Uma Estratégia Produtiva para Defesa da Biodiversidade Amazônica
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- Amália Farinha Prado
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1 Uma Estratégia Produtiva para Defesa da Biodiversidade Amazônica Painel: Inovação e Exploração de Fontes Locais de Conhecimento Bertha K. Becker Laget/UFRJ BNDES 30/11/2010
2 Problemática: Reconhecimento definitivo da dimensão ambiental no processo de desenvolvimento. Sustentabilidade abre espaço para inovação acelerada, conhecimento ampliado (C/T e território), valorização de ambientes que favorecem inovação. Brasil ambiente com alto potencial de inovação sistema de inovações baseadas na natureza aproveitada com grandes inovações. Amazônia maior fonte de inovações do País e das regiões tropicais por seu patrimônio natural e cultural. Sujeitos à destruição pelo desmatamento e mudança climática. Metas do Milênio avançaram na última década, mas Brasil ainda o primeiro do mundo em desmatamento, e desmatamento ainda maior emissor de GEEs no País (FAO, 2010; Banco Mundial, 2010).
3 Impõem-se novos modos de uso da terra e de produzir que reconheçam o valor estratégico da biodiversidade, capazes de utilizá-la sem destruição gerando benefícios para as populações regionais. Tais inovações no processo só poderão ser alcançadas com uma estratégia produtiva baseada em múltiplas fontes. Neste texto analisam-se: i) conhecimentos e experiências locais de desenvolvimento como possível fonte de inovação; ii) propostas inovadoras para conter o desmatamento e proteger a biodiversidade; iii) uma estratégia produtiva para defesa da biodiversidade com foco não em biomas, mas na região da Amazônia Legal que envolve as florestas e o cerrados.
4 1. Conhecimentos e experiências locais como possível fonte de inovação Conhecimentos e experiências locais: i) Hegemônico: economia de fronteira; ii) das populações tradicionais; iii) dos pequenos agricultores. Resgate do conhecimento tradicional como um processo de defesa da terra e dos recursos: - Conflitos, organização e mobilização: 1960, Estado e Igreja Católica. - Negociação e institucionalização: 1985, década de 1990 cooperação internacional e ONGs. - Modelo sócio-ambiental pós Rio-92 mosaico de projetos alternativos: inovação do Brasil. Experiências de pequenos agricultores; imigrantes articulados à economia de fronteira; categoria intermediária porque podem seguir trajetórias muito diversas, cair na marginalidade ou acumular. Elemento chave: estão na origem dos movimentos sociais, ocupam extensa área nas beiradas das estradas e do rio Amazonas, tendem a desmatar progressivamente suas terras.
5 1.2. Resultados: Exemplos de busca de alternativa e quebra de isolamento, mas sustentabilidade precária sem condições de reverter a economia de fronteira e de efetivo desenvolvimento sustentável. Muito diferenciados em função de: acessibilidade, conectividade, iniciativa política, contexto histórico-geográfico (aprendizado anterior). Desperdício do saber tradicional associado à cultura, que podem constituir inovações incrementais e enriquecer a ciência com sabedoria. Como potencializar inovações? Quem são hoje os mobilizadores? Superar inibições de conectividade: i) Com financiadores e gestores de projetos, nacionais e globais. - Definição de responsabilidade pelo acompanhamento do projeto, eliminando a diluição da responsabilidade por trás da burocracia. - Capitalização das experiências lições aprendidas só centralizadas em nível da gestão geral dos projetos, não sendo ou sendo mal difundidas.
6 ii) Com os governos estaduais: Integração com políticas públicas estaduais voltadas para a sustentabilidade. Estreitamento de relações com os poderes municipais e estaduais. iii) Inibição básica a superar: acessibilidade ao mercado. iv) Educações, inclusive para o empreendedorismo.
7 2. Propostas Inovadoras para Conter o Desmatamento e Proteger a Biodiversidade: 2.1. Estratégias específicas para diferentes biomas: (1) Floresta: REDD (2) Cerrado: conter o desmatamento nas áreas já alteradas aumentando produtividade (Sawyer, D. 2007, 2009) Estratégias conjuntas para os dois biomas: (1) O Cerrado como protetor da floresta: a sustentabilidade da floresta requer a conservação do Cerrado (Sachs, Machado, ACM et all. 2010) (2) Eliminar desmatamento para baixo carbono: maior produtividade, pecuária melhorada, recuperação de matas nativas, fiscalização de desmatamento ilegal (Banco Mundial, 2010). (3) Combinação florestas/biocombustíveis impossível lidar só com REDD ou só com biocombustíveis; necessário combiná-los (Killen, T. 2010).
8 3. Uma estratégia produtiva para a defesa biodiversidade da Amazônia Legal: a) Foco na região e não em biomas; região de planejamento: forte interação dos dois biomas e nas regiões geográficas; escala estratégica para a ação. Consciência espacial ampliada frente a ampliação dos processos sociais floresta e cidades perduram como componentes-chave dessa consciência com novos contornos.
9 b) Condições de um novo modelo de desenvolvimento: atribuir valor econômico à floresta em pé para que possa competir com as commodities (também o Cerrado). c/t/i como condição do novo modelo. resgate do zoneamento da natureza. escolha de atividades e práticas adequadas à cada zona ; organização das cadeias produtivas. redes de cidades como base para a industrialização, serviços, pesquisa e defesa da biodiversidade.
10 c) Estratégias: Defesa do coração florestal baseada em produção adequada e não na exclusão produtiva: economia da floresta; serviços ambientais; circulação fluvial; rede de cidades; Manaus. Contenção da fronteira agropecuária: industrialização da madeira, produção de alimentos; cidades da madeira. Consolidação do povoamento/desenvolvimento: transformação do agronegócio em efetivo complexo agroindustrial; organização de vilas agroindustriais; cadeias produtivas.
11 A economia do conhecimento da natureza parece ser a base do caminho de desenvolvimento do País, que tem nas condições do contexto histórico atual e na Amazônia imensas possibilidades de avançar e, assim, vencer carências sociais que nele ainda perduram.
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