CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Durval Salge Júnior. (Aula 23/10/2017).

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1 CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Durval Salge Júnior (Aula 23/10/2017). Contrato de Fiança. Contrato de fiança (Artigo 818 e seguintes, Código Civil). Conceito: é o contrato pelo qual uma pessoa dita fiador, se compromete perante o credor, a adimplir a obrigação do devedor dito afiançado, caso este não a cumprir. O contrato de fiança é sempre acessório, não é uma cláusula, é contrato dentro de outro contrato, não existe fiança sozinha, e o nome dele não aparece no contrato celebrado, exemplo, contrato de prestação de serviço e outras avenças fiança. A fiança pode estar dentro do próprio contrato que está sendo celebrado contrato, ou em outro contrato celebrado depois, nunca antes. É muito usado em locação mas, pode ser usado em qualquer modalidade de contratual. Art Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra. A fiança surge no inadimplemento, se pagar em dia a fiança não será usada. Outorga conjugal o código civil determina a necessidade da concordância do outro cônjuge, manifestada pela assinatura (autorização) no ato. Art Ressalvado o disposto no art , nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; 1

2 II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; III - prestar fiança ou aval; IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação. Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada. (Grifo nosso). Os participantes da entidade conjugal não poderão, por força de lei, prestar fiança sem que o outro expressamente consinta. Limites da fiança. Total devedor. abrange a totalidade da dívida ou da obrigação contraída pelo Art Não sendo limitada, a fiança compreenderá todos os acessórios da dívida principal, inclusive as despesas judiciais, desde a citação do fiador. Fiador paga toda dívida do devedor, inclusive perícia, alcança a meação quando o conjugue assina, quando este não assina pode entrar com embargos de terceiro por não ser parte legítima da fiança (art. 674 CPC). Sempre cabe ação de regresso. Art Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro. 1º Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou possuidor. 2º Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos: I - o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação, ressalvado o disposto no art. 843; 2

3 II - o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da alienação realizada em fraude à execução; III - quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte; IV - o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios respectivos. (Grifo nosso). Limitada obrigação afiançada. quando o fiador estipular no contrato qual o seu limite de Art A fiança pode ser de valor inferior ao da obrigação principal e contraída em condições menos onerosas, e, quando exceder o valor da dívida, ou for mais onerosa que ela, não valerá senão até ao limite da obrigação afiançada. Quando alguém pede para ser fiador é uma forma educada de se eximir desta obrigação limitando o valor da fiança, exemplo, dívida de R$ ,00 concede fiança de R$ 5.000,00. Seguro fiança. O seguro fiança é um contrato híbrido, porquanto é convencionado com as características do contrato de seguro e as características do contrato de fiança. Para que possa ser fiador deste instrumento, a pessoa deve ter autorização do poder público para tal. Este tipo de contrato é uma importante alternativa ao afiançado, para evitar o costumeiro constrangimento de pedir, quase implorar fiança. Interesse legítimo não tem limite para seguro, no contrato de seguro fiança o objeto é a fiança, se não tiver mais a fiança não tem mais o interesse legítimo. Se não for fiador profissional a fiança é pessoal. Para sair do contrato de fiança na locação o contrato precisa ser prorrogado por prazo indeterminado, e 3

4 exige-se a notificação no prazo de 120 dias, caso contrário seguira o contrato principal, artigos 39 cc 40 da lei 8245/91. Art. 39. Salvo disposição contratual em contrário, qualquer das garantias da locação se estende até a efetiva devolução do imóvel, ainda que prorrogada a locação por prazo indeterminado, por força desta Lei. Fiança pode ser gratuita ou onerosa banco e fiador profissional é onerosa, este ganha para ser fiador exemplo, aposentado que presta fiança por R$150,00. Contrato de Seguro. Conceito: no contrato de seguro uma empresa especializada se compromete para com uma pessoa a garantir interesse legítimo desta última, caso ocorra dano ao referido objeto contratado. Este contrato tem por instrumento a apólice, que deve conter no mínimo: a) Os riscos assumidos. b) Valor do interesse legítimo. c) Prêmio dividido pelo segurado. d) Declaração precisa, exata e concreta do começo e do fim do risco. Seguro de dano. Neste tipo de seguro é o interesse legítimo relacionado do valor estipulado no momento da conclusão do contrato, para evitar eventual má-fé a lei prevê que indenização não pode ultrapassar em hipótese alguma o valor estipulado na contratação. Art Nos seguros de dano, a garantia prometida não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no momento da conclusão do contrato, sob pena do disposto no art. 766, e sem prejuízo da ação penal que no caso couber. 4

5 Seguro de pessoa. O contrato pelo qual a seguradora em contra prestação do prêmio se obriga a pagar o sinistro físico do segurado, notadamente sua vida. O valor decorrente do sinistro também pode ser estipulado a terceiro. Modernamente os seguros de pessoa também podem ser contratados na forma de pecúlio, assim sendo o pagamento não se dá pela morte, mas, pela sobrevivência se chegar a certa idade. Art Nos seguros de pessoas, o capital segurado é livremente estipulado pelo proponente, que pode contratar mais de um seguro sobre o mesmo interesse, com o mesmo ou diversos seguradores. Suicídio. A cláusula que estipular que não pagará o suicídio após os dois anos de vigência é nula. Art O beneficiário não tem direito ao capital estipulado quando o segurado se suicida nos primeiros dois anos de vigência inicial do contrato, ou da sua recondução depois de suspenso, observado o disposto no parágrafo único do artigo antecedente. Parágrafo único. Ressalvada a hipótese prevista neste artigo, é nula a cláusula contratual que exclui o pagamento do capital por suicídio do segurado. Bons Estudos!!! Prof.ª. Adriana Aparecida Duarte. 5