CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Durval Salge Júnior. (Aula 06/11/2017) Posse.

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1 CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Durval Salge Júnior (Aula 06/11/2017) Direito das Coisas / Retenção. Posse. Detenção. A detenção é verdadeiramente uma posse não considerada pelo direito. Não sendo posse não gera a detenção nenhum efeito. A detenção também é chamada de fâmulos da posse. Art Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. No caso de propriedade aquele que tem relação de dependência e subordinação, não tem posse, exemplo, caseiro de sítio tem detenção, mas não tem posse, enquanto estiver nos termos do artigo CC. 1

2 O detentor nunca pode propor ação de usucapião enquanto tiver em relação de dependência e subordinação, só se passar a ter animus de dono. Modo de comprovar a dependência e subordinação é mandar um ordenando fazer tarefas. Prova de dependência e subordinação (WhatsApp, ). Se não provar terá a posse o detentor. Classificação. 1- Posse direta e indireta. Direta foi deslocada do titular. disse-se para o possuidor que detém materialmente a posse, que Art A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto. Posse indireta um terceiro. disse-se do possuidor originário que deslocou a posse a 2

3 Transmutação é o fenômeno que transforma possuidor em proprietário, exemplo, enquanto for locatário não tem animus domini alma de dono, contudo, se o locador não cobrar mais o aluguel pode sofrer usucapião. Transmutação de locatário para proprietário. 2- Posse justa e injusta. Posse justa a que não for violenta, clandestina ou precária. Art É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária. Posse injusta a que for violenta, clandestina ou precária. Art Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade. Posse violenta no Nordeste. é a que se adquire pela força, exemplo, movimento social Posse clandestina viajar e quando volta tem gente na sua casa. é aquela adquirida às ocultas, exemplo, você vai Posse precária a posse que pedida de volta e não é devolvida. 3- Posse de boa-fé e de má-fé. Boa-fé quando o possuidor se encontra na condição inabalável de que tem a justa posse da coisa, ignorando que esta posse possui vícios. A partir do momento que chegar em seu conhecimento que a posse não é justa passa a ser de má-fé. Má-fé posse. quando o possuidor tem ciência do vício obstativo da aquisição da 3

4 Art A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui indevidamente. Boa-fé é presumida e na má-fé tem que ser comprovada. 4- Posse nova e posse velha. Posse nova Posse velha é a que conta menos de ano e dia. é a que conta mais de ano e dia. velha. Em ação de reintegração de posse não cabe liminar em posse Efeitos da posse. Os efeitos da posse não precisam estar expressos em contrato, contudo, a sua supressão precisa ser expressa. 1- Direito ao uso das ações possessórias, ditos interditos possessórios. Reintegração de posse Manutenção de posse ações possessórias. Interdito proibitório São sete ações Ação de dano infecto Nunciação de obra nova Embargos de terceiro ações petitórias Imissão na posse 4

5 Ações possessórias: Manutenção ação destinada à conservação na posse, protegendo-o contra a turbação. Reintegração é a ação de quem já perdeu a posse. Interdito proibitório é a ação com preceito cominatório, utilizada para impedir agressões iminentes que ameaçam a posse, tem caráter preventivo, artigo 567 CPC: Art O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser molestado na posse poderá requerer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório em que se comine ao réu determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito. Ação petitória, (considera possessória, mas não é): Ação de dano infecto Essa ação tem por objetivo proteger o possuidor de um determinado imóvel que esteja ameaçado de sofrer prejuízos pela realização de obras ou ruína de imóvel vizinho. Art O proprietário ou o possuidor tem direito a exigir do dono do prédio vizinho a demolição, ou a reparação deste, quando ameace ruína, bem como que lhe preste caução pelo dano iminente. Nunciação de obra nova ação que tem o objetivo de impedir a continuidade da obra, paralisando seu prosseguimento, apenas para obras não concluídas, para obra concluída ação demolitória. Embargos de terceiro possuidor de boa-fé que não sendo parte no processo, sofre turbação ou esbulho na sua posse por ato judicial, exemplo, esposa que defende sua meação em ação na qual não possui sua outorgar uxória. Imissão posse ação reivindicatória de quem é proprietário e não tem posse, contra quem tem posse e não é dono. 5

6 Quem é proprietário e não tem posse, já teve posse no passado é reintegração, já a reivindicatória é para o proprietário que nunca teve a posse. Na legitima defesa da propriedade o uso da forca só pode ir até no limite da propriedade, passado este limite responde por agressão. Art O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. 1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse. 2º Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa. (Grifo nosso). 2- Direito a percepção dos frutos. Os frutos são do possuidor de boa-fé, contudo, se não quiser que o possuidor tenha direto sobre os frutos precisa colocar em contrato que as benfeitorias civis, naturais e industriais não serão de direito do possuidor. Art O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos. Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boafé devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação. 3- Indenização por benfeitorias. O possuidor de boa-fé terá direito à indenização pelas benfeitorias efetuadas, e poderá exercer o direito de retenção apenas às benfeitorias necessárias e úteis. 6

7 Art O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. Pode ser colocado em contrato que o possuidor não terá direito a retenção e nem as benfeitorias. Necessárias manutenção da coisa. Úteis melhorar a utilidade exemplo, fazer mais 1 quarto, a utilidade está ligada ao possuidor e não a coisa em si. Voluptuosas mero deleite exemplo, elevador na casa, contudo, se a pessoa que mora é deficiente física será útil a benfeitoria. O direto a indenização por benfeitorias é apenas do possuidor, não é resguardado ao detentor exemplo, instalador da NET que coloca som no carro, não tem direito porque é detentor não possuidor. Precisa colocar em contrato que o uso a do carro é em razão do trabalho (dependência e subordinação = detenção) é enquanto estiver com o carro, inclusive fim de semana, tirando os efeitos da posse do contrato. Bons Estudos!!! Prof.ª. Adriana Aparecida Duarte. 7