DESTAQUES DE CONJUNTURA ECONÔMICA AMÉRICA LATINA



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Transcrição:

DESTAQUES DE CONJUNTURA ECONÔMICA AMÉRICA LATINA Abril de 2015 (primeira quinzena) 1 1 ARGENTINA Análises privadas e de organismos internacionais apontam para crescimentos negativos ou próximos de nulo do PIB em 2015 e 2016. Às margens das reuniões de primavera do Banco Mundial e do FMI, ambos os organismos indicaram cenários econômicos difíceis para a Argentina. O Banco Mundial ressaltou que o país precisará cortar gastos públicos para se adequar a uma nova realidade econômica e apontou para uma queda do PIB de 0,4% em 2015. Por sua vez, o FMI previu uma retração de 0,3% do PIB em 2015 e um crescimento de 0,1% em 2016. Também recentemente, a CEPAL reviu sua previsão de crescimento da economia argentina, de 1% para 0% em 2015. Segundo recente estudo com diversas análises privadas, em 2015 se prevê, na média, uma contração de 1,3% PIB, e em 2016 um crescimento de 2,1% 2. INFLAÇÃO Inflação volta a crescer. Segundo estimativas privadas, a inflação em março foi de 2,1% 3, acumulando 29,8% em 12 meses. Análises privadas apontam para o fim do processo de desaceleração observado desde o último semestre de 2014 e para uma tendência de manutenção deste patamar de taxa mensal para os próximos meses. POLÍTICA FISCAL Piora nos resultados fiscais. Dados oficiais de janeiro mostram significativo déficit financeiro no mês, de 13,5 bilhões de pesos argentinos 4 (341% maior que em jan/2014 e 750% maior do que jan/2013). Para o ano, estimativas privadas apontam para um crescimento do déficit primário, especialmente em razão das eleições presidenciais, para valores entre 5% e 6% do PIB (segundo dados do Banco Mundial, em 2014 o país apresentou um déficit primário de 0,9% do PIB e um déficit financeiro de 2,5% do PIB). ESTATIZAÇÃO NO SETOR DE TRANSPORTE FERROVIÁRIO Aprovada lei que estatiza a administração do serviço ferroviário argentino. Com a lei, o Estado argentino tomou posse de toda a rede ferroviária do país e estabeleceu a modalidade de acesso aberto (na qual todos os operadores de cargas e passageiros poderão utilizar toda rede). Foi também criada a empresa Ferrocarriles Argentinos Sociedad del Estado, que será responsável pelo gerenciamento de todo o sistema. 5 1 2 3 4 5 Dados atualizados até 15/04/15. Este é um documento de caráter informativo elaborado com base em informações públicas produzidas por terceiros. Nada no documento deve ser interpretado como posicionamento, visão ou projeção deste Ministério. Valores médios de recente informe Latin Consensus Forecast IPC Congresso (média de estimativas privadas publicada pela oposição no Congresso argentino) Aproximadamente US$ 1,5 bilhão (convertidos pela taxa de câmbio oficial de 15/04/2015 - US$ 8,87) Em março, já haviam sido iniciados processos de rescisão de contratos com os privados encarregados das operações de quatro linhas de transporte de passageiros.

2 NOVA CONDENAÇÃO EM TRIBUNAL ARBITRAL DO BANCO MUNDIAL ICSID determina que o país pague US$ 405 milhões. Ao concluir que houve rescisão unilateral em 2006 dos contratos com as empresas francesa Suez e espanhola Águas de Barcelona (Agbar), o Centro Internacional de Resolução de Disputas de Investimentos do Banco Mundial determinou que o governo argentino devolva às empresas o montante corespondente aos investimentos realizados à época (não foram considerados valores solicitados pelas empresas por danos morais ou indenizações, que levariam a ação a US$ 1,2 bilhão). BOLÍVIA INVESTIMENTOS SETORIAIS Anunciados investimentos governamentais no setor leiteiro. O chefe do Pro Bolívia 6, Oscar Alcaraz, anunciou investimentos de 16,5 milhões de bolivianos 7, moeda local, para melhorar a produção de leite em áreas com bom potencial, por meio do uso de tecnologia e de áreas de pastagem. Serão adquiridos equipamentos de ordenha automática e máquinas forrageiras de corte. Os recursos para o programa virão do Fundo Pro Leite, que recebe 0,10 bolivianos de cada litro de cerveja vendido no país. SETOR DE GÁS Petrobrás firma acordo para exploração de gás. A empresa brasileira assinou um acordo com a estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) com o objetivo de impulsionar a exploração de gás natural em três áreas da região sul de Tarija. Um memorando de entendimento abre a possibilidade de investimentos de 2,057 bilhões de dólares, que incluiriam atividades de exploração, transporte e construção de plantas fabris, o que permitiria aumentar as reservas do país e consolidar o departamento de Tarija como centro energético da Bolívia. Esse departamento possui até 85% das reservas de gás natural da Bolívia. A petrolífera boliviana e o Ministério dos Hidrocarbonetos também firmaram um memorando de entendimento com a empresa russa Gazprom, para o desenvolvimento do setor de gás da Bolívia até 2030. CHILE INFLAÇÃO Inflação de março abaixo das expectativas. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,6% em março, abaixo do que o mercado esperava (+0,9%). Com isso, mantém a tendência de queda em 12 meses, saindo de 5,7% em outubro de 2014 para 4,2% em março. Ainda assim, permanece acima do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4%. COMÉRCIO EXTERIOR Exportações registram o pior desempenho para o primeiro trimestre desde 2009. As exportações foram 7% menores em comparação ao mesmo período do ano anterior, impactadas pelo setor de mineração, em particular o cobre, com queda do valor exportado de 13,3%. Já as importações caíram 13,9%, refletindo a redução de 49% no valor das importações de petróleo e também de outros combustíveis. Por sua vez, a Balança comercial registrou superávit 47,6% maior no trimestre. 6 7 O PRO BOLÍVIA é uma entidade pública vinculada ao Ministerio de Desarrollo Productivo y Economía Plural, que tem como objetivo impulsionar a diversificação produtiva e a geração de valor agregado, oferecendo serviços de fomento à produção nacional, com ênfase nas micro e pequenas unidades produtivas. Aproximadamente US$ 2,4 milhões.

Atividade econômica se expandiu 2% em fevereiro. O Índice Mensal de Atividade Econômica (Imacec) teve aumento de 2% em relação ao mesmo mês de 2014, em linha com as expectativas do mercado, mas o pior fevereiro dos últimos seis anos. Em doze meses, cresceu 1,5%. O Comércio Varejista e o setor de Serviços contribuíram positivamente contrapondo a queda na produção na atividade de Mineração. 3 FMI reduz projeção de crescimento para 2015. A instituição reduziu de 3,3% para 2,7% a sua projeção para o país, tendo como justificativa as incertezas acerca do impacto das reformas promovidas pelo governo sobre os investimentos. Para 2016, o FMI estima que a economia chilena crescerá 3,3%. COLÔMBIA INVESTIMENTOS Investimento estrangeiro cai no primeiro trimestre. De acordo com dados do Banco Central, os investimentos externos líquidos na Colômbia apresentaram redução de 25% entre janeiro e março frente a igual período de 2014, chegando ao montante de US$ 4,4 bilhões. Entre os componentes desse resultado, apresentaram queda as entradas em investimentos externos diretos (-10,0%) e em portfólio (-58,7%). Setorialmente, teve destaque a menor destinação de recursos ao setor petroleiro (-11,7%), que representou 81,5% dos investimentos destinados ao país no período. SERVIÇOS Turismo gerou US$ 4,9 bilhões em divisas em 2014. A cifra superou a meta do governo para o quadriênio 2010-2014, de US$ 4 bilhões ao ano, e mostra maior proximidade à que o governo espera alcançar entre 2015 e 2018, de US$ 6 bilhões/ano. Com o resultado, o setor obteve um saldo de US$ 3,9 bilhões e teve uma participação de 56,4% nas exportações totais de serviços para o ano. Os serviços na área de turismo também aparecem como terceiro maior gerador de divisas ao país, atrás das atividades extrativas de petróleo e carvão. COMÉRCIO INTERNACIONAL Exportações têm redução de 26,8% em fevereiro. O resultado divulgado pelo DANE 8, obtido na comparação com o mesmo mês do ano anterior, já era esperado por governo e analistas privados. A principal variação negativa se deu nas vendas de petróleo e seus derivados (-45,2%) e de manufaturas (-9,7%). Por outro lado, as cifras apontam recuperação das exportações de produtos agropecuários, alimentos e bebidas (+6,8%). Os destinos para os quais houve maior queda nas exportações foram China (-92,4%) e Índia (-98,4%). EQUADOR INFLAÇÃO Inflação apresenta tendência crescente. Após encerrar o ano de 2014 com uma inflação de 3,67%, com os índices mensais de 2015 até março, a inflação em 12 meses se encontra em 3,76%. A projeção oficial até o momento é de que 2015 se encerre com uma taxa de 3,9%, mas as autoridades sinalizaram que revisarão essa projeção em razão dos problemas econômicos por quais o país passa em função da queda dos preços internacionais do petróleo. 8 Departamento Administrativo Nacional de Estatísticas

4 DÍVIDAS E GASTOS PÚBLICOS Análises privadas apontam crescimento nas dívidas e gastos públicos. Apesar de os dados mais recentes do Ministério de Finanças indicarem que a dívida pública (interna e externa) do país estaria próxima a 30% do PIB, análises privadas apontam para a necessidade de contabilização de valores compromissados com a venda antecipada de petróleo à China e de Certificados de Tosoreria, que elevariam a dívida a 37% do PIB (próximo ao limite de 40% do PIB estabelecido pela Asamblea Nacional). Também segundo análises privadas, os gastos públicos passaram de 21% do PIB em 2006 para 43% em 2014 9, como resultado de um modelo econômico no qual o Estado é o principal vetor de investimentos, em especial no setor petroleiro. POBREZA Pobreza se reduz 12,5 pontos percentuais em 8 anos. Segundo dados divulgados pelo Instituto Ecuatoriano de Estadística y Censos (INEC) o índice de pobreza no Equador, medido pelo consumo, passou de 38,3% em 2006 a 25,8% em 2014. Destaca-se ainda a redução em mais de 50% dos índices de pobreza extrema no mesmo período, assim como a manutenção da elevada diferença entre esses índices nas zonas rurais e urbanas (47,3% e 15,5% da população em 2014, respectivamente). MEXICO Banco Central prevê recuperação nos próximos meses. De acordo com registros da última reunião da instituição, os membros de sua Junta Diretiva preveem que o país deverá crescer mais nos próximos meses em razão principalmente dos estímulos dados ao setor exportador, da recuperação econômica estadunidense e da desvalorização da moeda local. Ainda assim, os membros acreditam que o crescimento deve se situar no valor inferior da faixa de estimativas do Banco Central, que vai de 2,5% a 3,5%. Economia mexicana superará a espanhola. De acordo com o World Economic Outlook de abril, do FMI, o México passará a ser a 13ª maior economia do mundo já em 2015, com seu PIB em preços correntes superando o da Espanha. Não obstante, a instituição reduziu a previsão de crescimento do país de 3,2% para 3,0%, apontando como razões para a modificação a fragilidade da demanda doméstica e o cenário fiscal restritivo, este último explicado pela deterioração no preço do petróleo, importante fonte de renda tributária local. A CEPAL revisou as previsões de crescimento para o México em cifras idênticas às apresentadas pelo FMI. MERCADO DE CAPITAIS México lança títulos com vencimento em 100 anos. Os papéis, que têm vencimento em março de 2115, oferecem rendimentos de 4,2%, foram ofertados globalmente e têm o euro como moeda de referência, com seu valor total chegando a 1,5 bilhão (US$ 1,6 bilhão). Esta é a segunda vez em dois anos que o governo oferta títulos com vencimento em 100 anos, tendo lançado bônus com montantes similares em libras esterlinas em 2014. O objetivo é cobrir as necessidades de financiamento a custos relativamente baixos, além de diversificar a base de investidores no longo prazo e o perfil das amortizações devidas em moeda estrangeira. A 9 O atual governo do Presidente Rafael Correa, em seu segundo mandato desde 2013, iniciou-se em janeiro de 2007.

Secretaria de Fazenda informou que a demanda pelo título em euros foi mais de quatro vezes superior ao total ofertado. 5 INVESTIMENTOS Grande interesse por licitações energéticas. Até a primeira quinzena de abril, 68 das principais empresas petroleiras mundiais já se apresentaram para participação na Rodada Um da reforma energética mexicana, que deve licitar, até o final de 2015, 169 blocos petrolíferos. A expectativa dos agentes privados é que neste ano os investimentos trazidos por essas operações cheguem a US$ 12 bilhões e que esse valor seja duplicado a partir de 2020. Além de garantir ingressos fiscais, para os quais o setor contribui hoje com 42% do total 10, o avanço da reforma pode reduzir o custo médio da energia em até 84%, elevando a competitividade da indústria local. SETOR AUTOMOTIVO Venda de veículos cresce 22,4% em março. De acordo com a AMIA 11, este é o terceiro mês seguido em que o indicador apresenta crescimentos superiores a 20% em relação a períodos análogos de 2014, o que aponta uma recuperação do consumo privado, condizente com a alta de 4,8% do índice de confiança do consumidor para o mês. Também foram positivos os dados de produção (+8,1%) e exportações (+13,2%), especialmente em relação às vendas destinadas aos Estados Unidos (+13,9%) e ao Canadá (+26,9%). Toyota anuncia investimentos de US$ 1 bilhão em nova planta. A nova instalação da montadora deverá gerar até 2 mil empregos e acrescentar 200 mil 12 unidades anuais à produção mexicana de veículos. A planta, que terá como principal produto o veículo Corolla, deve iniciar sua produção em 2019. O investimento põe fim ao congelamento global de novas operações para ampliação de capacidade da montadora, vigente desde 2011, e é o maior já aportado pela companhia ao México. PARAGUAI FMI reduz previsão de crescimento do Paraguai. O Fundo Monetário Internacional baixou de 4,5% para 4% a perspectiva de crescimento do PIB em 2015, patamar menor do que a previsão do governo (4,5%) e da Cepal (4,2%). A principal razão para essa redução está na queda do preço das matérias primas e na previsão de baixo crescimento do Brasil, principal destino das exportações paraguaias. Apesar disso, a expansão da economia paraguaia será a segunda maior da região neste ano, atrás apenas da Bolívia. COMÉRCIO EXTERIOR Queda nos preços da soja e derivados reduz a entrada de divisas no país. No primeiro trimestre, houve redução de US$ 350 milhões no ingresso de divisas frente ao mesmo período de 2014, o que explica em parte a pressão sobre o câmbio no país 13. Os volumes exportados de grãos de soja declinaram 12% acompanhados de uma queda de 23% nos preços, enquanto a exportação em volume dos seus derivados (óleo e farinha) cresceu, mas seus preços também caíram. 10 11 12 13 42,3% dos ingressos do governo central e 30,7% dos ingressos totais do setor público em 2014. Associação Mexicana da Indústria Automotriz. Média de 16,6 mil veículos por mês, o que representa aproximadamente 6,0% da produção nacional mensal. Depreciação da moeda nacional de 13% em 12 meses frente ao dólar (Dado de 15/04/2014).

DÍVIDA PÚBLICA Déficit público aumenta. Após o término do primeiro trimestre, o déficit nos últimos doze meses atingiu 1,4% do PIB, abaixo do limite de 1,5% estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Esse déficit se financia com mais endividamento, que vem aumentando nos últimos tempos principalmente com a emissão de bônus soberanos 14 mas que, segundo o governo, ainda é sustentável. Cabe destacar que, em 2015, o governo estima que os pagamentos de amortizações, juros e comissões da dívida pública aumentarão 36,8%. 6 INFLAÇÃO Deflação em março. Segundo o Banco Central, março foi o primeiro mês deflacionário no ano ao registrar queda no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de 0,1%, acumulando alta de 1% no trimestre, índice menor do que os 2,6% do mesmo trimestre do ano anterior. Segundo a entidade, esse resultado deve-se, em grande parte, à baixa de preços no grupo de alimentos, influenciados pelos preços das commodities no mercado internacional, e pela redução dos preços do petróleo. PERU DESEMPREGO Desemprego sobe levemente no primeiro trimestre. Entre janeiro e março, a taxa de desemprego na região metropolitana de Lima situou-se em 7% 15, conforme dados do Instituto Nacional de Estadística e Informática (INEI). Segundo grupos de idade, o desemprego apresentou comportamento diferenciado. Entre os jovens de 14 a 24 anos, a taxa foi 15,4%; entre os de 25 a 44 anos, de 5,5%; e na população de 45 anos ou mais, de 2,2%. Economia apresenta baixo crescimento em fevereiro. De acordo com dados do INEI, a economia peruana cresceu 0,94% em fevereiro, abaixo do esperado pelos analistas, que previam um avanço de 1,35%. Esse resultado reflete fortes quedas nos setores de pesca e construção, bem como um mau desempenho dos setores de mineração, hidrocarbonetos e manufaturas. A expansão de fevereiro foi muito inferior ao crescimento de 5,42% do mesmo mês do ano passado, e também foi menor do que o avanço de 1,68%, registrado em janeiro. URUGUAI TURISMO Foram divulgados bons resultados do setor. A Ministra do Turismo divulgou dados do primeiro trimestre de 2015. O ingresso de turistas no país aumentou 12% em relação ao mesmo período do ano anterior. Nos primeiros três meses deste ano, ingressaram 990 mil turistas no país, enquanto em 2014 esse número foi de 887 mil. As divisas deixadas pelos turistas também aumentaram, para US$ 830 milhões, cifra 7,65% maior do que a registrada no ano passado. Por sua vez, os gastos dos uruguaios no exterior declinaram aproximadamente 25%, de forma que o saldo da conta de turismo apresentou crescimento de 40%, atingindo US$ 538 milhões. EXPORTAÇÕES Exportações diminuíram no primeiro trimestre. Segundo o Instituto Uruguay XXI, as exportações uruguaias apresentaram declínio de 2% no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2014. O total exportado foi de aproximadamente US$ 1,8 14 15 De acordo com os dados do Ministério da Fazenda, a dívida pública do Paraguai saiu de 18% do PIB em 2013 para 29% em 2014. Relativa estabilidade frente aos 6,9% registrados no trimestre entre dezembro de 2014 e fevereiro de 2015.

bilhão, sendo que o principal destino continuou sendo o Brasil, com US$ 311 milhões, apesar da retração de 24,7% em relação a 2014. O segundo principal destino foi a China, com aumento de 1,6% no valor exportado (US$ 193 milhões), e o terceiro foram os Estados Unidos (US$ 120 milhões), com aumento de 42%. 7 CRESCIMENTO Cepal revisou sua expectativa. A Comissão Econômica para a América Latina e Caribe atualizou para baixo a sua expectativa de crescimento para a economia do país em 2015, de 3,5%, projetado em dezembro de 2014, para 3%. VENEZUELA PIB Economia deve ter retração de 3,5% em 2015. A Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe) revisou para baixo a sua expectativa de crescimento para a economia venezuelana, de uma contração de 1% para uma de 3,5%. COMÉRCIO O comércio com os Estados Unidos retraiu 40% em ano. Segundo a Câmara do Comércio Venezuelano-Americana, a corrente de comércio entre os países apresentou retração de 39,85% em um ano, de US$ 6,6 bilhões nos dois primeiros meses de 2014 para US$ 4 bilhões nos mesmo período de 2015. As exportações do país latino-americano declinaram 49,6%, enquanto as importações aumentaram 1,4% nesse período. RESERVAS INTERNACIONAIS O País procura maior liquidez nas suas reservas. Segundo a imprensa internacional, o Banco Central está negociando com bancos internacionais um contrato de swap de ouro para tornar líquido US$ 1,5 bilhão das reservas internacionais do país em ouro. O Banco entregaria 1,4 milhão de onças do metal (aproximadamente 39,7 toneladas) por um período de quatro anos, ao término do qual o ouro monetário voltaria ao País. Segundo a imprensa, espera-se que o contrato seja fechado ainda em abril. Estima-se que, dos US$ 20 bilhões de reservas, 70% sejam em ouro.

ANEXO: INDICADORES 8 TAXA DE CRESCIMENTO DO PIB MUNDO 3,3 3,4 AMÉRICA LATINA 1,3 0,8 % RESERVAS SOBRE O PIB % DÍVIDA BRUTA SOBRE O PIB 2014* 2015* 2014 2014* ARGENTINA 0,5 A -0,3 5,8 49,0 BOLÍVIA 5,4 A 5,0 B 44,2 30,0 BRASIL 0,5 A 0,8 B 16,8 66,0 CHILE 1,9 A 3,5 B 15,3 14,0 COLÔMBIA 4,6 A 4,2 B 11,7 34,0 EQUADOR 3,8 A 4,1 B 3,8 27,0 MÉXICO 2,1 A 3,2 B 14,9 48,0 PARAGUAI 4,4 A 4,5 B 22,3 18,5 PERU 2,3 3,8 30,0 19,3 URUGUAI 3,5 A 2,8 33,2 66,3 VENEZUELA -4,0-7,0 10,5 46,2 UNIÃO EUROPEIA 1,4 1,8 ZONA DO EURO 0,8 1,4 ÁSIA (PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO) 6,8 6,6 ESTADOS UNIDOS 2,4 A 3,1 0,7 105,62 CHINA 7,4 A 6,7 38,1 C 40,7 Fonte: Autoridades nacionais e FMI (World Economic Outlook Update April/2015). * Estimativas/Previsões FMI. A Dado oficial do país. B Estimativa/Previsão oficial do país. C State Administration of Foreign Exchange (SAFE) TAXA DE CÂMBIO, INFLAÇÃO E CONTA CORRENTE (SETE MAIORES ECONOMIAS DA AMÉRICA LATINA) DEPRECIAÇÃO DA MOEDA NACIONAL* (últimos 12 meses, em relação ao dólar) RESULTADO EM CONTA CORRENTE** (% do PIB, em 2014) INFLAÇÃO*** (%, em 2014) ARGENTINA 11% -0,8 23,9 BRASIL 38% -3,5 6,4 CHILE 11% -1,8 4,6 COLÔMBIA 31% -3,8 3,6 MÉXICO 17% -1,9 4,2 PERU 13% -5,2 3,2 URUGUAI 17% -6,5 8,3 VENEZUELA 0% A 7,6 68,5 * Fonte: Banco Central do Brasil (variações entre 15 de abril de 2014 e 15 de abril de 2015). ** Fonte: FMI. *** Fonte oficial dos países. A O cálculo apresentado diz respeito ao câmbio oficial venezuelano, fixado em 6,3 VEB/US$.