TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ACÓRDÃO Nº 1.358/2004-TCU-Plenário



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Transcrição:

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ACÓRDÃO Nº 1.358/2004-TCU-Plenário 1. Processo TC 003.181/2004-0 2. Grupo: I - Classe de Assunto: V - Relatório de Levantamento de Auditoria (Fiscobras 2004). 3. Partes: 3.1. Responsável: Francisco Guedes Alcoforado Filho, CPF 105.783.903-53. 3.2. Interessado: Congresso Nacional. 4. Unidade: Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba Codevasf. 4.1. Vinculação: Ministério da Integração Nacional. 5. Relator: Ministro-Substituto Augusto Sherman Cavalcanti. 6. Representante do Ministério Público: não atuou. 7. Unidade Técnica: Secex/BA. 8. Advogado constituído nos autos: não atuou. 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de relatório de levantamento de auditoria realizada nas obras de Implantação do Perímetro de Irrigação Salitre, objeto do Programa de Trabalho 20607037916920029, em cumprimento ao Acórdão 1.948/2003-TCU-Plenário (Fiscobras 2004), ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão Plenária, ante as razões expostas pelo Relator, em: 9.1. acolher parcialmente as justificativas apresentadas pelo Sr. Francisco Guedes Alcoforado Filho, ex-presidente da Codevasf; 9.2. determinar à Codevasf que: 9.2.1. implemente o cadastro de todos os contratos alusivos às obras do Perímetro de Irrigação do Salitre/BA, em andamento/suspensos, no Sistema de Administração de Serviços Gerais do Governo Federal (Siasg), em atendimento ao disposto no art. 18 da Lei 10.707/2003; 9.2.2. informe a este Tribunal, no prazo de 30 dias, contados a partir da ciência deste Acórdão, sobre as providências adotadas para atendimento da determinação constante do subitem anterior; 9.3. determinar à Secex/BA que acompanhe o cumprimento das medidas a que se referem os subitens 9.2.1 e 9.2.2 supra; 9.4. dar ciência deste Acórdão, bem como do Relatório e Voto que o fundamentam à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional, informando-lhe que as irregularidades encontradas estão sendo saneadas, de modo que não se recomenda a paralisação cautelar das obras de implantação do Perímetro de Irrigação do Salitre, no Município de Juazeiro/BA, objeto do Programa de Trabalho 20607037916920029, nos termos do art. 93, 2º, da Lei 10.707/2003; 9.5. autorizar o arquivamento do processo, após verificado o atendimento das medidas determinadas por este Acórdão. 10. Ata nº 33/2004 Plenário 11. Data da Sessão: 8/9/2004 Ordinária 12. Especificação do quórum: 12.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Marcos Vinicios Vilaça, Adylson Motta, Walton Alencar Rodrigues, Guilherme Palmeira, Ubiratan Aguiar, Benjamin Zymler e os Ministros-Substitutos Lincoln Magalhães da Rocha e Augusto Sherman Cavalcanti (Relator). 12.2. Auditor presente: Marcos Bemquerer Costa. VALMIR CAMPELO Presidente AUGUSTO SHERMAN CAVALCANTI Ministro-Relator Fui presente: LUCAS ROCHA FURTADO Procurador-Geral

GRUPO I CLASSE V PLENÁRIO TC-003.181/2004-0 Natureza: Relatório de Levantamento de Auditoria (Fiscobras 2004) Unidade: Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba Codevasf Responsável: Francisco Guedes Alcoforado Filho, CPF 105.783.903-53 Interessado: Congresso Nacional Advogado constituído nos autos: não atuou Sumário: Fiscobras 2004. Levantamento de Auditoria realizado nas obras de Implantação do Perímetro de Irrigação Salitre, no Estado da Bahia. Ausência de cadastramento dos contratos no Siasg. Audiência do ex-presidente da Codevasf. Irregularidades insuficientes para recomendar a paralisação cautelar das obras. Acolhimento parcial das razões de justificativa apresentadas. Determinações. Ciência à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional. Autorização para o arquivamento após o atendimento das determinações. RELATÓRIO Trata-se de relatório de levantamento de auditoria realizada nas obras de Implantação do Perímetro de Irrigação Salitre, com 31.305 ha., no Estado da Bahia, objeto do Programa de Trabalho 20607037916920029, de responsabilidade da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba Codevasf, em cumprimento ao Acórdão 1.948/2003-TCU-Plenário (Fiscobras 2004). 2. Segundo a Unidade Técnica, a primeira etapa do projeto previa 412 lotes para distribuição entre empresários e pequenos produtores. No entanto, a iminência da aprovação de lei prevendo a instituição e regulamentação da PPP levou a Codevasf a esperar definição acerca desse instituto, que poderá redefinir os valores de área e destinação final dos lotes. 3. De acordo com o relatório, estima-se que serão gerados 34.000 empregos diretos, beneficiando uma população de 180.000 habitantes. A produção agrícola anual esperada deverá atingir cerca de 630.000 toneladas. E, ainda, estão sendo implementadas ações para o melhoramento urbanístico e de infra-estrutura de saneamento dos povoados existentes na região do perímetro de irrigação. 4. O Projeto de Irrigação Salitre está previsto para ser implantado em 5 etapas sucessivas ao longo de 12 anos. Para tanto, o projeto básico foi desenvolvido para todo o empreendimento. Consoante reportado pela Secex/BA, as obras civis correspondentes à primeira etapa do projeto encontram-se em fase de conclusão (área irrigável de 5.084 ha). A aquisição de terras também encontra-se em fase final. Durante o período em que a equipe de auditoria esteve fiscalizando as obras - período de 15/3 a 20/4/2004 - estavam sendo instalados equipamentos elétricos e mecânicos dos dois primeiros canais e das duas primeiras estações de bombeamento. 5. Quanto à execução física, na data da vistoria realizada em 24/3/2004, a equipe constatou um percentual de execução de 70% relativo à primeira etapa (5.084 ha irrigáveis, de um total de 5 etapas que totalizarão 31.305 ha). Essa etapa das obras teve início em 25/6/1998 e está prevista para ser concluída 2

em 31/12/2005. A obra encontra-se em andamento e a expectativa para a conclusão de todas as 5 etapas é que ocorra em dezembro de 2015. 6. No que se refere à execução financeira/orçamentária, a equipe levantou os seguintes dados (fls. 71/72): Origem Ano Valor Orçado Valor Créditos Moeda Liquidado Autorizados União 2004 12.100.000,00 12.142,55 12.100.000,00 Real União 2003 9.437.475,00 8.235.191,36 9.437.475,00 Real União 2002 20.238.602,00 17.802.394,60 20.368.602,00 Real União 2001 20.952.212,00 20.950.871,97 20.952.212,00 Real União 2000 22.965.500,00 20.464.326,90 22.965.500,00 Real União 1999 24.745.155,00 24.743.871,15 24.745.155,00 Real União 1998 12.025.346,00 3.110.108,83 12.025.346,00 Real União 1997 1.000.000,00 968.395,65 1.000.000,00 Real União 1996 1.117.484,00 999.984,15 1.117.484,00 Real Total 124.581.774,00 97.287.287,16 124.711.774,00 Real 7. O valor estimado para a conclusão, que se refere a todas as 5 etapas, é de R$ 313.864.068,71. Para a conclusão da primeira etapa, estima-se que sejam necessários R$ 61.864.068,71, segundo informações colhidas pela equipe de auditoria junto à Codevasf. 8. Às fls. 87/94 a Secex/BA apontou 16 indícios de irregularidade, sendo 15 relacionados a contratos (irregularidade grave) e 1 relacionado ao empreendimento (outras irregularidades). 9. Todas as irregularidades relacionadas aos contratos referiram-se à ausência de cadastramento do contrato no Siasg, em descumprimento ao disposto no art. 18 da Lei 10.707/2003 (LDO-2004). Os contratos em que se observou a sobredita irregularidade (contratos em andamento/suspensos) foram os seguintes: a) Contrato 0.06.98.0014/00, execução de obras civis de infra-estrutura de irrigação (contrato principal em andamento); b) Contrato 0.01.01.0031/00, fornecimento, supervisão e montagem de equipamentos (conjunto de motobombas) destinados ao Projeto Salitre 1ª etapa (contrato principal - suspenso); c) Contrato 0.23.99-0011/00, fornecimento, testes de fábrica e de campo, transporte, carga e descarga de equipamentos elétricos, supervisão de montagem e comissionamento (suspenso); d) Contrato 0.05.00.0011/00, fornecimento, teste, transporte, carga e descarga e supervisão de montagem de pontes rolantes e comportas de segmentos de canais de adução e distribuição (em andamento); e) Contrato 0.05.01-0013/00, fabricação e fornecimento, teste de fábrica e transporte de tubulações de recalque, barriletes e acessórios de 5 estações de pressurização (suspenso); f) Contrato 0.05.01-0012/00, fabricação, fornecimento, testes e transporte de pontes rolantes para 5 estações de pressurização (suspenso); g) Contrato 0.05.01-0015/00, fabricação, fornecimento, testes de fábrica, transportes, carga e descarga, supervisão de montagem motobombas de 04 estações de pressurização 1ª etapa (suspenso); h) Contrato 0.05.01-0017/00, fabricação e fornecimento, testes na fábrica, transporte, carga e descarga, e serviços de supervisão de montagem dos equipamentos (tubos e conexões) 1ª etapa (suspenso); i) Contrato 0.01.03-0008/00 (suspenso); j) Contrato 0.07.01-0019/00, execução de serviços de consultoria para a Etapa II do Projeto Salitre, compreendendo elaboração de Projeto Executivo (Parte A) e apoio à supervisão e fiscalização das obras (Parte B) [em andamento]; k) Contrato 0.09.01-0023/00, execução das obras e serviços de transmissão e distribuição, projeto e fiscalização das instalações elétricas dos projetos de irrigação da Codevasf/BA (em andamento); 3

l) Contrato 0.06.98.0018/00, elaboração do Projeto Executivo, apoio, supervisão e fiscalização das obras e pré-operação do sistema referente à primeira etapa - sub-área Chesf (em andamento); m) Contrato 0.03.01-0006/00, fabricação e fornecimento, testes de fábrica e transporte de comportas e grades de retenção (suspenso); n) Contrato 0.01.00-0024/00, fornecimento, testes transporte, carga e descarga das tubulações e peças especiais em aço carbono das Estações de Bombeamento Ebs 100 a 500 e 390 (suspenso). 10. Para as irregularidades graves, relativas à ausência de cadastramento dos contratos no Siasg, a Secex/BA registrou o seguinte: É recomendável o prosseguimento da obra ou serviço? Não Justificativa: houve descumprimento do disposto no art. 18 da LDO 2004 (Lei 10.707/2003). Enquadramento ao disposto no art. 93, 2º da LDO/2004: O indício de irregularidade grave categoria P, ora apontado, atende ao que estipula o art. 93, 2º, inciso III descumprimento do art. 18 da LDO/2004. Esclarecimentos adicionais: A Codevasf informou que, por problemas inerentes ao próprio Siasg, os contratos não foram cadastrados. 11. Quanto ao indício de irregularidade relacionado ao empreendimento (irregularidade 16 deficiência de projetos), a Secex/BA relata que Em função das restrições orçamentárias implementadas pelo Governo Federal ao longo dos exercícios 2000 e 2001, a obra foi onerada no montante de R$ 2.232.301,94 (...), atinentes à paralisação da obra. 12. Em razão da proposta unívoca da Secex/BA (fls. 95/97) este Relator autorizou a realização de audiência do responsável, Sr. Francisco Guedes Alcoforado Filho, para que apresentasse razões de justificativa ante a não observação do disposto no art. 18 da Lei 10.707/2003, relativamente à ausência de cadastramento dos contratos relativos ao Perímetro de Irrigação do Salitre no sistema Siasg (fl. 103). 13. Realizada a audiência (fl. 116) e encaminhadas as justificativas (fls. 118/119), a Secex/BA promoveu o seu exame em instrução de fls. 122/123, cujo principal excerto transcrevo abaixo: 03. Em resposta à audiência, o responsável encaminhou o expediente de fls. 118/119 apresentando razões de justificativa, as quais demonstram a ocorrência de algumas dificuldades de caráter técnico para cadastramento dos contratos da Codevasf no Siasg. Apresenta ainda as medidas adotadas pelo atual presidente da Codevasf junto ao Departamento específico do MPOG, objetivando a solução de tal pendência. Juntou documento de fl. 120, o qual comprova as suas alegações. 04. Em situação semelhante, na Decisão adotada pelo TCU no julgamento do TC 006.936/2004-2 Acórdão 1.081/2004 Plenário, foi expresso o seguinte entendimento no voto do Eminente Ministro-Relator, Dr. Walton Alencar Rodrigues: Porém, não obstante a ausência de registro no Siasg configure, em princípio, indício de grave irregularidade, tal fato não é suficiente para recomendar a paralisação cautelar das obras, uma vez que, nos termos do art. 93, 2º, da Lei 10.707/2003, não é materialmente relevante. 05. Muito embora tenhamos cadastrado a irregularidade sob apreciação como Irregularidade Grave com Paralisação, esclarecemos que tal classificação decorreu de orientação vigente à época no TCU, ainda que entendêssemos não constituir motivo para a paralisação da obra. 06. Assim, entendemos que devem ser acolhidas as razões de justificativa do responsável e efetuada determinação à Codevasf. 14. O diretor técnico, concordando em essência com a análise, propugnou a seguinte proposta de mérito: I sejam acolhidas parcialmente as justificativas apresentadas pelo ex-gestor da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba Codevasf, Sr. Francisco Guedes Alcoforado Filho; II seja determinado: a) à Codevasf que: 4

a.1) implemente o cadastro de todos os contratos alusivos às obras do Perímetro de Irrigação do Salitre/BA, em andamento/suspensos, no Sistema de Administração de Serviços Gerais Siasg, do Governo Federal, a teor o disposto no art. 18 da Lei 10.707/2003; a.2) informe ao Tribunal, no prazo de 30 dias da decisão que vier a ser proferida, sobre as providências adotadas para atendimento da determinação anterior; b) à Secex/BA que acompanhe o cumprimento das medidas ora propostas, caso acolhidas pelo TCU; III) dar ciência desta decisão, bem como do Relatório e do Voto que a fundamentarem à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional, informando-lhes que não foram observadas graves irregularidades que recomendassem a paralisação cautelar das obras de implantação do Perímetro de Irrigação do Salitre, no Município de Juazeiro/BA, objeto do Programa de Trabalho 20607037916920029, nos termos do art. 93, 2º, da Lei 10.707/2003 (LDO); IV) autorizar o arquivamento do processo, tão logo verificado o atendimento às medidas precedentes. 15. O Secretário de Controle Externo no Estado da Bahia manifestou concordância com a proposta, com os ajustes sugeridos pelo diretor (fl. 126). É o relatório. VOTO Por oportuno, consigno atuar nestes autos com fundamento no art. 18 da Resolução TCU nº 64/96, tendo em vista tratar-se de processo referente à Lista de Unidades Jurisdicionadas nº 02. 2. Os dois últimos pronunciamentos deste Tribunal sobre o empreendimento registraram a ausência de irregularidades graves que recomendassem a paralisação cautelar da obra (Decisão 856/2001 Plenário - TC 005.389/2001-4 e Decisão 1.261/2002 - Plenário - TC 006.728/2002-3). 3. Na mesma linha, verifico que as irregularidades consideradas graves no levantamento efetuado não ensejam a paralisação cautelar das obras. São elas referentes tão-somente à ausência de cadastramento no Siasg dos contratos celebrados pela Companhia, que ora se encontra com dificuldades operacionais de fazê-lo. 4. Embora a ausência de cadastramento dos contratos no Siasg esteja prevista na Lei 10.707/2003 como indício de irregularidade grave, entendo que sua ocorrência isolada, sem que estivesse acompanhada de indícios de outras irregularidades graves, aliada às dificuldades operacionais havidas na sua implementação pela Codevasf, não constitui fato materialmente relevante de modo a ensejar a paralisação das obras, o que poderia ocasionar, caso fosse adotada tal medida, prejuízo físico e financeiro ao andamento das mesmas. 5. No que concerne às razões de justificativa apresentadas pelo responsável, entendo que o Tribunal possa acatá-las parcialmente, como propugnado pela Unidade Técnica, fazendo-se ainda as determinações sugeridas. Diante do exposto, VOTO por que o Tribunal aprove o Acórdão que ora submeto à consideração deste Egrégio Plenário. Sala das Sessões, em 8 de setembro de 2004. Augusto Sherman Cavalcanti Relator 5