CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Fábio Cáceres. (Aula 06/06/2018) Extinção indireta.

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1 CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Fábio Cáceres. (Aula 06/06/2018) Extinção indireta. Compensação. Ocorre a compensação quando duas pessoas forem ao mesmo tempo, credor e devedor uma dá outra. Fica registrado que para ocorrer compensação as obrigações dever ser liquidas, certas, exigíveis e fungíveis. Exemplo, Adriana é credora de Fábio em R$ ,00 reais e Fábio é credor da Adriana de uma obra de arte que ela deve fazer (obrigação personalíssima), no valor de R$ ,00, não dá para compensar, pois, a obrigação da Adriana não é fungível. Art A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis. 1

2 Caso prático: Autor na inicial formula pedido de R$ ,00 sendo seu advogado Fábio, o réu impugna o todo, tendo como advogada Adriana, contudo o juiz condena o réu em R$ ,00 e fixa honorários em 10%, teremos sucumbências recíprocas do autor e do réu. Assim, Adriana é credora de R$ 5.000,00 tendo como devedor o autor e Fábio credor de R$ 5.000,00 tendo como devedor o réu. Não pode o juiz mandar compensar contrariando a regra do artigo 368 do CC, já que temos obrigações distintas com credores distintos, se o fizer, você pode embargar de declaração e pedir que se manifeste sobre a obscuridade do fundamento para tal decisão. Remissão. Remissão o credor perdoa o devedor e a obrigação se torna extinta. 2

3 Perdão não é renúncia de solidariedade, se forem codevedores solidários e o credor confere remissão a um dos devedores a solidariedade continua ativa no tocante o valor dos outros codevedores, assim, pode o devedor que experimentou a remissão ser acionado por solidariedade na totalidade dos outros codevedores, contudo existe tese em sentido contrário em que extingue a solidariedade para o codevedor que experimentou a remissão. Art A remissão concedida a um dos codevedores extingue a dívida na parte a ele correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida. Sub-rogação. Sub-rogação é um instituto civil previsto no direito obrigacional que permite a alguém (devedor ou terceiro) que passe a revestir-se da condição de credor. Trata-se de figura especial de extinção da obrigação na medida em que o devedor que honra a integralidade do débito na hipótese de pluralidade de devedores solidários sub-roga-se no direito do credor de exigir dos codevedores as suas respectivas cotas no débito. Também ocorre sub-rogação quando terceiro líquida a obrigação do devedor em nome próprio, neste caso será cessão de crédito. Art A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor: I - do credor que paga a dívida do devedor comum; II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel; III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. Confusão. Confusão se dá quando reuni na mesma pessoa credor e devedor. 3

4 Trata-se de fenômeno civil previsto no direito obrigacional que propicia a extinção de obrigação quando se reuni na mesma pessoa a figura de credor e devedor. Exemplo, Acidente de veículo em que ambos os automóveis mantêm contrato de seguro com a mesma companhia, inviabilizando a esta exigir o ressarcimento em ação de regresso, eis que em última consequência acabará tendo que receber de si mesma. Art Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor. Cessão de crédito. Transmissão das obrigações. Cessão transferência do crédito com alteração de credor na relação obrigacional, mas mantém a obrigação original. Diferença de cessão de crédito com a novação subjetiva ativa, é que nesta extingue a obrigação antiga e cria uma nova, porquanto que na cessão de crédito é a mesma obrigação. Quem transfere cedente Quem vira credor cessionário Para fazer a cessão não precisa da anuência do devedor, mas precisa de ciência deste. Tendo ciência e paga ao credor antigo paga mal, quem paga mal 4

5 paga duas vezes. Contudo, se não tinha ciência e pagar ao credor antigo o pagamento é válido e o novo credor deve demandar contra o credor antigo. Art Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, paga ao credor primitivo, ou que, no caso de mais de uma cessão notificada, paga ao cessionário que lhe apresenta, com o título de cessão, o da obrigação cedida; quando o crédito constar de escritura pública, prevalecerá a prioridade da notificação. Assunção de dívida. Assunção de dívida substituição de devedor na mesma obrigação. Art É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava. Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa. (Grifo nosso). A assunção de dívida ocorre quando há a transmissão da obrigação mediante a substituição do devedor. Para que a assunção possa se aperfeiçoar com segurança faz-se necessário a coleta de anuência expressa do credor, salvo na hipótese de assunção de obrigação garantida por hipoteca, ocasião em que, nessa última hipótese o aperfeiçoamento da substituição do devedor ocorrerá 5

6 caso o credor notificado da assunção não apresente recusa em até 30 dias, presumindo-se tacitamente como aceita, conforme preceitua o artigo 303: Art O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta dias a transferência do débito, entender-se-á dado o assentimento. Adverte-se que a assunção não se confunde com a novação subjetiva passiva, já que na assunção ocorre a mera transmissão da obrigação com a substituição de devedor. Elementos complementares das obrigações. Cláusula penal. Cláusula contratual é um instituto jurídico de natureza do direito civil contemplado no estudo dos negócios jurídicos que integra a estrutura do direito contratual como meio de segurança preventiva. COMPENSATÓRIA CLÁUSULA PENAL MORATÓRIA Compensatória principal. reparação do dano, sendo o limite o valor da obrigação Art O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação principal. Parâmetro para a redução da cláusula penal é a boa-fé tratada no artigo 413, se a obrigação for cumprida em parte pode ser reduzida pelo juiz. 6

7 Art A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio. Moratória penalização pelo retardamento no cumprimento. Cláusula penal pressupõe contrato. No CDC a multa moratória não pode ultrapassar 2% (artigo 52 1º), já no código civil não traz expressamente o limite da moratória, usa-se o CDC como referência. A cláusula penal só pode ser exigida se tiver previsão contratual e não se confunde com as penas do processo astreintes. Bons Estudos!!! Prof.ª. Adriana Aparecida Duarte. 7