AÇÕES PARA DINAMIZAR O FUNCIONAMENTO DAS ASSOCIAÇÕES E COOPERATIVAS RURAIS
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- Ana Luiza Correia Vidal
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1 AÇÕES PARA DINAMIZAR O FUNCIONAMENTO DAS ASSOCIAÇÕES E COOPERATIVAS RURAIS Objetivo Consolidar os resultados positivos alcançados pelas associações rurais, assistidas pela EMATER e dinamizar as suas ações, promovendo o desenvolvimento econômico e social dos pequenos produtores e suas famílias. 1) Levantar a situação atual das associações, classificando-as: 1.1 Tipo A :São as associações constituídas a partir de grupos de produtores que tenham objetivos socioeconômicos em comum. 1.2 Tipo B :São as associações que se encontram desativadas, e/ou foram criadas para captarem recursos ou por motivos políticos ou contrários aos princípios associativistas. 2) Selecionar dentre as associações classificadas como Tipo A, conforme a capacidade da equipe local, aquelas em que deverão concentrar ações para reativar ou dinamizar seu funcionamento. Para esta seleção, a equipe local devera usar os seguintes critérios, sugeridos abaixo: Interesse da maioria dos associados em melhorar suas condições sócio econômicas através da associação, à que estão afiliados; Associações cujos sócios tenham propriedades próximas e preferencialmente residam e trabalhem nelas; Associações cujos membros do quadro social tenham poucas diferenças sócio econômicas e cujas relações não esteja, prejudicadas por conflitos difíceis de serem superados. Exemplo: Conflitos devidos a negócios realizados, ao uso da terra, a religião e a política partidária, entre outros; Associações com financiamentos, ou cujos sócios tenham projetos de crédito elaborados e/ ou assistidos pela EMATER. Outros critérios julgados importantes pela equipe local, tais como: distância, condições de acesso e número de associados. Notas: Relativo ao crédito rural as associações/associados do Tipo B, devem continuar a serem assistidos normalmente como mutuários. Ao trabalhar na criação de novas associações observar as três primeiras orientações do item 2.
2 As ações dos itens 1 e 2, na maioria dos casos, serão feitas ao nível de Escritório, baseando-se no conhecimento da equipe local. 3) Promover reuniões com a diretoria e associados de cada associação selecionada para discutir e elaborar proposta de ações para dinamizar o funcionamento das associações. Definida a proposta, discutir junto com os associados sobre a elaboração do Plano de Ação, indispensável para o melhor uso dos recursos internos e externos, possibilitando o trabalho mais produtivo e melhor remunerado. Ao planejar, através de um Plano de Ação é importante que os associados definam o que querem e o que podem fazer através da associação, estabelecendo democraticamente os objetivos e metas a serem alcançados e as responsabilidades. O Plano de Ação para ter sucesso na sua execução, deve ser elaborado pela Associação/associados com os técnicos atuando como colaboradores e incentivadores da participação da maioria dos sócios em todas as etapas do seu planejamento. Obs.: Ver etapas do planejamento em anexo. O papel do técnico da ATER, no Desenvolvimento Rural é fundamental, pois ele tem condições de informar e capacitar os produtores e familiares sobre a tecnologia, o gerenciamento e a organização. Portanto, embora as decisões sejam dos associados, os técnicos devem exercer um papel ativo, dando exemplo de dinamismo ao executar, incentivar e apoiar ações como as relacionadas a seguir: EXEMPLOS DE AÇÕES EM CURTO PRAZO Calendário de assistência técnica às associação/associados; Elaboração do plano de ação; Implantação de Uds e Uos: Estudo de mercado e alternativas de comercialização: feiras, galpão do produtor, quiosques e nichos de mercado; Diversificação e integração da produção; Levantamento dos custos de produção, considerando o custo de oportunidade; Levantamento da mão de obra disponível e estudos para o seu uso como fator de aumento de renda. Lembrando que mão de obra não se armazena; Identificação das necessidades de capacitação tecnológica e gerencial e realização dos treinamentos respectivos; Desenvolver atividades coletivas de produção; Estudo do potencial de solo, água e vegetação; Compras e vendas em conjunto; Implantar pequenas agroindústrias e usar subprodutos; Implantar processo de melhorias de qualidade e redução do custo de produção; Capacitação em associativismo e em controles contábeis e financeiros; Elaboração de projetos;
3 Articulação/Integração/Intercâmbio com outras associações para troca de experiências e reivindicações de benefícios; Fazer assistência técnica grupal a mutuários sócios de associações através de cursos de profissionalização; Integração de pequenos projetos de irrigação e de plasticultura; Práticas simples de conservação/manutenção do meio ambiente; Estimular a produção e comercialização de artesanatos; Articulação com órgãos/entidades para buscar apoio e reivindicar benefícios; Fazer contratos de produção e comercialização com empresas comerciais e industriais; Melhorar os serviços de saúde e educação e a infraestrutura de estradas, energia, saneamento, entre outros; Aumentar a participação dos associados através de atividades recreativas e culturais; Fazer convênios com o comércio e serviços diversos em beneficio dos associados; Fortalecer a autoestima e confiança entre os associados, comemorando aniversários, casamentos e outras; Estimular a participação através da distribuição de responsabilidades entre os associados, de comissões e grupos de trabalho; Discutir e orientar os dirigentes das associações sobre como aumentar a participação e melhorar o resultado através de comissões e grupos de trabalho; Estimular a continuidade e a perseverança no funcionamento, mesmo que ocorram dificuldades e fracassos. As mudanças para a redução do individualismo e da dependência, geralmente são graduais e demoradas. Outras julgadas importantes, conforme a realidade local. Nota: a adoção de qualquer ação relacionada acima, deve ter a aprovação da maioria dos associados e escalonadas de acordo com a realidade de cada associação rural.
4 A) CONCEITOS ANEXO 1) PLANO DE AÇÃO PARA ASSOCIAÇÃO RURAL É a elaboração, por etapas, com bases técnicas, participativamente, de plano, cujo conteúdo, tenha o diagnóstico da realidade econômica e social, descreva os problemas, recursos e potenciais disponíveis e estabeleça os meios e métodos para alcançar os objetivos definidos pelos associados. 2) ESTRATÉGIAS DE AÇÃO È a aplicação dos meios e métodos, bem como dos recursos disponíveis ou a serem obtidos, para alcançar os objetivos específicos de um plano ou projeto. As estratégias de uma associação estão contidas no plano ou projeto, para facilitar a atingir os objetivos pretendidos. Portanto, a importância da estrategia de ação é a de descobrir e usar as condições favoráveis existentes para resolver determinados problemas. O modelo de estrategia mais usado preenche os seguintes itens: O QUE, QUEM, ONDE, QUANTO, COMO, QUANDO, MEIOS E MÉTODOS, RECURSOS, APOIO, ASSITENCIA TÉCNICA, OBJETIVOS, ETC. B) ETAPAS DO PLANO DE AÇÃO 1ª Etapa: Diagnóstico Rápido Participativo É fundamental os técnicos de apoio e os associados levantarem e discutir, participadamente, a situação atual do meio em que estes vivem e trabalham, para poderem estabelecer objetivos e metas coerentes com a situação sócio econômica dos produtores, da sua associação e comunidade. Fatores a serem diagnosticados e que influem no desenvolvimento: a) Fatores naturais ou ambientais:clima, Solo, Água e Cobertura Vegetal b) Fatores Econômicos: Produção e Produtividade; Mercado e preço de vendas dos produtos; Custo e disponibilidade dos insumos; Impostos, incentivos e subvenções; Legislação sanitária; Quantidade e eficiência da mão de obra; Quantidade e qualidade de máquinas, equipamentos e animais; Outros.
5 c) Fatores organizacionais e institucionais: Regime de posse e uso da terra; Tamanho das explorações; Eficiência dos serviços oficiais; Políticas governamentais:saúde, educação, infraestrutura e outros; Programas governamentais e não governamentais: crédito rural, programa de mecanização, parcerias com agroindústrias e outros. d) Fatores Culturais Dinâmica da comunidade; Nível de conhecimento dos produtores. 2ª Etapa: Análise dos dados e restituição do diagnóstico Nesta etapa faz-se análise dos dados coletados, tabula-se e prepara-se o material a ser usado na reunião de restituição de diagnostico com a presença dos sócios da associação. Durante a reunião, as pessoas presentes deverão observar e examinar os dados apresentados em gráficos ou mapas e confirmar ou corrigir os dados econômicos e sociais resultantes da análise. 3ª Etapa: Priorização Através de reunião da Associação, os sócios discutem os problemas e as facilidades apontadas no diagnóstico e decidem democraticamente sobre a priorização dos problemas mais fáceis, rápidos e importantes a serem resolvidos, e que ao mesmo tempo afetam um numero maior de produtores e famílias. 4ª Etapa: Problematização Discussão das causas e efeitos e das possíveis soluções a serem implantadas através das estratégias de ação. 5ª Etapa: Estrategia de Ação O que, como, quem, onde, quanto, quando, meios e métodos, recursos, apoio, assistência técnica, objetivos e etc. 6ª Etapa: Execução Realização das atividades conforme estratégia de ação e ou cronogramas de execução.
6 7ª Etapa: Avaliação Avaliação das atividades e resultados alcançados, de acordo com o cronograma de execução. A reprogramação permite ajustar as metas, objetivos e estratégias, conforme a situação da realidade. Nota: caso necessário, solicitar assessoramento ao Escritório Regional/Central. Bel. José Araújo de Oliveira Supervisor de Organização e Geração de Renda
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