governo Quércia Evem gerando cada vez mais vagas nas penitenciárias como uma das formas de combate à proliferação da Aids. Além disso lançou, em conv nio com o Ministério da Saúde, o Programa de Controle de Doenças Sexualmente Transmissíveis, que se divide em três núcleos: Previna-se nos Presídios, Previna-se na Prostituição e Previna-se entre os Usuários de Drogas Injetáveis. Recente levantamento realizado pela Secretaria da Justiça na área dos presídios revelou que a taxa de presos contaminados já atingiu 15%, e isso entre os 20 mil detentos dos 28 estabelecimentos penais do Estada O Projeto Previna, que conta com o apoio das secretarias da Justiça e da Segurança Pública, tem o objetivo de impedir o aumento desse índice, principalmente através da conscientização dos internos, seus pares sexuais, familiares e funcionários das prisões. Tudo gira em torno do risco de contaminação e transmissão da doença através do sexo, de seringas não-descartáveis e até mesmo do hábito de fazer tatuagens. O dr. Manoel Schechtmann, coordenador do Projeto Previna, destaca que o plano de trabalho visa ao treinamento do pessoal da área de saúde do sistema presidiário, pelos técnicos da Secretaria da Saúde, e à criação de um programa educativo contendo informações aos presos, seus familiares e funcionários dos presídios. META SOCIAL N" H
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3 SEM PRECONCEITO O melhor método de combate a qualquer tipo de mal ainda é, sem dúvida, olhá-lo de frente e unir esforços para a batalha. Nada de cobrir a cabeça e fazer de conta que o bandido é inofensivo. Ir à luta é a senha do Conselho Estadual para Assuntos da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids), criado pelo Governo Quércia para atuar em todo o Estado de São Paulo. O Conselho funciona junto à Secretaria de Governo e coordena todo tipo de trabalho que tem por fim as ações de combate à doença; ele se propõe difundir medidas que visam à eliminação das discriminações aos portadores do vírus HIV, além de promover e estimular estudos, debates e projetos de pesquisa, mantendo contato constante com instituições municipais, estaduais, nacionais e mesmo internacionais para troca de experiências e informações. Para maior difusão das idéias, o Conselho é composto de membros da sociedade civil; das secretarias de Estado da Saúde, da Justiça, da Segurança Pública, da Promoção Social, do Menor, da Educação e do Governo; do Ministério Público; do Fundo Social de Solidariedade, e ainda por representantes dos poderes Legislativo e Judiciário. O importante é que, de hoje em diante, o assunto Aids não mais ficará restrito a determinados lugares nem será discutido em voz baixa. MUTIRÃO INFORMATIVO O trabalho junto aos presos envolveu a confecção de folhetos e cartazes criados por eles próprios, e na Casa de Detenção presos foram preparados para atuarem como monitores e informarem a população carcerária, num processo de multiplicação que resultou na divulgação do material informativo entre os 7 mil detentos. Os funcionários, por sua vez, tiveram à disposição um vasto programa executado pelo Centro de Recursos Humanos da Administração Penitenciária, composto de palestras, distribuição de folhetos e manuais. O plano para enfrentar a questão inclui ainda a reforma do Hospital Penitenciário e a ampliação do número de leitos com a construção de um novo pavilhão hospitalar. À PROCURA DO VÍRUS Existe também no sistema penitenciário de São Paulo uma constante preocupação com os testes de Aids, feitos através de um trabalho que envolve a Secretaria da Saúde e os ministérios da Justiça e da Saúde. Esses testes são realizados obedecendo-se a três situações: 1?) por requisição médica; 2a.) por solicitação do próprio preso, e 3?) como indicador do problema, para permitir a elaboração de estratégia de combate à doença. Dessa maneira, sob sistema de voluntariado, já se realizaram testes na Penitenciária Feminina da Capital e na Penitenciária do Estado. Feitos por amostragem, os mesmos testes provaram, na Casa de Detenção, que uma alta porcentagem de presos já chega contaminada das delegacias de polícia e das cadeias públicas. O projeto não ignora sua responsabilidade não só em evitar a disseminação do vírus da Aids, mas também em proteger os portadores da doença da intimidação e violência dos outros presos. O princípio é não segregar o doente; porém, quando o portador do vírus estiver sob risco ou ameaçando a integridade dos outros, o isolamento pode ser utilizado até'para sua própria proteção. A HORA DO AMOR Dentro do sistema penitenciário, a chamada "visita íntima" é tolerada em vários estabelecimentos do Estado. Contudo, diante da ameaça de epidemia da Aids e de outras doenças sexualmente transmissíveis, a Secretaria da Justiça, através da Coordenadoria dos Estabelecimentos Penitenciários, procurou disci- META SOCIAL N* H
4 nrrrrn*» * II II *II II " ãl " Y H L S S.B r j" 0 MAIOR DESAFIO Proporcionar um número cada vez maior de vagas nas penitenciárias esta é uma das fórmulas que o Governo Quércia vem aplicando no sentido de combater a proliferação das doenças transmitidas por relações sexuais, em particular a Aids. De 1987 para cá a administração estadual criou novas vagas e outras serão entregues até o final de Foram concluídos o Presídio de Mongaguá (528 vagas), a Penitenciária de Tremembé (1 056 vagas) e as Casas de Detenção de Presidente Prudente (360), de Parelheiros (500), de São Vicente (500), de Campinas/Sumaré (500), de Marília (500) e de Sorocaba (500). Também ficaram prontas as obras do Hospital de Moléstias Infecto-Contagiosas do Carandiru (60 vagas) e foram ampliados os seguintes estabelecimentos penais: Penitenciária de Franco da Rocha (120 novas vagas), Penitenciária Feminina da Capital (mais 128), Instituto de Reeducação de Tremembé (mais 200) e Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico de Franco da Rocha (mais 100). Até o final do ano terminará a construção das Penitenciárias de Guarulhos e de Presidente Bernardes e dos Complexos Penitenciários dos municípios de Bauru, Campinas/Sumaré, Itapetininga, Mirandópolis e Tremembé, o que levará a o total de vagas no sistema carcerário criadas nesta gestão. O governador Orestes Quércia ressalta: "A superlotação das prisões é uma das causas da transmissão da Aids e de outras doenças que proliferam com a promiscuidade. O nosso plano de combate a esta situação, além do programa de saúde, consiste na criação de novas vagas para os detentos, e isso, evidentemente, consegue-se com a construção de novos presídios, penitenciárias e casas de detenção aqui, na Grande São Paulo, e também no Interior. Até o final da nossa administração estaremos fazendo o possível para reverter esse panorama de saturação do sistema penitenciário do Estado." JUNHO
5 plinar a visita amorosa, limitando-a a esposas ou companheiras. Um programa conjunto das secretarias da Justiça e da Saúde determinou que as esposas ou companheiras fossem integradas num plano de proteção à saúde da mulher, desenvolvido pelo Governo do Estado, assegurando-lhes o acesso aos recursos para prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. Além disso, os presos que desejam a visita são examinados com o objetivo de identificar doenças, evitando-se o contágio. Quanto à população carcerária feminina, procura-se, com a prevenção, impedir a transmissão materno-fetal. Há também um plano das secretarias da Justiça, da Segurança e da Saúde, baseado em levantamentos nas delegacias de polícia e cadeias públicas, visando enfrentar o problema com a regionalização do atendimento e o gerenciamento do Programa de Prevenção da Aids pelos escritórios regionais de Saúda Nesses casos, os presos que apresentam os sintomas da doença são transferidos para o Hospital Penitenciário ou ainda para hospitais da comunidada A CAUSA O grande problema é que o número de vagas disponíveis nos presídios é menor do que a quantidade de presos condenados. Mas o Governo Quércia não perdeu de vista a questão. O secretário da Justiça, Rubens Approbato Machado, confirma a preocupação com o setor: "Nós temos praticamente onze presídios prontos, que estamos aparelhando e adequando para receber a atual demanda de detentos. Acredito que até setembro boa parte do problema estará resolvida." COMBATENDO 0 MAL Com 2 mil metros quadrados distribuídos em dois blocos, anexo à Penitenciária do Estado (Carandiru, zona Norte), está nascendo o Hospital de Moléstias lnfecto-contagiosas, que abrigará 65 detentos terminais de Aids, dentro dos padrões estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS). As obras estão a cargo do Departamento de Obras Públicas do Estado (DOP), que utiliza o sistema modular de construção, método que permite ampliações futuras. Num dos blocos funcionarão a administração, os laboratórios, as lavanderias e os serviços gerais; no outro estarão o setor médico e os quartos-celas. Para servir na nova unidade foram admitidos 28 médicos infectologistas e trinta enfermeiros. O Governo Quércia investiu 2,3 milhões de dólares no novo hospital. "Além dos presídios em obras declara o secretário estamos levando ao governador a proposta de construção de uma nova Casa de Detenção no bairro do Carandiru. Se tudo der certo dentro do esquema que estamos elaborando, será possível entregar essa obra antes do término do Governo Quércia." Consciente de que o maior desafio a enfrentar é a superpopulação carcerária, o secretário Rubens Approbato Machado afirma que estão garantidos os recursos para dar continuidade aos trabalhos de construção dos presídios, sendo que a próxima etapa é incentivar as empresas privadas a também participarem com sua credibilidade no programa do governo para o setor penitenciária META SOCIAL N Tl
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