Superior Tribunal de Justiça

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1 RECURSO ESPECIAL Nº MT (2004/ ) RELATOR : MINISTRO FRANCIULLI NETTO RECORRENTE : ÔMEGA CONTABILIDADE E ASSESSORIA S/C LTDA ADVOGADO : CARLOS ALBERTO DO PRADO E OUTRO RECORRIDO : MUNICÍPIO DE CUIABÁ ADVOGADO : JOSÉ ADELAR DAL PISSOL E OUTROS EMENTA RECURSO ESPECIAL - ALÍNEAS "A" E "C" - TRIBUTÁRIO - ISS - AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC - MUNICÍPIO COMPETENTE PARA RECOLHIMENTO DO IMPOSTO - LOCAL DA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO - SOCIEDADE COMPOSTA POR ADVOGADOS E CONTADORES - PRETENSÃO DE RECOLHIMENTO DO IMPOSTO POR MEIO DE ALÍQUOTAS FIXAS SOBRE CADA PROFISSIONAL HABILITADO - IMPOSSIBILIDADE - SOCIEDADE PLURIPROFISSIONAL. No que se refere à alegada violação do artigo 535 do Código de Processo Civil, verifica-se que inexiste qualquer eiva a ser sanada no v. acórdão recorrido. A egrégia Primeira Seção desta colenda Corte Superior de Justiça pacificou o entendimento de que o Município competente para realizar a cobrança do ISS é o do local da prestação dos serviços onde se deu a ocorrência do fato gerador do imposto. Precedentes: AgRg no AgRg no Ag /RJ, Relator Ministro Teori Albino Zavascki, DJU , REsp /PR, Rel. Min. Francisco Peçanha Martins, DJ , REsp /ES, Rel. o subscritor deste, DJ e EREsp /CE, Rel. p/ acórdão Min. Nancy Andrighi, DJ ). "O art. 9º, 1º e 3º, do Decreto-lei n.º 406/68 estabelece alguns requisitos, sem os quais a sociedade estará obrigada a recolher o ISS com base na sistemática geral, vale dizer, sobre o valor do seu Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 31/05/2006 Página 1 de 15

2 faturamento. São eles: a) que a sociedade seja uniprofissional; b) que os profissionais nela associados ou habilitados prestem serviços em nome da sociedade, embora sob responsabilidade pessoal" (REsp /RJ, Relator Ministro Castro Meira, DJU ). No mesmo sentido: REsp /CE, Relator Ministro Castro Meira, DJ e REsp /MG. Rel. Ministro Francisco Peçanha Martins, DJU É imprescindível, portanto, que a sociedade seja uniprofissional, ou seja, que todos os seus integrantes pertençam à mesma categoria profissional. No caso dos autos, consoante restou consignado no v. acórdão recorrido, "a apelante compõe-se de três sócios, sendo um advogado, um advogado e contador e o outro contador " (fl. 130). Dessa forma, embora as profissões de contador e advogado estejam incluídas nos itens 25 e 88 da Lista anexa ao DL n. 406/68, trata-se de sociedade pluriprofissional, o que afasta a possibilidade de aplicação da regra inserta no artigo 9º, 1º e 3º, do referido Decreto. Recurso especial provido em parte tão-somente para reconhecer que o Município competente para realizar a cobrança do ISS é o do local da prestação dos serviços, onde se deu a ocorrência do fato gerador do imposto. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça "A Turma, por unanimidade, deu parcial provimento ao recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro-Relator." Os Srs. Ministros João Otávio de Noronha, Castro Meira, Francisco Peçanha Martins e Eliana Calmon votaram com o Sr. Ministro Relator. Brasília (DF), 06 de setembro de 2005 (Data do Julgamento) Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 31/05/2006 Página 2 de 15

3 MINISTRO FRANCIULLI NETTO, Relator. MINISTRO JOÃO OTÁVIO DE NORONHA Presidente da Segunda Turma Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 31/05/2006 Página 3 de 15

4 RECURSO ESPECIAL Nº MT (2004/ ) RECORRENTE ADVOGADO RECORRIDO ADVOGADO : ÔMEGA CONTABILIDADE E ASSESSORIA S/C LTDA : CARLOS ALBERTO DO PRADO E OUTRO : MUNICÍPIO DE CUIABÁ : JOSÉ ADELAR DAL PISSOL E OUTROS RELATÓRIO O EXMO. SR. MINISTRO FRANCIULLI NETTO (RELATOR): Cuida-se de recurso especial, interposto por Ômega Contabilidade e Assessoria S/S Ltda., co fundamento nas alíneas "a" e "c" do inciso III do artigo 105 da Constituição da República, contra v. acórdão proferido pelo egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso, cuja ementa guarda o seguinte teor: "APELAÇÃO CÍVEL - EMPRESA - TRIBUTAÇÃO - ISSQN - INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA - ART. 12 DO DL N. 406/68 - SENTENÇA CONFIRMADA - APELO IMPROVIDO. O ISSQN e recolhido do rendimento total da Empresa, conforme determina o 3º da Lei Complementar n. 43/97, com alterações introduzidas pela Lei n. 58/99. O local da incidência tributária do ISSQN ocorre nos termos do art. 12 do DL n. 406/68" (fl. 127). Alega a recorrente que houve ofensa ao disposto no artigo 535, I e II, do CPC. Nesse sentido, aduz que não houve observância do pedido de nulidade do julgado monocrático por ausência de fundamentação e que há contradição no julgado, na medida em que o fundamento do acórdão foi favorável à recorrente, mas a conclusão lhe foi desfavorável. Para configurar a divergência jurisprudencial, quanto à competência para cobrança do ISS, chama à colação julgados do próprio Tribunal de Justiça do Estado do Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 31/05/2006 Página 4 de 15

5 Mato Grosso e de outros tribunais. É o relatório. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 31/05/2006 Página 5 de 15

6 RECURSO ESPECIAL Nº MT (2004/ ) EMENTA RECURSO ESPECIAL - ALÍNEAS "A" E "C" - TRIBUTÁRIO - ISS - AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC - MUNICÍPIO COMPETENTE PARA RECOLHIMENTO DO IMPOSTO - LOCAL DA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO - SOCIEDADE COMPOSTA POR ADVOGADOS E CONTADORES - PRETENSÃO DE RECOLHIMENTO DO IMPOSTO POR MEIO DE ALÍQUOTAS FIXAS SOBRE CADA PROFISSIONAL HABILITADO - IMPOSSIBILIDADE - SOCIEDADE PLURIPROFISSIONAL. No que se refere à alegada violação do artigo 535 do Código de Processo Civil, verifica-se que inexiste qualquer eiva a ser sanada no v. acórdão recorrido. A egrégia Primeira Seção desta colenda Corte Superior de Justiça pacificou o entendimento de que o Município competente para realizar a cobrança do ISS é o do local da prestação dos serviços onde se deu a ocorrência do fato gerador do imposto. Precedentes: AgRg no AgRg no Ag /RJ, Relator Ministro Teori Albino Zavascki, DJU , REsp /PR, Rel. Min. Francisco Peçanha Martins, DJ , REsp /ES, Rel. o subscritor deste, DJ e EREsp /CE, Rel. p/ acórdão Min. Nancy Andrighi, DJ ). "O art. 9º, 1º e 3º, do Decreto-lei n.º 406/68 estabelece alguns requisitos, sem os quais a sociedade estará obrigada a recolher o ISS com base na sistemática geral, vale dizer, sobre o valor do seu faturamento. São eles: a) que a sociedade seja uniprofissional; b) que os profissionais nela associados ou habilitados prestem serviços em nome da sociedade, embora sob responsabilidade pessoal" (REsp /RJ, Relator Ministro Castro Meira, DJU ). No mesmo sentido: REsp Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 31/05/2006 Página 6 de 15

7 /CE, Relator Ministro Castro Meira, DJ e REsp /MG. Rel. Ministro Francisco Peçanha Martins, DJU É imprescindível, portanto, que a sociedade seja uniprofissional, ou seja, que todos os seus integrantes pertençam à mesma categoria profissional. No caso dos autos, consoante restou consignado no v. acórdão recorrido, "a apelante compõe-se de três sócios, sendo um advogado, um advogado e contador e o outro contador " (fl. 130). Dessa forma, embora as profissões de contador e advogado estejam incluídas nos itens 25 e 88 da Lista anexa ao DL n. 406/68, trata-se de sociedade pluriprofissional, o que afasta a possibilidade de aplicação da regra inserta no artigo 9º, 1º e 3º, do referido Decreto. Recurso especial provido em parte tão-somente para reconhecer que o Município competente para realizar a cobrança do ISS é o do local da prestação dos serviços, onde se deu a ocorrência do fato gerador do imposto. VOTO O EXMO. SR. MINISTRO FRANCIULLI NETTO (RELATOR): No que se refere à alegada violação do artigo 535 do Código de Processo Civil, verifica-se que inexiste qualquer eiva a ser sanada no v. acórdão recorrido. Com efeito, "não ocorre omissão quando o acórdão deixa de responder exaustivamente a todos os argumentos invocados pela parte, certo que a falha deve ser aferida em função do pedido, e não das razões invocadas pelo litigante. Não há confundir ponto do litígio com argumento trazido à colação pela parte, principalmente quando, para a solução da lide, bastou o exame de aspectos fáticos, dispensando o exame da tese, por mais sedutora que possa parecer. Se o acórdão contém suficiente Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 31/05/2006 Página 7 de 15

8 fundamento para justificar a conclusão adotada, na análise do ponto do litígio, então objeto da pretensão recursal, não cabe falar em omissão, posto que a decisão está completa, ainda que diversos os motivos acolhidos seja em primeira, seja em segunda instância. Os embargos declaratórios devem referir-se a ponto omisso ou obscuro da decisão e não a fatos e argumentos mencionados pelas partes." (Embargos , de , 1º TAC SP, Rel. Juiz Márcio Bonilha, in "Dos Embargos de Declaração ", Sônia Márcia Hase de Almeida Baptista, Ed. Revista dos Tribunais, 2ª ed.). Sobreleva notar que ao tribunal toca decidir a matéria impugnada e devolvida. A função teleológica da decisão judicial é a de compor, precipuamente, litígios. Não é peça acadêmica ou doutrinária, tampouco se destina a responder a argumentos, à guisa de quesitos, como se laudo pericial fosse. Contenta-se o sistema com a solução da controvérsia observada a res in jiudicium deducta. De outra parte, no que se refere à alegada divergência jurisprudencial, oportuno observar, inicialmente, que não são aptos à configuração do dissídio precedentes oriundos do próprio Tribunal em que prolatado o acórdão recorrido. Em relação aos demais precedentes à colação, divergência jurisprudencial quanto ao município competente para a cobrança do ISS, nada obstante a autora tenha deixado de realizar o cotejo analítico, trata-se de notória divergência jurisprudencial, a autorizar o conhecimento do recurso. Com efeito, na linha dos precedentes apontados pela recorrente, a egrégia Primeira Seção desta colenda Corte Superior de Justiça pacificou o entendimento de que o Município competente para realizar a cobrança do ISS é o do local da prestação dos serviços onde se deu a ocorrência do fato gerador do imposto. Essa interpretação harmoniza-se com o disposto no artigo 156, III, da Constituição Federal, que atribui ao Município o poder de tributar as prestações ocorridas em seus limites territoriais. A respeito do tema, segue a lição de Roque Antonio Carrazza: Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 31/05/2006 Página 8 de 15

9 "A Constituição traçou a regra-matriz de todos os tributos. Esta regra-matriz - que vincula o Poder Legislativo das várias pessoas políticas - indica, dentre outras coisas, o aspecto espacial possível da hipótese de incidência de cada exação (ou seja, os limites do aspecto espacial da hipótese de incidência dos tributos). O postulado vale também para o ISS. De acordo com a Constituição, este imposto só pode alcançar os serviços de qualquer natureza (exceto os referidos no art. 155, II, da CF) prestados no território do Município tributante. Por quê? Porque nosso Estatuto Magno adotou um critério territorial de repartição das competências impositivas que exige que a única lei tributária aplicável seja a da pessoa política em cujo território o fato imponível ocorreu. De conseguinte, por injunção constitucional, a lei que cria, in abstrato, o ISS só pode irradiar efeitos sobre os serviços prestados no território do Município que a editou. Nem mesmo a lei complementar nacional pode alterar a seguinte diretriz da Lei das Leis: 'O ISS é sempre devido no Município onde o serviço for efetivamente prestado, ainda que seu prestador esteja domiciliado ou sediado em outro Município'" (in "Curso de Direito Constitucional Tributário ", 18ª ed., São Paulo: Malheiros Editores, p. 844). deste Sodalício: Na esteira desse entendimento, têm-se inúmeras decisões emanadas "PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. OMISSÃO. NÃO-OCORRÊNCIA. ISS. COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO EM QUE OCORREU A PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 31/05/2006 Página 9 de 15

10 1. Não viola o artigo 535 do CPC, nem importa negativa de prestação jurisdicional, o acórdão que, mesmo sem ter examinado individualmente cada um dos argumentos trazidos pelo vencido, adotou, entretanto, fundamentação suficiente para decidir de modo integral a controvérsia posta. 2. A 1ª Seção do STJ firmou orientação no sentido de considerar competente para a cobrança do ISSQN o Município em que ocorreu o fato gerador, ou seja, aquele onde se deu a prestação dos serviços. 3. Agravo regimental a que se nega provimento" (AgRg no AgRg no Ag /RJ, Relator Ministro Teori Albino Zavascki, DJU ); ****************************** "TRIBUTÁRIO ISS SERVIÇOS DE COMPOSIÇÃO GRÁFICA MUNICÍPIO COMPETENTE PARA EXIGIR LOCAL DA REALIZAÇÃO DO FATO GERADOR INTERPRETAÇÃO DO ART. 12 DO DECRETO-LEI 406/68 PRECEDENTES. - Consoante iterativa jurisprudência desta eg. Corte, o Município competente para a cobrança do ISS é aquele em cujo território se realizou o fato gerador, em atendimento ao princípio constitucional implícito que atribui àquele Município, o poder de tributar os serviços ocorridos em seu território. - Executados os serviços de composição gráfica em estabelecimentos localizados em outros municípios, não tem a Municipalidade de Curitiba competência para exigir ISS referente a esses Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 31/05/2006 Página 10 de 15

11 fatos geradores. - Recurso especial não-conhecido" (REsp /PR, Rel. Min. Francisco Peçanha Martins, DJ ); ****************************** "RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. ISS. COMPETÊNCIA. MUNICÍPIO DO LOCAL DA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. ENTENDIMENTO PACIFICADO NESTE SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. A egrégia Primeira Seção desta colenda Corte Superior de Justiça pacificou o entendimento de que o Município competente para realizar a cobrança do ISS é o do local da prestação dos serviços, onde se deu a ocorrência do fato gerador do imposto. 'De acordo com a Constituição, este imposto só pode alcançar os serviços de qualquer natureza (exceto os referidos no art. 155, II, da CF) prestados no território do Município tributante. Por quê? Porque nosso Estatuto Magno adotou um critério territorial de repartição das competências impositivas que exige que a única lei tributária aplicável seja a da pessoa política em cujo território o fato imponível ocorreu' (Roque Antonio Carrazza, in 'Curso de Direito Constitucional Tributário', 18ª ed., Malheiros Editores, São Paulo: p. 844). Recurso especial provido" (REsp /ES, Rel. o subscritor deste, DJ ); ****************************** No mesmo sentido: EREsp /CE, Rel. p/ acórdão Min. Nancy Andrighi, DJ Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 31/05/2006 Página 11 de 15

12 Alega a recorrente, ainda, que por se tratar de "sociedade prestadora de serviços de profissões regulamentadas e sob a forma de trabalho pessoal e união de esforços, onde os profissionais assumem a responsabilidade e, encontrando-se entre aquelas enumeradas pelo Decreto-Lei n. 406/68, deve ser tributada a título de ISS sob a forma de alíquota fixa incidente por cada profissional integrante, e não sobre o movimento econômico, como equivocadamente pretendeu o julgado " (fl. 175). Requer a recorrente, portanto, que seja afastado o entendimento da Corte de origem no sentido de que o recolhimento do ISSQN deve recair sobre o rendimento total da empresa (cf. fl. 127). 3º do DL 406/68: Para bem dilucidar a questão, oportuna a transcrição do artigo 9º 1º e "Art 9º A base de cálculo do imposto é o preço do serviço. 1º Quando se tratar de prestação de serviços sob a forma de trabalho pessoal do próprio contribuinte, o imposto será calculado, por meio de alíquotas fixas ou variáveis, em função da natureza do serviço ou de outros fatores pertinentes, nestes não compreendida a importância paga a título de remuneração do próprio trabalho. (...) 3 Quando os serviços a que se referem os itens 1, 4, 8, 25, 52, 88, 89, 90, 91 e 92 da lista anexa forem prestados por sociedades, estas ficarão sujeitas ao imposto na forma do 1, calculado em relação a cada profissional habilitado, sócio, empregado ou não, que preste serviços em nome da sociedade, embora assumindo responsabilidade pessoal, nos termos da lei aplicável." Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 31/05/2006 Página 12 de 15

13 Em atenção ao comando legal e à luz da jurisprudência firmada neste Sodalício, forçoso concluir que a pretensão da recorrente não prospera, uma vez que o ISS somente será calculado em relação a cada profissional habilitado, na forma dos 1º e 3º do art. 9º do DL n. 406/68, quando preenchidos os seguintes requisitos: "- que todos os serviços por ela prestados estejam incluídos naqueles previstos nos itens 1, 4, 8, 25, 52, 88, 89, 90, 91 e 92 da lista de serviços, anexa ao DL n. 406/68; - que todos os sócios sejam da mesma categoria profissional, ou seja, que todos tenham habilitação legal para o pleno exercício das atividades da sociedade; - que os serviços sejam prestados em caráter pessoal, que cada sócio assuma a responsabilidade profissional individualmente " (REsp /MG. Rel. Ministro Francisco Peçanha Martins, DJU ). Assim, é imprescindível que a sociedade seja uniprofissional, ou seja, que todos os seus integrantes sejam da mesma categoria profissional. No caso dos autos, consoante restou consignado no v. acórdão recorrido, "a apelante compõe-se de três sócios, sendo um advogado, um advogado e contador e o outro contador " (fl. 130). Dessa forma, embora as profissões de contador e advogado estejam incluídas nos itens 25 e 88 da Lista anexa ao DL n. 406/68, trata-se de sociedade pluriprofissional, o que afasta a possibilidade de aplicação da regra inserta no artigo 9º, 1º e 3º, do Decreto-Lei n. 406/68. A esse respeito, pontificou o eminente Ministro Francisco Peçanha Martins, no precedente acima referido, que "as sociedades constituídas por profissionais com diversas habilitações e que se propõem a prestação de serviços não incluídos no elenco do 3º do art. 9º do DL n. 406/68, são consideradas empresas para Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 31/05/2006 Página 13 de 15

14 fins tributários, devendo recolher ISS com base na receita bruta auferida ". Convém mencionar, outrossim, recente julgado da colenda Segunda Turma no qual restou decidido que "o art. 9º, 1º e 3º, do Decreto-lei n. 406/68 estabelece alguns requisitos, sem os quais a sociedade estará obrigada a recolher o ISS com base na sistemática geral, vale dizer, sobre o valor do seu faturamento. São eles: a) que a sociedade seja uniprofissional; b) que os profissionais nela associados ou habilitados prestem serviços em nome da sociedade, embora sob responsabilidade pessoal" (REsp /RJ, Relator Ministro Castro Meira, DJU ). No mesmo sentido o REsp /CE, Relator Ministro Castro Meira, DJ Pelo que precede, dou provimento em parte ao recurso especial tão-somente para reconhecer que o Município competente para realizar a cobrança do ISS é o do local da prestação dos serviços, onde se deu a ocorrência do fato gerador do imposto. É como voto. Ministro FRANCIULLI NETTO, Relator. MINISTRO JOÃO OTÁVIO DE NORONHA Presidente da Segunda Turma Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 31/05/2006 Página 14 de 15

15 CERTIDÃO DE JULGAMENTO SEGUNDA TURMA Número Registro: 2004/ REsp / MT Números Origem: PAUTA: 06/09/2005 JULGADO: 06/09/2005 Relator Exmo. Sr. Ministro FRANCIULLI NETTO Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA Subprocuradora-Geral da República Exma. Sra. Dra. DULCINÉA MOREIRA DE BARROS Secretária Bela. VALÉRIA ALVIM DUSI AUTUAÇÃO RECORRENTE : ÔMEGA CONTABILIDADE E ASSESSORIA S/C LTDA ADVOGADO : CARLOS ALBERTO DO PRADO E OUTRO RECORRIDO : MUNICÍPIO DE CUIABÁ ADVOGADO : JOSÉ ADELAR DAL PISSOL E OUTROS ASSUNTO: Tributário - ISS - Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza CERTIDÃO Certifico que a egrégia SEGUNDA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: "A Turma, por unanimidade, deu parcial provimento ao recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro-Relator." Os Srs. Ministros João Otávio de Noronha, Castro Meira, Francisco Peçanha Martins e Eliana Calmon votaram com o Sr. Ministro Relator. Brasília, 06 de setembro de 2005 VALÉRIA ALVIM DUSI Secretária Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 31/05/2006 Página 15 de 15