( x)(x 2 ) n = 1 x 2 = x

Documentos relacionados
Questão 1: (2.0 pontos) (a) (1.0 ponto) Obtenha os cinco primeiros termos da série de Taylor da função f(x) = cos x em.

Questão 1: (2.5 pontos) f(x) =

2 ō Semestre 2015/2016

Polinômios de Legendre

GABARITO DA 2 a PROVA - CÁLCULO IV 1 0 PERÍODO a Questão:(valor 2.0) (a) O gráfico de f é esboçado na Figura 1. (b) Temos que: + [x]2 1 ((1))

Análise Complexa e Equações Diferenciais 1 ō Semestre 2016/2017

Corda Elástica Presa Somente em uma das Extremidades

Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Matemática Departamento de Matemática

SEGUNDA PROVA DE EDB - TURMA M

Universidade Federal do Pará Instituto de Tecnologia. Cálculo III. Campus de Belém Curso de Engenharia Mecânica

Instituto de Matemática - IM-UFRJ Cálculo Diferencial e Integral IV - MAC248 Primeira prova - Unificada - 29/04/2019

ANÁLISE COMPLEXA E EQUAÇÕES DIFERENCIAIS. Apresente e justifique todos os cálculos

Análise Matemática IV

Análise Complexa e Equações Diferenciais 2 ō Semestre 2013/2014

TEMPO DE PROVA: 2h30. 1 se 0 x < 1, 0 se 1 x 2. f(x) =

x 2 y 6xy + 10y = 0, x > 0 y(1) = 1, y(2) = 18.

Gabarito da Prova Final Unificada de Cálculo IV Dezembro de 2010

UFRGS INSTITUTO DE MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA Programa de Pós-Graduação em Matemática Aplicada Prova Escrita - Processo Seletivo 2017/2 - Mestrado

Universidade Tecnológica Federal do Paraná Câmpus Francisco Beltrão

t 2 se t 0 Determine a expansão em série de potências para a função F (x) = ( 1) n y2n (2n)!, ( 1) n t4n (2n)! (2n)! ( 1) n t4n 2 dt = ( 1) n t 4n 2 )

Métodos Matemáticos 2012/2 Notas de Aula Equações Diferencias IV Equações Diferencias Lineares de Segunda Ordem. 22 de outubro de 2012

Seção 27: Pontos Singulares Método de Frobenius

EXAMES DE ANÁLISE MATEMÁTICA III

Análise Complexa e Equações Diferenciais Exame B de 30 de junho de 2014 Cursos: LEAN, LMAC, MEBiom, MEFT, MEMec

INSTITUTO POLITÉCNICO DE SETÚBAL ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA. MATEMÁTICA APLICADA 1 o SEMESTRE 2016/2017

Diferenciais em Série de Potências

= 2 sen(x) (cos(x) (b) (7 pontos) Pelo item anterior, temos as k desigualdades. sen 2 (2x) sen(4x) ( 3/2) 3

PARTE I EQUAÇÕES DE UMA VARIÁVEL REAL

Suponhamos que f é uma função que pode ser representada por uma série trigonométrica da forma. ) + B nsen( 2nπx )]. (2)

GABARITO. 01) a) c) VERDADEIRA P (x) nunca terá grau zero, pelo fato de possuir um termo independente de valor ( 2).

Análise Complexa e Equações Diferenciais 2 o Semestre 2014/2015

21 de Junho de 2010, 9h00

u t = c 2 u xx, (1) u(x, 0) = 1 (0 < x < L) Solução: Utilizando o método de separação de variáveis, começamos procurando uma solução u(x, t) da forma

ANÁLISE MATEMÁTICA IV

Vamos revisar alguns fatos básicos a respeito de séries de potências

Análise Complexa e Equações Diferenciais 2 ō Semestre 2012/2013

Cálculo Diferencial e Integral I

EDO I. por Abílio Lemos. 16 e 18 de outubro de Universidade Federal de Viçosa. Departamento de Matemática UFV. Aulas de MAT

Funções de Green. Prof. Rodrigo M. S. de Oliveira UFPA / PPGEE

Matemática 2. Teste Final. Atenção: Esta prova deve ser entregue ao fim de 1 Hora. Deve justificar detalhadamente todas as suas respostas.

Definição (6.1): Definimos equação diferencial como uma qualquer relação entre uma função e as suas derivadas.

Teoremas e Propriedades Operatórias

Séries de Potências. Definição: A série da forma. é uma série de potências centrada em a (ou ainda ao redor de a). Em que x é uma variável e

c + 1+t 2 (1 + t 2 ) 5/2 dt e 5 2 ln(1+t2 )dt (1 + t 2 ) 5/2 dt (c 5/2 + (1 + t 2 ) 5/2 (1 + t 2 ) 5/2 dt ϕ(t) = (1 + t 2 ) 5/2 (1 + t).

1 [30] O programa abaixo, que calcula a raiz quadrada de 6, está errado. Identifique o erro, e explique como corrigi-lo.

ANÁLISE MATEMÁTICA IV FICHA 3 TEOREMA DOS RESÍDUOS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE PRIMEIRA ORDEM

Séries Potências II. por Abílio Lemos. Universidade Federal de Viçosa. Departamento de Matemática UFV. Aulas de MAT

ANÁLISE MATEMÁTICA IV LEEC SÉRIES, SINGULARIDADES, RESÍDUOS E PRIMEIRAS EDO S. disponível em

Sistemas de Equações Diferenciais Lineares

Curso: Engenharia Ambiental. Disciplina: Equações Diferenciais Ordinárias. Professora: Dr a. Camila N. Boeri Di Domenico NOTAS DE AULA 2

MAT CÁLCULO 2 PARA ECONOMIA. Geometria Analítica

FEUP - MIEEC - Análise Matemática 1

y y(y + 3x) em frações parciais: 1 u + 1 A(u + 1) + Bu = 1 A = 1, B = 1 du u(u + 1) u + 1 u 2 u + 1

ANÁLISE MATEMÁTICA IV

Gabarito da G3 de Equações Diferenciais

Nesta seção começamos o estudo das equações diferenciais a derivadas parciais, abreviadamente. da onda da onda ocorre é no problema da corda vibrante.

MESTRADO PROFISSIONAL EM MATEMÁTICA EM REDE NACIONAL. ENQ Gabarito

Cálculo Diferencial e Integral C. Me. Aline Brum Seibel

Equações Ordinarias 1ªOrdem - Lineares

Universidade Tecnológica Federal do Paraná Câmpus Francisco Beltrão

UNIFEI - UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ PROVA DE CÁLCULO 1

Universidade Federal de Viçosa Centro de Ciências Exatas Departamento de Matemática

Exemplos de equações diferenciais

1 0 para todo x, multiplicando-se os dois membros por. 2x 1 0 x 1 2. b a x. ba 2. e b 2 c

1 A Equação Fundamental Áreas Primeiras definições Uma questão importante... 7

3 Equacões de Bernoulli e Riccati Equação de Bernoulli Equação de Riccati Exercícios... 24

ANÁLISE MATEMÁTICA IV 1 o Teste (LEAM, LEBL, LEC, LEEC, LEM, LEGM, LEMAT, LEN, LEQ, LQ) Justifique cuidadosamente todas as respostas.

Integração por frações parciais - Parte 1

Lista 1 - Cálculo Numérico - Zeros de funções

TEMPO DE PROVA: 2h30 Questão 1: (2.5 pontos) Estude a convergência, convergência absoluta ou divergência das séries abaixo. ( 1) m m.

SÉRIES DE FOURIER. Fabio Cardoso D Araujo Martins, Fernando Sergio Cardoso Cunha, Paula Rodrigues. Ferreira Alves, Rafael Caveari Gomes

xy + y = 0. (1) Portanto a solução geral de (1) é a família de hipérboles y = C x,

A = B, isto é, todo elemento de A é também um elemento de B e todo elemento de B é também um elemento de A, ou usando o item anterior, A B e B A.

Denominamos equação polinomial ou equação algébrica de grau n a toda equação da forma:

u(0; y) = u(1; y) = u(x; 0) = 0 8 x ; se 0 x < x ; se

Convergência de séries de Fourier

ANÁLISE MATEMÁTICA IV FICHA SUPLEMENTAR 5 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS PARCIAIS E TRANSFORMADA DE LAPLACE

MAT146 - Cálculo I - Derivada de funções polinomiais, regras de derivação e derivada de funções trigonométricas

ANÁLISE COMPLEXA E EQUAÇÕES DIFERENCIAIS TESTE 2A - 15 DE JUNHO DE DAS 11H. Apresente e justifique todos os cálculos. dy dt = y t t ; y(1) = 1.

3. Limites e Continuidade

DCC008 - Cálculo Numérico

MAT Cálculo 2 para Economia 3 a Prova - 28 de novembro de 2016

Notas Sobre Sequências e Séries Alexandre Fernandes

CAPÍTULO 9. Exercícios se. 01 e. Seja f( x) Temos. 1 n n n n n n. n n. A série de Fourier da função dada é: cos. nx 4

Seção 29 Ortogonalidade das funções de Bessel Membrana circular

UFRJ - Instituto de Matemática

LEEC Exame de Análise Matemática 3

7 Equações Diferenciais. 7.1 Classificação As equações são classificadas de acordo como tipo, a ordem e a linearidade.

x 2 + (x 2 5) 2, x 0, (1) 5 + y + y 2, y 5. (2) e é positiva em ( 2 3 , + ), logo x = 3

Problema de Dirichlet no Círculo e em Regiões Circulares

Lista 3 - Métodos Matemáticos II

O problema proposto possui alguma solução? Se sim, quantas e quais são elas?

Exercício: Identifique e faça um esboço do conjunto solução da. 3x xy + y 2 + 2x 2 3y = 0

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Instituto de Matemática PRIMEIRA PROVA UNIFICADA CÁLCULO I POLITÉCNICA E ENGENHARIA QUÍMICA 13/12/2012.

P L A N I F I C A Ç Ã 0 E n s i n o S e c u n d á r i o

O Teorema de Peano. f : D R n. uma função contínua. Vamos considerar o seguinte problema: Encontrar um intervalo I R e uma função ϕ : I R n tais que

Conceitos Básicos. Capítulo 1 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS. Uma equação diferencial é uma equação que envolve uma função incógnita e suas derivadas.

y (n) (x) = dn y dx n(x) y (0) (x) = y(x).

MESTRADO PROFISSIONAL EM MATEMÁTICA EM REDE NACIONAL. ENQ Gabarito. a(x x 0) = b(y 0 y).

Transcrição:

Página 1 de 7 Instituto de Matemática - IM/UFRJ Gabarito prova final unificada - Escola Politécnica / Escola de Química - 10/12/2009 Questão 1: (.0 pontos) (a) (1.0 ponto) Seja a função f(x) = x, com x R, x 1. Encontre a série de potências x 2 1 que representa f(x) em uma vizinhança de x = 0 (se desejar, use o lembrete ao final do enunciado da questão) Tomando a = x e q = x 2 e sendo x 2 < 1 obtemos que ( x)(x 2 ) n = x 1 x 2 = x x 2 1 = f(x). Portanto, obtivemos que f(x) = x2n+1 se x 2 < 1. Notemos que a série encontrada é uma série de potências em torno de x = 0, como desejado. Obs: Muitos alunos fizeram um manuseio algébrico e obtiveram que f(x) = x (n+1). No entanto, esta não é uma série de potências (tem expoente negativo) e converge para f(x) somente quando x > 1 (este tipo de série se chama série de Laurent). (b) (0.8 ponto) Seja a Equação Diferencial Ordinária (EDO) dada por (x 2 1)y (x) + 6xy (x) + 4y(x) = 0 (1a) Verifique que x = 0 é ponto ordinário desta EDO e encontre a relação de recorrência da solução em série de potências da EDO (1a) em torno de x 0 = 0. Usando a notação do livro texto temos que P (x) = x 2 1, Q(x) = 6x e R(x) = 4. Então, p(x) = 6x x 2 1 e q(x) = 4. Ambas são funções analíticas (razão entre dois polinômios) x 2 1 para todo x ±1, já que nestes pontos o denominador se anula. Portanto, x = 0 é ponto ordinário pois p(x) e q(x) são analíticas em uma vizinhança de x = 0. Vamos supor que a solução pode ser escrita na forma y(x) = c nx n. Então y (x) = nc nx n 1 e y (x) = n(n 1)c nx n 2. Subtituindo na EDO temos (x 2 1) n(n 1)c n x n 2 + 6x nc n x n 1 + 4 c n x n = 0, isto é, n(n 1)c n x n n(n 1)c n x n 2 + 6 nc n x n + 4 c n x n = 0. Alterando um índice de somatório obtemos que n(n 1)c n x n (n + 2)(n + 1)c n+2 x n + 6 nc n x n + 4 c n x n = 0. Agrupando os termos segue que 2c 2 6c x+6c 1 x+4c 0 +4c 1 x+ (n(n 1)c n (n + 2)(n + 1)c n+2 + 6nc n + 4c n ) x n = 0. (1b)

Página 2 de 7 Dos termos dentro do somatório concluímos que, n(n 1)c n (n + 2)(n + 1)c n+2 + 6nc n + 4c n = 0, n = 2,, 4, 5, e, daí, (n 2 + 5n + 4)c n = (n + 2)(n + 1)c n+2, isto é, (n + 4)(n + 1)c n = (n + 2)(n + 1)c n+2. Como, neste caso, n + 1 0 podemos concluir que que é a relação de recorrência da EDO. c n+2 = n + 4 n + 2 c n, n = 2,, 4, 5,, (c) (0.7 ponto) Encontre a solução geral da EDO (1a) em torno de x 0 = 0 explicitando as duas soluções linearmente independentes. Calcular, no mínimo, os quatro primeiros termos não nulos de cada solução linearmente independente. Analisando os termos de ordem 0 e 1 da equação (1b) obtemos que 2c 2 + 4c 0 = 0 e 6c +10c 1 = 0, isto é, c+2 = 2c 0 e c = 5/c 1. Pela relação de recorrência vemos que cada termo par(ímpar) depende somente do termo par(ímpar) anterior, permitindo caracterizar de forma simples as duas soluções linearmente independentes (uma corresponde aos termos pares e a outra aos termos ímpares). Analisando os termos pares temos que a 4 = /2a 2 = a 0, a 6 = 8/6a 4 = 4a 0.. Prosseguindo desta forma vemos que a 2n = (n + 1)a 0 (isto pode ser verificado observando que, se assim fosse, teríamos, a 2n+2 = (2n + 4)/(2n + 2)a 2n = (n + 2)/(n + 1).(n + 1)a 0 = (n + 2)a 0, comprovando a nossa hipótese). Analogamente, analisando os termos ímpares obtemos que a 5 = 7/5a = 7/a 1, a 7 = 9/7a 5 = 9/a 1. Prosseguindo desta forma vemos que a 2n 1 = 2n + 1 a 1. Então, a solução geral da EDO é dada por ) ( ) y(x) = a 0 (1 + (n + 1)x 2n 2n + 1 + a 1 x 2n 1. As soluções linearmente independentes pedidas são dadas por y 0 (x) = 1 + (n + 1)x2n e y 1 (x) = 2n+1 x 2n 1. Obs: Uma forma de obter diretamente a solução y 0 (x) é considerar a 0 = 1 e a 1 = 0. A solução y 1 (x) pode ser obtida considerando a 0 = 0 e a 1 = 1. Vários alunos tentaram isto, mas fizeram somente o primeiro (ou o segundo) caso e esqueceram de usar os coeficientes obtidos para expressar a solução y 0 (x) (ou y 1 (x)). (d) (0.5 ponto) Determine o raio de convergência mínimo da solução desta EDO em Séries de Potências em torno do ponto x 0 = 0. Pode-se obter o raio de convergência a partir da relação de recorrência (1b) pois lim a n+2 x n+2 n a n x n = lim n + 4 n n + 2 x2 = x 2.

Página de 7 Usando o teste da razão temos que R 2 = 1 e, portanto, o raio de convergência R é igual a 1. Se o aluno não conseguisse obter a relação de recorrência, poderia usar o teorema sobre o raio de convergência da solução de EDOs por séries de potência que afirma que o raio de convergência da solução é maior ou igual ao menor raio de convergência das funções analíticas p(x) e q(x). Neste caso, pelo item (a) temos que o raio de convergência de p(x) é 1 e, de forma análoga, o raio de convergência de q(x) também é 1 (notemos que, neste caso, o raio de convergência mínimo coincide com o raio de convergência obtido). Obs: Vários alunos argumentaram que o raio de convergência é 1 pois a distância entre o ponto x = 1 em que o denominador de p(x) se anula e o ponto x = 0 é igual a 1 e, portanto, o raio de convergência 1. Este raciocínio não é, de forma alguma, correto. Se o primeiro termo da EDO fosse (1 + x 2 )y ao invés de (1 x 2 )y, o raio de convergência obtido seria o mesmo, apesar do termo 1 + x 2 não se anular para x R. Lembrete: Sabemos que a soma dos termos de uma série geométrica da forma é dada por a 1 q. Questão 2: (2.0 pontos) Faça o que se pede { } (4s 2 (a) (1.0 ponto) Determine a L 1 s + )e 4s (s 2 + 1)(s 1) Usando frações parciais obtemos que Então (4s2 s + )e 4s (s 2 + 1)(s 1) Então L 1 { (4s 2 s + )e 4s (s 2 + 1)(s 1) aq n, com q < 1, 4s 2 s + (s 2 + 1)(s 1) = s s 2 + 1 + s 1 = L {cos t + et }. = e 4s L {cos t + e t } = L {u 4 (t) (cos(t 4) + e t 4 )} } = u 4 (t) (cos(t 4) + e t 4 ). (b) (1.0 ponto) Determine L {f(t)}, sendo t, se 0 t < 2, f(t) = 8 t, se 2 t < 0, se t. Vemos que f(t) = (1 u 2 (t))t + (u 2 (t) u (t))(8 t) = t + u 2 (t)(8 4t) + u (t)(t 8). Aplicando Transformadas de Laplace temos que L {f(t)} = 1 s + 2 e 2s L{8 4(t + 2)} + e s L{(t + ) 8} = 1 s 4 ( 2 e 2s s + 2 e s s + 1 ). 2 s

Página 4 de 7 Questão : (2.0 pontos) Seja f a função definida por: f(x) = { 0, 0 < x < 1, 2, 1 x < 2. (a) (0.5 ponto) Seja f(x) a extensão de f(x) que é ímpar, periódica, com período 4, definida para todo x R. Faça o gráfico de f(x) no intervalo [ 2, 6] Como a extensão é ímpar de período 4 temos, usando a notação do livro-texto, que 2l = 4. Das propriedades de funções ímpares temos que f(nl) = 0 para todo n Z. Com isso, o gráfico da extensão f(x) é como a seguir. Gráfico da função f(x) 2 1 y 0-1 -2 - -2-1 0 1 2 4 5 6 x (b) (1.0 ponto) Encontre a Série de Fourier da função f(x). Como a função f(x) é ímpar temos, das propriedades da Série de Fourier, que a n = 0, para n = 0, 1, 2,,.... Basta calcular b n. Então, b n = 1 2 l l f(x) sen nπx l dx = l 0 Então, a Série de Fourier da função f(x) é dada por 2 f(x) sen nπx dx = 2 sen nπx l 1 2 dx = 4 (cos nπ ) nπ 2 cos nπ = 4 (cos nπ ) nπ 2 ( 1)n. 4 (cos nπ ) nπ 2 ( 1)n sen nπx 2. (c) (0.5 ponto) Calcule a soma da Série de Fourier do item anterior no ponto x = 1. Pelo gráfico do item (a) vemos que a função f(x) é uma função seccionalmente contínua (três pontos de descontinuidade ao longo de um período e, neste pontos, os limites laterais

Página 5 de 7 existem) com derivada seccionalmente contínua (apenas três pontos em que f (x) não está definida ao longo de um período e nestes pontos os limites laterais existem). Temos, então, as condições necessárias para aplicar o Teorema de Fourier e obter que a soma da Série de Fourier em x = 1 é igual a 0.5( f( 1 ) + f( 1 + )) = 0.5( f(1 ) + f(1 + )) = 1. Questão 4: (.0 pontos) Considere o Problema de Valor Inicial e de Fronteira (PVIF): u t (x, t) 4u xx (x, t) + u(x, t) = 0, 0 < x < π, t > 0, u(0, t) = u(π, t) = 0, t 0, u(x, 0) = sen 4x + 2 sen 8x, 0 x π, (a) (2.0 pontos) Utilizando o Método da Separação de Variáveis, obtenha as equações diferenciais ordinárias nas variáveis x e t e as resolva, detalhando todas as etapas. (4a) (4b) (4c) Vamos aplicar a técnica de separação de variáveis para resolver o Problema de Valor Inicial e de Fronteira. Vamos procurar, por enquanto, funções não nulas que satisfaçam a EDP e que sejam da forma u(x, t) = X(x)T (t). Então, u t = X(x)T (t) e u xx = X (x)t (t). Substituindo na EDP obtemos XT 4X T +XT = 0. Rearranjando os termos e dividindo por 4X(x)T (t) obtemos X (x) X(x) = T + T (t) = λ. 4T (t) Notemos que o primeiro termo da equação acima só depende de x, o segundo termo só depende de t e como desejamos que sejam iguais para todo t > 0 e x (0, π) concluimos que independem de x e t e, portanto, são uma constante. Denominamos esta constante como sendo λ, sendo o sinal negativo apenas para seguir a notação do livro texto, pois o sinal escolhido não importa no resultado final. Obtivemos, assim, as equações diferenciais ordinárias nas variáveis x e t que são dadas por X (x) + λx(x) = 0, T (t) + (4λ + 1)T (t) = 0 Para resolver estas equações, deveremos encontrar as condições de fronteira adequadas de forma que X(x) satisfaça um problema de autovalor, resolvê-lo e, finalmente, usar os autovalores obtidos na EDO envolvendo a variável t para obter as soluções T (t). Abaixo iremos seguir este procedimento. Inicialmente, vamos obter as condições de fronteira da EDO em x usando as condições de fronteira do problema proposto. Temos que 0 = u(0, t) = X(0)T (t), para todo t > 0. Como não estamos interessados em solução trivial concluimos que X(0) = 0. Analogamente, obtemos que X(π) = 0. Usando estas condições nas EDOs obtidas anteriormente podemos obter o seguinte problema de autovalores: X (x) + λx(x) = 0 X(0) = 0 X(π) = 0

Página 6 de 7 O procedimento a seguir visa obter os autovalores e autofunções do problema de autovalor acima. A equação característica é dada por r 2 + λ = 0. Vamos analisar as três situações possíveis: Raízes da equação característica reais e distintas. Isto ocorrerá quando λ < 0 e as raízes serão r 1 = λ e r 2 = r 1. A solução geral é dada por X(x) = Ce r 1x +De r 1x. Aplicando a restrição X(0) = 0 obtemos que D = C. A solução se torna X(x) = C (e r 1x e r 1x ). Substituindo X(π) = 0 obtemos que 0 = X(π) = C(e r 1π e r 1π ). Se C = 0 teríamos solução trivial, que não nos interessa e, daí, obtemos que e r 1π = e r 1π. Como a exponencial é uma função injetiva, segue que r 1 π = r 1 π, o que não é possível pois r 1 0 (já que, por hipótese, λ < 0 e r 1 = λ). Concluimos que se λ < 0 não temos autovalor, já que a única solução é a trivial. Raízes da equação característica reais iguais. Isto ocorrerá quando λ = 0 e as raízes serão r 1 = r 2 = 0. A solução geral é dada por X(x) = C + Dx. Aplicando a restrição X(0) = 0 obtemos que C = 0 e a solução se torna X(x) = Dx. A restrição X(π) = 0 implica que D = 0 e, portanto, a única solução possível quando λ = 0 é a solução trivial. Concluímos daí que λ = 0 não é autovalor deste problema de autovalor. Raízes da equação característica são complexos conjugados. Isto ocorrerá quando λ > 0 e as raízes serão r 1 = λ 1 e r 2 = λ 1. Seja γ = λ > 0. A solução geral é dada por X(x) = C sen γx+d cos γx. Aplicando a restrição X(0) = 0 obtemos que D = 0. Portanto, a solução se torna X(x) = C sen γx. Usando que X(π) = 0 obtemos que 0 = X(π) = C sen γπ. Isto implica que ou C = 0 (que não nos interessa pois fornece solução trivial) ou sen γπ = 0. Sabemos que o seno se anula nos pontos da forma nπ, com n Z. Então, como γ > 0, concluímos que γπ = nπ, com n N. Daí temos que os autovalores correspondentes a λ > 0 são da forma λ n = n 2, com n N e suas autofunções correspondentes serão X n (x) = sen nx. Em resumo, temos que os autovalores são dados por λ n = n 2, com n = 1, 2,,... e as autofunções respectivas são dadas por X n (x) = sen nx, considerando como 1 o coeficiente da autofunção. Com estes autovalores, podemos usar a EDO em t para obter T n (t). Temos, então, que T n + (4n 2 + 1)T n (t) = 0, com n = 1, 2,,.... A solução geral é dada por T n (t) = e (4n2 +1)t. Em resumo, obtivemos que as soluções não nulas das EDOs são dadas por X n (x) = sen nx e T n (t) = e (4n2 +1)t, n N. Nesta resposta consideramos como 1 o coeficiente das autofunções obtidas do problema de autovalor. (b) (0.5 ponto) Obtenha a solução em série que satisfaz a EDP (4a) e as condições de fronteira (4b) Do item anterior temos que u n (x, t) = X n (x)t n (t) = e (4n2 +1)t sen nx. Finalmente, a série de funções que é candidata a solução do PVIF é da forma u(x, t) = C n e (4n2 +1)t sen nx. (4d)

Página 7 de 7 Boa prova! (c) (0.5 ponto) Analisando a condiçâo inicial do PVIF (4c), obtenha a solução do problema dado. Resta, agora, utilizar a condição inicial para obter todos os coeficientes C n. Tomando t = 0 na solução em série vemos que u(x, 0) = C n sen nx. (4e) Para satisfazer a equação (4c), basta compará-la com (4e). Vemos, então que C 4 = e C 8 = 2, com C n = 0 se n 4 e n 8. Com os coeficientes obtidos temos que a solução desejada é dada por u(x, t) = e 65t sen 4x + 2e 257t sen 8x.