NATHALIA EUGENIO DE SOUZA UERJ/FAPERJ RAQUEL LANINI DA SILVA CAMPOS UERJ/FAPERJ MÁRCIA MARIN UERJ/FAPERJ. Introdução
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- Diana Cipriano Santos
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1 Modalidade: comunicação oral Área temática: PENSANDO PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA AUXILIAR A INCLUSÃO ESCOLAR DE ALUNOS COM DIFERENTES NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS. Introdução NATHALIA EUGENIO DE SOUZA UERJ/FAPERJ RAQUEL LANINI DA SILVA CAMPOS UERJ/FAPERJ MÁRCIA MARIN UERJ/FAPERJ O presente trabalho procurou refletir sobre o atendimento pedagógico a alunos com necessidades especiais encontrado em pesquisa em uma escola especial, com foco no processo de inclusão escolar. Observando o uso que o professor fazia da tecnologia assistiva, como a comunicação alternativa, para ampliar a aprendizagem de seus alunos, a propósito de possivelmente incluí-los no ensino regular, e elaborar uma atividade adaptada a fim de ser realizada com os alunos. Segundo Pelosi (2011) o significado de tecnologia assistiva consiste em recursos e serviços que são utilizados por pessoas de diferentes idades e níveis de comprometimento, seja este sensorial, cognitivo, motor ou de comunicação. Esses recursos são imprescindíveis, quando pensamos em educação especial, ao acesso a educação de qualidade e uma vida mais independente possível para esse alunado. A comunicação Alternativa (CA) é uma das áreas da Tecnologia Assistiva que atende pessoas sem fala, escrita funcional ou em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade em falar e/ ou escrever. Por meio da valorização de todas as formas expressivas do sujeito e da construção de recursos próprios, a CA busca desenvolver e ampliar as possibilidades expressivas desse grupo de pessoas (GLENNEN, 1997, apud QUITERIO, 2011, p. 164). Esses recursos são imprescindíveis, quando pensamos em educação especial, ao acesso a educação de qualidade e uma vida mais independente. Wolff (2001 apud Alves, Matsukura, 2011, p. 298) afirma, ao pesquisar a relação com o outro através da comunicação alternativa, que quando as crianças notam que ao utilizar a prancha resulta em um efeito desejado, elas continuam a usá-la cada vez mais para ampliar seus recursos na linguagem. Assim, claramente, podemos constatar que esses recursos se utilizados da forma correta podem de fato garantir uma educação de qualidade, dando autonomia para os alunos com necessidades especiais. De acordo com o Sistema de Classificação da Função Motora Grossa para Paralisia Cerebral (GMFCS), a paralisia cerebral pode ser classificada em cinco níveis motores funcionais que são baseados nos movimentos voluntários da criança, dentre esses movimentos incluem principalmente andar e sentar. Essa classificação também depende da idade de cada criança, a diferença entre os níveis são medidos, segundo GMFCS, pelo o grau da limitação funcional e a necessidade do uso da tecnologia Assistiva. Esses níveis são I, II, III, IV e V. Com isso, podemos constatar que crianças do nível motor I, entre 6 a 12 anos, conseguem andar em espaços internos e externos, sobem escadas sem dificuldades, correm e pulam, possuem habilidades motoras grossas porem, o equilíbrio, a velocidade e coordenação são comprometidos. Contudo, no ultimo nível, o V, todas as áreas da mobilidade da criança são
2 limitadas. A diferença do nível IV para V, é que as crianças do nível V não possuem autonomia no controle de posturas antigravitacionais mais básicas. Após entendermos como é classificado o comprometimento motor de cada indivíduo, percebemos como a Tecnologia assistiva e a CAA são de extrema importância para os indivíduos que possuem essa patologia. Assim afirma Alves, Matsukura (2011), que existem estudos que comprovam que as modificações e os recursos que a tecnologia assistiva trás para crianças com paralisia cerebral são de extrema importância, já que o seu uso trouxe benefícios, principalmente nas crianças que são do nível IV e V, na questão da diminuição da necessidade de ajuda e cuidado, ou seja, independência e além de melhorar essa questão de mobilidade, a CAA beneficia também a comunicação e interação com indivíduos oralizados. Segundo Walter (2011) a comunicação alternativa e ampliada (CAA) é um recurso próspero na utilização de indivíduos com autismo que não se expressam por meio da fala articulada ou que possuem fala não funcional. Dentro desta perspectiva, podemos exaltar dentro do sistema de comunicação alternativa vinculada as pessoas com autismo, os que utilizam figuras, desenhos, símbolos gráficos, além de outros recursos de alta tecnologia, como o vocalizador. Esses recursos vêm resultando ganhos consideráveis no desenvolvimento da aptidão da comunicação desses indivíduos. Com isso, os distúrbios de comportamento acabam por diminuir, por consequência da melhora das interações comunicativas. Há quase 20 anos da promulgação da Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994), que prevê um modelo de educação para todos, a Educação Inclusiva progrediu significativamente no sistema público de ensino do Estado do Rio de Janeiro. Observou-se que há garantia de matrícula e inserção no espaço escolar dos alunos com necessidades educacionais especiais na rede regular de ensino. Entretanto, constatou-se a partir das entrevistas que há uma enorme carência no âmbito de estratégias pedagógicas ou de ensino individualizado, para atender devidamente a ele. Ou seja, na prática efetiva do cotidiano escolar, a Educação Especial não se configura como um processo integrante das práticas pedagógicas da educação regular conforme rege a Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008) e as Diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educação Básica, modalidade da Educação Especial (BRASIL, 2009). Para efetiva implementação da inclusão escolar, é fundamental um trabalho de parceria direta entre os profissionais da Educação Especial e do Ensino Comum. A partir dos dados encontrados durante o trabalho na escola, em conjunto com a revisão bibliográfica e as discussões acadêmicas, vinculados com as políticas educacionais em vigor, percebemos que não é mais necessário discutir a inclusão de alunos com deficiências na escola regular. Já que todos têm o direito à matrícula, assegurada no espaço escolar, ou seja, não é mais necessário apenas garantir a permanência, mas é preciso um foco no processo de escolarização desse aluno. Para isso, é fundamental pensar em uma pedagogia diferenciada, com o foco no individuo baseado nas suas necessidades educacionais. Para a inclusão dos alunos na turma comum, é necessário a adaptação das práticas e os recursos pedagógicos, com planos de ensino individualizados que contemplem efetivamente o seu processo de ensino e aprendizagem. A diferenciação pedagógica nos permite ampliar o olhar educacional, na tentativa de garantir um ensino de qualidade para todos os alunos. Hoje a discussão quanto às adaptações curriculares, ensino individualizado, ao pensar na especificidade de cada aluno e a diferenciação pedagógica estão em foco na área da educação. De acordo com Perrenoud (1997, apud André, 1999, p. 12) pensar uma pedagogia diferenciada, ou seja, pensar em uma diferenciação pedagógica, não é deixar de lado o
3 objetivo alicerce da escola de garantir aos alunos o acesso a uma cultura de base comum, mas sim o contrário. Ao considerarmos as diferenças, encontramos ótimas oportunidades de aprendizagem para todos os alunos, e não para um aluno somente. Esse modelo entra como alternativa ao ensino individualizado, onde cada aluno desenvolve isoladamente suas atividades, a diferenciação no contexto das propostas didáticas, é aberta e diversificada, procurando desafiar os alunos no processo de construção dos saberes. Através da diferenciação pedagógica, é possível dar ao aluno aparatos para sua caminhada individual, criando ciclos de aprendizagem, criando uma espécie de nova ordem pedagógica. Trabalhando com a troca de saberes, conhecimentos e a transferência de competências, contestando a construção dos mesmos. Esse modelo permite questionar a dinâmica dos grupos, as distâncias culturais presentes na sala de aula, até mesmo os trabalhos escolares, ou seja, toda a proposta pedagógica. A pedagogia das diferenças é comentada por Perrenoud (1997, apud André, 1999, p.13) é uma oportunidade de levar em conta as subjetividades de cada aluno, entretanto o mesmo não fica isoladamente desenvolvendo suas tarefas. Ao diferenciarmos ofertas didáticas, deixando-as abertas e variadas, confronta-se cada aluno com propostas de reflexão para que ele construa os saberes. Lembramos através dos estudos de Vygotsky (1998), que a interação social, seja com os pares ou com o professor, resultantes da mediação (intencional ou não), são o que possibilita o desenvolvimento das funções mentais superiores e da aprendizagem. Ao diferenciarmos nossas atividades, oportunizamos que todos participem, interagindo em situações de desafio e aprendam novos conceitos e compartilhem vivências/ experiências. Garantindo a equidade de todos, sem nos esquecermos da individualidade de cada um. Foi então, a partir dessa compreensão, que foi possível elaborar uma atividade, utilizando a comunicação alternativa e ampliada, diferenciada de modo a atender todos os alunos da sala, independente de qualquer necessidade especial, pois a mesma foi pensada para todos. A comunicação alternativa e ampliada (CAA) é uma modalidade da tecnologia assistiva, que vai especialmente ampliar ou substituir a comunicação. Contudo através dos recursos usados para essa comunicação podem ser de grande valor pedagógico, podendo inclusive ser usado em forma de atividades didáticas. Todavia, muitos alunos que estão em escolas especiais, poderiam estar frequentando a escola regular, se a mesma estivesse preparada pedagogicamente e adaptada fisicamente para receber este aluno. É a partir dessas questões que iremos dialogar com a prática pedagógica vivenciada em uma classe na escola especial. Objetivo geral O objetivo desse trabalho é analisar a metodologia pedagógica de uma classe, com alunos com deficiências múltiplas, da escola especial. Avaliando se o professor faz o uso da tecnologia assistiva, como a comunicação alternativa, para ampliar a aprendizagem de seus alunos. Avaliar se as atividades são elaboradas de acordo com as necessidades especiais de cada aluno. Investigar quais são os recursos pedagógicos que o professor utiliza com os seus alunos. Examinar se os alunos compreendem os conteúdos que estão sendo trabalhados. Elaborar uma atividade adaptada, pensada pedagogicamente para atender a todos os alunos, contemplando um conteúdo que esteja sendo trabalhado na escola. Executar esta atividade com os alunos. Verificar se a atividade atingiu seus objetivos, se os alunos conseguiram acompanhar, entender, e responder aos estímulos.
4 Método A instituição é uma escola pública especial que fica perto do Maracanã, na Tijuca, Rio de Janeiro. As visitas foram planejadas para serem realizadas todas as quartas feiras, das nove horas até às onze e meia da manhã, durante três meses. Entretanto, por conta de feriados, e contratempos, realizamos apenas seis encontros com a turma. Inicialmente acompanhamos e observamos a rotina da professora com a turma, depois passamos a realizar atividades, elaboradas pela professora, como mediadoras, e só depois dessas etapas, criamos e aplicamos uma atividade adaptada. A classe especial que acompanhamos durante esse tempo, continha quatro alunos, três meninas, e um menino, em idade escolar. Para proteger a identidade das crianças, utilizamos nomes fictícios. Os alunos dessa classe têm deficiências múltiplas, e todos estão em idade escolar, ou seja, esses alunos poderiam estar frequentando a escola regular. Dois desses alunos, a Joana e o Júlio, apresentam maiores comprometimentos motores, principalmente na coordenação motora fina, de acordo com o Sistema de Classificação da Função Motora Grossa para Paralisia Cerebral (GMFCS), eles estão classificados no nivel IV, não são oralizados, e ambos têm sinais corporais para o sim e para não. Já a Mariana tem comprometimento motor mais moderado, tem uma das mãos mais comprometida do que a outra, em relação à coordenação motora fina, expressa algumas palavras, como o sim, o não, e alguns números. A Amanda foi diagnosticada com Autismo, têm alguns distúrbios de comportamento, alguns gerados por mudanças em sua rotina, ela apresenta fala não funcional, expressando poucas palavras. Todos têm comprometimento cognitivo. Os alunos assistem às aulas, sentados em uma mesa retangular em conjunto, um ao lado do outro. A professora fica em pé na frente da mesa para mediar às atividades. A sala é adaptada fisicamente e pedagogicamente para receber seus alunos. O espaço físico da sala é amplo e arejado, tendo uma boa disposição das mesas e materiais. A sala tem recursos adaptados, como o plano inclinado, pranchas com símbolos da comunicação alternativa, todas as letras do alfabeto são feitas de E.V.A. e coladas na frente de sacos plásticos, dentro de cada saco, contém objetos que começam com a letra correspondente. Esse recurso permite que os alunos visualizem melhor as possibilidades das letras do alfabeto. O planejamento das atividades também é direcionado e pensado de acordo com as necessidades educacionais de cada aluno. A professora tem uma rotina para trabalhar com os seus alunos. No início da aula, a professora realiza a contagem dos dias da semana com os seus alunos. Tem um mural, que fica em uma das laterais da sala, ao lado do quadro, com todos os dias da semana pendurados, com figuras que ilustram se é dia de vir para escola ou de ficar em casa, para que os alunos possam visualizar. A professora vai contando com eles os dias até chegar no dia certo. A imagem do dia certo com uma foto, que representa que é dia de escola, é passada por cada aluno, para que os mesmos possam verificar a foto e conferir as letras do dia da semana. Depois desta atividade, a professora faz a chamada. No quadro da sala de aula, tem um mural que divide a turma em meninas e meninos, todos os alunos tem uma ficha com a sua foto e o seu nome logo abaixo. A professora pega essas fichas e com outra folha esconde a foto, deixando só o nome à mostra, desta forma, os alunos precisam apontar qual deles é o dono da ficha. Depois da identificação, todos os alunos manuseiam a ficha, para analisarem as letras do nome, e todos conseguem apontar as letras certas, que a professora pergunta. Essa atividade é feita em conjunto, sem a participação da professora na troca das fichas, eles de forma independente, passam as fichas um para o outro. Depois da chamada a professora coloca as fichas nos lugares certos do mural. E junto com os alunos, conta quantas pessoas
5 tem na sala, com o auxilio de números feitos de E.V.A. Nesta atividade todos os alunos reconhecem e identificam a quantidade certa de pessoas em sala, a professora espalha alguns números na mesa, para que cada um, individualmente, escolha o número correspondente à quantidade de pessoas em sala. Após essa atividade a professora distribui fichas de frio e calor, para que os alunos possam apontar e se expressar como estão se sentindo com relação à temperatura. Essa é a rotina que a professora segue antes de fazer qualquer atividade no dia. Essa turma faz parte de um projeto anual, cujo tema é o Ar. Este projeto é desenvolvido pelo o grupo de trabalho pedagógico (GTP), que reuni quatro professores, com a finalidade de trabalhar, dentro do tema do projeto, quatro competências: Comunicação, Experimentação, Ludicidade e Informação. Cada professor é responsável por uma competência. Uma vez por semana, um desses professores trabalha um desses temas com os alunos. Estimulando sempre uma dessas competências. Vale ressaltar que todo o planejamento da professora efetiva da classe, também é feito baseado no tema do projeto. Ou seja, essas atividades estão sempre interligadas para facilitar o processo de ensino aprendizagem desses alunos. A atividade elaborada para realizar com essa turma de alunos foi uma história adaptada com símbolos. A atividade foi criada a partir da verificação das necessidades educacionais especiais de cada aluno, analisaram-se quais recursos pedagógicos precisavam ser adaptadas, como também, quais atividades eles já dominam e quais eles poderiam dominar com o auxilio das tecnologias assistivas. Usando essas questões como base, a atividade foi elaborada. A história selecionada, conta como surgiu o avião e como ele funciona atualmente, a história foi adaptada para que cada palavra do livro fosse representada por uma figura. Foram utilizadas letras com fonte de tamanho maior, ficando duas frases por folha. No primeiro momento o assunto foi introduzido de forma oral, para explicar que uma história seria contada. Contou-se a história calmamente, mostrando os símbolos e as letras, e explicando verbalmente o conteúdo do livro. Depois de lida a história perguntou-se a opinião dos alunos, e o livro foi posto a disposição para ser manuseado. Depois desse momento, realizou-se perguntas sobre a história, para verificar a compreensão do conteúdo. As perguntas foram fechadas, ou seja, com respostas de sim ou não. Como o objeto trabalhado na história foi o avião, trabalhou-se esta palavra, analisando as letras. Nesta atividade, verificou-se se a identificação das letras da palavra Avião. Resultados Durante a pesquisa, observou-se e foi analisada a metodologia pedagógica dentro de uma classe, com alunos com deficiências múltiplas. Foi possível constatar que a professora faz o uso da tecnologia assistiva, para dar o suporte e ampliar a comunicação e o aprendizado dos seus alunos. Discussão Segundo Delgado (2011) os professores são muito importantes nesse processo, visto que ensinam e realizam novas formas de comunicação com seus alunos, com relação a sua deficiência, aumentando assim, sua capacidade de interação. Assim, a professora dessa turma estava atenta às necessidades de seus alunos Suas tarefas são pensadas e adaptadas de acordo com as necessidades educacionais de cada aluno.
6 Segundo Quiterio (2011) é necessário se pensar um currículo que seja planejado e dirigido para garantir uma aprendizagem que respeite a diversidade, por isso é importante variados ajustes a turma e a rotina, por exemplo, a necessidade de ajustes com relação ao tempo, ao material, e uma forma alternativa de se fazer uma atividade, possibilitando assim o processo de aprendizagem de todos. Rotineiramente a preocupação está apenas na presença do aluno no ensino comum, ou mesmo na escola especial, se tornando uma inclusão meramente física no espaço da escola. Essa privação de atividades, avaliações, compreensão de conteúdo, não se diferenciando as atividades para que caibam ao restante da turma, acaba comprometendo o processo de escolarização e o desenvolvimento desse sujeito no contexto escolar. As tarefas apresentadas a esse alunato, geralmente distintas do restante da turma, são direcionadas as funções mais elementares, ou seja, tarefas que não exigem uma capacidade de abstração, como recortar, colar, pintar, copiar etc.. Para que o aluno seja capaz de realizar as atividades planejadas, seriam necessárias modificações nas propostas pedagógicas, mas estas, constantemente, resultam em uma facilitação da atividade. Não é esse o caminho a ser seguido, não precisamos facilitar uma atividade pra esses alunos, mas a atividade em sua essência precisa ter um recorte que caiba a qualquer um dos alunos, inclusive contemplando as necessidades educacionais especiais de alguns. Dentro desta classe, essas ações pedagógicas foram pensadas de acordo com a diversidade da turma, e a necessidade individual de todos os alunos. Como o projeto "Ar", que é trabalhado por quatro professores, desenvolvendo quatro competências, dentro do tema, adaptando e adequando as atividades, sem perder seu conteúdo ou a sua finalidade. Este projeto delineou o que a educação especial deveria ser, professores em conjunto planejando e elaborando atividades adaptadas, que garantem o aprendizado de todos, respeitando e se adequando com as necessidades especiais da turma. Quiterio (2011) afirma que o educador é aquele que deve maximizar as potencialidades e minimizar as dificuldades nos relacionamentos interpessoais, usando de um ensino que incite uma parceria constante entre profissionais do atendimento educacional especializado, pesquisadores e os próprios professores, para que essa harmonia melhore o processo educacional e seja refletida em sala de aula. Ou seja, este projeto desenvolvido nessa classe, contempla as ideias propostas pela diferenciação pedagógica, de forma a garantir: a interação dos alunos com o professor, com os outros alunos e o comprimento da atividade. A partir das observações feitas no decorrer das aulas, constatou-se que os alunos respondem bem aos recursos utilizados pela a professora. Avaliaram-se essas questões de acordo com os estímulos feitos pela a professora durante as atividades, e as respostas que eram dadas pelos os alunos, ou por forma de sinais corporais, ou através da prancha adaptada. Os mesmos compreendiam as perguntas, e respondiam com o auxilio de recursos da tecnologia assistiva, ou com os seus sinais corporais de forma correta. Com isso, percebeu-se que esses alunos não estão em sala de aula, apenas para "socializar" e sim para participar das atividades, aprender os conteúdos trabalhados, conviver com os colegas, e ter dedicação e comprometimento da professora para com eles. A partir desse contexto, evidenciou-se que esses alunos, em idade escolar, poderiam estar frequentando uma escola regular, se a mesma fosse adaptada pedagogicamente as suas necessidades educacionais especiais. Glat e Pletsch (2011) afirmam para que de fato a escola cumpra sua função de receber todos os alunos, precisa considerar todas as características individuais, como informações importantes para que se realize a adequação do ensino ao aluno. Esse é o verdadeiro sentido de uma educação inclusiva de qualidade, quando as necessidades educacionais especiais formam a base para o processo de escolarização. Para
7 isso, esses alunos irão precisar de diferentes formas de interação pedagógica, como suportes educacionais, recursos pedagógicos pensados para uma metodologia e currículos adaptados. Vale ressaltar que, necessidade educacional especial não é o mesmo que deficiência, crianças com a mesma deficiência, ou seja, a mesma patologia podem apresentar necessidades educacionais diferentes. Segundo Glat e Pletsch (2011) o significado de necessidade educacional especial está ligado com a interação do aluno com as atividades ou proposta educativa, com o qual ele utiliza. Por isso, é muito importante que o professor não tenha o pré-conceito de julgar o que o seu aluno pode ou não fazer por conta da sua deficiência, e sim, através das atividades e da interação, deixar que o aluno demonstre as suas potencialidades como também as suas necessidades, para melhor adaptar e adequar os recursos pedagógicos. Dentro desse contexto é possível pensar em atividades, adaptar o currículo, sendo assim, é possível minimizar as dificuldades e não potencializá-las. A partir desses conceitos que a atividade adaptada foi elaborada, ou seja, a atividade foi confeccionada para atender as necessidades educacionais de todos os alunos, a fim de ser realizada coletivamente. Entretanto, no dia em que a atividade foi aplicada, dos quatro alunos da turma, só estava presente o Julio. Então, aplicou-se a atividade para esse aluno que estava na sala, os outros não estavam presentes por motivos de doença. Conforme André (1999) a diferenciação pedagógica também reconhece a importância de se trabalhar em grupo, pois isso oportuniza muitos aprendizados, o professor deve acompanhar os percursos individuais de cada aluno, mas o grupo deve trabalhar cooperativamente, tomando consciência de suas diferenças e agir de acordo com elas. No caso, desse estudo isso não foi possível devido às faltas, entretanto a atividade proporcionava isso. Perrenoud (1995) destaca as atividades em grupo para alcançarmos a diferenciação pedagógica, sem deixar de lado o acompanhamento individualizado dos processos e dos percursos de aprendizagem. Por fim, o aluno conseguiu compreender a história e respondeu as perguntas corretamente. Com a adaptação das figuras, o aluno associou a frase às imagens durante a leitura do texto. Durante a história, realizaramse perguntas fechadas sobre o conteúdo, o aluno conseguiu compreender a pergunta, como também respondeu corretamente, através do seu sinal corporal de sim e não. A partir desses resultados, podemos concluir que a atividade contribui bastante para a formação do aluno, sendo pensada e confeccionada, de acordo com as suas necessidades educacionais. Conclusão Diferenciar nossas práticas pedagógicas, segundo (Perrenoud 1997, apud André, 1999, p. 22 ) é aceitar o desafio que não existem receitas prontas, nem soluções universais. É compreender e aceitar as incertezas, flexibilizar nossas ações e entender que grande parte de nossas intenções pedagógicas devem ser construídas na ação cotidiana, em um processo de negociação, revisão constante e iniciativa por parte de seus autores. A partir da realização desta atividade, constamos que foi possível usar os recursos pedagógicos, nesse caso da comunicação alternativa, diferenciados para que todos os alunos pudessem participar e interagir durante a mesma. Ou seja, ao diferenciarmos a atividade, a mesma pode ser adaptados para o processo de ensino aprendizagem desses alunos de forma a atender suas necessidades individuais, mas não de maneira isolada. Cabendo assim, na adaptação da prática educativa de uma sala de aula de uma escola especial no município do Rio de janeiro, onde foi planejada e aplicada a atividade pedagógica diferenciada a fim de acompanhar os percursos de aprendizagem de todos os alunos, sem esquecer-se de suas necessidades individuais, mas trabalhando cooperativamente e construindo também a identidade coletiva. Precisando ser algo a ser pensando e estudado a fundo, para podermos aplica-lo em nossos contextos escolares, principalmente no ensino regular.
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