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Transcrição:

4. * 8 3(21 ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GAB. DES. MANOEL SOARES MONTEIRO ACÓRDÃO APELAÇÃO CÍVEL N. 200.2003.018359-0/001 i a Vara Cível da Comarca da Capital RELATOR : Des. MANOEL SOARES MONTEIRO APELANTE : Companhia de Seguros Aliança do Brasil. ADVOGADO : Rodrigo Eduardo Costa APELADA : Rogério Marques de Souza ADVOGADO : Bismark M. Oliveira Embargos à execução. Seguro de vida. Acidente de trânsito. Invalidez permanente. Comprovação. Negativa de pagamento. Valor contratado. Improcedência dos embargos. Desprovimento do apelo. 11è Em tendo o embargado contratado seguro de vida com previsão de pagamento de até 100% do valor básico segurado para casos de invalidez permanente por acidente, verificado o sinistro, deve a seguradora cumprir a obrigação na forma pactuada na apólice. Satisfeito o pagamento do prêmio pelo segurado, comprovado o sinistro, a seguradora será obrigada a pagar em dinheiro quantia correspondente ao risco assumido. Vistos, relatados e discutidos estes autos da Apelação Cível, em que figuram as partes acima nominadas. Acorda, a Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba, na conformidade do voto do relator e da súmula de julgamento de fl. 118, por votação unânime, CONHECER O RECURSO E DESPROVÊ-LO, em 1kiarmonia com o parecer ministerial. RELATÓRIO --- COMPANHIA DE SEGUROS ALIANÇA DO BRASIL opôs Embargos à execução proposta por Rogério Marques de Souza, alegando, em resumo, que a invalidez do embargado é parcial e que sua enfermidade não está coberta pelo seguro. Ao final, pugnou pela procedência dos embargos, com a condenação do embargado ao ônus da sucumbência.

4 2 Impugnação, fl. 44/48. Laudo de exame médico pericial, fl. 60/62. Na sentença, fl. 73/77, o Magistrado julgou improcedente os embargos, condenando a embargante ao pagamento dos honorários advocatícios a razão, de 10% sobre o valor da causa, ensejando o presente apelo, fl. 79/91, visando reformar a decisão, insistindo nos mesmos fundamentos dos embargos. A representante da Procuradoria de Justiça opinou pelo desprovimento do apelo. (fl. 102/104). Em síntese, é o relatório. VOTO: O Exmo. Des. MANOEL SOARES MONTEIRO (relator) A sentença guerreada deu correta solução à lide, por isso deve ser mantida por seus próprios fundamentos. Primeiramente, vale ser ressaltado que, nos termos do art. 30 2, a atividade securitária está abrangida pelo Código de Defesa do Consumidor. Portanto, os contratos de seguro estão submetidos ao Código de Proteção do Consumidor, devendo suas cláusulas estar de acordo com tal diploma legal, respeitando-se as formas de interpretação e elaboração contratuais, especialmente a respeito do conhecimento ao consumidor do conteúdo do contrato, a fim de coibir desequilíbrios entre as partes, principalmente em razão da hipossuficiência do consumidor em relação ao fornecedor. Assim reza o art. 47 do Código de Defesa do Consumidor: "Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor." Segundo a inicial, o embargado aderiu a um contrato de seguro de vida com a apelante. O plano oferece cobertura, dentre outras, para a invalidez permanente 110 por acidente. Conforme se depreende dos autos, o apelado sofreu um acidente, do qual resultaram lesões, 'que culminaram com a sua incapacidade total para o exercício de qualquer atividade laborativa, pelo menos é o que está escrito e assinado pelo perito: -Ao nosso ver o examinado encontra-se incapacitado definitivamente para o trabalho. Não recomendamos nem tarefas leves, haja vista, que a qualquer movimento mais brusco, as hérnias discais existentes, bem com as demais alterações já elencadas no discorrer desta perícia, poderão provocar maior compressão radiculo-medular de conseqüências imprevisíveis." Assim sendo, o laudo pericial acostado às fl. 60/62, é definitivo e não deixa margem de dúvida, repita-se, quanto à invalidez total e permanente do segurado, em decorrência do acidente sofrido. Observe-se que, ao contrário do que pretende fazer crer a apelante, o referido laudo médico pericial é categórico ao afirmar que a incapacidade física do segurado decorreu do próprio acidente sofrido e não de outras complicações.

g. 3 Outrossim, é de se destacar que às fl. 12 do processo de execução em apenso, o INSS, através de Carta de Concessão de Benefício, comunicou ao apelado "que lhe foi concedido APOSENTADORIA POR INVALIDEZ (32)". (SIC). Assim tem decidido o TJRJ: "Apelações Cíveis. Seguro de vida e de acidentes. Recusa das seguradoras em pagar a indenização. Prova pericial atestando a incapacidade total e permanente do segurado para exercer atividade laborativa, corroborando, assim, com a aposentadoria por invalidez concedida pelo INSS. Ausência de prova idônea ao contrário. Sentença de procedência do pedido de acordo com as provas dos autos. Exclusão da pena de litigância de má-fé e manutenção da verba honorária no percentual de 20% do valor da condenação. Recursos parcialmente providos." (TJRJ AC n. 2004.001.01200 12. CC Rel. Des. Nanci Mahfuz julg. 26/10/2004). (grifei). Como se depreende do conjunto probatório carreado ao caderno processual, a doença que motivou a invalidez do apelado originou-se do acidente sofrido, logo, 10. passível de cobertura pela seguradora, conforme tudo melhor consta da apólice de seguro de fl. 08 do processo de execução em apenso: "Coberturas - Morte ou Invalidez Permanente Total por Doença = Capital Básico Segurado - Morte Acidental = o dobro do Capital Básico Segurado - Invalidez Permanente Total ou Parcial por Acidente = até 100% do Capital Básico Segurado" Destarte, entendendo que os elementos de prova constantes nos autos levam, indubitavelmente, ao reconhecimento da invalidez total e permanente do recorrido, causada por acidente. Dessa forma, nada há a reparar na decisão proferida pelo magistrado a quo, que julgou improcedente os embargos à execução. Isentar a apelante da obrigação de indenizar o segurado, no caso em exame, seria permitir que a seguradora espoliasse, sem razões jurídicas, o apelado, em flagrante desrespeito à boa-fé e ao equilíbrio contratual, princípios que devem ser preservados nesse tipo de relação jurídica, principalmente, levando-se em consideração que a cláusula contratual deve ser interpretada sempre em favor da parte aderente, até porque, o contrato de seguro, sabidamente de adesão, merece interpretação mais favorável em relação à parte em posição inferior, in casu, o recorrido que simplesmente aderiu as condições dela já constantes, sem qualquer possibilidade de insurgimento quanto a estas mesmas cláusulas. Nesse sentido o TJRS tem consolidado: "Apelação cível. Seguro de vida e acidentes pessoais. Invalidez permanente e total do segurado comprovada por perícia médica. Laudo do departamento médico judiciário que atesta a incapacidade definitiva e total do autor para o exercício de atividades laborativas, decorrente de acidente ocorrido durante a vigência do contrato de seguro. Obrigação da seguradora de indenizar, nos limites em que se obrigou, por força da apólice. Apelo desprovido." (TJRS - AC n 70009899493, 6 a CC, Rel. Artur Arnildo Ludwig, Julg. em 06/04/2005). (grifei).

4. 1 A súplica do apelante não tem respaldo legal, tendo em vista que, formalizado o contrato de seguro, realizado o pagamento do valor do prêmio pelo segurado, comprovado o sinistro, a seguradora está obrigada a pagar em dinheiro a quantia correspondente ao risco assumido, como ensina o Professor Orlando Gomes: "Obrigado a suportar o risco, o segurador deve pagar o valor do seguro, logo ocorra o evento previsto. Nesse momento, surge para o segurado, ou para o beneficiário, direito de crédito imediatamente exigível." (In Contratos, 8 Ed. Forense, p. 550)., Feitas estas considerações, CONHEÇO DO RECURSO E NEGO-LHE PROVIMENTO, em harmonia com o parecer ministerial. É o meu voto. Presidiu o julgamento, com voto, o Exmo. Des. Manoel Soares Monteiro (relator). Dele participando, o Exmo. Des. Leôncio Teixeira Câmara e o Exmo. Des. Marcos Antônio Souto Maior. Presente à sessão, o Exmo. Dr. Victor Manoel Magalhães Granadeiro Rios, Promotor de Justiça convocado. IIII Sala de Sessões da Egrégia Primeira Câmara Chie/ do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, em 13 de outubro e 20n j Des. ANOEL SOARES MONTEIRO Relator I a,

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