A recessão avança Reui CICFIEG Ecista Ieda Vascces Agst2015 1
O cenário macroeconômico atual Deterioração das contas públicas (crise fiscal). Instabilidade política. Fragilidade do governo federal. Índice de confiança de empresários e consumidores permanece em patamares muito baixos. Inflação elevada e bem superior ao teto da meta. Desemprego crescente. Economia em queda (recessão técnica). Cenário mundial: aumento da preocupação com o crescimento chinês. 2
O cenário nacional Crise política Crise econômica Resumo do cenário nacional: Recessão, mercado de trabalho desaquecido, elevado grau de incerteza e paralisia dos investimentos. Crise de confiança 1º elo do investimento. 3
-2,06% Projeção de queda do PIB Brasil em 2016 Pesquisa Focus Banco Central. Caso confirmado dois anos consecutivos de queda, será o pior resultados dos últimos 85 anos. Os sinais da recessão já estava, claros para todos: o aumento do desemprego, o adiamento de investimentos e a queda nos índices de confiança dos consumidores e empresários já evidenciavam isso. Resultado: a recessão avança PIB em queda Fonte dos dados: IBGE. -1,9% Queda do PIB do 2º trimestre em relação aos três primeiros meses do ano. -1,2% Queda do PIB Brasil no acumulado dos últimos 4 trimestres em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. -2,1% Queda do PIB Brasil no acumulado dos primeiros seis meses do ano em relação igual período do ano anterior. -2,6% Queda do PIB Brasil no segundo trimestre de 2015 em relação igual período do ano anterior. 4
PIB pelo mundo Alguns resultados do PIB Brasil (em %) 2º trimestre de 2015 em relação ao 1º trimestre de 2015 PIB (a preços de mercado) -1,9 Despesa de consumo das famílias -2,1 Despesa de consumo da Adm. Pública 0,7 Formação Bruta de Capital Fixo -8,1 Exportação de bens e serviços 3,4 Importação de bens e serviços -8,8 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais (Contas Nacionais Trimestrais). Fonte: O Estadão 28 de agosto de 2015 * Alguns PIBs divulgados ainda são prévias ** EUA e Japão divulgaram a variação anualizada de, respectivamente, 3,7% e -1,6%. Para a base de comparação ser a mesma, foi feito o cálculo trimestral no gráfico Fonte: Agência Estado, Insee, Istat, Inegi, INE e IBGE 5
A queda no consumo das famílias Deterioração do mercado de trabalho Piora das condições de crédito (aumento das taxas de juros). Inflação elevada (reduz o poder de compra das famílias. 6
A queda do investimento A taxa de investimento no 2º tri/15 alcançou 17,8% do PIB. No 2º tri/14 foi 19,5%. A queda do investimento reflete a desconfiança em relação ao futuro. Os dados preocupam muito. E o pior é que, nesse momento, o governo sinaliza que elevará impostos. Esse não é o caminho. Poderá prejudicar ainda mais à economia, alimentando o desemprego e a queda da renda 7
Os desequilíbrios da economia nacional Inflação insistentemente alta 9,56% No acumulado dos primeiros sete meses de 2015, o IPCA/IBGE acumulou alta de 6,83%. Esta é a maior taxa para o período desde 2003. Em apenas sete meses, a inflação já superou o resultado do ano passado (6,41%) e ultrapassou o teto da meta (6,5%). 8 Jul
A inflação em 2015 sofre forte influência dos aumentos das tarifas reguladas pelo governo como energia elétrica, água e esgoto, transporte, combustível e loteria. Fonte: IBGE 9
O retrato da estagflação 9,56% Fonte: Informe Conjuntural CNIC Abril-junho/2015 Forte deterioração da economia nacional no primeiro semestre de 2015. Entre os fatores que ajudam a justificar esse cenário podem ser destacados: alta da inflação, aprofundamento da recessão, desajustes das contas públicas, processo de correção dos preços administrados. 10
Juros elevados Fonte e arte: G1 29/7/2015. O Banco Central aumentou, no final de julho/2015, pela sétima vez consecutiva (o quinto aumento em 2015) a taxa básica de juros (Selic) com o objetivo de conter a inflação. Aumento de juros capital de giro mais caro maior custo de investimento redução das vendas desemprego redução dos investimentos menor arrecadação federal 11
Juros elevados Fonte: Banco Central. 12
Juros elevados Fonte: Banco Central. 13
Juros x inflação 9,56% Fonte: jornal o Globo 30/7/2015. Inflação que deveria estar em queda, diante da economia retraída, permanece alta. Um dos motivos: preços administrados (tarifas de energia e combustíveis) represados estão sendo reajustados, o que também é repassado para outros produtos. 14
Dólar em alta Dólar Comercial Oficial - Valor de Venda 02/01/2015 a 28/08/2015 3,5790 (28/08/2015) 3,60 3,50 3,40 3,30 3,20 3,10 3,00 3,2683 3,1748 3,1231 3,0852 2,90 2,8943 2,80 2,7386 2,8782 2,70 2,60 2,50 2,6929 2,5754 02/01/2015 05/01/2015 08/01/2015 11/01/2015 14/01/2015 17/01/2015 20/01/2015 23/01/2015 26/01/2015 29/01/2015 01/02/2015 04/02/2015 07/02/2015 10/02/2015 13/02/2015 16/02/2015 19/02/2015 22/02/2015 25/02/2015 28/02/2015 03/03/2015 06/03/2015 09/03/2015 12/03/2015 15/03/2015 18/03/2015 21/03/2015 24/03/2015 27/03/2015 30/03/2015 02/04/2015 05/04/2015 08/04/2015 11/04/2015 14/04/2015 17/04/2015 20/04/2015 23/04/2015 26/04/2015 29/04/2015 02/05/2015 05/05/2015 08/05/2015 11/05/2015 14/05/2015 17/05/2015 20/05/2015 23/05/2015 26/05/2015 29/05/2015 01/06/2015 04/06/2015 07/06/2015 10/06/2015 13/06/2015 16/06/2015 19/06/2015 22/06/2015 25/06/2015 28/06/2015 01/07/2015 04/07/2015 07/07/2015 10/07/2015 13/07/2015 16/07/2015 19/07/2015 22/07/2015 25/07/2015 28/07/2015 31/07/2015 03/08/2015 06/08/2015 09/08/2015 12/08/2015 15/08/2015 18/08/2015 21/08/2015 24/08/2015 27/08/2015 Fonte: Banco Central do Brasil. Algumas razões para a alta: A fragilidade da economia. Relação entre executivo e legislativo dificultam a aprovação das medidas de ajuste fiscal (o que compromete uma melhora das contas públicas). Instabilidade econômica na China (desaceleração chinesa afeta os preços das commodities, com reflexo nas economias emergentes exportadoras para China). 15
Enfraquecimento do mercado de trabalho Fonte e arte: Folha de São Paulo - 21 de agosto de 2015. De janeiro a julho de 2015: saldo negativo na geração de vagas: -494.386. O mercado formal de trabalho registrou em julho saldo negativo de 157.905 postos. É o pior resultado da série histórica desde 1992. Foi o quarto mês seguido em que as demissões superam as contratações de acordo com Caged/MTE. 16
O aumento da taxa de desemprego 17
Redução da meta de superávit primário Diante da queda acentuada na arrecadação e do agravamento da crise política, é remota a possibilidade de ter um superávit nas contas de 2015. 18
As contas do governo central, depois de registrar déficit primário no primeiro semestre, apresentaram um rombo de R$7,223 bilhões em julho, o maior déficit para o mês da série histórica iniciada em 1997. 19
Queda na confiança dos empresários da indústria A confiança de empresários (e também dos consumidores) encontra-se em patamares muito baixos. Fonte: Confederação Nacional da Indústria (CNI). 20
Consumidores cada vez mais pessimistas. 21
A preocupação com o crescimento chinês Fonte e Arte: G-1 Economia - 24/8/2015. 22
E a Construção Civil? 23
Resumo dos números do PIB da Construção no 1º semestre de 2015 Este é o pior resultado para o setor, nesta base de comparação, na série histórica iniciada em 1996. -8,4% Queda no PIB da Construção Civil no 2º trimestre de 2015 em relação ao 1º trimestre de 2015-8,2% Queda no PIB da Construção Civil no 2º trimestre de 2015 em relação igual período de 2014 Fonte dos dados:fjp/mte/fiemg.. -4,7% Queda no PIB da Construção Civil no Brasil nos últimos quatro trimestres finalizados em junho/15 em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. -5,5% Redução do PIB da Construção Civil no 1º semestre/2015 em relação ao mesmo semestre de 2014. Os números atuais do desempenho da Construção Civil preocupam, pois o setor é essencial para o desenvolvimento nacional. É ele que constrói as bases de um crescimento sustentado em qualquer economia. 24
Queda no faturamento da indústria de materiais de construção A indústria de materiais de construção continua registrando queda. Certamente esse resultado reflete a redução na renda das famílias, a queda na geração de emprego e a instabilidade do cenário econômico nacional. 25
Queda no financiamento imobiliário Fonte: Abecip. 26
Poupança SBPE captação líquida A poupança continua sofrendo forte concorrência de outras aplicações financeiras. Assim, observa-se captação líquida negativa em todos os meses de 2015. 27
Mercado de trabalho sente o menor ritmo de atividades da Construção Civil Geração de vagas com carteira assinada (série sem ajustes) Construção Civil Jan-jul/14 Jan-jul/15 Diferença vagas Var. % (15/14) Brasil 58.503-152.727-211.230-361,06 Minas Gerais 3.571-24.412-27.983-783,62 RMBH 1.695-12.758-14.453-852,68 Belo Horizonte 2.318-11.905-14.223-613,59 Fonte:Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED)/ Ministério do Trabalho e Emprego. Dados PNAD Contínua: Brasil: População ocupada na Construção Civil Trim abr-mai-jun/14: 7.810(em mil pessoas) Trim abr-mai-jun/15: 7137 (em mil pessoas) Perspectivas indicam que o setor poderá encerrar o ano com 480 mil vagas a menos. Queda de 8,6% o que corresponde a 673.000 postos de trabalho. 28
Mercado imobiliário da cidade de Belo Horizonte Pesquisa Construção e Comercialização Ipead/UFMG Mercado imobiliário de Belo Horizonte Resumo dos principais indicadores Indicadores janeiro a junho 2014 2015 Variação % Número unidades vendidas 1.314 1.458 10,96 Número unidades lançadas 2.103 1.302-38,09 Velocidade de Vendas ( %) - Média 7,50 6,75-0,67p.p Fonte: Pesquisa Construção e Comercialização - Ipead/UFMG. Velocidade de vendas: indicador de dinamismo. Com a renda em queda e o desemprego aumentando, as famílias ficam receosos em assumir compromissos de longo prazo. Essa situação ainda ganha contornos mais preocupantes com o aumento dos juros para o financiamento imobiliário e a maior dificuldade de acesso ao crédito. 29
Índice de Confiança do empresário da Construção em MG Fonte: Índice de Confiança do Empresário da Construção em Minas Gerais- FIEMG/CNI. A confiança dos empresários da Construção mineira continua baixa e recuando. Em agosto, o ICEICON-MG alcançou 29,4 pontos, o menor patamar da série histórica iniciada em fevereiro/10. Foi a primeira vez que o ICEICON-MG demonstrou números inferiores a 30,0 pontos. 30
Esta não é a solução Está claro que o formato de aumentar impostos e reduzir investimentos não está funcionando. Todos sabem que este não é o caminho. 31
Fundação Getúlio Vargas: revisão da queda do PIB da Construção Civil em 2015 Caso confirmado, será o pior resultado para o setor desde 2003, quando caiu 8,9% Com os cortes no PAC, os atrasos do PMCMV e as dificuldades do mercado imobiliário, o cenário continuará difícil para o setor. Brasil precisa de fazer um ajuste fiscal com qualidade (e não aquele que prioriza o corte dos investimentos). Precisa, ainda, de uma agenda positiva para reverter a paralisia da economia. 32
Expectativas 2015/2016 O QUE SE ESPERA PARA 2015/2015 PIB BRASIL 2015: -2,06% 2016: -0,24% PRODUÇÃO INDUSTRIAL 2015: -5,20% 2016: 1,00% INFLAÇÃO (IPCA/IBGE) 2015: 9,29% 2016: 5,50% FGV TAXA DE JUROS TAXA DE CÂMBIO 2015: 14,25% 2016: 12,00% 2015: R$3,50 2016: R$3,60 FOCUS / BACEN * Fonte: Pesquisa Focus - Banco Central - 218/2015 As expectativas do mercado para o ano 2016 também estão deteriorando. 33
Muito obrigada! Ecista Ieda Vascces Agst2015 34