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Transcrição:

ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO GABINETE DO DES. SAULO HENRIQUES DE SÁ E BENE VIDES DECISÃO TERMINATIVA Agravo de Instrumento 200.2011.026679-4/001 2 1' Vara Civel da Capital. Relator : Des. Saulo Henriciues de Sá e Benevides. Agravante : Jorge Manuel Almas Pais. Advogado : Tiago Sobral Pereira Filho. Agravado : Autoclub Veículos e Peças LTDA. Advogado : Túlio Terceiro Neto Parente Miranda. AGRAVO DE INSTRUMENTO AÇÃO COMINATÓRIA AUSÊNCIA DE TRANSFERÊNCIA DE PROPRIEDADE DE VEÍCULO JUNTO AO DETRAN DECISÃO QUE DEFERIU O PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA IRRESIGNAÇÃO RESPONSABILIDADE DO ADQUIRENTE, NOVO PROPRIETÁRIO MANUTENÇÃO DO DECISUM NEGO SEGUIMENTO AO RECURSO, ART. 557, "CAPUT" DO CPC. O presente caso não se vislumbra a verossimilhança das alegações do agravante, pois o mesmo descumpriu seu dever de promover a transferência do veículo junto ao DETRAN. Vistos, etc. Trata-se de Agravo de Instrumento com pedido de efeito suspensivo, interposto por Jorge Manuel Almas Pais, contra decisão do MM. Juiz de Direito da 2 11 Vara Cível da Capital, nos autos da Ação Cominatória com Pedido de Tutela Antecipada, proposta em face da Autoclub Veículos e Peças LTDA. O magistrado a quo (fl. 51/52) deferiu a antecipação de tutela pleiteada nos termos do art. 461, 4', para determinar que o promovido efetue a transferência do veículo em questão para o seu nome, sob pena de cominação de multa diária, a partir do quinto dia da intimação daquela decisão, no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) até o limite do montante do valor do veículo. Nas razões recursais (fls. 02/13), a agravante requer a concessão do efeito suspensivo ao presente agravo de instrumento, até que seja julgado o seu mérito, para que fique isento da aplicação da multa diária de R$ 500,00 (quinhentos reais) e do pagamento de todas as taxas de transferência e IPVA em atraso. À fl. 57, foi solicitada informações ao Juízo prolator da decisão, sem, contudo, obter exito, conforme certidão de fl. 64. 1

Apesar de reiterado o pedido de informação para que, na oportunidade, fosse juntada a decisão interlocutória devidamente assinada, não houve manifestação, fl. 69. Da mesma forma, foi determinada a intimação da parte agravante ( f1.70) para que apresentasse a decisão agravada assinada, tendo sido cumprido à fl. 73. Liminar indeferida, às fls. 76/79. Informações prestadas às fls. 85/86. do presente recurso. Às fls. 92/93 foram apresentadas às contrarrazões, em que o desprovimento Instada a se pronunciar, a Douta Procuradoria de Justiça opinou pelo provimento do recurso, para que seja revista a decisão objurgada e deferido o pedido antecipatório. É o Relatório. Decido. A demanda tem início com a propositura de ação cominatória com pedido de antecipação de tutela pela Autoclub Veículos em face do ora agravante, a fim de compelir o promovido a transferir o veículo Honda Accord EXR AT, 1999/1999, cor azul de placa MNY 8288/ PB para o seu nome, junto ao DETRAN, sob multa diária de R$ 500,00 (quinhentos reais). O magistrado de primeiro grau deferiu a tutela antecipada, reconhecendo que foram preenchidos os requisitos referentes a verossimilhança das alegações do autor e o fundado receio de dano irreparável. Irresignado, requer o agravante a concessão do efeito suspensivo ao presente agravo, até que seja julgado o seu mérito, a fim de desconstituir a multa aplicada, assim como que fique isento do pagamento de todo as taxas de transferência e IPVA em atraso até o julgamento do mérito. O cerne da questão tem início com a compra do veículo, objeto da demanda, em 22/12/2006 pelo agravante junto ao agravado. Sustenta o agravante que desde que recebeu o veículo, em 31/07/2007 (data da última parcela), já tentou de todas as formas efetuar a transferência, porém a agravada nunca entregou o documento do carro, o que impediu de regularizar tal situação. Ademais, alega que pelo documento acostado aos autos a fl. 31 restou claro que a Autoclub está agindo de má-fé, pois o Sr. Djalma José da Silva, no momento em que assinou a autorização da transferência do veículo, no dia 22 de dezembro de 2006, não era o proprietário, haja vista que o mesmo pertencia à Sra. Maria do Socorro Farias de Araújo, que só transferiu o carro para o nome do Sr. Djalma no dia 04/01/2007, ou seja, dias após ter se iniciado o processo de compra e venda do veículo pelo agravante. Além disso, a transferência do pseudo proprietário o Sr. Djalma José da Silva, que foi datada em 22/12/2006, só teve a assinatura reconhecida em 19 de setembro de 2008. Sendo assim, sustenta que sofreu fraude pela agravada no momento da assinatura para transferência 2

do veículo, pois o Sr. Djalma José da Silva, não era o proprietário do carro em 22/12/2006, sendo o veículo pertencente a Sra. Maria do Socorro Farias Araújo, que só transferiu o carro para o nome do Sr. Djalma em 04/07/2007. No presente caso, não se vislumbra a verossimilhança das alegações do agravante, pois o mesmo descumpriu seu dever de promover a transferência do veiculo junto ao DETRAN, haja vista que nos termos do art. 123, 1, do Código de Trânsito Brasileiro esta obrigação compete ao proprietário, ou seja, ao adquirente e não ao vendedor. No caso, o artigo 123 do Código de Trânsito Brasileiro, prevê que a expedição de um novo certificado de registro de veículo é obrigatória quando: I - for transferido a propriedade; II - o proprietário mudar o Município de domicílio ou residência; III -for alterada qualquer característica do veículo; IV- houver mudança de categoria. 1 : No caso de transferência de propriedade, o prazo para o proprietário adotar as providências necessárias à efetivação da expedição do novo Certificado de Registro de Veículo é de trinta dias, sendo que nos demais casos as providências deverão ser imediatas. grifei. Desse descumprimento, o agravante realizou diversas infrações de trânsito, além de não cumprir com as obrigações de renovação do licenciamento, hipótese em que o mesmo assumiu, civil e criminalmente, pelo uso do automóvel, a partir da tradição, razão por que deve responder pelos prejuízos ocasionados. Ademais, a determinação da transferência do veículo com aplicação de multa é uma forma de coagir o agravante a cumprir com o estabelecido e evitar mais prejuízos para a agravada com a prática de infrações de trânsito, sem contar com a infração maior, relacionada com o fato do agravante está há mais de quatro anos sem portar o certificado de registro de veículos. Vejamos o entendimento do Superior Tribunal de Justiça: ADMINISTRATIVO. ALIENAÇÃO DE VEÍCULO. MULTAS. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO ALIENANTE. INTERPRETAÇÃO DO ART. 134 DO CTN. - Comprovada a transferência da propriedade do veiculo, afasta-se a responsabilidade do antigo proprietário pelas infrações cometidas após a alienação, mitigando-se, assim, o comando do art. 134 do Código de Trânsito Brasileiro. Precedentes do STJ. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1204867/SP, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 09/08/2011, DJe 06/09/2011) A transferência do veículo para o nome do novo comprador junto ao DETRAN é uma consequência natural dos contratos de compra e venda de veículos automotores, já que não pode continuar pesando sobre o vendedor as obrigações relativas ao automóvel, como impostos e multas, pois o bem não mais lhe pertence desde a tradição. Sendo assim, não poderia o agravante ter alienado o veículo sem adotar as providências de transferência administrativa que lhe competiam. Se o fez, assumiu o risco de responder pelos danos que foram causados ao agravado em decorrência de seu inadimplemento. Verifica-se que a referida quantia, fixada a título de multa por 3

,- descumprimento da determinação judicial, é razoável e incapaz de resultar em prejuízos ao agravante. Por tais razões, NEGO SEGUIMENTO ao presente recurso, nos termos do art. 557, "caput" do CPC. Intime-se. Publique-se João Pessoa, 18 de janeiro de 2012. Des. Saulo He -- s e Sá e Benevides elator 4

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