PROFISSÃO PROFESSOR: PLANEJAMENTO DAS AULAS, FORMAÇÃO E EXPECTATIVAS
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- Regina Zagalo Vasques
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1 PROFISSÃO PROFESSOR: PLANEJAMENTO DAS AULAS, FORMAÇÃO E EXPECTATIVAS GT 06 Formação de professores de matemática: práticas, saberes e desenvolvimento profissional Silvia Cristina Heck, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul Unijuí, silviaheck@hotmail.com Isabel Koltermann Battisti, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul Unijuí, isabel.battisti@unijui.edu.br Resumo: O presente artigo se estrutura a partir de reflexões desencadeadas por entrevistas de acadêmicos do Curso de Matemática com os professores da respectiva área. Estão sendo considerados aspectos das entrevistas relacionados a planejamento das aulas, formação e expectativas da carreira docente, a partir do confronto das respostas, as quais revelam opiniões, posturas e crenças dos respectivos professores. A análise das entrevistas possibilitou, entre outros, a percepção de que estudos e reflexões no processo de formação do professor, seja inicial ou continuada, são capazes de intervir nas ações enquanto docente, e que nesse processo ao assumir uma postura de aprendiz, o professor estará aberto a novas possibilidades e assim haverá possibilidades de qualificar-se enquanto educador matemático. Palavras-chaves: Professor, Matemática; Planejamento; Formação; Expectativas. Introdução O presente artigo se estrutura a partir de reflexões desencadeadas por entrevistas de acadêmicos do Curso de Matemática com os professores da respectiva área. No componente curricular de Prática de Ensino V: Matemática no Ensino Médio foi proposto um desafio aos acadêmicos, elaborar e realizar entrevistas com diferentes professores de matemática que atuam no Ensino Médio visando à promoção de diferentes reflexões capazes de intervir positivamente no processo de formação inicial dos licenciandos envolvidos. Neste artigo, estão sendo considerados aspectos das entrevistas relacionados a planejamento das aulas, formação e expectativas da carreira docente, a partir do confronto das respostas as quais revelam opiniões, posturas e crenças dos respectivos professores. Procedimentos Metodológicos O componente curricular Prática de Ensino V: Matemática no Ensino Médio do Curso de Matemática-Licenciatura lançou um desafio aos acadêmicos, instigando-os a
2 entrevistar um professor de matemática e analisá-lo a partir de elementos teóricos tratados no decorrer do componente curricular. A entrevista foi elaborada, e em sua realização foi gravada para que não se perdesse nenhum detalhe da fala do professor. Após o término desse processo, trancreveu-se as entrevistas e houve repasse à turma com posterior debate reflexivo. Com algumas análises apontadas no coletivo da sala de aula, fomos instigados a escrever um artigo com base nestas discussões e nas entrevistas, considerando nas análises pressupostos teóricos discutidos no componente curricular e em outros momentos propostos no decorrer do curso de matemática. Com a intenção de manter o anonimato, os professores considerados no presente artigo foram indicados como professor A, professor B, professor C e professor D. Formação inicial e continuada na constituição do professor de matemática Um dos grandes desafios para o professor de matemática hoje, é possibilitar ao educando processos de elaboração conceitual de maneira que ele consiga estabelecer relações dos conteúdos escolares para com seu cotidiano. Cabe ao professor usar diferentes linguagens para que o educando ao elaborar raciocínios construa seu próprio conhecimento, ensinar com múltiplos caminhos levando em conta a cultura de cada aluno, proporcionando que ele aprenda em seu próprio ritmo, porém, muitas escolas ainda ensinam de forma mecânica, não conseguindo despertar o interesse dos alunos a participarem mais ativamente das aulas. A forma tradicional de ensino, na qual os estudantes recebem o mesmo ensino relativo às mesmas habilidades e conhecimentos, ao mesmo tempo, está sendo gradativamente abandonada. O que está a emergir é um ensino de múltiplos caminhos, com amplo atendimento da diferenças individuais [...], procuram criar ambientes e estímulos de aprendizagem que possam permitir que cada aluno avance em seu próprio ritmo para objetivos educacionais claramente definidos (MARQUES, 1975, p.79). Com relação à formação dos professores, foi possível observar que as respostas foram variadas, nem sempre começando necessariamente com a graduação no Curso de Matemática. Transcrevemos abaixo, os depoimentos dos professores entrevistados. O
3 professor A disse possuir graduação, Licenciatura Plena e Pós-Graduação em Matemática. O professor B, no entanto, não iniciou assim, dizendo: Primeiramente cursei Ciências, depois Matemática e depois fiz uma pós graduação em Informática, para me auxiliar no processo de ensino aprendizagem. Na minha época, [...] em 1979 e 1980 que fiz a plena, na época era chamada de plena a matemática, fazia 3 anos de curta e depois tinha 1 ano e meio de plena, fomos a segunda turma a se formar, não era reconhecido o curso ainda, eles na época estavam implantando a plena de Matemática. Na época você fazia Ciência, aí você optava por um ramo na plena por Matemática, Química, Física... Hoje você já faz direcionado (PROFESSOR B, 2010). Foi possível perceber através desta entrevista que a formação de professores já sofreu algumas alterações no transcorrer dos anos, os cursos evoluíram em seu ensino, visando atender as necessidades da sociedade. O professor C em sua entrevista nos relata ter iniciado sua formação da seguinte forma: Comecei pela Licenciatura Plena. Quando a gente começou tinha a curta e a plena. A curta era pra todos, e depois para fazer a plena, a pessoa decidia se queria fazer matemática, ciência ou física (PROFESSOR C, 2010). O professor D, nos relatou que: me formei no Magistério, Ciências Físicas e Biológicas e plena de matemática - especialização dá direito a nível 5. Para o professor B, a Licenciatura revelou-se primordial para que pudesse atuar na sala de aula. Em suas palavras: Ah, com certeza, e muito, isto vem em cima da licenciatura que a gente aprende as coisa, apesar que muitas depois a maior parte das coisas se aprende no dia a dia e as necessidades, é claro a faculdade te da uma base, mas o que conta é a experiência com os alunos, indo de acordo com a necessidade dos alunos, não adianta,claro a gente segue ao plano de estudo que é proposto no inicio do ano de acordo com os componentes curriculares,nem tudo consegue se seguir, pois vai muito do alunado de nossa sala de aula (PROFESSOR B, 2010). Já o professor C, declarou que a Licenciatura o ajudou bastante, mas que nos dias de hoje adota métodos diferentes. Para o aprendizado e o aperfeiçoamento dos professores, é fundamental a formação continuada, com ela é possível preencher lacunas deixadas
4 durante sua formação inicial, a participação em eventos que envolvem a Matemática e eventos que envolvam o tema da educação. Nas palavras do professor B, que considera também fundamental a participação em eventos, transcrito abaixo: Tudo que vier, porque, hoje, com esta transformação, as novidades, inclusive o próprio mercado está exigindo mais do que uma vez, a globalização, então, é preciso correr atrás. Tem que se propor, uma vez se pensava que tendo faculdade já era o suficiente, mas hoje em dia não, o mercado exige. Temos o Enem, coisas da atualidade, problemas novos envolvendo sempre e o nosso ramo precisa para enfrentar o mercado aí fora (PROFESSOR B, 2010). Baseado nas respostas obtidas neste tópico foi possível evidenciar que a Licenciatura é apenas o início na carreira docente. Devemos ressaltar também, que muito se aprende interagindo com os próprios alunos. Para ser um bom professor não é necessário apenas saber o conteúdo que está ensinando saber os conceitos tratados na sala de aula é uma condição extremamente necessária, porém não garante uma boa aula - mas também ter proximidade com os alunos, dar oportunidades e cativá-los. O professor deve sempre adequar-se à realidade dos alunos, educando também para a cidadania, englobando valores e atitudes, para isso, deve manter-se em constante estudo e aprendizado, buscando novas técnicas de ensino. Ao manter-se sempre em formação, o professor atualiza e aprofunda o conhecimento necessário para a prática docente evoluindo assim juntamente com a própria sociedade. O Planejamento no processo de ensinar e aprender matemática O planejamento é um ato muito importante no dia a dia de sala de aula. Castro, Tucunduva e Arns (2008), citam Moretto para conceituar planejamento: citam que entendem o ato de planejar como uma forma de organizar ações. Essa é uma definição simples, mas que mostra uma dimensão da importância do ato de planejar, uma vez que o planejamento deve existir para possibilitar o trabalho tanto do professor como do aluno. Dessa forma, o planejamento deve se constituir em uma organização das idéias e informações para que possa cumprir com seu objetivo, organizar as atividades a serem propostas durante o ano letivo, estimular os educandos para o novo aprendizado que se
5 inicia. Planejar requer uma reflexão sobre processos de ensino anteriores. Quando o assunto é planejamento, Gandin apud Castro, Tucunduva e Arns (2008) sugerem que: [...] se pense no planejamento como uma ferramenta para dar eficiência à ação humana, ou seja, deve ser utilizado para a organização na tomada de decisões e para melhor entender isto precisa-se compreender alguns conceitos, tais como: planejar, planejamento e planos (GANDIN, 2008, p.01). Felis (2008) relata que o planejamento e a avaliação devem andar de braços dados: [...] uma atividade que está dentro da educação, visto que esta tem como características básicas: evitar a improvisação, prever o futuro, estabelecer caminhos que possam nortear mais apropriadamente a execução da ação educativa, prever o acompanhamento e a avaliação da própria ação. Planejar e avaliar andam de mãos dadas (FELIS, 2008). Nesse ponto, o planejamento revela-se essencial, tão logo, sem ele, não há como o professor ministrar suas aulas com segurança e total domínio do conteúdo, um planejamento bem elaborado é o comprometimento do professor em relação a seus alunos, com a qualidade da educação e com o futuro, refletindo sobre maneiras de ensinar desafiando os alunos a construírem seu próprio conhecimento. Os professores entrevistados também revelaram suas posições acerca da importância do planejamento, nas palavras do professor A, temos: É de fundamental importância porque se tu vai para a sala de aula sem saber o que tu vai trabalhar fica difícil fica complicado, porque certamente o professor que não planeja fica perdido, vai chegar lá e se não planejar não vai saber nem onde que tá e com isso os alunos são prejudicados (PROFESSOR A, 2010). Já o professor D, argumenta que tem que planejar antes de ir para a sala de aula. Ajuda a ter argumentos em sala de aula. No roteiro de planejamento da aula o professor pode utilizar vários recursos, tais como, jogos, informática, pesquisa realizada pelos alunos, entre outras, dependendo da série e do conteúdo que será ministrado ao longo da aula. No site futuro professor escrito por Rocha, encontramos um roteiro de como se deveria elaborar e estruturar um plano de aula, podendo ser da seguinte forma:
6 1 - Escolher o tema da aula. Pois é a partir dele que todo o plano será elaborado. 2 - Definir o objetivo e as competências que deverão ser desenvolvidas nos alunos. 3 - Pesquisar os materiais que serão utilizados: livros, filmes, músicas, sites, sucata, tinta etc. Dependendo do nível da classe, uma bibliografia poderá auxiliar os alunos. 4 - Criar estratégias de como e quando cada material e/ou as informações serão apresentadas ou utilizadas, para que o objetivo - no item 2 seja alcançado com sucesso. A estratégia deve ser elaborada de forma a manter a atenção e a motivação dos alunos durante toda a aula. Provocar debates e questionamentos para o bom desenvolvimento do tema e, se possível, aproximar os alunos de forma prática e interativa ao que está sendo estudado (ROCHA, 2008). No processo de elaboração dos planos de aula, de acordo com o professor A, é fundamental a utilização de livros didáticos relata ele: Os nossos alunos, aí, tem livro, mas eu sempre busco outros livros para tirar novas atividades. Vários livros que estão disponíveis na biblioteca e eles têm os deles para ajudar, também porque as vezes tem coisas que eles se deparam, com alguma realidade assim, aí não tem onde pesquisar; então, por isso que eles, eu acredito que seja que até tenha uma certa importância eles terem um livro, pelo menos (PROFESSOR A, 2010). Já, o professor C em sua entrevista nos relata: Utilizo muito pouco o livro didático. Vou catando materiais que eu tenho com assuntos diferentes, para facilitar o entendimento do aluno. Contudo, o professor D também expressa sua posição, dizendo que: Olha, eu não sou muito do Livro Didático. Eu acho que o aluno primeiro precisa aprender a ler e interpretar, e o professor precisa auxiliar, pois sem ele o aluno não consegue aprender. Hoje em dia a tecnologia atrai muito mais que o cálculo. Que nem eu tenho uma aluna que faz tudo com a calculadora e não pensa nada. Os alunos não querem mais saber de nada, pois acham tudo muito difícil (PROFESSOR D, 2010). Baseado nos resultados das entrevistas verificamos que, cada professor elabora sua aula de acordo com o perfil de seus alunos, de maneira a facilitar o aprendizado e deixar as
7 aulas atrativas. A autora Priscila Felis (2008), corrobora dizendo da importância do planejamento e nos fala sobre o plano de aula: Embora represente apenas uma faceta da atividade docente, o plano de aula proporciona maior qualidade, equilíbrio e segurança ao professor na sala de aula. Sendo que permite a esse profissional auxiliar de maneira mais eficaz os alunos; encorajando-os assim, a serem pensadores críticos, criativos e atuantes, com capacidade para assumirem sua própria e permanente formação (FELIS, 2008). O planejamento consiste em o professor refletir sobre a sua aula, organizar as idéias que devem ser repassadas aos educandos tornando as aulas mais eficientes, é nele que se elenca todos os meios e recursos que irão ser utilizados em sala de aula. É preciso entender a sua importância e levá-lo mais a sério sendo uma estratégia a ser seguida durante a aula. Na elaboração de suas aulas os professores devem utilizar os PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais), que são, conforme a Legislação Educacional: [...] referências para os Ensino Fundamental e Médio de todo o país. O objetivo dos PCN é garantir a todas as crianças e jovens brasileiros, mesmo em locais com condições socioeconômicas desfavoráveis, o direito de usufruir do conjunto de conhecimentos reconhecidos como necessários para o exercício da cidadania. Não possuem caráter de obrigatoriedade e, portanto, pressupõe-se que serão adaptados às peculiaridades locais. A própria comunidade escolar de todo o país já está ciente de que os PCN não são uma coleção de regras que pretendem ditar o que os professores devem ou não fazer. São, isso sim, uma referência para a transformação de objetivos, conteúdos e didática do ensino (Em: < Acesso em: 02 dez. 2010). O PCN serve como documento norteador que orienta o professor, serve como apoio para um planejamento eficiente, possibilita uma reflexão após o término de cada aula e ainda é uma base para o desenvolvimento do currículo. Nas entrevistas realizadas com os professores, foi possível constatar que para o professor A, é importante a sua utilização porque lá tem muita coisa importante, para orientar o professor na elaboração da aula e assim poder embasar e preparar uma boa aula. O professor B e o professor C também reconhecem que já utilizaram o PCN no planejamento de suas aulas.
8 O professor e a carreira profissional No Brasil, apesar da carreira do magistério não ser muito valorizada, o professor tem uma missão muito importante na vida de cada estudante, eles podem influenciar na vida de seus educandos, influenciando também o futuro do país. Ser professor envolve muita dedicação e estudo, em suas aulas deve despertar o interesse de seus alunos para que se sintam atraídos a aprender, ministrando aulas com diferentes metodologias, mostrando os vários caminhos que podem ser seguidos para se aprender um conteúdo, estimulando-os, incentivando-os a terem uma visão mais ampla do que é a educação. Com o passar dos anos o professor vai construindo a sua carreira, adquirindo experiências que podem ser usadas para melhoria de seu planejamento e um melhor aproveitamento de suas aulas, porém ainda encontramos professores desmotivados em sala de aula o que pode ser por falta de formação, baixa remuneração ou por precariedade de algumas escolas. O professor B quando questionado sobre suas expectativas para carreira, nos diz: [...] ai,ai, realmente a valorização foi esquecida. Só se fala em melhorar a educação, mas sem valorização do professor nada adianta. É por isso que se vê tanta violência contra os professores, passamos isso na semana passada, os professores estão doentes, desestimulados, ninguém mais vê futuro nesta carreira. Uma vez, sim, eu que saí da colônia, mas agora muitos ficam com medo de seguir na profissão. Nós que estamos aí é preciso seguir e não desanimar; continuar lutando, sendo persistente (PROFESSOR B, 2010). O professor D afirma que a minha opção foi matemática, porque eu sempre gostei, adorei, e gosto até hoje de trabalhar com a matemática, mas é o aluno que não está mais interessado em estudar, e isso me preocupa no futuro, pois eles não querem mais estudar. O que vemos atualmente nas escolas é a falta de professores, provavelmente devido à desvalorização da sua carreira. Neste sentido, vale citar a opinião de Magno Maranhão (2005), segundo ele: Parece despropósito referir-se ao magistério como carreira em declínio em um mundo regido pelo Conhecimento, em que a universalização e melhoria da educação são requisitos para que qualquer país sustente seu
9 desenvolvimento, proporcionando a toda a população oportunidades contínuas de aprimoramento e ascensão. Neste cenário, quem ensina deveria desfrutar de um novo status e a carreira docente deveria ser disputada como uma das mais promissoras do mercado de trabalho. Ocorre, porém, o contrário. A falta de professores é uma ameaça real, e o que deveria ser continua se contrapondo, neste país, a uma profunda insatisfação por parte destes profissionais que, não é de hoje, se debatem por salários condizentes com as expectativas que lhes pesam nos ombros e por ambientes que possuam a infra-estrutura adequada ao desempenho de suas funções (MARANHÃO, 2005). Corroborando com Maranhão (2005), o sociólogo Cesar Callegari nos diz que: Como se sabe, uma das principais causas da baixa qualidade da educação nacional é a precária condição em que se exerce o magistério, seja no que se refere à remuneração, à formação profissional, seja ainda quanto às condições de trabalho dos professores e de seus alunos. Pois ao contrário do que fazem muitos países com alto índice de desenvolvimento educacional que logo tratam de identificar, recrutar e incentivar jovens talentosos para se tornarem profissionais da educação, no Brasil, com poucas exceções, ser professor de educação básica é opção apenas para quem não conseguiu opção melhor. É exatamente esse o quadro que deve e pode ser mudado, tarefa importantíssima, sublinhe-se, que pode e deve ser executada, este ano, sob a liderança dos atuais gestores de educação com a indispensável participação dos profissionais e todos aqueles comprometidos com o avanço educacional no Brasil (CALLEGARI, 2009). Como foi possível observar com as entrevistas, não só o salário que deixa a carreira docente desinteressante, mas também a falta de recursos para melhor estruturamento das escolas, tais como laboratórios e bibliotecas mais equipados, salas de aula super lotadas e falta de incentivos das escolas para que os professores façam cursos de aperfeiçoamento, sem contar ainda que o valor dispendido na formação de um profissional para carreira docente é muito elevado. Todos os professores entrevistados, responderam que as metas que possuíam ao iniciar sua carreira ficaram perdidas ao longo da caminhada, seja pela falta de recursos, o descaso do governo ou pelos próprios alunos que hoje acham difícil aprender, como diz o professor A...que isso caia do céu. Os professores mostram-se tristes com esse descaso todo, muitos acabam por deixar seus sonhos de início de carreira de lado, acomodam-se e aceitam a situação em que se
10 encontram, mas apesar disso ao perguntar nas entrevistas, todos gostam do que fazem e não mudariam de carreira apesar de tudo. Algumas considerações... A análise das entrevistas possibilitou a percepção de que cursos de especialização contribuem de forma significativa na formação do professor, estes podem possibilitar estudos e reflexões capazes de intervir nas ações enquanto docente, preparado melhor o professor para atuar em sala de aula. No planejamento das aulas o professor deve buscar recursos e procedimentos capazes de tornar suas aulas mais atrativas e que possibilite o aprendizado de seus alunos. As reflexões aqui apresentadas evidenciam a importância que o professor exerce na sociedade, dos desafios que ele encontra no seu dia a dia e ainda assim é capaz de querer contribuir por um mundo melhor. Enfim, para ser professor nos dias de hoje, é preciso além da formação que é fundamental, que o profissional assuma uma postura de aprendiz buscando a superação dos desafios que lhe são impostos sem desanimar, e acreditar para que haja possibilidades de continuar lutando por uma educação melhor. Referências CALLEGARI, C. Educação e Magistério Público: Hora de Avançar. Disponível em: < Acesso em 06 dezembro de CASTRO, P. A. P. P.; TUCUNDUVA, C. C.; ARNS, E. M. Importância do Planejamento das Aulas para Organização do Trabalho do Professor em sua Prática Docente. ATHENA. Revista Científca de Educação, v. 10, n. 10, jan./jun FELIS, P. C. Planejamento X Plano de Aula. Disponível em: < Acesso em 01dezembro de MARANHÃO, M. A. Magistério, Carreira em Declínio? Disponível em: < Acesso em 06 dezembro de 2010.
11 MARQUES, Juracy C.. Os Caminhos do Professor; incerteza, inovações, desempenhos. Porto Alegre: Globo, PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS PCN. Disponível em < Acesso em 02 dezembro de ROCHA, R. Planejamento de Aula. Disponível em: < Acesso em 01 dezembro de 2010.
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