VACARI AM; THULER Capacidade RT; VOLPE reprodutiva HXL; GOULART da traça-das-crucíferas, RM; VIANA CLTP; Plutella SANTOS xylostella RF; BORTOLI (L., 1758) SA. (Lepidoptera: 2008. Capacidade Plutellidae) reprodutiva da traçadas-crucíferas, Plutella xylostella (L., 1758) (Lepidoptera: alientada Plutellidae) e diferentes alientada brássicas e diferentes brássicas. Horticultura Brasileira 26: S5320-S5324. CAPACIDADE REPRODUTIVA DA TRAÇA-DAS- CRUCÍFERAS, PLUTELLA XYLOSTELLA (L., 1758) (LEPIDOPTERA: PLUTELLIDAE) ALIMENTADA EM DIFERENTES BRÁSSICAS Alessandra Marieli Vacari 1 ; Robson Thoaz Thuler 1 ; Haroldo Xavier Linhares Volpe 1 ; Roberto Marchi Goulart 1 ; Cácia Leila Tigre Pereira Viana 1 ; Rafael Ferreira dos Santos 1 ; Sergio Antonio De Bortoli 1 1 Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias FCAV/UNESP, Departaento de Fitossanidade, Laboratório de Biologia e Criação de Insetos (LBCI), CEP 14884-900, Jaboticabal SP; rthuler@gail.co. RESUMO O objetivo desse trabalho foi coparar diferentes cultivares de brássicas para o desenvolviento e reprodução da traça-dascrucíferas. Foi acopanhado o ciclo biológico de P. xylostella nos seguintes substratos: repolho Midori (RM), repolho Chato-dequintal, híbridos de repolho Top Seed Agristar ( TPC 308, TPC 681 e TPC 668 ), couve-flor Bola de Neve (CFBN), couve brócolis Raoso Piracicaba Precoce (Brócolis) e couve anteiga da Geórgia, que foi utilizada coo padrão de suscetibilidade. Por eio dos dados biológicos de P. xylostella fora deterinados os parâetros necessários para a construção de tabela de vida de fertilidade. Os cultivares que proporcionara elhor desenvolviento e reprodução para a traça-das-crucíferas fora couve anteiga da Geórgia e couve Brócolis, que apresentara os aiores valores para os parâetros R, r e l (60,82; 0 0,2274; 1,2554 para couve anteiga e 38,51; 0,1847; 1,2030 para brócolis, respectivaente) e enores para T e TD (17,90; 3,06 para couve anteiga e 19,67; 3,76 para brócolis, respectivaente). PALAVRAS-CHAVE: Plutella xylostella, tabela de vida de fertilidade, biologia de insetos ABSTRACT Reprodutive capacity of the diaondback oth feeding on different brassics The objective of this work was to copare different brassic varieties for developent and reproduction of the diaondback oth. The biological cycle of P. xylostella was accopanied feeding on cabbage varieties Midori (RM) and cabbage Chato-de-quintal, hybrids of cabbage Top Seed - Agristar ( TPC 308, TPC 681, TPC 668 ), cauliflower Bola de Neve (CFBN), collard green broccolis Raoso Piracicaba Precoce (Broccolis) and collard green anteiga da Geórgia, that was used as susceptibility standard. Through the biological paraeters of P. xylostella was ade fertility life table. The brassic varieties that provided better developent and reproduction for the diaondback oth were collard green anteiga da Geórgia and broccolis Raoso Piracicaba Precoce, that presented higher values for the paraeters R, r and (60,82; 0,2274; 1,2554 0 for collard green and 38,51; 0,1847; 1,2030 for broccolis, respectively) and saller for T and TD (17,90; 3,06 for collard green butter and 19,67; 3,76 for broccolis, respectively). KEYWORDS: Plutella xylostella, fertility life table, biology of insects Hortic. bras., v. 26, n. 2 (Supleento - CD Ro), jul-ago. 2008 S5320
INTRODUÇÃO O controle de pragas agrícolas, coo a traça-das-crucíferas Plutella xylostella (Linnaeus, 1758) (Lepidoptera: Plutellidae), é realizado quase que exclusivaente co a aplicação de agroquíicos de largo espectro de ação, devido principalente a sua faigerada eficácia e facilidade de uso. Entretanto, o uso abusivo de inseticidas pode ocasionar a redução de populações de iniigos naturais, intoxicação ao hoe, containação do abiente e auento da possibilidade de surgiento de insetos resistentes (Villas Boas, et al., 1990). Essa situação torna evidente a necessidade de étodos de controle alternativos, enos tóxicos e adequados às condições socioeconôicas dos agricultores brasileiros (Medeiros et al., 2005). Sendo assi, o estudo da biologia de ua praga e diferentes cultivares é iportante para que se possa deterinar aquelas enos propícias para o desenvolviento e reprodução da praga (Thuler et al., 2007). O objetivo desse trabalho foi coparar diferentes cultivares de brássicas para o desenvolviento e reprodução da traça-das-crucíferas. MATERIAL E MÉTODOS O experiento foi conduzido no Laboratório de Biologia e Criação de Insetos (LBCI), da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da FCAV/UNESP, e sala cliatizada a 25±1ºC, uidade relativa de 70±10% e fotofase de 12 horas. Os cultivares utilizados na experientação fora plantados e área experiental co solo corrigido, segundo a necessidade de plantio, sendo realizada adubação de cobertura, co a fórula 4-14-8 (NPK) aos 20 dias após o transplantio. As plantas fora constanteente irrigadas durante os períodos de estiage, de acordo co o aspecto visual das folhas. Fora utilizadas lagartas de prieiro estádio de P. xylostella, oriundas da criação estoque do laboratório, confore Barros (1998). Fora utilizados: repolho Midori (RM), híbridos de repolho Top Seed Agristar ( TPC 308, TPC 681, TPC 668 ), couve-flor Bola de Neve (CFBN), couve brócolis Raoso Piracicaba Precoce (Brócolis) e couve anteiga da Geórgia (CM) que foi utilizada coo padrão de suscetibilidade. Insetos retirados da criação fora antidos nesses cultivares durante ua geração e, posteriorente, procedeu-se a experientação. Para cada cultivar fora utilizadas 15 placas de Petri (9 c de diâetro), co 20 repetições co u disco de folha de 8 c de diâetro, sobre papel filtro leveente uedecido co água destilada. Sobre os discos foliares fora colocadas 12 lagartas de prieiro estádio de P. xylostella, recé eergidas e, posteriorente, as placas fora fechadas co file plástico, para anter a uidade e evitar a fuga dos insetos. As avaliações da viabilidade e duração larval iniciara-se a partir do terceiro dia, e razão do hábito inador do inseto no prieiro estádio. As lagartas fora antidas nas placas até atingire a fase de pupa. E seguida, os insetos fora transferidos para placas de plástico co orifícios (tipo Elisa ), sendo observados até a eergência dos adultos, obtendo-se a duração, a viabilidade e a razão sexual dos insetos que eergira. Adultos eergidos fora sexados e transferidos para gaiolas de postura, co 4 repetições por substrato, tendo-se colocado dois casais por gaiola. Nessa fase foi observada a fecundidade das fêeas (núero de ovos por fêea), durante três dias (período de posturas viáveis) e a longevidade dos adultos. Utilizando-se os dados biológicos obtidos fora deterinados os parâetros necessários para a construção de tabela de vida de fertilidade, segundo Birch (1948), Silveira Neto et al. (1976), Southwood (1978) e Hortic. bras., v. 26, n. 2 (Supleento - CD Ro), jul-ago. 2008 S5321
Price (1984), que são: x = ponto édio de cada idade das fêeas parentais, idade esta considerada desde a fase de ovo; lx = expectativa de vida até a idade x, expressa coo ua fração de ua fêea; x = fertilidade específica ou núero de descendentes por fêea produzidos na idade x e que originarão fêeas; lx.x = núero total de fêeas nascidas na idade x. Os parâetros de cresciento resultantes da tabela de vida fora calculados de acordo co aqueles autores, sendo R = taxa líquida de auento populacional; T = tepo o édio de geração; r = taxa intrínseca de auento; l = razão finita de auento. Alé desses parâetros, foi tabé deterinado o TD = tepo necessário para a população duplicar e núero, segundo Krebs (1994). Os dados fora subetidos à análise de variância, co coparação das édias através do teste de Tukey (P<0,05). RESULTADOS E DISCUSSÃO A deterinação do auento populacional devido à capacidade reprodutiva é u coponente crucial no estudo de populações, sendo que esse auento pode ser descrito pela tabela de vida apresentando o potencial reprodutivo das fêeas e diferentes tepos (Medeiros et al., 2000). Os parâetros populacionais da tabela de vida de P. xylostella fora afetados pelas diferentes brássicas (Tabela 1). A taxa líquida de reprodução (R ) foi aior para o trataento CM (60,82), e enor para o os trataentos RCQ, RM e CFBN (8,81; 3,84 e 12,61). Já para o tepo édio de geração (T) ocorreu o oposto, sendo que o aior valor foi encontrado no trataento RM (20,92 dias) e enor para os trataentos couve anteiga e RCQ (17,90 e 17,87 dias). A taxa intrínseca de cresciento populacional (r ) e a razão finita de cresciento populacional (l) fora significativaente superiores para o trataento CM, sendo 0,2274 e 1,2554, respectivaente. O tepo necessário para a população duplicar e núero (TD) foi significativaente enor para o trataento CM, sendo 3,06 dias. A tabela de vida de fertilidade de P. xylostella ostrou que os trataentos CM, brócolis, TPC308, TPC681 e TPC668 proporcionara aior taxa líquida de reprodução, o que indica aior produção de descendentes por geração. A taxa intrínseca de cresciento populacional é representada pela cobinação de R e 0 T, e quando a praga retarda a produção de descendentes no eso espaço de tepo e/ou apresenta aior longevidade, os valores de r torna-se enores. Este fato foi observado para fêeas dos trataentos RCQ e RM, que tabé apresentara enor taxa líquida de reprodução (R ), por apresentar aior longevidade e produção de descendentes distribuídos 0 ao longo da vida. Os cultivares coerciais de brássicas que proporcionara elhor desenvolviento e reprodução para a traça-das-crucíferas fora couve anteiga e couve brócolis. LITERATURA CITADA BARROS R. 1998. Efeito de cultivares de repolho Brassica oleracea var. capitata (L.) na biologia da traça-das-crucíferas, Plutella xylostella (L., 1758) e do parasitóide Trichograa pretiosu Riley, 1879. 98p. Tese (Doutorado) - Universidade de São Paulo, Piracicaba. Hortic. bras., v. 26, n. 2 (Supleento - CD Ro), jul-ago. 2008 S5322
BIRCH LC. 1948. The entrinsic rate of natural increase of on insect population. Journal Anial Ecolology 17: 15-26. KREBS CJ. 1994. Ecology: The experiental analysis of distribution and abundance. New York: Harper & Row, 801p. MEDEIROS RS; RAMALHO FS; LEMOS WP; ZANUNCIO JC. 2000. Age-dependent fecundity and life-fertility tables for Podisus nigrispinus (Dallas) (Het., Pentatoidae). Journal of Applied Entoology 124: 319-324. MEDEIROS PT; FERREIRA MN; MARTINS ES; GOMES ACMM; FALCÃO R; DIAS JMCS; MONNERAT RG. 2005. Seleção e caracterização de estirpes de Bacillus thuringiensis efetivas no controle da traça-das-crucíferas Plutella xylostella. Pesquisa Agropecuária Brasileira 40: 1145-1148. PRICE PW. 1984. Insect ecology. 2 a ed. New York: John Willey, 607p. SILVEIRA NETO S; NAKANO O; BALDIN D; VILLANOVA NA. 1976. Manual de ecologia dos insetos. São Paulo: Agronôica Ceres, 419p. SOUTHWOOD TRE. 1978. Ecological ethods. 2 a ed. London: Chapan and Hall, 524p. THULER RT; DE BORTOLI SA; HOFFMANN-CAMPO CB. 2007. Classificação de cultivares de brássicas co relação à resistência à traça-das-crucíferas e à presença de glucosinolatos. Pesquisa Agropecuária Brasileira 42: 467-474. VILLAS BOAS GL; CASTELO BRANCO M; GUIMARÃES AL. 1990. Controle quíico da traçadas-crucíferas e repolho no Distrito Federal. Horticultura Brasileira 8: 10-11. Hortic. bras., v. 26, n. 2 (Supleento - CD Ro), jul-ago. 2008 S5323
Tabela 1. Parâetros relativos às tabelas de vida de fertilidade de Plutella xylostella, nas diferentes variedades de brássicas (Fertility life table paraeters of Plutella xylostella, in the different brassic varieties). Trataentos R 0 T r λ TD Couve anteiga 60,8±9,81 a 1 17,9±0,14 d 0,2274±0,01 a 1,2554±0,01 a 3,1±0,10 d TPC668 20,1±0,80 bc 18,8±0,03 c 0,1593±0,00 bc 1,1727±0,00 bc 4,3±0,05 c TPC681 23,2±1,99 bc 18,7±0,08 c 0,1676±0,01 b 1,1825±0,01 b 4,1±0,14 c RCQ 8,8±0,44 c 17,9±0,09 d 0,1216±0,00 d 1,1293±0,00 d 5,7±0,11 b RM 3,8±0,56 c 20,9±0,12 a 0,0643±0,00 d 1,0664±0,00 e 10,8±0,00 a CFBN 12,6±1,18 c 18,9±0,18 c 0,1329±0,00 c 1,1422±0,01 cd 5,2±0,20 b TPC308 28,7±7,45 bc 18,9±0,02 c 0,1753±0,01 b 1,1917±0,02 b 4,0±0,31 c Brócolis 38,5±3,89 b 19,7±0,04 b 0,1847±0,01 b 1,2030±0,01 b 3,8±0,12 c F 14,34** 48,10** 46,04** 43,97** 11,45** CV (%) 33,68 1,10 6,78 1,13 5,99 1 Médias±intervalo de confiança, seguidas pela esa letra na esa coluna, não difere entre si pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade; Ro =Taxa líquida de reprodução (fêea/fêea); T=Tepo édio de geração (dias); r =Taxa intrínseca de cresciento populacional; l=taxa finita de cresciento populacional (fêeas/dia); TD=Tepo necessário para a população duplicar e núero Hortic. bras., v. 26, n. 2 (Supleento - CD Ro), jul-ago. 2008 S5324