- CASAS SENDAS COMÉRCIO E INDÚSTRIA S/A. - Conselheiro Wantheriel Ribeiro da Silva

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1 24 fevereiro 99 SEGUNDA CÂMARA Proc. E-04/ / CASAS SENDAS COMÉRCIO E INDÚSTRIA S/A - Junta de Revisão Fiscal - Conselheiro José Torós REDATOR - Conselheiro Wantheriel Ribeiro da Silva Participaram do julgamento os Conselheiros: José Torós, Wantheriel Ribeiro da Silva, Sylvio de Siqueira Cunha e Eduardo Caetano Garcia. IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS. PRELIMINAR DE NULIDADE DA DECISÃO DE 1ª INSTÂNCIA. Considerando que a decisão a quo não extravasou os termos da imputação formalizada na inicial e que a mera menção de dispositivo lá não referido em nada prejudicou o direito de defesa do contribuinte, impõe-se a rejeição de tal preliminar. APLICAÇÃO DO ART. 36, DA LEI Nº 1423/89 - CRÉDITO DE ENERGIA ELÉTRICA. As mercadorias ou bens destinados ao consumo, quando não consumidos integralmente e como elemento indispensavel na produção final, ou, então participando do conjunto da operação realizada, não implicarão créditos para compensação com o imposto devido e resultante do confronto periódico, nos termos da legislação pertinente.

2 ACÓRDÃO Nº SEGUNDA CÂMARA 2 R E L A T Ó R I O Imputa o auto de fls. 2 como indevido o aproveitamento de créditos do ICMS relativos aos fornecimentos da energia elétrica consumida no estabelecimento. Inconformado, o sujeito passivo recorreu a este Colegiado (fls. 32/35), defendendo a improcedência da ação fiscal, dada à inexistência na lei de norma proibitiva do aproveitamento do credito em apreço (relativo à energia elétrica) e à falta de tipicidade legal tributária. A douta Representação da Fazenda às fls. 40/47, opina pelo desprovimento do recurso. É o relatório. VOTO DO RELATOR Quanto a preliminar de nulidade da decisão da Junta de Revisão Fiscal, levantada pela empresa autuada, inclino-me por sua rejeicão por entender que, embora o julgado monocrático tenha referido a dispositivo legal não mencionado no auto de fls. 2, tal menção não foi feita para suprir, mas sim para melhor explicitar o entendimento da Administração Tributária. E disso, é relevante que se afirme, não decorreu qualquer prejuízo ou dificultação ao direito de defesa, tanto que brilhantemente exercitado pelo contribuinte, como se vê no recurso sob exame. Por isso, acompanho a Fazenda quanto a esta

3 ACÓRDÃO Nº SEGUNDA CÂMARA 2 preliminar, não a acolhendo. VOTO DO RELATOR (Vencido quanto ao mérito) Ainda a questão da apropriação dos créditos do ICMS referente à energia elétrica, tema já esgotado e até com legislação específica e vigente, editada por força da óbvia legitimidade de tais aproveitamentos creditórios. A tese da legitimidade de tais creditamentos do imposto relativo ao fornecimento de energia elétrica utilizada por estabelecimento de qualquer natureza ganhou vida praticamente em todas as Câmaras deste Conselho e o Colendo Plenário, em sua grande maioria, não diverge mais. Todos os eminentes integrantes deste Colegiado são testemunhas de que nunca esmoreci na defesa da juridicidade. Incansavelmente repeti em muitos julgamentos, nesta Corte, os fundamentos lógico-jurídicos que nortearam minhas conclusões, os quais se centram diante da evidência de que, para o ICMS predomina o incidente em mercadorias adquiridas para revenda, referentes a matérias primas, produtos ou materiais que participem do processo de industrialização, bem assim o pertinente a produtos outros que sejam necessários à efetivação da atividade comercial, industrial, ou profissional. E aí se quadra a energia eletrica empregada em qualquer estabelecimento, cuja indispensabilidade é manifesta. O entendimento dos que não concordam comigo jamais nos seduziu. Já a posição que sempre defendi, decerto em razão de robustez e coerência jurídica, foi aceita por muitos (antes contrários), e até agasalhado pela lei. Sua força, assim, é flagrante. Por isso, e considerando o que mais consta no processo, DOU PROVIMENTO ao recurso. É o voto.

4 ACÓRDÃO Nº SEGUNDA CÂMARA 4 VOTO DO CONSELHEIRO WANTHERIEL RIBEIRO DA SILVA (Vencedor quanto ao mérito) Não merece reparo a decisão da Junta de Revisão Fiscal, que julgou procedente o Auto de Infração. Com o advento da Lei nº 1423/89, a energia elétrica passou a ser considerada mercadoria para fins de incidência do ICMS, em conformidade com as disposições do parágrafo 2º, do artº 2º, com as restrições explicadas no art. 36, da aludida lei. A autuada é empresa comercial que não realiza processo industrial. A energia elétrica que é consumida em seu estabelecimento não participa e nem integra os produtos por ela comercializados, impedindo, por isso, a utilização do crédito proveniente do fornecimento de energia elétrica ao estabelecimento da recorrente. É o voto. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos em que é Recorrente CASAS SENDAS COMÉRCIO E INDÚSTRIA S/A e Recorrida a Junta de Revisão Fiscal. Acorda a SEGUNDA CÂMARA do Conselho de Contribuintes do Estado do Rio de Janeiro, por maioria, rejeitar

5 ACÓRDÃO Nº SEGUNDA CÂMARA 5 preliminar de nulidade da decisão recorrida, suscitada pela Recorrente, nos termos do voto do Conselheiro Relator. acolheu a preliminar. Vencido o Conselheiro Sylvio de Siqueira Cunha, que Quanto ao mérito, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso, nos termos do voto vencedor do Conselheiro Wantheriel Ribeiro da Silva, designado Redator. Vencidos os Conselheiros, Relator e Sylvio de Siqueira Cunha, que deram provimento. SEGUNDA CÂMARA do Conselho de Contribuintes do Estado do Rio de Janeiro, de de EDUARDO CAETANO GARCIA No exercício regimental da Presidência JOSÉ TORÓS. Relator /LBF. WANTHERIEL RIBEIRO DA SILVA Redator