Organização Industrial Telecomunicações/Telefonia - Móvel Luis Fernando Souza Pinho 7600583 Victor Maimone 5439422 Yuri Szymanskjy 8557698
Introdução Devemos pensar o mercado de telecomunicações como uma grande teia. O mercado é formado por uma complexa rede de conexões das mais variadas formas. Temos conexões para telefones, telefones móveis, internet, pacote de dados e outros. Esta grande rede nos permite conectar com pessoas, países e empresas em todos os lugares do mundo. Neste contexto, são as empresas que viabilizam esse fluxo de informação e é com essa mercadoria que originam seus lucros. Dentro desse grande setor de Telecom, um setor que recentemente ganhou muita importância foi o de telefonia móvel. Com o advento dos smartphones, das redes de dados 3g e, mais recentemente, a 4g, o uso de celulares se intensificou muito, se tornando praticamente uma necessidade. Este trabalho se propõe a estudar este setor, qualificando a estrutura, conduta e performance das empresas e do setor. Basicamente, analisaremos as principais empresas do segmento : Vivo, Claro(BR), Tim, OI e Nextel e como a organização desse mercado define as estratégias, necessidades e resultados operacionais.
Tecnologia e Funcionamento De maneira geral, o funcionamento da tecnologia tem como principal pilar as torres de transmissão. Essas torres são responsáveis pela conexão das informações e conectam aqueles que desejam ligar e aqueles que receberão a ligação. As informações flutuam pelas chamadas faixas de transmissão, que são frequências de ondas emitidas pelas torres. De uma maneira geral quanto mais baixa a frequência de transmissão mais longe será o alcance porém a qualidade será afetada. Existe uma frequência onde a relação ótima entre qualidade/alcance é atingida que é a frequência de 700Mhz. Atualmente esta frequência é utilizada para a rede 4g nos EUA. Com isso, as operadoras de telefonia utilizam dessa tecnologia e fornecem seus planos que atualmente são dividos em pré-pagos; póspagos e os chamados pré/pós ou linhas controle.
Estruturas Receitas O mercado consumidor é amplo, abrangendo diversos segmentos: Pessoa física, empresas, pequenas redes comerciais. Basicamente todos aqueles que necessitam de uma linha telefônica seja fixa ou móvel. Com isso, o mercado é pulverizado e o ticket médio por cliente tende a ser baixo (Poucos indivíduos estão dispostos a pagar quantias muito altas por linhas telefônicas) o que força as operadoras a buscarem um portfolio como elevadíssimo número de clientes. 30 25 20 Ticket Médio Custos Os custos associados com as empresas de Telecom se resumem basicamente a despesas de operação (Fornecer de maneira eficiente o produto) ; de construção e manutenção de torres de transmissão e centros de informação. Em sua maioria são largos custos fixos que serão financiados com dívidas de longo prazo. Neste mercado a estrutura de custos é muito importante, basicamente ela justifica a concentração do setor nas mãos de poucas empresas, de acordo com a Anatel, existem atualmente 4921 empresas licenciadas para operarem serviços de telecomunicações porém apenas 4 (Vivo, Oi, Claro, Tim) concentram aproximadamente 89,31% dos acessos. 15 10 5 0 Vivo Claro (BR) Tim
Diagrama de Porter O setor é estritamente dependente de novas tecnologias que viabilizem a qualidade da transmissão. Neste caso seria de esperar que o poder de barganha dos fornecedores seja elevado. Porém com o boom tecnológico após 2002, esse setor intensivo em capital humano ganhou muitos concorrentes que relativamente diminuiram o poder de barganha das empresas fornecedoras Barreira a entrada de novos concorrentes Devido a seus altos custos fixos, o setor oferece uma significante barreira a entrada a novos competidores Poder de barganha dos fornecedores Rivalidade entre os concorrentes Poder de barganha dos compradores A rivalidade dos concorrentes é uma dinâmica importante nesse mercado, muitas vezes os produtos oferecidos são relativamente similares e com a portabilidade, a mudança de operadora se tornou algo constante. Com isso a inovação e desenvolvimento de campanhas, promoções e diferenciações é necessária para a manutenção do market-share das operadoras. Ameaça de produtos substitutos. Recentemente com portabilidade das linhas telefônicas houve um incremento do poder de barganha dos compradores.
Conduta e Performance Tendo gerado uma receita total de quase R$ 62 bilhões em 2014, o setor de telecom móvel abrange toda a população brasileira, atingindo uma penetração (celular per capita) de mais de 140% (ou seja, 1,4 celular por pessoa) no mesmo ano. Com a opção de serviço pré-pago, cujo ticket médio foi R$ 10 mensais, virtualmente toda e qualquer classe econômica pode ter acesso ao serviço. Em termos de posicionamento de players, a Vivo é líder de mercado em share de receitas, com 36% em 2014, o que pode parecer contraditório em vista de seu share mais igualitário de 28% em termos de usuários. Isso decorre do foco da Vivo em serviço pós pago (35% de sua base de clientes é de pós pago, contra 17% da Tim, 22% da Claro e 18% da Oi), de maior ticket médio, no qual a Vivo é líder do setor (42% de share nesse setor). Vale ressaltar, contudo, que apenas 24% dos celulares do Brasil são pós pagos. Em termos de precificação, apenas devemos analisar o setor pós pago, vez que no pré pago as tarifas são similares. Naquele setor, contudo, vemos uma postura agressiva da Tim (3 a colocada em Share de Pós-Pagos), com oferta de produtos avançados por preço de produtos básicos, em comparação aos concorrentes. Por se tratar de um movimento recente, ainda não há dados para avaliar o impacto da medida.(ver Imagem abaixo para detalhes de preços tanto de dados quanto Voice) Outro ponto interessante do mercado é o shift para o segmento de dados, em detrimento do serviço de voz. Enquanto em 2014, em média 32% das receitas vieram do segmento de dados, em 2010 esse número era de apenas 15%. Isso nos mostra que a importância dos investimentos em rede será crescente, bem como estratégias de precificação. Com base nos argumentos apresentados, entendemos que a Vivo está melhor preparada para sobreviver com tranquilidade nos próximos anos, haja vista sua dominância de mercado, investimentos em rede e alinhamento com as tendências de mercado. Rio de Janeiro São Paulo Basic Data (GB) Voice (Offnet) Pric e (R$) Advanced Data (GB) Voice (Offnet) Pric e (R$) Basic Data (GB) Voice (Offnet) Pric e (R$) Advanced Data (GB) Voice (Offnet) Pric e (R$) TIM SP 1 50 113 TIM SP 6 400 139 VIVO SP 1 50 99 VIVO SP 6 500 349 Claro SP 1 60 120 Claro SP 7 400 336 OI SP 0.5 50 69 OI SP 5 500 99 Nextel SP 2 50 100 Nextel SP 10 500 240 TIM RJ 1 50 103 TIM RJ 6 400 99 VIVO RJ 1 50 99 VIVO RJ 6 500 349 Claro RJ 1 70 120 Claro RJ 7 400 315 OI RJ 0.5 50 69 OI RJ 5 500 99 Nextel RJ 2 50 100 Nextel RJ 10 500 240
Performance 45.000 40.000 35.000 30.000 25.000 20.000 15.000 10.000 5.000 0 Receitas 2012 2013 2014 Vivo Claro (BR) Em milhões Com base na performance das receitas, podemos ver que existem duas firmas líderes nesse mercado: Vivo e Claro. Além de outras de menor participação como TIM,Oi,Nextel. A evolução das receitas foi gradual e similar ao desenvolvimento da utilização de smartphones abrindo novos mercados como o de dados e de internet 3g, 4g. A vivo apresenta estratégia diferente de seus concorrentes. Visando atuar nas áreas pós-pagas onde frequentemente o ticket médio cobrado pelos serviços é maior. A vivo cobra um ticket médio 26% acima do valor da sua concorrente o que aliado com o grande número de clientes faz com que ela tenha a maior parte das receitas da indústria. É importante notar que apesar do ticket médio mais alto a vivo é a que realiza a maior parte dos investimentos e assim possui área de Tim Oi Nextel (BR) 40% 30% 20% 10% 0% - 10% - 20% Margem EBITDA 2012 2013 2014 Vivo Claro (BR) A margem EBITDA do setor é relativamente próxima, na média de 25%-35%, ao contrário dos niveis de receita, quem apresenta maior margem EBITDA é a claro. Isto está relacionado com sua gestão de custo mais eficiente permitindo uma melhora nas margens. Apesar das margens EBITDA indicarem certa concentração de mercado (média de 30%), há extrema facilidade, do ponto do vista do usuário, em trocar de prestadora, o que justifica os investimentos constantes em infraestrutura, como vemos com os mais de 21 bilhões de reais investidos em 2014, liderados pelos pouco menos de R$ 10 bilhões da líder Vivo. Portanto nesse segmento é extremamente necessário novos investimentos garantindo assim novos clientes e a manutenção dos já ativos. Tim Oi Nextel (BR)
Performance 8.000 6.000 4.000 2.000 0-2.000-4.000-6.000-8.000-10.000 Investimentos 2010 2011 2012 2013 2014 Vivo Claro (BR) Tim Oi Nextel (BR) Os invesbmentos nesse setor são de extrema importância. Basicamente constam de construções e/ou aquisições de novas torres de transmissão e de invesbmentos em tecnologia. Conseguimos estabelecer uma forte correlação entre inves7mentos e desempenho, sendo que a empresa líder do setor foi a que mais apresentou gastos com novos invesbmentos. Ao construírem ou adquirirem novas linhas de transmissão, as empresas abngem uma maior área de cobertura possibilitando adquirir novos clientes. Com isso conseguem atuar em áreas mais compebbvas e assim ganhar mais posição de mercado. 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 Número de clientes 2010 2011 2012 2013 2014 Vivo Tim Claro (AMX) Relacionando o fluxo de novos inves7mentos com a expansão da base de clientes, podemos ver uma forte correlação. Apesar do movimento ser comparblhado pelos outros players do mercado, os gastos com inves7mentos da Vivo possibilitou a ampliação e manutenção dos clientes apesar da intensa compebção. Outros fatores também influenciaram esse fenômeno no período como o maior acesso da população a redes de telefonia e o barateamento dos celulares caracterizando a elevação da base de clientes como um todo. Porém o futuro dessas empresas está inbmamente relacionado a inovações e as empresas engajadas em novos inves7mentos tenderão a apresentar um serviço de melhor qualidade e garanbr num futuro uma Oi