A ATUAÇÃO DO ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO: A REALIDADE DAS EMPRESAS
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- Neuza Mota Gorjão
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1 A ATUAÇÃO DO ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO: A REALIDADE DAS EMPRESAS Michelle Mike Nose 1, Daisy Aparecida do Nascimento Rebelatto 2 Universidade de São Paulo 1 Escola de Engenharia de São Carlos Av. Trabalhador São Carlense, 400 CEP: São Carlos - SP michellenose@yahoo.com Universidade de São Paulo 2 Escola de Engenharia de São Carlos Av. Trabalhador São Carlense, 400 CEP: São Carlos - SP daisy@prod.eesc.sc.usp.br Resumo. Muitas vezes a realidade que os profissionais encontram no dia-a-dia de trabalho é bem diferente daquela encontrada na faculdade. Mudanças crescentes e constantes em todos os aspectos, tecnológico, econômico e social, fazem com que esses profissionais tenham que se adaptar a diversos cenários turbulentos. Conhecimentos nunca vistos durante a sua formação passam a ser exigidos e aqueles mais familiares são deixados de lado. Muitos desses novos conhecimentos podem ser adquiridos pelo profissional ao longo de sua carreira, mas, ainda assim, há uma parte que poderia ser absorvida na sua formação, se os cursos fossem estruturados conforme as necessidades da sociedade e do mercado de trabalho e não conforme conteúdos existentes. Assim, o objetivo desse artigo é mostrar quais são os assuntos/áreas que os profissionais de engenharia, em especial os Engenheiros de Produção, consideram importantes, com base na sua atuação; quais assuntos devem ser abordados durante a sua formação e quais as habilidades consideradas essenciais para a realização de suas tarefas. Esses dados foram obtidos através de entrevistas realizadas pela autora com vários Engenheiros de Produção de empresas da cidade de São Carlos, fazendo parte de uma pesquisa maior, cujo objetivo é verificar com quais situações concretas esses profissionais estão lidando e propor uma mudança na estrutura curricular baseada nas necessidades do mercado de trabalho e da sociedade. Palavras-chave: Engenharia de produção, Mercado de trabalho, Habilidades do engenheiro de produção DTC - 31
2 1. INTRODUÇÃO As crescentes mudanças industriais e econômicas modificaram a forma de competir, aumentando os requisitos para a competitividade das empresas no mundo globalizado. Paralelamente, os profissionais dessas organizações também precisam se adaptar ao novo cenário, porque, como disse Belhot [1], além das mudanças por si mesmas, são essas pessoas que as estão presenciando e fazendo. Antigamente o profissional recém formado não encontrava dificuldades ao ingressar no mercado de trabalho, tanto no que se refere à disponibilidade de postos de trabalho, quanto às habilidades exigidas. A qualidade no ensino estava longe de ser discutida. Segundo Colenci [2], essa situação foi se modificando devido a várias razões: escassez de emprego no mercado de trabalho, excesso de conhecimento acumulado pela humanidade, que os modelos educacionais não conseguem fazer com que sejam absorvidos integralmente por seus alunos, e tecnologias para a sua distribuição, entre outros. Aquilo que é ensinado na escola é determinante para a sobrevivência do profissional no mercado de trabalho e, nessa direção deve haver um cuidado na sua formação básica e ao mesmo tempo na sua formação dinâmica. É necessário dar ao indivíduo a capacidade de se adaptar ao mercado, de criar as oportunidades para sua sobrevivência, mediante a habilidade de planejar com criatividade e flexibilidade, e não mais reproduzir soluções conhecidas (Ref. [1]). Com isso, o por quê e o quê ensinar devem ser repensados e reformulados de acordo com o novo paradigma mundial. O por quê ensinar define os objetivos educacionais, ou seja, o que é esperado do aluno como resultado de ensino (Kury & Giorgetti [3]) e que, por trás de cada um deles sempre há uma intenção daquilo que se espera alcançar e a sua determinação é de questão estratégica para o planejamento do ensino, já que serve de base para as demais decisões que se sucedem (Ref. [1]). Definidos os objetivos, a próxima etapa é estabelecer o conteúdo de ensino ( o quê ensinar ). Geralmente, a seleção desse conteúdo é realizada com base na experiência e conhecimento do professor, respeitando as restrições de caráter legal, regional e institucional. Assim, juntamente com a seleção dos meios de ensino e a elaboração dos métodos de avaliação, fecha-se o Ciclo de Planejamento do Ensino, como mostrado na Fig. 1: s da Aprendizagem Avaliação Seleção e Organização do Conteúdo Meios de Ensino Figura 1: O Ciclo do Planejamento do Ensino (Fonte:Ref. [1]) Todas essas etapas do Ciclo de Planejamento do Ensino serão a base para a formulação da estrutura curricular dos cursos, tanto de nível primário e secundário, quanto de nível superior. A formação de qualquer profissional de nível superior está invariavelmente fundada na implementação de um currículo. Pode-se dizer que o currículo é o caminho que será trilhado pelo ingressante no ensino superior, para tornarse um profissional preparado para enfrentar os desafios do mercado de trabalho e para cumprir seu juramento feito na ocasião de sua colação de grau (Ferreira [4]). Porém, o currículo do profissional de nível superior ainda é apresentado sob a forma de itens de conteúdo, não sendo capaz de esclarecer o que o aprendiz deve estar apto a fazer após ter sido submetido a esses conteúdos ou classes de informações. Ou seja, o ensino é concebido como adesão a informações e adoção de práticas e procedimentos conhecidos e difundidos, e não como desenvolvimento de uma atuação transformadora da realidade (Rebelatto [5]). Essa forma de conceber currículos não tem se mostrado eficaz quando confrontada com a real situação do profissional e as exigências impostas a ele pelo mercado de trabalho e pela sociedade. Em relação ao currículo da Engenharia de Produção, a sua forma de construção não foi diferente dos demais cursos de nível superior. O processo de formação profissional do engenheiro de produção, ao que parece, tem se mantido distanciado das alterações que têm ocorrido na sociedade e isso pode ser observado a partir da maneira como é planejada essa formação. Novamente, é importante ressaltar que a decisão sobre o quê ensinar deverá partir das necessidades da comunidade onde o engenheiro irá atuar (Ref. [5]). DTC - 32
3 A promoção de uma ação diferenciada do engenheiro de produção depende, em grande parte, do conhecimento existente, das habilidades adquiridas no decorrer de sua formação profissional, em síntese, das condições de aprendizagem que lhe forem oferecidas no curso de graduação. Portanto, é necessário que o ponto de partida passe a ser o que a comunidade necessita, transitando por situações de decisão onde se define o que o profissional deverá estar apto a fazer para atender às necessidades dessa comunidade, o que é necessário ensinar para o aluno ser capaz de atuar naquela direção quais as informações existentes ou a produzir para o profissional em formação, de forma que ele venha a atender aos anseios do meio onde atuará. Assim, o objetivo desse artigo é mostrar quais os assuntos/áreas que os profissionais de engenharia de produção consideram importantes, com base na sua atuação; quais assuntos devem ser abordados durante a sua formação e quais a habilidades consideradas essenciais para a realização de suas tarefas. Esses dados fazem parte de uma pesquisa maior, cujo objetivo é verificar com quais situações concretas esses profissionais estão lidando e propor uma mudança na estrutura curricular baseada nas necessidades do mercado de trabalho e da sociedade. 2. PROJETO DE PESQUISA RESUMO O projeto de pesquisa foi desenvolvido com base em um método desenvolvido na Ref. [5] na sua tese de doutorado, sendo usado como referência para o estudo das exigências a que o engenheiro de produção é submetido no exercício profissional, em todos os aspectos de sua atuação, e na transformação dessas exig6encias em objetivos de ensino e, posteriormente em unidades de ensino focadas no aprimoramento da estrutura curricular do curso de Engenharia de Produção. A proposta será apresentada de forma resumida e é composta pelas seguintes etapas: Etapa 1: Constituída pelos seguintes passos: A) Caracterização do município para coleta de dados; B) Escolha parcial dos sujeitos: empresas e profissionais locais; C) Escolha da forma de coleta de dados; D) Procedimento de investigação; E) Organização e tratamento dos dados. Etapa 2: Composta pelos passos: F) Definição dos participantes; G) Forma de coleta de dados; H) Procedimento de investigação; I) Organização e tratamento dos dados; J) Seleção de atividade do engenheiro de produção para formulação de objetivo terminal de ensino; K) Decomposição do objetivo terminal em objetivos intermediários; L) Organização dos objetivos intermediários em um programa de ensino para cada área de conhecimento. A Fig. 2 ilustra resumidamente a proposta: DTC - 33
4 Atividade 1 Atividade 2 Atividade n Terminal Decomposição Intermediário 1 Intermediário 2 Intermediário 3 Intermediário4 Agrupamento Unidade Ensino 1 Unidade Ensino 2 Aprimoramento do Ensino de Desenvolvimento de Produtos Figura 2 Ilustração da proposta Neste artigo será mostrado o procedimento, da primeira etapa, utilizado para a obtenção de dados através de entrevistas com os engenheiros de produção, assim como alguns dos resultados obtidos e analisados. 3. OBTENÇÃO DOS DADOS Para a primeira etapa da pesquisa foram consideradas duas fontes para a coleta de dados: as empresas da cidade de São Carlos que possuem engenheiros de produção na sua equipe de funcionários, representados pelo seu diretor de recursos humanos, e os próprios engenheiros de produção que trabalham nessas empresas. Assim, o primeiro passo foi identificar essas empresas e os engenheiros de produção através de listas com os dados de empresas da cidade que fazem parte do cadastro do CIESP. Tendo esses dados, o segundo passo foi a formulação de roteiros de entrevistas. Neste artigo será apresentado o roteiro, elaborado e devidamente testado, para a entrevista com os engenheiros de produção. O contato inicial com os engenheiros foi feito através de telefone ou , com base em dados que as próprias empresas forneceram sobre seus funcionários. No total foram agendadas e realizadas catorze entrevistas com engenheiros de produção de diferentes empresas. As entrevistas foram feitas em local escolhido pelo entrevistado, sendo inteiramente gravadas em fita cassete, para obtenção de maior fidelidade e garantia nas repostas. 4. ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA O ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO O roteiro de entrevistas foi elaborado com base naquele feito na Ref. [5], em sua tese de doutorado. Após concluído, foi corrigido e testado com alguns alunos de graduação e pós-graduação. O modelo do roteiro será apresentado abaixo: 1. Em que escola você se formou? 2. Em que ano se formou? 3. Qual o curso de graduação que você realizou? 4. Qual o cargo que ocupa atualmente na empresa? Modelo do roteiro de entrevista 5. Fale sobre as principais atividades do seu cargo atual. DTC - 34
5 6. Abaixo estão relacionadas oito áreas de conhecimento relativas à formação do Engenheiro de Produção. Com base no que você considera importante para a formação do profissional de engenharia de produção, ordene-as pelo grau de importância. (inclua alguma não citada, se de seu interesse) Ordem Áreas de Conhecimento A. Ciências Humanas B. Economia e Finanças C. Administração D. Qualidade E. Estudo de Tempos e Métodos F. Planejamento e Controle da Produção G. Projeto do Produto e da Fábrica H. Métodos de Pesquisa Operacional I. Outro: J. Outro: 7. Faça um breve comentário sobre os motivos que o levaram a fazer a classificação anterior: Áreas Mais importante Qual a razão dessa área ter essa classificação? Menos importante Área sugerida 8. Quais são as atividades no seu trabalho que exigem algum conhecimento específico nessa área? Áreas A B C D E F G H I Atividades 9. Quais foram as deficiências encontradas na graduação, em relação a essas áreas? 10. Além das habilidades técnicas, inerentes a cada habilitação, que outras você considera importantes para que o profissional de engenharia tenha seu ingresso facilitado, no mercado de trabalho? 11. Fale sobre os cursos realizados após a graduação. 12. O que você tem feito, por sua conta, para se manter atualizado? 13. Você gostaria de fazer algum comentário sobre a entrevista? 4. RESULTADOS DAS ENTREVISTAS COM OS ENGENHEIROS DE PRODUÇÃO Os resultados apresentados foram retirados das questões respondidas pelos engenheiros, e fazem parte do roteiro criado para tal finalidade. No roteiro foram relacionados algumas áreas de conhecimento abordados no ensino de Engenharia de Produção e pediu-se para que os entrevistados os classificassem pela ordem de importância, considerando a atuação do engenheiro de produção. O resultado está mostrado no Gráfico 1. DTC - 35
6 Hierarquização das Áreas de Conhecimento Menos Im portante Pontuação Final Mais Im portante C G F B D A E H Áreas de Conhecimento Gráfico 1: Hierarquização das áreas de conhecimento em relação ao seu grau de importância Legenda das áreas de conhecimento para o Gráfico 1: A - Ciências Humanas B- Economia e Finanças C- Administração D- Qualidade E- Estudo de Tempos e Métodos F- Planejamento e Controle da Produção G- Projeto do Produto e da Fábrica H- Métodos de Pesquisa Operacional O Gráfico 1 foi obtido através da soma dos pesos relacionados à importância relativa das áreas de conhecimento. Na classificação, o peso 1 foi dado à área de maior importância, o peso 2 para o segundo, e assim foi feito até o peso 8, para a área considerada de menor importância. Logo, a área de obteve uma menor soma é aquela considerada mais importante e a de maior soma, para a menos importante. Pode-se notar pelo gráfico que a área considerada mais importante foi Administração. Essa constatação foi condizente com o resultado obtido por Bringhenti [6], onde, perguntado aos alunos egressos de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo sobre as disciplinas que mais contribuíram para o desempenho profissional ou para a formação, obteve-se entre as mais citadas, a de Administração. Assim, constata-se a real importância dessa área para a formação do engenheiro de produção. Quando questionados sobre os assuntos pouco tratados ou quase ineficientes no curso de graduação, os entrevistados indicaram 16, que estão apresentados na Tabela 1. DTC - 36
7 Tabela 1: Distribuição de ocorrência e percentuais dos assuntos pouco tratados ou inexistentes no curso de graduação Assuntos N o Ocorrências % Psicologia no trabalho 4 15,4 Relacionamento universidade/empresa 4 15,4 Atividades práticas relacionadas à teoria dada 3 11,5 Economia 2 7,7 Integração das áreas de conhecimento 2 7,7 Engenharia de segurança 1 3,8 Direito trabalhista 1 3,8 Controladoria 1 3,8 Custos 1 3,8 Finanças 1 3,8 Estágio 1 3,8 Administração 1 3,8 Marketing 1 3,8 Sistemas de produção sob encomenda 1 3,8 Qualidade 1 3,8 Ciclo de negócios 1 3,8 Total Ainda, quanto a questão sobre as habilidade consideradas mais importantes para que o profissional de engenharia tenha seu ingresso facilitado no mercado de trabalho, os engenheiros listaram dez, segundo a Tabela 2. Tabela 2: Distribuição de ocorrência e percentuais das habilidades consideradas importantes para a inserção do engenheiro de produção no mercado de trabalho Habilidades N o Ocorrências % Relacionamento interpessoal 4 17,4 Fluência em línguas 4 17,4 Flexibilidade 3 13,0 Informática 3 13,0 Perfil de negociador 2 8,7 Postura profissional 2 8,7 Compreensão da realidade 2 8,7 Ética 1 4,3 Perfil generalista 1 4,3 Perfil empreendedor 1 4,3 Total A Tabela 3 apresenta 6 áreas/assuntos sugeridos pelos entrevistados que não constavam da lista dada pelo entrevistador. O motivo principal indicado pelos entrevistas para a inserção de Marketing foi devido ao fato está diretamente ligado ao processo de desenvolvimento de produto, de projeto e na análise econômica e de viabilidade de projetos. Tabela 3: Distribuição de ocorrências e percentuais das áreas de conhecimento ou assuntos sugeridos pelos entrevistados Áreas/Assuntos Sugeridos N o Ocorrências % Marketing 3 37,5 Estatística aplicada à produção 1 12,5 Negociação 1 12,5 Indicadores de desempenho 1 12,5 Sistemas de informação 1 12,5 Direito trabalhista 1 12,5 Total Para se manter atualizados, por conta própria, os entrevistados indicaram oito meios de informação, apresentados na Tabela 4. É importante citar que todos os engenheiros entrevistados já haviam cursado, ou estavam cursando, algum curso de especialização, de pós-graduação ou extensão, como é mostrado na Tabela 5. Ou seja, a presença de DTC - 37
8 universidades é essencial para o aprimoramento dos conhecimentos desses profissionais, através da educação continuada. Ainda, perguntados sobre os assuntos dos cursos mais procurados, ainda há a preferência por línguas e informática. Tabela 4: Distribuição de ocorrência e percentuais dos meios de informação utilizados pelos entrevistados para se manter atualizados Assuntos N o Ocorrências % Cursos 6 23,1 Livros técnicos 5 19,2 Revistas técnicas 5 19,2 Palestras 3 11,5 Feiras 3 11,5 Jornais 2 7,7 Internet 1 3,8 Congressos 1 3,8 Total Tabela 5: Distribuição de ocorrência e percentuais dos cursos realizados pelos entrevistados, após a graduação Cursos N o Ocorrências % Mestrado em Qualidade - UFSCAR 2 8,7 Mestrado em Materiais - UFSCAR 1 4,3 Mestrado em Engenharia de Produção - UFSCAR 2 8,7 Mestrado em Administração de Empresas - USA 1 4,3 MBA em Controladoria - USP 1 4,3 MBA em Gestão Competitiva Empresarial - USP 2 8,7 MBA em Administração -USP 1 4,3 MBA em Gestão de Finanças e Controladoria - FGV 1 4,3 Especialização em Gestão da Produção - UFSCAR 3 13,0 Especialização em Gerenciamento da Produção - USP 1 4,3 Especialização em Gestão da Fábrica - USP 1 4,3 Especialização em Gestão de Manufatura - UFSCAR 1 4,3 Especialização em Qualidade - UFSCAR 1 4,3 Curso de Aplicação do R3 1 4,3 Curso de Implantação de ISO ,3 Curso de Auditoria em Qualidade 1 4,3 Curso em Gestão da Produção 1 4,3 Curso de Contabilidade de Custos 1 4,3 Total CONSIDERAÇÕES FINAIS Os dados apresentados fazem parte de uma pequena porção do que foi obtido com as entrevistas. Na realidade, para a execução da proposta ilustrada na Fig. 2 é necessário extrair as atividades que os profissionais executam no seu dia-a-dia de trabalho da pergunta de número oito do roteiro de entrevistas. Só a partir daí é que será possível elaborar um objetivo terminal de ensino e fazer as suas devidas decomposições para a obtenção das unidades de ensino que poderão ou não, fazer parte de uma proposta de aprimoramento curricular para o curso de Engenharia de Produção. Porém, o objetivo deste artigo não é mostrar esse processo e sim fornecer uma visão do que os engenheiros de produção consideram importante para o desempenho de suas tarefas, quais foram as áreas deficientes na sua formação, que conhecimentos, habilidades e atributos são considerados importantes para o perfil do engenheiro de hoje e do futuro e como eles se atualizam diante de tantas mudanças sociais, econômicas e tecnológicas. 7. REFERÊNCIAS [1] R.V. Belhot, Reflexões e propostas sobre "ensinar engenharia" para o século XXI, São Carlos, Tese (Livredocência) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo DTC - 38
9 [2] A.T. Colenci, O ensino de engenharia atividade de serviços: a exigência de atuação em novos patamares de qualidade acadêmica, São Carlos, Dissertação (Mestrado) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo [3] N. P. Kury and M. F. Giorgetti, Planejamento do ensino, Centro de Tecnologia Educacional para Engenharia - CETEPE, São Carlos - SP [4] R. S. Ferreira, Tendências curriculares na formação do engenheiro do ano 2000, In: I. von Linsingen et al, Formação do Engenheiro: desafios da atuação docente, tendências curriculares e questões da organização tecnológica. Florianópolis, Editora da UFSC: 1999, pp [5] D. A. N. Rebelatto, O campo de atuação profissional do engenheiro de produção: inter-relações com as áreas de economia e finanças, São Carlos. Tese (Doutorado) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo [6] I. Bringhenti, Perfil do ex-aluno da Escola Politécnica da USP: pesquisa visando o aprimoramento curricular, São Paulo, EPUSP: DTC - 39
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