RELATÓRIO DO MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA DA PCH TRONQUEIRAS

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1 RELATÓRIO DO MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA DA CEMIG GERAÇÃO E TRANSMISSÃO S.A. DATA DAS COLETAS: 26 e 27 de agosto/2011; 13 e 14 de novembro/2011; 26 e 27 de fevereiro/2012 e 21 e 22 de maio/2012. DATA DA EMISSÃO DO RELATÓRIO: Outubro de 2012 N DO CONTRATO: /510 PATOS DE MINAS

2 RESPONSABILIDADE TÉCNICA Água e Terra Planejamento Ambiental Ltda. Equipe Técnica Técnico Responsável pela elaboração do Relatório Regina Célia Gonçalves Bióloga CRBio /4D Equipe técnica colaboradora Nome Formação Função Adriane Fernandes Ribeiro Bióloga Biometria / Análise gonadal / Elaboração de Relatório / Conteúdo estomacal Adil Gomes Pereira - Arraiz / Aquaviário José Fernando Pinese Biólogo Dr. em Ecologia Coletas / Biometria / Análise gonadal / e Recursos Naturais Conteúdo estomacal Erika Fernandes Araújo Vita Bióloga Biometria / Análise gonadal / Elaboração de Relatório / Conteúdo estomacal Rubens Paiva de Melo Neto Biólogo Coletas / Elaboração de Relatório ENDEREÇO: Av. Padre Almir Neves de Medeiros, Sobradinho Patos de Minas - MG (034) / /

3 ÍNDICE APRESENTAÇÃO CARACTERIZAÇÕES DO EMPREENDIMENTO INTRODUÇÃO ÁREA DE ESTUDO OBJETIVOS OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS METODOLOGIA COLETA DE PEIXES, EQUIPAMENTOS, IDENTIFICAÇÃO E ACONDICIONAMENTO AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE REPRODUTIVA COLETA DE OVOS E LARVAS DIETA COLETA DE MATERIAL GENÉTICO ANÁLISE DE CAPTURA POR UNIDADE DE ESFORÇO (CPUE) EM NÚMERO E BIOMASSA ÍNDICE DE SIMILARIDADE (IS) ESTIMATIVA DA DIVERSIDADE ICTIOFAUNÍSTICA (H ) EQUITABILIDADE (E) RIQUEZA DE ESPÉCIES (D) ÍNDICE DE IMPORTÂNCIA PONDERAL - IP AVALIAÇÃO DA PESCA PROFISSIONAL E AMADORA NO RESERVATÓRIO TOMBAMENTO DO MATERIAL COLETADO RESULTADOS CONSIDERAÇÕES SOBRE AS COLETAS COMPOSIÇÃO ICTIOFAUNÍSTICA AUTOECOLOGIA DAS ESPÉCIES AMOSTRADAS ABUNDÂNCIA DIVERSIDADE E EQUITABILIDADE SIMILARIDADE RIQUEZA DE ESPÉCIES BIOMETRIA CAPTURA POR UNIDADE DE ESFORÇO (CPUE) AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE REPRODUTIVA ÍNDICE GONADOSSOMÁTICO ÍNDICE DE REPLEÇÃO DOS ESTÔMAGOS E ANÁLISE DA DIETA ÍNDICE PONDRAL DE DOMINÂNCIA (IP)

4 5.14. COLETA QUALITATIVA ANÁLISE DE OVOS E LARVAS PESCA PROFISSIONAL DISCUSSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS BIBLIOGRAFIA ANEXOS

5 APRESENTAÇÃO O presente relatório reporta os resultados obtidos durante o período de 2011/2012 para o Monitoramento da Ictiofauna da PCH Tronqueiras, empreendimento da CEMIG Geração e Transmissão S.A., sendo a primeira campanha realizada no mês de agosto/2011, a segunda em novembro/2011, a terceira em fevereiro/2012 e a quarta amostragem em maio/2012, pela equipe técnica da Água e Terra Planejamento Ambiental Ltda, conforme contrato n /510. 5

6 1. CARACTERIZAÇÕES DO EMPREENDIMENTO Empreendedor: CEMIG GERAÇÃO E TRANSMISSÃO S.A. CNPJ: / Gerência de Manutenção de Ativos de Geração Leste MG/LE Endereço: Avenida Carlos Chagas, 674 Bairro Cidade Nobre Ipatinga / MG CEP: Empreendimento: Pequena Central Hidrelétrica Tronqueiras, localizada no rio Tronqueiras, pertencente à Bacia Hidrográfica do rio Doce Coroaci / MG Empresa elaboradora Água e Terra Planejamento Ambiental Avenida Padre Almir Neves de Medeiros, 650 Bairro: Sobradinho Patos de Minas / MG CEP: Tel./Fax: (34) Contato: Biólogas Regina Célia Gonçalves e Adriane Fernandes Ribeiro. 6

7 2. INTRODUÇÃO A matriz energética brasileira é predominantemente hidrelétrica. A despeito dos avanços na produção de energia elétrica por fontes alternativas, elas não possuem escala para atender as crescentes necessidades do país, tornando imprescindível a implantação de novos empreendimentos hidrelétricos a curto e médio prazo (CARNEIRO-JUNHO, 2008). As usinas hidrelétricas possuem importância indiscutível no desenvolvimento do país e são, ainda, uma alternativa barata e com impacto ecológico singular quando comparadas com outras fontes energéticas (ÁVILA, 1994). O represamento de rios para produção de energia elétrica tem assumido grande importância na região tropical (PRINGLE et al., 2000; ANDERSON et al., 2006), e em países com abundantes recursos hídricos, como o Brasil, a utilização dos rios para esta função já representa uma das principais ameaças à conservação da fauna de peixes (AGOSTINHO et al., 2007; WINEMILLER et al., 2008; PELICICE & AGOSTINHO, 2008). Para a comunidade de peixes, o resultado inevitável desses empreendimentos é a alteração na abundancia das espécies com a eventual eliminação de alguns componentes ictiofaunísticos. Além disso, com o represamento dos rios, ocorre a destruição da vegetação ripária e a inundação das lagoas marginais, além da transformação do antigo ecossistema lótico para um novo ecossistema lêntico ou semi-lêntico, implicando em grandes alterações físicas, químicas, limnológicas e ambientais (TUNDISI, 1988; NOGUEIRA, 1996). A morfometria da bacia de captação, a vazão, o padrão de circulação, a profundidade, a área, o desenho da barragem e os procedimentos operacionais são algumas das variáveis que afetam a estrutura e a dinâmica das comunidades bióticas em reservatórios. Essas variáveis tornam cada reservatório uma entidade particular, cujo manejo requer informações localizadas. Diante destes fatores, a avaliação da ictiofauna em represas reporta informações importantes relativas à disponibilidade de nutrientes, ciclos de compostos químicos, fluxo de energia e aspectos da cadeia trófica instalada no ambiente aquático (DABÉS, 2001) ÁREA DE ESTUDO A Bacia Hidrográfica do rio Doce possui km 2, dos quais 86% em Minas Gerais e 14% no Espírito Santo, sendo 222 municípios. No Médio rio Doce, que vai do rio Piracicaba até o rio Manhuaçú na cidade de Aimorés, é uma região diversificada de atividades econômicas, prevalecendo às grandes indústrias no vale do aço e as atividades 7

8 agropecuárias. É o trecho mais degradado e crítico da Bacia, existindo estudos que apontam ser uma região em acelerado processo de desertificação devido à rápida retirada de suas matas, grandes monoculturas de eucaliptos e grandes áreas de pastagens, assim como a má utilização do solo e o rápido aparecimento das erosões, que assoream o leito do rio, lixos e esgotos industriais e domésticos. A PCH Tronqueiras está situada no rio Tronqueiras, afluente do Suaçuí Pequeno e contribuinte do rio Doce, no município de Coroaci, a cerca de 40 km da cidade de Governador Valadares, na região leste de Minas Gerais. A inauguração oficial da usina ocorreu em 28 de janeiro de Tal como previsto, a hidrelétrica contou inicialmente com duas unidades geradoras de kw, compostas por geradores de 60 Hz e turbinas do tipo Francis, com eixo horizontal. As principais obras hidráulicas foram concluídas na primeira etapa do aproveitamento, compreendendo a barragem do tipo concreto gravidade, tomada d água equipada com grades e comportas de roletes, tubo adutor de concreto com 383 metros de comprimento, chaminé de equilíbrio de 20,5 m de altura por 5 de diâmetro, casa de válvulas e tubulação forçada de 380 metros de comprimento. Em junho de 1962, a potência instalada da usina de Tronqueiras foi ampliada em kw com a entrada em operação de sua terceira unidade geradora, composto por turbinas do tipo Francis. A alteração da potência instalada para 8,4 MW foi regularizada em julho de

9 3. OBJETIVOS 3.1. OBJETIVO GERAL O Monitoramento da Ictiofauna da PCH Tronqueiras tem como objetivo o conhecimento das características ecológicas, reprodutivas e alimentares de sua ictiofauna, bem como, informações que subsidiarão subsequentes programas de conservação e manejo da fauna ictica OBJETIVOS ESPECÍFICOS Avaliação da diversidade, riqueza e abundância das espécies de peixes que ocorrem na área de influência indireta do empreendimento, bem assim suas variações sazonais; Avaliação da produtividade em número e biomassa de espécies, pontos e períodos amostrados através da captura por unidade de esforço (CPUE), analisando as tendências ao longo do tempo; Avaliação da reprodução dos peixes na área de influência do empreendimento através de análise da maturação gonadal e amostragem de ictioplâncton, buscandose uma caracterização sazonal da reprodução das espécies com caracterização de eventuais sítios reprodutivos; Avaliação dos hábitos alimentares (ecologia trófica) das principais espécies existentes na área de influência indireta do empreendimento; Coleta de material para análises genéticas a serem realizadas com as principais espécies existentes na área de influência da usina, assim como para armazenamento em banco genético da CEMIG Geração e Transmissão Diagnóstico das atividades de pesca amadora e profissional no reservatório; Formulação de um banco de dados ictiológicos dos reservatórios da CEMIG; Indicações de sugestões de manejo e conservação da ictiofauna para cada reservatório, com propostas mitigadoras de eventuais impactos. 9

10 4. METODOLOGIA 4.1. COLETA DE PEIXES, EQUIPAMENTOS, IDENTIFICAÇÃO E ACONDICIONAMENTO Para a PCH Tronqueiras foram efetuadas quatro campanhas anuais. A primeira amostragem foi realizada entre os dias 26 e 27 de agosto de 2011, a segunda de 13 a 14 de novembro de 2011, a terceira de 26 a 27 de fevereiro de 2012, e a quarta campanha nos dias 21 e 22 de maio de Neste empreendimento são monitorados três pontos, conforme disposto na Tabela 1. Identificação do Ponto TR-IC 01 TR-IC 02 TR-IC 03 Tabela 1: Localização dos Pontos de amostragem Localização Reservatório, próximo a Barragem Rio Tronqueiras pouco a Jusante do Canal de Fuga Rio Tronqueiras a jusante da usina, cerca de 1 km do 1 ponto Localização geodésica 18 43'17.71"S 42 16'27.16"O 18 43'10.14"S 42 15'45.30"O 18 42'47.22"S 42 15'4.32"O Cada uma destas estações de amostragem é visualizada nas fotos e figura a seguir. Foto 1: TR-IC-01 Reservatório (agosto/2011) Foto 2: TR-IC-01 Reservatório (novembro/2011) 10

11 Foto 3: TR-IC-02 Reservatório (março/2012) Foto 4: TR-IC-02 Reservatório (maio/2012 Foto 5: TR-IC-02 Rio Tronqueiras a jusante do canal de fuga (agosto/2011). Foto 6: TR-IC-02 Rio Tronqueiras a jusante do canal de fuga (novembro/2011). Foto 7: TR-IC-02 Rio Tronqueiras a jusante do canal de fuga (março/2012). Foto 8: TR-IC-02 Rio Tronqueiras a jusante do canal de fuga (maio/2012). 11

12 Foto 9: TR-IC-03 - Rio Tronqueiras, a jusante da usina (agosto/2011) Foto 10: TR-IC-03 - Rio Tronqueiras, a jusante da usina (novembro/2011) Foto 11: TR-IC-03 - Rio Tronqueiras, a jusante da usina (março/2012) Foto 12: TR-IC-03 - Rio Tronqueiras, a jusante da usina (maio/2012) 12

13 Figura 1: Localização das estações de amostragem. Em todos os pontos, foram efetuadas coletas quantitativas e qualitativas. Para as coletas quantitativas, cujos dados foram utilizados no cálculo da CPUE, foram utilizadas redes de emalhar com tamanhos de 3, 4, 5, 6, 7, 8, 10 centímetros entre nós opostos, empregando-se por ponto o esforço de 140 m lineares no total, sendo 20 m para cada rede. As redes foram colocadas ao entardecer e retiradas na manhã seguinte, ficando expostas durante horas aproximadamente. Importante ressaltar que, caso capturados indivíduos na malha de maior tamanho, seria adicionada mais uma malha maior. Esta medida visa incluir todos os possíveis tamanhos de indivíduos na captura. Para que isso aconteça, a maior malha não deve capturar nenhum peixe. Para as coletas qualitativas foram utilizadas: Rede de arrasto de tela mosquiteira abertura de 2,0 mm; Puçás/peneiras; Espinheis; Tarrafas com malha 2,4 cm. 13

14 Em cada ponto, com puçás/peneiras, o esforço foi de, no mínimo, uma hora/homem, utilizando-se duas ou três pessoas; para os espinheis, foram utilizados pelo menos 25 anzóis em 50 metros de linha; para as tarrafas, pelo menos 15 tarrafadas na região em torno do ponto. Cabe ressaltar que, para os pontos TR-IC-02 e TR-IC-03, não foram realizadas amostragens quantitativas, em função do tamanho relativamente pequeno, não comportando a colocação de um jogo completo de redes (contendo 8 redes de 20 m). Sugere-se que, para os próximos períodos amostrais, sejam utilizadas redes de 10 m de comprimento e, também, uma menor quantidades de redes (até 5). Para que a amostragem quantitativa possa ser realizada nesses pontos, é necessária a redução no tamanho das redes e/ou, na quantidade das redes. Todos os peixes capturados foram identificados, medidos, pesados e quantificados. Em campo, os exemplares foram fixados em formol 10% (por no mínimo 72 horas) e acondicionados em sacos plásticos etiquetados, separados por ponto de coleta e malha e colocados em bombonas tampadas. Em laboratório, os peixes foram lavados, triados, conservados em solução de álcool etílico a 70 GL e identificados taxonômicamente AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE REPRODUTIVA Para a avaliação da atividade reprodutiva, em campo, os peixes foram submetidos à incisão ventral para determinação do sexo e do diagnóstico macroscópico de maturação gonadal. Para os diagnósticos duvidosos, foram coletados fragmentos de uma das gônadas, os quais foram fixados em líquido de Bouin e conservados em álcool 700 GL após 24 horas para posterior processamento histológico. Foram realizados registros fotográficos com todos os estádios de maturação encontrados para as principais espécies. A análise macroscópica baseou-se, principalmente, no volume relativo da gônada na cavidade abdominal, integridade da rede sanguínea (machos e fêmeas), presença e tamanho dos diversos tipos de ovócitos (ovócitos I, II, III e IV) e integridade das lamelas ovarianas (fêmeas). Para esta análise foram considerados os seguintes estádios de maturação, seguindo-se as características propostas por Vono et. al. (2002): Repouso 1: ovários delgados e íntegros, translúcidos, sem ovócitos visíveis a olho nu; testículos delgados e íntegros, predominantemente hialinos. 14

15 Maturação inicial 2A: ovários com discreto aumento de volume e poucos ovócitos vitelogênicos (ovócitos II, III e IV) evidentes; testículos com discreto aumento de volume e com aparência leitosa. Maturação intermediária 2B: ovários com maior aumento de volume, grande número de ovócitos IV evidentes, porém, ainda com áreas a serem preenchidas; testículos com maior aumento de volume, leitosos. Maturação avançada 2C: ovários com aumento máximo de volume, ovócitos vitelogênicos distribuídos uniformemente; testículos com aumento máximo de volume, túrgidos, leitosos. Esgotado (desovado ou espermiado) 3: ovários flácidos e sanguinolentos, com número variável de ovócitos vitelogênicos remanescentes; testículos flácidos e sanguinolentos. Antes da transferência dos peixes para o álcool 70º GL, as gônadas foram pesadas para avaliação do índice gonadossomático, calculado pela seguinte fórmula: IGS = PG / PC x 100 Onde PG = peso da gônada PC = peso corporal 4.3. COLETA DE OVOS E LARVAS Nos pontos de amostragem, foram feitas coletas ativas de ovos e larvas. A coleta foi realizada através de rede de plâncton de malha de 0,5 mm. Foi instalado um fluxômetro no centro da boca da rede para medir a velocidade e pelo conhecimento da área da boca temse o volume filtrado. A rede foi colocada 50 cm abaixo da superfície da água, permanecendo por aproximadamente 30 minutos. Elas foram armadas ao amanhecer e ao entardecer, de preferência poucos dias após chuvas fortes. Em locais onde não há correnteza, a rede foi usada na forma de arrasto, manual ou com auxílio de barco, sempre próximo da margem. O material coletado foi fixado em solução de formalina a 4%, tamponada com carbonato de cálcio (1 g de CaCO 3 para 1000 ml de solução de formalina, segundo proposto por NAKATANI et al, 2001) e levado ao laboratório para identificação e quantificação. 15

16 4.4. DIETA Após fixação em formalina a 10% por cerca de cinco dias e conservação em álcool 70º GL, os peixes foram eviscerados para dissecção dos estômagos. O conteúdo estomacal foi analisado em estereomicroscópio e microscópio óptico. Os itens alimentares foram identificados até o menor nível taxonômico possível. Para cada item foram calculados a frequência de ocorrência (Fi = nº de estômagos em que ocorre o item i / total de estômagos com alimento) e seu peso relativo (Pi = peso do item i / peso total de todos os itens), combinados no Índice Alimentar (IAi) modificado de Kawakami & Vazzoler(1980): N IAi = (Fi. Pi) / Σ Fi. Pi I = 1 Onde: IAi = índice alimentar do item i, Fi = frequência de ocorrência do item i, Pi = peso proporcional do item i. O IAi foi calculado para cada espécie separadamente, e então usado para calcular a similaridade entre as espécies utilizando um índice quantitativo (ex. Morisita-Horn). A matriz de similaridade foi utilizada para a caracterização de guildas tróficas, utilizando uma análise de agrupamento pelo método de ponderadas dos grupos (UPGMA). O coeficiente cofenético deve ser superior a 0,8. As abundâncias em número e biomassa das guildas serão estimadas com base na captura por unidade de esforço (CPUE), expressas em suas respectivas frequências de ocorrência COLETA DE MATERIAL GENÉTICO Foi realizada coleta de tecidos (fragmentos de nadadeiras, fígado ou tecido muscular) de espécies de interesse, por serem migradoras, ameaçadas de extinção ou exóticas. Como o empreendimento está localizado na bacia do rio Doce, as espécies-alvo são: Leporinus copelandii (piau vermelho); Leporinus conirostris (piau branco); Prochilodus vimboides (curimatá); Steindachneridion doceana (surubim-do-doce). 16

17 As amostras foram acondicionadas em frascos tipo eppendorf, conservadas em solução de etanol 70%. As amostras foram entregues ao empreendedor (CEMIG Geração e Transmissão), devidamente identificadas (nº do frasco, espécie, data e local de coleta). O número de amostras foi igual ao número de indivíduos capturados. Cabe ressaltar que, foram capturados apenas indivíduos pertencentes à espécie Leporinus copelandii nas três primeiras amostragens ANÁLISE DE CAPTURA POR UNIDADE DE ESFORÇO (CPUE) EM NÚMERO E BIOMASSA A produtividade em número e biomassa foi estimada através da captura por unidade de esforço (CPUE), com base nos dados obtidos através das redes de espera. Os cálculos das CPUE's foram efetuados através das seguintes equações: n CPUE (n) = (Nm / EPm ) x 100 m=3 e, n CPUE (b) = (Bm / EPm ) x 100 m=3 Onde: CPUEn = captura em número por unidade de esforço; CPUEb = captura em biomassa (peso corporal kg) por unidade de esforço; Nm = número total dos peixes capturados na malha m; Bm = biomassa total capturada na malha m; EPm = esforço de pesca, que representa a área em m² das redes de malha m; m = tamanho da malha (3, 4, 5..., n centímetros entre nós opostos) n = tamanho da maior malha utilizada 4.7. ÍNDICE DE SIMILARIDADE (IS) As composições das comunidades dos diferentes pontos de coletas foram comparadas através do Índice de Similaridade de Sorensen (MAGURRAM, 1988) utilizando a fórmula: 17

18 IS = 2j/(a+b) Onde: IS = índice de similaridade; j = número de espécies em comum; a + b = número de espécies em dois pontos ESTIMATIVA DA DIVERSIDADE ICTIOFAUNÍSTICA (H ) Para o cálculo da diversidade de espécies foram empregados os dados quantitativos obtidos através das capturas com redes de emalhar (CPUE). Foi utilizado o índice de diversidade de Shannon (MAGURRAN, 1988), descrito pela equação: S H' = - (pi) x (log n pi), i = 1 Onde: S = número total de espécies na amostra; i = espécie 1, 2, 3...i na amostra; pi = proporção do número de indivíduos da espécie i na amostra, através da CPUE em número EQUITABILIDADE (E) A equitabilidade (E) de distribuição das capturas pelas espécies, estimada para cada período de captura foi calculada através da equação de Pielou (1975). E = H / log N Onde: H = Índice de Diversidade de Shannon; N = número de espécies RIQUEZA DE ESPÉCIES (D) A riqueza de espécies (D) foi estimada segundo Odum (1980). D = (S-1)/logN 18

19 Onde: S = número de espécies; N = número de indivíduos ÍNDICE DE IMPORTÂNCIA PONDERAL - IP O Índice Ponderal (IP) é aqui utilizado para estabelecer as espécies de maior representatividade durante o período amostral considerado. Visto tratar-se de um índice que associa a abundância numérica à biomassa específica, nem sempre as espécies mais numerosas são classificadas como as mais importantes. O IP segue o seguinte modelo: IP= NiPi/ΣNiPi x 100 Onde, Ni = número de exemplares da espécie i; Pi = peso dos exemplares da espécie AVALIAÇÃO DA PESCA PROFISSIONAL E AMADORA NO RESERVATÓRIO Esta avaliação tem como objetivo verificar a existência de qualquer atividade de pesca profissional e amadora nos reservatórios, através de inspeções de campo e visitas a órgãos envolvidos. Foram desenvolvidas as seguintes atividades: Inspeções no lago e no entorno do reservatório visando à identificação de atividade de pesca profissional como: presença de embarcações, concentração de pescadores e locais de comercialização do pescado; Obtenção de dados desta atividade junto ao IEF e Polícia Ambiental. Avaliação do desembarque pesqueiro proveniente da atividade de pesca profissional e amadora no reservatório através da aplicação de questionários estruturados; Obtenção de dados de atividades ligadas à piscicultura na área de influência das usinas junto ao IEF e avaliação do risco de introdução de espécies exóticas a partir destas atividades. 19

20 4.13. TOMBAMENTO DO MATERIAL COLETADO O material coletado foi enviado para a Universidade Federal de Uberlândia, estando aos cuidados do professor Dr. José Fernando Pinese, conforme carta de aceite apresentada no Anexo A. 20

21 5. RESULTADOS 5.1. CONSIDERAÇÕES SOBRE AS COLETAS O presente relatório apresenta os resultados obtidos durante a primeira, a segunda, a terceira e a quarta campanha de amostragem, realizadas nos dias 26 e 27 de agosto de 2011, de 13 a 14 de novembro de 2011, de 26 a 27 de fevereiro de 2012, e de 21 a 22 de maio de 2012, respectivamente. As condições gerais e climáticas observadas no momento das coletas estão representadas na Tabela 2. 21

22 Localidade Tipo de ambiente Tipo de Corrente Tabela 2: Condições climáticas por ponto de amostragem (continua). Agosto/2011 Inclinação Vegetação Vegetação Mata Condições Tipo de fundo da margem seca/submersa marginal ciliar climáticas TR-IC-01 Lêntico Imperceptível Silte, lodo Suave Submersa TR-IC-02 Lótico Forte Pedra/areia Suave Submersa TR-IC-03 Lótico Moderada Cascalho/areia Abrupta Submersa Presente (Gramíneas) Presente (Gramíneas) Presente (Gramíneas) Presente Presente Ausente Ensolarado Nublado Ensolarado Observações Reservatório, localizado próximo ao barramento, com profundidade variando de 1,0 a 4,0 m, onde se visualiza leito argiloso. Água limpa e parada. Mata ciliar preservada. Presença de resquícios de pesca amadora e animais silvestres. Rio Tronqueiras - Montante da Casa de Força (TVR), localizado logo abaixo da casa de força, com profundidade variando de 0,5 a 1,5 m. Leito rochoso e argiloso, água limpa e muito corrente, com alguns remansos. Mata ciliar preservada. Presença de resquícios de animais silvestres. Rio Tronqueiras, a jusante da Casa de Força (trecho de vazão restituída), localizado a 3 km abaixo da casa de força, com profundidade variando de 1,0 a 2,0 m. Leito argiloso, água limpa com forte corrente. Mata ciliar antropizada. Presença de animais domésticos. 22

23 Localidade Tipo de ambiente Tipo de Corrente Tabela 2: Condições climáticas por ponto de amostragem (continuação). Novembro/2011 Inclinação Vegetação Vegetação Mata Condições Tipo de fundo da margem seca/submersa marginal ciliar climáticas TR-IC-01 Lêntico Imperceptível Silte, lodo Suave Submersa TR-IC-02 Lótico Forte Pedra/areia Suave Submersa TR-IC-03 Lótico Moderada Cascalho/areia Abrupta Submersa Presente (Gramíneas) Presente (Gramíneas) Presente (Gramíneas) Presente Presente Ausente Ensolarado Nublado Ensolarado Observações Reservatório, localizado próximo ao barramento, com profundidade variando de 1,0 a 4,0 m, onde se visualiza leito argiloso. Água limpa e parada. Mata ciliar preservada, presença de animais domésticos e silvestres. Rio Tronqueiras - Montante da Casa de Força (TVR), localizado logo abaixo da casa de força, com profundidade variando de 0,5 a 1,7 m. Leito rochoso e argiloso, água esverdeada e muito corrente, com alguns remansos. Mata ciliar preservada. Nível mais alto que na campanha anterior. Rio Tronqueiras, a jusante da Casa de Força (trecho de vazão restituída), localizado a 3 km abaixo da casa de força, com profundidade variando de 1,0 a 2,0 m. Leito argiloso, água esverdeada e corrente. Mata ciliar antropizada. Presença de animais domésticos. 23

24 Localidade Tipo de ambiente Tipo de Corrente Tabela 2: Condições climáticas por ponto de amostragem (continuação). Fevereiro/2012 Inclinação Vegetação Vegetação Mata Condições Tipo de fundo da seca/submersa marginal ciliar do tempo margem TR-IC-01 Lêntico Imperceptível Silte, lodo Suave Submersa TR-IC-02 Lótico Forte Pedra/areia Suave Submersa TR-IC-03 Lótico Moderada Cascalho/areia Abrupta Submersa Presente (Gramíneas) Presente (Gramíneas) Presente (Gramíneas) Presente Presente Ausente Ensolarado Ensolarado Ensolarado Observações Reservatório, localizado próximo ao barramento, com profundidade variando de 1,0 a 4,0 m. Leito argiloso, água limpa e parada. Mata ciliar preservada. Presença de resquícios de pesca amadora e animais domésticos. Rio Tronqueiras - Montante da Casa de Força (TVR), localizado logo abaixo da casa de força, com profundidade variando de 0,5 a 1,5 m. Leito rochoso e argiloso, água limpa e muito corrente, com alguns remansos. Mata ciliar preservada. Presença de resquícios de animais silvestres. Rio Tronqueiras, a jusante da Casa de Força (trecho de vazão restituída), localizado a 3 km abaixo da casa de força, com profundidade variando de 1,0 a 2,0 m. Leito argiloso, água limpa com forte corrente. Mata ciliar antropizada. Presença de animais domésticos. 24

25 Localidade Tipo de ambiente Tipo de Corrente Tabela 2: Condições climáticas por ponto de amostragem (continuação). Tipo de fundo Inclinação da margem Maio/2012 Vegetação seca/submersa TR-IC-01 Lêntico Imperceptível Silte, lodo Suave Submersa TR-IC-02 Lótico Forte Pedra/areia Suave Submersa TR-IC-03 Lótico Moderada Cascalho/areia Abrupta Submersa Vegetação marginal Presente (Gramíneas) Presente (Gramíneas) Presente (Gramíneas) Mata ciliar Presente Presente Ausente Condições do tempo Nublado Nublado Nublado Observações Reservatório, localizado próximo ao barramento, com profundidade variando de 1,0 a 4,5 m. Leito argiloso, água limpa e parada. Mata ciliar preservada. Presença de animais domésticos. Nível mais alto que na campanha anterior Rio Tronqueiras - Montante da Casa de Força (TVR), localizado logo abaixo da casa de força, com profundidade variando de 0,5 a 1,7 m. Leito rochoso e argiloso, água esverdeada e muito corrente, com alguns remansos. Mata ciliar preservada. Rio Tronqueiras, a jusante da Casa de Força (trecho de vazão restituída), localizado a 3 km abaixo da casa de força, com profundidade variando de 1,0 a 2,0 m. Leito argiloso, água esverdeada e corrente. Mata ciliar antropizada. Presença de animais domésticos. 25

26 A tabela a seguir, contém as datas e horários em que as redes de emalhar foram colocadas e retiradas em cada um dos pontos amostragem. Tabela 3: Dados referentes à retirada e colocação das redes de emalhar Agosto/2011 Pontos Colocação Retirada Data Hora Data Hora TR-IC-01 26/08 17:25 27/08 07:10 TR-IC-02 27/08 10:25 * * TR-IC-03 27/08 15:30 * * Novembro/2011 Pontos Colocação Retirada Data Hora Data Hora TR-IC-01 13/11 18:50 13/11 07:15 TR-IC-02 14/11 10:35 * * TR-IC-03 14/11 09:30 * * Fevereiro/2012 Pontos Colocação Retirada Data Hora Data Hora TR-IC-01 26/02 17:10 27/02 07:00 TR-IC-02 26/02 18:30 * * TR-IC-03 27/02 10:30 * * Maio/2012 Pontos Colocação Retirada Data Hora Data Hora TR-IC-01 21/05 17:50 22/05 07:50 TR-IC-02 22/05 09:25 * * TR-IC-03 22/00 12:00 * * *Para os pontos TR-IC-02 e TR-IC-03 foram realizadas apenas a amostragem qualitativa, uma vez que estes pontos apresentam volume reduzido de água. Desta forma, não foi apresentado o horário de retirada das redes. 26

27 5.2. COMPOSIÇÃO ICTIOFAUNÍSTICA Considerando-se os resultados obtidos nas quatro amostragens realizadas no período 2011/2012 na PCH Tronqueiras, foram capturados 392 (trezentos e noventa e dois) indivíduos, pertencentes às ordens Characiformes, Perciformes, Cypronodontiformes e Siluriformes. Estes indivíduos estiveram distribuídos em 10 (dez) famílias e 23 (vinte e três) espécies distintas. No monitoramento realizado em 2010/2011 foram amostrados 635 (seiscentos e trinta e cinco) indivíduos, pertencentes à 04 (quatro) ordens, 10 (dez) famílias e 26 (vinte e seis) espécies. Já em 2009/2010 foram coletados 261 (duzentos) indivíduos agrupados em 04 (quatro) ordens (Characiformes, Perciformes, Gymnotiformes e Siluriformes), 08 (oito) famílias e 15 (quinze) espécies. Na primeira campanha, foram coletados 109 (cento e nove) indivíduos, pertencentes às ordens Characiformes, Cyprinodontiformes, Perciformes e Siluriformes, distribuídos em 09 (nove) famílias e 15 (quinze) espécies. Em novembro/2011, foram capturados 99 (noventa e nove) indivíduos pertencentes a 04 (quatro) ordens (Characiformes, Perciformes, Cypronodontiformes e Siluriformes), distribuídos em 06 (seis) famílias e 11 (onze) espécies. Em fevereiro/2012, foram amostrados 103 (cento e três) exemplares, distribuídos em 04 (quatro) ordens (Characiformes, Perciformes, Cypronodontiformes e Siluriformes), 08 (oito) famílias e 14 (quatorze) espécies. Já na presente amostragem, foram capturados 81 (oitenta e um) indivíduos pertencentes às ordens Characiformes, Perciformes, Cypronodontiformes e Siluriformes, distribuídos em 09 (nove) famílias e 15 (quinze) espécies. A distribuição das espécies por ponto de amostragem encontra-se representada na Tabela 4, a seguir. 27

28 Tabela 4: Composição ictiofaunística nos pontos de amostragem (continua). Ordem Família Espécie Nome comum Categoria Comportamento migrador CHARACIFORMES Anostomidae Characidae Crenuchidae Erythrinidae TR-IC-01 Ago./2011 Nov./2011 Fev./2012 Mai./2012 Leporinus copelandii piau vermelho Nativa Sim Leporinus sp.1 piau Nativa Sim Leporinus sp.2 piau Nativa Sim Astyanax bimaculatus lambari do rabo amarelo Nativa Não Astyanax scabripinnis lambari Nativa Não 3 1 Astyanax sp. lambari Nativa Não Hyphessobrycon eques mato grosso Nativa Não Piabina argentea Lambarizinho Nativa Não 15 Characidium zebra charutinho Nativa Não Characidium sp. canivete Nativa Não Hoplias malabaricus traíra Nativa Não Hoplias intermedius trairão Exótica Não CYPRINODONTIFORMES Poeciliidae Phalloceros caudimaculatus guaru Exótica Não PERCIFORMES SILURIFORMES Cichlidae Auchenipteridae Crenicichla lacustris joaninha Exótica Não 2 1 Crenicichla sp joaninha Exótica Não Geophagus brasiliensis Cará Nativa Não Oreochromis niloticus tilápia do nilo Exótica Não 1 Parauchenipterus galeatus cangati Nativa Não 2 Trachelyopterus striatulus jauzinho Nativa Não 4 Heptapteridae Rhamdia quelen bagre Exótica Sim 1 Loricariidae Hypostomus sp. cascudo Nativa Sim 1 2 Hypostomus sp.2 cascudo Nativa Sim 1 2 Tricomycteridae Trichomycterus sp. Bagrinho Nativa Não Nº de espécies Nº de indivíduos

29 Tabela 4: Composição ictiofaunística nos pontos de amostragem (continuação). Ordem Família Espécie Nome comum Categoria Comportamento migrador CHARACIFORMES Anostomidae Characidae Crenuchidae Erythrinidae Leporinus copelandii piau vermelho Nativa Sim TR-IC-02 Ago./2011 Nov./2011 Fev./2012 Mai./2012 Leporinus sp.1 piau Nativa Sim 1 Leporinus sp.2 piau Nativa Sim 1 Astyanax bimaculatus lambari do rabo amarelo Nativa Não 8 18 Astyanax scabripinnis lambari Nativa Não Astyanax sp. lambari Nativa Não 2 Hyphessobrycon eques mato grosso Nativa Não 1 2 Piabina argentea Lambarizinho Nativa Não Characidium zebra charutinho Nativa Não 1 4 Characidium sp. canivete Nativa Não 2 Hoplias malabaricus traíra Nativa Não Hoplias intermedius trairão Exótica Não 1 CYPRINODONTIFORMES Poeciliidae Phalloceros caudimaculatus guaru Exótica Não PERCIFORMES SILURIFORMES Cichlidae Auchenipteridae Crenicichla lacustris joaninha Exótica Não 2 Crenicichla sp joaninha Exótica Não 2 Geophagus brasiliensis Cará Nativa Não 1 2 Oreochromis niloticus tilápia do nilo Exótica Não Parauchenipterus galeatus cangati Nativa Não Trachelyopterus striatulus jauzinho Nativa Não Heptapteridae Rhamdia quelen bagre Exótica Sim Loricariidae Hypostomus sp. cascudo Nativa Sim 1 Hypostomus sp.2 cascudo Nativa Sim Tricomycteridae Trichomycterus sp. Bagrinho Nativa Não 6 2 Nº de espécies Nº de indivíduos

30 Tabela 4: Composição ictiofaunística nos pontos de amostragem (continuação). Ordem Família Espécie Nome comum Categoria CHARACIFORMES Anostomidae Characidae Crenuchidae Erythrinidae Comportamento migrador Leporinus copelandii piau vermelho Nativa Sim Leporinus sp.1 piau Nativa Sim Leporinus sp.2 piau Nativa Sim TR-IC-03 Ago./2011 Nov./2011 Fev./2012 Astyanax bimaculatus lambari do rabo amarelo Nativa Não 11 Astyanax scabripinnis lambari Nativa Não 4 2 Astyanax sp. lambari Nativa Não 18 Hyphessobrycon eques mato grosso Nativa Não Piabina argentea Lambarizinho Nativa Não 1 Characidium zebra charutinho Nativa Não 2 Characidium sp. canivete Nativa Não Hoplias malabaricus traíra Nativa Não Hoplias intermedius trairão Exótica Não CYPRINODONTIFORMES Poeciliidae Phalloceros caudimaculatus guaru Exótica Não PERCIFORMES SILURIFORMES Cichlidae Auchenipteridae Crenicichla lacustris joaninha Exótica Não 1 Crenicichla sp joaninha Exótica Não Geophagus brasiliensis Cará Nativa Não 2 2 Oreochromis niloticus tilápia do nilo Exótica Não Parauchenipterus galeatus cangati Nativa Não Trachelyopterus striatulus jauzinho Nativa Não Heptapteridae Rhamdia quelen bagre Exótica Sim Loricariidae Hypostomus sp. cascudo Nativa Sim 1 Hypostomus sp.2 cascudo Nativa Sim Tricomycteridae Trichomycterus sp. Bagrinho Nativa Não 6 Nº de espécies Mai./2012 Nº de indivíduos

31 Conforme observado na tabela anterior, nas quatro campanhas realizadas, o ponto TR-IC-01 apresentou a maior quantidade de indivíduos, com 43 (quarenta e três), 77 (setenta e sete), 54 (cinquenta e quatro) e 33 (trinta e três) exemplares capturados na primeira, segunda, terceira e quarta amostragem, respectivamente. Essa estação também apresentou a maior diversidade nas três primeiras amostragens, com 12 (doze) espécies distintas em agosto/2011, 10 (dez) em novembro/2011 e 07 (sete) em fevereiro/2012. Já na quarta campanha, o ponto TR-IC-03 foi o mais rico, com 09 (nove) espécies distintas e 32 (trinta e dois) exemplares capturados. Resultados similares foram evidenciados amostragem realizada em agosto e outubro/2010, visto que o ponto TR-IC-01 também foi o mais abundante. Em janeiro/2011 a estação TR-IC-03 mostrou-se como a mais abundante, enquanto que em maio/2011, nas estações TR-IC-02 e TR-IC-03 foram mais representativas. Nenhuma espécie foi comum as quatro campanhas. Já para as espécies Oreochromis niloticus em agosto/2011, Hoplias intermedius em novembro/2011, e Leporinus sp.1, Leporinus sp.2 e Rhamdia quelen em maio/2012, foram capturados apenas 01 (um) único exemplar. Representantes das espécies capturadas são apresentados nas fotos a seguir. Foto 13: Astyanax bimaculatus Foto 14: Hyphessobrycon eques 31

32 Foto 15: Characidium zebra Foto 16: Crenicichla sp. Foto 17: Geophagus brasiliensis Foto 18: Hoplias malabaricus Foto 19: Hypostomus sp. Foto 20: Oreochromis niloticus 32

33 Foto 21: Trichomycterus sp.1 Foto 22: Leporinus copelandii Foto 23: Characidium sp. Foto 24: Astyanax scabripinnis Foto 25: Rhamdia quelen A composição ictiofaunística dos pontos amostrais está representada nos gráficos a seguir. 33

34 2% 2% 5% 7% 21% 7% 5% 9% 9% 3% 7% 23% Leporinus copelandii Astyanax bimaculatus Astyanax scabripinnis Hyphessobrycon eques Hoplias malabaricus Phalloceros caudimaculatus Crenicichla lacustris Crenicichla sp Geophagus brasiliensis Oreochromis niloticus Parauchenipterus galeatus Hypostomus sp. A 1% 7% 1% 9% 1% 1% 3% 5% 3% 69% Leporinus copelandii Astyanax bimaculatus Astyanax scabripinnis Hyphessobrycon eques Hoplias malabaricus Phalloceros caudimaculatus Crenicichla lacustris Crenicichla sp Geophagus brasiliensis Hypostomus sp. B 2% 2% 7% 7% 2% 6% 74% Leporinus copelandii Hyphessobrycon eques Phalloceros caudimaculatus Crenicichla sp Geophagus brasiliensis 3% 15% 3% 6% 9% 3% 15% 46% Astyanax bimaculatus Hyphessobrycon eques Piabina argentea Hoplias malabaricus Phalloceros caudimaculatus Geophagus brasiliensis Trachelyopterus striatulus Rhamdia quelen Hypostomus sp.2 Hypostomus sp.2 C D Gráfico 1: Composição ictiofaunística do ponto TR-IC-01, A refere-se a amostragem de agosto, B a de novembro/ /2011, C a de fevereiro e D a de maio/

35 2% 3% 3% Astyanax scabripinnis Hyphessobrycon eques 92% Characidium zebra Geophagus brasiliensis A B Leporinus sp.1 Astyanax bimaculatus 3% 3% 3% Leporinus sp.2 20% 6% 6% 27% Astyanax scabripinnis Astyanax bimaculatus 7% Astyanax sp. 13% Astyanax scabripinnis 7% 57% Hyphessobrycon eques 6% 33% Characidium sp. 6% Characidium zebra Crenicichla lacustris Crenicichla sp Trichomycterus sp. 3% Hypostomus sp. Trichomycterus sp. C Gráfico 2: Composição ictiofaunística do ponto TR-IC-02, A refere-se a amostragem de agosto, B a de novembro/ /2011, C a de fevereiro e D a de maio/2012. D 35

36 3% 7% 7% 21% 14% Astyanax scabripinnis Hyphessobrycon eques Piabina argentea 45% Characidium zebra Crenicichla lacustris 11% 78% 11% Astyanax scabripinnis Hyphessobrycon eques Geophagus brasiliensis 3% Geophagus brasiliensis Trichomycterus sp. A B 5% Astyanax sp. 31% Astyanax bimaculatus 95% Hypostomus sp. 69% Hyphessobrycon eques C Gráfico 3: Composição ictiofaunística do ponto TR-IC-03, A refere-se a amostragem de agosto, B a de novembro/ /2011, C a de fevereiro e D a de maio/2012. D 36

37 5.3. AUTOECOLOGIA DAS ESPÉCIES AMOSTRADAS As preferências ecológicas, dieta e comportamento das espécies (e/ou gêneros) encontradas durante o levantamento de campo estão descritas a seguir. Astyanax Os lambaris do gênero Astyanax caracterizam por serem onívoros pertencentes à subfamília Tetragonopterínae que vem a ser a subfamília de maior número de espécies dentro da família Characidae. Formam um grupo bem diversificado de mais de 75 espécies e subespécies e um dos mais complexos gêneros de Characiformes. Esse gênero é considerado o maior entre os peixes tropicais de água doce (LOWE-McCONNELL, 1999). Apresenta ampla distribuição geográfica, fazendo-se presente em diversos cursos d água na América do Sul. Astyanax bimaculatus Espécie conhecida popularmente por lambari-do-rabo-amarelo, pertence à família Characidae, subfamília Tetragonopterinae, é representada por indivíduos de pequeno porte, sendo apreciado na pesa esportiva e tem importante função como larvófagos de larvas de pernilongos, assim como na cadeia alimentar dos sistemas ecológicos em que ocorre como forrageio de espécies carnívoras (HARTZ et al.,1996). É uma espécie nativa, com ampla distribuição geográfica, fazendo-se presente em diversos corpos límnicos da América do Sul. Indivíduos do gênero Astyanax são os principais itens da dieta de muitos peixes, entre eles a saicanga (Oligosarcus longirostris) e a traíra (Hoplias malabaricus), conforme mencionado por Gealh & Hahn (1998) e Loureiro & Hahn (1996), respectivamente. Aceita alimentação artificial com bastante facilidade e apresenta bom potencial para a aquicultura, sendo bastante apreciado como petisco (CEMIG, 2000). Nos estudos realizados por Andrian e colaboradores (2001), a plasticidade apresentada na dieta de Astyanax bimaculatus evidenciou sua característica generalista, sugerindo que essa espécie deverá resistir aos impactos causados pelo represamento. Astyanax scabripinnis Esta espécie apresenta preferência por rios de menor porte, consomem uma grande quantidade de recursos alóctones. Apresenta uma considerável plasticidade trófica, mudando sua dieta de acordo com variações espaciais e temporais na disponibilidade dos 37

38 itens alimentares (ABILHOA, 2007). São abundantes em águas limpas, não suportando condições de extrema adversidade (OLIVEIRA E BENNEMANN, 2005). Apresentam um pequeno porte e são espécies tidas como iguarias e são utilizados também como isca na pesca na de peixes maiores (CEMIG, 2000). Characidium O gênero Characidium é o mais especioso da subfamília Characidiinae (Crenuchidae) e é constituído por cerca de 50 espécies de peixes reconhecidas como válidas e com ampla distribuição na região Neotropical, ocorrendo desde o Panamá (Characidium marshi) até a Argentina (Characidium rachovii) (BUCKUP, 2003). A maioria das espécies é habitante de pequenos córregos que fluem rapidamente, onde pairam em torno dos seixos, da rocha e da vegetação (FISHBASE, 2007). Compreende peixes de tamanho pequeno com o corpo alongado, a boca pequena e a nadadeira anal curta. Esse gênero é amplamente distribuído em regiões neotropicais (BUCKUP, 1991). Crenicichla Originário da América do Sul, América Central e África, esse gênero apresenta comportamento semi-agressivo. Alimenta-se de peixes, tenebrius, minhocas, camarão e crustáceos. Apresentam corpo alongado, coberto de escamas e com boca grande onde a mandíbula é maior que o maxilar superior. A coloração e a disposição das manchas e faixas escuras são aleatórias, variando conforme a espécie, embora a faixa longitudinal ao longo do corpo seja comum a todas elas. Apresenta um ocelo na parte superior do pedúnculo da nadadeira caudal. A espécie Crenicichla jupiaensis possui comprimento corporal máximo correspondendo a 150 cm e pode ser encontrada na Bacia do alto rio Paraná. Atualmente, apresenta alto risco de extinção. Crenicichla lacustris É uma espécie carnívora, que se alimenta de pequenos peixes, camarões e outros invertebrados (PNDPA, 2008). Como todos os ciclídeos são sedentários, vivem em ambientes com correnteza fraca e moderada e com águas profundas, tendo preferência por fundo de areia com pedras onde se protege a noite (BARRETO e ARANHA, 2005). Têm relativa importância na pesca comercial e na pesca amadora. 38

39 Geophagus brasiliensis Peixes de pequeno porte, alcançando 25 cm de comprimento. Alimenta-se de pequenos insetos, moluscos e sedimentos. Sua reprodução se dá em ambientes lênticos, no período que se estende de setembro a janeiro, podendo desovar mais de uma vez por ano. A fêmea cuida da prole, podendo abrigar os filhotes na boca, em caso de perigo (CEMIG, 2000). G. brasiliensis é uma espécie que quando comparada a outras do gênero é agressiva. Apresenta dimorfismo sexual e põem os ovos no substrato (substrate-spawning). Durante o ritual de acasalamento, aparentemente brutal, a fêmea depositará cerca de um milhar de ovos. No seu meio natural, o casal escolhe normalmente um lugar entre duas rochas. A fêmea enquanto se ocupa dos ovos, que eclodem ao fim de 3 ou 4 dias, o macho defende o território de possíveis predadores (CEMIG, 2000). Hoplias malabaricus Predadores voraz, solitário, é uma espécie bem-sucedida nos sistemas fluviais e encontrada principalmente em áreas de remanso, mas tem preferência por ambientes lênticos como, lagos, lagoas, brejos, matas inundadas e em córregos e igarapés, geralmente entre as plantas aquáticas, onde fica a espreita de presas como peixes, sapos e insetos (CEMIG, 2000). É mais ativo durante a noite. Apesar do excesso de espinhas, em algumas regiões é bastante apreciado como alimento. Peixe de porte mediano, atingindo cerca de 35 cm de comprimento. Pode realizar pequenos deslocamentos para a alimentação, mas não é um peixe de piracema. Reproduz-se em lagoas, apresentando ovos adesivos. Começa a desovar em julho, prolongando-se a desova até março do ano seguinte. Apresenta hábito alimentar ictiófago, podendo ingerir insetos nas fases jovens. Tem como distribuiçõa geográfica as Bacias Amazônica, Tocantins-Araguaia, São Francisco, Prata e Atlântico Sul. (CEMIG, 2000; PNDPA, 2008). Hyphessobrycon eques Esta espécie já passou por várias revisões taxonômicas, pertenceu aos gêneros Cheirodon, Megalamphodus, Hemigrammus e Tetragonopterus, inclusive, recentemente, Weitzman e Palmer (1997) colocaram H. callistus (Boulenger, 1900) e H. serpae Durbin, 1908, como sinônimos desta espécie. O gênero, Hyphessobrycon, se refere ao pequeno tamanho e ao hábito de mordiscar que a espécie apresenta (SEKAISCAPING, 2010). Originária na América do Sul, sendo encontrada nas bacias dos rios Paraná, Guaporé e Paraguai. Quando adulto apresentam aproximadamente 04 cm de comprimento 39

40 corporal e se alimentam mais de vermes, larvas de mosquito, pequenos insetos e crustáceos. A nadadeira dorsal do macho possui uma sólida coloração negra, enquanto nas fêmeas existe uma leve falta de pigmentação na parte mais baixa. Nos machos o ventre é retilíneo e nas fêmeas apresenta-se roliço. São peixes territoriais apenas com outros da mesma espécie ou formato e coloração parecidos. Ovíparo, são considerados disseminadores livres, pois a fêmea libera os ovos na água e o macho nada em volta fertilizando-os. Os ovos eclodem em horas quando mantidos em temperatura mais alta, após três ou quatro dias da eclosão os alevinos já consumiram o conteúdo do saco vitelino e começam a nadar (SEKAISCAPING, 2010). As fêmeas apresentam cores bem fortes em época de reprodução e não são nem um pouco "tímidas", escolhem um macho e ficam se exibindo para ele por horas a fio. Não apresentam cuidado parental. Os ovos e alevinos recém-nascidos são bem sensíveis à iluminação. Hypostomus O número de espécies do gênero Hypostomus é grande e a sua sistemática é bastante confusa. Dependendo da espécie, pode ser de pequeno ou médio porte. Os cascudos apresentam desenvolvimento lento. No período reprodutivo, a fêmea chega a depositar cerca de ovos que, em geral, são depositados em locas vigiadas pelos machos. Vivem no fundo dos corpos d água e alimentam-se de algas do perifíton e detritos (CEMIG, 2000). Segundo Manna e colaboradores (2007), existem alguns estudos sobre a alimentação desse grupo, onde destaca-se a presença de detritos ou sedimento como item principal na sua dieta, já Alvim (1999) classifica esse grupo como iliófoga. São considerados reofílicos. Leporinus copelandii De acordo com Pereira et al (2007), o período reprodutivo de L. copelandii estendese de setembro a janeiro, coincidindo com a época de temperaturas mais elevadas e de maior índice pluviométrico. A maior ingestão de alimentos ocorre fora do período de reprodução. Sua alimentação é composta principalmente de um número grande de grupos de invertebrados e restos de peixes e vegetais. Apresentam preferência por rios de médio e grande porte, mas os jovens são capturados com frequência em rios menores, principalmente junto à vegetação marginal. 40

41 Leporinus O gênero Leporinus compreende um grande número de espécies de status taxonômico inserto. Em geral, o gênero compreende espécies de piracema, sendo algumas migradoras facultativas, e outras desovam em ambientes lênticos. São classificados generalizadamente como onívoros pela maioria dos autores devido à grande diversidade de itens presentes em suas dietas, no entanto, o grau de especialização alimentar varia bastante entre as espécies. Os animais deste gênero são considerados reofílicos (DURÃES, 2001). Oreochromis niloticus O grupo das tilápias representa um conjunto de espécies exóticas, abundantes e melhor adaptadas aos recursos hídricos no país. São originárias da África e pertencem à grande família dos Ciclídeos. Sua alimentação é extremamente diversificada. Machos e fêmeas reproduzem-se com facilidade em águas paradas, mas sobrevivem muito bem também nos rios. Esta espécie exótica apresenta grandes vantagens de produção, como crescimento rápido, rusticidade e bom sabor da carne, e está servindo como alvo de projetos nacionais de estímulo à piscicultura. Devido à sua grande adaptabilidade, têm alto potencial de colonização de novos ambientes, e medidas preventivas para sua propagação devem ser consideradas como condicionantes para sua produção (MEURER et al., 2008). Parauchenipterus galeatus Auchenipteridae, que é restrita a região Neotropical, compreende 20 gêneros e cerca de 90 espécies, das quais 74 já foram registradas para o território brasileiro. Esta família é dividida em duas subfamílias, Centromochlinae, que é representada por quatro gêneros, entre eles, Glanidium, e Auchenipterinae, que é representada pelos outros 16, entre eles, Trachycorystes, Auchenipterus, Ageneiosus, Trachelyopterus e Parauchenipterus. P. galeatus é uma espécie amplamente distribuída na América do Sul. Ocorre geralmente nas áreas de matas alagadas e sob vegetação aquática flutuante e possui hábitos tipicamente noturnos e sedentários. É uma espécie considerada insetívora e seu período reprodutivo inicia-se em maio estendendo-se até agosto (MEDEIROS et al., 2003; LUI et al., 2008; PERETTI &ADRIAN, 2008) Phalloceros O gênero Phalloceros pertence à ordem dos Cyprinodontiformes, família Poeciliidae (Hensel, 1868). Algumas características das espécies desse gênero são dimorfismo sexual 41

42 e fecundação interna. Os machos possuem alguns raios da nadadeira anal, unidos e prolongados, formando um órgão copulador (gonopódio) e a fêmea, geralmente apresenta abdômen aumentado devido às gestações (04 de até 25 dias cada uma), gerando em média 40 a 50 embriões (KOCK et al., 2000). Devido ao tipo de reprodução vivípara, isto é: liberação de filhotes já formados, e graças à sua capacidade de adaptação alimentar, a espécie resiste melhor a ambientes mais poluídos ou alterados (ARAÚJO, 1998). Em relação à dieta, as espécies de Phalloceros se alimentam de larvas aquáticas de dípteras, auxiliando no controle biológico destes insetos (KOCK et al., 2000). Porém, há relatos de que algas e fragmentos de vegetais superiores correspondam a 71% da dieta, contra 29% representados por microcrustáceos (Copepoda e Cladocera) e insetos aquáticos (CASATTI, 2002). A presença dominante da espécie pode indicar condições de degradação do meio, em função de serem mais tolerantes e permanecerem em locais alterados, após outras espécies já terem desaparecido (ARAÚJO, 1998). Outra característica que permite a tolerância a ambientes pouco oxigenados é o hábito de viver próximo da superfície, onde o teor de oxigênio é maior, permitindo a ocupação de ambientes impactados (KOCK et al., 2000). Palloceros caudimaculatus vivem preferencialmente em remansos e praticam a cata de itens na superfície. Apresenta dimorfismo sexual, sendo que o macho, menor, possui a nadadeira anal modificada em órgão copulador denominado gonopódio. Alguns autores têm citado a prática adicional de outras táticas alimentares, tais como cata de itens arrastados pela corrente, poda e cata de presas; porém, segundo estudos realizados por Lilian Casatti e colaboradores (2001), a preferência por micro-hábitats mais lênticos parece ser uma característica marcante desta espécie. Piabina argentea O lambari Piabina argentea Reinhardt, 1867, é um caracídeo de pequeno porte (atinge cerca de 8 cm) que apresenta ampla distribuição nas bacias hidrográficas do rio Paraná, rio São Francisco e diversas drenagens do leste do Brasil. Espécies de peixes de pequeno porte correspondem a pelo menos 50% do total de espécies de peixes de água doce descritas para a América do Sul, e mostram um grau elevado de endemismo geográfi co. A Piabina argentea (REINHARDT, 1867) pertence à família Characidae e encontrase dentro do Grupo Gêneros Incertae Sedis, que é um grupo constituído por uma grande variedade de peixes variando de pequeno a grande porte e que habitam rios e outros ambientes aquáticos por toda a região neotropical. A maioria destas espécies tem sido 42

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