O PAPEL DA DIDÁTICA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR UNIVERSITÁRIO

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Transcrição:

O PAPEL DA DIDÁTICA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR UNIVERSITÁRIO Janete Paes de Macêdo; Gilson dos Reis Soares; Rosária Ribeiro Antunes; Anne Sullivan University janetepaesdemacedo@gmail.com gilsonreiss@hotmail.com.br rozaryaribeiro@hotmail.com.br INTRODUÇÃO Por muito tempo o professor do ensino superior era visto como detentor do saber, e com um vasto conhecimento na área, ou seja, na disciplina em que atuava. Entretanto não havia muita preocupação com a didática, pois os educandos deste nível de ensino são pessoas adultas, com uma percepção e visão de mundo, com a personalidade formada. Os educandos universitários por serem adultos, já sabem o que querem e não exigem muito de seus professores, além de competência e clareza na transmissão de conhecimentos. Logo, os professores devem ter competência para sanar as dúvidas dos alunos. A didática na docência superior era pouca perceptível na ação docente, haja visto que os professores não desenvolviam a didática de forma reflexiva e inovadora, pois o papel principal do docente era meramente passar conteúdos, sem estabelecer uma relação entre teoria e a prática, entre o que fazer e como fazer. Atualmente a didática constitui- se em uma disciplina essencial nos cursos de formação de professores nas universidades públicas ou privadas, pois ela é parte integrante do currículo dos cursos universitários que formam o sujeito para exercer a docência. O professor universitário deve apresentar condições favoráveis para a prática educativa, ser um orientador pesquisador e comprometido com a qualidade do ensino. O presente trabalho é de grande relevância para compreendermos o papel da didática nos cursos superiores, uma vez que estamos no momento do avanço tecnológico, ou seja, na era da informática, onde se exige muito mais do professor. Os alunos são críticos, participativos e percebe facilmente quando o professor não tem didática para ensinar, isto é, os professores estão constantemente sendo avaliados e analisados pelos seus alunos.

Diante desta questão, procurou- se analisar a seguinte indagação: de que maneira a didática contribui para a formação do professor (a) universitário? Nesta perspectiva é que procurou- se analisar a importância da didática para a formação do professor e para a aprendizagem do aluno, especificamente identificar sua contribuição para o exercício da docência no curso superior, e refletir sobre seu papel no processo ensinoaprendizagem nos cursos universitários. Para a realização da presente pesquisa, os procedimentos metodológicos foram alicerçados em bases teóricas, artigos e livros referentes ao tema. Deste modo buscou- se fazer uma reflexão sobre o papel da didática no trabalho docente, estimulando o professor ser mais dinâmico em sua prática pedagógica. Uma reflexão sobre didática A história da didática está ligada ao aparecimento do ensino de acordo com o desenvolvimento da sociedade, da produção e das ciências como atividade projetada e intencional dedicada ao ensino (LIBÂNEO, 2013). O termo didático está ligado a qualquer manifestação de ensino, e que ao longo dos anos foi aprimorando- se de acordo com o desenvolvimento da sociedade, tornando- se uma ciência que planeja e orienta a ação didática. A didática aparece quando adultos começam a intervir na atividade de aprendizagem dos jovens, através da direção deliberada e planejada do ensino, ao contrário das formas de intervenção mais ou menos espontânea de antes. (LIBÂNEO apud VERDE, 2010. p. 29). Desse modo, percebe- se que a didática era vista como qualquer forma de intervenção no processo ensinoaprendizagem, desde que de maneira planejada e intencional, cujo propósito era mediar, orientar o ensino. Convém ressaltar, que a didática não é algo recente, mas somente a partir do século XVII, com a obra de Comenius (Didática Magna), ganha importância como disciplina pedagógica, estabelecendo- se uma relação entre teoria e a prática, tendo em vista os objetivos educacionais e sociais. Antes deste século, não podemos falar de didática como teoria de ensino, que sistematize o pensamento didático e o estudo cientifico das formas de ensinar (LIBÂNEO, 2013). A didática é uma ciência que estuda os objetivos, os conteúdos, os meios e as condições do processo de ensino. Ela se baseia na pedagogia, sendo uma disciplina pedagógica (LIBÂNEO, 2013). Nesta concepção a didática articula os diversos elementos que constitui o processo de ensino,

como: objetivos, conteúdos e os meios pelo qual se desenvolve o trabalho docente, tendo por finalidade promover uma educação de qualidade e prepara o indivíduo para viver em sociedade. Como afirma Sanit; Manegolla o objeto de estudo da didática é o ensino que se propõe estabelecer os princípios para orientar a aprendizagem com segurança e eficiência (SANIT; MANEGOLLA. 2013. p. 25). Nesse contexto o ensino fundamenta- se na ação docente e nos recursos didáticos utilizados para auxiliar o processo ensino- aprendizagem, com o intuito de despertar no aluno o interesse pelo conhecimento cientifico com base na observação e na pesquisa. Para Comenius ensinar é a arte das artes é, portanto, tarefa árdua que requer juízo atento não de um só homem, mas de muitos, por que ninguém pode ser tão atilado que não lhe escapam muitas coisas (COMENIUS, 1997. p. 15 apud SOARES; CUNHA, 2010. p. 24). Ensinar é uma missão árdua que requer paciência, determinação e vocação. Porém, o ensino não pode se dá de forma isolada, e sim coletivamente, pois ninguém é tão suficiente capaz de realizar essa tarefa sozinha, é necessário que o trabalho docente seja feito em conjunto. Ensino e aprendizagem são duas faces do mesmo processo, ambos complementam, não há ensino se não há aprendizagem. Segundo Heidegger Aprender significa conseguir que tudo o que fazemos seja uma resposta ao que de essencial foi endereçado a nós qualquer tempo. Ensinar é mais difícil do que aprender, por que o que o ensinar exige é isto: deixar aprender (HEIDEGGER, 2008 apud PALMER). A arte de ensinar exige mais responsabilidade e compromisso do que o aprender, por que ensinar é oferecer possibilidades para o outro aprender. O professor (a) tem como principal tarefa o ensino, para isso deve levar o aluno a pensar, a refletir, ou seja, criar condições que possibilite a aprendizagem dos educandos, caso contrário não há ensino. Para alcançar essa qualidade de aprendizagem há a necessidade de uma concepção qualitativamente diferente de relação professor- aluno daquela subjacente á prática corrente. Em vez de uma relação professor- aluno destinado a ser um veiculo para transmitir (ou entregar ) habilidades e conhecimentos pré- específicos (pelos quais ambos, professor e aluno, podem subsequentemente ser considerado responsáveis), ele se torna um espaço aberto que constantemente torna seu impulso na qualidade do engajamento do aprendiz com o domínio no qual ele está operando e surge como pensamento livre, e não como resposta desorganizada a esse engajamento (HEIDEGGER apud PALMER, 2008. p. 35). Na relação professor- aluno deve haver respeito e confiança mútua. O professor (a) tem que lançar desafios aos alunos e, também aceitar o pensamento, e a opinião dos mesmos. É necessário que o professor tenha habilidade para conduzir a ação pedagógica de modo que estimule o aluno aprender de forma livre, e não como se fosse obrigado a aprender, o aluno deve ter prazer em adquirir conhecimentos. Portanto, professor e aluno são responsáveis pela aprendizagem. Ensinar é

a aceleração da aprendizagem. Os alunos aprendem sem o ensino, mas o professor prepara as condições sob as quais eles aprendem de maneira mais rápida e efetiva (SKINNER apud PALMER, 2008. p.65). Na prática pedagógica, os professores são os facilitadores da aprendizagem, ele cria as condições mais adequadas para estimular o aluno a aprender. O aluno pode aprender sozinho, sem ensino, mas é na escola que ele adquire uma aprendizagem mais eficiente e duradoura. E a didática é a ciência que engloba os elementos que compõem o ensino: objetivo, conteúdo, currículo, planejamento, propondo, assim, conhecimento capaz de transformar o sujeito e o meio em que vive. Nos cursos universitários a aprendizagem é mais complexa, pois envolve uma série de questões, como: valores, atitudes, conhecimentos, expectativas entre outras. O aprendiz está constantemente interagindo com culturas, valores e normas distintas, os quais geram um conflito de valores e questionamentos na mente do aluno. Ensinar é desenvolver um programa de interações com os estudantes com vistas a determinados objetivos formativos (TARDIF apud SOARES; CUNHA, 2010. p. 27). Nos cursos superiores, a aprendizagem exige maior dedicação e empenho tanto dos alunos quanto dos professores. Os alunos deste nível de ensino estão buscando sua identidade e, é preciso ficar atento para não se confundir com a troca de cultura e valores, pois cada indivíduo tem cultura e história de vida distintas, no entanto faz- se necessário que sejam respeitadas mutuamente, todas elas implicam conhecimentos. A docência do ensino superior é uma atividade complexa do ponto de vista politico, social, intelectual, psicológico e pedagógico, cujos saberes e competências são imprescindíveis ao seu exercício. Dessa forma, como acontece com as demais profissões não podem ser adquiridos por imitação, e sim mediante, uma formação especifica (SOARES; CUNHA, 2010. p. 31). A docência superior é bastante complexa, pois envolve os segmentos educacionais, políticos e sociais, que são fundamentais para a prática docente. Diante dessa complexidade o profissional do magistério superior não pode ficar na mesmice, e sim estar sempre pesquisando, inovando, participando de formações para dá consistência aos seus conhecimentos e, assim promover uma aprendizagem mais sólida aos educandos. A contribuição da didática na formação do professor universitário A didática é de fundamental importância para a preparação de professores, o termo didática deriva do grego didaktiké, que tem como significado a arte de ensinar (LIBÂNEO, 2013), portanto ela estabelece a relação entre teoria e prática, tornando as aulas mais atrativas e motivadoras, mas

nem sempre foi assim, durante muito tempo acreditava- se que para ser professor universitário seria necessário apenas se expressar bem e dominar os conteúdos relacionados a sua disciplina e, somente no século XVII, é que a didática surge como uma ciência que analisa e investiga a relação ensino- aprendizagem. Para Libâneo a formação da teoria didática para investigar as ligações entre ensino e aprendizagem e suas leis ocorre no século XVII, quando João Amós Comênio (1592-1670), escreve a primeira obra clássica sobre didática, a Didática Magna (LIBÂNEO, 2013). Nota- se que a didática é uma disciplina imprescindível no processo de formação do professor, e todo trabalho docente deve estar vinculado a ela, pois a didática prepara o sujeito para exercer a docência tanto no nível superior quanto nos demais níveis de ensino. A didática pretende orientar o agir do professor e do aluno na sua ação de ensinar, de educar e de aprender (SANTANNA; MENEGOLLA, 2013. p. 25). Convém destacar que a didática é de suma importância na formação do professor, pois esta é o elo entre a formação cientifica e a prática pedagógica. O processo pedagógico ocorre de maneira que a didática norteia toda a formação para uma prática docente que atenda as necessidades do aluno, por meio de uma prática reflexiva e inovadora. Conforme Libâneo a didática se caracteriza como mediação entre as bases teórico- cientificas da educação escolar e a prática docente. Ela opera como uma ponte entre o o quê e o como do processo pedagógico escolar (LIBÂNEO, 2013. p. 27). Assim sendo, a didática é fundamental para auxiliar o processo pedagógico, ou seja, para orientar o trabalho docente, preparando os educandos para se tornar sujeitos críticos e ativos, no meio em que estão inseridos, capazes de transformarem sua realidade com base nos conhecimentos adquiridos em sala de aula. Segundo Veiga A didática como disciplina de estudo teórico- prático não se reduz ao mero domínio das técnicas de orientação, mas implica também os aspectos teóricos, ao mesmo tempo em que fornece á teoria os problemas e desafios da prática (VEIGA, 1991. p.12). Diante do exposto, percebe- se que a didática vai além do domínio e uso das técnicas, ela dá suporte para a resolução de questões problemas e desafios existentes na prática docente, não se restringe apenas a transmissão de informações, mas permite a construção de saberes, mediante a troca de experiências e estudos, tornando assim a aprendizagem mais significativa. A didática é o principal ramo de estudo da pedagogia. Ela investiga os fundamentos, condições de realização da instrução e do ensino (LIBÂNEO, 2013. p. 25). Ela orienta o fazer pedagógico e investiga as condições pela qual o ensino é oferecido, detectando as condições favoráveis e as desfavoráveis a aprendizagem. Sabemos que a didática oferece uma contribuição

inquestionável na formação do professor ao abordar questões inerentes ao processo de ensino- aprendizagem ao tempo que fornece um leque de informações e conhecimentos específicos importantes para o exercício da docência. CONSIDERAÇÕES FINAIS A formação do professor é o ponto de partida para um ensino de qualidade, assim o professor precisa manter- se atualizado e conhecer novas tecnologias educacionais, isso porque, o docente é o profissional que prepara todos os outros trabalhadores, e do qual a sociedade exige uma postura coerente a sua profissão. Assim sendo, a formação profissional do professor concebe papel principal no que se refere á qualidade de educação, pois a qualidade do ensino, depende, em primeiro lugar, da didática do professor. Nesse contexto, a formação do docente merece ênfase, posto que se constitui não apenas a condição legal para o exercício da docência, mas também o fundamento nas experiências adquiridas durante toda sua carreira como professor. E, a didática é uma disciplina de grande relevância para a prática docente, haja vista que ela relaciona a teoria com a prática, favorecendo assim uma aprendizagem mais concreta. Contudo, a didática é o fio condutor do processo ensinoaprendizagem. Como se sabe a didática orienta o trabalho docente, investiga os recursos e as metodologias aplicadas no ensino. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação. Lei n 9. 394, de 20 de Dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, DF: MEC, 1996. LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 2013. NASCIMENTO, Antonio Dias. Educação e contemporaneidade: pesquisas cientificas e tecnológicas. Salvador: EDUFA, 2009. Diponivel em: Scielo books http://books. scielo. org Acesso 03. 07. 2015. SANT ANNA, Ilza Martins; MENEGOLLA, Maximiliano. Didática: aprender a ensinar. São Paulo: Loyola, 2002. SOARES, Sandra Regina; CUNHA, Maria Isabel. A docência universitária em busca de legitimidade. Salvador: EDUFA, 2010. VERDE, Eudoxio Soares Lima. Didática geral. Teresina: EDUFPI/UAPI, 2010. VEIGA, I. P. Caminhos da profissionalização do magistério. Campinas: Papelivros, 1991.