CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Durval Salge Júnior (Aula 16/11/2017). Mandato. Conceito: é o contrato pelo qual uma pessoa se obriga a realizar negócios jurídicos ou administrar interesses por conta de outra pessoa. Poderes. Pratica de atos realizar negócios jurídicos, observar o artigo 104 CC. Administrar interesses estes interesses precisam ser legítimos, fato jurídico. O advogado deve verificar se quem confere os poderes realmente o tem. Não pode conferir poder que não tem. Poderes para em seu nome como se a pessoa fosse para praticar atos (ex. assinar contrato) e administrar interesse (ex. organizar a agenda do professor, fechas palestras). Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do mandato. Espécies. Gerais A) Quanto aos poderes Especiais 1
Gerais mandato em termos gerais, por este contrato os poderes transferidos são unicamente de administração ad negotia. Especiais em termos especiais, são os poderes isolados para vender, dar em garantia, para transigir (abrir mão) e todos os outros, ao negotia et extra ou ad judicia et extra. Art. 661. O mandato em termos gerais só confere poderes de administração. 1º Para alienar, hipotecar, transigir, ou praticar outros quaisquer atos que exorbitem da administração ordinária, depende a procuração de poderes especiais e expressos. 2º O poder de transigir não importa o de firmar compromisso. Oneroso B) Em relação entre as partes Gratuito Oneroso torna o mandato bilateral, porque ambos terão obrigações. Neste caso as partes vão estipular uma remuneração do mandatário pela prática dos atos ou administração dos interesses. Gratuito será unilateral, obrigação só para o mandatário, não haverá quais que remunerações ao pela prática dos atos ou administração dos interesses. Art. 658. O mandato presume-se gratuito quando não houver sido estipulada retribuição, exceto se o seu objeto corresponder ao daqueles que o mandatário trata por ofício ou profissão lucrativa. Parágrafo único. Se o mandato for oneroso, caberá ao mandatário a retribuição prevista em lei ou no contrato. Sendo estes omissos, será ela determinada pelos usos do lugar, ou, na falta destes, por arbitramento. 2
Escrito C) Quanto à forma Verbal Escrito neste caso será reduzido a termo. Art. 656. O mandato pode ser expresso ou tácito, verbal ou escrito. Verbal posteriormente ratificada. a procuração verbal é possível entretanto deverá, se possível, ser Art. 657. A outorga do mandato está sujeita à forma exigida por lei para o ato a ser praticado. Não se admite mandato verbal quando o ato deva ser celebrado por escrito. Determinado D) Quanto ao prazo Indeterminado Determinado contrato mais costumeiro delimitado no tempo até quando os poderes subsistem. Indeterminado não se recomenda tal tipo de contrato, pois, as condições conferidas pelo mandato podem se alterar substancialmente ao longo do tempo. Interpretação restritiva existem dois contratos que não admitem interpretação extensiva, o seguro e o mandato. Extinção do mandato. O artigo 682 do código civil prevê expressamente quais são as causas da extinção do mandato. 3
Art. 682. Cessa o mandato: I - pela revogação ou pela renúncia; II - pela morte ou interdição de uma das partes; III - pela mudança de estado que inabilite o mandante a conferir os poderes, ou o mandatário para os exercer; IV - pelo término do prazo ou pela conclusão do negócio. Substabelecimento Neste caso as partes vão afastar o intuito personae, podendo o mandatário transferir a outrem os poderes a ele conferido pelo mandante. Esta transferência pode ser: Com reserva de iguais poderes; Sem reserva de iguais poderes (neste caso há uma verdadeira de cessão de contrato). Direito das coisas. Coisa é tudo que existe na natureza, exceto o ser humano. DIREITOS DAS COISAS Posse Real Posse. Conceito: no código civil brasileiro a posse por si só não é direito real, é direito pessoal. Embora se fundamente nos poderes da propriedade (usar, frutificar, dispor e reaver), pode não se confundir com a propriedade. 4
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. Possuidor é todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes da propriedade (usar, frutificar, dispor, reaver). Para ter a posse precisa exercer. IHering posse é a conduta do dono, a exteriorização e a visibilidade (basta o corpus pois é o único elemento visível). Savigny para este doutrinador são dois os elementos da posse o corpus e o animus, teoria adotada pelo Código Civil. 5
Detenção quase posse. A figura da detenção é alicerçada na ficção, posto que há posse efetiva, visual e exercitada, toda via, por estar sob ordens e dependência, o direito civil não reconhece como posse, mas como fâmulos da posse. Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. Modo de comprovar a dependência e subordinação é mandar um e-mail ordenando fazer tarefas. Prova de dependência e subordinação (WhatsApp, e-mail). Se não provar terá a posse o detentor. Transmutação. Transmutação é o fenômeno que transforma possuidor em proprietário, exemplo, enquanto for locatário não tem animus domini alma de dono, contudo, se o locador não cobrar mais o aluguel pode sofrer usucapião. Transmutação de locatário para proprietário. 6
Composse. Quando duas ou mais pessoas possuem a mesma coisa ao mesmo tempo, exemplo, três pessoas morando em um imóvel. Classificação da posse e espécies. 1- Posse direta e indireta. Direta A posse pode ser desmembrada em: Indireta Posse direta Posse indireta possuidor que tem materialmente a coisa, posse física. titular da posse, mas não está com a posse física Apenas posse sem nenhum complemento estamos tratando da posse que não deslocada, toda vez que falarmos de direta ou indireta haverá deslocamento do titular. 7
2- Posse justa e injusta. Posse justa a que não for violenta, clandestina ou precária. Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária. Posse injusta a que for violenta, clandestina ou precária. Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade. Posse violenta no Nordeste. é a que se adquire pela força, exemplo, movimento social Posse clandestina viajar e quando volta tem gente na sua casa. é aquela adquirida às ocultas, exemplo, você vai Posse precária a posse que pedida de volta e não é devolvida. Bons Estudos!!! Prof.ª. Adriana Aparecida Duarte. 8