Síntese da Conjuntura do Sector Elétrico e Eletrónico 2º Trimestre de 2015 Recuperação sustentada do crescimento 1. Conjuntura Sectorial Nota: Os índices que se seguem resultam da média aritmética das respostas das empresas associadas, segundo uma escala qualitativa de 1 a 5, em que 1 corresponde ao valor mais desfavorável e 5 ao mais favorável, na apreciação de cada um dos itens. 1.1 Volume de Negócios Volume de Negócios 2.º Trim 2015 3.º Trim 2015 Mercado Português 2,7 2,5 Mercado Externo 3,2 3,1 Conforme previsto, verificou-se uma melhoria do Volume de Negócios no mercado nacional neste 2º trimestre; no entanto, esta expectativa não se mantém para o trimestre seguinte; quanto ao mercado externo, mantém um andamento razoável que se prevê continuar. 1.2 Carteira de Encomendas Carteira de Encomendas 2.º Trim 2015 3.º Trim 2015 Mercado Português 2,7 2,6 Mercado Externo 3,1 3,1 A Carteira de Encomendas reflete as mesmas impressões e expectativas que o Volume de Negócios: o 2º trimestre foi alvo de uma melhoria aparentemente pontual no mercado nacional, que como tal não deverá manter-se, ao contrário do mercado externo, mais estável. Página 1 de 5
1.3 Emprego Emprego 2.º Trim 2015 3.º Trim 2015 Qualificado 3,0 3,0 Não Qualificado 2,9 2,8 O Emprego Qualificado mantém-se estável, ao contrário do Emprego Não Qualificado, ameaçando deteriorar-se. 1.4 Propensão ao Investimento Investimento 2.º Trim 2015 3.º Trim 2015 Propensão a investir 2,9 2,8 Começa, finalmente, a manifestar-se um aumento do investimento no presente e no futuro, conforme tem sido noticiado na comunicação social. Os vários programas de apoio do Portugal 2020 direcionados à investigação científica e tecnológica, internacionalização e inovação, nomeadamente no domínio das TIC, têm surtido efeito. 1.5 Situação Financeira Indicadores 2.º Trim 2015 3.º Trim 2015 Tesouraria/Liquidez 3,3 3,2 Dívidas de clientes privados 3,1 3,1 Dívidas do Estado e Setor Público 2,8 2,8 Acesso ao crédito 2,8 2,8 Custo do crédito 2,5 2,5 Seguro de Crédito à Exportação 2,1 2,0 A Tesouraria das empresas continua a manter o equilíbrio alcançado, ao mesmo tempo que se registam melhorias continuadas em dívidas de clientes privados e do Estado, espelhando uma melhoria da situação financeira que se prevê continuar no próximo trimestre. Na mesma linha, o acesso ao crédito melhorou, embora o custo se mantenha elevado. Apenas o seguro de crédito à exportação continua difícil, indiciando não melhorar. Página 2 de 5
1.6 QREN QREN 2.º Trim 2015 3.º Trim 2015 Aprovação de projetos 2,3 2,5 Pagamento de comparticipações 2,8 2,4 Apesar da melhoria verificada no Investimento, esta deverá atribuir-se a uma série de programas do Portugal 2020 que não os do atual QREN, uma vez que as empresas do Sector reportam uma apreciação desfavorável neste trimestre, que se prevê manter no segundo; a recuperação no pagamento de comparticipações relativas ao QREN anterior abrandou também no segundo trimestre, conforme esperado. 2. Conjuntura Portuguesa Apresentam-se as previsões mais recentes do Banco de Portugal (BdP) para a economia portuguesa. BdP (Jun15) 2015(p) 2016(p) PIB 1,7 1,9 Consumo Privado 2,2 1,7 Consumo Público -0,5 0,2 Investimento (FBCF) 6,2 4,4 Exportações 4,8 6,0 Importações 5,7 5,5 Taxa de Desemprego 12,9 12,6 IHPC 0,5 1,2 Fonte: Banco de Portugal e NECEP Católica Lisbon No 2º trimestre de 2015, a economia portuguesa terá crescido 1.7% em termos homólogos, em ligeira aceleração face ao trimestre anterior. Segundo o NECEP - Núcleo de Estudos sobre a Conjuntura da Economia de Portugal da Universidade Católica, estes resultados poderão estar a ser influenciados por benefícios pontuais, como a perspetiva de eleições no 3º trimestre do Página 3 de 5
ano, mas também por outros mais consistentes, como a recuperação do investimento. As exportações deverão registar um crescimento robusto, o que deverá manter a capacidade de financiamento da economia portuguesa e, desta forma, a redução sustentada dos níveis de endividamento externo. Finalmente, prevê-se uma progressiva redução da taxa de desemprego (13,9%, em 2014), não obstante a sua persistência em níveis elevados. Em termos de conjuntura financeira, a inflação manter-se-á em níveis reduzidos, embora com tendência de aumento gradual, mas valores inferiores aos projetados para a zona euro. Por ora, a crise no BES e a situação em torno da Grécia não tiveram grande impacto em Portugal em termos de fluxos financeiros. 3.Conjuntura Internacional PIB 2015 2016 MUNDO 3,3 3,8 EUA 1,5 1,7 UE zona euro 1,5 1,7 Alemanha 1,6 1,7 França 1,2 1,5 Itália 0,7 1,2 Espanha 3,1 2,5 Reino Unido 2,4 2,2 Portugal 1,7 1,9 China 6,8 6,3 Japão 0,8 1,2 India 7,5 7,5 Brasil -1,5 0,7 Fonte: FMI Julho de 2015 Página 4 de 5
O crescimento global deverá situar-se em 3,3% em 2015, com recuperação progressiva das economias avançadas e abrandamento dos mercados emergentes e economias em desenvolvimento. Em 2016, prevê-se um reforço do crescimento para cerca de 3.8% O recuo da atividade no primeiro trimestre de 2015, sobretudo na América do Norte, resultou numa revisão em baixa do crescimento global relativamente a Abril de 2015. No entanto, os principais motores da aceleração gradual das economias avançadas - condições financeiras favoráveis, política fiscal mais suavizada na zona euro, preços de petróleo mais baixos e aumento da confiança e das condições do mercado de trabalho - mantêm-se. A recuperação económica da zona euro parece bem encaminhada, com forte recuperação da procura interna e tendência para aumento da inflação. As previsões de crescimento para muitos dos países foram revistas em alta, mas a repercussão dos acontecimentos ao longo do tempo deverá ter custos mais elevados do que o inicialmente previsto. Nas economias emergentes, o abrandamento continuado é reflexo de vários fatores, que incluem preços mais baixos das commodities e enquadramento financeiro externo mais restritivo, estrangulamentos estruturais, reequilíbrio da China e instabilidade económica relacionada com fatores geopolíticos. Assim, uma recaída da atividade numa série de economias afetadas deverá resultar numa recuperação do crescimento em 2016. A distribuição dos riscos relativamente à atividade global ainda pende de forma desfavorável. Nos riscos de curto prazo incluem-se a volatilidade dos mercados financeiros e flutuações perturbadoras dos preços, ao mesmo tempo que o potencial de baixo crescimento se mantém um importante risco de médio-prazo quer nas economias avançadas, quer nas emergentes. Preços mais baixos das commodities também colocam ameaças às economias em desenvolvimento de baixos rendimentos, após vários anos de forte crescimento. Julho de 2015 Serviço de Economia e Associativismo Página 5 de 5