PREVENÇÃO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES
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- Joaquim da Mota Sanches
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1 PREVENÇÃO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES Dra Fabrícia de Oliveira Assis Cantadori Cardiologista do HUJM Cuiabá, maio de 2015 UFMT
2 PREVENÇÃO É procurar e utilizar métodos para prevenir doenças e/ou suas complicações, aplicáveis em uma população ou em um indivíduo. Ela é feita em três estágios ou etapas: Prevenção Primária: É a prevenção de uma doença, em uma população ou no indivíduo, que ainda não é portador da doença. Prevenção Secundária: É fazer prevenção em uma população ou indivíduo que já é portador da doença, mas não sabe e mesmo não tem sintomatologia dela. Prevenção Terciária: É agir em uma população ou em um indivíduo já portador da doença e com manifestações desta.
3 PREVENÇÃO É um dos temas mais importantes e atuais no mundo todo. Isso acontece porque as doenças circulatórias, representadas pelo derrame e pelo infarto agudo do miocárdio, expressam um alto impacto na mortalidade da população brasileira, correspondendo a 32% dos óbitos em 2002, o equivalente a mortes.
4 DADOS ESTATÍSTICOS Óbitos por doença cardiovascular no Brasil: 34% Colesterol elevado: 42% dos adultos brasileiros Fumantes: 35,85% Obesos: 32% Hipertensos: 15%
5 MORTALIDADE CARDIOVASCULAR Japão: menor mortalidade por doença cardiovascular no mundo índice de 42 óbitos/ habitantes Brasil - Proporção de 160 óbitos/ hab mil óbitos anuais no Brasil, representando 820 óbitos por dia - 3 doenças que mais matam: Infarto Agudo do Miocárdio, Insuficiência Cardíaca e Acidente Vascular Cerebral - 3 maiores causas de internações hospitalares: Circulatórias, Respiratórias e Digestivas Mundo: > 17 milhões de mortes por ano <=> 1/3 de todas as mortes anuais Mudar as estatísticas significa mudar, para melhor, a qualidade de vida
6 FATORES DE RISCO O primeiro passo da mudança é a identificação dos fatores de risco Fator de Risco: São causas e fatores agravantes das doenças. São causas diretas de uma determinada doença, bem como indicador de probabilidade, predição e prognóstico. É um fenômeno contínuo. Muitos desses fatores não geram sintomas num curto espaço de tempo.
7 TODAS AS DOENÇAS CARDIOVASCULARES APRESENTAM FATORES DE RISCO EM COMUM: Obesidade. Hipertensão arterial: fator bastante presente na população brasileira. Diabetes: decorrente tanto do envelhecimento da população quanto do aumento da obesidade. Colesterol elevado: sobretudo se for o LDL. Triglicérides
8 TODAS AS DOENÇAS CARDIOVASCULARES APRESENTAM FATORES DE RISCO EM COMUM: Tabagismo: fator diretamente relacionado a infartos, derrame e ao câncer de pulmão. Stress: decorrente do ritmo de vida e mesmo da poluição das grandes cidades. Sedentarismo: que é um fator agravante de todos os outros risco descritos. Histórico familiar: 25% dos pacientes apresentam casos semelhantes na família.
9 A melhora da qualidade de vida e a redução dos fatores de risco passa por: * Identificação desses fatores * Mudança de hábitos: exercícios e alimentação * Acompanhamento médico regular O controle dos fatores de risco torna-se primordial para reduzir as elevadas taxas atuais de incidência de doenças cardiovasculares. Deve-se sempre prestar atenção a qualquer sintoma de problema cardiológico, buscando o atendimento e acompanhando quando houver alguma manifestação. Somente os esforços combinados de saúde pública para toda a população, com os esforços clínicos dos médicos, para com seus pacientes e familiares de alto risco, poderão controlar as doenças cardiovasculares.
10 IDADE DE INÍCIO DA AVALIAÇÃO CARDIOVASCULAR Fonte: Adaptada de New Zealand Guidelines Group.
11 EXAMES COMPLEMENTARES A evidência é insuficiente para os demais fatores de risco propostos na literatura, como proteína C-reativa, homocisteína, lipoproteina (A), escore de calcificação da artéria coronária e outros. RECOMENDA-SE NÃO UTILIZÁ-LOS COMO FATORES DE RISCO NA AVALIAÇÃO DE RISCO CARDIOVASCULAR
12 PRÁTICAS PREVENTIVAS NÃO FARMACOLÓGICAS
13 INTERVENÇÕES COM CLASSE DE RECOMENDAÇÃO E NÍVEL DE EVIDÊNCIA
14 CONTROLE DE PESO Índice de massa corporal: 18,5 a 24,9 kg/m². Circunferência da cintura (medida horizontal na crista ilíaca): homens < 101,6 cm mulheres < 88,9 cm. Avaliar o índice de massa corporal e/ou da circunferência da cintura em cada visita e incentivar a manutenção do peso por meio de um equilíbrio adequado de atividade física e ingestão calórica. Circunferência abdominal (linha do umbigo) 88,9 cm nas mulheres e 101,6 cm nos homens, iniciar mudanças de estilo de vida. O objetivo inicial da terapia da perda de peso deve ser a redução do peso corporal em cerca de 10% do valor basal. I (B)
15 TABAGISMO Cessação completa. Nenhuma exposição à fumaça ambiental de tabaco. Pergunte sobre uso do tabaco a cada visita; aconselhe para o uso do tabaco; avalie e desenvolva um plano de caso tenha vontade de parar de fumar. Organize o acompanhamento, o encaminhamento para programas especiais, ou a farmacoterapia (incluindo reposição de nicotina e bupropiona). Evitar a exposição à fumaça ambiental do tabaco no trabalho e em casa. I (B).
16 ALIMENTAÇÃO Dieta rica em nutrientes e baixo risco cardiovascular Dieta rica em frutas e legumes; Escolher consumir peixes, pelo menos duas vezes por semana, para limitar a ingestão de gordura saturada, colesterol, álcool, sódio e açúcar, Evitar os ácidos gordos trans. I (B). Fonte: Adaptada de Mosca e colaboradores e Smith e colaboradores.
17 PRÁTICAS PREVENTIVAS FARMACOLÓGICAS Atualmente a terapêutica das doenças cardiovasculares é dirigida quase que em sua totalidade para a prevenção secundária e terciária, ou seja, dirigida a uma população que já tem a doença, mas sem manifestações clínicas (o chamado assintomático) e a uma população já doente com manifestações e complicações, que naturalmente é um percentual bem menor que os sadios, mas seguramente com idade mais avançada.
18 PRÁTICAS PREVENTIVAS FARMACOLÓGICAS Não há evidência de uso de qualquer medicação como prevenção primária para doença cardiovascular. Deve-se utilizar ácido acetilsalicílico em pessoas que apresentam doença cardiovascular clínica estabelecida. O uso de estatinas deve ser reservado para pessoas com doença cardiovascular estabelecida. Para pessoas com alto risco cardiovascular, porém sem doença cardiovascular clínica estabelecida, não está claro o benefício e há riscos no uso de estatinas e ácido acetilsalicílico. AAS E ESTATINAS APENAS PARA PREVENÇÃO SECUNDÁRIA
19 CONCLUSÃO É importante que os profissionais da saúde se conscientizem da importância da medicina preventiva para as doenças crônico-degenerativas pois, com os conhecimentos atuais, ela pode ser realizada com efetividade e eficácia, principalmente, se os Órgãos Públicos e as Entidades Médicas aplicarem seus esforços na preservação da saúde, ou seja, investirem na saúde, melhorando a qualidade de vida e encurtando o período da doença.
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