CONTEXTO E DESAFIOS CASEMBRAPA 2014 1
CONTEXTO CUSTOS DA SAÚDE COLOCAM OPERADORAS EM RISCO FINANCEIRO O SETOR DE SAÚDE ESTÁ EM ALERTA O aumento dos custos com procedimentos médicos e hospitalares tem superado o da inflação e está gerando instabilidade financeira nas operadoras de planos de saúde. As que mais sofrem impacto são as de pequeno porte, pois não encontram aporte de recursos financeiros para sobreviver por muito tempo. Diversas delas já fecharam as portas e até mesmo as de grande porte, hoje também enfrentam dificuldades. O que se percebe ao analisar o setor de saúde, é que o mercado de saúde suplementar vive um período de crises, incertezas e questionamentos quanto a sua sustentabilidade. Inúmeras variáveis contribuem para esta situação, explica a UNIDAS, entidade que reúne as operadoras no modelo de autogestão na saúde. A inflação da saúde encarece os procedimentos, faz com que os planos reduzam suas margens, busquem constantes intervenções financeiras, aumentem seus valores junto as beneficiários, já sufocados em suas despesas com a saúde, e acumulem prejuízos jamais imaginados anteriormente (Revista UNIDAS) CENÁRIO DA SAÚDE Em 2012, a inflação da saúde atingiu o ápice de 15,4% (dez 2012), superando em muito a inflação de mercado do mesmo período que foi de 5,4% (IPCA). Por conta disso, maioria das operadoras de planos de saúde fez reajustes de mensalidades acima da inflação em 2013, na tentativa de reduzir os riscos de colapso financeiro. 2
Evolução da inflação da saúde Relação entre os índices do setor. Fonte: ANS ATENÇÃO: VCMH (índice de Variação do Custo Médico Hospitalar do IESS VCMH/IESS), adotado pela IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar - http://iess.org.br/) mede a variação do custo per capita médico hospitalar das operadoras de planos de saúde no período de 12 meses. Um estudo recente do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) mostra que o reajuste dos planos de saúde, que é controlado pela ANS, é insuficiente, ficando abaixo do necessário para as operadoras compensarem o crescimento do custo per capita com a assistência à saúde. De acordo com o Instituto, a diferença entre a variação dos custos de saúde e do reajuste da ANS tem sido um dos fatores para muitas operadoras acumularem desequilíbrios econômicofinanceiros difíceis de serem revertidos. Até o momento, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) registrou 188 operadoras que estão em situação de falência ou liquidação, muitas delas, por problemas financeiros. O desafio do setor de saúde são os custos assistenciais, que consomem uma fração equivalente a 81% das receitas. O restante, 19%, deve custear: impostos, despesas administrativas, taxas, despesas de comercialização, dentre outros. 3
ORIGEM DOS CUSTOS Empresas como a consultoria Towers Watson, que tem filial no Brasil, e a Kaiser Family Foundation, que sistematicamente realizam pesquisa sobre o mercado de saúde, apontam alguns motivos para o crescente custo da saúde. Entenda os fatores por que a inflação médica supera a inflação de mercado: A população está envelhecendo O reajuste por faixas etárias não corresponde ao incremento dos custos entre as faixas etárias As pessoas buscam com maior frequência os serviços da medicina As novas tecnologias salvam vidas, são mais eficazes, causam menor sofrimento, mas são muito mais caras Os novos medicamentos também são caros A seguir, vamos detalhar alguns desses itens, mostrando tanto com dados gerais da saúde no Brasil quanto no caso específico da Casembrapa, como esses fatores têm contribuído para o aumento dos custos da saúde. Custo médio por usuário da saúde aumenta com a idade De acordo com a UNIDAS, os custos anuais com usuários de saúde são variáveis de acordo com a faixa etária, saindo de cerca de R$ 1.300,00 para menores de 18 anos até R$ 12.300, para os usuários que já passaram dos 70 anos. 4
Custo médio assistencial / beneficiário / ano por faixa etária. Lei 9656/98 7 faixas etárias Juntamente com o crescimento dos custos com a saúde, o envelhecimento da força de trabalho e o aumento das doenças crônicas vêm contribuindo para tornar a saúde dos empregados uma das principais preocupações das empresas, aponta a consultoria empresarial Tower Watson. O reajuste por faixas etárias não corresponde ao incremento dos custos entre as faixas etárias Estudos da ANS mostram que o perfil do usuário brasileiro de Planos de Saúde é bem diversificado, tendo uma tendência de aumento na faixa etária entre 29 e 33 anos (11,21%) e também na faixa que ultrapassa os 59 anos (12,14%). Com o gradual envelhecimento da população, especialmente no Brasil (3,2% a.a), onde os índices de crescimento são superiores à média mundial, essa tendência de aumento do número de beneficiários de Planos de saúde com idade superior a 60 anos se intensificará. Na tabela a seguir é possível perceber que o perfil do associado Casembrapa difere do padrão nacional, apresentando um percentual de pessoas com idade superior a 59 anos de mais de 15%, três pontos percentuais a mais que a média nacional. 5
Perfil do associado ANS e Casembrapa - quadro comparativo Faixa Etária Beneficiários de Planos de Saúde do País (junho/13) ANS Percentual sobre o Total Casembrapa 0-18 11.843.820 24,06% 25,16% 19-23 3.829.588 7,78% 6,87% 24-28 4.941.635 10,04% 1,98% 29-33 5.519.774 11,21% 6,20% 34-38 4.614.008 9,37% 7,38% 39-43 3.754.236 7,63% 7,53% 44-48 3.354.234 6,81% 9,78% 49-53 2.959.752 6,01% 10,28% 54-58 2.436.267 4,95% 9,70% 59 + 5.974.611 12,14% 15,13% Total 49.227.925 100,00% 100,00% As pessoas buscam com maior frequência os serviços da medicina Entre 2012 e 2013, o número de atendimentos médico-hospitalares cobertos pelos planos de saúde suplementar aumentaram e essa variação impacta também nos custos operacionais da saúde para o conjunto de usuários. Atualmente no Brasil cerca de 50 milhões de pessoas possuem planos de saúde suplementar (fora do SUS). 6
CASEMBRAPA IMPACTO DOS CUSTOS NA SAÚDE FINANCEIRA DA EMPRESA Criada em 2006, a Casembrapa entrou em operação em 2009, passando a gerir os recursos do PAM Plano de Atendimento Médico dos Funcionários da Embrapa, antes operado pelo Departamento de Gestão de Pessoas. A partir de abril de 2011, com os sucessivos aumentos dos custos da assistência médica e hospitalar e os reajustes vinculados ao aumento salarial dos associados, quase sempre inferiores à inflação da saúde, a Casembrapa passou a utilizar as reservas financeiras para cobrir despesas de custeio do Plano. O gráfico elaborado pela Consultoria Rodarte, recentemente, contratada pela Casembrapa para elaborar estudo sobre a situação atuarial, demonstra que a partir de janeiro de 2013, o PAM passou desembolsar um valor maior para o custeio da saúde do que a arrecadação. Evolução de Receitas e Despesas Casembrapa Fonte: Rodarte Consultoria 7
Modelo de Gestão do PAM O modelo de Gestão atual do PAM, que estabelece um percentual linear para a cobrança de mensalidade de 2% sobre o valor do salário base do associado, independente do número de dependentes, e mais R$ 95,23 per capita por parte da patrocinadora, não tem sido suficiente para fazer frente aos custos com a saúde. No modelo linear da Casembrapa um associado que tem vários dependentes (esposa e filhos) contribui com o mesmo percentual de 2% que outro associado sem dependentes. O Governo Federal tem adotado um modelo de participação do associado no modelo escalonado por faixa salarial e faixa etária conforme a Portaria 625, de 21 de dezembro de 2012, editada pelo Ministério do Planejamento. Outro fator é o reajuste anual, que é condicionado à negociação do Acordo Coletivo de Trabalho. O percentual aplicado não tem acompanhado o aumento dos custos da saúde. Como se pode ver no gráfico abaixo, os reajustes praticados pela Casembrapa de 2010 até hoje estão atrelados às negociações de reajuste salarial da Embrapa, inferiores, portanto aos custos da saúde no Brasil. Inflação da saúde e índice de reajuste CASEMBRAPA gráfico comparativo 8
Perfil do Associado CASEMBRAPA O estudo da consultoria Rodarte, que analisou os números da Casembrapa, mostra que o cliente Casembrapa está em faixas etárias, cujos custos de saúde são maiores, o que impacta no custo total do Plano. Observa-se, pelos números apresentados, que o perfil etário dos beneficiários do plano é um pouco envelhecido, visto que aproximadamente 35% os beneficiários têm idade igual ou superior a 49 anos. Por outro lado, 34% dos beneficiários têm idade até 23 anos. Vale registrar o número expressivo de dependentes dos titulares assistidos com idade igual ou inferior a 23 anos, de 460, considerando o número pouco expressivo de titulares assistidos com idade compatível com a de filhos dessa idade. Rodarte Consultoria. Distribuição etária dos participantes, por faixa etária e situação Faixa Etária Ativos Assistidos Titular Dep. Direto Titular Dep. Direto Total % Sobre o Total % Acumulado 0 18-6.656-299 6.955 25,16% 25,16% 19-23 6 1.732-161 1.899 6,87% 32,02% 24-28 250 291 1 6 548 1,98% 34,01% 29-33 931 764-18 1.713 6,20% 40,20% 34-38 1.111 904 1 25 2.041 7,38% 47,58% 39-43 1.055 983 16 28 2.082 7,53% 55,11% 44-48 1.448 1.177 16 62 2.703 9,78% 64,89% 49-53 1.540 1.113 58 131 2.842 10,28% 75,17% 54-58 1.454 769 166 292 2.681 9,70% 84,87% 59 + 1.087 618 1.608 871 4.184 15,13% 100,00% Total 8.882 15.007 1.866 1.893 27.648 100,00% Quando comparado com usuários de planos de saúde de forma geral, a Casembrapa possui mais segurados nas faixas etárias, cujos desembolsos pelos serviços de saúde são maiores como podem ser visto na tabela a seguir: 9
Custos médios puros ajustados por faixa etária e tipo de procedimento Faixa Etária Consulta s Médicas Exames Despesas Ambulatoriais Terapias Custos Assistenciais Puros per Capita Demais Despesas Ambul. Outros Atend. Ambul. Honorários Médicos Despesas Hospitalares Diárias e Taxas Mat/Med Valores em R$ Demais Despesas Hospitalares Total do Custo Puro per Capita 0-18 17,62 14,83 3,26 3,80 33,25 3,92 2,84 3,80 5,14 88,48 19-23 20,22 28,35 2,74 0,83 33,01 12,19 6,31 7,85 5,89 117,38 24-28 29,18 50,82 5,65 2,83 21,56 20,73 7,69 12,57 10,54 161,58 29-33 25,52 51,93 6,63 2,14 18,04 24,43 14,87 16,03 9,72 169,32 34-38 25,00 51,66 5,61 2,69 18,62 19,28 9,17 14,05 6,68 152,76 39-43 26,27 59,21 7,11 3,80 26,73 16,63 8,34 13,58 14,80 176,47 44-48 28,10 67,31 8,44 3,38 24,21 19,62 9,56 23,26 19,22 203,11 49-53 31,12 77,40 7,39 4,69 29,11 22,12 9,64 21,20 18,65 221,32 54-58 31,50 79,98 13,25 2,46 39,54 26,44 13,07 39,61 19,41 265,27 59 + 31,40 87,01 11,88 4,11 61,01 35,69 25,19 70,93 45,04 372,25 Perfil de usuários de Planos de Saúde - comparativo Casembrapa Faixa Etária Beneficiários de Planos de Saúde do País (junho/13) ANS Percentual sobre o Total Casembrapa 0-18 11.843.820 24,06% 25,16% 19-23 3.829.588 7,78% 6,87% 24-28 4.941.635 10,04% 1,98% 29-33 5.519.774 11,21% 6,20% 34-38 4.614.008 9,37% 7,38% 39-43 3.754.236 7,63% 7,53% 44-48 3.354.234 6,81% 9,78% 49-53 2.959.752 6,01% 10,28% 54-58 2.436.267 4,95% 9,70% 59 + 5.974.611 12,14% 15,13% Total 49.227.925 100,00% 100,00% 10
Custos com a Saúde Casembrapa Um levantamento detalhado dos custos com os procedimentos e produtos de uso dos associados Casembrapa mostrou um crescimento de 29% nos custos entre 2012 e 2013. O procedimento que mais colaborou para o expressivo aumento foi o item INTERNAÇÃO, atingindo gastos 55,7% a mais que do ano anterior. Tipo de procedimento 2012 2013 Crescimento (%) Internação 17.060.369,59 26.563.426,15 55,7 Exames 16.808.924,38 20.549.684,42 22,25 Outros Atendimentos 9.528.121,62 9.671.943,68 1,5 Consultas 8.058.559,49 9.987.535,66 23,94 Demais Despesas 1.392.114,79 1.408.912,00 1,2 TOTAL 52.848.089,87 68.181.501,91 29,01 Além das consultas e exames, os gastos com órteses, próteses e materiais especiais (OPME), Oncologia, Homecare e psiquiatria apresentam-se elevados (quadro abaixo). Tem sido prática da Casembrapa verificar os procedimentos mais adequados para cada recomendação médica, sem se prender somente aos procedimentos que integram o ROL da ANS, o que também impacta nos custos com a saúde, conforme demonstrado na planilha abaixo. Procedimentos autorizados para prestadores da Casembrapa (extra Rol) Procedimentos autorizados fora do Rol ANS CUSTO (R$) Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME) 2.414.909,76 ONCOLOGIA 315.075,51 HOME CARE 166.090,69 PSIQUIATRIA 95.441,72 VALOR TOTAL 2.991.517,68 OPME 2013 detalhamento das despesas conforme área médica OPME 2013 Especialidade Custo Total (R$) Ortopedia 1.066.858,38 Neurologia 898.737,16 Cardiologia 199.100,00 Ginecologia 6.400,00 Urologia 38.421,77 Outros Órgãos 205.473,45 TOTAL 2.414.990,76 11
Para se ter a dimensão do impacto com OPME, o assunto foi debatido em audiência pública na Comissão de Defesa do Consumidor, da Câmara dos Deputados, com a participação da representantes de diversas entidades, inclusive da UNIDAS, em função de indícios de superfaturamento e aumentos acima do normal. Coparticipação do associado nos custos da saúde A coparticipação dos associados com os procedimentos foram detalhados nos gráficos a seguir, considerando-se os anos de 2012 e 2013. Coparticipação do associado nos custos da Saúde 2012 Participação do usuário Participação Casembrapa 90% 72% 73% 82% 93% 10% 28% 27% 18% Internação Consultas Exames Outros Atendimentos 7% Demais Despesas Coparticipação do associado nos custos da Saúde 2013 Percentual de participação do usuário Participação Casembrapa 91% 72% 73% 82% 93% 9% 28% 27% 18% Internação Consultas Exames Outros Atendimentos 7% Demais Despesas 12
Detalhamento dos custos operacionais 2012 e 2013 Procedimento Pago (R$) Participação (R$) Percentual de participação do usuário Internação 2012 17.060.369,59 1.655.719,89 10% Internação 2013 26.563.426,15 2.346.911,67 9% Consultas 2012 8.058.559,49 2.232,114,21 28% Consultas 2013 9.987.535,66 2.827.783,72 28% Exames 2012 16.808.924,38 4.509.775,81 27% Exames 2013 20.549.684,42 5.624.976,52 27% Outros Atendimentos 2012 9.528.121,62 1.679,570,91 18% Outros Atendimentos 2013 9.671.943,68 1.726.024,82 18% Demais Despesas 2012 1.392.114,79 93.204.64 7% Demais Despesas 2013 1.408.912,00 92.404,10 7% Tratamento de alto custo Um dado importante foi reparado quando do levantamento dos custos da Casembrapa. Em função do tipo de tratamento que alguns associados necessitam, e os altos custos desses procedimentos, os números mostraram que 25% de todo o valor pago do PAM foram destinados ao pagamento de tratamento de 100 usuários. ANO 2013 TOTAL (R$) CUSTO TOTAL do PAM 68.181.501,91 100 BENEFICIÁRIOS QUE MAIS UTILIZARAM O PLANO 16.808.413,49 13
AÇÕES DA CASEMBRAPA PARA MANTER A SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA Após o sinal de alerta ligado, a empresa iniciou 2013 com o propósito de minimizar o impacto no seu orçamento dos sucessivos aumentos. Algumas ações de gestão foram adotadas. A principal delas foi elaborar um novo planejamento estratégico, focado em alguns pontos: Recuperação das reservas financeiras obrigatórias Encaminhamento de proposta de mudança no modelo de participação Negociação com Sindicato e Patrocinadora para implantação de novo modelo de custeio Alta inadimplência compromete receita Um fato que também contribuiu com o desequilíbrio financeiro da Casembrapa tem sido o alto índice de inadimplência que vem se acumulando nos últimos anos. Em 2013, este índice estava em 17%. O modelo de cobrança via folha de pagamento do usuário e o regulamento de cobrança, que impõe um teto de 20% (margem consignável), são fatores que dificultam o acerto financeiro com o associado. Muitas vezes, ele não está ciente de que, comprometida a margem consignável com outras despesas, e ele será cobrado via boleto bancário. Neste modelo, a Casembrapa não tem prioridade na cobrança via folha de pagamento, competindo com outros empréstimos que compromentem a margem para um grande volume de associados. Na impossibilidade de realizar o desconto em folha, a Casembrapa emite boletos para cobrança dos débitos, que são encaminhados para a residência do associado. Muitas vezes esses documentos retornam por desatualização cadastral. Os associados podem também retirar os boletos através do site da Casembrapa, ou solicitar pelo e-mail boletos@casembrapa.org.br 14
PROGRAMA DE REGULARIZAÇÃO DE DÉBITOS Em outubro 2013, foi lançado o Programa de Regularização de Débitos para os associados que tinham pagamentos em aberto. O objetivo era de recuperar um passivo de cerca de R$7 milhões não pagos pelo associado, incluindo neste montante tanto débitos de mensalidade como de coparticipação. Na primeira semana de janeiro de 2014, o volume de negociações chegou a 45% dos casos, sendo arrecadado um valor de cerca de R$ 400 mil de mensalidades em atraso. O volume de recursos recuperados do item coparticipação atingiu R$ 1,5 milhão, o que corresponde a 12% do passivo. Evolução das negociações de mensalidades em atraso SITUAÇÃO VALOR Nº de associados Débitos existentes R$ 954.767,10 2.182 Valores já recuperados R$ 388.345,30 994 Evolução de recuperação de valores de coparticipação não pagos 15
NECESSIDADE DE RECEITA A Rodarte Consultoria apresentou à Casembrapa estimativa de receita frente aos altos custos com a saúde. Abaixo, é possível perceber a necessidade de escalonamento dos valores, considerando-se as diferentes faixas etárias dos associados. Necessidade de Receita Faixa Etária Custo Final Nº de Beneficiários Necessidade de Receita 0-18 88,48 6.955 615.358,77 19-23 117,38 1.899 222.897,86 24-28 161,58 548 88.545,52 29-33 169,32 1.713 290.039,62 34-38 152,76 2.041 311.789,85 39-43 176,47 2.082 367.400,45 44-48 203,11 2.703 549.009,84 49-53 221,32 2.842 628.997,86 54-58 265,27 2.681 711.199,85 59 + 372,25 4.184 1.557.509,91 Total 27.648 5.342.749,54 Despesas não Assistenciais 397.406,73 Despesas Total 5.740.156,27 Custo Final Per Capita 207,62 16
AÇÕES GERENCIAIS PARA AJUSTES NO PLANO Além da redução da inadimplência, a Casembrapa está adotando outras medidas de ajuste na gestão do PAM, entre elas: Suspensão de atendimento e exclusão do plano de associados inadimplentes, conforme determina o regulamento; Terceirização da cobrança com a contratação de empresa especializada em cobrança, de forma a aplicar os procedimentos inerentes a área; Redução das despesas do custeio da saúde; Implantação de auditoria médica; Controle do período das internações; Redução do número de UNIMED conveniadas, hoje são 15, o que deve acarretar na redução de pelo menos 4% dos custos operacionais com os contratos de reciprocidade; Implantação de campanha educativa para o uso racional do plano de saúde, buscando uma redução de 12 a 15% no uso do Plano; Adoção de uma comunicação contínua e transparente com o associado a respeito da situação da Empresa; Ampliação da rede credenciada quanto mais a Casembrapa tiver os contratos diretos poderá conseguir melhores taxas preços nos procedimentos; Contratação de profissional especializado em credenciamento; Implantação de autorização eletrônica possibilitando o atendimento e uso do Plano para aqueles que estão quites com o Plano e não somente de posse de carteirinhas; Implantação de sistema próprio de cotação de órteses, próteses e materiais especiais, reduzindo o custo para a Casembrapa. 17
CENÁRIO FUTURO DA EMBRAPA Tendo em vista o Cenário atual, a Casembrapa quer adotar medidas agora que garantam o seu futuro. Neste percurso de redesenhar um futuro promissor, conta com a parceria e a colaboração de seus parceiros. NOVA PROPOSTA DE PARTICIPAÇÃO NO CUSTEIO A Casembrapa está levando aos seus parceiros, entre eles, a patrocinadora e o Sindicato dos funcionários, uma nova proposta de participação financeira tanto para associados quanto para a mantenedora. A Empresa entende que esse é processo deverá ser realizado em conjunto e não de forma unilateral. Por isso, apresenta este relatório contendo todas as informações necessárias para a melhor decisão, que esteja de acordo com as premissas: 18
Somente um novo modelo de gestão poderá evitar a insolvência da Operadora Novo modelo de gestão poderá evitar a possibilidade de insolvência da Casembrapa, alerta a presidente da empresa, Sonisley Machado. A consultoria Rodarte apresentou sugestões para reduzir o desequilíbrio financeiro da Casembrapa. A primeira, que não implica em mudanças estatutárias, seria o reajuste do percentual de contribuição do associado de 2% para 3,5% e também o aumento da contribuição da patrocinadora de R$ 95,23 para R$ 127,00 per capita. A segunda alternativa seria a adoção de um modelo de gestão com cobrança de contribuição com percentual escalonado, ou seja, percentual cobrado varia de acordo com o número de beneficiários por associado, faixa etária e faixa salarial. Essa proposta está em estudo para maior aperfeiçoamento dela. Essa alternativa implica em mudanças no estatuto e regulamento da empresa,com aprovação da patrocinadora, Conselho de Administração da Embrapa e finalmente do DEST ( Departamento das Estatais). Após este trajeto deve-se registrar o novo modelo na Agência Nacional de Saúde (ANS) 19