SECRETARIA DE ESTADO DE FAZENDA E CONTROLE GERAL CONSELHO DE CONTRIBUINTES. - Junta de Revisão Fiscal. - Conselheiro Sylvio de Siqueira Cunha

Transcrição

1 PUBLICADA A DECISÃO DO ACÓRDÃO No D.O. de / / Fls. SECRETARIA DE ESTADO DE FAZENDA E CONTROLE GERAL CONSELHO DE CONTRIBUINTES Sessão de 02 de março de 2000 SEGUNDA CÂMARA RECURSO Nº ACÓRDÃO Nº RECORRENTE - GENERAL ELETRIC TRADING DO BRASIL S/A RECORRIDA RELATOR - Junta de Revisão Fiscal - Conselheiro Sylvio de Siqueira Cunha Participaram do julgamento os Conselheiros: Sylvio de Siqueira Cunha, Eduardo Caetano Garcia, Antonio de Pádua Pessoa de Mello e José Torós. IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS. DOCUMENTO FISCAL. ESCRITURAÇÃO. FALTA. É obrigação de todo contribuinte escriturar as notas fiscais relativas a entradas de mercadorias em seu estabelecimento, seja qual for a sua destinação. Auto de infração PROCEDENTE.

2 ACÓRDÃO Nº 3743/SEGUNDA CÂMARA 2 RELATÓRIO A Junta de Revisão Fiscal (fls. 175/178) julgou procedente o Auto de Infração inicial do presente, em que se exige da empresa um valor de ICMS relativo a saídas de mercadorias cujas entradas não foram escrituradas, em janeiro de Inconformada, a empresa interpôs o recurso de fls. 184/201, afirmando, de saída, que tudo decorreu de erro formal da CSN, por ocasião da emissão das notas fiscais, cujo destinatário foi efetivamente o estabelecimento situado em Campinas/SP (e não GE TRADING, do Rio de Janeiro), falha que fora comunicada à empresa vendedora, mediante carta de correção. Adianta, ainda, que as operações entre a CSN e a GE TRADING representaram vendas à ordem, sem que incidisse o imposto nesta fase, nem nas posteriores exportações realizadas. A douta Representação da Fazenda, às fls. 214/6, opinou pelo desprovimento do recurso, no mérito. É o relatório. VOTO DO RELATOR Convenci-me da procedência da autuação, máxime por faltar às razões do recurso comprovação válida e eficaz e considerando que somente o estabelecimento do Rio de Janeiro, autuado, a quem se destinaram as mercadorias não escrituradas, poderia fruir do benefício fiscal de redução da base de cálculo.

3 ACÓRDÃO Nº 3743/SEGUNDA CÂMARA 3 Os fundamentos do parecer da douta Representação da Fazenda são perfeitos, pelo que os incorporo ao presente voto (e, a seguir, transcrevo): Após haver o autuante se manifestado sobre a impugnação (fls. 93), o julgador de 1ª Instância acolheu o auto de infração, reduzindo a discussão a seu ponto essencial, em face da legislação vigente à época: a) O tratamento diferenciado das exportações de produtos semi-elaborados (redução de 50% na base de cálculo) foi estendido às tradings localizadas em outros Estados que operem exclusivamente no comércio de exportação; b) Assim, as notas fiscais em causa não poderiam ter sido endereçadas ao estabelecimento industrial da GE-BRASIL, em Campinas (SP); c) Somente a GE TRADING, a cujo estabelecimento, no Rio de Janeiro, foram, originariamente, faturadas as mercadorias pela CSN, poderia se beneficiar dos favores fiscais; d) Logo, não há duvida de que a autuada, a mesma GE TRADING, "infringiu aqueles dispositivos citados na inicial ao não proceder à escrituração das entradas das mercadorias, as quais, posteriormente, seriam exportadas com redução da base de cálculo". O recurso de fls. 184/200 limita-se a reproduzir os argumentos da impugnação, nada acrescentando à discussão. A recorrente volta a invocar a alegada retificação das notas fiscais a que se faz alusão a correspondência que teria sido dirigida pela GE TRADING à CSN, solicitando fosse trocado o nome do destinatário de GE TRADING para GE BRASIL. Ora, tal correspondência - se realmente foi enviada e recebida, o que não se prova - é datada de , ao passo que as notas fiscais, como se viu, se relacionam a operações realizadas em Janeiro daquele ano; no entanto, em Fevereiro seguinte a CSN emitia o citado relatório de fls. 4/23 que serviu de base para a ação fiscal, dando as vendas como feitas à autuada, GE TRADING.

4 ACÓRDÃO Nº 3743/SEGUNDA CÂMARA 4 Note-se, por outro lado, a total impropriedade cometida pela recorrente, ao qualificar tais vendas como à ordem da GE TRADING e, por isso, não passíveis de tributação. A venda à ordem, regulada art. 102, do Livro II, do RICM, nada tem a ver com o que ocorreu com as operações objeto das notas fiscais relacionadas pela CSN, emitidas contra a autuada, GE TRADING, que não as escriturou nas entradas da mercadoria em seu estabelecimento fluminense, nem recolheu o imposto devido nas saídas, por ocasião da exportação. Os mecanismos segundo os quais opera o mercado internacional e, em particular, atuam as empresas do conglomerado GENERAL ELETRIC, "na criação de soluções criativas, e na colocação internacional de produtos brasileiros, que de outra forma não seriam aceitos por tais mercados", ao diz a recorrente, por mais úteis que possam ser para o desenvolvimento desse mercado (matéria estranha ao processo), em nada descaracterizam as operações, perfeitamente definidas para fins de incidência do ICMS, com redução da base de cálculo." Por isso, voto no sentido do desprovimento do recurso. É o voto.

5 ACÓRDÃO Nº 3743/SEGUNDA CÂMARA 5 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos em que é Recorrente GENERAL ELETRIC TRADING DO BRASIL S/A e Recorrida a Junta de Revisão Fiscal. Acorda a SEGUNDA CÂMARA do Conselho de Contribuintes do Estado do Rio de Janeiro, por maioria, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Conselheiro Relator. Vencido o Conselheiro José Torós, que deu provimento. SEGUNDA CÂMARA do Conselho de Contribuintes do Estado do Rio de Janeiro, em de JOSÉ TORÓS PRESIDENTE SYLVIO DE SIQUEIRA CUNHA RELATOR /CESC