Porto Seguro Fundos s Outubro / 2015 Carta do Gestor Cenário Econômico Embora os temores quanto a uma forte queda no ritmo de crescimento da China tenham arrefecido nas últimas semanas, sua trajetória de desaceleração econômica se mantêm intacta, com importantes repercussões sobre as perspectivas de médio e longo prazo para a economia global e, em particular, dos países emergentes. Confirmando nossa expectativa, esse quadro de maior incerteza quanto ao crescimento global futuro e suas repercussões sobre a economia norte-americana levou o Fed a postergar o início do processo de elevação de sua taxa básica de juros, esperado por larga parcela dos mercados internacionais para a reunião de setembro último. Embora as expectativas quanto ao início desse ciclo agora tenham se deslocado para a reunião de 16 de dezembro próximo, acreditamos que as chances de que esse movimento comece apenas em 2016 são maiores que as consideradas atualmente pelos mercados globais. Uma das consequências mais visíveis do ritmo mais lento do crescimento chinês é a forte queda dos preços das commodities, o que por seu turno tem suscitado movimentos expressivos de desvalorização cambial em países mais expostos ao gigante asiático, o Brasil entre eles. Ao longo do último mês de setembro, entretanto, para além desses fatores externos, foram majoritariamente razões domésticas que impuseram forte depreciação à moeda brasileira. A apresentação de um orçamento federal deficitário para 2016 e o subsequente rebaixamento da nota de crédito do país para o chamado grau especulativo desencadearam uma espiral de piora na percepção do chamado risco-país, com enorme impacto sobre o preço dos ativos financeiros domésticos. De pouco adiantou o anúncio, poucos dias depois, de medidas visando recuperar um nível mínimo de superávit nas contas públicas em 2016. Além das óbvias dificuldades políticas em aprovar junto ao Congresso a maior parte das medidas apresentadas, em especial a recriação da CPMF, essa sucessão de idas e vindas na condução da política fiscal fortalece entre os agentes econômicos a sensação de tibieza por parte do governo na busca de uma solução para a grave crise das contas públicas. Por enquanto, a julgar por declarações recentes do seu próprio presidente, o Banco Central deve seguir com seu plano de manter a taxa Selic inalterada por Nesse sentido, por ora também mantemos nossa expectativa de que o afrouxamento da política monetária tenha início em abril próximo, a despeito da depreciação cambial recente, uma vez que a queda da atividade também segue surpreendendo negativamente, o que ajuda a mitigar os efeitos inflacionários do câmbio. O ambiente atual, que combina a deterioração da atividade e (a despeito disso) pressões inflacionárias crescentes acaba por resgatar alguns antigos fantasmas da economia brasileira que pareciam circunscritos a um passado distante: de um lado, as preocupações quanto à sustentabilidade da dívida pública no médio e longo prazo; de outro, os temores de que o governo, premido pela dificuldade em elevar a carga tributária e pela falta de convicção em promover um corte mais acentuado de suas despesas, possa lançar mão do perverso imposto inflacionário para cobrir ao menos parte de seu déficit fiscal. Ainda é possível manter ambos no passado, evitando que voltem a assombrar a economia brasileira. Para isso, porém, é preciso não titubear na adoção das medidas necessárias para resolver nossos graves problemas fiscais. Mercados As sucessivas revisões das metas fiscais para este e os próximos anos pelo governo federal num intervalo de poucas semanas, culminando com o envio de uma proposta orçamentária para 2016 prevendo um déficit primário de 0,5% do PIB no último dia de agosto dispararam um processo vertiginoso de piora dos mercados domésticos nas semanas seguintes. A percepção de que o quadro fiscal, atual e futuro, impõe uma trajetória no mínimo preocupante para a dívida pública, desencadeou uma rápida e expressiva alta dos prêmios de risco-país, ilustrados pelos valores dos CDS. Na esteira dessa piora dos indicadores de risco, a taxa de câmbio também experimentou uma forte depreciação, estabelecendo novos patamares históricos de baixa para o BRL. 17 16 15 14 13 12 7,6 7,4 7,2 7,0 6,8 6,6 6,4 6,2 6,0 Taxa Nominal de Juros -- DI Futuro (%) 01/07 09/07 17/07 Jan/17 Jan/21 25/07 02/08 10/08 18/08 26/08 03/09 11/09 19/09 27/09 Cupom Real de Juros -- NTN-Bs (%) 2020 Set/15 Ago/15 Jul/15 Jun/15 2024 2030 2035 2045 2050 O câmbio depreciado, por sua vez, alimentou uma disparada nas taxas de juros, especialmente entre as pré fixadas, em função do potencial repasse dessa depreciação cambial para o conjunto de preços domésticos, a despeito do quadro recessivo atual. Não por
acaso, o comportamento das taxas dos títulos pós fixados (NTN-Bs) foi bastante distinto, com os juros reais registrando altas bastante inferiores às observadas nas taxas pré fixadas. A contrapartida foi a expressiva elevação da chamada inflação implícita desses títulos pós fixados. No mercado acionário, a deterioração observada ao longo de setembro foi bem mais modesta que a observada nos demais ativos financeiros locais. Ações de empresas com parcela relevante de suas receitas indexadas à moeda norte-americana (grandes exportadoras) ajudaram a conter uma desvalorização maior do Ibovespa. 4,30 4,10 3,90 3,70 3,50 3,30 3,10 01/07/15 55000 53000 51000 49000 47000 45000 43000 01/07/15 09/07/15 R$/US$ 09/07/15 17/07/15 25/07/15 CDS Brasil 02/08/15 10/08/15 Porto Seguro Rubi Premium RF FIC Porto Seguro Diamante RF FIC Porto Seguro Diamante Plus RF FIC 550 500 450 400 350 300 250 18/08/15 Ibovespa S&P 500 17/07/15 25/07/15 02/08/15 10/08/15 18/08/15 26/08/15 26/08/15 03/09/15 03/09/15 11/09/15 11/09/15 19/09/15 19/09/15 27/09/15 27/09/15 2140 2090 2040 1990 1940 1890 1840 Rubi Premium RF RF Diamante Assim, optamos taticamente pela redução do risco via aumento da parcela de caixa em renda fixa dos nossos produtos previdenciários. Diante do exposto, manteremos nossas alocações pré-fixadas na parte intermediária da curva, pois julgamos ser a mais atrativas, principalmente, a julgar por declarações recentes do seu próprio presidente, o Banco Porto Seguro RF Inflação FIC FI RF Diamante Plus Caixa 0,69% 0,69% 0,69% Juro Real -0,07% -0,07% -0,07% Juro Pré -0,13% -0,14% -0,14% Custos -0,13% -0,09% -0,07% Total 0,36% 0,40% 0,42% O mês de setembro foi marcado por uma expressiva e vertiginosa deterioração dos preços dos ativos financeiros domésticos, a curva de juros real apresentou alta na sua estrutura como todo, encerrando o mês com + 22 pp NTN-B 2018, NTN-B 2024 +25 pp, e +28 pp NTN-B 2050. em julho, sendo que as perdas nos títulos no mês foram mais impactadas pelo Mantivemos nossa estratégia de manter duration adicional com relação ao IMA B através de alocações em juro real longo (NTN-B 2050), pois na nossa visão, os juros reais da curva, não se sustentarão por muito tempo nos patamares onde se encontram atualmente. 2
Caixa Juro Real Custos Total Inflação FIC FI 0,02% -0,85% -0,21% -1,04% A julgar por declarações recentes do seu próprio presidente, o Banco Ressaltamos que, historicamente, períodos de queda de taxas de juros nominal e real foram marcados por excelente desempenho de fundos Renda Fixa Índices (IMA-B), categoria no qual este fundo Inflação se situa. Neste sentido, recomendamos que se aproveite os próximos meses para intensificar a parcela deste produto em suas carteiras de investimento, haja vista o término do ciclo de alta de juros. Pedimos ainda especial atenção quanto ao horizonte de maturação das estratégias típicas deste produto (2 a 5 anos), assim como ao grau de risco particular de cada investidor aderente à volatilidade típica deste produto. Porto Seguro Composto MM Porto Seguro Classic MM Porto Seguro Rubi Plus MM Em Renda Variável, setembro continuou bastante turbulento. A decisão da Standard & Poor s de rebaixar a classificação de risco soberano, contínuos ruídos no ambiente político e deterioração dos fundamentos macro, levaram ao aumento da percepção de risco de Brasil, de Petrobras e de ações sensíveis a variações nas taxas de juros, e.g. de concessionárias e properties. Setores defensivos e ligados a câmbio foram novamente os destaques positivos. Nos últimos dias do mês, com o inesperado reajuste de combustíveis, que impulsionou as ações da Petrobras, alívio na crise política com a reforma ministerial, com destaque para a mudança na Casa Civil, e manutenção dos juros pelo FED, houve uma melhora nos preços dos ativos mais afetados pela crise. A performance em renda variável, no entanto, ficou abaixo do Ibovespa (-3,97% contra -3,36%), sendo que os destaques negativos foram bancos e concessionárias. Composto MM Classic MM Rubi Plus MM Caixa 0,59% 0,54% 0,40% Juro Real -0,06% -0,07% -0,04% Juro Pré -0,11% -0,13% -0,08% Renda Variável -1,11% -1,86% -3,35% Custos -0,17% -0,20% -0,23% Total -0,86% -1,70% -3,30% Assim, optamos taticamente pela redução do risco via aumento da parcela de caixa em renda fixa dos nossos produtos previdenciários. Diante do exposto, manteremos nossas alocações pré-fixadas na parte intermediária da curva, pois julgamos ser a mais atrativas, principalmente, a julgar por declarações recentes do seu próprio presidente, o Banco 3
Finalmente, com relação à Renda Variável, a reforma ministerial diminui as chances de instalação do processo de impeachment da Presidente Dilma, mas ainda não é suficiente para a aprovação de emendas constitucionais, que incluem CPMF e DRU. Adicionalmente, a agenda segue pesada, com expectativas de votação do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o uso de contabilidade criativa por parte da presidente em 2014, e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em finalizar a votação sobre a abertura, ou não, de processos para investigação dos fundos de campanha da chapa Dilma/Temer nas eleições do ano passado. Nossas principais posições continuam a ter como base os seguintes temas de investimentos: (i) queda na taxa de juros de longo prazo (setor financeiro, shopping centers e concessionárias); (ii) aumento de competitividade no médio e longo prazos como consequência da desvalorização cambial (autopeças e bens de capital); e (iii) valor. Porto Seguro Soberano Diamante RF FI Caixa Juro Real Juro Pré Custos Total RF Soberano Diamante 1,03% 0,00% -0,40% -0,09% 0,54% concentrada na NTN-B 2019, na nossa visão, os juros reais da curva não se sustentarão por muito tempo com taxas acima de 7,0%, patamar onde se encontram atualmente. Porto Seguro Vida e Previdência ritmo mais rápido e intenso do que prevíamos, com isso o mês de setembro foi marcado por uma expressiva e vertiginosa deterioração dos preços dos ativos financeiros domésticos. A curva de juros real apresentou alta na sua estrutura como todo, encerrando o mês com + 22 pp NTN-B 2018, NTN-B 2024 +25 pp, e +28 pp NTN-B 2050. em julho, porem a carteira se beneficiou do aumento da inflação do índice IGP-M de Setembro que foi 0,95% frente à inflação registrada em Agosto 0,28%, sendo que as perdas nos títulos no mês foram mais impactadas pelo A despeito de toda piora no ambiente no político, em setembro mantivemos nossas posições inalteradas, pois acreditamos que a sinalização de final do ciclo de alta da Selic, a melhor estratégia é manter duration adicional com relação ao IMA B através de alocações em juro real longo (NTN-B 2050), pois na nossa visão os juros reais, não se sustentarão por muito tempo nos patamares onde se encontram atualmente. Com isto, manteremos nossa estratégia de manter duration adicional com relação ao passivo atuarial através de alocações em juro real em papéis mais longos. A julgar por declarações recentes do seu próprio presidente, o Banco Diante da maior sensibilidade aos movimentos da taxa de câmbio, manteremos a posição em títulos indexados ao IGPM, pois acreditamos que os atuais desequilíbrios macroeconômicos internos, assim como as perspectivas de médio prazo para a economia internacional sugerem que a taxa de câmbio voltará a se depreciar, justificando, portanto, a manutenção dessa posição. A modelagem de prêmio de risco, aliado à nossa visão econômica e o passivo atuarial, justificam o alongamento da duration para juros reais a partir do patamar de 6,5%, especialmente considerando o horizonte de retorno do produto, de 5 a 7 anos. 4
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