Síntese da Conjuntura do Sector Elétrico e Eletrónico



Documentos relacionados
Fundo de Pensões BESA OPÇÕES REFORMA

Boletim Mensal de Economia Portuguesa. N.º 11 Novembro Gabinete de Estratégia e Estudos Ministério da Economia

Previsões do inverno de 2014: recuperação económica ganha terreno

Projeções para a economia portuguesa:

GRANDES OPÇÕES DO PLANO 2008 PRINCIPAIS ASPECTOS

RELATÓRIO E CONTAS BBVA MULTIFUNDO ALTERNATIVO

RELATÓRIO E CONTAS BBVA BOLSA EURO

Análise ao Comércio Externo de Equipamento Elétrico e Eletrónico

'DWD 7HPD $FRQWHFLPHQWR

O indicador do clima econômico piorou na América Latina e o Brasil registrou o indicador mais baixo desde janeiro de 1999

Relatório de Gestão & Contas - Ano 2012 RELATÓRIO DE GESTÃO. Resende e Fernandes, Construção Civil, Lda.

Ficha de informação 1 POR QUE RAZÃO NECESSITA A UE DE UM PLANO DE INVESTIMENTO?

IMF Survey. África deve crescer mais em meio a mudanças nas tendências mundiais

O País que Queremos Ser Os fatores de competitividade e o Plano Brasil Maior

Portugal Forte crescimento no início do ano

01 _ Enquadramento macroeconómico

As Estatísticas do Banco de Portugal, a Economia e as Empresas

A Carteira de Indicadores inclui indicadores de input, de output e de enquadramento macroeconómico.

Análise CEPLAN Clique para editar o estilo do título mestre. Recife, 17 de agosto de 2011.

Economia, Estado da Indústria e Perspectivas. Apresentação para: SIMPESC. Joinville Março de 2010

Seguros e Pensões em Portugal: Situação atual e perspetivas futuras

ANEXO VII OBJETIVOS DAS POLÍTICAS MONETÁRIA, CREDITÍCIA E CAMBIAL LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS

Portugal: Mantém-se o ritmo de recuperação débil, mas estável, em 4T14

Projeções para a economia portuguesa:

Cenário Econômico para 2014

Perspectivas da Economia Brasileira

Abrandamento no primeiro trimestre do ano

DISCLAIMER. Aviso Legal

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE EMPRESAS PETROLÍFERAS

Palestra: Macroeconomia e Cenários. Prof. Antônio Lanzana 2012

SINAIS POSITIVOS TOP 20 (atualizado a 10JUL2014)

Os desafios do desenvolvimento brasileiro e a Política Industrial

Textos de política e situação económica

LUZ AO FUNDO DO TÚNEL TALVEZ SÓ EM As previsões do Euroconstruct para o sector da construção e da reabilitação em Portugal.

X SEMINÁRIO SUL BRASILEIRO DE PREVIDÊNCIA PÚBLICA. BENTO GONÇALVES / RS / Maio 2012

'DWD 7HPD $FRQWHFLPHQWR

Nota de Crédito PJ. Janeiro Fonte: BACEN Base: Novembro de 2014

G PE AR I Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais. Boletim Mensal de Economia Portuguesa. N.

A Indústria Portuguesa de Moldes

Conjuntura da Construção n.º 77 O SETOR CONTINUA EM CRISE MAS EMPRESÁRIOS ACREDITAM NA RECUPERAÇÃO

PROJEÇÕES PARA A ECONOMIA PORTUGUESA: Caixa 1 Hipóteses do exercício de projeção

Desaceleração da economia portuguesa confirma-se

Apoio à Internacionalização. CENA 3 de Julho de 2012

Situação Económico-Financeira Balanço e Contas

Conferência Alemanha Europeia / Europa Alemã. 26 de novembro de 2014

CENÁRIOS ECONÔMICOS O QUE ESPERAR DE 2016? Prof. Antonio Lanzana Dezembro/2015

RELATÓRIO DE GESTÃO 2013


TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL II RELATÓRIO ANALÍTICO

BOLETIM ECONÓMICO BANCO DE PORTUGAL. Junho 2015

ÍNDICE SUMÁRIO EXECUTIVO RESULTADOS 2011 ESTRUTURA FINANCEIRA PERSPETIVAS CALENDÁRIO FINANCEIRO 2012

BARÓMETRO PME COMÉRCIO E SERVIÇOS 4º TRIMESTRE 2013 DIVULGAÇÃO DE RESULTADOS

Por uma nova etapa da cooperação econômica Brasil - Japão Câmara de Comércio e Indústria Japonesa do Brasil São Paulo, 11 de Julho de 2014

A Indústria Portuguesa de Moldes

ENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO

Políticas Públicas. Lélio de Lima Prado

Perspectivas da economia em 2012 e medidas do Governo Guido Mantega Ministro da Fazenda

A atual oferta de financiamento

EXAME NACIONAL DO ENSINO SECUNDÁRIO

SISTEMA DE APRENDIZAGEM EM PORTUGAL

Crédito ao sector privado não financeiro (taxas de variação homóloga)

O incumprimento entre empresas aumenta, em comparação com 2011

O Brasil e a Crise Internacional

Prova Escrita de Economia A

Energia, tecnologia e política climática: perspectivas mundiais para 2030 MENSAGENS-CHAVE

Economia dos EUA e Comparação com os períodos de e

A Indústria Portuguesa de Moldes

Choques Desequilibram a Economia Global

RELATÓRIO DE GESTÃO 2012

Previsões macroeconómicas subjacentes ao Programa de Estabilidade Parecer do Conselho das Finanças Públicas

FUNCIONAMENTO DA GESTÃO DA RESERVA FINANCEIRA DA REGIÃO ADMINISTRATIVA ESPECIAL DE MACAU E RESPECTIVOS DADOS

A Disputa por Recursos Públicos em Tempos de Crise

Análise aos dados recentes das principais empresas do sector Cordoaria e Redes

Cenário Econômico Brasil em uma nova ordem mundial. Guilherme Mercês Sistema FIRJAN

Instrumentalização. Economia e Mercado. Aula 4 Contextualização. Demanda Agregada. Determinantes DA. Prof. Me. Ciro Burgos

Empresas aéreas continuam a melhorar a rentabilidade Margem de lucro líquida de 5,1% para 2016

Iniciativas financeiras e fiscais para o Investimento, Crescimento e Emprego. Vítor Gaspar

Nota sobre as alterações do contexto socioeconómico e do mercado de trabalho

CENÁRIOS 2013: PERSPECTIVAS E O SETOR DE BKs 19/03/2013

CRER NO CENTRO DE PORTUGAL: um ambicioso desafio coletivo. 5 de março de 2013

4º Congresso Nacional dos Economistas Lisboa, , Outubro 2011 Comunicação

Despesas em Propaganda no Brasil e sua Interligação com a Economia Internacional. Fábio Pesavento ESPM/SUL André M. Marques UFPB

Contexto económico internacional

7 ECONOMIA MUNDIAL. ipea

Análise Macroeconômica Projeto Banco do Brasil


Plano Brasil Maior e o Comércio Exterior Políticas para Desenvolver a Competitividade

Conjuntura da Construção n.º 36. Construção em 2009 verificou dois andamentos

ÍNDICE DE RISCO DE 2008 PORTUGAL

Cenários da Macroeconomia e o Agronegócio

Fase 2 (setembro 2012) Sondagem: Expectativas Econômicas do Transportador Rodoviário

Angola Breve Caracterização. Julho 2007

A INTERNACIONALIZAÇÃO DA ECONOMIA PORTUGUESA E A COOPERAÇÃO COM OS PAÍSES LUSÓFONOS

A Crise Internacional e os Desafios para o Brasil

Soluções de seguro de créditos no apoio à exportação. COSEC - Estamos onde estiver o seu negócio.

As mudanças estruturais da economia brasileira. Henrique de Campos Meirelles

Impacto sobre os rendimentos dos títulos públicos

Transcrição:

Síntese da Conjuntura do Sector Elétrico e Eletrónico 2º Trimestre de 2015 Recuperação sustentada do crescimento 1. Conjuntura Sectorial Nota: Os índices que se seguem resultam da média aritmética das respostas das empresas associadas, segundo uma escala qualitativa de 1 a 5, em que 1 corresponde ao valor mais desfavorável e 5 ao mais favorável, na apreciação de cada um dos itens. 1.1 Volume de Negócios Volume de Negócios 2.º Trim 2015 3.º Trim 2015 Mercado Português 2,7 2,5 Mercado Externo 3,2 3,1 Conforme previsto, verificou-se uma melhoria do Volume de Negócios no mercado nacional neste 2º trimestre; no entanto, esta expectativa não se mantém para o trimestre seguinte; quanto ao mercado externo, mantém um andamento razoável que se prevê continuar. 1.2 Carteira de Encomendas Carteira de Encomendas 2.º Trim 2015 3.º Trim 2015 Mercado Português 2,7 2,6 Mercado Externo 3,1 3,1 A Carteira de Encomendas reflete as mesmas impressões e expectativas que o Volume de Negócios: o 2º trimestre foi alvo de uma melhoria aparentemente pontual no mercado nacional, que como tal não deverá manter-se, ao contrário do mercado externo, mais estável. Página 1 de 5

1.3 Emprego Emprego 2.º Trim 2015 3.º Trim 2015 Qualificado 3,0 3,0 Não Qualificado 2,9 2,8 O Emprego Qualificado mantém-se estável, ao contrário do Emprego Não Qualificado, ameaçando deteriorar-se. 1.4 Propensão ao Investimento Investimento 2.º Trim 2015 3.º Trim 2015 Propensão a investir 2,9 2,8 Começa, finalmente, a manifestar-se um aumento do investimento no presente e no futuro, conforme tem sido noticiado na comunicação social. Os vários programas de apoio do Portugal 2020 direcionados à investigação científica e tecnológica, internacionalização e inovação, nomeadamente no domínio das TIC, têm surtido efeito. 1.5 Situação Financeira Indicadores 2.º Trim 2015 3.º Trim 2015 Tesouraria/Liquidez 3,3 3,2 Dívidas de clientes privados 3,1 3,1 Dívidas do Estado e Setor Público 2,8 2,8 Acesso ao crédito 2,8 2,8 Custo do crédito 2,5 2,5 Seguro de Crédito à Exportação 2,1 2,0 A Tesouraria das empresas continua a manter o equilíbrio alcançado, ao mesmo tempo que se registam melhorias continuadas em dívidas de clientes privados e do Estado, espelhando uma melhoria da situação financeira que se prevê continuar no próximo trimestre. Na mesma linha, o acesso ao crédito melhorou, embora o custo se mantenha elevado. Apenas o seguro de crédito à exportação continua difícil, indiciando não melhorar. Página 2 de 5

1.6 QREN QREN 2.º Trim 2015 3.º Trim 2015 Aprovação de projetos 2,3 2,5 Pagamento de comparticipações 2,8 2,4 Apesar da melhoria verificada no Investimento, esta deverá atribuir-se a uma série de programas do Portugal 2020 que não os do atual QREN, uma vez que as empresas do Sector reportam uma apreciação desfavorável neste trimestre, que se prevê manter no segundo; a recuperação no pagamento de comparticipações relativas ao QREN anterior abrandou também no segundo trimestre, conforme esperado. 2. Conjuntura Portuguesa Apresentam-se as previsões mais recentes do Banco de Portugal (BdP) para a economia portuguesa. BdP (Jun15) 2015(p) 2016(p) PIB 1,7 1,9 Consumo Privado 2,2 1,7 Consumo Público -0,5 0,2 Investimento (FBCF) 6,2 4,4 Exportações 4,8 6,0 Importações 5,7 5,5 Taxa de Desemprego 12,9 12,6 IHPC 0,5 1,2 Fonte: Banco de Portugal e NECEP Católica Lisbon No 2º trimestre de 2015, a economia portuguesa terá crescido 1.7% em termos homólogos, em ligeira aceleração face ao trimestre anterior. Segundo o NECEP - Núcleo de Estudos sobre a Conjuntura da Economia de Portugal da Universidade Católica, estes resultados poderão estar a ser influenciados por benefícios pontuais, como a perspetiva de eleições no 3º trimestre do Página 3 de 5

ano, mas também por outros mais consistentes, como a recuperação do investimento. As exportações deverão registar um crescimento robusto, o que deverá manter a capacidade de financiamento da economia portuguesa e, desta forma, a redução sustentada dos níveis de endividamento externo. Finalmente, prevê-se uma progressiva redução da taxa de desemprego (13,9%, em 2014), não obstante a sua persistência em níveis elevados. Em termos de conjuntura financeira, a inflação manter-se-á em níveis reduzidos, embora com tendência de aumento gradual, mas valores inferiores aos projetados para a zona euro. Por ora, a crise no BES e a situação em torno da Grécia não tiveram grande impacto em Portugal em termos de fluxos financeiros. 3.Conjuntura Internacional PIB 2015 2016 MUNDO 3,3 3,8 EUA 1,5 1,7 UE zona euro 1,5 1,7 Alemanha 1,6 1,7 França 1,2 1,5 Itália 0,7 1,2 Espanha 3,1 2,5 Reino Unido 2,4 2,2 Portugal 1,7 1,9 China 6,8 6,3 Japão 0,8 1,2 India 7,5 7,5 Brasil -1,5 0,7 Fonte: FMI Julho de 2015 Página 4 de 5

O crescimento global deverá situar-se em 3,3% em 2015, com recuperação progressiva das economias avançadas e abrandamento dos mercados emergentes e economias em desenvolvimento. Em 2016, prevê-se um reforço do crescimento para cerca de 3.8% O recuo da atividade no primeiro trimestre de 2015, sobretudo na América do Norte, resultou numa revisão em baixa do crescimento global relativamente a Abril de 2015. No entanto, os principais motores da aceleração gradual das economias avançadas - condições financeiras favoráveis, política fiscal mais suavizada na zona euro, preços de petróleo mais baixos e aumento da confiança e das condições do mercado de trabalho - mantêm-se. A recuperação económica da zona euro parece bem encaminhada, com forte recuperação da procura interna e tendência para aumento da inflação. As previsões de crescimento para muitos dos países foram revistas em alta, mas a repercussão dos acontecimentos ao longo do tempo deverá ter custos mais elevados do que o inicialmente previsto. Nas economias emergentes, o abrandamento continuado é reflexo de vários fatores, que incluem preços mais baixos das commodities e enquadramento financeiro externo mais restritivo, estrangulamentos estruturais, reequilíbrio da China e instabilidade económica relacionada com fatores geopolíticos. Assim, uma recaída da atividade numa série de economias afetadas deverá resultar numa recuperação do crescimento em 2016. A distribuição dos riscos relativamente à atividade global ainda pende de forma desfavorável. Nos riscos de curto prazo incluem-se a volatilidade dos mercados financeiros e flutuações perturbadoras dos preços, ao mesmo tempo que o potencial de baixo crescimento se mantém um importante risco de médio-prazo quer nas economias avançadas, quer nas emergentes. Preços mais baixos das commodities também colocam ameaças às economias em desenvolvimento de baixos rendimentos, após vários anos de forte crescimento. Julho de 2015 Serviço de Economia e Associativismo Página 5 de 5