UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA UNIVERSIDAD DE LA SABANA INSTITUTO DE ENSINO E FOMENTO ROSENEY DE FÁTIMA CUNHA VANDA LÚCIA DOS SANTOS

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1 5 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA UNIVERSIDAD DE LA SABANA INSTITUTO DE ENSINO E FOMENTO ROSENEY DE FÁTIMA CUNHA VANDA LÚCIA DOS SANTOS INTERVENÇÃO PREVENTIVA COM FAMÍLIAS: EXPECTATIVAS E POSSIBILIDADES. PONTA GROSSA 2006

2 6 ROSENEY DE FÁTIMA CUNHA VANDA LÚCIA DOS SANTOS INTERVENÇÃO PREVENTIVA COM FAMÍLIAS: EXPECTATIVAS E POSSIBILIDADES. Monografia apresentada para a obtenção do título de especialista em Desenvolvimento pessoal e Familiar, pela Universidade Estadual de Ponta Grossa / Univerdidad de La Sabana / IEF. Orientador (a): Neiva de Oliveira Moro. PONTA GROSSA 2006

3 7 SUMÁRIO RESUMO INTRODUÇÃO...06 CAPÍTULO 1 1. REVISÃO DE LITERATURA CONCEITO HISTÓRICO DE FAMÍLIA FAMÍLIA ESTRUTURAS FAMILIARES PAPÉIS NA FAMÍLIA FUNÇÕES DA FAMÍLIA FAMÍLIA FUNCIONAL E DISFUNCIONAL..., A POLÍTICA PÚBLICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL E A CENTRALIDADE NA FAMÍLIA OS SERVIÇOS DE PROTEÇÃO SOCIAL, BÁSICA E ESPECIAL INTERVENÇÃO SOCIAL OS DIFERENTES TIPOS DE INTERVENÇÕES QUE PODEM ACONTECER NA FAMÍLIA...42 CAPÍTULO 2 2. O MUNICÍPIO E A CIDADE PERFIL DO MUNICÍPIO A CIDADE ÁREA RURAL...53

4 HISTÓRICO SOCIAL DO MUNICÍPIO PROGRAMAS SOCIAIS DIAGNÓSTICO SOCIAL DO MUNICÍPIO...65 CAPÍTULO 3 3. A PERCEPÇÃO DAS PESSOAS QUANTO AO TRABALHO PREVENTIVO COM AS FAMÍLIAS EM SITUAÇÃO DE EXCLUSÃO SOCIAL 3.1. DESCRIÇÃO DA PESQUISA DE CAMPO CONCLUSÃO REFERÊNCIAS GLOSSÁRIO ANEXOS E APÊNDICE...86

5 9 RESUMO Esta pesquisa apresenta uma forma de intervenção preventiva dirigida a famílias dos programas sociais da Secretaria de Promoção Social e Cidadania de Araucária. Procuramos primeiro, fundamentar nossas idéias a esse respeito, buscando na literatura existente idéias sobre Família, seu papel e função na sociedade. Também na legislação que trata desse grupo social, buscamos documentos legais que nos subsidiassem e que nos auxiliassem a compreender melhor o que pretendíamos realizar. Tentamos contextualizar o município onde a pesquisa foi realizada, para entendermos melhor as pessoas com quem estaríamos trabalhando. Na Intervenção nos preocupamos com aspectos ligados ao desenvolvimento das funções e papéis parentais. Esta proposta foi realizada e integrada no contexto de vida destas famílias. O projeto de intervenção junto a famílias surgiu como uma excelente oportunidade de melhorar os níveis de informação e as competências educativas parentais, associando a resultados obtidos na pesquisa efetuada. Utilizamo-nos de uma amostra de vinte questionários aplicados a técnicos, a famílias dos programas sociais e comunidade. A análise permitiu identificar os principais temas a serem abordados em um projeto de intervenção preventiva para famílias que irá contribuir para a educação dos filhos e compreensão do sistema familiar. Palavras Chave: Intervenção preventiva centrada na família. Papéis e funções parentais.

6 10 INTRODUÇÃO A pesquisa intervenção preventiva com famílias: Expectativas e Possibilidades; foi realizada a partir de um estudo investigatório aplicado a técnicos, a famílias de programas sociais da Secretaria de Promoção Social e Cidadania e a pessoas da comunidade em geral, no município de Araucária em meados de 2006, buscando a percepção dos diferentes sujeitos quanto a um trabalho preventivo junto a famílias em situação de exclusão. Foi conduzida por duas Assistentes Sociais com o objetivo de analisar e avaliar as expectativas em relação a melhor forma de implantar um trabalho preventivo, através de Assessoria Familiar, priorizando desenvolver essas ações com famílias em situação de exclusão social. A avaliação se efetivou através de questionários a fim de verificarmos a importância da prevenção na área da família. A palavra prevenção aponta para a mobilização no sentido de evitar que algo desagradável aconteça. Em particular para o profissional do serviço social que desenvolve seu trabalho, totalmente, voltado para o atendimento com famílias em situação de exclusão social a prevenção poderá constituir-se, talvez, numa alternativa com resultados positivos, em futuro próximo. Quando falamos em família submetida à situação de exclusão social, estamos tratando daquela família que, na maioria das vezes, já apresenta além da carência sócio-econômica, todos os sintomas da família em disfunção. A exclusão

7 11 social dificulta ainda mais um novo enfoque para essa família. Acreditamos que a família não existe isolada e sim fazendo parte de um contexto social e, é neste contexto, que aparecerão todas as conseqüências dessa disfunção. Portanto, ao desenvolvermos um trabalho de prevenção esta poderá ser uma ferramenta a mais no sentido de recuperação das famílias que estão em disfunção e, também, de famílias que ainda estão por se formar. No primeiro capítulo da pesquisa, nós procuramos vários autores que abordassem esse tema, e discorremos sobre conceitos e histórico da família revelando suas variadas funções e os papéis que são desenvolvidos dentro do sistema familiar e na comunidade. Foi interessante percebermos, na literatura consultada, como se apresentam nos conceitos de sistema em homeostase e em construção, caracterizando a família funcional e disfuncional. Ainda, em âmbito de pesquisa bibliográfica, fomos tentar elucidar o que são políticas públicas, e procuramos trazer uma visão do SUAS (Sistema Único da Assistência Social) que rege políticas voltadas a essas famílias com apoio sóciofamiliar para sustentar e preservar os vínculos familiares. Esclarecemos que, no que se refere a essa política, os serviços se dividem em proteção social básica e especial. No segundo capítulo procuramos refazer o percurso histórico do Município e da instituição que trata das políticas sociais, realizando uma pesquisa extensa em decretos, leis e consultando estudos e pesquisas de conclusão de cursos realizados por profissionais e estagiários. Buscamos informações em livros editados pelo município que tratam de variados temas, mas que contextualizam o

8 12 perfil do município, e deste modo, contribuíram teoricamente aprofundando de forma consistente o processo de análise de dados até a conclusão. Explanamos sobre os diferentes momentos da evolução dos programas sociais e da organização institucional e do processo de desenvolvimento do município suas características físicas, culturais, geográfica e socioeconômica. No terceiro capítulo, tratamos da concretização deste estudo que busca a percepção das pessoas quanto ao trabalho preventivo com as famílias em situação de exclusão social. Descrevemos a pesquisa de campo associando os conceitos teóricos escolhidos e estudados confirmando a idéia da pesquisa, a qual congrega a visão da amostra do universo pesquisado. Na Conclusão deixamos claro que, pretendemos com o conhecimento produzido avançar construindo um novo olhar em relação às perspectivas e possibilidades, nos permitindo propor um trabalho preventivo para famílias.

9 13 CAPÍTULO I 1. REVISÃO DE LITERATURA 1.1. CONCEITO HISTÓRICO DE FAMÍLIA. Conforme explicação do Professor Zorro, a origem da sociedade familiar, com base nas idéias de Adán (apud ZORRO, 2005, p. 5), são as seguintes: entendemos por família do ponto de vista sociológico um grupo de pessoas que convivem entre si, vinculados por relações de parentesco laços biológicos e sociais que se desprendem dos primeiros por consangüinidade, afinidade, adaptação e que cumprem funções com respeito a seus integrantes e a sociedade em seu conjunto. 1 Para Zorro (2005) a Família é a instituição primária de toda sociedade, tem por elementos fundamentais, a relação entre os sexos, união duradoura entre homem e mulher. Vincula-se potencialmente a perpetuação da espécie (gerações) e de divulgadora de preceitos de caráter social como: sexualidade, gerações e reconhecimento social. Constatamos que é na família que se iniciou a divisão do trabalho baseada no sexo. Que a família é um instrumento para regular e controlar os comportamentos sociais e que, progressivamente, foi se fazendo mais extensa da origem do clã a tribo, princípios da sociedade organizada. A família tem importância para a formação das pessoas e para a manutenção das estruturas sociais como riqueza, estratificação. E como 1 Entendemos por família desde el punto de vista sociológico um grupo de personas convivientes, vinculadas por relaciones de parentesco lazos biológicos y sociales que se desprenden de los primeros; consanguinidad, afinidad y adopción que cumple funciones con respecto a sus integrantes y a la sociedad en su conjunto. (ADÁN, José Perez, apud ZORRO, 2005, p.5)

10 14 instituição social é um instrumento para manter a organização social, chamada a proteger valores e estruturas. (ZORRO 2005). Encontramos em dicionário da língua portuguesa que o termo família é derivado do latim famulus, que significa escravo doméstico. E segundo Moreira (2001) este termo foi criado na Roma Antiga para designar um novo grupo social que surgiu entre as tribos latinas, ao serem introduzidas à agricultura e [...] e a escravidão. O texto de Moreira ainda traz que, nesta época predominava uma estrutura familiar patriarcal em que um [...] e que de pessoas se encontrava sob a autoridade do mesmo chefe, nos tempos medievais [...], as pessoas começaram a estar ligadas por vínculos matrimoniais, formando novas famílias. Dessas novas famílias fazia também parte a descendência gerada que, assim, tinha duas famílias, a paterna e a materna. (MOREIRA, 2001, p.21 e 22) Compreendemos por descendência gerada os filhos advindos da união sexual dos cônjuges, os quais são irmãos entre si e tem vinculação sanguínea. Ainda, com base nas idéias de Moreira (2001 p. 22), consta que com a Revolução Francesa, surgiram os casamentos laicos no Ocidente e, com a Revolução Industrial, tornaram-se freqüentes os movimentos migratórios para cidades maiores, construídas em redor dos complexos industriais. O texto mostra, também, que estas mudanças demográficas originaram o estreitamento dos laços familiares e as pequenas famílias, num cenário semelhante ao de hoje em dia. As mulheres saem de casa, integrando a população ativa, e a educação dos filhos é partilhada com as escolas. (Ibid.) Consta que com esse movimento, as pessoas mais velhas, os idosos deixam também de poder contar com o apoio direto dos familiares nos moldes pré-

11 15 Revoluções Francesa e Industrial, sendo entregues aos cuidados de instituições de assistência. (MOREIRA, 2001, p. 21). Entendemos que com a saída da mulher para o mercado de trabalho, a família entra em uma nova fase, onde os cuidados e a proteção dos filhos são repassados para terceiros, conhecidos atualmente, como cuidadores, em instituições como creches, ou como contra turnos sociais e escolares, e os berçários que passam a desempenhar, parte da função que era executada pela família. A família começa a ver-se mais como espaço privado que como instituição social. A família passa a viver parte de sua vida fora do seu ambiente. À medida que a sociedade vai ocupando espaço individual a família vai perdendo pesoespaço (DURKHEIM, 1984). 2 Pudemos perceber que na sociedade pós-industrial começam a aparecer às crises familiares. A Igualdade entre homens e mulheres, estreita a divisão, traz diferenças e as crises afetivas com o cônjuge ou com os filhos começam a surgir. Parece que cada um quer estar acomodado, centrado em seu individualismo. A crise é a quebra do que deveria ser, porém, pode não ser negativa, pois, é uma mudança. Nesta época, a família era definida como um agregado doméstico [...] composto por pessoas unidas por vínculos de aliança, consangüinidade ou outros laços sociais, podendo ser restrita ou alargada (MOREIRA, 2001, p. 22). Nesta definição, nota-se a ambigüidade motivada pela transição entre o período anterior 2 Conforme, ZORRO, 2005, Apostila da disciplina de Sociologia da Família, do Curso de Especialização em Desenvolvimento Pessoal e Familiar ofertado pela UEPG/IEF/UNISABANA.

12 16 às revoluções, representada pelas referencias à família alargada, com a tendência reducionista que começava a instalar-se refletida pelos vínculos de aliança matrimonial. A autora explica que na cultura ocidental, uma família é definida especificamente como um grupo de pessoas de mesmo sangue, ou unidas legalmente (como no matrimônio e na adoção). Muitos etnólogos argumentam que a noção de sangue como elemento de unificação familiar deve ser entendida metaforicamente; dizem que em muitas sociedades culturas não-ocidentais a família é definida por outros conceitos que não sangue. (MOREIRA, 2001). Explica ainda, que a família poderia sim se constituir de uma instituição normatizada por uma série de regulamentos de afiliação e aliança, aceitos pelos membros. Alguns destes regulamentos envolvem: a exogamia, a endogamia, o incesto, a monogamia, a poligamia e a poliandria. 3 Pudemos constatar que a família vem-se transformando através dos tempos, acompanhando as mudanças religiosas, econômicas e sócio-culturais do contexto em que se encontram inseridas. Ela aparece como um espaço sóciocultural que deve ser continuamente renovado e reconstruído e deve ser vista como um espaço político de natureza criativa e inspiradora. Assim, a família deverá ser encarada como um todo que integra contextos mais vastos como a comunidade em que se insere. A família é um sistema de membros interdependentes que possuem dois atributos: comunidade dentro da família e interação com outros membros. (STANHOPE, 1999, p. 492). 3 Estes conceitos se encontram explicados no Glossário

13 FAMÍLIA. Ferrari (2002, p. 28), define: família como a instituição de vários indivíduos que compartilham circunstâncias históricas, culturais, sociais, econômicas e afetivas. Família é uma unidade social emissora e receptora de acontecimentos históricos. Possui comunicação própria e determinada dinâmica. A autora ainda coloca que a Família é unidade de desenvolvimento de experiências, de realização ou de fracasso, de saúde ou de doença. (Ibid.). O conceito da família tem evoluído ao longo dos tempos, quer nas suas funções enquanto sistema quer nas funções de cada elemento que a compõe. Assim sendo, verifica-se, que o conceito de família não é fácil de caracterizar, variando de autor para autor. No Novo Dicionário Aurélio, encontramos que, sociologicamente, família é um grupo formado por indivíduos que são ou se consideram consangüíneos, uns dos outros, ou descendentes dum tronco comum ou estranho admitidos por adoção. (FERREIRA, 1975, p. 609). Compreendemos que a família representa um grupo social primário que influencia e é influenciado por outras pessoas e instituições. É um grupo de pessoas, ou número de grupos domésticos ligados por descendência (demonstrada ou estipulada), a partir de um ancestral comum, matrimônio ou adoção. Nesse sentido, o termo confunde-se com clã. Dentro de uma família existe algum grau de parentesco. Membros de uma família costumam compartilhar do mesmo sobrenome, herdado dos ascendentes diretos. A família é unida por

14 18 múltiplos laços capazes de manter os membros moralmente, materialmente e reciprocamente durante uma vida e durante as gerações. (ZORRO, 2005) O autor continua explicando que podemos entender por família a instituição mais antiga e primordial de um grupo social e, que a forma de sua estruturação é determinada pelos aspectos culturais e pelas hierarquias axiológicas de cada sociedade. Mostra que existe, cada vez mais, um distanciamento do conceito tradicional de família. A família tradicional apresentava-se com uma imagem de grupo atuante e mobilizado para a sobrevivência de um grupo mais numeroso e fortemente orientado pela lógica da transmissão de herança, garantindo deste modo à continuidade, enquanto que a família dos nossos dias se apresenta através de uma valorização da vida emocional e afetiva. Encontramos que historicamente, a família dispõe de um modo de funcionamento impar o amor algo que não se adquire nas prateleiras de qualquer supermercado, mas supõe, idealmente a gratuidade e a incondicionalidade. Assim, das inúmeras mudanças, algo permanece, ou seja, a preocupação com os filhos, que segundo Minuchin (1990), são hoje criados por muitas delas, com muito mais desvelo, amor, carinho e preocupação com seu bem estar e crescimento harmonioso. Podemos então, dizer que Minuchin (1990, p. 26), define família como um conjunto invisível de exigências funcionais que organiza a interação dos membros da família, considerando-a, igualmente, como um sistema, que opera através de padrões transacionais. O autor continua explicando que, sendo assim, no interior da família, os indivíduos podem constituir subsistemas, podendo estes ser formados pela geração, sexo, interesse e/ou função, havendo diferentes níveis de

15 19 poder, e onde os comportamentos de um membro, afetam e influenciam os outros membros. A família, como unidade social, enfrenta uma série de tarefas de desenvolvimento, diferindo em nível dos parâmetros culturais, mas possuindo as mesmas raízes universais. Szymanski (2002), em seu artigo Viver em família como experiência de cuidado mútuo, explica que Kaslow (2001), define o grupo familiar por meio de nove tipos de composição familiar: 1) Família nuclear, incluindo duas gerações, com filhos biológicos; 2) Famílias extensas, incluindo três ou quatro gerações; 3) Famílias adotivas temporárias; 4) Famílias adotivas, que podem ser bi-raciais ou multiculturais; 5) Casais; 6) Famílias monoparentais, chefiadas por pai ou mãe; 7) Casais homossexuais com ou sem crianças; 8) Famílias reconstituídas depois do divorcio; 9) Varias pessoas vivendo juntas, sem laços legais, mas com forte compromisso mutuo. (KASLOW, 2001, apud SZYMANSKI, 2002, p. 10). A autora diz que essa diversidade muda o modo de enfocar a estrutura familiar nuclear, como modelo de organização familiar, para a consideração das novas questões referentes à convivência entre as pessoas na família, sua relação com a comunidade mais próxima e com a sociedade mais ampla. (SZYMANSKI, 2002, p. 10). Cerveny (2001), também, fala que conceitos e pesquisas sobre famílias foram feitos e continuam a ser estudados por vários segmentos da ciência, em diferentes dimensões espaço-temporais e, que dificilmente, vamos conseguir esgotar o assunto. Segue citando algumas definições do que entendemos por categorias de família: de origem, extensa, nuclear, atual e substituta. Estaremos explicitando, a seguir, como define cada tipo.

16 20 Explica a Família de Origem [...] ligada aos conceitos de ascendência e descendência, pressupondo laços sanguíneos. Assim, a família de origem de um indivíduo, inclui seus pais e os pais desses, numa ascendência progressiva. (CERVENY, 2001, p. 21). Compreendemos este tipo de família, como sendo vista pelo resultado da bagagem genética. A autora diz que se serve das idéias de Bell (1975), para explicar o que é Família Nuclear [...] é uma unidade composta de pais e filhos, desenvolvida a partir de um relacionamento biológico. [...] É intacta formada por cônjuge em um primeiro casamento com seus filhos biológicos. (CERVENY, 2001, p. 22). Ela coloca que para Goode (1964) a família extensa pode ser vertical, com três ou mais gerações, ou lateral: pela adoção de outras unidades nucleares. (CERVENY, 2001, p. 21). E, afirma que, para ela este tipo de família pressupõe parentesco sangüíneo ou afinidade de pessoas ligadas entre si no tempo e no espaço e que se articulam com o presente. (Ibid). Encontramos em Cerveny (2001, p. 22) que para ela a Família Substituta [...] refere-se a uma família que assume a criação de uma ou mais pessoas com as quais não tem laços de parentesco. Entendemos que isto poderá acontecer por adoção ou em caráter de guarda temporária (família guardiã). Na família atual ou em qualquer outro modelo de composição familiar, citado ou não, usualmente descrito, pressupõe primeiro considerar a análise da estrutura emocional, em segundo lugar, o estudo da rotina da atividade familiar, das funções da vida familiar e em terceiro nível como as instituições políticas, econômicas, religiosas e urbanas influem na família e no grau de equilíbrio ou conflito entre ela e a sociedade.

17 ESTRUTURAS FAMILIARES. Consultando, Whaley e Wong encontramos que A família assume uma estrutura característica. Por estrutura entende-se, uma forma de organização ou disposição de um número de pessoas que se inter-relacionam de maneira específica e recorrente. (WHALEY e WONG, 1989 p.21). [...] estrutura familiar compõe-se de um conjunto de indivíduos com condições e em posições, socialmente reconhecidas, e com uma interação regular socialmente aprovada. (WHALEY E WONG, 1989, p.22) Falando ainda das idéias das autoras citadas, o texto mostra como elas explicam as diferentes divisões que a estrutura familiar tem recebido e como as caracterizam; A família pode então, assumir uma estrutura nuclear ou conjugal, que consiste em um homem, uma mulher e seus filhos, biológicos ou adoptados, [...] reformulando a sua constituição, quando necessário. Existem também famílias com uma estrutura de pais únicos ou monoparental, [...] a variação de estrutura nuclear tradicional [...] a fenômenos sociais, como o divorcio, óbito, abandono de lar, ilegitimidade ou adopção de crianças por uma só pessoa. (Ibid.). As autoras fazem referência à família extensa (ampliada) e/ou consangüínea dentro da estrutura familiar, e a outras formas alternativas de família e a descentralização dos papéis. Constatamos que para as autoras, a família ampliada ou consangüínea é outra estrutura, que consiste na família nuclear, mais os parentes diretos ou colaterais, existindo uma extensão das relações entre pais e filhos para avós, pais e netos. Afirmam que existe, também a família denominada de alternativa, sendo um exemplo delas, as famílias comunitárias. Dizem que as famílias comunitárias,

18 22 ao contrário dos sistemas familiares tradicionais, onde a total responsabilidade pela criação e educação das crianças se restringe aos pais e a escola que tem estruturação diversa. Nestas famílias, o papel dos pais é descentralizado, sendo que as crianças passam a ser da responsabilidade de todos os membros adultos. No que se refere ao tipo de relações pessoais que se apresentam numa família, fazemos referência a Lévi-Straus (1982,) que apresenta três tipos de relações: a de aliança (casal), a de filiação (pais e filhos) e a de consangüinidade (irmãos). Explica também, que é nesta relação de parentesco, de pessoas que se vinculam pelo casamento e/ou por uniões sexuais, que se geram os filhos. Entendemos com base nos autores citados que a família é um sistema social único composto por um grupo de pessoas cada qual com um papel definido. No entanto, embora diferenciados, possuem a engrenagem de um único sistema, apresentando-se como um todo. Apresentamos então, a família como um todo, espaço onde os membros se inter-relacionam, onde as ações, atitudes e experiências vividas influenciam todos os seus membros. E para que possamos entender melhor este sistema familiar e suas funções, consultamos a dissertação de mestrado de Padilha (2003). A autora na Abordagem Sistêmico-Integrativa utiliza-se da visão sistêmica do desenvolvimento humano para fundamentar a sua pesquisa chegando a algumas hipóteses sobre a influência das relações parentais na estruturação da personalidade. Para ela a abordagem [...] tem por referencial teórico o desempenho das funções parentais necessárias a um desenvolvimento integrado da personalidade

19 23 que, estruturaria um ser social humanizado, que respeitaria a si mesmo e a seus semelhantes. (PADILHA, 2003, p. 41). Concretamente, segundo a abordagem sistêmico-integrativa a família deverá criar mecanismos para que as funções parentais, maternas, paternas e de casal sejam desempenhadas para garantir o desenvolvimento integral da pessoa em sua integralidade. Segundo a abordagem Sistêmico-Integrativa, a Função materna tem as atribuições de Nutrição, Organização e vínculo; a Função paterna, de proteção, Limite e Direção e a Função Casal propicia o modelo de Companheirismo, sexualidade e Afetividade. Para exercer a Função Materna, é necessário que a mãe tenha um mínimo de organização para dispensar ao filho os cuidados básicos de alimentação, higiene, calor, aconchego etc., que vão garantir a sua sobrevivência. Ao ser atendido nas suas necessidades básicas, o bebê vai estruturando a confiança básica, a fé de que existem soluções para os problemas, que será à base de sua visão de homem e de mundo, e da sua própria capacidade de reorganização nas situações desestruturantes de frustração e conflito, na fase adulta. O vínculo que a mãe desenvolve com o filho no desempenho dessas tarefas é que vai proporcionar a ele a capacidade de vincular-se, ou seja, uma base de humanização para os futuros relacionamentos. Este é um dos aspectos fundamentais da importância da Função Materna na prevenção da violência e da doença mental. (PADILHA, 2003, p. 41). Se pensarmos na questão da afetividade, podemos correlacionar com a capacidade de estabelecer vínculos, criar laços e manter relações duradouras. Entendemos que quando a função materna não é bem desenvolvida a criança e,posteriormente, o adulto não desenvolve a capacidade de entregar-se a outra pessoa, confiar em um terceiro, de doar-se, de aconchegar-se. Se não recebi proteção, não sei proteger. A Função Paterna, assim como a Função Materna e a Função Casal, começam a ser desenvolvidas já na vida intra-uterina, quando o pai grávido protege a mãe, estabelecendo fronteiras entre ela e o social, dispensando-lhe os cuidados necessários ao seu equilíbrio físico e

20 24 emocional durante a gestação. Na relação direta com o filho, as atribuições de Proteção, Limite e Direção começam a ser desempenhadas quando a criança passa a enfrentar o mundo lá fora, onde terá que respeitar regras, limites e estabelecer metas, ter uma direção na vida. É o que vai propiciar ao ser humano a segurança necessária para a vivência no mundo, para enfrentar as dificuldades e frustrações, diferente de segurança desenvolvida pela Função Materna, que garante a sobrevivência. (PADILHA, 2003, p ) A autora mostra que a função paterna está ligada à direção e ao limite. Quando esta função é bem desenvolvida, muitos problemas da adolescência e da vida adulta podem ser evitados. Quando o pai ou a mãe se distancia do desenvolvimento adequado de suas funções estas repercutirão no comprometimento da formação da personalidade, que se manifestarão, na infância, dentro da própria família e na escola. Na adolescência com os pais, vida escolar e comunitária e na fase adulta no trabalho, em suas relações sociais, acadêmica e conjugal. Na função casal, o casal de pais, não necessariamente os pais biológicos, vai dar aos filhos, através do modelo de companheirismo, sexualidade e afetividade a matriz da convivência, da sobrevivência na relação com o outro, da estruturação e manutenção da família. A Função casal é percebida como a lapidação do desenvolvimento do ser humano, o seu aprimoramento, a sua individuação, no sentido que Carl Jung dá a esse termo, ou seja, o processo de totalização da personalidade. (Ibid, p. 42). Por função casal, entendemos os pais passando a seus filhos o modelo da vivência em família, de socialização, de conjugalidade, de transcendência, assim como de modelo de sexualidade reafirmando a identidade sexual das crianças e dos adolescentes. Ela ainda explica que [...] Uma pessoa que tenha internalizado as atribuições da Função Paterna, de Proteção, Limite e Direção, não será uma ameaça à sociedade. Terá

21 25 aprendido a respeitar regras, a não invadir o território do outro, saberá perseguir uma meta. Acrescentando a isso a confiança básica, desenvolvida através das atribuições da Função Materna, não se exporá a situações de perigo, de risco de vida sem necessidade; tendo uma autoimagem positiva e capacidade de se vincular, não se transformará no assassino frio que trata outro ser humano como se fosse apenas um instrumento, algo que se usa a um fim. (PADILHA, 2003, p. 42). Se pudéssemos imaginar todas as famílias com os pais desenvolvendo todas as funções parentais, certamente, teríamos pessoas confiantes, seguras, com projetos de vida, formando novas famílias com responsabilidade. Seriam diferentes das que se encontram em situação de abandono, violência, negação de direitos fundamentais a que a criança e o adolescente da atualidade estão submetidos e que, comprovadamente, segundo a abordagem sistêmico-integrativa esta família não conseguiu desenvolver integralmente suas funções parentais. Ferrari (2002, p.26), descreve que, [...] à integridade do Eu dependerá dos vínculos e da organização entre os agrupamentos de papéis sociais, psicológicos (ou psicodramáticos) e sociais. As variações e os desequilíbrios no acoplamento das estruturas desses papéis em seu desenvolvimento originam características e/ou distúrbios do EU. Compreendemos que para a autora todos os aspectos de desenvolvimento da pessoa devem ocorrer com integralidade. À medida que alguns aspectos de formação da personalidade não forem observados ou contemplados e, possivelmente, revistos, comprometerão respectivamente futuros vínculos e desenvolvimento de papéis, caracterizando a circularidade deste pensamento. O processo de desenvolvimento não é único e acabado ele acontece em todas as fases da vida da pessoa. Ela continua a elucidar que

22 26 desempenhar um papel não é algo aprendido subitamente e de forma acabada. Existe todo um processo de etapas de desenvolvimento que se superpõem e freqüentemente operam em conjunto. As primeiras vivências das crianças quanto à formação, percepção e aprendizado emocional relacionam-se estreitamente com o desenvolvimento da Matriz de identidade. Constituindo dessa forma o primeiro processo de aprendizagem emocional da criança. (Ibid). Ferrari (2002, p. 26), ainda explica que para Moreno, numa fase inicial ocorre à identidade do Eu com o Tu. Isto quer dizer que, a criança confunde seu eu com as coisas e as pessoas ao seu redor. Ela não faz esta distinção. A autora continua dizendo que para o autor que cita, na segunda vivência da criança [...] ocorre o reconhecimento do Eu, de suas peculiaridades como pessoa, aos poucos vai percebendo que existe algo que não é ela. Depois vai tendo a consciência do Eu e do Tu. E em um terceiro momento ocorre a separação da realidade e fantasia; surgem os papéis sociais (relativos ao mundo real) e os psicológicos (relativos ao mundo da fantasia). (MORENO, apud FERRARI, 2002, p. 26) Entendemos que para a criança o seu reconhecimento como pessoa acontece aos poucos, e isso, faz com que ela tome consciência do mundo real. A autora continua sua explanação, citando as idéias de KorczaK (1983), que mostra de forma poética essa fase de reconhecimento do Eu e do Tu: O seio: uma nuvem clara, um perfume, o calor, isto é bom. A criança lambe o peito e fixa os olhos nesta coisa estranha que aparece sempre acima do seio, esta coisa que envia um sopro quente e emite sons. Não sabe que este seio, este rosto e estas mãos familiares constituem um conjunto, uma coisa só; (...) Chega o dia em que o rosto de sua mãe não é mais uma sombra, porque foi longa e sistematicamente explorado. Mil vezes a criança a pegou pelo nariz, tocou seus cabelos e seus olhos, tão engraçados porque às vezes são brilhantes às vezes embaçados, escondidos pelas pálpebras. Quanta vez abriu a boca da sua mãe para olhar para dentro, inspecionar os dentes, circunspecto sério, a testa franzida. Muitas vezes, querendo divertir a criança nos atrapalhamos a exploração com conversas inúteis e beijos inoportunos. Pensávamos que ela estava brincando, quando, na verdade, estudava. Agora têm em seu ativo algumas certezas e suposições que pedem para ser verificadas. (KORCZAK, 1983, apud FERRARI, 2002, p ).

23 27 Este interesse pela mãe ou pelo responsável ocorre desde o nascimento até o terceiro mês ou quarto mês de vida como mostram Aberasturi e Salas (1984) citados por Ferrari (2002, p ), explicam que: [...] Entre o terceiro e o quarto mês produzem-se mudanças fundamentais em sua mente e em seu corpo; já conhece sua mãe, ama-a e rejeita-a (morde, arranha, bate o pé, chora ao vê-la), sente-se amado e rejeitado por ela; toca-a e começa a brincar com seu corpo e pouco a pouco vai se preparando para seu definitivo encontro com o pai. Ama e odeia os dois alternadamente. A perda do vínculo exclusivo com a mãe e a necessidade de um terceiro (que é a figura do pai, não importa se real ou substituto) determina uma nova primazia de necessidades na vida do menino. Mas não é suficiente à presença do pai; é necessário que ele também encontre uma forma de comunicação adequada às necessidades de paternidade do filho que, se bem que parecidas com as da maternidade, tem matizes diferentes. Um pai que possa banhar o filho alimentá-lo, brincar com ele, sair com ele, é importante. O é mais ainda se reforça sua união com a mãe e oferece ao filho o casal como fonte de identificação e como primeira imagem social, de comunidade, que tem o individuo. Através destas idéias pudemos notar que a criança necessita de uma figura afetiva estável para ir, por intermédio dela, construindo sua identidade. (FERRARI, 2002, p.28). Se isto não ocorrer, poderá ter dificuldades em seu processo de identificação, que será conturbado se este contexto não for protetor e continente. Esse ambiente em geral é denominado família. (Ibid). Muitos autores mostram que o conceito de família nos remete, obrigatoriamente, aos conceitos de papéis e funções, que são desempenhados por seus membros, os quais estaremos descrevendo e tentando distinguir, nos itens seguintes Papéis na Família De acordo com a autora Stanhope (1999, utilizando idéias de NYE) ela explica que

24 28 [...] em todas as famílias, independentemente da sociedade, cada membro ocupa uma determinada posição [...]: marido, mulher, filho ou irmão, sendo orientados por papéis. [...] começando pelos adultos na família, os seus papéis variam muito. A socialização da criança, relacionada com as atividades contribuintes para o desenvolvimento das capacidades mentais e sociais da criança; os cuidados às crianças tanto físicos como emocionais, visando o seu desenvolvimento saudável; o papel de suporte familia que inclui a produção e/ou obtenção de bens e serviços necessários à família; o papel de encarregados dos assuntos domésticos, onde estão incluídos os serviços domésticos, que visam o prazer e o conforto dos membros da família. Continuando sua explicação, a autora, Stanhope (1999, p. 502) mostra ainda, que para NYE [...] o papel de manutenção das relações familiares, relacionado com a manutenção do contacto com parentes e implicando a ajuda em situações de crise; os papéis sexuais, relacionados com as relações sexuais entre ambos os parceiros; o papel terapêutico, que implica a ajuda e apoio emocional quando dos problemas familiares; o papel recreativo, relacionado com o proporcionar divertimentos à família, visando o relaxamento e desenvolvimento pessoal. Relativamente aos papéis dos irmãos, estes são promotores e receptores, em defensores e protectores, interpretando o mundo exterior, ensinando os outros sobre eqüidade [...]. Compreendemos que, ao exercer estes papéis de modo simultâneo, estarão atuando no processo de socialização na família, ajudando a estabelecer e manter as normas, promovendo o desenvolvimento da cultura familiar. Interpretando os autores citados concluímos que os papéis desenvolvidos pelos membros das famílias em seus respectivos núcleos devem apresentar certa flexibilidade permitindo quando necessário à inversão ocasional deles. Dentro da disciplina sociologia da família, que foi ministrada no curso de Especialização Desenvolvimento Pessoal e Familiar ofertado pela UEPG/IEF/UNISABANA, em Zorro (2005, apoiando-se nas idéias de Adán, José Peres) ele define o papel da família como sendo:

25 29 - Papel intermediário em todos os processos sociais e individuais. - Formadora de critérios para que os membros da família possam ver o mundo por uma lente, encontrando sentido para as coisas. - Transmissora da cultura para seus filhos. - Fortalecedora das capacidades a fim de que as pessoas disponham de elementos para amar, discernir, sonhar e criar. - Estimuladora da realização pessoal, social, cultural, ambiental, econômico e político. - Promotora do reconhecimento dos valores, capacidades e oportunidades. - Ensina a pensar no futuro (ZORRO, 2005, p. 6). Analisando esses papéis, podemos constatar a responsabilidade da família no desenvolvimento global de seus filhos. Ao mesmo tempo, que percebemos sua importância dentro do grupo comunidade, sociedade em geral, e como é imprescindível que ela desempenhe esses papéis com eficiência e eficácia Funções da Família Encontramos em Minuchin (1990) que como os papéis, as funções estão igualmente implícitas nas famílias, [...]. As famílias como agregações sociais, ao longo dos tempos, assumem ou renunciam funções de proteção e socialização dos seus membros, (MINUCHIN, 1990). Elas fazem isso, para atenderem aspectos da vida familiar, necessários a vida da comunidade a que pertencem. Tendo em mente esta perspectiva, para Minuchin (1990, p.25 a 69), as funções da família regem-se por dois objetivos, sendo um de nível interno, como a proteção psicossocial dos membros, e outro de nível externo, como a acomodação a uma cultura e sua transmissão. O autor ainda coloca que, para dar conta disso, a família deve então, responder às mudanças internas e externas, de modo a atender às novas

26 30 circunstancias sem, no entanto, perder a continuidade, proporcionando sempre um esquema de referência para os membros.(minuchin,1990). Fica claro para nós que, as pessoas da família desempenhando suas funções, corretamente, servem de modelos para as atitudes e ações dos outros membros. Destacamos, ainda que existe conseqüentemente, uma dupla responsabilidade, isto é, a de dar resposta às necessidades quer dos seus membros, quer da sociedade. (STANHOPE, 1999). Referindo-se à formação dos filhos e discorrendo sobre duas funções legítimas dos pais, como matrizes no desenvolvimento psicológico das crianças, bem como, para a construção do seu espaço para a vida social, Ferrari (2002, p. 89), explica que são elas: à socialização e a reprodução ideológica. A primeira refere-se a família como núcleo de procriação, cuja função principal é a formação da personalidade dos indivíduos e a socialização primaria das crianças. A segunda função diz respeito à família como espaço de transmissão de hábitos, costumes, idéias, valores, padrões de comportamento. Observando as funções descritas pela autora, novamente precisamos refletir sobre a enorme responsabilidade da família no cumprimento dessas funções, e a profundidade que tem a segunda função proposta por ela. Falando sobre o mesmo tema, encontramos que Stanhope (1999) identifica como funções familiares, as seguintes: [...] Geradora de afeto, entre os membros da família; proporcionadora de segurança e aceitação pessoal, promovendo um desenvolvimento pessoal natural; proporcionadora de satisfação e sentimento de utilidade das atividades que satisfazem seus membros da família; asseguradora da continuidade das relações, proporcionando relações duradouras entre familiares; proporcionadora de estabilidade e socialização,

27 31 assegurando a continuidade da cultura da sociedade correspondente; impositora da autoridade e do sentimento do que é correto, relacionando com a aprendizagem das regras, normas, direitos e obrigações características das sociedades humanas. Além destas funções, Ferrari (2002), acrescenta ainda uma função relativa à saúde, na medida, em que a família protege a saúde dos seus membros, promove apoio e resposta às necessidades básicas em situações de doença. A família, como uma unidade social, desenvolve um sistema de valores, crenças e atitudes face à saúde e doença que são expressas e demonstradas através dos comportamentos dos seus membros (estado de saúde da família).(ferrari, 2002, p. 28). Compreendemos, que tendo que desenvolver bem, todas estas funções é enorme a incumbência da família. Entendemos que a família tem como função primordial à de proteção, tendo, sobretudo, potencialidades para dar apoio emocional aos seus membros, para a resolução de problemas e conflitos, podendo formar uma barreira defensiva contra agressões externas. É a família quem deve ajudar a manter a saúde física e mental do individuo, por constituir-se o maior recurso natural para lidar com situações que podem causar stress, ou outros problemas, associados à vida na comunidade. O tema família, nas idéias de Stanhope (1999), traz, também, discussões sobre as necessidades fundamentais da criança, e coloca como sendo: [...] à necessidade mais básica da criança, como a figura materna, que a alimenta protege e ensina, assim cria um apego individual seguro, contribuindo para um bom desenvolvimento da família e conseqüentemente para um bom desenvolvimento da criança. A família é então, para a criança, um grupo significativo de pessoas, de apoio, os pais, ou tutores, os irmãos, entre outros. Assim, a criança assume um lugar relevante na unidade familiar, onde se sente segura. O processo de socialização que a família assume, é muito importante, pois ela é que

28 32 modela e programa o comportamento e o sentido da identidade da criança. A família delimita áreas de autonomia, que a criança experiência, como a separação. A família tem também, um papel essencial para com a criança, que é o da afetividade, o alimento afetivo é tão imprescindível como os nutrientes orgânicos. Sem o afeto de um adulto, o ser humano enquanto criança não desenvolve a sua capacidade de confiar e de se relacionar com o outro. A família constitui o primeiro, e o mais importante grupo social de toda a pessoa, bem como a sua referência, estabelecido através das relações e identificações que a criança criou durante o seu desenvolvimento. (STANHOPE,1999 p. 503). A autora, ainda confirma a importância do desenvolvimento real das funções parentais dentro do sistema familiar, bem como, acentua a família como primeiro espaço de socialização para o desenvolvimento da criança e do adolescente. Remete, também, para a função familiar o estabelecimento de vínculos, o desenvolvimento da afetividade e de espaço de proteção, segurança e satisfação das necessidades básicas à formação integral da pessoa. Zorro (2005, utilizando-se das idéias de Adán José Perez), define Função Familiar como: - Unidade de produção econômica e centro de consumo. - Responsável pelos cuidados dos menores e dos anciãos. - Formadora da personalidade das crianças (estruturas psíquicas) -Transmissora de valores cultuais e religiosos (culturalização) - Lugar de socialização primária e secundária (culturalização: valores, atitudes, motivações, comportamentos, oportunidades e apoio). - A família pode influenciar na transformação da sociedade. - Âncora da responsabilidade individual: estabilização social e controle sócio cultural. - Preparar e proteger os membros para entregar para a esfera pública. - Matrimônio instrumento para proteger e preservar a estabilidade da família - Dar aos filhos a capacidade de pensar e refletir. - De sobrevivência, de proteção, de afeto, de reconhecimento e de apoio à geração na busca de oportunidades de desenvolvimento pessoal, físico e emocional. Compreendemos que os autores consultados reconhecem que a família pode vir a perder algumas de suas funções, porém, todos eles deixam claro, que ela não pode deixar de exercer as que irão garantir a estabilização da pessoa

29 33 adulta, nos aspectos psicológico e social e, no processo de socialização primária da família. A responsabilidade dos pais é muito grande, nesse sentido. 1.4 Família funcional e disfuncional Para VANEGAS (2005, p.1), as famílias nas sociedades modernas necessitam ser dinâmicas, evolutivas e tem funções que devem cumprir durante a sua etapa de desenvolvimento, principalmente as funções de afeto, socialização, cuidado, reprodução e status familiar. 4 A autora explica que a disfunção familiar é entendida como o não cumprimento de algumas funções, devido a alterações nos subsistemas familiares, 5 (Ibid.), e são provocadas por crises familiares vivenciadas pelos seus membros. Mostra ainda, que, o estado de saúde adequado é necessário para o funcionamento da família, considerando o modo de vida do indivíduo, suas condições e estilo de vida. Diz que, geralmente, o homem pertence, vive e se desenvolve dentro de um grupo social primário denominado de família. A autora afirma que a família como grupo social deve cumprir algumas funções básicas que são: a função econômica, a biológica, cultural e espiritual. 6 (VANEGAS, 2005, p. 1). Coloca que o fato da família ser capaz de satisfazer as 4 Las famílias aún em las sociedades más modernas necesitan ser dinámicas, evolutivas y tienen funciones que se deben cumplir durante las etapas de desarrollo de la misma, principalmente en las funciones de afecto, socialización, cuidado, reproducción y estatus familiar (VANEGAS, 2005, p. 1). 5 La disfunción familiar se entiende como el no-cumplimiento de alguna/s de estas funciones por alteración el algunos de los subsistemas familiares. (Ibid). 6 La família como grupo social debe cumplir algumas funciones básicas que son [...]: la función económica, la biológica y la educativa, cultural e espiritual. (VANEGAS, 2005,p.1).

30 34 necessidades básicas, materiais e espirituais de seus membros, atuando como um sistema de apoio 7 (Ibid.), é que lhe dá credibilidade. Segundo SOUZA (2005) alguns autores entendem que a família se faz disfuncional quando não tem capacidade de assumir as mudanças e quando a rigidez de suas de regras impede o próprio ciclo de desenvolvimento de seus membros. Outros autores, já definem como características disfuncionais, às dificuldades intrafamiliares e o não cumprimento das funções básicas. Para medir o funcionamento familiar a autora define alguns critérios: 1- Cumprimento eficaz de suas funções, econômica, biológica e cultural espiritual. 2- Que o sistema permita o desenvolvimento da identidade pessoal e a autonomia de seus membros - Estabelecendo limites claros, fronteiras psicológicas entre as pessoas que permitam preservar seu espaço vital. 3- Flexibilidade das regras em situações de crise e para solução de conflitos. Quando as tarefas e papéis estão claros e aceitos pelos membros da família. As relações matrimoniais devem estar em sistema de hierarquia horizontal e com os filhos deve ser vertical. 4- Comunicação clara, coerente e afetiva que permita compartilhar os problemas. 5- Capacidade de adaptação às mudanças. (SOUZA, 2005 p. 3). A partir dessas idéias, podemos deduzir que para ser uma família funcional, ela deve atender a todos estes indicadores, possibilitando que seu funcionamento seja adequado e dando possibilidades a seus membros de se desenvolver em todos os aspectos de sua personalidade. Segundo a autora, [...] a principal característica que deve ter uma família funcional é que promova um desenvolvimento favorável a saúde de seus membros, para o qual é imprescindível que tenha: hierarquias claras, limites claros e 7 [..] capaz de satisfazer las necesidades básicas materiales y espirituales de sus miembros, atuando como sistema de apoio. (Ibid.)

31 35 definidos, comunicação aberta e explícita e capacidade de adaptação às mudanças. (SOUZA, 2005, p.4). Analisando essas idéias, Muszkat (2003, p. 25), diz que a palavra disfuncionais aqui é utilizado em oposição a desorganizadas, que pressupõe uma forma de organização ideal. Disfuncional se refere às famílias nas quais as figuras parentais não conseguem exercer suas funções. A autora adota os termos [...] família funcional e família disfuncional em contraposição a idéia comum de que famílias são organizadas ou desorganizadas. Entende que uma família que não esteja estruturada dentro de um modelo convencional, em que coabitam pais e filhos, não tem necessariamente sua funcionalidade afetada. A idéia de funcionalidade ou disfuncionalidade, diz respeito ao exercício de funções parentais, estas sim determinantes na organização e no desenvolvimento de seus membros. Por sua vez, a idéia associada à organização e desorganização tende a vir carregada de conotação normatizadora, assim como pensada dentro do modelo de masculinidade hegemônica. (MUSZKAT, 2003). Partindo dessas reflexões sobre o conceito, papéis e funções da família a Política de Assistência Social, em dezembro de 2003, na IV Conferência Nacional de Assistência Social, foi aprovada uma nova agenda política para o reordenamento da gestão das ações descentralizadas e participativas de Assistência Social no Brasil, as Diretrizes e Bases para uma política na perspectiva de um Sistema Único. Nele surgiu a discussão do papel da família como política pública criando novos espaços para defesa e atenção aos interesses sociais dos grupos familiares e ao território em que esta inserida. A política pública de Assistência Social e a política de proteção às pessoas, as circunstâncias e dentre elas, o seu principal núcleo de apoio: a família.

32 A POLÍTICA PÚBLICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL E A CENTRALIDADE NA FAMÍLIA Podemos dizer que foi após essa nova agenda que a Assistência Social inicia seu trâmite para o campo dos direitos, da universalização dos acessos e da responsabilidade estatal. A Assistência Social como política pública de proteção social se configura como uma situação nova para o Brasil. Apenas em 1988, na Constituição Federal, a Assistência Social passou a integrar o Sistema de Seguridade Social, como política pública não contributiva, pautada pela universalidade da cobertura e do atendimento, ao lado da saúde (não contributiva) e da Previdência Social (contributiva). Isso significa que a Assistência Social é hoje um dever do Estado e um direito de quem dela necessitar, independentemente de contribuição a Seguridade Social.(Constituição Federal, art. 203). As definições legais atinentes à regulamentação da Política Pública da Assistência social, no período entre 1993 e 2003, estão estabelecidas em três instrumentos principais, a saber: a Lei Orgânica da Assistência Social LOAS; o primeiro texto da Política Nacional de Assistência Social (PNAS), de 1988, e as Normas Operacionais Básicas (NOB/97) e (NOB/98). Acreditamos que a política de Assistência Social é um espaço para a defesa e atenção dos interesses sociais, particularmente das famílias, seus membros e para a população mais pobre e excluída da sociedade. Em 1993, a Lei Orgânica da Assistência Social LOAS, que é a Lei Federal n , (anexo A), que dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências, foi quem veio regulamentar a Assistência Social de acordo

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