Direito Tributário Aula 7 Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho
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AULA 7: Princípios Constitucionais Tributários Objetivo: Compreender os princípios que regem a matéria tributária. Os princípios constitucionais tributários O sistema tributário nacional é orientado por seus princípios constitucionais 1, que tem por finalidade limitar seu poder, a repartição das competências e receitas, bem como a delimitação das espécies tributárias passíveis de instituição. Em grande parte, constituem-se em princípios que atuam limitando os poderes do Estado-Fisco e conferido garantias fundamentais aos contribuintes frente à soberania estatal. Vejamos os principais. Princípio da legalidade O princípio da legalidade tributária está estabelecido no art. 150, I da Constituição, que determina que as espécies tributárias somente podem ser aumentadas ou instituídas por lei, ordinária ou complementar, nos casos expressamente previstos na Constituição. Na lei que institui o tributo deve constar, obrigatoriamente, a descrição do fato tributável, a definição da base de cálculo e da alíquota, ou outro critério a ser utilizado para o estabelecimento do valor do tributo, o critério para a identificação do sujeito passivo da obrigação e o sujeito ativo da relação tributária, se for diferente da pessoa jurídica da qual a lei seja expressão de vontade. Princípio da irretroatividade O princípio da irretroatividade informa a impossibilidade da lei vir a atingir os fatos geradores efetivados anteriormente à sua publicação. A lei que cria ou aumenta tributo só poderá atingir fatos geradores posteriores à sua publicação. O princípio da irretroatividade está previsto na Constituição Federal, em seu art. 150, III, a.
A alteração que se mostra benéfica ao contribuinte poderá ter efeitos retroativos se expressamente prevista na lei alteradora. Alguns tributos possuem certas peculiaridades que se amoldam ao princípio da irretroatividade, tais como o imposto de renda com fato gerador periódico, ocorrendo no dia 31 de dezembro, efetivando-se o cálculo do acréscimo patrimonial em todo o ano-base. Deve-se observar, contudo, que o princípio da irretroatividade alcança somente as leis que criam ou aumentam tributos. Princípio da isonomia A isonomia representa a igualdade dos sujeitos perante a lei. É trazida pelo art. 5, caput da Constituição e pelo art. 150, II também da Constituição ao tratar das limitações ao poder de tributar. A lei, portanto, deverá estar dotada de generalidade, ser abstrata, valendo para todos, tratando igualmente os que estão em situação de igualdade. Motivos extrafiscais, desde que devidamente fundamentados, não ferem a isonomia. Princípio da capacidade contributiva O princípio da capacidade contributiva está consagrado no artigo 145, 1 da Constituição e estabelece a equalização da tributação, exigindo mais de quem possui maior capacidade econômica; os impostos são exigidos conforme a capacidade econômica de cada contribuinte. O detentor de maior riqueza deve arcar com o maior ônus do imposto. Em virtude disso, está previsto no final do 1 do artigo acima citado a faculdade da administração para, por seus meios, aferir a capacidade de cada contribuinte, dando efetividade ao princípio. Princípio da proibição de confisco Estabelece o art. 150, IV da Constituição que é vedado aos entes tributantes utilizarem-se de tributação confiscatória. Talvez a grande dificuldade dessa matéria esteja na definição de quando um tributo deve ser tratado como confisco. O efeito confiscatório da tributação deve ser entendido como aquele que ataca a capacidade contributiva, a isonomia, o direito de propriedade, o princípio da
razoabilidade, entre outros, subtraindo a fonte geradora da riqueza tributável. Assim, cabe ao Poder Judiciário utilizar-se desse instrumento, afastando a tributação que se apresente demasiadamente excessiva para os contribuintes. Princípio da anterioridade Pelo princípio da anterioridade, a lei que cria ou aumenta tributo, ao entrar em vigor, fica com sua eficácia suspensa até o início do próximo exercício financeiro, quando incidirá e produzirá todos os seus efeitos no mundo jurídico (não adia a cobrança e sim suspende a eficácia; não há incidência). Princípio da segurança jurídica A segurança jurídica em sua dupla manifestação, que é a certeza do direito e a proibição do arbítrio, exige que as leis sejam irretroativas (só produzem efeitos para o futuro), salvo se for para beneficiar o contribuinte (nesse caso depende de previsão expressa). Princípio da capacidade contributiva Faz parte do princípio da isonomia e consiste em tratar os desiguais de modo diferente, podendo assim o tributo ser cobrado de acordo com as possibilidades de cada um. Princípio da não cumulatividade Por este princípio compensa-se o tributo que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores. Saiba mais Princípios constitucionais tributários 1 : Princípios são vetores das normas. As normas constitucionais não têm a mesma importância. Não importa se está implícita ou explícita a sua relevância se mede pela abrangência da norma.
Vale a pena conferir 1. Confira o Art. 150. e Art. 5º da Constituição Federal Título VI Da Tributação e do Orçamento na íntegra. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/constituicaofederal/constfedtitulovi.ht m>. Acesso em: 10 abr. 2013. 2. WEICHERT, Marlon Alberto. Isenções tributárias em face do princípio da Isonomia. Brasília, jan/mar. 2000. Disponível em: <http://www.professorsabbag.com.br/arquivos/downloads/1272654422.pdf>. em: 10 abr. 2013. Acesso * O QR Code é um código de barras que armazena links às páginas da web. Utilize o leitor de QR Code de sua preferência para acessar esses links de um celular, tablet ou outro dispositivo com o plugin Flash instalado. REFERÊNCIAS CARVALHO, P. de B. Curso de direito tributário. Rio de Janeiro: Saraiva, 2005. CASSONE, V. Direito Tributário. São Paulo: Atlas, 1999. COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. São Paulo: Saraiva, 2008.