RELATÓRIO. não há como se reconhecer a ilegalidade da associação da CAMARA DOS DIRIGENTE~ LOJISTAS DO RIO DE JANEIRO.



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Transcrição:

I <t PODER JUDIOÁRIO, A' DECIMA PRIMEIRA CAMARA ClVEL ' RELATÓRIO Ação de obrigação de fazer ajuizada pelo CLUBE DE DIRETORES LOJISTAS DO RIO DE JANEIRO em face de CÂMARA DOS DIRIGENTES LOJISTAS DO RIO DE JANEIRO, CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE DIRIGENTES LOJISTAS e CARLOS HENRIQUE SILVA MONJARDIM DA FONSECA. A sentença julgou improcedente o pedido inicial, sob o fundamento de que se o Autor não atende as disposições estatutárias da CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE DIRIGENTES LOJISTAS,,.. não há como se reconhecer a ilegalidade da associação da CAMARA DOS DIRIGENTE~ LOJISTAS DO RIO DE JANEIRO. Inconformado com o teor do "decisum", o Autor interpôs o recurso de fls. 727/746, alegando a inexistência de controvérsia acerca da filiação da Confederação, haja vista que sempre pagou e vem pagando a contribuição confederativa; a Confederação nunca, jamais, em nenhum momento de sua história, se referiu ao Apelante como se ela fosse uma entidade congênere a uma Câmara, seja nas cartas trocadas internamente, seja nas assembléias ou por qualquer outra forma; na hipótese em comento revela-se inaplicável o disposto no artigo 54, do N CC, haj a vista a necessidade de observância do art. 2031, do CC, alterado pela Lei n. 11.127/05; o MM. Magistrado de primeiro grau sequer proferiu o despacho saneador, fixando ponto controvertido; os Apelados jamais contestaram que o Clube foi fundado em 07/11/1995, estando filiado à Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas; a Confederação foi criada após quase duas décadas, com o objetivo de congregar e coordenar as atividades dos seus filiados; por ser o mais antigo no país, o Clube, por intermédio da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas, é afiliado à Confederação desde a criação desta, sendo inscrito, inclusive, sob o número 001; a Confederação determinou

'-.. (I ; DEClMA PRIMEIRA A; CAMARA CIVEL que todos se passassem a se chamar de Câmara de Dirigentes Lojistas; como não havia previsão de qualquer tipo de sanção administrativa para aquele que não alterasse o seu nome, o Apelante preferiu continuar sendo reconhecido como Clube, mantendo a sua tradição histórica; a Confederação jamais deu ao Clube qualquer outra denominação que não fosse "associação", impondo somente agora a existência de uma Câmara por Município filiada à Confederação; é inequívoca a impossibilidade do Clube trocar de nome; o Convênio RIPC não pode ser confundido com a própria Confederação. o recurso foi contrariado às fls. 802/814 e às fls. 817/837, é tempestivo, está preparado e as partes estão devidamente representadas. É o Relatório. À Douta Revisão. Rio de Janeiro, <S)/ ~ ~ <:..c. ~6 Desembargador JOSÉ..

ct.., A' DECIMA PRIMEIRA CAMARA ClVEL Apelação Cível n 2006.001.28264. APELAÇÃO CíVEL. PRELIMINAR DE CERCEAMENTO DE DEFESA. A FIXAÇÃO DOS PONTOS CONTROVERTIDOS SOMENTE SE JUSTIFICA QUANDO INAPLICÁVEIS AS HIPÓTESES PREVISTAS NO ARTIGO 330, DO CPC. CASO QUE A AUTOR DEIXOU DE ANEXAR AOS AUTOS TODOS OS ELEMENTOS NECESSSÁRIOS A CONViCÇÃO DO Juízo. DE ACORDO COM O ARTIGO 396, DO CPC, É ÔNUS DA PARTE APRESENTAR OS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS À ELUCIDAÇÃO DA LIDE NA FASE INICIAL DA DEMANDA. PRELIMINAR REFUTADA. EM SEDE DE MÉRITO, INEXISTE ILEGALIDADE DA CONDUTA DA CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE DIRIGENTES LOJISTAS AO PROMOVER A FILIAÇÃO DA CÂMARA DOS DIRIGENTES LOJISTAS DO RIO DE JANEIRO. O ESTATUTO SOCIAL DA CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE DIRIGENTES LOJISTAS IMPÕE INÚMEROS REQUISITO À ASSOCIAÇÃO, ARROLANDO ENTRE ELES A NECESSIDADE DE UNICIDADE DE DENOMINAÇÃO, COM A ADOÇÃO DA NOMENCLATURA "CÂMARA DE DIRIGENTES". TAL OBSERVAÇÃO É DE VITAL IMPORTÂNCIA NA ELUCIDAÇÃO DA PRESENTE CONTROVÉRSIA, NA MEDIDA QUE REVELA A INEXISTÊNCIA DE DUPLlCIDADE DE FILIAÇÃO NOS REGISTROS DO CLUBE DE DIRETORES LOJISTAS DO RIO DE JANEIRO E DA CÂMARA DOS DIRIGENTES LOJISTAS DO RIO DE JANEIRO. ISSO PORQUE, SE A CONFEDERAÇÃO EXIGE QUE SEUS ASSOCIADOS SEJAM DENOMINADOS DE "CÂMARA DE DIRIGENTES", NÃO PODE O AUTOR, DENOMINADO DE CLUBE DE DIRETORES LOJISTAS, QUERER INTEGRAR AOS PARTICIPANTES DA REFERIDA CONFEDERAÇÃO. HÁ, NA HIPÓTESE, FLAGRANTE VIOLAÇÃO ÀS DIRETRIZES TRAÇADAS PELA CONGREGAÇÃO DE ÂMBITO NACIONAL QUE, COM EFEITO, IMPEDE 'O ACOLHIMENTO DA PRETENSÃO INICIAL. A DESPEITO DO CONTIDO NO ARTIGO 54 E 2031, DO NCC, O AUTOR-APELANTE JÁ DETINHA DESDE 1994, DATA DA EXIGÊNCIA IMPOSTA PELA CONFEDERAÇÃO,' A OBRIGAÇÃO DE PROMOVER A ALTERAÇÃO DE SUA DENOMINAÇÃO.-:SE ASSIM NÃO FEZ, PREFERINDO PERMANECER COM O SEU NOME ATUAL É PORQUE, DATA VENIA, ASSUMIU O RISCO DE, FUTURAMENTE, SER PRETERIDO POR AQUELE QUE OSTENTAVA OS REQUISITOS PREVISTOS

fi,, A' DECIMA PRIMEIRA CAMARACIVEL Apelação Cível n 2006.001.28264 ". NO ESTATUTO DA CONFEDERAÇÃO, TAL COMO, NA HIPÓTESE, OCORREU. ADEMAIS, NO INTUITO DE FACILITAR E PROMOVER SEUS OBJETIVOS SOCIAIS, MELHORANDO SEUS SERViÇOS, É PERFEITAMENTE POSSíVEL À CONFEDERAÇÃO PERMITIR A ASSOCIAÇÃO DE DETERMINADA ENTIDADE QUE ATENDA SEUS REAIS INTERESSES, DESDE OBSERVADAS AS REGRAS ESTATUTÁRIAS, TAL COMO NO CASO EM COMENTO. RECURSO IMPROVIDO. Vistos, relatados e discutidos estes autos da Apelação Cível n 28.264/2Q06 em que figura como apelante CLUBE DE DIRETORES LOGISTAS DO RIO DE JANEIRO e como apelados 1 CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE DIRIGENTES LOJISTAS, apelados 2 CAMARA DOS DIRIGENTES LOJISTAS DO RIO DE JANEIRO E OUTRO, ACORDAM os Desembargadores que compõem a Décima Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, à unanimidade, em NEGAR provimento ao recurso, nos termos do voto do Desembargador Relator. Rio de Janeiro, 25 de outubro de 2006. 7535-651-0292

Tribunal i de Justiça do Estado do Rio de Janeiro DÉCIMA PRIMEIRA câmara CÍVEL VOTO DO RELATOR Inicialmente, refuta-se a preliminar de cerceamento de defesa suscitada pelo ora Apelante. A d~speito das alegações contidas na peça recursal, a fixação dos pontos controvertidos na forma do art. 331 e art. 451, ambos do CPC somente se justifica quando inaplicável as hipóteses previstas no artigo 330, do referido Diploma Legal. E, no caso em comento, não obstante cuidar-se demanda que versa sobre questão de direito e de fato, resta inequívoca a desnecessidade de dilação probatória em audiência, de forma a ensejar a incidência do disposto no referido art. 331, do CPC e, por corolário, a pretendida fixação dos pontos controvertidos. Isso porque, de acordo com o art. 333, I, do CPC, era ônus do Autor-Apelante o ônus de provar os fatos constitutivos do seu direito (art.333, I, do CPC), anexando aos autos todos os elementos necessários a convicção do Juízo. A omissão processual da ora Recorrente importa, assim, em afronta ao artigo 333, inciso I, do CPC, devendo, por corolário, suportar com o julgamento que lhe é desfavorável, sem qualquer violação aos preceitos contidos no artigo 5, LV, da CRFB. A suposta dúvida do Juízo de primeiro grau alegada pelo ora Apelante decorreu, sem sombra de dúvida, da inércia do ora_ Apelante que, alheio as regras atinentes ao ônus de prova, deixou de anexar aos autos os documentos necessários para dirimir a controvérsia, somente o fazendo após a prolação da sentença. J

.' DÉCIMA PRIMEIRA câmara CÍVEL J Registra-se, por oportuno, que a regra geral quanto à produção de provas documentais encontra-se no art. 396 do Cód. de Proc. Civil, cujo teor, corroborado com a regra do art. 283 do mesmo Diploma Legal, impõe às partes o ônus da apresentação dos documentos na fase inicial da demanda vergastada. Em sede de mérito, deve ser mantida a sentença A despeito das alegações contidas na peça de insurgência, inexiste ilegalidade da conduta da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas ao promover a filiação da Câmara dos Dirigentes Lojistas do Rio de Janeiro. Conforme de vê dos autos, o Estatuto Social da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas impõe inúmeros requisito à associação, arrolando entre eles a necessidade de unicidade de denominação, com a adoção da nomenclatura HCâmara de Dirigentes". Tal observação é de vital importância na elucidação da presente controvérsia, na medida que revela a inexistência de duplicidade de filiação nos registros do CLUBE DE DIRETORES LOJISTAS DO RIO DE JANEIRO e da CÂMARA DOS DIRIGENTES LOJISTAS DO RIO DE JANEIRO. Isso porque, se a Confederação exige que seus associados sejam denominados de "Câmara de Dirigentes", não pode o Autor- Apelante, denominado de Clube de Diretores Lojistas, querer integrar aos participantes da referida Confederação. H~ na hipótese, flagrante violação às diretrizes traçadas pela Congregação de âmbito nacional que, com efeito, impede o acolhimento da pretensão inicial. J ef-..

t Tribunal de Justiça do Estado do' Rio de Janeiro DÉCIMA PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL. Nesse sentido, aliás, irreparável a sentença vergastad(4 ao afinnar que a impossibilidade do Autor ser associado da 2 a Ré e da Federação dos Dirigentes Lojistas do Estado, "visto que não atende às disposições estatutárias dessas associações, tais como a denominação obrigatória "Câmara de Dirigentes"(fls.443). A unicidade de denominação é importante identificador da associação e de suas atividades, além de demonstrar procedimento em consonância à boa-fé objetiva devida aos consumidores". E, nesse passo, não há como se negar que a Câmara dos Dirigentes Loj istas do Rio de Janeiro é, de fato, a única atuante no Município do Rio de Janeiro, consoante, aliás, a exigência contida no artigo 15 do Estatuto da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas:... Art. 15 - As Câmaras de Dirigentes Lojistas serão, obrigatoriamente, sociedades civis sem fins lucrativos, sem filiação político-partidária ou religiosa, constituída por empresas que se dediquem ao comércio lojistas, só podendo existir uma em cada município.(grifos) Revela-se, oportuno, registrar que a despeito do contido no artigo 54 c 2031, do NCC, o Autor-Apelante já detinha desde 1994, data da exigência imposta pela Confederação, a obrigação de promover a alteração de sua denominação. Se assim não fez, preferindo permanecer com o seu nome atual, "mantendo a sua tradição histórica", é porque, data venia, assumiu o risco de, futuranlente, ser preterido por aquele que ostentava os requisitos previstos no Estatuto da Confederação, tal como, na hipótese, ocorreu.

.' DÉCIMA PRIMEIRA câmara CÍVEL. É incontroversa a inexistência de sanção administrativ~ entretanto, como já salientado, o Apelante tinha total ciência da obrigação, se foi omisso no seu cumprimento deve arrostar as conseqüências decorrentes de sua inércia I Vale dizer, deveria promover a alteração de sua denominação, posto se tratar de requisito para a sua filiação perante a Congregação de âmbito federal, ato este que foi realizado pelo Segundo Apelado que passou a ostentar legitimidade para figurar como associado. Não pode agora alegar prejuízo decorrente da indigitada inércia, ou sej~ beneficiar-se da própria torpeza. Por outro lado, é induvidoso que o Convênio da Rede de Informações e proteção ao Crédito - RIPC, firmado entre o Autor- Apelante, a Confederação Nacional de Dirigente Lojista e outras Associações Comerciais (São Paulo e Paraná) não se confunde com a própria Confederação. A mera análise das finalidades constantes no RIPC e na referida Confederação demonstra a inexistência da suposta identidade. Todavia, não se pode olvidar que a denúncia do referido Convênio, promovido pelo Autor-Apelante (fls. 276/277) acaba por revelar a discrepância de objetivos entre as partes envolvidas na presente controvérsia. Explica-se: Conforme se depreende de fls. 276/2':/7, o referido convênio tinha por finalidade regulamentar os "serviços de informações empresariais com a abrangência nacional, destinados à operação

(I " DÉCIMA PRIMEIRA câmara CÍVEL dos Serviços de Proteção ao Crédito e Serviços Centrais de Proteção ao Crédito", Ora~ se os indigitados serviços de proteção são organizados pela Confederação, com a finalidade de promover seus objetivos sociais, e se tais serviços foram instrumentalizados via Convênio RIPC, denunciado pelo ora Apelante, é evidente o descompasso entre as referidos objetivos. I o que, aliás, resta sobejamente demonstrado quando se observar que, após a denúncia do Convenio, o Autor-Apelante formou uma nova rede de dados cadastrais concorrente com o sistema organizado pela Confederação. Tal circunstância, ainda que não possa ser determinante para a associação da Câmara dos Dirigentes Lojistas do Rio de Janeiro, ratific~ acaba por legitimá-la. Ademais, como sabido, no intuito de facilitar e promover seus objetivos sociais, melhorando seus serviços, é perfeitamente possível à Confederação permitir a associação de determinada entidade que atenda seus reais interesses, desde observadas as regras estatutárias, tal como no caso em comento. Isto posto, nega-se provimento ao recurso para manter a sentença recorrida por seus próprios termos que ficam fazendo pmie integrante deste, na forma regimental. Rio de Janeiro ti s;- cl. ov+ubro vl.. :J:-oo~., j'~/~~~ Desembargador JOSE CARLOS DE FraDEI Relator O

DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DÉCiMA PRIMEIRA CÂMARA cível CER TIDÃ O Certifico que o 'li. Acórdão de fls.?-+i / ~s4-,foi publicado no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro, Parte IlI, Seçiio Estadual, em/o / OI / 0-1-. -, / ((' ;' Rio de Janeiro, /L-O / (c;, / / r I...,-b: i'l /"'.. ";-I'./~ /_-_) _-:'>_/_1 j REMESSA de REGISTRO DE ACÓRDÃOS. Nesta data faço remessa dos presentes autos à Divisão Rio de Janeiro, / /