GT 4 - LETRAMENTO E LITERATURA INFANTIL REFLEXÃO DA ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: UM CARTILHA

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Transcrição:

GT 4 - LETRAMENTO E LITERATURA INFANTIL REFLEXÃO DA ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: UM ESTUDO DA CARTILHA Jaqueline dos Santos Nascimento Universidade Federal de Sergipe jsn.jaque@hotmail.com RESUMO: A alfabetização tem sido tema de muitos congressos, seminários, debates, cursos, palestras. Rediscute-se a forma como o processo de alfabetização vem se desenvolvendo e os instrumentos que são utilizados neste trabalho. Entretanto, ainda é muito forte o uso da cartilha nesse processo. Nesse sentido, o presente artigo tem como objetivo de compreender como as cartilhas são utilizadas no processo de alfabetização e para isso foi realizada a análise da cartilha Construindo a escrita: letramento, alfabetização e linguística, de Carmem Silva Carvalho, onde buscamos identificar a relação dos elementos fala leitura e escrita que são necessários paraa o processo de aquisição da escrita que o professor compreenda os diferentes níveis em que os alunos se encontram e vão se desenvolvendo durante o processo de alfabetização, estabelecendo essa relação do aluno como sujeito social, a escola está desempenhando seu papel de ensinar a criança apenas a leitura habitual, mas levá-la aprender o que está a sua volta, aprender que há significação na leitura do mundo. Para tal, discutimos conceitos de alfabetização de Cagliari, Piaget e Paulo Freire, de forma analítica. Com a utilização do método bibliográfico em busca de uma problematização deste estudo. Ela constitui uma excelente técnica para nos fornecer a bagagem teórica, de conhecimento, e o treinamento cientifico que habilitam a produção deste trabalho. Palavras-chave: Alfabetização. Cartilha. Letramento. INTRODUÇÃO A alfabetização é de suma importância, pois é à base da vida escolar. É nesta fase, onde se desenvolve a leitura das primeiras palavras, que são conquistadas experiências que serão levadas para o resto da vida. Segundo Cagliari (1998, p.37) Aprender não é repetirr algo que foi ensinado, mas criar algo semelhante, a partir da iniciativa individual de quem aprende. Sendo assim, a alfabetização deve ser um processo de leitura e escrita significativa na vida do aluno, que desperte nele o interesse e o prazer em ler e escrever, valorizando e utilizando os conhecimentos adquiridos fora do ambientee escolar. Sobre isso, Cagliari faz a seguinte afirmação: Na verdade o método pretende associar os pedacinhos das palavras aos sons, paraa que os alunos aprendam a ler. Ora, como a ortografia esconde todas as variações dialetais, logo se percebe que essa técnica causará confusão na cabeça das crianças. Ninguém pode esperar das crianças (na verdade de nenhum falante) que saibam se o que estão remontando com o bá-bé-bi-bo-bu ou não na língua. (1998, p. forma uma palavra aceitável 44) 1

Nesse sentido, o presente artigo foi criado após a análise da cartilha Construindo a escrita: letramento, alfabetização e linguística, de Carmem Silva Carvalho, com o intuito de conhecer e refletir sobre as cartilhas e sua utilização em sala de aula. As leituras e discussões realizadas durante as aulas semelhanças com o nosso processo de alfabetização, pois ambas utilizavam o princípio acrofônico, sílabas geradoras, organização hierárquica dos conteúdos e ignoravam a nossa realidade linguística. O professor era levado a usar o que Cagliari chama de idioleto, ou seja, forçava a pronuncia de certas letras, para facilitar a compreensão das relações entre letras e sons em função das formas ortográficas das palavras. Também serão discutidos os conceitos de linguagem trazidos por Braggio (2006) tomando como referencia os autores Paulo Freire, Vygotsky, Luria, Bakthin. de Alfabetização, bem como o estudo da cartilha, nos fez perceber A CARTILHA EM ANÁLISE: CONSTRUINDO A ESCRITA Através de um estudo comparativo entre as perspectivas da análise de uma cartilha realizada por Cagliari (1998) e o livro didático Construindo a escrita: letramento, alfabetização e linguística, da autora Carmem Silva Carvalho, buscamos identificar a relação dos elementos fala, leitura e escrita na estrutura da cartilha, pra então analisar que aspectos são primordiais para uma alfabetização que possibilite a constituição de um aluno critico que tenha consciência da significação em sua aprendizagem. A alfabetização proposta na cartilha em estudo apresenta variação de seus conteúdos com textos, figuras do cotidiano do aluno, seguindo um sistema hierárquico englobando o contexto de diversas disciplinas, se contrapondo ao que Cagliari destaca em sua análise que os conteúdos são organizados de forma hierárquica, usando silabas geradora e muita repetição como forma de fixar aprendizagem, tendo apenas em comum o fato de nas primeiras páginas o aluno escrever suas primeiras frases e histórias (ver imagem abaixo), sendo que em muitos casos o aluno não teve seu primeiro contato com a escrita ou ate mesmo com o alfabeto. 2

(Fonte: Carvalho, Carmem Silva. Construindo a Escrita: letramento e alfabetização lingüística. Ed. Ática: São Paulo, Apesar de instigar o aluno a conhecer as letras e a interessar-se pela leitura, o alfabeto é pouco utilizado ao longo da cartilha. Contudo é importante frisar que são propostas diversas atividades de autoconhecimento, que visam incentivar as crianças a conhecer e a ler, não apenas placas como também rótulos, mostrando desta forma, que a leitura pode ser feita não somente com letras, mas também com determinados objetos que são presentes em sua vida. (ver figura abaixo) (Fonte: Carvalho, Carmem Silva. Construindo a Escrita: letramento e alfabetização lingüística. Ed. Ática: São Paulo, 3

Para Paulo Freire é importante que no processo de aprendizado, o alfabetizando seja estimulado a articular sílabas, formando palavras, extraídas da sua realidade, do seu cotidiano e das suas vivências. Nesse sentido, vai além das normas metodológicas e linguísticas, na medida em que propõe que todos os alfabetizandos se apropriem da escrita e da palavra para se politizarem, tendo uma visão de totalidade da linguagem e do mundo. Piaget corrobora dizendo que o conhecimento é algo a ser construído pela ação do sujeito sobre o objeto no qual deseja conhecer, ou seja, através da participação ativa do aprendiz em interação com o conhecimento. Na cartilha de Carmem Silva foi possível identificar o contrário, pois, ela volta-se para o método de ensino e a situação inicial do aprendiz é interpretada como um começo absoluto de tudo, o marco zero de uma caminhada, uma página em branco onde se vai começar a escrever sua vida escolar, ignorando tudo que já foi visto e aprendido até então. O método de ensino utilizado na cartilha ignora ainda a habilidade e a percepção da fala que as crianças têm o conhecimento já adquirido da própria fala, e aos poucos, induz os alunos a interpretarem os fenômenos fonéticos da fala tendo com modelo a forma escrita das palavras e não a realidade fonética. Neste método a escrita tem alta estima e faz com que tudo, no processo de alfabetização gire em torno da escrita cursiva, seja a maiúscula ou a minúscula. Os exercícios propostos são diferenciados, alguns são livres, ou seja, os alunos têm total liberdade para da sua resposta da maneira que desejar, existem aqueles que tendem a prender as crianças a resposta da cartilha, como também a autora apresenta atividades complexas, com elevado grau de dificuldade para alunos de alfabetização, como mostra a imagem abaixo. Fonte: Carvalho, Carmem Silva. Construindo a Escrita: letramento e alfabetização lingüística. Ed. (Ática: São Paulo, 4

Outro aspecto muito importante da cartilha analisada refere-se ao incentivo constante a leitura. A cartilha de Carmem trás vários textos longos sobre histórias infantis sejam elas do conhecimento do aluno ou não. Apesar de ser considerado um ponto bastante positivo, a presença dessas histórias longas, vem mostrar que a autora não levou em consideração que os alunos em sua maioria não estão preparados para interpretar os textos e conseguir responder as questões propostas. Fonte: Carvalho, Carmem Silva. Construindo a Escrita: letramento e alfabetização linguística. Ed. (Ática: São Paulo, Segundo a psicolinguista Emilia Ferreiro, o uso das cartilhas, faz com que as crianças frequentem um ambiente artificial e sem estimulo. Por exercerem uma importante função no processo de aprendizagem, pois são elas próprias que ao longo de sua vida constroem seu conhecimento, as crianças devem ser inseridas em locais que facilitem seu aprendizado, que segundo Emilia, deve ser processual, feita de forma gradual, passo a passo, sempre tendo como ponto principal, a base educacional das crianças. Para ela, a alfabetização é uma maneira de se conhecer e obter para si a importante função social que a escrita possui e que os desempenhos diferenciados das crianças não significam que uma aprendeu ou sabe mais que a outra, mas sim que o acesso ao mundo da leitura que os alunos têm. 5

CONSIDERAÇÕES FINAIS Anais Eletrônicos do I Seminário Final do PNAIC & As cartilhas são instrumentos básicos utilizados pela maioria das escolas para o processo de alfabetização. Muitas dessas cartilhas enfatizam a importância de se conhecer as letras do alfabeto, seu som e a forma de escrita. A cartilha que foi alvo do estudo apresenta um método diferente do tradicional, ou seja, aquele método de utilizar o ba-be-bi-bo-bu. Ao analisarmos a linguística presente dentro do ambiente escolar. Esta variação possui vários dialetos da língua, com semelhanças e diferenças. É importante observar que na alfabetização, as crianças apresentam costumes e histórias diferentes, muitos nunca tiveram contatoo com a estruturação da escrita e leitura, ou seja, não sabem ler ou escrever e não tem em casa um incentivo por parte da família. Depois do breve interesse pela leitura, pois além de longas, as histórias são um tanto quanto complicadas para alunos que estão iniciando sua formação educacional. Cartilha de Carmem, percebemos que a autora ignora a variação estudo sobre o uso das cartilhas, percebemos que o processo de aprendizagem desenvolvidoo na cartilha analisada pouco contribui para que os alunos tenham REFERÊNCIAS BRAGGIO, Silva Lucia Bigonjal. Leitura e Alfabetização da concepção mecanicista a sociolinguística. Artes Médicas. Porto Alegre, 1992. CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetizando sem o ba-be-bi-bo-bu. Ed. Scipione. São Paulo. 1998 p. 35-60. CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetizando sem o ba-be-bi-bo-bu. Ed. Scipione. São Paulo. 1998 p. 80-102. CARVALHO, C. S.; NOGUEIRA, C.; PANACHÃO, D.; KUTINIKAS, S.; SALMASO, S. Construindo a escrita: alfabetização, letramento e linguística. Ed. Ática. São Paulo, 2008 6