A ARTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL



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Transcrição:

A ARTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL Leida Maria de Almeida Garcia Carvalho 1, Janaína Bodart da Rocha 1, Amanda Túler², Leonardo Mardgan 2, Débora Ferreira Melo Fragoso² 1 ECSEL/Curso de Segunda Licenciatura em Geografia, Rua Cel. Alziro Viana, 70, Aquidabam, Cachoeiro de Itapemirim/ES, CEP: 29308-110, leidaibmh@hotmail.com; janainabr@hotmail.com 2 CCAUFES, Rua Alto Universitário, s/n, Alegre-ES, CEP: 29500.000,amandatuller@hotmail.com; mardgan@ig.com.br; debmelo@gmail.com Resumo- O processo de construção infantil se dá de forma mais agradável, divertida e integrada através da valorização de brincar, contribuindo com o desenvolvimento de sua expressão, nas relações afetivas com o mundo, com as pessoas e com os objetivos. O desenhar provoca no aluno diversas funções da aprendizagem e relação humana. Para isso é primordial que o educador acredite que a Arte na educação infantil tem papel fundamental na construção de um indivíduo crítico, respeitando a bagagem que o educador traz em sua vida diária que emergem de sua cultura, crenças e meio social que está inserido. Nessa perspectiva o professor é o mediador entre a criança e o objeto de conhecimento, é ele quem propicia situações que despertam a curiosidade e o interesse da criança garantindo assim um ambiente prazeroso de experiências educativas e sociais. Palavras-chave: Ensino-aprendizagem, Arte, Educação. Área do Conhecimento: Educação Introdução Os primeiros anos de vida da criança são os mais decisivos para o seu desenvolvimento. Neste período ela começa a estabelecer seus padrões e atitudes que irá refletir em toda sua vida. Por isso o desenho é um instrumento muito importante na educação infantil, a ser usado pelos professores, para conhecer o seu aluno nas várias formas de expressão (IAVELBERG, 2006, p. 121). Conforme Piaget (2001, p.13), o desenho é uma forma de representação de construção de imagens bem distintas das percepções. O que a criança desenha não é a reprodução da imagem percebida visualmente, nem a imagem mental que se tem do objeto, consiste sim, na construção gráfica que ela tem naquele momento. Desta forma não se deve interferir, direcionar ou dar desenhos prontos para a criança, isso inibi a autoexpressão e projeta na mesma a incapacidade de desenhar (INHELDER, 2001). Segundo Galvão (1992), o olhar que o professor dirige ao desenho da criança apoia-se nas concepções que ele tem sobre o desenho enquanto linguagem, ideias constituídas na sua própria historia e experiência com a linguagem. Se o educador não possuir uma vivência prática da linguagem expressiva, facilmente incorrerá de erros grosseiros na avaliação daqueles rabiscos e figuras aparentemente inúteis. O educador deve valorizar sempre o desenho dos educados, por mais que seja indecifrável ao seu olhar. Todo desenho vem carregado de significados e a criança quando vê seu desenho valorizado fica entusiasmada e aprende cada vez mais. Através do desenho a criança canta, demonstra seus sentimentos e pensamentos brincando, representando-o no papel, criando um universo só seu. Aprendem noções de espaço, tempo, sequencia e quantidade desenvolve a linguagem oral e a escrita. Representam através de sua vida interior. No ambiente escolar o desenho se encaixa dentro de uma atividade artística que faz parte da vida curricular do educando, principalmente na Educação Infantil. O desenho é uma expressão de caráter mais inconsciente e menos controlador que a linguagem oferece, integra as dimensões cognitivas e afetivas do aluno (Galvão1992, p. 53). Desta forma, é de fundamental importância que o educador reconheça no desenho, entre outras coisas, uma manifestação do ato criativo e valorize como um importante instrumento para o desenvolvimento da linguagem e da escrita da criança, especialmente no ambiente escolar (DERDYK 1989). Assim, considera-se que o desenho é basal para o desenvolvimento da linguagem e da escrita da criança, e uma forma de expressão de sentimentos. O que o aluno expressa através do desenho? Há valorização do desenho nas atividades pedagógicas? Através do desenho é possível ajudar na educação e formação de uma criança da 1

educação infantil, tornando-a capaz de através dos desenhos exporem seus sentimentos, seu ambiente social e familiar, subsidiando assim a escolarização, que se torna agradável e prazerosa, visto que irá cumprir-se a metodologia que será aplicada para que isso aconteça. Sendo assim, o desenhar ajuda a criança a entender melhor o mundo em que vive a socializar-se e a observar o conhecimento necessário para a sua formação educacional. Desta forma, objetiva-se compreender que através do desenho o professor poderá conhecer melhor o aluno em todas as formas e expressões, tanto no contexto social em que ele vive como em suas habilidades intelectuais. Metodologia Este artigo é de fundamentação teórica, elaboradas através de ideias e conceitos científicos sobre o tema que se destina apoiar profissionais da área de educação. Resultados O ensino da arte se tornou obrigatório no Brasil em 1971, pela Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional, Lei 5692/71. Neste período não havia cursos de formação de professores de Artes nas unidades brasileiras. Visando atender a demanda criada pela Lei, em 1973 o governo criou o curso de graduação em Educação Artística, com duração de dois anos na modalidade de licenciatura curta, permitindo aos graduados lecionar no 1º Grau. No Brasil, no ano de 1996 é promulgada a Lei de Diretrizes de Bases nº 9394/96 que manteve a obrigatoriedade da Arte na Educação Básica: Formada pela Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. (BRASIL, 1996). É nesse sentido que podemos compreender toda a importância que a Arte tem no processo de ensino-aprendizagem, por isso é importante conquistar o espaço que ficou perdido no tempo da Arte escolar, ela precisa ser significativa como qualquer outra disciplina existente no currículo escolar. Para isso é primordial que o educador acredite que a Arte na educação infantil tem papel fundamental na construção de um indivíduo crítico, respeitando a bagagem que o educador traz em sua vida diária que emergem de sua cultura, crenças e meio social que está inserido. Assim, fornecer-lhe experiências que o ajudem a refletir, desenvolver valores, sentimentos, emoções e uma visão questionadora do mundo que o cerca. É importante que os educadores estejam atentos e sensíveis a todo tipo de diferença existente em sala de aula para que ele trabalhe e valorize cada uma por meio de atitudes multiculturalistas com criticidade, promovendo assim o cruzamento de culturas, celebrando diversidade radical e cultural em artes em nossa sociedade. Segundo Andrade apud Buoro (1998) a espontaneidade de uma criança não difere em sua cultura, sempre estará embutido em seus desenhos. A arte-educação nutrida pelo modernismo tende a estudar apenas a expressão da criança sem nenhum interesse pela maneira como ela recebe, aprecia, usufrui a arte. Pelo contrario, procuram afastá-la da contaminação com a arte do adulto. No Brasil, Mario de Andrade foi o único modernista que se preocupou em decodificar os modelos pelos quais os adolescentes veem a arte, que tipo de arte prefere e até o que escondem ao serem levados a revelar suas preferências. Como podemos verificar, é importante educar o olhar da criança desde a Educação Infantil, pois a infância é a época das descobertas, das aventuras e magias. Portanto o professor deve oferecer condições que estimule a criatividade a pesquisa e a criação, fazendo com que os alunos percebam e valorizem os hábitos, costumes e o modo de pensar e agir de outras culturas, de forma prazerosa e significativa. Inúmeras pesquisas e estudos realizados comprovam que a criança tem necessidade de desenhar e manipular tintas, águas, etc. essa necessidade se manifesta logo, a partir dos primeiros anos de vidas e evoluindo dos rabiscos para o desenho e a pintura propriamente ditos. Na idade pré-escola, a criança ainda não consegue exprimir tudo o que sente daí sua necessidade de desenhar para se expressar. Através da arte, a criança exprime seus sentimentos, emoções pensamentos, angustias e fantasias criadoras. À medida que a criança cresce suas relações com as figuras representadas mudam. Conhecerá as coisas com mais profundidades e seu interesse também mudará. O ensino da arte na Educação Infantil deve proporcionar ações que se concretizem, como experiências de aprendizagens, Técnicas, procedimentos e informações sobre a história da Arte; relações culturais e sociais envolvidas no fazer apreciar, proporcionando o aluno a desenvolver suas potencialidades e aprendizagens cognitivas e de interação com o meio cultural, social e ambiental. Segundo Costa (1996, p. 38) a criança começa a rabiscar com mais ou menos um ano e meio de idade, imprimindo traços fortes e vigorosos. Podendo ser registrados 2

em paredes, moveis etc., se não forem oferecidos materiais adequados as suas atividades. Pois o ato de rabiscar é também sua primeira forma de escrita, e ele registra por pura necessidade, natural da fase em que se encontra. A criança aos três anos imita a escrita, e rabiscam sobre a mesma várias vezes, nesta fase ela possui controle muscular que irá refletir no desenho, pois adquiri mais firmeza, rabisca mais curvas zigue-zagues e círculos imperfeitos. Para a criança o desenho é um, campo imaginário e sonhador. Os educadores precisam estar atentos e compreender as fases de grafismo por qual passa a criança, considerando a sua individualidade, afinal, a expressão gráfica da criança varia com a idade, o meio, os estímulos e as vivências próprias do seu cotidiano. Nas relações culturais e sociais, proporcionando o aluno a desenvolver suas potencialidades e aprendizagens cognitivas e de interação com o meio cultural, social e ambiental em que vive. Discussão É muito importante este mecanismo na escola, pois é através da representação do desenho é que a criança aprende os significados, quantitativos e qualitativos. Diferenciando cores, espaço e tempo. Aprende a codificar a criar, a cooperar, a descobrir, e a trocar experiências mesmo sem saber o que estão fazendo. Segundo Barbosa (1991) a arte deve ser uma fonte de alegria e prazer para a criança quando permite que a organizem seus pensamentos e sentimentos presentes em suas atividades criadoras. A arte tem influência importante sobre o desenvolvimento da personalidade infantil e por isso a atividade artística deve ser estimulada por meio dos sentidos da imaginação e de atividades lúdicas que ampliem as possibilidades cognitivas, afetivas, sociais e criadoras da criança. Barbosa (1991, p.4) comenta Arte não é apenas básica, mais fundamental na educação de um país que se desenvolve. Arte não é enfeite, arte é cognição, é profissão e é uma forma diferente da palavra interpretar o mundo, a realidade o imaginário e é conteúdo. Como conteúdo, arte representa o melhor trabalho do ser humano. O profissional que trabalha com a arte precisa ser um criador de ideias, motivando seus alunos a criarem através de suas experiências e vivências. Segundo Iavelberg (2006 p. 81). O professor precisa estar motivando seus alunos a fazer e a criar, mostrando seu potencial e fazendo com que eles enquanto desenham troquem experiências. O professor tem papel fundamental nesta atividade, quando este disponibiliza esse tipo de atividade, está incentivando ao diálogo, a percepção, e a criatividade, o imaginário de cada criança, aspectos fundamentais para um bom aprendizado. Segundo Gobbi (2007, p.122), O desenho, ao ser considerado sem metas, inibe a colocação do mesmo com fins de avaliação do processo de desenvolvimento psíquico da criança, o que engessa a prática do desenho, tanto pela criança quanto pelo adulto naquilo que ele passa a impor como molde a ser seguido e com isso enquadrando sua criação. O desenho na criança deve ser cultivado, muito mais do que é feito nas salas de aula, a criança não trabalha só com as mãos no processo criador, mas sim com o corpo e mente; cantar, falar são prazeres de tamanho imensurável que os pequenos realizam quando desenham. Não se pode jamais tentar enquadrar o desenho de uma criança a um modelo, um padrão, por que não existem padrões para a criatividade infantil, possibilitar descobertas e a percepção das crianças deve ser uma tarefa primordial para todo educador. É preciso destacar que a escolarização da criança na educação infantil não prevê um método de ensino específico, sendo necessário que o professor perceba a criança na sua totalidade. Nesse sentido o professor assume o papel de mediador, estimulando e promovendo oportunidades de atividades lúdicas, partindo do princípio que alem do objetivo específico é necessário oferecer condições a livre expressão, desenvolvendo a criatividade e autonomia. Através da ludicidade é possível propiciar o contato consigo mesmo e com outros alunos, sendo importantes para o desenvolvimento de ambas as partes, propiciando assim uma participação e integração positiva. Segundo Vygotsky (1984, p.18) [...] na instituição chamada escola ensinar e aprender e fruto de um trabalho coletivo. Aprendizes e mestre celebram o conhecimento a cada dia, quando ensinam e quando aprendem, cabe ao professor mediador organizar estratégia que permitam a manifestação das concepções prévias dos alunos. Nessa perspectiva o professor é o mediador entre a criança e o objeto de conhecimento, é ele quem propicia situações que despertam a curiosidade e o interesse da criança garantindo assim um ambiente prazeroso de experiências educativas e sociais. Ferraz e Fusari (1999, p.84) quando o educador sabe intermediar os conhecimentos, ele é capaz de incentivar a construção e habilidades: do ver, do observar, do ouvir, do sentir, do imaginar e do fazer da criança. 3

Há de se ressaltar que em uma escola que respeita todos os alunos e reconhece as suas diferenças, propõe um planejamento em a metodologia usada na aprendizagem venha a contribuir no seu desenvolvimento físico e mental, resultado em um processo de escolarização eficaz. A respeito das escolas abertas às diferenças, Montoan assim se expressa: As escolas de qualidade são necessariamente abertas às diferenças e consequentemente, para todas as crianças. São escolas em que todos os alunos se sentem respeitados e reconhecidos nas suas diferenças, ou melhor, são escolas que não são diferente ás diferenças. (MONTOAN S.I.s.n,199..], apud MACHADO, 2001,p.51). A arte corresponde a uma necessidade fundamental do homem. O seu objetivo principal é uma interpretação mais completa da vida em toda a sua plenitude. O desejo de expressão pela arte é tão profundamente humano que, desde a Pré- História, se tem manifestado em toda a terra, sem interrupção. Nas cavernas o homem pré-histórico já desenhava e pintava, numa época em que não se conhecia a escrita. A beleza dessas pinturas e o talento que revelam fazem pensar que tenham sido produzidas por uma espécie, necessidade que brotava no espírito. Nasceu como manifestações da vontade criadora do homem primitivo, do seu desejo de fazer alguma coisa, de modificar o seu ambiente. Nas antigas civilizações como Egito, mesopotâmia, Grécia e Roma foram grandes na presença das artes. A pintura, a escultura, a cerâmica, o teatro, como os conhecimentos hoje, tiveram sua origem nessas civilizações e acompanharam o homem em toda a sua história. Desta forma podemos dizer que a origem da arte se confunde com a própria origem do homem na terra. É uma forma de linguagem que atravessa o tempo, fronteiras geográficas e diversas culturas, conseguindo preservar significados ao longo da história. Conclusão Constatam-se no decorrer deste trabalho que muitos são os desafios a vencer quando se trata de atendimento a educação infantil. Outro aspecto a considerar é que o planejamento pedagógico deve ser feito mediante os avanços, buscando novas possibilidades de trabalho o que exige mais estudos para o enfrentamento das dificuldades que vão se apresentando. Diante das dificuldades de aprendizagem que as crianças podem vivenciar, há várias possibilidades de trabalhar com os alunos, mas para isso devemos observar alguns pontos, tais como: o ritmo de cada um, o que foi construído, suas necessidades e também numa escola construtiva onde o processo de ensinoaprendizagem se desenvolva de forma dinâmica, em movimento. Diante disso, concluímos que ainda há muito a ser feito para a transformação dos profissionais que lidam com os alunos da educação infantil. Portanto, assinalamos ser necessária a formação continuada para esses profissionais. Sem dúvida, uma vez capacitados os professores estarão qualificados para transmitir e incentivar o aluno no seu conhecimento escolar. O professor ao propor atividades à criança, utilizando desenho deve ter clareza que não é para preencher as horas vagas, pois é através destas que as crianças expressam o que compreendem do mundo em que vivem e interagem, expressando sentimentos que muitas vezes não conseguem fazer oralmente. Quanto mais estimulada, mais criatividade a criança terá, e estará criando uma visão de mundo mais rica, junto com sua personalidade. Portanto o seu desenvolvimento dependerá do ambiente em que vive. Outro aspecto importante a destacar é que o ambiente precisa ser tranquilo e de confiança. Por fim, cabe concluir destacando que o profissional que trabalha no processo de ensinoaprendizagem com a criança, precisa estar sempre atualizado e compromissado em ajudar, incentivar e desenvolver a metodologia que tenha como propósito constitui o educando como um ser social, político e cidadão, nunca o diferenciando ou comparando-o com o outro aluno. Sendo assim, o trabalho mútuo entre aluno e professor requer cuidados e dedicação, para que ambos desvendem o mundo, seus símbolos e seus enigmas. Referências BRASIL, Ministério da educação e desporto secretaria da Educação Fundamental Referencial curricular nacional para educação infantil, Brasília, MEC/SEF, 1998, Vol I Introdução. BRASIL. Estatuto da criança s do adolescente no Brasil. Lei n.8.069, de 13 de julho de 1990. BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação nacional, LDB 9.394, de 20 de dezembro de 1996. BUORO, Anamélia Bueno. O olhar em construção: uma experiência de ensino e aprendizagem de arte na escola. 2. Ed. São Paulo: Cortez, 1998, p. 55. 4

COSTA, Adalvo da paixão Antonio. Desenho infantil: a representação do sentimento. Caderno de Pesquisa. CP/PPGE/UFES Núcleo de Educação infantil. Vitória, n. 3, p. 38-40- 63, jun.1996. DERDYK, Edith. Formas de pensar o desenho: desenvolvimento do grafismo infantil. 6 ed. São Paulo: Scipione, 1989, p. 51. GALVÃO, Izabel. O desenho na pré-escola: o olhar e as expectativas do professor. Disponível em www.crmariocovas.sp.gov.br Acesso em: 24/08/13,(1992, p.55-61). GOBBI, Maria Cristina. Leitura com letras e sem letras na educação... Brasília: Liber Livro Editora, 2007, p.122. IAVELBEG, Rosa. O desenho cultivado na criança: prática e formação de educadores. São Paulo, Zouk, 2006, p.81-112. INHELDER, B. A representação do espaço na criança. Tradução B. M. de Albuquerque. Rio de Janeiro: C. Oiticica, 1978. MACHADO, Nilson José ET AL. Pensando e fazendo educação de qualidade. São Paulo: Moderna, 2001. P. 51. MONTOAN, Maria Tereza Eglér. Por uma Escola (de qualidade) para todos. In: PIAGET, J. Psicologia da Criança. Rio de Janeiro: Diefel, 1978. VIGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1994, p.118. 5