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Transcrição:

1/4 1/4 ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gab. Des. Genésio Gomes Pereira Filho AGRAVO DE INSTRUMENTO n2 200.2006.058215-8/001 32 Vara da Fazenda Pública RELATOR: Des. Genésio Gomes Pereira Filho AGRAVANTE: Estado da Paraíba representado por seu procurador Renan de Vasconcelos Neves. AGRAVADO: Josinaldo Alves Leite DEFENSORA: Rizalva Amorim de Oliveira PROCESSUAL CIVIL Agravo de Instrumento Antecipação de Tutela indeferimento Fornecimento de Medicamento Câncer Direito Fundamental à vida e à saúde Pedido para o agravado submeter-se à exames junto à Secretaria de Saúde Desnecessidade - Desprovimento do recurso. - "Assim sendo uma simples restrição contida em norma de inferior hierarquia (Portaria/MS n. 863/02) não pode fazer tábula rasa do direito constitucional à saúde e à vida especialmente diante da prova concreta trazida aos autos pela impatrante e à mingua de qualquer comprovação por parte do recorrido que venha a ilidir os fundamentos lançados no único laudo médico anexado aos autos." (RMS 17903/MG Rel. Ministro CASTRO ME1RA. SEGUNDA TURMA julgado em 10.08.2004 DJ 20.09.2004 p. 215). VISTOS relatados e discutidos os autos acima identificados. ACORDAM os integrantes da Terceira Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça da Paraíba em negar provimento ao agravo de instrumento' nos termos do voto do Relator e da certidão de julgamento de f1.52. RELATÓRIO O ESTADO DA PARAÍBA representado por seu Procurador ingressou com agravo de instrumento em face de decisão interlocutória do MM. Juiz da 39 Vara da Fazenda Públicada Capital que' nos autos da Ação Ordinária de Obrigação de Fazer com pedido de Tutela Antecipada promovida por Josinaldo Alves Leite que determinou que a Secretaria de Saúde do Estado fornecesse o medicamento necessário para o tratamento de câncer que o autor é

` portador conforme exames comprobatórios uma vez que o autor afirma não ter condições financeiras para manter o tratamento. A Edilidade agravante sustenta que a decisão feriu o seu direito ao contraditório. Afirma que a prova I apresentada não é inequívoca pois o atestado médico poderia ter incorrido em erro além do que seria necessária uma perícia pelos médicos da Secretaria de Saúde para constatar de fato a gravidade da patologia e avaliar se o medicamento era realmente o adequado para o tratamento e se poderia ser substituído por um de menos custo para o Erário Público. Diz portanto que a referida decisão não atendeu aos requisitos dispostos no art. 273 do CPC.. Juntou a documentação que comprova que o medicamento foi entregue ao autor pele Secretaria de Saúde. (fls. 06/07) Juntou a cópia "da inicial da referida ação (fls.09/17) e a cópia da decisão de agravada (fls.18/19). necessários. suspensivo. fls. 32/38. foram apresentadas à fl. 30. O recurso veio instruído com os documentos Às fls. 24/25 foi indeferido o pedido de efeito A agravada apresentou suas contra-razões às As informações requisitadas ao Juízo "a quo" A douta Procuradoria de Justiça opinou pelo desprovimento do recurso (fls. 40/44). É o relatório. # VOTO I -:- i Trata-se de agravo de instrumento que tem por objetivo reformar decisão do MM. Juiz que deferiu o pedida de antecipação de _ tutela determinando que o agravante/promovido fornecesse o medicamento Mabthera(Rituximab) conforme descrito na exordial ante ao fato do agravado ser portador de linfoma não hodgkin CID.0 85.9 de grandes células imunofeno tipo B CID CD 20 positivo e que por determinação médica precisa do referido medicamento.... A agravante alega que o fornecimento da droga fere seu direito ao contraditório e acarreta lesão ao erário uma vez que o correto deveria ser o agravante passar por exame dos médicos da Secretaria de Saúde para atestarem se efetivamente há necessidade deste medicamento e se este não pode ser substituído por outro de menor ônus ao Poder Público já qué o mesmo não está disponível em estoque na Secretaria de Saúde. Em que pesem os argumentos da Edilidade entendo que inexistem razões para o provimento do recurso.!

A dignidade da pessoa humana fundamento da República Federativa do Brasil que é (artigo 1 2 III da COnstituição Federal) encontra sua expressão máxima no direito à vida consagrada'no "caput" do art. 5Q da Lei Maior que se irradia conseqüentemente a vários outros dispositivos constitucionais dentre eles o artigo 196 que preceitua: "A saúde é direito de todos e dever do Estado garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção proteção e recuperação". Vislumbra-se desta feita que se encontra superada a discussão sobre o papel do Estado na proteção dos direitos fundamentais já não possuindo o poder público o simples dever de respeitar as liberdades consubstanciadas no texto constitucional mas também de concretizar os direitos sociais econômicos e culturais contidos no seu bojo. receituário médico (fl. 13): Importante transcrever o inteiro teor do "Declaro para os devidos fins que o paciente Josinaldo Alves Leite é portador de Linfoma nãohodgkin CID C 85.9 diagnosticado em Abril/2005. A imunohistoquimia confirmou Linfoma difuso de grandes células imunofenótipo tipo B CD20 positivo. Tendo em vista a poáitividade do CD 20 foi proposto a associação da droga Mabthera (Rituxiomab) para a manutenção após quimioterapia e transplante de medula óssea com o objetivo do aumentar a chance de cura cfolpaciente Destaca-se que existe nos autos cópia de vários exames realizados pelo agravado para a constatação da referida enfermidade. Ora queda-se claro o dever jurídico do Estado consubstanciado na Carta Magna. Portanto não se pode chegar à outra conclusão senão a de que o medicamento pleiteado pela agravada se insere no núcleo básico do direito à saúde dado que seu fim precípuo é preservar o direito à vida incontestavelmente ameaçado de lesão pela negativa estatal em lhe prestar auxílio sobretudo pela alegação de ferimento à ordem econômica ou à organização administrativa do Sistema Único de Saúde eis que o medicamento não se encontra no protocolo técnico do Ministério da Saúde ocasionando mediante portaria a negativa do direito fundamental lesionado. Possuindo o Estado o dever constitucional de proporcionar assistência médica ao cidadão que a necessite não pode o poder público esquivar-se de sua obrigação argumentando não estar o medicamento pretendido pela agravada entre aqueles disponíveis junto à Secretaria de Saúde ou pelo seu elevado preço. Ademais o fato dos exames não terem sido realizados juntos a Secretaria de Saúde não tiram a sua credibilidade ao constatar a referida enfermidade bem como o receituário médico que indica tal medicamento. Ora tal assertiva viola frontalmente o direito à saúde não cabendo argumentar como fez o agravante que com o deferimento da o.

I antecipação de tutela feriria o seu direito ao contraditório e ampla defesa com quebra do equilíbrio econômico e financeiro do Poder Executivo atingindo indiretamente toda a coletividade. O autor trata-se de pessoa carente e precisa do tratamento ante a gravidade da enfermidade. Se fosse determinada a suspensão do.fornecimento do medicamento para o contraditório da Edilidade com a realização de exames poderia gerar uma conseqüência irreversível com afronte ao direito maior de qualquer ser humano: o direito à vida. estabelece:. Sobre a saúde a Constituição Federal de 1988 "Art. 6" São direitos sociais a educação a saúde o trabalho a moradia o lazer a segurança a previdência social a proteção à maternidade e à infância a assistência aos desamparados na forma desta Constituição." (grifei) "Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção proteção e recuperação." (grifei) Assim conforme dispositivo constitucional é direito de todo. cidadão o 'acesso à saúde' bem como a 'assistência aos desamparados' razão pela qual se o cidadão não tem condições financeiras de arcar com um medicamento que é essencial à própria sobrevivência ou seja quando a doença é considerada grave o Estado tem o dever de possibilitar-lhe a devida assistência. f Inclusive se o médico profissional responsável pela saúde do indivíduo prescreve determinado remédio na receita não há de se questionar se o medicamento poderia ser substituído por outro ainda que genérico pois em primeiro plano vem a saúde do cidadão ; sendo o médico o profissional qualificado para especificar se essa ou aquela medicação é adequada ao caso. O Superior Tribunal de Justiça já se deparou com a questão aqui tratada acabando por proferir as seguintes decisões: "CONSTITUCIONAL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO FUNDAMENTAL À VIDA E À SAÚDE. FORNECIMENTO DE MEDICAÇA-0. HEPATITE C. RESTRIÇÃO. PORTARIA/MS N." 863/02."..4.;. 10 1 n p -... i ti& 1. A ordem constitucional vigente em seu art. 196 consagra o direito à saúde como dever do Estado que deverá por meio de políticas sociais e econômicas propiciar aos necessitados não "qualquer tratamento" mas o tratamento mais adequado e eficaz capaz de ofertar ao enfermo maior dignidade e menor sofrimento. 2. O medicamento reclamado pela impetrante nesta sede recursal não objetiva permitir-lhe apenas uma maior l ''':. I

; (f\j _ comodidade em seu tratamento. O laudo médico colacionado aos autos sinaliza para unia resposta curativa e terapêutica "comprovadamente mais eficaz" além de propiciar ao paciente uma redução dos efeitos colaterais. A substituição do medicamento anteriormente utilizado não representa mero capricho da impetrante mas se apresenta como condição de sobrevivência diante da ineficácia da terapêutica tradicional. 3. Assim sendo uma simples restrição contida em norma de inferior hierarquia (Portaria/MS n. 863/02) não pode fazer tábula rasa do direito constitucional à saúde e à vida especialmente diante da prova concreta trazida aos autos pela impetrante e à minvía de qualquer comprovação por parte do recorrido que venha a ilidir os fundamentos lançados no único laudo médico anexado aos autos. 4. As normas burocráticas não podem ser erguidas como óbice à obtenção de tratamento adequado e digno por parte do cidadão carente em especial quando comprovado que a medicação anteriormente aplicada não surte o efeito desejado apresentando o paciente agravamento em seu quadro clínico. 5. Recurso provido". (RMS 17903/MG Rel. Ministro CASTRO MEIRA SEGUNDA TURMA julgado em 10.08.2004 DJ 20.09.2004 p. 215). "PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. SUSPENSÃO DE TUTELA ANTECIPADA. SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE. FORNECIMENTO DE MEDICAÇÃO GRATUITA. DEVER DO ESTADO. AGRAVO REGIMENTAL. 1. Consoante expressa determinação constitucional dever do Estado garantir mediante a implantação de políticas sociais e econômicas o acesso universal e igualitário à saúde bem como os serviços e medidas necessários à sua promoção proteção e recuperação (CF/88art. 196). 2. O não preenchimento de mera formalidade - no caso inclusão de medicamento em lista prévia - não pode por si só obstaculizar o fornecimento gratuito de medicação a portador de moléstia gravíssima se comprovada a respectiva necessidade e receitada aquela por médico para tanto capacitado. Precedentes desta Corte. 3. Concedida tutela antecipada no sentido de considerando a gravidade da doença enfocada impor ao Estado apenas o cumprimento de obrigação que própria Constituição Federal lhe reserva não se evidencia plausível a alegação de que o cumprimento da decisão poderia inviabilizar a execução dos serviços públicos. 4. Agravo Regimental não provido." (AgRg na STA 83/MG Rel. Ministro EDSON VIDIGAL CORTE ESPECIAL julgado em 25.10.2004 DJ 06.12.2004 p. 172).

"RECURSO ESPECIAL. SUS. FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO. PACIENTE COM HEPATITE C. DIREITO À VIDA E À SAÚDE. DEVER DO ESTADO. UNIÃO. LEGITIMIDADE. 1. Ação objetivando a condenação da entidade pública ao fornecimento gratuito dos medicamentos necessários' ao tratamento de Hepatite C. 2. O Sistema Único de Saúde-SUS visa a integralidade da assistência à saúde seja individual ou coletiva devendo atender aos que dela necessitem em qualquer grau de complexidade de modo que restando comprovado o acometimento do ;indivíduo ou de uni grupo por determinada moléstia necessitando de determinado medicamento para debelá-la este deve ser fornecido de modo a atender ao princípio maior que é a garantia à vida digna. 3. Configurada a necessidade do recorrente de ver atendida a sua pretensão 1 posto legítima e constitucionalmente garantida uma vez assegurado o direito à saúde e em última instância à vida. A saúde como de sabença é direito de todos e dever do Estado. 4. A União é parte legítima para figurar no pólo passivo nas demandas cuja pretensão é o fornecimento de medicamentos imprescindíveis à saúde de pessoa carente. 5. Recurso especial desprovido". (RESP 658323/SC Rel. Ministro LUIZ FUX PRIMEIRA TURMA julgado em 03.02.2005 DJ 21.03.2005 p. 272). Justiça: Vejamos o entendimento do nosso Tribunal de "MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATO DO SECRETÁRIO DE SAÚDE DO ESTADO. FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO QUE NÃO FAZ PARTE DA LISTA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE. INDEFERIMENTO. INFRAÇÃO A DIREITO LIQUIDO E CERTO. CONCESSÃO DO WRIT. Pratica ato acoimado ilegal o Secretário de Saúde que indefere pedido de formulado pelo impetrante de que lhe fosse concedido o medicamento comprovadamente essencial ao tratamento de doença que acarreta risco de vida ao argumento de que não faz parte da lista de medicamentos excepcionais fornecidos pelo SUS Sistema Único de Saúde. VISTOS relatados e discutidos os autos achha referenciados. ACORDAM em sessão plenária do Egrégio Tribunal de Justiça da Paraíba na conformidade do vo- to do relator e da súmula de julgamento de fls. 90 por votação unânime em CONCEDER A SEGURANÇA em harmonia com o Parecer Ministerial." (TJPB Pleno MS 2004.006255-3 Rel. Des. Jorge Ribeiro Nóbrega DJ 05. 04.2005 pág. 7)

Acerca do pedido da Edilidade para que o agravado se submeta à exames junto à Secretaria de Saúde entendo ser desnecessário uma vez que aquele já juntou nos autos laudo médico atestando a necessidade do medicamento para o tratamento. Ademais se esta for necessária o agravante deve comprovar tal necessidade e requere-lo perante o juízo a quo. Por tais fundamentos NEGOPROVIMENTO ao agravo de instrumento mantendo integralmente a decisão a quo. É o voto. Presidiu os trabalhos o 'ínclito Desembargador Saulo Henriques de Sá e Benevides. Participaram do julgamento além do Relator o Excelentíssimo Desembargador Genésio Gomes Pereira Filho o Excelentíssimo Desembargador Márcio Murilo da Cunha Ramos e o Excelentíssimo Presidente da Câmara acima mencionado. Presente o "parquerestadual na pessoa do Dr. Maria do Socorro Silva Lacerda Promotora de Justiça convocada. Sala de Sessões da Egrégia Terceira Câmara Cível deste Colendo Tribunal de Justiça da Paraíba em João Pessoa aos 26 de abril de 2007. Des. Ge sio Gome e eira Filho elator

TRIRIE')AL DE JUSTIÇA /2 ao----2 '1111