A ANÁLISE DO CUSTO GERENCIAL COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA NAS INDÚSTRIAS



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Transcrição:

165 A ANÁLISE DO CUSTO GERENCIAL COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA NAS INDÚSTRIAS José Felipe Santos Fernandes Rodrigo Silva de Santana Prof. Esp. Edgar Dantas dos Santos Junior (Orientador) RESUMO Com o mercado cada vez mais acirrado as organizações industriais estão buscando diversas maneiras para se sobressaírem perante aos seus concorrentes, sendo assim, uma ferramenta que vem ganhando força a cada dia é o custo gerencial para tomada de decisão do gestor. Com isso as empresas acabam conhecendo seus processos, custos diretos e indiretos e aperfeiçoando suas práticas adotadas, diante disso este artigo busca o esclarecimento da utilização do custo gerencial nas indústrias como meio estratégico para a sobrevivência no mercado, tendo como objetivos Verificar a importância do custo gerencial para as organizações, e tendo ainda como objetivos específicos; conhecer os custos industriais, analisar a margem de contribuição dos principais produtos e otimizar os processos produtivos com o intuito de redução de custos em alguns setores de uma indústria. Assim evidenciou no trabalho que nas indústrias é de suma importância a análise do custo gerencial, pois o gestor acaba tendo uma visão macro do seu negócio e processos manufatureiros. Palavras chaves: custos, mercado, concorrentes e processos ABSTRACT With the increasingly fierce market industrial organizations are seeking various ways to excel against its competitors, so a tool that is gaining strength every day is the cost for managerial decision-making manager. With that companies end up knowing their processes, direct and indirect costs and improving their practices adopted, given that this article seeks to clarify the use of cost management in industries as a strategic means for survival in the market, aiming to assess the importance of cost management for organizations, and also taking specific objectives; meet industrial costs, analyze the contribution margin of the main products and optimize production processes in order to reduce costs in some sectors of an industry. So at work showed that in industries is of paramount importance to managerial cost analysis because the manager ends up taking a macro view of their business and manufacturing processes. Keywords: cost, market, competitors and processes 165

166 1 INTRODUÇÃO O mercado está cada vez mais acirrado e competitivo, pois as organizações buscam estratégias para sobreviver e dar continuidade com seus produtos e serviços. Além disso, os clientes cobram qualidade e preço diferenciado em relação ao produto/serviço que lhe é oferecido. Em muitas organizações o setor contábil é visto apenas como um setor que trabalha com o fechamento fiscal e tributário de uma empresa, mas essa realidade vem mudando a cada dia, com a globalização e avanço da tecnologia a contabilidade ganha espaço e principalmente a controladoria de custos que é impulsionada pela moda do momento, a redução de custos. Mas para tal muitas empresas estão se adequando a essa realidade, que parte do princípio do estudo dos processos internos e busca incessante da melhoria contínua. Não muito diferentemente as organizações fabris buscam por melhorar os seus processos e enxugar seus custos, pois a cada dia lançam novos produtos no mercado sem a base de preço para terem competitividade, por isso surge uma grande dificuldade que é perceptível nas empresas, o entendimento, a formulação e análise correta do custo gerencial, ferramenta essa que se bem trabalhada pode determinar o sucesso de um produto/serviço ou empresa. Para a implantação do custo gerencial em uma empresa o gestor deve por muitas vezes conhecer todo o processo produtivo, desde o inicio até o fim, para assim é necessário adentrar por mais diversos setores como: Manutenção, Manufatura, PCP, Marketing, PCM e Contabilidade. Esses setores representam em sua maioria a essência da produção e ditam os custos de uma organização, por serem estratégicos. As diversas organizações estão cada vez mais preocupadas em conhecer os seus custos, pois assim possibilita uma visão macro da empresa e uma tendência de melhorar seus processos e principalmente alcançar aquilo que a grande maioria das empresas almejam reduzir os seus custos. Sendo assim é fácil encontrar no mercado ferramentas que podem auxiliar os gestores na implantação do custo gerencial, como por exemplo, softwares integrados de gestão que possibilita o gestor a ter uma visão ampla do seu negócio além de gerenciar os seus custos. A justificativa para o referido estudo se dá pela necessidade das organizações conhecerem e entenderem seus processos e principalmente seus custos, além da 166

167 contribuição para a região centro sul de Sergipe, região onde encontram diversas unidades fabris, porém muitas dessas desconhecem estudos/custos que na maioria das vezes pode alavancar a situação financeira de uma empresa. Assim sendo, surge uma nova preocupação no que se refere à análise dos custos gerenciais mediante todas essas novas tecnologias, principalmente em relação uma unidade manufatureira com propósito de continuar a ofertar seus produtos com a mesma qualidade e custos menores. Desta forma as empresas buscam cada vez mais integrar todos os setores a fim de proporcionar um entendimento e motivação ao alcance das metas organizacionais. Com base nesse contexto percebe-se que em decorrências da imensa competitividade de mercado, procura-se minimizar os custos por meio de uma implantação e análise do custo gerencial. Diante do exposto podemos indagar: Qual a importância da análise do custo gerencial dos produtos para as indústrias? Assim, esta pesquisa busca tem como objetivo geral Verificar a importância do custo gerencial para as organizações, e tendo ainda como objetivos específicos: conhecer os custos industriais, analisar a margem de contribuição dos principais produtos e otimizar os processos produtivos com o intuito de redução de custos em alguns setores de uma indústria. Para execução desta pesquisa serão realizadas análises dos produtos fabricados pela organização, utilizando de métodos quantitativos e qualitativos para esclarecimentos dos dados, além da utilização do estudo de caso para norteamento da pesquisa. Dentre os autores metodológicos serão consultados: LAKATOS, Vergara e YIN entre outros. 2 DEFINIÇÃO DE CUSTOS O mercado está cada vez mais competitivo dessa forma as organizações devem conhecer bem quais são os seus custos e despesas. Defini se custos como gastos relativo a bem ou serviço utilizado na produção para outros bens e serviços, são custos salários dos funcionários, matéria prima, manutenção de maquinas e outros. Despesas são gastos usados com bens e serviços não utilizados na produção e com fim na capitação de recitas. De acordo com o dicionário de economia Sandroni, (2003, p. 152) custos é, 167

168 Avaliação, em unidade de dinheiro, de todos os bens materiais e imateriais, trabalho e serviços consumidos pela impressa na produção de bens industriais, bem como aqueles consumidos também na manutenção de suas instalações. Expresso monetariamente, o custo resulta da multiplicação da qualidade de produção utilizada pelos seus respectivos preços.(sandroni, 2003, p. 152) Diante da definição de Sandroni podemos afirmar que custo e gastos são diferentes.segundo Dutra (2010 p. 17), gasto é o valor pago ou assumido para obter a propriedade de um bem, incluindo ou não a elaboração e a comercialização, considerando as diversas quantidades adquiridas, elaboradas ou comercializadas. Assim custos e gastos são indicadores diferentes que fazem parte da mesma empresa ou comercio. 2.1 Definição de contabilidade de custos Para melhor entendermos a finalidade desse estudo serão ressaltadas algumas definições fundamentais. 2.1.1 Contabilidade de custos Segundo Leone (2000, p. 19) A contabilidade de custos é o ramo da contabilidade que se destina a produzir informações para os diversos níveis gerenciais de uma entidade, como auxílio às funções de determinação de desempenho, planejamento e controle das operações e de tomada de decisões. Dessa forma as entidades estão se modernizando para uma melhor coleta de dados, assim podendo tomar decisões mais corretas e eficazes na diminuição dos custos e aumento do lucro. Segundo Silva Junior (2000, p. 80) Contabilidade de custo é o processo ordenado de usar os princípios da contabilidade geral para registrar os custos de operação de um negócio, de tal maneira que, com os dados da produção e das vendas, se torne possível à administração utilizar as contas para estabelecer os custos de produção e de distribuição, tanto por unidade, quanto pelo total, para um, ou para todos os produtos fabricados, ou serviços prestados e os custos das outras diversas funções do negócio, com a finalidade de obter 168

169 operações eficiente, econômica e lucrativa. (Silva Junior apud Lawrence, 2000, p. 80) As diversas organizações estão cada vez mais preocupadas em conhecer os seus custos, pois assim possibilita uma visão macro da empresa é uma tendência de melhorar seus processos e principalmente alcançar aquilo que a grande maioria das empresas almeja reduzir a seus custos. Sendo assim é fácil encontrar no mercado ferramentas que podem auxiliar os gestores na implantação do custo gerencial, como por exemplo, softwares integrados de gestão que possibilita o gestor a ter uma visão ampla do seu negócio além de gerenciar os seus custos. 2.1.2 Definição de custos diretos Segundo Nascimento (2001, p. 27) por sua própria natureza, é o que não varia, seja qual for à quantidade produzida em determinado período. 2.1.3 Definição de custos indiretos Segundo Zanluca é o custo que não se pode apropriar diretamente a cada tipo de bem ou função de custo no momento de sua ocorrência. Os custos indiretos são apropriados aos portadores finais mediante o emprego de critérios pré-determinados e vinculados a causas correlatas. 2.1.4 Definição de custos fixos Segundo Silva Júnior (2000, p. 21), aqueles gastos que não estão relacionados com a oscilação do volume de vendas do negócio. Em geral, correspondem aos gastos incorridos para a manutenção da superestrutura (administração e outros). 2.1.5 Definição de custos variáveis Segundo Dutra (2010, p. 33) os que variam em função da variação do volume de atividade, ou seja, da variação da quantidade produzida no período. Quanto maior o 169

170 volume de atividade no período, maior será o custo variável e, ao contrário, quanto menor o volume de atividade no período, menor será o custo variável. Desta forma as empresas buscam cada vez mais conhecer e integrar todos os conhecimentos sobre os seus custos, a fim de proporcionar um entendimento melhor dos seus processos e assim alcançar as metas organizacionais. 2. 2 Principais métodos de custeio Diante de vários métodos de custeio que são mostrados em estudos atuais, vamos mostrar dois dos principais, custeio direto que incide apenas em atribuir os custos variáveis e diretos ao produto final ao à produção, e o custeio por absorção que incide todos os seus custos a produção e ao produto final. 2.2.1 Custeio por absorção De acordo com Dutra (2010, p. 241), É o mais utilizado quando se trata de apuração de resultados e consiste em associar aos produtos e serviços os custos que ocorrem na área de elaboração, ou seja, os gastos referentes às atividades de execução de bens e serviços. Esse método, que satisfaz aos princípios fundamentais de contabilidade, não considera as despesas como integrantes dos estoques dos bens e serviços, mas todos os custos aplicados em sua obtenção. (DUTRA, 2010 p. 241) O custeio por absorção tem algumas vantagens, segundo Nascimento (2001, p. 58), associação ao produto final de todos os custos fixos indiretos de atividades ligadas ao processo produtivo, a formação do valor do estoque com custos mais reais e a determinação do custo final da produção, agregando os valores que direta e indiretamente estão ligadas ao processo produtivo. Segue o esquema de custeio por absorção que Dutra (2010, p. 242) mostra o método de custeio por absorção mais utilizado por seguir os princípios contábeis que são permitidos. 170

171 FONTE: adaptado pelo autor 2.2.2 Custeio direto ou variável Segundo Silva Júnior (2000, p. 19), O custeio direto prevê uma apropriação de caráter gerencial, considerando apenas os custos variáveis de nossos produtos vendidos; os custos fixos ficam separados e considerados como despesa do período, indo diretamente para resultado; dessa forma, possibilitando a apuração da margem de contribuição, quando confrontados os custos variáveis aos valores da receita líquida do período objeto da análise. Conforme mencionado, no custeio direto os custos de setores considerados de suporte ou auxiliares ao processo produtivo, normalmente considerado como custos fixos, são trabalhados como custos do período, não fazendo, portanto, parte integrante do custo de produção. (SILVA JÚNIOR, 2000, p.19) Dessa forma o custeio direto é utilizado com um caráter gerencial, pois não presenta os custo fixos em todo o seu processo produtivo apenas no período em que está sendo avaliado. Segue o modelo de custeio Direto apresentado por Dutra (2010, p. 248), para que seja analisado as sua diferença em relação ao custeio por absorção. 171

172 FONTE: adaptado pelo autor 2.3 Custo na atividade industrial 2.3.1 Materiais diretos Segundo Crepaldi (1999, p. 41), o material direto, é o custo de qualquer material que pode ser diretamente identificado no produto, de forma que faz parte dele. As matérias-primas, os componentes adquiridos prontos, as embalagens e outros materiais usados na produção são apropriados aos produtos por seu valor de compra. Sendo assim toda matéria prima e material secundário são considerado materiais diretos. 2.3.2 Mão de obra direta De acordo com Martins (2010, p. 133), Mão de obra direta é aquela relativa ao pessoal que trabalha diretamente sobre o produto em elaboração, desde que seja possível a mensuração do tempo despendido e a identificação de quem executou o trabalho, sem necessidade de qualquer apropriação indireta ou rateio. Existem também 172

173 conceitos diferentes em relação à mão de obra direta que classificam como mão de obra direta a utilizada na produção. 2.4 Ferramentas gerenciais de custos Conforme Leone (2000), a contabilidade de custos é o ramo da contabilidade que produz informações para diversos níveis gerenciais de uma entidade, auxilia as funções de determinação de desempenho, de planejamento, de controle das operações. Para que essas informações sejam enviadas aos gestores são utilizadas algumas ferramentas entre elas o ponto de equilíbrio, margem de contribuição e a alavancagem operacional. O ponto de equilíbrio segundo Dutra (2010, p. 361), esse parâmetro determina o ponto em que a empresa equilibra custos com receitas. No ponto de equilíbrio, a empresa está produzindo somente o suficiente para gerar recita que se iguala ao custo, ou seja, quando está operando em um nível de produção iguala seu ponto de equilíbrio à empresa não apresenta nem lucro nem prejuízo. O ponto de equilíbrio determina o mínimo de receita que deve ser produzida para que a mesma não obtenha prejuízo. De acordo com Bornia (2002, p.72), a margem de contribuição é o montante das vendas diminuído dos custos variáveis. A margem de contribuição é subdividida em margem de contribuição unitária, ainda de acordo com Bornia (2002, p. 72) representa a parcela do preço de venda que resta para a cobertura dos custos e despesas fixos me para a geração do lucro por produto vendido. Segundo Teixeira (1998, p. 2) A Alavancagem operacional pode ser entendida como a capacidade de uma empresa em utilizar-se de variações nos custos fixos para aumentar os efeitos da variação em vendas sobre o Lucro operacional. Estes custos fixos não variam com o volume da produção, e devem ser remunerados pelas receitas geradas, esta capacidade de remunerar os custos fixos pode ser entendida em uma das configurações da MS margem de contribuição ou contribuição marginal, (TEIXEIRA, 1993). Daí, fica então o seguinte entendimento: pela alavancagem operacional, incrementam-se os custos fixos, que por sua vez devem embutir um diferencial ao produto, capaz de elevar as receitas mediante o acréscimo de preço (caso o mercado suporte) ou através da otimização do giro do produto no mercado, sempre que a demanda suportar. Com as ferramentas apresentadas as organizações possuem um suporte de informação que possibilita uma melhor visão do todo para assim tomar decisões mais 173

174 acertadas e eficientes para alcançarem o objetivo principal, diminuir os custos e aumentar os seus lucros. 3 METODOLOGIA DA PESQUISA O desenvolvimento desta pesquisa foi realizado a partir de vários critérios básicos. No primeiro momento utilizou-se da pesquisa bibliográfica, que foi realizada através de estudos em livros, revistas, internet, jornais e etc. Para Marconi e Lakatos (2002, p. 71), a pesquisa bibliográfica tem a finalidade de colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferências seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma, quer publicadas quer gravadas. Ainda baseado no mesmo pensamento, Vergara (2004 p. 48) diz que: Pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral. Fornece instrumental analítico para qualquer outro tipo de pesquisa, mas também pode esgotar-se em si mesmo. Um material publicado pode ser de fonte primária ou secundária. A pesquisa realizada, além de ser denominada como pesquisa bibliográfica é também classificada como uma pesquisa qualitativa. Muitos confundem estudo de caso com método qualitativo, Yin (1981) apud Roesch (2007, p. 155) esclarece que o estudo de caso tanto pode trabalhar com evidência quantitativa como qualitativa. Portanto, quando realizado o planejamento desta pesquisa, verificou-se que o estudo apresenta as características de uma pesquisa exploratória qualitativa, em virtude de buscar a compreensão de fenômenos amplos e complexos de natureza subjetiva. Nesse caso Silva (2003, p. 53), define pesquisa exploratória como uma pesquisa que: É realizada em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado, tendo como maior objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, para torná-lo mais explícito ou para construir hipóteses, dessa forma, este tipo de pesquisa visa um maior aprofundamento, pretendendo contribuir para o esclarecimento de um tema ainda pouco estudado dentro do contexto apresentado. Vergara (2004) define a pesquisa qualitativa mostrando que ela tem como principal objetivo a compreensão das necessidades, motivações e comportamentos dos participantes num estudo. É, em regra, a escolha metodológica ideal para projetos de 174

175 investigação em que se pretende estudar de uma forma aprofundada, opiniões, atitudes, motivações e padrões de comportamento sem grandes preocupações de quantificação. Este tipo de estudo aborda a problemática de forma naturalista, procurando perceber e interpretar o que determinados fenômenos significam para o sujeito. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Nas organizações industriais é perceptível cada vez mais a utilização do custo gerencial pelos os gestores da empresa, pois assim eles conseguem ter uma percepção melhor do negócio. Foi detectado através da pesquisa que o gestor faz reuniões mensais para discutir os pontos de melhorias da indústria estudada, como por exemplo, os gastos com matérias primas, embalagens e os gastos gerais de fabricação. Através deste estudo ainda possibilitou o entendimento na prática de como realizar a gestão de custos através do planejamento estratégico da organização, pois a empresa tem uma gestão alinhada com metas de redução de custos e controle orçamentário dos seus gastos para determinados períodos e receitas esperadas. Outro ponto interessante na pesquisa é questão que com a aplicabilidade do custo gerencial por item em uma organização fabril, destaca-se a visualização de cada custo empregado para os mais variados itens que são fabricados pela organização, assim o gestor tem um diferencial competitivo, que na verdade é de conhecer seus custos e ter a real de condição de comparar com os de seus concorrentes, tudo isso atrelado a um propósito de conhecer e realizar o benchmarking e assim ir em busca da melhoria contínua da empresa. Depois que o custo é explorado pelo o gestor é possível obter uma análise mais segura e viável, como por exemplo, a determinação da margem de contribuição e formação de preço, assim o gestor tem uma das ferramentas mais importante da contabilidade de custos, a margem de contribuição, deve ser estudada e realizada de maneira cautelosa e sempre atenta as mudanças de mercado, isso porque seus principais custos fixos são cobertos e sua margem de lucro é baseado no mix dos produtos. E por fim, este estudo possibilitou o conhecimento que o custo gerencial é uma ferramenta muito importante para qualquer empresa, porque além de majorar se o produto é viável financeiramente ou não, é importante também para o gestor conhecer os 175

176 processos e os produtos que são manufaturados pela indústria que é administrada pelo o gerente da empresa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BORNIA, Antônio Cezar. Análise gerencial de custos. Porto Alegre: Bookman, 2002 p. 72. CREPALDI, Silvio Aparecido. Curso Básico de Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 1999. DUTRA, René Gomes, Custos: uma abordagem prática. São Paulo: Atlas, 2010. LEONE, George Sebastião Guerra, Curso de Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 2000. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2002. NASCIMENTO, Jonilton Mendes do,custos: planejamento, controle e gestão na economia globalizada. São Paulo: Atlas, 2001 p. 27. ROESSH, Sylvia M. Azevedo. Projetos de estagio e de pesquisa em administração: guia para estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e estudos de caso. 3ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2007. SANDRONI, Paulo, Novíssimo dicionário de economia. São Paulo: bestseller, 2003. SILVA, Antônio Carlos Ribeiro da. Metodologia da pesquisa aplicada à contabilidade. São Paulo: Atlas, 2003. SILVA JÚNIOR, José Barbosa da Silva, Custos uma ferramenta de gestão. São Paulo: Atlas, 2000, p. 80.Apud LAWRENCE, W. B., Contabilidade de Custos. São Paulo: Ibrasa, Brasília: Instituto Nacional do Livro/MEC, 1975, p.1. VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. 5ª. ed. São Paulo: Atlas 2004. http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/custos_direitos.htm, acessado em 05-12-2012. http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep1998_art468.pdf Acessado em 05-12-2012. 176