II Simpósio Gestão Empresarial e Sustentabilidade 16, 17 e 18 de outubro de 2012, Campo Grande MS
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- Afonso de Paiva Alencar
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1 Mensurando a sustentabilidade ambiental: uma proposta de índice para o Mato Grosso do Sul Marlos da Silva Pereira; Leandro Sauer Área temática: Estratégias sustentáveis Tema: Gestão socioambiental 1. Introdução O Brasil está buscando conhecer detalhadamente o seu território, através de um macroprograma denominado Zoneamento Ecológico-Econômico do Brasil (ZEE-BR). Para executar o ZEE-BR, foi delegado a cada unidade da federação elaborar o seu próprio zoneamento. Para atender a essa demanda, o estado de Mato Grosso do Sul se mobilizou e elaborou o Zoneamento Ecológico Econômico do estado de Mato Grosso do Sul (ZEE-MS). A linha mestra do ZEE-MS é buscar o crescimento econômico obedecendo as particularidades de cada área do estado, independente da divisão política do estado (em municípios) e atendendo aos anseios da população local. Com isso, percebe-se que o ZEE-MS traça um caminho que envereda pelo desenvolvimento sustentável, que no entendimento do zoneamento baseia-se em quatro alicerces: social, ambiental, municipal e institucional. Cada um destes pilares é um índice com três ou quatro indicadores, cada um com suas diversas variáveis. O foco deste trabalho estará na questão ambiental do ZEE-MS e a adequabilidade deste índice, denominado Índice de Sustentabilidade Ambiental ISA, quanto ao que se propõe, ou seja, se a busca pelo desenvolvimento sustentável (no foco ambiental) está na direção correta. 1.1 Problema de pesquisa Sendo mister investigar se existe uma forma adequada de proceder a verificação da ocorrência (ou não) do desenvolvimento ambiental sustentável, passa-se ao problema desta pesquisa, que é acompanhar se o desenvolvimento do estado de Mato Grosso do Sul está sendo ambientalmente sustentável. Para atender a esta problemática, será construído o Índice de Sustentabilidade Ambiental para o contexto do Zoneamento Ecológico Econômico de Mato Grosso do Sul, que seja adequado para indicar o desenvolvimento ambiental sustentável do estado. Atender ao proposto acima, constituindo um norte para as demais ações do zoneamento estadual é o que este trabalho propõe. 1.2 Justificativa Tendo em vista que o Mato Grosso do Sul é detentor de recursos naturais únicos, com importância em âmbito mundial, é mister buscar uma forma de verificar se o desenvolvimento do estado está sendo ambientalmente sustentável, justificando este trabalho através da busca de parâmetros racionais, lógicos e objetivos de mensuração do desenvolvimento sustentável, através apenas do viés ambiental. 1.3 Relevância
2 A partir desta leitura, será ofertado um feedback acerca do bom cumprimento das ações propostas pelo governo no tocante ao meio ambiente, bem como propor adequações e melhorias, como também compreendendo qual a proficiência da região onde se reside e relações de causaefeito, além de servir como subsídio nas tomadas de decisões, em especial no tocante a investimentos públicos e privados, servindo também de referência para estudos similares. 1.4 Objetivos Objetivo Geral: Construir o Índice de Sustentabilidade Ambiental (ISA), que seja adequado para mensurar o desenvolvimento ambiental sustentável no estado de Mato Grosso do Sul, no contexto de seu Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE-MS). Considerando que o zoneamento dividiu o estado em dez zonas ecológico-econômicas, cada uma com suas particularidades, busca-se oferecer, para cada uma dessas zonas territoriais, o cálculo do ISA que atenda ao que se propõe, ou seja, indicar o desenvolvimento sustentável ambiental. Assim será atendido objetivo geral deste trabalho. Objetivos específicos: Caracterizar as zonas ecológico-econômicas que compõem o ZEE-MS. O intuito é conhecer o ZEE-MS como um todo, focando os estudos na parte que trata das zonas ecológico-econômicas do estado, para que se compreenda melhor o que será efetuado quando analisadas as zonas, em especial conciliar essa análise de resultados com as características específicas de cada uma delas. Caracterizar os aspectos essenciais para um bom indicador. Nesta etapa do trabalho, levantaremos os aspectos que tornam um indicador mais centrado em seu objetivo, de modo que possa cumprir o seu papel adequadamente. Identificar, na literatura existente, as variáveis que podem mensurar o desenvolvimento sustentável ambiental. Nesta fase, se verificará na literatura existente quais as variáveis que indicam a sustentabilidade ambiental, em especial nos grandes temas do ISA: biodiversidade, solo, disponibilidade de recursos hídricos e ar. Avaliar os diferentes ponderadores das variáveis e dos grandes temas do ISA. É necessário compreender no contexto das variáveis encontradas e dos grandes temas do índice analisado, se existe alguma variável (ou algum grande tema) que seja considerado mais importante para mensurar o desenvolvimento sustentável ambiental no Mato Grosso do Sul, atribuindo um ponderador quando necessário, para assim efetivar a criação do ISA. Aplicar o ISA em cada zona ecológico-econômica do ZEE-MS. Por fim, para atender ao objetivo geral, o último objetivo específico será a aplicação do ISA, que atenda ao cruzamento teoria x disponibilidade de dados, para cada uma das zonas ecológicoeconômicas, verificando quais são as especificidades das mesmas e fazendo uma análise dos resultados encontrados. 1.5 Resultados esperados Deste trabalho, espera-se oferecer uma análise de um dos pontos abordados no zoneamento ecológico-econômico de Mato Grosso do Sul, a sustentabilidade ambiental, propondo uma metodologia para sua mensuração, que seja geral para o estado, transformando o ISA em uma
3 Índice de Sustentabilidade Ambiental ISA II Simpósio ferramenta efetiva para a orientação das políticas vinculadas ao meio ambiente e seu desenvolvimento sustentável, tendo em vista o resultado das análises estatísticas. A seguir será abordada a metodologia que servirá de base para este trabalho. 2. Procedimentos metodológicos Esta pesquisa pode ser classificada como hipotética-dedutiva, pois o fenômeno existe e continuará a ocorrer, debalde a interferência do pesquisador (VERGARA, 2008, p. 84). Esse entendimento coaduna com o que preconiza Collis e Hussey (2005, p. 27), quando trata da lógica da pesquisa, que neste caso será dedutiva, pois já existe cabedal teórico a ser estudado e a parte da pesquisa em si, obedecerá aos parâmetros vislumbrados no referencial teórico. Conforme classificação de Vergara (2004), a pesquisa pode ser classificada quanto aos meios; consoante o proposto pela autora, esta pesquisa possui foco bibliográfico-documental (VERGARA, 2004, p. 48), pois realiza-se um trabalho bibliográfico, ou seja, levantamento do que já foi estudado acerca das temáticas em questão. 3. Resultados e discussões Após efetuados as fundamentações teóricas necessária, tendo conhecimento do que é o desenvolvimento ambiental sustentável, do zoneamento ecológico-econômico, da doutrina dos indicadores, foi efetuado o levantamento teórico acerca de índices que mensuram a sustentabilidade ambiental, com vistas elencar as variáveis mais importantes para esse cálculo. Tais índices são: Environmental Performance Index - Índice da Performance Ambiental (YALE UNIVERSITY e COLUMBIA UNVERSITY, 2005), Environmental Sustainability Index - Índice de Sustentabilidade Ambiental (YALE UNIVERSITY e COLUMBIA UNVERSITY, 2012), Dashboard of Sustainability - Painel da Sustentabilidade (IISD, 2012), Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (PNUD, 2000), Barometer of Sustainability - Barômetro da Sustentabilidade, Environmental Vulnerability Index - Índice de Vulnerabilidade Ambiental (UNEP, 2005), Living Planet Report - Relatório Planeta Vivo (WWF, 2012) e o Índice de Desenvolvimento Sustentável (IBGE, 2010). Após estudo aprofundado das variáveis mais pertinentes ao Mato Grosso do Sul, construiu-se o quadro abaixo, indicando a concepção do Índice de Sustentabilidade Ambiental para o MS: Indicador Dimensões analíticas Variáveis Acesso à água tratada Água Acesso à água potável Índice de Qualidade das Águas Áreas de proteção ambiental Biodiversidade Presença de espécies invasoras Espécies ameaçadas de extinção Ar Emissão de gases do efeito estufa
4 Partículas inaláveis Utilização de veículos Condição da terra Solo Fertilizantes Pesticidas Subsídios à agricultura Mudanças climáticas e energia Energia renovável Áreas desmatadas Quadro 1: Estrutura do Índice de Sustentabilidade Ambiental ISA. Fonte: Elaborado pelo autor. 4. Conclusão Este trabalho ainda progredirá, fazendo a coleta das variáveis e prosseguindo ao cálculo do ISA para o ZEE-MS. Todavia, apresentou-se a estrutura acima considerando o levantamento das propostas existentes, fazendo alterações para que seja um índice mais adequado à realidade deste estado. Só após a coleta dos dados secundários será possível determinar se tal estrutura é possível, pois existe a possibilidade de não serem encontrados dados disponíveis acerca deste estado, devendo então, serem feitas alterações para testar tal índice e, dessa forma, atestar sua viabilidade, propondo pesquisas para coleta de dados primários e um novo cálculo atendo à proposta inicial deste trabalho. Referências CMMAD Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nosso futuro comum. 2a ed. Tradução de Our common future. 1ª ed Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, Disponível em < Acesso em 1 maio COLLIS, J.; HUSSEY, R. Pesquisa em administração: um guia prático para alunos de graduação e pós-graduação. Tradução Lucia Simonini. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Indicadores de desenvolvimento Sustentável: Brasil, Rio de Janeiro: Disponível em: < Acesso em: 30 maio IISD International Institute for Sustainable Development. Dashboard of Sustainability. Disponível em: < Acesso em: 30 maio PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Declaração do Milênio Disponível em < Acesso em 30 maio 2012.
5 UNEP United Nations Environment Program. SOPAC South Pacific Applied Geoscience Comission. Building Resilience in SIDS: The Environmental Vulnerability Index Disponível em: < Acesso em: 30 maio VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 5. ed. São Paulo: Atlas, Métodos de pesquisa em administração. 3. ed. São Paulo: Atlas, WWF - World Wide Fund for Nature. Living Planet Report 2012: Biodiversity, biocapacity and better choices Disponível em: < 6.pdf>. Acesso em: 30 maio YALE UNIVERSITY; COLUMBIA UNIVERSITY. Yale Center for Environmental Law and Policy / Center for International Earth Science Information Network Environmental Sustainability Index Disponível em: < Acesso em: 30 maio YALE UNIVERSITY; COLUMBIA UNIVERSITY. Yale Center for Environmental Law and Policy / Center for International Earth Science Information Network. EPI 2012: Environmental Performance Index and Pilot Trend Environmental Performance Index Full Report Disponível em: < Acesso em: 30 maio 2012.
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