Direito Tributário Aula 10 Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho
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Aula 10: Espécies tributárias Objetivo: Compreender como o Estado Brasileiro articula as espécies tributárias. Impostos Segundo o artigo 16 do CTN, imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte. São prestações pecuniárias devidas ao poder público competente, pelo desempenho, por parte do sujeito passivo, de determinada atividade (comércio, indústria e serviços) ou pela propriedade de determinados bens (veículos, imóveis), especificados como fato gerador na lei que o criou e vinculado exclusivamente ao sujeito passivo, não ao ativo. Podemos classificar os impostos quanto à repercussão da carga tributária em diretos, impostos em que o contribuinte de fato e o de direito é o mesmo, ou seja, em que o valor do imposto não está diretamente embutido no preço do bem ou do serviço e por isso quem suporta o seu ônus é o próprio realizador do fato gerador. Exemplo: IR, IPVA, ITR e indiretos que são os impostos em que o valor do tributo está embutido no preço da mercadoria ou do serviço. Neste caso pode-se identificar um contribuinte de fato e um contribuinte de direito, pois ocorre o repasse do custo financeiro ao adquirente da mercadoria ou do serviço. Exemplo: ICMS e IPI. Ainda podemos classificá-los em impostos reais e pessoais. Os primeiros são os impostos que incidem sobre fatos reais e determinados, independentemente da condição ou característica do contribuinte. Exemplo: IPVA e IPTU. Já os pessoais levam em consideração condições especiais do contribuinte, fazendo com que, muitas vezes, a carga tributária final seja diferente, embora inicialmente tenham a mesma situação. Exemplo: Imposto de Renda, no qual serão levadas em consideração despesas com assistência médica. Por fim podemos, ainda, classifica-los em proporcionais, fixos e progressivos. Por proporcionais entendamos todos os impostos cujo cálculo é efetuado com a aplicação de uma alíquota proporcional sobre uma base de cálculo.
Exemplo: ICMS, IPI. Como fixos: o imposto é cobrado em função de uma atividade, não interessando a receita realmente auferida. Exemplo: ISS e, finalmente, progressivos: o cálculo é efetuado com a utilização de alíquota diferenciada, aumentado ou diminuindo o seu percentual na medida em que são atingidos determinados parâmetros. Exemplo: IPTU, IR e ITR. Taxas A taxa é um tributo que tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia ou a utilização efetiva ou potencial de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto a sua disposição. O poder de política é o que permite à administração pública impor disciplina à liberdade de ação e propriedade, visando ao interesse da coletividade. São exemplos de taxa decorrente do exercício do poder de polícia: taxa para licença de funcionamento de estabelecimento comercial, licença de construção entre outros. Para efeito de cobrança de taxa estabelece o art. 79 do CTN serviço efetivo, prestado ao contribuinte, a seu pedido e por seu exclusivo interesse. O serviço potencial é posto à disposição do contribuinte, sendo devido com ou sem utilização específica. O serviço divisível é aquele divisível economicamente e identificável quanto ao tomador e serviço específico refere-se à possibilidade de separação em unidades autônomas e individuais, de interesse ou utilidade na preservação da ordem, segurança ou serviços públicos. Importante: Não se confunde taxa e preço público, pois estes são de ordem contratual e decorrem da prestação de serviço realizado pelo Estado ou por quem executa a prestação em regime de direito privado. Contribuição de melhoria Contribuição de melhoria é a retribuição prestada pelo contribuinte como contrapartida à valorização de bem imóvel em decorrência de obra pública. Seu valor tem como limite o total da despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor resultante da obra para cada imóvel, o que será determinado
pelo rateio da parcela do custo da obra a ser financiada entre os imóveis da zona de influência ou benefício, tendo em vista fatores individuais de valorização. Empréstimos compulsórios No seu art. 148, a Constituição outorga competência à União para instituir empréstimos compulsórios com finalidade das despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência ou no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. Nos empréstimos compulsórios ocorrem duas espécies de relação jurídica: uma, tributária, em que o sujeito passivo é o contribuinte; outra, administrativa, em que o sujeito passivo é o Estado. Na primeira está presente a obrigação tributária do contribuinte de recolher o empréstimo; na segunda, o dever financeiro do Estado de restituí-lo. A importância devolvida deve ser a mesma emprestada, ou seja, restaurada em seu poder aquisitivo no caso de inflação como a nossa, sob pena de configurar confisco, na tipificação do art. 150, IV, da Constituição. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou a sua instituição. Com base nessa afetação da receita, se o contribuinte puder demonstrar que o empréstimo compulsório que pagou não teve o produto de sua arrecadação aplicado naquela finalidade apontada na lei complementar que o institui, ele tem o direito de, observados os prazos prescricionais, repetir o que pagou, bem como, se ainda tiver algo a pagar, poderá deixar de fazê-lo. Outras contribuições A Constituição Federal no art. 149 prevê três outras espécies de contribuição, porém de competência exclusiva da União, como instrumentos de sua atuação nas respectivas áreas: contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas.
Contribuições sociais As contribuições sociais destinam-se a financiar parte da seguridade social, como prescreve o art. 195 da Constituição Federal. As contribuições sociais são vinculadas à seguridade social, que compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência social e à assistência social. Contribuições de intervenção no domínio econômico Como instrumento de sua atuação, compete exclusivamente à União instituir contribuições de intervenção no domínio econômico (art. 149). Essa intervenção destina-se a assegurar os princípios gerais da ordem econômica (art. 170), uma vez que o Estado é agente normativo e regulador da atividade econômica, competindo- -lhe exercer na forma da lei as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, determinantes para o setor público e indicativo para o setor privado. Contribuições de interesse de categorias sociais ou econômicas Compete exclusivamente à União instituir contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas (art. 149). Destinam-se a fornir os cofres dos órgãos representativos das categorias profissionais, como as contribuições à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e aos diversos Conselhos (de Assistentes Sociais, de Biblioteconomia, de Contabilidade, de Corretores de Imóveis, de Economia, de Engenharia Arquitetura e Agronomia etc).
Vale a pena conferir a seguir: Confira o Código Tributário nacional na íntegra acessando os links indicados 1. O artigo 16 do Código Tributário Nacional. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/codtributnaci/ctn.htm>. 2. O art. 79 do Código Tributário Nacional. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/codtributnaci/ctn.htm>.
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