ORGANIZAÇÃO DE AGRICULTORES FAMILIARES DE CAMPINAS: UM PROJETO DE EXTENSÃO COMUNITÁRIA



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Transcrição:

ORGANIZAÇÃO DE AGRICULTORES FAMILIARES DE CAMPINAS: UM PROJETO DE EXTENSÃO COMUNITÁRIA Nilson Antônio Modesto Arraes Adriana Ferrer Martins Heidy Silveira Ferrari Jeferson Lobato Fernandes Juliana Arruda RESUMO Neste artigo busca-se descrever as atividades realizadas em um projeto de extensão comunitária desenvolvido como formação teórica e prática em extensão, de estudantes de graduação da Universidade Estadual de Campinas. Este projeto foi concebido de forma a propiciar a aproximação de alunos e professores junto ao meio rural de Campinas para que, em contato com a comunidade, pudessem ser identificadas demandas e fossem buscadas possíveis soluções. O objetivo geral do projeto foi contribuir com a organização de comunidade/região rural região rural do Descampado em Campinas - de forma a auxiliá-los na análise e constituição de uma associação de produtores/moradores. O projeto foi estruturado em três fases: a preparação da equipe, o planejamento das ações e sua execução. Ao final do artigo são feitas algumas considerações visando orientar outras iniciativas da mesma natureza. Palavras-chave: organização rural, extensão comunitária, práticas participativas INTRODUÇÃO O trabalho ora descrito é o registro de um projeto de Extensão Comunitária da Faculdade de Engenharia Agrícola (FEAgri) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), denominado Organização Rural dos Agricultores Familiares de Campinas. Este projeto foi realizado num bairro rural pertencente ao município de Campinas, e teve a duração de um ano, ocorrido no período de agosto de 2002 a julho de 2003. A universidade pública, de maneira simplificada, tem suas ações apoiadas no tripé : Pesquisa, Ensino e Extensão. Uma das formas de extensão realizada pela UNICAMP é a extensão comunitária, a qual permite o estreitamento do contato da universidade com a sociedade, possibilitando que pessoas integrantes do meio acadêmico vivenciem realidades e problemas

2 existentes na sociedade, neste caso, as comunidades rurais, e que estas tenham a possibilidade de obter informações oriundas da universidade. Este tipo de aproximação beneficia tanto a universidade através da complementação na formação acadêmica dos alunos como a sociedade através do contato com informações do meio acadêmico. Este projeto insere-se neste contexto com o intuito de aproximar os alunos e professores participantes com uma comunidade rural de Campinas, tendo como justificativa geral o aprendizado que esta aproximação proporciona a ambas as partes. Contando com a voluntariedade de 4 alunos, três professores da área de Planejamento e Desenvolvimento Rural Sustentável da Faculdade de Engenharia Agrícola, lançaram a idéia de coordenar um grupo de alunos, sem restrição de curso ou instituição, que, juntamente com a comunidade, pudessem promover a organização rural. Vale lembrar que este projeto, através da utilização de práticas participativas, teve a preocupação de não se transformar, com a aproximação entre o grupo e a comunidade, em uma relação de imposição de um conhecimento, mas sim numa construção mútua, cada parte com sua contribuição, pois segundo Paulo Freire (1986): REVISÃO BIBLIOGRÁFICA no processo de aprendizagem, só aprende verdadeiramente aquele que se apropria do aprendido, transformando-o em apreendido, com o que pode, por isso mesmo, reinventá-lo; aquele que é capaz de aplicar o aprendido-apreendido a situações existenciais concretas. Pelo contrário, aquele que é enchido por outros de conteúdos cuja inteligência não percebe, de conteúdos que contradizem a própria forma de estar em seu mundo, sem que seja desafiado, não aprende. Para melhor compreensão das atividades realizadas neste projeto, é necessário definir alguns conceitos que foram utilizados, tais como planejamento participativo, processo educativoparticipativo de extensão rural e pesquisa-ação. O tema Planejamento Participativo apresenta-se como uma tendência de proposta de ferramenta para se intervir na realidade. Ele foi desenvolvido para instituições, grupos e movimentos que não têm como primeira tarefa ou missão aumentar o lucro, competir e sobreviver, mas sim contribuir para a transformação da realidade social. (GANDIN, 2004) Para que isto seja possível, deve-se realizar um processo onde a participação de todos os envolvidos seja realmente efetiva. Segundo Gandin (2004), existem alguns tipos ou níveis de participação. São eles: Nível de colaboração onde um agente externo, chama as pessoas para trazerem suas contribuições para o alcance de um objetivo previamente estipulado, o que faz com que as pessoas trabalhem e se esforcem, sem discutir quais benefícios advirão deste trabalho.

3 Nível de decisão vai além da colaboração e tem aparência democrática mais acentuada, mas em geral são decididos aspectos menores, desconectados da proposta mais ampla, e a decisão se realiza como escolhas entre alternativas já traçadas, sem afetar o que realmente importa. Nível de construção em conjunto Embora na prática seja pouco comum, a construção em conjunto acontece quando o poder de decisão está com as pessoas, independentemente das diferenças menores e fundamentado na igualdade real entre elas.

Atualmente, uma nova atuação da extensão rural vem sendo traçada, onde procura-se analisar, além das questões de produção agrícola, as diversidades e características da população ou região em questão, realizando-se um trabalho de gestão social, onde os protagonistas deste processo sejam os próprios agricultores familiares. O processo de intervenção em uma comunidade rural pode assumir nas palavras de Etges (2001), um caráter convencional/tutorial ou educativo/participativo. Na intervenção convencional, a comunidade escolhida para a ação normalmente é uma comunidade não diferenciada, com grupos com interesses não comuns entre si. Neste caso o diagnóstico (identificação de problemas e suas causas), o estabelecimento de soluções e a avaliação das ações executadas cabem ao agente externo que exerce um papel tutorial, enquanto aos membros da comunidade só cabe o papel passivo de execução das ações prescritas pelo agente externo. Tem-se então uma participação no nível colaboração ou decisão. Já na abordagem participativa, a comunidade escolhida para ação é composta de grupos com interesses comuns e cabe ao agente externo o papel educacional, onde este identifica os grupos com interesses comuns, promove a organização inicial do grupo e orienta a identificação dos problemas, sendo que o diagnóstico (identificação dos problemas e suas causas), o estabelecimento de soluções, a avaliação das ações executadas e a busca de novos caminhos ficam a critério dos membros da comunidade, que agem ativamente. Neste caso realiza-se uma construção em conjunto. Com a participação no nível de construção em conjunto, consegue-se consolidar um processo de planejamento em que todos, com seu saber próprio, com sua consciência, com sua adesão específica, organizam seus problemas, suas idéias, seus ideais, seu conhecimento da realidade, suas propostas e suas ações. Todos crescem juntos, transformam a realidade, criam o novo, em proveito de todos e com o trabalho coordenado. Dentro deste contexto, para Ciqueira & Schaum (2000) surge o tema pesquisa-ação, que na afirmação de Thiollent (1997), é um tipo de pesquisa social concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo. Toda pesquisa-ação possui um caráter participativo, de construção em conjunto, pelo fato de promover uma interação direta entre os pesquisadores e os participantes representativos (agricultores familiares) da situação ou do problema. Através deste processo, o grupo de agricultores que o está vivendo, adquire um conhecimento e uma consciência crítica da dinâmica de transformação para que possa assumir, de forma cada vez mais clara e autônoma o seu papel de protagonista e ator social. Para que uma instituição de pesquisa tecnológica interfira em comunidades de agricultores familiares, é necessária inicialmente a realização de um diagnóstico preliminar para identificar possíveis problemas e suas priorizações.

Confirmada a necessidade e o interesse dos agricultores, é preciso que a instituição pesquisadora esclareça para os mesmos sobre seus objetivos, antes que qualquer decisão de intervir com a metodologia da pesquisa-ação. (CIQUEIRA & SCHAUM, 2000) Para o projeto poder atingir os objetivos, e que os detalhes não se tornem transtornos, o planejamento do projeto deve ser cuidadoso, seguindo alguns passos: seleção da região ou comunidade, diagnóstico participativo, construção de um plano de ação. Na fase de seleção da comunidade, em que o projeto estará atuando, é importante ter-se conhecimento sobre a existência de técnicos de outras instituições e seu envolvimento na área, para saber se outros projetos ou serviços estão sendo prestados na região. Para Ciqueira & Schaum (2000), além disso alguns critérios devem ser considerados para que a região seja escolhida: Público deve ser na sua maioria agricultores familiares; O objeto de estudo deve ser representativo para a vida da comunidade e viável economicamente; Os agricultores devem estar interessados; Deve haver (ou ser criado) um pequeno grupo de interlocutores entre os agricultores, com o objetivo de facilitar as trocas de informações entre as pessoas da comunidade e entre os pesquisadores e agricultores. Ainda segundo os autores Ciqueira & Schaum (2000), algumas situações são indesejáveis nesta fase: A comunidade rural estar localizada em áreas de plantios de monocultura (pois caracterizam-se mais como celeiro de mão-de-obra para grandes estabelecimentos); Não existir consciência dos resultados a que se propõem projetos de extensão (no caso da comunidade escolhida estar acostumada a receber favores paternalistas e filantrópicas); A comunidade ter influência de grandes agricultores, que vêem seus interesses ameaçados pelo grau de consciência ou de organização que os agricultores possam adquirir. A fase do diagnóstico participativo, denominado também de auto-conhecimento, é entendido, por Demo (1995), como confluência entre conhecimento científico e saber popular onde o conhecimento científico é fundamental, mas instrumental e somente se torna útil à comunidade se for digerido por ela como auto-diagnóstico. Este conhecimento científico é importante para a resolução dos problemas levantados pela comunidade, mas não é o suficiente para esgotar a realidade e o problema. Sendo assim, no diagnóstico participativo temos a própria comunidade selecionando o seu problema,

reconhecendo sua própria situação, organizando-se para obter os dados e tirar suas próprias conclusões, exercendo a todo o momento seu poder de decisão, e utilizando sua experiência para realizar um trabalho comum. O diagnóstico é realizado através de um conjunto de passos. São eles: Exposição preliminar dos objetivos do projeto para a comunidade; Identificação dos problemas que os agricultores consideram importantes para estudar e solucionar, sendo muito importante que todos os problemas sejam realmente selecionados pela comunidade, conforme seus desejos e necessidades e nunca sejam impostos pela equipe pesquisadora; Identificação de causas e conseqüências destes problemas e como os agricultores têm tentado solucioná-los. Hierarquização dos problemas ou temas, definindo prioridades; Estudo de possíveis soluções; Escolha do tema a ser trabalhado pela comunidade e equipe de pesquisa; Escolhido o tema a ser trabalhado, traça-se um plano de ação, seguindo de sua execução e posterior avaliação das ações e do projeto como um todo. (CIQUEIRA & SCHAUM, 2000) OBJETIVO GERAL. Promover a organização rural. OBJETIVOS ESPECÍFICOS. Mobilizar os produtores familiares. Criar um ambiente favorável ao fortalecimento dos laços comunitários e da troca de informações entre os produtores. ÁREA DE ESTUDO. O município de Campinas, localizado no estado de São Paulo, é o terceiro maior centro urbano do Estado, com aproximadamente 37.000.000 habitantes e uma área total de 797,6 Km 2. Porém dados do Plano Municipal de Desenvolvimento Rural (2000) revelaram que apesar da alta taxa de urbanização do município, 52% da área total pertencem a zona rural e apenas 3% de sua população reside no campo. O Plano ainda aponta que as áreas rurais do município enfrentam problemas de diferentes naturezas, tais como: o uso inadequado de insumos, dificuldades na colheita e pós-colheita, dificuldades na comercialização, dificuldades no gerenciamento agrícola, crédito rural

inadequado, desconhecimento de alternativas do agronegócio, infraestrutura deficiente, necessidade de organização comunitária e associativismo. O Levantamento Censitário de Unidades de Produção Agropecuário (LUPA da SAASP/CATI, 1996) mostrou que do total de unidades de produção do município, 24% correspondem a unidades de produção de agricultura familiar. Após um estudo preliminar do município através de mapas e dados secundários, e o contato com organizações que atuam no meio rural de Campinas, especialmente o Grupo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Segurança Alimentar (GDR/CEASA) e o Sindicato Rural, através da Oficina 1 Conhecendo o Rural de Campinas (convite anexo 1), foram realizadas visitas (Rurais Tour s) a diferentes regiões rurais propiciando contato com os produtores e as diferentes paisagens rurais. Os rurais tour s I e II passaram pelas regiões de Carlos Gomes, Pedra Branca, Souzas, Joaquim Egídio, Fogueteiro e Descampado. A área escolhida para a realização do trabalho foi a região rural do Descampado, localizada próxima ao aeroporto de Viracopos, cuja via de acesso é a SP 330, na altura do Km 85. Dentre os fatores que contribuíram para a escolha, destacam-se o interesse da prefeitura em criar canais de comunicação com a comunidade por meio de suas organizações, a existência de um pequeno grupo de produtores que estavam motivados a criar canais de comunicação com a prefeitura para fomentar ajuda na solução de problemas da região e a relativa uniformidade dos sistemas de produção (produtores familiares de frutas) potencialmente assemelhando os interesses individuais. MÉTODO E TÉCNICAS. Plano de trabalho. Tendo em vista o objetivo geral do projeto de extensão, qual seja promover a organização rural, e entendendo que a organização não se justifica por si própria, mas adquire sentido quando articulada a uma intenção de ação coletiva (manifestada neste projeto pelo interesse em criar canais de comunicação com a prefeitura para demandar ajuda na solução de problemas da região), duas questões orientaram a elaboração do plano: A primeira, de natureza instrumental, refere-se a qual(is) atividade(s) poderia(m) instrumentar a ação coletiva almejada pela comunidade? A segunda, de natureza substantiva, refere-se a como promover a organização rural no contexto de instrumentação desta ação coletiva? Norteadas por estas questões, três atividades foram planejadas, constituindo o plano de trabalho do projeto: Primeira atividade contato, pré-avaliação de interesse e convite à mobilização.

8 A partir de uma amostra de produtores da região, realizar entrevistas, utilizando um roteiro semiestruturado e visando, instrumentalmente: a) Fazer uma pré-avaliação amostral do interesse dos membros da comunidade em realizar a ação, apontada inicialmente por um grupo mais restrito e organizado da comunidade; interesse que pode manifestar-se tanto potencialmente, por meio de semelhanças do perfil sócio-econômico das famílias de produtores da região e de seus sistemas de produção e comercialização, quanto concretamente, contido na verbalização de interesse dos entrevistados; b) Colocar a equipe do projeto em contato com a comunidade, avaliando a suscetibilidade da mesma em contar com a colaboração de uma equipe externa a ela na instrumentação desta ação; c) Convidá-los a participar de uma oficina de diagnóstico para identificação das demandas de interesse comuns à região, solicitando a multiplicação do convite aos vizinhos. Sob o aspecto substantivo, esta primeira atividade visava diagnosticar o nível de organização da região. Não se tratava de verificar a existência de organização formal, a exemplo de associações, uma vez que já se sabia de antemão que não existia na região, mas de identificar a existência de relações motivadas pela origem das famílias que historicamente foram ocupando a região, por parentesco, por afinidades religiosas, ou pelo trabalho (mutirões para construir, para cultivar, para comprar ou vender). A presença destas relações, além de contribuir para a constituição de uma identidade comunitária da região, também podem facilitar a constituição de organizações formais ou mesmo a instrumentar a ação de organizações informais; Segunda atividade oficina de diagnóstico participativo. Contando com a presença dos convidados e utilizando um roteiro de diagnóstico participativo, a oficina visava: a) Estabelecer, conjuntamente, as demandas comuns prioritárias a serem reivindicadas à administração municipal; b) Definir a forma de encaminhar as demandas priorizadas e no que a equipe extensionista poderia contribuir neste encaminhamento. Sob o aspecto substantivo, esta atividade buscava promover o estreitamento ou intensificação dos laços comunitários entre os produtores/moradores por meio do diálogo e da negociação, na identificação de interesses comuns. Terceira atividade encaminhamento de demandas Definido a atividade com que a equipe extensionista poderia contribuir no encaminhamento das demandas, esta atividade visava:

9 a) organizar esta atividade e realizá-la, garantindo o envolvimento da comunidade, tanto na organização como na sua realização. Sob o aspecto substantivo, esta atividade, da mesma forma que a anterior, buscava promover o estreitamento ou intensificação dos laços comunitários entre os produtores/moradores por meio, neste caso, da organização e realização de atividade almejada pela própria comunidade. As técnicas de entrevista e das oficinas participativas. Embora na primeira atividade não tenha havido a preocupação em sistematizar um conjunto de informações sobre os produtores e suas produções, mas formar uma idéia geral sobre eles, mesmo assim recorreu-se à literatura sobre técnicas de entrevista para se buscar orientação não só sobre os tipos de questionário e a formulação de questões, mas também sobre a relação entrevistador-entrevistado. Dentre os textos consultados, destacamos os apontamentos de aula de ARRAES (2002) e os livros BLANCHET et all. (1989), VINACUA (1989), NOGUEIRA (1969), SELLTIZ et all. (1967) e GOODE e HATT (1969). Atenção especial foi dada à organização da oficina de diagnóstico. Novamente recorreu-se à literatura, desta vez sobre planejamento participativo, buscando orientação sobre o papel do diagnóstico no processo de planejamento, sobre como realizá-lo envolvendo a comunidade e, principalmente, garantindo seu compromisso com os resultados produzidos e sobre algumas técnicas ou práticas que ora cumprem a finalidade de estimular a socialização do grupo participante, ora de produzir o diagnóstico propriamente dito. Dentre os textos consultados, destacamos: GANDIN (2001), BROSE (2001) e GEILFUS (1997). RESULTADOS E DISCUSSÕES. Primeira atividade contato, pré-avaliação de interesse e convite à mobilização. A equipe começou a aproximar-se da região/comunidade por meio da família do Sr. João, Srª. Lourdes e o Sr. Edmar (pai, mãe e filho), este último já conhecido anteriormente numa reunião do CMDR 1, propiciando que a família dele recebesse a equipe do Projetão no rural tour II e representando a porta de entrada da equipe à comunidade. Com a ajuda deles, desenhou-se um croqui da região, delimitando-a e identificando propriedades, proprietários (arrendatários e meeiros) e, em alguns casos, o número do telefone. A partir deste croqui foram entrevistadas 9 famílias (de um total de aproximadamente 30), buscando estabelecer contato com os produtore/moradores, conhecer suas atividades, suas formas de sociabilização e demandas (apoiados por questionário) e sensibilizá-los à participação numa reunião para discutir problemas da região e caminhos para solucioná-los. Das 9 famílias entrevistadas constatou-se que 6 delas possuem laços familiares, constituindo um grande grupo familiar, o qual mudou-se para a região por ocasião do desmembramento de uma grande fazenda nos anos 30. Por afinidade religiosa, estas 9 famílias freqüentam missas dominicais em capela construída com o apoio financeiro destas família e em propriedade de uma 1 CMDR Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural (de Campinas)

10 delas. Todas as famílias cultivam frutas (figo, goiaba, manga e seriguela) e duas delas também criam porcos. Dentre as famílias entrevistadas, 7 delas possuem meeiros e/ou funcionários permanentes. Os laços familiares e as afinidades religiosas apresentam-se como fatores explicativos da proximidade entre as pessoas que compõem o pequeno grupo mais organizado que busca estreitar relações com a administração municipal. Todas as famílias entrevistadas mostraram-se suscetíveis ao envolvimento de equipe externa, onde foi considerada bem-vinda qualquer ajuda externa que contribua para aproximar as pessoas da região e chamar a atenção do poder público para os problemas locais. Os entrevistados também destacaram que, ultimamente, os moradores da região têm se isolado, assustados com a violência e concentrados nos trabalhos internos às propriedades. Segunda atividade oficina de diagnóstico participativo. Esta reunião, a Oficina de Diagnóstico (convite no anexo 2), foi elaborada com a finalidade de fortalecer os laços da comunidade por meio da criação de um ambiente para a construção/explicitação coletiva dos problemas da região e suas relações com o poder público e especular sobre a conveniência da constituição de uma associação local. Ela foi realizada em 12 de abril de 2003 e contou com a participação de 16 pessoas. Os temas (ou problemas) apontados foram (falta de) segurança, (falta de manutenção das) estradas e (ausência de) transporte (público), sendo considerados prioritários na região. Os participantes também apontaram que a natureza destes temas (ou problemas) requeria o apoio dos órgãos públicos para solucioná-los, para o qual o estreitamento do diálogo com o poder público foi considerado fundamental. Quanto à criação de uma associação, os participantes julgaram pertinente ter mais informações sobre como constituí-la e sobre as exigências em operacionalizá-la. Terceira atividade encaminhamento de demandas. Os resultados da Oficina de Diagnóstico já apresentavam os elementos que poderiam compor uma próxima reunião: envolver representante do poder público que pudesse discutir e encaminhar solução aos problemas priorizados e envolver integrante de alguma associação que pudesse descrever sua criação e funcionamento. Com base nestes elementos, organizou-se a Oficina de Execução (convite no anexo 3), contando com a presença da Srª. Sonia e o Sr. Nestor (GDR/CEASA), a Srª. Andréia (SEBRAE) e o Sr. Issao e a Srª. Lucia (Associação dos Produtores e Moradores do Bairro Pedra Branca e Região) e com a participação de 12 produtores da região. Ela ocorreu no dia 16 de junho de 2003 e nela foram discutidos e encaminhados os três problemas e os representantes da Pedra Branca - associação de um bairro rural vizinho ao Descampado - expuseram sua experiência.

11 Esta última oficina também foi um momento de despedida uma vez que ela encerrou as atividades do projeto no Descampado e do próprio Projetão 2. CONSIDERAÇÕES FINAIS. Nesta etapa do artigo buscou-se chamar a atenção para considerações que possam contribuir para o desenvolvimento de futuros trabalhos desta natureza e levantar questionamentos suscitados na auto-avaliação deste projeto de extensão. a) Em relação à mobilização da comunidade. Inicialmente avaliou-se que o número de participantes na Oficina de Diagnostico Participativo foi baixo, surtindo pouco efeito a estratégia de multiplicação dos convites pelos entrevistados, a qual havia sido proposta durante as visitas. Porém todos os produtores/moradores que haviam sido visitados pela equipe compareceram, para o que se atribuiu grande importância ao agente externo a comunidade no processo de mobilização de pessoas. Na atividade de encaminhamento de demandas, a participação foi um pouco menor, comparecendo parte do grupo de pessoas que estavam presentes à primeira oficina. Posteriormente, a auto avaliação do trabalho explicitou que dentro da comunidade e nas relações familiares existia uma divisão/especialização de tarefas, a qual não foi percebida inicialmente pela equipe do projeto. Ou seja, os participantes da primeira oficina eram líderes e/ou portavozes da comunidade e do grande grupo familiar observado nas visitas. A falta de percepção desta especialização de tarefas causou um descompasso na execução do trabalho pois (talvez) bastasse a participação dos lideres que representavam a comunidade na oficina de diagnóstico, enquanto (talvez) fosse mais significativo um maior envolvimento da comunidade na atividade de encaminhamento de demandas, quando estavam presentes os representantes da administração municipal. b)em relação aos tempos da comunidade Tratando-se de um trabalho de extensão comunitária, o qual teve como objetivo instrumental não impor formas e sim construir o trabalho junto, notou-se um descompasso de tempos entre a comunidade que buscava soluções dos problemas e a equipe. A equipe ficou surpresa com a 2 Mais recentemente obteve-se informação através de produtores do Descampado de que foi implantada uma linha de ônibus para a região, de que a Guarda Municipal Rural e Ambiental estendeu seu campo de rondas para a região do Descampado e de que a AR14 realizou manutenção sobre as estradas vicinais locais. Os produtores não constituíram uma associação; apenas um pequeno grupo, o mesmo do início de nossas visitas e o que estava sempre presente às oficinas, continua a preservar o diálogo com o poder público, participando inclusive de reuniões do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural (CMDR) e do Orçamento Participativo (OP) para a área rural. Destaca-se ainda, que o Projetão alcançou a mídia interna (Jornal da Unicamp) e externa (Informativo CEASA e Jornais) e que o mesmo esteve presente em alguns eventos, a exemplo do Workshop de Sistemas Locais de Segurança Alimentar, da Pré-conferência Municipal de Meio Ambiente no tema Agricultura e preservação do meio ambiente e da Universidade de Portas Abertas (UPA); no primeiro por meio de palestra e nos dois últimos por meio de pôsteres.

12 rapidez de articulação da comunidade com as instituições que buscava dialogar (Associação Pedra Branca e GDR). Embora a literatura de atividades extensionistas destaque o descompasso entre comunidades rurais e equipes de extensão, atribuindo maior lentidão às primeiras, notou-se que neste caso, a comunidade rural respondia mais rapidamente às possibilidades de diálogo com o poder público do que a equipe de extensionistas podia atender por estar vinculada a outras atividades acadêmicas. Possíveis justificativas para tal fato decorrem da urgência da comunidade em solucionar seus problemas, da facilidade de contato com o poder público e de um comportamento que segue mais um ritmo urbano, devido à proximidade de um grande centro urbano, do que um ritmo rural. c)em relação às técnicas participativas Devido a inexperiência do grupo em realizar atividades de extensão comunitária, em particular práticas de diagnostico participativo, notou-se que, mais importante do que cumprir as recomendações técnicas a serem utilizadas é ter a sensibilidade de avaliar os níveis de envolvimento, o grau de comunicação e o perfil do grupo de interlocução encontrados na comunidade. Deste modo, a aplicação do método escolhido deve funcionar como facilitador do processo e não simplesmente como uma regra a ser obedecida. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARRAES, N.A.M. Planejamento participativo. Apostila da disciplina FA974 Técnicas de planejamento. 2002. BLANCHET, A. et all. Técnicas de investigación en ciencias sociales: Datos, observación, entrevista, cuestionario. Madri: Narcea, 1989. (Entrevistar, 87-130; Encuestar, 131-182) BUARQUE, C.S.. Construindo o desenvolvimento local sustentável. Metodologia de Planejamento. Rio de Janeiro: Garamond, 176 p. 2002. BROSE, M. Metodologia participativa: uma introdução a 29 instrumentos. Porto Alegre: Tomo, 2001. CAMPINAS. CONSELHO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL DE CAMPINAS. Plano Municipal de Desenvolvimento Rural. Campinas: Centro de Comunicação Rural (CECOR)/SAA?CATI. 18p. 2000. CERQUEIRA, R.R.. Jogos pedagógicos na capacitação das organizações de produtores. Série Cadernos Metodológicos nº 2. Recife: Banco do Nordeste, 124p. 1996. CIQUEIRA, J.H.A. de; SCHAUM, N.M.. Pesquisa-ação: fundamentos do planejamento e do diagnóstico em comunidades rurais. Cruz das Almas: Embrapa Mandioca e Fruticultura, 30p. 2000. DEMO, P.. Metodologia científica em ciências sociais. 3 a ed. São Paulo: Atlas, 255p. 1995.

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