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Transcrição:

Page 1 of 10 Este procedimento foi elaborado com base no RICMS-SP/2000. ICMS/SP - Transferência Resumo: Este procedimento trata a respeito da transferência de mercadorias, assim entendidas as saídas exist entes no estoque do estabelecimento remetente para o estoque de outro estabelecimento pertencente ao mesmo titular. Vere mos os detalhes pertinentes às operações realizadas dentro do Estado (transferências internas) e, logo depois, os correspondentes à s operações interestaduais. Sumário 1. Introdução 2. Incidência do ICMS 2.1 Posição do Poder Judiciário 3. Base de cálculo - Operações internas 3.1 Produtor, extrator ou gerador, inclusive de energia 3.2 Industrial 3.3 Comercial 3.4 Adoção de outro valor 4. Base de cálculo - Operações interestaduais 4.1 Comercial 4.2 Industrial 4.3 Mercadorias não industrializadas 5. Alíquota 5.1 Operação interna 5.2 Operação interestadual 6. Ativo Imobilizado e material de uso e consumo 7. Documento fiscal 8. Escrituração - Principais reflexos na EFD 8.1 Registro C100 8.2 Registro C190 9. Códigos Fiscais de Operações e Prestações (CFOP) 10. Venda de mercadoria com entrega em outro estabelecimento 10.1 Entrega em filial fora do Estado - Impossibilidade 10.2 Entrega em filial dentro do Estado 1. Introdução Para efeito da aplicação da legislação do ICMS, considera-se transferência a operação de que decorra a saída de mercadoria ou de bem de um estabelecimento com destino a outro pertencente ao mesmo titular (matriz e filiais). Neste texto, veremos as regras previstas na legislação do ICMS paulista que deverão ser observadas n as saídas de mercadorias em transferência para outro estabelecimento. (RICMS/SP-2000, art. 4º, V) 2. Incidência do ICMS O ICMS incide, entre outras hipóteses, sobre operações relativas à circulação de mercadorias, ocorrendo o fato gerador do imposto na saída de mercadoria a qualquer título de estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular, sendo irrelevante para a sua caracterização a natureza jurídica das operações. Dessa forma, em que pese a posição adotada pelo Poder Judiciário mencionada no subitem 2.1, os Estad os exigem o imposto nas transferências de bens pertencentes ao estoque dos estabelecimentos. (Lei Complementar nº 87/1996, art. 2º, I e 2º; RICMS-SP/2000, art. 1º, I, e art. 2º, I, 4º, item 1)

Page 2 of 10 2.1 Posição do Poder Judiciário Apesar de as Unidades da Federação exigirem o ICMS nas saídas de mercadorias do estoque em transferê ncia para outros estabelecimentos da mesma empresa, conforme descrito no item 2, o Poder Judiciário, em diversas decisões, tem entendi do que a mera circulação física, e não econômica, de mercadorias não constitui fato gerador do imposto. Nesse sentido, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) editou a Súmula nº 166, com o seguinte enunciado: Não constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento de mercadoria de um para outro estabelecim ento do mesmo contribuinte. Essa Súmula baseou-se em diversas decisões proferidas pelo STJ, entre as quais a do Recurso Especial nº 32.203-RJ, a seguir parcialmente transcrito: Recurso Especial nº 32.203-4 RJ Ementa: Tributário - ICM - Transferência de Mercadoria da Fábrica para as Lojas - Decreto-Lei 406/68 (arts. 1º, I, e 2º, 6º). 1. O simples deslocamento da mercadoria de um estabelecimento para outro, do mesmo contribuinte, sem tipificar ato de mercância, não legitima a cobrança do ICM. 2. Precedentes jurisprudenciais. 3. Recurso provido. [...] Voto do relator: [...] Como foi alceado, o fulcro da questão prende-se em saber se ocorre o fato gerador do ICM na transferência das mercadorias do estabelecimento central - fábrica -, do mesmo contribuinte para as suas lojas de venda no varejo, lo calizadas na mesma cidade. Nessa perspectiva, com os olhos de bem se ver, no caso, aconteceu simples deslocamento de um estabelecimento para os outros da mesma empresa, sem a transferência de propriedade, configurando operações, da fábrica para as lojas, sem a natureza de ato mercantil: ocorreu simples movimentação do produto acabado para a venda, sem a aludida operação, que, se eviden ciasse a circulação econômica, então, consubstanciaria o fato gerador do ICM (art. 1º, 1º, I, Dec.Lei 406/68). Desse modo, não se constituindo operação econômica tributável a transferência dos produtos acabados às lojas que suportam o respectivo encargo tributário, descabe a exigência fiscal aprisionada à multicitada operação. A incidência estaria legitimada pela legalidade, caso o primeiro estabelecimento agisse autonomamente comercializando os produtos da sua fabricação. [...] No mesmo sentido, tem se pronunciado o Supremo Tribunal Federal (STF) em diversas decisões, entre as quais reproduzimos as seguintes: ARE 769582 AgR-segundo / BA - BAHIA SEGUNDO AG. REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO Relator(a): Min. GILMAR MENDES Julgamento: 20/10/2015 Órgão Julgador: Segunda Turma Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Tributário. 3. ICMS. Mero desloca mento de mercadoria sem transferência de titularidade. Inexistência de fato gerador. Precedentes. 4. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 5. Agravo regimental a que se nega provimento. ARE 746349 AgR / RS - RIO GRANDE DO SUL AG. REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI Julgamento: 16/09/2014 Órgão Julgador: Segunda Turma PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PRELIMINAR DE REPERCUSSÃO GERAL. FUNDAMENTAÇÃO INSUFICIENTE. ÔNUS DO RECORRENTE. VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DO CONTRA DITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. OFENSA CONSTITUCIONAL REFLEXA. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. ARE 748.371 (REL. MIN. GILMAR MENDES - TEMA 660). ICMS. TRANSFERÊNCIA DE MERCADORIAS ENTRE ESTABELECIMENTOS DE UM MESMO CONTRIBUINTE. FATO GERADOR. INOCORRÊNCIA. PRECEDENTES. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é firme no sentido de que o mero deslocamento de mercadorias entre estabelecimentos de um mesmo contribuinte, ainda que localizados em unidades disti ntas da Federação, não constitui fato gerador do ICMS. 2. Agravo regimental a que se nega provimento. 3. Base de cálculo - Operações internas Examinaremos nos subitens seguintes o valor que deverá ser utilizado como base de cálculo do ICMS na s transferências internas de mercadorias. 3.1 Produtor, extrator ou gerador, inclusive de energia

Page 3 of 10 Caso o remetente seja produtor, extrator ou gerador, inclusive de energia, a base de cálculo do impo sto será o preço corrente da mercadoria ou de sua similar, no mercado atacadista do local da operação ou, na sua falta, no mercado atacadista regional. ( RICMS-SP/2000, art. 38, I) 3.2 Industrial Nas operações de transferência realizadas por estabelecimento industrial, a base de cálculo será o p reço free on board (FOB) estabelecimento industrial à vista, adotando-se, sucessivamente: a) o preço efetivamente cobrado pelo estabelecimento remetente na operação mais recente; e b) caso o remetente não tenha efetuado venda de mercadoria, o preço corrente da mercadoria ou de sua similar no mercado atacadista do local da operação ou, na falta deste, no mercado atacadista regional. Nota A expressão "FOB", originariamente empregada em termos comerciais internacionais, compõe o Internacional Commercial Terms (Incoterms), cujo contrato tem como principal característica a definição da responsabilidade das partes, no sentido de que a mercadoria é entregue a um transportador internacional indicado pelo comprador. No Brasil, o termo "FOB" refere-se ao preço de venda no estabelecimento do remetente, sem o ônus de outros encargos, tais como o seguro e o frete. Nessa operação, o vendedor coloca a mercadoria à disposição do comprador em suas dependências, cabendo a responsabilidade pelo respectivo transporte ao destinatário. ( RICMS-SP/2000, art. 38, II e 1º) 3.3 Comercial Nas operações realizadas por estabelecimento comercial, a base de cálculo do ICMS será o preço FOB n o estabelecimento comercial à vista nas vendas a outros comerciantes ou industriais, devendo ser adotado, sucessivamente: a) o preço efetivamente cobrado pelo estabelecimento remetente na operação mais recente; e b) caso o remetente não tenha efetuado venda de mercadoria, o preço corrente da mercadoria ou de sua similar no mercado atacadista do local da operação ou, na falta deste, no mercado atacadista regional. Caso o estabelecimento remetente não efetue vendas a outros comerciantes ou industriais, isto é, qua ndo as operações forem efetuadas exclusivamente no varejo, ou se não houver mercadoria similar, a base de cálculo do imposto deverá ser equivalente a 75% do preço de venda no varejo, adotando-se o preço efetivamente cobrado na operação mais recente. ( RICMS-SP/2000, art. 38, III, 1º e 2º) 3.4 Adoção de outro valor Na saída de mercadoria para estabelecimento localizado no Estado de São Paulo, pertencente ao mesmo titular, em substituição aos preços mencionados nos subitens 3.1 a 3.3, poderá o estabelecimento remetente atribuir à operação outro val or, desde que não seja inferior ao custo da mercadoria. ( RICMS-SP/2000, art. 38, 3º) 4. Base de cálculo - Operações interestaduais Examinaremos nos subitens seguintes o valor que deverá ser utilizado como base de cálculo do ICMS na s transferências interestaduais de mercadorias.

Page 4 of 10 4.1 Comercial Na saída de mercadoria para estabelecimento pertencente ao mesmo titular localizado em outra Unidade da Federação ou no Distrito Federal, a base de cálculo é o valor correspondente à entrada mais recente da mercadoria. Nota A Secretaria da Fazenda, por meio de regime especial, tendo em vista a peculiaridade do contribuinte, devidamente comprovada, poderá estabelecer que o valor da entrada mais recente da mercadoria seja obtido com base em período previamente determinado, preferencialmente dentro do mês da ocorrência do fato gerador. ( RICMS-SP/2000, art. 39, I, parágrafo único, item 1) 4.2 Industrial Nas transferências interestaduais promovidas por estabelecimentos industriais, a base de cálculo é o custo da mercadoria produzida, assim entendida a soma do custo da matéria-prima, do material secundário, da mão de obra e do acondicionam ento, atualizado monetariamente na data da ocorrência do fato gerador. Nota A Secretaria da Fazenda, por meio de regime especial, tendo em vista a peculiaridade do contribuinte, devidamente comprovada, poderá estabelecer que o custo da mercadoria produzida seja obtido com base em período determinado. ( RICMS-SP/2000, art. 39, II, parágrafo único, item 2) 4.3 Mercadorias não industrializadas Na transferência interestadual de mercadorias não industrializadas, a base de cálculo do ICMS será o seu preço corrente no mercado atacadista do estabelecimento remetente. ( RICMS-SP/2000, art. 39, III) 5. Alíquota 5.1 Operação interna Na saída de mercadoria em transferência destinada a estabelecimento localizado em território paulist a, deverá ser utilizada a alíquota de 7%, 12%, 18%, 20%, 25% ou 30%, de acordo com a mercadoria. ( RICMS-SP/2000, arts. 52, I, 53-A, 54, 54-A, 55 e 55-A) 5.2 Operação interestadual Na saída de mercadoria em transferência destinada a estabelecimento da mesma empresa localizado em outra Unidade da Federação, deverá ser utilizada uma das seguintes alíquotas: a) 7%, nas saídas destinadas aos Estados localizados nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e no Estado do Espírito Santo; b) 12%, nas saídas destinadas aos Estados localizados nas Regiões Sul e Sudeste, exceto no Estado do Espírito Santo; e c) 4%, nas saídas destinadas a qualquer Estado de bens e mercadorias importados do exterior, nos ter mos da Resolução do Senado Federal nº 13/2012.

Page 5 of 10 ( RICMS-SP/2000, art. 52, II, III e 2º) 6. Ativo Imobilizado e material de uso e consumo Nas saídas de bens pertencentes ao Ativo Imobilizado ou de material de uso e consumo em transferência para outro estabelecimento do mesmo titular, a legislação prevê a não incidência do ICMS, nos termos do art. 7º, XIV e XV do RICMS-SP/2000, respectivamente. ( RICMS-SP/2000, art. 7º, XIV e XV) 7. Documento fiscal Reproduzimos a seguir modelo de nota fiscal de transferência de mercadoria para outro estabeleciment o da mesma empresa, localizado no Estado de São Paulo: NOTA FISCAL ( RICMS-SP/2000, art. 125, I) 8. Escrituração - Principais reflexos na EFD Ao contribuinte que estiver obrigado à apresentação da Escrituração Fiscal Digital (EFD), para o lan çamento fiscal da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) reproduzida no item 7, a título exemplificativo, apresentamos a seguir o preenchimento dos principais registros/campos.

Page 6 of 10 Salientamos que, para a efetiva geração da EFD, outros registros deverão ser apresentados, devendo o contribuinte observar as disposições do Ato Cotepe/ICMS nº 9/2008 e posteriores alterações, bem como o Guia Prático da Escrituração Fiscal Digital - EFD-ICMS/IPI. 8.1 Registro C100 Este registro destina-se ao lançamento dos totais de valores apresentados na nota fiscal. Para a NF-e exemplificada, teríamos o preenchimento da seguinte forma: Nº Campo Valor Obrigatoriedade 1 REG C100 O 2 IND_OPER 1 O 3 IND_EMIT 0 O 4 COD_PART *Código interno declarante O 5 COD_MOD 55 O 6 COD_SIT 00 O 7 SER 1 OC 8 NUM_DOC 4 O 9 CHV_NFE 35150599999999000191550010000000041000006202 O 10 DT_DOC 150520XX O 11 DT_E_S 150520XX OC 12 VL_DOC 10000,00 O 13 IND_PGTO 2 O 14 VL_DESC OC 15 VL_ABAT_NT OC 16 VL_MERC 10000,00 OC 17 IND_FRT 9 O 18 VL_FRT OC 19 VL_SEG OC

Page 7 of 10 20 VL_OUT_DA OC 21 VL_BC_ICMS 10000,00 OC 22 VL_ICMS 1800,00 OC 23 VL_BC_ICMS_ST OC 24 VL_ICMS_ST OC 25 VL_IPI OC 26 VL_PIS OC 27 VL_COFINS OC 28 VL_PIS_ST OC 29 VL_COFINS_ST OC A representação deste registro no arquivo TXT da EFD, considerando as informações deste exemplo, será: 8.2 Registro C190 Este registro tem por objetivo representar a escrituração dos documentos fiscais totalizados por Cód igo de Situação Tributária (CST), Código Fiscal de Operações e Prestações (CFOP) e alíquota de ICMS. Para o exemplo em questão, teríamos o se guinte preenchimento: Nº Campo Valor Obrigatoriedade 1 REG C190 O 2 CST_ICMS 000 O 3 CFOP 5152 O 4 ALIQ_ICMS 18 OC 5 VL_OPR 10000,00 O 6 VL_BC_ICMS 10000,00 O 7 VL_ICMS 1800,00 O

Page 8 of 10 8 VL_BC_ICMS_ST 0,00 O 9 VL_ICMS_ST 0,00 O 10 VL_RED_BC 0,00 O 11 VL_IPI 0,00 O 12 COD_OBS *Código interno declarante OC A representação deste registro no arquivo TXT da EFD, considerando as informações deste exemplo, será: C190 000 5152 18 10000,00 10000,00 1800,00 0,00 0,00 0,00 0,00 *Código interno declarante 9. Códigos Fiscais de Operações e Prestações (CFOP) Os CFOP aplicáveis às operações de transferências são os seguintes: CÓDIGOS FISCAIS DE OPERAÇÕES E PRESTAÇÕES (CFOP) Operações Internas Remetente Destinatário 5.151 - Transferência de produção do estabelecimento 1.151 - Transferência para industrialização ou produção rural 5.152 - Transferência de mercadorias adquiridas e/ou recebidas de terceiros 1.152 - Transferência para comercialização 5.155 - Transferência de produção do estabelecimento que não deva transitar pelo estabelecimento depositante 5.156 - Transferência de mercadorias adquiridas ou recebidas de terceiros, que não devam transitar pelo estabelecimento depositante 5.408 - Transferência de produção do estabelecimento em operação sujeita ao regime de substituição tributária 1.408 - Transferência para industrialização ou produção rural em operação sujeita ao regime de substituição tributária 5.409 - Transferência de mercadoria adquirida e/ou recebida de terceiros em operação sujeita ao regime de substituição tributária 1.409 - Transferência para comercialização em operação sujeita ao regime de substituição tributária Operações Interestaduais Remetente Destinatário 6.151 - Transferência de produção do estabelecimento 2.151 - Transferência para industrialização ou produção rural 6.152 - Transferência de mercadorias adquiridas e/ou recebidas de terceiros 2.152 - Transferência para comercialização

Page 9 of 10 6.155 - Transferência de produção do estabelecimento que não deva transitar pelo estabelecimento depositante 6.156 - Transferência de mercadorias adquiridas ou recebidas de terceiros, que não devam transitar pelo estabelecimento depositante 6.408 - Transferência de produção do estabelecimento em operação sujeita ao regime de substituição tributária 2.408 - Transferência para industrialização ou produção rural em operação sujeita ao regime de substituição tributária 6.409 - Transferência de mercadoria adquirida e/ou recebida de terceiros em operação sujeita ao regime de substituição tributária 2.409 - Transferência para comercialização em operação sujeita ao regime de substituição tributária ( RICMS-SP/2000, Anexo V, Tabela I) 10. Venda de mercadoria com entrega em outro estabelecimento 10.1 Entrega em filial fora do Estado - Impossibilidade O Fisco paulista já se pronunciou sobre a impossibilidade de aplicação da sistemática prevista no art. 129 do RICMS/SP -2000, isto é, quanto à venda à ordem entre estabelecimentos da mesma empresa e localizados em Unidades da Federaçã o distintas. Segundo esse entendimento, as normas regulamentares editadas pelo Estado de São Paulo têm mandamentos que são endereçados a estabelecimentos localizados no território paulista. Portanto, não há como estender o mesmo regime à s operações interestaduais de transferências, isto é, aplicar por analogia à operação de venda à ordem quando se pretender realiza r "transferência à ordem". Reproduzimos a seguir o item 6 da Decisão Normativa CAT nº 4/2005 : [...] 6. Embora não sejam objeto de indagação, deve ser ressalvado, inicialmente, que: a) há algumas afirmações incorretas da Consulente sobre diferencial de alíquota, base de cálculo na transferência interestadual e adoção de procedimentos de venda à ordem, pois na realidade o que pretende é realizar "transferência à ordem", hipótese não prevista nem admitida pela legislação tributária paulista; b) não havendo a efetiva entrada dos produtos acabados no estabelecimento comercial paulista da Cons ulente, não há que se falar em transferência interestadual, mas sim em venda interestadual para clientes paulistas ou exportação direta, realizadas pelo seu estabelecimento fabril situado no Rio de Janeiro, ainda que o embarque seja efetuado em porto paulis ta. [...] ( RICMS-SP/2000, art. 129 ; Decisão Normativa CAT nº 4/2005, item 6) 10.2 Entrega em filial dentro do Estado Na hipótese de venda de mercadoria a contribuinte, poderá o estabelecimento fornecedor realizar a en trega diretamente no estabelecimento filial, desde que ambos sejam localizados neste Estado. Para que ocorra essa operação, o fornecedor deverá emitir documento fiscal tendo como destinatário o próprio adquirente, fazendo constar, no campo "Informações Complementares", os endereços e os números de inscrição de ambos os estabelecimentos do adquirente, bem como a indicação expressa do local da entrega da mercadoria, no caso, a filial. O documento fiscal emitido pelo remetente deverá ser escriturado unicamente no estabelecimento da filial onde será entregue a mercadoria, podendo este, inclusive, efetuar o crédito do imposto, se for o caso. Não ocorre, portanto, a emissão de duas notas fiscais, e sim de um único documento fiscal na forma m encionada. ( RICMS-SP/2000, art. 125, 4º e 5º) Legislação Referenciada

Page 10 of 10 Ato Cotepe/ICMS nº 9/2008 RICMS-SP/2000 Decisão Normativa CAT nº 4/2005 Decreto-Lei 406/68 Lei Complementar nº 87/1996 Lei 406/68 Resolução do Senado Federal nº 13/2012