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XIX Semnáro Naconal de Dstrbução de Energa Elétrca SENDI 2010 22 a 26 de novembro São Paulo - SP - Brasl Metodologa de Localzação de Defetos Utlzando Cálculo de Curto-Crcuto Consderando as Incertezas dos Parâmetros Envolvdos Carlos César Baron de Olvera Crstano da Slva Slvera Fernando Locks Lange Danel Perez Duarte FUSP FUSP FUSP FUSP baron@pea.usp.br crstano@pea.usp.br fernandollange@yahoo.com.br danel@rdeengenhara.com.br PALAVRAS-CHAVE Cálculo de curto-crcuto Localzação de faltas Lógca Fuzzy RESUMO Marcos Koehler COPEL marcos.koehler@copel.com A estmatva das correntes de defeto, conforme modelagem e equaconamento consoldado no setor são fortemente nfluencados pelos parâmetros utlzados. Desta forma, há uma possbldade não desprezível dos resultados de cálculo elétrco mostrarem-se mprecsos, comprometendo a calbração da proteção no que tange às correntes mínmas de defeto contempladas como referênca para os ajustes requerdos, podendo levar, nclusve, à completa nexstênca da proteção em algumas stuações específcas. O trabalho em questão objetva apresentar o desenvolvmento de método de cálculo das correntes de curto-crcuto em redes de dstrbução prmára, consderando ncertezas nos prncpas parâmetros de cálculo: potêncas de curto-crcuto, mpedâncas de lnhas e mpedâncas de defeto. A partr destes estudos fo desenvolvda metodologa de cálculo para estmar os pontos prováves de ocorrênca de defetos, a partr de nformações de grandezas elétrcas provenentes de regstros de eventos em subestações de dstrbução e da topologa da rede e de seus parâmetros físcos. A referda metodologa fo mplementada em ferramenta computaconal apresentando desempenho satsfatóro no que se refere à localzação de faltas e alternatva valosa para o desenvolvmento de estudos de proteção. 1. INTRODUÇÃO As metodologas de cálculo de curto-crcuto adotam uma sére de modelagens da rede e dos eventos a que esta está susceptível, assm como a representação dos equpamentos que a compõem, de forma a smplfcar o cálculo de curto-crcuto.

Resulta desta sére de modelagens a adoção de valores típcos para determnados parâmetros dfíces de serem audtados, uns por sua própra natureza e outros por defcênca de um banco de dados atualzado da empresa. Desta forma, os resultados advndos do cálculo de curto crcuto com a utlzação de valores determnístcos para parâmetros com grande grau de ncerteza estão susceptíves a grande probabldade de erro, que vara de acordo com a mprecsão do parâmetro adotado. A varação de alguns destes parâmetros oferece sgnfcatva varação do resultado do cálculo, enquanto outros quase não nterferem neste, ou anda possuem menor grau de mprecsão. Esta mprecsão do valor calculado de curto-crcuto prejudca a elaboração do projeto de proteção da rede, na medda em que compromete a determnação dos ajustes dos dspostvos, podendo ocasonar tanto deslgamento por atuação ndevda destes como a não sensblzação dos dspostvos em face de defetos na rede. Além dsso, as metodologas de localzação de defetos em redes de dstrbução normalmente propostas não consderam as referdas ncertezas, apontando valores exatos na localzação de um defeto que, por sua vez, dfclmente corresponde à realdade. Desta forma, o presente trabalho apresenta uma metodologa de cálculo de curto-crcuto consderando as ncertezas nerentes a este, além de aplcá-la à uma metodologa de localzação de defetos em redes de dstrbução. O produto resultante do trabalho consste em ferramenta computaconal cujas metodologas supractadas podem ser aplcadas em redes reas da COPEL servndo como ferramenta de apoo, não só à estudos relatvos aos sstemas de proteção como também à operação e manutenção no trabalho de despacho de turmas para atendmento de contngêncas. 2. FONTES DE INCERTEZAS NO CÁLCULO DO CURTO-CIRCUITO Para os sstemas de dstrbução é possível, a partr de modelagens adequadas da rede e da representação dos equvalentes do sstema a montante da rede prmára, efetuar o cálculo elétrco de curto crcuto. Porém, a estmatva das correntes de defeto e da tensão nas barras relatvas as fases sãs, conforme modelagem e equaconamento utlzado, são fortemente nfluencados pelos parâmetros utlzados. Desta forma, há uma possbldade não desprezível dos resultados de cálculo elétrco mostrarem-se mprecsos, comprometendo a calbração da proteção no que tange às correntes mínmas de defeto contempladas como referênca para os ajustes requerdos, podendo levar, nclusve, à completa nexstênca da proteção em algumas stuações específcas. Entre as prncpas ncertezas relaconadas aos parâmetros contemplados podem-se ctar: Resstêncas de defeto: Há uma dfculdade bastante evdente no setor elétrco, tanto em âmbto naconal como nternaconal, de estmação das mpedâncas de falta em eventos que envolvem contato entre condutor e solo. Um valor de referênca normalmente recomendado é de 40,0 (nclusve, adotado pela COPEL) que se consttu em referênca clássca no setor. Porém, números estudos apontam para valores muto varados e, em alguns casos, bem mas elevados, sendo nfluencados por condções dstntas de umdade, temperatura e, prncpalmente, tpo do solo. Não obstante a dsponbldade de relés com funções de alta sensbldade para faltas a terras, certamente o estabelecmento deste parâmetro requererá um tratamento mas específco e aprofundado, tratando-o não como um parâmetro determnístco, mas a partr do estabelecmento de uma faxa de valores; Potênca de curto crcuto nos barramentos das subestações: O cálculo de todos os tpos de curto crcuto é dretamente nfluencado por este parâmetro com mpacto correspondente nos fatores de segurança e no ajuste do sstema de proteção. Este atrbuto é, em geral, fornecdo pelas transmssoras e áreas da Empresa responsáves pelo segmento de alta tensão. Na

estmatva correspondente, procura-se estmar o equvalente a todo o sstema a montante da rede prmára, o que se consttu em dado extremamente dfícl de ser estmado com precsão, dado a ncerteza quanto a topologa da rede, resstvdade do solo (que nfluenca, prncpalmente, a reatânca das lnhas), nformações quanto a transposção das lnhas, temperatura (mpacto dreto na resstênca, podendo produzr mpacto mensurável), entre outros; Parâmetros físcos de lnhas: Uma das dfculdades nos casos de ocorrêncas é o aspecto de que há mpedâncas dferentes dos condutores, ou anda, a dentfcação precsa de todos os arranjos construtvos da rede prmára (com mpacto, prncpalmente, nas reatâncas dos cabos). Conforme menconado anterormente, temperatura de operação pode ter nfluênca mensurável no valor de resstênca elétrca utlzada. Há dfculdades de outra natureza como, por exemplo, o aspecto da atualzação cadastral correspondente alnhada a dfculdades orundas de um descompasso verfcado entre a ocorrênca de manobras permanentes na rede e o respectvo cadastro; Desta forma, em relação aos parâmetros referdos, é mperatvo especfcar metodologas alternatvas, calcadas na utlzação de faxas possíves de valores em substtução aos dados de entrada determnístcos usualmente utlzados. Este aspecto favorecerá o tratamento as ncertezas embutdas no levantamento destes parâmetros, mnorando possíves mprecsões de estmatvas, comprometendo, desta forma, o ajuste da proteção de redes prmáras. 3. TRATAMENTO DAS INCERTEZAS INERENTES AO CÁLCULO DE CURTO- CIRCUITO Como exposto anterormente, o cálculo de correntes de curto-crcuto envolve parâmetros sujetos a um consderável grau de ncerteza e que exercem consderável nfluênca em seu resultado. Dsso resulta a necessdade do tratamento destas ncertezas, de forma a não mas trabalhar com valores determnístcos, que resultam em um únco valor de curto-crcuto com grande probabldade de não corresponder ao valor real. Desta forma fo utlzada uma ferramenta chamada Lógca Fuzzy, que vem sendo amplamente aplcada na resolução de problemas de sstemas de potênca. Esta técnca consste em, bascamente, transformar um dado valor determnístco em uma faxa de valores com seus respectvos graus de pertnênca. A metodologa proposta contempla, depos de elencar os parâmetros ncertos que exercem consderável nfluênca ao resultado do cálculo de curto, a transformação deste em um conjunto Fuzzy, de forma a se obter, posterormente, também um conjunto desta natureza para os valores de curto. Incalmente será apresentado o tratamento dado a cada parâmetro de forma ndvdual, posterormente será exposta a forma de aplcação destes ao cálculo de curto-crcuto. 3.1. RESISTÊNCIA DE DEFEITO Um dos parâmetros mas dfíces de ser estmado, para o cálculo de curto-crcuto, é a resstênca de defeto. Devdo a grande faxa de valores a que este fator esta susceptível, o mpacto deste no resultado do cálculo de curto pode se tornar crucal e comprometer seramente os ajustes dos dspostvos de proteção. Usualmente, utlzam-se alguns valores de referênca stuados entre 20 e 40 Ω sendo, no caso da COPEL, 40 Ω o valor adotado. [2] Em [3], os autores destacam que há evdêncas empírcas de que este parâmetro pode atngr valores bem mas elevados de acordo com o tpo de solo tocado pelo condutor, o que caracterza as faltas de alta mpedânca, onde as correntes de defeto podem ser, nclusve, nferor à condção de operação

normal. É ressaltado que os ajustes do sstema segundo o enfoque tradconal podem levar à completa nexstênca de proteção nestes casos. Desta forma pode-se observar a fragldade da metodologa tradconal de cálculo de curto, onde é adotado este valor determnístco para a resstênca de defeto. A proposta desenvolvda é transformar este valor determnístco em um conjunto Fuzzy composto de 5 (cnco) pares valor x grau de pertnênca, com objetvo de envolver um número maor de stuações reas possíves. Este conjunto Fuzzy pode ser representado conforme formulação abaxo: RD C ; X a; X b; X c; X d X e, onde: (1) C RD Conjunto Fuzzy referente a resstênca de defeto; X() Valor de resstênca de defeto assocado ao grau de pertnênca, sendo que vara de a a e. Os valores X que compõe o conjunto, assm como seus respectvos graus de pertnênca, devem ser arbtrados pelo engenhero de proteção, com base no conhecmento adqurdo acerca da regão em que está sendo realzado o estudo. 3.2. POTÊNCIA DE CURTO-CIRCUITO Outro fator com forte nfluênca no cálculo de curto é a Potênca de Curto-Crcuto. Normalmente o nível de potênca de curto-crcuto é fornecdo no barramento da subestação cujo almentador a ser estudado está conectado. Através deste valor é modelado todo o sstema a montante da subestação, daí o seu mpacto no cálculo. Este parâmetro é geralmente obtdo de um banco de dados da empresa, que por sua vez, estma-o através de softwares que smulam as condções do sstema em condções de curto a partr de dados fornecdos pelas empresas transmssoras. Porém, devdo a complexdade exstente nestes cálculos, somada as constantes alterações topológcas do sstema, torna-se necessára a utlzação de uma faxa de valores para representar este parâmetro. O conjunto Fuzzy proposto para a sua representação é dêntco ao utlzado para o tratamento da resstênca de defeto, nclusve com o mesmo número de componentes. Da mesma forma vale a afrmação que os valores a serem adotados devem ser arbtrados pelo engenhero de proteção pos este detém o conhecmento das possíves alterações topológcas que ocorreram no sstema após a obtenção do valor de potênca de curto-crcuto. 3.3. PARÂMETROS FÍSICOS DA LINHA Os parâmetros físcos da lnha, ou seja, sua resstênca e reatânca exercem mpacto dreto no resultado do calculo de curto-crcuto. Desta forma qualquer varação nestes valores resulta em uma grande varação do valor de curto, o que pode comprometer o ajuste das proteções. Entre os fatores que nfluencam o valor da mpedânca da lnha destacam-se dos: o arranjo fsco da lnha e a temperatura de operação. O prmero, como exposto anterormente, mpacta dretamente o valor da reatânca do cabo e o segundo o da resstênca. Como já fo dto, entende-se que, para fns de obtenção de resultados de curto-crcuto em redes de dstrbução, a varação da mpedânca da lnha provenente do arranjo dos condutores não exerce mpacto substancal no cálculo se comparado aquele provocado pela varação da temperatura. Desta forma optou-se por modelar este parâmetro em função deste fator. Subentende-se também, que erros cadastras dos cabos que compõe o sstema devem ser exceção, não sendo contemplados na metodologa proposta.

O conjunto Fuzzy proposto para a representação deste parâmetro é dêntco aos já apresentados e os valores a serem adotados também devem ser arbtrados pelo engenhero de proteção de acordo com as condções ambentas da regão onde se localza a rede estudada A temperatura do condutor pode varar consderavelmente em função da regão e das condções de servço, sobretudo em condções de curto-crcuto, porém os cálculos de curto são realzados normalmente com base em dados de mpedânca extraídos de catálogos que usualmente estão referdos a uma temperatura de 30, como apresenta a norma NBR 14039 [10]. 4. CÁLCULO DO CURTO FUZZY Com base nas ncertezas expostas acerca dos parâmetros mas relevantes que envolvem o cálculo e curto-crcuto em redes de dstrbução, é proposta uma metodologa para este cálculo através da utlzação de faxas de valores para cada um. A metodologa propõe o cálculo com o tratamento das ncertezas de todos os parâmetros, de forma conjunta. O resultado consste em uma sére de valores de curto com seus respectvos graus de pertnênca. Como de conhecmento comum, as fórmulas tradconas para o cálculo de curto-crcuto são: Defeto trfásco: 1 3 (pu) (2) z 1, barra Defeto dupla fase: 3 2 3 2 (pu) (3) Defeto fase-terra: 3 T 2z z z (pu) (4) 1, barra 0, barra 3 Def. Os valores das mpedâncas de seqüênca postva e zero podem ser desmembradas, sendo compostas pela soma da mpedânca dos condutores e a mpedânca equvalente do sstema a sua montante, resultando: Defeto trfásco: Vpré falta 3 z1, sstema z1, condutor (pu) (5) Defeto dupla fase 3 2 3 2 (pu) (6) Defeto fase-terra: T 2 3xV pré falta z1, sstema z1, condutor z0, sstema z0, condutor 3zDef. (pu) (7) Com a nserção de faxas de valores para os parâmetros ncertos, ao nvés de valores determnístcos, a formulação pode ser assm descrta: Defeto trfásco: Valor do curto-crcuto: 3 z 1, sstema 1 z 1, condutor (pu) (8)

Calcula-se o valor de curto para cada combnação de parâmetros possíves. Desta forma, corresponde à localzação do valor em seu determnado conjunto, varando de 1 a n, sendo este o número de valores contdos no conjunto; Grau de pertnênca: CC3 Ax Bx C (9) O grau de pertnênca de cada valor de curto corresponde a multplcação dos graus de pertnênca dos parâmetros utlzados. Defeto fase-terra: Valor do curto: 3xV pré falta T 2z 1, sstema z 1, condutor z 0, sstema z 0, condutor 3z Def. (pu) (10) Grau de pertnênca: T Ax BxC x D (11) O conceto adotado é o mesmo exposto para o cálculo do curto-crcuto trfásco, porém para este tpo de curto o número de parâmetros ncertos é maor. 5. LOCALIZADOR DE FALTA Neste capítulo será apresentada uma metodologa para localzação de faltas no sstema de dstrbução. Tal metodologa contempla a técnca supra-apresentada para tratamento das ncertezas nerentes ao cálculo da corrente de curto-crcuto. A grande maora das metodologas desenvolvdas para localzação de faltas é concebda para a aplcação em redes de transmssão, sendo dfícl sua aplcação em redes de dstrbução, entre outras razões, pelas expostas a segur: Varedade de condutores e estruturas: ao longo de um almentador exstem dversos tpos de condutores e estruturas de redes. Isto sgnfca que não há relação lnear entre a mpedânca resultante na subestação e a dstânca ao ponto de defeto; Ramas lateras: ao contráro das lnhas de transmssão, as redes de dstrbução possuem dversos ramas lateras. Isto sgnfca que curtos-crcutos em pontos geografcamente dferentes podem resultar nas mesmas tensões e correntes meddas na subestação. Desta forma, para um evento de sobrecorrente pode haver mas de um ponto como solução do processo de localzação de faltas; Modelamento das cargas: a corrente medda na subestação durante um evento de sobrecorrente, possu uma parcela que corresponde às correntes de carga em cada nó. Além da mpossbldade de se determnar corretamente essas correntes, não há ndcações sobre o seu comportamento durante o curto-crcuto. A metodologa proposta consste no cálculo das possíves correntes de curto-crcuto, em cada trecho, com base nos conjuntos de valores estpulados para cada parâmetro ncerto, como apresentado no capítulo anteror. Devem ser obtdos, para cada trecho do almentador, alguns conjuntos de valores de curto-crcuto. Cada conjunto de valores de curto é calculado com base em uma combnação de valores admtdos para os parâmetros ncertos, o conjunto é composto pelo ntervalo entre o curto mínmo (fm do trecho) e o máxmo (níco do trecho) no trecho, para aquela combnação. Dsto resulta que cada conjunto terá um grau de pertnênca assocado a este, resultante do produto dos graus de pertnênca dos parâmetros adotados para o seu cálculo. O número de conjuntos para cada trecho pode ser lmtado pela determnação de um grau de pertnênca mínmo que estes podem ter. Desta forma cra-se um banco de dados de possíves valores de falta, subdvddo por trechos de almentadores. Em caso da ocorrênca de um defeto na rede, são utlzados os valores de corrente de

falta osclografados para comparação com aqueles calculados, possbltando a determnação dos possíves trechos defetuosos. 6. SOFTWARE DE LOCALIZAÇÃO DE FALTAS COM CURTO FUZZY Fo desenvolvda ferramenta computaconal com a mplementação da metodologa de localzação de defeto concebda e apresentada nos capítulos anterores deste trabalho. A segur serão apresentadas de forma breve as prncpas funconaldades da referda ferramenta. Interface Gráfca: O software utlza tecnologa georeferencada para representação da rede a ser estudada, como pode ser observado na fgura 1. Fgura 1 Representação gráfca do software de localzação de faltas. O fato da representação da rede ser georeferencada é de vtal mportânca para a ferramenta de localzação de faltas, tendo em vsta que a aplcação fnal da ferramenta é a orentação do despacho de turmas de emergênca no surgmento de uma ocorrênca. Localzador de Faltas: Através deste recurso é possível obter, de acordo com metodologa de localzação da faltas concebda, os locas estmados da ocorrênca da falta. O menu prncpal deste módulo é apresentado na fgura 2. Fgura 2 Módulo de localzação da faltas.

Este módulo pode ser dvddo em três partes, a saber: Entrada de dados da falta; Localzação com cálculo convenconal de corrente de curto-crcuto; Localzação com cálculo de curto-crcuto baseado em Lógca Fuzzy. A entrada de dados da falta a ser analsada pode ser feta de duas formas: através da nserção manual do valor e tpo de defeto em análse ou através da mportação dos arquvos de dados osclográfcos aqustados junto ao equpamento de proteção. Uma vez mportados os referdos arquvos é possível a vsualzação do tpo e dos valores de falta, por cclo, calculados através do método dos trapézos, conforme apresentado na fgura 3. Fgura 3 Dados de osclografa. Uma vez defndos os valores do curto-crcuto, deve ser escolhda a metodologa de cálculo de curtocrcuto a ser utlzada para a localzação da falha: convenconal ou a baseada em lógca fuzzy. A segur é apresentado o módulo de localzação de faltas utlzando a metodologa de cálculo de curtocrcuto consderando ncertezas. De acordo com a referda metodologa, os parâmetros cujos valores podem varar sensvelmente e esta varação comprometer os resultados do cálculo de curto-crcuto, são tratados de forma probablstca, com metodologa baseada em lógca fuzzy. Para tanto, é necessáro, para cada falta analsada, que sejam apontados quas os fatores, entre os dsponíves (resstênca de defeto, parâmetros físcos da lnha e potênca de curto-crcuto) cuja ncerteza mereça ser tratada de forma probablístca (fgura 4). Escolhdo(s) o(s) parâmetro(s), é necessáro nformar os possíves valores em pu (sendo 1 pu o valor cadastrado orgnalmente na base de dados) e seus respectvos graus de pertnênca (fgura 5).

Fgura 4 Localzador de curto fuzzy. Fgura 5 Parâmetros e graus de pertnênca para resstênca de defeto Como a combnação dos fatores pode gerar uma faxa muto ampla de valores de curto, para a localzação de faltas é dado um grau de pertnênca de corte, fornecdo pelo usuáro, assm como faxas de grau de pertnênca a serem colordas de forma dferente com o objetvo de orentar o despacho de turmas de emergênca com maor efcênca. Após a parametrzação dos fatores, é dado o comando para a execução da metodologa de localzação de faltas. O resultado pode ser vsualzado na fgura 6.

Fgura 6 Localzação de defeto consderando ncertezas no cálculo de curto-crcuto. 7. APLICAÇÕES REAIS A fm de valdar a metodologa concebda foram smulados alguns casos em uma rede real da COPEL e as localzações encontradas comparadas àquelas orundas do banco de dados de ocorrêncas da empresa. Evento 1: Almentador: Anta Garbald Data: 16/06/2008 Corrente de Curto Osclografada: 5,644 ka Tpo de Defeto: Dupla-Fase Endereço: Rua Dr. Alberto Pekarz x Rua José Mlek Flho A fgura 7 apresenta o resultado do software, em cores, e a real localzação do defeto, ndcada pela seta preta. Fgura 7 Localzação de defeto no almentador Anta Garbald. Evento 2: Almentador: Barrernha Data: 14/06/2008 Corrente de Curto Osclografada: 0,98 ka Tpo de Defeto: Fase-Terra com Impedânca Endereço: Rua Alberto Otto x Rua Theodoro Makolka A fgura 8 apresenta o resultado do software, em cores, e a real localzação do defeto, ndcada pela seta preta. Fgura 8 Localzação de defeto no almentador Barrernha.

Evento 3: Almentador: Tanguá Data: 24/12/2007 Corrente de Curto Osclografada: 0,3 ka Tpo de Defeto: Fase-Terra com Impedânca Endereço: Rua das Laranjeras A fgura 9 apresenta o resultado do software, em cores, e a real localzação do defeto, ndcada pela seta preta. Fgura 9 Localzação de defeto no almentador Tanguá. Como observado nos estudos apresentados, com a adoção de dados de entrada aproprados, a ferramenta desenvolvda apresenta desempenho satsfatóro na localzação de defetos na rede de dstrbução. Salenta-se a mportânca do conhecmento, por parte do engenhero usuáro do aplcatvo, das característcas da rede a ser estudada assm com da regão atendda pelo respectvo almentador. Este conhecmento é vtal no processo de determnação dos valores adequados de cada parâmetro nfluente no cálculo da corrente de defeto 8. CONCLUSÕES Como exposto, há uma razoável quantdade de parâmetros nfluentes na especfcação do modelo de cálculo elétrco de curto crcuto que podem conduzr a valores nadequados de correntes mínmos das correntes de defeto e, com sso, comprometendo o ajuste do sstema de dstrbução da Empresa. Os estudos desenvolvdos apontam para a real necessdade de tratamento das ncertezas nerente as metodologas convenconas de cálculo de curto-crcuto, face ao mpacto que estas ocasonam nos resultados obtdos. Pode-se observar que a varação do valor de curto provocada pela ncerteza destes parâmetros é de ordem de grandeza capaz de comprometer os ajustes dos dspostvos de proteção, resultando em operações ndevdas ou falhas de atuação do sstema de proteção. A metodologa proposta apresenta-se como nteressante alternatva para o tratamento das ncertezas uma vez que dá a possbldade ao engenhero de proteção de conhecer os valores de curto-crcuto possíves em determnado ponto da rede, e suas respectvas probabldades de ocorrênca. Com base nestes resultados é possível a adoção de crtéros mas otmzados de ajuste dos dspostvos de proteção, de forma a evtar transtornos e transgressões de crtéros de confabldade resultantes da mprecsão destes.

Como observado em estudos prelmnares utlzando redes reas, com a adoção de dados de entrada aproprados, a ferramenta desenvolvda apresenta desempenho satsfatóro na localzação de defetos na rede de dstrbução. Salenta-se a mportânca do conhecmento, por parte do engenhero usuáro do aplcatvo, das característcas da rede a ser estudada assm com da regão atendda pelo respectvo almentador. Este conhecmento é vtal no processo de determnação dos valores adequados de cada parâmetro nfluente no cálculo da corrente de defeto. A ferramenta desenvolvda apresenta alternatva valosa para o aperfeçoamento deste conhecmento, uma vez que possblta análses de sensbldade em função de arquvos osclográfcos obtdos. 8. BIBLIOGRAFIA [1] ANEEL. Resolução Nº505, Brasíla, Nov 2001, 14 p. [2] COPEL, Crtéros de Proteção para os Sstemas de Dstrbução 13,8kV e 34,5kV Dretora de Dstrbução, SED/DPPR, Curtba PR, Brasl; [3] Antunes, A. U.; Olvera C. C. B; Guaraldo J. C.; Cunha, A. P.; Duarte, D. P.; Schmdt, H. P.; Pol, D.; Queroga, R., Souza, H. G. B. Avalação de Desempenho e Possíves Ajustes do Sstema de Proteção para Sstema Desequlbrado com Neutro Mult-Aterrado IV CITENEL - Congresso de Inovação Tecnológca em Energa Elétrca, Araxá MG, Brasl, 2007 [4] Mendel, J.M.; Fuzzy logc systems for engneerng: a tutoral, Proceedngs of IEEE, vol.83, Calfórna, USA, 1992. [5] FALCÃO, D. M. Técncas Intelgentes Aplcadas a Sstemas de Potênca: Conjuntos, Lógca e Sstemas Fuzzy, Unversdade Federal do Ro de Janero., Ro de Janero, Agosto de 2002. [6] Zmmermann, H.J.. Fuzzy Set Theory and Its Applcatons, Thrd Edton, Kluwer, 1996. [7] KAGAN, N.; OLIVEIRA, C. C. B. O. Reconfguração de Redes de Dstrbução de Energa Elétrca Através de Ferramentas para Solução de Problemas de Decsão com Múltplos Objetvos e Incertezas, SBA Controle & Automação Vol. 9 no. 1 / Jan., Fev., Mar. e Abrl de 1998. [8] Meza, E. B. M.; de Souza, J. C. S.; Schllng, M. Th.; Coutto Flho, M. B. Utlzação de um modelo neuro-fuzzy para a localzação de defetos em sstemas de potênca XVIII Semnáro Naconal de Produção e Transmssão de Energa Elétrca. Curtba - PR, Brasl, 2005. [9] Slva, J. C. R. Prorzação de áreas para a Instalação de Chaves Telecomandadas no Sstema de Dstrbução Dssertação (Mestrado) - Escola Poltécnca da Unversdade de São Paulo. Departamento de Energa e Automação Elétrcas, São Paulo SP, Brasl, 2005. [10] ABNT. NBR-14039 Instalações Elétrcas de Méda Tensão de 1kVa 36,2kV Assocação Braslera de Normas Técncas, 2005, 87pág. [11] Zhu, J.; Lubkeman, D. L.; Grgs, A. A., Automated fault locaton and dagnoss on electrcal power dstrbuton feeders, IEEE Trans. on Power Delvery, Vol. 12, Nº 2, Aprl 1997 [12] Cebran, J. C. A.; Matsuo, N.; Fontana, C.; Vasconcelos, G.; Kagan, N.; Suematsu, A. Sstema de Gerencamento Intelgente e Suporte a Operação de Redes de Energa, CBQEE, Agosto 1997, Santos São Paulo.