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Transcrição:

PN 4979.07-5; Ag.: TCMaia, 2.ºJ ( Ag.e: Ag.a: Em Conferência no Tribunal da Relação do Porto I. INTRODUÇÃO: (a) A Ag.e discorda da deserção do recurso interposto da sentença, por não terem sido apresentadas em tempo as alegações. (b) Da decisão recorrida: (1) Julgo deserto o recurso interposto pela R. por falta de alegações, art.º291/2, 690/3 CPC. II. MATÉ RIA ASSENTE: (a) A R. interpôs recurso de apelação, recebido com efeito não suspensivo; (b) Foi notificada por ofício datado de 06.12.13; (c) 06.12.13, a parte contrária requereu não obstante a fix ação de efeito não suspensivo; (d) 06.12.20: despacho a sobrestar por 10 dias contados da notificação à Ré do despacho de recebimento; 1 Adv.: Dr. 2 Adv.: Dr. 1

(e) 07.01.11: requerimento da recorrente pedindo correcção de lapso material quanto ao efeito da apelação - suspensivo deveria ter sido escrito visto que se discute a validade ou a subsistência de contrato de arrendamento para habitação; (f) 07.01.23: despacho fixando este último efeito ao recurso, aceitando a qualificação e correcção pedida, notificado com data de 07.01.26; (g) 07.02.09: requerimento da Ap.e - ao abrigo do art.º146º CPC oferece requerimento anexo, incluindo um documento que deveria ter apresentado ontem, o que lhe foi de todo impossível por comprovado impedimento do fax do tribunal no fim do dia, durante longo período, por efeito das condições climatéricas descargas eléctricas desactivaram também o Outlook do escritório do signatário, impedindo o correio electrónico; (h) Seguem fls. de fax em branco; (i) 07.02.09: resposta da Ré ao pedido de alteração do efeito do recurso, apresentado pela A., oferecendo caução (i) encontra-se prejudicado pelo despacho de 07.01.23; (ii) a recorrente encontra -se em situação de extrema dificuldade económica e ultimamente de estado de saúde muito delicado: o sindroma cardíaco ressentiu-se com a notícia do desfecho do pleito e com o temor de ser obrigada a abandonar o seu lar de sempre; (j) 07.03.30: sem outras anotações processuais é a data do despacho recorrido; III. CLS/ALEGAÇÕES: (1) O despacho em crise, ao julgar deserto o recurso de apelação por falta das alegações, considerou implicitamente que o prazo para oferecimento da minuta se tinha iniciado com a notificação do despacho de recebimento do recurso, 06.12.11, ou, pelo menos, com o despacho de 07.01.23 de correcção do efeito recursivo; (2) Todavia, entende a recorrente que o prazo de oferecimento da minuta nem sequer ainda se iniciou, porque continua controverso e sem decisão o problema da atribuição do efeito ao recurso da sentença; (3) Na verdade, a parte contrária insistiu no efeito não suspensivo e a Ag.e foi solicitada a pronunciar-se sobre este pedido; (4) Mas até ao presente tal questão não foi decidida pelo tribunal recorrido; 2

(5) Assim, porque o pedido de efeito não suspensivo do recu rso está em aberto, o despacho de recebimento foi prematuro e extemporâneo; (6) Por outro lado, nem sequer a parte contrária foi também ouvida sobre o pedido de atribuição do efeito suspensivo à apelação; (7) Ora, a atribuição do efeito do recurso, tanto como a substituição do efeito suspensivo por não suspensivo sob caução prestada pela recorrida são questões essenciais, tanto mais que, segundo os art.s 687º/4 e 694º/2, conjugados com os art.s 702º e 703º/2 CPC, a atribuição desse mesmo efeito só pode ser posta em causa nas alegações; (8) Por conseguinte, para poder ser impugn ada, como diz textualmente a norma do processo é necessário que a decisão sobre o efeito do recurso exista e, neste caso, ela não foi proferida; (9) Verificou-se pois a inobservância do dever previsto no art.º 156º/1 CPC, extensivo aos despachos pelo n.º 2: não foi pro ferida decisão sobre pertinente matéria controvertida; (10) Portanto, entende a ag.e, que o Tribunal a quo não podia decidir sobre a deserção sem antes se ter pronunciado e decidido justamente sobre a matéria controversa do efeito a atribuir à apelação; (11) E nessa medida, é nulo o despacho recorrido, nos termos do art.º 668º/1d. CPC, ex vi art.º 156º/2 ; (12) Deste modo, a decisão em crise infringiu estes últimos artigos de lei citados e os também já referidos art.s 687º/4, 694º/1.2, conjugados com os art.s 702º e 703º/2 CPC; (13) Deve ser revogado o despacho para ser recebido o recurso depois de decidido o incidente que visa fixar o efeito da apelação. IV. CONTRA-ALEGAÇÕES: não houve. V. SUSTENTAÇÃO: o efeito atribuído a um recurso não determina a suspensão do prazo de apresentação das alegações, tanto mais que, como dispõe o art.º 687/4 CPC, não fica vinculado o Tribunal superior pelo efeito fixado em 1.ª Instância, que as partes só podem impugnar nas suas alegações. 3

VI. RECURSO: pronto para julgamento nos termos do art.º 705º C PC. VII. SEQUÊNCIA: (a) A lei marca o prazo da apresentação das minutas de recurso a partir da data de notificação do despacho de recebimento, mas também, como evidencia a recorrente, faz a alocação às alegações do tema da discordância sobre o efeito que lhe for fixado. (b) Normalmente, esse efeito resulta do despacho de recebimento, mas é certo que os recorridos podem suscitar o problema, digamos assim, da substituição do efeito suspensivo por não suspensivo, prestando caução: foi o que sucedeu neste caso. (c) Este pedido será apresentado, no limite do art.º 693º/1 CPC, depois de preliminarmente recebido o recurso, e abre-se assim um incidente correlacionado com a faculdade concedida a recorrente e recorrido de nas alegações discutirem e porem em causa o efeito definitivamente atribuído à apelação. (d) Este efeito pode ou não ser modificado no despacho inicial do Relator, na segunda instância, Tribunal a quem cabe a competência de decidir sobre este aspecto particular, através de reclamação para a Conferência. (e) Por conseguinte, quando o incidente contr aditório sobre o efeito do recurso não é suscitado na 1.ª Instância a tempo de ser decidido no despacho de recebimento, justamente pela razão de ser tema apropriado à minuta, segundo a lei, o prazo para apresentação das alegações só pode logicamente contar a partir da notificação do despacho intercalar que o fixar em definitivo. (f) E neste sentido tem razão a recorrente, para além do mais, porque o efeito suspensivo fixado, neste caso, se reconduz ao primeiro despacho, co rrigido, tendo sido suscitado o problema da alteração, em tempo (ainda que todavia suponha uma decisão tabelar que não ocorreu), mas propondo um d espacho devido, que considerasse e venha a considerar o argumento do oferecimento de caução por parte da recorrida. (g) Ora, não se mostrando fechado este incidente na 1.ª Instância, cabendo qualquer discordância nas alegações do recurso, como se disse, ainda não começou a correr efectivamente o prazo para entrega da minuta. 4

(h) É que, em face da prolação do despacho recorrido, ocorreu, como a ag.e argui com propriedade a nulidade de pronúncia omitida, que vicia o d espacho subsequente de deserção, sem que tivesse sido encarado o p roblema contencioso do efeito da apelação. (i) Por conseguinte, visto o disposto nos art.s 698º/2, 694º/1.2 CPC, obtém provimento este agravo no sentido acima dito de declarar a nulidade omissiva discutida, para que seja proferido despacho sobre o pedido da recorrida de atribuição do efeito não suspensivo ao recurso da sentença, contando o prazo de oferecimento das alegações a ultimo respeitantes a partir da notificação do despacho intercalar. VIII. CUSTAS: sem custas por não ter havido oposição. 5