PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E OBRAS PÚBLICAS DE INFRAESTRUTURA



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Transcrição:

1 RESUMO PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E OBRAS PÚBLICAS DE INFRAESTRUTURA José Mário Bispo Sant Anna Mestre em Contabilidade Fucape Vitória-Es 27-99635534 josemario@hotmail.com Luiz Fernando Dalmonech Mestre em Contabilidade Fucape Vitória ES 27-99801285 prolfd@yahoo.com Esse artigo tem como objetivo analisar os fatores (financeiro, ambiental, técnico, político, legal e institucional) que influenciam na implantação e execução de obras de infraestrutura do Governo Federal, presentes no planejamento governamental brasileiro. A justificativa para a elaboração desse trabalho é porque no Brasil existe uma forte relação entre infraestrutura e produto no longo prazo. Assim, torna-se necessário a realização de estudos que possam fornecer informações que permitam um melhor entendimento do planejamento governamental brasileiro, por serem as obras de infraestrutura importantes para o desenvolvimento de uma Nação. Os dados foram obtidos no Anuário Exame de Infraestrutura, no período de 2004 a 2009 e tratados com a ferramenta Probit e Logit por serem as variáveis dependentes binárias. Os resultados obtidos evidenciam que a falta de recursos financeiros destinados para obras de infraestrutura e a dificuldade na obtenção de licenciamento ambiental têm relação negativa com a execução de obras públicas de infraestrutura e que no período de eleição são liberadas mais obras para execução de infraestrutura. Esses resultados, de modo geral, permitem concluir que o planejamento governamental é fortemente influenciado pelo orçamento, que se apresenta sendo o instrumento mais importante para a execução de obras públicas do que o planejamento estratégico, embora ambos estejam previstos em lei e que deva ser estabelecido alinhamento entre eles. Aproveitando os dados foi analisado o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) onde ficou evidenciado que o PAC tem relação negativa com as obras de infraestrutura em execução de obras públicas, estando mais no discurso do que na ação propriamente dita. Palavras-chave: Infraestrutura. Planejamento. PAC. Governo. 1. INTRODUÇÃO O planejamento governamental é um conjunto de planos, objetivos, metas e recursos para a implementação de diretrizes (ZEREDO E CARVALHO 2002). Nesse sentido, os órgãos de planejamento elaboram estudos, definem os novos investimentos, estabelecem hierarquia de prioridades, fazem projetos, orçamentos de custos, cronogramas físicos e financeiros e prevêem data de início e fim de cada programa (Angélico, 2006). No Brasil, o planejamento governamental se corporifica através do Plano Plurianual (PPA), da Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO) e da Lei Orçamentária Anual (LOA). Para a avaliação do desempenho do PPA e coordenação (alinhamento entre os três níveis de planejamentos citados) existem as comissões de monitoramento e avaliação dos planos. Essas comissões contribuem com normas e procedimentos gerais, oferta de elementos técnicos para

orientação de processos de alocação de recursos orçamentários, revisão dos programas e definição dos critérios de análise de projetos de grande vulto (LEI 4.320/64 e CF/88). Portanto, existe o processo de formulação e de revisão do PPA. A revisão tem como objetivo analisar se as ações governamentais são suficientes, consistentes e pertinentes para o alcance do objetivo(s) do(s) programa(s). No processo de revisão do PPA é realizada também a proposição de ações de correção de problemas de concepção identificados e verificação da pertinência das propostas setoriais de inclusão ou exclusão de programas e ações (IPEA, 2009). Assim, na elaboração do planejamento governamental (PPA) é levada em consideração a natureza econômica, social e ambiental, assim como a escassez de recursos e a necessidade de otimizar a utilização desses recursos e com responsabilidade pública (GARTENKRAUT, 2002). Em relação às obras de infraestrutura, Barros (1990), até onde se tomou conhecimento, foi um dos primeiros a desenvolver literatura teórica estimando o impacto dos investimentos em infraestrutura sobre o crescimento econômico. No Brasil, normalmente, é dado preferência para as obras de infraestrutura que apresentarem efeitos sinérgicos, capazes de alavancar o desenvolvimento econômico e promover a integração nos espaços em que se inserem, proporcionando: a) a interiorização do desenvolvimento em direção às áreas potencialmente mais dinâmicas; b) concentrar esforços em áreas e segmentos capazes de gerar efeitos positivos no desenvolvimento econômico local e global; c) distribuição de renda. d) redução das desigualdades sociais (GARTENKRAUT, 2002). Ferreira (1993) estima que um aumento de 10% em gastos em infraestrutura provocaria em longo prazo um crescimento de certa de 1% na produtividade total dos fatores e Munnel (1990) chega a uma estimativa de 0,3% para dados dos Estados americanos. Azeredo (2004) afirma que os investimentos previstos para o setor de infraestrutura nos próximos quatro anos não acarretarão mudança significativa no padrão de qualidade dos serviços prestados à sociedade, podendo causar restrições às metas de crescimento econômico. As obras de infraestrutura estão presentes na elaboração e gestão do Plano Plurianual de Governos, onde os programas se desdobram em ações orçamentárias (projetos e atividades) e em ações não orçamentárias, que são os atos normativos e constituem assim, o módulo de integração do PPA com o Orçamento. Secretarias de Planejamento em âmbito Estadual e Ministério do Planejamento em âmbito nacional, auxiliados por órgãos de pesquisa, ajudam a formular o planejamento de governo. O objetivo desses planos e ações visa o atendimento de uma demanda da sociedade, o que sugere, portanto, discussão com a sociedade, diretamente, ou com seus representantes eleitos, definindo objetivos, público-alvo e objetivos a serem alcançados (IPEA, 2009). Diante do exposto, o presente trabalho tem questão problema: Quais os fatores intervenientes que influenciam na implantação e execução de obras públicas presentes no planejamento governamental brasileiro? A hipótese é que existe alinhamento entre os planejamentos, de forma que as obras de infraestrutura sejam iniciadas de acordo com a programação e que as possíveis restrições à execução das obras sejam identificados e solucionados ainda no projeto e que estas obras promovam crescimento econômico. A contribuição desse trabalho é o de fornecer informações relevantes para o entendimento e avaliação do planejamento governamental brasileiro, utilizando, para isso, as obras de infraestrutura como referência. É utilizada a pesquisa bibliográfica, explicativa e empírica (LAKATOS e MARCONI, 1991, p. 150). Os dados foram obtidos no Anuário Exame de Infraestrutura, no período de 2004 a 2009. As ferramentas utilizadas para processar os dados foram os modelos Logit e 2

3 Probit, por ser a variável dependente binária. O trabalho está estrutura da seguinte forma: o planejamento governamental brasileiro; obras de infraestrutura e trabalhos anteriores; procedimentos metodológicos; apresentação e análise dos dados e conclusão. 2. PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL BRASILEIRO O Plano SALTE (1947), foi um dos primeiros planos relacionados ao planejamento governamental brasileiro. Atualmente, segue-se a Lei 4.320/64, o Decreto-Lei 200/67, a CF/88 e a Lei Complementar nº. 101/2000. A Constituição Federal (CF/88), artigo 165, estabeleceu que todo orçamento público, seja, municipal, estadual ou federal precisa ser elaborado em três níveis que são o Plano Plurianual (PPA), a Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA). Pelo artigo 5º da Lei Complementar 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal ou simplesmente LRF/2000) ficou estabelecido à necessidade de alinhamento e coordenação entre o PPA, a LDO e a LOA conforme já discutido: O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar. Nessa lei ficaram estabelecidas também as responsabilidades dos gestores. O Plano Plurianual (PPA) é um instrumento que estabelece as diretrizes, os objetivos, e as metas para as despesas de capital e para as relativas aos programas de duração continuada. A CF/88 em seu art. 165 1º determina que o projeto de Lei do PPA estabeleça a ligação entre as prioridades de longo prazo e a Lei Orçamentária Anual. Devem ser observados os elementos relevantes ou chaves para a elaboração do PPA que são: a) diretrizes do governo, que servem para orientar as ações estabelecendo critérios para definições estratégicas de governo; b) os programas, que são instrumentos de organização da atuação governamental que articulam o conjunto de ações que concorrem para um objetivo comum e preestabelecido, mensuradas por indicadores estabelecidos no PPA, visando à solução de um problema ou ao atendimento de uma necessidade ou demanda da sociedade; c) os objetivos gerais e específicos, que são detalhamento ou decomposição dos programas, que deverão ser atendidos e que indicam os resultados pretendidos pela Administração Pública a serem realizados pelas ações; d) Metas, que podem ser entendidas como a mensuração das ações de governo para definir quantitativa e qualitativamente o que se propõe ser atendido e qual parcela da população se beneficiará com a referida ação; e) ações, que são as atividades que ou conjunto de atividades, que concretizam os programas (ANDRADE, 2002, p. 43; PISCITELLI, 1998). Assim, dispõe a Constituição Federal de 1988, em seu art. 165, parágrafo 2 : A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. Essa lei (LDO) concentra-se na apresentação do programa de governo, de metas e de atividades de governo: projeção dos gastos governamentais com transportes, agricultura, indústria, comércio e serviços, urbanismo, saúde, educação, saneamento, pessoal, administrativos, legislativo, judiciário, amortização de dívida, se for o caso, e medidas de cunho administrativo com reflexo no orçamento. A Lei Orçamentária Anual (LOA) é a operacionalização do que foi planejado no PPA e na LDO. Assim, a LOA, é uma lei especial contendo a discriminação da receita e da despesa pública: [...] de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do governo [...], obedecendo aos princípios de unidade, universalidade e anualidade. Além disso, dispõe no art. 165, parágrafo 8º da Constituição Federal de 1988, pode-se constatar que

4 o limite percentual de créditos adicionais suplementares deveria ser estipulado nessa Lei Orçamentária, não caracterizando matéria estranha a ela. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é uma lei ordinária, com validade apenas para um exercício financeiro. Os Ministérios do Planejamento e da Fazenda, em conjunto, elaboram a programação financeira de desembolso, de modo a assegurar a liberação automática e oportuna dos recursos necessários à execução dos programas anuais de trabalho (Decreto-Lei 200/67, artigo 17). Desta forma, é esperado alcançar ou superar as metas estabelecidas, atendendo às necessidades da sociedade, com identificação de obras de infraestrutura relevantes, necessárias, sinergéticas e possíveis de serem realizadas através de identificação de fontes de recursos. 3. OBRAS DE INFRAESTRUTURA E PLANEJAMENTO A realização de investimentos em infraestrutura tem como objetivos: a) atender às necessidades da demanda interna e do crescimento do comércio exterior, eliminando os diversos pontos de estrangulamento existentes na rede ferroviária e no sistema portuário, contribuindo para a manutenção de um adequado nível de competitividade sistêmica da economia; b) consolidar o processo de integração nacional, assegurando a existência de adequadas ligações viárias entre os diversos pontos do território brasileiro e permitindo a universalização do acesso aos serviços de energia elétrica e telefonia pública; c) assegurar os meios necessários para respaldar a consolidação do processo de integração entre os países da América do Sul (AZEREDO, 2004). Entretanto, decresceu a participação relativa dos investimentos no setor de produção e geração de energia elétrica ao longo dos últimos trinta anos, com taxa média da formação bruta de capital fixo do setor em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) de um montante de 2,03% na década de 1970 para aproximadamente 1,47%, na década de 1980, e para menos de 0,70%, na década de 1990, o que é um fator restritivo ao crescimento econômico, o que é um indicativo de que o discurso é diferente da ação. Em datas mais recentes o processo de privatização implementado contribuiu para desestruturar a sistemática de planejamento setorial então existente e não ofereceu resposta adequada às necessidades de expansão da capacidade de geração de energia. Os investimentos previstos para o setor de infra-estrutura nos próximos quatro anos, 2004 a 2007, não acarretarão mudança significativa no padrão de qualidade dos serviços prestados à sociedade, podendo causar restrições às metas de crescimento econômico (AZEREDO, 2004). No setor de transportes, elemento mais importante dos custos logísticos, embora exista tendência de crescimento, a ligação entre modais é ruim, acrescida de excessiva burocracia na liberação de cargas, deficiência de armazenagem, dificuldades de acesso a terminais e roubos e furtos de mercadorias. Além disso, 81% das estradas apresentam-se regulares, ruins ou péssimas, sendo que 61% do que o Brasil produz utiliza o modal rodoviário, embora nãos seja o modal de menor custo. Esse fato está ligado à redução de investimentos em infraestrutura no setor de transportes, onde foram investidos em média, 2% do Produto Interno Bruto (PIB) na década de 1970, 1,5% na de 1980 e menos de 0,7% na de 1990. Nas execuções das obras de infraestrutura existe ainda o problema ambiental que está ligado ao fato de que os técnicos que assinam os pareceres finais do processo de licenciamento ambiental respondem perante a justiça em caso de danos ambientais, podendo ser responsabilizados em altas cifras quanto maior o valor do investimento (ANUÁRIO... 2008). Diante do que foi descrito, o planejamento governamental brasileiro apresenta características fortes de ser um planejamento do tipo incremental ou satisfycing conforme classificação de O Keefe (1979). Esse tipo de planejamento se baseia principalmente nas experiências passadas, sustentando desta forma linearidade dos eventos, caracterizando-se na busca limitada de alternativas, onde a primeira solução aceitável é geralmente adotada,

sempre na tentativa de identificar e contornar ameaças e sem levar em conta as metas finais. Oportunidades e ameaças futuras relacionadas com tendências sociais, técnicas, legais e econômicas são tratadas somente quando necessário. Nessa abordagem existem poucas metas explícitas e existem poucas alternativas para obtê-las. Além disso, com todo o arcabouço legal, existem fatores que influenciam no desalinhamento entre PPA, LDO e LOA, como por exemplo: a) o gestor que for colocar em prática o plano que não aprovou, provavelmente não se empenhará para torná-lo realidade, especialmente se estiver diante de um fraco sistema de monitoramento e avaliação do gestor público; b) se os objetivos são definidos superficialmente, o esforço para alcançá-los pode ser facilitado, o que significa menor empenho; se as metas forem altas, poderá ocorrer desmotivação, uma vez que o esforço não será recompensado ou reconhecido; e c) se houver falhas para completar os estudos envolvidos ao prepararem os dados, ou a pesquisa não foi original ou concebida fora de época (LODI, 1969). Deve-se atentar também para o fato de que as diversas subunidades governamentais podem apresentar objetivos específicos, não se preocupando com o resultado global da administração pública, fazendo com que pessoas se associem em torno de uma oportunidade, formando os grupos de coesão (BIN e CASTOR, 2007; LINDBLOOM, 1959, apud VALBERDA, 2004), principalmente diante de objetivos múltiplos, deficiência do planejamento e escassez de recursos. Pode ainda, apresentar limitações de controles gerenciais de apoio e de controles contábeis, além da falta ou limitações de outros sistemas formais (FISCHMANN e ZILBER, 1987). Existe também a orientação de curto prazo dos gestores públicos, pois gestores públicos, para diminuir as incertezas, tomam decisões em um horizonte de dois a quatro anos, objetivando alcançar resultados rápidos para satisfazer metas pessoais ou de grupos de coesão, podendo comprometer investimentos de longo prazo (ARAÚJO, 1990). A visão ou orientação de curto prazo ocorre devido às pressões políticas fortes e difusas que inibem a elaboração e, principalmente, a implementação de planos estratégicos adequados (CUSTÓDIO, 1986). Além disso, os gestores públicos, dependentes da norma, tendendo a um processo de acomodação de interesses e resistência às mudanças, e à falta de preocupação com os resultados, além da falta de formulação de estratégia, já que as normas definem padrões mínimos aceitáveis (MEDICI e SILVA, 1993; CARBONE, 1995, citados por SARAIVA, 2002). Existe também uma tendência de se estabelecerem metas que podem ser alcançadas com facilidade e indícios de busca de recursos para viabilizar projetos de interesse restrito às unidades ou subunidades operacionais (MOTTA, 1979; BIN E CASTOR, 2007). Assim sendo, os investimentos em infraestrutura econômica distribuem-se pelo menos por quatro setores: transporte, energia, telecomunicações e saneamento. Pela Lei 4.320 de 1964, os investimentos em infraestrutura, por definição, abrangem o nível máximo de agregação das áreas de ações desenvolvidas para a consecução dos objetivos de governo. Essas ações de governo estão contidas em programas, abrangendo o planejamento, a coordenação e o controle necessários ao desempenho das funções para alcançar o objetivo do planejamento. Os investimentos em infraestrutura, portanto, envolvem construção, ampliação, reforma, operação de obras de infra-estrutura, como a construção de aeroportos, pátios e terminais rodoviários, terminais ferroviários, obras para melhoramento no nível de higiene pública, abastecimento de água, unidades geradoras de energia, de transmissão e de distribuição. Os objetivos governamentais em infraestrutura são para a redução das disparidades regionais, a integração dos empreendimentos, por meio da organização dos investimentos, a hierarquização dos investimentos, por critérios baseados no Desenvolvimento Sustentável; definição de fontes de recursos e análise do impacto dos investimentos no meio-ambiente, visando atender à demanda presente e futura, satisfazendo, assim, as necessidades da sociedade (BRASIL, 1964; GARTENKRAUT, 2002). 5

6 4. METODOLOGIA E OBTENÇÃO DE DADOS Os dados foram obtidos na Revista Anuário Exame, nos anos de 2004; 2005; 2006; 2007, 2008 e 2009, com 2.981 observações, relativas às obras de infraestrutura dos setores de energia, saneamento, transportes e Combustíveis. As ferramentas utilizadas foram Probit e Logit, pois a variável dependente é binária. A diferença entre os dois modelos, Probit e Logit, segundo Pindyck e Rubinfeld (2004, p. 355) é que o Modelo Logit tem caudas um pouco mais largas, sendo, portanto, mais similar à função normal acumulada, sendo, normalmente, usado como substituto do Probit. As variáveis utilizadas nesse trabalho estão descritas no tópico abaixo e a análise dessas variáveis, em nível de significância estatística, será sustentada pelos valores usuais do p-value (valor-p), ou seja, 1%, 5% e 10%. 4.1. Variável dependente Variável Obra Iniciada é uma variável binária, recebendo valor um quando iniciada e valor zero quando não iniciada. 4.2. Variável independente As variáveis utilizadas nesse trabalho são: a) Estado: representa todos os estados brasileiros incluindo o Distrito Federal. É uma variável binária, recebendo valor 1(um) quando a obra de infraestrutura for pertencente a um Estado e 0 (zero) quando não pertencer a esse Estado. A utilização desta variável se dá devido ao fato que os Estados brasileiros apresentam diferentes aspectos sociais, econômicos e políticos que podem influenciar na execução e cumprimento do planejamento estratégico. b) Setores de infraestrutura: divide-se, nesse trabalho, em Energia, Combustíveis, Saneamento, Telecomunicações e Transportes. É uma variável binária, recebendo valor 1(um) quando a obra pertencer ao setor e valor (zero) quando a obra pertencer a outro setor. c) Tipo de obra: divide-se em Reforma/Ampliação e. Implantação. É uma variável binária, recebendo valor 1 (um) quando pertencer a um tipo de obra e valor 0 (zero) quando pertencer a outro tipo de obra. A Implantação se refere à obra nova; Reforma e Ampliação se refere à melhoria em obra já existente ou ao aumento de capacidade de obra já existente. d) Origem de Recursos: divide-se em Público, Privado e Público e Privado. É uma variável binária. Cada divisão recebe valor 1 (um) quando a origem de recurso lhe couber e valor 0 (zero) quando não lhe couber. A origem de recurso será Público-Privada: obra cujo recurso tem como fonte a parceria do governo federal com o setor privado; Público: obra do governo federal com recursos do próprio governo, mesmo que em parceria com outros entes da federação e Privada quando recurso da iniciativa privada. e) PAC: é uma variável binária. Recebe valor 1(um) se a obra pertencer e valor zero quando não pertencer ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). f) Restrições: às execuções de obras públicas de infraestrutura da união se subdivide em Legal ; Financeira, Ambiental, Técnica e Política para a execução da obra de infra-estrutura. Todas essas variáveis são binárias, recebendo valor 1 (um) quando pertencer a um tipo de restrição e valor 0 (zero) quando não pertencer a um tipo específico de restrição. Referem-se a: a) Restrição Ambiental: início ou execução da obra está atrasado ou paralisado em decorrência de problemas relacionados ao licenciamento ambiental, ou seja, não há o licenciamento ambiental por restrições conflitantes com a legislação de proteção ambiental; b) Restrição Legal: início ou execução da obra está atrasado ou paralisado em razão de decisões judiciais, ou seja, existem conflitos relacionados à legislação que regulam as atividades econômicas; c)restrição Técnica: início ou execução da obra está atrasado ou paralisado em decorrência de problemas técnicos relacionados a tipos de materiais, impactos

7 ambientais, processos, novos desenvolvimentos, velocidades das mudanças tecnológicas, etc.; d) Restrição Financeira: início ou execução da obra está atrasado ou paralisado em razão de falta de recursos financeiros; e) Restrição política: quando início ou execução da obra está atrasado ou paralisado em decorrência de problemas políticos, definidos como restrições à execução de obras de infraestrutura devido a grupos de coesão, interesses particulares e ao fato das diversas subunidades se associarem em torno de uma oportunidade principalmente diante de objetivos múltiplos, deficiência do planejamento e escassez de recursos. Um exemplo é o impasse que pode ocorrer quando um político ou partido político não chegam a um consenso tipo vota a favor do nosso projeto que eu votarei a favor do projeto de vocês, onde cada parte satisfaz algumas metas objetivadas, mas ao preço de aceitar algumas ações indesejáveis da contraparte; f) Restrição Institucional: significa problema de marcos regulatórios do setor. 4.3. Modelos Principais INICIADA = 1-@LOGIT(-(C(1) + C(2)*ENERGIA + C(3)*COMBUST + C(4)*TRANSP + C(5)*IMPLA + C(6)*AMREFOR + C(7)*PUB + C(8)*PRIV + C(9)*PPP + C(10)*CURTO + C(11)*LONGO + C(12)*LEGAL + C(13)*FINANCEIRO + C(14)*POLITICO + C(15)*INSTITUCIONAL + C(16)*AMBIENTAL + C(17)*TECNICO + C(18)*RS + C(19)*SC + C(20)*PR + C(21)*RJ + C(22)*ES + C(23)*MG + C(24)*RN + C(25)*CE + C(26)*SE + C(27)*PE + C(28)*BA + C(29)*AL + C(30)*PB + C(31)*MAR + C(32)*PI + C(33)*MT + C(34)*MS + C(35)*GO + C(36)*DF + C(37)*AC + C(38)*RO + C(39)*AM + C(40)*AP + C(41)*RR + C(42)*TO + C(43)*PA)) (1) INICIADA = 1-@LOGIT(-(C(1) + C(2)*PAC + C(3)*PIBE + C(4)*RS + C(5)*SC + C(6)*PR + C(7)*RJ + C(8)*ES 5. + C(9)*MG APRESENTAÇÃO + C(10)*RN + C(11)*CE E ANÁLISE + C(12)*SE DOS + C(13)*PE DADOS + C(14)*BA + C(15)*AL + C(16)*PB + C(17)*MAR + C(18)*PI + C(19)*MT + C(20)*MS + C(21)*GO + C(22)*DF + C(23)*AC + C(24)*RO + C(25)*AM + C(26)*AP + C(27)*RR + C(28)*TO + C(29)*PA)) 5. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS 3 Inicialmente foi rodada a primeira regressão utilizando as origens de recursos como variável independente (explicativa) e obras iniciadas (obras em execução) como variável dependente (Tabela 1). Tabela 1. Origem de Recursos e obras de infraestrutura em execução Método: Binário Logit (Quadratic hill climbing) Variáveis Coeficientes Std. Error Estatística-z P-value Intercepto 6.820953 0.53164 12.83003 0.0000 Parceria Público-Privado -0.28842 0.473585-0.609014 0.5425 Recurso Público 0.3944 0.468922 0.841079 0.4003 Recurso Privado -0.827518 0.501043-1.651592 0.0986 ξ -25.64443 0.861263-29.77538 0.0000 McFadden R-squared 65.515% Var. dep =0 1181 LR statistic (4 df) 2623. 93 Var. dep =1 1802 Probability(LR stat) 0 Amostra 2983 Fonte: os autores. Variável dependente = Obras iniciadas ou em execução. (2) Os resultados obtidos evidenciam que a origem de recurso público e a parceria entre os setores públicos e privado não tem influência na mudança de status de obras públicas de infraestrutura de projetos para obras em execução. Exceção foi a variável recursos

8 privados que apresentaram uma relação negativa com a mudança de status de obras de infraestrutura em projeto para obras em execução, embora a significância estatística (pvalue) tenha ficado perto de 10%. O primeiro resultado, provavelmente, é devido ao fato de que a parceria públicoprivado ser recente e depender ainda de ajustes legais para sua operacionalização. Para o segundo resultado, utilizando os recursos privados o problema pode ser devido a regras institucionais ainda em elaboração, o que dificulta a autorização plena do projeto. Outro ponto passível de restrição está na confiança de aprovação do projeto em plenário, por intermédio de lobby político, esperando suplantar restrições legais. Foi verificado também se o tipo de obra e o setor influenciam na mudança de status de projetos para obras em execução (Tabela 2). Tabela 2. Tipos de obras de infraestrutura e execução (Obras iniciadas) Método: Binário Logit (Quadratic hill climbing) Variáveis Coeficientes Std. Error Estatística-z P-value C 5.815038 0.243817 23.84998 0.0000 Obras do setor de Energia -0.92314 0.184055-5.015575 0.0000 Obras do setor de Saneamento 0.330242 0.257408 1.282952 0.1995 Obras do setor de Transportes 0.18453 0.190518 0.968569 0.3328 Obras do setor de Combustíveis 0.09615 0.385078 0.249689 0.8028 Implantação - Obras novas 0.510212 0.144045 3.542024 0.0004 Ampliação e/ou Reforma 0.91245 0.197289 4.624935 0.0000 ξ -22.9729 0.759923-30.23056 0.0000 McFadden R-squared 58.86% Var. Dep=0 1182 LR statistic (7 df) 2360.124 Var. Dep=1 1805 Probability(LR stat) 0.0000 Amostra 2987 Fonte: os autores. Variável dependente: obras em execução (iniciadas). Os resultados obtidos na Tabela 2, acima, são de que as obras de Ampliação e Reforma apresentaram significância estatística, assim como as obras de implantação (obras novas). O coeficiente angular (beta) de obras de ampliação ou reforma apresenta-se maior do que obras novas, o que pode ser justificado por já ter sido obtido a licença ambiental e pela negociação em momento anterior, tanto pela realização da obra quanto pela destinação de recursos, o que eleva a consecução de novo investimento. Quanto aos setores, as obras no setor de saneamento, de transportes e de combustíveis não apresentam resultados significantes. Destarte, não se pode afirmar que as obras de infraestrutura nesses setores tenham maior ou menor probabilidade de saírem de projetos para obras em execução, resultado justificado pelo impacto ambiental proporcionado pelo setor de combustíveis e de transportes e pela visão de curto prazo no caso do saneamento, associado às exigências ambientais e destinação de recursos significativos sem retorno político em curto prazo. Desta forma, as obras em infraestrutura nesses setores são alavancadas, provavelmente, pelo tamanho da obra, tempo de duração na execução, quantidade de recursos necessários, apelo social e interesse político. Quanto às obras de infraestrutura no setor de energia, elas têm menores probabilidades de saírem do status de projeto para obras em execução, fato compreensível pelo próprio impacto ambiental, quantidade de recursos e por serem, normalmente, obras de longo prazo. Provavelmente seja um dos motivos pelo qual vem decrescendo a participação relativa dos investimentos no setor de produção e geração de energia elétrica ao longo dos últimos trinta anos conforme afirma (AZEREDO, 2004). Na Tabela 3, estão os resultados utilizando dados de obas de infraestrutura contidas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

9 Tabela 3. Tipos de obras de infraestrutura e execução (Obras iniciadas) Método: Binário Logit Teste de Robustez Variáveis QML (Huber/White) standard errors & covariance Coeficientes Erro-padrão Estatística-z P-value Intercepto 1.340151 1. 00654 1.331443 0.183 Programa de Aceleração do Crescimento - PAC -0.761414 0.222936-3. 415384 0.0006 PIB Estadual -0.142902 0.102592-1. 392925 0.1636 Estados - - - - McFadden R-squared 0.113463 Variáveis dependentes = 0 268 LR statistic (28 df) 114. 6408 Variáveis dependentes = 1 520 Probability(LR stat) 1. 90E-12 Amonstra 788 Schwarz criterion 1.382173 Hannan-Quinn criter. 1.276389 Fonte: os autores. Variável dependente: obras em execução (iniciadas). Nota: dados de 2008 e 2009. Esses dados referem-se ao ano de 2008 e 2009 já que não havia disponibilidade de informações de anos anteriores relacionados à hierarquia de obras públicas. Pelo resultado obtido, Tabela 3, acima, é um indicativo de que o governo ainda não formulou ou desenvolveu estratégias para enfrentar diferentes cenários, ou pelo menos para alcançar o que foi projetado pelo próprio governo, como sendo obras prioritárias. Entretanto, as obras contidas no Programa de Aceleração do Crescimento estão ainda, em sua maioria, com status de projeto, e com orientação de curto prazo, já que o prazo médio de execução é de 1,8 anos. Quanto às obras públicas federais iniciadas, elas não têm relação com o PIB Per Capita do Estado. Assim, não é possível afirmar que nos Estados de menor PIB Per Capita as obras sejam iniciadas mais rapidamente do que Estados de maior PIB, ou vice versa. Neste contexto, o critério adotado pelo governo brasileiro não é identificado de forma clara, uma vez que o produto dos Estados não se apresentam como significantes em relação ao início das obras, fato que poderia ser um indicativo de critério econômico ou social. Esse resultado é um alerta para que seja revisto os objetivos governamentais em obras públicas e os critérios governamentais na identificação, desenvolvimento de projeto, aprovação e execução. Do contrário, os objetivos de reduzir as disparidades regionais, promover a integração de empreendimentos, por meio da organização e hierarquização dos investimentos e desenvolvimento sustentável como está estabelecido na lei 4.320 de 1964 e também afirmado por Gartenkraut (2002) podem não trazer os resultados objetivados. Na Tabela 4, a seguir, estão os resultados utilizando as variáveis, Legal, Institucional e Técnica. Tabela 4. Resultado da Regressão utilizando Probit e Logit Metodo: Logit (Quadratic hill climbing) Método: Probit (Quadratic hill climbing) QML (Huber/White) standard errors & covariance QML (Huber/White) standard errors & covariance Variáveis Coeficientes Erro padrão Estatistica-z P-value Coeficientes Erro padrão Estatistica-z P-value Intercepto 0.016311 0.13769 0.118463 0.9057 0.018814 0.082608 0.227752 0.8198 Restrição Legal -0.161426 0.239982-0.672656 0.5012-0.083307 0.144463-0.576662 0.5642 Restrição Política -0.993223 1.10645-0.897666 0.3694-0.635798 0.662847-0.959192 0.3375 Restrição Ambiental -1.576611 0.182366-8.645308 0.0000-0.961393 0.107116-8.975263 0.0000 Restrição Financeira -0.75613 0.153775-4.917126 0.0000-0.461273 0.092988-4.96057 0.0000 Restrição Técnica -0.47113 0.308553-1.526902 0.1268-0.281166 0.186054-1.511211 0.1307 Institucional -1.180318 0.773985-1.524989 0.1273-0.690824 0.435281-1.587074 0.1125 Setor de Energia -0.607588 0.161978-3.751054 0.0002-0.365034 0.098212-3.716814 0.0002 Setor de Combustíveis -0.051424 0.276757-0.185808 0.8526-0.032691 0.161827-0.202014 0.8399 Setor de Transportes -0.105751 0.144293-0.73289 0.4636-0.059837 0.087459-0.684167 0.4939 Saneamento 0.186234 0.159386 1.168447 0.2426 0.10717 0.095997 1.116391 0.2643 Implantação de obras 0.220641 0.097096 2.272407 0.0231 0.135327 0.059046 2.29188 0.0219 Ampliação e reformas de obras 0.370975 0.100764 3.681609 0.0002 0.22456 0.060865 3.68946 0.0002 Ano de Eleição 0.393444 0.110094 3.573716 0.0004 0.24098 0.066613 3.617594 0.0003 R-Quadrado 9.72% Amonstra 2993 R-Quadrado 9.70% LR statistic (40 df) 390.3575 Variável dependente = 0 1180 LR statistic (40 df) 389.3906 Probability(LR stat) 0.0000 Variável dependente = 1 1813 Probability(LR stat) 0.0000

Fonte: os autores. Variável Dependente: Obras Iniciadas / Execução. A variável 'Estados' embora tenha sido trabalhada nessa regressão, seus resultados, por questões de forma, estão apresentados no gráfico 1. Os resultados encontrados são de que as restrições legal, política e técnica não têm relação com a iniciação de obras. O resultado da variável legal indica que a execução de obras públicas não tem como justificativa as restrições legais, já que o resultado obtido não foi significante estatisticamente. Neste contexto, somente poderão ser iniciadas as obras de infraestrutura que estiverem de acordo com o ambiente legal, ou seja, os investimentos somente serão efetivados em obras de infraestrutura em setores para os quais exista marcos regulatório (Institucional) e que as mesmas não conflitem ou demonstrem ambivalência legal. A variável restritiva Técnica, que se refere às restrições de ordem técnica também não foi significante, o que é devido ao fato de que os projetos são realizados por técnicos especializados em diversas áreas de conhecimento. A variável Política também não apresentou resultado com significância estatisticamente, portanto, não há relação entre essa variável e a execução de obras de infraestrutura. Neste contexto, quando da execução das obras de infraestrutura, não fica evidenciado a existência de restrições à execução de obras públicas devido a divergências de interesses de grupos de coesão e/ou mesmo interesses individuais, de subunidades governamentais e/ou entre os poderes executivo, legislativo e judiciário. Portanto, a afirmação de Bin e Castor (2007) e Lindbloom (1959) citado por Volberda (2004) somente pode ser verdadeira na elaboração orçamentária, onde as subunidades governamentais podem se associar e destinar recursos, diante de objetivos múltiplos, da deficiência do planejamento e da escassez de recursos. Utilizando a variável Ano de Eleição o resultado encontrado foi uma relação positiva e significante estatisticamente, evidenciando que em ano de eleição aumenta-se a probabilidade de que obras de infraestrutura mudem de status de projetos para obras iniciadas. Destarte, embora a variável política não tenha sido significante, em ano de eleição são incrementadas as obras de infraestrutura em execução, o que pode ser um indício de que a métrica utilizada para essa variável não tenha sido a ideal, mas que foi suprimida ou complementada, em parte, pela variável ano de eleição. Deve se atentar também para o fato de que a influencia política é de difícil mensuração uma vez que apresenta revestida de mecanismos de legitimação. Associando o resultado Ano de eleição com o resultado da variável Implantação de obras e Ampliação e Reforma, as obras de infraestrutura com status de ampliação e reformas apresentam maiores coeficientes angulares do que as Implantações de obras. Portanto, fica uma forte indicação de que existam alinhamentos de interesse, entre pessoas ou grupos de coesão (LODI, 1969) e Araújo (1990), para aprovação de obras e liberação de orçamento, corroborada ainda, pela visão de curto prazo e de que as obras de infraestrutura passam a ser os meios para que objetivos pessoais e de grupos sejam alcançados no curto prazo. Nesse sentido, fica evidenciado que o PPA é elaborado em função determinação legal e não em função de um plano sistemático, estudado, analisado e implementado de acordo com demandas econômicas e sociais. Assim, por dedução, o orçamento passa a ser o principal instrumento de poder e de controle, onde dois ou mais poderes podem estabelecer negociações. Esse resultado contradiz, em parte, Angélico (2006) e IPEA (2009) que afirmam que os órgãos de mutiliplanejamento elaboram estudos, definem os novos investimentos, estabelecem hierarquia de prioridades, fazem projetos, orçamentos de custos, cronogramas físicos e financeiros e prevêem data de início e fim de cada programa. Assim sendo, era esperado que as obras de infraestrutura não estivessem sujeitos a interesses individuais ou de grupos de coesão, mas sim, que siga uma ordem econômica e/ou social. 10

11 A variável restritiva Ambiental apresentou como resultado uma relação negativa e significante, em relação às obras de infraestrutura em execução (obras iniciadas). Portanto, a elaboração de projetos sustentáveis, em consonância com as leis ambientais ainda apresentam-se como sendo problemáticas, ou sem definição clara de responsabilidades quanto à aprovação de projetos ou os projetos apresentam-se falhos em relação à questão ambiental. Entretanto, em períodos de eleição, conforme já dissertado, incrementa-se as obras de infraestrutura em execução, evidenciando que os interesses políticos pessoais e de grupos de pessoas superam a restrições existentes, inclusive as restrições ambientais. Isso significa que o governo tem poder para influenciar os resultados, em processo de negociação, principalmente com o poder legislativo, principalmente em períodos de eleição A variável Financeira (falta de recursos) apresentou uma relação negativa com obras de infra-estruturas iniciadas e com significância estatística, mas com coeficiente angular menor, em valor absoluto, do que as Restrições Ambientais. A destinação dos recursos para a execução de obras de infraestrutura é feita no orçamento, de acordo com a obtenção da receita, de acordo com o equilíbrio financeiro entre as despesas e as receitas. Desta forma, as restrições financeiras não deveriam existir, uma vez que identificada uma despesa de capital, é necessário a identificação de uma fonte de recursos. Assim sendo, o orçamento passa a ser instrumento de poder e de controle, favorecendo aos grupos políticos mais fortes. O resultado dessa variável apresenta maior conformidade com os trabalhos de McCarty e Schmidt (1994) afirmam que as receitas são obtidas de acordo com a demanda por gastos públicos e por Poterba (1996) que descreve formas de financiamento dos gastos públicos ou para o equilíbrio orçamentário e diverge de Angélico (2006) que afirma que o orçamento programa é constituído por recursos financeiros decorrente de plano completo (PPA). De modo geral, pelos resultados apresentados na tabela 3, demonstram que as variáveis Ambiental (projeto sustentável) e Financeira (falta de recursos) são as principais restrições à execução de obras de infraestrutura. Mesmo existindo as comissões de monitoramento (IPEA, 2009) e avaliação dos planos, os resultados estão associados às disfunções burocráticas citadas por Selznick (1955) apud Vasconcelos, Motta, Pinochet, (2003) onde os autores destacam a contradição entre teoria e prática, discurso e ação, principalmente quanto à visão de curto, médio e longo prazo e à superação de barreiras técnicas por meio de acordos políticos, priorizando as metas pessoais de curto prazo. Portanto, esse resultado corrobora com Custódio (1986) e Araújo (1990) que definem as decisões dos gestores públicos como medidas conservadoras, seguindo orientação de curto prazo, diante de pressões políticas fortes para a obtenção de resultados rápidos, objetivando alcançar metas pessoais ou de grupos de coesão, promovendo muitas das vezes envolvimento em obrigações de longo prazo, comprometendo profundamente a sua implantação e evolução. Assim, diante dos resultados obtidos, a administração pública busca soluções reativas aos problemas existentes, soluções essas que podem ser parciais, estando, portanto, dentro da tipologia de planejamento incremental definida por O Keefe (1979). 6. CONCLUSÃO Esse trabalho teve por objetivo analisar os fatores intervenientes na implantação e execução do planejamento governamental brasileiro no que se refere a obras públicas de infraestrutura. Os dados foram obtidos no Anuário da Revista Exame, nos anos de 2004, 2005, 2006, 2007, 2008 e 2009, totalizando 2.981 observações, trabalhadas com a ferramenta Probit e Logit. A contribuição e justificativa para a realização desse trabalho e a de fornecer informações que permitam um melhor entendimento e avaliação do planejamento governamental brasileiro, utilizando as obras de infraestrutura como referência.

Apesar da importância do trabalho alerta-se para as suas limitações. Primeiro, utilizouse dados secundários, de uma fonte não oficial, embora essa fonte tenha forte reputação em nível Brasil. Também foram utilizadas proxies, que é uma alternativa quando não se consegue medir diretamente uma variável, o que pode propiciar resultado adverso do esperado. Além dessas limitações tem-se o fato de que a variável política, por exemplo, tem definição ambígua, podendo ser caracterizada como grupos de pressão, força política, oportunismo, como exemplo, por não ter sido conceituada claramente na fonte citada. Desta forma, objetivando suprir esse gap, utilizou-se a variável Ano de Eleição. Assim, muitas variáveis com informações importantes não puderam ser trabalhadas e algumas tiveram que ser rodadas em regressões separadas. Entretanto, apesar das limitações do trabalho, espera-se contribuir para o conhecimento do planejamento governamental de modo que possa incentivar mais trabalhos na área de planejamento, principalmente na área governamental. Os resultados encontrados demonstram que as principais restrições para a execução de obras públicas estão nas restrições ambientais e financeiras. Quanto à questão financeira, ficou evidenciado que o orçamento baseado na receita está presente no governo federal e consequentemente nos Estados e Municípios brasileiros, fato já conhecido desde 1964 por meio da Lei 4.320. Esse orçamento segundo Angélico (2006) consiste em um extenso rol de despesas e receitas. Pode ser também um planejamento incremental conforme a tipologia de O Keefe (1979). Atualmente, esse modelo de planejamento governamental, tem recebido críticas, pois em tempo de crescimento econômico mundial, o país perde competitividade, pois se torna mais lenta as decisões e maior o tempo para implementação de obras de infraestrutura necessárias para assegurar o crescimento econômico. Além disso, aumenta-se a probabilidade de que ocorram dificuldades de relacionamentos entre diversos órgãos ou setores e apresentam limitações de controles gerenciais de apoio e de controles contábeis, além da falta ou limitações de outros sistemas formais, fato afirmado por Fischmann e Zilber (1987) e que ficou evidenciado nesse trabalho, por intermédio de falhas na obtenção de recursos financeiros para a execução das obras de infraestrutura, comprometendo a execução dessas obras, falhas no desenvolvimento sustentável, no estabelecimento de um ambiente institucional conhecido, prejudicando ou restringindo o desenvolvimento econômico, a satisfação de clientes, a distribuição de renda e redução da desigualdade social. Assim, quando decisões para realização de obras de infraestrutura (investimentos) são tomadas, nem sempre ela é parte de um plano estratégico, sistematicamente elaborado, pois não são dispostas de forma ordenadas hierarquicamente. Pelo contrário, o critério utilizado é o interesse pessoal, ou de grupos, diante de pressão por obtenção de resultados pessoais rápidos, mesmo comprometendo a evolução de obras de infraestrutura de longo prazo, provavelmente porque não existem sistemas eficazes de monitoramento e avaliação de desempenho dos gestores públicos eficazes na administração pública brasileira. Nesse sentido, se na elaboração do planejamento governamental (PPA) fosse levada em consideração a natureza econômica, social e ambiental, assim como a escassez de recursos e a necessidade de maximizar o seu aproveitamento como afirma Gartenkraut (2002) não deveria haver restrições significantes em obras de infraestrutura e tampouco haveria influencia de períodos de eleição na execução de obras de infraestrutura. Assim, afirmação de que houve mudança na administração pública, baseada na existência de determinação legal, principalmente a Lei de Responsabilidade Fiscal é extremamente perigosa e pode levar a resultados enganadores, pois na administração pública existem dogmas imutáveis, servindo o ambiente legal como escudo protetor contra o novo, 12

13 contra a inovação, embora seja esperada das instituições públicas, maturidade, responsabilidade e autoridade bem definida e maturidade, conforme afirma Saraiva (2003). Como sugestão para pesquisa posterior, sugere-se uma pesquisa relacionada com o processo de formulação do planejamento governamental, visando determinar sua tipologia e critérios utilizados para sua elaboração. REFERÊNCIAS ANDRADE, Nilton de Aquino. Contabilidade Pública na Gestão Municipal: novos métodos após a LC nº 101/00 e as classificações contábeis advindas da SOF e STN. São Paulo: Atlas, 2002. ANGÉLICO, João. Contabilidade Pública. 8º edição. São Paulo: Editora Atlas, 2006. ANUÁRIO exame de infraestrutura. Revista Exame. Anos 2004, 2005, 2006, 2007. 2008 e 2009. ARAÚJO, Edmir Sérgio David de. Missão estratégica em organizações geridas pelo governo (OGG). São Paulo: Revista de Administração da USP nº. 25, páginas 43-53, julho /setembro de 1990. AZEREDO, Luiz Cezar Loureiro de. Investimento em infra-estrutura no plano plurianual (PPA) 2004-2007 uma visão geral. Texto para discussão nº. 1024. Brasília: IPEA, junho de 2004. BIN, Daniel; CASTOR, Belmiro Valverde Jobim. Racionalidade e política no processo decisório: Estudo sobre orçamento em uma organização estatal. Rio de Janeiro: Revista de Administração Contemporânea RAC ANPAD; vol. 11, nº. 3, Jul./Set. 2007: 35-56. BRASIL. Constituição Federal de 1988. Texto Constitucional de 05 de outubro de 1988 com as alterações adotadas pelas Emendas Constitucionais nº 1/92 a 23/99 e Emendas Constitucionais de Revisão nº 1 a 6/94. Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 1999. BRASIL. DECRETO-LEI 200 de 25 de fevereiro de 1967. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil/decreto-lei/del0200.htm. Acesso em 11/04/2009 5:56:00 PM. BRASIL. DECRETO-LEI Nº 900 - de 29 de setembro de 1969. Disponível em: <em:<http://www.planalto.gov.br>. Acesso em 05/03/2009 às 17:56. BRASIL. Lei nº 101 de 2000. Estatui Normas de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília: 23 mar. 2000. BRASIL. Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964. Estatui Normas de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília: 23 mar. 1964. CARAVANTES, Geraldo R.; PANNO, Cláudia C.; KLOECKNER, Mônica C. Administração: teorias e processos. São Paulo: Pearson, 2005. CORRÊA, Volnei Alves. O processo político no contexto orçamentário. São Paulo: Revista de Administração da USP, vol. 15 (2), pp. 7-18, abril/junho de 1980. CUSTÓDIO, Isaias. A formulação da missão, políticas, objetivos e estratégias na administração estratégica: um exemplo aplicado a uma empresa estatal ferroviária. Revista de Administração da USP, volume nº. 21/1, páginas 37-44, janeiro/março de 1986.

14 FERREIRA, P. C. Investimentos em infraestrutura no Brasil: fatos estilizados e relações de longo prazo. Rio de Janeiro: Pesq. Plan. Econ. V. 26, nº. 2, pp. 231-252, agosto de 1996. FERREIRA, P. C; Essays on public expenditures and economic growth. University of Pennsylvania, 1993 (PhD Dissertation). FISCHMANN, Adalberto A.; ZILBER, Moisés Ari. Planejamento estratégico nas empresas estaduais de energia de São Paulo. Revista de Administração da USP, volume nº. 22/3, páginas 49-55, julho/setembro de 1987. GARTENKRAUT, Michal. Brasil: uma Análise do Plano Plurianual PPA 2000/2003. IPEA. Brasília: Relatório técnico, 2002. INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA IPEA. Gestão do Plano Plurianual PPA. Brasília, IPEA, 2009. Disponível em: < http://www.ipea.gov.br/default.jsp>. Acessado em: 10/03/2009. LAKATOS, Eva Maria. MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos da metodologia científica. São Paulo: Atlas, 1991. LAROUSSE CULTURAL. Dicionário da Língua Portuguesa. São Paulo: Nova Cultura, 199. LEITE, Rita Mara; SILVA, Helena de Fátima Nunes; CHEROBIM. Ana Paula Mussi Szabo; BUFREM, Leilah Santiago. Business budget: a survey of scientific production in the period from 1995 to 200. São Paulo: Revista Contabilidade e Finanças USP, v. 19 n. 47 p. 56-72 maio/agosto 2008. LODI, João Bosco. Estratégia de negócios: planejamento a longo prazo. Rio de Janeiro: Revista Administração de Empresas RAE; vol. 9 (1), Jan. / março de 1969, pp.5-32. MCCARTY, Therese A.; SCHMIDT, Stephen J. A Vector-Autoregression Analysis of State- Government Expenditure. The American Economic Review, Vol. 87, No. 2, Papers and Proceedings of the Hundred and Fourth Annual Meeting of the American Economic Association (May, 1997), pp. 278-282. Disponível em: <http://www.jstor.org/stable/2950931>. Acesso em: 07/03/2009 às 14 horas. MOTA, Fernando C. Prestes. São Paulo: Revista de Administração de Empresas (RAE), 1979. MUNNEL, A. H. How dos public infrastructure affect regional economic performance. New England Economic Review, pp. 11-32, Sept. 1990. O`KEEFE, William M. Duas abordagens do planejamento a longo prazo. Revista de Administração da USP, volume nº. 14(1), páginas 77-96, janeiro/março de 1979. PINDYCK, Robert S.; RUBINFELD, Daniel L. Econometria: modelos e previsões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. PISCITELLI, Roberto Bocaccio. Contabilidade Pública: uma abordagem da Administração Financeira Pública. São Paulo: Atlas, 1998. POTERBA, James M. Budget Institutions and Fiscal Policy in the U.S. States. The American Economic Review, Vol. 86, No. 2. Papers and Proceedings of the Hundredth and Eighth Annual Meeting of the American Economic Association San Francisco, CA, January 5-7, 1996 (May, 1996), pp. 395-400. Disponível em: <http://www.jstor.org/stable/2118159>. Acessado em: 07/03/2009 19:00 RICHERS, Raimar. Estratégia, estrutura e ambiente. Rio de Janeiro: Revista Administração de Empresas, vol. 21(4), pp. 21-32, out./dez. 1981.

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