Estudo comentado Nº PLATO. (PLATelet inhibition and patient Outcomes) Comentado por: José Carlos Nicolau

Documentos relacionados
Estudo comentado Nº PLATO CIRÚRGICO. Comentado por: José Carlos Nicolau

Dr. Gonzalo J. Martínez R.

Abordagem intervencionista na síndrome coronária aguda sem supra do segmento ST. Roberto Botelho M.D. PhD.

FA e DAC: Como abordar esse paciente? Ricardo Gusmão

Uso do AAS na Prevenção Primária de Eventos Cardiovasculares

Terapia Antiplaquetária Dupla na DAC Até quando? Dr. Luis Felipe Miranda

ISQUEMIA SILENCIOSA É possível detectar o inesperado?

Escolha do regime antiplaquetário nas síndromes coronarianas agudas

Rua Afonso Celso, Vila Mariana - São Paulo/SP. Telefone: (11) Fax: (11)

Avaliação da segurança e eficácia do stent coronário de cromo-cobalto recoberto com sirolimus desenvolvido no Brasil ESTUDO INSPIRON I

ANTIAGREGANTES Quem e quando parar?

Novas perspectivas no tratamento da síndrome coronariana aguda (SCA)

SEÇÃO 1 IMPORTÂNCIA DO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL E DE SUA PREVENÇÃO

Atualização de Angina Instável e IAM sem supra ST AHA/ACC Guideline

RESPOSTA RÁPIDA 107/2013

SÍNDROME CORONARIANA AGUDA

Papel dos Betabloqueadores e Estatinas

NOVOS ANTICOAGULANTES ORAIS: POR QUE EU ESCOLHO MARCO TULIO ARAUJO PEDATELLA

Há mais de uma lesão grave, como definir qual é a culpada? Devemos abordar todas ao mesmo tempo ou tentar estratificar? O papel do USIC, OCT e FFR

QUAL O NÍVEL DE PRESSÃO ARTERIAL IDEAL A SER ATINGIDO PELOS PACIENTES HIPERTENSOS?

COLESTEROL ALTO. Por isso que, mesmo pessoas que se alimentam bem, podem ter colesterol alto.

Boletim Científico SBCCV

Impacto do Escore SYNTAX no Prognóstico de Pacientes com Doença Multiarterial Tratados por Intervenção Coronária Percutânea

BENEFIT e CHAGASICS TRIAL

Como selecionar o tipo de stent e antiplaquetários para cirurgias não cardíacas. Miguel A N Rati Hospital Barra D Or - RJ

Doença Arterial Coronária: O Valor do Tratamento Clínico na Era da Maturidade da ICP

Proibida a reprodução total ou parcial desta publicação, por qualquer meio ou sistema, sem prévio consentimento da editora. Copyright EPM -

Anexo III Resumo das características do medicamento, rotulagem e folheto informativo

Doença Coronária Para além da angiografia

Ticagrelor para prevenção de eventos trombóticos em pacientes com síndrome coronariana aguda

Boletim Científico SBCCV

A V C E A EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA

SCA Estratificação de Risco Teste de exercício

Curso Avançado em Gestão Pré-Hospitalar e Intra-Hospitalar Precoce do Enfarte Agudo de Miocárdio com Supradesnivelamento do Segmento ST

TAPD + Anticoagulação Oral Indicacões e Diminuição de Risco

O paradoxo dos fumadores revisitado

Estudos observacionais

PROJETO: INTERVENÇÃO BRASILEIRA PARA AUMENTAR O USO DE EVIDÊNCIAS NA PRÁTICA CLÍNICA SÍNDROMES CORONARIANAS AGUDAS

Choque Cardiogênico, Evolução Clínica Imediata e Seguimento. Cardiogenic Shock, Imediate Evoluiton and Late Outcome

Projeto BPC: Conceitos Gerais. Sabrina Bernardez Pereira, MD, MSc, PhD

Como fazer angioplastia primária high-tech low cost

PREVENÇÃO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES

Curso Preparatório para Concursos- Enfermeiro 2012 Infarto Agudo do Miocárdio

Impacto da cirurgia de revascularização miocárdica prévia em desfechos clínicos de pacientes submetidos à intervenção coronária percutânea primária

Protocolo de manejo da dor torácica

Angina Instável Identificaçã. ção o e Abordagem. XV Congresso de Cardiologia de Mato Grosso do Sul Campo Grande CELSO RAFAEL G.

Antiagregantes Plaquetários e Testes de Função Plaquetária na Era dos Stents Coronarianos

BRILINTA ticagrelor. Comprimidos revestidos de 90 mg em embalagens com 20, 30 ou 60 comprimidos.

BRILINTA (ticagrelor)

Anexo III. Adenda às secções relevantes do Resumo das Características do Medicamento e Folheto Informativo

ESCOLHA DO REGIME ANTIPLAQUETÁRIO NAS SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS

ATUALIZAÇÕES DA CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA. Renato Sanchez Antonio

Ressonância Magnética Cardíaca & Angiotomografia Cardíaca

Infarto do miocárdio sem supradesnivelamento do segmento ST: características clínicas, angiográficas e evolução intra-hospitalar dos pacientes

Medical Research Council (MRC) Study

Abordagem intervencionista no IAM em diabéticos, Qual stent utilizar? È possível minimizar a reestenose?

Síndrome Coronariana Aguda no pós-operatório imediato de Cirurgia de Revascularização Miocárdica. Renato Sanchez Antonio

Síndrome Coronariana Aguda

PREVENÇÃO DA CARDIOTOXICIDADE ESTRATÉGIAS QUE DÃO CERTO

FLUXO CORONÁRIO CONTROLE EM SITUAÇÃO NORMAL E PATOLÓGICA DIMITRI MIKAELIS ZAPPI

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA COM FUNÇÃO VENTRICULAR PRESERVADA. Dr. José Maria Peixoto

XIV ENCONTRO PERNAMBUCANO DE ANGIOLOGIA, CIRURGIA VASCULAR E ENDOVASCULAR. Disciplina de Cirurgia Vascular Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP

BRILINTA. ticagrelor

Preditores de lesão renal aguda em doentes submetidos a implantação de prótese aórtica por via percutânea

CONTROVÉRSIAS EM CORONARIOPATIA AGUDA:

Manejo da terapia antitrombótica em pacientes submetidos a procedimentos invasivos ou cirurgia

Indicadores de Segurança do Paciente Clínicos

Luís C. L. Correia, José Carlos Brito, Andréa C. Barbosa, Antônio M. Azevedo Jr, Mário S. Rocha, Heitor G. Carvalho, José Péricles Esteves

Registro Brasileiros Cardiovasculares. REgistro do pacientes de Alto risco Cardiovascular na prática clínica

Síntese do Trabalho ANGINA REFRATÁRIA NO BRASIL O DESAFIO DA BUSCA POR NOVAS ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS E PELA MELHORIA NA

Papel do IIb IIIa. Dr. Miguel Antonio Moretti. Unidade Clínica de Emergência, Instituto do Coração, HC, FMUSP, São Paulo, Brasil

NT NATS HC UFMG 51/2015

Abordagem intervencionista na síndrome coronária aguda sem supra do segmento ST. Roberto Botelho M.D. PhD.

Sumário das Evidências e Recomendações sobre o uso de angioplastia percutânea com ou sem stent no tratamento da estenose da artéria vertebral

Programação Preliminar do 71º Congresso Brasileiro de Cardiologia

Click to edit Master title style

Anticoagulação peri-procedimento: o que sabemos e o que devemos aprender? Luiz Magalhães Serviço de Arritmia - UFBA Instituto Procardíaco

Artigo. de CARDIOLOGIA do RIO GRANDE DO SUL. Daniel Medeiros Moreira*, Vinícius Daudt Morais**, Oscar Pereira Dutra***

HIPERTENSÃO ARTERIAL

Antiagregantes Plaquetários na Prevenção Primária e Secundária de Eventos Aterotrombóticos

Artigo de Revisão. Gilmar Valdir Greque 1, Ralf Karbstein 2, Marcus Vinicius Burato Gaz 2, Carlos Vicente Serrano Jr. 3

E APÓS UM INFARTO DO CORAÇÃO, O QUE FAZER? Reabilitação Cardiovascular

Avaliação de Tecnologias em Saúde

ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO CARDIOVASCULAR

Lesões de Tronco de Coronária Esquerda

Uso de antiagregantes plaquetários no tratamento do diabetes mellitus

LINHA DE CUIDADO EM CARDIOLOGIA PNEUMOLOGIA E DOENÇAS METABÓLICAS

Câmara Técnica de Medicina Baseada em Evidências

Resultados da Intervenção Coronária Percutânea Primária em Pacientes do Sistema Único de Saúde e da Saúde Suplementar

Análise dos Resultados do Atendimento ao Paciente com Infarto Agudo do Miocárdio com Supradesnivelamento do Segmento ST nos Períodos Diurno e Noturno

Sessão Interativa. Atualizações do Protocolo de Dor Torácica

Boletim Científico. Eur J Cardiothorac Surg 2014;46: doi: /ejcts/ezu366.

Hipertensão arterial e insuficiência cardíaca

Controle da frequência cardíaca na Fibrilação Atrial

Enfarte agudo do miocárdio

TESTOSTERONA E DOENÇA CARDIOVASCULAR

ria: Por Que Tratar? Can Dr. Daniel Volquind TSA/SBA

Atraso na admissão hospitalar de pacientes com acidente vascular cerebral isquêmico: quais fatores podem interferir?

URGÊNCIA E EMERGÊNCIA. Prof. Adélia Dalva

Transcrição:

Estudo comentado Nº. 1 2011 PLATO Comentado por: José Carlos Nicolau

PLATO José Carlos Nicolau Professor Associado da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP); Diretor da Unidade de Coronariopatia Aguda do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas - USP. CRM-SP: 21.038 2

PLATO Introdução Existem vários mecanismos de agregabilidade plaquetária, sobre os quais atuam diferentes antiplaquetários. Dos antiplaquetários tradicionais, o ácido acetilsalicílico (AAS) bloqueia a ciclo-oxigenase e, no final da cascata, também a produção do tromboxane A2, um potente indutor da agregabilidade plaquetária; já o clopidogrel inibe, de forma irreversível, a ação do ADP, via bloqueio de seu receptor específico, o P2Y12 1. Entretanto, há muito se sabe que o clopidogrel apresenta várias limitações, como, por exemplo, lento início de ação e grande variabilidade de resposta individual, que se relacionam fundamentalmente ao seu complexo mecanismo de absorção e metabolismo, interações medicamentosas e presença de polimorfismos relacionados basicamente ao CYP2C19 2. Essas constatações apontaram para a necessidade de serem desenvolvidos novos produtos que apresentassem fundamentalmente, em re lação ao clopidogrel, maior rapidez de início de ação, maior bloqueio médio da agregabilidade e menor variabilidade interindividual. O prasugrel e o ticagrelor, que preenchem essas características, já estão aprovados em nosso meio e em diversos outros países. O ticagrelor, primeiro bloqueador oral reversível do ADP testado em um grande estudo de fase III, é o alvo deste resumo. O estudo PLATO No estudo PLATO (PLATelet inhibition and foram incluídos 18.624 pacientes portadores de coronariopatia aguda, com ou sem supradesnível de segmento ST, randomizados para utilizar clopidogrel ou ticagrelor nas primeiras 24 horas do evento agudo. A meta primária de eficácia foi a análise das incidências do desfecho composto de óbito cardiovascular, (re)infarto ou acidente vascular cerebral, e o desfecho primário de segurança levou em conta as incidências de sangramento maior nos dois grupos analisados. Os desfechos secundários pré-especificados incluíam análises isoladas de cada um dos componentes do desfecho primário, além de mortalidade global. Os pacientes foram seguidos por até um ano 2. Os resultados iniciais do estudo foram publicados em 2009 3. Os dados obtidos, no que se refere ao desfecho primário, estão sumarizados na Figura 1. Como se pode notar, ao final do seguimento, demonstrou- 3

PLATO se diminuição significativa na incidência de eventos a favor do grupo ticagrelor, com um NNT de apenas 54, o que significa que, para cada 54 pacientes tratados com ticagrelor, em relação ao clopidogrel, pode-se esperar a diminuição de um evento. Importante salientar que os benefícios se manifestam precocemente, com diminuição significativa na incidência do desfecho primário já nos primeiros 30 dias de evolução (hazard ratio = 0,88; P = 0,046), com as curvas continuando a se separarem depois dos 30 dias iniciais, até o final do seguimento (hazard ratio = 0,80; P< 0,001). Em relação à incidência de sangramentos maiores (desfecho principal de segurança do estudo), contrário às expectativas, não se encontraram diferenças significativas entre os grupos, tanto levando-se em conta a definição do próprio estudo, quanto a definição do grupo TIMI, ou mesmo transfusão sanguínea. Alguns dos resultados mais relevantes relacionados aos desfechos secundários pré-especificados estão sumarizados na Tabela 1. Como se pode notar o ticagrelor, em relação ao clopidogrel, diminuiu de forma significativa a incidência de (re) infarto e de óbito cardiovascular (NNT = 91); ademais, diminuiu, também de forma significativa (P = 0,0003), a incidência de óbito por qualquer causa, com NNT de apenas 71,4. Finalmente, saliente-se que o ticagrelor mostrou-se claramente eficaz na diminuição de trombose de stent (diminuição de 33% na incidência de trombose definitiva; P = 0,009). Do ponto de vista de sangramento, detectou-se aumento Figura 1. Desfecho primário de eficácia (morte por causa cardiovascular, infarto ou acidente vascular cerebral. Incidência cumulativa (%) 13-12 - 11-10 - 9-8 - 7-6 - 5-4 - 3-2 - 1-0 - Clopidogrel Ticagrelor p=0.0003 HR 0.84 (IC 95% 0.77-0.92) RRR=16%, RRA=1.87%, NNT=54 11,7 9,8 0 60 120 180 240 300 360 No. sob risco Dias após a randomização Ticagrelor Clopidogrel 9333 9291 8628 8521 8460 8362 8219 8124 6743 6743 5161 5096 4147 4047 4 K-M=Kaplan-Meier; HR=hazard ratio; IC=intervalo de confiança Wallentin et al, NEJM 2009;361:1045

significativo na incidência do mesmo, no grupo ticagrelor, quando se excluiu sangramento relacionado à cirurgia (NNT = 143; P = 0,0264). Dentre os efeitos colaterais mais comumente notados, salienta-se a incidência de dispneia, que foi significativamente maior (13,8%) no grupo ticagrelor, em relação ao grupo clopidogrel (7,8%; P < 0,001). Entretanto, é importante recordar que esse efeito costuma ser precoce e transitório, levando à suspensão do tratamento em menos de 1% dos casos (0,9% no grupo ticagrelor e 0,1% no grupo clopidogrel). Por outro lado, em busca ativa (monitorização contínua), notou-se, no grupo ticagrelor, aumento significativo na incidência de pausas ventriculares, durante a primeira semana de tratamento. Esses fenômenos geralmente foram assintomáticos, ocorrendo fundamentalmente durante o período noturno, e não se correlacionaram com eventos clínicos, como síncope, necessidade de marca-passo ou parada cardíaca. Nas análises realizadas após 1 mês de tratamento não foram detectadas diferenças significativas entre os grupos, no que se refere a fenômenos bradicárdicos 4. Algumas publicações analisaram em detalhes subgrupos pré-especificados e, de maneira geral, mostraram resultados muito similares aos obtidos na população global: 1. subgrupo invasivo 5 : diminuições significativas nas incidências do desfecho primário (P = 0,0025), óbito cardiovascular (P = 0,025), mortalidade global (P = 0,010), (re)infarto (P = 0,002), trombose provável/definitiva de stent Tabela 1. Desfechos maiores de eficácia Todos os pacientes Ticagrelor (n=9333) Clopidogrel (n=9291) HR para ticagrelor (IC 95%) Valor de p Objetivo primário, n(%/a) Morte CV+IAM+AVC 864 (9.8) NNT=53 1014 (11.7) 0.84 (0,77-0.92) 0.0003 Objetivos secundários, n(%/a) Morte total + IM +AVC 901 (10.2) NNT=48 1065 (12.3) 0.84 (0.77-0.92) 0.0001 Morte CV + IM + AVC + isquemia severa + recorrente + AIT + trombo arterial 1290 (14.6) 1456 (16.7) 0.88 (0.81-0.95) 0.0006 IM 504 (5.8) 593 (6.9) 0.84 (0.75-0.95 0.0045 Óbito CV 353 (4.0) NNT=91 442 (5.1) 0.79 (0.69-0.91 0.0013 AVC 125 (1.5) 106 (1.3) 1.17 (0.91-1.52) 0.2249 Óbito qualquer causa 399 (4.5) NNT=71 506 (5.9) 0.78 (0.69-0.89) 0.0003 Wallentin et al, NEJM 2009;361:1045 5 CV: cardiovascular; IAM: infarto agudo do miocárdio; AVC: acidente vascular cerebral; AIT: acidente isquêmico transitório IM: infarto do miocárdio

PLATO 6 (P = 0,01), sem diferenças significativas nas incidências de acidente vascular cerebral ou sangramento maior; 2. subgrupo com infarto agudo do miocárdio com supradesnível do segmento ST 6 : hazard ratios de 0,85 (P = 0,02), 0,82 (P = 0,04), 0,84 (P = 0,09), 0,61 (P = 0,01), 0,77 (P = 0,01), respectivamente, para o desfecho primário, mortalidade global, mortalidade cardiovascular, trombose de stent e (re)infarto, com incidências similares de sangramentos maiores nos dois grupos; 3. subgrupo com diabetes 7 : o ticagrelor foi melhor do que o clopidogrel em todos os parâmetros analisados e em pacientes com ou sem diabetes. Por exemplo, para o desfecho primário de eficácia, a P para interação (diabetes/não diabetes) foi de 0,49, o que significa que o ticagrelor foi melhor do que o clopidogrel independentemente da presença ou não de diabetes. Na mesma direção, a P para interação, no que se refere à mortalidade por qualquer causa, foi de 0,66, significando que ticagrelor diminui mortalidade, em relação ao clopidogrel, independentemente da presença ou não de diabetes; 4. subgrupo submetido à cirurgia de revascularização miocárdica 8 : hazard ratios de 0,84 (P = 0,029), 0,52 (P = 0,009) e 0,49 (P < 0,01), respectivamente, para o desfecho composto, óbito cardiovascular e óbito por qualquer causa; 5. subgrupo com polimorfismos 9 : demonstração do beneficio do ticagrelor em relação clopidogrel, independentemente da presença de polimorfismos (P para interação = 0,46 para o caso da presença ou não de polimorfismo relacionado ao CYP2C19). Portanto, o armamentário terapêutico disponível para tratamento de pacientes com coronrariopatia aguda vem melhorando de forma consistente há décadas, contribuindo significativamente para o aumento na expectativa de vida observado na nossa população. Sem dúvidas, o ticagrelor é uma opção bastante atraente dentro desse cenário de contínuo desenvolvimento. REFERÊNCIAS 1. Storey RF. Biology and pharmacology of the platelet P2Y12 receptor. Curr Pharm Des. 2006;12(10):1255-9. 2. James S, Akerblom A, Cannon CP, Emanuelsson H, Husted S, Katus H et al. Comparison of ticagrelor, the first reversible oral P2Y(12) receptor antagonist, with clopidogrel in patients with acute coronary syndromes: Rationale, design, and baseline characteristics of the PLATelet inhibition and patient Outcomes (PLATO) trial. Am Heart J. 2009;157(4):599-605. 3. Wallentin L, Becker RC, Budaj A, Cannon CP, Emanuelsson H, Held C et al. Ticagrelor versus clopidogrel in patients with acute coronary syndromes. N Engl J Med. 2009;361(11):1045-57. 4. Scirica B, Cannon C, Emanuelsson H, Michelson E, Harrington R, Husted S et al. The incidence of bradyarrhythmias and clinical bradyarrhythmic events in patients with acute coronary syndromes treated with ticagrelor or clopidogrel in the PLATO (Platelet Inhibition and Patients Outcomes) Trial. J Am Coll Cardiol. 2011;57(19):1908-16. 5. Cannon CP, Harrington RA, James S, Ardissino D, Becker RC, Emanuelsson H, Husted S, Katus H, Keltai M, Khurmi NS, Kontny F, Lewis BS, Steg PG, Storey RF, Wojdyla D, Wallentin L; PLATelet inhibition and patient Outcomes Investigators. Comparison of ticagrelor with clopidogrel in patients with a planned invasive strategy for acute coronary syndromes (PLATO): a randomised double-blind study. Lancet. 2010;375(9711):283-93. 6. Steg PG, James S, Harrington RA, Ardissino D, Becker RC, Cannon CP, Emanuelsson H, Finkelstein A, Husted S, Katus H, Kilhamn J, Olofsson S, Storey RF, Weaver WD, Wallentin L; PLATO Study Group. Ticagrelor versus clopidogrel in patients with ST-elevation acute coronary syndromes intended for reperfusion with primary percutaneous coronary intervention: A Platelet Inhibi-

tion and Patient Outcomes (PLATO) trial subgroup analysis. Circulation. 2010;122(21):2131-41. 7. James S, Angiolillo DJ, Cornel JH, Erlinge D, Husted S, Kontny F, Maya J, Nicolau JC, Spinar J, Storey RF, Stevens SR, Wallentin L; PLATO Study Group. Ticagrelor vs. clopidogrel in patients with acute coronary syndromes and diabetes: a substudy from the PLATelet inhibition and patient Outcomes (PLATO) trial. Eur Heart J. 2010;31(24):3006-16. 8. Held C, Asenblad N, Bassand JP, Becker RC, Cannon CP, Claeys MJ et al. Ticagrelor Versus Clopidogrel in Patients With Acute Coronary Syndromes Undergoing Coronary Artery Bypass Surgery Results From the PLATO (Platelet Inhibition and Patient Outcomes) Trial. J Am Coll Cardiol. 2011;57(6):672-84. 9. Wallentin L, James S, Storey RF, Armstrong M, Barratt BJ, Horrow J, Husted S, Katus H, Steg PG, Shah SH, Becker RC; PLATO investigators. Effect of CYP2C19 and ABCB1 single nucleotide polymorphisms on outcomes of treatment with ticagrelor versus clopidogrel for acute coronary syndromes: a genetic substudy of the PLATO trial. Lancet. 2010;376(9749):1320-8. Planmark Editora Ltda. Rua Basílio da Cunha, 891 - Vila Mariana - São Paulo - SP - CEP 01544-001 - Tel.: (11) 2061-2797 E-mail: atendimento@editoraplanmark.com.br 2011 Planmark Editora Ltda. Todos os direitos reservados. OS 2366 Diretora executiva: Marielza Ribeiro, Gerente editorial: Karina Ribeiro, Coordenador editorial: Alexandre Barros, Executivo de contas: Fábio Leal, Criação: Carlos Alberto Martins, Diagramação: Yuri Fernandes/Paulo Henrique. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida ou transmitida, sejam quais forem os meios empregados, sem a autorização prévia por escrito da Planmark Editora Ltda. O conteúdo desta publicação é de responsabilidade exclusiva de seu(s) autor(es) e não reflete necessariamente a posição da Planmark Editora Ltda. www.editoraplanmark.com.br

1621450 Produzido em junho / 2011