MEDIDAS PROTECIONISTAS UTILIZADAS PELOS ESTADOS UNIDOS E UNIÃO EUROPÉIA PARA O AÇÚCAR: IMPACTO SOBRE A ECONOMIA DAS REGIÕES EXPORTADORAS DO BRASIL



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Transcrição:

MEDIDAS PROTECIONISTAS UTILIZADAS PELOS ESTADOS UNIDOS E UNIÃO EUROPÉIA PARA O AÇÚCAR: IMPACTO SOBRE A ECONOMIA DAS REGIÕES EXPORTADORAS DO BRASIL CINTHIA CABRAL DA COSTA Tese apresentada à Escola Superor de Agrcultura "Luz de Queroz", Unversdade de São Paulo, para obtenção do título de Doutor em Cêncas, Área de Concentração: Economa Aplcada. P I R A C I C A B A Estado de São Paulo - Brasl Janero - 2004

MEDIDAS PROTECIONISTAS UTILIZADAS PELOS ESTADOS UNIDOS E UNIÃO EUROPÉIA PARA O AÇÚCAR: IMPACTO SOBRE A ECONOMIA DAS REGIÕES EXPORTADORAS DO BRASIL CINTHIA CABRAL DA COSTA Engenhero Agrônomo Orentadora: Prof a Dr a HELOISA LEE BURNQUIST Tese apresentada à Escola Superor de Agrcultura "Luz de Queroz", Unversdade de São Paulo, para obtenção do título de Doutor em Cêncas, Área de Concentração: Economa Aplcada. P I R A C I C A B A Estado de São Paulo - Brasl Janero - 2004

Dados Internaconas de Catalogação na Publcação (CIP) DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - ESALQ/USP Costa, Cntha Cabral da Meddas proteconstas utlzadas pelos Estados Undos e Unão Européa para o açúcar : mpacto sobre a economa das regões exportadoras do Brasl / Cntha Cabral da Costa. - - Praccaba, 2004. 291 p. : l. Tese (doutorado) - Escola Superor de Agrcultura Luz de Queroz, 2004. Bblografa. 1. Açúcar 2. Exportação 3. Mercado agrícola 4. Subsído agrícola 5. Tarfa alfandegára I. Título CDD 338.476641 Permtda a cópa total ou parcal deste documento, desde que ctada a fonte O autor

Imagne que o país de Isolânda gnore o parecer de seu grupo de economstas e decda não permtr o lvre comérco de aço. O país permanece em equlíbro sem o comérco nternaconal. Então, um da, um nventor de Isolânda descobre um novo método de produzr aço a custos muto baxos. Contudo, o método é bastante msteroso e o nventor nsste em mantê-lo secreto. O que é estranho é que o nventor não precsa de trabalhadores ou ferro para fabrcar o aço. O únco nsumo de que necessta é de trgo. O nventor é saudado como um gêno. Como o aço é usado para fabrcar tantos produtos, a nvenção reduz os preços de mutos bens e permte que os habtantes de Isolânda desfrutem de um padrão de vda mas alto. Os trabalhadores que antes trabalhavam na sderurga sofrem quando as usnas fecham, mas acabam encontrando emprego em outras atvdades. Alguns se tornam agrcultores e cultvam o trgo que o nventor transforma em aço. Outros vão para novas ndústras que surgem em decorrênca da maor prosperdade dos habtantes de Isolânda. Todos entendem que o deslocamento desses trabalhadores é parte nevtável do progresso. Alguns anos depos, um repórter decde nvestgar esse msteroso processo de fabrcação do aço. Entra sorrateramente na fábrca do nventor e descobre que o nventor é um mpostor. Ele não fabrca aço nenhum. Em vez dsso embarcou legalmente trgo para vender no estrangero e mportou aço de outros países. A únca cosa que o nventor descobru foram os ganhos do comérco nternaconal.... Ele não era um nventor. Ele era apenas um economsta. Mankw, 2001. p.199-200.

AGRADECIMENTOS Aos bons Anjos que me protegem. Obrgada. À mnha famíla e ao Frederco, de onde vem o ncentvo que precso. À Escola Superor de Agrcultura Luz de Queroz e ao Departamento de Economa, Admnstração e Socologa, toda mnha gratdão por ter me proporconado o conhecmento necessáro para a mnha formação, e que foram, smbolcamente, representados neste trabalho. De manera especal, agradeço a todos os meus professores. À eles, mnha admração e meu carnho. À amga e orentadora Helosa Lee Burnqust, presente em toda mnha pósgraduação, agradeço novamente por esta outra conqusta. À CAPES, pela bolsa concedda. Este trabalho fo realzado anda, com a colaboração de mutas outras pessoas, que acredtaram e apoaram esta déa. Neste sentdo, agradeço aos professores: Slva Mranda, Mran Bacch, Márca Azanha, Marcos Jank, Rodolfo Roffman. Ao Prof. Joaqum Gulhoto, cabe um agradecmento especal pela confança e por dsponblzar parte essencal dos dados que enrqueceram este trabalho. Ao André Nassar e ao Leonardo Bchara, pelas ajudas e nformações. Ao Jefferson. À Marta Marjotta-Mastro. Aos especalstas do mercado de açúcar com os quas tve contato: César, da Crystalsev; ao Carlos Frederco, da Conbra; e ao Stuart, da Comex. Ao Prof. Orlando Slva, pela prontdão com que fu atendda. Aos colegas que sempre estveram dsponíves quando precse, em especal: ao amgo Rogéro Fretas, pela constante ajuda e apoo; à Lucana Slvera; à Margarda, à Lana e ao Samuel, pela ajuda na fase fnal; Lucílo; Sérgo; Ar;

v Humberto; e a todos os demas colegas de convvênca no LPD, muto obrgada pelas boas rzadas juntos. Ao grupo de estudos em comérco nternaconal (GECINT), do qual tenho o prazer de partcpar desde o níco, e que fo mportante para realzação deste trabalho. Espero de alguma forma estar sempre presente. À Maell pela amzade e atenção. À Lgana e à Marana pela revsão da tese. À todos os demas funconáros do departamento: Pedro, Elence, Márca, Helena, Crstane, Mara Helena, Álvaro, Dona Mara e aos mennos da nformátca. E também aos funconáros do Cepea. A Unversdade Federal de Vçosa, meu eterno carnho e agradecmento, por tudo que me proporconou. Aos que não partcparam dretamente da elaboração deste trabalho, mas foram mportantes. Agradeço a companha da turma da genétca; à Done, pela sua amzade; à Raquel Castro, pelas boas horas juntas; às demas amgas verdaderas que conquste e que me deram apoo e carnho mesmo dstantes,... eu sempre me lembrare! Agradeço, com muto carnho, à maestrna Cínta Pnott. Aos meus amgos e companheros de flauta: Cléa, Álvaro, Katha, Raquel Lma e Carol. À todos que me ensnaram algo... espero ter crescdo também em sabedora, e não apenas em conhecmento.

SUMÁRIO Págna LISTA DE FIGURAS... x LISTA DE QUADROS... xv LISTA DE TABELAS... xv RESUMO... xx SUMMARY... xxv 1 INTRODUÇÃO... 1 1.1 O problema e sua mportânca... 1 1.1.1 Importânca e característcas da produção de açúcar no Brasl... 4 1.1.2 O setor exportador de açúcar no Brasl... 7 1.2 Objetvos... 11 1.2.1 Objetvo geral... 11 1.2.2 Objetvos específcos... 11 2 REVISÃO DE LITERATURA... 12 2.1 Panorama mundal do mercado de açúcar... 12 2.1.1 Produção e consumo... 13 2.1.2 Comérco... 20 2.1.3 Polítcas para o açúcar no mundo... 32 2.1.3.1 Polítcas e o mercado de adoçantes nos Estados Undos... 33 2.1.3.1.1 Característcas geras do mercado de adoçantes nos Estados Undos... 33 2.1.3.1.2 Prncpas polítcas proteconstas... 36 2.1.3.1.2.1 A taxa de empréstmo... 36 2.1.3.1.2.2 Quotas tarfáras... 38

2.1.3.2 Polítcas e o mercado de adoçantes na Unão Européa (UE)... 40 2.1.3.2.1 Característcas geras do mercado... 41 2.1.3.2.2 Prncpas polítcas proteconstas... 42 2.1.3.3 Polítcas e o mercado de adoçantes no Japão... 48 2.1.3.3.1 Característcas geras do mercado... 48 2.1.3.3.2 Prncpas polítcas proteconstas... 49 2.1.3.4 Análse gráfca dos preços de mportação nos Estados Undos, Unão Européa e Japão... 50 2.1.4 Acordos comercas no mercado nternaconal de açúcar... 53 2.1.5 Dependênca e efetos de polítcas comercas de outros países... 56 2.2 Efetos mundas da lberalzação comercal do mercado de açúcar... 61 2.3 Modelos de equlíbro parcal utlzados para estudar o comérco nternaconal de commodtes... 65 2.3.1 Pressuposções alternatvas adotadas na estmação de equações de exportação e de mportação... 66 2.3.2 Estudos sobre as exportações brasleras de açúcar... 68 3 METODOLOGIA... 77 3.1 Impactos dos nstrumentos de polítca proteconsta dos países desenvolvdos sobre as exportações brasleras de açúcar... 77 3.1.1 Modelos econômcos propostos... 78 3.1.1.1 Modelo econômco proposto para avalar efetos de redução em quotas tarfáras e suporte nterno de preço para países mportadores... 3.1.1.2 Modelo econômco proposto para avalar efetos de redução em subsídos para exportação... 83 3.1.1.3 Modelo de demanda de Armngton (1969)... 87 3.1.1.4 Modelo de oferta de exportação para o açúcar... 90 3.1.1.4.1 Modelo de oferta das exportações brasleras de açúcar bruto... 90 3.1.1.4.2 Modelo de oferta das exportações de açúcar da Unão Européa... 94 3.1.2 Procedmentos econométrcos... 99 v 78

3.1.2.1 Modelagem com dados em panel... 100 3.1.2.2 Modelos com séres de tempo... 103 3.1.2.2.1 Teste de raz untára... 104 3.1.2.2.2 Teste de co-ntegração... 107 3.1.3 Fonte de dados... 108 3.2 Efetos dos mpactos das exportações brasleras de açúcar sobre a economa braslera... 115 3.2.1 Modelo de nsumo-produto... 116 3.2.1.1 Modelo de nsumo-produto regonal... 118 3.2.2 Índces de lgações de Rasmussen-Hrschman... 120 3.2.3 Índces puros de lgações nterndustras... 121 3.2.4 Multplcadores... 3.2.4.1 Multplcadores de produção do tpo I... 124 3.2.4.2 Multplcadores de produção do tpo II... 124 3.2.4.3 Impactos na produção... 125 3.2.4.4 Geração de emprego... 126 3.2.4.4.1 Emprego dreto... 126 3.2.4.4.2 Emprego ndreto... 127 3.2.4.4.3 Emprego efeto-renda... 127 3.2.5 Matrz de nsumo-produto utlzada... 128 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO... 131 4.1 Funções de exportações brasleras de açúcar... 132 4.1.1 Função de exportação de açúcar bruto na regão Centro-Sul... 132 4.1.2 Função de exportação de açúcar na regão Norte-Nordeste... 136 4.2 Impactos da redução de polítcas proteconstas no mercado de açúcar dos EUA sobre as exportações de açúcar bruto do Brasl para os EUA... 139 4.2.1 Demanda de mportação de açúcar bruto dos Estados Undos... 140 4.2.1.1 Análse das séres de tempo... 141 4.2.1.2 Modelos para estmação da demanda com termo de correção de erro... x 123 144

x 4.2.1.3 Função de demanda por mportação de açúcar bruto braslero pelos EUA... 4.2.2 Impacto sobre as exportações brasleras de açúcar bruto para os Estados Undos... 4.3 Impactos da redução de polítcas proteconstas no mercado de açúcar da Unão Européa sobre as exportações brasleras de açúcar bruto e refnado... 151 4.3.1 Funções de demanda de mportação de açúcar bruto e de oferta de exportação de açúcar refnado da Unão Européa... 152 4.3.2 Impacto sobre as exportações brasleras de açúcar bruto para a Unão Européa... 4.3.3 Impacto sobre as exportações brasleras de açúcar refnado... 165 4.3.3.1 Funções de demanda pela mportação de açúcar refnado da Unão Européa países seleconados... 166 4.3.3.2 Impacto da redução do subsído da Unão Européa sobre as exportações de açúcar refnado do bloco europeu e do Brasl... 172 4.4 Impactos do aumento das exportações de açúcar sobre a economa braslera... 180 4.4.1 Análse dos índces de lgações na economa... 182 4.4.1.1 Índces de lgações de Rasmussen-Hrschman... 182 4.4.1.2 Índces puro de lgação... 185 4.4.2 Multplcadores de produção tpo I e tpo II... 188 4.4.3 Análse de sensbldade das exportações de açúcar nas regões Centro-Sul e Norte-Nordeste do Brasl... 194 4.4.4 Impactos das alterações estmadas nas exportações brasleras de açúcar, sobre a economa das regões exportadoras do Brasl... 197 5 CONCLUSÕES... 206 ANEXOS... 211 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 233 APÊNDICES... 242 146 149 162

LISTA DE FIGURAS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Págna Evolução da produção de açúcar nas regões Centro-Sul e Norte- Nordeste do Brasl, nas safras de 1990/91 a 2001/02... 6 Evolução das exportações brasleras dos dos prncpas tpos de açúcar exportados e partcpação (%) do capítulo de açúcar nas exportações totas do Brasl, no período de 1990 a 2001.... 8 Méda das exportações de açúcar total das regões Norte-Nordeste e Centro-Sul do Brasl nos sub-períodos de 1990/1995 e 1996/2001... 9 Taxa geométrca de crescmento da produção de açúcar total de 1994 a 2002, para o mundo e prncpas países e blocos produtores... 17 Taxa geométrca de crescmento do consumo de açúcar total de 1994 a 2002, para o mundo e prncpas países e blocos consumdores.... 17 Partcpação (%) das exportações na produção mundal total de açúcar; período: 1970 a 2000.... 21 Razão da parcela da produção doméstca exportada (açúcar total, em equvalente bruto) por alguns dos maores exportadores mundas, para os anos de 1994 e 2000... 27 Evolução da produção de açúcar de cana, açúcar de beterrada e HFCS nos Estados Undos; período: 1992 a 2001.... 35 Preço do açúcar bruto no mercado dos EUA e no mercado mundal e preço do HFCS no mercado norte-amercano; período: 1994 a 2000... 35 Preços de mportação e de exportação de açúcar bruto e refnado na Unão Européa, em US$/kg; período: 1994 a 2000... 44

x 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 Posção dos países que compõem a Unão Européa com respeto à oferta de açúcar... 46 Produção, preço de exportação de açúcar no mercado mundal e subsído, da Unão Européa; período: 1989 a 2001... 47 Preço médo de mportação de açúcar bruto em mercados seleconados, em US$ 1000/toneladas; período de 1994 a 2000.... 51 Preço médo de mportação de açúcar refnado em mercados seleconados, em US$ 1000/toneladas; período: 1994 a 2000.... 52 Países que possuem partcpação das exportações de açúcar nas exportações agrícolas totas maor do que 20%. Méda das partcpações no período de 1994 a 2000.... 58 Preço médo de exportação de açúcar bruto de países seleconados, em US$/kg; período: 1994 a 2000... 60 Efetos de remoção de quota tarfára e do programa de suporte de preço sobre preço e quantdade de açúcar comercalzado com o Brasl.... 82 Efetos de redução de subsído às exportações de açúcar da Unão Européa sobre preço e quantdade de açúcar exportado pelo bloco... 86 Fluxograma de destno do açúcar bruto produzdo no mercado braslero.... 91 Fluxograma dos modelos que foram estmados para avalar os mpactos dos equvalentes tarfáros ncdentes sobre exportações brasleras, pelos EUA e UE, sobre as exportações brasleras de açúcar bruto... 97 Fluxograma dos modelos que foram estmados para avalar os mpactos dos equvalentes subsídos ncdentes nas exportações da UE, sobre as exportações brasleras de açúcar refnado.... 98 Procedmento seqüencal para testar a estaconaredade de uma sére de tempo.... 106 Partcpação das exportações da regão Centro-Sul, Norte-Nordeste e do Brasl, no valor da mportação de açúcar bruto dos Estados Undos; período: 1996 a 2001.... 147 Países utlzados para compor as varáves cross secton na estmação

x 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 das equações de demanda por mportação de açúcar bruto e de oferta pela exportação de açúcar refnado da Unão Européa.... 154 Partcpação das exportações da regão Centro-Sul, e Norte-Nordeste, no valor da mportação de açúcar bruto dos dos grupos de países da Unão Européa; período: 1996 a 2001.... 158 Índces de Rasmussen-Hrschman para frente (FL) e para trás (BL) dos setores do Centro-Sul (CS) e do Norte-Nordeste (NN)... 183 Índces puros de lgação para frente (PFL) e para trás (PBL) dos setores do Centro-Sul (CS) e do Norte-Nordeste (NN)... 187 Multplcadores de produção tpo I (MS1) e tpo II (MS2), sobre a economa braslera, em relação ao aumento de demanda fnal nos setores do Centro-Sul (CS) e do Norte-Nordeste (NN)... 190 Impactos na produção anual da economa das regões Centro-Sul e Norte-Nordeste do Brasl, em relação ao aumento de demanda fnal de açúcar de R$ 1 mlhão nas regões Centro-Sul e Norte-Nordeste.... 195 Impactos no número de empregos/ano da economa das regões Centro- Sul e Norte-Nordeste do Brasl, em relação ao aumento de demanda fnal de açúcar de R$ 1 mlhão nas regões Centro-Sul e Norte-Nordeste... 196 Impactos na produção da economa das regões Centro-Sul e Norte- Nordeste do Brasl, em relação ao aumento de demanda fnal de açúcar estmado anterormente.... 200 Impactos no número de empregos da economa das regões Centro-Sul e Norte-Nordeste do Brasl, em relação ao aumento de demanda fnal de açúcar estmado anterormente.... 202 Volume total, em tonelada, e preço médo, em US$/kg, da exportação de açúcar bruto na Regão Centro-Sul; período: 1994 a 2002.... 243 Preço mundal de açúcar bruto comercalzado na Bolsa de Nova Iorque (Cents/lb peso) contrato n o. 11; período: 1982 a 2002.... 244 Volume, em tonelada, e preço médo, em US$/kg, de exportação de açúcar bruto na regão Norte-Nordeste; período: 1994 a 2002.... 245

xv 36 37 38 39 Volume, em tonelada, e preço médo, em US$/kg, de exportação de açúcar refnado na regão Centro-Sul; período de 1994 a 2002.... 246 Volume, em tonelada, e preço médo, em US$/kg, de exportação de açúcar refnado na regão Norte-Nordeste; período: 1994 a 2002... 247 Preço de açúcar bruto comercalzado na Bolsa de Londres LIFFE Contrato n o. 5 (Cents/lb peso); período: 1982 a 2002.... 248 Índce da taxa de câmbo efetva real (IPA-OG exportações, méda 1995 = 100); período: 1995 a 2002.... 249

LISTA DE QUADROS Págna 1 2 3 4 Resumo dos nstrumentos de polítcas proteconstas para o açúcar, utlzados pela Unão Européa, Estados Undos e Japão.... 53 Defnção das varáves utlzadas nos modelos econométrcos, as quas foram descrtas nos modelos econômcos, e fonte dos dados... 109 Defnção dos setores que compõem a matrz nsumo-produto utlzada neste trabalho... 129 Valores estmados das elastcdades-preço de oferta das exportações e, ou, preço de demanda por mportações, de açúcar bruto ou refnado, nos países (regões) estudados... 179

LISTA DE TABELAS Págna 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Custo médo de produção de açúcar nas regões produtoras do Brasl, no mundo e nos maores países exportadores... 5 Maores produtores mundas de açúcar, em 1000 toneladas, para as safras de 1993-94 a 2001-02.... 14 Relação entre produção/consumo para os maores produtores mundas de açúcar; período: 1994 a 2002... 15 Maores consumdores mundas de açúcar, em 1000 toneladas, para o período de 1994 a 2002... 18 Consumo per capta dos maores consumdores mundas de açúcar, em kg de açúcar/ano; período: 1994 a 2001.... 19 Maores mportadores mundas de açúcar bruto, em 1000 toneladas; período: 1994 a 2000.... 22 Maores mportadores mundas de açúcar bruto, em 1000 dólares; período: 1994 a 2000.... 23 Maores mportadores mundas de açúcar refnado, em 1000 toneladas métrcas; período: 1994 a 2000... 24 Maores mportadores mundas de açúcar refnado, em 1000 dólares; período: 1994 a 2000.... 25 Maores exportadores mundas de açúcar bruto, em toneladas; período: 1994 a 2000... 28 Maores exportadores mundas de açúcar bruto, em 1000 dólares;

xv 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 período: 1994 a 2000.... 29 Maores exportadores mundas de açúcar refnado, em 1000 toneladas; período: 1994 a 2000.... 31 Maores exportadores mundas de açúcar refnado, em 1000 dólares; período: 1994 a 2000.... 31 Méda das taxas de empréstmo dos EUA, em US$/kg; período: 1994 a 1998.... 37 Lmtes das quotas tarfáras n para os países com os maores acessos no mercado norte-amercano, em toneladas; período: 1995/96 a 2001/02.... 39 Resultados estmados por Borrell & Pearce (1999), CIE (2002) e Sheales et al. (1999), de algumas mudanças ocorrdas no mercado mundal de açúcar frente a efetos de menores ntervenções nesse mercado.... 63 Efeto de algumas reduções em ntervenções governamentas sobre os preços mundas de açúcar bruto... 64 Elastcdades de oferta e demanda para as exportações brasleras de açúcar encontrados em trabalhos enfocando os períodos de 1961-1984 e 1961-1994.... 73 Estmatvas das elastcdades de oferta de exportação de açúcar bruto na regão Centro-Sul do Brasl.... 135 Estmatvas das elastcdades de oferta de exportação de açúcar bruto na regão Norte-Nordeste do Brasl.... 137 Teste de raz untára, estatístcas τ τ, τ µ e τ... 142 Teste de co-ntegração de Johansen... 143 Estmatvas das elastcdades de substtução e de demanda da mportação de açúcar bruto nos Estados Undos modelo com correção de erro; período de 1982 a 2001... 145 Estmatvas das elastcdades-preço dreta da demanda pela exportação de açúcar bruto das regões Centro-Sul e Norte-Nordeste do Brasl, nos Estados Undos; período: 1982 a 2001.... 148

xv 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 Estmatvas das mudanças percentuas em volume e preço das exportações brasleras de açúcar bruto em razão de mudanças nos níves tarfáros das mportações dos EUA.... 149 Estmatvas de equvalentes tarfáros do preço doméstco dos Estados Undos em relação aos preços de exportação de açúcar bruto das regões Centro-Sul e Norte-Nordeste do Brasl... 150 Estmatvas das elastcdades de substtução e de demanda da mportação extra-bloco de açúcar bruto para o prmero grupo de países da Unão Européa.... 155 Estmatvas das elastcdades de substtução e de demanda da mportação extra-bloco de açúcar bruto para o segundo grupo de países da Unão Européa.... 156 Estmatvas das elastcdades-preço dreta da demanda pela exportação das regões Centro-Sul e Norte-Nordeste do Brasl, para os dos grupos de países mportadores na Unão Européa... 159 Estmatvas das elastcdades de oferta das exportações de açúcar refnado da Unão Européa; período de 1989 a 1999... 161 Estmatvas das mudanças percentuas em volume e preço das exportações brasleras de açúcar bruto em razão de mudanças nos níves tarfáros das mportações dos dos grupos de países da Unão Européa.... 163 Estmatvas de equvalentes tarfáros do preço de comérco ntra-bloco da Unão Européa em relação aos preços de exportação de açúcar bruto das regões Centro-Sul e Norte-Nordeste do Brasl.... 164 Partcpação do valor das exportações da UE em relação à mportação total de açúcar refnado nos países seleconados (S j ), no período de 1996 a 1999 e partcpação geral no período de 1989 a 1999... 167 Estmatvas das elastcdades-preço de substtução e de demanda da mportação de açúcar refnado para países seleconados, mportadores da Unão Européa e do Brasl; período de 1989 a 1999.... 169

xx 35 36 37 38 39 40 41 42 43 Estmatvas das elastcdades-preço dreta (η j ) e preço cruzada (η jk ) da demanda pela mportação de açúcar refnado da Unão Européa para cada um dos países seleconados... 171 Estmatvas das mudanças percentuas em volume e preço das exportações européas de açúcar refnado em razão de mudanças nos níves de subsídos conceddos... 173 Impactos estmados sobre a demanda pelas exportações de açúcar refnado nas duas regões brasleras, em função de redução de 1% no nível de subsído cruzado as exportações de açúcar refnado na Unão Européa.... 175 Impactos estmados sobre a demanda pelas exportações de açúcar refnado nas duas regões brasleras, em função de redução total nos atuas níves de subsído cruzado as exportações de açúcar refnado na Unão Européa.... 177 Choques estmados sobre as exportações brasleras de açúcar, pela elmnação das polítcas proteconstas nos Estados Undos e na Unão Européa.... 198 Impactos na produção e no emprego da regão Norte-Nordeste em razão de aumento nas exportações brasleras de açúcar estmadas pela elmnação das polítcas proteconstas nos Estados Undos e na Unão Européa.... 203 Impactos na produção e no emprego da regão Centro-Sul em razão de aumento nas exportações brasleras de açúcar estmadas pela elmnação das polítcas proteconstas nos Estados Undos e na Unão Européa.... 204 Índces de lgações de Rasmussen-Hrschman, para frente (FL) e para trás (BL), das matrzes nter-regonas do Centro-Sul e do Norte-Nordeste, e seus respectvos ordenamentos em relação ao mpacto na economa braslera, consderando apenas os setores da regão analsada.... 220 Índces puros normalzados, para frente (PFL), para trás (PBL) e total

xx 44 45 46 47 48 49 50 51 52 (PTL), nas matrzes nter-regonas do Centro-Sul e Norte-Nordeste, e seus respectvos ordenamentos em relação ao mpacto na economa braslera, consderando apenas os setores da regão analsada.... 221 Multplcadores de Leontef tpos I (MS1) e II (MS2) nas matrzes nterregonas do Centro-Sul e Norte-Nordeste, e seus respectvos ordenamentos.... 222 Varações nos níves de produção dos setores da economa braslera, resultantes de aumento na demanda fnal de açúcar de R$ 1 mlhão nas regões Centro-Sul e Norte-Nordeste... 223 Varações no número de empregos gerados nos setores da economa braslera, resultantes de aumento na demanda fnal de açúcar de R$ 1 mlhão nas regões Centro-Sul e Norte-Nordeste.... 225 Varações nos níves de produção dos setores da economa braslera, resultantes de alterações nas exportações de açúcar do Centro-Sul e do Norte-Nordeste do Brasl, em R$ 1.000, estmadas em função dos choques nas polítcas proteconstas para o açúcar nos Estados Undos e na Unão Européa.... 227 Varações no número de empregos dos setores da economa braslera, resultantes de alterações nas exportações de açúcar do Centro-Sul e do Norte-Nordeste do Brasl, estmadas em função dos choques nas polítcas proteconstas para o açúcar nos Estados Undos e na Unão Européa... 230 Volumes (em Toneladas) e Preço (em US$/kg) de exportação de açúcar bruto da regão Centro-sul, para os países consderados na estmação da equação de oferta, de 1996 a 2002... 250 Varáves utlzadas para estmar a equação de oferta da exportação de açúcar bruto da regão Centro-Sul.... 251 Varáves utlzadas para estmar a equação de oferta da exportação de açúcar bruto da regão Norte-Nordeste... 252 Varáves utlzadas para estmar a equação de demanda da mportação de açúcar bruto dos EUA... 253

xx 53 54 55 56 Varáves utlzadas para estmar a equação de demanda da mportação extra-bloco de açúcar bruto da Unão Européa, países do prmero grupo... 254 Varáves utlzadas para estmar a equação de demanda da mportação extra-bloco de açúcar bruto e oferta de exportação extra-bloco de açúcar refnado da Unão Européa, países do segundo grupo... 256 Varáves utlzadas para estmar a equação de demanda pela mportação de açúcar refnado orgnado da Unão Européa... 259 Matrz nsumo-produto nter-regonal do Brasl, ano de 1999, valores correntes em R$ 1.000,00... 268

MEDIDAS PROTECIONISTAS UTILIZADAS PELOS ESTADOS UNIDOS E UNIÃO EUROPÉIA PARA O AÇÚCAR: IMPACTO SOBRE A ECONOMIA DAS REGIÕES EXPORTADORAS DO BRASIL Autora: CINTHIA CABRAL DA COSTA Orentadora: Prof a Dr a HELOISA LEE BURNQUIST RESUMO As exportações brasleras de açúcar, especalmente as orgnadas da regão Centro-Sul, são altamente compettvas no mercado mundal. Contudo, sofrem efetos de polítcas proteconstas no âmbto do comérco nternaconal, alterando a movmentação da produção em resposta à determnação de oferta e demanda de mercado. O objetvo deste estudo fo dentfcar e quantfcar os efetos que as meddas proteconstas para o açúcar nos Estados Undos e na Unão Européa, tveram sobre a exportação braslera de açúcar, e sua repercussão na economa braslera como um todo, tomando como base o mpacto nas prncpas regões produtoras do país. Utlzando o modelo descrto por Gardner (1987), verfcou-se que a elmnação do equvalente tarfáro, referente as quotas tarfáras de mportação e programas de preço mínmo, nos Estados Undos, aumentara a partcpação braslera no mercado de açúcar bruto em cerca de 18%, consderando as exportações médas que ocorreram para o mercado norte-amercano no período de 1996 a 2002. Na Unão Européa, a redução de quotas de mportação e a polítca de sustentação de preços provocaram um aumento de 55%, em méda, nas exportações brasleras, entre 1996 e 2002. Esse valor é obtdo pressupondo-se que os outros potencas exportadores não expandam suas partcpações no mercado

xx nternaconal. Em termos de volume e valor exportado, os cálculos consderando a extnção de meddas proteconstas para o açúcar nos mercados da UE e dos EUA, produzram resultados semelhantes, com mpactos estmados para a economa braslera de ncremento no valor da produção de, aproxmadamente, R$ 166 mlhões/ano e de geração de 6.547 empregos/ano, consderando os mpactos dretos, ndretos e de efeto do aumento da renda, dos dos efetos agndo smultaneamente, e nas duas regões exportadoras do Brasl. Os resultados obtdos quando se consdera a elmnação do valor calculado como equvalente subsído do mercado europeu, para suas exportações de açúcar refnado, no entanto, snalzam mpactos mas expressvos que a elmnação do equvalente tarfáro sustentado pelo bloco e pelos Estados Undos. Esse mpacto fo também mas expressvo para a regão Centro-Sul comparado à da regão Norte- Nordeste do Brasl. Os resultados sugerem que, neste contexto, o volume das exportações brasleras de açúcar refnado aumentara três vezes mas que o volume das exportações de açúcar bruto, se ambos os equvalentes tarfáros, para os Estados Undos e Unão Européa, fossem elmnados conjuntamente. Uma smulação do mpacto dessa mudança na economa braslera, ndca a possbldade de que ncrementos na produção e emprego ocorram nessa mesma proporção: aumento de cerca de R$ 263 mlhões/ano em produção (sendo R$ 211 mlhões na regão Centro-Sul e R$ 52 mlhões na regão Norte-Nordeste) e 8.480 empregos/ano gerados, consderando os efetos dretos, ndretos e os mpactos nduzdos pelo efeto renda das famílas (sendo 5.256 na regão Centro-Sul e 3.223 na regão Norte-Nordeste). O valor total da produção estmulada pelos três mpactos fo maor no Centro-Sul do Brasl. Já em relação à porcentagem do aumento da produção exstente na economa, fo mas sgnfcatvo o mpacto na regão Norte-Nordeste. Essas nformações são útes para a formulação de polítcas econômcas e para a prevsão de reações dos mercados frente a mudanças em varáves nternaconas, que são polêmcas na comundade nternaconal.

PROTECTIONIST MEASURES USED BY THE UNITED STATES AND EUROPEAN UNION FOR SUGAR: IMPACTS UPON THE ECONOMY OF BRAZILIAN EXPOTABLE REGIONS Author: CINTHIA CABRAL DA COSTA Advser: Prof a Dr a HELOISA LEE BURNQUIST SUMMARY Brazlan sugar exports, partcularly those produced n the Center-South regon, are hghly compettve n the nternatonal market, but bear the effects of protectonst polces n nternatonal trade, as producton changes compared to what would be obtaned n response to supply and demand market sgns. The objectve of ths study was to dentfy and measure the effects that protectonst measures for sugar, of the Unted States and European Unon, had upon Brazlan sugar exports, together wth ts mpact upon the overall economy, consderng the results upon the man sugar producng regons of the country. A model descrbed by Gardner (1987), was used to verfy that the elmnaton of the tarff equvalent, relatve to the mport tarff quotas, together wth the phase out of the mnmum prce program n the Unted States, would have ncreased the Brazlan partcpaton n the raw sugar market by about 18 percent of ts average exports to the US market through the 1996 to 2002 perod. In the European Unon, the reducton of mport quotas and of the prce support polcy, showed and ncrease of 55 percent, on average, upon Brazlan exports, consderng the same perod of 1996 to 2002. Ths value s obtaned under the assumpton that other potental exporters wll not expand ther share n the nternatonal sugar market. In terms of export volume and

xxv value, calculatons consderng the extncton of protectonst measures for sugar n the EU and Unted States markets, produced results very smlar, wth estmated mpacts of an ncrease n the producton value upon the Brazlan economy by approxmately R$ 166 mllon per year, together wth the generaton of 6.547 employments per year. These results were obtaned consderng the drect and ndrect mpacts of an ncome ncrease, besdes the effects of these two effects actng smultaneously, and n the two major exportable regons n Brazl. The results obtaned as one consders the elmnaton of the calculated value, as a subsdy equvalent of the European market for refned sugar exports, however, ndcated more expressve effects compared to the elmnaton of equvalent tarff sustaned by that trade bloc and by the Unted States. Ths mpact was also more expressve for the Center-South regon compared to the North-Northeastern Brazl. The results suggest that n ths context, the export volume of refned sugar would ncrease three tmes more than the expanson n the raw sugar exports, f both are equvalent tarffs for the Unted States and the European Unon were smultaneously elmnated. The smulaton of the mpact of ths change n the Brazlan economy ndcates the possblty that ncreases the ncrements n producton and employment occur n ths same proporton: producton ncreased by R$ 263 mllon per year (beng R$ 211 mllon n the Center South regon and R$ 52 mllon n the North-Northeastern regon) and 8.480 employments per year were created, consderng drect, ndrect and the mpacts nduced by the effects of famly ncome (such that 5.256 n the Center-South regon and 3.223 n the North-Northeast). The total producton value stmulated by the three mpacts was greater n the Center-South Brazl. However, the percentage ncrease n the actual level of producton was more sgnfcant n the North Northeast. Ths s useful nformaton to formulate economc polces and to forecast the market reacton n face of changes n the nternatonal varable what s stll a controversal matter wthn the nternatonal communty.

1 INTRODUÇÃO O objetvo deste estudo fo dentfcar e quantfcar o mpacto que lberalzações comercas e reformas na polítca agrícola, que podem vr a ocorrer, tanto nos Estados Undos, como na Unão Européa 1, podem ter sobre as exportações brasleras de açúcar, desagregadas por grande regão produtora de cana (regões Centro-Sul e Norte-Nordeste do Brasl), e sua repercussão na economa como um todo daquelas regões. 1.1 O problema e sua mportânca O açúcar é tdo como uma fonte energétca de consumo básco em todos os países. Com essa justfcatva, dversos países, sejam esses grandes produtores, exportadores ou mportadores de açúcar ntervêm no comérco, afetando os preços nternaconas do produto. O açúcar é conhecdo como o produto agrícola mas protegdo do mundo (Braz, 2003; Centre for Internatonal Economcs - CIE, 2003; Elbehr et al., 2000; Pnazza & Almandro, 2003; Unão da Agrondústra Canavera de São Paulo - UNICA, 2003a). Carvalho (2003) ndcou que o mercado lvre nternaconal é menor do que 30% do consumo mundal de açúcar. Segundo Ramos (2001), as polítcas açucareras estão entre as mas antgas polítcas setoras mplementadas pelas nações desenvolvdas. O autor consdera que sto se deve à mportânca do açúcar para o consumo humano e por ser um dos produtos que possuem um complexo de atvdades urbanas e ruras. 1 Os dados referentes à Unão Européa ncluem os 15 países que, atualmente, a ntegram: Bélgca, Alemanha, França, Itála, Luxemburgo, Países Baxos, Dnamarca, Irlanda, Reno Undo, Gréca, Espanha, Portugal, Áustra, Fnlânda e Suéca.

2 As regras do Acordo Geral sobre Tarfas e Comérco (GATT) 2 têm tdo mpacto pouco expressvo sobre o comérco nternaconal agrícola. Por exemplo, na Rodada Urugua, enquanto para a maora dos produtos manufaturados os subsídos à exportação foram probdos, para produtos agrícolas esses são permtdos, conquanto não sejam utlzados para alcançar mas do que uma justa partcpação no mercado mundal daquele produto (Tanner, 1996). O mercado de açúcar fo o maor exemplo de negocações de reformas comercas no GATT durante a Rodada Urugua (Larson & Borrell, 2001). No entanto, segundo esses mesmos autores, a Unão Européa, o Japão, e os EUA preservaram suas polítcas proteconstas entre provsões de anexos especas para o Acordo Geral (GATT). Entre os países desenvolvdos que adotam meddas proteconstas no mercado do açúcar, este estudo procurou dentfcar os mpactos das meddas adotadas pelos EUA e pela Unão Européa sobre a economa das duas regões exportadoras de açúcar do Brasl, que são as regões Centro-Sul e Norte-Nordeste. As exportações brasleras partcparam com cerca de 11% e 3,5% do volume das mportações totas de açúcar bruto, respectvamente, nos Estados Undos e na Unão Européa. Esta partcpação apresenta-se bem nferor à partcpação do Brasl no mercado mundal, que fo acma de 20% nos últmos anos, provavelmente em função das meddas proteconstas adotadas nestes mercados. Apesar das barreras tarfáras mpostas pelo Japão sobre as exportações brasleras de açúcar refnado, e também por causa delas, a partcpação das exportações brasleras na mportação total daquele país tem sdo margnal (fo estmada em 0,06%, consderando o período de 1996 a 2001). O Japão mporta, predomnantemente, açúcar bruto provenente da Austrála e Talânda, em função da proxmdade com aqueles países, e sem mposção tarfára. Assm, em função da ausênca de dados passados, não 2 O GATT fo estabelecdo em 1947 e sofreram mudanças em oto rodadas de negocações multlateras posterores. Fo ncorporado ao acordo fnal da Rodada Urugua, ncorporando o Acordo Agrícola.

3 foram estmados os mpactos de elmnação de equvalentes tarfáros do Japão sobre as exportações brasleras de açúcar refnado. Segundo Gardner (1987), se um país quer aumentar o preço e a receta dos produtores, uma alternatva é solar o mercado doméstco de potencas competdores nternaconas. Instrumentos polítcos para sso ncluem as tarfas de mportação, as quotas tarfáras e os subsídos à exportação. O regme de quota tarfára é composto de uma tarfa cobrada até certo volume de mportação (denomnada tarfa n), e uma tarfa mas alta (tarfa out), cobrada sobre o volume que supera o lmte mposto pela quota. No mercado nternaconal de açúcar, as tarfas out cobradas pelos EUA e pela Unão Européa tornam probtvas as mportações acma da quota. Os subsídos fornecdos aos produtores na Unão Européa, por exemplo, resultam de polítcas agrícolas do bloco, que mantêm altos preços doméstcos para esses produtos, partcularmente para o açúcar, através de polítcas de sustentação de preços. Como conseqüênca, a maora dos países que compõem a Unão Européa passou de mportador líqudo na década de 1970 para exportador líqudo de açúcar no período corrente. O mesmo se aplca para o bloco como um todo 3. Os altos preços subsdados favoreceram a produção de excedentes exportáves, e com condções de competr em termos de preço no mercado mundal, em função dos altos ganhos assegurados no mercado doméstco, por uma polítca complexa de sustentação de preços. Este efeto fo denomnado por Frandsen et al. (2001) de subsído cruzado para as exportações de açúcar. Conforme descrto em Pnazza & Almandro (2003), em 2000, a Alança Global para a Reforma e Lberalzação do Comérco de Açúcar (Global Allance for Sugar Trade Reform and Lberalzaton) reunu os maores grupos de produtores mundas e emtu um documento no qual exga: a elmnação gradatva dos subsídos às exportações de açúcar e das polítcas de apoo doméstco que dstorcem as regras do 3 A hstóra e explcação da polítca agrícola adotada pela UE pode ser melhor entendda em Marques (1993).

4 comérco; o efetvo acesso de todos ao mercado, com a elmnação das barreras não tarfáras e, com o tempo, a redução consensual e coordenada de todas as tarfas. Em uma dmensão maor, a reunão da Organzação Mundal do Comérco (OMC) 4, em 2003, apresentou como prncpal medda para o setor a nclusão do mercado agrícola na pauta de negocações entre 2002 e 2005. O Comtê sobre Acesso a Mercados, vnculado à OMC, tem por função coordenar as atvdades lgadas ao tema, nclundo temas tarfáros e não tarfáros, com o objetvo de lberalzar o comérco nternaconal. Assm, a agenda futura para este tema nclu negocações tarfáras e de redução de subsídos, prncpalmente destnados às exportações para produtos agrícolas (Thorstensen, 1999). Tas negocações podem alterar as exportações brasleras de açúcar bruto e refnado, modfcando os níves de mportânca desses produtos para a economa braslera. Tas nformações são útes na formulação de polítcas para o setor sucroalcoolero e na prevsão de reações dos mercados frente a mudanças em varáves naconas e nternaconas. 1.1.1 Importânca e característcas da produção de açúcar no Brasl A capacdade de absorção de mão-de-obra é uma das característcas mas notáves relaconadas ao setor sucroalcoolero (produção de açúcar e álcool). Segundo a UNICA (2003b), o agronegóco da cana-de-açúcar nveste, em méda, US$ 10 ml por emprego. Em comparação com outras atvdades ndustras, são nvestdos: US$ 200 ml na petroquímca, US$ 145 ml na metalurga, US$ 98 ml na ndústra de bens de captal, US$ 91 ml no setor automoblístco, US$ 70 ml na área de bens ntermedáros e US$ 44 ml em bens de consumo. A atvdade canavera do Brasl responde por cerca de um mlhão de empregos dretos, 511 ml apenas na produção de cana-de-açúcar, e o restante dstrbuído na 4 A OMC é uma organzação estabelecda na Rodada Urugua e tem como objetvo fscalzar e orentar as polítcas mundas em relação ao GATT 1994 (que ncorpora o Acordo Agrícola) e outros acordos de comérco estabelecdos nessa Rodada. Segundo Pnazza & Almandro (2003), a Organzação Internaconal do Açúcar (OIA), perdeu espaço à medda que a OMC se tornou o fórum das negocações comercas para o setor. Segundo estes autores, a OIA reconhece o proteconsmo pratcado pelos EUA e UE.

5 agrondústra de açúcar e álcool (UNICA, 2003c). Na méda, tem-se que 55% da cana braslera é utlzada para produção de álcool e 45%, açúcar (UNICA, 2003d). O agronegóco da cana-de-açúcar reúne 6% dos empregos agrondustras, que, por sua vez, geram 14% dos empregos totas do país (UNICA, 2003c). A produção braslera esteve, hstorcamente, concentrada em duas grandes regões produtoras de açúcar: o Nordeste (denomnado Norte-Nordeste por alguns autores) e o Centro-Sul. A regão Norte-Nordeste é caracterzada, geralmente, por baxa produção e custos maores. Entretanto, os valores apresentados por Carvalho (2001) e descrtos na Tabela 1, sugerem que ambas as regões produtoras são compettvas no mercado mundal. Tabela 1. Custo médo de produção de açúcar nas regões produtoras do Brasl, no mundo e nos maores países exportadores. Orgem da produção US$/ton. Brasl Estado de São Paulo 165 Regão Centro-Sul 180 Regão Norte-Nordeste 210 Mundo (méda) De cana-de-açúcar 320/364 De beterraba 612/737 Maores exportadores Cana-de-açúcar (nclundo Brasl) 268/334 Beterraba 565/713 HFCS (adoçante orgnado do mlho) 309 Fonte: UNICA / LMC Internaconal, ctado por Carvalho (2001) Nota: a regão Centro-Sul é defnda agregando-se os estados: Mnas Geras, São Paulo, Ro de Janero, Espírto Santo, Paraná, Santa Catarna, Ro Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goás. A regão Norte-Nordeste compreende os estados: Alagoas, Pernambuco, Sergpe, Paraíba, Maranhão, Pauí, Baha, Tocantns, Ro Grande do Norte, Pará, Amapá, Rondôna, Rorama e Amazonas.

6 A Tabela 1 também compara a compettvdade da produção de açúcar orgnada da cana-de-açúcar e da beterraba, assm como do adoçante orgnado do mlho (HFCS), que são os produtos substtutos ao açúcar de cana mas utlzados no mundo. A dferença na produção regonal no Brasl pode ser observada na Fgura 1, onde se tem que a produção de açúcar na regão Nordeste fo bem nferor quando comparada à regão Centro-Sul. Na safra de 2001/02, o volume de açúcar produzdo pela regão Nordeste representou 13,4% do total braslero, contra 38% na safra 1990/91. Este declíno é esperado que contnue, por causa do processo de desregulamentação do setor 5. 1000 scs. 50 kg 450,000 400,000 350,000 300,000 250,000 200,000 150,000 100,000 50,000 0 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02 NORTE-NORDESTE CENTRO-SUL Fgura 1 - Evolução da produção de açúcar nas regões Centro-Sul e Norte-Nordeste do Brasl, nas safras de 1990/91 a 2001/02. Fonte: UNICA (2003e) Em contraste com a regão Nordeste, a regão Centro-Sul é caracterzada por alta produtvdade e um excelente desenvolvmento ambental, sendo consderada uma das áreas com menores custos de crescmento da área de cana-de-açúcar no mundo, e com sgnfcatvo potencal de expansão. 5 A ndústra do açúcar no Brasl fo caracterzada por consderável ntervenção governamental no mercado, nclundo quotas a produtores, subsídos a produção, regulação de preços em város pontos da cadea de mercado, controle de exportação, e admnstração dos termnas de exportação. No níco dos anos 1990 se estabeleceu o processo de abertura comercal aos mercados externos, e houve o esgotamento do modelo de ntervenção estatal. O sstema de quotas tarfáras, que vnha sendo mantdo para as exportações de açúcar, fo suspenso em julho de 1994, se refletndo no aumento das exportações desse produto na safra de 1995/1996 (Burnqust et. al., 2002).

7 Carvalho (2000) estmou uma dstrbução de 61,5% do volume de açúcar consumdo no país sendo de uso dreto e que, deste total, 34% do consumo sera de açúcar refnado e 66%, de açúcar do tpo crstal. Portanto, do total de açúcar produzdo no país, estma-se que a produção de açúcar refnado seja gual ao volume exportado acrescdo de 21% (34% de 61,5%) da produção destnada ao consumo nterno. A produção de açúcar bruto é estmada como a soma do volume exportado com 79% 6 da produção destnada ao consumo nterno. 1.1.2 O setor exportador de açúcar no Brasl Com a lberação das exportações brasleras a partr da safra 1994/95, por causa do processo de desregulamentação do setor sucroalcoolero, houve uma tendênca de aumento, tanto da produção quanto das exportações de açúcar. A Fgura 2 lustra o aumento das exportações brasleras de açúcar bruto (correspondente ao códgo NCM 1701.11.00) e refnado (prncpal tpo de açúcar exportado, códgo NCM 1701.99.00 no Brasl) 7 na década de 1990 8. Deve-se ressaltar, anda, que o aumento do valor da taxa de câmbo em 1999 também contrbuu para o aumento das exportações brasleras de açúcar naquele ano. Por outro lado, a quebra de safra em 2000, na regão Centro-Sul, fo responsável pela redução no volume exportado total naquele ano. 6 79% = (100% - 61,5%) + 61,5% * 66%; onde o prmero termo corresponde ao uso ndreto do açúcar, uso ndustral, que ocorre geralmente na forma de açúcar bruto. 7 Esta dstnção entre açúcar bruto e refnado nos códgos descrtos fo também utlzada em Brasl (2003a). 8 No período de 1990 a 1995, as exportações brasleras foram descrtas pelo códgo NBM. Assm, para assocar os mesmos produtos no códgo NCM tem-se que, para açúcar bruto, NCM 1701.11.00, os NBM correspondentes são: 1701.11.0100, 1701.11.0200, 1701.11.0300 e 1701.11.9900. Para açúcar refnado, NCM 1701.99.00, os NBM correspondentes são: 1701.99.0100, 1701.99.0200 e 1701.99.9900.

8 1.000 toneladas 9000 8000 7000 6000 5000 4000 3000 2000 1000 0 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 5.0% 4.5% 4.0% 3.5% 3.0% 2.5% 2.0% 1.5% 1.0% 0.5% 0.0% % açúcar bruto açúcar refnado % nas exportações totas Fgura 2 - Evolução das exportações brasleras dos dos prncpas tpos de açúcar exportados e partcpação (%) do capítulo de açúcar nas exportações totas do Brasl, no período de 1990 a 2001. Fonte: Brasl (2003b) Já as exportações da regão Nordeste, por causa da redução dos subsídos a essa regão, tveram sua partcpação dmnuída no total das exportações do Brasl (Fgura 3). A crescente partcpação das exportações orgnadas no Estado de São Paulo, decorrentes do processo de desregulamentação, fo a prncpal razão nterna para o aumento das exportações brasleras. Isso fo verfcado no trabalho de Costa & Burnqust (2003), onde as autoras verfcaram que o efeto da compettvdade, dado pela desregulamentação do setor sucroalcoolero, sobre o aumento das exportações brasleras de açúcar na segunda metade da década de 1990, ocorreu de manera sgnfcatva na regão Centro-Sul (explcando 89% do aumento das exportações). Na regão Norte- Nordeste, o aumento das exportações de açúcar fo explcado apenas pelo crescmento do tamanho do mercado mundal de açúcar e pelo ncremento das mportações dos países que mportaram dessa regão.

9 1000 toneladas 8,000 7,000 6,000 5,000 4,000 3,000 2,000 1,000 0 1990/1995 1996/2001 Norte-Nordeste Centro-Sul Fgura 3 - Méda das exportações de açúcar total das regões Norte-Nordeste e Centro- Fonte: Brasl (2003b) Sul do Brasl nos sub-períodos de 1990/1995 e 1996/2001. Segundo dados de Brasl (2003b), do total das exportações do capítulo 17 do Sstema Harmonzado (que corresponde a açúcares e outros produtos de confetara), no período de 1996 a 2001: na regão Centro-Sul, 58,8% fo de açúcar bruto (correspondente ao códgo NCM 1701.11.00) e 40,2% fo de açúcar refnado (prncpal tpo de açúcar exportado, códgo NCM 1701.99.00 no Brasl). Por outro lado, as exportações de açúcar da regão Norte-Nordeste, nesse mesmo período, foram de 81,9% de açúcar bruto e 16,4% de açúcar refnado. As exportações brasleras de outros produtos, dentro do capítulo 17, corresponderam a cerca de 1% das exportações no período de 1996 a 2001. A dferencação das exportações das duas regões se reflete também em relação aos seus mportadores. Das exportações orgnadas da regão Centro-Sul, a Rússa fo o país que mas aumentou suas mportações no segundo período (acma de 1 mlhão de toneladas). Outros países que aumentaram as mportações de açúcar dessa regão foram: Emrados Árabes, Ngéra, Egto, Marrocos, Iêmen, Canadá, Arába Saudta, Indonésa, Romêna, Irã, Malása, Jordâna e Somála. A Rússa também fo o maor responsável pelo aumento das exportações da regão Norte-Nordeste no período de 1996 a 2001, apresentando um ncremento médo superor a 600 ml toneladas. Por outro lado, Egto e

10 Marrocos reduzram, ndvdualmente, suas mportações de açúcar da regão Norte- Nordeste em mas de 100 ml toneladas no segundo período 9. É mportante consderar que os produtores de açúcar no Brasl utlzam, em sua maora, usnas que possuem destlara anexa 10. Assm, podem alterar o mx de produção entre açúcar e álcool, apresentando um grande potencal de desvar mas cana para a produção de açúcar em detrmento ao álcool. Devdo ao grande crescmento da cana-de-açúcar utlzado como matéra-prma em ambas as ndústras (açúcar e álcool) no Brasl, o país demonstra potencal de expansão de exportação de açúcar mas rápdo do que em qualquer outro dos maores exportadores. Num panorama geral do mercado, tem-se que: o mercado exportador de açúcar no Brasl dexou de ser regulamentado pelo governo; o açúcar braslero é um dos mas compettvos no mercado mundal; e o mercado desse produto é um dos mas regulamentados a nível mundal, havendo uma tendênca de maor lberalzação em futuras negocações da OMC. Assm, há uma clara possbldade de aumento futuro das exportações brasleras de açúcar. Esse trabalho procurou analsar o aumento das exportações brasleras de açúcar decorrentes da elmnação de meddas proteconstas nos EUA e na Unão Européa para este produto. Os resultados das varações nas exportações de açúcar foram utlzados como aumento na demanda fnal do setor correspondente na matrz nsumo-produto referente à regão exportadora do Brasl que sofreu o mpacto. Essas nformações têm como objetvo subsdar futuras negocações contra os entraves estabelecdos no mercado nternaconal de açúcar. 9 Informações verfcadas a partr de dados de Brasl, 2003b. 10 Segundo dados apresentados no Semnáro açúcar e álcool: o Brasl no cenáro global Praccaba (2002), 85,5% da produção de açúcar e 79,8% da produção de álcool, na regão centro-sul, em setembro de 2002, são produzdos por usnas com destlaras anexas.